biomas brasileiros

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Biomas brasileiros: Parte 4 - Cerrado Envie por email Imprima Objetivos Identificar e compreender a distribuição e a configuração natural do cerrado brasileiro, incluindo suas formações abertas, florestas e ecossistemas associados. Relacionar coberturas vegetais, fauna, clima, relevo, solos e recursos hídricos do bioma. Correlacionar distribuição e biodiversidade do bioma. Identificar e avaliar processos de expansão agrícola, industrialização, urbanização e construção de sistemas viários e seus efeitos no bioma. Reconhecer e analisar unidades e políticas de conservação e usos sustentáveis do bioma. Conteúdos Bioma Cerrado: caracterização, configuração natural, usos, riscos e ameaças; Biodiversidade; Populações tradicionais e diversidade cultural; Agropecuária moderna e produção do espaço nos cerrados; Matas ciliares; Bacias hidrográficas e recursos hídricos; Unidades de conservação; Pesquisa, coleta, seleção e organização de dados, textos e imagens; Leitura e interpretação de mapas em diferentes escalas. Anos 6º ao 9º Tempo estimado Quatro aulas Introdução Esta é a quarta sequência didática de uma série de oito propostas

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Biomas brasileiros: Parte 4 - Cerrado

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ObjetivosIdentificar e compreender a distribuição e a configuração natural do cerrado brasileiro, incluindo suas formações abertas, florestas e ecossistemas associados. Relacionar coberturas vegetais, fauna, clima, relevo, solos e recursos hídricos do bioma. Correlacionar distribuição e biodiversidade do bioma. Identificar e avaliar processos de expansão agrícola, industrialização, urbanização e construção de sistemas viários e seus efeitos no bioma.Reconhecer e analisar unidades e políticas de conservação e usos sustentáveis do bioma. 

Conteúdos Bioma Cerrado: caracterização, configuração natural, usos, riscos e ameaças; Biodiversidade; Populações tradicionais e diversidade cultural; Agropecuária moderna e produção do espaço nos cerrados; Matas ciliares; Bacias hidrográficas e recursos hídricos; Unidades de conservação;Pesquisa, coleta, seleção e organização de dados, textos e imagens; Leitura e interpretação de mapas em diferentes escalas.

Anos6º ao 9º

Tempo estimado Quatro aulas

Introdução Esta é a quarta sequência didática de uma série de oito propostas sobre os biomas brasileiros para Ensino Fundamental II. A primeira delas teve como objetivo fazer com os alunos um mapeamento dos biomas brasileiros, acompanhado de discussões sobre as classificações das unidades naturais presentes no território brasileiro. A segunda trouxe o detalhamento do bioma Amazônia e a terceira destaca as matas atlânticas brasileiras. (Confira as demais sequências da série ao lado).

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Nesta sequência, vamos discutir a configuração natural dos cerrados, reconhecendo sua distribuição bem como as interações entre formas de vida e meio físico. Apesar de ser o segundo maior bioma do país - só perde em extensão para a Amazônia - e possuir rica biodiversidade e elevado endemismo de espécies de plantas, está sob séria ameaça diante da expansão da agropecuária moderna e virtuais desdobramentos. Convide a garotada a saber mais sobre a grande savana brasileira.

Texto de apoio ao professor - Cerrado

Os cerrados estão localizados basicamente no Planalto Central do Brasil. Configurando o que Aziz Ab´Saber denominou como domínio morfoclimático, eles correspondem à extensão de chapadões tropicais com cerrados e matas-galeria. Há também fragmentos de cerrado em Roraima, Amapá, Amazonas, Minas Gerais, em estados do Nordeste e no sul-sudeste do Brasil. Em sua origem, o bioma recobria cerca de 2,1 milhões de quilômetros quadrados, ou 23% da área total do território nacional.

