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Sumário

Apresentação ............................................................................................................................... 3

Escala Maior ................................................................................................................................ 4

Escalas Diatônicas .................................................................................................................. 4

Graus ........................................................................................................................................ 4

Escala Maior ............................................................................................................................ 5

Ciclo das Quintas e das Quartas .............................................................................................. 8

Ciclo das Quintas ................................................................................................................... 8

Ciclo das Quartas ................................................................................................................... 8

Utilizando os Ciclos ............................................................................................................... 8

Utilizando o Ciclo das Quintas............................................................................................. 9

Utilizando o Ciclo das Quartas .......................................................................................... 10

Armadura de Clave .................................................................................................................. 12

Identificando o Tom pela armadura de Clave ................................................................. 13

Campo Harmônico Maior ................................................................................................... 14

Mas para que serve o Campo Harmônico? ....................................................................... 14

Campo Harmônico - Definição ........................................................................................... 14

Campo Harmônico Maior em Tríades............................................................................... 15

Campo Harmônico Maior em Tétrades ............................................................................ 16

As Funções Harmônicas no Tom Maior ................................................................................ 18

As Funções Harmônicas e Suas Sonoridades ................................................................... 18

Funções dos Acordes ........................................................................................................... 18

"Força" dos acordes de função ............................................................................................ 22

Aplicando as Funções no Instrumento .............................................................................. 22

Para Não Concluir... ................................................................................................................. 24

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Apresentação

Dominar os assuntos referentes à Harmonia pode soar algo grandioso demais para

algumas pessoas.

Mas será que precisa ser assim?!

Partindo desse ponto, produzimos um material pensando nos assuntos que envolvem

a primeira parte do que entendemos por harmonia: Harmonia no Tom Maior.

Entender a Harmonia (e a Teoria Musical de um modo geral) a partir do Tom Maior é o

melhor caminho, pois, a partir dele iremos desdobrar e multiplicar nossos

conhecimentos para uma infinidade de assuntos.

Se já começarmos falando de tópicos mais complexos, nossa cabeça irá se confundir e

provavelmente ficaremos frustrados, e não é isso que queremos.

Então, começaremos pelo básico, porém, extremamente necessário.

Chega de Papo! Bons Estudos!

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Escala Maior

Iniciaremos o conteúdo deste livro pela Escala Maior.

Ressaltamos que, para uma compreensão plena deste assunto, é necessário que você tenha conhecimento sobre os Tons e Semitons, e saiba como eles são aplicados no seu instrumento.

As Escalas Musicais podem ter diversas utilizações. Por isso elas são tão importantes para o músico. Com elas, podemos criar solos, melodias de voz, pegar músicas de ouvido e etc…

Podemos entender a Escala Musical como uma “família” de notas. Estas notas se sucedem consecutivamente de maneira ascendente (do mais grave para o mais agudo) ou descendente (do mais agudo para o mais grave).

Basicamente, o que diferencia uma escala de outra é a disposição de seus intervalos, que normalmente são compreendidos dentro de uma oitava.

Trataremos neste volume da Escala Cromática e das Escalas Diatônicas.

Escalas Diatônicas

Também conhecida como Escala Natural, a Escala Diatônica é composta por sete notas musicais. Este tipo de escala é formada por intervalos de tons e semitons.

Para entender melhor como se comportam estas escalas, vamos falar primeiro sobre os Graus.

Graus

As notas que formam a escala são chamadas de Graus. Cada nota da escala corresponde a um grau. Os graus são enumerados e indicados por algarismos romanos. A primeira nota equivale ao Grau I; a segunda nota equivale ao Grau II; a terceira nota, ao Grau III e assim por diante.

Depois do Grau VII, teremos o Grau VIII, equivalente à oitava nota da escala, que é a mesma nota do Grau I.

Cada grau recebe um nome, de acordo com sua função dentro da escala.

