bioprospecÇÃo de extratos metanÓlicos de … · “confia no senhor e faze o bem, assim...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS
BIOLÓGIAS
DAYANNE LOPES GOMES
BIOPROSPECÇÃO DE EXTRATOS METANÓLICOS DE
MACROALGAS MARINHAS DO LITORAL DO RIO GRANDE DO
NORTE: AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES ANTICOAGULANTE,
ANTIOXIDANTE E ANTIPROLIFERATIVA.
NATAL 2012
DAYANNE LOPES GOMES
BIOPROSPECÇÃO DE EXTRATOS METANÓLICOS DE
MACROALGAS MARINHAS DO LITORAL DO RIO GRANDE DO
NORTE: AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES ANTICOAGULANTE,
ANTIOXIDANTE E ANTIPROLIFERATIVA.
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte como requisito parcial
para obtenção do título de Mestre em
Ciências Biológicas.
Orientador: Prof. Dr. Hugo Alexandre
de Oliveira Rocha.
NATAL 2012
Dedico esta obra
Aos meus filhos Helena e Heitor, pois com eles aprendi o que é amar incondicionalmente. Meus filhos foram força e incentivo para que eu nunca desistisse e pudesse, um dia, servir de exemplo e orgulho. Quando somos sós a conclusão de um mestrado pode parecer apenas mais uma conquista pessoal, mas com
filhos uma coisa que para muitos pode ser relativamente simples se torna algo de proporções imensas e vocês me permitiram viver isso.
Ao meu marido Leonardo por ter me dado os melhores presentes da minha vida, meus filhos.
Dedico esta obra
A Jailma (amigaannn), mais do que amigas, uma pessoa que fiz questão que entrasse na minha família na figura de madrinha de Heitor. Minha escolha não poderia ter sido outra sendo você a pessoa que é - não
importa o momento, não importa o milagre ou a dor, seja qual for o caminho. Por você eu faria isso mil vezes!
"Pode ser que um dia o tempo passe... Mas, se a amizade permanecer, Um de outro se há-de lembrar.
Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade, A amizade nos reaproximará.
Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade, Nasceremos de novo, um para o outro.
Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente, Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.
Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre. A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre."
Albert Einstein
Dedico esta obra
Ao meu orientador Hugo/amigo/profi, chamando você de Profi certa vez fui confundida quando falava
sobre você e acharam que me referia ao professor Carl P. V.Dietrich. No momento não entendi, mas hoje
posso tranquilamente dizer que você não é só o meu profi e sim “O prof”. Uma pessoa que não mede esforços
em nos ajudar quando precisamos e o mais importante, acredita no que podemos fazer. Obrigada
principalmente pela paciência e confiança depositada, espero ter retribuído de alguma forma com esse
trabalho.
AGRADECIMENTOS
“Confia no Senhor e faze o bem, assim habitarás a terra, e te alimentarás em segurança; Deleita-se também
no Senhor; e Ele te concederá o que deseja o teu coração; Entrega o teu caminho ao Senhor; confia Nele, e
Ele tudo fará.” Salmos 37: 3-5. Obrigada meu Deus!
Ao meu marido Leonardo, um menino que caiu de paraquedas na minha vida. Juntos estamos crescendo e
amadurecendo, assim como nosso amor;
Aos meus filhos, que são o tic-tac do meu coração. Que Deus caminhe sempre ao lado de vocês, e me guie
para passar todos os ensinamentos necessários para vida;
Aos meus pais, Cyreneu e Célia, por se esforçarem, a vida inteira, para que conseguíssemos alcançar nossa
maior riqueza e herança: os estudos. E, por sempre torcerem muitas vezes sem nem entender qual o motivo
exato, mas que seja para nossa felicidade;
Aos meus irmãos, Dastaev, Dmitryev, Drielle e Dmetryus. A gente briga, a gente chora, mas a gente se ama!
Sei que posso contar com vocês sempre;
Aos meus compadres e comadres, em especial França por oferecer “amor de graça” a nós e principalmente a
meus filhos, me ajudando para que eu mantenha minha jornada diária de trabalho;
A toda família Medeiros Rocha, em especial à tia Marly e minha sogra Ceiça, que sempre exaltaram a importância das conquistas acadêmicas e participaram ativamente na conclusão dessa dissertação;
À toda família Biopol, desde os que são a “lenda viva” Ivan (quero muito bem!); a velha guarda que foi
quem me introduziu na pesquisa no laboratório e que me ensinou a base de ser um pesquisador, Sara (minha
companheira de viagens, uma das mentes mais brilhantes que conheço), Marianiiinha (muito dedicada a tudo
que faz. Teve dúvida? Pergunte a quem sabe! Quer viajar? É com ela também!), Leandro (sempre objetivo e
determinado); as pessoas da minha época de entrada, Amigan (que me ajudou de todas as formas possíveis e
imagináveis), Rafildo (É um fofonildo! Quebrou muitos galhos, ou árvores inteiras?kkk), Leonardo (o ex-
gordinho mais TDB e engraçado. Eu tinha que casar com um Léo, né?), Citnhia (me ajudou muito na
realização desses experimentos o que nos proporcionou grande aproximação e identificação entre nós),
Ruthiin (juntas, juntas a gente nunca fez nada, mas sempre me ajudou! Te curto!) Rafa e Ruth ( se eu fosse
pagar todas as consultorias que pedi, vocês já tinham se casado. Valeu!), Raniere (ainda bem que “Só a
vitória interessa!” é passado), Gabriel (com seu mundinho engraçado, sempre prestativo) Arthur (minha
parêa de cantigas); a nova geração, Fernando (as tardes são mais empolgantes com suas músicas), Max (só
de jogar basquete já gostei), Vinícius (uma pessoa polinômia, digamos), Joanna (apesar de não ter convivido
no lab mas sempre nos demos bem e fico muito feliz por meus filhos fazerem parte do seu casamento), Letícia
(esforçada em crescer), Karol (me acompanhou e me ajudou quando entrou no lab, espero ter conseguido te
animar e não traumatizar, na pesquisa), Moacir (entende de tudo um pouco), Daniel (a tecnologia em
pessoa), Ronny Von, ops, Lucas (um gentleman, você vai longe!), Ingrid (pela torcida na qualificação), Dani
(com seus doces o trabalho é mais produtivo!), Ana Karina (muito decidida) e Pablo, Almino, Monique (cada
vez se soltando mais), vocês sem dúvida fazem parte desse trabalho!
Ainda duas pessoas que foram muito importantes para o meu aprendizado na vida e laboratório mas que não
estão mais em nosso cotidiano, Ned e Popó (Diego);
A minha banca de qualificação: Vanessa de Paula Soares e Josélio Maria Galvão, a contribuição e
reconhecimento de vocês foi muito importante;
A professora Tatjana de Souza e Francisco Freire pela disposição na utilização do citômetro de fluxo e
esclarecimento de algumas dúvidas;
Aos professores do programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas e Depto. de Bioquímica por terem
atuado como ancoras para nossa descoberta e crescimento de saberes e experiências;
Aos colegas de mestrado, pois compartilhamos momentos de dúvidas, indecisões, mas principalmente de
torcida para que ocorresse tudo bem no fim para todos. Destaco CB (Cláudio Bruno) que além de ter me
ajudado na disciplina de Bioestatística sempre se mostrou solidário durante todo o mestrado;
Aos outros amigos que não são do lab mas que tornam os estresses do dia a dia mais amenos: Luciana,
Fernanda, “Por Jesus” Águida, Donana (Ana), Kako (Madson), Manu e, minhas pupilinhas Marina
Macêdo e Lourdinha;
Aos funcionários do Departamento e da secretaria da Pós em especial a Louise por ser tão prestativa;
À Coordenação de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq), pelo financiamento desta pesquisa;
Ao mentor/amigo/Profi pela confiança, paciência, tempo e dinheiro depositados em mim e na realização
desse sonho.
MUITO OBRIGADA!
“...Aprendi que não devemos nos comparar com os outros, mas com o melhor que podemos fazer...”
Charles Chapin
RESUMO Macroalgas marinhas são organismos conhecidos por apresentar uma diversidade de biomoléculas com propriedades farmacológicas. O litoral do Rio Grande do Norte apresenta mais de 100 espécies de macroalgas marinhas, a maioria delas ainda não explorada quanto ao seu potencial farmacológico. Açúcares e compostos fenólicos são os compostos de macroalgas marinhas mais estudados, sendo atribuída a estes uma gama de propriedades biológicas, como: atividade anticoagulante, anti-inflamatória, antitumoral e antioxidante. Neste trabalho, foram obtidos extratos metanólicos de treze algas do litoral do Rio Grande do Norte (Dictyota cervicornis; Dictiopterys delicatula; Dictyota menstruallis; Dictyota mertensis; Sargassum filipendula; Spatoglossum schröederi; Acanthophora specifera;Botryocladia occidentalis;Caulerpa cupresoides; C. racemosa; C. prolifera; C. sertularioides e Codium isthmocladum), e esses foram avaliados quanto ao seu potencial anticoagulante, antioxidante e antiproliferativo. Nenhum dos extratos metanólicos apresentaram atividades anticoagulante, porém quando avaliados com relação ao potencial antioxidante todos os extratos apresentaram atividade em quase todos os testes realizados (capacidade antioxidante total, sequestro de radicais superóxido e hidroxila, quelação férrica e atividade redutora). Os extratos apresentaram resultados mais expressivos no teste de quelação férrica, principalmente para o extrato da alga C. racemosa que chegou a quase 100% de atividade. Destaca-se também a capacidade de doar elétrons dos extratos, em especial, dasalgas D. mentrualis,D. cilliolata e C. prolifera que apresentaram os maiores potenciais. Nosestudos de citotoxidade, todos os extratos apresentaram atividades em diferentes níveis frente as células tumorais HeLa, entretanto, os extratos de D. cilliolata (MEDC) e D. menstrualis (MEDM) apresentaram atividade específica para esta linhagem celular, não apresentando citotoxidadepara as células3T3. Estudos com estes dois extratos utilizando técnicas de citometria de fluxo, microscopia de fluorescência e testes in vitro mostraram que MEDC e MEDM induzem a apoptose em células HeLa através da ativação das caspases 3 e 9 e ainda, MEDC induz a parada do ciclo celular na fase S. Juntos, esses resultados mostraram que os extratos metanólicos de algas marrom D. mentrualis e D. cilliolata podem conter agentes com potencial utilização no combate de células de adenocarcinoma uterino humano. O presente estudo também aponta para a necessidade de investigações mais aprofundadas no âmbito fitoquímico e biológico para se identificar produtos biologicamente ativos presentes nos extratos. Palavras-chave: Atividade antiproliferativa, atividade anticoagulante, atividade antioxidante, extratos metanólicos, apoptose.
ABSTRACT Seaweeds are organisms known to exhibit a variety of biomolecules with pharmacological properties. The coast of Rio Grande do Norte has over 100 species of seaweeds, most of them not yet explored for their pharmacological potential. Sugars and phenolic compounds are the most studied of these being assigned a range of biological properties, such as anticoagulant , antiinflammatory, antitumor and antioxidant activities. In this work, we obtained methanolic extracts from thirteen seaweeds of the coast of Rio Grande do Norte (Dictyota cervicornis; Dictiopterys delicatula; Dictyota menstruallis; D. mertensis; Sargassum filipendula; Spatoglossum schröederi; Acanthophora specifera; Botryocladia occidentalis; Caulerpa cupresoides; C. racemosa; C. prolifera; C. sertularioides e Codium isthmocladum). They were evaluated as anticoagulant and antioxidant drugs, as well as antiproliferative drugs against the tumor cell line HeLa. None of the methanolic extracts showed anticoagulant activity, but when they were evaluated as antioxidant drugs all of extracts showed antioxidant activity in all tests performed (total antioxidant capacity, sequestration of superoxide and hydroxyl radicals, ferric chelation and reductase activity), especially the algae D. mentrualis, D. cilliolata and C. prolifera, who had the greatest potential to donate electrons.In addition, the ability of iron ions chelation appears as the main antioxidant mechanism of the methanolic extracts of these seaweeds mainly for the extract of the C. racemosa seaweed, which reached almost 100% activity. In the MTT assay, all extracts showed inhibitory activity at different levels againts HeLa cells. Moreover, D. cilliolata (MEDC) and D. menstrualis (MEDM) extracts showed specific activity to this cell line, not inhibiting the viability of 3T3 normal cell line, so they were chosen for detailing the antiproliferative mechanism of action. Using flow cytometry, fluorescence microscopy and in vitro assays we demonstrated that MEDC and MEDM induced apoptosis in HeLa cells by activation of caspases 3 and 9 and yet, MEDC induces cell cycle arrest in S phase. Together, these results showed that the methanolic extracts of brown seaweed D. menstrualis and D. cilliolata may contain agents with potential use in combatting cells from human uterine adenocarcinoma. This study also points to the need for more in-depth research on phytochemical and biological context to enable the purification of biologically active products of these extracts. Keywords: Antiproliferative, anticoagulant, antioxidant, methanolic extracts, apoptosis.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Modelo clássico da cascata de coagulação sanguínea.............................. 17
Figura 2. Representação esquemática dos complexos procoagulantes.................... 18
Figura 3.Caulerpa cupressoides variedade flabellata Børgesen............................... 46
Figura 4.Caulerpa sertularioides (S. G Gmelin) M Howe.......................................... 46
Figura 5.Caulerpa prolifera (Förssk.) J. V. Lamour................................................... 46
Figura 6. Caulerpa racemosa (Försskall) J. Agardh variedade occidentalis (J.