Face às condições climáticas - clima tropical típico com estações bem definidas, seca de abril a setembro, e chuva de outubro a março, e temperaturas médias em torno de 25º C, podendo chegar a máximas de 40ºC no alto verão - e aos tipos de solo - em muitos casos, ácidos, arenosos, com deficiência de nutrientes e ricos em ferro e alumínio -, o bioma apresenta grande diversidade de coberturas vegetais. Entre elas estão formações abertas como os campos "limpos" e "sujos", com predomínio de arbustos e vegetação rasteira; os campos rupestres, em topos de serras e chapadas acima dos 900 metros de altitude; o cerradão, com florestas associadas a solos profundos de média a baixa fertilidade; e as matas de galeria, que acompanham o curso dos rios e córregos.

São 12 mil espécies de plantas já identificadas, sendo que cerca de 4.400 são endêmicas - exclusivas da área - com variedade de flores e frutos ainda desconhecidos pela maioria da população brasileira. Além do pequi e do buriti, que já romperam fronteiras, encontra-se ali ingá, pitomba, mangaba, baru, cagaitá, entre outros. Há numerosas espécies de borboletas - mais de mil já catalogadas -, mamíferos - lobo-guará, veados, tatus, onças etc - e aves como emas, seriemas e papagaios. Entre as espécies vegetais estão o barbatimão, a gabiroba, o araçá, a sucupira, a indaiá, as sempre-vivas etc. Muitas delas estão adaptadas a buscar água em lençóis freáticos profundos. Daí a imagem de que o cerrado é uma "floresta de cabeça para baixo".

O bioma é, também, recortado por rios das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul: Tocantins-Araguaia, que abastece a bacia amazônica; São Francisco; e Prata, com sub-bacias como as do Paraná e do Paraguai.

Apesar de sua rica biodiversidade e seu papel como importante produtor de água, os Cerrados não têm o mesmo prestígio da Amazônia e das Matas Atlânticas. As coberturas de árvores com galhos retorcidos e folhas e cascas grossas, relativamente esparsas entre a vegetação rala e rasteira, foram marcadas ao longo do tempo de forma negativa, como um ambiente hostil a ser ocupado e

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transformado.

Desse modo, quase 800 mil quilômetros quadrados do bioma já foram devastados, em especial pelo avanço da agropecuária moderna, queimadas, corte de árvores, abertura de estradas e surgimento ou expansão de cidades. Apenas 3% do cerrado encontra-se em áreas protegidas. O bioma não figura na Constituição Federal como patrimônio ambiental brasileiro - como ocorre com Amazônia, Matas Atlânticas, Pantanal e Zona Costeira. A diversidade cultural do país também está ameaçada, já que a região abriga diversas reservas indígenas e comunidades de remanescentes de quilombolas, entre elas a dos Calunga (nordeste de Goiás), com mais de mil famílias. (Para saber mais, leia as reportagens Delícias do cerrado, Esqueceram o desmate do cerrado e Cerrado paulista, disponíveis no site do Planeta Sustentável).

 

Desenvolvimento 

1ª e 2ª aulas

Proponha que os estudantes examinem os mapas a seguir com a cobertura vegetal original do cerrado e as áreas remanescentes, que resistiram à devastação.

 

MAPA 1 - Cerrado: Cobertura original

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Fonte: National Geographic Brasil, out. 2008, p. 63

 

MAPA 2 - Cerrado: Retração da vegetação nativa

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Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2004, p. 110.

 Peça que observem as mudanças na distribuição do cerrado no Planalto Central e em outras áreas do país. Converse com a turma sobre as principais características naturais, econômico-sociais e culturais da região (utilize o texto-base como referência). Se necessário, apresente imagens e outros documentos para a classe.

Em seguida, proponha que se dividam em grupos para pesquisar as principais características do bioma. Cada grupo deve escolher um dos subtemas abaixo:

- Diversidade de coberturas vegetais no cerrado;- Cerrado brasileiro, um berço das águas;- Expansão da agropecuária moderna no cerrado;- Como vivem os povos indígenas dos cerrados;- Como vivem os remanescentes de quilombolas no cerrado;- Preservação: os Parques nacionais das chapadas dos Guimarães e dos Veadeiros.