Vamos conhecer a seguir os sete graus da escala diatônica:

I. Tônica - Além de dar o nome à escala e ao tom, é a primeira nota da escala;

II. Supertônica - Está um grau acima da tônica e um grau abaixo da mediante. É a segunda nota da escala;

III. Mediante - Localizada um grau acima da supertônica e um grau abaixo da subdominante, é a terceira nota da escala.

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IV. Subdominante - Encontra-se um grau acima da mediante e um grau abaixo da dominante. É a quarta nota da escala;

V. Dominante - A quinta nota da escala está situada entre a Subdominante e a Superdominante. É o grau mais importante da escala, depois da tônica;

VI. Superdominante - Encontra-se um grau acima da dominante e um grau abaixo da sensível ou subtônica. É a sexta nota da escala;

VII. Sensível ou Subtônica - A sétima nota da escala pode ser chamada de duas maneiras diferentes, dependendo da sua distância em relação à tônica. Quando localizada meio tom abaixo da tônica, será chamada de Sensível. Quando localizada um tom abaixo da tônica, será chamada de Subtônica.

Vamos ver a seguir uma representação dos graus no pentagrama:

É importante ressaltar que na escala descendente, os graus se mantém da mesma maneira da escala ascendente:

Vamos conhecer agora a Escala Maior.

Escala Maior

A Escala Maior é formada pelos seguintes intervalos:

T - T - ST - T - T - T - ST

Obs.: T = Tom ST = Semitom

Podemos pensar nesta ordenação de tons e semitons como um padrão. Sendo assim, somos capazes de encontrar todas as escalas maiores utilizando esta estrutura de intervalos.

Vamos analisar agora a escala de Dó Maior.

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Repare que iniciamos com nota Dó (que é o primeiro grau da escala) e seguimos a estrutura de intervalos da escala maior. Com isso, formamos a escala de Dó Maior. Uma característica marcante da escala de Dó Maior é a ausência de acidentes (Sustenidos ou Bemóis).

Vamos fazer agora o mesmo processo com a Escala de Sol Maior:

Diferentemente da escala de Dó Maior, a escala de Sol Maior tem um acidente em sua formação. Este acidente acontece em razão do intervalo de um tom depois da nota Mi, originando assim o Fá#, que é o Grau VII da escala.

Veja a seguir uma tabela com todas as escalas maiores:

Escala I II III IV V VI VII VIII

Dó Maior C D E F G A B C

Dó# Maior* C# D# E# F# G# A# B# C#

Ré♭ Maior D♭ E♭ F G♭ A♭ B♭ C D♭

Ré Maior D E F# G A B C# D

Ré# Maior * D# E# F## G# A# B# C## D#

Mi♭ Maior E♭ F G A♭ B♭ C D E♭

Mi Maior E F# G# A B C# D# E

Fa♭ Maior * F♭ G♭ A♭ B♭♭ C♭ D♭ E♭ F♭

E# Maior * E# F## G## A# B# C## D## E#

Fá Maior F G A B♭ C D E F

Fá# Maior * F# G# A# B C# D# E# F#

Sol♭ Maior G♭ A♭ B♭ C♭ D♭ E♭ F G♭

Sol Maior G A B C D E F# G

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Sol# Maior * G# A# B# C# D# E# F## G#

Lá♭ Maior A♭ B♭ C D♭ E♭ F G A♭

Lá Maior A B C# D E F# G# A

Lá# Maior * A# B# C## D# E# F## G## A#

Si♭ Maior B♭ C D E♭ F G A B♭

Si Maior B C# D# E F# G# A# B

Dó♭ Maior * C♭ D♭ E♭ F♭ G♭ A♭ B♭ C♭

Si# Maior* B# C## D## E# F## G## A## B#

* Importante: Devemos nos atentar às escalas sinalizadas na tabela anterior. Nestas escalas,

podemos perceber alguns acidentes “incomuns”, como ##, ♭♭, E#, B#, C♭ e F♭. Nestes casos, é preferível que você utilize a escala enarmônica equivalente (sem os acidentes “incomuns”). Desta forma, é possível encontrar os acidentes de cada escala com mais facilidade. Na prática, as escalas enarmônicas são compostas pelas mesmas notas. Porém, na teoria, a maneira de escrevê-las, é bem diferente.