Agardh) Börgensen................................................................................... 47
Figura 7.Codium isthmocladum Vickers.................................................................... 47
Figura 8.Dictyopteris delicatula J.V. Lamouroux....................................................... 47
Figura 9.Dictyota ciliolata Sond. ex Kütz................................................................... 47
Figura 10.Dictyota menstrualis (Hoyt) Schnetter, Hörnig & Weber-Peukert……… 47
Figura 11.Dictyota mertensii (Martius) Kützing.......................................................... 48
Figura 12.Spatoglossum schröederi (C. Agardh) Kützing……………….........…….. 48
Figura 13.Sargassum filipendula C. Agardh.............................................................. 48
Figura 14.Acanthophora spicifera (Vahl) Børgesen.................................................. 48
Figura 15.Botryocladia occidentalis (Borgesen) Kylin............................................... 48
Figura 16.Capacidade antioxidante total dos extratos metanólicos de algas
tropicais.................................................................................................. 52
Figura 17.Poder redutor dos extratos metanólicos de algas tropicais...................... 53
Figura 18. Quelação férrica dos extratos metanólicos de algas tropicais.................. 54
Figura 19. Influência de ME de algas tropicais na viabilidade de células HeLa após
24, 48 e 72 h de incubação.............................................................. 57
Figura 20. Influência de MEDM e MEDC na viabilidade de células normais 3T3
depois de 24, 48 e 72 horas de incubação............................................... 58
Figura 21. Mudanças morfológicas de células HeLa após o tratamento com MEDC
e MEDM em diferentes tempos................................................................ 59
Figura 22. Mudanças morfológicas em células HeLa após o tratamento com
MEDC e MEDM por 24h seguido de marcação com DAPI................... 60
Figura 23. Análises de citometria de fluxo de células HeLa tratadas com MEDC e
MEDM....................................................................................................... 61
Figura 24. Análises de ciclo cellular de células HeLa por citometria de fluxo após
24h de tratamento..................................................................................... 63
Figura 25. Efeito de MEDC e MEDM na ativação de caspases................................. 64
LISTA DE TABELAS Tabela I. Principais características utilizadas para classificação das macroalgas..... 13
Tabela II. Avaliação da atividade antioxidante em macroalgas marinhas.................. 24
Tabela III. Composição química e atividade anticoagulante de extratos
metanólicos de algas........................................................................... 50
Tabela IV. Índices de correlação entre a quantidade de açúcares nos extratos e as
respectivas atividades de cada classe de algas....................................... 65
Tabela V. Índices de correlação entre a quantidade de compostos fenólicos nos
extratos e as respectivas atividades de cada classe de algas................. 65
LISTA DE ABREVIATURAS / SIGLAS µg Micrograma;
µL Microlitro;
AAO Avaliação da atividade antioxidante;
AO Atividade antioxidante;
aPTT Tempo de tromboplastina parcial ativada;
AT Antitrombina;
ATCC American Type Culture Collection;
ATP Adenosina tri-fosfato;
BHA Hidroxianisol butilado;
BHT Hidroxitolueno butilado;
CAT Capacidade antioxidante total;
DPPH 2,2-diphenyl-1-picrylhydrazyl;
EDTA ácido etilenodiamino tetra-acético;
EROs Espécies reativas do oxigênio;
EtOH Etanol;
FITC Isotiocianato de fluoresceína;
GSH Glutationa;
HCII Cofator II da heparina;
IC50 Concentração de um composto necessária para reduzir o crescimento
populacional de organismos, incluindo células eucarióticas, em 50 por
cento;
IP Iodeto de propídio;
MeOH Metanol;
mg Miligrama;
mL Mililitro;
MTT 3-(4,5-dimethylthiazol-2-y1)2,5-diphenil tetrazolium bromide);
NBT Nitroblue tetrazolium;
OMS Organização Mundial de Saúde;
ON. Radical Óxido Nítrico;
ORAC Sequestro de radical oxigênio;
PBS Tampão fostato salino;
OS Polissacarídeos Sulfatados;
PT Tempo de Tromboplastina;
RL Radical livre;
ROO. Radical peróxido;
RPM Rotações por minuto;
SFB Soro fetal bovino;
TBARS Substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico;
TBHQ Tert-butil hidroquinona;
TCA Ácido Tricloroacético;
TEAC AAO equivalente ao trolox;
TFPI Inibidor de fator tecidual;
UV Ultravioleta;
v/v Volume/Volume;
WHO World Health Organization;
α-TOH α-tocoferol.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................ 12
1.1 MACROALGAS MARINHAS............................................................................ 12
1.2 ATIVIDADE ANTICOAGULANTE DE EXTRATOS DE ALGAS
MARINHAS........................................................................................................ 12
1.2.1 Doenças cardiovasculares x Cascata da coagulação.......................... 15
1.2.2 Potencial anticoagulante de algas marinhas........................................ 19
1.3 ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE EXTRATOS DE ALGAS
MARINHAS........................................................................................................ 21
1.3.1 Espécies Reativas do Oxigênio (EROs) x Antioxidantes..................... 21
1.3.2 Potencial antioxidante de algas marinhas............................................ 23
1.4 ATIVIDADE ANTIPROLIFERATIVA DE EXTRATOS DE ALGAS
MARINHAS........................................................................................................ 28
1.4.1 Câncer x Mecanismo de morte celular................................................. 28
1.4.2 Potencial antiproliferativo de algas marinhas....................................... 30
2. OBJETIVOS............................................................................................................ 35
2.1 OBJETIVOS GERAIS....................................................................................... 35
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................ 35
3. MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................... 36
3.1 MATERIAL BIOLÓGICO.................................................................................. 36
3.2 LINHAGENS E CULTURAS CELULARES...................................................... 36
3.3 OUTROS MATERIAIS...................................................................................... 36
3.4 APARELOS...................................................................................................... 37
3.5 MÉTODOS....................................................................................................... 38
3.5.1 Obtenção dos extratos metanólicos..................................................... 38
3.5.2 Caracterização química........................................................................ 38
3.5.3 Atividades antioxidantes in vitro........................................................... 39
3.5.4 Atividade anticoagulante...................................................................... 40
3.5.5 Citotoxicidade e análise das células por microscopia
óptica................................................................................................... 41
3.5.6 Fragmentação nuclear......................................................................... 42
3.5.7 Avaliação da viabilidade e morte celular por Anexina V-FITC/ iodeto
de propídio (PI).................................................................................... 42
3.5.8 Ciclo celular.......................................................................................... 43
3.5.9 Avaliação da via de morte celular por ativação de caspases 3 e 9 .... 44
3.5.10 Análise estatística.............................................................................. 44
4. RESULTADOS....................................................................................................... 46
4.1 COLETA E IDENTIFICAÇÃO DO MATERIAL BIOLÓGICO........................... 46
4.2 DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES DOS EXTRATOS
METANÓLICOS................................................................................................. 49
4.3 ATIVIDADE ANTICOAGULANTE PELOS ENSAIOS DE APTT E PT............. 49
4.4 ATIVIDADE ANTIOXIDANTE........................................................................... 50
4.4.1 Capacidade antioxidante total (CAT)................................................... 51
4.4.2 Poder Redutor...................................................................................... 52
4.4.3 Sequestro dos radicais superóxido( O2.-) e hidroxila (OH.).................. 52
4.4.4 Quelação Férrica.................................................................................. 53
4.5 CITOTOXICIDADE.......................................................................................... 55
4.5.1 Efeito de ME em células HeLa............................................................. 55
4.5.2 Efeito de MEDC e MEDM em células 3T3........................................... 57
4.6 CARACTERIZAÇÃO DO EFEITO DE MEDC E MEDM NAS CÉLULAS
HELA.................................................................................................................. 57
4.6.1 Efeito de MEDC e MEDM na morfologia das Células HeLa................ 58
4.6.2 Mudanças na morfologia nuclear......................................................... 59
4.6.3 Efeito do MEDC e MEDM na marcação das células com iodeto de
propídeo e anexina V........................................................................... 60
4.6.4 Efeito dos extratos no ciclo das células HeLa...................................... 62
4.6.5 O tratamento com MEDC e MEDM promove ativação das caspases
em células HeLa.................................................................................. 63
4.7 ANÁLISES DE CORRELAÇÃO DE PEARSON............................................... 64
5. DISCUSSÃO........................................................................................................... 66
6. CONCLUSÕES....................................................................................................... 77
7.REFERÊNCIAS........................................................................................................ 78
INTRODUÇÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
12
1. INTRODUÇÃO
1.1 Macroalgas marinhas
As macroalgas marinhas constituem um grupo polifilético (não possuem
ancestral comum) e altamente diversificado deorganismos que têm muito pouca
coisa em comum a não ser o fato de serem predominantemente aquáticos e
desprovidos de um tecido constituído de células estéreis envolvendo os órgãos de
reprodução e um de um sistema diferenciado para condução de água(OLIVEIRA,
2002).
Por esta razão não constituem uma categoria taxonômica definida e muitos
autores têm classificado as algas não mais no Reino Plantae (dos vegetais) e sim,
no Protista. Sua classificação é baseada em várias propriedades como pigmentação,
natureza química de produtos fotossintéticos de reserva, organização das
membranas fotossintéticas e outros critérios morfológicos (CARLSSON et al., 2007).
Dessa forma, apesar de os sistemas de classificação variaram muito ao longo
dos tempos e consoante os autores, é geralmente consensual considerar que: as
macroalgas verdes se incluem no Filo Chlorophyta; as macroalgas vermelhas
pertencem ao FiloRodhophyta; as macroalgas marrons ou pardas se incluem no Filo
Heterokontophyta, classe Phaeophyceae (PEREIRA, 2009). Os critérios de
classificação utilizados e suas características estão sumarizados na tabela 1.
As algas têm ocorrência bem ampla decorrente da sua grande adaptabilidade
a condições adversas (RAO et al., 2007) e são organismos de grande relevância nos
ambientes recifais, estando presente em diversas situações e desempenhando
várias funções. As macroalgas, além de serem base de diversas cadeias tróficas,
servem de abrigo, berçário e refúgio para várias espécies de invertebrados e
pequenos vertebrados. As algas calcárias, principalmente os gêneros que formam
crostas, fornecem resistência aos recifes porque preenchem os espaços vazios e
consolidam remanescentes de organismos mortos, contribuindo na sedimentação
destes ambientes (FIGUEIREDO, 2000).
INTRODUÇÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
13
Tabela I: Principais características utilizadas para classificação das
macroalgas. Fonte: Adaptado de STENGEL, CONNAN &POPPER, 2011; ROCHA,
ALVES, LEITE, 2011.
O Brasil possui uma enorme diversidade quanto ao número de espécies de
algas marinhas. Vidoti e Rollembeg (2004) relataram que no Brasil, a região
compreendida entre o Estado do Ceará e o Norte do Rio de Janeiro abriga uma flora
algal das mais diversificadas do país. O Rio Grande do Norte possui cerca de 125
espécies de algas marinhas divididas em 73 gêneros, sendo que 22 destes são de
algas verdes; 9 de algas marrons e 42 gêneros de algas vermelhas (OLIVEIRA,
2002).Dessas apenas as algas vermelhas dos gêneros Gracilaria e Hypnea vêm
sendo explorada com finalidade industrial. Esta exploração também seestende a
trechos do litoral do Estado do Ceará e da Paraíba (OLIVEIRA, 2002).
Em geral, as macroalgas marinhas apresentam um alto valor nutritivo, sendo
ricas em carotenóides, proteínas, fibras dietéticas, ácidos graxos essenciais,
vitaminas e minerais (MCHUGH, 2003). São utilizadas como fonte de alimentos
principalmente nos países asiáticos, chegando a constituir cerca de 25% da dieta
humana, fornecendo produtos que movimentam bilhões de dólares por ano. Por
exemplo, o comércio de “nori” (gênero Porphyra) foi responsável pela movimentação
de 1,8 bilhões de dólares/ano no inícioda década de 90 (OLIVEIRA, 1997).
Grupo Tipo de
clorofila
Outros pigmentos
acessórios
Substâncias
de reservas
Constituição
da parede
celular
Pigmentos
minoritários ou
encontrados em
grupos limitados
Chlorophyta:
Chlorophyceae
a, b
α-, β- e γ-carotenos,
luteina,
sifonaxantina,
sifoneina
Amido Celulose,
pectinas
Anteraxantina,
astaxantina,
cataxantina,
neoxantina,
violaxantina,
zeaxantina, equinona
Phaeophyta a, c2
β-caroteno,
fucoxantina,
zeaxantina,
violaxantina
Laminarina e
manitol
Celulose,
alginatos
Anteraxantina-like,
criptoxantina-like,
latoxantina-like,
e mactraxantina-like
carotenoides
Rhodophyta a, (d)
r-ficocianina, b-, c-
e r-ficoeritrina,
aloficocianinas, α e
β-carotenos
Amido das
florideas
Celulose,
pectinas
Anteraxantina,
criptoxantina, luteína,
violaxantina,
zeaxantina
INTRODUÇÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
14
A aceitação de alga como alimento pela população brasileira ainda é
pequena, muitas vezes por uma questão cultural. Uma das formas de se romper esta
barreira é descobrir propriedade farmacológicas inerentes às algas e utilizar esta
informação como ferramenta para melhorar a sua receptividade pela população,
além de proporcionar um consumo seguro, fundamentado em dados de pesquisas
científicas (ROCHA, ALVES, LEITE, 2011).
Além de serem utilizadas no setor alimentício, as algas produzem uma gama
de substâncias utilizadas comercialmente. Estas substâncias podem ser derivadas
tanto de metabolismo primário como do metabolismo secundário da alga. Os
compostos envolvidos no metabolismo primário possuemuma distribuição universal
nas algas e estão relacionados com suas principais funções vitais, sendo estes os
aminoácidos, nucleotídeos, lipídios, carboidratos e a clorofila (STENGEL, CONNAN
& POPPER, 2011).
Polissacarídeos como alginatos, que são substâncias viscosas produzidas por
certas espécies de algas marrons, são utilizados na fabricação de papel e como
aditivos alimentares por sua habilidade de formar géis e estabilizar misturas
aquosas, dispersões e emulsões (TONELI et al., 2005).Ágar e carragenanas, que
são encontradas em algumas espécies de algas vermelhas, são usadas em diversas
finalidades como na indústria farmacêutica, fabricação de cosméticos, gelatina e
meios de cultura (TRIUS & SEBRANEK, 1996; IKEDA, 2003; ROCHA, ALVES,
LEITE, 2011).
As algas possuem também várias vias metabólicas secundárias que dão
origem a diversos compostos alcalóides, flavonóides, isoflavonóides, taninos,
cumarinas, glicosídeos, terpenos, poliacetilenos que, por vezes, são específicos de
determinadas famílias, gêneros ou espécies, e cujas funções são de extrema
relevância, como por exemplo, na defesa contra seus predadores (SOUZA et al.,
2003; NIERO et al., 2003).
Apesar do alto conteúdo de ácidos graxos poli-insaturados, durante o
armazenamento das algas marinhas esses compostos apresentam alta estabilidade
estrutural frente à oxidação, proporcionando vantagens para a estocagem de algas
(RAMARATHNAM et al., 1995). Como qualquer organismo fotossintético, asalgas
encontram-se expostas à grande quantidade de luze altas concentrações de
oxigênio, combinação que originaradicais livres, assim como, outros potentes
INTRODUÇÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
15
oxidantes.A ausência de danos oxidativos nos ácidos graxos poli-insaturados
estruturais das membranas algais sugereque as algaspossuem compostos e
mecanismosantioxidantes (MATSUKAWA et al., 1997).
Os estudos com moléculas sintetizadas por algas também avançam nas
áreas relacionadas com as propriedades medicinais que estes possuem, como:
farmacologia, imunologia, bioquímica, química farmacêutica, farmacognosia e
química medicinal. São atribuídas várias propriedades a moléculas algais, tais como:
antioxidantes (AHN et al., 2007; COX et al., 2010; RAJAURIA et al.,2010; COSTA et
al., 2010), antimicrobianos (COX et al., 2010; Nagayama et al., 2002), antitumoral
(AWAD et al., 2008; ZUBIA et al., 2009; ALMEIDA-LIMA et al., 2010; COSTA et al.,
2011), anticoagulantes (CÂMARA et al., 2011; MAGALHÃES et al., 2011), antiviral
(ABRANTES et al.,2010; AHN et al., 2004). Estas atividades têm sido
extensivamente revisadas (GAMAL, 2010; GUPTA & ABU-GHANNAM, 2011;
WIJESEKARA, PANGESTUTI, & KIM, 2011).
A maioria das atividades descritas acima foram inicialmente descobertas a
partir do estudo de atividades de extratos obtidos de algas. O que tem se mostrado
como uma abordagem mais racional de descoberta de moléculas bioativas de algas,
pois fatores como diversidade de espécies; diversidade de moléculas; diversidade de
habitats fazem com que cada espécie de alga sintetize moléculas que lhes são
inerentes e que provavelmente não serão encontradas em outros organismos. E
uma busca direcionada a um tipo molécula ou classe de moléculas não seria, na
maioria das vezes, capaz de detectar moléculas inerentes de uma espécie.
1.2 ATIVIDADE ANTICOAGULANTE DE EXTRATOS DE ALGAS MARINHAS
1.2.1 Doenças Cardiovasculares x Cascata da coagulação
As mudanças no estilo de vida advindas da globalização e do progresso
tecnológico trouxeram consigo o aumento da expectativa de vida e a diminuição
progressiva do agravamento e aquisiçãode doenças transmissíveis. Por outro lado,
as Doenças Crônicas Não Transmissíveis, as quais compreendem as doenças
INTRODUÇÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
16
cardiovasculares, respiratórias crônicas, cânceres e diabetes, despontam como as
maiores responsáveis por óbitos em todo o mundo (WHO, 2010).
Dentre tais enfermidades, as Doenças Cardiovasculares (DCV), que incluem
enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC), hipertensão e angina, tem a
maior prevalência mundial (WHO, 2011). No Brasil, as DCVs são responsáveis por
31,3% das mortes por doenças crônicas não transmissíveis, e atingem indivíduos de
todas as camadas socioeconômicas, principalmente aqueles pertencentes a grupos
vulneráveis, como os idosos e os de baixa escolaridade e renda (BRASIL, 2011).
O principal caminho patológico responsável por levar às doenças
coronarianas é aterosclerose, a qual envolve o acúmulo de lipídios e componente
fibroso em grandes artérias, gerando inflamação. Tal processo de deposição pode
iniciar, por sua ruptura espontânea ou mecânica, a cascata de coagulação na região
afetada, ocorrendo, dessa maneira, a formação do trombo, que pode ser deslocado,
provocando embolias, ou permanecer na parede vascular de artérias de grande e
médio calibre, diminuindo o fluxo sanguíneo para órgãos vitais como o coração e o
cérebro (LIBBY, RIDKER &HANSSON, 2011).
O desencadeamento do processo de coagulação abrange diversos
elementos, tais como: paredes vasculares, plaquetas e proteínas solúveis nas
imediações de lesões traumáticas (LIBBY, RIDKER & HANSSON, 2011).
Em meados dos anos 60, numa tentativa de explicar os mecanismos da
coagulação, Macfarlane, Davie e Ratnoff propuseram uma hipótese que continha a
seqüência de eventos responsáveis pela fisiologia da coagulação (MACFARLANE,
1964; DAVIE & RATNOFF, 1964). Tal hipótese acabou se tornando um modelo
clássico da coagulação sangüínea. Nele a coagulação ocorre por meio da ativação
proteolítica seqüencial de zimógenos, por proteases presentes no plasma,
resultando na formação de trombina que converte a molécula de fibrinogênio em
fibrina. Este modelo (Figura 1) divide o mecanismo da coagulação em três vias:
extrínseca (que envolve componentes do próprio sangue e outros que usualmente
não o compõe) e intrínseca (contém somente componentes do próprio sangue) e a
via comum (o ponto de convergência das vias extrínseca e intrínseca que leva a
ativação da fibrina).
INTRODUÇÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
17
Figura 1.Modelo clássico da cascata de coagulação sanguínea. PT: tempo de
trombina; APTT: Tempo parcial de tromboplastina ativada; FT: Fator tecidual; PL: Plaquetas; FT:
Fator tecidual.
FONTE: Adaptado de ADAMS E BIRD, 2009.
Posteriormente, foi proposto um novo modelo de cascata de coagulação, que
é mais aceito atualmente, pois não defende que há uma ativação em “cascata” e sim
uma relação entre três complexos enzimáticos pró-coagulantes que vão culminar na
ativação da trombina: Complexo “tenase” extrínseco, complexo “tenase” intrínseco e
complexo protrombinase (Figura 2). Após uma lesão no endotélio vascular, o FT
(Fator Tecidual) é exposto e se liga ao Fator VIIa que é normalmente encontrado no
sangue. O complexo FT/VIIa ativa os fatores IX e X na presença do cálcio. O fator
IXa, por sua vez, potencializa a formação de Xa através da formação do “complexo
tenase intrínseco” . Por fim, o fator Xa forma complexo com o fator Va convertendo o
fator II (protrombina) em fator IIa (trombina) (ADAMS; BIRD, 2009), como observado
na figura 2.
INTRODUÇÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
18
Simultaneamente a esses processos de formação do trombo,
independentemente da via utilizada, existe a ação de fatores fisiológicos que atuam
como anticoagulantes e impedem a propagação desse trombo tais como: proteína C
e S, inibidor do fator tecidual (TFPI), antitrombina (AT) e cofator II da heparina
(HCII).
Figura 2. Representação esquemática dos complexos procoagulantes. (a) O
Fator VII encontra-se ativado em concentrações muito baixas no sangue. (b) O Fator VIIa tem alta
afinidade pelo FT. O complexo FT/VIIa é capaz de converter uma quantidade significativamente maior
de Fator VII, gerando o Fator VIIa. (c) No entanto o principal papel de FT/VIIa é formar um complexo
com os Fatores X e IX (Complexo tenase extrínseco), levando a formação dos Fatores Xa e IXa. O
Fator Xa, por sua vez, leva a formação de pequenas concentrações de trombina, que por sua vez
ativam os cofatores V e VIII. (d) Os Fatores IXa e VIIIa se complexam ao Fator X (Complexo tenase
intrínseco) ativando mais moléculas de trombina. (e) Os Fatores Va e Xa se complexam ao Fator II
(Complexo protrombinase) aumentando consideravelmente sua conversão em trombina (a formação
de trombina por este complexo é 50 vezes maior do que pelos demais). FT: Fator tecidual.
Fonte: OLIVEIRA, 2011.
Assim, quando se evidencia um desequilíbrio entre os processos de formação
do coágulo (coagulação) e dissolução do mesmo (fibrinólise), a chance de se
adquirir uma doença cardiovascular torna-se bastante elevada (MANN, BUTENAS &
BRUMMEL, 2003).
A B C
D
E
INTRODUÇÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
19
Os anticoagulantes são um dos principais grupos de fármacos utilizados no
tratamento de doenças cardiovasculares, e a heparina é o mais utilizado na
terapêutica, pois diferente de outros apresenta uma maior versatilidade no
tratamento destes tipos de patologias (WEITZ & WEITZ, 2010). Entretanto, esse
fármaco pode apresentar algumas reações adversas indesejáveis. Em alguns
pacientes, observa-se o aparecimento de trombocitopenia, efeitos anticoagulantes
variáveis, além dos efeitos hemorrágicos residuais da heparina, apresentado por
fragmentos de heparina que não possuem atividade anticoagulante (NADER et al.,
1979; NADER et al., 2004, ROCHA et al., 2004).
Além disso, a heparina é obtida, principalmente, de intestino suíno ou bovino,
o que, apesar de nunca ter sido documentado, pode trazer risco de contaminação
aos pacientes por partículas virais ou outros agentes (ROCHA et al., 2004). Outro
agravante é o aparecimento de contaminações em lotes de heparinas comerciais.
Recentemente, um condroitin supersulfatado foi isolado de preparações
contaminadas de heparina, e este tem sido associado a mais de 800 casos de
internação por reação anafilática e 231mortes nos Estados Unidos, se tornando um
problema global, afetando também pacientes na Austrália, China, Dinamarca,
França, Alemanha, Itália e Japão (GUERRINI et al., 2008, LIMA et al., 2011, RUDD
et al., 2011). Ainda, outro contaminante foi identificado, TBEP (tris(2-n-butoxyethyl)
phosphate), e este está associado a eventos de toxicidade no sistema nervoso,
fígado, entre outros (SASSAKI et al., 2011). Os fatores citados acima estimulam a
busca por novos compostos anticoagulantes, com menores efeitos colaterais ou
semefeitos colaterais, que possam vir a substituir a heparina, ou o seu uso em
algumas situações específicas.
1.2.2 Potencial anticoagulante de algas marinhas
O potencial anticoagulante de algas marinhas vem sendo avaliado desde a
década de 30 do século passado (CHARGAFF et al., 1936). E durante este período
observa-se que diferentes tipos de materiais foram estudados, desde extratos (KIM,
2004; ATHUKORALA et al., 2007;COSTA et al., 2010; MOURA et al., 2012) até
moléculas isoladas (MAYER et al., 2011; YOON et al., 2007).
INTRODUÇÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
20
Os polissacarídeos sulfatados de macroalgas marinhas são um dos grupos de
moléculas que mais tem potencial como fármacos para a substituição da heparina,
por terem similaridades estruturais (são polissacarídeos e são sulfatados), além de
serem obtidos de uma fonte distante filogeneticamente dos humanosdiminuindo
consideravelmente o risco de contaminações virais e, principalmente porpossuir
grande diversidade estrutural, o que fornece a possibilidade deles apresentarem
mecanismo de ação diferente da heparina (ROCHA et al., 2006).
Os ensaios in vitro realizados para a prospecção de compostos, inclusive
polissacarídeos sulfatados, com atividade anticoagulante e avaliação laboratorial de
distúrbios na coagulação sanguínea ainda são baseados no modelo antigo de
classificação da coagulação. E para tal, usa-se dois testes denominados de aPTT
(Tempo de tromboplastina parcial ativada) e o PT (Tempo de protrombina), que
analisam, respectivamente, alterações nas vias intrínseca e extrínseca (PARK et al.,
2008; VALERIE, 2009). Estes testes são de fácil execução, reprodutíveis, de baixo
custo econômico, e fornecem resultados de forma rápida, sendo assim usados como
testes de escolha para a prospecção de compostos anticoagulantes (VALERIE,
2009).
A partir de estudos in vitro utilizando testes de aPTT e PT vários
polissacarídeos sulfatados foram selecionados para estudos mais complexos,
inclusive in vivo. Os resultados atuais apontam que assim como a estrutura dos
polissacarídeos é bem variada, seus mecanismos de ação anticoagulante também
são, e é possível identificar polissacarídeos cuja ação anticoagulante se dá por inibir
diretamente a trombina, por potencializar AT e/ou HCII, por promover a liberação do
TFPI, por promover a liberação porteoglicanos de heparan sulfato antirombótico,
dentre outros (LEITE et al., 1998; NISHINO et al., 1991; MINIX & DOCTOR, 1997;
SHANMUGAN & MODY, 2000; ROCHA et al., 2005a, 2005b; DROZD et al., 2006;
YOON et al., 2007).
Com relação a extratos metanólicos não se identificou trabalhos que
avaliassem a atividade anticoagulante destes extratos. Porém, deve-se ter em mente
que extratos metonólicos de algas podem ser ricos em polissacarídeos sulfatados, e
compostos fenólicos (STENGEL, CONNAN & POPPER, 2011), e, além disso, há
trabalhos na literatura que mostram que polissacarídeos mesmo não sendo
sulfatados, apresentam atividade anticoagulante, como polissacarídeos de plantas
INTRODUÇÃO
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21
ricos em ácidos urônicos (YOON et al., 2002) e xilanas de sabugo de milho (MELO-
SILVEIRA et al., 2012). Com relação aos compostos fenólicos, pode-se citar, por
exemplo, o trabalho de Bijak e colaboradores (2011) que mostrou que extratos ricos
em flavonoides apresentam atividade anticoagulante superior a extratos que
apresentam outros tipos de compostos fenólicos (BIJAK et al., 2011). Portanto, é
possível os extratos metanólicos de algas potiguaresapresentam compostos com
potencial para serem anticoagulantes e que este potencial ainda não foi estudado.
1.3 ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE EXTRATOS DE ALGAS MARINHAS
1.3.1 Espécies reativas do oxigênio (EROs) x antioxidantes
O O2 tem um significado fundamental paraos organismos aeróbios, pois
participa da obtenção deenergia na forma de ATP, através da cadeia respiratória,
como aceptor final de elétrons (SCANDALIOS, 1997). Participa também devárias
reações metabólicas como a biossíntese deprostaglandinas e esteróides e na
oxidação de muitassubstâncias aromáticas, entre outras (FLESCHIN et al.,2000). No
entanto, ao mesmo tempo em que a redução respiratória do O2 para a H2O fornece a
energia necessária para a imensa complexidade dos organismos superiores, ela
também pode levar à formação das espécies reativas de oxigênio (EROs). Elas
englobam os radicais livres e outros derivados ativosdo oxigênio, como radical
hidroxila (OH·), peróxido de hidrogênio (H2O2) e ânion superóxido (O2-), e, além de
serem inevitavelmente coproduzidos nas reações de redução do oxigênio a água,os
EROs ainda podem ser produzidos por outros fatores, como por exemplo,
mediadores de carcinogênesis e injúria inflamatória (BANERJEE, DASGUPTA & DE,
2005) e fontes ambientais (luz ultravioleta, radiação ionizante e, poluentes como o
paraquato (substância tóxica usada como herbicida) (WICKENS, 2001).
As EROs participam de vários processos celulares. Por exemplo, estão
envolvidas nos mecanismos de reações inflamatórias ou atuam como segundos
mensageiros para manter diversas funções celulares (ROVER JUNIOR, 2001).
Contudo, quando em altas concentrações elas podem provocar danos a uma grande
variedade de biomoléculas, ocasionando, por exemplo, a peroxidação lipídica das
INTRODUÇÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
22
membranas celulares (GUPTA & ABU-GHANNAM, 2011). Por isso, elas estão
envolvidas em vários processos deletérios nos organismos como ocâncer, a
aterosclerose, a diabetes mellitus, a artrite reumatóide, a distrofia muscular, a
catarata, as desordensneurológicas e o processo de envelhecimento (NORDBERG
& ARNÉR, 2001; NGO et al., 2010).
Finalmente, a presença de EROs tem sido correlacionada com um grande
número dedoenças, mas não como agentes etiológicos e sim comofatores que
participam diretamente dos mecanismos fisiopatológicos, os quais determinam a
continuidade eas complicações de diversos estados patológicos (ROVERJÚNIOR et
al., 2001).
Devido aos efeitos deletérios dos EROs os organismos aeróbios, desde as
cianobactériasaté o homem, desenvolveram uma série de mecanismos fisiológicos e
biomoleculares de defesa contra os efeitosdas EROs. Nas célulasde organismos
fotossintetizantes esses mecanismosestão mais fortemente desenvolvidos em
comparaçãocom outras células, uma vez que as membranasfotossintéticas, os
tilacóides, são alvo primáriopara os efeitos deletérios oxidativos, por estarem em
exposição direta a fatores oxidantes e por conterem lipídeos não saturados como
elementos estruturais majoritários. Portanto, vários mecanismos de proteção contra
as EROs são desenvolvidos nessas células. De fato, as porções fotossintetizantes
das plantas e algas, como as folhas e os talos, contêm numerosas substâncias
antioxidantes. Com relação às algas, há outros fatores que estimulam elas a
produzirem substâncias antioxidantes, como o fato deles na maior parte de suas
vidas estarem submetidas a rápidas variações de intensidade de luz e
concentrações de O2 e CO2 ao longo da coluna de água. Por este e outros motivos
tem sido relatado que as algas produzem uma grande variedade de compostos
metabólicos que não são produzidos por plantas terrestres (PLAZA, CIFUENTES &
IBÃNEZ, 2008).
Substâncias naturais com atividade redutora e neutralizadora de radicais
livres são muito usadas como agentes antioxidantes exógenos (PIETTA, 2000;
NORDBERG; ARNÉR, 2001; RASTOGI et al., 2010).Portanto, as algas marinhas
podem representar uma importante fonte de substâncias antioxidantes naturais tanto
para as indústrias alimentícias como para as farmacêuticas (MATSUKAWA et al.,
INTRODUÇÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
23
1997). Por isso, a atividade antioxidante é uma das principais atividades
investigadas dos extratos de algas marinhas.
1.3.2 Potencial antioxidantes de algas marinhas
Assim como observado para outros organismos, o estudo de substâncias
antioxidantes algais deve levar em consideração que estas substânciaspodem atuar
através de mecanismos variados como capturar ou regenerar radicais livres,
decompor peróxidos, extinguir O2, inibir enzimas envolvidas no processo de
formação de radicais livres, inibir a cascata de reação dos radicais livres, entre
outros (NIKI, 2010). As reações de oxidação de substratosocorrem através de
umacascata queinclui três etapas (iniciação, propagação e terminação), por essa
razão a capacidade de uma variedade de substâncias antioxidantes em atuar como
bloqueadores de alguma das etapas do processo em cadeia das reações radicalares
tem sido indiretamente avaliada, através de métodos diversos, usando vários
modelos. Para muitos desses métodos, os resultados obtidos dependem do modelo
usado e da hidrofilicidade/lipofilicidade da amostra antioxidante testada. Assim,
devido às diferenças entre os sistemas de testes empregados para se fazer a
avaliação da atividade, recomenda-se o uso de pelo menos dois métodos,
dependendo do potencial esperado (ROCHA et al., 2007).
O interesse inicial pelo estudo de substâncias com atividade antioxidante em
algas surgiu no Japão. Posteriormente ela se intensificou por vários motivos,
inclusive pela busca de novos aditivos para alimentos, em substituição àqueles
antioxidantes sintéticos utilizados, como o hidrixianisol butilado (BHA), hidroxitolueno
butilado (BHT) e tert-butil hidroquinona (TBHQ) os quais mostravam efeitos
carcinogênicos, alterações de atividade de enzimas e lipídios em animais (QI et al.,
2005; LI et al., 2007). Hoje é possível, com o uso de ferramentas de buscas na
interneta identificação de vários grupos de pesquisadores em busca de substâncias
com atividade antioxidante sintetizadas por algas (Tabela 2). Serão tecidos alguns
comentários sobre algumas delas no texto abaixo.
INTRODUÇÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
24
Autores/Ano Alga estudada Estudo
Fujimoto; Kaneda, 1980
Algas marrons Eisenia bicyclis e Undaria pinnatifi
Maior atividade AO no teste de estabilidade do éster metilico do óleo de girassol
Fujimoto; Kaneda, 1984
Polysiphonia urceolata Purificou princípios antioxidantes de trabalho anterior ->Fosfolipídios e
Fucoxantina
Le Tutour et al., 1990
Algas marrons Laminaria digitata, Himanthalia
elongata, Fucus vesiculosus, Fucus serratus e
Ascophyllum nodosum
Isolamento dos princípios AO de extratos apolares e verificação de
sinergismo com a vitamina E
Cahyana et al.,
1992 Alga marrom Eisenia bicyclis
Pirofeofitina a identificada como um dos
princípios AO
Foti et al., 1994 Algas marrons do gênero
Cystoseira
Meroditerpenos frente ao 1O2, O2
∸ e ROO.
boa atividade p/ 1O2 e nenhuma p/ O2
∸; p/ 2
→ boa atividade p/ ROO.
Yan et al., 1996 Alga marrom Sargassum
kjellmanianum Florotaninos com AAO 2,6 vezes maior que
BHT
Anggadiredja et al., 1997
Alga marrom Sargassum polycystum
Extratos dos talos frescos e secos: algas secas ↓ AAO e algas frescas (extrato
MeOH) ↑ AAO
Matsukawa et al., 1997
Algas marrons Colpomenia bullosa, Desmarestia ligulate, Eisenia
bicyclis, Hizikia fusiformis, Laminaria religiosa, Sargassum
horneri, Sargassum macrocarpum, Sargassum siliquastrum,
Sargassum thunbergii, Scytosiphon lomentaria, Spatoglossum
pacificum. Verde Enteromorpha linza
e vermelhas Ahnfeltiopsis paradoxa, Chondrus giganteus, Grateloupia
elliptica, Mazzaella japônica e Porphyra sp.
