bioensaio de toxicidade de amostras hídricas em 3 pontos do rio

2
BIOENSAIO DE TOXICIDADE DE AMOSTRAS HÍDRICAS EM 3 PONTOS DO RIO PARÁ COM SEMENTES DE ALFACE VALERIANO, Filipe Rodrigues 1 ; LACERDA, Guilherme Araújo 2 ; DIAS, Célio Gontijo 3 1 Acadêmico de Agronomia (FUNEDI/UEMG – Pitangui) 2 Professor Doutor em Agronomia/Fisiologia Vegetal (FUNEDI/UNIFENAS/FUNORTE) 3 Acadêmico de Agronomia (FUNEDI/UEMG – Pitangui) 1. INTRODUÇÃO O Rio Pará é um rio brasileiro que banha o estado de Minas Gerais. Nasce na Serra das Vertentes, próximo ao povoado de Hidelbrando, no município de Resende Costa. A bacia do rio Pará é uma das mais importantes da bacia do Rio São Francisco, de regime tropical austral, abrangendo 38 municípios, com uma área de 234.347 km². Quase a metade dos municípios da bacia tem uma população menor que 10 mil habitantes, dos quais apenas nove apresentam uma taxa de urbanidade inferior a 50%. Os pontos coletados referem-se a uma antiga estação ferroviária Antônio Rodrigues Velho, figura legendária, conhecida também pelo nome de Velho da Taipa (Ponto 1- P1) que foi um dos primeiros bandeirantes a chegarem a Pitangui-MG e ao município de Conceição do Pará - MG onde as amostras foram coletadas próxima a Usina Hidrelétrica Santanense (Ponto 2 – P2) e ao Pontal (Ponto 3 – P3), ponto turístico do município. A escolha de tais pontos baseia-se no fato destes apresentarem potencial impactante onde existem companhias siderúrgicas e uma usina hidrelétrica ao longo do rio que constituirão os próximos pontos de coleta de amostras hídricas superficiais na área. 2. OBJETIVOS O objetivo deste trabalho se consistiu em analisar a qualidade da água superficial do Rio Pará nos 3 pontos distintos utilizando o método de bioensaio de toxicidade aguda com sementes de alface. 3. MATERIAL E MÉTODOS As amostras foram coletadas nos dias 31/08/09 no ponto do Velho do Taipa (P1), município de Pitangui – MG, 15/05/09 no ponto Usina (P2), município de Conceição do Pará- MG e 21/09/09 no ponto Pontal (P3) , também em Conceição do Pará. Para o bioensaio utilizaram-se 7 placas de Petri para cada ponto, contendo diluições seriadas de 12,5; 25; 50; 75; 100% da amostra, com uma das placas contendo o controle negativo (água destilada) e outra o controle positivo (ZnSO4 1,0%). Em cada placa foi posto um papel filtro que foi saturado com 4 mL das amostras e em cada uma das placas foram colocadas 20 sementes de Lactuca sativa L.. Em seguida as placas foram lacradas com filme plástico, e acondicionadas em sala escura sendo incubadas por 5 dias à temperatura média de 22 ºC. Terminado o tempo de incubação, foram medidas cuidadosamente com o auxílio de um paquímetro, o comprimento da raiz de cada uma das plântulas correspondente a cada concentração, e dos controles positivo e negativo. Em seguida, observou-se o número de sementes que germinaram. Em continuidade, mediu-se o alongamento relativo da radícula, que foi inserido em um gráfico dose-resposta, onde na ordenada, colocou-se a porcentagem de inibição, e na abscissa a concentração testada. As avaliações das variáveis para o desenvolvimento (germinação) e crescimento (alongamento) das radículas, foram baseadas em Araújo e Monteiro (2005).

Upload: universidade-estadual-de-montes-claros

Post on 24-Jan-2017

199 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Bioensaio de toxicidade de amostras hídricas em 3 pontos do rio

BIOENSAIO DE TOXICIDADE DE AMOSTRAS HÍDRICAS EM 3 PONTOS DO RIOPARÁ COM SEMENTES DE ALFACE

VALERIANO, Filipe Rodrigues1; LACERDA, Guilherme Araújo2; DIAS, Célio Gontijo3

1 Acadêmico de Agronomia (FUNEDI/UEMG – Pitangui)2 Professor Doutor em Agronomia/Fisiologia Vegetal (FUNEDI/UNIFENAS/FUNORTE)3 Acadêmico de Agronomia (FUNEDI/UEMG – Pitangui)

1. INTRODUÇÃO

O Rio Pará é um rio brasileiro que banha o estado de Minas Gerais. Nasce na Serradas Vertentes, próximo ao povoado de Hidelbrando, no município de Resende Costa. A bacia dorio Pará é uma das mais importantes da bacia do Rio São Francisco, de regime tropical austral,abrangendo 38 municípios, com uma área de 234.347 km². Quase a metade dos municípios dabacia tem uma população menor que 10 mil habitantes, dos quais apenas nove apresentam umataxa de urbanidade inferior a 50%.