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Ciclo das Quintas e das Quartas

Os ciclos (ou círculos) das quintas e das quartas são muito úteis para nos ajudar a formar as escalas maiores e menores. Estes ciclos são sucessões de notas musicais separadas por intervalos regulares.

Para originar o ciclo das quintas, utilizaremos os intervalos de quintas justas. Já na formação do ciclo das quartas, utilizaremos os intervalos de quartas justas.

Ciclo das Quintas

Como vimos acima, o ciclo das quintas se trata de uma sucessão de notas separadas por intervalos de quintas justas.

No ciclo das quintas, utilizaremos apenas os sustenidos para sinalizar os acidentes.

Para formá-lo, podemos iniciar com a nota Dó, por exemplo. A partir dela, iremos inserir seu quinto grau, que é a nota Sol. Depois, inserimos o quinto grau de Sol, que é o Ré. Continuamos com o raciocínio até chegar ao Dó novamente, onde o ciclo se reinicia. Utilizando este raciocínio, iremos obter a seguinte sequência de notas:

Dó - Sol - Ré - Lá - Mi - Si - Fá# - Dó# - Sol# - Ré# - Lá# - Fá - Dó…

Ciclo das Quartas

O ciclo das quartas tem o mesmo princípio do ciclo das quintas, porém, suas notas são separadas por intervalos de quartas justas.

Outra diferença é que no ciclo das quartas, utilizaremos bemóis para sinalizar os acidentes.

Sendo assim, se iniciarmos com a nota Dó, sua próxima nota será o Fá, que é seu quarto

grau. Depois, teremos o Si♭, que é o quarto grau de Fá. Seguindo esta linha de raciocínio até chegar ao Dó novamente, teremos as seguintes notas no ciclo das quartas:

Dó - Fá - Si♭ - Mi♭ - Lá♭ - Ré♭ - Sol♭ - Si - Mi - Lá - Ré - Sol - Dó…

Utilizando os Ciclos

Antes de utilizar os ciclos, é interessante compreendermos que um ciclo é exatamente o inverso do outro. É isso mesmo! Repare na imagem a seguir que, se analisarmos as escalas no sentido horário (área externa do círculo), teremos o ciclo das quintas, enquanto ao analisarmos no sentido anti-horário (área interna do círculo), teremos o ciclo das quartas:

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Repare também que as escalas estão organizadas de uma maneira que podemos perceber claramente como os tons relativos se comportam nos ciclos.

Utilizando o Ciclo das Quintas

Vamos montar as escalas maiores utilizando o ciclo das quintas. Para isso, começaremos com a escala de Dó Maior, que não possui nenhum acidente:

Agora, seguindo o ciclo das quintas, iremos montar a escala maior de Sol, que é o quinto grau de Dó Maior. Para obtermos a escala de Sol Maior, utilizaremos as notas da escala de Dó Maior, porém, iniciaremos com a nota Sol, que é o primeiro grau da escala que queremos obter. Para finalizar, basta acrescentarmos um # no sétimo grau. Temos então, a escala de Sol Maior:

Vamos repetir o procedimento para encontrar a escala maior de Ré, que é o quinto grau de Sol Maior. Sendo assim, utilizaremos as notas da escala de Sol Maior, porém,

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iniciaremos com a nota Ré, que será o primeiro grau da escala que queremos. Após isso, adicionaremos um # no sétimo grau. Com isso, temos a escala de Ré Maior:

Continuando este processo, podemos encontrar todas as escalas maiores e suas escalas relativas menores, utilizando o ciclo das quintas. Veja a tabela a seguir:

Escala Dó Sol Ré Lá Mi Si Fá# Dó#

Quantidade de Acidentes

- 1 2 3 4 5 6 7

Quais Acidentes - Fá# Dó# Sol# Ré# Lá# Mí# Sí#

Analisando a tabela acima, é importante observar que, ao montarmos as escalas utilizando o ciclo das quintas, a escala seguinte sempre terá um acidente a mais que a escala anterior. Por exemplo: Dó Maior não tem acidentes. Sol Maior (que é o quinto grau de Dó Maior) tem um acidente (F#). Ré Maior (que é o quinto grau de Sol Maior) tem dois acidentes (F# e C#), e assim por diante…

