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Boletim da Vigilância em Saúde Ano VIII, Edição nº 1 Violência interpessoal / autoprovocada

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Boletim da Vigilância em Saúde

Ano VIII, Edição nº 1

Violência interpessoal / autoprovocada

Belo Horizonte2018

ElaboraçãoGlaucione de Souza Meira Lúcia Maria Miana Mattos Paixão

ColaboradoresFabiano Geraldo Pimenta JuniorJaqueline Camilo de Sousa Felício Natália Wanderley Matias Simões Paulo Roberto CorreaVanessa Maria Rodrigues Coelho

Boletim da Vigilância em Saúde

Ano VIII, Edição nº 1 junho 2018

Projeto GráficoProdução Visual - Assessoria de Comunicação SocialSecretaria Municipal de Saúde

Violência interpessoal / autoprovocada

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BOLETIM DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE - Violência interpessoal /autoprovocada

Nas últimas décadas, houve uma mu-dança no perfil epidemiológico da po-pulação brasileira, com substituição das doenças transmissíveis pelas doenças não transmissíveis e causas externas. Entretan-to, ainda se observa no Brasil um exem-plo da polarização epidemiológica, com altas taxas de morbidade e mortalidade por doenças crônico degenerativas e al-tas incidências de doenças infecciosas e parasitárias, simultaneamente, e a prolon-gada persistência de níveis diferenciados de transição entre grupos sociais distintos. A partir dos anos 80 as mortes violentas passam a representar a segunda causa de causa de morte no país e, na última déca-da, as taxas de morbidade e mortalidade por causas externas (violências e aciden-tes) vêm ultrapassando as doenças dege-nerativas e infecciosas (OLIVEIRA, 2012).

Além de ser uma questão política, policial e jurídica, as violências, foco des-se boletim, são também um importante problema social e de saúde pública e para compreendê-las, deve-se considerar um conjunto de fatores, como condições de vida, questões ambientais, trabalho, ha-bitação, educação, lazer e cultura. Para o enfrentamento da violência, é necessário incorporar no planejamento da gestão municipal um conjunto de medidas de impacto, envolvendo diversos setores, que passa por ações de prevenção, segu-rança e educação, dentre outras. E para conhecer a magnitude desse problema, melhorias dos registros ambulatoriais e hospitalares são muito importantes.

Segundo o Relatório Mundial da OMS de 2002, a violência interpessoal se desdo-bra em intrafamiliar e comunitária, sendo esta última também denominada de vio-lência urbana. A notificação de violências interpessoal ou autoprovocada (suspeita

ou confirmada) foi implementada em 2006, e em 2011 passou a ser compulsória, ou seja, a comunicação à autoridade de saúde é obrigatória e deve ser realizada por todos os profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados, conforme a Portaria do Minis-tério da Saúde nº 104 de 25/01/2011 e man-tida na Portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016, atualmente em vigor.

Casos de violência extrafamiliar/ co-munitária/ urbana, somente serão objetos de notificação aquelas contra crianças, adolescentes, mulheres, idosos, pessoas com deficiência, indígenas e população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, tran-sexuais e transgêneros – LGBT (BRASIL, Mi-nistério da Saúde, 2014).

A violência intrafamiliar é todo ato ou omissão praticada por pais, parentes ou responsáveis contra criança, adolescente, idoso, pessoa com deficiência, ou por um cônjuge contra o outro, sendo capaz de causar dano físico, sexual e/ou psicológi-co à vítima.

A violência doméstica difere da violên-cia intrafamiliar por incluir pessoas que convivem no espaço doméstico sem fun-ção parental, como por exemplo, empre-gados (as), pessoas que convivem espora-dicamente e agregados (as).

Quanto à violência autoprovocada ou in-fligida, incluem as tentativas de suicídio, au-toflagelação, autopunição, automutilação.

A violência extrafamiliar (criminali-dade) que é a prática de agressão grave, atentado a vida e a seus bens (assaltos, as-sassinatos, brigas de rua), constitui objeto de prevenção e repressão por parte das forças de segurança pública. Este tipo de violência praticado contra adultos de 20 a 59 anos do sexo masculino não é de noti-ficação obrigatória, mas são monitorados

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Edição nº 1 - Junho de 2018

Objetivo

Metodologia

Resultados

através do VIVA Inquérito e sistemas de in-formação das forças de segurança pública.

