boletim clg 8

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Artigo Boletim CLG ASSOCIAÇÃO DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE 9 a 16 de julho de 2012 8 gorias e deixar para decidir no último tempo de fechar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), com o objetivo de desmoralizar a greve”, disse o professor Antônio. Ainda não há data agendada para apresentação de proposta de negociação por parte do governo. O SINTUFS, outra classe de trabalhadores em greve presente no ato, está com as atividades paralisadas a mais de 15 dias. “O motivo dessa mobilização na entrada da UFS é levar o conhecimento do descaso do governo Dilma com os servidores federais. Barramos a entrada na universidade para causar impacto e fortalecer a luta cada vez mais”, afirmou a presidenta do sindicato, Edjanária Borges. Ainda não há sinalização de agenda- mento de reunião entre a categoria e o governo. Para o estudante da UFS Bergson Marinho, membro do COMEC e da Assembleia dos Estudantes Livres (ANEL), o ato é um momento único que representa um avanço em Sergipe e deve se realizar com mais frequência no estado. “Os estudantes estão parti- cipando desse movimento para apoiar a reestruturação do Plano de Carreira do Pro- fessor. A nossa pauta política inclui também o direcio- namento de 10% do PIB para a educação já e a luta contra a precarização promovida pelo REUNI”, disse Bergson. Aconteceu na manhã da terça-feira, 4 de julho, o 1º Ato Unificado de Greve em Defesa da Qualidade dos Serviços Públicos, promovido pela ADUFS, SINTUFS, SINASEFE e COMEC (Comando de Mobilização Estudantil da UFS). O evento contou com um café da manhã e o fechamento dos portões da UFS como forma de chamar a atenção da sociedade para a causa dos servidores federais em greve, incluindo professores e técnicos. O ato teve como objetivo fortalecer e unificar a luta pela qualificação da educa- ção pública brasileira. “Esta- mos unindo forças com as demais categorias do serviço público para que o governo apresente não só uma resposta para a nossa pauta individual, mas que converse com os demais segmentos também”, afir- mou o presidente da ADUFS, prof. Antônio Carlos. “O movimento está forte. Prova disse é a Marcha que ocor- rerá em Brasília de 18 a 20 de julho e a Plenária dos Ser- vidores Públicos Federais, no dia 20 de julho, para deci- dir pela deflagração da greve geral do serviço público”. Sobre o silêncio do governo, os professores federais entendem que essa ausên- cia de diálogo demonstra fal- ta de compromisso e respei- to com os trabalhadores e alunos. “Uma estratégia do governo é negociar indivi- dualmente com as cate- Servidores federais realizam Ato Unificado em frente à UFS Dilma Rousseff atenda as reivindicações dos professores. p.5 CLU realiza atividade em Itabaiana p.3 Entrevista sobre formação politica p.4

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O Boletim CLG é um periódico do Comando Local de Greve da ADUFS com informações sobre o movimento grevista dos professores federais da UFS

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Page 1: Boletim CLG 8

Artigo

Boletim CLG

ASSOCIAÇÃO DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

9 a 16 de julho de 20128

gorias e deixar para decidir no último tempo de fechar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), com o objetivo de desmoralizar a greve”, disse o professor Antônio. Ainda não há data agendada para apresentação de proposta de negociação por parte do governo.

O SINTUFS, outra classe de trabalhadores em greve presente no ato, está com as atividades paralisadas a mais de 15 dias. “O motivo dessa mobilização na entrada da UFS é levar o conhecimento do descaso do governo Dilma com os servidores federais. Barramos a entrada na universidade para causar impacto e fortalecer a luta cada vez mais”, afirmou a presidenta do sindicato, Edjanária Borges. Ainda não há sinalização de agenda-mento de reunião entre a categoria e o governo.

Para o estudante da UFS Bergson Marinho, membro do COMEC e da Assembleia dos Estudantes Livres (ANEL), o ato é um momento único que representa um avanço em Sergipe e deve se realizar com mais frequência no estado. “Os estudantes estão parti-cipando desse movimento para apoiar a reestruturação do Plano de Carreira do Pro-fessor. A nossa pauta política inclui também o direcio-namento de 10% do PIB para a educação já e a luta contra a precarização promovida pelo REUNI”, disse Bergson.

