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Boletim Informavo da Associação dos Trabalhadores em Educação do Município de Porto Alegre - Março de 2015 mobilização, que antecedeu o Ato Público Classista e Independente contra os ata- ques dos Governos Dilma, Sartori e Fortunati à classe trabalhadora, foi aprovada, por una- nimidade, em Assembleia Geral do SIMPA, no dia 5 de março. Os servidores municipais estão mo- bilizados para impedir que o governo Fortunati imponha o pagamento de abono como forma de correção do efei- to cascata. Os trabalhadores exigem uma proposta que não resulte em per- das salariais nem agora, nem no futuro da carreira. “Não estamos pedindo ne- nhum centavo a mais, muito pelo con- trário, nossa campanha é para manter o salário que conquistamos através de muita luta. Lutamos por Nenhum Cen- tavo a Menos”, enfatiza Arine Cougo, diretora da Atempa. O ano de 2014 foi de muita luta, marcado pela greve geral dos muni- cipários e por diversas mobilizações da campanha “Nenhum Centavo a Menos”. A categoria fechou o ano em vigília no Paço Municipal, onde os ser- vidores ficaram acampados por vários dias em barracas e tendas. Sem descan- so, os servidores iniciaram 2015 em alerta, participando de plenárias na Câ- mara dos Vereadores, exigindo audiên- “NENHUM CENTAVO A MENOS” cias públicas e ocupando mais uma vez o Paço Municipal. A tentativa do governo Fortunati (PDT) de retirar direitos dos traba- lhadores não é uma situação isolada e exatamente por isso, a categoria se uniu a outros setores para gritar nas ruas por seus direitos. O atual go- vernador do estado, José Ivo Sartori (PMDB), iniciou seu mandato com cortes no serviço público e amea- ça de parcelamento de salários. Já a presidenta Dilma Rousset (PT) aprova medidas provisórias e ajus- tes fiscais que atacam os direitos dos trabalhadores e garantem lucro dos banqueiros e rentistas. Os trabalha- dores estão sendo obrigados a pagar a conta da crise e dos desmandos A Em 2015, a principal palavra de ordem dos trabalhadores em educação do município connuará a ser “Nenhum Centavo a Menos”. Para garanr que nenhum direito seja rerado, centenas de servidores parciparam, no dia 12 de março, de Ato Público no Paço Municipal. dos governos, enquanto mantém-se os privilégios aos empresários.. Vivemos uma conjuntura polari- zada em que setores da direita reacio- nária tentam garantir seus privilégios. “Somos contrários ao impeachment da Dilma, mas isso não significa que temos que ficar calados peran- te aos ataques do governo”, afirma Carmen Padilha, diretora do Simpa. O ato classista foi uma mobilização extremamente importante, principal- mente por unificar diversos setores da esquerda e entidades que histori- camente lutam pelos direitos dos tra- balhadores, completamente diferente dos protestos de uma direita golpista que quer o impeachment, movimento bancado por grandes empresários.

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Boletim

Informativo da Associação dos Trabalhadores em Educação do Município de Porto Alegre - Março de 2015

mobilização, que antecedeu o Ato Público Classista e Independente contra os ata-ques dos Governos Dilma, Sartori e Fortunati à classe

trabalhadora, foi aprovada, por una-nimidade, em Assembleia Geral do SIMPA, no dia 5 de março.

Os servidores municipais estão mo-bilizados para impedir que o governo Fortunati imponha o pagamento de abono como forma de correção do efei-to cascata. Os trabalhadores exigem uma proposta que não resulte em per-das salariais nem agora, nem no futuro da carreira. “Não estamos pedindo ne-nhum centavo a mais, muito pelo con-trário, nossa campanha é para manter o salário que conquistamos através de muita luta. Lutamos por Nenhum Cen-tavo a Menos”, enfatiza Arine Cougo, diretora da Atempa.

O ano de 2014 foi de muita luta, marcado pela greve geral dos muni-cipários e por diversas mobilizações da campanha “Nenhum Centavo a Menos”. A categoria fechou o ano em vigília no Paço Municipal, onde os ser-vidores ficaram acampados por vários dias em barracas e tendas. Sem descan-so, os servidores iniciaram 2015 em alerta, participando de plenárias na Câ-mara dos Vereadores, exigindo audiên-

“NeNhum CeNtavo a meNos”

cias públicas e ocupando mais uma vez o Paço Municipal.