A vigilância da violência, por meio das notificações feitas por profissionais e es-tabelecimentos de saúde e/ou educação, complementa as informações de outros órgãos que registram e monitoram estas

ações. É importante destacar que as infor-mações provenientes dessas notificações, possivelmente, representam maior sensi-bilidade dos profissionais em notificar e podem não refletir uma maior ocorrência na população adstrita.

Este boletim tem como objetivo analisar os casos notificados de violência interpes-

Os dados analisados são os registros das fichas de notificação de violência interpes-soal/ autoprovocada do banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), no período de agosto de 2007 a dezembro de 2017. A extração dos dados foi realizada em 27/12/2017 e atualizada em março de 2018.

Foi realizada análise descritiva, segun-do as unidades notificadoras, distrito de residência, faixa etária, raça /cor, local de ocorrência, ciclo de vida, sexo e tipologia da violência sofrida pela vítima e o prová-vel autor da agressão.

As faixas etárias foram classificadas conforme a Organização Mundial da Saú-de, que define como criança, a faixa etária compreendida entre 0 e 9 anos, pré-ado-lescentes e adolescentes, entre 10 e 19, adultos jovens entre 20 e 39, adultos de 40 a 59 e idosos, 60 anos ou mais.

Realizou-se estimativa de taxas de in-cidência de violência para os quatro es-tratos do Índice de Vulnerabilidade Social (baixo, médio, elevado e muito elevado risco) e o risco relativo de cada um deles em relação ao baixo risco.

No período de agosto de 2007 a de-zembro 2017 foram notificados 16.741 casos de violência interpessoal ou auto-provocada e desses, 14.074 (84,0%) eram pessoas residentes em Belo Horizonte. Na série histórica analisada, observou-se uma tendência progressiva de aumento dos ca-sos, sendo que 2017 foi o ano com maior

número de notificações. Os anos de 2007 a 2010 mostraram um número muito in-cipiente de notificações, provavelmente, em decorrência de nesse período a notifi-cação não ser compulsória (Gráfico 1).

soal / autoprovocada em Belo Horizonte.

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BOLETIM DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE - Violência interpessoal /autoprovocada

Tabela 1 - Notificações de violência interpessoal/ autoprovocada, por unidade notificadora, Belo Horizonte, 2007-2017*

Fonte: SINAN – GVIGE/DPSV/SMSA-BH *Dados atualizados em março de 2018

Unidade de Saúde Notificadora Total %Hospitais 9924 59,4Unidades de Pronto Atendimento 3494 20,9Centros de Saúde 3183 19,0Outros 110 0,7

Total 16.711 100,00

Fonte: SINAN – GVIGE/DPSV/SMSA-BH *Dados atualizados em março de 2018

Gráfico 1 - Notificações de violência interpessoal/ autoprovocada em Belo Horizonte, 2007-2017*

3 7

539 515

1077

2121 2072 1959

23972637

3414

-500

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Os hospitais foram as unidades que mais notificaram casos de violência (59,4%), mostrando que os profissionais desses estabelecimentos estavam sensí-veis para a identificação e notificação dos casos e também, talvez, se sentiam mais

seguros em fazê-lo, quando comparados com aqueles que atuam em Unidades Básicas de Saúde, onde a proximidade do serviço com o local da ocorrência e ou re-sidência da vítima e do agressor pode ini-bir essa iniciativa (Tabela 1).

O monitoramento dos casos permite o mapeamento da violência no município, de acordo com o endereço de residência das vítimas informado nas notificações. A maioria dos casos eram de pessoas residentes no Distrito Sanitário Barreiro (24,4%), seguido dos DS Leste (14,8%) e Nordeste (12,4%). Esse achado pode ser

atribuído à maior sensibilidade de um estabelecimento de saúde, localizado na região do Barreiro para notificar casos de violência (Gráfico 2).

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Edição nº 1 - Junho de 2018

Fonte: SISVE/ GVIGE/ DPSV/ SMSALegenda: BA = Baixo Risco; MD = Médio Risco; EL = Elevado Risco; ME = Muito Elevado Risco

Fonte: SINAN – GVIGE/DPSV/SMSA-BH *Dados atualizados em março de 2018

Gráfico 2 - Distribuição das notificações de violência interpessoal/ autoprovocada por Distrito Sanitário de residência, 2007- 2017* (N=14.074)

Figura 1 - Distribuição espacial de violência interpessoal /autoprovocada notificados em resi-dentes de Belo Horizonte, 2012 e 2017.