Utilizando o Ciclo das Quartas

Para montar as escalas maiores utilizando o ciclo das quartas, vamos iniciar também com a escala de Dó Maior, que não possui acidentes em sua formação:

Agora iremos montar a escala de maior de Fá, que é o quarto grau de Dó Maior. Utilizaremos as notas da escala de Dó Maior, porém, iniciaremos com a nota Fá, que é

o primeiro grau da escala que estamos montando. Devemos acrescentar um ♭ no quarto grau. Temos então, a escala de Fá Maior:

Mantendo o raciocínio, montaremos agora a escala maior de Si♭, que é o quarto grau da escala de Fá Maior. Vamos utilizar as notas da escala de Fá Maior, mas iniciaremos

com a nota Si♭, que o primeiro grau da escala que queremos. Adicionamos um ♭ no

quarto grau e teremos então, a escala de Si♭ Maior:

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Ao seguirmos este processo, encontraremos todas as escalas maiores e suas escalas relativas menores, utilizando o ciclo das quartas. Veja a tabela a seguir:

Escala Dó Fá Si♭ Mi♭ Lá♭ Ré♭ Sol♭ Dó♭

Quantidade de Acidentes

- 1 2 3 4 5 6 7

Quais Acidentes - Si♭ Mi♭ Lá♭ Ré♭ Sol♭ Dó♭ Fá♭

Observando a tabela acima, percebemos que, assim como no ciclo das quintas, ao montarmos as escalas utilizando o ciclo das quartas, a escala seguinte sempre terá um

acidente a mais que a escala anterior: Fá Maior tem um acidente. B♭ Maior (que é o

quarto grau de Fá Maior) tem dois acidentes. E♭ Maior (que é o quarto grau de B♭ Maior) tem Três acidentes e assim por diante...

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Armadura de Clave

Armadura de Clave é o nome do conjunto de acidentes que se encontram ao lado da clave do pentagrama. Ela tem a função de indicar as notas que devem ser executadas um semitom acima ou abaixo do seu valor natural:

Vale ressaltar que uma armadura é composta somente por sustenidos ou somente por bemóis. Não há sustenidos e bemóis em uma mesma armadura.

Os acidentes indicados na armadura de clave serão válidos até o final da música, porém, existem algumas situações que podem alterar estes acidentes:

Bequadro (♮) - anula o acidente somente na altura indicada, até o final do compasso em que ele se encontra, ou até aparecer um sinal de alteração na nota alterada dentro do mesmo compasso;

Outra Armadura de Clave - caso apareça outra armadura de clave em algum trecho de uma partitura, a primeira armadura terá seu efeito anulado, prevalecendo somente os acidentes indicados na nova armadura;

Acidentes locais – caso apareça algum sinal de alteração durante a música, este só valerá na altura indicada e seu efeito terá duração até o final do compasso em que ele se encontra.

Podemos encontrar os tons das músicas de acordo com as armaduras de clave. Resumidamente, os tons nos indicam quais notas e acordes podem ser executados em uma música.

As notas dispostas no pentagrama seguirão a ordem dos ciclos das quintas (quando houver sustenidos) ou do ciclo das quartas (quando houver bemóis). Para entender melhor esta disposição das notas, vamos iniciar com a armadura de clave de Dó Maior.

Ao lembrar da escala de Dó Maior, percebemos que ela não possui nenhum acidente em sua formação (sustenido ou bemol). Podemos concluir então que, quando não há acidentes na armadura de clave, o tom da música é Dó Maior.

Vamos agora pensar no Sol, que é o quinto grau de Dó Maior.

Ao montar a escala de Sol Maior, percebemos que ela só tem um acidente, que é o Fá#. Com isso, sua armadura também só terá o Fá# como acidente.

Agora, pensaremos em Ré, que é o quinto grau de Sol Maior.

