boletim Água quente - número especial

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São Carlos, junho de 2009 Informativo Especial P e n s e g r a n d e , p e n s e j u n t o , m u d e o j e i t o d e v i v e r n o m u n d o Comunicação Comunitária, Gestão de Recursos Naturais, Educação Ambiental e Mobilização Social - pensando em ações conjuntas para o futuro da Bacia do Água Quente. Saiba mais sobre uma experiência que deu certo: Projeto Água Quente!

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Boletim Água Quente - Número Especial

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Page 1: Boletim Água Quente - Número Especial

São Carlos, junho de 2009Informativo Especial

Pense grande, pense junto, mud

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do

Comunicação Comunitária, Gestão de Recursos Naturais, Educação Ambiental e Mobilização Social - pensando em ações conjuntas para o futuro da Bacia do Água Quente.

Saiba mais sobre uma experiência que deu certo:

Projeto Água Quente!

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Boletim Água Quente Especial

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Construindo a Comunicação!Carta ao Leitor!

PROJETO ÁGUA QUENTEEquipe ExecutoraCoordenadoresRenata Bovo PeresThais Troncon Rosa

EducadoresAna Laura HerreraAudrey FernandesCristiano CunhaMagaly MarquesSara Monise de Oliveira

PatrocínioPetrobras

ParceirosProjeto BrotarProjeto CESCAR

COMDEMA São CarlosPrefeitura Municipal de São Carlos

ContatosSite do Projeto: http://aguaquente.teia.org.br e-mail do Projeto:[email protected]

TEIA - Casa de Criaçãowww.teia.org.brFone/fax: (16) 3376-3110Rua Rui Barbosa, 1950, Cep 13560-330Vila Elizabete - São Carlos/SP

Organizações ParticipantesGrupo de Mães Aprendiz D. Rosa, Catequese Madre Cabrini, Coopercook, Cooperlimp, Coral Rosa Mística, CEMEI Octávio de Moura, Grupo de Coroi-nhas da Igreja São Francisco de Assis, Grupo de Oração da Capela Santa Luzia, Pastoral da Criança, Projeto Social Dona Marízia.

Boletim Água QuenteElaboração/textos: Ana Laura Herrera, Audrey Fernan-des, Daniel Marostegan e Carneiro, Gabriel De Santis Feltran, Magaly Marques, Renata Bovo Peres e Sara Monise Oliveira.Edição: Audrey Fernandes eRenata Bovo Peres.Imagens: Audrey FernandeProdução gráfica e diagramação:Diagrama [email protected]:8.000 exemplares

Nessa 11a edição do Boletim Água Quente, resolvemos

nos mexer, para melhor!, e pre-sentear nossos leitores com um

“Caderno Especial”. Com ele vocês vão relembrar algumas

das ações mais importantes do Projeto, e aqueles que não co-nhecem a caminhada do Proje-to Água Quente a fundo terão a oportunidade de conhecer todas as ações que ajudaram a

completar esta segunda edição. Isso mesmo, o Projeto Água Quente finaliza mais um ci-clo! Confira na matéria Projeto Água Quente e sua caminha-da. Na matéria A Formação de Agentes Comunitários, vocês serão apresentados aos Grupos que fizeram parte das ações do Projeto e acompanharão o pe-ríodo de formação das Agentes Comunitárias do Projeto Água Quente - e mais... na matéria União de Ações e Pessoas, se-rão apresentados a cada uma delas! Para finalizar este “Ca-derno Especial”, contamos para vocês, em primeira mão!, as ações de continuidade do Pro-jeto Água Quente com início previsto para o segundo semes-tre de 2009, unindo Comuni-cação Comunitária, Educação Ambiental, Gestão de Recursos Naturais e Mobilização Social.

Nosso intuito é arquitetar mudanças, caro leitor, para melhorar sua casa, sua vida e a relação que você mantém com o local onde elas estão inseri-das. Sua leitura, a cada uma de nossas edições, foi de máxima importância para que elas se perpetuassem e fossem escritas matérias sempre com um “gos-tinho de quero mais”! Você faz parte de cada uma das matérias elaboradas! E, para que pos-samos continuar trilhando o caminho da Comunicação Co-munitária, contribuindo para a apropriação da informação por parte de todas as comunidades, gostaríamos de continuar con-tando com sua participação nas próximas edições. Está espe-rando o que para desfrutar des-sa rica e interessante edição?!