3433

1262

20831751

1098 1240 1341

7161150

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

Observa-se na Figura 1 a distribuição espacial da violência interpessoal e auto-provocada no município de Belo Horizon-te, nos anos 2012 e 2017. Cada ponto no

mapa corresponde a um caso georrefe-renciado, demonstrando o aumento dos casos entre os dois períodos.

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BOLETIM DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE - Violência interpessoal /autoprovocada

Observou-se que em 2017 houve au-mento do risco de ocorrência de violência, traduzido pela taxa de incidência, em to-dos os estratos do índice de vulnerabilida-de social (IVS), quando comparado a 2012.O maior aumento ocorreu nas áreas de muito elevado risco, correspondendo a elevação de 81,5% do risco de violência entre os dois períodos. No baixo risco a taxa aumentou

67% e nas áreas de médio e elevado risco, o aumento foi de 53% em cada estrato.

Nos dois anos foi verificado um risco de ocorrência de violência maior nas áreas de mais vulnerabilidade social, demons-trando até quatro vezes mais risco na po-pulação residente nas áreas de elevado risco, quando comparada à residente nas áreas de baixo risco (Tabelas 2 e 3).

Tabela 2 - Distribuição das notificações, taxa de incidência e risco relativo de violência interpes-soal e autoprovocada, por Índice de Vulnerabilidade Social da residência, Belo Horizonte, 2012

Tabela 3 - Distribuição das notificações, taxa de incidência e risco relativo de violência, por Índice de Vulnerabilidade Social da residência, Belo Horizonte, 2017

Fontes: SINAN-MS/GVIGE/DPSV/SUPVISA/SMSA-PBH - IBGE - Censo 2010* IVS - Índice de Vulnerabilidade Social e **RR - Risco Relativo

Fontes: SINAN-MS/GVIGE/DPSV/SUPVISA/SMSA-PBH - IBGE - Censo 2010* IVS - Índice de Vulnerabilidade Social e **RR - Risco Relativo

IVS* Notificações População Taxa de incidência de violência RR**

Baixo 260 798.797 32,5 1,0Médio 708 945.410 74,9 2,3Elevado 458 452.418 101,2 3,1Muito Elevado 205 173.984 117,8 3,6

IVS* Notificações População Taxa de incidência de violência RR**

Baixo 433 798.797 54,2 1,0Médio 1083 945.410 114,6 2,1Elevado 702 452.418 155,2 2,9Muito Elevado 372 173.984 213,8 3,9

A faixa etária com maior número de no-tificações de violência foi a de adultos jo-vens - 20 a 39 anos - (36,5%) e adolescentes - 10 a 19 anos - (26,3%). As mulheres são as principais vítimas de violência em todas as fases da vida (infância, adolescência, adul-ta ou velhice) totalizando 71% dos casos notificados (Gráfico 3). No que se refere à

raça/cor, a preta/parda foi a mais informa-da nas notificações, representando 49,3% do total, enquanto a branca foi de (23,2%). Amarelos e indígenas corresponderam às menores proporções no total de vítimas, 0,7% e 0,2% respectivamente (Gráfico 4). Observou-se que em 26,7% das notifica-ções não havia informação de raça/cor.

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Edição nº 1 - Junho de 2018

Gráfico 3 - Distribuição das notificações de violência interpessoal/ autoprovocada, segundo faixa etária e sexo. Belo Horizonte, 2007-2017*

Gráfico 4 - Distribuição das notificações de violência interpessoal/ autoprovocada, segundo raça e cor. Belo Horizonte, 2007-2017*

Fonte: SINAN – GVIGE/DPSV/SMSA-BH *Dados atualizados em março de 2018

Fonte: SINAN – GVIGE/DPSV/SMSA-BH *Dados atualizados em março de 2018

761

1265 1169

457 417

1264

2439

3970

1501

831

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

0 a 9 anos 10 a 19 anos 20 a 39 anos 40 a 59 anos 60 anos mais

37593259

6932

96 280

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

Ign/Branco Branca Preta/Parda Amarela Indigena

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BOLETIM DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE - Violência interpessoal /autoprovocada

A residência foi o local de maior ocor-rência das violências (60,6%), seguida da via pública (11,4 %) e outros (4,5%) (se re-ferem a instituições sócio educativas, es-

tabelecimentos de saúde, ambientes de trabalho). Em 19% das notificações não havia informação do local de ocorrência (Gráfico 5).

