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número 85 | 1ª edição | fevereiro de 2012 MATÉRIAS No Canadá, estudo mostra redução no consumo de junk food depois de restrição de publicidade . pág 02 ARTIGO >> Adesão ao tratamento da obesidade é baixo, mas resultados são bons. pág 03 Nos dias 6 e 7 desse mês, a presidente do Conselho Regional de Nutricionistas da 6ª Região, Nancy Aguiar, e a coordenadora da Comissão de Ética, Maria Dolores Gerstner, participaram da I Jornada de Ética Profissional, que aconteceu em Brasília. No encontro, realizado pelo Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), foram abordadas temáticas como as medidas regulatórias da propaganda e publicidade no contexto nacional e internacional, a ética profissional Já experimentou o serviço de Autoatendimento que o Conselho Regional de Nutricionistas da 6ª Região oferece através do site www.crn6.com.br? A partir dessa ferramenta on-line, é possível realizar inscrições, emissões de certidões e boletos, consulta de cadastros, negociações e parcelamento de débitos. e a experiência da revisão do código de ética médica, além da relação do nutricionista com a mídia. A jornada contou com palestras durante a manhã e a tarde dos dois dias, que foram realizadas no Brasília Imperial Hotel. Entre os palestrantes do evento, estiveram a presidente do CFN, Rosane Maria, e o professor da Universidade de Brasília, Dr. José Fernando Vinagre. Jornada de Ética Serviço de Autoatendimento Boletim eletrônico quinzenal do Conselho Regional de Nutricionistas - 6ª região Diretoria do CRN-6 Presidente Nancy Aguiar Vice-Presidente Patrícia Santos Tesoureiro Rodrigo Silveira Secretária Ivany Amaral Redação e Projeto Gráfico Multi Comunicação Corporativa

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Boletim 85

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Page 1: Boletim 85

número 85 | 1ª edição | fevereiro de 2012

Matérias

No Canadá, estudo mostra redução no consumo de junk food depois de restrição de publicidade . pág 02

ARTIGO >> Adesão ao tratamento da obesidade é baixo, mas resultados são bons. pág 03

Nos dias 6 e 7 desse mês, a presidente do Conselho Regional de Nutricionistas da 6ª Região, Nancy Aguiar, e a coordenadora da Comissão de Ética, Maria Dolores Gerstner, participaram da I Jornada de Ética Profissional, que aconteceu em Brasília. No encontro, realizado pelo Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), foram abordadas temáticas como as medidas regulatórias da propaganda e publicidade no contexto nacional e internacional, a ética profissional

Já experimentou o serviço de Autoatendimento que o Conselho Regional de Nutricionistas da 6ª Região oferece através do site www.crn6.com.br? A partir dessa ferramenta on-line, é possível realizar inscrições, emissões de certidões e boletos, consulta de cadastros, negociações e parcelamento de débitos.

e a experiência da revisão do código de ética médica, além da relação do nutricionista com a mídia.

A jornada contou com palestras durante a manhã e a tarde dos dois dias, que foram realizadas no Brasília Imperial Hotel. Entre os palestrantes do evento, estiveram a presidente do CFN, Rosane Maria, e o professor da Universidade de Brasília, Dr. José Fernando Vinagre.

Jornada de Ética

Serviço de Autoatendimento

Boletim eletrônicoquinzenal do Conselho Regional

de Nutricionistas - 6ª região

Diretoria do CRN-6Presidente

Nancy AguiarVice-PresidentePatrícia Santos

TesoureiroRodrigo Silveira

SecretáriaIvany Amaral

Redação e Projeto GráficoMulti Comunicação Corporativa

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número 85 | 1ª edição | fevereiro de 2012

Estudo mostra redução no consumo de junk food após restrição de propaganda

de 15% (meninos) e 11,9% (meninas) em 1989 para 34,8% (meninos) e 32% (meninas) em 2010 – números que só vão aumentar sem políticas sérias que atuem na questão. O índice de obesidade também assusta: 16,6% dos meninos e 11,8% das meninas em 2010, segundo o IBGE.

Outros países também estão pensando em como lidar com o problema. O Peru, por exemplo, discute agora medidas para diminuir o consumo de junk food. O país está considerando a possibilidade de fixar um imposto a comidas não saudáveis, junto com outras iniciativas de promoção de hábitos saudáveis. No Peru, segundo o Ministério da Saúde, um de cada dez crianças com menos de cinco anos está com sobrepeso e uma está obesa.

