boletim Água quente - número 6

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Informativo do Projeto Água Quente Número 6 São Carlos, fevereiro de 2008 boletim Água Quente Mutirão para o plantio de 2 mil mudas O Projeto Água Quente em parce- ria com o Projeto Brotar reuniu em novembro de 2007, aproximada- mente 150 pessoas, entre morado- res e convidados, em um mutirão para o plantio de duas mil mudas na antiga área do motocross. Em 2008, os projetos continuarão em parceria para novas ações na área. (Pág. 08) Encontro de Grupos fortalece Projeto! O primeiro Encontro de Gru- pos da Região do Córrego Água Quente, realizado após a reedição do projeto, teve como principais objetivos ampliar e fortalecer os canais de diálogo com os grupos já integrados ao projeto, trabalhando uma sé- rie de questões relacionadas com a situação atual da Bacia e estimulando a discussão coletiva sobre questões sócio-ambientais. As atividades propostas integraram os participantes, deixando com que cada um contribuísse com suas experiências como morador da Bacia. Com este encontro, fortaleceram-se idéias e propostas para serem dis- cutidas no próximo, que pretende reunir ainda mais grupos e parceiros. (Pág. 12) Mutirantes trabalham no plantio Participantes discutem idéias e propostas Í N D I C E 2 Editorial 3 Comunicados 4 HIP HOP 5 Centro de Cultu- ra Afro-Brasileiro Odette dos Santos 6 Aquecedor solar de baixo custo 7 Baobá 8 e 9 Plantios 10 Sexualidade na adolescência 11 Centro da Juventude 12 Encontro de Grupos 13 Seção Deriggi 14 Rádios comunitárias 15 Divirta-se! 16 Fala-povo!

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Boletim Água Quente - Número 6

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Page 1: Boletim Água Quente - Número 6

Informativo do

Projeto Água Quente

Número 6

São Carlos, fevereiro de 2008

boletimÁgua Quente

Mutirão para o plantio de 2 mil mudasO Projeto Água Quente em parce-ria com o Projeto Brotar reuniu em novembro de 2007, aproximada-mente 150 pessoas, entre morado-res e convidados, em um mutirão

para o plantio de duas mil mudas na antiga área do motocross. Em 2008, os projetos continuarão em parceria para novas ações na área. (Pág. 08)

Encontro de Grupos fortalece Projeto!O primeiro Encontro de Gru-pos da Região do Córrego Água Quente, realizado após a reedição do projeto, teve como principais objetivos ampliar e fortalecer os canais de diálogo com os grupos já integrados ao projeto, trabalhando uma sé-rie de questões relacionadas com a situação atual da Bacia e estimulando a discussão coletiva sobre questões sócio-ambientais.As atividades propostas integraram os participantes, deixando com que cada um contribuísse com suas experiências como morador da Bacia.Com este encontro, fortaleceram-se idéias e propostas para serem dis-cutidas no próximo, que pretende reunir ainda mais grupos e parceiros. (Pág. 12)

Mutirantes trabalham no plantio

Participantes discutem idéias e propostas

Í N D I C E

2 Editorial

3 Comunicados

4 HIP HOP

5Centro de Cultu-ra Afro-Brasileiro Odette dos Santos

6 Aquecedor solar de baixo custo

7 Baobá

8 e 9 Plantios

10 Sexualidade na adolescência

11 Centro da Juventude

12 Encontro de Grupos

13 Seção Deriggi

14 Rádios comunitárias

15 Divirta-se!

16 Fala-povo!

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Boletim Água Quente no 6

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Editorial

Este é o sexto Boletim Comu-nitário Água Quente. Devido

a alguns imprevistos, ele saiu com um mês de atraso em relação ao programado. No período entre a última edição, em setembro de 2007 e essa, houve uma reestru-turação na equipe de trabalho que é responsável pela realização e acompanhamento do conteúdo do boletim.

A equipe conta atualmente com a jornalista Audrey Fernandes,

e com a estudante de imagem e som Anna Kuhl. Elas assumi-ram as funções junto ao boletim a menos de duas semanas, o que significa o intervalo de um mês e meio sem equipe, já que, no início de dezembro passado, a jornalista Milena Esther que estava traba-lhando conosco, voltou para sua terra natal, o Recife.

A reestruturação da equipe pro-curou manter a estrutura do Eixo de Comunicação do Projeto Água Quente, com uma profissional na área de jornalismo e uma estagi-

ária na área de imagem e som. A nova equipe mantém as intenções de readequar este veículo, tornan-do-o mais participativo e relacio-nado com a realidade da Bacia Hi-drográfica do Água Quente.

Neste número trazemos a es-tréia do formato de colunas, com Reality Show, de Gabriel Feltran, que irá figurar o conteúdo do boletim daqui para a frente. Nos próximos números pretendemos trazer outras estréias neste mes-mo formato. Temos ainda: a con-tribuição de B.Boy Ney, com um

texto sobre a cultura Hip Hop; a estréia da seção da Escola Artur Natalino Deriggi; além de diver-sas outras matérias realizadas pela equipe em conjunto com os agen-tes comunitários.

Caso você, ou seu grupo, tenha interesse em indicar um ponto de distribuição do boletim, ou queira contribuir para a pro-dução dos próximos conteúdos, entre em contato com a gente.

PROJETO ÁGUA QUENTEEquipe ExecutoraCoordenadoresDaniel Marostegan e CarneiroRenata Bovo PeresEstagiáriosAnna Theresa Kuhl Paola Maia Lo Sardo

EducadoresAudrey FernandesMagaly MarquesSara Monise de OliveiraTaísa MorettiThais Troncon Rosa

ParceirosProjeto BrotarProjeto CESCAR

ApoioAcquavitCOMDEMA São CarlosPrefeitura Municipal de São Carlos

ContatosSite do Projeto: http://aguaquente.teia.org.br e-mail do Projeto:[email protected]

TEIA - Casa de Criaçãowww.teia.org.brFone/fax: (16) 3376-3110Rua Rui Barbosa, 1950, Cep 13560-330Vila Elizabete - São Carlos/SP

Organizações ParticipantesCatequese Madre Cabrini, Coopercook, Cooperlimp, Coral Rosa Mística, EMEI Otávio de Moura, Grupo de Coroinhas da Igreja São Francisco de As-sis, Grupo Sagrado Coração de Jesus, Aprendiz Grupo de Mães, Catequese da Igreja São José Operário, Grupo de Oração da Capela Santa Luzia, Pas-toral da Sobriedade, Poetas Anônimos, Projeto Meninos do Aracy, Projeto Social Dona Marízia, Resgate Social.

Boletim Água QuenteElaboração/textosAnna Theresa Kuhl, Audrey Fernandes, Clara Gomes, Daniel Marostegan e Car-neiro, Eduardo Araújo Silva, Gabriel de Santis Feltran, Magaly Marques, Maria Helena R. da Silva, Milena Esther, Rena-ta Bovo Peres, Rogério Ushiro, Sara Mo-nise de Oliveira, Sidney Acyr Bonometto, Taísa Moretti e Prof. José Luís Andriani e alunos das 7as. séries A, B e C da Escola Artur Natalino Deriggi.EdiçãoAnna Theresa Kuhl, Audrey Fernandes, Daniel Marostegan e CarneiroDiagramação Beto & Guto [email protected]

Reality showEu já estava desesperado por uma

moradia. Eu cheguei a ir numa favela para conseguir um local para morar. E um dia, eu cheguei lá um dia, no finalzinho de tarde, e conver-sei com um senhor, falei com seo Pau-lo, conversei com ele minha situação, se ali por perto eu não conseguia um lugarzinho pra fazer pelo menos um cômodo para mim, e ele me mostrou um lugar que eu poderia fazer sim.

