biogeografia 9

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Domínio das terras baixas florestadas da Amazônia Localização: Ultrapassa as fronteiras do Brasil, abrangendo terras da Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Suriname e Guina Francesa. No Brasil abrange os estados do Pará, Amazônia, Acre, Rondônia, Roraima e Amapá. Aproximadamente 58% do território brasileiro encontra- se nesse bioma.

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Domínio das terras baixas florestadas da Amazônia

Localização:•Ultrapassa as fronteiras do Brasil, abrangendo terras da Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Suriname e Guina Francesa.• No Brasil abrange os estados do Pará, Amazônia, Acre, Rondônia, Roraima e Amapá. •Aproximadamente 58% do território brasileiro encontra-se nesse bioma.

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Clima•Equatorial úmido e quente (Af=sem estação seca) e Am (curta estação seca ou menos chuvosa)•Temperatura média= 25o

•Pluviosidade entre 2000 a 4000 mm/ano•Pequena amplitude térmica (diária, mensal ou anual)•Predomínio de chuvas convectivas, típica da zona de convergência intertropical•Fenômeno de friagem que ocorre geralmente no inverno, devido o relevo da América do Sul e a época fria com massa de ar polar forte.•A chuva é responsável pela manutenção do ecossistema do domínio.

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Relevo•Nas extremidades norte e Sul do domínio ocorre a presença de planaltos sobre rochas cristalinas antiga (planalto das Guianas e Central)•No interior ocorrem os baixos planaltos sedimentares•Nos eixos de drenagem ocorrem planícies resultantes de sedimentação recente

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Solo•Predomínio de solos profundo, pobres em nutrientes e extremamente lixiviados nas áreas de “terra firme”, são solos ácidos e arenosos•Apenas nas planícies de inundação ou várzea é que os solos são ricos em nutrientes e matéria orgânica, são os chamados aluvião

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Vegetação•Fisionomia bastante uniforme devido ao estrato arbóreo denso•Grande diversidade de espécies arbóreas, troncos retos e altos com galhos apenas nas partes mais altas•Fisionomia homogênea com dossel contínuo;•Raízes radiais na superfície do solo, folhas grandes e sempre verdes, com grande presença de cipós (lianas), epífitas, samambaiais e palmeiras.•Devido ao ambiente sombrio há pouca vegetação arbustiva, com exceção para margens dos rios, onde há penetração de luz.

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Principais Tipos de Florestas:•Mata de terra firme: ocorre nos planaltos baixos, em áreas não inundáveis e correspondem as maiores áreas do bioma; é uma floresta densa cujo dossel retém cerca de 95% da luz solar; as árvores altas tingem 60m de altura, sempre verdes, troncos retilíneos e grossos, sendo o seu interior sombrio, mal ventilado e úmido, com grande diversidade de espécies arbóreas (Castanha do Pará, Seringueira, Palmeiras, etc)

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•Mata de Várzea: ocorre em solos periodicamente inundados nas margens dos grandes rios, sobre os solos mais férteis do bioma. Podem ser devidas em: Várzea baixa (presença de solos hidromórficos, são parecidos com matas de igapó) e várzea alta (parecida com mata de terra firme)

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•Mata de Igapó: ocorre nos terrenos baixos, onde os pequenos cursos d’água (igapós ou igarapés) atingem as raízes das árvores, que são de menor porte (20m), com muitos arbustos de ramificação densa e uma cobertura rala de gramíneas e ervas (Ex. orquídeas e bromeliáceas)

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•Presença de manchas de outras formações vegetais como cerrado (mancha por toda floresta), campos limpos ou campinaranas (falsa campina encontrada em solos mais férteis = vegetação herbácea) e mangues (vegetação costeira, mais ou menos densa e uniforme, devido a ocorrência de diferentes ambientes abióticos.

Cerrados Roraima

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Fauna•Grande diversidade de animais que estabelecem uma relação de mutualismo com a vegetação, que contribuem para manter o equilíbrio da floresta.

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Ação antrópica•Desmatamentos de amplas áreas para exploração da madeira e expansão da atividade pecuária, através de práticas rudimentares•Poluição a assoreamento de rios devido à atividade dos garimpos•Ameaça a biodiversidade, devido a sua exploração inadequada•Empobrecimento dos solos•Construção de hidrelétricas, que causa a morte da fauna e da flora e também o deslocamento de vários animais.•Conflitos fundiários, devido à falta de demarcação em reservas indígenas e apropriação de terras devolutas.•Exploração mineral em reservas indígenas

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Resposta de Cristóvão Buarque sobre Resposta de Cristóvão Buarque sobre internacionalização da Amazômiainternacionalização da Amazômia

Fui questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia, durante um debate, nos Estados Unidos. O jovem introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro. Foi a primeira vez que um debatedor determinou a ótica humanista como o ponto de partida para uma resposta minha. De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia.

Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Respondi que, como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, podia imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.

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Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia é para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Os ricos do mundo, no direito de queimar esse imenso patrimônio da humanidade.

Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.

Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

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Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar que esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, possa ser manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.

Durante o encontro em que recebi a pergunta, as Nações Unidas reuniam o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu disse que Nova York, como sede das Nações Unidas, deveria ser internacionalizada.

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Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro. Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de ir à escola.

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Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar; que morram quando deveriam viver.

Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa.