biossegurança - ana flávia vieira lima

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Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=33125631023 Red de Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal Sistema de Información Científica Sangioni, Luis Antônio; Brayer Pereira, Daniela Isabel; Silveira Flores Vogel, Fernanda; de Avila Botton, Sônia Princípios de biossegurança aplicados aos laboratórios de ensino universitário de microbiologia e parasitologia Ciência Rural, vol. 43, núm. 1, enero, 2013, pp. 91-99 Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria, Brasil Como citar este artigo Número completo Mais informações do artigo Site da revista Ciência Rural, ISSN (Versão impressa): 0103-8478 [email protected] Universidade Federal de Santa Maria Brasil www.redalyc.org Projeto acadêmico não lucrativo, desenvolvido pela iniciativa Acesso Aberto

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  • Disponvel em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=33125631023

    Red de Revistas Cientficas de Amrica Latina, el Caribe, Espaa y PortugalSistema de Informacin Cientfica

    Sangioni, Luis Antnio; Brayer Pereira, Daniela Isabel; Silveira Flores Vogel, Fernanda; de Avila Botton, SniaPrincpios de biossegurana aplicados aos laboratrios de ensino universitrio de microbiologia e parasitologia

    Cincia Rural, vol. 43, nm. 1, enero, 2013, pp. 91-99Universidade Federal de Santa Maria

    Santa Maria, Brasil

    Como citar este artigo Nmero completo Mais informaes do artigo Site da revista

    Cincia Rural,ISSN (Verso impressa): [email protected] Federal de Santa MariaBrasil

    www.redalyc.orgProjeto acadmico no lucrativo, desenvolvido pela iniciativa Acesso Aberto

  • 91Princpios de biossegurana aplicados aos laboratrios de ensino universitrio de microbiologia e parasitologia.

    Cincia Rural, v.43, n.1, jan, 2013.

    Cincia Rural, Santa Maria, v.43, n.1, p.91-99, jan, 2013

    ISSN 0103-8478

    Luis Antnio SangioniI Daniela Isabel Brayer PereiraII Fernanda Silveira Flores VogelISnia de Avila BottonI*

    Princpios de biossegurana aplicados aos laboratrios de ensino universitrio demicrobiologia e parasitologia

    Principles of biosafety applied to microbiology and parasitology laboratories in universities

    - REVISO BIBLIOGRFICA -

    Recebido para publicao 09.03.11 Aprovado em 19.07.12 Devolvido pelo autor 25.09.12CR-4897

    RESUMO

    Os laboratrios de ensino de microbiologia eparasitologia nas universidades brasileiras so ambientes emque as atividades integradas, envolvendo ensino, pesquisa eextenso, demandam a convivncia de pessoas, agentes eamostras biolgicas, equipamentos, reagentes e resduos nummesmo espao, sendo inevitvel a exposio das pessoas aosdiferentes riscos. As atividades realizadas nesses laboratriosnecessitam empregar as normas de segurana; pois, uma vezque o fator humano susceptvel aos acidentes, os programasde educao em biossegurana so imprescindveis. Entretanto,para que esses programas sejam efetivos, necessrio que osusurios estejam devidamente informados acerca dos princpiosde biossegurana, bem como aptos a coloc-los em prtica demaneira correta, a fim de garantir a segurana dosprofissionais, acadmicos e do meio ambiente. Esta revisocompila os principais aspectos da biossegurana relacionadosaos princpios e classificao dos riscos, dos agentesbiolgicos e dos nveis de conteno laboratorial, bem comoaborda as boas prticas laboratoriais nos laboratrios deensino, pesquisa e extenso em microbiologia e parasitologia.

    Palavras-chave: risco, segurana, educao em biossegurana.

    ABSTRACT

    The teaching laboratories of microbiology andparasitology in Brazilian universities are places where theintegrated activities of teaching, research and extension areperformed and require the coexistence in the same space,persons, biological agents and samples, equipment, reagentsand waste, and where is inevitable the exposure of people to

    the different risks. The laboratorial activities practiced inBrazilian universities require the need for safety standards,since the human factor is likely the causes of accidents inlaboratories, educational programs in biosafety becomeindispensable to the prevention of risks. However, for aneducation program become effective is necessary that the usersare fully informed about the biosafety principles, as well asable to practice them properly to ensure the safety of allprofessionals, academics and the environment. This articlecompiles the main aspects related to the principles of biosafety,risk classification of biological agents and levels ofbiocontainment, and addresses the issues regarding safetyequipment and good laboratory practices applied to theteaching laboratories in microbiology and parasitology.

    Key words: risk, safety, education in biosafety.

    INTRODUO

    A biossegurana pode ser definida como oconjunto de aes voltadas para a preveno,minimizao ou eliminao de riscos inerentes satividades de pesquisa, produo, ensino,desenvolvimento tecnolgico e prestao de servios,visando sade do homem, dos animais, preservaodo meio ambiente e qualidade dos resultados(TEIXEIRA & VALLE, 2010). No Brasil, existem duasvertentes da biossegurana: a legal e a praticada. Aprimeira est voltada manipulao de organismos

    IDepartamento de Medicina Veterinria Preventiva, Centro de Cincias Rurais (CCR), Universidade Federal de Santa Maria(UFSM), Avenida Roraima, 1000, prdio 44, sala 5007, 97105-900, Camobi, Santa Maria, RS, Brasil. E-mail: [email protected].*Autor para correspondncia.

    IIDepartamento de Microbiologia, Instituto de Biologia, Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pelotas, RS, Brasil.

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    geneticamente modificados (OGMs) e de clulas tronco,regulamentada pela Lei no 11.105/05. A segunda, estrelacionada aos riscos qumicos, fsicos, biolgicos,ergonmicos e de acidentes encontrados nos ambienteslaborais, amparada principalmente pelas normasregulamentadoras do Ministrio do Trabalho e Emprego(MTE), Resolues da Agncia Nacional de Vigilnciaem Sade (ANVISA) e do Conselho Nacional do MeioAmbiente (CONAMA), entre outras (COSTA, 2005).

    Os laboratrios de ensino de microbiologiae parasitologia nas universidades brasileiras soambientes onde geralmente se realizam atividades deensino, pesquisa e extenso de forma isolada ou emconjunto. Dessa forma, no mesmo espao, convivempessoas, equipamentos, reagentes, solues, agentese amostras biolgicas e os resduos gerados nessasatividades. Nesse contexto, pode haver a exposiodas pessoas que neles trabalham, estudam e transitampelos diferentes riscos, sejam eles: biolgicos,qumicos, fsicos, ergonmicos e de acidentes; tambmgerando agravos para os animais e para meio ambiente(BRASIL, 2006). Sendo assim, imprescindvel oconhecimento da biossegurana a fim de preservar e/ou minimizar os riscos nas atividades desenvolvidas.Em virtude de existirem poucas publicaes cientficasacerca da biossegurana nos laboratrios de ensino,pesquisa e extenso em microbiologia e parasitologianas universidades brasileiras, este artigo busca informaros principais aspectos relacionados biossegurana:os princpios, a classificao dos riscos, dos agentesbiolgicos e dos nveis de conteno laboratorial, bemcomo equipamentos de segurana e as boas prticaslaboratoriais aplicadas.

    Princpios de biosseguranaA biossegurana e a segurana biolgica

    referem-se ao emprego do conhecimento, das tcnicase dos equipamentos, com a finalidade de prevenir aexposio do profissional, dos acadmicos, doslaboratrios, da comunidade e do meio ambiente, aosagentes biolgicos potencialmente patognicos. Paraisso, estabelecem as condies seguras para amanipulao e a conteno de agentes biolgicos,incluindo: os equipamentos de segurana, as tcnicase prticas de laboratrio, a estrutura fsica doslaboratrios, alm da gesto administrativa (HIRATA& MANCINI FILHO, 2002; BRASIL, 2006;MASTROENI, 2005).

    Equipamentos de segurana: soconsiderados como barreiras primrias de contenoe, juntamente com as boas prticas em laboratrio, visam proteo dos indivduos e dos prprios laboratrios,sendo classificados como equipamentos de proteoindividual (EPI) e coletiva (EPC) (HIRATA & MANCINIFILHO, 2002; BRASIL, 2006; PENNA et al., 2010).

    Tcnicas e prticas de laboratrio: noslaboratrios, os indivduos necessitam recebertreinamento em relao s tcnicas de biossegurana.Cada unidade deve desenvolver seu prprio manualde biossegurana, identificando os riscos e osprocedimentos operacionais de trabalho, o qual deverficar disposio de todos os usurios do local(BRASIL, 2006; PENNA et al., 2010).

    Estrutura fsica do laboratrio (barreirassecundrias): laboratrios de ensino de microbiologia eparasitologia apresentam caractersticas diferenciadas,devido grande variabilidade de atividades realizadasem cada unidade. As barreiras secundrias incluem tantoo projeto como a construo das instalaes e dainfraestrutura do laboratrio. A estrutura fsicalaboratorial deve ser elaborada e/ou adaptada mediantea participao conjunta de especialistas, incluindo: ospesquisadores, tcnicos do laboratrio, arquitetos eengenheiros, de modo a estabelecer padres e normas afim de garantir as condies especficas de seguranade cada laboratrio (BRASIL, 2006; SIMAS &CARDOSO, 2008; PENNA et al., 2010).

    Gesto administrativa: nesses locais, asprticas gerenciais e a organizao das atividades sofocos importantes de anlise no estabelecimento deum programa de biossegurana. Em cada laboratrio, necessrio realizar um levantamento detalhado dosagentes biolgicos manipulados, das rotinas e dastecnologias empregadas, da infraestrutura disponvel.Alm disso, imprescindvel identificar os principaisriscos e avaliar o nvel de conteno que definir asaes de biossegurana especficas a serem adotadase que devem estar aliadas a um plano de educaocontinuada em biossegurana (HIRATA & MANCINIFILHO, 2002). Ressalta-se que, para manipular osagentes biolgicos com potencial infeccioso, deve-seconhecer as leis, dentre elas as internacionais, federais,estaduais e municipais relativas biossegurana(BRASIL, 2010a). A evoluo dos processostecnolgicos tem conduzido os profissionais ligadoss atividades de ensino nos laboratrios exposiode diversos riscos, especialmente os biolgicos equmicos. De acordo com HIRATA & MANCINI FILHO(2002), a avaliao e o manejo dos riscos somandatrios definio dos critrios e aes, visandoa minimizar os riscos que podem afetar a sade dosprofessores, tcnicos, alunos e do meio ambiente.

    Riscos nos laboratrios de ensino de microbiologia eparasitologia

    O risco denota incerteza em relao a umevento futuro, sendo definido como a probabilidade deocorrer um acidente causando algum tipo de dano, leso

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    ou enfermidade ou a probabilidade de concretizao deum perigo (BRASIL, 2006). Essa probabilidade pode serclassificada como: alta: o dano poder ocorrer sempreou quase sempre; mdia: o dano poder ocorrer emalgumas ocasies; ou baixa: o dano poder ocorrerremotamente (SILVA, 2010). importante ressaltar quea simples presena de um agente de risco em umlaboratrio no significa que, necessariamente, ocorreruma doena ou um acidente com os indivduos quedesenvolvem suas atividades no ambiente laboral. Emdiferentes recintos laboratoriais, h situaes de perigoe risco; portanto, necessrio sempre agir baseado noprincpio bsico da biossegurana, isto , no princpioda precauo. A preveno de acidentes demandaprincipalmente dos EPIs e EPCs adequados,treinamentos dos recursos humanos, adoo dasnormas e procedimentos de biossegurana(MASTROENI, 2005).

    De acordo com HIRATA & MANCINIFILHO (2002), os riscos esto classificados em: deacidente, ergonmicos, fsicos, qumicos e biolgicos:a. Risco de acidente: considerado como sendo assituaes de perigo que possam afetar a integridade, obem estar fsico e moral dos indivduos presentes noslaboratrios. Nos laboratrios de ensino, compreendem:infraestrutura fsica com problemas (pisos lisos,escorregadios e instalaes eltricas com fios expostose/ou com sobrecarga eltrica); armazenamento oudescartes imprprios de substncias qumicas; dentreoutras.b. Risco ergonmico: qualquer ocorrncia quevenha a interferir nas caractersticas psicofisiolgicasdo indivduo, podendo gerar desconforto ou afetandosua sade. So consideradas as leses determinadaspelo esforo repetitivo (LER) e as doenasosteomusculares relacionadas com o trabalho (DORT);como exemplo, cita-se: a pipetagem, pesagens, adoode posturas fsicas inadequadas durante a execuodas atividades, etc. Alm disso, o levantamento e otransporte manual de peso elevado, o ritmo e a cargahorria excessivas de trabalho, a monotonia durante arealizao de tcnicas meticulosas que demandam maiorateno, tambm so considerados riscos ergonmicosrelacionados s atividades nos laboratrios de ensinode microbiologia e parasitologia. c. Risco fsico: considerado como sendo as diversas formas de energiaque os indivduos esto expostos, tais como: rudo,vibraes, temperaturas extremas, radiaes ionizantese no ionizantes, ultra-som, materiais cortantes epontiagudos. d. Risco qumico: constitui-se em todasas substncias, compostos ou produtos nas formas degases, vapores, poeiras, fumaas, fumos, nvoas ouneblinas, as quais possam penetrar no organismo pelavia respiratria, por contato pela pele e mucosas ou

    absorvidas por ingesto. e. Risco biolgico: abrange amanipulao dos agentes e materiais biolgicos. Soconsiderados agentes biolgicos: vrus, bactrias,fungos, parasitas, prons, OGMs, alm das amostrasbiolgicas provenientes das plantas, dos animais e dosseres humanos, como, por exemplo, os tecidos, assecrees e as excrees (urina, fezes, escarros,derrames cavitrios, sangue, clulas, matrias debipsias e peas cirrgicas, entre outros).