Gráfico 5 - Distribuição das notificações de violência interpessoal/ autoprovocada, segundo local de ocorrência. Belo Horizonte, 2007-2017*

Fonte: SINAN – GVIGE/DPSV/SMSA-BH *Dados atualizados em março de 2018** Outros: Estabelecimentos de saúde, instituições sócias educativas, ambiente de trabalho.

8525

77 233 26 1001598

178 29

2673

635

0100020003000400050006000700080009000

Categorização dos eventos de violência interpessoal/ autoprovocada por ciclos de vida

Criança (0 a 9 anos de idade)

Dentre as crianças menores de 10 anos de idade, a violência sexual foi o tipo de violência mais prevalente (36,9%), segui-da de negligência e abandono (27,4%) e física (19,6%), sendo que o maior número de casos ocorreu no sexo feminino (Grá-

fico 6). Observou-se que na maioria das notificações nessa faixa etária, o provável autor da agressão foi um familiar, e dentre esses a mãe e pai foram os mais frequen-tes (64,4%) (Gráfico 7).

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Edição nº 1 - Junho de 2018

Gráfico 6 - Distribuição das notificações de violência interpessoal/ autoprovocada contra crianças (0 a 9 anos), segundo tipo de violência**. Belo Horizonte, 2007-2017*

Gráfico 7 - Distribuição das notificações de violência interpessoal/ autoprovocada contra criança (0 a 9 anos), segundo o provável autor da agressão**. Belo Horizonte, 2007-2017*

Fonte: SINAN – GVIGE/DPSV/SMSA-BH *Dados atualizados em março de 2018** Permitida a marcação de mais de um tipo de violência

Fonte: SINAN – GVIGE/DPSV/SMSA-BH *Dados atualizados em março de 2018**Permitida a marcação de mais de um provável autor da agressão

Adolescente (10 a 19 anos)

207297

196 12914

558270

210202

180

100

200

300

400

500

600

700

800

900

Viol Sexual Viol Negli/Aband Viol fisica Viol Psico/moral Viol Tortura

Masculino Feminino

362429

115

262

60

0

100

200

300

400

500

Pai Mãe Padrasto Amigos/Conhec Desconhecido(a)

A violência mais frequente na faixa etá-ria de 10 a 19 anos foi a física (36,8%), se-guida da autoprovocada (24,0%) e sexual (20,7%). A mulher foi a principal vítima em

todos os tipos de violência, exceto na vio-lência física (Gráfico 8). Na maior parte das notificações nesta faixa etária, o perpetra-dor da violência tratava-se da própria pes-

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BOLETIM DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE - Violência interpessoal /autoprovocada

soa (36,6%) e amigos/conhecidos (17,1%). Em 23,7% das notificações o provável au-

Gráfico 8 - Distribuição das notificações de violência interpessoal/ autoprovocada contra ado-lescentes (10 a 19anos), segundo tipo de violência**. Belo Horizonte, 2007-2017*

Gráfico 9 - Distribuição das notificações de violência interpessoal/ autoprovocada contra ado-lescentes (10 a 19 anos), segundo o provável autor da agressão. Belo Horizonte, 2007-2017*

Fonte: SINAN – GVIGE/DPSV/SMSA-BH *Dados atualizados em março de 2018** Permitida a marcação de mais de um tipo de violência

Fonte: SINAN – GVIGE/DPSV/SMSA-BH *Dados atualizados em março de 2018**Permitida a marcação de mais de um provável autor da agressão

745

235 83 110 73

692

701724

406127

0200400600800

1000120014001600

Viol Física Auto provocada Viol Sexual Viol Psico/moral ViolNegli/Aband

Masculino Feminino

216

401

556

310

859

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

Pai Amigos/Conhec Desconhecido(a) Policial Ag.Lei Propria Pessoa

tor da agressão era um desconhecido (sem nenhum vínculo com a vítima) (Gráfico 9).