Extratos em H2O e EtOH frente ao DPPH e lipoxigenase
Le Tutour, 1998
Algas marrons Fucus vesiculosus, F. serratus, e Ascophyllum
Nodosum
Identificação de substâncias relacionadas com clorofila a, tocoferóis, fucoxantina e
fosfolipídios como princípios AO
Yan et al., 1998 4 Ulvales (algas verdes), 12 algas
vermelhas e 12 algas marrons
Seqüestro de DPPH e ∙OH dos extratos secos: 6 →Boa AAO frente ao
DPPH; 2 → Boa atividade para ∙OH
Xue et al., 1998 Compostos comerciais 1º relato de AAO de polissacarídeos
sulfatados(PS) de algas: todos os derivados de quitina e alginato mostraram boa AAO
Yan et al., 1999 Alga marrom Hijikia fusiformis Seqüestro de DPPH: fucoxantina >
atividade (extrato em Me2CO)
Ruberto et al., 2001 Algas marrons do gênero
Cystoseira Correlação entre AAO e o conteúdo dos
extratos em derivados tetrapreniltoluquinóis
Novoa et al., 2001 Alga vermelha Bryothamnion
triquetrum Extrato aquoso sobre a peroxidação lipídica
Xue et al., 2001 Alga marrom Laminaria japonica AAO PS de ↓ peso molecular
Rupérez et al., 2002
Alga marrom Fucus Vesiculosus
Isolamento de PS potenciais para indústria alimentícia
Lim et al., 2002 Alga marrom Sargassum
siliquastrum Compostos fenólicos submetidos a
diferentes métodos
Burritt et al., 2002 Alga vermelha Stictosiphonia
arbuscula ↑ da atividade de enzimas envolvidas na
regeneração do ascorbato e GSH
Fisch et al., 2003 Alga marrom Cystoseira crinita 14 meroditerpenóides isolados e
submetidos a ensaio do DPPH, de TBARS, TEAC e quimiluminescência
Fallarero et al., 2003
Alga vermelha Bryothamnion triquetrum e alga verde Halimeda
Atividade neuroprotetora contra efeitos oxidativos deletérios de H2O2 e MeHgCl,
INTRODUÇÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
25
incrassata dos extratos aquosos. Correlação com ↑ conteúdo de substâncias fenólicas
Nagai; Yukimoto, 2003
Algas marrons Ecklonia cava, Undaria pinnatifida, Hizichia
Fusifomis e alga verde Ulva pertusa
Bebidas utilizadas na culinária japonesa testadas com 4 métodos diferentes.
Correlação do conteúdo de fenóis e AAO
Perez et al.,
2003a,b
Algas vermelhas Laurencia sp, Gelidium sp, Bryothamnion sp e
Gracilaria SP
AAO frente aos radicais O2∸, ∙OH e
aqueles gerados sob luz UV e ensaio TBARS
Kang et al., 2004 Alga marrom Ecklonia stolonifera Isolamento de 5 derivados florotaninos com
AAO
Ahn et al., 2004 Alga marrom Scytosiphon
lomentaria
Extratos hidrolisados por enzimas carboidrases e proteases frente a radicais
hidroxilas
Heo et al., 2005
Algas marrons Ecklonia cava, Ishige okamurae, Sargassum fullvelum, Sargassum horneri, Sargassum
coreanum, Sargassum thunbergii e Scytosipon lomentaria
Extratos hidrolisados enzimaticamente a partir de 5 tratamentos diferentes e
submetidos a ensaios de DPPH O-2 ,HO
-
,H2O2
Yuan, Bone e Carrington, 2005
Alga vermelha Palmaria palmata Extratos solúveis em butanol foram efetivos
e estáveis no sequestro de radicais hidroxilas inibidores de peroxidação lipídica
Yuan, Carrington e Walsh,2005
Alga vermelha Palmaria palmata AAO de extratos aquosos da alga quando
exposta a radiações UV distintas
Athukorala, Kim e Jeon, 2006
Alga marrom Ecklonia cava Extratos ricos em polissacarídeos ou polifenóis frente a diversos testes AO
Lim, et.al, 2006 Alga vermelha Neorhodomela
aculeate DPPH, NO
. e peroxidação lipídica de extrato
MeOH
Yuan e Walsh, 2006
Alga vermelha Palmaria palmata e algas marrons Laminaria setchellii,
Macrocystis integrifolia e Nereocystis leutkeana
AAO de poder redutor e correlação com compostos fenólicos
Chandini, Ganesan e Bhaskar, 2008
Algas marrons Sargassum marginatum, Padina tetrastomatica
e Turbinaria conoides
Fracionamento com solventes de polaridade decrescente a partir de extrato MeOH e
comparação entre AO e compostos fenólicos
Chew et al., 2008 Alga marrom Padina antillarum,
verde Caulerpa racemosa e vermelha Kappaphycus alvarezzi
Extração com diferentes % de MeOH e avaliação da AAO. Melhores resultados
obtidos com 50%
Devi et al., 2008
Algas vermelhas Gelidiella acerosa, Gracilaria edulis, Chondrococcus Hornemanni, Hypnea pannosa,
Jania rubens E algas marrons Turbinaria
conoides, Padina gymnospora, Dictyota dichotoma, Sargassum
wightii e Haligra sps.
Correlação positiva entre composição fenólica e alguns testes AO realizados ->
inibição da peroxidação lipídica e habilidade redutora férrica.
Também fez testes de seqüestro de DPPH, OH
,, H2O2, ON
. e poder redutor.
Heo et al., 2008 Alga marrom Ishige okamurae Isolamento de polifenol AO->
difloretohidroxicarmalol
Kumar, Ganesan e Rao, 2008
Alga vermelha Kappaphycus alvarezii
5 solventes diferentes, não houve correlação entre teste AO e solvente de
extração
Ganesan, Kumar e Bhaskar, 2008
Algas vermelhas Euchema kappaphycus, Gracilaria edulis e
Acanthophora spicifera
Extratos com clorofórmio e MeOH (1:1(v/v)), e mais 5 frações com solventes de
polaridade crescente.
Al-Amoudi et al., 2009
Alga verde Ulva lactuca, marrom Sargassum crassifolia e vermelha
Digenea simplex
Composição química e AAO de extratos. Extratos metanólicos com melhores
resultados que aquosos
Kim et. al, 2009 Alga marrom Ecklonia stolonifera Isolamento de fluorotaninos AO
Zubia et al., 2009 Algas marrons Alaria esculenta,
Asperococcus bullosus, Bifurcaria bifurcata, Cystoseira tamariscifolia,
Ensaios de DPPH, poder redutor e sistema ácido linoléico-beta caroteno. H. siliquosa
possui atividade semelhante à BHA e BHT.
INTRODUÇÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
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Desmarestia ligulata, Dictyota dichotoma, Fucus ceranoides, F.
serratus, Halidrys siliquosa e Saccorhiza polyschides
Algas da ordem Fucales apresentaram correlação entre AAO e compostos
fenólicos
Wang, Jónsdóttir e Ólafsdóttir, 2009
Algas marrons Fucus vesiculosus, F. serratus Laminaria
hyperborea, Saccharina latissima, L. digitata, Alaria esculenta e Ascophyllum nodosum. Algas
vermelhas Palmaria palmata e Chondrus crispus e a
verde Ulva lactuca
Prospecção de AAO de extratos 70% cetônicos e aquoso de algas da costa
islandesa. % maior de compostos fenólicos em extratos cetônicos correlacionados a
testes de DPPH e ORAC. F. vesiculosus, F. serratus e A. nodosum tiveram melhor AAO
Costa et al., 2010
Algas marrons Dictyota cervicornis, Dictyopteris delicatula, Dictyota menstrualis, Dictyota mertensii,
Sargassum filipendula e Spatoglossum schroederi; alga vermelha
Gracilaria caudata e, verdes Caulerpa cupressoides, Caulerpa Prolifera, Caulerpa sertularioides
Codium isthmocladum
Extratos ricos em polissacarídeos sulfatados. Os extratos das algas C.
sertularioides, G. caudata e D. cervicornis se destacaram. Não houve correlação entre o conteúdo de sulfato e atividade
antioxidante.
Subash et. al., 2010
Alga marrom Turbinaria odonata Extrato aquoso frente teste de peroxidação
lipídica, ON. e seqüestro de DPPH
Hu et al., 2010 Alga marrom Undaria pinnatifida AAO de polissacarídeos sulfatados obtidos
por extração aquosa
Apostolidis e Lee, 2010
Alga marrom Ascophyllum nodosum
Avaliação da atividade antioxidante in vitro (DPPH) do conteúdo fenólico da alga
mediada pela inibição da α-Glicosidase e α-Amilase
Suganthy et al., 2010
Alga vermelha Gelidiella Acerosa
Frações de benzeno e diclorometano ↑ AAO e atividade quelante de metais
Devi et al. , 2011 Alga marrons Halimeda tuna,
Turbinaria conoides e vermelha Gracilaria foliifera
AAO total e poder redutor com correlação moderada com conteúdo de polifenóis.
Ganesan Kumar e Rao, 2011
Algas verdes Enteromorphacompressa, E. linza e
E. tubulosa
↑↑ sequestro radical DPPH para extrato MeOH de E. compressa (IC501.89 mg/mL)
O’Sullivan et al., 2011
Algas marrons Ascophyllum nodosum, Pelvetia canaliculata e
Fucus serratus
Além de testes in vitro avaliou a atividade de enzimas AO (catalase e superóxido
dismutase)
Tabela II: Avaliação da atividade antioxidante em algas marinhas. AO: atividade
antioxidante;RL: radical livre; AAO: avaliação da atividade antioxidante; α-TOH: α-tocoferol; O2-: ânion
superóxido; ROO.: radical peróxido; EROs: espécies reativas do oxigênio; TBARS: substâncias
reativas ao ácido tiobarbitúrico; TEAC: AAO equivalente ao trolox; MeOH: Metanol; ON.: Radical
Óxido Nítrico; ORAC: sequestro do radical oxigênio; H2O2: Peróxido de Hidrogênio; PS:
Polissacarídeos Sulfatados; EtOH: Etanol; DPPH:radical 1,1-difenil-2-picrilhidrazil;↑↑: muito maior; ↑:
maior; : resultado; ↓: menor/baixo; %: porcentagem; p/: para.Fonte: Adaptado ROCHA et. al.,
2007.
As algas marrons, geralmente quando são estudadas juntamente com as
algas verdes e vermelhas, apresentaram maior atividade antioxidante. Isto ocorre
devido à uma classe específica de polifenóis: os florotaninos, que são polímeros de
INTRODUÇÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
27
floroglucinol (1,3,5 -trihidroxibenzeno) e, por terem as características químicas dos
taninos provavelmente também agem no combate à micro-organismos patogênicos
(GOO et. al., 2010).
Os polifenóis exercem suas propriedades antioxidantes através de vários
mecanismos de ação, podendo prevenir a peroxidação lipídica ao doar átomos de
hidrogênio paraos radicais lipídicos (ROO· ou RO·) e produzir radicais antioxidantes
derivados de lipídios (FRS·), que são mais estáveis e menos prontamente
disponíveis para promover a auto-oxidação (Reação-1 e Reação-2):
ROO* ou RO* + FRS ROOH ou ROH + FRS* (Reação-1)
FRS* + FRS* FRS-FRS (Reação-2)
(KIOKIAS, VARZAKAS, OREOPOULOU, 2008; GUPTA e ABU-GHANNAM, 2011).
Esses compostos são solúveis em solventes orgânicos e, estudos têm
mostrado que os extratos de algas obtidos com metanol como solvente
apresentarammelhores resultados em vários testes antioxidantes em comparação a
outros extratos, como aquosos. Ainda, alguns autores correlacionaram em seus
trabalhos à atividade antioxidante e o conteúdo de polifenóis em seus extratos
metanólicos (Tabela II).
Outra classe de antioxidantes naturais extraídos de algas, principalmente
vermelhas, são os “aminoácidos tipo micosporinas” (mycosporine-like amino acids,
MAAs). Eles são uma família de metabólitos secundários, intrínseca de organismos
aquáticos, que absorvem radiação ultravioleta. Por isso, possuem a capacidade para
dissipar radiação absorvida de forma eficiente sem produzir EROs conferindo
fotoestabilidade eresistência a vários estressores abióticos (RASTOGI et al., 2010).
Recentemente, carboidratos incluindo vários fucoidans, agaro-
oligossacarídos, entre outros polissacarídeos, principalmente ligados a grupamentos
sulfato, têm sido relatados por possuir propriedades antioxidantes. Porém, não foram
encontrados estudos que demonstrem uma correlação positiva entre o conteúdo de
açúcaresou sulfato presentes nesses extratos e suas respectivas atividades
antioxidantes.
Carboidratos antioxidantes são de significativa utilidade por serem geralmente
solúveis em água e terem baixa toxicidade. Além disso, a maioria destas moléculas
é consumida em segurançacomo componentes de produtos alimentares por muitos
anos. Neste contexto, muita atenção tem sido recentemente empregada para o
INTRODUÇÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
28
desenvolvimento denovos aditivos de carboidratos com atividade antioxidante
potente (AJISAKA et al., 2009).
Recentemente, houve incrementos notáveis na investigação científicasobre o
papel benéfico de compostos extraídos de algas para o estresse oxidativo, porém,
nenhuma alga de litoral potiguar, pelo que se sabe, teve o potencial de seus extratos
metanólicos avaliados como antioxidante.
1.4 ATIVIDADE ANTIPROLIFERATIVA DE EXTRATOS DE ALGAS MARINHAS
1.4.1 Cancêr X Mecanismo de morte celular
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (WHO) entre os anos de
2005 a 2015 oitenta e quatro milhões de pessoas irão morrer acometidos de câncer
(WHO, 2010). Câncer é o termo utilizado para definir neoplasias, células que
proliferam de maneira anormal, malignas (KING, ROBINS, 2006). Para uma
neoplasia, também chamada de tumor, ser considerada um câncer é necessário que
suas células tenham habilidade para invadir os tecidos adjacentes (ALBERTS et al.,
2008).
O câncer é uma enfermidade causada pelo acúmulo de muitos eventos,
genéticos e epigenéticos, que agem numa única célula por um longo tempo. Entre
esses fatores a dieta desempenha um papel importante. Por exemplo, nos países
ocidentais a maior incidência de morte, dentre todos os cânceres, é atribuído ao
câncer de cólon o qual têm aumentado na Ásia devido a um aumento nos indivíduos
que são adeptos a hábitos alimentares ocidentais. Por isso, a dieta é um fator
importante na prevenção de câncer, pois está intrinsecamente relacionado com o
seu aparecimento (REDDYA, ODHAVA, BHOOLAB, 2003; PARK et al., 2008).
A prevenção do câncer é a forma mais efetiva para o controle desta doença
porque as opções de tratamento apresentam-se geralmente como paliativos, visando
apenas o controle dos sintomas. A quimioprevenção é uma estratégia para inibir,
retardar ou reverter a carcinogênese humana, utilizando principalmente
substânciasque ocorrem na natureza (LEE et al., 2011). Existem muitas formas de
ação de compostos anticancerígenos, tais como a apoptose de células tumorais,
impacto da síntese de proteínas e função ou, o impacto na biossíntese de ácidos
INTRODUÇÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
29
nucleicos seja pela indução de danos na estrutura de DNA, inibição da síntese de
RNA, ou paralisação do processo de transcrição. Do ponto de vista da biologia
celular, um composto que possa induzir apoptose em células tumorais (ZHANG et
al., 2007) e/ou inibir a proliferação dessas células pela parada do ciclo celular
(JIANG et al., 2005) pode desempenhar papel importante.
Existem vários fatores relacionados à progressão ou parada do ciclo de uma
célula. Dentre esses fatores podem-se destacar os checkpoints que nada mais são
do que pontos específicos durante o ciclo celular em que a célula realiza uma
checagem de sua maquinaria e material genético para poder prosseguir para a
próxima fase (ALBERTS et al., 2008).
A incapacidade no controle do processo de ciclo celular traz consigo um preço
elevado, onde eucariotos superiores têm um sistema de segurança para "manipular
a sua morte celular", segundo a qual seu programa básico de vida sofre apoptose
(REDDYA, ODHAVA, BHOOLAB, 2003).
A apoptose é uma forma de morte celular que ocorre durante várias situações
normais e patológicas em organismos e contribui para a substituição de células, a
remodelação do tecido e remoção das células danificadas em condições normais
(DE‐LONG, 1988). Porém, uma característica marcante das células tumorais é a
perda da capacidade de realização da morte celular, portanto, o bloqueio da morte
celular programada, apoptose, contribui para o crescimento do tumor, promove a
progressão neoplásica e a resistência a agentes citotóxicos anticâncer (BEDI et al.,
1995).
Células que estão sofrendo apoptose apresentam mudanças morfológicas
específicas as quais incluem: formação de bolhas na membrana plasmática,
condensação do citoplasma e da cromatina, fragmentação nuclear e formação dos
corpos apoptóticos os quais são posteriormente submetidos à ação dos fagócitos
(CONRADT, 2009).