    Tanto os agentes biolgicos como oslaboratrios de microbiologia e parasitologia recebemuma classificao em nveis de biossegurana de acordocom os critrios de avaliao dos riscos biolgicos.Esses critrios so fundamentados principalmente naanlise das seguintes caractersticas: virulncia, modode transmisso, resistncia, concentrao, volume,dose infectante e da origem dos agentes biolgicos.Tambm so considerados critrios de avaliao dosriscos a disponibilidade de medidas profilticas e detratamento eficazes, caso acontea a exposio dosindivduos ao risco; alm dos procedimentos tcnicosrealizados e dos fatores inerentes aos indivduos queatuam nos laboratrios (BRASIL, 2006). Conforme ograu de patogenicidade, os agentes biolgicos soclassificados em:

    Classe de r isco 1: inclui os agentesbiolgicos que apresentam baixo risco para o indivduoe para a coletividade, com baixa probabilidade de causardoena ao ser humano. Classe de risco 2: nessa classeesto inseridos os agentes biolgicos que apresentamrisco individual moderado para o indivduo e com baixaprobabilidade de disseminao para a coletividade.Podem causar doenas ao ser humano, entretanto,existem meios eficazes de profilaxia e/ou tratamento.Classe de risco 3: so os agentes biolgicos queapresentam risco elevado para o indivduo e comprobabilidade moderada de disseminao para acoletividade. Podem causar doenas e infeces gravesao ser humano, entretanto nem sempre existem meioseficazes de profilaxia e/ou tratamento. Classe de risco4: nesta esto includos os agentes biolgicos queapresentam risco elevado para o indivduo e comprobabilidade elevada de disseminao para acoletividade. Apresenta grande poder detransmissibilidade de um indivduo a outro. Podemcausar doenas graves ao ser humano, ainda noexistem meios eficazes para a sua profilaxia ou seutratamento (BRASIL, 2006).

    Nveis de biossegurana ou de conteno doslaboratrios de ensino em microbiologia e parasitologia

    Para manipulao dos micro-organismos eparasitas pertencentes a cada uma das quatro classes

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    de risco, devem ser atendidos alguns requisitos desegurana, conforme o nvel de conteno necessrio.Esses nveis de conteno so denominados nveis debiossegurana ou de bioconteno, sendo designadosem ordem crescente (NB-1 a NB-4), pelo grau deproteo proporcionado ao pessoal do laboratrio,meio ambiente e comunidade (BRASIL, 2010b). Nvelde biossegurana 1 (NB-1): necessrio em atividadesque envolvam os agentes biolgicos da classe de risco1. Representa um nvel bsico de conteno, que sefundamenta na aplicao das boas prticas laboratoriais(BPLs), na utilizao de EPIs e EPCs e na adequaodas instalaes. Em geral, as atividades so realizadassobre as bancadas. Nvel de biossegurana 2 (NB-2):exigido para as atividades que envolvam os agentesbiolgicos da classe de risco 2. O acesso ao laboratriodeve ser restrito aos profissionais da rea (professores,tcnicos) e aos acadmicos que estejam desenvolvendoatividades de ensino, pesquisa e extenso, medianteautorizao do responsvel tcnico. Nvel debiossegurana 3 (NB-3): aplicvel aos locais em queforem desenvolvidas atividades com os agentesbiolgicos da classe de risco 3. Nvel de biossegurana4 (NB-4): exigido s atividades que manipulem osagentes biolgicos da classe de risco 4. Nos laboratriosNB-3 e NB-4, o acesso dos indivduos deve ser restritoe utiliza-se um sistema de segurana altamenterigoroso. So designados aos laboratrios quedesenvolvam atividades de diagnstico e pesquisa demaior complexidade e nvel de bioconteno(ENSERINK, 2000). Um resumo dos requisitos bsicosexigidos em cada nvel de biossegurana laboratorialest apresentado na tabela 1.

    Atualmente, os laboratrios de ensino demicrobiologia e parasitologia vinculados sinstituies de ensino superior no Brasil equivalem aosNB-1 e NB-2. Nas atividades realizadas nesseslaboratrios, h a manipulao de micro-organismos eparasitas de baixo risco biolgico, estando associadas,principalmente, ao desenvolvimento das aulas prticas,das aes de extenso e de pesquisa. Em algunslaboratrios vinculados s instituies que oferecemservios de diagnstico e/ou pesquisa de agentespatognicos, h maior risco biolgico, sendo necessrioadotar medidas de biossegurana mais restritas. Comocitado por HIRATA & MANCINI FILHO (2002), nessesambientes, podem ser manuseados agentes biolgicosclassificados em nvel 3, tais como: vrus da raiva, vrusda encefalomielite equina, vrus da imunodeficinciahumana (HIV), Mycobacterium tuberculosis,Histoplasma capsulatum e outros patgenostransmissveis por fludos corporais e sangue. Esseslaboratrios recebem a classificao NB-2, no entanto,

    necessitam instituir procedimentos padres e BPLspreconizados para o NB-3.

