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1 Introdução Neste trabalho abordei acerca da tribo Boko Haram, figurativamente, "a educação ocidental ou não-islâmica é um pecado", é uma organização fundamentalista islâmica de métodos terroristas, que busca a imposição da lei Sharia no norte da Nigéria.

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Boko haram

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Introdução

Neste trabalho abordei acerca da tribo Boko Haram, figurativamente, "a educação ocidental ou não-islâmica é um pecado", é uma

organização fundamentalista islâmica de métodos terroristas, que busca a imposição

da lei Sharia no norte da Nigéria.

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Conceitos Básicos

Ideologia

Oficialmente o Boko Haram alega que luta pela Sharia e combata a

corrupção do governo e a falta de pudor das mulheres, a prostituição e outros vícios. Segundo eles os culpados por esses males são os cristãos, a cultura ocidental e a

tentativa de ensinar algo a mulheres e meninas. Segundo Boko Haram as meninas

sequestradas vão começar uma vida nova como servas.

A Sharia já virou lei no Norte da Nigéria, que tem uma maioria muçulmana. O sul com a maioria cristã não quer a Sharia. O governo e a capital ficam

no sul, mas por causa das matanças, ameaças e a alta fertilidade das mulheres

muçulmanas o número total dos muçulmanos já ultrapassou o dos cristãos, e por isso o Boko Haram exige a Sharia para o país inteiro.

Atentados

No dia 25 de dezembro de 2011, cerca de cinco ataques à bomba em várias cidades da Nigéria causaram pelo menos 40 civis mortos e um policial ferido.

O primeiro ataque aconteceu nos arredores da capital Abuja, o segundo na cidade de Jos, no centro do país, o terceiro na cidade de Gadaka, no

nordeste, e os outros dois na cidade de Damaturu, no norte. Os alvos foram igrejas

católicas durante a celebração da Missa do Galo após a Véspera de Natal.2 3

Em 20 de setembro de 2013, militantes do grupo vestindo uniformes

militares pararam o tráfego em uma estrada entre Maiduguri e Damaturu, arrastaram as pessoas para fora de seus veículos e as mataram.4

Nove dias depois, em 29 de setembro de 2013, ao menos 50 pessoas

morreram em um ataque contra uma universidade no nordeste da Nigéria, no Estado

de Yobe.5

Em 2014 a tamanho das ações militares e atentados supera o passado.

Boko Haram opera com caminhões e carros blindados, cercando vilas cristãs que ainda existem no norte da Nigéria, matando a população inteira. Muitos conseguem

fugir, e meninas novas são muitas vezes capturadas vivas, mas o número de mortos passou em várias ocasiões de 100, por exemplo em Izghe no estado Borno no 15 de

fevereiro.

Vários ataques foram feitos a escolas de meninas, sendo os islamistas

contrários a ensinamentos quaisquer para meninas. Muitas meninas foram

capturadas e levadas para serem estupradas pelos terroristas. Às vezes são levadas para vilas muçulmanas e liberadas para toda a população muçulmana poder estuprá-

las. Assim Boko Haram aumenta a sua popularidade.

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As meninas são estupradas com base à aya 33.50 do alcorão7 até

aceitarem virar muçulmanas e casarem com um dos seus torturadores. As meninas,

que se recusam ainda depois de umas quatro semanas, são liberadas, mas antes de saírem da casa é costume lixar o mamilo direito da vítima na soleira da porta até ele

desaparecer.

Às vezes também partes do sexo ou do peito são cortadas. O ataque

mais comentado aconteceu no dia 15 de abril em Chibok, estado Borno, onde a população foi morta ou fugiu e mais de 200 meninas entre 7 e 15 anos, alunas de uma

escola, em que as meninas também moram, foram capturadas e levadas pela milícia.

No início as fontes falaram de 100 meninas, mas fontes da Nigéria

recentes relatam um número de 234 meninas, que foram levadas em grupos pequenos

a vários locais e a partir dos dias da Pascoa estupradas em massa.

Em resposta ao terror contra as meninas em escolas o governo fechou

85 escolas de meninas.