Boa leitura!

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Junho de 2009

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Apresentamos:

O Projeto Água Quente e sua caminhada!

Em 2003, começava a história do Projeto Água Quente. Na-

quele ano, a Petrobras abria a pri-meira edição de Seleção Pública de Projetos para o Programa Petro-bras Ambiental com o tema “Água: corpos d’água doce e mar, incluin-do a biodiversidade marinha”. O Programa – que tem o objetivo de apoiar iniciativas de ONGs, uni-versidades e centros de pesquisa capazes de reduzir os riscos de destruição de espécies e habitats aquáticos ameaçados, melhorar a qualidade dos corpos hídricos e contribuir para a fixação de carbo-no e para a diminuição de emis-são de gases causadores do efeito estufa – já investiu cerca de R$ 150 milhões em projetos que abran-gem todo o Brasil, em suas mais diversas regiões. Ainda naquele ano, recebeu mais de 1.500 proje-tos enviados por organizações dos quatro cantos do país.

Um desses projetos era o Pro-jeto Água Quente, elaborado pela

Teia – Casa de Criação, uma as-sociação civil sem fins lucrativos, composta por um grupo interdis-ciplinar que desenvolve, executa, dá apoio e assessoria a projetos e pesquisas nas seguintes áreas: ur-bana e ambiental, cultura e comu-nicação, arquitetura, tecnologia e construção. Atuante na cidade de São Carlos desde 2002, a associa-ção visa à valorização da cultura, à igualdade social, à busca de me-lhor qualidade de vida e do espaço habitado. O Projeto foi elaborado em parceria com a ONG Acquavit.

O Projeto Água Quente, que é uma ação socioambiental contí-nua e permanente, realizado em uma bacia hidrográfica urbana de São Carlos, foi um dos seleciona-dos pelo Programa da Petrobras. Seu objetivo foi sempre enfren-tar o contraste de uma área com grande potencial paisagístico e comunitário e, ao mesmo tempo, com elevados impactos socio-ambientais. A proposta do Água

Quente foi colocada em prática a partir de 2005 por meio de ações educativas, mobilizadoras e de recuperação. Foram meses de pla-nejamento, execução e avaliação.

No meio do ano de 2007, a pri-meira edição com financiamen-to da Petrobras chegava ao fim e, com novos objetivos traçados, o Projeto Água Quente foi reedi-tado. As ações não pararam, e já em 2007 novas metas foram tra-çadas pela equipe de coordena-

dores e educadores de diversas áreas, sempre visando à formação, multiplicação e replicabilidade das ações, por meio de plantios, encontros, oficinas, fóruns, visi-tas e outras inúmeras atividades. Foi pensando assim que o Proje-to, agora em 2009, com o fim de sua segunda edição com finan-ciamento do Programa Petrobras Ambiental, colhe “frutos amadu-recidos” e já planeja ações para os próximos anos.

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Boletim Água Quente Especial

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Projeto Água Quente:

Plantio Urbano.

Na segunda edição do Projeto Água Quente, as ações foram di-vididas em quatro Eixos para melhor acompanhamento e con-

cretização delas. Os eixos são: Eixo de Educação Ambiental, Eixo de Gestão dos Recursos Naturais, Eixo de Mobilização Social e Eixo de Comunicação. Cada Eixo desenvolveu suas ações em parceria com o Grupo de Agentes Comunitários, com as Comunidades da Bacia, as Secretarias Municipais, Organizações Civis, Universidades, dentre outros (as). As atividades foram desenvolvidas de acordo com os ob-jetivos de cada Eixo.

Eixo de Educação AmbientalPrincipal objetivo: construir conhecimentos e desenvolver habi-

lidades necessárias para a realização de ações educativas e mobili-zadoras sobre as questões socioambientais, tendo como horizonte a formação de posturas críticas e ativas na transformação do ambiente.

