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N o 1.575 - Ano 33 - 30.4.2007 Boletim Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG Mostra que aponta rumos A UFMG promove, de 2 a 4 de maio, a Mostra das Profissões, que oferece informações sobre os 48 cursos de graduação a alunos do ensino médio de Minas Gerais. No evento, realizado pelo quarto ano consecutivo, estão depositadas as esperanças de muitos jovens que ainda não traçaram seu caminho profissional. “Quero esclarecer algumas dúvidas e espero sair com a decisão tomada”, afirma Ítalo Martins, de 16 anos, dividido entre os cursos de Arquitetura e Engenharia Mecânica. Páginas 4 e 5 Arte: Brígida Campbell Bol 1575.indd 1 1/10/2007 15:54:07

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Page 1: Boletim · 2020. 1. 27. · Boletim UFMG 30.4.2007 3 E stá aberta a temporada de caça ao mosquito da dengue na UFMG. Para capturar o Aedes aegypti, vetor do vírus causador da doença,

No 1.575 - Ano 33 - 30.4.2007

BoletimUniversidade Federal de Minas Gerais - UFMG

Mostra que aponta rumos

A UFMG promove, de 2 a 4 de maio, a Mostra das Profissões, que oferece informações sobre os 48 cursos de graduação a

alunos do ensino médio de Minas Gerais. No evento, realizado pelo quarto ano consecutivo, estão depositadas as esperanças

de muitos jovens que ainda não traçaram seu caminho profissional. “Quero esclarecer algumas dúvidas e espero

sair com a decisão tomada”, afirma Ítalo Martins, de 16 anos, dividido entre os cursos de Arquitetura e Engenharia Mecânica.

Páginas 4 e 5

Arte: Brígida Campbell

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30.4.2007 Boletim UFMG�

Esta página é reservada a manifestações da comunidade universitária, através de artigos ou cartas. Para ser publicado, o texto deverá versar sobre assunto que envolva a Universidade e a comunidade, mas de enfoque não particularizado. Deverá ter de 4.000 a 4.500 caracteres (sem espaços) ou de 57 a 64 linhas de 70 toques e indicar o nome completo do autor, telefone ou

correio eletrônico de contato. A publicação de réplicas ou tréplicas ficará a critério da redação. São de responsabilidade exclusiva de seus autores as opiniões expressas nos textos. Na falta destes, o BOLETIM encomenda textos ou reproduz artigos que possam estimular o debate sobre a universidade e a educação brasileira.

Opinião

Quando Lula ganhou as eleições em �00�, não tinha, honestamente, qualquer ilusão de que nós,

funcionários das universidades federais, iríamos “nadar de braçada” ou “deitar e rolar”, só para ficar em duas expressões bem populares. Os tempos são outros. Vi-vemos sob a égide do império globalizado neoliberal, aliás, muito pior que a Nova República do Sarney, instaurada há mais de �0 anos. Ali, sim, recorrendo a outra expressão popular, tiramos a “barriga da miséria”. Ganhamos, nos extertores da ditadura, um plano de cargos e salários e fizemos a greve de 1984, uma das mais gloriosas páginas escritas pelo movimento sindical das universidades brasileiras.

Tudo isso durou até 1994, quando a era FHC implantou, com alguns anos de atraso, o neoliberalismo, caminho traçado por Pinochet, no Chile, em 1973, e seguido por Reagan, nos Esta-dos Unidos, e, em doses cavalares, por Margareth Tatcher, a Dama de Ferro, na Inglaterra dos anos 80. Todos eles con-centraram renda e capital, comprimiram a massa salarial, encareceram a vida, aumentaram o fosso social e desmonta-ram o Estado, confiando no princípio de que a mão invisível da livre concorrência regularia todas as relações.

Durante mais de dez anos, os servi-dores federais não receberam aumento salarial e sequer tiveram reposição de per-das. Por outro lado, mesmo sem me iludir, esperava que o novo governo “popular” pelo menos fosse capaz de desafogar o funcionalismo do arrocho imposto pela gestão anterior. No final do governo FHC, já no início do terceiro milênio, a água do arrocho estava entrando pelas narinas, com todos nas pontas dos pés, quase morrendo afogados em dívidas. Mas com a vitória de Lula, cuja popularidade foi galvanizada na classe média por força das universidades federais, onde estão seus melhores quadros, esperávamos que ele drenasse tal alagamento na cintura, num primeiro momento, para depois nos levar, em terra firme, à construção de uma grande universidade pública de que tanto um país soberano necessita.

