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A INDSTRIA DE CALADOS NO ESTADO DO CEAR

SETORES PRODUTIVOS 2 - SP2

DIRETOR Jos Mauro Mettrau Carneiro da Cunha SUPERINTENDENTE Carlos GastaldoniElaborao: GERNCIA SETORIAL DE BENS DE CONSUMO NO DURVEIS Angela Maria Medeiros Martins Santos - Gerente Abidack Raposo Correa - Assistente Tcnico Flavia Menna Barreto Alexim - Estagiria Agradecimentos: Raimundo Jos Marques Viana - Secretrio de Desenvolvimento Econmico do Estado do Cear. Funcionrios da Secretaria de Desenvolvimento do Estado do Cear. Empresas: Grendene, Dakota, Vulcabrs, Paquet, Aniger, Kawalli, P de Ferro, Recamonde, Palmiflex e Curtume Bermas.

Dezembro de 2001 permitida a reproduo parcial ou total deste artigo desde que citada a fonte.

NDICE

I. II.

INTRODUO ............................................................................................................. 1 CARACTERSTICAS GERAIS ..................................................................................... 1

III. PRODUO................................................................................................................. 2 IV. EXPORTAES .......................................................................................................... 2 V. A MIGRAO DA INDSTRIA CALADISTA PARA O ESTADO DO CEAR........... 4 V.1 - Mo de Obra ........................................................................................................ 4 V.2 - Concorrncia Externa .......................................................................................... 5 V.3 - Incentivos............................................................................................................. 8 V.4 - A Logstica de Suprimento de Matrias-Primas................................................... 9 VI. IMPACTOS DA MIGRAO DE EMPRESAS CALADISTAS PARA O CEAR...... 10 VII. CONSIDERAES FINAIS ....................................................................................... 11 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .................................................................................. 14

SETOR DE CALADOS

I.

IntroduoDurante quase toda dcada de 90, muitas fbricas de calados se instalaram na Regio Nordeste. De acordo com o relatrio Levantamento de Oportunidades, Intenes e Decises de Investimento Industrial no Brasil 19972000 do MICT (1998), eram previstos mais de 500 milhes de dlares em investimentos na cadeia de produo de calados nordestina, para o perodo de 1996/2004. De fato, nesta dcada, mudaram as condies de produo e concorrncia na cadeia produtiva de calados. As empresas caladistas do Sul/Sudeste foram se deslocando para o Nordeste a procura de mo-de-obra mais barata, incentivos dos governos estaduais e em alguns casos, para uma produo voltada ao mercado externo, pois a presso da concorrncia, obrigou ao caladista brasileiro, alm de outras providncias, a reduzir custos de produo e transporte. O Nordeste possui uma vantagem com relao a este aspecto, devido sua localizao privilegiada em relao aos Estados Unidos da Amrica, o nosso principal importador. Em resumo, este trabalho pretende mostrar o deslocamento de empresas do setor de calados localizadas nas regies Sul e Sudeste para o Nordeste brasileiro, em especial o estado do Cear. Para sua realizao foram realizadas visitas em 11 empresas. Focalizaremos o setor caladista no estado do Cear, com as caractersticas da indstria, da produo, das exportaes de calados e dos principais produtos, os fatores determinantes da migrao de empresas do setor para o estado, a logstica de suprimento de matrias-primas e, para finalizar faremos comentrios a respeito dos impactos desse deslocamento sobre o estado do Cear.

II. Caractersticas GeraisA indstria caladista do Estado do Cear composta por cerca de 150 empresas1 (ABICALADOS), das quais 90% correspondem a micros e pequenas empresas2 de origem local. No total, geram aproximadamente 30 mil empregos diretos, com salrio mdio de R$ 180. Cabe ressaltar que 80% dos empregos so gerados pelas empresas que migraram do Sul/Sudeste para o Cear, e que correspondem a 10% do total das empresas, ou seja, 15 empresas. Algumas reas no estado se destacam, pois tm recebido grandes investimentos. Primeiramente temos a regio metropolitana de Fortaleza, onde, alm da capital, observam-se as cidades de Caucaia, Horizonte, Maranguape e Cascavel.1 Todavia, segundo dados da SEFAZ-CE, em 1997, havia 443 empresas operando no Estado e formalmente cadastradas como contribuintes fiscais. 2 A varivel para determinao do tamanho da empresa foi o nmero de empregados, sugerido pelo SINDICAL e abrange unidades de produo com at 10 funcionrios (micros), de 11 a 50 (pequenas), de 50 a 200 (mdias) e acima de 200 (grandes).

SETOR DE CALADOS

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Na cidade de Cascavel, importante ressaltar a presena, desde 1998, do Curtume Bermas do Grupo Bertin, que exporta 100% da produo, desde couro acabado at grupos estofados prontos. As outras reas compreendem as cidades de Sobral e Crato e a regio do Cariri. Na cidade de Sobral, o desenvolvimento da atividade caladista ganhou maior expresso a partir de 1993, com a instalao da Grendene. Cabe ressaltar o efeito em cadeia provocado pela presena da Grendene nas cidades de Sobral e Crato, gerando respectivamente 9.700 e 2.600 empregos diretos. Na regio do Cariri o destaque a cidade de Juazeiro do Norte que, alm de ser um plo de produo bastante dinmico e relativamente consolidado no contexto estadual, a rea de maior concentrao de micros e pequenas empresas caladistas do Estado do Cear.