Uma pesquisa recente, realizada em Quebec, no Canadá, analisou os efeitos da proibição de publicidades dirigidas a crianças no consumo de junk food.

O estudo levantou os gastos familiares das últimas décadas, já que a publicidade infantil foi proibida lá na década de 80, e relata que a ação reduziu o consumo de fast food em 88 milhões de dólares – uma redução que significa mais de 40 mil refeições desse tipo de alimento compradas a menos por semana. O resultado é a diminuição do consumo de entre 5.6 bilhões e 7.8 bilhões de calorias por ano.

Isso nos faz pensar sobre os possíveis efeitos de uma restrição desse tipo no Brasil, já que os índices de obesidade infantil só aumentam no país. Números divulgados em janeiro pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia revelaram grande aumento do percentual de crianças com sobrepeso e obesidade no Brasil, principalmente na faixa de 5 a 9 anos. Para essa faixa etária, o percentual de crianças com sobrepeso passou

Fonte: http://ecos-redenutri.bvs.br/tiki-read_article.php?articleId=294

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número 85 | 1ª edição | fevereiro de 2012

BUENO, Júlia Macedo et al. Educação alimentar na obesidade: adesão e resultados antropométricos. Rev. Nutr. [online]. 2011, vol.24, n.4, pp. 575-584. ISSN 1415-5273. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-52732011000400006.

Os artigos publicados neste boletim são de responsabilidade dos autores, não representando necessariamente a opinião do Conselho Regional de Nutricionistas da 6ª região.

Artigo

Pesquisadores da USP de Ribeirão Preto investigaram a adesão de pessoas com sobrepeso e obesidade em um programa de educação alimentar e os resultados obtidos após 10 semanas de intervenção multiprofissional. Metade dos participantes completou o tratamento, conseguiu perder peso e diminuiu a medida da circunferência da cintura.

Os resultados, publicados na Revista de Nutrição, volume 24, número 4, reforçam que o tratamento da obesidade é de difícil manejo por envolver mudanças no estilo de vida relacionadas à alimentação e prática de exercícios físicos. A adesão é baixa, assim como observada em outros estudos, e pode ser explicada por dificuldades que o próprio indivíduo encontra para seguir as orientações, assim como fatores relacionados à forma de tratamento, ao serviço de saúde e ao relacionamento com os profissionais. No entanto, ações voltadas para a educação nutricional podem promover perda de peso de forma sensata, segura e individualizada em pessoas motivadas e conscientes de que o emagrecimento é mais lento comparado a dietas muito restritivas, porém mais duradouro a partir da aquisição e incorporação de novos hábitos e comportamentos.

A obesidade é um problema de saúde pública que afeta sociedades do mundo todo, independente do nível de desenvolvimento. A etiologia é multifatorial, resultante da interação genética e ambiental, mediada por fatores sociais, econômicos, endócrinos, metabólicos e psiquiátricos. Consequentemente, o tratamento é complexo e desafiador, mas quando envolve o acompanhamento por médicos, nutricionistas, psicólogos e educadores físicos, possibilita perda de peso e manutenção a longo prazo.

Neste estudo, Ribeiro e colaboradores descrevem o Programa de Reeducação Alimentar-PRAUSP, que atende em grupo, pessoas com excesso de peso com vistas a mudanças comportamentais que levem ao emagrecimento adequado e sadio. Entre 2005 e 2007, 116 pessoas da comunidade uspiana receberam orientação alimentar, apoio psicológico e praticaram exercício físico regular durante 10 semanas. A organização de ações integradas e interdisciplinares se justifica como prática efetiva no tratamento da obesidade diante da compreensão que modificações nos hábitos de vida não devem advir de um processo de normatização e muito menos de culpabilização do indivíduo. Entende-se que as mudanças não se restringem apenas ao consumo de alimentos e à atividade física, mas têm influência sobre toda a constelação de significados ligados ao comer, ao corpo e ao viver.

Os pesquisadores também estão investigando os motivos que levaram as pessoas a desistir do programa e as mudanças comportamentais relacionadas ao estilo de vida que os indivíduos que terminaram o programa conseguiram realizar. Esses resultados podem dar subsídios para o aprimoramento do programa e servir de diretriz para políticas públicas como modelo de intervenção a ser oferecido nos serviços de saúde.

O PRAUSP recebe financiamento da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da USP pelo Programa Aprender com Cultura e os estudos em desenvolvimento têm apoio da CAPES.

Tratamento da obesidade: adesão é baixa, mas resultados são bons

BUENO, Júlia Macedo