No entanto, o máximo que consegui-mos foi que a água ficasse estacionada no queixo, num patamar suficiente apenas para evitar nosso afogamento. Mas a maior traição “a quem sempre lhe deu a mão” ainda estava por vir, com a apro-vação, em ritmo de rolo compressor, de uma nova lei previdenciária, a famigerada Emenda Constitucional 41, que suprime ganhos históricos dos funcionários, institui impostos para os aposentados e esta-belece que o pobre do servidor que for obrigado a aposentar-se precocemente o faça ganhando um quarto do salário.

absurdos, admite uma vantagem pessoal nos salários, que penaliza o segmento dos servidores de nível superior, “bene-ficiários” dos mais aviltantes salários da categoria dos técnicos das universidades federais. Uma distorção comprovada pelo fato de que o teto dos servidores de Nível Superior (NS) é pouco mais que o dobro do piso do nível de apoio (NA), algo que redunda num evidente desestímulo para qualificação dos profissionais de NS e até mesmo de atração para os concursos. Trata-se, portanto, de um nível funcional fadado à extinção.

Já com grande atraso e após o anún-cio do ridículo aumento salarial dado ao funcionalismo, sem qualquer respeito à data-base, o nosso sindicato (Sindifes-BH) encaminhou, em março, a campanha salarial da categoria. Até agora, foram realizadas três assembléias e o cenário da mobilização não é nada animador. O que presenciei foram assembléias pouco objetivas e cujos oradores, perdidos em intermináveis pedidos de informações e esclarecimentos, deixaram de discutir o essencial: a gravíssima situação salarial e das carreiras dos técnicos das univer-sidades federais.

Apesar de tudo, ainda é possível enxer-gar, pelo menos, um ponto positivo nesse processo. Ao contrário das lideranças sindicais das universidades, que até agora não mostraram disposição para defender os interesses dos servidores, os formadores de opinião da categoria compareceram em grande número às assembléias. Recai so-bre essas figuras combativas e respeitadas a esperança de que consigamos reverter o imobilismo vigente. Estamos diante de uma crise, mas percebemos que a base do movimento está disposta a lutar. O que se espera é que esse espírito contagie as lideranças do movimento, que precisam urgentemente assumir as rédeas de uma empreitada que promete ser árdua.

*Servidor técnico-administrativo da Escola de Arquitetura. Representa o segmento na Congregação da Unidade e é membro suplente do Conselho Universitário

Campanha salarial ainda que tardiaEduardo Fajardo Soares*

Recai sobre essas figuras combativas e respeitadas

a esperança de que consigamos reverter

o imobilismo vigente. Estamos diante de uma crise, mas percebemos

que a base do movimento está

disposta a lutar

Como se não bastasse, o atual governo tenta aplicar o antigo Plano Bresser, da era FHC, que considera como funcionários pú-blicos apenas as típicas carreiras de Esta-do: fiscais, policiais federais e juízes. Nós, das universidades, seríamos dispensáveis, mão-de-obra facilmente terceirizável.

Com muita luta e energia excessi-vamente gasta na greve da reforma da Previdência, a Fasubra, nossa outrora combativa federação sindical, liderou um movimento que, no máximo, conseguiu um fajuto plano de carreiras e salários, todo pomposo, mas que, entre outros

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Boletim UFMG 30.4.2007 3

Está aberta a temporada de caça ao mosquito da dengue na UFMG. Para capturar o Aedes aegypti,

vetor do vírus causador da doença, foram instaladas �30 armadilhas em todas as 36 unidades acadêmicas e administrativas do campus Pampulha. A iniciativa de “caçar” o mosquito integra o Sistema de Monitoramento Inteligente da Dengue (MI-Dengue), programa resultado de par-ceria entre a UFMG, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e a empresa Ecovec, que pretende identificar a incidência do vetor na Universidade.

As armadilhas foram distribuídas pelo campus no dia �1 de março, segundo cri-térios que abrangem desde o tamanho das unidades até a concentração de pessoas, luz e sombreamento do local. Durante um ano, dois estudantes do ICB irão vistoriar as armadilhas e fazer a contagem dos mosquitos capturados. “A atualização da relação mosquito/unidade será feita semanalmente, para que seja possível mo-

Guerra ao AedesUFMG implanta sistema para monitorar

mosquito da dengue no campus Pampulha

Tatiana Santos

Pesquisadores do ICB analisam armadilha usada para capturar o mosquito da dengue

nitorar a presença do vetor e o nível de infestação na Universidade”, informa a pesquisadora do ICB Rosemeire Aparecida Roque, coordenadora do MI-Dengue.