O Eixo de Educação Ambiental foi o principal responsável pela formação e capacitação de Agentes Comunitários, para atuarem nos quatro cantos da Bacia do Córrego do Água Quente, trabalhando as questões ambientais de forma prática e, ao mesmo tempo, lúdica, saindo, assim, do contexto da sala de aula.

As principais atividades desenvolvidas, além do processo de forma-ção, foram: • realizaçãodecursoseoficinaseducativas;• apresentaçõesepalestrasemescolas,grupos,instituiçõesetc.;• produçãodemateriaiseducativos,entreoutras.

Eixo de Mobilização SocialPrincipal objetivo: mobilizar e fortalecer organizações locais, so-

bretudo no que diz respeito à sua representatividade e capacidade de articulação política e social.

O Eixo de Mobilização Social teve como maior desafio a formação de uma Rede entre grupos da Bacia do Córrego do Água Quente e, para isso, contou com inúmeras ações, como:• fortalecimentodeGruposComunitários;• oficinasdemobilização;• EncontrosdeGrupos;• FórunsdaBacia;• revitalizaçãodeespaçosverdes,entremuitasoutras.

Eixo de ComunicaçãoPrincipal objetivo: divulgar as ações promovidas pelo Projeto e

os conhecimentos socioambientais para diversos públicos e mídias e construir canais de comunicação populares entre os moradores da Bacia.

O Eixo de Comunicação teve como diretriz disseminar informação, conhecimento e apropriação de ferramentas de Comunicação Comu-nitária, construindo, junto com as comunidades da Bacia do Córrego do Água Quente, o Boletim Água Quente. O Boletim é um informati-vo trimestral sobre as ações do Projeto e os acontecimentos na região de interesse público.

Outras ações foram:• produçãocoletivadeBoletinsComunitários;• realizaçãodeeventosculturais;• construçãodeumsite;• ediçãodevídeosedocumentários;• elaboraçãodeartigoscientíficos;• publicaçãodereportagensemjornais,revistas,sites,rádiosetc.;• oficinasdeComunicaçãoComunitária,entreoutras.

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o passo-a-passo para o alcance dos objetivos

Plantio Agroflorestal.

Agente Comunitário apresentando o Boletim Comunitário.

Eixo de Gestão dos Recursos Naturais

Principal objetivo: construir conhecimentos e desenvolver ações necessárias para o monitoramento e a transformação das condições socioambientais da Bacia do Córrego do Água Quente e para a con-servação, recuperação e utilização responsável dos recursos naturais locais.

O Eixo de Gestão dos Recursos Naturais foi responsável por uma das atividades de maior participação da comunidade, os plantios na Área de Intervenção Direta (AID). A comunidade mostrou-se bastan-te atuante e realizou os plantios com muita alegria e “mão na terra”! A área possui significativa reserva de vegetação nativa e foi indicada para se tornar o primeiro Parque Florestal Urbano da cidade, a fim de suprir as carências por espaços coletivos de lazer da população local, além da preservação do ambiente natural.

As principais atividades desenvolvidas foram: • diagnósticosdecampo/ambientais;• elaboraçãodemapasambientais;• realizaçãodeplantiosagroflorestais;• realizaçãodeplantiosurbanos;• mapeamentosderiscos;• oficinasdemudas,entreoutras.

Coordenação do Projeto Água Quente

A equipe de coordenadores do Projeto Água Quente coordena os Eixos para que tudo saia como planejado, além de ser responsável por apresentar os resultados das ações e por ficarem atentos à participa-ção em prêmios, concursos e editais, buscando, assim, mais recursos para a continuidade das ações.

Como estratégia central, o Projeto Água Quente trabalha com um grupo de Agentes Comunitários, formado por moradores e usuários da Bacia, representantes ou não de grupos organizados. A intenção é que os Agentes Comunitários atuem na interface entre o Projeto, os grupos participantes e a população dos bairros situados em seu raio de ação direta, bem como entre os diversos setores da sociedade civil e os atores envolvidos na conservação ambiental do município e região.