Explique à moçada que o levantamento servirá de base para seminários e uma discussão oral sobre o tema geral "O que o Brasil perde sem o cerrado: desafios da

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preservação", que serão organizados nas aulas seguintes.

3ª aulaAuxilie os grupos na organização dos resultados das pesquisas e na preparação dos seminários. Os estudantes devem incluir nos trabalhos mapas, fotografias e outros materiais iconográficos. Peça, também, que selecionem as informações principais, preparem algumas anotações, e ensaiem o que vão dizer aos colegas.

Para tornar o trabalho mais rico, forneça informações adicionais. Explique à moçada que a ocupação efetiva do bioma começou a ocorrer na década de 1960. Com o estabelecimento do regime militar, sucessivos governos promoveram a abertura de estradas e deram incentivos à expansão de culturas como soja, arroz e trigo (e, hoje, a cana), e criação de aves e gado bovino. A expansão foi possibilitada pela correção de solos e o desenvolvimento de novas espécies de sementes, adaptadas às condições locais, com forte participação da Embrapa. O estado de Mato Grosso é hoje o maior produtor nacional de soja e a região Centro-Oeste se destaca na criação de gado bovino.

Comente, também, que os desmatamentos, as queimadas e o uso de produtos químicos na agricultura tornaram-se um problema a ser enfrentado no cerrado brasileiro. Segundo muitos especialistas, a região, que se tornou um celeiro agrícola e vem passando por rápido processo de modernização e urbanização, pode estar perdendo sua maior riqueza: a disponibilidade de água e de solos produtivos. Voçorocas (grandes buracos formados pela erosão causada pela chuva e por intempéries em solos de vegetação escassa), contaminação de cursos d’água e assoreamento tornaram-se comuns recentemente e são um alerta importante.

Por fim, explique que o forte debate dos últimos anos levou a uma maior fiscalização da devastação e fez com que fossem considerados usos mais sustentáveis do bioma, como o ecoturismo (parques e chapadas, região pantaneira, Jalapão etc), coleta e processamento de produtos da biodiversidade do cerrado, melhor gestão dos recursos hídricos, economia da preservação, entre outros.

4ª aulaReserve a última aula para a apresentação dos seminários. Peça que os grupos apresentem os resultados de suas pesquisas para o restante da turma. Em seguida, promova uma discussão coletiva em que os estudantes discutam suas conclusões e considerações sobre o tema principal. Ao final dos debates, elabore com a moçada um quadro-síntese com os principais pontos e encomende uma dissertação individual sobre o tema.

AvaliaçãoLeve em conta a participação de cada estudante nas tarefas individuais e coletivas. Verifique também o domínio de conceitos, processos e habilidades em jogo. Avalie a pertinência das colocações em termos de propostas e alternativas de uso do bioma cerrado e examine a organização e clareza dos textos e da exposição oral. Se necessário, crie uma ficha de registros de atividades para facilitar a avaliação final. Reserve um tempo para que a turma avalie a experiência.

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Quer saber mais?

BibliografiaINSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. Almanaque Brasil Socioambiental. São Paulo: ISA, 2004.NOVAES, Washington. Cerrado: um drama em silêncio. National Geographic Brasil, n. 103, out. 2008, p. 54-67. Disponível em: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/conteudo_393576.shtmlTHÉRY, Hervé; MELLO, Neli. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2005.

InternetConservação Internacional. CerradoIBAMA. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais RenováveisMinistério do Meio Ambiente. Cerrado: áreas prioritárias para a conservação

 

Biomas Brasileiros

Definição

Podemos definir bioma como um conjunto de ecossistemas que funcionam de forma estável. Um bioma é caracterizado por um tipo principal de vegetação (num mesmo bioma podem existir diversos tipos de vegetação). Os seres vivos de um bioma vivem de forma adaptada as condições da natureza (vegetação, chuva, umidade, calor, etc) existentes. Os biomas brasileiros caracterizam-se, no geral, por uma grande diversidade de animais e vegetais (biodiversidade).