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Edição nº 1 - Junho de 2018

Gráfico 10 - Distribuição das notificações de violência interpessoal/ autoprovocada contra adultos (20 a 39anos), segundo tipo de violência**. Belo Horizonte, 2007-2017*

Fonte: SINAN – GVIGE/DPSV/SMSA-BH *Dados atualizados em março de 2018** Permitida a marcação de mais de um tipo de violência*** A violência ocorreu em ambiente intrafamiliar ou a vítima possui algum tipo de transtorno, população LGBT, lesão autoprovocada

Adulto (20 a 59 anos)

Na análise dessa população, optou-se por dividir os dados em duas faixas etárias (20 a 39 anos e 40 a 59 anos) para com-preender melhor o comportamento da violência nessas idades, apesar de man-terem o mesmo perfil em relação ao tipo

de violência e gênero. Conjuntamente, a violência autoprovocada foi responsável por 41,6% das notificações, e em seguida, a violência física com 30,9%. Em todas as categorias, predominou a ocorrência no sexo feminino (Gráficos 10 e 11).

900241 41 26

3

1704

1811

846 838

1390

500

1000

1500

2000

2500

3000

Autoprovocada

Viol. Fisica Viol.Psico/Moral

Viol. Sexual Viol. Tortura

20 a 39 anos

Feminino

Masculino***

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BOLETIM DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE - Violência interpessoal /autoprovocada

Gráfico 11 - Distribuição das notificações de violência interpessoal/ autoprovocada contra adultos (40 a 59anos), segundo tipo de violência**. Belo Horizonte, 2007-2017*

340105 23 4

18

775

610

287186 420

200

400

600

800

1000

1200

40 a 59 anos

Feminino

Masculino***

Fonte: SINAN – GVIGE/DPSV/SMSA-BH *Dados atualizados em março de 2018** Permitida a marcação de mais de um tipo de violência***A violência ocorreu em ambiente intrafamiliar ou a vítima possui algum tipo de transtorno, população LGBT, lesão autoprovocada

Na população de 20 a 39 anos, a maior parte das agressões (41,1%) foram pro-vocadas por pessoas com relação afetiva com a vítima (cônjuge, ex-cônjuge, namo-rado, ex-namorado) e pela própria pessoa (40,9%) (Gráfico 12). Na faixa etária de 40 a 59 anos, destacou-se o predomínio das agressões pela própria pessoa (65,5%) (Gráfico 13). No período de 2007 a 2016,

ocorreram 1.225 óbitos por suicídio em re-sidentes de Belo Horizonte registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), sendo que 821 (65,5%) ocorreram na faixa etária de 20 a 49 anos, entretanto esse tipo de violência foi observado em todas as faixas etárias, incluindo a pré--adolescência e a velhice (Tabela 4).

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Edição nº 1 - Junho de 2018

Gráfico 12 - Distribuição das notificações de violência interpessoal/ autoprovocada contra adultos (20 a 39 anos), segundo o provável autor da agressão**. Belo Horizonte, 2007-2017*

Gráfico 13 - Distribuição das notificações de violência interpessoal/ autoprovocada contra adultos (40 a 59 anos), segundo o provável autor da agressão**. Belo Horizonte, 2007-2017*

Fonte: SINAN – GVIGE/DPSV/SMSA-BH *Dados atualizados em março de 2018**Permitida a marcação de mais de um provável autor da agressão

Fonte: SINAN – GVIGE/DPSV/SMSA-BH*Dados atualizados em março de 2018**Permitida a marcação de mais de um provável autor da agressão

2216 2202

649262

550

500

1000

1500

2000

2500

20 a 39 anos

944

238147

56 560

100200300400500600700800900

1000

40 a 59 anos

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BOLETIM DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE - Violência interpessoal /autoprovocada

Tabela 4 - Óbitos por suicídio segundo faixa etária, Belo Horizonte, 2007-2016

Fontes: SIM/SMSA-BH

Faixa etária (em anos) N %10-14 9 0,715-19 58 4,620-29 267 21,330-39 296 23,640-49 258 20,650-59 190 15,160-69 117 9,370-79 45 3,680 e + 15 1,2Total 1.255 100,0

20-29 267 21,330-39 296 23,640-49 258 20,6

Idoso (60 anos e mais)

Referente à população com 60 ou mais anos de idade, houve predominância da negligência e abandono, com 37,9% das notificações, seguida da violência física

(20,3%) e violência psicológica e mo-ral (18,5%). Na maior parte dos registros (57,9%), os filhos (as) são os prováveis au-tores das agressões (Gráficos 14 e 15).