    Em relao estrutura fsica, deve-se ressaltarque alguns laboratrios pedaggicos esto situados emprdios mais antigos, que inicialmente no foramprojetados como estrutura laboratorial e antecederamos preceitos de biossegurana, revisados por PENNAet al. (2010). Todavia, devido demanda das atividadesde ensino, pesquisa e extenso, as instalaeslaboratoriais tiveram que ser adequadas a essasexigncias. Contudo, a fim de atender as exignciasreunidas nas resolues e instrues normativasestabelecidas pela CTNBio e, com base na Lei Nacionalde Biossegurana (BRASIL, 2005), as dependnciasdesses laboratrios devero ser revistas e readaptadas.De acordo com os nveis de biossegurana, ascaractersticas dos laboratrios de microbiologia eparasitologia esto sintetizadas na tabela 2.

    Equipamentos de segurana: EPIs e EPCsEPI todo o dispositivo de uso individual,

    destinado a proteger a sade e a integridade fsica dotrabalhador. A sua regulamentao est descrita naNorma Regulamentadora no 06 (NR-06) do Ministrio doTrabalho e Emprego (MTE). EPC, por sua vez, todo odispositivo que proporciona proteo a todos osprofissionais expostos aos riscos no ambiente laboral.

    Nos laboratrios de ensino superior demicrobiologia e parasitologia, so imprescindveis oemprego de EPIs e EPCs e o emprego das BPLs, a fimde minimizar os riscos e desempenhar um trabalho commaior segurana (HIRATA & MANCINI FILHO, 2002;MASTROENI, 2005).

    Os EPIs e EPCs bsicos recomendados parauso nos laboratrios de ensino de microbiologia eparasitologia devem estar em conformidade com aPortaria MTB no 3.214, (BRASIL, 1978) e consistem em:i. EPIs para proteo da cabea: culos de seguranapara prevenir os respingos nos olhos, os quais possamcausar infeco, principalmente os provenientes dasculturas de agentes e amostras biolgicas, que possamocasionar irr itao nos olhos e outras lesesdecorrentes da ao de solues e reagentes usadosno laboratrio; partculas que possam ferir os olhos.Devem ser usados, tambm, protetores faciaisdestinados proteo dos olhos e da face contra lesesproduzidas por diversas partculas, respingos, vaporesde produtos qumicos e radiaes luminosas intensas.Membros superiores: luvas e/ou mangas de proteodevem ser usados em trabalhos em que haja perigo deagravos provocados por: agentes biolgicos oriundosdos diferentes materiais biolgicos; materiais ouobjetos prfuro-cortantes; produtos qumicos

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    (corrosivos, custicos, txicos, solventes orgnicos,etc.); materiais ou objetos geradores de temperaturasextremas (aquecidos ou frios). Membros inferiores:calado de proteo impermevel, solado liso eantiderrapante, sendo resistente aos agentesbiolgicos patognicos; produtos qumicos; umidade;riscos de acidentes (escorreges, tropeos e quedas).Tronco: vestimentas de proteo para atividades em

    que haja perigo de danos provocados especialmentepor riscos de origem biolgica, qumica, fsica, taiscomo: jalecos, aventais e macaces. Sistemarespiratrio: equipamentos de proteo respiratria(EPR) so os dispositivos usados para evitar aexposio aos diferentes agentes presentes noslaboratrio de microbiologia e parasitologia, emconcentraes prejudiciais sade dos usurios, de

    Tabela 1 - Principais requisitos para os nveis de segurana laboratorial.

    ------------Nvel de biossegurana------------Requisitos

    1 2 3 4

    Isolamento do laboratrio N N S SSala completamente vedada para a descontaminao N N S Sreas de escritrios designados administrao e pesquisa fora das instalaes debioconteno N N S S

    Local para acondicionamento de roupas e objetos pessoais fora das reas de bioconteno R S S SRefeitrio fora da rea de bioconteno S S S SSmbolo de risco biolgico afixado na porta de entrada e nas reas de manipulao deagentes biolgicos N S S S

    Execuo das atividades laboratoriais em dupla N N R SSistema para higienizao e segurana: pias para lavagem das mos com acionamentomecnico ou automtico e chuveiro e lava-olhos S S S S

    ------------------------------------------------------------------------------Ventilao------------------------------------------------------------------------------Aduo do ar N R S SSistema de ventilao controlada N R S SExaustor com filtros de alta eficincia (High Efficiency Particulated Air - HEPA) N N S SEntrada com porta dupla N N S SSistema de portas com travamento mecnico ou automtico R R S SCmara de vcuo (presso negativa na rea de bioconteno) N N S SCmara de vcuo com ducha N N N SAntecmara N N S Antecmara com chuveiros/duchas N N S NTratamento dos efluentes R R S SIncinerao dos resduos aps a esterilizao N N R S------------------------------------------------------------------------------Autoclave------------------------------------------------------------------------------In loco N R S SEm rea separada, nas dependncias do laboratrio N N R SContendo duas portas N N R S