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-  Biomas Litorâneos – com um litoral muito extenso, o

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Brasil possui diversos tipos de biomas nestas áreas. Na região Norte destacam-se as matas de várzea e os mangues no litoral Amazônico. No Nordeste, há a presença de restingas, falésias e mangues. No Sudeste destacam-se a vegetação de mata Atlântica e também os mangues, embora em pouca quantidade. Já no sul do país, temos os costões rochosos e manguezais.

 

 

-  Caatinga – presente na região do sertão nordestino (clima semi-árido), caracteriza-se por uma vegetação de arbustos de porte médio, secos e com galhos retorcidos. Há também a presença de ervas e cactos.

-  Campos – presente em algumas áreas da região Norte (Amazonas, Pará e Roraima) e também no Rio Grande do Sul. A vegetação dos campos caracteriza-se pela presença de pequenos arbustos, gramíneas e herbáceas.

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-  Cerrado – este bioma é encontrado nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins. Com uma rica biodiversidade, caracteriza-se pela presença de gramíneas, arbustos e árvores retorcidas. As plantas possuem longas raízes para retirar água e nutrientes em profundidades maiores.

-  Floresta Amazônica – é considerada a maior floresta tropical do mundo com uma rica biodiversidade. Está presente na região norte (Amazonas, Roraima, Acre, Rondônia, Amapá, Maranhão e Tocantins). É o habitat de milhares de espécies vegetais e animais. Caracteriza-se pela presença de árvores de grande porte, situadas bem próximas umas das outras (floresta fechada). Como o clima na região é quente e úmido, as árvores possuem folhas grandes e largas.

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(Foto de LeoFFreitas) http://www.flickr.com/photos/leoffreitas/332360959 

 

-  Mata dos Pinhais – também conhecida como Mata de Araucárias, em função da grande presença da Araucária angustifolia neste bioma. Presente no sul do Brasil, caracteriza-se pela presença de pinheiros, em grande quantidade (floresta fechada). O clima característico é o subtropical.

-  Mata Atlântica – neste bioma há a presença de diversos ecossistemas. No passado, ocupou quase toda região litorânea brasileira. Com o desmatamento, foi perdendo terreno e hoje ocupa somente 7% da área original. Rica biodiversidade, com presença de diversas espécies animais e vegetais. A floresta é fechada com presença de árvores de porte médio e alto.

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-  Mata de Cocais – presente, principalmente, na região norte dos estados do Maranhão, Tocantins e Piauí. Por se tratar de um bioma de transição, apresenta características da Floresta Amazônica, Cerrado e da Caatinga. Presença de palmeiras com folhas grandes e finas. As árvores mais comuns são: carnaúba, babaçu e buriti.

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-  Pantanal – este bioma está presente nos estados de Mato-Grosso e Mato-Grosso do Sul. Algumas regiões do pantanal sofrem alagamentos durante os períodos de chuvas. Presença de gramíneas, arbustos e palmeiras. Nas regiões que sofrem inundação, há presença de árvores de floresta tropical.

 

 Fonte: suapesquisa

 

Plano de Aula - Os Biomas Brasileiros

      

Estrutura Curricular

*Modalidade: Ensino Fundamental 6º ano ao 9º ano

* Componente Curricular : Ciências Humanas

*Tema: Biomas Brasileiros

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*Dados da Aula: O objetivo da aula é identificar as características dos biomas brasileiros e avaliar a importância da preservação de sua biodiversidade.Ler e interpretar informações em diferentes representações cartográficas.

* Duração das atividades : 4 aulas .

*Recursos da aula: computadores (laboratório de Informática), datashow, mapas.