Aconteceu na manhã da terça-feira, 4 de julho, o 1º Ato Unificado de Greve em Defesa da Qualidade dos S e r v i ç o s P ú b l i c o s , promovido pela ADUFS, SINTUFS, SINASEFE e COMEC (Comando de Mobilização Estudantil da UFS). O evento contou com um café da manhã e o fechamento dos portões da UFS como forma de chamar a atenção da sociedade para a causa dos servidores federais em greve, incluindo professores e técnicos.

O ato teve como objetivo fortalecer e unificar a luta pela qualificação da educa-ção pública brasileira. “Esta-mos unindo forças com as demais ca tegor ias do serviço público para que o governo apresente não só uma resposta para a nossa pauta individual, mas que converse com os demais segmentos também”, afir-mou o presidente da ADUFS, prof. Antônio Carlos. “O movimento está forte. Prova disse é a Marcha que ocor-rerá em Brasília de 18 a 20 de julho e a Plenária dos Ser-vidores Públicos Federais, no dia 20 de julho, para deci-dir pela deflagração da greve geral do serviço público”.

Sobre o silêncio do governo, os professores federais entendem que essa ausên-cia de diálogo demonstra fal-ta de compromisso e respei-to com os trabalhadores e alunos. “Uma estratégia do governo é negociar indivi-dualmente com as cate-

Servidores federais realizam Ato Unificado em frente à UFS

Dilma Rousseff atenda as

reivindicações dos professores.

p.5

CLU realiza atividade em Itabaiana

p.3

Entrevista sobre formação

politica p.4

Page 2: Boletim CLG 8

Editorial

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EXPEDIENTEDIRETORIA 2010-2012 - GESTÃO ‘‘A LUTA CONTINUA’’Presidente: Antônio Carlos Campos; Vice-presidente: Marcos Antônio da Silva Pedroso;Secretária: Manuela Ramos da Silva;Diretor Administrativo e Financeiro: Júlio Cesar Gan-darela Resende; Diretor Acadêmico e Cultural: Fernando deAraújo Sá. Suplentes: Sonia Cristina Pimentel de Santana e Carlos Dias da Silva JuniorBoletim produzido pela ADUFS - Seção Sindical dos Docentesda Universidade Federal de Sergipe do Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino SuperiorEndereço: Av. Marechal Rondon, s/n, bairro Rosa Elze, São Cristóvão-SE Jornalismo: Raquel Brabec (DRT-1517) Estagiário em Design Gráfico: Fernando CaldasColaboração texto e imagem: Pedro AlvesO conteúdo dos artigos assinados é responsabilidade dosautores e não corresponde necessariamente à opinião da diretoria da ADUFS Contato ADUFS: Tel.: (79) 3259-2021E-mail: adufs@infonet .com.br Site: http://www.adufs.org.brN° de Tiragem: 1000 exemplares

Depois de mais de 45 dias de greve, o governo federal ainda não apresen-tou nenhuma proposta de negocia-ção para os docentes das universida-des públicas, apostando no desgaste do movimento. Contudo, somente com ações incisivas que deem v i s ib i l i dade à g reve é que conseguiremos forçar o governo a se movimentar para atender nossas reivin-dicações. Assim, nessa última semana, efetuamos também uma mob i l i zação no Campus de Itabaiana, com ampla participação de toda a comunidade univer-sitária.

Talvez a grande novidade dessa greve seja o surgi-mento de novas lideranças para o movimento docente da UFS, que perceberam, na carne, a intensificação do trabalho a que estamos s u b m e t i d o s c o m a expansão das matrículas sem a cor-respondente expansão do quad ro p e s s o a l e m n o s s a s universidades.

Não podemos esmorecer na luta em defesa da Univer-sidade Pública, Gratuita e de Qualidade Social. Todos à luta pela reestruturação da car re i ra docente das federais e por melhores condições de trabalho nas universidades.

A greve dos professores e técnicos administrativos das universidades públicas federais representa, neste momento histórico, a possibilidade de repensarmos o modelo atual de univers idade defendido pelo Governo Federal, que é a conti-nuidade do projeto neoliberal de gestão forjado na década de 1990. As diversas tentativas gover-namentais de quebrar os laços de solidariedade entre os segmentos universitários, com a precarização e terceirização do trabalho docente e técnico-administrativo e suas consequências nefastas para a vida acadêmica, visavam enfraquecer nossa capacidade de lutar, conjun-tamente, em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade social. Essa greve demonstrou que a união faz a força, como pudemos perceber no ato unificado de greve em defesa da qualidade dos serviços públicos, organizado pelos coman-dos de greve da Universidade Fede-ral de Sergipe e Instituto Federal de Sergipe. O sucesso dessa ação política do setor da Educação consolida nossa pauta conjunta que reivindica os 10% do PIB para a educação pública, o combate à privatização da previdência no serviço público e dos hospitais universitários. Nesse sentido, é urgente e necessário o debate sobre a greve geral do serviço público federal, que pode ser construída a partir da Plenária dos Servidores Públicos Federais no próximo dia 20 de julho em Brasília.