No processo apoptótico, existem duas vias principais de ativação na
apoptose: A) Via extrínseca, mediada pela interação ligante–receptor. Os receptores
de membrana plasmática que desencadeiam sinalização para apoptose pertencem à
superfamília de receptores do Fator de Necrose Tumoral (TNF). Uma vez unidos aos
seus ligantes, estes receptores são trimerizados e recrutam proteínas adaptadoras
ao domínio de morte citosólico (DD). Subseqüentemente, as proteínas ativam a
INTRODUÇÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
30
caspase-8 e/ou 10 formando um complexo, onde as caspases efetoras são ativadas
(principalmente caspase-3) (KROEMER, 2007; VERMEULEN, 2005). B) Via
intrínseca, mediada pela via mitocondrial. A liberação de proteínas pró-apoptóticas
normalmente localizadas no espaço intermembranar da mitocôndria, caracterizam
esta via. Quando o citocromo c é liberado no citosol é desencadeada uma via
apoptótica dependente de caspase, onde o citocromo c ativa Apaf-1 e, por sua vez,
na presença de ATP, liga-se à procaspase-9, formando o apoptosoma. Após esta
associação, a caspase-9 ativa as caspases-3-6 e -7, permitindo a fragmentação de
DNA. No entanto, quando a proteína AIF (fator indutor de apoptose) é liberada no
citosol, uma via de morte celular por apoptose independente de caspase é ativada
(BROKER, 2005; KROEMER, 2007).
Nota-se que há ativação de caspases em ambas as vias principais de
apoptose, o que as torna um importante indicativo para o diagnóstico exato desse
tipo de morte celular. Porém, de acordo com o Comitê de Nomenclatura sobre a
Morte Celular (DCNTs), a detecção exata de uma célula em apoptose só é possível
através de uma abordagem integrada, baseada em vários aspectos tanto
morfológico como parâmetros bioquímicos. Existem alguns casos que os indícios de
apoptose em uma célula não estão relacionados a mecanismos de morte celular, por
exemplo, a exposição de fosfatidilserina em granulócitos neutrofílicos pode ser
reversível, então uma abordagem apenas com citometria de fluxo seria errônea
(KROEMER, 2009).
1.4.2 Potencial antiproliferativo de macroalgas marinhas
As principais terapias utilizadas no combate ao câncer envolvem o ataque
direto as células tumorais e menos comumente a o uso de imunoestimulantes (INCA,
2012). O ataque ao tumor pode ocorrer através de remoção cirúrgica, uso de
radioterapia, e principalmente, uso de quimioterápicos. Muitos desses fármacos
quimioterápicos apresentam mínimos benefícios à sobrevivência do paciente, pois
podem selecionar células resistentes ao medicamento, além de geralmente
possuírem elevada toxicidade, por não serem seletivos para as células tumorais, o
que gera diversos efeitos colaterais (MACDONALD & ASTROW, 2001; RABIK &
DOLAN, 2007).
INTRODUÇÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
31
Devido a esses fatores existe uma grande busca por compostos que possam
promover a morte seletiva de células cancerígenas (PASTAN & FITZGERALD, 1991;
KIM et al., 2010) e com isso, os compostos derivados de fontes naturais têm sido
foco de considerável atenção dos pesquisadores que procuram desenvolver agentes
terapêuticos para o combate ao câncer.
Aproximadamente um terço de todos os fármacos vendidos mundialmente são
produtos naturais ou foram desenvolvidas a partir de estruturas de compostos
originalmente naturais (MENNA, 2009) e quase 60% dos medicamentos aprovados
para tratamento de câncer são de origem natural (AMADOR et al., 2003). Contudo,
muitas espécies, principalmente de fungos, plantas, macroalgas e invertebrados e os
compostos que lhes são inerentes ainda não foram avaliados como
anticancerígenos, o que faz com esses organismos sejam protagonistas na busca de
compostos anticancerígenos em vários estudos
(YUAN & WALSH, 2006; LAVI et al., 2006; GAMAL-ELDEEN et al., 2007,
JOSEP LLORET, 2010). Apesar disto, com os avanços dos estudos, algumas
classes de compostos, por apresentarem maior potencial, passaram a ser mais
procuradas em detrimento de outras, assim moléculas comocompostos fenólicos
(YUAN & WALSH, 2006), polissacarídeos neutros (CHEN & CHANG, 2004; LAI,
WONG, CHEUNG, 2008), açúcares aminados (DESLANDES et al., 2000), e
polissacarídeos sulfatados (WANG et al., 2008) quando identificados em organismos
ainda não estudados recebem um enfoque especial afim de se identificar se eles
possuem ou não atividade anticancerígena.
Algas marinhas sintetizam muitos dos compostos anticancerígenos citados
acima. Além disso, há alguns anos o consumo regular de algas e seus produtos
foram associados com efeitos supressivos sobre o desenvolvimento de neoplasias,
tanto benignas quanto malignas (cancêr) (ESKIN, GROTKOWSKI, & CONNOLLY,
1995).
Estudos posteriores mostraram a importância das algas como componentes
alimentares em comunidades asiáticas, como kelps (nome popular para diversas
algas marrons) e outras algas vermelhas e verdes, pois combatiam a formação de
neoplasias como de mama (FUNAHASHI et al., 2001), pele (HIGASHI-OKAI, OTANI,
& OKAI, 1999) e intestino (LEE & SUNG, 2003).
INTRODUÇÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
32
Outros estudos mostraram que a administração de algas em pó ou seus
extratos também reduziam a taxa de incidência de tumorigênese. Estas preposições
são baseadas usando estudos in vitro e modelos animais in vivo (PARK et al., 2005;
BAE & CHOI, 2007). Por isso, há uma crescente corrente que recomenda o
consumo de algas não só como alimentos nutritivos, mas também como
nutracêuticos, ou seja, alimentos com atividade terapêutica (MORAES & COLLA,
2006).
Estudos com moléculas sintetizadas por algas mostraram que um grupo
importante de compostos a que se têm atribuído atividades antitumorais é o grupo
dos compostos fenólicos, que por possuírem propriedades antioxidantes podem
conferir proteção do material genético celular contra a ação oxidativa de espécies
reativas de oxigênio, que é um fator de grande relevância para a carcinogênese. Por
exemplo, os fluorotaninos derivados da alga marrom Laminaria japonica mostraram
considerável atividade antiproliferativa contra células de carcinoma hepático (BEL-
7402) e células de linhagem de leucemia murina (P388) de forma dose dependente
(YANG et al., 2010).
Avaliando extratos etanólicos da alga marrom Undaria pinnatifida, Nishibori e
colaboradores (2012) evidenciaram 80% de redução da viabilidade de células de
cancêr de cólon (HCT116) com apenas 2% de extrato após 24 h de tratamento. Os
resultados obtidos por esses autores com relação a mudanças nas características
morfológicas e ativação de caspase 3 levaram os autores a atribuir a morte dessas
células por apoptose. A partir de outros dados os autores afirmaram que este extrato
causa o seu efeito tóxico sobre as células provavelmente através de um mecanismo
diferente daqueles subjacentes à efeitos carcinoestáticos de 5-fluorouracil (5-FU) e
irinotecan (CPT-11), fármacos de referência utilizados no tratamento desse tipo de
cancêr (NISHIBORI et al., 2012).
Há trabalhos que apontam a capacidade de compostos polifenólicos algais em
controlar o crescimento do tumor tanto in vitro (YUAN & WALSH, 2006) como in vivo
(HWANG et al., 2006). Neste último, uma administração de polifenóis de algas numa
taxa de 0,1%-0,5% da alimentação de ratos resultou numa diminuição de até 60%
do volume do tumor, sendo atribuída a esta diminuição a inibição da enzima COX 2
(ciclooxigenase 2) e proliferação celular (HWANG et al., 2006).
INTRODUÇÃO
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33
Carotenóides, como a fucoxantina encontrada em algas marrons, tem efeito
antiproliferativo em células de leucemia humana (ISHIKAWA et al., 2008), de câncer
de cólon (Caco-2, HT-29 e DLD-1) (HOSOKAWA et al., 2004) e de próstata (PC-3,
DU 145 e LNCaP) (KOTAKE, ASAI & NAGAO, 2005; KOTAKE NARA et al, 2001). O
efeito de indução de apoptose pela fucoxantina nestes tipos celulares tem sido
relatada e associada com ativação de caspase-3, -8 e -9 (HENGARTNER, 2000),
indução da fragmentação de DNA e diminuição dos níveis de proteína supressora de
apoptose (Bcl-2) (HOSOKAWA et al., 2004).
Recentemente, Ganesan e colaboradores (2011) relataram que sifonaxantina,
derivada da alga verde Codium fragile, inibe de forma mais potente o crescimento de
células HL-60 (células de leucemia humana) do que fucoxantina. Este trabalho
revela a importância do grupo hidroxila da sifonaxantina para o forte efeito inibitório
encontrado (GANESAN et al., 2011). Porém, o atual conhecimento da relação entre
a estrutura e a atividade apoptótica da fucoxantina e seus derivados é incerto,
alguns investigadores sugerem que as duplas ligações conjugadas e 5,6
monoepóxido, por serem altamente suscetíveis a ácidos, álcalis e oxigênio levam a
ocorrência de suas formas pró-oxidativas que induzir a apoptose em várias
linhagens de células de cancêr (PANGESTUTIA, KIMA, 2011).
Açúcares, tais como, laminaranas, fucanas, fucoidans, representamoutros
compostos anticancerígenos de algas (YAMASAKI et al., 2009; YE et al., 2005).
Porfirana, umtipo de polissacarídeoextraído de algas vermelhas do gênero Porphyra
sp. apresentaram atividades antitumorais (GUO, XU, & ZHANG, 2007; ZHAO et al.,
2006), e induziram apoptose em linhagens de células de câncer gástrico, AGS
(KWON, NAM, 2006).
Com relação a polissacarídeos, mais precisamente polissacarídeos sulfatados,
o efeito antiproliferativo in vitro de uma classe desses compostos extraídos de algas
marrons, as fucanas, frente a diversas linhagens tumorais já vem sendo estudado há
um longo tempo. Como, por exemplo, pode-se citar o efeito antiproliferativo de
fucanas frente a células oriundas de carcinoma broncopulmonar (RIOU et al., 1996),
hepatoma (HAYAKAWA et al., 2000), carcinoma de Ehrlich (ITOH et al., 1995),
adenocarcinoma de mama (YAMASAKI et al., 2009), carcinoma de cervix uterino
(COSTA et al., 2011), leucemia (SONG et al., 2010), câncer de colo retal (KIM et al.,
2010) e linfoma (AISA et al., 2005). Sua ação sobre a proliferação celular ocorre
INTRODUÇÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
34
principalmente por duas maneiras: promove parada do ciclo celular e/ou induz morte
celular, além disso, os estudos aqui citados mostram que esse efeito antiproliferativo
se dá devido a uma ação direta das fucanas. Relata-se também que para que esses
polissacarídeos desempenhem seus efeitos nas células o teor de sulfato presente
em suas moléculas é de importância crucial (TANIGAWA et al., 2003; HAROUN-
BOUHEDJA et al., 2000).
OBJETIVOS
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
35
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
O objetivo do presente estudo é a obtenção de extratos metanólicos de várias
espécies de algas marinhas do litoral do Rio Grande do Norte e avaliar a suas
atividades anticoagulante, antioxidante e antiproliferativa in vitro.
2.2. Objetivos específicos
- Coletar de 10 a 15 espécies diferentes de algas marinhas na praia de Búzios - RN
e Rio do Fogo - RN;
- Obter extratos metanólicos das algas utilizando uma metodologia já estabelecida
em nosso laboratório;
- Caracterizar quimicamente os extratos metanólicos obtidos através da
quantificação de compostos fenólicos, proteínas e açúcares totais;
- Analisar a atividade anticoagulante desses compostos através dos testes de PT
(tempo de protrombina) e aPTT (tempo de tromboplastina parcialmente ativada);
- Analisar o potencial antioxidante desses compostos através de diferentes ensaios
in vitro: capacidade antioxidante total, sequestro de radical hidroxila, sequestro de
radical superóxido, quelação férrica e poder redutor;
- Avaliar a capacidade dos extratos em influenciar a citotoxicidade celular tumoral
através do ensaio de MTT e selecionar aquele (s) extrato (s) com melhor potencial
antiproliferativo para analisar o processo de morte celular através de microscopia de
fluorescência, citometria de fluxo e ensaio de ativação de caspases.
RESULTADOS
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
46
4. RESULTADOS 4.1 COLETA E IDENTIFICAÇÃO DO MATERIAL BIOLÓGICO A escolha das espécies de algas foi feita a fim de realizar o estudo com algas
verdes (Clorophyta), marrons (Heterokontophyta) e vermelhas (Rodhophyta). Além
disso, os critérios utilizados no momento da coleta foram o de abundância da alga e
facilidade de coleta. Os espécimes foram coletados na praia de Búzios (Nísia
Floresta/RN) e Rio do Fogo (Rio do Fogo/RN) no período de Dezembro de 2009 a
Fevereiro de 2010. Dessa forma, foram selecionadas 13 espécies de algas dentre
elas 5 da divisão Clorophyta, 6 da divisão Heterokontophyta e 2 da divisão
Rodhophyta. Abaixo segue a classificação das espécies:
Figura 3.Caulerpa cupressoides variedade flabellata Børgesen
Filo: Chlorophyta
Classe: Ulvophyceae
Ordem: Bryopsidales
Família: Caulerpaceae
Gênero: Caulerpa
Figura 4.Caulerpa sertularioides (S. G Gmelin) M Howe
Filo: Chlorophyta
Classe: Ulvophyceae
Ordem: Bryopsidales
Família: Caulerpaceae
Gênero: Caulerpa
Figura 5.Caulerpa prolifera (Förssk.) J. V. Lamour
Filo: Chlorophyta
Classe: Ulvophyceae
Ordem: Bryopsidales
Família: Caulerpaceae
Gênero: Caulerpa
RESULTADOS
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
47
Figura 6.Caulerpa racemosa (Försskall) J. Agardh variedade occidentalis (J.
Agardh) Börgensen
Filo: Chlorophyta
Classe: Ulvophyceae
Ordem: Bryopsidales
Família: Caulerpaceae
Gênero: Caulerpa
Figura 7.Codium isthmocladum Vickers
Filo: Chlorophyta
Classe: Bryopsidophyceae
Ordem: Bryopsidales
Família: Codiaceae
Gênero: Codium
Figura 8.Dictyopteris delicatula J.V. Lamouroux
Divisão: Heterokontophyta
Classe: Phaeophyceae
Ordem: Dictyotales
Família: Dictyotaceae
Gênero: Dictyopteris
Figura 9.Dictyota ciliolata Sond. ex Kütz
Divisão: Heterokontophyta
Classe: Phaeophyceae
Ordem: Dictyotales
Família: Dictyotaceae
Gênero: Dictyota
Figura 10.Dictyota menstrualis (Hoyt) Schnetter, Hörnig & Weber-Peukert
Divisão: Heterokontophyta
Classe: Phaeophyceae
Ordem: Dictyotales
Família: Dictyotaceae
Gênero: Dictyota
RESULTADOS
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
48
Figura 11.Dictyota mertensii (Martius) Kützing
Divisão: Heterokontophyta
Classe: Phaeophyceae
Ordem: Dictyotales
Família: Dictyotaceae
Gênero: Dictyota
Figura 12.Spatoglossum schröederi (C. Agardh) Kützing
Divisão: Heterokontophyta
Classe: Phaeophyceae
Ordem: Dictyotales
Família: Dictyotaceae
Gênero: Spatoglossum
Figura 13.Sargassum filipendula C. Agardh
Divisão: Heterokontophyta
Classe: Phaeophyceae
Ordem: Fucales
Família: Sargassaceae
Gênero: Sargassum
Figura 14.Acanthophora spicifera (Vahl) Børgesen
Divisão: Rhodophyta
Classe: Florideophyceae
Ordem: Ceramiales
Família: Rhodomelaceae
Gênero: Acanthophora
Figura 15.Botryocladia occidentalis (Borgesen) Kylin
Divisão: Rhodophyta
Classe: Florideophyceae
Ordem: Rhodymeniales
Família: Rhodymeniaceae
Gênero: Botryocladia
RESULTADOS
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
49
As espécies de algas B. occidentalis, S. filipendula e D. mertensii foram
coletadas na praia de praia de Rio do Fogo – RN, todas as outras foram coletadas
na praia de Búzios – RN.
4.2 DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES DOS EXTRATOS METANÓLICOS
Após o processo de obtenção dos extratos metanólicos (ME) de todas as
algas, esses foram solubilizados em 50% (v/v) metanol/ água para serem analisados
com intuito de se determinar o conteúdo de proteínas, açúcares totais e fenólicos
totais como mostrado na tabela III.