Fazer um cômodo até eu sair do aluguel, e aí eu poder fazer alguma coisa pela frente. E aí quando foi no próximo final de semana, eu lembro muito bem, eu comprei uma enxa-da e botei uma roupinha na sacola e a enxada fora do cabo, comprei um cabo, pra chegar no local, encabar pra limpar o local. E chegando fiz isso, de bermuda, de chinelo. Comecei a car-pir, no local.

De repente, chegaram dois rapazes e perguntaram: ‘que você vai fazer aí, moço? Vai plantar alguma coisa?’ ‘Tô querendo fazer um barraquinho aqui pra mim, que está difícil a situação. E eles falaram as-sim: ‘tá bom’. Saíram, daqui a pouco volta-ram, com mais pes-soas. E disseram que eu não ia fazer aque-le barraco ali. Até no momento eu achei que era brincadeira deles. Que eu não iria fazer aquilo ali não, que seo Paulo não mandava em nada lá não. Aí eu parei de carpir e achei que era brin-

cadeira deles, e: ‘Não! Vou fazer, que eu estou precisando, vocês já moram aqui também’.

E eles partiram pra ignorância. Aí eu me senti... [pausa]. Me ameaça-ram, que se fizesse eles iam derrubar, iam acabar com tudo. Eu até larguei a sacola com o refrigerante que tava dentro. Eu tinha levado, para tomar refrigerante, copo descartável, uma camiseta. Eu me aborreci, larguei enxada, larguei tudo lá. Vim de chi-nelo, vim de perna... e vim pensando na minha vida... como é que eu vou fazer agora? ◉

[Daniel, São Paulo, 2002]

Esta coluna traz, a cada número do Boletim Água Quente, um trecho de narrativas contemporâneas das perife-rias das cidades obtidas por Gabriel de Santis Feltran, pesquisador em ciên-cias sociais. Contato: [email protected]

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Fevereiro de 2008

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ComunicadoProgramação dos Centros Comunitários

A partir de março os Centros Comunitários estarão divulgan-do a programação das atividades culturais, cursos de qualifi-cação profissional e atendimento social. Procure o centro mais próximo de sua casa e informe-se! Os contatos dos centros da região estão logo abaixo:

Centro Cidade AracyR. Vinte e Dois,180-ACidade Aracy Responsável: Rosimeire MacedoTelefone 3375-8685

Centro Constantino AmistaldemR. Sete, 1562, Antenor GarciaResponsável: RogérioTelefone 3375-1918

Centro Comunitário Maria Bernadette RossiR. Paraná, 720, PacaembuResponsável: Lúcia PatraconTelefone: 3375-7505

Estação Comunitária Jardim Gonzaga (ECO)Av. Maranhão, 35, Jd. Gonzaga Responsável: Maria MaiaTelefone: 3375.3845

Venha ser amigo do NICC!

O Núcleo de Incentivo à Cultura e ao Conhecimento (NICC) é um espaço de acesso à cultura, fundamentada em projetos de apoio e

incentivo à leitura com olhos para o desenvolvimento social e cultural. Entre as atividades, O NICC disponibiliza à comunidade uma bibliote-ca com clássicos da literatura, títulos atuais e de interesse da sociedade. Conta também com uma Gibiteca preparada para proporcionar a inicia-ção ao hábito da leitura.

Além dos livros e gibis, estão disponíveis jornais e revistas e um termi-nal de consultas à enciclopédias digitais e a Barsa planetária para pesqui-sas escolares. O espaço está aberto para sugestão de atividades.Endereço: Av. Nelson Orlandi, 767, Cidade Aracy.Telefone: 3375-6824 www.niccsaocarlos.org

Site projeto água quenteA partir do mês de março, o site do Projeto Água Quente estará passando por atualizações em seu conteúdo, deixan-do todos os visitantes informados sobre o Projeto, seus ob-jetivos, grupos, equipes, parceiros, notícias e muito mais. O endereço do site é http://aguaquente.teia.org.brVisite e saiba mais!

Inscrições abertas para cursos de dançaAté o dia 29 de fevereiro, estarão sendo realizadas as inscri-ções para crianças, adolescentes e jovens nos cursos de dan-ça de rua, ballet, jazz e outras modalidades oferecidos pelo Projeto Dançar, coordenado pelo Departamento de Artes e Cultura da Prefeitura. Os interessados devem entrar em contato com o Centro Municipal de Cultura Afro-Brasilei-ra “Odette dos Santos”, a Casa Afro, de terça a sexta, das 14h às 18h. O Centro fica na Rua Dona Alexandrina, 844 - Cen-tro. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones 3371-8886 e 3371-8936.

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quente.teia.org.br

Confiram inscrições para os cursos de dança

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Boletim Água Quente no 6

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Há muito tempo, culturas que se expressam com ritmos, canções, artes plásticas, técnicas corporais e filosofias de vida são usadas

como forma de transmitir idéias e pensamentos de diferentes povos. Muitas das manifestações culturais brasileiras estão identificadas com a população negra, como o samba, caboclinho, maracatu, movimen-to Mangue Beat, capoeira e muitas outras, lembradas como parte da grande contribuição dos negros para a cultura nacional.

Dentro dessa diversidade, a cultura Hip Hop tem ganhado cada vez mais destaque no Brasil e no mundo atraindo jovens, especialmente aqueles que moram nas periferias. A cultura Hip Hop considera 04 elementos: o MC (Mestre de Cerimônia, RAP), o DJ (Disc-Jockey), o Grafite (Artes Plásticas) e o Breaking (B.Boy e B.Girl cujo o significa-do é garoto ou garota que dança no Break, “Quebra ou Batida” da mú-sica). Alguns adicionam o ativismo político, a gíria e a moda hip-hop como outros elementos importantes.

O Hip Hop surgiu nas comunidades afro-americanas das regiões do Bronx, Queens e Brooklin de Nova Iorque no início dos anos 70. Parte desta cultura tornou-se bastante difundida durante as décadas de 1980 e 1990 pelo mundo. Geralmente, considera-se que o criador do movimento foi o jamaicano Clive Campbel, conhecido como DJ Kool Herc. Porém, é creditado ao DJ Afrika Bambaataa o termo Hip Hop, que descreve a cultura.

Desde o seu nascimento nas ruas do bairro do Bronx (NY), em 1974, tendo como padrinhos os DJ’s Afrika Bambaataa, Grand “Master” Flash e o jamaicano Kool Herc, o Hip Hop saiu da sua guetificação e fez morada em todos os lugares do planeta. Mostra sua afirmação social através de sua proposta de vida: da música à dança, do vestuá-

rio ao comportamento e da linguagem à indústria, formando artistas, adeptos e empresários.

Enquanto o Hip Hop ganha o mundo, muitos parecem não enten-der a natureza de sua cultura que há muito tem influenciado direta e indiretamente nosso modo de vida. Devido à falta de conhecimento a respeito da cultura, muitos de nossos jovens cometem o erro de pensar que atitudes como o uso de drogas, o consumo de álcool, o porte de ar-mas e até a prostituição fazem parte dela. Em tristes momentos, o mo-vimento tem sido retratado negativamente, às custas da moralidade.

Na realidade, o autêntico Hip Hop é um movimento voltado para a celebração da vida e para preservá-la de maneira saudável, indepen-dente de fatores como raça ou condição social. É uma influência po-sitiva na formação de milhares de jovens, pois busca melhorar o lugar em que vivemos, celebra através da arte, da cultura e da educação, a paz, a união, a consciência, a atitude e a diversão.