III. ProduoAtualmente o Estado do Cear o terceiro maior produtor brasileiro de calados, ficando atrs somente dos Estados do Rio Grande do Sul e So Paulo. Estima-se que em 2000 a produo total tenha sido de aproximadamente, 130 milhes de pares, o que correspondeu a aproximadamente 25% da produo nacional. Vale ressaltar que cerca de 85% deste volume produzido pelas empresas que migraram do Sul/Sudeste, conforme tabela 1. Observa-se tambm que a Grendene responde por 73% da produo do estado.Tabela 1: Principais Produtores de Calados do Estado do Cear Empresa Grendene Sobral Dakota NE Vulcabrs do Nordeste Grendene Crato Dakota Iguatu Grendene Fortaleza Paquet do Nordeste Aniger do Nordeste Kawalli Sub total Recamonde Outros TotalFonte: Pesquisa de campo

Produo (pares/ano) 90.000.000 5.280.000 4.452.000 3.600.000 1.980.000 1.800.000 1.512.000 1.200.000 403.200 110.227.200 378.000 19.394.800 130.000.000

Participao % 69,23 4,06 3,42 2,77 1,52 1,38 1,16 0,92 0,31 84,79 0,29 14,92 100,00

IV. ExportaesCertamente, um dos fatores determinantes da insero externa do setor caladista do Cear a capacidade dos produtores locais em produzir calados com custos reduzidos. Porm, fatores como o comportamento irregular da demanda domstica e a poltica cambial favorvel tambm so importantes na determinao das exportaes do estado. Outro fator que exerce um peso considervel nas exportaes cearenses de calados a presena de empresas exportadoras que migraram do Sul/Sudeste, como podemos observar na tabela 2.SETOR DE CALADOS 2

As Exportaes representam 14% do total produzido. Para a maior exportadora (Grendene) as vendas externas representam 10% da produo e para algumas empresas, como a Paquet e a Aniger, observa-se que o total produzido exportado.Tabela 2: Maiores Exportadores de Calados do Estado do Cear em 2000 Empresa Grendene Sobral Paquet do Nordeste Aniger do Nordeste Grendene Crato Grendene Fortaleza Dakota NE Vulcabrs do Nordeste Sub total Outros Total *Fonte: Pesquisa de campo / *SECEX

Exportaes (pares/ano) 9.000.000 1.512.000 1.200.000 540.000 270.000 264.000 180.000 12.966.000 5.034.000 18.000.000

Participao % 50,00 8,40 6,67 3,00 1,50 1,47 1,00 72,03 27,97 100,00

Tabela 3: Exportaes Brasileiras de Calados Por Unidades da Federao US$ milhes e milhes de paresAno Estado Rio Grande do Sul So Paulo Cear Santa Catarina Paraba Minas Gerais Sub Total Outros Total Valor 1.34 2 127 35 9 4 4 1.52 1 2 1.52 3 % 88,1 8,3 2,3 0,6 0,3 0,3 99,9 0,1 100, 0 1997 Pares 116 11 10 1 3 141 1 142 P. Mdio 11,6 11,5 3,5 9,0 1,3 0,0 10,8 2,0 10,7 Valor 1.14 4 99 65 5 10 3 1.32 6 4 1.33 0 % 86,0 7,4 4,9 0,4 0,8 0,2 99,7 0,30 100, 0 1998 Pares 100 11 15 1 3 1 131 131 P. Mdio 11,4 9,0 4,3 5,0 3,3 3,0 10,1 10,2 Valor 1.08 5 90 71 6 16 3 1.27 1 7 1.27 8 % 84,9 7,0 5,6 0,5 1,3 0,2 99,5 0,5 100, 0 1999 Pares 103 11 18 1 2 1 136 1 137 P. Mdio Valor % 83,5 8,7 5,2 0,4 1,1 0,4 99,4 0,6 100, 0 2000 Pares 121 15 18 1 3 1 159 4 163 P. Mdio 10,7 9,0 4,5 6,0 5,7 6,0 9,7 2,5 9,5

10,5 1292 8,2 3,9 6,0 8,0 3,0 135 81 6 17 6

9,3 1537 7,0 10

9,3 1547

Fonte: SECEX

Na tabela 3 podemos observar que o Estado do Cear o 3 maior exportador de calados brasileiro, com uma participao de 11% na quantidade e 5,2% no valor exportado. De 1997 a 2000 as exportaes tiveram um aumento de 80% em quantidade, de 10 milhes para 18 milhes de pares respectivamente, e de 131% em valor. importante ressaltar que, no mesmo perodo, as exportaes de calados do Estado do Rio Grande do Sul (maior exportador brasileiro) aumentaram apenas 4% em quantidade e tiveram queda de 4% no valor. Ainda para o mesmo perodo, o total de calados exportados pelo Brasil cresceu 15% e 1,6%, respectivamente em quantidade e valor.

SETOR DE CALADOS

3

Tabela 4: Principais Produtos Exportados Pelo Cear (US$ milhes)Ano Produto Castanha de Caju Lagosta Tecidos Cera Vegetal Calados de borracha Calados de Couro Sandlias de Borracha Outros Tipos de Calados Calados Total Couros de Bovino/Eqdeo Fios Sucos e Extratos Vegetais Ferro - Silcio Comb. p/Embarcao Sub Total Outros Total 1997 Valor 138,72 37,66 33,60 33,17 15,45 15,32 4,23 35,00 8,74 6,18 4,69 4,47 302,23 50,82 Partic. 39,3% 10,7% 9,5% 9,4% 4,4% 4,3% 0,0% 1,2% 9,9% 0,0% 2,5% 1,7% 1,3% 1,3% 14,4% 1998 Valor 98,48 23,87 32,95 20,70 15,63 20,56 5,79 23,02 65,00 5,23 4,76 2,72 0,00 18,65 Partic. 8,8% 12,1% 7,6% 5,7% 7,5% 2,1% 8,5% 23,9% 0,0% 1,9% 1,7% 1,0% 0,0% 1999 Valor 29,64 28,74 20,16 22,12 37,14 59,26 11,03 Partic. 8,0% 7,7% 5,4% 6,0% 10,0% 0,0% 0,0% 16,0% 0,0% 3,0% 0,0% 0,0% 0,0% 2000 Valor 35,43 50,52 19,56 29,49 30,99 20,52 81,00 45,53 Partic. 26,7% 6,9% 9,8% 3,8% 5,7% 6,0% 0,0% 4,0% 15,7% 8,8% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 71,7% 28,3% 100,0

36,2% 115,79

31,2% 137,48

85,6% 253,73

93,2% 264,60 6,8% 106,61

71,3% 369,52 28,7% 146,10

353,04 100,0% 272,37 100,0% 371,21 100,0% 515,62

Fonte: SECEX Elaborado pelo Centro Internacional de Negcios CINTER 2000/2001

importante ressaltar que o item calados ocupa a 2 posio dos produtos mais exportados pelo estado do Cear e em 2000 correspondeu a 16% do total das exportaes daquele estado.