1º Momento da aula:

         Faça uma pequena discussão sobre o assunto. Pergunte aos alunos o que eles sabem sobre Biomas. É uma forma de saber os conhecimentos que eles possuem sobre o assunto. Peça que descrevam os aspectos naturais (tipos de vegetações, características do solo, fauna associada, aspectos climáticos, relevo e hidrografia) do local em que vivem e digam como se inserem no quadro nacional.

         O passo seguinte é entender os conceitos de biomas e aprender quais os ecossistemas presentes no território brasileiro. A partir daí, a turma poderá relacionar as informações de sala de aula  e entender como o local em que vivem se insere na Geografia Nacional. Para saber mais, assista o vídeo abaixo sobre “Biomas Brasileiros”.

       

   Em seguida apresentar o slide abaixo ( slide nº 7 até o nº 30) e explicar as características e a localização de cada bioma.

http://www.slideboom.com/presentations/169273/Biomas-Brasileiros

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Peça os alunos observarem o mapa e o quadro abaixo.

     

             Mapa de Biomas do Brasil. Fonte: IBGE - Ministério do Meio Ambiente, 2004

http://www.artelinke.com/site/index.php?option=com_content&view=article&id=56:cartilha&catid=1:livros&Itemid=2

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RORAIMAESTADOS

 

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Roraima é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está situado na Região Norte do país, sendo seu estado mais setentrional, e tem como limites a Venezuela (ao norte e noroeste), Guiana (leste), Pará (sudeste) e Amazonas (sudeste e oeste). Ocupa uma área de 224.298,980 km2, pouco menor que a Romênia.

Seu nome, que deriva do idioma indígena local chamado taurepang, significa serra verde ou monte verde. A palavra é formada pela junção de 'roro' ou 'rora' (verde) com 'imã' (serra ou monte).

HISTÓRIA

As primeiras expedições portuguesas na região remontam ao início da década de 1660, em busca de drogas do sertão, metais e pedras preciosas, e de indígenas para o apresamento. Entre estas, destaca-se a do Capitão Francisco Ferreira, que penetrou o vale do rio Branco (1718). A partir de 1725, missionários Carmelitas iniciaram a tarefa de conversão do indígena na região.

A criação da Capitania Real de São José do Rio Negro, pela Carta-régia de 3 de março de 1755, foi fruto da preocupação da Coroa portuguesa com as fronteiras do rio Negro e do rio Branco, a primeira ameaçada pelos espanhóis do Vice-reino do Peru, e a segunda pelas expedições de neerlandeses do Suriname, com fins de comércio e de apresamento de indígenas.

A medida foi ainda grandemente influenciada pelas demarcações previstas pelo Tratado de Madrid (1750): com a criação de uma nova unidade administrativa na região, pretendia-se implementar, na prática, a colonização do alto rio Negro, criando-se a infra-estrutura necessária ao encontro e aos trabalhos das comissões de demarcação portuguesa e espanhola, encontro esse que jamais ocorreu, tendo forças portuguesas ocupado nesse ínterim, provisoriamente, o curso do baixo rio Branco, efetuando plantações de mandioca e de outros víveres, para o aprovisionamento da Comissão.

Com o estabelecimento do Forte de São Joaquim do rio Branco a partir de 1775, diversos aldeamentos de indígenas convertidos

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foram estabelecidos para o seu serviço, entre os quais a povoação de Nossa Senhora do Carmo, fundada por religiosos Carmelitas. Durante o Brasil Império (1822-1889), esta foi elevada a vila e sede de freguesia com o nome de Boa Vista (1858). Com a proclamação da República (1889), a freguesia foi transformada no município de Boa Vista do Rio Branco (1890), integrante do Estado do Amazonas.

A pretensão britânica a alguns rios formadores do rio Branco (afluente do rio Amazonas), conduziu à chamada Questão do Pirara (1904). Submetida à arbitragem do rei Vítor Emanuel III da Itália, a região em litígio foi repartida entre ambas as partes, garantindo à Guiana inglesa uma saída fluvial para o Amazonas, e perdendo o Brasil a região oriental do Pirara.

