boletim Água quente - número 9

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São Carlos, novembro de 2008 Informativo n o 9 Í N D I C E 2 Editorial 3 Comunicados 4 Uvaia e Bosque Aracy 5 Agroecologia e Parque Florestal Urbano 6 Construindo a Rede: NICC 7 Encontro de Grupos 8 e 9 Agentes Água Quente na prática 10 Teia das Culturas 11 Aproveitando a Água da Chuva 12 e 13 Seção Escola 14 Alimentação Saudável 15 Divirta-se 16 Fala-Povo Nesta edição, trazemos no- vamente a questão do futuro Parque Florestal Urbano. Pro- posta criada pelo Plano Dire- tor da cidade de São Carlos/SP, o Parque irá beneficiar toda a população da Bacia e da cida- de, não só com espaços educa- tivos e de lazer, mas também com a proteção da área verde local, atualmente exposta a vários problemas socioambientais, como esgotos, erosões, queima- das, entre outros. (página 5) Multiplicando o Conhecimento Os Agentes Comunitários do Pro- jeto Água Quente relatam parte de seus trabalhos e conhecimen- tos adquiridos durante o proces- so de formação de educadores ambientais, colocados em prática com alunos de escolas da Bacia do Água Quente. Saiba mais sobre essa deliciosa experiência de aprender ensinando. (páginas 8 e 9) Vista da área para criação do futuro Parque Florestal Urbano. Alunos da Escola Aracy P. Lopes. Futuro Parque Florestal Urbano!

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Boletim Água Quente - Número 9

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Page 1: Boletim Água Quente - Número 9

São Carlos, novembro de 2008Informativo no 9

Í N D I C E

2 Editorial

3 Comunicados

4Uvaia e Bosque Aracy

5Agroecologia e Parque Florestal Urbano

6Construindo a Rede: NICC

7Encontro de Grupos

8 e 9Agentes Água Quente na prática

10 Teia das Culturas

11Aproveitando a Água da Chuva

12 e 13 Seção Escola

14Alimentação Saudável

15 Divirta-se

16 Fala-Povo

Nesta edição, trazemos no-vamente a questão do futuro Parque Florestal Urbano. Pro-posta criada pelo Plano Dire-tor da cidade de São Carlos/SP, o Parque irá beneficiar toda a população da Bacia e da cida-de, não só com espaços educa-tivos e de lazer, mas também com a proteção da área verde local, atualmente exposta a

vários problemas socioambientais, como esgotos, erosões, queima-das, entre outros. (página 5)

Multiplicando o ConhecimentoOs Agentes Comunitários do Pro-jeto Água Quente relatam parte de seus trabalhos e conhecimen-tos adquiridos durante o proces-so de formação de educadores ambientais, colocados em prática com alunos de escolas da Bacia do Água Quente. Saiba mais sobre essa deliciosa experiência de aprender ensinando. (páginas 8 e 9)

Vista da área para criação do futuro Parque Florestal Urbano.

Alunos da Escola Aracy P. Lopes.

Futuro Parque Florestal Urbano!

Page 2: Boletim Água Quente - Número 9

Boletim Água Quente no 9

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Editorial

O IX Boletim do Projeto Água Quente vem com algumas

novidades. A primeira delas é a entrada da

nova estagiária do Projeto, Marina Poema, colaborando com a jorna-lista Audrey Fernandes para a pro-dução de suas matérias. A segunda é a mudança do responsável pela revisão de conteúdos do Boletim que passou também a ter uma nova

coordenação e redação do editorial. Desta forma, gostaríamos de agra-decer ao Daniel Marostegan e Car-neiro (coordenador e revisor que está nos deixando para fortalecer as ações culturais) que em muito con-tribuiu para a área de Comunicação Comunitária do Projeto.

Além das novidades, temos tam-bém nos esforçado bastante para que o Boletim, nosso mais impor-tante instrumento de Comunica-ção Comunitária, seja comunitário de fato. Para isso, entramos em

contato com diversos grupos que atuam na Bacia para conhecerem e se apropriarem um pouco mais da proposta, sugerindo pautas e até escrevendo matérias. O Bole-tim, portanto, apresenta matérias escritas por duas Escolas (Natalino Deriggi e Janete Lia) e pelo NICC (Núcleo de Incentivo à Cultura e ao Conhecimento).

Além disso, contamos com o gru-po dos Agentes Comunitários do Projeto para contribuírem também na elaboração de matérias. O tema escolhido por eles foram as ações que vêm desenvolvendo nas escolas como multiplicadores dos conhe-cimentos para estudantes jovens e adultos residentes na Bacia. Para ilustrar como essas ações vêm tra-zendo ótimos resultados, publica-mos os depoimentos de alguns alu-nos que participaram das atividades.

Outra frente que o Projeto vem buscando ampliar é a discussão do Parque Florestal Urbano. Nesse sentido, elaboramos duas matérias sobre o Parque enfocando as ações que vêm sendo feitas atualmente pelos diversos setores da sociedade em relação a ele. Acreditamos que essa discussão deva atingir o maior número possível de pessoas mora-doras na Bacia e no município para que a idéia do Parque seja uma construção efetiva e coletiva.

Portanto, essa edição “sai do for-no” no dia de realização do I Fó-rum da Bacia que tem como tema as Áreas Verdes Públicas. Espera-mos que as discussões fortaleçam ainda mais a Rede que vem sendo construída a fim de unir pessoas que se preocupam e buscam solu-ções para a melhoria da qualidade de vida no local onde vivem.

PROJETO ÁGUA QUENTEEquipe ExecutoraCoordenadoresDaniel Marostegan e CarneiroRenata Bovo Peres

EstagiáriosMarina PoemaNelson Sakakibara

EducadoresAna Laura HerreraAudrey FernandesMagaly MarquesPaola Maia Lo SardoSara Monise de OliveiraThais Troncon Rosa

ParceirosProjeto BrotarProjeto CESCAR

PatrocínioPetrobras

COMDEMA São CarlosPrefeitura Municipal de São Carlos

ContatosSite do Projeto: http://aguaquente.teia.org.br e-mail do Projeto:[email protected]

TEIA - Casa de Criaçãowww.teia.org.brFone/fax: (16) 3376-3110Rua Rui Barbosa, 1950, Cep 13560-330Vila Elizabete - São Carlos/SP

Organizações ParticipantesAprendiz Grupo de Mães, Catequese Madre Cabrini, Coopercook, Cooper-limp, Coral Rosa Mística, EMEI Octávio de Moura, Grupo de Coroinhas da Igreja São Francisco de Assis, Grupo de Oração da Capela Santa Luzia, Pas-toral da Criança, Poetas Anônimos, Projeto Meninos do Aracy, Projeto Social Dona Marízia, Resgate Social.

Boletim Água Quente

Elaboração/textos: Anna Kuhl, Audrey Fernandes, Edu-ardo Araújo e Silva, Gabriel De Santis Feltran, Marina Poema, Paola Maia Lo Sardo, Renata Bovo Peres e Thais T. Rosa.Edição: Audrey Fernandes, Marina Poema, Renata Bovo Peres.Imagens: Audrey Fernandes, Daniel Maroste-gan e Carneiro, Marina Poema.Produção gráfica e diagramação:Beto & Guto [email protected]:8.000 exemplares

Reality show“Ivonildes, mas você é uma em-

pregada tão boa, eu gosto tanto de você”. “É, você gosta tanto de mim que só aumenta serviço aqui nessa casa, e aumento de salário que é bom não tem, sabe? Eu quero sair no horário, porque meu filho está doente e você não quer deixar. En-tão, quero que você me dê minhas contas que eu vou embora.” E ela:

“nossa, Ivonildes, como você está nervosa”, eu falei “estou mesmo, sabe por quê? Porque vocês não querem uma empregada, vocês querem uma escrava! Eu sou preta, mas não sou escrava de ninguém não, tá? Quero minhas contas que eu vou embora”. Eu falei: “eu quero saber logo quais são os meus direi-tos”, ela falou “ah, você tem direito a isso, a isso”, “ah, eu não tenho di-reito a seguro-desemprego não?”,

“não”, “então você pode me mandar embora agora”. “Ah, vai precisar fa-zer uma carta a punho, dizendo que você não quer mais tra-balhar aí, tá bom?”, “tá, pode deixar que eu faço”. Quando foi no outro dia, eu nunca tinha faltado, mas quando foi no outro dia eu faltei, de pirraça mesmo. Que era para ela ver quando a

gente falta , como é que é. (…) Aí catei minhas coisas e vim embo-ra. Isso foi numa quarta-feira. Na quinta eu fiquei deitada o dia in-teiro, fiquei achando que estava cansada de tanto ficar esfregando o chão daquela casa. Ficar fazendo um monte de coisa e nunca estava bom. E quando foi sexta eu subi para ir no banco, encontrei minha ex-sogra ali, e ela falou assim “ah, lá na firma onde você trabalhava vai pegar”, e eu falei “ah é?”, “é, vai lá, quem sabe eles não te pegam de volta”. Eu fui lá, a firma me chamou de volta e estou lá há um ano já.