V. A Migrao da Indstria Caladista para o Estado do CearVrios foram os fatores que determinaram a migrao de empresas caladistas para o estado do Cear: a procura de mo-de-obra de menor custo, incentivos financeiros do governo estadual e, em alguns casos, a busca de maior participao no mercado externo, pois a presso da concorrncia externa, obrigou o caladista brasileiro, alm de outras providncias, a reduzir custos de produo e transporte. A seguir, faremos comentrios sobre os principais fatores que determinaram a ida de empresas do Sul/Sudeste para o estado do Cear. V.1 - Mo de Obra Certamente a mo-de-obra barata e em grande quantidade um dos fatores que mais influenciaram a migrao das fbricas de calados dos Estados do Rio Grande do Sul e de So Paulo para o Cear. As empresas de calados, principalmente os fabricantes que se dedicam produo de calados de baixo valor agregado e que utilizam intensivamente a mo-de-obra, tem sua competitividade afetada quando a varivel salrio tem um peso considervel emSETOR DE CALADOS 4

sua planilha de custos. No Brasil, os salrios representam em mdia 15% no valor de produo do calado. (Brando & Rosa, 1997). De acordo com executivos de algumas empresas entrevistadas, s pelo custo reduzido de mo-de-obra no Nordeste, mesmo que no houvessem incentivos fiscais, o calado fabricado na regio teria uma reduo em pelo menos 10% em seu custo, se comparado ao calado produzido no Sul/Sudeste. Enquanto a indstria de calados no Nordeste paga em mdia um (1) salrio mnimo ao trabalhador de cho de fbrica, por exemplo, na regio do Vale dos Sinos (RS), paga-se entre 2 (dois) e 2,5 (dois e meio) salrios mnimos. A diferena aumenta se for levado em considerao os incentivos do governo estadual, atravs da formao de cooperativas3 de trabalho, uma forma de subcontratao de mo-de-obra sobre a qual no incidem encargos trabalhistas. Nesta forma de organizar o trabalho, em vez de a empresa contratar diretamente o trabalhador, contrata os servios da cooperativa, ou seja, de uma instituio jurdica. Nesse tipo de contrato, a cooperativa remunerada em funo da produo ou servios realizados, gerando assim, uma receita varivel. As cooperativas no possuem folha de salrio, e portanto, no h incidncia de encargos sociais como acontece com as empresas que contratam mo-de-obra diretamente. As cooperativas apenas pagam uma alquota de 15% sobre o faturamento a ttulo de INSS. importante ressaltar as preocupaes que as cooperativas de trabalhadores trazem aos empresrios quanto continuidade no tempo de vida dessa forma de contratao. De maneira geral, avalia-se, no setor, que a durao das cooperativas teria um ciclo de vida mais ou menos de 10 anos, semelhantes quele que se vislumbra para a expanso da produo de calados no Nordeste. A natureza das dificuldades para sua permanncia est na perspectiva de reclamaes trabalhistas, reivindicando o vnculo empregatcio dos cooperativados com a empresa contratante dos servios. Cabe ressaltar que algumas empresas instaladas no Cear que utilizavam o sistema de cooperativas tiveram problemas e hoje, todos os seus empregados esto em regime da CLT. O nvel de escolaridade em 90% das empresas visitadas de 1 grau. Todavia, em uma das empresas, 63% dos trabalhadores possuam o 2 grau completo. importante ressaltar que em todas as empresas visitadas os executivos elogiaram a qualidade da mo-de-obra e a velocidade com que os trabalhadores aprendem as novas tarefas. No obstante, esta realidade no a mesma para as empresas caladistas locais, que utilizam mtodos obsoletos de recrutamento e no mantm programa de treinamento. V.2 - Concorrncia Externa A evoluo dos mercados e a oferta internacional de calados, na dcada de 90, afetaram a cadeia caladista brasileira de trs formas diferentes:

3 Direcionada s empresas exportadoras

SETOR DE CALADOS

5

As importaes de calados dos Estados Unidos, principal destino das exportaes brasileiras, passaram a crescer mais lentamente; Houve um aumento da concorrncia internacional, com a entrada de novos pases ofertantes no mercado internacional, dispondo de vantagens competitivas superiores s brasileiras; Mudanas na legislao nacional e nas variveis macroeconmicas bsicas (taxa de cmbio e taxa de juros desfavorveis), as importaes de calados passaram a concorrer com a produo nacional. O desaquecimento nas importaes de calados norte-americanas foi fator significativo para que as empresas do Sul/Sudeste migrassem para o Nordeste. Observa-se na tabela 5, que inicialmente, cerca de 70% das exportaes de calados brasileiros se destinavam aos Estados Unidos e os outros destinos tinham participao insignificante. Nota-se tambm que as exportaes para os Estados Unidos tem um crescimento vegetativo, ou seja, estabilizando-se durante toda dcada de 1990. importante observar que este fato tambm ocorreu com o Reino Unido, Canad, Alemanha, Pases Baixos e a Frana, justamente os pases considerados desenvolvidos. Ao contrrio dos pases latino-americanos, em que se observou crescimento.Tabela 5 - Destino das Exportaes Brasileiras de Calados (em %)Pases EUA Reino Unido Argentina Canad Alemanha Bolvia Paraguai P. Baixos Frana Chile Subtotal Outros TotalFonte: SECEX