Se mantém viva em todos os seus elementos presentes na consciên-cia de seus membros, como os pioneiros do Hip-Hop brasileiro, o per-nambucano Nelson Triunfo, MC’ Thaíde, Dj’ Hum, MC Jack, Pepeu, MV Bill, Racionais Mc’s, Marcelinho da Back Spin Crew e diversos outros que se encontravam na galeria 24 de maio em São Paulo, para ali fazerem suas rimas, coreografias, sons e trocas de informações que anos mais tarde se tornariam uma extraordinária força na luta pelos direitos de igualdade. Não esquecendo de lembrar do autêntico his-toriador King Nino Brow que, junto aos demais membros da cultura, ajudou na fundação da Casa do Hip-Hop de Diadema, em São Paulo.

Membros e adeptos da cultura Hip-Hop estão em São Carlos. Apro-veitamos para mandar um abraço para a galera de atitude das comu-nidades do Jd. Gonzaga, Cidade Aracy, Antenor Garcia, Santa Felícia, Paulistano, e também para os que freqüentam a Casa Afro-Brasileira de São Carlos, os Centros Comunitários, a Teia - casa de criação, as Escolas Péricles Soares, Orlando Perez e Deriggi, Academias de Dan-ça e os projetos que contribuem com a valorização e o crescimento da nossa cultura Hip-Hop.

Hip-Hop

O grupo Resgate Social durante o 1o Sanca Hip hop

B.Boy no 1o Sanca Hip Hop

uma cultura em movimentoSidney A. Bonometto

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Fevereiro de 2008

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Centro de Cultura Afro-Brasileira Odette dos Santos Um pouco sobre Odette dos Santos

Em 27 de agosto de 1929, nascia em São Carlos Odette dos Santos, filha de um casal preocupado com as famílias negras de São Carlos, que

queriam manter um espaço de convivência e lazer. Diante deste desejo, fundaram o Grêmio Recreativo Familiar Flor de Maio.

De uma família de cinco filhos,Odette foi quem mais se sobressaiu. Com apenas 12 anos, após o falecimento de seu pai, a menina tornou-se o apoio da família, colocando a mãe e os irmãos sempre em primeiro pla-no. Com o que ganhava em seu trabalho, ajudava nos estudos dos irmãos e na manutenção da casa.

Sua vocação para a música era nítida desde criança, graças ao ambien-te em que vivia. Com quatro anos de idade já participava dos cordões de carnaval. A primeira escola de dança de salão da cidade de São Carlos foi criada por Odette no Grêmio Flor de Maio. Nesta escola, vários moços e moças procuravam por Odette para aprender a dançar nos bailes de formatura.

Odette fundou a primeira escola de samba em São Carlos, que levava o nome de “Odette e sua Escola de Samba”. Por muito tempo, ela foi re-ferência para o carnaval, sendo considerada a principal carnavalesca de São Carlos. Recebeu títulos de “Dama do Samba”, “Madrinha dos sam-bistas e das Escolas de Samba de São Carlos”, entre outros.

Odette dos Santos faleceu com 61 anos, em março de 1991. Ainda hoje, as lembranças são muitas para quem viveu o samba de Odette. ◉

Há um pouco mais de um ano, a cidade de São Car-

los, seus moradores e visitantes contam com mais um espaço de cultura, lazer e aprendizado na cidade. Trata-se do Centro de Cultura Afro-Brasileira Odette dos Santos.

Inaugurado em novembro de 2006 através de uma parceria da Prefeitura de São Carlos com o Núcleo de Estudos Afro-Brasi-leiros da Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR, o Centro passou a ser local de re-ferência das ações da comunida-de negra da cidade por meio do Departamento de Artes e Cul-tura da Secretaria Municipal de Educação e Cultura e da Divisão de Combate ao Racismo da Se-cretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social. Atividades como oficinas, exposições, cur-sos, entre outros, são oferecidos todos os meses.

O Centro Cultural realiza no local oficinas de DJ, MC, grafite,

trança africana, teatro, produ-ção musical, dança de rua, entre outras. O Centro tem grande destaque para a Sala de Hip Hop, onde também são realizadas ofi-cinas, e o Projeto Dançar, que acontece o ano inteiro. Conta ainda com exposição fixa de pe-ças relativas à cultura africana como roupas, carrancas, másca-ras, colares e esculturas vindos de locais como Angola. O local disponibiliza também em sua infra-estrutura um auditório e sala áudio-visual que podem ser reservadas para eventos.

Os cursos oferecidos pelo Centro de Cultura Afro-Brasilei-ra Odette dos Santos são sempre gratuitos. Até o dia 29 de feverei-ro estarão abertas as inscrições para o Projeto Dançar, que ofe-rece aulas de balé para crianças à partir de 03 anos e adultos, jazz iniciante e dança de rua. Mais informações sobre as inscrições e os cursos podem ser obtidas no local ou por telefone. ◉

O Centro de Cultura Afro-Brasileira Odette dos Santos fica na Rua Dona Alexandrina, 844, funciona de terça a sexta das 13h às 20h, aos sábados das 13h às 18h e aos domingos e feriados das 10h às 17h. Mais informações pelo telefone 3371-8886.

Peças de madeira expostas na sala de africanidades Objetos expostos no Centro de Cultura Afro

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Boletim Água Quente no 6

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Aquecedor solar de baixo custo como alternativa mais sustentável

Continuando a série inicia-da na edição passada com o

texto “Sustentabilidade e Cidade”, onde procuramos apresentar al-guns possíveis caminhos a serem percorridos em busca de uma vida urbana mais saudável, apresen-tamos nesta edição o Aquecedor Solar de Baixo Custo, um interes-sante sistema de aquecimento de água desenvolvido para combater um grande vilão: o desperdício de energia elétrica.

Dentro de nossas casas, os maiores consumidores de energia são os eletrodomésticos com alta potência, como máquina de lavar roupas, ferro de passar roupas, forno de micro-ondas, congela-dor, dentre outros. Entretanto, o chuveiro pode ser considerado o principal consumidor, pois ha-bitualmente o brasileiro toma ao menos um banho por dia, e pode utilizar os outros eletrodomésti-cos com menor frequência.

O ‘nosso banho de cada dia’ no Brasil está muito baseado no aquecimento da água através do chuveiro elétrico, talvez por ser um dos sistemas mais práticos oferecidos pelo mercado: é fácil de ser instalado, é eficiente e tem fácil manutenção. Mas, por outro lado, consome muita energia elé-trica em sua tarefa, e ao passo que a família cresce... a conta também cresce.

Se observarmos outras formas de se aquecer o nosso banho, vere-mos que o que estamos desperdi-çando mesmo é o aproveitamento de uma grande aliada nossa: a energia solar! O Brasil, por estar em posição privilegiada em rela-ção ao Sol, tem uma capacidade imensa de aproveitar melhor a sua energia, fornecida como uma bênção dia após dia, salvo raros dias cinzas e frios. Em alguns pa-íses gelados, onde isso não é pos-

sível, se aquece a água através de gás ou energia elétrica, algo difícil de ser mudado devido às próprias condições naturais.

Mas, se o Brasil tem tanto Sol, por que sempre utilizou o chuvei-ro? A explicação para isto é pura-mente financeira, pois o sistema de aquecimento solar tradicional sempre foi muito caro, fora do alcance da grande maioria dos brasileiros, por utilizar materiais muito nobres em sua fabricação: cobre, estanho, alumínio e vidro.