Os primeiros dados coletados, referentes ao período de �1 de março a 18 de abril, apontam o Hospital Veterinário, o ICB, o Centro Pedagó-gico e a Faculdade de Letras como as Unidades com a maior incidência do Aedes aegypti – mais de dez mosqui-tos por unidade. Focos do mosquito ainda não foram encontrados na Unidade Administrativa III e na Esta-ção Ecológica.

Conforme prevê a parceria, as informações obtidas pelo monitora-mento são transferidas para a PBH, que, junto com o departamento de Serviços Gerais (DSG-UFMG), é responsável pela elaboração de medidas de controle do mosquito e de conscientização da comunidade. “A Prefeitura tem feito um trabalho contínuo de controle da dengue. Incumbimos um agente exclusivo para fazer a vigilância quinzenal do campus Pampulha, com a aplicação de inseticidas nas unidades-sentinelas, onde a incidência do mosquito é maior”, informa Cristiano Fernandes, biólogo e gerente da Regional Pampulha de Controle de Zoonoses.

Segundo ele, os índices de risco de dengue na Regional Pampulha caíram 60% nos três primeiros meses de �007. Para ele, a proliferação do mosquito de-pende tanto da edificação dos espaços quanto do comportamento das pessoas. Para minimizar o problema, acrescenta Fernandes, a Regional promove campa-nhas de mobilização e conscientização, com distribuição de cartazes e faixas educativas, e a organização de multirões de limpeza.

Armadilha Os produtos utilizados no MI-Dengue – o

MosquiTRAP e o AtrAedes – foram desen-volvidos por pesquisadores do Laboratório de Culicídeos do ICB, sob coordenação do professor Álvaro Eduardo Eiras. Paten-teado pela UFMG, o MosquiTRAP é uma espécie de vaso preto, com água ao fundo,

que imita o criadouro do mosquito. Nele, é depositado o AtrAedes, fabricado em forma de pastilhas, que libera um odor que atrai a fêmea adulta do mosquito. “Ao entrar na armadilha, o inseto fica preso a um cartão adesivo, colocado na parede do vaso, e não consegue depositar seus ovos”, explica Eiras. Através da análise do cartão, é possivel detectar a concentração do inseto na região onde a armadilha foi instalada.

As informações, recolhidas em plani-lhas eletrônicas, são enviadas por celular para a Ecovec, que utiliza os dados para a geração de gráficos, tabelas e mapas georreferenciados. Esse material será en-tregue à PBH e disponibilizado na página principal da UFMG e de suas unidades, para que toda a comunidade acadêmica possa acompanhar o monitoramento.

A tecnologia utilizada pelo MI-Dengue está sendo aplicada em Congonhas (MG), Vitória (ES), Presidente Epitácio (SP) e na regional Oeste de Belo Horizonte. As armadilhas também já foram testadas e exportadas para Alemanha, Austrália, Cingapura e Panamá.

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“Tinha eu 14 anos de idadeQuando meu pai me chamou

Perguntou se eu não queria estudarFilosofia, medicina ou engenharia

Tinha eu que ser doutorMas a minha aspiração

Era ter um violão Para me tornar sambista”

(trecho da música 14 anos, de Paulinho da Viola)

Durante a infância, quem já não foi assaltado pela pergunta fa-tal, a mesma que martirizou o

sambista Paulinho da Viola: O que você vai ser quando crescer? E, provavelmente, para cada pessoa que perguntava, havia uma resposta diferente. Um dia, o desejo era trabalhar como detetive e, passadas �4 horas, a opção mudava abruptamente para dentista, médico, ator ou cantor. Uma semana depois, a imaginação de criança a transformava em cientista ganhador de prêmio internacional por ter descoberto a cura de um mal terrível. Isso quando não pensava em ser tudo ao mesmo tempo.

Quando foi para o ensino médio, no entanto, a pergunta mudou de tom: qual profissão vai escolher, ou para qual curso vai tentar vestibular? Neste momento da vida, todas as certezas parecem se esvair e os sonhos da infância acabam se transfor-mando numa fria decisão de preencher o quadradinho da ficha de inscrição.

Uma saída para, pelo menos, abreviar a solução desse dilema, é a Mostra das Profissões, que está sendo realizada até o final desta semana na UFMG. “Com a Mostra, a Universidade busca apresentar ao público do ensino médio todos os seus cursos, com peculiaridades, grades curriculares e possibilidades no mercado de trabalho. Tudo isso por meio de mini-palestras e salas interativas”, resume o professor Antônio Zumpano, coordena-dor do evento.