Esta coluna traz, a cada número do Boletim Água Quente, um trecho de narrativas contemporâneas das periferias das cidades obtidas por Gabriel de Santis Feltran, pesquisa-

dor em ciências sociais. Contato: [email protected]

Page 3: Boletim Água Quente - Número 9

Novembro de 2008

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Comunicados

Venha plantar com a gente!Se você ainda não conhece a área do futuro

PARQUE FLORESTAL URBANO…

Se você tem interesse em participar de um PLANTIO…

Venha participar dos MUTIRÕES DE PLANTIO do Projeto Água Quente!!!

O próximo será realizado no dia 6 de dezembro (sábado), a partir das 15 h.

Ponto de encontro: Sede da ONG Espaço Cidadão – Rua Firmino Brigante, 17 – bairro Cidade Aracy II (rua lateral à Escola CAIC).

O que levar? Traga muita energia e disposição para plantar!

E, se quiser, traga mudas, sementes e ferramentas.

Para mais informações, ligue para 3376-3110 e fale com Paola ou Sara.

Seja Voluntário!A EMEB JANETE M. M. LIA, (Rua Paraná, 700, Jd. Pacaembu) ACEI-

TA VOLUNTÁRIOS PARA DIFERENTES ATIVIDADES (contação de histórias, grupo interativo, biblioteca tutorada, recreação e outras).

Participe! Fale com a professora Danielle ou Juliana (3375-2626)

Centro da Juventude inicia atividades

O Centro da Juventude Elaine Viviane já está funcionando. Procure a secretaria e informe-se sobre como participar. As inscrições estão aber-tas para diversas atividades e cursos.

O Centro fica localizado na rua Geraldo Bretãs, 250, no Jardim Monte Carlo.

Fundo Verde em São Carlos!Em novembro, a Câmara Municipal da cidade de São Carlos, aprovou

o projeto de lei da Prefeitura Municipal que cria o Fundo Sócio Am-biental do Município de São Carlos. Conhecido como Fundo Verde, será vinculado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável, Ciên-cia e Tecnologia e terá um conselho gestor de seus recursos financeiros sob coordenação do COMDEMA-SC (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente), apesar de já aprovado, o COMDEMA está discutindo sua regulamentação.

No próximo boletim trataremos desta questão. Aguarde!

Mande um e-mail para o Projeto Água Quente!

Mande sua opinião, dúvida ou sugestão.

E-mail: [email protected]

Acesse nosso site, sempre atualizado esperando por sua visita.

Site: http://aguaquente.teia.org.br

Voluntários durante o plantio.

Caso você ou seu grupo, tenha interesse em indicar um ponto de dis-tribuição do boletim, ou queira contribuir para a produção dos próximos conteúdos, entre em contato com a gente.

Page 4: Boletim Água Quente - Número 9

Boletim Água Quente no 9

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Uvaia: frutos amarelos e suculentos

A uvaia, árvore que poucos co-nhecem, é uma árvore frutí-

fera nativa da região, ou seja, com origem no Brasil, geralmente en-contrada com mais facilidade nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Em São Carlos, ocorre nos dois tipos principais de vegetação da região, o cerrado e a floresta esta-cional semidecidual (tipo de mata mais úmida, como a Mata Atlân-tica).

Conhecida também como uva-lha ou uvaieira, é uma planta da

família Myrtaceae, a mesma famí-lia da goiaba, jabuticaba, araçá e outras. Sua fruta, com o mesmo nome, é usada na produção de deliciosos sucos, doces, geléias e sorvetes.

Com floração entre os meses de novembro a janeiro, a uvaia fruti-fica nos meses de janeiro e feve-reiro. Suas folhas são perenes, ou seja, não caem durante o inverno, e de cor verde-clara; suas flores são brancas e os frutos amarelos e suculentos.

A árvore pode ter entre 5 e 15 m de altura, com crescimento lento. A uvaia precisa de luminosidade e pouco sombreamento para se de-senvolver.

A madeira da uvaia, por ser dura e resistente, normalmente é usa-da para mourões, cercas e lenha. Além disso, é utilizada em proje-tos de reflorestamento (áreas de-gradadas, preservação permanen-te e plantios mistos) e paisagismo (ornamental e pomar doméstico).

Curiosidades da Uvaia• Emtupi-guaraniéchamadade Ybá-ai que significa fruto ácido.• Osfrutosdauvaiasãomuitoapreciadosporpássaros.• Éumaárvorecomcascasaromáticasetambémornamental,com

tronco reto, escamoso e claro.

Uvaia: fruta amarela e suculenta.

Árvore de crescimento lento com grande potencial paisagistico.

Um lugar com sombra e verde, Bosque Aracy! Na rua 0, no bairro Cidade

Aracy, próximo à ONG Es-paço Cidadão, existe quase uma quadra inteira tomada por árvores de diversos tipos e tamanhos, cha-mada pelos moradores de Bosque do Aracy. A responsável por tanto trabalho é Dona Neide, moradora do bairro há seis anos, que, desde que chegou, começou a cuidar de um terreno abandonado em fren-te a sua casa.

D. Neide limpou o terreno, reti-rou o mato e as ervas daninhas e, desde então, é a responsável pela manutenção das árvores e plantas. Rega todos os dias e poda, quando necessário, com ajuda eventual de algum vizinho. Quando pergun-tada sobre o porquê de ter planta-

do tantas árvores, ela diz que não consegue ficar parada, não pode ver um pedaço de terra que sai plantando, a começar por sua casa, repleta de plantas; um ambiente fresco e bonito.

No bosque, é possível encontrar várias espécies, como pau-brasil, ipê-roxo, amarelo e branco, jequi-tibá, palmeira, coqueiro, eucalipto, babaçu, quaresmeira, imbu, entre outras trazidas por ela dos luga-res por onde passou, como Minas Gerais e Mato Grosso. Pessoas que não têm onde plantar também trazem sementes e mudas. Bas-tante “coruja”, não consegue esco-lher sua árvore favorita. “Gosto de todas elas, são a minha paixão, a minha vida”, conta.

O Bosque do Aracy é uma área pública cercada. Segundo D. Neide, o portão está sempre aberto para visitação; a única solicitação é que não danifiquem ou arranquem as plantas. Costuma ficar chateada com crianças que quebram os ga-lhos, ao se pendurarem nas árvores, e, por não entenderem o que signi-ficam aquelas espécies e sua impor-tância, acabam danificando-as.

Para preservar e impedir que o local seja destruído, D. Neide está reivindicando com a Prefeitura a colocação de cercas, o conserto das calçadas e a instalação de ban-cos. Segundo ela, com isso haverá um lugar agradável para conver-sar, sentar e descansar sob a som-bra fresca das árvores. “Quando

eu morrer, não vou levar, mas, enquanto estiver viva, quero que tudo fique por aí”, diz D. Neide.

O vereador Lineu Navarro/PT, reeleito na última eleição, conhe-ce o local e a sua história e enca-minhará no primeiro semestre de 2009 um Projeto de Lei, que deverá ser votado pela Câmara dos Verea-dores, para a colocação de uma pla-ca que batize o bosque com o nome do filho de D. Neide, já falecido.

O trabalho que D. Neide desen-volve nesse espaço, que até então estava abandonado, é “um traba-lho de formiguinha”. Recuperar e preservar as áreas verdes pró-ximas as nossas casas também é tarefa de todos se quisermos viver com mais qualidade de vida.

Page 5: Boletim Água Quente - Número 9

Novembro de 2008

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Participe dos MUTIRÕES de PLANTIO do Projeto Água Quente na área do Parque Florestal Urbano!!!

