blimp

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Página 5 Eduardo Guimarães explica tudo isto na página 10. Saiba por que o nome da nossa revista eletrônica é BLIMP POR QUE ? Divulgação edição única Onde e como organizar a Mídia Alternativa O impacto das novas tecnologias de comunicação na mídia alternativa

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Edição para trabalho de Sociedade e Tecnologia - Centro Universitário Jorge Amado.

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Página 5

Eduardo Guimarães explica

tudo isto na página 10.

Saiba por que o nome da nossa revista eletrônica é

BLIMP

POR QUE

?

Div

ulg

ação

edição única

Onde e comoorganizar a

Mídia Alternativa

O impacto das novas tecnologias de comunicação

na mídia alternativa

Blimp é um inflável de g r a n d e d i m e n s ã o

n o r m a l m e n t e alimentado por gás hélio colocado em ambientes amplos e / o u e x t e r n o s c o n t e n d o m e n s a g e m e / o u

imagem publicitária.

Agora que você já sabe o que é um Blimp, vamos explicar qual motivo nos levou a escolha deste nome para a nossa publicação.

A nossa ideia é a mesma de todos as pessoas que usam o Blimp como mídia para veiculação da marca ou campanha: chamar atenção, causar impacto, ser visto.

E nesta edição vamos f a l a r d e M í d i a Alternativa, qual o impacto ela exerce sobre consumidor e exemplos deste tipo de publicidade. Mostraremos também a queda dos tabus contra a mídia alternativa, a Internet, uma mídia do futuro que não se enquadra nas classificações habituais, a integração das mídias de hoje e de amanhã e o faturamento.

BLIMP é uma revista eletrônica confeccionada pelos alunos Eder Bastos e Luiz Queiroz, do 1º semestre do curso de Publicidade e Propaganda para a disciplina Sociedade e Tecnologia, orientado pelo

do Centro Universitário Jorge Amado.profº Luiz

Lordello,

Diagramação e Projeto Gráfico: Eder BastosPesquisas e textos: Eder Bastos e Luiz Queiroz

Por que ?

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EDIÇÃO ÚNICA - 21 DE MAIO DE 2010

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O que é

?mídia alternativa a rigor não existe. O

conceito foi criado na segunda metade Ado século XX para se nomear os canais De modo que veículos tradicionais como o ou veículos de comunicação não tradicionais, jornal, porém segmentados (de bairro, culturais, ou seja, canais de divulgação sem conteúdo políticos, de reparação, etc) passaram a ser editorial, apenas com viés comercial. Nessa considerados também alternativos.perspectiva tudo que não fosse jornal, revista,

O conceito de comunicação integrada e a rádio ou televisão passou a ser denominado de expansão do mix do marketing tradicional mídia alternativa, conotação que infelizmente resgatou o valor da mídia alternativa, mas não tornou-se depreciativa por conta de um lhe tirou o rótulo pela impossibilidade prática de consenso ( baseado em pesquisas não se nomear pelo menos uma centena de opções conclusivas) no sentido de que essas formas de mídia, paralelo às quatro tradicionais aqui de mídia eram apenas complementares. referidas. O fato é que hoje algumas mídias Cunhou-se até a expressão “mídia básica” alternativas atingem milhões de pessoas, a para caracterizar que às “mídias alternativas” exemplo das listas telefônicas ou do outdoor, cabia, apenas, o refugo da verba publicitária.concorrendo de igual para igual, no critério

Tinha sentido essa descriminação no contexto audiência ou índices de leitura, com os grandes de época. Já que o marketing recomendava a jornais e até emissoras de televisão vice-mídia de massa como a melhor estratégia. As líderes. E algumas delas são mídias básicas em grandes empresas não cogitavam ainda campanhas específicas, atingindo o seu público “targets” específicos, o seu público alvo era a alvo com eficiência, prescindindo por estratégia massa como um todo e, nessa perspectiva, é e custos, ou pelas duas opções, das mídias claro que nenhuma mídia alternativa cumpria tradicionais.esse objetivo. Então mídia alternativa passou a

Texto de Nelson Varón Cadenaser, também, sinônimo de pequenas do site almanaquedacomunicacao.com.br

audiências ou de índices de leitura limitados.

Nunca vou dizer que as empresas devem deixar de fazer a publicidade tradicional, mas se ela gastar um pouco de sua verba “nas mídias alternativas o retorno será muito grande.”

San Ewen, CEO da Interference Unparelleled Guerilla and Alternative Marketing

ELE

DIS

SE

QU

E...