Em �006, a UFMG recebeu cerca de 40

mil pessoas em três turnos (manhã, tarde e noite), durante três dias. Este ano, a estrutura é a mesma, mas a programação apresenta novidades. “Simplificamos um pouco as atividades para concentrar a atenção nas duas partes mais importantes da Mostra: as mini-palestras, ministradas pelos coordenadores dos 48 cursos de graduação da UFMG, que durante 40 minutos esclarecem as principais dúvidas dos participantes sobre as profissões; e as salas interativas, onde os alunos realizam atividades específicas de cada área”, explica Zumpano

Um tour pelo campus “Nem todo mundo sabe o que representa uma Universidade”, afirma Antônio

Zumpano. Por isso, uma das principais atividades da Mostra é o Campus tour, organizado por alunos e professores do curso de Turismo. São dois ônibus, que saem da Praça de Serviços de hora em hora, mostrando todos os prédios e atividades que ocorrem dentro do campus. O coordenador da Mostra revela que já ouviu comentários de alunos do ensino médio que pensavam que a Uni-versidade era apenas um prédio, como o do Instituto de Ciências Exatas (Icex). “Realizando esse passeio, pretendemos dar ao aluno uma dimensão da imensa estrutura da UFMG”.

Todas as atividades da Mostra contam com a ajuda de alunos da Universidade. Luísa Lagoeira, do 7º período de Turismo, participou no ano passado da organiza-ção geral do evento e este ano trabalha como monitora na sala interativa. “Espero apresentar o curso da melhor forma possível. Quando fiz vestibular, ainda não havia Mostra das Profissões. A idéia é muito interessante, pois oferece uma oportunidade para a troca de experiências entre quem está de fora e quem estuda na UFMG. A simples leitura de informações sobre o curso não oferece uma visão tão detalhada”, argumenta a estudante.

A escolha que vale uma carreiraRealizada pela quarta vez na UFMG, Mostra das Profissões

ajuda alunos do ensino médio a definir caminhos

Fernanda Cristo

Foco na formaçãoUma das principais novidades desta edição é o estande da Pró-Reitoria de Extensão

na Praça de Serviços. “Queremos divulgar as principais atividades da extensão da UFMG, principalmente o Centro de Difusão da Ciência”, comenta o coordenador da Mostra.

Este ano, a organização do evento também optou por não realizar grandes palestras sobre temas atuais. “Percebemos, pelas experiências anteriores, que elas não desperta-vam muita atenção entre os alunos. Os participantes querem se aproximar dos cursos e suas atividades e observar como profissionais da área atuam. Por isso, também não teremos mais atividades culturais. Acreditamos que elas desviavam um pouco o foco de nosso objetivo”, completa.

Para o coordenador do evento, um dos espaços mais interessantes para os participantes são as salas interativas: “Quem participa desse espaço são alunos veteranos da UFMG, o que favorece um diálogo muito interessante entre estudantes da Universidade e do ensino médio. É uma interação que extrapola o formato professor-aluno, discípulo-mestre. A conversa se dá numa linguagem informal, que talvez seja mais eficaz”.

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Um tour pelo campus “Nem todo mundo sabe o que representa uma Universidade”, afirma Antônio

Zumpano. Por isso, uma das principais atividades da Mostra é o Campus tour, organizado por alunos e professores do curso de Turismo. São dois ônibus, que saem da Praça de Serviços de hora em hora, mostrando todos os prédios e atividades que ocorrem dentro do campus. O coordenador da Mostra revela que já ouviu comentários de alunos do ensino médio que pensavam que a Uni-versidade era apenas um prédio, como o do Instituto de Ciências Exatas (Icex). “Realizando esse passeio, pretendemos dar ao aluno uma dimensão da imensa estrutura da UFMG”.

Todas as atividades da Mostra contam com a ajuda de alunos da Universidade. Luísa Lagoeira, do 7º período de Turismo, participou no ano passado da organiza-ção geral do evento e este ano trabalha como monitora na sala interativa. “Espero apresentar o curso da melhor forma possível. Quando fiz vestibular, ainda não havia Mostra das Profissões. A idéia é muito interessante, pois oferece uma oportunidade para a troca de experiências entre quem está de fora e quem estuda na UFMG. A simples leitura de informações sobre o curso não oferece uma visão tão detalhada”, argumenta a estudante.

Luz no fim do túnelO público-alvo da Mostra são as escolas de segundo grau. Segundo o coordenador do

evento, três mil instituições de todo o Estado receberam mala direta da Universidade, con-vidando seus alunos para virem à UFMG. O evento, no entanto, é aberto ao público, inde-pendentemente do vínculo escolar. O estudante Ítalo Martins, de 16 anos, por exemplo, diz que participará da Mostra mesmo que seu colégio não se interesse em enviar alunos. “Estou em dúvida entre Arquitetura e Engenharia Mecânica. Vou à mostra tentar esclarecer algumas dúvidas e espero sair de lá decidido”, afirma.