Montando esta escala, notamos que temos dois acidentes: o Fá# e o Dó#. Estes acidentes estão presentes na armadura de clave de Ré Maior.

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Se continuarmos com este raciocínio até chegar ao sétimo sustenido, teremos as seguintes armaduras:

Utilizaremos então, o ciclo das quartas para descobrir as armaduras de clave com alterações em bemol e seus tons.

Para isto, iremos iniciar com Fá Maior, que só tem um acidente em sua formação, que é

o Si♭.

Depois, utilizaremos a escala de Si♭, que tem dois acidentes em sua formação. São eles

o Si♭ e o Mi♭.

Vamos continuar com este raciocínio até obtermos a armadura de clave com os sete bemóis.

Note que os acidentes se sucedem seguindo uma ordem nas armaduras de cada tom.

Para os tons compostos por sustenidos, os acidentes aparecem seguindo o ciclo das quintas (F, C, G, D, A, E, B).

Nos tons compostos por bemóis, os acidentes aparecem seguindo o ciclo das quartas (B, E, A, D, G, C, F).

Estas ordens sempre deverão ser respeitadas nas armaduras de clave.

Identificando o Tom pela armadura de Clave

Em muitos casos, podemos identificar o tom de uma música analisando a armadura de clave. Para isso, devemos nos atentar a estas dicas valiosas:

Quando não há acidentes na armadura, o tom será Dó Maior ou Lá Menor;

Se a armadura só tiver um bemol, o tom será Fá Maior (ou Ré menor, que é seu tom relativo);

O último sustenido de uma armadura será o sétimo grau maior do tom maior. Neste caso, o primeiro grau do tom maior da música está um semitom acima do último sustenido. Por exemplo, se o último acidente for Sol#, podemos concluir que o tom é Lá Maior (ou Fá# menor, que é seu tom relativo);

O penúltimo bemol de uma armadura será o primeiro grau do tom maior. Se o

penúltimo acidente for o Mi, por exemplo, o tom é Mi♭ (ou Dó menor, que é seu tom relativo);

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A princípio, estas dicas podem parecer um pouco confusas. Mas se você começar a

aplicá-las, irá perceber que são bem simples práticas.

Campo Harmônico Maior

Depois de vermos como é formada a Escala Maior, aprenderemos, então, o que é, como

funciona e para que serve o campo harmônico. Estamos só agora iniciando, de fato, o

estudo de Harmonia.

Importante:

Vale Lembrar que o estudo de Formação de Acordes também é muito importante para

entendermos o Campo Harmônico.

Se você tem Dúvidas nesse assunto, não deixe de consultar nosso material no blog:

http://blog.opus3ensinomusical.com.br/formacao-de-acordes-triades-tetrades/

Mas para que serve o Campo Harmônico?

O CONHECIMENTO DO CAMPO HARMÔNICO É UMA PODEROSA

FERRAMENTA PARA SUA FORMAÇÃO MUSICAL.

Dominar este assunto lhe permite identificar os tons das músicas apenas analisando

seus acordes, entender o papel de cada acorde em diferentes contextos, saber que notas

podemos usar na hora de improvisar e muito mais.

Iniciaremos agora nossos estudos sobre o campo harmônico maior, mas antes vamos

relembrar aqui nossa definição de Harmonia:

Harmonia pode ser entendida como um encadeamento (progressão) de acordes que buscam

acompanhar uma melodia.

Essa característica da harmonia de depender da melodia é muito importante. Toda

melodia sugere harmonia(s) para lhe acompanhar, mas a harmonia não sugere uma

melodia.

Campo Harmônico - Definição

Quando analisamos uma progressão de acordes de uma determinada música,

percebemos que eles podem apresentar vários modos (maiores, menores, com sétima,

diminuto…).

Apesar de serem diferentes uns dos outros, nós conseguimos sentir uma coerência

entre eles, pontos em comum, uma sonoridade compartilhada que pode nos transmitir

diferentes sensações.

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Eles são como membros de uma família, onde cada um tem sua função e características

próprias, porém, todos eles possuem algo em comum que os conecta.

