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Boletim Agrometeorológico Vol. 2 – n. 2 – Fevereiro de 2015

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Boletim

Agrometeorológico Vol. 2 – n. 2 – Fevereiro de 2015

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BOLETIM AGROMETEOROLÓGICO é uma publicação do Grupo de Estudos em Biometeorologia

(GEBIOMET), da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Campus Dois Vizinhos - UTFPR-DV, com o

intuito de divulgar dados e informações meteorológicas e climáticas e interpretá-los sob o enfoque agrícola,

cuja elaboração é realizada por professores e alunos ligados ao GEBIOMET.

Diretor Geral - Câmpus Dois Vizinhos

Alfredo de Gouvêa

Diretor de Pesquisa e Pós-Graduação

Luis Fernando Glasenapp de Menezes

Diretor de Graduação e Educação Profissional

Marcelo Marcos Montagner

Diretor de Relações Empresarial e Comunitárias

Almir Antonio Gnoatto

Coordenador do Curso de Agronomia

Laércio Ricardo Sartor

Comitê Científico

Fabiana Rankrape - Acadêmica do curso de Zootecnia - UTFPR-DV

Paulo Cesar Conceição - Dr. - UTFPR-DV

Marco Antonio Possenti - Dr. - UTFPR-DV

Frederico Márcio Corrêa Vieira - Dr. - UTFPR-DV

Comitê Editorial

Prof. Frederico Márcio Corrêa Vieira - Dr. - UTFPR-DV

Prof. Álvaro Boson de Castro Faria - Dr. - UTFPR-DV

Prof. Américo Wagner Júnior - Dr. - UTFPR-DV

Prof. Edgar de Souza Vismara - Dr. - UTFPR-DV

Prof. Lilian Regina Rothe Mayer - MSc. - UTFPR-DV

Grupo de Estudos em Biometeorologia - GEBIOMET

Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)

Estrada para Boa Esperança, km 04, Comunidade São Cristóvão

Dois Vizinhos - PR - CEP: 85660-000

E-mail: [email protected]

www.gebiomet.com.br

Tel: +55 (46) 3536.8417

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Editorial

O Boletim Agrometeorológico do Grupo de Estudos em Biometeorologia (GEBIOMET) foi

desenvolvido para informar sobre o tempo e clima, auxiliando na interpretação desses dados para fins

agrícolas, científicos e também para estudos do clima e sua influência no meio social. No geral, todos se

interessam em compreender o clima e saber sobre o tempo, se está chovendo ou ensolarado, se está frio

ou quente em um dado dia e região. Todavia, o clima e o tempo são agentes muito dinâmicos da natureza.

Entender e caracterizar o clima exige observação de muitos anos de dados (próximo de 30 anos). O tempo

consiste no estado atual da atmosfera, altamente dinâmico, com previsibilidade ótima entre 3 dias e 24

horas antes do dia de interesse. Ambos possuem forte influência na agricultura, desde a implantação e

adaptação de uma cultura na região até a melhor época de plantio e cultivo. Desta forma, é de extrema

importância que o produtor se mantenha informado das tendências climáticas para obter a melhor

produtividade das principais culturas agrícolas da nossa região. Pensando nisso, o GEBIOMET iniciou este

trabalho, com o intuito de registrar as variações dos dados climáticos e interpretá-los de forma fácil e

acessível a todos. Esperamos que todos façam uma boa leitura das edições e que este se torne um meio de

divulgação sobre tempo e clima que ajude a região na tomada de decisão em todos os setores.

Informações Gerais

As informações contidas neste boletim referentes ao tempo e clima são oriundas do banco de dados

da estação meteorológica do INMET instalada na UTFPR - Campus Dois Vizinhos (8° Distrito Meteorológico

- DISME). O município está localizado em uma região subtropical úmida cujo clima, segundo a classificação

de Köppen, é o Cfa (C - subtropical úmido, com mês mais frio entre 18 e -3 ºC; f = sempre úmido, com

chuva em todos os meses do ano; a = verão quente, com temperatura do mês mais quente superior a 22

ºC) (ALVARES et al., 2013). A precipitação do mês mais seco é acima de 40 mm.