Um dia antes, no 14 de abril Boko Haram conseguiu também seu maior atentado até então no sul da Nígéria, onde mora a maioria dos cristãos. Na cidade

Abuja, capital da Nigéria, e matou 71 pessoas deixando centenas feridas.

O Califado de Sokoto e a origem do Boko Haram

O Califado de Sokoto abrangia um território com 200 mil km² localizado na África Ocidental na transição do deserto do Saara com as regiões

húmidas da floresta equatorial (Níger e nortes da Nigéria e de Camarões). Este “vasto império” foi fundado em 18014 pelo Sultão Usman Dan Fodio que ampliava suas

fronteiras recorrendo às “jihads” (guerras santas) empreendidas pelos “fulas”, grupo

étnico-linguístico do norte da Nigéria. Em 1903 o Califado foi desbaratado pelas forças militares colonialistas provenientes da França e da Inglaterra. Estes dois países

dividiram entre si toda a região do “Sahel” que compreende os territórios africanos

ao sul do Deserto do Saara.

Nos países situados no vasto Deserto do Saara (norte do continente) e no Sahel (Norte da África Subsaariana) predomina a religião islâmica. Neste sentido

o Califado de Sokoto cumpriu um papel importante na disseminação e fixação do

islamismo em toda a região da África Ocidental.

Aproximadamente 18% da população de todo o continente residem na

Nigéria (160 milhões de habitantes) e no Níger (20 milhões de habitantes).

No Níger (ex-colônia francesa) 98 % da população professam o

islamismo e na Nigéria (ex-colônia inglesa) o islamismo tem quase 80 milhões de fiéis (50% da população), enquanto os seguidores do cristianismo perfazem 60 milhões.

Nigéria é uma ex-colônia inglesa, um país rico em petróleo e localizado

na África Ocidental e a nação mais populosa da África, com 160 milhões de

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habitantes. A expectativa de vida não passa dos 47 anos, mais de 30 % são analfabetos

e a miséria acomete 70 % da população. Mais de 80 milhões de nigerianos professam

o islamismo e aproximadamente 60 milhões professam o cristianismo.

Desde 2002, quando foi criado, os milicianos do “Boko Haram” tem

cometido atentados, sequestros e assassinatos. O Boko Haram (“a educação ocidental é proibida”) luta contra o governo legal e legítimo da Nigéria e prega a criação de uma

Teocracia Islâmica. O nome oficial do grupo é “Jama’atu Ahlis Sunna Lidda’awati wal-Jihad”, que quer dizer, em árabe, “Pessoas comprometidas com a propagação dos

ensinamentos do Profeta e da Jihad”.

Em 2009 tropas do governo mataram Mohammed Yusuf, fundador da

organização na região Maiduguri. Desde então, o seu novo líder, Abubakar Shekau,

determinou a intensificação das ações nas regiões central e norte da Nigéria, sobretudo contra cristãos, muçulmanos não fundamentalistas e órgãos públicos.

O número de recrutados para a “Jihad” ou “Guerra Santa” tem aumentado de maneira expressiva. É grande a suspeita de ligações do Boko Haram

com a Al-Qaeda, organização que tem militantes espalhados, principalmente na África, Ásia.

No mês de maio de 2013 o Presidente da Nigéria decretou “Estado de Emergência” no norte do país onde o grupo é mais forte e tem promovido ataques

mais incisivos. Com o aumento dos efetivos militares na região de Maiduguri, muitos

militantes jihadistas evadiram para as florestas localizadas na fronteira com os Camarões.

Nos últimos dois anos, com o recrudescimento dos combates, mais de

3.000 mortes contabilizadas já foram atribuídas ao grupo. Uma de suas ações ganhou

repercussão internacional, o sequestro de 276 garotas entre 16 e 18 anos e estudantes de um internato em Yobe, em abril deste ano. 43 garotas conseguiram fugir do

cativeiro. Há suspeitas de que algumas já teriam sido vendidas por 12 dólares no

Chade e Camarões.