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PROIBIDASMÍDIAS ALTERNATIVAS QUE FORAM

EXAMEPara certos problemas

podemos dar as costas. Mas, certamente, o

passageiro que sentar neste lugar vai sentir um certo desconforto depois

de ler este anúncio.Aplicação: Banco do

metrô. Mas pode ser no de ônibus também. Criação: Renato

Sanches Produção: Renato

Sanches e Felipe Doninni

ACIDENTEUma ideia que sacrificou um ser humano, mas que

salvará milhões de pedestres que insistem

em atravessar ruas, avenidas, pontes, balsas e estradas fora da faixa. Além disso, consegue

transmitir uma mensagem honesta. A de que os CET

também se preocupam com os andarilhos e não só em atingir suas cotas

de multa no mês.Aplicação: Adesivo para

ônibus. Criação: Victor Marx,

Marcel Ares e Eduardo Dencker

Produção: Eduardo Dencker

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O impacto das novas tecnologias de comunicação na mídia alternativa

Ao discutirmos as possibilidades estigma de amadorismo, enquanto por

abertas à mídia alternativa pelas outro lado, permite que asatividades alternativas localizadas n o v a s t e c n o l o g i a s d e

nos meios de comunicação comunicação e informação, experimentem e potencializem n o s r e f e r i m o s outras formas de ação e de e s p e c i a l m e n t e a o questionamento da mídia computador pessoal e à hegemônica. As declarações de Internet, ainda que outros Klein (2002), por exemplo, são aparelhos, como o celular,

feitas em uma análise de práticas tenham também causado de intervenção de outdoors e de impacto no uso dos meios de

manipulação outras de imagens c o m u n i c a ç ã o p a r a f i n s pub l i c i tá r ias , que p re tendem políticos, de contestação e

deslegitimar o discurso da publicidade e questionamento sociocultural. Em desnudar suas formas de persuasão, um exame inicial, a Internet se mostra um

tornando-as, assim, inócuas.abrigo ideal para veículos de comunicação

alternativos que disseminam contra-informação. Dos Já o pesquisador australiano Graham Meikle (2002)

blogs aos sites hospedados em servidores preocupa-se mais especificamente com o uso político

estrangeiros, o que dificulta o trabalho da censura da Internet. Para o autor, além do espaço virtual ser um

local, a estrutura do meio faz surgir diversas teorias lugar para vozes dissidentes questionarem quem deve

que apontam a internet como uma nova esfera pública, ter acesso à esfera pública e quais temas devem estar

mais participativa e de difícil contenção pelo poder. em pauta, uma das principais contribuições da Internet

Porém, nos interessa aqui também o uso do para as manifestações de crítica à sociedade atual é a

computador pessoal e da Internet para além da sua capacidade de interatividade e de socializar do

disseminação de contra-informação. A questão é conhecimento. Por interatividade, Meikle (2002)

identificar que potencialidades de experimentação entende a criação conjunta, em que as audiências se

estas novas mídias trazem para as práticas tornam participantes do processo de criação do

alternativas e contestatórias por meio dos veículos de conteúdo da mídia. O destaque aqui são as

comunicação.ferramentas que possibilitam as chamadas

“publicações abertas”, em que a distinção entre A jornalista Naomi Klein (2002) chama atenção ao fato emissores e receptores se atenua por meio da gestão de que o computador pessoal e seus periféricos, como coletiva de informação. As publicações abertas podem scanners e impressoras, além de softwares, por ser encontradas tanto em atividades como o Centro de exemplo, de programas de editoração como o Mídia Independente, uma rede internacional de photoshop, diminuíram o hiato entre a produção produtores e produtoras do que se pretende comercial de mídia e àqueles que buscam outras informação livre e independente de interesses formas de uso pra os meios de comunicação. Esta empresariais ou governamentais e que se articula facilitação do acesso às técnicas midiáticas, somada a principalmente online, até o Wikipedia, uma instrumentalização das tecnologias, por um lado enciclopédia erguida de forma colaborativa e sem fins possibilita que a mídia alternativa se liberte de um

lucrativos. Na maioria dos casos, as publicações

abertas levam adiante também uma nova noção de

propriedade intelectual, uma vez que o conteúdo

produzido é livre, isto é, não são cobrados direitos

autorais. Este deslocamento marca ainda o desbravar

de um novo terreno de batalhas e abertura de

possibilidades.