Mesmo tendo concluído o ensino médio há algum tempo, Eugênia Mendes, de �4 anos, que já iniciou dois cursos superiores, vê na Mostra uma oportunidade para definir seu futuro. “Já comecei a fazer Relações Internacionais e Educação Artística. Desisti de ambas, pois não conseguia me ver trabalhando nessas áreas”, explica. Eugênia, agora, faz orientação vocacional e está em dúvida entre arquitetura e cursos das áreas de humanas e biológicas. “A psicóloga que me orienta sugeriu que eu fosse à Mostra das Profissões da UFMG. Lá, espero saber mais sobre os cursos em geral, complementar alguma informação que falta e sair com um curso escolhido”.

Certezas e dúvidasA UFMG não dispõe de estudo aprofundado sobre a influência da Mostra na definição

profissional dos alunos do ensino médio. Mas há pelo menos indícios de que o evento é decisivo para dirimir dúvidas e afirmar escolhas. Na avaliação da edição do ano passado, dos 4.3�0 alunos, 4�% disseram que a participação ajudou na escolha, enquanto 41% afir-maram que o evento reforçou uma opção já definida. Outros �% declararam que a Mostra contribuiu para mudar sua opção e apenas 9% saíram do evento com mais dúvidas do que quando entraram.

Outra tentativa de “medir” o retorno da Mostra das Profissões ocorreu no Vestibular �007, quando foi introduzida pergunta sobre a participação no

evento, no questionário socioeconômico. Segundo o professor Zumpano, o Vestibular �008 desdobrará tal pergunta em outra questão, com o objetivo de verificar a influência da Mostra na escolha final do curso. “Pelas experiências anteriores, é possível perceber que a Mostra é muito importante, pois o público vem crescendo ano a ano. Mas ainda é preciso fazer um trabalho de pesquisa mais elaborado, com alunos matriculados”, pondera Antônio Zumpano.

Pesquisas à parte, não é difícil encontrar estudantes que tenham defi-nido sua escolha em edições anteriores. Aluna do 3º período de Comuni-cação Social, Vanessa Veiga diz que participou de mostras em várias insti- tuições: “De todas, a da UFMG foi a que mais me empolgou. É in-teressante como os alunos falam com muita paixão sobre os cursos. Tem toda uma organização que leva a gente a querer ingressar na Universidade. Quando passeamos pelo campus, temos vontade de vir estudar neste lugar. Fiquei com a certeza de que queria cursar comunicação aqui e hoje acredito ter feito a escolha certa”.

Organização da Mostra aposta no diálogo entre veteranos e alunos do ensino médio

Foca Lisboa

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Foca Lisboa

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RESOLUÇÃO no 04/�007, de �� de março de �007

Aprova a proposta orçamentária da Fundação Universitária Mendes Pimentel FUMP, relativa ao exercício de �006

O CONSELHO UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, no uso de suas atribuições estatutárias, considerando os Parecer no 11/�006 da Comissão de Orçamento e Contas, resolve:

Art. 1o - Aprovar a proposta orçamentária da Fundação Universitária Mendes Pimentel-FUMP para o exercício de �006, no valor de R$ 16.447.�73,00 (dezesseis milhões, quatrocentos e quarenta e sete mil, quinhentos e setenta e três reais).

Art. �o - A presente Resolução entra em vigor nesta data.

Professor Ronaldo Tadêu PenaPresidente do Conselho Universitário

Conselho Universitário aprova prestações de contas e orçamento

O Instituto de Estudos Superiores da América Latina e Caribe (Iesalc) está prestes a iniciar a aplicação do projeto-piloto do Mapa da Educação Superior na

América Latina e Caribe (Mesalc), que pretende armazenar a descrição dos sistemas de educação superior de 33 países das duas regiões. A iniciativa é desenvolvida em parceria com o Ministério da Educação do Brasil (MEC) e com a UFMG. A metodologia de coleta de dados foi definida no início de abril, em reunião de dirigentes de redes universitárias, realizada em Caracas, Venezuela. O programa a ser usado na organização das informações foi desenvolvido pela UFMG.

De acordo com o coordenador do programa Mapa Compa-rativo da Educação Superior na América-Latina e Caribe (Me-salc) da Uneso-Iesalc, Klaus Jaffé Carbonell, entre os principais motivos para a elaboração do Mesalc está a criação de um espaço comum na América Latina e Caribe para incrementar o intercâmbio de instituições de ensino superior. Ele explica que o Mapa é um projeto contínuo. “Todos os anos deveremos ter mapas novos. A expectativa é de que neste ano já tenhamos coberto todos os 33 países da América Latina e Caribe com informações básicas”.