Isto, somado ao processo de in-dustrialização, torna-o tão caro que acaba sendo mais acessível pagarmos a conta de energia no fim de cada mês.

Foi neste sentido que a Socieda-de do Sol, uma Organização Não-Governamental sediada em São Paulo, desenvolveu um sistema de aquecimento muito interessante, com o objetivo de proporcionar a todas as classes sociais o banho quente e barato. O princípio do funcionamento do aquecedor so-

Modelo do aquecedor solar de baixo custo realizado pela Sociedade do Sol

lar de baixo custo é o mesmo que o dos sistemas tradicionais: aquece ao longo de todo o dia, enquanto houver luminosidade do Sol. Po-rém, sua grande inovação está no fato de utilizar na sua composição materiais baratos e comuns do mercado da construção civil, via-bilizando a autoconstrução e redu-zindo o seu custo a aproximada-mente 10% do valor dos modelos encontrados no mercado. Isto au-menta significativamente a parcela da população que pode ter acesso à utilização da energia solar, geran-do uma economia de 20% a 40% no consumo de energia elétrica de uma família de quatro pessoas.

Este aquecedor já foi desenvol-vido em São Carlos, em forma de rápidos cursos ministrados pela Teia – casa de criação e organiza-dos pela PROHAB-SA. Os alunos aprendiam sobre o seu funciona-mento, ao mesmo tempo em que iam fabricando o sistema, e ao final o levavam para instalar em suas casas com o conhecimento necessário para continuar dando a manutenção. No momento este curso não é mais oferecido, mas pode-se acessar uma apostila grá-tis no site da Sociedade do Sol: www.sociedadedosol.org.br. Ou se quiserem saber mais informa-ções sobre o sistema de aquecedor solar de baixo custo, entrem em contato com a Teia.

O aquecedor solar de baixo cus-to é uma excelente alternativa não apenas econômica, mas que vem ao encontro das atuais preocupa-ções em relação ao aquecimento global. Qualquer medida de maior economia e aproveitamento de energia e recursos naturais, evi-tando desperdícios, é mais do que uma atitude individual. Portanto, busque informações e contribua com a nossa qualidade de vida! ◉

Esquema de um aquecedor:1. reservatório de água quente2. placas de aquecimento

3. misturador de água quente4. entrada de água fria

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Baobá: a árvore da vidaplantas tombadas, algumas com mais de três séculos.

Antes de 1500 a árvore não exis-tia na flora de nosso país. Há vária versões para sua chegada no Brasil. Uma afirma que no século XVII, durante a invasão holandesa em Pernambuco, o conde Maurício de Nassau trouxe sementes para ornamentarem seu Jardim Botâ-nico particular, onde atualmente está um baobá . Alguns estudiosos, como Câmara Cascudo, conside-ram que as sementes foram car-regadas da África, e plantadas no Brasil, pelos escravos africanos.

Símbolo de uma cultura - Para os povos africanos, o baobá é considerado a árvore mãe e uma planta sagrada. No candomblé, existe um orixá (orixás são divin-dades que representam todos os domínios da terra, como água e fogo) denominado Irôko. Ele ha-bita principalmente árvores como a gameleira branca, mas também o baobá. Para os povos yorubas, a árvore Irôko é morada dos espíri-tos infantis. Quando as crianças sentem-se assombradas, realizam oferendas aos pés do Irôko. Esse orixá também está ligado à lon-gevidade, durabilidade das coisas e passar do tempo. Alguns mor-tos na África eram sepultados no tronco da planta e acreditava-se que sua alma iria viver enquanto o baobá existisse.

Em Pernambuco, a mais antiga casa de culto Nagô, denomina-da Sítio de Pai Adão, foi fundada em 1875 pela aficana Ifá Tinuké. Quando veio da África, trouxe consigo várias divindades em for-ma de símbolos, inclusive semen-tes de gameleira e baobá. Até hoje as árvore servem para os cultos. A Casa de Cultura Tainã, em Cam-pinas, a qual trabalha para desen-volver uma rede de Quilombos, recebeu sementes vindas do bao-bá do terreiro de Pai Adão. Houve

o plantio dessa sementes na Casa de Cultura, e atualmente a planta está com três anos.

Em vários países da África, o baobá está representado em mo-

Imagine uma árvore capaz viver mais de mil anos, com o caule

medindo cerca de 20 metros de diâmetro, uma das maiores do mundo, possível de armazenar até 120 mil litros de água. Sem falar na altura da planta, 30 me-tros, equivalente a um prédio de nove andares. Assim é o baobá, árvore de origem africana, que chegou ao Brasil através das mãos de sacerdotes africanos. O baobá carrega consigo, não apenas a im-portância de ser conhecida como a árvore da vida, mas também por estar impregnada de valor históri-co-cultural.

“Ela é a árvore da vida, pois os africanos aproveitam de tudo nela. Alimentam-se das folhas e dos frutos, fabricam remédios, tige-las, sacos, cordas, doces, cabanas e outras coisas de sua matéria”, comenta um dos pesquisadores do baobá, Fernando Batista. Em algumas regiões de Moçambique, o tronco é escavado para servir de cisterna comunitária. (Cisternas são reservatórios que servem para aproveitamento da água no consu-mo e irrigação). Existem oito espé-cies diferentes de baobá. A maior concentração de espécies está na região de Madagascar, onde con-vivem seis delas.Além destas, em outras regiões da África existe mais uma espécie. A oitava, é na-tiva da Austrália.

Chegada ao Brasil - No Brasil, foram constatados alguns baobás, principalmente na zona do Nor-deste açucareiro. Há cerca de cin-co anos, o antropólogo jamaicano, John Rashford, iniciou uma pes-quisa a respeito da árvore. Quando esteve no Brasil, esperava encon-trar cerca de 25 baobás, porém, re-gistrou mais de 100. A maioria foi encontrada em Pernambuco, pois os escravos que vinham da África para trabalhar nos engenhos, tra-ziam as sementes. Em Recife há 11

Curiosidades do baobá• OnomecientíficodobaobáéAdansoniadigitata.Oprimeironome

em homenagem ao cientista francês que classificou o vegetal, Mi-chel Andanson. O digitata quer dizer folhas, lembrando os dedos da mão.

• NaÁfrica,ofruto,denominadomalombe,quetemumapolpabran-ca, é referido na cura da malária, sarampo e catapora. As folhas são utilizadas como anti-diarréico e para combater febre e inflamações. Também no combate a anemia, raquitismo, desinteria, reumatismo e asma.

• Obaobáfloresceumaúnicanoiteaoano,entremaioeagosto.• ObaobápertenceàfamíliadosBombáceas, em latim, o termo bom-

bax significa ato de admirição, espanto.• Comentamque o autor do livroO Pequeno Príncipe, Antoine de

Saint Exupéry, inspirou-se num baobá que viu no Nordeste brasi-leiro durante uma viagem, para escrever a seguinte passagem no livro: “E o baobá, quando a gente vê, nunca mais esquece”.

• ObaobáéemblemanacionaldoSenegal.• Obaobácostumaviverentreumeseismilanos.

edas, selos e outros símbolos na-cionais. Também comentam que os escravos eram obrigados a fa-zer voltas ao redor do baobá para desligarem-se de suas raízes. ◉

Imagem de um baobá africano

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Boletim Água Quente no 6

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Projeto Água Quente e Projeto Brotar plantam 2 mil mudas No final do mês de novem-

bro de 2007, foi realizado na antiga área do motocross, próximo ao córrego Água Quente, o Mutirão de Plantio pelo Projeto Brotar em parceria com o Projeto Água Quente. O evento que contou com a par-ticipação de aproximadamente 150 pessoas, mobilizou mora-dores da comunidade e outros convidados como escoteiros, alunos de escolas do município e estudantes universitários. Em 2005, visando a recuperação ambiental desta área, o Projeto Água Quente, em seu início, já havia realizado um mutirão de plantio de 5 mil mudas e de um módulo agroflorestal. Agora, em 2007, com esta nova par-ceria foi realizado o plantio de mais 2 mil mudas.