Essa é a ideia do Campo Harmônico: Uma família (um conjunto) de acordes originados

a partir de alguma escala.

Para começarmos a entender este assunto iremos partir do Campo Harmônico

originado da Escala Maior.

Campo Harmônico Maior em Tríades

Para montarmos o campo Harmônico Maior vamos utilizar a escala de dó maior como

exemplo.

Iremos montar cada acorde utilizando as notas pertencentes a escala de dó, seguindo a fórmula das tríades.

Quando estivermos no acorde de C, iremos pegar o primeiro grau, depois o terceiro e depois o quinto da escala, logo às notas dó, mi e sol. Já temos nosso primeiro acorde. Podemos concluir que trata-se de um acorde de C.

Para montar o segundo acorde iremos utilizar como base ainda a escala de dó (já que o campo harmônico está nesse tom), porém iremos usar o ré como se fosse o primeiro grau.

Partindo desse princípio vemos que teremos as notas ré, fá e lá, primeiro, terceiro e quinto graus respectivamente (lembrando que contamos a partir do ré).

Baseado no assunto anterior de tríades, você constatará que se trata de um Dm (ré menor), pois fá é a terça menor de ré.

Ao fazermos isso com todos os graus da escala maior, teremos todos os 7 acordes do Campo Harmônico maior de dó. Após aplicar essa fórmula em cada grau da escala veremos que cada acorde terá a seguinte formação no campo Harmônico:

Note que em todos os acordes desse campo nós não teremos nenhuma nota alterada

em suas formações, pois a escala que originou tal campo foi a a de dó e ela não possui

nenhuma alteração.

Se montarmos o campo harmônico de sol, por exemplo, iremos notar que as alterações

que aparecerão serão os F#, pois é a nota alterada na escala de G.

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É importante atentarmos em que graus do C.H ocorrem as tríades Maiores, menores e

diminutas.

Os graus I - IV - V são do modo Maior. Os graus II - III - VI são do modo menor. O grau VII é Diminuto.

Esse padrão irá se manter em qualquer tom que você montar o C.H. Assim fica mais

fácil montar o C.H de todas as tonalidades.

Agora que você já sabe como formar o C.H em Tríades, você já é capaz de identificar o

Tom de algumas canções.

É bem simples. Basta observar os acordes que estão presentes na música. Por, exemplo:

Se em uma determinada música você encontra a progressão “C - Am - Dm - G”

podemos dizer que essa música está no tom de dó. Isso significa dizer que os acordes

dela fazem parte do C.H de dó. Veja se os acordes acima não pertencem aos a graus “I -

VI - II - V” do C.H. de dó?

Isso é apenas uma pequena e inicial etapa de como identificar tons através da

harmonia. Algumas músicas possuem harmonias mais complexas, com acordes que

fogem do campo harmônico principal, necessitando de outros conhecimentos para

podermos interpretá-las corretamente. Tais conhecimentos estão em outros artigos do

blog.

Campo Harmônico Maior em Tétrades

Para o Campo Harmônico em tétrades iremos utilizar o mesmo mecanismo aplicado

nas tríades, porém, com a adição do sétimo Grau.

No nosso primeiro acorde, partindo da escala de dó, ao selecionarmos o primeiro, o terceiro, o quinto e o sétimo grau temos as notas dó, mi, sol e si. Essas notas formam o acorde de C7M.

Agora vamos fazer a mesma fórmula no nosso segundo acorde do C.H. utilizando o ré como a primeira nota deste acordo.

Sendo ré o primeiro, fá o terceiro, lá o quinto e dó o sétimo (lembre-se que a escala que estamos utilizando ainda é a de dó, só estamos começando a contá-la a partir do ré) temos o acorde de Dm7. Mais uma vez, aplique esse conceito aos próximos graus e teremos as seguintes tétrades no C.H maior de C:

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Aplicando o mesmo processo agora no tom de sol (ou seja, tomando a escala maior G

como base) teremos as seguintes tétrades:

É importante atentarmos em que graus do Campo Harmônico ocorrem as tétrades 7M,

m7, 7 e m7(b5).