Chargeda

semana

Depois de mais de 45 dias de greve, o governo federal ainda não apresen-tou nenhuma proposta de negocia-ção para os docentes das universida-des públicas, apostando no desgaste do movimento. Contudo, somente com ações incisivas que deem v i s ib i l i dade à g reve é que conseguiremos forçar o governo a se movimentar para atender nossas reivin-dicações. Assim, nessa última semana, efetuamos também uma mob i l i zação no Campus de Itabaiana, com ampla participação de toda a comunidade univer-sitária.

Talvez a grande novidade dessa greve seja o surgi-mento de novas lideranças para o movimento docente da UFS, que perceberam, na carne, a intensificação do trabalho a que estamos s u b m e t i d o s c o m a expansão das matrículas sem a cor-respondente expansão do quad ro p e s s o a l e m n o s s a s universidades.

Não podemos esmorecer na luta em defesa da Univer-sidade Pública, Gratuita e de Qualidade Social. Todos à luta pela reestruturação da car re i ra docente das federais e por melhores condições de trabalho nas universidades.

Filme e debate:

Depois de mais de 45 dias de greve, o governo federal ainda não apresen-tou nenhuma proposta de negocia-ção para os docentes das universida-des públicas, apostando no desgaste do movimento. Contudo, somente com ações incisivas que deem v i s ib i l i dade à g reve é que conseguiremos forçar o governo a se movimentar para atender nossas reivin-dicações. Assim, nessa última semana, efetuamos também uma mob i l i zação no Campus de Itabaiana, com ampla participação de toda a comunidade univer-sitária.

Talvez a grande novidade dessa greve seja o surgi-mento de novas lideranças para o movimento docente da UFS, que perceberam, na carne, a intensificação do trabalho a que estamos s u b m e t i d o s c o m a expansão das matrículas sem a cor-respondente expansão do quad ro p e s s o a l e m n o s s a s universidades.

Não podemos esmorecer na luta em defesa da Univer-sidade Pública, Gratuita e de Qualidade Social. Todos à luta pela reestruturação da car re i ra docente das federais e por melhores condições de trabalho nas universidades.

São Paulo, 1978. Três chapas disputam a direção do maior sindicato operário da América Latina até então. Presidido por um pelego desde o golpe militar de 1964. Em meio as eleições explodem as primeiras greves operárias que iriam dar uma nova configuração a situação política e eco-nômica do Brasil. O filme é um marco no c inema documental brasileiro, em narrativa envolvente e ao estilo "cinema verdade", vai mostrando como funciona o a e s t r u t u r a s i n d i c a l brasileira, de inspiração fascista.Dirigido por dois estudantes de ciências sociais da USP, é também o primeiro trabalho cinema-tográfico sobre as primeiras greves ocorridas em São Paulo, 10 anos depois da decretação do AI 5. Um filme que nos situa num momento importante da história do Brasil e que ainda h oje tem repercussão nas lutas sociais e questiona os rum os do movimento operário brasileiro, parte dele nos esquemas governamentais contemporâneos. Uma "aula magna" de h is tór ia e sociologia sobre um Brasil q u e t e i m a v a e m s e r “moderno” numa ditadura militar...

CONVITE ABERTOCINE GREVE UNIFICADO

DATA:4 DE JULHO HORA: 15hLOCAL: AUDITÓRIO DA ADUFS

Page 3: Boletim CLG 8

Nº8

Comando Unificado de Greve realiza atividade no campus de Itabaiana

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Membros do Comando Unificado em palestra em Itabaiana

‘‘Educação Neoliberal e a Greve’’. Este foi o tema do debate ocorrido na quinta, 5, no Campus de Itabaiana da Universidade Federal de Sergipe (UFS). A atividade fez parte do calendário de greve unificado entre estudantes, técnicos e professores da UFS. Com objetivo de enfatizar o movimento de greve e aprofundar as discussões acerca da Educação Pública no Brasil, o debate contou a grande participação de estudantes e professores do campus.