O Mutirão começou de ma-nhã cedo e com três horas de atividades as mudas de árvores nativas já haviam sido planta-das, o que superou as expectati-vas das equipes e agentes comu-nitários. “O pessoal participou, eu plantei junto com crianças e com o pessoal mais velho da

Já na área da agrofloresta, o desenvolvimento das mudas plantadas em 2005 permane-ce, e como nesse ano foram plantadas apenas sementes em conjunto com adubos verdes, que protegem as espécies arbó-reas, o ataque das formigas foi menor e a estiagem apenas fez com as sementes demorassem a germinar.

Em função dos resultados mais positivos da área de agro-floresta, o Projeto Água Quente e o Projeto Brotar vão investir no ano de 2008 na expansão do módulo agroflorestal, na manu-tenção das mudas sobreviven-tes e na reposição de parte das mudas. “A idéia é que a gente continue plantando, fazendo as atividades aqui na área”, diz a bióloga Carol Neri aos partici-pantes do Mutirão. ◉

Convidamos todos que estiverem interessados em

participar dos mutirões de Plantio e Manejo a en-

trar em contato com o Projeto Água Quente pelo

telefone 16 3376-3110. Todos são bem vindos!

comunidade. Foi ótimo”, diz a estudante universitária argen-tina Carolina Isabel Minõ que participou da atividade.

O mutirão foi uma oportuni-dade para que as pessoas pre-sentes que não conheciam a re-gião pudessem saber um pouco mais sobre a história do local e sobre as atividades que estão sendo realizadas pelo Projeto Água Quente e Brotar. Um dos objetivos do evento foi a recu-peração da vegetação nativa do local, bastante judiada e degra-dada por ter sido uma pista de motocross e por ser utilizada para pastagem. “São espécies de cerrado mesmo, 25 espécies diferentes, vai enriquecer mais os outros plantios”, relata o uni-versitário Alessandro Wagner Coelho Ferreira, que também participou do plantio.

Mesmo com o empenho das equipes, agentes comunitários e participantes nos mutirões, a recuperação da vegetação na área escolhida para os plantios é bastante delicada. Do primeiro mutirão realizado pelo Projeto Água Quente em 2005, sobrevi-

veram poucas mudas, principal-mente por causa da pastagem, do ataque de formigas corta-deiras e das queimadas. Deste segundo mutirão, já se sabe que devido ao ataque das formigas, de uma estiagem de 15 dias após o plantio e do uso incorreto do adubo durante o mutirão que por ser adubo químico não é fá-cil ser lidado, o prejuízo é gran-de. Segundo a Bióloga Carol Neri, do Projeto Brotar, cerca de 95% das mudas estão preju-dicadas, o que deixou as equi-pes dos dois projetos preocu-padas. Para a bióloga, ainda há a possibilidade de rebrota, mas a ação intensiva das formigas e a queima das raízes das plantas pelo mau uso do adubo, podem matar as mudas. “Agora temos que unir forças para manter o plantio”, diz a bióloga.

Participantes preparam-se para o plantioEquipe e agentes comunitários do projeto reunidos

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Vamos juntos arborizar as ruas da Bacia!Benefícios da árvore em sua vida:• propiciarsombra;• purificaroar;• éabrigoàfauna,propiciandoumavariedademaiordeespécies;• diminuirapoluiçãosonora;• constituirfatorestéticoepaisagístico;• diminuiroimpactodaschuvasfavorecendoinfiltraçãodaáguano

solo; • valorizaraqualidadedevidalocal,bemcomoeconomicamenteas

propriedades ao entorno.

Fonte: Revista de Biologia Pró Ciência – Universidade de São Paulo

O Plantio Urbano vem como uma nova fren-

te de ação do Projeto Água Quente para a região da Bacia do Córrego Água Quente. Foi pensado junto com os agen-tes comunitários como uma proposta para melhorar a ar-borização das ruas da região e assim, a qualidade de vida dos moradores.

No dia 16 de fevereiro, acon-tecerá na Rua Paulo VI, Jardim Cruzeiro do Sul, o primei-ro plantio urbano realizado pelo projeto, que conta com a participação de pessoas da comunidade para garantir a continuidade do trabalho e a manutenção das mudas.

“Pensamos esse plantio como forma de atingir outras pessoas que possam participar. Afinal, aqueles moradores que quiserem receberão as mudas

em sua casas e terão orienta-ções no manejo”, comenta a bióloga e educadora ambien-tal do Projeto, Sara Oliveira.

AlternativaO plantio urbano também

foi uma opção encontrada para envolver os moradores com o Projeto, pois a arborização das ruas facilita o acompanha-mento do desenvolvimento das plantas pelos moradores. Já os moradores que não tive-rem espaços nas suas calçadas e quiserem mudas para plantar nos quintais também poderão recebê-las.

A escolha da primeira rua a ser arborizada foi feita em conjunto com os agentes do Projeto. Os agentes observa-ram e fizeram um esquema das ruas em que moram e em grupo escolheram as ruas me-

Agentes conversam com moradores sobre o plantio urbano

nos arborizadas e que também possuem bastante movimento. A rua escolhida para essa ação de arborização foi a Paulo VI, no Jardim Cruzeiro do Sul, em que reside a agente comunitá-ria Leonilda Squarzini, e tam-bém na qual está alocada a Ca-tequese da Igreja Santa Madre Cabrini, grupo participante do Projeto e representado pela agente Sônia de Paula.

Nos meses de dezembro de 2007 e janeiro de 2008, equi-pe e agentes comunitários do Projeto fizeram uma visita aos moradores da rua, na qual fo-ram levantados os interessa-dos em plantar as mudas nas calçadas ou nos quintais de suas casas. Na semana de 13 a 15 de fevereiro foi realizada a abertura das covas e prepara-ção com substrato orgânico e terra vegetal.

Os interessados receberão instruções de como plantar, cuidar das mudas e dessa for-ma, tornar não só sua mora-dia, mas a vida das pessoas que usam a rua mais agradá-vel. Toda a comunidade está convidada a participar.

Além disso, em muitas oca-siões, a árvore na frente da residência confere a esta uma identidade particular e propi-cia o contato direto dos mora-dores com um elemento natu-ral significativo, considerando todos os seus benefícios. ◉

Dúvidas sobre os cuidados com a muda, entrar em con-tato com a Organização Teia - casa de criação. Telefone: 3376-3110.http://aguaquente.teia.org.br

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Sexualidade na Adolescência

A vida sexual dos adoles-centes vem começando

cada dia mais cedo, bem antes do que há alguns anos atrás.

Muitas meninas passam pela primeira experiência se-xual sem nem ter tido a pri-meira consulta com um gi-necologista, e muitas delas engravidam antes de ter ido também!