O Projeto Água Quente, neste período de chuvas que vai

de novembro a março, promove-rá plantios na antiga pista de mo-tocross (próximo à serrinha do bairro Cidade Aracy) que faz parte da grande área verde da Bacia do Córrego Água Quente. Essa área pertence ao local destinado para o futuro Parque Florestal Urbano de São Carlos (veja mais informações na matéria abaixo).

Com os Mutirões de Plantio, o Projeto pretende, além de recuperar a vegetação de uma pequena área do futuro Parque, aproximar e en-volver pessoas, principalmente dos bairros próximos, para que conhe-çam o local e a proposta do Parque.

Além disso, é muito interessante sabermos o que as pessoas, espe-cialmente aquelas que vivem nos arredores, pensam sobre a área ver-de. A partir de discussões coletivas, podemos começar a refletir sobre que tipo de Parque queremos e o que devemos fazer para que ele saia do papel e torne-se uma realidade.

Por meio de entrevistas realiza-das para uma pesquisa de Douto-rado*, Rosa Maria Tonissi levantou algumas opiniões sobre a área:

“Acho que tem que estar tudo junto, né?! Porque aqui eu já acos-tumei, faz bastante tempo que eu moro aqui, já acostumei com essa mata… Claro que o povo está aca-bando, o pessoal ‘taca’ fogo. Mas,

logo quando eu cheguei aqui, era muito verde, era lindo demais! Agora ainda está bonito, mas mui-ta coisa mudou desde quando eu estou aqui”.

“Vou sempre (na área verde), eu ando aquilo tudo ali, tem gente di-reto ali, as pessoas que criam ani-mais, pra não deixar solto na rua, deixam ali”.

“Não, essa mata aí, ela não abor-rece ninguém. Eu achava que devia cuidar dela melhor ainda, pra poder manter bonita como ela é, porque o verde é muito bonito assim pra gen-te sair, conhecer assim num dia bo-nito de sol, a gente ver esses pés de árvore verde é muito bonito, sentir o gostinho do mato, então eu gosta-

ria que cuidasse melhor da mata”.

*Transcrições tiradas da tese de Doutorado de Rosa Maria Tóro Tonissi, Percepção e caracterização ambientais da área verde da micro-bacia do córrego Água Quente (São Carlos, SP) como etapas de um pro-cesso de educação ambiental. São Carlos, 2005.

O Projeto Água Quente, desde 2005, está realizando plantios e ativi-dades educativas para envolver cada vez mais pessoas na discussão da pro-posta do Parque, pois acredita que a idéia deve ser construída de forma participativa com a população.

Exercício realizado com os agentes da 1a. Edição do Projeto: cenários futuros para o Parque Florestal Urbano para 2010.

Você já conhece a área do futuro Parque Florestal Urbano de São Carlos?!

A área determinada para se tor-nar o Parque Florestal Ur-

bano vai do “buracão” do Jardim Gonzaga até a região do CAIC no bairro Cidade Aracy, ou seja, a re-gião de encostas até o fundo do vale do Córrego Água Quente (ao longo da serrinha do Aracy). Suas belezas naturais são notáveis, com inúmeras nascentes, um conjunto de fragmentos florestais de vegeta-ção nativa e grande potencial para a conservação da biodiversidade, sendo um dos elementos mais des-tacados na paisagem da Bacia do Córrego Água Quente e, com cer-teza, de toda a cidade de São Carlos. Devido ao seu potencial natural, por meio do Plano Diretor do Mu-nicípio de São Carlos (Lei n° 13.691, aprovada em 2005), foi considera-da uma Área de Especial Interesse Ambiental.

Desde 2005, o Parque Florestal foi estabelecido em lei, mas até o momento o Poder Público Munici-pal não realizou nenhuma ação que indique preocupação ou planeja-mento em relação à área. Por outro lado, a necessidade por espaços pú-blicos de convívio e de lazer, assim como de áreas verdes nos bairros

próximos à área destinada para o Parque, é uma realidade.

Por isso, o Projeto Água Quente considera a criação do Parque como uma das iniciativas para suprir tais necessidades, não excluindo de forma alguma a demanda por áre-as públicas de lazer mais próximas aos bairros, como praças, quadras de esportes, centros da juventude, sistemas de recreio e outros equi-pamentos comunitários, pois será uma grande área que proporciona-rá lazer e atividades educativas rela-cionadas a uma área verde, também voltada para a conservação dos as-pectos ambientais, como os recur-sos hídricos, a flora e fauna.

O Projeto Água Quente não tem a responsabilidade da criação do Parque, mas, por reconhecer sua importância, apóia e luta para que a proposta torne-se realidade, pro-movendo a mobilização em torno da questão.

Se você ainda não conhece a área do Parque Florestal Urbano, partici-pe dos MUTIRÕES DE PLANTIO do Projeto Água Quente e procure conhecer um pouco mais essa pro-posta! (Mais informações na página 3 e na matéria acima.)

O que é o Plano Diretor?É um instrumento de planejamento obrigatório para os municípios

brasileiros com mais de 20 mil habitantes ou que estejam localizados em áreas de interesse especial, como regiões metropolitanas, áreas com inte-resse turístico ou áreas de influência de empreendimentos com impactos regionais. Seu principal objetivo é orientar a atuação do poder público e também da iniciativa privada na ocupação dos espaços urbanos e rurais e na oferta de serviços públicos essenciais que garantam boa qualidade de vida para a população da cidade. Para isso, é necessário que o Plano Di-retor seja construído de forma participativa, ou seja, com o envolvimento de toda a população da cidade.

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Boletim Água Quente no 9

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O mundo por meio da leitura

O Núcleo de Incentivo à Cultura e ao Conheci-

mento, mais conhecido como NICC, tem como missão ofere-cer atividades que estimulem o hábito da leitura, influencian-do o aprendizado nos diversos momentos da vida; partindo da idéia de que a formação de uma sociedade leitora é con-dição essencial e decisiva para promover a inclusão social de crianças, jovens e adultos, e a formação de cidadãos críticos e conscientes.

As atividades do núcleo ini-ciaram-se em março de 2007. O NICC surge a partir do concei-to de Responsabilidade Social Empresarial por meio de uma realização da empresa Matra.

Dentre suas atividades, o NICC disponibiliza uma biblio-teca e uma gibiteca preparadas para proporcionarem momen-tos de muita alegria e descon-tração à comunidade.

Além de livros e gibis, estão disponíveis aos usuários uma série de jornais e revistas que possibilitam um acesso rápi-

do e dinâmico às informações mais recentes do mundo.

Para fazer sua inscrição, é muito fácil! E gratuito!!

Se você tem mais de 12 anos, procure o NICC trazendo o RG, comprovante de residência atu-al e faça sua inscrição. Não pre-cisa de foto, pois tiramos a sua na hora!

Atenção: crianças de 9 a 11 anos podem se inscrever se comparecerem com um res-ponsável.

Horário de funcionamento: de segunda à sexta, das 9h às 12h e das 13h às 18h. Aos sába-dos, das 9h às 13h.

O NICC fica na Avenida Nel-son Orlandi, 767, Cidade Aracy. O telefone é 3375-6824. Visite o site: www.niccsaocarlos.org.

“Os livros não mudam o mun-do, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas.” (Mário Quintana)

Texto encaminhado por Elton C. do Nascimento, responsável pelo NICC.

Frente do NICC.

Contação de histórias e teatro.

Exposições de artistas da comunidade.

Espaço de leitura.

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Novembro de 2008

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4° Encontro de GruposQuestões e demandas socioambientais

O Projeto Água Quente atua a partir da perspectiva de

que a mobilização e a articulação entre indivíduos e grupos podem potencializar reflexões e ações di-recionadas à melhoria da qualida-de de vida e das condições socio-ambientais da região do Córrego Água Quente. Nesse sentido, com base em um de seus principais ob-jetivos, fortalecer a interlocução e o diálogo entre os diferentes seto-res atuantes na região da Bacia do Córrego Água Quente, em setem-bro de 2008, o Projeto promoveu mais um Encontro de Grupos da Região do Água Quente.