    -------------------------------------------------------------Cabines de segurana biolgica (CSB) -------------------------------------------------------------Classe I R R - -Classe II R S S -Classe III - - R SCircuito interno de imagem N N R SRegistro pelas autoridades sanitrias nacionais N N S SRoupas de proteo com presso positiva e ventilao N N N/S* SUso EPIs S S S SCumprimento das BPLs S S S SIncinerao dos resduos aps a esterilizao N N N S

    N- No mandatrio; S- Uso mandatrio; R- Uso recomendvel. *Se houver risco de produo de aerossis, exigido o uso do traje depresso positiva e ventilao associado utilizao de CSB classe II. Fonte: Adaptado de PENNA et al. (2010).

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    acordo com os limites estabelecidos na NR-6 do MTB(BRASIL, 1978), incluindo: mscaras autnomas decircuito aberto ou fechado para proteo das viasrespiratrias. As mscaras do tipo cirrgicas no so

    efetivas em proteger o indivduo contra os aerossis(h t tp : / / www.a n vi sa . gov.br /d ivu lga /publ ic /cartilha_mascara.pdf.). ii. EPCs: tambm devem seguiras especificaes indicadas conforme a legislao

    Tabela 2 - Resumo das caractersticas dos laboratrios de microbiologia e parasitologia de acordo com os nveis de biossegurana (NB).

    NB Agente biolgico Procedimentos Equipamentos de segurana(Barreira primria)Infraestrutura

    (Barreira secundria) Exemplos

    NB-1

    Menor potencialpatognico paraadultos sadios,incluindo os no-zoonticos.

    Boas prticaslaboratoriais (BPL)bsicas so requeridas.

    Usar EPIs conforme aatividade a serdesenvolvida.

    Bancada aberta.

    Vrus da: cinomose eda hepatite canina;bactrias e fungosutilizados na indstriaalimentcia efarmacutica; entreoutros.

    NB-2

    Infeces nohomem, existindo orisco de ingesto einoculaopercutnea e mucosaem laboratoristas.

    BPLs bsicas, o acessoao recinto deve serlimitado; sinalizar asreas de riscobiolgico;descontaminar o lixo eresduos; instituirprotocolos paraprimeiros socorros.

    Cabines de seguranabiolgica (CSB) de classe Ie II para manipular os vruse tudo o que produziraerossis e derramamentos;usar jalecos, luvas, proteofacial, dependendo daatividade.

    Assim como em NB-1 e autoclave.

    Vrus da:influenza, rubola,sarampo, caxumba;Leptospirainterrogans,,Staphylococcusaureus; Candidatropicalis, etc.Em geral, os parasitasso classificadoscomo agentes NB-2.

    NB-3

    Exticos ouselvagens compotencial detransmisso poraerossis e deprovocarenfermidade severae/ou letal

    Todas as BPLs adotasno NB-2, e: o acessoao recinto deve sercontrolado;descontaminar o lixo eresduos, bem como asroupas usadas nolaboratrio antes dalavagem; coletarperiodicamente o sorodos profissionais eutilizar osimunoprofilticosdisponveis.

    CSB de classe II e III paramanipular os vrus e tudoque produzir aerossis ederramamentos; trajarroupas especficas para usorestrito no laboratrio; EPIsde acordo com a atividade aser desempenhada, assimcomo uso de proteorespiratria.

    NB-2 e: separaofsica dos corredorese das reas decirculao, portasduplas comfechamentoautomatizado, fluxode ar direcional epresso negativa nosrecintos, sistema parafiltrar ar HEPA (HighEfficiency ParticulateAir).

    Herpes vrus dossmios, hantavrus,vrus da encefaliteequina venezuelana;Mycobacteriumtuberculosis,Histoplasmacapsulatum entreoutros.

    NB-4

    Altamente perigososou exticos,transmitidos poraerossis,apresentando granderisco de causarmorte. Ainda nocompletamentecaracterizados

    BPL empregadas noNB-3 e: trocar deroupas antes de entrarnas reas de riscobiolgico; banho antesda sada dolaboratrio; todomaterial deve serdescontaminado antesda remoo.

    Todos os equipamentos doNB-3, e: CSB III e/ouvestimentas (macaco) compresso positiva emassociao com CSB II.

    NB-3 e: prdioseparado ou reaisolada com entrada esada de arcontrolada, sistemade filtros HEPA,presso negativa,sistema dedescontaminaocontrolado,autoclaves com duplaabertura e os resduosdepositados emcontainersespecficos.