A região foi desmembrada do Estado do Amazonas pelo Decreto-lei nr. 5.812, de 13 de setembro de 1943, que criou o Território Federal do Rio Branco, mais tarde denominado como Território Federal de Roraima (1962), e elevada a Estado pela Constituição brasileira de 1988.

Se a colonização da região foi incentivada em fins do século XIX com o estabelecimento de Fazendas Nacionais, um século mais tarde os garimpos de ouro e diamantes atraíram levas migratórias de diversas regiões do país. Esta imigração e exploração desordenadas ocasionaram muitos conflitos e mortes por doenças e assassinatos, sobretudo nas populações indígenas. Apoiados por políticos locais, os garimpeiros foram substituídos pela exploração agrícola em grande escala (agronegócio) em terras indígenas, gerando novos conflitos ao final do século XX.

Atualmente, quase todas as reservas indígenas do estado encontram-se homologadas.

ECONOMIA

A economia do estado se baseia na agricultura, na pecuária e no extrativismo (madeira, ouro, diamantes, cassiterita).

O estado de Roraima tem o menor PIB do Brasil (27º colocação), o que pode ser parcialmente explicado pelo fato de que 70% de sua área foi demarcada como território indígena ou ficam

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localizados em áreas de preservação ambiental. Apesar disso teve, entre 1991 e 2000, o maior crescimento de todo o país.

GEOGRAFIA

Roraima possui 1922 quilômetros de fronteiras. O relevo é bastante variado; junto às fronteiras da Venezuela e da Guiana ficam as serras de Parima e de Pacaraima, onde se encontra o monte Roraima, com 2 875 metros de altitude.

Como estado mais ao norte do Brasil, seus pontos no extremo norte são o rio Uailã e o Monte Caburaí.

RelevoO relevo predominante é plano e com leves ondulações. Seu quadro morfológico é composto pelo:

Planalto onduladoEscarpamentos setentrionaisEsses relevos são parte do planalto das Guianas, que segue pelo norte da planície amazônica.

O seu planalto ondulado é num grande pediplano, composto por maciços e picos isolados e dispersos.

Os escarpamentos setentrionais formam a borda de um planalto mais alto, estendendo-se especialmente sobre a Guiana e a Venezuela. Alguns exemplos são as serras Parima e Pacaraima e monte Roraima.

AltitudeAproximadamente 60% de sua superfície encontra-se abaixo de 200m; outros 25% da área total entre 200m e 300m; ainda há 14%, que estão entre 300 e 900m; e o restante (1%) está acima de 900m.

HidrografiaVer artigo principal: Lista de rios de Roraima

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O Rio Branco é o maior e mais importante rio da região.A hidrografia do estado de Roraima faz parte da bacia do rio Amazonas e baseia-se basicamente na sub-bacia do rio Branco (45.530 km²). Este rio é um dos rios afluentes do rio Negro.

Principais afluentes do rio Branco:

Rio Água Boa do UniviníRio AjaraniRio Catrimari - (17.269 km²) ou CatrimaniRio CauaméRio Mucajaí - (21.602 km²)Rio XeruiniAlém destes rios, destaque para:

Rio Anauá - (25.151 km²)Rio Tacutú - (42.904 km²)Rio Uraricoera - (52.184km²)

ClimaSeu clima é equatorial nas regiões Norte, Sul e Oeste, e tropical no Leste.

A parte oriental do estado é marcada por climas quente e úmido com uma estação seca não muito pronunciada (Am, de Köppen). Sua temperatura média anual é de aproximadamente 27°C e 2.000mm de pluviosidade anual.

Já a parte ocidental, é marcada por um clima quente subúmido com uma estação seca bem marcada (Aw), suas temperaturas são elevadas e sua pluviosidade é mais baixa que no oriente, com 1.500mm/ano.

VegetaçãoA vegetação predominante no estado é a de floresta tropical (revestindo aproximadamente 72% da área total), recobrindo especialmente as porções meridional e ocidental.