A tentativa do governo Fortunati (PDT) de retirar direitos dos traba-lhadores não é uma situação isolada e exatamente por isso, a categoria se uniu a outros setores para gritar nas ruas por seus direitos. O atual go-vernador do estado, José Ivo Sartori (PMDB), iniciou seu mandato com cortes no serviço público e amea-ça de parcelamento de salários. Já a presidenta Dilma Rousset (PT) aprova medidas provisórias e ajus-tes fiscais que atacam os direitos dos trabalhadores e garantem lucro dos banqueiros e rentistas. Os trabalha-dores estão sendo obrigados a pagar a conta da crise e dos desmandos

aEm 2015, a principal palavra de ordem dos trabalhadores em educação do município continuará a ser “Nenhum Centavo a Menos”. Para garantir que nenhum direito seja retirado, centenas de servidores

participaram, no dia 12 de março, de Ato Público no Paço Municipal.

dos governos, enquanto mantém-se os privilégios aos empresários..

Vivemos uma conjuntura polari-zada em que setores da direita reacio-nária tentam garantir seus privilégios. “Somos contrários ao impeachment da Dilma, mas isso não significa que temos que ficar calados peran-te aos ataques do governo”, afirma Carmen Padilha, diretora do Simpa. O ato classista foi uma mobilização extremamente importante, principal-mente por unificar diversos setores da esquerda e entidades que histori-camente lutam pelos direitos dos tra-balhadores, completamente diferente dos protestos de uma direita golpista que quer o impeachment, movimento bancado por grandes empresários.

Março de 2015 - Página 2

os dias 10 e 11 de abril de 2015, acon-tece o Congresso Municipal de Edu-

cação, em Porto Alegre (RS). O debate definirá as diretrizes do Plano Municipal de Educa-ção (PME), que guiará toda a educação da cidade pelos pró-ximos dez anos. É fundamen-tal a presença de todas/os tra-balhadoras/es em educação do município para garantir avan-ços para as escolas públicas.

Após pressão da categoria, em dezembro do ano passado, a mobilização conquistou o direito A inscrições ilimitadas de delegada(o)s para o Con-gresso. A ATEMPA acredita que a medida fortalece a sua base, oportunizando maior participação e representativi-dade no espaço da discussão.

As/os educadoras/es tam-bém conseguiram adiar a data do Congresso, que seria em dezembro de 2014. Isso pos-sibilitou maior debate com a categoria sobre o PME. No dia 19 de março, aconteceu um

Congresso municipal de educação não terá limite de delegadas/os inscritas/os

Conselho de Representantes (CR) Ampliado. Já nos dias 27 e 28 de março, haverá um Pré-Congresso para preparar as/os educadoras/es para apresentar com profundidade as questões que envolvem o dia a dia nas escolas e a valorização das/os trabalhadoras/es no Congresso.

Os textos que subsidiarão o debate e o Regimento Inter-no do Congresso Municipal de Educação estão divididos nos seguintes eixos: Gestão Democrática, Financiamento da Educação e Valorização dos Trabalhadores, Garantia de Direitos a Educação Bási-ca para cada nível - Educação Infantil, Alfabetização, En-sino Fundamental, Educação de Jovens e Adultos (EJA), Educação Integral, Ensino Médio e Técnico e Educação Especial – e a Qualificação da Educação pela Referência do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).

O PME tem a abrangên-cia em todas as instituições de ensino do território de Porto

NMobilização vitoriosa da categoria garantiu maior representatividade para o debate

“Em 2015, queremos segurança nas escolas com presença de Guarda Municipal em todos os turnos!”

mais Guardas municipais nas escolas!Para resolver a questão

da falta de segurança nas escolas da Rede Munici-pal de Ensino, as/os edu-cadoras/es acreditam na construção de uma política preventiva, com a presença da Guarda Municipal em todos os turnos de aula. A ATEMPA vê a presença da guarda, diariamente, no lo-cal de trabalho, como uma forma de construir uma relação de diálogo e per-tencimento com a comuni-dade. Segundo o governo não é possível aplicar esta

política, pois o efetivo da Guarda Municipal de Porto Alegre está defasado. Por-tanto, defendemos que a Prefeitura convoque, ime-diatamente, concurso pú-blico para novos guardas.