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 69,9 71,9 74,0 70,8 67,4 73,4 69,0 68,8 68,6 69,7 7,0 7,3 5,3 6,3 6,6 6,5 8,2 7,8 8,3 6,5 0,2 0,8 0,5 1,0 1,3 2,2 3,7 5,6 6,9 8,0 4,1 3,3 2,8 2,5 2,4 2,3 3,1 2,2 2,0 2,2 5,1 3,9 3,6 4,7 3,7 2,8 2,5 0,9 1,3 0,8 0,8 0,6 0,7 0,9 1,5 1,7 2,1 2,3 1,5 1,1 1,0 0,8 1,6 1,6 1,8 1,6 1,7 1,7 1,4 1,4 2,4 1,9 2,1 1,5 1,3 1,2 1,1 0,7 0,7 0,6 3,7 2,4 1,9 1,2 1,3 0,8 0,8 0,6 0,8 0,5 0,1 0,3 0,7 1,0 1,3 1,4 1,4 1,3 1,2 1,3 94,4 93,3 93,2 91,5 88,6 93,7 93,5 91,8 92,7 92,1 5,6 6,7 6,8 8,5 11,4 6,3 6,5 8,2 7,3 7,9 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Alm da retrao no ritmo das exportaes, novos concorrentes cresceram no mercado. Entre os principais esto a China, Indonsia e Tailndia (tabela 6). Cabe ressaltar que as exportaes de calados do Mxico para os Estados Unidos tambm cresceram, com a implantao do NAFTA. Com a entrada destes novos concorrentes, a composio das importaes de calados do principal mercado brasileiro foi afetada. Na mesma dcada de 1990, os fabricantes de calados asiticos tinham uma srie de vantagens, se comparados aos produtores brasileiros. Apesar deSETOR DE CALADOS 6

alguns autores afirmarem que os asiticos atendiam melhor os compradores internacionais em qualidade, maior agilidade na entrega de modelos diferentes e lotes pequenos, a principal vantagem estava no preo do calado.Tabela 6: Importaes Norte-Americanas de Calados (mil pares)Pases China Brasil Indonsia Itlia Tailndia Espanha Taiwan Coria do Sul Mxico Subtotal Outros Total 1978 1981 1983 1995 1996 1997 1998

7.105 27.427 43.027 428 62.934 50.163 1.580 5.822 37.458 18.995 117.237 118.816 30.591 43.972 277.655 287.900 95.860 87.508

622.240 992.000 990.000 1.183.000 1.247.000 130.002 97.000 93.000 90.000 83.000 84.276 107.000 109.000 130.000 103.000 35.446 45.000 49.000 53.000 49.000 25.465 36.000 29.000 43.000 38.000 15.080 22.000 21.000 24.000 23.000 46.716 27.000 23.000 23.000 17.000 36.490 37.000 21.000 19.000 16.000 33.000 37.000 44.000 42.000 995.715 1.396.000 1.372.000 1.609.000 1.618.000 69.553 82.000 78.000 100.000 86.000

373.515 375.408 1.065.268 1.478.000 1.450.000 1.709.000 1.704.000

Fonte: Departamento de Comrcio dos Estados Unidos da Amrica

Segundo Schimitz (1998) e Costa & Fligenspan (1997), aps algumas visitas de empresrios brasileiros s fbricas de calados do Sudeste Asitico, tidas como detentoras de tecnologia gerencial superior s brasileiras, a produo no Vale dos Sinos conseguiu recuperar parte da competitividade, aumentando qualidade, diminuindo prazo de entrega, e de certa forma, at os preos dos calados exportados. Todavia, mesmo com preos mais baixos, a produo de calados no Vale dos Sinos no conseguiu alcanar os preos competitivos da nova gerao de tigres asiticos. Certamente a grande vantagem comparativa desses pases o baixssimo custo da mo-de-obra. Na tabela 7 podemos comparar os custos da mo-de-obra de alguns pases.Tabela 7: Custo da Mo-de-Obra na Produo de Calados (US$/hora)Itlia 13,39 Espanha 8,13 Taiwan 2,39 C. do Sul 1,62 Mxico 0,94 Brasil 0,63 China 0,50 ndia 0,40 Indonsia 0,30

Fonte: Revista Amanh v.9, n90, Nov. 94

Ao contrrio da Coria do Sul e de Taiwan, os salrios reais no setor caladista brasileiro no aumentaram, devido migrao para o Nordeste, em busca de mo-de-obra mais barata. Portanto, a competio de outros pases ao calado brasileiro se agravou desde o final dos anos 80, simultaneamente ao desaquecimento do principal importador brasileiro. E para agravar ainda mais a situao, em 1994, com o advento do Plano Real, as exportaes caram e a crise do mercado internoSETOR DE CALADOS 7

tomou vulto, devido ao crescimento assustador das importaes (tabela 8). A valorizao do Real, provocou simultaneamente a crise nas exportaes e no mercado interno.Tabela 8: Importaes e Exportaes Brasileiras de Calados em Milhes de Pares Ano 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 Importao 4,0 3,8 44,5 48,0 49,0 29,0 7,0 9,0 Exportao 198,0 165,4 129,5 142,6 142,0 131,0 137,0 160,0

Fonte: SATRA / ABICALADOS

V.3 - Incentivos A atrao de empresas mediante a concesso de incentivos fiscais e financeiros tem sido uma grande arma dos estados nordestinos nos ltimos anos, buscando com isso novos investimentos em seus estados. O Cear tem se destacado nesta poltica, para atrao de empresas de calados do Sul/Sudeste do pas. A seguir detalhamos os principais incentivos concedidos pelo governo do Cear.Benefcios Fiscais