Os pais não se sentem à vontade para terem conversas

sobre sexualidade com os fi-lhos, muitos nunca o tiveram e possuem grande dificulda-de. Mas tem se tornado cres-cente o número de pais inte-ressados em saber como lidar com o assunto. Esta situação é mais recorrente entre mães que sentem necessidade em saber o que falar e como agir com suas filhas. Mesmo se os pais não estiverem preparados para orientá-los, devem estar

O pouco com sabedoria é muito!Na rua Paulo VI, temos um dos muitos exemplos, na Bacia do Córre-go Água Quente, de como é possível utilizar pequenas áreas nos quin-tais para plantar. O pouco espaço para se plantar é uma das maiores dificuldades encontradas para o plantio em calçadas ou em quintais, pelo fato de muitas casas serem de meio lote. Nem por isso a mo-radora da rua e participante do projeto Sonia Miassi deixou de ter plantas no seu quintal. Utilizando seu conhecimento e experiências vivenciadas junto com o projeto, ela utilizou um pequeno espaço no seu quintal, para plantar diferentes espécies utilizando o princípio de Agrofloresta, uma experiência que está dando certo!

O diálogo é uma das melhores estratégias para se evitar a gravidez precoce

para indicar ao filho ou filha ajuda de profissionais qualifi-cados.

Por outro lado, os próprios filhos também sentem des-conforto em conversar com os pais sobre o assunto, mes-mo sabendo que precisam preparar-se para lidar com o sexo de maneira responsável e consciente.

O diálogo com os pais, a ida ao ginecologista logo após a primeira menstruação, o uso de métodos preventivos, as explicações sobre como se prevenir, o tempo certo em que o corpo está pronto para ter relações e gerar um filho, são questões que devem ter sua discussão estimulada nos grupos sociais e instituições como escolas e centros comu-nitários.

Vale lembrar que os meni-nos também precisam ser in-cluídos na discussão sobre o sexo responsável e a prevenção, pois muitas vezes, por falta de maturidade, não tem condi-ções de assumir a paternidade

e constituir uma família. As conseqüências da falta de

informações sobre a vida sexu-al de uma adolescente e de um adolescente são o despreparo para lidar com situações como a gravidez precoce e o alto ris-co de contaminação por do-enças sexualmente transmis-síveis (DST). A gravidez na adolescência envolve fatores emocionais, sociais e até mes-mo físicos. Uma adolescente não está preparada nem física e nem emocionalmente para cuidar de um bebê e nem para constituir uma família. Estes fatores acabam contribuindo também para o aumento dos casos de mães solteiras.

É importantíssimo que, no caso de uma gravidez precoce diagnosticada, a adolescente faça o acompanhamento pré-natal e receba o apoio da fa-mília. Isto é o essencial para ter uma gravidez tranqüila e ter perspectivas mais positi-vas em relação a ser uma jo-vem mãe ou um jovem pai. ◉

Moradora Sonia em seu quintal

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Obras do Centro da Juventude da Cidade Aracy II, em estado inicial

Centros da Juventude: Cidade Aracy e Monte Carlo, estão em obrasEm outubro de 2007 deu-

se início às obras em dois Centros da Juventude na Bacia do Córrego da Água Quente.

Um deles, o Centro da Ju-ventude “Elaine Viviane”, está localizado no Jardim Monte Carlo e é um centro já existente que passa por obras de reforma. O outro, o Centro da Juventu-de “Lauriberto José Reyes”, lo-caliza-se na Cidade Aracy II e suas obras foram iniciadas recentemente. Seu nome ho-menageia o jovem morto aos 26 anos em 1972 pela ditadura militar. Em dezembro de 2007, esteve presente no lançamento da placa que marcou o início das obras a Doutora em antro-pologia social, consultora do Instituto Brasileiro de Análi-ses Socioeconômicas (IBASE) e pesquisadora do CNPq, es-pecialista na área da infância e juventude, Regina Novaes, irmã de Lauriberto.

Segundo Regina Novaes, o Centro é um espaço mui-to simbólico porque aconte-ce num momento em que o país percebe que a juventude, como um sujeito de direito, precisa de mais oportunida-des, que passam pelo prepa-ro para entrar no mercado de trabalho. Além de se expressar culturalmente e de fazer parte, de pertencer a um espaço, e o Centro pode ser um símbolo disso, uma integração. “É uma geração que tem o que dar para o Brasil, e a gente tem que saber receber o que vem

de novo para construir as lu-tas do povo brasileiro”.

Ambas as obras estão sendo financiadas pelo Banco Na-cional de Desenvolvimento Econômico – BNDES, através da Prefeitura de São Carlos. O Centro da Juventude no Jar-dim Monte Carlo deu início às obras de reforma em outubro de 2007, com a demolição de parte do imóvel antigo, ins-talação de alambrado na par-te da frente e construção de calçadas. A segunda etapa já está sendo feita com o levan-tamento de um prédio novo,

escavação para construção de uma nova piscina, definição do paisagismo e de quadras. O objetivo é atender aos jo-vens da região com atividades esportivas, educacionais, cul-turais, de apoio escolar e com oficinas profissionalizantes. A previsão de entrega é para o final de março de 2008.

A construção do Centro da Juventude Cidade Aracy II será na Rua Arnold Almeida Pires, próximo a EMEB Ar-thur Natalino Deriggi, e já re-cebeu uma verba do BNDES para a compra de equipamen-

tos e materiais. O espaço vai seguir os padrões do Centro da Juventude do Jardim Mon-te Carlo, oferecendo oficinas profissionalizantes e as mes-mas áreas. O centro irá aten-der jovens na faixa etária de 14 a 24 anos e a capacidade de atendimento vai ser em torno de 500 jovens por mês.

Segundo a Secretária de In-fância e Juventude, Rosilene Mendes dos Santos, estas são obras esperadas pelos mora-dores dos bairros que não pos-suem um espaço adequado para a prática dessas atividades. ◉

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Boletim Água Quente no 6

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Discussão inicial do encontro, com todos os grupos presentes

Projeto Água Quente realiza Encontro de Grupos da Bacia

No dia 08 de dezembro de 2007, sábado, aconteceu na EMEI

Vitorio Rebucci, no Jardim Paca-embu, a partir das 8h30, o Encon-tro de Grupos da Região do Cór-rego Água Quente, promovido pelo Projeto Água Quente.

Este foi o primeiro encontro re-alizado pelo Projeto nesta segunda edição e um de seus principais ob-jetivos foi ampliar e fortalecer os canais de diálogo com os grupos de origem dos Agentes Comuni-tários que fazem parte do Projeto, visando o seu maior envolvimento, incentivando-os a participar mais ativamente das ações e atividades que desenvolvemos e apoiando o fortalecimento de sua atuação na Bacia.

Como forma de integrar os par-ticipantes e estimular a troca de experiências, o Encontro procu-rou trabalhar uma série de ques-tões relacionadas com a situação atual da Bacia, como a história da ocupação dos bairros, as con-dições de moradia, de transporte, de saúde, o problema da poluição do córrego, do lixo, do desmata-mento das áreas verdes, da falta de praças e do Parque Florestal Urbano que ainda não saiu do papel. Além disso, não se deixou de ressaltar também a questão do preconceito em relação aos mo-radores da Bacia, que, como lem-brou o rapper Alexandre Pereira, do grupo Poetas Anônimos, são trabalhadores e cidadãos como quaisquer outros, mas que sofrem na pele a discriminação por vive-rem em bairros considerados “po-bres” e “violentos”.

Toda esta importante discussão contou com cerca de 60 parti-cipantes que, após assistir ao ví-deo-documentário “Na Margem”, lançado em novembro de 2006, dividiram-se em três subgrupos de trabalho, mediados respectiva-mente por Osvaldo Luciano dos

Santos, diretor da EMEB Arthur Natalino Deriggi, Regina Granja, associada da Teia e funcionária da Secretaria Especial da Infância e Juventude, e Daniel Marostegan e Carneiro, coordenador do Proje-to Água Quente. A divisão nesses pequenos subgrupos surgiu como uma forma de integrar mais os participantes, para que cada um pudesse contribuir ao debate, re-latando a sua experiência como morador da Bacia e como cidadão são-carlense. Depois desse mo-mento, todos voltaram ao salão principal para finalizar a discus-são coletivamente, fortalecendo idéias e propostas para um novo encontro que possa reunir mais grupos e também outros atores sociais, como os empresários e os gestores públicos.