O 4° Encontro de Grupos, re-alizado no Núcleo de Incentivo à Cultura e ao Conhecimento (NICC), grupo parceiro sediado no bairro Cidade Aracy, acabou por coroar o processo de realiza-ção dos Encontros de Grupos, que desde 2006 vêm sendo promovi-dos pelo Projeto.

No 1° Encontro, realizado em 2006, na primeira edição do Pro-jeto, os grupos trabalharam juntos a partir de interesses comuns, dis-cutindo temas como “Organiza-ção Popular e Geração de Renda”,

“Voluntariado e Assistencialismo”, “Trabalho Comunitário” e “Papel da Cultura”, e elaborando propos-tas de ações que poderiam ser de-senvolvidas na Bacia a partir des-ses temas.

No 2° Encontro, realizado em 2007, na segunda edição do Pro-jeto, foi trabalhada a difusão de informações sobre a região do Córrego Água Quente, promo-vendo debates sobre uma série de questões relacionadas à realidade social, econômica e ambiental dos bairros da região e estimulando a integração entre os grupos parti-cipantes.

No 3° Encontro, realizado em maio de 2008, 11 organizações atu-antes na região – incluindo o pró-prio Projeto Água Quente – apre-sentaram suas ações, trajetórias, dificuldades e avanços em relação às ações desenvolvidas, proporcio-nando a troca de experiências e o fortalecimento de laços para que futuros trabalhos pudessem vir a ser desenvolvidos coletivamente.

Por fim, neste 4° Encontro o ob-jetivo foi apresentar experiências de grupos frente às questões e de-mandas socioambientais da Bacia, visando estimular os participantes a pensarem juntos propostas para solucionar tais questões e deman-das e a elaborarem um calendário de ações conjuntas nesse sentido. Pretendeu-se, portanto, avançar em relação aos Encontros anterio-res, dando subsídios para iniciar um trabalho em rede com alguns grupos locais.

O 4° Encontro de Grupos orga-nizou-se de forma a proporcionar discussões e intercâmbios de idéias entre os participantes. Iniciou-se com uma apresentação dos obje-tivos do mesmo, contextualizan-do-o em meio às ações de mobi-lização do Projeto e destacando a intenção de iniciar um trabalho conjunto com os demais grupos, visando à futura formação de uma REDE de organizações comuni-tárias na Bacia. A ONG Espaço Cidadão e o Projeto Água Quente, ambos com atuação nas questões socioambientais da Bacia, foram convidados a se apresentar.

A ONG Espaço Cidadão apre-sentou seu histórico de atuação no bairro Cidade Aracy, com foco nas ações socioambientais e, prin-cipalmente, no processo de mo-bilização realizado em relação ao Termo de Ajustamento de Condu-

ta (TAC) referente às áreas verdes do bairro, que resultou em uma ação civil pública solicitando a devolução destas ao bairro, dialo-gando de igual para igual com os detentores do poder na área.

O Projeto Água Quente apre-sentou a proposta de criação do Parque Florestal Urbano na Ba-cia do Córrego Água Quente, ar-ticulando-a com a apresentação anterior sobre a questão das áreas verdes do mesmo bairro e expan-dindo a discussão para toda a Ba-cia. Apresentou também a área de implantação do Parque e os moti-vos que fazem com que o Projeto considere a proposta importante para a região, além das ações do mesmo em relação a ela.

Por fim, o evento promoveu um debate coletivo focado em algumas demandas socioambien-tais levantadas ao longo de outras atividades do Projeto com grupos e agentes comunitários. A par-tir das experiências apresentadas na primeira parte do Encontro, a

discussão focou-se em como seria possível aos grupos enfrentar cole-tivamente algumas dessas deman-das, dando início à construção de um calendário de ações conjuntas, divididas em três níveis de traba-lho – busca de informações, rei-vindicação e ação prática.

Para a realização desse Encontro, foi fundamental o envolvimento de toda a equipe do Projeto, bem como dos Agentes Comunitários do mesmo, e, principalmente, dos grupos parceiros ONG Espaço Cidadão e Núcleo de Incentivo à Cultura e ao Conhecimento (NICC). Cerca de 43 pessoas e 15 grupos participaram do Encon-tro e vêm dando continuidade às ações em rede por meio da reali-zação das Oficinas de Grupos.

Participantes do 4° Encontro de Grupos.

Se você quiser conhecer um pouco mais e participar desse trabalho em REDE, entre em contato com Thaís ou Ana Lau-ra do Projeto Água Quente pelo telefone 16 3376-3110.

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Boletim Água Quente no 9

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Horta da Escola – Aprendendo a ensinar

Histórias contadas por eles: os Agentes Água Quente!

Os textos a seguir foram construídos pelos Agentes Comunitários do Projeto Água Quente. São relatos sobre ações realizadas em escolas da região da Bacia do Água Quente, desenvolvidas pelos próprios Agentes em parceria com alunos e professores.

Desde maio, nós, Agentes Co-munitários do Projeto Água

Quente, começamos a planejar ações nas escolas. Na primeira reunião, realizada na Escola Mari-valdo Carlos Degan, conversamos com a diretora da escola sobre a possibilidade de realizar lá a ação. Foi decidido que as ações seriam realizadas com os alunos da Es-cola da Família, com faixa etária entre 5 a 12 anos de idade.

Em outra reunião com a direto-ra, os monitores da Escola da Fa-mília, a coordenadora pedagógica e os alunos, apresentamos a idéia: a

construção de uma horta comuni-tária na escola. O início da constru-ção da horta foi em junho de 2008 em um local onde já havia sido ini-ciada uma outra horta. A atividade foi finalizada em novembro.

O objetivo dessa atividade foi ensinar aos alunos como construir uma horta, plantar, como cuidar do meio ambiente e da vida social, como cuidar das plantas, da hor-ta e dos alimentos. Em novembro, após o término da atividade, nos reunimos novamente com os en-volvidos para avaliá-la. A avalia-ção foi positiva e esperamos que

Aluno da Escola da Família construindo a horta.

Texto produzido por Benedita Rosa, Maria Rosa Fernandes e Rose Macedo. Atividade desen-volvida com alunos da Escola da Família, na Escola Marival-do Carlos Degan.

Texto produzido por Elza dos Santos, Leonilda M. Skuarzini e Sônia M. de Paula. Ativida-de desenvolvida com alunos da Cemei Octávio de Moura.

no ano que vem possamos dar continuidade ao projeto da horta.

Nós, Agentes Comunitários do Projeto Água Quente, adoramos ensinar as crianças da Escola da Família, porque também aprende-mos com elas.

Cultivando hortas em pequenos espaços

Com o objetivo de transmitir conhecimentos adquiridos

no Projeto Água Quente, nos uni-mos para a construção de uma horta escolar. A idéia surgiu da ne-cessidade de despertar na criança hábitos alimentares saudáveis e o gosto para o consumo de verduras e legumes.

Procuramos a Cemei Octávio de Moura, que participa do Pro-jeto desde 2005, mas essa era a primeira oportunidade de realizar uma atividade dos Agentes dentro da escola. Conversamos com a di-retora e, posteriormente, com os professores e demais funcionários. Tudo acertado, passamos ao de-senvolvimento da atividade com as crianças de 2 anos e meio a 6 anos de idade.

No início de setembro demos os primeiros passos. Ensinamos as crianças a mexer com a terra e, assim, formamos os primeiros canteiros usando adubo natural. Em seguida, fizemos o plantio e orientamos sobre a manutenção da horta, como molhar diaria-mente, retirar os matinhos e o cuidado com as plantas.

Durante mais ou menos dois meses, acompanhamos todo o desenvolvimento das mudas: o

plantio, o replante e, finalmente, a colheita. O dia da colheita foi esperado com ansiedade pelas crianças, que felizes colheram as verduras e aprenderam sobre a higienização dos alimentos com as merendeiras. E estas, carinho-samente, prepararam as verduras e serviram para as crianças que as saborearam com prazer.

Ainda, durante o HTPC dos pro-fessores, realizamos um mutirão e construímos várias cercas com garrafas pet em torno das árvores do jardim da escola para que as crianças compreendam a impor-tância da preservação do espaço.

Nosso trabalho foi muito gra-tificante, principalmente quando vimos a expressão de alegria das crianças, dos educadores e tam-bém dos pais que, na saída da escola, eram convidados pelas crianças a visitarem a horta. Além da degustação, as crianças sensi-bilizadas levaram para casa a idéia de construírem hortas caseiras, mesmo em pequenos espaços.