Enquanto isso não acon-tece, a reivindicação da ATEMPA é de que a Guar-da Municipal possa fazer regime de horas extras para cobrir todos os turnos das escolas. Durante o ano letivo

de 2014 tivemos recorrentes agressões a professora(e)s. então buscamos o secretá-rio da Smseg e o executivo municipal. O vice - prefeito Sebastião Melo comprome-teu-se em analisar a situação e apresentar uma alternativa no prazo de 15 dias, devido à gravidade das situações ocor-ridas, entretanto não recebe-mos nenhum retorno. Não queremos que casos como esses se repitam em 2015. Vamos continuar lutando, junto a Smed e a Smseg, para obter soluções urgentes.

24 de março - Data limite para inscrição de delegados e envio de emendas27 e 28 de março – Pré-Congresso Municipal de Educação

10 e 11 de abril – Congresso Municipal de Educação

Alegre, que agrega as escolas da rede pública municipal de todos os níveis e modalidades, bem como todas as instituições privadas de educação infantil. No final de março, a Comis-são institucional do Congres-

so Municipal de Educação decidiu que as inscrições dos delegados devem ser feitas somente pelo email da escola. As inscrições continuam ilimi-tadas, mas a escola deverá en-viar a sua lista dos delegados.

No dia 13 de março, Plenária da Atempa define diretrizes para o PME

Calendário de mobilização para o PME:

Março de 2015 - Página 3

Ponto eletrônico: Imposição e

confusãoAlém da categoria não ter sido ouvida, há de-

sinformação sobre o funcionamento

implantação do ponto eletrônico num momento em que as escolas ini-

ciam o ano letivo sem ver-bas e com carência de RH expressa a concepção de gestão da SMED que prio-riza gastar recursos públicos onde não é necessário ao invés de investir nas neces-sidades reais e urgentes das escolas.

Nós trabalhadores(as) em educação trabalhamos muito e muitas vezes além da car-ga estipulada atendendo alu-nos(as) e comunidade. Não somos contra o ponto ele-trônico porque ele “contro-la” nosso horário, mas, sim porque não contribui com a qualificação do trabalho pe-dagógico nas escolas.

Nossas demandas reais são: segurança nas escolas, RH completo e qualificação da informática para o traba-lho pedagógico. Queremos investimentos que tragam retorno pedagógico à co-munidade escolar e não que priorizem o controle desne-cessário de nossa carga horá-ria, pois temos compromisso com nossos alunos e nossas comunidades.

Além disso, cria mais uma tarefa burocrática para as di-reções que já possuem uma carga grande de responsabi-lidades administrativas, re-duzindo ainda mais o tempo para as questões pedagógicas.

A implantação do pon-to eletrônico é prioridade para educação? Com certeza NÃO !!!

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Professora(e)s estão per-dendo seus direitos e sofren-do retaliações por problemas de saúde. Perda de regência de classe e de regime de tra-balho são algumas das arbi-trariedades que atingem a(o)s servidora(e)s licenciada(o)s.

Atualmente, usufruir da LTS tem se constituído um prejuízo à vida funcional, em função da desconside-ração com os critérios de RH adotados e discutidos nas escolas. A ATEMPA já procu-rou a Secretaria de Educa-ção para denunciar casos de abuso, mas não obteve res-posta satisfatória. Enquanto isso, professora(e)s sofrem cotidianamente em função do desrespeito a um direito que faz parte do Estatuto dos Servidores Municipais.

Licença é um direito nosso!

Não estamos aqui a de-fender aqueles casos de descomprometimento com o trabalho. O que de fato tem acontecido é que a(o)s colegas que ficam doen-tes são estigmatizada(o)s, discriminada(o)s e ado-ecida(o)s pela total falta de apoio numa situação de dificuldade. Além disso, nas situações em que a LTS atinge sábados letivos ou de formação, a Smed, sob o argumento de que eles se constituem como anteci-pação do mês de fevereiro, tem orientado para que sejam recuperados esses dias no recesso, punindo os doentes! O servidor em LTS está em efetivo exercício, portanto essa cobrança é in-devida e ilegal.

A ATEMPA tomou conhecimento, que professores, que tives-sem faltado nos dias de formação e nos sábados letivos te-riam que recuperá-los, ainda que em Licença Saúde, Licença Prêmio ou Licença Saúde de Familiar. Ora, as referidas licenças constituem-se em efetivo exercício do cargo, e os professores que por ventura, tiverem faltado nos dez turnos de formação e ou nos sábados letivos, não poderão em hipótese alguma, serem convocados no perío-do de recesso, correspondente ao número de dias de forma-ção e ou sábado letivo em que não compareceram.Acresça-se que as referidas faltas justificadas nos dias de for-mação e ou sábados letivos não se constituem em afronta aos preceitos contidos na Lei de Diretrizes e Bases, pois há lei local que assegura ao servidor o gozo destas licenças sem a devida recuperação.