A quantidade de açúcares totais presente nos ME das diferentes espécies de
algas marrons variou de 0,3 (S. filipendula) a 241 mg/g (D. metensii). Os valores de
açucares totais encontrados nos ME das algas verdes foram, na maioria, menores
do que aqueles encontrados nas algas marrons, esses valores variaram de 10,6
mg/g para C. racemosa a 88,8 mg/g para C. prolifera. Com relação aos ME de algas
vermelhas não foi detectado a presença de açucares totais nestes extratos nas
condições avaliadas (até 100 µg).
Já com relação ao conteúdo de polifenóis totais todos os extratos tiveram
quantidades detectáveis destes componentes, sendo o extrato de C. sertularioides o
que apresentou a maior concentração de compostos fenólicos, 109,3 mg/g de
extrato.
Em todos os extratos, nas condições testadas, foram detectados apenas
traços de proteínas.
4.3 ATIVIDADE ANTICOAGULANTE PELOS ENSAIOS DE aPTT e PT
A atividade anticoagulante dos ME foi avaliada pelos testes de PT e aPTT que
avaliam as vias extrínseca e intrínseca da coagulação, respectivamente. No
presente estudo, nenhum dos extratos foi capaz de duplicar o tempo de coagulação
em relação ao controle com a massa de 100 µg para ambos os testes (tabela III).
RESULTADOS
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50
Extratos
Metanólicos
Dosagens Tempo de Coagulação (s)
Açúcares
Totais
(mg/g)
Compostos
Fenólicos
(mg/g)
Proteínas
(mg/g) aPTT PT
D. mentrualis 178,4 ± 3,45 5,5 ± 0,16 nd 67,50 ± 5,2 9,07 ± 2,57
D. ciliolata 148,3 ± 3,95 46,0 ± 0,39 nd 45,97 ± 5,51 11,13 ± 4,22
D. mertensii 241,9 ± 2,10 12,0 ± 0,03 nd 43,63 ± 3,84 13,30 ± 4,59
D. delicatula 182,0 ± 0,33 12,0 ± 0,01 nd 53,10 ± 2,38 18,63 ± 2,84
S. filipendula 0,3 ± 1,68 11,0 ± 0,02 nd 39,10 ± 2,06 12,40 ± 0,44
S. schröederi 120,5 ± 0,58 30,7 ± 0,06 nd 37,80 ± 0,69 13,20 ± 5,76
C. prolifera 88,8 ± 1,09 32,4 ± 1,09 nd 56,87 ± 4,10 16,43 ± 0,71
C. cupressoides 18,1 ± 2,10 41,4 ± 0,38 nd 43,83 ± 0,90 13,37 ± 0,15
C. sertularioides 14,6 ± 0,50 109,3 ± 1,60 nd 46,60 ± 6,19 17,57 ± 0,32
C. racemosa 10,6 ± 1,01 25,6 ± 0,39 nd 38,63 ± 5,72 14,97 ± 1,29
C. isthimocladum nd 13,0 ± 0,10 nd 38,07 ± 2,65 8,63 ± 2,66
B. occidentalis nd 7,4 ± 0,05 nd 35,20 ± 6,18 14,87 ± 1,36
A. spicifera nd 9,9 ± 0,02 nd 36,20 ± 1,05 16,93 ± 8,47
Controle - - - 40,03 ± 1,92 12,20 ± 0,85
Clexanne - - - 81,20 ± 0,40 *
Tabela III. Composição química e atividade anticoagulante de extratos
metanólicos de algas.APTT - Tempo de Tromboplastina Parcialmente ativada; PT – Tempo de
Protrombina; * - não determinado; nd – não detectado com massa testada; s - segundos; Clexane –
heparina de baixo peso molecular. A massa utilizada nos testes anticoagulantes foi de 100 µg e a
concentração de clexanne foi de 0,1 µg/mL. Os dados são expressos como média (n=3) ± desvio
padrão de três determinações.
4.4 ATIVIDADE ANTIOXIDANTE
Existem diversos métodos para a determinação das atividades antioxidantes.
Por isso, a atividade antioxidante in vitro dos extratos metanólicos das algas foi
avaliada por diferentes ensaios: capacidade antioxidante total (CAT), poder redutor,
quelaçãoférrica, sequestro do radical hidroxila e sequestro do radical superóxido.
RESULTADOS
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
51
4.4.1 Capacidade Antioxidante Total
O teste da capacidade antioxidante total (CAT) avalia a habilidade que
umaamostra tem em doar elétrons, ou seja, se oxidarem e assim neutralizar
espéciesreativas, como EROs.
Os MEde todas as algas exibiram atividade neste ensaio (figura 16), que tem
seu resultado expresso em mg deequivalentes de ácido ascórbico/ g de extrato.
Os extratos das algas marrons da família Dictyotaceae tiveram os melhores
valores de CAT, cerca de 30 mg equivalentes de ácido ascórbico (EAA)/g, sem
diferença significativa entre elas. A exceção foi o extrato de S. schröederi, que
apesar de ser uma Dictyotaceae apresentou um valor de CAT semelhante (p<0,01)
ao de S. filipendula, que é uma Fucales.
O extrato da alga verde C. prolifera apresentou um valor de CAT
significativamente semelhante ao da maioria daqueles obtidos com os extratos das
algas marrons. Já os outros extratos de algas verdes apresentaram um valor de CAT
inferior aos observados para o ME de C. prolifera, com destaque o ME de C.
sthimocladum que apresentou baixo valor de CAT (7,2 mg EAA/g).
Os extratos das algas vermelhas apresentaram um valor de CAT
significativamente semelhantes entre si, e sendo superiores apenas o valor de CAT
encontrado para o ME de C. isthmocladum.
RESULTADOS
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
52
Figura 16.Capacidade antioxidante total dos extratos metanólicos de algas
tropicais. Esses resultados são expressos como equivalentes de ácido ascórbico (mg) por extrato
(g) . Os dados são expressos como média ± desvio padrão. a,b,c,d.e,f
Indicam diferença significativa (p <
0.01) entre os diferentes extratos de algas.x,y,z,w
Indicam diferença significativa (p < 0.01) entre os
extratos das diferentes classes de algas.
4.4.2 Poder Redutor
O ensaio do poder redutor também avalia a capacidade da amostra em doar
elétrons. Apesar de ter o mesmo objetivo que o teste de CAT, estes são realizados
em condições de reação diferentes, o que afeta a capacidade da amostra em atuar
como agente redutor.
O resultado deste ensaio é expresso em porcentagem de atividade mostrada
pelo ácido ascórbico na concentração de 0,2 mg/mL, um antioxidante padrão. Para a
maioria dos extratos pode-se observar uma resposta dose-dependente (p<0,01)
neste ensaio de atividade antioxidante.
O perfil do gráfico de poder redutor (figura 17) pode ser considerado bem
semelhante ao de CAT, os ME de D. cilliolata, D. menstrualis e C. prolifera
continuaram apresentando os maiores valores de atividade, entretanto os ME de
outras algas não apresentaram desempenho semelhante ao que foi observado no
CAT. O resultado mais marcante é o do extrato da alga C. cupressoides que no CAT
RESULTADOS
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
53
apresentou um valor que se assemelhou ao de alguns valores obtidos com os ME de
algumas algas marrons, e agora neste teste foi bem menos pronunciado.
Figura 17.Poder redutor dos extratos metanólicos de algas tropicais.Poder redutor
é expresso em porcentagem de atividade mostrada em 0,2 mg/mL de ácido ascórbico . Os dados são
expressos como média ± desvio padrão. a,b,c
Indicam diferença significativa (p < 0.01) entre as
diferentes concentrações do mesmo extrato de alga.x,y,z,w ,k
Indicam diferença significativa (p < 0.01)
entre a mesma concentração dos extratos de diferentes algas.
4.4.3Sequestro dos radicais Superóxido (O2•-) e Hidroxila (OH ·)
Um agente antioxidante pode atuar não somente como doador de elétrons,
mas também, como sequestrador de substâncias reativas. Por esse motivo avaliou-
se a capacidade dos ME em sequestrar os radicais superóxido e hidroxila. Uma
análise dos dados mostrou que nenhum dos extratos apresentou atividade
antioxidante pelo mecanismo de sequestro desses radicais até a concentração
máxima testada (2 mg/mL) (dados não mostrados).
4.4.4. Quelação Férrica
Diante da importância da atividade quelante de metal (em especial o Fe2+) foi
realizado o teste de quelação férrica. Neste ensaio, a ferrozina forma um complexo
RESULTADOS
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
54
com o íon Fe2+ (proveniente do FeCl2), de coloração rosa. A diminuição dessa
coloração, monitorada por espectrofotometria a 562 nm, é indicativa de atividade.
Em virtude dos ME de algumas algas (principalmente as marrons) terem uma
coloração que interfere com a visualizada no ensaio não foi possível à realização
desse teste para eles, evitando assim um viés no resultado. Dessa forma, os ensaios
foram realizados com apenas oito dos extratos avaliados neste trabalho eos
resultados estão sumarizados na figura 18.
Os extratos das algas marrons, da única alga vermelha avaliada e de C.
sertulariodes e C. isthimocladum apresentaram baixa atividade quelante. Já os
extratos de C. prolifera e C. cupressoides apresentaram atividade intermediáriaentre
os extratos, em torno de 50% de quelação na maior concentração testada. O
destaque foi o extrato da alga verde C. racemosa que apresentou quase 100 % de
atividade quelante de íons ferro na concentração de 2,0 mg/mL.
Figura 18. Quelação férrica dos extratos metanólicos de algas tropicais.Os dados
são expressos como média ± desvio padrão. a,b,c
Indicam diferença significativa (p < 0.01) entre as
diferentes concentrações do mesmo extrato de alga.x,y,z
Indicam diferença significativa (p < 0.01)
entre a mesma concentração dos extratos de diferentes algas.
RESULTADOS
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
55
4.5 CITOTOXICIDADE
4.5.1 Efeito de ME em células HeLa
A fim de analisar o efeito dos ME na viabilidade de células tumorais uterinas
(HeLa) estas foram tratadas com diferentes ME de algas e sua viabilidade foi
determinada usando o ensaio colorimétrico de MTT.
Os extratos das algas vermelhas promoveram uma inibição (10 a 20%) da da
viabilidade das células HeLa. No caso do ME de B. occidentalis, não foi possível
identificar claramente se esse efeito foi dose e/ou tempo dependente. Porém, o ME
de B. occidentalis apresentou atividade inibitória com 24 h de aproximadamente 10%
que posteriormente tendeu a aumentar com o tempo até cerca de 20% (Figura 19 a;
b). Com relação ao ME de A. spicifera observou-se uma da viabilidade (~20%) já na
menor concentração testada, porém esta atividade não aumentou com o aumento da
concentração ou tempo de exposição ao extrato.
Os ME das algas verdes também foram capazes de diminuir a taxa de
viabilidade das células HeLa. Contudo, esta inibição em nenhuma das condições
avaliadas chegou a ultrapassar o valor de 35%. Contudo, o padrão de inibição não
foi semelhante entre os extratos. Os ME das algas C. prolifera e C. sertularioides na
maioria das condições testadas apresentaram, efeito inibitório. Contudo, em muitos
casos este efeito não se mostrou diferente significativamente dos controles. Apesar
disto, eles apresentaram uma tendência de atividade inibitória dose e tempo
dependente. Já o ME de C. racemosa no tempo de 24 e 48 horas não apresentou
atividade inibitória, mas no tempo de 72 h ele apresentou atividade inibitória média
de 20%, entretanto, este efeito não foi dose dependente. O ME de C. isthimocladum
no tempo de 72 h também apresentou atividade inibitória dose não dependente em
torno 20%, porém diferente do ME de C. racemosa, ele também apresentou
atividade inibitória dose não dependente (~22 %) com 48 h de experimento. O ME
de C. cupressoides foi o que aprestou maior taxa de inibição da proliferação das
células HeLa, em trono de 32%, porém, como os dois ME anteriores ele também
apresentou um efeito apenas tempo dependente.
Os ME das algas marrons S. schröederi e S. filipendula não apresentaram
atividade citotóxica em todas as condições testadas. Já o ME de D. mertensii só
apresentou atividade significativa com 72 h de experimento e nas duas maiores
RESULTADOS
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
56
concentrações avaliadas. O ME de D. delicatula apresentou uma taxa de inibição da
viabilidade em torno de 22% com 48 h de exposição. Contudo, esta taxa não se
alterou com 72 h. Também, não se observou um efeito dose dependente. Os ME
mais potentes foram as das algas D. cilliolata (MEDC) e D. mentrualis (MEDM).
MEDC apresentou um efeito tempo de pendente e chegou a uma taxa de inibição da
viabilidade celular de cerca de 50% após 72 h de experimento (200 µg/mL). Já
MEDM apresentou um efeito dose e tempo dependente chegando ao máximo de
inibição com 200 µg/mL após 48 h de exposição.
RESULTADOS
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
57
Figura 19. Influência de ME de algas tropicais na viabilidade de células HeLa
após 24, 48 e 72 h de incubação.Dados são expressos em média± desvio padrão. * Indica
diferença significativa (p <0.01) entre diferentes concentrações de ME no tempo de 24 horas. # Indica
diferença significativa (p <0.01) entre diferentes concentrações de ME no tempo de 48 horas. + Indica
diferença significativa (p <0.01) entre diferentes concentrações de ME no tempo de 72 horas.
4.5.2 Efeito de MEDC e MEDM nas Células 3T3
Como MEDM e MEDC exibem atividade inibitória contra células tumorais
HeLa, resolveu-se avaliar o efeito destes extratos frente uma linhagem de células
não tumorais, no caso fibroblastos 3T3. Como observado na figura 20 a taxa de
viabilidade celular das células 3T3 não foi afetada pela presença dos extratos em
todas as condições avaliadas.
RESULTADOS
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
58
Figura 20.Influência de MEDM eMEDC na viabilidade de células normais 3T3
depois de 24, 48 e 72 horas de incubação. Dados são expressos em média ± desvio
padrão. Não houve diferenças significativas entre as diferentes concentrações dos ME nos tempos de
24, 48 e 72 horas (p< 0.01).
4.6 CARACTERIZAÇÃO DO EFEITO DE MEDC E MEDM NAS CÉLULAS HELA
4.6.1 Efeito de MEDC e MEDM na morfologia das Células HeLa
Os ensaios posteriores com células foram realizados com MEDC e MEDM,
pois estes dois extratos foram os ME mais potentes como agentes citotóxicos.
Análises de microscopia de luz foram realizadas para se observar as
mudanças morfológicas nas células HeLa induzidas pelos tratamentos com MEDC e
MEDM. Como visto na figura 21, células HeLa não tratadas exibem um padrão típico
de morfologia normal em todos os tempos analisados, evidenciados pelo aspecto
celular fusiforme, com uma distribuição poucohomogênea em relação ao tamanho,
além de apresentarem várias projeções demembrana (filopódios e lamelipódios)
evidenciando motilidade celular.
Por outro lado, células tratadas com MEDM e MEDC mostraram uma clara
mudança morfológica que pode ser caracterizada pela diminuição do tamanho
RESULTADOS
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
59
celular (redução dos contatos célula-célula). Além disso, a freqüência de células
redondas (provavelmente células mortas) aumentou com o aumento do tempo de
exposição à MEDM e MEDC.
Figura 21. Mudanças morfológicas de células HeLa após o tratamento com
MEDC e MEDM em diferentes tempos. Células HeLa foram tratadas com 0,2 mg/mL de
extrato. Após incubação, as células foram examinadas em microscópio de luz. Os dados são
representativos para testes em duplicatas. Ampliação, ×100.
4.6.2 Mudanças na morfologia nuclear
As células HeLa foram tratadas com extratos a 0,2 mg/mL de concentração
por 24 h, e a morfologia nuclear foi observadaapós coloração com DAPI.
Na figura 22 observa-se células HeLa tratadas com extratos apresentando
núcleos com cromatina condensada e corpos apoptóticos de diferentes
tamanhos,que são características típicas de apoptose. Estas modificações
RESULTADOS
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
60
morfológicas foram observadas com maior freqüência quando MEDC foi utilizado, o
que fortalece a hipótese de que a atividade citotóxica destes dois extratos está
relacionada com indução de apoptose nas células HeLa.
Figura 22. Mudanças morfológicas em células HeLa após o tratamento com
MEDC e MEDM por 24h seguido de marcação com DAPI. (A) Fotografias de
microscopia de fluorescência de células HeLa não tratadas, (B) células tratadas com 0,2 mg/mL de
MEDM e (C) células tratadas com 0,2 mg/mL de MEDC. Setas indicam condensação de cromatina e
corpos apoptóticos de fragmentação nuclear. Amplificação, × 200.