O Boko Haram já começa a avançar sobre o norte dos Camarões, país com 22 milhões de habitantes, dentre os quais 2 milhões são muçulmanos

concentrados no norte. O governo do Níger, onde a quase totalidade de seus 18

milhões habitantes é muçulmana, tem reforçado militarmente a fronteira com a Nigéria, temendo novas incursões da organização.

A comunidade de nações africanas (UA – União Africana), a ONU, e, particularmente os governos das localidades (Nigéria, Níger, Camarões e Chade)

precisam se unir para melhor enfrentar o Boko Haram. Antes, três indagações se fazem necessária: Qual a origem das armas e do dinheiro em poder do grupo? Quem

financia o Boko Haram? Como conter estes recursos e logística? O mundo, os

nigerianos e, particularmente, as vítimas e seus familiares precisam destas respostas.

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Em curto prazo é preciso que seus integrantes sejam capturados e

levados aos tribunais para que possam responder pelos crimes cometidos. Em médio

e longos prazos é preciso que as autoridades locais e internacionais comecem a combater as causas do avanço do terrorismo na região.

A condições de sobrevivência miseráveis que acometem 70% dos nigerianos, a falta de emprego e o analfabetismo acima de 30% associados aos

governos que pouco a nada se importam em reverter a situação estão entre as principais causas do avanço da intolerância e do terrorismo tendo como objetivo a

instauração de uma TEOCRACIA (ditadura político-religiosa), um regime,

felizmente, abominado pela quase totalidade tanto de cristãos quanto de muçulmanos espalhados em todo o planeta.

Surgimento

De algumas maneiras, o paradoxo da Nigéria em 2014 captura o da

África como um todo. O continente desfrutou de uma década de crescimento

econômico.

Mas ao mesmo tempo, os últimos seis meses viram conflitos

irrompendo na República Centro-Africana e no Sudão do Sul, enquanto o crescimento

econômico veio acompanhado de desigualdade cada vez mais profunda.

O mesmo se aplica à Nigéria, que, com sua riqueza petroleira e uma

década de crescimento anual da ordem de 7%, em breve ultrapassará a África

do ×Sulcomo maior economia africana, com Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 400

bilhões. Os nigerianos bebem mais champanhe que os russos.

Mas da mesma forma que a África não consegue abandonar seus

velhos hábitos de instabilidade, a florescente capital comercial do país, Lagos, conta

apenas parte da história, em uma das sociedades mais desiguais do continente. No

norte do país, 72% das pessoas vivem na pobreza, ante 27% no sul e 35% no delta do

rio Níger, de acordo com o Conselho de Relações Exteriores dos Estados Unidos.

Por séculos, a região desfrutou dos benefícios da civilização islâmica.

Depois, no começo do século 19, seus sultanatos sucumbiram diante de uma jihad

liderada por Shehu Usuman Dan Fodio, que criou um califado unificado que foi o

maior Estado da África pré-colonial, governando porções do território que hoje forma

a Nigéria, Níger e sul dos Camarões. Seu governo adotava uma interpretação rigorosa

do islamismo e promovia uma cultura de estudo e poesia.

O norte da Nigéria não escapou à expansão do domínio britânico na

África e foi conquistado em 1903. Mas houve resistência à educação ocidental, e

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muitas famílias muçulmanas ainda se recusam a enviar seus filhos às "escolas

ocidentais" operadas pelo governo.

O nordeste do país continua a ser um polo de aprendizado islâmico

para crianças de toda a Nigéria e oeste da África, diz o ativista dos direitos humanos

Shehu Sani. Suas madrassas não necessariamente encorajam o extremismo, mas

orientaram a formação dos criadores do movimento Boko Haram, que adotam como

lema a frase "quem não for governado pelo que Alá revelou está entre os

transgressores", do Corão.

Há quem acredite que o grupo tenha sido criado como resultado de

uma campanha ao governo do Estado de Borno, quando um candidato oposicionista

organizou uma milícia conhecida como Ecomog, a sigla que identificava a força de

intervenção africana que operou na Serra Leoa e Libéria nos anos 90. Depois da

eleição, o candidato debandou a Ecomog, mas nada fez para cuidar dos membros da

milícia.