E isso é só um pouquinho de todas as ações!!

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Boletim Água Quente Especial

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Grupos: união de ações e pessoas

Grupos participantes durante atividade de maquete.

A Bacia Hidrográfica do Córre-go do Água Quente está loca-

lizada em uma área de expansão urbana periférica, progressiva-mente ocupada por loteamentos populares. Trata-se de uma área com impactos socioambientais significativos, decorrentes do uso e ocupação inadequados, e relacionam-se, principalmente, à erosão do solo, poluição da água, perda de cobertura ciliar, áreas de risco e segregação socioespacial imposta às suas comunidades.

A Bacia ocupa uma área de 12,5 km2 e tem uma população de, aproximadamente, 40 mil pessoas distribuídas, principalmente, em sua área urbana ocupada por 18 bairros.

É nessa região que existe a maior abundância de recursos naturais da cidade com alto grau de alteração e comprometimento

Benedita Rosa, moradora do Cidade Aracy II, represen-tante do Coral Rosa Mística. Atuou no Eixo de Gestão de Recursos Naturais e lembra exatamente “onde plantou e qual muda plantou”. Uma pa-lavra: contribuir.

Luzia Gabriel, moradora do Jardim Gonzaga, represen-tante da Cooperlimp. Atuou no Eixo de Mobilização Social, contribuindo com a realização dos Encontros e Fóruns. Uma palavra: conscientizar.

Sônia M. de Paula, mora-dora do Cruzeiro do Sul, re-presentante da Catequese Ma-dre Cabrini. Teve importante atuação no Eixo de Comuni-cação Comunitária. Uma pa-lavra: conhecimento.

Leonilda M. Skuarzini, moradora do Jardim Monte Carlo, representante do Grupo de Oração da Capela Santa Lu-zia. Atuou no Eixo de Gestão de Recursos Naturais, tendo a oportunidade de participar do Plantio Urbano realizado em sua rua. A casa dela foi uma das casas que acolheram uma muda na calçada. Uma pala-vra: aprender e ensinar.

Maria Helena R. da Silva, moradora do Jardim das Flo-res, representante da Pastoral da Criança. Atuou no Eixo de Gestão de Recursos Naturais. Teve experiência, junto com as demais Agentes, de elaborar e ministrar atividades para alu-nos de escolas próximas à Ba-cia. Uma palavra: experiência de vida.

Maria Rosa Fernandes, moradora do Antenor Garcia, representante do Grupo de Mães Aprendiz. Atuou no Eixo de Gestão de Recursos Natu-rais, levando sempre alguém com ela para a realização dos plantios, os diagnósticos am-bientais e as visitas. Uma pala-vra: melhorar.

Neide Soriano, moradora do Jardim Medeiros, represen-tante da Coopercook. Atuou no Eixo de Mobilização Social. Além de mobilizar, ajudou seu grupo a refletir sobre a im-portância de cuidar do meio ambiente e das questões rela-cionadas a ele. Também par-ticipou do Cescar. Uma pala-vra: participar.

Rose Macedo, moradora do Jardim Gonzaga, represen-tante do Projeto Social Dona Marízia. Atuou no Eixo de Mobilização Social e é uma das pessoas fundamentais no trabalho em Rede que o Eixo vem desenvolvendo. Uma pa-lavra: incentivar.

Cleide Scalli, moradora do Pacaembu, representante do Grupo de Coroinhas da Igreja São Francisco de Assis. Atuou no Eixo de Mobilização Social, participando das Oficinas en-tre Grupos, dos Encontros e Fóruns. Uma palavra: reali-zação.

Elza dos Santos, morado-ra do Cruzeiro do Sul, repre-sentante da Cemei Octávio de Moura. Atuou no Eixo de Ges-tão de Recursos Naturais, con-tribuindo na elaboração dos PlantiosAgroflorestais eUrba-nos. Além do processo de for-mação do Projeto Água Quente, participou do curso de forma-ção de Educadores Ambientais do Coletivo Educador São Car-los, Araraquara e região. Uma palavra: sensibilização.