Para Meikle (2002), ainda que a progressiva

comercialização da Internet tenha marcado um

arrefecimento do entusiasmo pela rede enquanto

instrumento de questionamento polít ico e

sociocultural, em suas raízes, a Internet possuía um

ímpeto de compartilhar, de buscar mudanças,

demandar abertura e fomentar o debate ao abrir vias

alternativas para o fluxo de informação. Segundo o

autor, esta capacidade de crítica está hoje limitada a O u s e j a , a enclaves de ativistas de mídia na Internet, que levam c a p a c i d a d e d e adiante diferentes lutas, como a do software livre e o facilitar a cooperação, de das mudanças nas concepções de propriedade distribuir conhecimento e de intelectual, buscando não só utilizar a Internet como fazer circular informação. O espaço público para veicular seus posicionamentos, que demonstra que as novas mas também a troca de experiências e construção mídias são ainda alvo de um discurso colaborativa de conhecimento, a mobilização e a que vê nelas um potencial revolucionário, e que se experimentação de novas formas de se utilizar as insere em uma visão em que a comunicação é novas tecnologias. entendida de forma mais complexa, como produtora

de sentidos intelectivos e sensíveis, libertada de seu Ainda outro ponto a se levantar sobre o impacto das

aprisionamento funcional ao campo dos significados, novas tecnologias de comunicação e informação nas

sem ser resumida como mero aparato tecnológico, práticas de mídia alternativa seria o crescimento da

instrumento, ou localizada na super-estrutura, para organização destas atividades em rede. A emergência

ser entendida no ato de mediação, com interesses e das redes como forma de organização social é

regimes gramaticais próprios, que garantem a caracterizada por Arquilla e Ronfeldt (2001) como o

possibilidade de influir nos campos de força de surgimento da “próxima grande forma de

maneira concreta (Rubim, 2000).organização”, capaz de por si própria “redefinir as

sociedades e, desta forma, a natureza do conflito e da Assim, Antoun (2001), pensando o impacto da Internet cooperação” (Aquilla e Ronfeldt, 2001). Segundo enquanto meio para o então “novo ativismo” que Henrique Antoun (2006), a maior contribuição da surgia com os Dias de Ação Global, o surgimento da organização em rede para os grupos de ativismo rede Indymedia – conhecida no Brasil por Centro de midiático seria Mídia Independente - e o ativismo hacker – e do qual o

desenvolvimento do ativismo midiático que tratamos a facilidade de construir redes de parcerias para

aqui é paralelo – visualiza “o casamento da política de resolver os problemas de partilha e de disputa. O

ação direta do novo ativismo com a potência interativa ativista abandona a mediação das instituições para a

descentralizadora e anárquica dos sistemas realização de suas ações, na mesma medida em que

hipermídia” (Antoun, 2001: 136) como um encontra facilidade de construir, com as interfaces,

deslocamento incisivo, capaz de dar novos sentidos redes de ação direta para reunir possíveis

para a democracia e para a própria resistência. Para colaboradores capazes de amparar sua ação.

Antoun, o então “novo ativismo”, apoiando-se na (Antoun, 2006: 13)

comunicação mediada por computador (CMC), faz do

novo meio, a Internet, uma maneira de expressar

novas de formas de viver, e mais do que isso, uma

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verdadeira mídia para viver, lugar de afeto e atividade. através dos quais os modos autônomos de viver e

governar a própria vida possam ser, ao mesmo Este novo ativismo (...) fez da comunicação mediada tempo, as formas de lutar e se manifestar por computador (CMC) seus sentidos cognitivos e sua publicamente. Vida, comunidade e luta política mente. Ele integrou nela seu olho, suas imagens, seu tornam-se um só e mesmo movimento (Antoun, ouvido, suas sonoridades, sua boca, suas falas, sua 2001: 139).pele, seus contatos até construir este corpo

comunitário apto a viver no ciberespaço, programando Mais importante do que especular se a internet seria

os softwares da CMC como novos instrumentos para o poderosa o bastante para transformar o próprio

pensamento e a ação. Com isto igualou o meio à sentido da resistência, nos interessa aqui levantar a

mensagem através da prática da ação direta, fazendo possibilidade de que ela intensifica uma forma tanto

da CMC um lugar de percepção afeto e atividade para de entendimento quanto de apropriação da mídia e

as novas comunidades. (Antoun, 2001: 138). desta maneira, possibilita a experimentação de

outros usos, alternativos e politicamente engajados, Desta forma, Antoun sugere inclusive uma mudança dos meios de comunicação. Partimos agora para na própria prática de resistência, que se desloca da uma breve amostragem das práticas de mídia simples militância. alternativa que buscam cultivar modelos de ação que

ultrapassam a disseminação de contra-informação.Resistir tornou-se também inventar os movimentos

Este ano, a agência Taxi de Toronto

desenvolveu esse pequeno brinde (uma língua de sogra) para

ser distribuido à equipe de vendas

interna da Pfizer para celebrar o décimo

primeiro ano da ‘pílula azul’ de outra forma

ainda mais simples e direta.