Os graus I - IV - são do modo maior e possuem as tétrades 7M. Os graus II - III - VI são do modo menor, e possuem as tétrades m7. O grau V é do modo maior e possui a tétrade 7. O grau VII possui a tétrade m7(b5).

Esse padrão irá se manter em qualquer tom que você montar o C.H. Assim fica mais

fácil montar o C.H de todas as tonalidades.

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As Funções Harmônicas no Tom Maior

A música está muito ligada aos sentimentos e ao sensorial. Sempre que ouvimos e/ou

tocamos uma música sentimos diversas emoções. As possibilidades são inúmeras. Isso

acontece graças ao que chamamos de funções harmônicas.

As diversas progressões de acordes que fazem parte do Campo Harmônico, as formas

como eles se combinam sequencialmente e com a melodia, o ritmo e as dinâmicas são

responsáveis por produzir inúmeras sonoridades, sensações e emoções em nossas

almas.

Lembra que utilizamos o termo família para explicarmos o Campo Harmônico? Assim

como em uma família, cada acorde possui uma determinada função, um papel, de

acordo com sua característica. Essas funções e características acabam por produzir

determinadas sensações e sentimentos.

Por isso, ao compreendermos melhor as funções harmônicas estamos entendendo o

“caminho” utilizado pelo autor da peça musical que nos leva sentir determinadas

emoções.

As Funções Harmônicas e Suas Sonoridades

Podemos estabelecer basicamente três sonoridades, ou sensações, em que uma

tonalidade e o campo harmônico podem ser divididos: Tônica, Subdominante e

Dominante.

Função Característica

Tônica Possui um sentido de repouso, conclusivo. Gera estabilidade;

Subdominante Possui sentido de suspensão com pouca tensão, normalmente usada

como passagem. Gera um pouco de instabilidade;

Dominante Possui sentido de suspensão com mais tensão, normalmente chama a

tônica. Gera muita instabilidade;

Funções dos Acordes

Agora veremos quais acordes são característicos das funções harmônicas apresentadas

anteriormente.

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Basicamente podemos definir que os acordes dos graus I, IV e V possuem as funções

de tônica, subdominante e dominante respectivamente. Eles são os principais acordes

que geram de forma mais completa e marcante as sensações de conclusão, repouso,

estabilidade, suspensão, tensão e instabilidade, mencionadas antes.

Contudo, os outros acordes do campo harmônico também podem ser utilizados para

gerar tais sensações, porém, de forma menos marcante e clara. Observe a tabela a

seguir:

TÔNICA SUBDOMINANTE DOMINANTE

I7M

↓ ↓

IIIm7 VIm7

IV7M

IIm7

V7

VIIm7(b5)

Vamos utilizar o C.H de dó para explicar a situação encontrada acima:

Relembrando nossa explicação sobre formação de acordes, se formos comparar as

notas presentes no acorde de C7M (I7M) e no Em7 (IIIm7) veremos que eles possuem 3

notas em comum: E, G e B. Devido à esse fato nós podemos considerar o grau IIIm7

também como exercendo função tônica.

Dentre as notas compartilhadas entre os dois acordes, temos em C7M:

E → 3M G → 5J B →7M

Já em Em7:

E → Fundamental G → 3m B →5J

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O mesmo ocorre ao compararmos os acordes de C7M (I7M) e Am7 (VIm7). Eles

compartilham as notas C, E e G, portanto compartilham a função tônica também.

Dentre as notas compartilhadas entre os dois acordes, temos em C7M:

C → Fundamental E → 3M G →5J

Já em Am7:

C → 3m E → 5J G →7m

A mesma lógica irá se aplicar ao par IV7M - IIm7. No tom de dó maior, o F7M

compartilha as notas F, A, C com Dm7 (IV7M e VIm7), portanto, ambos exercem

função subdominante.