Iesalc define metodologia para elaborar mapa da educação superior na AL e Caribe

Segundo a professora Ana Lúcia Gazzola, diretora do Iesalc e reitora da UFMG no período �00�-�006, o objetivo do Me-salc não é estabelecer um ranking, ainda que ele possa permitir comparações entre universidades ou entre sistemas nacionais de educação superior. “A intenção é ampliar o conhecimento sobre as instituições, numa perspectiva de cooperação, gerando um quadro dinâmico para estabelecer interações, otimizar recursos e fortalecer os sistemas”, explicou a professora, que coordenou, em janeiro, uma reunião preparatória na UFMG.

PlataformaA UFMG foi escolhida para conduzir a parte tecnológica do

projeto, em função da experiência do Laboratório de Computação Científica (LCC), que desenvolveu a Plataforma de Integração de Dados das Instituições Federais de Ensino Superior (PingIFEs), sistema que possibilita o diálogo entre bases de dados distintas. O PingIfes foi adotado pelo Ministério da Educação (MEC) para operar com a coleta de dados sobre a rotina escolar dos alunos: matrículas, trans-ferências, ingressantes e diplomados. Como a plataforma é flexível, pode ser expandida para buscar qualquer tipo de informação sobre ensino de graduação e pós-graduação, pesquisa e extensão.

RESOLUÇÃO no 01/�007, de �� de março de �007

Aprova a Prestação de Contas do Reitor da UFMG, relativa ao exercício de �006

O CONSELHO UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, no uso de suas atribuições estatutárias, e considerando os pareceres favoráveis emitidos pelo Conselho de Curadores da UFMG e pela Comissão de Orçamento e Contas deste Colegiado, resolve:

Art. 1o - Aprovar a Prestação de Contas do Reitor da Universidade Federal de Minas Gerais, relativa ao exercício de �006.

Art. �o - A presente Resolução entra em vigor nesta data.

Professor José Alberto Magno de Carvalho - Decano do Conselho Universitário, no exercício da Presidência

RESOLUÇÃO no 03/�007, de �� de março de �007

Aprova a Prestação de Contas da Fundação Universitária Mendes

Pimentel-FUMP, relativa ao exercício de �00�

O CONSELHO UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, no uso de suas atribuições estatutárias, e considerando o Parecer no 10/�006 da Comissão de Orçamento e Contas, resolve:

Art. 1o - Aprovar a Prestação de Contas da Fundação Universitária Mendes Pimentel-FUMP, relativa ao exercício de �00�.

Art. �o - A presente Resolução entra em vigor nesta data.

Professor Ronaldo Tadêu PenaPresidente do Conselho

Universitário

Da redação

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Acontece

Mestrado em LazerA Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) realizou,

no último dia �4, a cerimônia de abertura do curso de mestrado em Lazer. O professor Nélson Carvalho Marcellino, da Universidade Metodista de Piracicaba, proferiu a aula inaugural, abordando o tema Lazer e interdisciplinaridade.

O mestrado em Lazer é uma iniciativa pioneira no Brasil e foi idealizado por professores vinculados ao Centro de Estudos em Lazer (Celar), responsável pela realização de várias propostas em ensino, pesquisa e extensão, entre as quais o curso de especialização em Lazer. O programa envolve professores de oito departamentos, vinculados a cinco unidades da UFMG – IGC, FaE, Fafich, Face e Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional –, além de professor convidado da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Mostra coletivaO Centro Cultural UFMG abriga, até 13 de maio, a Mostra Belas-Artes �007, com

trabalhos de 34 artistas formados na Escola de Belas-Artes (EBA) no segundo semestre do ano passado. A mostra reúne gravuras, desenhos, pinturas, esculturas, fotografias e vídeos.

Os trabalhos estão expostos na Grande Galeria, Sala Ana Horta, Sala Celso Renato e no Mezanino do Centro Cultural (avenida Santos Dumont, 174), de segunda a sexta-feira, entre 8h e ��h, e aos sábados e domingos, de 8h às 18h. O curador é o professor Fabrício Fernandino, da EBA.

Genética e humanidade O geneticista e professor Sérgio Danilo Pena, do departamento de Bioquímica e

Imunologia do ICB, acaba de lançar coletânea de ensaios para o grande público. Trata-se de À flor da pele, que traz reflexões do autor sobre temas da ciência, mostrando seus vínculos com a filosofia, literatura, música e ciências sociais. “Os ensaios me deram a oportunidade de expressar meu encanto com a genética e seu nexo com as artes e as humanidades”, diz Pena.