Gráfico 14 - Distribuição das notificações de violência interpessoal/ autoprovocada contra ido-sos (60anos e mais), segundo tipo de violência**. Belo Horizonte, 2007-2017*

Fonte: SINAN – GVIGE/DPSV/SMSA-BH*Dados atualizados em março de 2018** Permitida a marcação de mais de um tipo de violência

197 126 73 94 38

445

219 241 144115

0100200300400500600700

ViolNegli/Aband

Viol Física ViolPsico/moral

Autoprovocada

ViolFinan/Econo

Masculino Feminino

15

Edição nº 1 - Junho de 2018

Discussão e conclusão

Gráfico 15 - Distribuição das notificações de violência interpessoal/ autoprovocada contra ido-sos (60 anos e mais), segundo o provável autor da agressão**. Belo Horizonte, 2007-2017*

Fonte: SINAN – GVIGE/DPSV/SMSA-BH*Dados atualizados em março de 2018**Permitida a marcação de mais de um provável autor da agressão

55

491

42 50

209

0

100

200

300

400

500

600

Segundo Minayo (2010), a violência é um fenômeno sócio histórico e acompa-nha toda a experiência da humanidade. Transforma-se em problema de saúde pú-blica ao afetar a saúde individual e coletiva e exige, para sua prevenção e enfrenta-mento, formulação de políticas específicas e organização de práticas e de serviços.

A sensibilização em relação à relevância do tema como pauta para ação de saúde se inicia pioneiramente com a questão da violência contra crianças e é na década de 1990 que o tema da violência entra com mais vigor na agenda de debates políticos e sociais e no campo programático da saú-de, passando a ser agravo de notificação na década seguinte.

A notificação de violência contra a mulher foi declarada compulsória em 2003 com a Lei nº 10.778 e teve sua ficha e fluxo estabelecidos em 2004 através da

Portaria nº 2.406 do Ministério da Saúde, mas, apenas em 2006 o Sistema de Vigi-lância de Violências e Acidentes (Viva) foi implantado, com o objetivo de coletar da-dos e gerar informações sobre violências e acidentes para subsidiar políticas em saú-de pública direcionadas a estes agravos, buscando preveni-los. O Viva foi concebi-do com dois componentes: 1) Viva/Sinan, que corresponde à vigilância contínua de violência doméstica, sexual, e/ou outras violências interpessoais e autoprovocadas, e 2) Viva Inquérito, com coleta de dados amostrais sobre violências e acidentes em serviços sentinelas de urgência e emer-gência de municípios selecionados. Em 2009, o componente contínuo do Siste-ma VIVA foi incorporado ao SINAN tendo como base as informações constantes na ficha de notificação/investigação de vio-lência doméstica, sexual, e/ou outras vio-

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BOLETIM DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE - Violência interpessoal /autoprovocada

lências. Essa conquista política e técnica ampliou as ações e as noções de vigilância das violências para além dos serviços es-pecializados no atendimento aos casos de violência (BRASIL, 2010).

Em 2011, os casos de violência domésti-ca, sexual e/ou outras violências passaram a compor a Lista de Notificação Compul-sória (LNC), conforme a Portaria nº 104 do Ministério da Saúde, ampliando assim a vi-gilância desse agravo.

Desde então, observa-se a cada ano um aumento progressivo no número de notificações no SINAN (Gráfico 1), o que re-flete uma maior sensibilização dos profis-sionais, resultado das capacitações / super-visões realizadas pela equipe da Vigilância Epidemiológica ao longo desse período. Apesar disso, sabe-se que a violência ainda é muito subnotificada.

Segundo Kind, Orsini, Nepomuceno, Gonçalves, Souza e Ferreira a subnotifica-ção nos casos de violência é um problema grave, sobretudo quando se sabe que as ações e políticas públicas para o enfrenta-mento da questão têm como base os da-dos epidemiológicos. Ao se revelar como uma realidade pouco ou mal conhecida, essa situação acaba por configurar-se invi-sível, operando, em nível estrutural, como mais uma forma de violência.

As principais causas da subnotifica-ção vão desde a falta de capacitação dos profissionais e ameaças que sofrem dos autores das violências, até as questões es-truturais, relacionadas com a atuação insa-tisfatória dos órgãos competentes, nos ser-viços de retaguarda e no cumprimento de medidas protetivas, adequadas às vítimas (ALMEIDA, SILVA, MUSSE e MARQUES 2012).