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Confraternizacao entre Escola e Agentes.

Texto produzido por Cleide Scalli, Luzia Gabriel, Maria Helena R. da Silva e Neide So-riano. Atividade desenvolvida com alunos da Escola Aracy Pereira Lopes.

Nós na Escola! Ensinando e aprendendo!

Gostaríamos de ter feito um trabalho com os alunos do

Ensino de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Janete Lia, mas não deu certo porque eram poucos alu-nos.

No início, foi meio complicado, mas fomos falar com a diretora da Escola Aracy Pereira Lopes e, de-pois de muita insistência, ela nos apresentou ao professor Paulo, que dá aulas de Química. O pro-fessor ficou muito interessado em nosso trabalho, o que nos empol-gou muito, e decidiu-se que traba-lharíamos com os alunos do 2° B, do 2° grau do EJA. Tivemos várias reuniões com o professor e leva-mos nossos materiais de trabalho, que seriam usados nas ativida-des com os alunos, e, fomos ain-da mais fundo, elas eram sempre acompanhadas de nossa educado-ra ambiental, Sara Oliveira.

Quando nossa educadora per-guntou o que iríamos fazer na escola, escolhemos passar para os alunos algo que aprendemos como Agentes ambientais: escolhemos falar sobre a água. Os alunos fica-

ram extremamente interessados em nosso trabalho.

Desenvolvemos várias ativida-des com eles sobre a água e o meio ambiente. Utilizamos Boletins In-formativos do Projeto Água Quen-te, a maquete da Bacia, o vídeo Na Margem (vídeo do Projeto e da Teia

– casa de criação), o vídeo Gregó-rio: o córrego indomado (vídeo do CDCC/USP) e um jogo ambiental para auxiliar na atividade.

Nosso trabalho teve duração de quatro meses, de agosto a no-vembro de 2008. Foi tão bom que, quando terminamos o trabalho, os alunos quiseram fazer uma festa com “comes e bebes” para come-morarmos. Também foi importan-te o fato de os alunos das outras classes demonstrarem interesse em participar do nosso trabalho. Isso será uma outra história!!

“É muito comum ouvirmos falar de meio ambiente hoje em dia, princi-palmente por causa da poluição e degradação do solo, água e ar. Há tempos que os homens vêm destruindo a natureza. E só agora, pela resposta brusca da mesma, que a minoria se preocupa em consertar o estrago; por isso, é fundamental a importância do Projeto Água Quente. Estamos felizes e ad-mirados pelo trabalho dessas mulheres batalhadoras. Além de se preocu-parem com o meio ambiente e com a água, se dispuseram voluntariamente para nos ensinar e conscientizar, transmitindo os princípios de uma boa qualidade de vida.

Para trabalhar com esse assunto polêmico, precisa de paciência, tanto de quem ensina como de quem aprende, e, por sermos iniciantes, é compreen-sível ter faltado paciência, de ambas as partes.” Hellem, Natália e Nayra

“É muito bom aprender novas coisas para o nosso próprio bem e ajudar uns aos outros nessa mobilização.” Leandro

“Com esse Projeto aprendemos muitas coisas, e acho que, com ele, não só aqui, mas em muitas outras escolas, vamos nos conscientizar e ensinar muitos jovens.” Vagnilson

“Espero que outras pessoas possam ter essa oportunidade, pois não exis-te nada mais importante do que a natureza limpa, sem poluições, desma-tamento etc.” Adriele

“As pessoas da sala de aula se interessaram muito, pois não foi uma coisa chata de se fazer. Foi muito gostoso, fora as brincadeiras, né?!” Jeniffer e Gemina

“Aprendi que, se nos juntarmos, o Brasil pode ser muito melhor e mais bonito. Os vídeos que passaram foram muito interessantes, além de nos ajudarem muito.” Adriana

“Vocês trouxeram o estudo do meio ambiente num simples e humilde gesto, fazendo-nos entender com dinâmicas e de um jeito fácil de entender. Isso me fez ver que um papel que jogamos no chão pode causar uma des-truição para nosso meio ambiente.” Jéssica

“Quero agradecer a todas as professoras do Projeto Água Quente, por nos ensinarem e incentivarem a preservar a natureza e, principalmente, a água que é o nosso maior bem, além de todos os princípios básicos que de-vemos aprender. Foram muito interessantes todas as visitas, boletins, jogos, filmes e palestras… E o mais legal, nos mostrando o que há de melhor e o que ainda precisamos fazer pra melhorar nossos bairros.” Débora

Alunos em atividade.

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CULTURA

Fortalecimento das Relações Culturais

A Teia – casa de criação é uma as-sociação civil sem fins lucrativos

que desenvolve, executa, apóia e as-sessora projetos e pesquisas nas áreas de arquitetura, urbanismo, tecnolo-gia, educação, comunicação e artes, que visem à valorização da cultura, da igualdade social, de uma maior qualidade de vida e do espaço habi-tado.

Desde 2006, o Projeto Ponto de Cultura “Teia das Culturas”, conhe-cido como Ponto, vem sendo desen-volvendo pela associação. As ações do Projeto são voltadas às práticas de manifestações culturais. Hoje, a Teia – casa de criação, que também desenvolve o Projeto Água Quente, é o único Ponto de Cultura na cida-de de São Carlos conveniado com o Ministério da Cultura.

Sobre o Ponto de Cultura “Teia das Culturas”

O Projeto do Ponto de Cultura “Teia das Culturas” realiza ati-

vidades culturais através de oficinas e eventos voltados especialmente ao público de escolas públicas do en-sino médio e à população de baixa renda de maneira geral. As ativida-des, que acontecem no próprio es-paço da Teia – casa de criação e na EMEB Natalino Deriggi (localizada no Bairro Antenor Garcia) desde 2006, estão vinculadas principal-

Alunos da Escola Deriggi. Apresentação Teia das Culturas.

mente as manifestações da cultura afro-brasileira, além de cursos para a disseminação de conhecimentos sobre mídias e audiovisual. As ma-nifestações culturais que guiam o projeto são: a Cultura HIP HOP e a Capoeira Angola e, anteriormente, contava com o Maracatu de Baque Virado.

O Projeto procura reunir esforços de grupos culturais que desenvolvem atividades em São Carlos há bas-tante tempo, como a Academia de Capoeira Angola João Pequeno de Pastinha e Movimento Hip Hop. A Teia – casa de criação busca fomen-tar a troca destas experiências cultu-rais distintas envolvendo a escola em suas atividades para que as práticas do Ponto de Cultura tenham, além da inserção de crianças e jovens em atividades culturais, uma relação direta com a escola promovendo a troca de saberes e ações de ensino-aprendizagem entre a equipe do Teia das Culturas, os professores, os co-ordenadores pedagógicos, os alunos e a educação não formal. Com isso, todos os envolvidos no projeto en-sinam, aprendem, trocam experiên-cias e, por meio da cultura popular, reconhecem as diversas maneiras de se aprender, ensinar e valorizar nos-sas histórias.

Sobre o Escola Viva

Em 2007, o Ponto de Cultura Teia das Culturas participou

do edital do Prêmio Cultura Viva

concorrendo à categoria do Prêmio Escola Viva que integra o conjunto das ações do Programa Nacional de Cultura, Educação e Cidada-nia – Cultura Viva, desenvolvido pelo Ministério da Cultura. Esta iniciativa favorece o conhecimento, o mapeamento e a divulgação da diversidade cultural do país. O Prê-mio Escola Viva premiou Pontos de Cultura, Pontões, Redes de Pontos ou organizações vinculadas às Re-des, que possuem iniciativas envol-vendo ações intencionais de ensino e aprendizagem.

A ação Escola Viva visa integrar os Pontos de Cultura à escola, de modo a colaborar para a construção de um conhecimento reflexivo e sensível por meio da cultura, possibilitando a interação entre cultura e educa-ção. O principal objetivo é estimu-lar práticas culturais e educacionais desenvolvidas nos Pontos de Cul-tura, Pontões de Cultura, Redes de Pontos de Cultura ou organizações em conjunto com instituições edu-cacionais formais (escolas públicas) e não formais (museus, bibliotecas, Pontos de Cultura, entre outros).

O Teia das Culturas foi contem-plado pelo Prêmio Escola Viva no final de 2007, junto a outros 119 pontos de cultura do Brasil.