A mesa de debate foi formada pela p r o f e s s o r a S o n i a M e i r e , representante do Comando Local de Greve (CLG) , Lucas Gama, representante do SINTUFS, Patrick Hallan, representante da ANEL e Claúdia Kakaka, representante do Comando de Mobilização Estudantil da UFS.

Segundo Lucas Gama, representante do sindicato dos trabalhadores técnicos da UFS, debater as relações entre o Neoliberalismo e a Greve na Educação é fundamental para compreender o que está por trás do projeto do Governo. "O projeto neoliberal abraçado pelo governo Lula e continuado pelo governo Dilma é um dos motivos que nos levou a greve. O neoliberalismo impulsiona cada vez mais a privatização do setor público. A nossa luta é para além das conquistas de condições salariais e plano de carreira, a nossa greve é em defesa do serviço público", afirma.

A estudante de Ciências Sociais e bolsista da UFS, Claúdia Katy, afirma

que as Universidades Federais não conseguem assegurar o direito de permanência dos estudantes. "O projeto do Governo de ampliar as vagas das Universidades entra em contradição direta com a impos-sibilidade de garantir a permanência dos estudantes nas instituições, princi-palmente os estudantes oriundos da classe trabalhadora. É preciso garantir uma assis-tência estudantil capaz de possibilitar a entrada e permanência dos estudantes", afirma.

Para o representante do Comando Nacional de Greve Estudantil e estudante da UFS, Patr ick, a precarização das Universidades se aprofundou principalmente a partir de 2008. "Foi nesse ano, com a aprovação do REUNI, que a precarização se intensif icou nas Universidades

Públicas. É fundamental que continuemos fortalecendo a unidade entre os setores em defesa da Educação, principalmente porque há uma proposta clara de privatização gradativa da Educação Pública no Brasil".

Para a professora Sonia Meire, representante do CLG, há um aprofundamento claro dos ataques do capitalismo na Educação. "O neoliberalismo é mais uma arma de ataque do capitalismo a nós trabalhadores. É preciso que caminhemos juntos em defesa dos nossos direitos e em defesa da Educação Pública. A greve mostra m a i s u m p a s s o d a n o s s a organização e resistência", afirma.

Page 4: Boletim CLG 8

O professor José Hunaldo Lima, do Departamento de Geografia do campus de Itabaiana, teve a oportunidade de representar a ADUFS em Brasília, de 11 a 25 de junho, na construção dos eventos realizados pelo Comando Nacional de Greve do ANDES-SN. Em entrevista para o Boletim CLG, ele fala sobre sua experiência ao participar das atividades do sindicato nacional e o conhecimento político adquirido nesse período.

Boletim - Como foi atuar dentro do sindicato nacional nas mobilizações de greve?

Hunaldo – Trabalhei esses dias principalmente na comissão de Infraestrutura, organizando a logística para reuniões e atividades em f rente ao Min is tér io do Planejamento. Fui o terceiro representante a viajar para Brasília para participar das atividades do sindicato. Na manhã do dia 19 de junho, data da reunião do governo com os professores, nós fizemos uma atividade de agitação em frente ao ministério com participação dos professores da UNB. Foi um momento muito importante para m o s t r a r m o s n o s s a f o r ç a e indignação com a postura do governo em não negociar com a categoria. Um exemplo da falta de propostas foi a atitude de desmarcar em cima da hora as reuniões com o CNG do ANDES.

Algo que aprendi nesse tempo em Brasília foi a importância de trabalhar em grupo. Também me chamou a atenção o engajamento dos

Entrevista

p r o f e s s o r e s participantes. Durante a s r e u n i õ e s , f o i e n f a t i z a d a a necessidade de maior aproximação entre os setores durante esse período de greve. Na voz do governo, o movimento está se fragilizando, mas para mim é o contrário: a cada dia percebi lá a chegada de novos d e l e g a d o s , n o v a s universidades não só do nosso sindicato envian-do representantes. Vejo um aumento de partici-pação de pessoas que querem entrar no movimento por estarem insa-tisfeitas com o discurso outro sindicato e com o governo.

Boletim - Qual a importância da participação dos professores em eventos como esse?