O diferimento do ICMS para o momento da desincorporao, incidente sobre as importaes de mquinas e equipamentos destinados a integrar o ativo imobilizado de empresa e o diferimento para a operao de sada subseqente de ICMS, incidente sobre as importaes de matria-prima e insumos, so operaes de financiamento do capital fixo ou capital de giro das empresas at um limite que varia de 50 % a 100% do ICMS a ser recolhido em projetos novos ou quando h incremento de capacidade produtiva em projetos j em operaes. O percentual aplicado varia de acordo com a localizao da fbrica, ou seja, as reas distantes da regio metropolitana tm um percentual maior. O prazo de carncia de 36 meses e a amortizao gira em torno de 10 anos para as empresas localizadas na regio metropolitana (exceto Fortaleza) e at 15 anos para as empresas fora da regio metropolitana. Portanto, visvel que a poltica do governo do estado do Cear favorecer as reas menos industrializadas. Um segundo benefcio trata da iseno do Imposto de Renda. Definido constitucionalmente e bancado pela Unio, de acordo com os benefcios negociados pela extinta SUDENE, concedida a iseno de 75% do IR, por um perodo de 10 anos, renovvel por mais 5 anos, com reduo de 50% na alquota para investimentos.SETOR DE CALADOS 8

Um outro tipo de benefcio a iseno de impostos municipais por prazos longos. Existe ainda um incentivo concedido atravs de um emprstimo automtico que corresponde a um percentual incidente sobre o valor FOB (Free On Board) da exportao. O emprstimo concedido pelos bancos estaduais, com recursos a fundo perdido, proveniente dos repasses da Unio definidos constitucionalmente para os estados do Nordeste. No caso do Cear, o percentual de 10,5% dos quais 10% so efetivamente recebidos pela empresa e 0,5% retorna ao fundo, para sustentar novos financiamentos. O prazo de carncia de 3 anos e a amortizao se d em 10 anos.Apoio Institucional e Infra-estrutura

Estes fatores so considerados de extrema importncia empresrios e tambm influenciam na deciso da ida para o Nordeste.

pelos

O apoio oferecido pelo governo do Cear, consiste em uma parceria com as instituies de formao profissional (IDT/SINE, SEBRAE, SENAI, Escolas Tcnicas), para treinamento e formao de mo-de-obra bsica por um perodo mdio de 60 dias. Com respeito s linhas de crdito, os investidores podero habilitar-se a emprstimos de longo prazo (BNDES, BNB e outros), e o governo do estado os apia atravs de acompanhamento junto s instituies financeiras. O marketing do governo cearense tem obtido grande sucesso junto aos empresrios de calados, devido agilidade e a presteza das aes no atendimento s demandas empresariais. Existe uma expresso utilizada por alguns empresrios do setor, de os governos nordestinos praticam uma poltica de tapete vermelho (Costa & Fligenspan, 1997). O estado do Cear disponibiliza rea industrial para implantao de fbrica com infra-estrutura (gua, energia, comunicao e acesso rodovirio) no porto da fbrica. importante chamar a ateno que as empresas caladistas tradicionais do Cear no so beneficiadas por esses incentivos. Portanto, por serem menos estruturadas, e com um baixo nvel e informaes, no conseguem financiamentos para as ampliaes e reestruturao em suas bases produtivas, necessrias elevao da produtividade e qualidade de seus produtos. V.4 - A Logstica de Suprimento de Matrias-Primas Atualmente, o principal gargalo para a atividade caladista no Nordeste a logstica da cadeia produtiva, fato apontado por todas as empresas visitadas.

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A grande maioria dos calados fabricados no Cear, como em toda a regio Nordeste, utiliza insumos provenientes de outras regies (Sul/Sudeste) ou mesmo importados. Os componentes e insumos de couro, podem at utilizar o couro cru de origem nordestina, porm beneficiados no Sul. Cabe ressaltar que as estruturas pesadas dos curtumes instalados no Vale dos Sinos dificultam o deslocamento para o Nordeste. Os componentes sintticos, como cola, salto de borracha, tintas e outros, so adquiridos no Sul/Sudeste. De fato, as empresas no tm dificuldades em adquirir estes insumos em outras regies, todavia, se as fbricas de insumos estivessem instaladas no Nordeste, seriam muito mais producentes. No atendimento aos componentes como colas e tintas, temos a empresa Killing (filiada em Novo Hamburgo-RS), instalada no municpio cearense de Maracana. No mercado de palmilhas, a empresa Palmiflex (Fortaleza) fornece para a Grendene, P de Ferro, Samello e Vulcabrs. Os nicos componentes que podem ser adquiridos com certa facilidade no prprio estado so os adereos metlicos e as embalagens de papel e papelo. De acordo com pesquisa realizada (Costa & Fligenspan, 1997), a maioria das empresas fabricantes de componentes tm a inteno se instalar no Nordeste, porm somente a mdio e longo prazo, pois esto aguardando uma maior quantidade de clientes no Nordeste, garantindo assim, uma escala mnima para implantao das plantas. As empresas do setor de mquinas e equipamentos tambm tm avaliado a possibilidade de se deslocarem para o Nordeste. Todavia, as mesmas no esto capitalizadas para arcar com os investimentos necessrios a relocalizao, alm da demanda ser muito pequena.

VI. Impactos da Migrao de Empresas Caladistas para o CearApesar de no dispormos de dados anteriores a 1994, podemos afirmar que o deslocamento das empresas caladistas do Sul/Sudeste para o estado do Cear teve um impacto positivo com relao gerao de empregos4 e nmero de empresas instaladas no estado. A partir de 1994 e at 1998, com dados publicados pela Relao Anual de Informaes Sociais (RAIS), divulgada pelo Ministrio do Trabalho, verificamos os verdadeiros impactos que este deslocamento industrial causou na economia cearense. Conforme podemos observar na tabela 9, o nvel de emprego teve um crescimento de quase 300% entre 1994 e 1998. Se levarmos em considerao a estimativa de mercado, de que atualmente a indstria caladista cearense emprega 30 mil pessoas, esse crescimento passa a ser de quase 500%. E ainda,4 Segundo estudo do Banco do Nordeste (Une & Prochnik, 2000), o Cear empregava, em 1994, 333% mais

pessoas na indstria de calados, se comparado a 1990.