Apesar dessa realidade, os dados de Belo Horizonte permitiram apontar um aumen-to muito importante, entre os anos 2012 e

2017, no risco da ocorrência de violência interpessoal e autoprovocada, indepen-dente da vulnerabilidade social. Entretanto, a vulnerabilidade potencializa o aumento, atingindo 81,5% nas áreas de muito eleva-do risco. Foi possível, também, verificar que nos dois anos analisados, o risco de violên-cia interpessoal e autoprovocada foi maior nas áreas mais vulneráveis, quando com-paradas com a população do baixo risco. Importante ressaltar que a população uti-lizada para os dois anos foi a do Censo de 2010, pela indisponibilidade de estimativa da população intramunicipal para os anos posteriores. Caso tenha havido aumento ou redução da população de acordo com as áreas de vulnerabilidade, podemos estar superestimando ou subestimando as taxas de incidência no ano de 2017.

Quando analisada a raça-cor, as maio-res vítimas foram as pessoas pardas/pre-tas, correspondendo a quase metade dos atendimentos notificados, demonstrando as iniquidades étnico sociais e sua relação com a ocorrência da violência.

No período analisado, verifica-se que dentre o total dos casos de violência in-terpessoal/autoprovocada registrados em Belo Horizonte, as mulheres configuraram--se como as principais vítimas em todos os ciclos de vida. Essa diferença torna-se mais evidente na faixa etária adulta, de 20 a 59 anos, revelando a violência de gênero - contra a mulher – sendo os autores das agressões, nesse ciclo de vida, o cônjuge, ex-cônjuge, namorado ou ex-namorado (18,1%). Essa realidade é também do país como um todo, apontando que a violência praticada contra a mulher ainda se resvala nas questões históricas e culturais, legiti-madas e cultivadas do domínio masculino nas relações sociais (LUCENA, SILVA, MO-RAES, SILVA e BEZERRA 2012).

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A maioria das vítimas (60,6%) sofreu violência dentro de casa, corroborando as pesquisas nacionais de violência domés-tica que revelam que o provável autor da agressão na infância geralmente é alguém da família. Em Belo Horizonte, mãe e pai aparecem em primeiro e segundo lugar nos casos notificados, totalizado 64,4%. Na violência contra o idoso a negligência apa-rece em primeiro lugar e 57,9% dos agres-sores são os filhos.

Diante disso, para as vítimas da vio-lência doméstica, o lar, antes considerado como lugar seguro, passou a representar um risco, uma vez que o agressor se encon-tra dentro de casa (REICHENHEIM, SOUZA, MORAES, MELLO, SILVA e MINAYO 2011).

Há que se considerar que, em alguns ca-sos, as vítimas de violência não conseguem superar essa situação por falta de acesso aos meios e recursos necessários para se desvincular de sua dependência com o agressor. Tais vítimas demandam assistência psicológica, amparo social, orientação jurí-dica, moradia, creche, escola, necessidade de trabalho para a aquisição de autonomia financeira e tratamento de saúde (SILVA e FERRIANI 2007).

Em relação à tipologia da violência, a sexual foi a mais comum na infância, e a violência física nos demais ciclos de vida.

Outro aspecto das notificações de vio-lência que merece destaque são as lesões autoprovocadas (tentativa de suicídio/suicídio). Os dados mostraram o grande número de casos na adolescência e na fase adulta. Na análise do Sistema de Infor-mação sobre Mortalidade-SIM, o total de óbitos por suicídios aumentou quase 50% de 2007 para 2016 e a taxa de mortalidade por suicídios apresentou um incremento de 43,7%, passando de 38,9 (em 2007) para 55,9 (em 2016) óbitos por cem mil habitan-

tes. A morte em decorrência de lesão au-toprovocada ocorreu especialmente, entre 20 a 49 anos (65,5%), entretanto destaca-se a morte de 67 adolescentes por suicídio.