Ação que a TAM está realizou no aeroporto de

Montevideo, com o intuito de divulgar seus

destinos – no caso o Brasil – utilizando a

projeção da silhueta do Cristo Redentor através de diversas bagagens e acessórios de viagem.

A ação foi desenvolvida pela agência uruguaia

Amen e poderá ser vista até o dia 18 de abril. A

previsão é de que 28 mil pessoas sejam

impactadas.

NO MUNDO E NO BRASIL

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Achei interessante e bem criativo estes

fósforos da Blush. Uma simples caixa de

fósforo, coisa que já foi muito explorada por

empresas pra colocar suas marcas, foi muito

bem utilizada pela Blusha. Para acender o fósforo bastar riscá-lo

no bumbum da modelo.

Os códigos QR são lidos por celulares. Você tira uma foto do código e o

celular te leva pro site da internet que o código

aponta.

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A dificuldade para se lograr tal feito de jornalistas e recursos ilimitados sem lucrar nada. O ano eleitoral e a

explica o fato de o Brasil ter essa para produzir conteúdo. Estamos possibilidade de continuar fora do

situação esdrúxula de só existirem falando, pois, de milhões de reais. poder enlouqueceu a direita, que

grandes meios de comunicação de começa a adotar um nível de Outro dia li acho que foi o blogueiro direita. Por que não podemos ter radicalização com ameaças de todo Ricardo Kotscho dizendo que o Brasil grandes jornais de esquerda como na tipo aos que já começam a incomodar tem mais “colunas” do que a Grécia França, na Itália ou nos Estados mesmo trabalhando de forma antiga, pois estamos confinados a Unidos? Na França há o Libération ou artesanal e sem recursos financeiros. opinar e opinar, ou reproduzir L’Humanité, na Itália, L’Unità, ligado conteúdo dos grandes veículos. Por Fontes de financiamento, apoio ao ex-Partido Comunista, e o falta de dinheiro. jurídico, venda de espaços para independente Il Manifesto; nos

publicidade, entre outros, seriam Estados Unidos, há o socialista The Então onde e como organizar essa preocupação dessa associação. Ela Nation e, na Grã-Bretanha, The mídia “alternativa”?, perguntará o teria força e representatividade, pois Independent. leitor. esses milhares de leitores deste,

Mas e no Brasil, o que temos? Folha, daquele e daquele outro blog, site ou Quando se fala em “organizar”, o Globo, Estadão, Correio Braziliense, pequena revista, juntos constituiriam sentido é ao pé da letra. Formar uma Jornal do Brasil, Zero Hora... E por aí um grande público. organização nacional dos veículos vai. Televisões e rádios? Entre as que que, por conta de sua linha ideológica Tenho dado minha contribuição para têm grande alcance, todas de direita. (e este é o fato crucial), sofrem a integração da mídia “alternativa” na Sobram à esquerda as revistas boicote de um empresariado que medida do possível. Em breve, supra-mencionadas e os sites e acredita que comunistas comem colocarei outro anúncio gratuito neste blogs, e essa é a mídia alternativa criancinhas, e que é aquele que blog para outra importante revista. que se pretende organizar. poderia investir em uma fatia do Muitos dos sites e blogs “linkados”

mercado para jornalismo totalmente Aí vem a questão: organizar como? aqui dizem que o Cidadania lhes desatendida no Brasil. Já surgiu a ideia de um portal de remeteu milhares de leitores. E há a

internet, mas ninguém vai querer m i l i t ânc i a po l í t i ca na ONG Diante disso tudo, nesta quinta-feira abrir mão de seu voo solo para Movimento dos Sem-Mídia e o estive reunido com o “publisher” de escrever de graça, com obrigação a comprometimento com este espaço um dos mais conhec idos e cumprir. É diferente de fazer um blog, que já nem me pertence mais. respeitados veículos da mídia onde você decide o que e quando vai “alternativa”, alguém que não recebe Se puder contribuir também para publicar sem ter que respeitar prazos nome aqui porque não gosta de essa associação, contribuirei. Acho e quaisquer outras imposições que aparecer. Essa pessoa se propõe a que o Brasil precisa ter pluralidade no um veículo como um portal de encabeçar os esforços para se criar espectro ideológico de sua imprensa. internet exigiria. uma associação nacional desses Essa situação de só a direita poder