4.6.3Efeito do MEDC e MEDM na marcação das célulascom iodeto de
propídeo e anexina V.
Anexina V e iodeto de propídeo (PI) são dois marcadores muito utilizados
para se diferenciar células em apoptose e em necrose. Geralmente, células
marcadas com anexina V são indicativo de apotose inicial, células marcadas com PI,
indicativo de necrose, e células positivas para anexina e PI são indicativo de
apoptose tardia.
Assim, as células HeLa foram incubadas com MEDC e MEDM (0,2 mg/mL)por
24 h, e posteriormente foram marcadas com PI e anexina V. Os dados obtidos são
visualizados nafigura 23. Tanto MEDM e MEDC diminuíram o número de células
viáveis em comparação com o controle de 99% para ~70%. Contudo, pode-se
também observar que o tratamento com MEDM aumentou principalmente a
percentagem de células positivas (16%) para anexina (anexina V-FITC + / PI-), com
apenas cerca de 3% de células positivas para PI (anexina V-FITC-/PI +), sugerindo
RESULTADOS
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
61
uma apoptose inicial. Enquanto que o tratamento com MEDC, apesar de mostrar um
percentual (17,4%) semelhante de células positivas para anexina (anexina V-FITC +
/ PI-) ao do tratamento com MEDM, o tratamento com MEDC também aumentou a
percentagem de células positivas PI (7,99%) (anexina V-FITC-/PI +), o que sugere
tanto a presença de células em apotose inicial como células em necrose.
Figura 23. Análises de citometria de fluxo de células HeLa tratadas com MEDC
e MEDM. (A) Os gráficos de pontos exibem a morte de células HeLa tratadas com 0,2 mg/mLde
ME. (B) Cada barra representa a média ± desvio padrão. A significância foi determinada por ANOVA
com pós teste de Tukey (*, p < 0.01 vs. controle negativo; **, p < 0.01 vs. ME). Anexina-/PI- (Q4),
células viáveis; Anexina+/PI- (Q3), células em apoptose; Anexina+/PI+ (Q1), células em estágio final
de apoptoose; Anexina+/PI+ (Q2), células em necrose. Estes gráficos de pontos são representativos
de três ensaios independentes.
RESULTADOS
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
62
4.6.4 Efeito dos extratos no ciclo das células HeLa
Para determinar se o tratamento nas células com MEDC e MEDM resultou em
uma alteração na progressão do ciclo celular, os padrões do ciclo celular das células
HeLa foram examinados. Blots representativos são mostrados na figura 24a e os
resultados de quantificação são fornecidos na tabela 24b.
Análises do ciclo celular por citometria de fluxo mostraram que após o
tratamento das células HeLa com os extratos, houve uma mudança no perfil de
distribuição das células pelas diferentes fases do ciclo celular. Os dois extratos
provocaram uma diminuição na quantidade de células na fase G1 e aumentaram o
número de células na fase S do ciclo celular, principalmente MEDC. Contudo, os
efeitos dos extratos na quantidade de células na fase G2/M foram diferentes,
enquanto MEDC praticamente não afetou o percentual de células nesta fase, MEDM
provocou uma redução do número de células nesta fase.
O tratamento com os dois extratos provocou também um aumento marcações
positivas em sub G1, principalmente MEDM, o que é mais um indício que estes
extratos possuem atividade antiproliferativa por induzirem apoptose.
RESULTADOS
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
63
B
Figura 24. Análises de ciclo celular de células HeLa por citometria de fluxo
após 24h de tratamento. Após o tratamento com MEDM e MEDC, as células foram recolhidas
e coradas com PI e, em seguida análise de citometria de fluxo foi realizada. (A) representação de Dot
plots obtidos após análise no FlowJo (B) A tabela sumarizaas médias dos valores obtidos em três
determinações ± desvio padrão.
4.6.5 O tratamento com MEDC e MEDM promove ativação das caspases
em células HeLa
Para a execução da apoptose, a ativação de uma família de caspasesse faz
necessário. Como o iniciador, pró-caspases-9 são ativadas por auto-
processamentos e clivam a jusante procaspase-3 para tornar-se ativa na forma
dimérica da caspase-3 como executor da apoptose (KWON et al., 2007).
Para verificar se MEDC e MEDM induzem a ativação destas caspases (9 e 3),
células HeLa foram tratadas com MEDC e MEDM por diferentes tempos e atividades
Amostras Sub-G1
Ciclo Celular
G0/G1 S G2/M
Controle 1,90 ± 0,23 69,4 ± 0,31 18,4 ± 0,27 8,6 ± 0,05
MEDM 14,9 ± 0,17 57,6 ± 0,10 24,2 ± 0,18 2,49 ± 0,16
MEDC 4,32 ± 0,07 52,9 ± 0,18 33,9 ± 0,13 7,80 ± 0,02
RESULTADOS
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
64
destas enzimas foi avaliada. Como observado na figura 25 os dois extratos
promovem o aumento da atividade capase-3 e caspase-9 de forma tempo
dependente.
Figura 25. Efeito de MEDC e MEDM na ativação de caspases. Atividade da caspase-3
(A) e caspase-9 (B) em diferentes tempos em células HeLa após 24h de tratamento. A significância
foi determinada pelo t-test de Tukey (*, p < 0.01 vs. controle negativo; **, p < 0.01 vs. ME).
A
B
RESULTADOS
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65
4.7 ANÁLISES DE CORRELAÇÃO DE PEARSON
Para verificação de uma possível correlação entre as atividades encontradas
e os compostos quantificados nesse estudo, determinou-se o índice de correlação
de Pearson (ρ).Na tabela IV estão os índices encontrados para a quantidade de
açúcares nos extratos e as respectivas atividades de cada classe de algas.
Enquanto que na tabela V estão sumarizados os índices obtidos para a correlação
entre atividades e compostos fenólicos. As correlações entre as algas vermelhas não
puderam ser feitas devido ao número restrito (duas) de algas estudadas.
Acúcares PT aPTT CAT Poder Redutor Quelação Férrica MTT HeLa
Algas verdes 0,4867 0,9355 0,6286 0,9721 0,1159 0,5161
Algas marrons 0,1392 0,4305 0,7876 0,3398 - 0,4321
Tabela IV. Índices de correlação entre a quantidade de açúcares nos extratos e
as respectivas atividades de cada classe de algas
Compostos Fenólicos
PT aPTT CAT Poder Redutor Quelação Férrica MTT HeLa
Algas verdes 0,6737 0,2620 0,5148 -0,2431 -0,3263 0,3462
Algas marrons -0,1274 -0,4310 -0,0658 0,0085 - 0,3712
Tabela V. Índices de correlação entre a quantidade de compostos fenólicos
nos extratos e as respectivas atividades de cada classe de algas
DISCUSSÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
66
5. DISCUSSÃO
No estado do Rio Grande do Norte há registro de mais de cem diferentes
espécies de macroalgas marinhas, entretanto, poucas algas tiveram seus compostos
avaliados no que diz respeito à descoberta de polímeros com atividades biológicas,
o que não se justifica, pois cada alga apresenta pelo menos um composto inerente a
sua espécie, não encontrado em outras espécies, e, portanto, pode possuir
atividades farmacológicas diferentes e/ou mais potentes do que outros compostos.
Então, o trabalho de prospecção de descoberta de fitoquímicos bioativos nessas
espécies poderá propiciar o desenvolvimento de produtos de utilização farmacologia
e/ou nutricional a partir desses compostos. Bem como poderá dar um valor agregado
a uma espécie que atualmente não possui valor comercial, constatando seu valor
como matéria-prima o que poderá desencadear um evento em cadeia que
proporcionará o desenvolvimento de toda uma atividade econômica em torno da
espécie e da região em que ela se encontra (ROCHA, 2011).
O grupo em que se insere esta dissertação há mais de uma década vem
extraindo, purificando e caracterizando estruturalmente polissacarídeos sulfatados
de algas marinhas (ROCHA et al., 2001; ROCHA et al., 2005; BARROSO et al.,
2008; ALMEIDA-LIMA et al., 2010, CAMARA et al., 2011; COSTA et al., 2012).
Contudo, avaliação da outros compostos das algas estudadas pelo grupo, como
compostos fenólicos, ainda não foi realizada. Portanto, o desenvolvimento desta
dissertação foi o primeiro passo pelo grupo para começar a compreender o potencial
de outras moléculas, que não polissacarídeos sulfatados, das algas marinhas
encontradas no litoral do Rio Grande do Norte.
A escolha da alga seguiu os critérios definidos na seção de Materiais e
Métodos. Portanto, algumas algas, cujos polissacarídeos sulfatados já tinham sido
estudados pelo grupo e que tinham sido escolhidas por critérios semelhantes, foram
inclusas nesta dissertação. Além disso, tentou-se coletar algas das três classes:
marrons, verdes e vermelhas; por isso, algas que ainda não tinham sido estudadas
pelo grupo, como D. ciliolata, C. prolifera, B. occidentalis foram incluídas neste
estudo.
As análises químicas dos extratos metanólicos de todas as algas levaram a
observação que açúcares, proteínas e compostos fenólicos estavam presentes em
DISCUSSÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
67
todos estes extratos. Contudo, a proporção destes constituintes variou de alga para
alga. Como foram mantidas todas as condições de obtenção dos ME constantes,
acredita-se que estas diferenças ocorreram devido às diferenças individuais das
espécies de algas analisadas. A presença destes constituintes em extratos
metanólicos de algas, mesmo de açucares que se encontrou em altas concentrações
em algumas algas, não foi uma surpresa tento em vista que as algas são ricas em
compostos fenólicos, proteínas e principalmente grandes quantidades de açucares
(STENGEL, CONNAN E POPER, 2011). Mas, não foi objetivo, durante o
desenvolvimento desta dissertação, caracterizar os constituintes glicídicos, nem os
tipos de polifenóis presentes nos ME. Contudo, açúcares são moléculas que
apresentam várias atividades farmacológicas, portanto pretende-se posteriormente
isolar estes compostos dos ME e avaliar seu potencial farmacológico.
Com relação aos compostos fenólicos, apenas o ME de C. sertularioides
apresentou um valor elevado de compostos fenólicos, os demais extratos
apresentaram concentrações de compostos fenólicos em torno de 20 mg de
equivalentes de ácido gálico/g de extrato, valor este abaixo do encontrado para
extratos metanólicos de outras algas (DEVI et al, 2006). Vários trabalhos mostram o
isolamento e identificação de uma série de compostos polifenólicos de algas;
catequinas, flavonóis e glicosídeos flavonóides já foram descritos emalgas
vermelhase marrons (YOSHIE et al, 2000; YOSHIE-STARK et al, 2003). Outro
trabalho de Santoso e colaboradores em 2004 fez uma caracterização dos
compostos fenólicos existentes em 12 algas da Indonésia e do Japão, e dentre elas
a C. sertularioides. Estes autores mostraram que esta alga sintetiza isômeros de
catequina: galocatequina, epicatequina e catequina galato. Uma análise das
publicações sobre esse assunto indica que há um consenso comum: as classes de
compostos fenólicos e a quantidade de cada um deles nas algas variam entre cada
espécie e para mesma espécie em diferentes localidades. Portanto, pretende-se
futuramente identificar e purificar os principais compostos fenólicos encontrados nas
algas avaliadas nesta dissertação.
De longe, a atividade mais estudada de extratos aquosos ricos em glicídeos
de algas é a atividade anticoagulante. Contudo, como pode ser observado na tabela
III, nenhum dos extratos apresentou esta atividade nas condições testadas. Não há
relatos de estudos que avaliam a atividade anticoagulante de extratos metanólicos
DISCUSSÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
68
de algas, mas para plantas alguns estudos foram feitos. Por exemplo, Zheng et alem
1998 obtiveram triterpernóides (pertencem à classe dos terpenos) do
extratometanólico de Geum japonicum, que mostraram significante
efeitoanticoagulante na via extrínseca da coagulação (ZENG et al., 1998). Neste
mesmo ano Dong et al. (1998) isolaram sete taninos desta planta, destes um tem
efeitoinibitório competitivo diretamente contra a trombina, quatro tiveram
efeitoinibitório não competitivo e os demais não apresentaram
atividadeanticoagulante.
Assim, acredita-se que as moléculas obtidas a partir da metodologia
empregada de extração provavelmente não têm estruturas favoráveis para interagir
com proteínas envolvidas no processo de coagulação e, portanto, não apresentam
atividade anticoagulante ou se tiverem, foram obtidas em baixa concentração o que
impediu a detecção da atividade anticoagulante nos extratos.
Outra atividade que nos últimos anos vem recebendo destaque para
compostos extraídos de algas é a atividade antioxidante.Existem diversos métodos
para a determinação das atividades antioxidantes. A complexidade química dos
extratos, muitas vezes uma mistura de compostos com diferentes grupos funcionais,
polaridade e comportamento químico, pode levar a resultados dispersos,
dependendo do teste utilizado. Portanto, uma abordagem com múltiplos ensaios
para avaliar o potencial antioxidante dos extratos seria mais informativo e até mesmo
necessário.
Dessa forma, o primeiro ensaio a ser realizado foi o de CAT, baseadona
redução de Mo+6 para Mo+5 pelos compostos antioxidantes, e a formação
decomplexos verdes com o molibdênio reduzido. O complexo colorido verde é
bastante estável e não é afetado por vários solventes orgânicos, como o metanol,
que foi utilizado nesta dissertação para extração (ATHUKORALA; KIM; JEON, 2006).
Uma análise dos dados mostra que os ME das Caulerpaceaes apresentaram
um valor de EAA muito próximo. O que parece indicar que os vários representantes
da família Caulerpaceae sintetizam moléculas muito semelhantes no tocante a
capacidade de reduzir o molibdênio. Além disso, todas apresentaram um valor de
EAA maior do que o da outra alga verde analisada neste estudo, a C. isthmocladum.
Não foi possível encontrar outros artigos que avaliassem o CAT de ME de outras
Caulerpaceaes. Contudo, Costa et al., 2010 mostraram que extratos aquosos ricos
DISCUSSÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
69
em polissacarídeos de C. cupressoides, C. prolifera e C sertularioides apresentam
um valor de CAT em torno de 20 mg EAA /g, que são inferior aos valores
observados para ME das mesmas algas. O que indica o potencial destes ME como
potentes fornecedores de compostos antioxidantes de algas.
Os ME das algas vermelhas apresentaram um valor de EAA mais baixo do
que as outras algas. Porém, estes valores foram superiores daqueles observados
para os ME das algas vermelhas Gracilaria edulis e Euchema kappaphycus, cujo os
valores de CAT foram respectivamente 0,31 e 7,2 mg EAA/g (CHANDINI et al., 2008;
GANESAN et al., 2008).
Com relação às algas marrons, as Dictyotaceaes apresentaram melhor
atividade, a exceção foi o ME de S. schröederi. Porém, todos os ME apresentaram
valores de CAT superior a aqueles encontrados na literatura para ME de outras
algas marrons, como Padina tetrastomatica (CAT 0,31 mg EAA/g) (CHANDINI et al.,
2008) e mesmo de extratos aquosos de algas como os dePadina tetrastomatica e
Turbinaria conoides que apresentaram CAT de 9,79 e 9,65 mg EAA/g
respectivamente (KUMAR et al., 2008). Vale salientar que o ME da alga S.
filipendula apresentou um valor de CAT em torno de 15 mg EAA/g, que foi inferior a
aquele obtido como extrato aquoso da mesma alga, que foi em torno de 30 mg
EAA/g (COSTA et al., 2010).
Muitos trabalhos encontraram uma correlação positiva entre compostos
fenólicos de extratos de algas e suas propriedades antioxidantes (JIMENEZ-ESCRIG
et al, 2001; KUDAet al, 2006; GANESANet al, 2008; WANGet al, 2009). Porém há
trabalhos que afirmam não existir correlação entre oteor de fenólicos totais ea
capacidade de seqüestro de radicais livres (YU et al, 2002), por isso é muito
importante analisar a correlaçãoentre o conteúdo de fenólicos totais/ teor de açúcar
e atividade antioxidante das algas estudadas.
Análises do coeficiente de correlação mostraram uma correlação positiva
entre o teor de açúcar do extrato de algas e CAT. A tendência foi considerada forte
em algas marrons (ρ = 0,7876) e moderada para algas verdes (ρ = 0,6285), o que
pode explicar o fato de as algas marrons terem apresentado melhor CAT. Não houve
correlação entre o conteúdo de compostos fenólicos e CAT. Infelizmente essas
análises não puderam ser feitas com as algas vermelhas, pois foram estudados
extratos de somente duas espécies.
DISCUSSÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
70
O teste de CAT avalia o poder de doar elétrons em pH ácido, porém existe
outro teste com a mesma finalidade mas em pH neutro. O teste de poder redutor,
desta forma, pode gerar um resultado diferente do encontrado para o teste de CAT
numa mesma amostra. Como aconteceu nesta dissertação, os ME das algas D.
cilliolata, D. menstrualis e C. proliferativeram sua atividade pronunciada quando
comparada a CAT enquanto que alguns extratos diminuíram sua atividade (figura
16).