Sobre o GEBIOMET

O GEBIOMET - Grupo de Estudos em Biometeorologia foi criado em 4 de junho de 2013, na UTFPR -

Campus Dois Vizinhos, com o propósito de auxiliar o produtor rural com informações agrometeorológica

para tomada de decisão desde o plantio até a venda de seus produtos. Análise do tempo e do clima e

previsões climáticas será destaque em nosso boletim. Estarão contidas nas edições subsequentes as

principais informações sobre as culturas da época, possíveis tempestades, alerta de geadas, entrevistas de

personalidades e estudiosos de destaque na área. O grupo é orientado pelo Prof. Dr. Frederico Márcio

Corrêa Vieira. A equipe de redatores do boletim é liderada pela acadêmica de Zootecnia, Fabiana

Rankrape.

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Resumo Agrometeorológico Mensal (Jan./2015)

No mês de janeiro/2015, a temperatura média foi de 23,5 °C sendo que foi igual a média de 6 anos. A

temperatura máxima foi de 34,8 °C, ou seja, 5 °C acima da média e a mínima foi de 16,2 °C, com 2,5 °C

abaixo da média de 6 anos.

Elementos Janeiro/2014 Média de 6 anos (dados de DV)

Variação

Temperatura Média (°C)

23,5 23,5 0

Temperatura Máxima (°C)

34,8 29,8 + 5

Temperatura Mínima (°C)

16,2 18,7 - 2,5

Precipitação Acumulada (mm)

284,2 181,8 + 102,4

Precipitação Máxima em 24h (mm)

101 58,7 + 42,3

Número de dias com Precipitação

20 15 + 5

Umidade Relativa do ar (%)

81 77 + 4

Número de dias com Geada

0 0 0

Número de dias com Granizo

0 0 0

Datas com ocorrência de Geada

-

-

-

Datas com ocorrência de Granizo

-

-

-

Vento (km/h)

3,3 7,5 - 4,2

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Neste mês de janeiro, a estação meteorológica de Dois Vizinhos apresentou falhas no seu

funcionamento, sendo que desde 15 de janeiro os dados não são registrados. Como a UTFPR – Campus de

Francisco Beltrão possui uma estação meteorológica com as mesmas medições e sua distância é de 40 km

de Dois Vizinhos, os dados possuem confiabilidade para serem estendidos à região de Dois Vizinhos.

Quanto à análise do mês, janeiro foi um mês com total de precipitação de 284,2, estando acima da

média de seis anos. Isto evidencia que apesar da média elevada em relação aos dados históricos, este

volume precipitado foi concentrado em poucos dias. Ou seja, a região teve estiagens seguidos de temporais

com volume de chuva alto em poucas horas. Prova disso que a precipitação máxima em 24 horas foi de 101

mm. A velocidade do vento foi menor que a média dos últimos seis anos, sendo de 3,3 km/h. Este dado é

importante, visto que com o aumento da velocidade do vento aumenta-se o consumo hídrico das plantas

devido à elevada evapotranspiração.

O rendimento das lavouras de milho do Sudoeste do Paraná está abaixo da expectativa dos

produtores, pelo excesso de chuva durante o ciclo da cultura, que provoca perdas de nutrientes,

principalmente o nitrogênio e também gera dificuldades no processo de polinização, resultando em espigas

mal formadas. O período chuvoso de janeiro favoreceu o desenvolvimento do fungo Fusarium, causando

danos significativos na qualidade dos grãos (GLOBO RURAL, 2015).

Para a cultura da soja, segundo a Secretaria Estadual da Agricultura do Paraná, grande parte das

lavouras estão em boas condições de produção e já estão sendo colhidas. As condições de umidade e

temperatura elevadas estão favorecendo o aparecimento da ferrugem asiática nas lavouras de soja em

período de floração e enchimento de grão. Devido a isso, devemos o monitorar constantemente a lavoura,

não deixando a doença atingir proporções maiores, onde o controle é difícil.

Temperatura (Jan./2015)

A temperatura média registrada foi de 23,5 ºC. A temperatura máxima registrada foi de 34,8 ºC, no

dia 12/01. A temperatura mínima registrada foi de 16,2 °C no dia 23/01 (Figura 1).

Figura 1 - Temperatura média ao longo do mês de Janeiro/2015

0

5

10

15

20

25

30

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Tem

pera

tura

(°C

)

Dias

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Chuvas (Jan./2015)

O mês de janeiro apresentou 20 dias com chuva, sendo que a precipitação máxima registrada em 24

horas foi de 101 mm (dia 30/01) (Figura 2).