    Vrus Ebola, vrus deMarburg, vrus sabi,vrus da febrehemorrgica Crimia-Congo, entre outros.

    Fonte: Modificado a partir da NR-32 (BRASIL, 2005) e BRASIL (2006).

  • 97Princpios de biossegurana aplicados aos laboratrios de ensino universitrio de microbiologia e parasitologia.

    Cincia Rural, v.43, n.1, jan, 2013.

    vigente (BRASIL, 1978) e as instrues que constamnos manuais disponveis (WHO, 2004; CDC, 2009) eincluem: sinalizao de segurana: nos laboratrios demicrobiologia e parasitologia, servem para indicar ondeh presena dos riscos. Exemplo: smbolo de riscobiolgico afixado na porta de entrada nos locais demanipulao e armazenamento de agentes biolgicos(a partir do NB-2); smbolos de lquidos inflamveis,explosivos, produto txico, veneno, etc., para indicarpresena de risco qumico; os smbolos de elementosradioativos, apontando para risco fsico; mapa de risco,sinais para as sadas de emergncia, escadas, extintoresde incndio, faixas de demarcao, etc. Extintor deincndio: o nmero, o tipo e a distribuio dessesextintores devem estar adequados; sua manuteno e/ou reposio devem ser peridicas, bem como o pessoaldo laboratrio deve ser treinado para o seu uso. Capelaqumica: cabine construda de forma aerodinmica, demaneira que o fluxo de ar ambiental no ocasioneturbulncias e correntes, reduzindo o perigo de inalaoe a contaminao do operador e do ambiente. Borrifadorde teto: sistema de segurana acionado pela elevaode temperatura, lanando fortes jatos de gua noambiente. Luz ultravioleta (UV): lmpadas germicidas,com comprimento de onda ativo de 240nm. Devem estarpresentes nas cabines de segurana biolgica, tem aoefetiva por 15 minutos e o tempo mdio de uso aproximadamente de 3.000 horas. Pipetadores e pipetasmecnicos e automticos: dispositivos de suco parapipetas e ponteiras, como: pera de borracha, pipetadorautomtico, pipetas mono e multicanais, etc. Contenopara equipamentos como: homogeneizador, agitador,ultrassom, etc. Equipamentos produtores de aerossisdevem ser cobertos com anteparo autoclavvel e,preferencialmente, abertos dentro das cabines desegurana biolgica. Containers para desprezar osmateriais contaminados e prfuro-cortantes: precisamestar disponibilizados recipientes resistentes eautoclavveis para desprezar os materiais que iro parao descarte. Conjunto (kit) de primeiros socorros:compostos por material comumente preconizado parasocorro imediato e antdotos especiais para produtostxicos usados nos laboratrios de ensino demicrobiologia e parasitologia. Chuveiro e lava-olhos:devem estar presentes em todos os laboratrios emperfeito estado de funcionamento e higienizado. A guapara os lava-olhos deve ser preferencialmente filtrada.Cabine de segurana biolgica (CSB): classes I e II(BRASIL, 2006).

    Boas prticas laboratoriais (BPLs)Conforme MASTROENI (2005) e ARAJO

    et al. (2009), as BPLs padres constituem um conjuntode normas, procedimentos e atitudes de segurana, as

    quais visam a minimizar os acidentes que envolvem asatividades desempenhadas pelos laboratoristas, bemcomo incrementam a produtividade, asseguram amelhoria da qualidade dos servios desenvolvidos noslaboratrios de ensino de microbiologia e parasitologiae, ainda, auxiliam a manter seguro o ambiente. Autilizao das BPLs requer a aplicao do bom senso eprudncia dos profissionais e acadmicos aodesenvolver cada atividade. Cabe aos coordenadorese professores dos laboratrios de ensino demicrobiologia e parasitologia o incentivo e afiscalizao da aplicao das normas e dosprocedimentos padres e especficos, permitindo, comisso, a manuteno de um ambiente seguro e confivela toda equipe do laboratrio. As BPLs padres noslaboratrios de ensino de microbiologia e parasitologiadevem ser conhecidas, aplicadas por todos os usuriose compreendem:1. restringir o acesso de pessoas ao laboratrio,somente os indivduos autorizados peloscoordenadores e professores podem ingressar nosambientes laboratoriais;2. observar os princpios bsicos de higiene, entreeles: manter as mos limpas e unhas aparadas; semprelavar as mos antes e aps vrios procedimentos(manuseio de materiais biolgicos viveis; uso dasluvas; antes de sair do laboratrio; antes e aps aingesto dos alimentos e bebidas, etc.). Se no existirempias no local, deve-se dispor de lquidos anti-spticospara limpeza das mos;3. proibir: a ingesto e/ou o preparo de alimentos ebebidas, fumar, mascar chicletes, manipular lentes decontato, a utilizao de cosmticos e perfumes, oarmazenamento de alimentos para consumo nas reasde manipulao de agentes biolgicos e qumicos. Emtodos os laboratrios deve haver uma rea designadacomo refeitrio;4. pipetar com a boca expressamente proibido ejamais se deve colocar na boca objetos de uso nolaboratrio (canetas, lpis, borrachas, pipetas, entreoutros);5. utilizar calados de proteo: fechados,confortveis, com soldado liso e antiderrapante;6. usar as luvas de procedimentos somente nasatividades laboratoriais e evitar tocar em objetos deuso comum;7. trajar roupas de proteo durante as atividadeslaboratoriais, como: jalecos, aventais, macaces, entreoutros. Essas vestimentas no devem ser usadas emoutros ambientes fora do laboratrio, como: escritrio,biblioteca, salas de estar e refeitrios;8. evitar o uso de qualquer tipo de acessrios/adornos durante as atividades laboratoriais;