Um resultado semelhante foi encontrado para Costa e colaboradores (2010),
que trabalhando com extratos aquosos de onze espécies de algas marinhas
verificou que aquele obtido da alga Gracilaria caudata apresentava maior atividade
no CAT, mostrando um valor quase duas vezes maior a aqueles obtidos com as
demais algas. Entretanto, sua atividade no teste do poder redutor foi menor do que
aquela observada para o extrato de outras sete algas (COSTA et al., 2010).
O índice de correlação de Pearson entre poder redutor e açúcares totais dos
extratos de algas verdes foi de 0,9720, considerado forte, enquanto que para algas
marrons foi considerada fraca (0,3397). Mais uma vez não foi encontrada correlação
entre a atividade dos extratos e seu conteúdo de compostos fenólicos.
Radicais ânions superóxidos atuam como um oxidante, mas sendoaltamente
instáveis, imediatamente são dismutados espontaneamente ouenzimaticamente no
meio intracelular. Embora o superóxido seja umantioxidante de meia-vida
relativamente curta, ele é decomposto na formaextremamente reativa, a espécie
reativa radical hidroxila. Entre as espéciesreativas do oxigênio, o radical hidroxila é o
mais quimicamente reativo. Essesradicais podem, por exemplo, subtrair átomos de
hidrogênio de grupos tióis de moléculas biológicas e formar radicais sulfidrilas, que
são capazes de secombinar com oxigênio para gerar radicais oxisulfidrilas e
danificar moléculasbiológicas (SUDHAKAR; SINGH, 2008).
Infelizmente, os ensaios realizados com ME frente a esses dois radicais não
trouxeram resultados positivos. Porém, esta capacidade pode ser encontrada em
outras algas, como mostra o estudo da atividade sequestradora de radicais hidroxila
do extrato metanólico da alga Gracilaria filicina, este apresentou um resultado de
69% de sequestro, sendo esse 37% maior que BHA e 38% maior que BHT,
antixidantes sintéticos utilizados na indústria alimentícia (Athukorala, Lee, Song, et
al., 2003). O que leva a hipótese de queé possível que existammoléculas nos
DISCUSSÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
71
extratos capazes de seqüestrar o radical hidroxila, mas que seencontram em
pequenas quantidades, e que por isso não tiveram sua atividadedetectada. Espera-
se que no futuro com a aplicação de passos de separação epurificação dos
compostos bioativos encontrados nestes extratos, se possacomprovar ou não esta
hipótese.
Radicais hidroxilas são os radicais livres mais agressivos, no entanto, o
sequestro destes radicaisin vivo não é muito eficaz, pois ele necessita de poucos
milissegundos para reagir com moléculas biológicas, o que torna quase inviável o
combate deste após sua formação pelo organismo (FERREIRA & MATSUBARA,
1997).Outra forma de se combater os males provocados pelo radical hidroxila é
impedir a sua formação e o principal mecanismo que suprime a geração de radicais
hidroxila é através da atividade de quelação de íons, principalmente de ferro, uma
vez que íons de metais de transição também podem reagir com H2O2 gerando o
radical hidroxila (JOMOVA et al., 2010). Além disso, alguns antioxidantes inibem a
interação entre metais de transição e lipídeos pela sua interação com íons de ferro,
por impedimento estérico ou levando a formação de complexos insolúveis (JOMOVA
& VALKO, 2011).Portanto, a atividade quelante de metal éuma propriedade bastante
interessante para um extrato ou composto,pois confere a ele a capacidade de
impedir a formação de EROs e consequentemente o dano oxidativo (KUMAR;
GANESAN; RAO, 2008).
Diversos relatos de extratos de algas com capacidade de quelar íons ferro
são encontrados na literatura (QI et al., 2005, WANG et al., 2008, CAMARA et al.,
2011), indicando que este parece ser um dos principais mecanismos de ação
antioxidante destes biopolímeros.
O excelente resultado apresentado neste trabalho (figura 18) para o ME da
alga verde C. racemosa (quase 100 % a 2,0 mg/mL) foi bastante diferente do
encontrado para mesma alga por Chew e colaboradores em 2008. Utilizando uma
massa de 2,0 mg, a atividade quelante de seus extratos metanólicos não chegou a
10%, o que pode ser explicado pela diferença na metodologia de extração (CHEW et
al., 2008). Chew e colaboradores usaram 50% de metanol para extração enquanto
que nesta dissertação utilizou-se 100% de metanol, o indica que a extração utilizada
neste trabalho favorece a liberação de compostos quelantes das algas. Corrobora
isso o fato de que Chew e colaboradores também trabalharam com extratos
DISCUSSÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
72
metanólicos de K. alvarezii e obtiveram resultados inferiores aos de Kumar e
colaboradores em 2008, que utilizaram um método de extração semelhante ao desta
dissertação (KUMAR; GANESAN; RAO, 2008; CHEW et al., 2008).
O estudo de Kumar em 2008 avaliou extratos obtidos de diferentes solventes
da alga vermelha Kappaphycus alvarezii e encontrou atividade quelante de
aproximadamente 20% para o extrato metanólico a uma concentração de 2,0 mg/mL
(KUMAR; GANESAN; RAO, 2008), resultado semelhante ao encontrado nesta
dissertação com a única alga vermelha analisada neste ensaio, a A. spicifera. Esse
mesmo estudo notou uma resposta dose-dependente, nas concentrações de 0,5 até
5 mg/mL, porém apesar de ter ocorrido um aumento na atividade quelante para o
ME de A. spicifera, esta resposta não pode ser observado para um nível de
significância de p < 0.01.
Nas últimas décadas, polissacarídeos solúveis em água, como
polissacarídeos sulfatados, e muitos compostos fenólicos, como fluorotaninos e
flavonóides, são representativos como substâncias anticâncer extraídos de algas
marinhas (Birt et al., 2001; Anastyuk et al., 2012; Namvar, 2012).
Como polissacarídeos e compostos fenólicos foram identificados no ME das
algas estudadas no presente estudo também se investigou o potencial dos ME em
alterar a viabilidade das células da linhagem tumoral do colo do útero humano
(HeLa). Estas células foram escolhidas porque o câncer cervical é um grave
problema de saúde pública. Em todo o mundo, a cada ano, em torno de 500.000
mulheres adquirem esse tipo de câncer e quase 275.000 destas morrem acometidas
dessa doença (WHO, 2009). Ele também é considerado o segundo tipo mais comum
de câncer entre as mulheres e o tipo mais comum em mulheres de países
subdesenvolvidos e em desenvolvimento (WHO, 2010).
Atividade citotóxica dos extratos analisados nesse estudo, particularmente
MEDC e MEDM, pode ser consideravelmente alta quando comparada a outros
extratos de algas marrons, por exemplo, Laminaria setchellii, Macrocystis integrifolia
e Nereocystis leutkeana que não mostraram mais que 20% de inibição naviabilidade
de células HeLa, até a concentração de 5 mg/mL (YUAN & WALSH, 2006).
As análises dos coeficientes de correlação dos extratos das algas marrons e
verdes mostraram uma relação positiva entre a inibição da viabilidade de células
HeLa e o conteúdo, tanto de açúcar como de polifenóis.Porém, estas correlações
DISCUSSÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
73
variaram entre fraca e moderada. É possível que a inibição da vibilidade celular
observada seja fruto de uma combinação dessas duas classes de compostos que
podem agir em conjunto para otimizar essa atividade (WAGNER & ULRICH-
MERZENICH, 2009).
Alguns relatos mostram que compostos antioxidantes apresentam atividade
citotóxica frente a linhagens tumorais (ATHUKORALA; KIM; JEON, 2006, SUN et al.,
2009, YE et al., 2008). Contudo, os ensaios celulares com os ME não mostraram
qualquer correlação direta com a atividade citotoxica apresentada por esses extratos
(YUAN; WALSH, 2006; YE et al., 2008).
Afim de se avaliar se a atividade citotóxica dos extratos estava relacionada
com capcidade de diminuir a proliferação celular e indução de morte celular, os dois
mais potentes extratos (MEDC e MEDM) foram selecionados para determinação
do(s) seu(s) possível(is) mecanismo(s) de ação frente a linhagem celular tumoral
HeLa. Baseados nos resultados obtidos no ensaio de MTT, as análises posteriores
foram realizadas na concentração de 0.2 mg/mL e no tempo de 24 horas.
O desenvolvimento de compostos que apresentem característica de inibir ou
retardar a proliferação de células tumorais sem afetar células normais do organismo
é um dos grandes desafios atuais na elaboração compostos anticancerígenos não
tóxicos.Diante disso, realizou-se o mesmo ensaio de MTT frente à linhagem de
células fibroblásticas normais (3T3) que se apresenta com um bom modelo para
observação de citotoxicidade em células normais, tendo em vista que outros
trabalhos também a utilizam como referência(PELCZYNSKA et al., 2006;OLIVEIRA
et al., 2008; MELO-SILVEIRA et al., 2012).
A ausência da influência na morte das células 3T3 pelos ME aliado ao fato
que em contrapartida, frente as células tumorais HeLa os ME tiveram boa atividade
mostra que o efeito citotóxico de MEDC e MEDM também é dependente do tipo
celular e o fato de somente células tumorais estarem sendo afetadas pelos extratos
sugere que as substâncias ativas nos extratos afetam receptores específicos de
células tumorais, moléculas de expressão de células cancerosas ou de expressão do
gene que desencadeiam mecanismos que causam a morte de células tumorais.
Corrobora a nossa observação, o fato de que extratos alcoólicos da alga
vermelha Eucheuma cottonii, não apresentaram efeito tóxico em células normais de
rim do macaco verde (Vero), mas foram citotóxicas para células da linhagem de
DISCUSSÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
74
câncer de mama MCF-7 (NAMVAR et al., 2012).
Tendo em vista o efeito citotoxico que MEDC e MEDM exerceram sobre as
células HeLa, pôde-se deduzir que alguma via de morte celular foi ativadapor estes
extratos. E, portanto, outros ensaios foram realizados para que esse processo fosse
mais bem compreendido. A morte celular pode ser classificada de acordo com a
aparência morfológica, critérios enzimológicos, aspectos funcionais ou
características imunológicas celular. A análise da morfologia celular é uma
ferramenta rápida e muito utilizada como uma das formas de diferenciação dos
diferentes tipos de morte celular: apoptose, necrose, autofagia, dentre outros
(KROEMER, 2009; MELINO, 2001).
Os dados obtidos com as análises morfológicas (microscopia de luz e
fluorescência) mostraram várias estruturas características de células, inclusive
nucleares, em apoptose que são comumente descritos pro vários autores
(CUMMINGS ET AL., 1997; DOONAN & COTTER, 2008; FALCIERI ET AL., 1994;
DOONAN & COTTER, 2008). Análises por citometria de fluxo após tratamento das
células HeLa com MEDC e MEDM mostraram dados (aumento de células positivas
para anexina V e aumento de marcações positivas em Sub-G1) que indicam que
estes extratos induzem morte celular por ativar apoptose.
Não há estudos que relatem a inibição da proliferação e indução da apoptose
em células HeLa por extratos metanólicos de algas. Porém, utilizando o alcool etílico
como solvente de extração, Kwon e colaboradores também constataram inibição da
proliferação e indução da apoptose em células HeLa contudo para alga vermelha
Corallina pilulifera (KWON, 2007). E ainda, a confirmação da apoptose foi feita no
estudo de Namvar em 2012 quando analisou a influencia de extratos etanólicos de
outra alga vermelha E. cottonii sobre o crescimento de células de linhagem de
câncer de mama estrogênio-dependente e estrogênio-independente, e que além da
apoptose, a diminuição do estresse oxidativo e regulação negativa da biossintese de
estrogênio endógeno agiam como principais mecanismos de ação in vivo contra o
câncer de mama induzido por LA7 (NAMVAR, 2012).
Um dado adicional que comprovou que extratos induzem apoptose foi a
verificação do aumento da atividade de caspase-3 e de caspase-9 das células HeLa
na presença dos extratos.Em mitocôndrias, caspase-9 é ativada para formar um
complexo com apoptossomo Apaf-1 para a ativação subsequente da caspase-3 e
DISCUSSÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
75
execução da apoptose (WANG et al., 2005). Ou seja, os dados obtidos aqui indicam
fortemente que MEDC e MEDM promovem a morte celular das células HeLa por
induzirem apoptose e que isto acorreu através da via de sinal mitocôndria-
dependente.
Ativação da caspase-9 e caspase-3aparecem como o principal mecanismo
antitumoral de diversos polissacarídeos sulfatados de macroalgas marinhas marrons
(AISA et al., 2005, TERUYA et al., 2007). Contudo, vale salientar que heterofucanas
sulfatadas da alga Sargassum filipendula induziram apoptose me HeLa por
promoveram a liberação do AIF mitocondrial para o citoplasma (fator indutor de
apoptose independente de caspases)(COSTAet al., 2011b). Portanto, outras vias de
indução de morte celular que poderiam servir para que MEDC e MEDM pudessem
exercer seus efeitos não podem ser ainda descartadas.
Com os dados atuais não se pode ainda afirmar quais seriam os
componentes de MEDC e MEDM que estariam envolvidos no processo de indução
de morte, nem o mecanismo completo pelo qual estes compostos estariam fazendo
isto, espera-se que com o continuar das pesquisas estes questões possam ser
respondidas.
Os estudos do efeito de MEDC e MEDM sobre o ciclo celular mostraram que
houve um aumento significativo nas populações de Sub-G1 para os tratamentos com
ambos os extratos, o que é outro indicativo os extratos promovem morte celular por
induzirem apoptose das células HeLa. Observou-se, também que extratos,
principalmente MEDC, promovem um aumento de células na fase S. A fase S faz
parte do ciclo de divisão celular e representa o período em que as células replicam o
seu DNA. Se a replicação de DNA é bloqueada por inibidores ou se o modelo de
replicação é danificado por alguns fatores, os sinais são gerados e podem induzir a
parada do ciclo celular ou apoptose (Du et al., 2011). Portanto, sugere-se que o
efeito inibitório do crescimento das células Hela pelos extratosfoi também resultado
de um bloqueio do ciclo celular durante esta fase S.
Em síntese, as células expostas a MEDM e MEDC exibem as alterações
morfológicas e bioquímicas, como mostrado pela perda de viabilidade celular
(Figura20 e 21), condensação da cromatina (Figura22), externalização de
fosfatidilserina (Figura23), acumulo de fragmentos de células na fase sub-G1 (Figura
24), e ativação das caspases 3 e 9 (Figura 25). Estes dados em conjunto levam a se
DISCUSSÃO
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
76
propor que o efeito antiproliferativo de MEDM e MEDC é devido principalmente a
capacidade destes induzirem apoptose celular dependente de caspases. Todavia,
observou-se um acúmulo das células tratadas pelos extratos na fase S, o que indica
que outros mecanismos de morte celular podem também ser ativados por esses
extratos.
CONCLUSÕES
Dayanne Lopes Gomes Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
77
6. CONCLUSÕES
Os extratos metanólicos foram obtidos de treze macroalgas marinhas das três
diferentes classes podendo ser observado seus potenciais anticoagulante,
antioxidante e/ou antiproliferativo em diferentes níveis de atividades;
Em geral, os ME são ricos em açúcares e compostos fenólicos e esses em
alguns casos estão intimamente relacionados com a presença de atividades
biológicas avaliadas nesse trabalho;
Nenhum dos ME apresentou atividade anticoagulante para os testes de PT e
aPTT;
Todos os extratos apresentaram atividade para três dos cinco diferentes
ensaios antioxidantes, entretanto, a quelação férrica aparece como o principal
mecanismo de ação antioxidante;
Todos os ME mostraram potencial antiproliferativo frente a linhagem celular
tumoral de cólon uterino (HeLa), com destaque para MEDC e MEDM;
Os MEDC e MEDM não afetaram a proliferação celular de células
fibroblásticas normais (3T3);
MEDC e MEDM induzem a apoptose em células HeLa através da ativação
das caspases 3 e 9 e ainda, MEDC induz a parada do ciclo celular na fase S;
Juntos, esses resultados mostraram que os extratos metanólicos de algas
marrom D. mentrualis e D. cilliolata podem conter agentes com potencial utilização
no combate de células de adenocarcinoma uterino humano. O presente estudo
também aponta para a necessidade de investigação mais aprofundadas no âmbito
fitoquímico e biológico para que se possa purificar produtos biologicamente ativos
desses extratos. Como continuação deste trabalho pretende-se isolar e purificar os
compostos ativos e elucidar melhor seus mecanismos de ação.
REFERÊNCIAS
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