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se utilizarmos os dados do Banco do Nordeste, que estima que o nmero de pessoas empregadas na indstria de calados naquele estado cresceu 333% entre 1990 e 1994, teramos um crescimento de aproximadamente 2.500% na dcada de 90. Portanto, o nmero de empresas caladistas instaladas no estado tambm evoluram positivamente, ou seja, entre 1994 e 1998 o crescimento foi de 86%.Tabela 9: Empregos e Empresas no Estado do Cear Ano/Varivel Emprego Empresa Mdia de Emprego p/ empresa % Emprego p/ EstadoFonte: RAIS

1994 5.081 80 64 2,12

1995 6.339 85 75 3,23

1996 9.962 97 103 5,07

1997 14.448 136 106 7,91

1998 20.240 149 136 10,96

Uma outra varivel que pode ser utilizada para demonstrar os impactos da migrao de empresas caladista para o estado do Cear, o desembolso do Sistema BNDES. Entre janeiro de 1995 e dezembro de 2001, o setor caladista no Cear recebeu R$ 48.000.000 do BNDES, ou seja, aproximadamente 8% do total desembolsado para o setor caladista brasileiro e 42% do total do desembolso para o setor caladista no Nordeste, que ficou na faixa de R$ 115.000.000.Tabela 10: Desembolso do Sistema BNDES para o Setor Coureiro Caladista (R$) Ano 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 Total BNDES 38.347.475 118.698.648 101.927.085 53.936.803 37.537.688 106.722.651 101.462.052 558.632.402 FINAME 15.659.080 11.962.803 12.460.160 4.628.641 6.886.949 8.114.235 15.737.603 75.449.471 BNDESPAR TOTAL 54.006.555 130.661.451 114.387.245 58.565.444 44.424.637 114.836.886 117.199.655 634.081.873

Fonte: BNDES / AP / DEPLAN Elaborao AO1 / GESET 2

As exportaes de calados do estado do Cear tambm cresceram mais de 2000% entre 1992 (US$ 3,8 milhes) e 2000 (US$ 81 milhes), mostrando claramente o impacto positivo que as empresas caladistas que migraram do Sul/Sudeste causaram naquele estado.

VII. Consideraes FinaisA migrao das empresas de calados do Sul/Sudeste para o estado do Cear j mostra efeitos positivos.

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Como o governo local se compromete com a infra-estrutura, as regies tambm experimentam o aumento de renda decorrente da demanda do governo e da construo das unidades industriais. A recuperao de estradas e aeroportos tambm se tornou prioridade para o governo cearense, que investiu pesado em infra-estrutura em geral. Portanto, os investimentos das empresas caladistas no Cear tm um efeito multiplicador positivo sobre a competitividade da cadeia de calados, atravs da criao de melhores condies de produo e difuso de tecnologias mais modernas. As empresas que instalaram as unidades produtoras, tanto no Cear, como em toda a regio Nordeste so, em geral, no apenas verticalmente integradas, como tambm dependentes de suas matrizes no Sul/Sudeste, em atividades mais intensivas em conhecimento de mercado, como as reas financeira e comercial. Apesar do fator de dependncia, importante ressaltar que a implantao de grandes empresas no Cear est trazendo uma reduo nos custos da entrada de outras empresas, principalmente as de menor porte, que tm dificuldades em se deslocar para o Nordeste. As vantagens como benefcios fiscais e mo-de-obra barata, oferecidas pelos governos locais e a Unio para a implantao de empresas no Nordeste, se tornam um diferencial muito importante e portanto, a combinao de incentivos fiscais/financeiros e baixo custo de mo-de-obra tm impacto direto no preo do calado, permitindo com isso, a sua reduo. A queda nos preos varia em funo do tipo de calado produzido, oscilando entre 6 e 30%, com uma mdia de 16,4% (Costa & Fligenspan, 1997). Outro ponto importante diz respeito pretenso ou no da formao de aglomeraes industriais por parte dos governos locais. O deslocamento em massa para o Nordeste e a localizao das empresas nesta regio, de forma relativamente dispersa, seguindo novos incentivos fiscais e evitando as aglomeraes, mostra claramente que o governo estadual pretende desenvolver algumas cidades com carncia de postos de trabalho. Cabe ressaltar que o governo do estado do Cear adota uma estratgia de pulverizar a instalao de empresas entre vrias cidades, buscando com isso, dentre outros objetivos, a criao de uma renda familiar nos municpios menos desenvolvidos e evitar a escassez de mo-de-obra, que poderia ocorrer ao se concentrar empresas em uma mesma localidade. Esta concentrao poderia levar organizao sindical, o que geraria presso sobre os salrios reais. Por fim, podemos dizer que o deslocamento da produo no espao geogrfico tradicional no setor caladista. Um movimento semelhante a este que ocorre atualmente (a migrao de empresas do Sul/Sudeste rumo ao Nordeste) j aconteceu anteriormente no plo caladista do Vale dos Sinos. No incio da dcada de 1970 as empresas de calados deslocaram-se para outros municpios da regio em busca de mo-de-obra que atendesse a expanso doSETOR DE CALADOS 12

setor, decorrente de seu ingresso no mercado externo. Em ambos os movimentos, as empresas procuram recuperar a lucratividade e a competitividade do setor. importante ressaltar tambm, que este movimento tende a trazer consigo uma parcela significativa de empresas que atuam na cadeia produtiva de calados, ou seja, curtumes, componentes e mquinas e equipamentos para a indstria caladista, promovendo assim o desenvolvimento das regies mais carentes do pas. Todavia, o processo de relocalizao e desconcentrao da indstria caladista brasileira depende de algumas variveis que assegurem a sua manuteno. Uma das questes a ser resolvida a da continuidade dos investimentos, pois ainda existem obstculos para a implantao de empresas de pequeno porte e tambm existe uma carncia muito grande de fornecedores de insumos e componentes. Cabe ressaltar que o governo do Estado do Cear criou uma agncia para identificar a necessidade de investimentos no segmento de matriaprima e componentes para calados e comea um processo de atrao dessas empresas. Para isso, os governos devem manter uma continuidade nos programas de atrao de novos investimentos para o estado.