Os resultados colocados na prática

Durante o ano de 2008, foram realizadas atividades do Ponto

com a Escola Natalino Deriggi, en-volvendo professores e alunos das 5as. séries. A principal ação do Pon-to com a Escola foi o fortalecimento das relações culturais, pedagógicas e o intercâmbio de conhecimentos en-tre a cultura popular e a escola, tendo como base oficinas culturais de Ca-poeira Angola, Hip Hop, Rap, bases eletrônicas, break e coco. Foram re-alizadas também reuniões junto aos professores, coordenadores pedagó-gicos, direção da escola e a interface realizada dentro da sala de aula entre professores e alunos, o que possibili-tou o diálogo do conteúdo pedagógi-co e as práticas culturais.

As atividades enfocaram a inser-ção da cultura africana e afro-bra-sileira com base na lei 10639/03 que obriga o ensino da cultura e história africana e afro-brasileira nas escolas.

Com as oficinas e o trabalho dos professores em sala de aula, foi pro-duzido o musical afro-brasileiro

“Zumbi, o despertar da liberdade”. O musical apresentado na Escola De-riggi e na Teia – casa de criação fez parte da programação do Mês da Consciência Negra da cidade.

Para 2009, o Projeto busca no-vos parceiros para continuar a de-senvolver atividades com a comuni-dade. A Teia – casa de criação fica na Rua Rui Barbosa, 1950, telefone 16 3376-3110. Mais informações so-bre este projeto com Vivian, Simone e Daniel.

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Aproveitamento da água da chuvaAtualmente, no Brasil e no

mundo, tem sido crescen-te a preocupação em se dimi-nuir a exploração dos recursos naturais de forma desordenada, pois tem-se constatado que as atividades humanas causam grandes impactos ao ambiente, alguns até mesmo irreversíveis.

Dentre os recursos que so-frem mais ameaças, a água potável já se apresenta como um dos maiores em muitas localidades do planeta, inclu-sive no Brasil. Apesar de nos encontrarmos em uma região privilegiada, habitantes de re-giões como o semi-árido bra-sileiro desconhecem o acesso constante e garantido a esse elemento fundamental para a manutenção da vida, depen-dendo, então, da coleta de água da chuva para beber, cozinhar,

lavar roupas e objetos, dar aos animais etc.

Essa dificuldade de aces-so leva as pessoas a adotarem diferentes hábitos de uso e consumo. Em nossa cidade é comum encontrarmos pesso-as lavando as calçadas de suas casas demoradamente, pratica-mente varrendo-as com a água, chegando a gastar um volume equivalente ao que uma pessoa do semi-árido necessita para vi-ver durante uma semana. Tam-bém é comum a lavagem de automóveis, roupas e ambien-tes, banhos demorados e ou-tros desperdícios com bastante freqüência, elevando muito o consumo para atividades pou-co vitais ao ser humano.

Portanto, para se gastar o mí-nimo possível de água potável tratada fornecida pelo sistema

Fonte: http://www.sociedadedosol.org.br

público, é possível se adotar sistemas de aproveitamento de água da chuva nos diversos ti-pos de edificações. Esses siste-mas podem ser projetados de acordo com a demanda especí-fica de cada local, analisando-se o potencial de captação (o quanto chove, a área de capta-ção, o espaço disponível para o armazenamento) diante dos ti-pos de usos esperados (lavagem de pisos, rega de jardins, des-cargas do vaso sanitário etc.).

De forma geral, deve-se evi-tar os usos que oferecem conta-to direto com o corpo humano, como banho, descarga no vaso sanitário, lavagem de roupas, rega de hortas, culinária etc., pois a água da chuva pode tra-zer diversos tipos de impurezas, necessitando de um tratamen-to pensado caso a caso. Já para

os outros usos, como lavagens em geral, rega de jardins etc., pode-se aproveitar a água da chuva sem maiores preocupa-ções. Entretanto, em todos os casos, é preciso deixar de uti-lizar a água das primeiras chu-vas, pois ela traz consigo muita sujeira presente na atmosfera, no telhado, nas calhas etc.

Alguns produtos e sistemas já se encontram disponíveis no mercado e muitas pesquisas vêm sendo feitas para tornar o aproveitamento mais simpli-ficado. A ONG Sociedade do Sol vem trabalhando para de-senvolver um sistema de baixo custo a fim de torná-lo acessí-vel à maior parte da população brasileira. Abaixo, alguns es-quemas de coleta, armazena-mento e distribuição da água pluvial em edificações:

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Seção Escola

Pensando em envolver ainda mais os alunos em ativida-

des interessantes, atrativas e que proporcionassem cada vez mais a aprendizagem, as professoras das segundas séries do ensino fun-damental, da Emeb Janete Maria Martinelli Lia, realizaram o Proje-to Horta com seus alunos.

Tal projeto pôde proporcionar diversas atividades aos alunos: mexer com a terra, pesquisar, ler, observar e registrar, aprenden-do, assim, diversos conteúdos destinados à série. Os conteúdos explorados: procedimento de pesquisa por meio de questiona-mentos, busca de diferentes fon-tes de pesquisa e organização de dados; leitura e escrita de diferen-tes gêneros textuais: entrevistas, listas, resumos, relatórios e textos informativos; representação es-pacial; medidas de comprimento e noções de área; conhecimento sobre o desenvolvimento da plan-ta e seus nutrientes e qualidade da alimentação humana. Todos

Passo a passo dos alimentos até o pratoesses conteúdos foram trabalha-dos de forma que os alunos pu-dessem participar da construção dos conhecimentos, expondo suas idéias, colocando-as em dú-vida, constatando-as ou não, sig-nificando e contextualizando a aprendizagem.

Anteriormente à realização do projeto, as professoras conversa-ram com os alunos a respeito de uma boa alimentação, levantando questionamentos sobre o que se-ria necessário para que o almoço servido pela escola tivesse suas propriedades nutritivas reforça-das, sobre o que seria legal acres-centar nas refeições. As turmas levantaram a necessidade de con-sumo de mais verduras e legumes; sendo assim, foram incentivados a iniciar o Projeto.

Para que escolhessem quais se-riam os vegetais a serem cultiva-dos, realizaram uma eleição em cada classe, sendo os mais votados: a alface, couve e o rabanete. Os alunos levantaram estudo sobre

quais verduras e legumes seriam mais nutritivos, quais “pegariam” melhor no solo da escola e quanto tempo demorariam para crescer, o que acabaria contribuindo na escolha desses vegetais, pois os alunos queriam que desse tempo de comê-los ainda neste ano.

Iniciado o Projeto, alguns fa-miliares dos alunos ajudaram no manejo da plantação, aproximan-do assim a comunidade da escola, e auxiliando também no entendi-mento pelo aluno das etapas de desenvolvimento das plantas e dos cuidados específicos para que ele ocorra.

As etapas de preparo da terra, semeadura e cuidados, como ir-rigação, foram feitas por todos os alunos das turmas, que, paralela-mente a esse trabalho mais práti-co, também realizavam leituras a respeito das espécies de plantas e relatórios sobre o crescimento de-las com observação diária.

Os alunos ainda tiveram a idéia de construir um espantalho para

Plantio de mudas. Colheita.

os passarinhos não comerem as mudas. E, coletivamente, mobili-zaram todas as salas para a eleição do nome do espantalho, poste-riormente escolhido para ser o Sapequinha.

No dia da colheita, os pais fo-ram convidados a ajudar tanto na colheita como na lavagem dos alimentos e também participaram do almoço com os alunos. Para 2009, a escola e os professores pre-tendem dar continuidade ao Pro-jeto, mantendo a horta construída e bem cuidada em parceria com tantas pequenas e grandes mãos.

Projeto escrito e desenvolvido pelos professores: Gislaine Ap. Zanqueta, Neusa S. C. Anselmo e Maria do Carmo P. Milão. O professor João de S. Aranha es-creveu o projeto com as demais professoras.Texto produzido pelas professo-ras Juliana e Daniela da Escola Janete Lia.

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Seção Escola

Outubro chegou e, com ele, cresceu a expectativa dos

alunos da 5a série B, da Emeb Ar-tur Natalino Deriggi, localizada no bairro Cidade Aracy II, para par-ticiparem da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, cuja temática para 2008 foi “Evolução & Diver-sidade”, já previamente anunciada pela direção da escola ao corpo do-cente desde o planejamento anual realizado no início desse ano.