Aqui, destacamos algumas ativi-dades nas quais as Agentes traba-lharam mais diretamente, porém, é válido dizer que todas, sem exce-ção, participaram de todas as ativi-dades propostas, tanto pelos Edu-cadores quanto por elas próprias.

desses recursos. Por outro lado, existe na região uma intensa or-ganização social e cultural, o que culminou em uma concentração de grupos e associações voltadas para a atuação comunitária.

Um dos objetivos para a forma-ção dos Agentes Comunitários do Projeto Água Quente é justamente ter pessoas, pertencentes a grupos com atuação no próprio bairro, para somarem ações ao Projeto. Desde o início do Projeto, gru-pos dos mais diversos passaram porele;cadaumcomsuatrajetó-ria e história de vida e formação, muitas vezes, diferentes. Hoje, as Agentes Comunitárias que fina-lizaram o processo de formação são 10, cada uma representando um grupo e disseminando de ma-neiras diversas o que aprenderam durante o processo. Conheça um pouco mais de cada uma delas:

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A formação de Agentes Comunitários

Quem tiver interesse em atividades de Educação Ambiental com as Agentes do Projeto Água Quente, entre em contato com a Teia – Casa de Criação pelo telefone (16) 3376-3110 ou mande um e-mail para a Agente Comunitária Sônia de Paula ([email protected]).

A Educação Ambiental (EA) é indispensável para compre-

endermos melhor as causas da de-gradação do ambiente em que vi-vemos, bem como para atuarmos individual e coletivamente em busca da melhoria da qualidade de vida em nosso planeta. Saben-do disso, o Projeto Água Quente desenvolveu ações de Educação Ambiental com membros de or-ganizações locais, com o intuito de formar Agentes Comunitários, capacitados para atuar no meio ambiente da região do Córrego do Água Quente, discutindo os problemas e as potencialidades da região e propondo ações práticas.

Entre os anos de 2005 e 2009, o Grupo de Agentes Comunitá-rios encontrou-se semanalmen-te, muitas vezes com mais de duas atividades por semana, para aprender e ensinar sobre as pesso-as, as relações sociais, a natureza, osconflitos,aspotencialidades,asplantas, os lugares, as histórias, as memórias e os sonhos para a Ba-cia do Água Quente.

Muitas foram as atividades de-senvolvidas, tais como oficinas, visitas, pequenos cursos, reuni-ões e mutirões sobre temáticas de interesse local, com o objetivo de diagnosticar, discutir e pro-por ações transformadoras dessa realidade socioambiental. As ati-vidades que mais se destacaram nesse percurso foram as visitas fotográficas aos bairros e às áreas verdes, os mapeamentos de risco, o estudo das bacias hidrográficas, as reuniões com as comunidades, para levantar demandas socio-ambientais locais, as oficinas de mudas e os mutirões educativos de arborização urbana, de plan-tioagroflorestalnofuturoParqueFlorestal Urbano, e de melhoria nos espaços verdes públicos.

Outro objetivo muito impor-Modelo elaborado para a Sacola.

tante na formação dos Agentes Comunitários foi a capacitação para a realização de atividades educativas, buscando construir com os Agentes os conhecimen-tos, as habilidades e os valores ne-cessários para que se sentissem e atuassem como Educadores Am-bientais Populares. Esse foi um dos grandes desafios do trabalho, pois a maior dificuldade encon-trada pelo grupo era justamente ensinar o que tinham aprendido no projeto para as pessoas de suas organizações ou de outras comu-nidades da Bacia.

Com o amadurecimento do trabalho, em 2007, buscou-se identificar os conhecimentos, as habilidades já desenvolvidas e as lacunas ainda existentes. Foram realizadas, então, inúmeras ati-vidades que visavam desenvolver o papel educativo e mobilizador dos Agentes. As principais ativi-dades foram: oficina de Teatro do Oprimido, dinâmicas de grupo, exibição de vídeos temáticos com posterior roda de conversa, deba-tes sobre a integração comunida-de e escola no desenvolvimento de atividades de EA e troca de ex-periências com outros projetos e Educadores Ambientais.