Hunaldo – Quando saí de Aracaju fui com a intenção de participar do movI-imento de greve. Mas, ao chegar lá, passados os 15 dias, percebi que também tive acesso a uma formação política essencial na carreira do pro-fessor, através das reuniões, discussões, experiência prática do funcionamento do Comando Na-cional de Greve. Não foi um conhecimento adquirido apenas enquanto membro de sindicato, mas

enquanto docente: entender o movimento partidário, o movimento de base, o funcionamento dos processos, discutir posições políticas com aprofundamento. Um exemplo disso é que tínhamos reuniões para definir documentos, notas de repúdio e respostas a determinados aconte-cimentos, e todos os delegados

tinham direito a contribuir na construção do texto. Tudo era muito bem pensado e discutido antes de ser divulgado. Ocorreu uma troca bem interessante de infor-mações. Os professores com mais anos de luta transmitiam seus conhe-cimentos, enquanto os mais jovens traziam as

novas perspectivas. Essa formação política é necessária não apenas no momento de greve, mas para toda vida, e recomendo a todos os professores.

‘‘Foi um momento muito importante para mostrarmos

nossa força e indignação’’

Por assim entender, o Grande Oriente de Sergipe – GOS, Entidade filiada à Confederação Maçônica do Brasil – COMAB, composto pelas suas lojas Maçônicas Fênix, Estrela do Rio Sergipe e Renascer, respaldado por seus Veneráveis Mestres e demais membros, vem apresentar publica-mente nosso manifesto de apoio à greve dos docentes das Instituições Federais de Ensino, em especial ao movimento dos professores da Univer-sidade Federal de Sergipe, ao tempo em que estamos envidando todos os esforços possíveis para que alcancem êxito em seu processo de negociação com o governo.

Evanildo Vasco VianaSoberano Grão MestreGrande Oriente de Sergipe

A Maçonaria é uma asso-ciação fraternal e filosófica de homens livres, que se empe-nha em contribuir para o aperfeiçoamento de uma sociedade mais justa, o que invariavelmente depende da implementação de uma boa educação aos seus cidadãos.

Entendemos que o crescimento sério e o desenvolvimento sustentável de um país só se dão através de uma educação de qualidade ao seu povo, o que só acontece com professores bem remunerados e com condições de trabalho adequadas para o bom e pleno exercício de suas atividades docentes.

Moção de apoio

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Prof. Hunaldo Lima

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Após 40 dias de greve das Instituições Federais de Ensino, a greve ampliou-se, está fortalecidae envolve hoje 95% das IFE. Nosso movimento defende justíssimas reivindicações por carreira única, elevação do patamar salarial e condições de trabalho. A greve tem a solidariedade e o apoio da classe trabalhadora que quer, sim, ver seus filhos inseridos em um sistema nacional de educação públ ica, gratui ta, la ica, de q u a l i d a d e e s o c i a l m e n t e referenciada, direito de todose dever do Estado.

O fato do governo Dilma não ter apresentado proposta de carreira para negociação com os docentes até a presente data deixa evidente uma politica que não alterou seus rumos de tratar com austeridade os trabalhadores e os serviços públicos, nos marcos da reforma de Estado iniciada nos governos Collor e Itamar, e continuada nos governos FHC, Lula e Dilma.O governo Dilma está compro-metido com o arrocho salarial e o corte de gastos sociais, e embora não se mostre disposto a atender as reivindicações dos servidores públicos por carreira, reajuste salarial e melhores condições de trabalho, atende, sim, os setores ligados ao capital, seja por meio de subsídios, financiamento público e isenções fiscais, seja gastando mais de 45% do orçamento da União com o pagamento de juros e amortizações do sistema rentista da dívida pública.

Num quadro em que os docentes das IFE estão entre as categorias com os mais baixos salários do serviço público, o sistema federal de educação no Brasil expandiu-se em bases orçamentárias insufi-cientes e sem autonomia. Com is-to, aprofundou-se o processo de precarização das condições de tra-balho nas IFE, materializado na falta de docentes e técnicoad-ministrativos, na saturação ou mesmo na inexistência de infraestrutura adequada para o

ensino, a pesquisa e a extensão, bem como na intensificação crescente do trabalho dos docentes, técnico-administrativos e trabalha-dores terceirizados. A queda do financiamento per capita e a insufi-ciência de recursos para a assis-tência estudantil se expressam na degradação 2 das condições obje-tivas para a permanência dos estudantes nas instituições e a conclusão exitosa em seus cursos.A construção de pautas locais de greve no interior das instituições de ensino, levantadas por unidades nos campi expressam este quadro de precarização aguda nas IFE. Defender tais reivindicações é defender a Educação Pública no Brasil. E defender a Educação Pública de Qualidade como um direito de todos e um dever do Estado é defender, antes de tudo, uma reivindicação histórica da classe trabalhadora.