A preocupação maior da profes-sora Juciara Eler foi unir sua dis-ciplina, Língua Portuguesa, com o tema da Feira de Ciências e com o contexto social dos alunos. Esse impasse foi solucionado com a consulta ao plano de ensino, com leituras e com a participação dos alunos em sala que, após conversa, concordaram em trabalhar o Modo Imperativo dos verbos em texto instrucional, ou seja, em receitas elaboradas com ervas medicinais. Vale lembrar aqui que o Brasil é o país com a maior biodiversidade

“Tecnologia & Diversidade” Semana Nacional de Ciências e Tecnologia

Texto produzido por Juciara No-dare Eler, professora de portu-guês da Escola Artur N. Deriggi; trabalho realiz’ado com alunos da 5a B. Obs.: Toda a escola teve envolvi-mento com a Feira de Ciências.

do mundo, contando com um nú-mero estimado de mais de 20% do número total de espécies do plane-ta, e que nossas florestas guardam um número significativo de es-pécies que têm fins terapêuticos e medicinais. O objetivo do trabalho foi resgatar e valorizar a sabedoria empírica, incentivar o uso de medi-camentos naturais e também cons-cientizar os alunos e seus familia-res para o cuidado no preparo e na conservação de chás caseiros.

Após a delimitação da temática e dos objetivos, os alunos pesqui-saram com seus pais e vizinhos as ervas mais utilizadas e, em seguida, elaboraram a receita, atentando para as quantidades de ervas e seguindo rigorosamente o modo de fazer o chá. Tudo isso para que fossem per-cebendo a forma como os verbos foram utilizados na receita. Houve grande envolvimento por parte dos alunos que elaboraram a partir de-las um caderno de receitas para ser apresentado durante a Feira.

Temáticas complementares, co-mo a necessidade de conhecer bem as ervas antes de usá-las, a quanti-dade correta de folhas, flores, polpa, cascas e raízes para fazer a receita, o melhor modo de preparar cada erva, ou seja, se por cozimento, infusão, bem como os cuidados com o chá pronto, foram também trabalhados em sala. O Boletim In-formativo do Projeto Água Quente

– número 8, na matéria “Sabedoria Popular” – veio enriquecer todo o trabalho, que já estava em anda-mento, pois veiculou matérias so-bre o uso das plantas medicinais.

A partir dessas leituras comple-mentares, os alunos expuseram por desenhos – linguagem não-verbal

– sua compreensão sobre os textos lidos, contribuindo, assim, para co-lorir o espaço da disciplina durante a Feira.

No dia 23 de outubro, o grande dia, vários alunos participaram com muita motivação da organiza-ção do “Cantinho da Língua Portu-guesa”. Durante todo o dia apresen-taram para os visitantes tudo o que tinham aprendido sobre o uso das ervas medicinais e os benefícios que elas trazem à saúde.

Toda a escola (alunos, professo-res, funcionários e direção) se en-volveu com o trabalho na Feira de Ciências e cada turma pôde apre-sentar algo diferente. Alguns alu-nos que realizaram trabalho com as ervas medicinais deixaram suas impressões sobre a Feira. Vejam o que eles disseram:

“Eu �quei muito feliz com a Feira de

Ciências, pois ajudei a montá-la e ainda aprendi muito com ela.”

Nando (5a B)

“A Feira de Ciências foi 10! Conhe-

cemos muitas coisas novas.” Alex Sandro (5a B)

“Bem, a Feira de Ciências foi muito boa para mim! Ajudei a montar tudo e também ajudei com as explica-

ções.” Tatiane (5a B)“A Feira de

Ciências foi importante porque aprendemos muitas coisas sobre as ervas medicinais. Apren-demos que não podemos usar qualquer planta

para fazer um chá.” Gustavo – 5ª B

Apresentação dos trabalhos.

“Eu achei superlegal a participa-

ção dos alunos! Eles se esforçaram muito durante a Feira. As explica-

ções também foram muito boas!” Raquel (5a B)

“A Feira de Ciências foi importante porque apren-

demos muitas coisas sobre as ervas medicinais. Aprendemos que não podemos usar qualquer

planta para fazer um chá.” Gustavo (5a B)

“A Feira de Ciências foi importante porque aprendemos

muitas coisas sobre as ervas medicinais. Apren-demos que não podemos usar qualquer planta

para fazer um chá.” Gustavo – 5ª B

“Gostamos muito da Feira! A gente ajudou a montar e a explicar também. Essa

Feira foi muito legal!” Miryan, Karen e Ana Maria (5a B)

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Boletim Água Quente no 9

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D I V I R T A - S E !DESENHO PARA COLORIR

Muitas vezes, achamos que almoçar e jantar em grande

quantidade já é o suficiente para se estar bem alimentado. Quem pensa assim, engana-se! Para se ter uma alimentação saudável, é necessário, antes de mais nada, medir a quantidade e os tipos de alimentos absorvidos por dia.

Riscos e conseqüências de uma alimentação incorreta

Segundo Ana Célia Gurgel, au-tora do livro Saúde Questão de Opção, publicado pela Editora Scarpitta, ninguém sabe muito bem o porquê de se comer carne, leite, queijo, açúcar, dentre outros alimentos. Muito sutilmente sabe-mos que são alimentos ricos em proteínas, cálcio, carboidratos etc., e que esses elementos são neces-sários ao organismo. Isso está cor-reto, mas podemos conseguir os mesmos elementos de alimentos mais apropriados aos seres huma-nos. Nosso organismo não precisa de frituras, alimentos refinados, álcool e outros estimulantes, con-dimentos, carnes, gorduras, en-tre outros, e, principalmente, em grandes quantidades. Então, você pode ficar curioso em como so-breviver sem esses alimentos.

No mundo de hoje, o ser huma-no possui a sua disposição um ex-travagante arsenal gastronômico capaz de destruir, de uma só vez, seu aparelho digestivo, sistemas nervoso e imunológico, entre tan-tos outros danos. Por isso, é sem-pre bom manter-se alimentado, mas sem excesso, e não exagerar em alimentos não recomendados para uso diário.

Guia básico para uma dieta equilibrada

Médicos e nutricionistas acon-selham que seja utilizado um guia alimentar, que se baseie em quantidades e tipos necessários de alimentos por dia, para que o ser humano tenha uma alimenta-ção saudável. Esse guia também é conhecido como “Pirâmide da Alimentação”. Alguns alimentos devem ser consumidos diaria-mente, outros nem sempre. O pão, por exemplo, pode ser con-sumido todos os dias. Veja algu-mas dicas:• Açúcar,óleoegorduras:consu-

mir pouco;• Leite, iogurte e queijos: consu-

mir 2 a 3 vezes ao dia;• Feijão,carne,ovo,soja,peixee

frango: comer no almoço e no

Saúde = Alimentação Saudável

Alimentos Saudáveis completa uma boa alimentação Alimentação Balanceada.

Hábitos SaudáveisProcure:

✓ Fazer, no mínimo, três refeições por dia: café da manhã, almoço e jantar;

✓ Comer mais verduras, legumes e frutas, pois contêm fibras, vitami-nas e minerais necessários ao equilíbrio do nosso organismo;

✓ Tomar leite, pois é uma excelente fonte de cálcio, mineral indispen-sável ao crescimento de crianças e importante para a manutenção da saúde dos adultos;

✓ Preparar as refeições com bastante higiene. Lavar as mãos antes de preparar as refeições e comer;

✓ Evitar balas, chicletes e refrigerantes porque, apesar de deliciosos, são pouco nutritivos;

✓ Manter seu peso e fazer exercícios físicos;✓ Beber bastante água ao longo do dia (o que ajuda a prevenir “pedra”

nos rins, além de ajudar em outras áreas na saúde do nosso orga-nismo);

✓ E, por fim, fazer das refeições um encontro agradável para facilitar a digestão e o aproveitamento total dos nutrientes contidos nos ali-mentos. Tentar não comer com pressa e/ou nervoso.

jantar. Consumir também mui-tos legumes e verduras;

• Frutas:consumir2a4vezesaodia;

• Pão,bolachas, arroz,macarrão,milho, batata e mandioca: con-sumir no café da manhã, no al-moço e jantar.