As lesões autoprovocadas devem ser consideradas importantes indicadores de sofrimento intenso de indivíduos e do sentimento de impossibilidade de encon-trar soluções para problemas e conflitos, levando a tentativa de tirar a própria vida como saída para acabar com a dor (VIDAL ,2013). Ainda segundo esse autor “A identifi-cação de tal evento deve servir como oportu-nidade para vincular e ativar a rede de apoio, de modo a evitar novas tentativas ou o suicí-dio propriamente dito, já que as tentativas de suicídio tendem a ser recorrentes e a história de tentativa prévia representa o mais impor-tante profetizador de suicídio completo“.

Chama atenção também os 14% de óbitos por suicídio ocorridos em idosos. Segundo Minayo, et al (2011) a maior parte dos idosos que tentam suicídio corre o ris-co de não ser encontrado a tempo de ser socorrido, uma vez que vive sozinho. Além disso, pessoas dessa faixa etária utilizam meios mais letais do que mais jovens e, por isso, suas tentativas costumam ser bem-su-cedidas. Os autores acrescentam que é fun-damental que a saúde pública desenvolva meios de diagnosticar e tratar a depressão em idosos, buscando o mais rapidamente possível reduzir as ideações suicidas.

Diante de uma notificação de violência, uma rede de proteção à vítima deve ser acionada. Segundo Lucena, Silva, Moraes, Silva e Bezerra, essa situação demonstra a importância de ampla, integrada e eficaz rede inter setorial, que inclui casas-abrigo, centros de referência e reabilitação, defen-sorias e delegacias de mulheres, conselhos tutelares, conselho do idoso, secretarias de saúde, de planejamento e de assistên-

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cia social para que possam ser assumidos contornos relevantes para a garantia da integralidade e da efetividade do atendi-mento as pessoas em situação de violên-cia. Destaca-se, ainda, o papel fundamen-tal da Estratégia Saúde da Família (ESF) no reconhecimento dos casos de violência, considerando que esses profissionais pos-suem um importante elo com as famílias, são, assim, pontos de apoio focal na identi-ficação da violência dentro do domicílio e na proposição de ações de intervenção no âmbito do setor saúde (GUEDES, FONSECA e EGRY 2013).

A notificação é um importante instru-mento de informação, e não um meio de denúncia e punição. Notificar casos de violência é fundamental como ferramenta para o combate à violência, uma vez que subsidia o planejamento e a tomada de decisões, necessários para desencadear

ações/intervenções em vários níveis. Ao tornar público um fenômeno que acontece no privado, torna-se possível perceber que são mais comuns do que se imagina, mas não podem ser ignorados ou banalizados. O setor saúde, além da tradição de preven-ção, tem a ótica do cuidado como ethos, no que se diferencia da práxis da segurança pública, que visa a reprimir crimes e contra-venções. Essa tradição do cuidado e da pre-venção pode fazer toda a diferença!

A compreensão da violência como problema de saúde pública é essencial para que os profissionais de saúde estejam sensibilizados e conscientizados da impor-tância da notificação, da quebra de para-digmas e do treinamento contínuo para a identificação de situações de violência, de forma a proteger a vítima que sofre algum tipo de agressão.

O Inquérito VIVA

A cada três anos, no mês de setembro, acontece no país o VIVA Inquérito – Vigi-lância de Violências e Acidentes. É uma pesquisa realizada em todas as capitais brasileiras e alguns municípios seleciona-dos. A coleta de dados é feita por meio de entrevistas com os usuários do SUS, víti-mas de acidentes e violências, que bus-cam atendimento nos serviços de urgên-cia/emergência.

Essa pesquisa é realizada pelo Minis-tério da Saúde, desde 2007, com apoio das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde e as informações obtidas são de fundamental importância para subsidiar a Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis (DANT).

Em Belo Horizonte, o último inquérito

foi em 2017 e ocorreu nas seguintes uni-dades: Hospital Municipal Odilon Behrens (HMOB), Hospital João XXIII, Hospital Riso-leta Tolentino Neves (HRTN) e UPA Barrei-ro. A meta de entrevistas para cada capital era duas mil entrevistas, e no ano passado foram realizadas em BH 2.666.

Os principais objetivos do VIVA Inquérito são: descrever o perfil epidemiológico das vítimas de violência e acidentes atendidas em unidade de urgência e emergência; des-crever o perfil do provável autor da agres-são; identificar fatores de risco e de prote-ção; propor medidas específicas e elaborar políticas públicas de vigilância, prevenção, promoção da saúde e cultura da paz.

Os dados estão em fase de consolida-ção e análise e em breve serão publicados.

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Referências bibliográficas

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