Um dos líderes da Ecomog, Mohammed Yusuf, conseguiu explorar a

frustração e decepção dos integrantes e combiná-la a uma agenda islâmica que

rejeitava as falhas do governo laico, formando o Jama'atu Ahlis Sunna Lidda'awati

wal-Jihad, ou "pessoas comprometidas para com a propagação das doutrinas do

Profeta e a jihad".

Na cidade de Maiduguri, no nordeste do país, onde a seita tinha seu

quartel-general, ela ganhou o apelido de Boko Haram. Em tradução livre da língua

hausa, o nome significa "a educação ocidental é proibida".

Pobreza, desemprego e desespero ante a debilidade do governo central

se provaram terreno fértil, entre os homens jovens e desencantados. Mesmo a

mudança do clima teve influência: a seca do lago Chade levou muitas famílias que

antes viviam da pesca a sair em busca de formas alternativas de ganhar a vida.

Como muitos rebeldes sem causa, Yusuf não era pobre. Diz-se que ele

tinha bom nível de educação e dirigia um Mercedes. Yusuf criou um centro de

aprendizado religioso que incluía uma mesquita e uma escola islâmica, que atraíam

muitas famílias muçulmanas pobres.

Em 2009, o Boko Haram executou uma série de ataques contra

edifícios oficiais em Maiduguri. As forças de segurança nigerianas contra-atacaram

violentamente e mais de mil pessoas morreram, nem todas partidárias do Boko

Haram. Yusuf foi capturado e morto, e seu corpo foi exibido na TV estatal. O governo

declarou que o Boko Haram havia sido liquidado.

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Mas os combatentes da organização se reagruparam sob um novo

líder.

No ano passado, o presidente nigeriano Goodluck Jonathan declarou

um estado de emergência em três Estados do nordeste, mas os críticos dizem que a

resposta oficial foi contraproducente, e as execuções extrajudiciais e a tortura de

suspeitos de pertencer ao ×Boko Haram ajudaram o grupo a recrutar novos membros.

No mês passado, o Boko Haram ameaçou novos ataques, com

consequências potencialmente catastróficas para a economia. Seu líder, Abudakar

Shekau, ameaçou ataques contra as refinarias de petróleo do sul maioritariamente

cristão, mas poucos analistas acreditam que o grupo represente ameaça à existência

da Nigéria.

Diversas campanhas de repressão do governo não conseguiram conter

o movimento, e parece que 2014 será o mais sangrento ano da insurgência.

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Conclusão

Depois de uma séria pesquisa sob cadeira e tema acima já mencionado, chego a conclusão que o Boko Haram é uma tribo de terrorista e não é obra do acaso,

vejo-o como uma continuidade de uma mobilização iniciada há mais de 110 anos

contra as forças colonialistas ocidentais que se impuseram na região após destruírem quase todas as instituições locais, dentre elas o Califado de Sokoto.

Em suma, o grupo terrorista tem como objetivo acabar com a democracia na Nigéria e promover a educação exclusivamente em escolas islâmicas.

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Referências Bibliográficas

Nigéria sofre com ataques a bomba a igrejas católicas O Globo Online, recuperado 25 de Dezembro 2011

Nigéria: Ataques contra alvos cristãos fazem 40 mortos DN Online, recuperado 25 de Dezembro 2011

Extremistas matam 143 pessoas em vilarejo na NigériaEstado de São Paulo, 20 de ×Setembro de 2013

Homens armados matam ao menos 50 alunos em faculdade na NigériaEstado de São Paulo, 29 de ×Setembro de 2013

Boko Haram mata mais de 100 pessoas no norte da NigériaConferido em 24 de abril 2014

O aya (ou ayat) 33.50 permite o estupro de mulheres capturadas em guerras. Hoje muitos muçulmanos aplicam esse direito a todas as mulheres e

meninas capturadas ou sequestradas em diversas ocasiões.

Alta-voz de Boko Haram confirma o número de 234 meninas capturadas. Conferido em 24 de abril 2014

Nigéria encerra escolas devido aos atentados Conferido em 24 de abril 2014

Atentado do Boko Haram mata 71 e fere centena de pessoas em Abuja