Além disso, o Encontro serviu também como um momento de

“oficializar” a entrada dos novos Agentes Comunitários (e seus res-pectivos grupos) no Projeto Água Quente, promovendo a integração entre Agentes antigos, novos, gru-pos e equipe do Projeto.

Esta integração certamente foi favorecida durante o almoço que o Projeto ofereceu aos participan-tes, ao final do debate, encerrado numa grande confraternização.

Vale registrar que este foi ape-nas o primeiro de outros encon-tros que o projeto pretende reali-zar até 2009 e que esta iniciativa pretendeu estimular a discussão coletiva sobre as questões sócio-ambientais da Bacia com o intui-to não apenas de potencializar as ações voltadas para aquela região,

mas também de contribuir para que sejam estabelecidas articula-ções e parcerias futuras no senti-do de que se amplie a participação de toda a população no processo de transformação das condições sociais e ambientais da Bacia.

“Pré-Encontro” foi reali-zado com Agentes

Para que o Encontro de Grupos pudesse acontecer, foi montado, entre os Agentes do Projeto Água Quente, um subgrupo de prepa-ração desse evento. O subgrupo foi formado pelas Agentes Clei-de (Grupo de Coroinhas), Luzia (Cooperlimp), Sônia (Catequese Madre Cabrini) e Maria Helena (Grupo Sagrado Coração) e tinha como objetivo planejar e conceber a estrutura do Encontro, cons-

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Ecologia e tecnologia

Para conhecer melhor a for-mação do solo, suas diferen-

ças e semelhanças, as áreas dre-nadas por córregos, a vegetação e os animais é preciso observar o ambiente.

Os alunos da EMEB Artur Natalino Deriggi (7ª séries A, B e C), acompanhados pelo pro-fessor de Geografia José Luis, re-alizaram um trabalho de campo ao redor da escola até o córrego Água Quente com o objetivo de observar e explorar o ambiente

– aproveitando-se da curiosidade e do conhecimento dos alunos sobre a região. Formaram gru-pos e levaram vários materiais: termômetro, higrômetro, coletor de água (para análise e discus-são dos resultados em sala de aula), saquinhos plásticos para comprovar a transpiração dos vegetais e para a coleta de folhas e plantas medicinais. Levaram também caneta e papel para ano-tar as observações.

Viram barrancos, observaram o tipo de solo e o tipo de rocha que lhe deu origem, ruas de terra, várias espécies de árvores como: Cedro, Faveiro, Angico, um ver-dadeiro mosaico de plantas de pequeno e médio porte. Encon-traram também plantas medici-nais como: Barbatimão, Cordão de Frade, Sucupira, Jurubeba, Anileira e Assa Peixe.

Área Pesquisada:Córrego Água Quente.Parte Agredida:Nascente e margens do córrego.Agentes causadores:Queimadas, lixo e esgoto.Providências a serem tomadas:• Conscientizar a população

do bairro a não fazer quei-madas;

• Reflorestamento da áreaagredida;

• Pararde lançaro esgotonorio, sem o devido tratamen-to, canalizar até a estação de tratamento de esgoto.

Conclusão do Trabalho:

Seção Deriggi

Projeto Horta na EscolaOs alunos participaram ativamente do Projeto Horta na Escola – do pla-nejamento (escolha de sementes e desenhos dos canteiros na área a ser utilizada) até o plantio e irrigação diária.

Em parceria com grupo de extensão da UFSCar os professores de di-versas disciplinas envolveram-se na realização do projeto, que em 2007 foi concluído com uma belíssima colheita – incluída e saboreada na me-renda escolar.

truindo e propondo discussões para serem desenvolvidas no dia de sua realização.

Nesse sentido, o subgrupo su-geriu desenvolver uma atividade com o Grupo de Agentes em que fossem discutidos os pontos mais importantes sobre a Bacia que de-veriam ser lembrados no dia do Encontro. Por essa razão, esta ati-vidade, que aconteceu no dia 10 de novembro de 2007, na Teia, ficou conhecida como “Pré-Encontro”, já que a intenção era a de que ela funcionasse como uma espécie de

“modelo” em escala menor para o evento que estava sendo organiza-do.

A proposta da atividade foi, en-tão, debater coletivamente o tema

“Questões Atuais sobre a Bacia do Água Quente”, a partir da lei-tura do texto “Histórias do Água Quente: um olhar sobre a ocupa-ção urbana da Bacia” e da exibição do vídeo-documentário “Na Mar-gem”. Para tanto, o texto foi distri-buído previamente aos Agentes, com a solicitação de que fosse lido de forma atenta e reflexiva, ou seja, levantando questões e pontos que fossem considerados importantes. O documentário foi exibido logo

no início da atividade, antes que fosse aberta a discussão.

O debate, envolvendo nove Agentes, aconteceu sob a media-ção de Gabriel Feltran, ex-inte-grante da equipe do Projeto na 1ª. edição e autor do referido texto e de Marcelo Montaño, o Mindu, também ex-integrante da equipe. Os dois foram convidados para conduzir a atividade por se serem figuras que já passaram pelo Pro-jeto e que conhecem bem a pro-blemática colocada e os objetivos que o Projeto quer atingir. Além disso, Gabriel e Mindu possuem grande capacidade de articulação de idéias e conduziram de forma bastante interessante e satisfatória uma discussão realmente impor-tante sobre os aspectos ambien-tais, sociais, políticos e culturais dos bairros da região.

Os Agentes, por sua vez, tive-ram uma participação muito im-portante neste “Pré-Encontro”, já que foram muito ativos no debate, colocando idéias e opiniões, for-necendo depoimentos pessoais e propondo várias iniciativas futu-ras em relação à melhoria da atual situação da Bacia. ◉

Goda, Alexandre e Sueli durante o encontro

Houve uma interação signifi-cativa com os moradores da vi-zinhança dos espaços visitados, trocando-se informações sobre as plantas medicinais encontra-das na região.

Durante o trajeto foi obser-vada uma área muito grande de queimada, próxima às margens do rio. A mata ciliar está sendo agredida por queimadas, o que causa o assoreamento do rio (acúmulo de areia, solo despren-dido de erosões e outros mate-riais levados até rios e lagos pela chuva ou pelo vento).

Observaram animais por per-to ou vestígios deles (formiguei-ros, cupinzeiros, etc).

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Boletim Água Quente no 6

Rádios comunitárias: ferramentas para o fortalecimento comunitário ou pirataria?

Nos últimos cinco anos, cer-ca de cinco mil rádios foram condenadas por trabalharem com comunicação comunitá-ria. Existem aproximadamente 14.000 pedidos de autorização de funcionamento de rádios comunitárias cadastrados no Ministério das Comunicações, sendo que 824 receberam auto-rizações provisórias e 578 defi-nitivas. Atualmente um proces-so para conseguir autorização leva em média de oito a dez anos de espera.

Devido à dificuldade em atender tais demandas, atos de repressão vêm sendo pratica-dos pela Polícia Federal contra as rádios comunitárias, que vêm sendo perseguidas. Desta forma, a liberdade de expressão

que é garantida pela Constitui-ção, deixa de ser respeitada.