Campos e cerrados, conhecidos regionalmente como "lavrados", correspondem aos 28% restantes, revestindo as áreas

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setentrionais e orientais do estado.

Unidades de conservaçãoEm Roraima o IBAMA administra 8 unidades de conservação: 3 parques nacionais, 3 estações ecológicas e 2 florestas nacionais, totalizando 15.539,93 km², ou 6,9975% dos 224.298,980 km² (IBGE) da área territorial do Estado.

Parque Nacional do Monte Roraima - Decreto de criação: 97.887/1989. Área: 116.000 ha. Localizado no município de Uiramutã. Recentemente esse parque perdeu um pouco da sua área devido a homologação da Reserva Índigena Raposa Serra do Sol.Parque Nacional do Viruá - Decreto de criação: s/n/1998. Área: 227.011 ha. Localizado no município de Caracaraí.Parque Nacional Serra da Mocidade - Decreto de criação: s/n/1998. Área: 350.960 ha. Localizado no município de Caracaraí.Estação Ecológica de Maracá - Decreto de criação: 86.061/1981. Área: 101.312 ha. Localizada no município de Amajari.Estação Ecológica de Cacararaí - Decreto de criação: 87.222/1982. Área: 80.560 ha. Localizada no município de Caracaraí.Estação Ecológica do Niquiá - Decreto de criação: 91.306/1985. Área: 286.600 ha. Localizada no município de Caracaraí.Floresta Nacional de Roraima - Decreto de criação: 97.545/1989. Área: 132.000 ha. Localizada nos municípios de Mucajaí e Alto Alegre.Floresta Nacional do Anauá - Decreto de criação: 18 de Fevereiro de 2005. Área: 259.550 ha. Localizada no município de Rorainópolis.

TURISMO

Roraima tem um grande potencial turístico, em especial no ecoturismo.

Arqueólogos de todo o mundo têm forte interesse na Pedra Pintada que é o mais importante sítio de tal ciência do estado, nela há inscrições de civilizações milenares que atraem a curiosidade de turistas e arqueólogos.

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A parte melhor escalável do Monte Roraima fica na Venezuela. A parte de Roraima (que possui apenas 10% do monte) só pôde ser escalada em 1991 pelo trio de alpinistas brasileiros composto por Julio César de Mello Santos, Felipe Garcia Amoedo, Andre Torres Amoedo. Para realizar proeza de tal magnitude foram necessários 5 dias de escalada.

O explorador botânico inglês Everd Thurm descreveu sua passagem pelo Monte Roraima (em 1884) com as seguintes frases: "[O monte] Roraima é caracterizado por um extraordinário número de plantas, quase todas com desusada beleza, de estranha forma e talvez com ambas peculiaridades. Como a flora, também a fauna, embora igualmente peculiar, parece ser, no entanto, sem contestação, menos abundante. Roraima ergue-se, numa verdadeira terra maravilhosa cheia de coisas raras, belas e estranhas."

CONHEÇA A CULINÁRIA RORAIMENSE

  

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Cartilha TURMA DO LAVRADO (2005)

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ResenhaNo livro " A flor do tepui" os personagens habitantes do lavrado amazônico de Roraima já se revelaram com

seu potencial para falar sobre ecologia,

preservação do meio-ambiente. O tamanduá Tatá, habitante do lavrado, com a bruxinha Mapinpum, prima do Mapinguari,

e o professor Jabu e seus amigos são os heróis na luta contra os vilões destruidores.

A cartilha da turma do lavrado foi solicitada numa primeira edição que tratasse e educasse contra três problemas  ambientais:

queimadas nos campos e quintais, lixo nas praias, e inadequada remoção das matas ciliares.

Foram distribuídos 9.000 exemplares nas escolas municipais de ensino fundamental,

além de dramatização e brincadeiras lúdicas na aplicação da mesma pela equipe de Educação Ambiental de Boa Vista.

edição esgotada

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