Figura 2 - Distribuição de chuvas no mês de Janeiro

Previsão Climatológica - Fevereiro/2015

A previsão elaborada pelo INPE/CPTEC para o trimestre fevereiro, março e abril de 2015 (FMA/2015)

indicou para o sudoeste do Paraná a mesma probabilidade de chuvas para as três categorias dentro do

normal, acima e abaixo da faixa normal entre 400 mm e 600 mm no trimestre. O fenômeno El Niño com

fraca intensidade continua atuando no Oceano Pacífico Equatorial, tendendo inclusive para uma condição

de neutralidade nos próximos meses. A condição de neutralidade foi observada entre 2013 e 2014 na

América do Sul. O El Niño pode provocar aumento no volume da chuva na época da colheita, o que pode

beneficiar os cultivos em desenvolvimento. Todavia, se mantido o padrão de janeiro, os volumes de chuva

distribuídos irregularmente em poucas horas e regiões poderá atrapalhar a colheita de certas culturas no

mês de fevereiro.

1,8

77,2

2,47,2

28,8

95,6

0,4

7,8

0,40,27

0,2 0,2 0,24,6

9,813,2

101

7,2

0

20

40

60

80

100

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Pre

cip

itação

(m

m)

Dias

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Horta Caseira

O que semear: abóbora, abobrinha, acelga, beterraba, cebolinha, cenoura, couve, espinafre, feijão-vagem,

milho-doce e pepino.

O que plantar: agrião, alcachofra, alface, almeirão, brócolis, chicória, jiló, pimenta, pimentão, repolho e

tomate.

O que colher: alface, batata, bata-doce, berinjela, couve-chinesa, melancia, moranga e salsa,

Fonte: EMBRAPA.

Frutas da Época

Abacate, abacaxi, ameixa, banana, figo, goiaba, maracujá, melancia, morango, pera, uva, lima, mexerica,

romã, nectarina, kiwi, pêssego.

Fonte: IAC.

Zoneamento agroclimático

Tabela 1 – Tabela de zoneamento agroclimático, sendo linhas sombreadas as espécies aptas para o

período em questão

Cultura

Ciclo

Apto ou Inapto para

plantio/semeadura

Época recomendada

Eucalyptus grandis

Perene Inapto 01/set. a 30/dez.

Eucalyptus saligna

Perene Inapto 01/set. a 30/jan.

Feijão Primeira Safra

Anual Inapto 01/ago. a 10/set.

Feijão Segunda Safra

Anual Apto 01/jan. a 10/fev.

Feijão Terceira Safra

Anual Apto 01/fev. a 20/fev.

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Laranja

Anual Apto 01/out. a 31/mar.

Milheto

Anual Apto 01/out. a 20/mar.

Milho

Anual Inapto 01/set. a 31/dez.

Milho Safrinha

Anual Apto 01/jan. a 20/fev.

Pinus caribaea

Perene Apto 01/set. a 31/mai.

Pinus oocarpa

Perene Apto 01/set. a 31/mai.

Soja

Anual Inapto 01/out. a 31/dez.

Trigo

Anual Inapto 21/mai. a 30/jun.

Uva

Perene Inapto 01/jul. a 31/dez.

Fonte: AGRITEMPO e MAPA.

O período indicado é calculado de maneira que o plantio ou a semeadura feito naquela data tenha

80% de chance de ter sucesso, evitando perdas por eventos climáticos extremos (seca, geada, chuva na

colheita), em função da estação do ano (verão, outono, inverno, primavera).

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Cotações Agrícolas – Média de Janeiro/2015

Produtos Preço

Boi gordo

138,98 - R$/arroba

Frango vivo

Suíno Raça/Comum

2,18 - R$/kg

3,54/3,04 – R$/kg

Milho

Soja

Trigo

Eucalipto (toras*)

Pinus (toras*)

Leite

20,73 - R$/60kg

55,75 - R$/60kg

30,34- R$/60kg

90,00 - R$/ m3

110,00 - R$/m3

0,88 – R$/litro

Fonte: CEPEA e Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná;

*Obs.: Diâmetro maior que 35 cm;

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Pescaria para o mês de Fevereiro/2015

Dia Lua Pesca

1 a 2 Crescente Regular

3 a 11 Cheia Ótima

12 a 17 Minguante Boa

18 a 24 Nova Neutra

25 a 28 Crescente Regular

Fonte: Calendário de Pesca – 2015

Fonte: IBAMA e MMA

Opinião Técnica

Autor: Prof. Dr. Marco Antonio Possenti (UTFPR - DV)

Engenheiro Eletricista (UCPEL), Mestrado (UFSC) e Doutorado (UFGRS).