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Referncias BibliogrficasCorra, Abidack Raposo & Andrade, Jos Eduardo Pessoa de Panorama da Indstria Mundial de Calados, com nfase na Amrica Latina Rio de janeiro: BNDES, maro 2001 (BNDES setorial n 13). Cear, Guia Industrial do Fortaleza: 1999 e 2000. Costa, Achyles Barcelos da & Fligenspan, Flvio Benevett Avaliao do Movimento de Relocalizao Industrial de Empresas de calados do Vale dos Sinos Porto Alegre: SEBRAE, 1997. Schmitz, H. Responding to Global Comparative Pressure: Local Co-operation and Upgrading in the Sinos Valley, Brazil Brighton: Institute of Development Studies, University of Sussex, 1998 (IDS Working Paper n 82). Silva, Paulo Roberto & Rosa, Antonio Lisboa T. da. A Indstria de Calados Tradicional do Cear: Diagnstico da Competitividade. Fortaleza: SEBRAECE / SINDiCAL / UFC, 1998. Une, Maurcio Yoshinori & ProchniK Victor. Desafios para a Nova Cadeia de Calados Nordestina, paginas 95 a 148. Fortaleza: Banco do Nordeste, 2000.

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Anexo I Evoluo do Mercado de Couro no BrasilI II %I 1,490435191 5,65 9,60 10,57400919 16,30865084 9,88 23,38718669 15,82326407 13,13155357 14,55393043 11,40 7,92 8,50 11,55614286 5,59 6,67 8,21 10,34482759 8,64 8,33 9,23 10,13 III Produo + Importao 14.056.679 14.567.808 18.670.372 18.051.207 18.621.015 19.042.643 21.512.556 19.566.024 25.341.468 26.347.404 25.622.071 25.360.650 26.039.173 27.331.255 25.868.696 28.800.000 30.300.000 32.000.000 32.593.000 32.500.000 35.500.000 517.692.021 IV V Exportao de Couro Wet-Blue 85.833 459.333 999.667 1.666.667 971.611 1.276.333 757.056 797.056 1.227.778 2.503.778 2.635.833 2.464.040 2.615.546 2.671.417 3.576.058 6.101.534 9.695.491 10.616.700 11.582.911 10.326.520 10.398.194 83.429.356 % de III 0,61 3,15 5,35 9,23 5,22 6,70 3,52 4,07 4,84 9,50 10,29 9,72 10,04 9,77 13,82 21,19 32,00 33,18 35,54 31,77 29,29 16,12 Crust e Acabado 1.198.167 1.274.667 1.333.333 2.332.333 2.063.000 1.983.833 1.560.000 2.611.667 5.200.000 2.600.167 3.038.833 2.663.886 3.130.339 3.640.101 3.211.992 2.836.916 3.579.195 3.818.185 3.282.087 4.211.099 4.099.513 59.669.313 % III 8,52 8,75 7,14 12,92 11,08 10,42 7,25 13,35 20,52 9,87 11,86 10,50 12,02 13,32 12,42 9,85 11,81 11,93 10,07 12,96 11,55 11,53 VI Total da Exportao 1.284.000 1.734.000 2.333.000 3.999.000 3.034.611 3.260.166 2.317.056 3.408.723 6.427.778 5.103.945 5.674.666 5.127.926 5.745.885 6.311.518 6.788.050 8.938.450 13.274.686 14.434.885 14.864.998 14.537.619 14.497.707 143.098.669 % III 9,13 11,90 12,50 22,15 16,30 17,12 10,77 17,42 25,36 19,37 22,15 20,22 22,07 23,09 26,24 31,04 43,81 45,11 45,61 44,73 40,84 27,64215

Anos 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 Total

Produo de Importao couro cru de couro 13.850.250 206.429 13.788.650 779.158 17.035.340 1.635.032 16.325.000 1.726.207 16.010.000 2.611.015 17.330.000 1.712.643 17.435.000 4.077.556 16.893.000 2.673.024 22.400.000 2.941.468 23.000.000 3.347.404 23.000.000 2.622.071 23.500.000 1.860.650 24.000.000 2.039.173 24.500.000 2.831.255 24.500.000 1.368.696 27.000.000 1.800.000 28.000.000 2.300.000 29.000.000 3.000.000 30.000.000 2.593.000 30.000.000 2.500.000 32.500.000 3.000.000 470.067.240 47.624.781