Deve-se fazer uso de, pelo menos, um tipo ou, em alguns casos, de mais de um alimento na quantida-

de aconselhada. Esse asterisco tem de aparecer em algum momento no texto. Verificar.

Programe seu cardápio com antecedência para que você tenha condições de providenciar tudo o que for necessário à preparação de suas refeições. Toda nova propos-ta de vida, e, no caso, de alimenta-ção, demanda algum tempo para a adaptação.

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D I V I R T A - S E !

adicionado na água. Depois de cozida, descasque-a e desfie como frango. O miolo deve ser ralado em ralo grosso.

Em uma panela, coloque o óleo, deixe esquentar, e leve a cebola até dourar. Coloque a jaca desfiada, sal a gosto e deixe refogar. O refogado estará pron-to em minutos.

Se desejar, misture o recheio de sua preferência, como milho, salsicha e cebolinha e adicione comi-nho, açafrão ou colorau.

Dica: serve também para rechear tortas e pastéis.

*Receita elaborada por Maria Helena R. da Silva, agente comunitária do Projeto Água Quente

i n g r e d i e n t e s 1 jaca verde inteira (tamanho mais ou menos de um palmo) ✓ 1 cebola pequena picada ✓ 2 colheres (sopa) de vinagre ✓ Sal a gosto ✓ 2 colheres (sopa) de óleo ✓

m o d o d e p r e p a r oLave bem a jaca inteira e coloque para cozinhar com água em uma panela de pressão, o vinagre deve ser

Pé de jaca carregado.

Refogado de Jaca

DESENHO PARA COLORIR POESIA E em São Carlos das nascentesFontes de tantas correntesOlho d’água… córrego… ribeiroLazzarini… Tijuco Preto… GregórioQue no Monjolinho vão terAté se somarem ao Jacaré… ao Tietê…Indo desaguar no mar além…E nos versos do violeiro tambémSedento da seiva vital do viver:A água nossa de cada diaNo seio nosso de todo diaEm São Carlos das nascentes Do Guarani sob nossos pésNa Terra azul de Gagarin!

AQUÍFERO GUARANI*

Na Terra azul de GagarinSob nossos pésUma imensidão de água:O Aqüífero Guarani!!Ouro líquido… sim…Tão frágil como a vidaVista lá do céu… assimValor que não tem medidaÚnico… singular… dádivaQue inspira o cantor a cantarQue faz o poeta poetar!!

Sudoku é um quebra-cabeça baseado na colocação lógica de números. Como jogar: 1º. Preencha os espaços em branco com algarismos de 1 a 9, de modo que cada número apareça apenas uma vez na linha; 2º. O mesmo deve acontecer em cada coluna. Nenhum número pode ser repetido e todos os números de 1 a 9 se encontram presentes; 3º. Nos quadrados menores (3x3), a regra é a mesma: aparecem números de 1 a 9, mas ne-nhum se repete.

SUDOKU

Solu

ção:

*Autor: Marco Bala [historiador com grande conhecimento sobre a cidade de São Carlos]

Para colorir!

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Boletim Água Quente no 9

Patrocínio:

F A L A P O V O“Preparação de pessoas para a vida – somos todos membros da Biosfera”

O Projeto Água Quente atua na cidade de São Carlos, região central do estado de São Paulo,

desde 2005. Desenvolvido pela Teia – casa de cria-ção (organização sem fins lucrativos), é patrocina-do pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Ambiental. O Projeto é uma ação socioambiental contínua e permanente realizada em uma bacia hidrográfica urbana da cidade, a Bacia do Córre-go Água Quente, que possui, por um lado, grande potencial paisagístico e comunitário e, por outro, elevados impactos socioambientais.

Nesses anos de atuação, o Projeto vem realizando uma série de intervenções educativas e mobilizado-ras desenvolvidas com agentes comunitários e gru-pos atuantes, buscando envolver todos os moradores da bacia. O Projeto mantém como foco a requalifi-cação socioambiental, a recuperação biológica e o fortalecimento social. Um de seus principais eixos é a Educação Ambiental, cuja estratégia central é a formação e capacitação desses agentes, fomentando o trabalho coletivo como Agentes Comunitários.

A intenção é que esse Grupo de Agentes, forma-do por moradores da Bacia do Água Quente e en-tidades locais, atue na interface entre o Projeto e a população dos bairros situados em seu raio de ação direta, bem como entre os diversos setores da socie-dade civil e dos atores envolvidos na conservação ambiental do município e da região. Os Agentes Comunitários possuem capacidade de transformar o ambiente onde vivem por meio de ações multipli-cadoras, educativas e mobilizadoras.

O fortalecimento da apropriação do papel de agente, como disseminador de conhecimento e informação, traz à tona para os Agentes Comuni-tários, como citado no Caderno de Educação Am-biental – Conceitos para se fazer Educação Ambien-tal, publicado pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, a educação ambiental como aprendizado para compreender, apreciar, saber li-dar e manter os sistemas ambientais na sua tota-lidade; aprender a ver o quadro global que cerca um problema específico – sua história, seus valores, percepções, fatores econômicos e tecnológicos, e os processos naturais ou artificiais que o causam e que sugerem ações para saná-lo.

Benedita RosaMoradora do Aracy II

“Sou muito feliz em poder contri-buir com o meio-ambiente. Nos plantios, sinto que colocamos muitas coisas em prática.”

Neide SorianoMoradora do Jd. Medeiros

“Minha participação como agente comunitário é muito importante. É transmitir para outras pessoas o que aprendo… pode ser sobre a água, como cuidar para que não acabe, falar sobre o lixo, sobre o consumismo exagerado… enfim, muitas coisas que envolvem o meio-ambiente.”

Sônia de PaulaMoradora do Cruzeiro do Sul

“Acho importante ser agente por-que conhecemos uma porção de pessoas, trabalhamos com a comunidade e com o meio-am-biente. Vemos os anseios da po-pulação, o que o povo quer para

contribuir com o meio-ambiente. Vemos também o que podemos apresentar para satisfazer o povo e melhorar o nosso sistema. Estes dias que tá aconte-cendo essa tragédia em Santa Catarina, eu acho que é uma degradação do meio ambiente. A natureza esta respondendo, porque é tanta falta de cuidado... lixo nos rios que depois vem bater na nossa porta e por ai. Depois devasta tudo e as pessoas não sabem porque tá acontecendo tudo isso. Mas as próprias pessoas são culpadas pelo que acontece. O papel do agente é orientar, conscientizar, da importância do meio-ambiente e de como cuidar. E isso que tenho para falar.”

Leonilda M. SkuarziniMoradora do J. Monte Carlo

“Como agente comunitário aprendo e ensino o que sei para os outros, é uma troca.”

Maria Helena R. da SilvaMoradora do Jd. Das Flores

“Para mim o Projeto Água Quen-te é uma experiência de vida. Faz parte da minha vida. O tra-balho desenvolvido com alunos na Escola Aracy Pereira Lopes superou todo nosso trabalho. Aprendemos com eles e eles com a gente.”

Luzia GabrielMoradora do Gonzaga

“Ser agente comunitário é ajudar as pessoas em vários sentidos. Eu, como agente, ajudo na Bacia levando informação e conscien-tização as pessoas.”

Rose MacedoMoradora do Gonzaga

“Aprendi muita coisa no Projeto Água Quente… como ser agen-te… como cuidar da natureza… como é incentivar a comunidade a protege-la, onde ela vive, ensi-nar as crianças como é o meio-ambiente, como é o outro lado.”

Cleide ScalliMoradora do Pacaembu

“Me sinto realizada. Ajudar as ou-tras pessoas e a si próprio é muito bom.”

Maria Rosa FernandesMoradora do Antenor Garcia

“Sendo agente comunitário tan-to ensino como aprendo. Posso ajudar muitas pessoas. Mesmo sendo de pouca conversa, gosto de dar o melhor de mim para as pessoas.”

Elza dos SantosMoradora do Cruzeiro do Sul

“Eu não uso a palavra conscien-tizar, é uma palavra difícil e a longo prazo. Penso em sensibi-lização, o papel do agente é sen-sibilizar as pessoas com o cuidar de todas as questões. Amar para cuidar, quem ama cuida.”

*Todos os entrevistados são Agentes Comunitários do Projeto Água Quente