Professor do Curso de Zootecnia da UTFPR-DV. E-mail: [email protected]

Como ocorre a formação dos raios e porque no Brasil a incidência é alta? Quais as medidas de

prevenção que os produtores rurais podem tomar para protegerem suas residências, instalações e

animais? Com a ocorrência, o que fazer para se proteger, onde procurar refúgio?

Os raios são formados devido a uma diferença de potencial elétrico entre duas superfícies, como

nuvem e o solo (ou algum outro objeto). Normalmente este fenômeno ocorre em dias com maior umidade

no ar. As descargas atmosféricas irão percorrer o espaço entre a nuvem e a superfície da Terra e o choque

entre as cargas elétricas causam o estrondo que ouvimos. O Brasil possui um dos maiores índices

ceráunicos da Terra (número de trovoadas medidas). Alguns cientistas acreditam que é devido ao tipo do

ATENÇÃO: Período de Defeso - (Piracema) - Estado do Paraná 01 de novembro a 28 de fevereiro.

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solo. Já outros atribuem este fenômeno ao clima que possuímos. No caso de propriedades rurais, as

construções devem ser providas de para-raios devidamente instalados, e suas instalações elétricas devem

possuir DPS (dispositivos de proteção contra surto de rede). Não existe nenhum lugar totalmente seguro,

mas algumas dicas poderão minimizar os efeitos de um raio nos animais e seres humanos, tais como:

abrigar-se dentro de um veículo, dentro de habitações de alvenaria, ficar totalmente agachado e em forma

fetal e, jamais ficar próximo de corpos pontiagudos ou aqueles que sobressaem aos demais. Já os animais

seguem seu instinto de procurar o abrigo contra a chuva, mas infelizmente ficam desprovidos de proteção

contra uma descarga atmosférica.

Análise do especialista

Convidado do mês: Prof. Dr. Paulo Cesar Conceição (UTFPR - DV)

Eng. Agrônomo (UFSM), Mestrado (UFSM) e Doutorado (UFGRS). Professor do

Curso de Agronomia da UTFPR-DV. E-mail: [email protected]

TEMA: CLIMA E MANEJO DO SOLO

O Sudoeste do Paraná se caracteriza pela transição entre a região mais fria do Sul do Brasil, de

condições subtropicais e, as regiões quentes dos trópicos brasileiros, permitindo a semeadura precoce de

milho, feijão e soja, cuja colheita inicia-se em mês de janeiro, possibilitando posterior semeadura da “segunda

cultura” para essas espécies denominada de “safrinha”. Dessa forma, as constantes chuvas que ocorreram

nesse mês representaram para alguns produtores um entrave para a colheita das culturas que já se

encontravam aptas para esse fim. Além disso, a presença de umidade elevada no solo, associada com a

entrada de maquinários na área agrícola logo após as chuvas potencializam o processo de compactação do

solo, tema que preocupa técnicos e produtores. Por isso deve-se ter o cuidado para evitar excesso de trânsito

nas áreas colhidas com umidades inadequadas. Em contrapartida a ocorrência de chuvas constantes foi

fundamental para a realização da semeadura da “safrinha”, possibilitando aos produtores anteverem uma nova

entrada de renda agrícola caso as previsões de manutenção das precipitações acima da média se mantenham.

Finalmente, condições de pouca palhada sobre a superfície, comum para o caso da colheita da soja, associada

com revolvimento do solo pelos sulcadores para semeadura da cultura seguinte e presença de altas

precipitações de chuvas potencializam o processo erosivo e por conta disso, sistemas complementares de

conservação do solo como os terraços de base larga são indispensáveis para os profissionais da área agrária

que se preocupam com o manejo e conservação do solo. Essa preocupação deve ser uma constante no setor

agrário e demais espaços da sociedade de tal forma que a FAO e ONU decretaram o ano de 2015 como o “Ano

internacional do Solo”. Cabe-nos trabalhar para que clima e solo possam ser parceiros efetivos do produtor na

obtenção de renda com responsabilidade social e ambiental.

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Alerta sobre o uso das previsões climáticas

Os dados apresentados no Boletim Agrometeorológico são retirados da estação automática

localizada na UTFPR Campus Dois Vizinhos e são de total responsabilidade do INMET. As previsões são

retiradas do site do CPTEC/INPE (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos/Instituto Nacional de

Meteorologia) e são de sua total responsabilidade. O uso destas informações é de exclusividade agrícola e

regional, sendo de total responsabilidade do usuário qualquer tomada de decisão fora do escopo deste

boletim.