O livro é apresentado pelo jornalista Fernando Morais, que o classifica como indispensável. “A crônica científica se enriquece e assume, nas mãos de Sérgio Pena, a elegância da mais requintada literatura, virtude especialmente visível na crônica da guerra dos sexos ou quando o autor compara o genoma humano à Biblioteca de Babel, de Jorge Luís Borges”, reflete Morais.

Comercializada a R$ �9,�0, a obra foi editada pela Vieira& Lent Casa Editorial. Mais informações no endereço eletrônico www.vieiralent.com.br/genetica.htm.

A arte de Juarez na Assufemg Os 34 anos de fundação da Associação dos

Servidores da Universidade Federal de Minas Gerais (Assufemg) foram comemorados, no último dia 19, com a inauguração de mural pintado pelo artista plástico Jarbas Juarez (foto), professor aposentado da Escola de Belas-Artes.

Dividido em cinco módulos com dimensões de 1,� metros quadrados cada, o painel faz alusão aos serviços prestados pela Assufemg nas áreas de assistência médica, esportes e cultura, e ao cotidiano de seus associados, retratado, principalmente, em reuniões de trabalhadores e nas confraternizações do Pelego s, tradicional ponto de encontro dos servidores da UFMG.

“Fiz quase que uma história em quadrinhos”, explica Jarbas Juarez, ao resumir o resultado de sua obra, caracterizada por ele como “simples, de fácil compreensão e sem qualquer traço abstrato”. O trabalho do professor Juarez substitui afresco de outro grande artista, o pintor Inimá de Paula, destruído há alguns anos a golpes de marreta.

Jarbas Juarez tem outras obras espalhadas pela Universidade, como painéis no Centro de Memória da Faculdade de Medicina e na Faculdade de Direito, e a famosa escultura Boi, feita em sucata, instalada na Escola de Veterinária e restaurada como parte das comemorações dos 7� anos de fundação da Unidade.

Medalha da Inconfidência Quatro professores e a vice-diretora

da Editora UFMG foram condecorados, no dia �1 de abril, em Ouro Preto, com a Medalha da Inconfidência, maior distinção concedida pelo governo do Estado a personalidades de destaque no país. Receberam a condecoração os professores José Nagib Cotrim Árabe, pró-reitor de Planejamento; Antônia Vitória Soares Aranha, diretora da Faculdade de Educação (FaE); Maria Cristina Lima de Castro, diretora do Instituto de Ciências Biológicas (ICB); Luciano de Araújo Ferraz, da Faculdade de Direito; e a vice-diretora da Editora UFMG, socióloga Silvana Maria Leal Cóser.

A medalha possui quatro designações: Grande Colar (Comenda Extraordinária), Grande Medalha, Medalha de Honra e Medalha da Inconfidência. As comendas foram concedidas a 180 personalidades que contribuíram para o prestígio e projeção de Minas Gerais e do país.

Sola de PalhaçaSai o palco, entra o picadeiro. O

projeto Quarta Doze e Trinta do dia � de maio traz como atração o espetáculo circense Sola de Palhaça, protagonizado pela garota Nanica que, de uma hora para outra, se vê obrigada a virar-se sozinha diante de um público ávido por palhaçadas. Para compor seu espetáculo, a palhaça lança mão de gags clássicas e improvisadas, trocadilhos e poesia e direciona seu olhar feminino para as dificuldades e generosidade da vida.

Sola de Palhaça será apresentado na arena da Fafich, a partir de 1�h30, com entrada franca. A promoção é da Diretoria de Ação Cultural e da Coordenadoria de Assuntos Comunitários, com patrocínio da Nossacoop.

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Page 8: Boletim · 2020. 1. 27. · Boletim UFMG 30.4.2007 3 E stá aberta a temporada de caça ao mosquito da dengue na UFMG. Para capturar o Aedes aegypti, vetor do vírus causador da doença,

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Universidade Federal de Minas Gerais

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Reitor: Ronaldo Tadêu Pena – Vice-Reitora: Heloisa Starling – Diretora de Divulgação e Comunicação Social: Maria Céres Pimenta S. Castro – Editor: Flávio de Almeida (Reg. Prof. �.076/MG) – Projeto e editoração gráfica: Rita da Glória Corrêa – Fotografia: Foca Lisboa - Pesquisa Fotográfica: Elza F. Oliveira – Impressão: Sografe – Tiragem: 8 mil exemplares – Circulação semanal – Endereço: Diretoria de Divulgação e Comunicação Social, campus Pampulha, Av. Antônio Carlos, 6.6�7, CEP 31�70-901, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil – Telefones: (31) 3499-4186 e 3499-4463 – Fax: (31) 3499-4188 – Correio eletrônico: [email protected] e homepage: http://www.ufmg.br É permitida a reprodução de textos, desde que seja citada a fonte.