Dentre as notas compartilhadas entre os dois acordes, temos em F7M:

F → Fundamental

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A → 3M C →5J

Já em Dm7:

F → 3m A → 5J C →7m

Os graus V7 - VIIm7(b5). No tom de dó maior, os acordes G7 e Bm7(b5) compartilham

as notas B, D e F, exercendo função dominante.

Dentre as notas compartilhadas entre os dois acordes, temos em C7M:

B → 3M D → 5J F →7m

Já em Bm7(b5):

B → Fundamental D → 3m F →5J

Analisando os acordes substitutos das funções harmônicas, podemos concluir, então

que:

Grau I7M pode ser substituído pelos gruas IIIm7 e VIm7; Grau IV7M pode ser substituído pelo grau IIm7; Grau V7 pode ser substituído pelo grau VII;

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"Força" dos acordes de função

Após estabelecermos as funções harmônicas que os acordes exercem, podemos

qualificá-los de acordo com a força e o impacto que cada grau possui em relação a sua

função.

O acorde de grau I7M possui a função tônica de forma muito mais marcante e presente

que os seus substitutos - os graus IIIm7 e VIm7 - que podem servir para a mesma

função, porém, com menos força. O mesmo acontece com as funções subdominantes e

dominantes. Podemos resumir a ideia da seguinte forma:

FUNÇÃO

GRAU DA FUNÇÃO

PRINCIPAL

GRAUS DAS FUNÇÕES

SECUNDÁRIOS

FUNÇÃO FORTE FUNÇÃO MEIO

FORTE

FUNÇÃO

FRACA

TÔNICA I7M - IIIm7 - VIm7

SUBDOMINANTE IV7M IIm7 -

DOMINANTE V7 VII° -

Como a tônica compartilha função com dois acordes, ou seja, duas possibilidades de

substituição, ambos terão uma sensação fraca. Já os substitutos da subdominante e

dominante serão meio-fortes justamente por terem somente uma opção.

Agora que você já viu as funções de cada acorde no campo harmônico, vamos testar na

prática para ver como funciona.

Aplicando as Funções no Instrumento

Pegue seu instrumento e toque a sequência C7M | F7M | G7 | C7M. Essas são as

tétrades correspondentes aos graus I, IV e V do campo harmônico maior de dó.

Tente perceber a sensação transmitida por cada acorde, você verá que na passagem do

C7M para o F7M a sensação de repouso inicial já irá se alterar, com uma leve

instabilidade. Quando chegamos no G7 podemos sentir uma forte tensão nesse acorde

e quase que um “pedido” para um retorno a estabilidade, que é alcançado quando

tocamos novamente o C7M.

Essa sensação de tensão e suspensão gerada pelo acorde do V7 (no caso do tom de dó

seria o G7) é chamada de preparação dominante, devido a grande instabilidade

produzida por este tipo de acorde.

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Atenção!

Apesar do acorde VIIm7(b5) poder ser um substituto do grau V7 (pois compartilham 3

notas), nós aconselhamos a não utilizar esta substituição. Mais à frente veremos que o

VIIm7(b5) funciona muito melhor em outros contextos que não sejam o de substituto

do dominante.

Mas fique tranquilo, nós não ficaremos sem substitutos para o grau V7. No nosso blog

vocês verão diversas possibilidades de preparação que podem ser utilizadas par

substituir o V7 e em breve teremos mais e-books para tratar destes assuntos.

blog.opus3ensinomusical.com.br

Para Não Concluir...

Os conteúdos encontrados neste e-book são apenas o começo do vasto mundo de

conhecimentos que existem sobre harmonia.

Nosso objetivo aqui foi o de assentar as principais bases da Harmonia no Tom Maior

para que você possa entender os assuntos que estão por vir, como Preparação

Dominante, Cadências, “Two-Five”, Análise Harmônica e muito mais...

Agora você já é capaz de montar as Escalas e Campos Harmônicos Maiores de todas as

tonalidades. Além disso, já sabe reconhecer o papel e função exercida por cada acorde

dentro do Campo Harmônico.

Caso tenha ficado com alguma dúvida, não deixe de conferir os materiais sugeridos no

nosso blog.