Dispõe o art. 76 da Lei Complementar 133 de 1985: Art. 76- Será considerado de efetivo exercício o afastamento em virtude de: (...)XVI- licenças:Prêmio;À funcionária gestante;À funcionária adotante, nas formas do art. 154 e 154 A:Por acidente em serviço, agressão não-provocada no exercí-cio de suas atribuições ou doença profissional;Para tratamento de saúde:;Nos casos dos incisos I, II e III do art. 151;Para concorrer a mandato eletivo federal, estadual ou muni-cipal; Paternidade; Ao funcionário adotante;Logo, os professores que gozaram do benefício das licen-ças não devem ser convocados no período de recesso para recuperação.

Parecer jurídico

Março de 2015 - Página 4

ano de 2014 ain-da não acabou para as trabalha-doras terceiriza-

das da Se cre taria Municipal de Educação (Smed). Das 900 funcionárias contratadas pela Cootrario, empresa que decretou falência em dezem-bro passado, menos de 60% receberam o pagamento par-cial das rescisões de contra-to de trabalho e, nem todas, conseguiram garantir o se-guro desemprego. Após forte mobilização, as trabalhadoras da cozinha e dos serviços ge-rais das escolas municipais de Porto Alegre receberam

da Smed um documento com-pro vando o depósito do Fun-do de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), no valor de R$ 66.230,00. Porém, na Cai-xa Federal são comunicadas que não existe nenhum paga-mento referente ao fundo. O sumiço do dinheiro está sen-do investigado na justiça. As trabalhadoras entraram com ação no Ministério do Traba-lho, através do advogado do sindicato da categoria.

As situações de exploração das trabalhadoras e dos traba-lhadores terceirizadas/ os da Prefeitura Municipal são re-correntes . Desvios de função,

assédio moral e contratos sem licitação fazem parte da lista de arbitrariedades denuncia-das pela categoria.

A ATEMPA defende a rea-lização de concurso para todo

No dia 8 de março, a ATEM-PA participou de um ato clas-sista e independente, no Par-que da Redenção, junto com coletivos e entidades políticas, para reforçar a luta por direitos no Dia Internacional da Mulher. A luta das mulheres é todo dia e deve avançar mais!- Fim da violência contra as mulheres ;- Contra todas as formas de vio-lência física e moral exercida contra as mulheres.- Pela manutenção e ampliação

Medidas de retrocesso à emancipação da mulher, adotadas pelos governos, não serão aceitas

Concurso Público para serviços terceirizados pela smed

O

trabalhadoras da educação pedem por mais direitos no Dia da mulher

Boletim

Associação dos Trabalhadores em Educação do Município de Porto Alegre

Jornalista responsável: Marcela Brandes. Textos: Mariana Pires e Marcela Brandes. Projeto gráfico e diagramação: Marcelo Souza. Impressão: RML Gráfica - Tiragem: 2.500 exemplares.

Endereço: Praça Osvaldo Cruz, 15, sala 1108, Edifício Coliseu www.atempa.com.br - [email protected]: (51) 3228.0215 (fax) - 3286.7370 - 3286.7374

Não cumprimento de direitos trabalhistas mostra fragilidade do serviço privado nas escolas

da Lei Maria da Penha.- Contra a exploração sexual e o tráfico de mulheres e crianças.- Salário igual para trabalho igual para negros e brancos, para homens e mulheres.- Contra a perda de direitos sociais e trabalhistas.- Por uma educação laica para decidir, anticoncepcional pa ra não abortar e aborto legal e seguro para não morrer.- Pela imediata ampliação da rede de Educação Infantil.- Licença maternidade de 6

meses, rumo a um ano.- Licença paternidade de 40 dias, rumo a seis meses.- Desarquivamento do PLC 122/06, que criminaliza a ho-

o serviço público!Chega de exploração

das funcionárias terceiri-zadas! Che ga de precariza-ção do trabalho! Concurso Público já!

mofobia.- Manutenção da Secretaria Estadual de Políticas para as mulheres, extinta pelo governo Sartori.

Ato Classista e Independente pelo Dia Internacional da Mulher

Terceirizadas da Smed em mobilização pelos seus direitos em Porto Alegre

Assembleia da Educação26 de março, às 18h30min, no SIMPA

Pauta: Efeito Cascata | Data-base | Congresso Municipal de Educação | Eleição CME