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Na parede, ao fundo, placas revelam, em letras coloridas e garrafais, a bi-língüe saudação ao visitante: “Bem-

vindo!" “Welcome!". Mais uma análise sobre o ambiente – uma iluminada sala do Insti-tuto de Ciências Exatas (ICEx) da UFMG – e surpresas saltam aos olhos. Dispostos lado a lado, computadores “convivem” com obje-tos de natureza múltipla: cesta de basquete, tabuleiro de xadrez, luminárias “cheia” de designer, jogos de montar. Também lá, a usufruir de tudo aquilo, dez estudantes de diferentes origens e titulações mantêm-se concentrados, cada qual com seu afazer. Todos eles se aproveitam da diversidade de cores, aprendizados e possibilidades, para alimentar um só objetivo: fazer parte da “família” Google.

Selecionados na UFMG e em outras universidades do país, os alunos que, desde março, permanecem dias e noites naquela sala, são os selecionados para a primeira

Welcome ao mundo Google

Sob coordenação do DCC, programa de residência em computação prepara

profissionais para ingressar no maior portal de buscas

da Internet

Maurício Guilherme Silva Júnior

turma do programa de residência em com-putação, desenvolvido em parceria com a Google. A iniciativa, proposta pelo Synergia, laboratório de Engenharia de Software e Sistemas do Departamento de Ciência da Computação (DCC) do ICEx, busca propiciar aos participantes formação abrangente e sólida. “A residência personalizada é pen-sada em parceria com a empresa”, explica o professor Geraldo Robson Mateus, um dos coordenadores do projeto, ao lado de Antônio Alfredo Loureiro.

No programa, o DCC mantém parce-ria com empresas e instituições públicas e privadas para realização de pesquisa e desenvolvimento de produtos. Trata-se de fábrica de software, que presta consultoria e treinamento na área computacional. O projeto é oferecido em duas modalidades: as residências Padrão, que segue pro-cesso-padrão definido pelo Synergia, e a Personalizada, direcionada a necessidades específicas, como é o caso da Google. As duas categorias podem ser oferecidas em contrato de patrocínio, com uma ou mais organizações parceiras.

A residência desenvolvida atualmente no ICEx, demandada pela Google, busca capacitar, em quatro meses, profissionais de tecnologia da informação e alocá-los em áreas afins da empresa. Os contratados ficarão na sede da companhia em Belo Hori-zonte. “Temos perfis muito diferentes, o que

é interessante para nossa formação”, diz o engenheiro de computação Ivan Monteiro de Castro Conti, um dos dez participantes do programa, selecionado no Instituto Militar de Engenharia (IME), com sede no Rio de Janeiro.

CriatividadeAo revelar o sonho que nutre por traba-

lhar na Google, uma “empresa extraordiná-ria”, Ivan elogia a ementa do curso do DCC, que, em sua visão, supre demandas não-satisfeitas ao longo do curso de graduação. Um de seus colegas, o engenheiro elétrico Iúri Chaer, que estudou na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), diz ter encontrado na residência formas de dar asas à criatividade: “Temos a oportunidade de resolver casos novos”, ressalta o estudante, que, antes de ser selecionado para o projeto, foi finalista da competição Google Jam, que apresenta desafios a serem solucionados por programadores.

Ao longo dos quatro meses de residên-cia, os alunos permanecem o dia inteiro na sala reservada a eles no ICEx – sem direito a sábado, domingo ou feriado de folga: “No feriado da Semana Santa, não vim à UFMG apenas no domingo de Páscoa”, conta Iúri Chaer. Tanto trabalho, no desenvolvimento de um mecanismo de busca semelhante ao da Google – mas de porte bem menor –, é justificado pela oportunidade profissional.

Uma das três mulheres selecionadas para o programa, a engenheira elétrica Cássia Regina Santos Nunes, que já possui doutorado na área, é ex-aluna de graduação da UFMG. Ela chegou a ser entrevistada por profissionais da Google, um ano antes de entrar na residência, mas não conseguiu uma vaga na empresa. “As entrevistas de emprego da Google são feitas por técnicos, e não por psicólogos especializados na área profissional”, explica. Se tudo correr bem, em quatro meses Regina e suas outras duas colegas de classe serão algumas das representantes do sexo feminino na empresa norte-americana, dona da marca mais valo-rizada do mundo.

Residentes da Google em momento de descontração no DCC: dando asas à criatividade

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