Nossa greve encontra eco cada vez maior na sociedade com a insatisfação generalizada em face da desvalorização crônica da edu-cação pública e do trabalho docente, e coloca em pauta a necessidade de defender a Educação Pública de Qualidade. A disposição dos docentes para a negociação vem sendo demonstrada nos últimos anos e chegou ao limite com o nãocumprimento de acordos e com-promissos assumidos pelo próprio governo de Dilma Rousseff.

Não aceitamos pedidos de tréguas sem atendimento as nossas reivindicações justíssimas.

Não aceitamos ataques ao direito de greve, constitucionalmente asse-gurados a todos, sejamos contra-tados permanentes, substitutos ou temporários.

Não aceitamos a repressão e o assédio contra docentes em greve, no exercício de seu direito.

Não aceitamos a quebra da autonomia da Universidade.

Não aceitaremos a desculpa do não atendimento de nossas reivin-dicações com o argumento de

imposição e de limite de prazos em re lação a Le i de D i re t r izes Orçamentárias.

Não aceitamos a desculpa da “proteção da nação da crise internacional”, quando sabemos que o que se economiza com o arrocho salarial, com os ataques aos direitos dos trabalhadores, os cortes nos gastos sociais e nos investimentos públicos em educação, saúde e outros serviços públicos de qualidade está sendo destinado para financiar

os lucros dos bancos e grandes em-presas, as arenas da Copa, as valas abertas da corrupção e o sistema rentista da dívida pública.

É pela força do movimento que a presidenta Dilma Rousseff ouvirá a voz da greve, que ao reivindicar car-reira, elevação do patamar salarial, melhores condições de trabalho, de fato exige outra politica do governo, que não siga prisioneira do sistema rentista da dívida pública e de restrições orçamentárias que não existem para os grandes capitalistas, que lucram cada vez mais com a isenção de impostos e com todo o tipo de transferência de recursos pública para a esfera privada, que hoje faltam para as IFE e o conjunto dos serviços públicos.

O tempo urge e exigimos do Governo negociações concretas e efetivas JÁ.Depois de mais de 40 dias de greve sem que o governo tenha apresen-tado qualquer proposta, a hora é de radicalizar nossa greve, reafirmar nossa pauta em defesa da educação e da valorização do trabalho docente, apostar na força da mobilização unificada crescente com os outros setores da educação e do serviço público por todo o país, denunciar com força crescente o descaso do governo com a educação e dele exigir a imediata abertura de negociações com o atendimento das reivin-dicações.

A GREVE É FORTE. A LUTA É AGORA.

DILMA ROUSSEFF ATENDA AS REIVINDICAÇÕES DOS DOCENTES, NEGOCIAÇÕES JÁ!

Nº8

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ANDES-SN

Page 6: Boletim CLG 8

Panfletagem dos estudantes em defesa da educação pública

Como parte da programação do Comando Nacional de Greve E s t u d a n t i l ( C N G E ) , o s comandos estudantis da UFS e d o I F S r e a l i z a r a m u m a panfletagem no Centro da Cidade de Aracaju, na manhã do dia 3 de julho. O intuito foi manter o diálogo com a sociedade sobre a greve federal de professores, técnicos e estudantes, ao mostrar que a educação passa por um descaso em sua condição de trabalho e estudo. Um dos motivos disso é a falta de financiamento público para a educação pública. Outro ponto referente à manifestação nacional foi o pedido de apoio à população para que o Governo Federal negocie com o CNGE, e não com a majoritária da União Nacional dos Estudantes (UNE). (Comando Estudantil UFS e IFS)

Câmara aprova MP que rea justa sa lár io de 30 categorias

04/06 - O plenário da Câmara aprovou medida provisória (MP 568), reajustando salários de 30 categorias, atingindo um total de quase 700 mil servidores ativos e inativos. Os deputados aprovaram o texto do relator da comissão mista especial, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), já sem a polêmica envolvendo a remuneração dos médicos federais. Entidades representativas dos médicos combateram o texto original da MP, afirmando que, para manter o salário atual, teriam de cumprir carga dupla de trabalho. O relator alterou a proposta do governo, criou uma tabela e s p e c í f i c a d e r e a j u s t e , mantendo a mesma condição do contrato de 20 horas semanais. (Estadão)

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