Além disso, durante seis meses os Agentes trabalharam em peque-nos grupos com ações em escolas da Bacia. Planejaram, implemen-taram e avaliaram o aprendizado dos alunos com os quais intera-giram e também sua ação como Educadores Ambientais. Esse foi um momento muito importante para o grupo, pois fortaleceu as relações entre os Agentes e propi-ciou uma experiência prática que os motivou a continuar atuando.

Finalizamos esse Processo de Formação de Agentes Comunitá-rios com a produção de uma saco-la que reúne alguns dos principais

materiais educativos produzidos e também roteiros de atividades re-alizadas nesse período, objetivan-do sistematizar os aprendizados e produtos mais significativos dessa experiência. O material foi feito junto com os Agentes e seu obje-tivo é dar apoio e estimular a con-tinuidade das ações de multiplica-ção após a finalização do Processo de Formação.

Nesse sentido, a perspectiva de continuidade do Grupo de Agentes é bastante positiva. As

10 Agentes que finalizaram o Pro-cesso de Formação já estão se or-ganizando para continuarem se encontrando todo mês e desen-volvendo ações com a população e com grupos de interessados. A primeira ação visando à conti-nuidade da atuação do grupo foi a realização de uma oficina e uma exposição no Encontro Anual de Educação Ambiental de São Car-los (EA-2009), que aconteceu na semana comemorativa do Dia do Meio Ambiente (5 de junho).

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Boletim Água Quente Especial

Patrocínio:

Ações de continuidade para o Projeto Água Quente O Projeto Água Quente está em sua segun-

da edição, prevista para ser finalizada em junho de 2009. Porém, diante da importância do trabalho realizado ao longo desses anos por Educadores, Agentes Comunitários, Comunida-des, Grupos, entre outros envolvidos, mantém-se a perspectiva de dar continuidade a algumas das ações. Nos próximos meses, a equipe do Pro-jeto traçará objetivos para essas ações de conti-nuidade, dando segmento já a partir do segundo semestre de 2009.

Uma dessas ações que deve permanecer é a constituição da Rede de Grupos e Organizações da Bacia, unindo pessoas para o desenvolvimen-to do trabalho em conjunto com o Projeto Água

Quente, visando melhorias para a Bacia. De vá-rios trabalhos realizados em conjunto, um é o levantamento de diretrizes para a elaboração da Carta da Bacia, que será redigida pela Rede e ex-plicitará responsabilidades e comprometimen-tos em relação às possíveis ações futuras para a requalificação de Espaços Verdes Públicos e também para a Gestão Integrada da Bacia. Essa ação tem como horizonte um trabalho conjunto entre setores e moradores da região, por meio de ações educativas, mobilização e recuperação ambiental, fortalecido após o II Fórum da Bacia, que potencializou a autonomia e continuidade da Rede.

Além dessas ações, as Agentes Comunitárias do Projeto Água Quente, junto com o Eixo de Educação Ambiental, estão elaborando Propos-tas de Atividades Educativas que serão ofereci-das para escolas, instituições, empresas etc. As atividades envolvem visitas à Área de Interven-ção Direta (AID), onde foram realizados plan-tiosagroflorestais,visitasàBaciadoÁguaQuen-te e suas nascentes, oficinas de mudas, oficinas de fanzine, dinâmicas de grupo, cursos, entre outras.

Outra ação é o Boletim Água Quente que já se encontra em sua 11a edição e tem como principais

objetivos a autonomia e a apropriação, princi-palmente de sua produção, por grupos e comu-nidades da Bacia. O intuito é que esse trabalho continue sendo desenvolvido em conjunto com a comunidade no modelo impresso e virtual (dispo-nível no site do Projeto).

O objetivo norteador do Projeto Água Quen-te é a requalificação socioambiental da Bacia do Água Quente, e esta edição deixa em todos um “gostinho de quero mais”. Por essa razão, outras ações estão sendo estudadas para que também possam ser continuadas, dando segmento ao trabalho de Agentes Comunitários, Educadores, Grupos e Comunidades envolvidos com as ques-tões socioambientais.