  • 98 Sangioni et al.

    Cincia Rural, v.43, n.1, jan, 2013.

    9. manter os artigos de uso pessoal fora das reasdesignadas s atividades laboratoriais;10. organizar os procedimentos operacionais padres(POP) para o manuseio dos equipamentos e tcnicasempregados nos laboratrios;11. garantir que a limpeza dos laboratrios (bancadas,pisos, equipamentos, instrumentos e demaissuperfcies) seja realizada regularmente antes eimediatamente aps o trmino das atividadeslaboratoriais. Em caso de derramamentos, dependendodo tipo e quantidade de material biolgico disseminado,pode-se empregar, para a descontaminao do local:lcool a 70% ou soluo de hipoclorito de sdio,preferencialmente, a 10%, deixando agir por 30 minutose aps remover com papel absorvente;12. assegurar que os resduos biolgicos sejamdescontaminados antes de ser descartados;13. manusear, transportar e armazenar materiais(biolgicos, qumicos e vidrarias) de forma segura paraevitar qualquer tipo de acidente. O manuseio deprodutos qumicos volteis, metais, cidos e basesfortes, entre outros, necessita ser realizado em capelade segurana qumica. As substncias inflamveisprecisam ser manipuladas com extremo cuidado,evitando-se proximidade de equipamentos e fontesgeradoras de calor;14. usar os EPIs adequados durante o manuseio deprodutos qumicos;15. identificar adequadamente todos os produtosqumicos e frascos com solues e reagentes, os quaisdevem conter a indicao do produto, condies dearmazenamento, prazo de validade, toxidade do produtoe outros;16. acondicionar os resduos biolgicos e qumicosem recipientes adequados, em condies seguras eencaminh-los ao servio de descartes de resduos doslaboratrios para receberem o seu destino final;17. afixar a sinalizao adequada nos laboratrios, entreelas, incluir o smbolo internacional de Risco Biolgicona entrada dos laboratrios a partir do NB-2;18. instituir um programa de controle de roedores evetores nos laboratrios;19. evitar trabalhar sozinho no laboratrio e jornadasde trabalho prolongadas;20. providenciar treinamento e superviso aosiniciantes nos laboratrios;21. disponibilizar kits de primeiros socorros epromover a capacitao dos usurios em segurana eemergncia nos laboratrios.

    CONCLUSO

    As atividades de ensino, pesquisa eextenso praticadas nos laboratrios de ensino de

    microbiologia e parasitologia das universidadesbrasileiras abrangem as diferentes reas doconhecimento e no seu desenvolvimento existe apresena de riscos. Esse fato demanda a necessidadede normas de segurana destinadas anlise edesenvolvimento de estratgias para minimiz-los,sendo esta a principal funo da biossegurana. Adeterminao dos nveis de conteno deve serpriorizada nos laboratrios das universidades, pois,com o surgimento de novas tecnologias, osprocedimentos operacionais para a manipulao deagentes biolgicos patognicos devero ser adequadospara garantir a segurana dos profissionais, acadmicose do meio ambiente.

    Devido ao fator humano estar implicado scausas de acidentes em laboratrios, o maior esforodeve estar direcionado aos aspectos de educao embiossegurana, que devem estar presentes no cotidianodas instituies de ensino. Salienta-se que algunsindivduos tendem somente a levar em considerao aexecuo das atividades e menosprezar os riscos, sendoque esta postura no pode ser admitida em qualquerambiente laboratorial. Para que um programa deeducao em biossegurana seja efetivo, necessrioque todos os usurios dos laboratrios estejamdevidamente informados acerca dos princpios debiossegurana, bem como aptos a coloc-los em prticade maneira correta, a fim de manter o ambiente seguro.

    REFERNCIAS

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