Fonte: SECEX

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Anexo II Relao de Empresas caladistas no Estado do Cearn ord 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 Localizao Municpio Aracati Aquiraz Barbalha Barbalha Barbalha Barbalha Camocim Caridade Caridade Cascavel Cascavel Cascavel Canind Canind Caucaia Caucaia Crates Crato Fortaleza Razo Social Aracati Calados - H. Betarello Curtidora e Calados Ltda (ex ageb) Embacel - Embalagens Cearense S/A IBK - Ind. de Borrachas e Calados Kaiana Isanorte - Ind. e Com. de Calados Ltda Erivan Landimm da Cruz (ex. matrizes Kaiana) Calados Daiana Ind. e Com. LTDA Democrata Nordeste LTDA Calados Kaschelli NE LTDA Injetados K.S. do NE LTDA Kawalli Calados LTDA Bermas Ind. e Com. LTDA P de Ferro (ex fox hunter shoes ltda) Canind Calados LTDA - (musa) Banas Calados e Componentes LTDA Silvera e Marka LTDA Dublebem Ind. e Com. de Dublagens LTDA Canind Calados LTDA - (Metalrgica Altero Ind. e Com. LTDA) Grendene Crato S/A Vinil Forte - Laminados Plsticos NE LTDA (ex. cst) Calados Masculinos Embalagens de papelo para calados Placas de EVA e calados Calados (sandlias e solados em PVC) Fabricao de matrizes p/ calados e solados injetados Indust. e comerc. de calados e componentes, injet., policloreto de vinila Calados Masculinos Calados Comp. e injetados de calados Calados Masculinos Benef. acabamento e corte industrial de couro Calados Calados Femininos Fabricao de calados e componentes Calados Componentes p/ calados tecidos dublados Confeces em couro e componentes metlicos para calados Calados Laminados plsticos de PVC p/ fabricao de calados Linha de Produo Empregos D I 400 40 70 40 40 90 300 450 15 360 700 250 500 400 100 100 500 1.100 250 1.600 160 280 160 160 360 1.200 1.800 60 1.440 2.800 1.000 2.000 1.600 400 400 2.000 4.400 1.000

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20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41

Fortaleza Fortaleza Fortaleza Horizonte Iguatu Itapaj Itapipoca Juazeiro do Norte Juazeiro do Norte Juazeiro do Norte Juazeiro do Norte Juazeiro do Norte Juazeiro do Norte Juazeiro do Norte Juazeiro do Norte Juazeiro do Norte Juazeiro do Norte Juazeiro do Norte Juazeiro do Norte Maracana Maracana Maranguape

Sand Beach Ind. de Confeces LTDA (bad boy) J. Recamonde & Cia LTDA - (Ampliao) Grendene Sobral S/A - (filial 1) Vulcabrs do Nordeste S/A Dakota Nordeste S/A Paquet Nordeste LTDA Dilly Nordeste LTDA - (calados dilly s/a) PVC - Ind. e Com. de Plast. LTDA Ibel Indstria de Borracha EVA Tecnolity do Nordeste LTDA INBOP - Ind. de Borracha e Polmeros LTDA Injevale - Ind. de Injetados do Vale do Cariri LTDA Ind. de Calados So Judas Tadeu LTDA Casco Mole - (Ampliao) Dublatec - Ind. de Dublagens e Confeces de Alas LTDA - (Ampliao) Bopil - Borracha e Plstico Ind. LTDA (Ampliao) Incofel - Ind. e Com. de Calados Ferreira Leite LTDA IBC - Ind. Bopil de Calados LTDA (Ampliao) Sagian Acessrios LTDA Injetal - Ind. e Com. de Calados Injetados LTDA Diana Paolucci S/A - Ind. e Com. Bermas Ind. e Com. LTDA (ex. grandes curtumes cearenses e bracouro) Dakota Nordeste S/A

Confeces, calados e acessrios Curtimento e outras preparaes de couros e peles Calados e componentes Calados e componentes Calados e componentes Calados Calados Solados de calados Placas de EVA ara solados Calados e Componentes Calados e componentes de borracha microporosa e colorida Calados de borracha Calados em geral (sapatos femininos de finssimo acabamento) Sandlias/solados/tamanquinhos Sandlias e solados p/ calados Prod. de sandlias, solados e tamanquinhos Prod. de sandlia de EVA, PVC e solados Bolsas, cintos, carteiras e pastas Fab. de calados de plsticos Confeces e calados de segurana Beneficiamento, acabamento e corte industrial de couro Calados

362 110 500 930 1.000 1.500 1.000 24 33 150 210 36 89 38 86 110 300 70 88 800 60 400

1.448 440 2.000 3.720 4.000 6.000 4.000 96 132 600 840 144 356 152 344 440 1.200 280 352 3.200 240 1.600

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42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61

Maranguape Maranguape Maranguape Maranguape Morada Nova Ocara Paracuru Pentecoste Quixeramobim Quixeramobim Russas Russas Sta. Quitria Sobral Sobral Sobral Tiangu Umirim Uruburetama Uruburetama Total Geral

SPN - Ind. de Palmilhas do NE LTDA (Ex. Palmiscied) Liko Ind. e Com. de Produtos Qumicos LTDA Stein Ind. e Com. de Confec. LTDA J.L. Maus NE LTDA Calados Reifer LTDA - (calados) Ind. de Calados Flexinha LTDA Cia Nacional de Calados - (cnc) Cacique Nordeste LTDA - (andacco) Calados Aniger Nordeste LTDA Softflex Calados e Componentes LTDA Dakota Russas LTDA Kolosh Nordeste LTDA Canind Calados LTDA (filial 1) Grendene Sobral S/A (matriz) Beplast Ind. Com. de Plsticos Bermas Ind. e Com. LTDA (ex. Bluexport Sobral LTDA) Renna Calados LTDA Ind. de Calados Umirim Calados Orqudias do NE LTDA Disport NE LTDA Paquet Nordeste LTDA

Palmilhas e componentes p/ calados Tintas, esmaltes, vernizes e solventes p/ calados Cremes em cor. vernizes e tinta p/ calados Produo de navalhas p/ calados Fab. de calados, partes e peas e seus componentes Calados Calados, bolsas e cintos Artefatos de couro, comp., partes e/ou peas Calados e componentes Calados e componentes Calados e componentes Fabricao de bolsas, cintos, carteiras, calados e artefatos e artigos de viagem Calados Calados e componentes Pigmentos master batch de pvc e eva/nylon Fabricao de couros, peles e artefatos de couro Calados Sandlias, tnis, artefatos plsticos Fabricao de calados Fab. de calados e componentes

80 25 25 70 500 200 100 300 1.200 300 500 500 450 900 21 200 360 600 420 120

320 100 100 280 2.000 800 400 1.200 4.800 1.200 2000 2.000 1.800 3.600 84 800 1.440 2.400 1.680 480

20.472 81.888

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