O Art.5º ressalta: “É livre a expressão de atividade intelec-tual, artística, científica e de comunicação, independente de censura ou licença”. A Lei 9.612 de 19 de fevereiro de 1998 ins-titui o serviço de radiodifusão comunitária. Segundo ela, a radiodifusão livre não é crime, mas uma infração administra-tiva. Logo, os cidadãos atuantes nas difusões de rádio sem con-cessão não podem ser presos ou penalizados. Porém, o go-verno brasileiro vem seguindo uma linha repressora prevista em uma lei de 1962, a qual pro-íbe a instalação ou utilização de telecomunicações sem autori-zação.

Entrevista com Lair Conceição, integrante da Rádio Comunitária Aracy (RCA), fechada por ordem judicial

Quais os principais problemas enfrentados pelas rádios comunitá-rias brasileiras?

Lair Conceição: A dificuldade de licença para poder funcionar sem perseguição. O processo é muito lento. Nossos equipamentos ficaram cinco anos apreendidos e estamos há mais de sete anos pleiteando a legalização e nada. As rádios comerciais influenciam negativamente, nos chamando de piratas e outras coisas. Criticam porque perdem uma fatia do mercado para nós, que estamos mais próximos da comu-nidades e tendemos à regionalização da programação.

Qual o papel da rádio comunitária no fortalecimento do cidadão e das comunidades?

Lair Conceição: As rádios comunitárias estão bem mais perto da po-pulação, mais presentes, deixando o espaço aberto para quem quiser participar, contribuindo para a liberdade de expressão. As campanhas sociais, as festas de bairro, as atividades culturais da região têm maior alcance devido a essa aproximação.

Por que decidiu participar da fundação de uma rádio comunitária?

Lair Conceição: Sempre gostei de mexer com som e sentia a região carente de comunicação e divulgação de suas idéias. Ai veio a idéia da rádio.

Como ela funcionava, quem mantinha?

Lair Conceição: Tínhamos bastante audiência e uma programação bem variada que ía das cinco horas da manhã até à meia noite, desde programas sertanejos a evangélicos. Procurávamos seguir as leis de comunicação. Os patrocinadores que a mantinham davam um valor como apoio cultural.

Qual a diferença entre rádio comunitária e comercial?

Lair Conceição: Nas rádios comerciais as pessoas pedem as músicas e se não estiver na programação, não toca. É o conhecido jabá (ou seja, um acordo comercial entre rádios e as gravadoras para tocar determi-nadas músicas). As pessoas não participam ativamente, não expõem suas idéias, é algo extremamente comercial. Na rádio comunitária as pessoas se identificam, as portas estão abertas para todos, ou seja, va-lorizam-se a cultura e os artistas da região.

O que vocês estão fazendo depois do fechamento da RCA?

Lair Conceição: A RCA não está funcionando, mas estamos lutando para colocá-la de volta ao ar o mais rápido possível. Os processos es-tão na justiça e estamos aguardando, por isso formamos a Associação de Rádio Difusão Comunitária.

D I V I R T A - S E !

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Page 15: Boletim Água Quente - Número 6

CAÇA-PALAVRASEncontre os nomes das mudas do Plantio Urbano!

Pitanga IpêCaliandra ChorãoResedá Falsa dama da noiteGoiabeira AlfeneiroUvaia

IMSAGIBANLOSMLIAJOHUIPLHJLJUHIAVACOI

OLHIAFAGFALSADAMADANOITEFLAGIAOBLP

VINTHJLOIRABRIGOIABEIRAOICADIRNHASIE

NAVUZVTRESEDAABAJIRATRBTATOLACEIGC

CHORAOHAJIBUCAVIRTNATARUBEPITANGAF

OBACRITAPIRBAUVAIALAMBRLIJNANQUINOI

JAMBRALOCABTREQUATALALFENEIROJACST

CALIANDRABRUDIGUMBSOILORICALISJOPIJ

PINTE O DESENHO!

Bichinhos de Jardim Clara Gomes

www.bichinhosdejardim.blogspot.com

D I V I R T A - S E !

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Page 16: Boletim Água Quente - Número 6

Boletim Água Quente no 6

F A L AP O V O

Lair Conceição Júnior EstudanteEm muitas praças faltam atrações culturais, as pes-soas aqui ficam sem ter o que fazer. Poderia ter apresentações de bandas locais, teatros abertos,

pista de skate e atividades para movimentar as praças. A maioria delas está sem iluminação, faltando árvores e sem bancos para sentar.

Adriano Ap. PereiraMecânicoAqui na região, somente a praça que foi inaugura-da presta para freqüentar, ela caiu do céu. O resto está muito abandonado, sem luz e recreação para

as crianças. Teria de haver um trabalho de paisagismo nas praças para melhorar a arbo-rização e utilização dos espaços de lazer.

Silvana Maiara Sampaio Estudante

Antes de ter inaugurado a praça eu ficava tranca-da em casa, agora tenho um lugar onde brincar. É muito bom para as crian-ças poderem ter um lugar para correr, encontrar os amigos e se distrair. Todas as praças daqui deveriam ter brinque-dos e árvores.

Jussara Fernanda BuenoEstudanteAqui tem pouca opção para as pessoas se dis-traírem. A praça é um local bom para conver-sar, encontrar as pessoas, praticar um esporte e ter

contatos culturais e aqui isso não existe. As praças deveriam ser melhor estruturadas.

William LuizEstudante

Depois que foi inaugurada a praça Ronald Golias, na Cidade Aracy II, os mo-leques não ficaram mais pelas ruas, podendo ser atropelados. Agora eles têm um lugar para brincar. Mas de manhã é duro, faltam árvores para fazer sombra.

Beatriz RodriguesEstudanteA maioria das praças aqui da região não está em condições de receber nin-guém. De dia não dá pra freqüentar por causa do calor e à noite, não tem

luz. Estão faltando locais para as pessoas se reunirem.

Noberto Tadeu Puck Bojador

As praças aqui não têm bancos, mesas e grande parte dos espaços sem utilização. Em várias áreas poderiam ser cons-truídos espaços de lazer, como pistas de ciclismo e quadras esporti-vas. A praça Ronald Golias foi uma opção boa para as crianças, mas desde que inaugu-rou não teve mais eventos. As árvores estão sem manutenção e morrendo, os vizinhos é que se esforçam para mantê-las.

Cremilda Maria de Jesus Vendedora ambulante

As praças aqui são o único espaço de lazer da popu-lação. Faltam banheiros públicos, bebedouros, ar-borização e iluminação. Deveriam ter outras áreas de lazer, como quadras de futebol, pistas de ciclismo e skate para as crianças e adolescen-tes não ficarem pelas ruas.

Praças Públicas

A praça que todos nós sonhamos tem o canto dos passarinhos, a sombra

das árvores, as flores brotando, o banco para o encontro de amigos, lazer aos do-mingos, iluminação ideal para um pas-seio em uma noite quente... Tem que ser um local seguro para brincar, para andar de bicicleta, para um simples passeio de fim de tarde... Tem que ser agradável para adultos e crianças. São coisas sim-ples, mas que são mais gostosas se feitas em uma praça.

Segundo o dicionário, praça é um lu-gar público e espaçoso, e a Constituição Federal, ao tratar do Meio Ambiente, proclama em seu art. 225 que “todos têm direito ao meio ambiente ecologica-mente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

A cada dia fica mais difícil encontrar-mos áreas verdes nas grandes cidades

– não é mais “a mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores e o mesmo jar-dim” que nossos avôs conheceram. Po-rém, se é direito e dever de todos, não devemos deixar de lutar e buscar o que é nosso por direito.

Patrocínio:

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