veículos, entre os quais estaria este Como se não bastasse essa falar para muitos de uma só vez blog. Trata-se de uma tentativa de dif iculdade, não há dinheiro. precisa mudar, e só mudará se cada avançar até onde for possível.Ninguém constrói hoje um portal de blogueiro, se cada editor de site ou

internet sem muito, muito dinheiro. revista de esquerda se dispuser a Estamos vivendo um momento Um jornalista da Record me disse colaborar. complicado, os que nadam contra a que o recém-criado portal de internet corrente da falta de recursos para Por Eduardo GuimarãesR7, da Igreja Universal, conta com do blog Cidadania.comfazer jornalismo cidadão, ou seja, uma redação de uma centena e meia

mídia alternativa?Onde e como organizar a

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Um dos maiores obstáculos – talvez o maior – à setor de radiodifusão e de seus aliados democratização das comunicações no Brasil tem sido a no Congresso Nacional e no próprio dificuldade histórica de grande parte da população em governo, sua convocação tornou compreender a mídia como um poder e a comunicação obrigatório o debate sobre a mídia e a como um direito. Estão aí incluídos amplos setores da i m p o r t â n c i a e s t r a t é g i c a d a sociedade civil organizada, inclusive, partidos políticos comunicação.e organizações sindicais.

Ressonância na sociedade civilEnquanto as velhas oligarquias políticas e os grupos empresariais dominantes se tornaram os controladores Esses fatores têm provocado uma das concessões públicas de radiodifusão e usaram este ressonância importante na sociedade poder na articulação e defesa de seus interesses, a civil. Depois de muitos anos, o campo comunicação sindical, por exemplo, se consumia em sindical se deu conta de seu potencial disputas internas e ignorava o enorme potencial comunicativo e iniciativas como a Rede estratégico de construção unificada de uma mídia Brasil Atual – uma revista, um portal de alternativa que buscasse romper a assimetria notícias e um programa de rádio – já antidemocrática que historicamente tem constituído são realidade. Portais alternativos de nosso espaço público. informação e análise se firmam no já

concorrido ciberespaço. Um bom Retomo essa obviedade para constatar que, uma série exemplo é o Portal Vermelho que bate de fatores está provocando a mudança dessa realidade sucessivos recordes de acesso. Várias em nosso país. outras iniciativas locais e regionais

desse tipo estão em andamento.Fatores de mudança

"Pipocam" debates sobre a mídia e seu papel por todo Pelo menos três fatores, dois estruturais e um país. Partidos políticos, importantes setores sindicais e conjuntural, merecem ser lembrados. O primeiro, as mais diversas entidades da sociedade civil certamente, é o crescimento – incontrolável, organizada se preparam para participar – direta ou surpreendente e contraditório – da inclusão digital. Os indiretamente – da 1ª Confecom. A polarização de dados do último relatório anual do Comitê Gestor da interesses que já se revela claramente nas reuniões de Internet, divulgado no final do mês de maio, revelam sua Comissão Organizadora tem sido objeto de que cerca de 60 milhões de brasileiros, vale dizer, um discussão em vários encontros e seminários.terço de nossa população, já acessam a internet. E mais: o perfil predominante deste usuário se desloca Mídia como poder e comunicação como direitodas classes A e B para as classes C e D, isto é, para domicílios com renda entre três e cinco salários Tudo isso significa que finalmente a comunicação está mínimos. Esse imenso contingente bate recordes se transformando em objeto de discussão, isto é, está mundiais mensais de tempo de navegação e de entrando na agenda pública, algo que a grande mídia participação em redes sociais virtuais. sempre tentou boicotar em nosso país. Como poder

singular que é, a mídia – e todos os outros poderes na Um segundo fator é o sucesso da imprensa "popular" e democracia – precisa e deve ser regulada e estar sujeita regional. Ao contrário da grande mídia impressa à fiscalização em nome do interesse público. É assim tradicional, ela dá sinais impressionantes de vitalidade que funciona nas principais democracias do planeta e é que, inclusive, justificam a importante reorientação na assim que deve funcionar aqui também. E isso, não há aplicação das verbas de publicidade oficial que vem dúvida, só será possível quando a maioria da sociedade sendo executada pela Secom e que tanto tem irritado os compreender a mídia como um poder e a comunicação velhos "donos da mídia". como um direito.

O terceiro fator é a realização da 1ª Confecom (Conferência Nacional de Comunicação), em dezembro próximo. Mesmo que ela venha a ocorrer sob o domínio Por Venício A. de Lima, para o Observatório da dos velhos e ainda poderosos atores dominantes no Imprensa

Mídia Alternativa:

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