Os pontos coletados referem-se a uma antiga estação ferroviária AntônioRodrigues Velho, figura legendária, conhecida também pelo nome de Velho da Taipa (Ponto 1-P1) que foi um dos primeiros bandeirantes a chegarem a Pitangui-MG e ao município deConceição do Pará - MG onde as amostras foram coletadas próxima a Usina HidrelétricaSantanense (Ponto 2 – P2) e ao Pontal (Ponto 3 – P3), ponto turístico do município. A escolhade tais pontos baseia-se no fato destes apresentarem potencial impactante onde existemcompanhias siderúrgicas e uma usina hidrelétrica ao longo do rio que constituirão os próximospontos de coleta de amostras hídricas superficiais na área.

2. OBJETIVOS

O objetivo deste trabalho se consistiu em analisar a qualidade da água superficialdo Rio Pará nos 3 pontos distintos utilizando o método de bioensaio de toxicidade aguda comsementes de alface.

3. MATERIAL E MÉTODOS

As amostras foram coletadas nos dias 31/08/09 no ponto do Velho do Taipa (P1),município de Pitangui – MG, 15/05/09 no ponto Usina (P2), município de Conceição do Pará-MG e 21/09/09 no ponto Pontal (P3) , também em Conceição do Pará. Para o bioensaioutilizaram-se 7 placas de Petri para cada ponto, contendo diluições seriadas de 12,5; 25; 50; 75;100% da amostra, com uma das placas contendo o controle negativo (água destilada) e outra ocontrole positivo (ZnSO4 1,0%). Em cada placa foi posto um papel filtro que foi saturado com 4mL das amostras e em cada uma das placas foram colocadas 20 sementes de Lactuca sativa L..Em seguida as placas foram lacradas com filme plástico, e acondicionadas em sala escura sendoincubadas por 5 dias à temperatura média de 22 ºC. Terminado o tempo de incubação, forammedidas cuidadosamente com o auxílio de um paquímetro, o comprimento da raiz de cada umadas plântulas correspondente a cada concentração, e dos controles positivo e negativo. Emseguida, observou-se o número de sementes que germinaram. Em continuidade, mediu-se oalongamento relativo da radícula, que foi inserido em um gráfico dose-resposta, onde naordenada, colocou-se a porcentagem de inibição, e na abscissa a concentração testada. Asavaliações das variáveis para o desenvolvimento (germinação) e crescimento (alongamento) dasradículas, foram baseadas em Araújo e Monteiro (2005).

Page 2: Bioensaio de toxicidade de amostras hídricas em 3 pontos do rio

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para a variável germinação relativa da semente, observou-se um comportamento dedistribuição variável em todos os pontos, sendo o R2 = 0,823 no Ponto 1 (P1)- Velho do Taipa, R2 = 0,560 no Ponto 2 (P2) em Conceição do Pará (Usina) e R2 = 0,707 noPonto 3 (P3) em Conceição do Pará (Pontal), para as curvas de tendência. Já os gráficos paraalongamento relativo da radícula e índice de germinação da semente tiveram no P1 o valor deR2 = 0,687 e R2 = 0,741, no P2 o valor de R2 = 0,641 e R2 = 0,573 e no P3 o valor de R2 = 0,684e R2 = 0,729 respectivamente. Estes resultados favorecem a interpretação de que o número degerminação de sementes em solução de ZnSO4 (1,0%) com relação ao comprimento radicular no1º , 2º e 3º ponto foi menor quando comparadas as demais diluições dos pontos testados. O quemostra que o ZnSO4 (1,0%) atuou como agente inibidor no crescimento das radículas e nagerminação das sementes. As concentrações das amostras hídricas do Rio Pará de 100, 75, 50,25 e 12,5% demonstraram ser mais eficientes quando comparadas ao controle positivo (ZnSO4)e ao controle negativo (água destilada). As concentrações mais tóxicas, foram aquelas testadasno P2, o que mostra que as amostras do P1 e P3 que tiveram um número maior no crescimentodas radículas e germinação das sementes.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O teste demonstrou que sementes submetidas à germinação na amostra do RioPará, no P1 e P3, tiveram um número maior de germinação e comprimento radicularcomparadas ao P2, que teve um número menor para estas variáveis, o que indica que a água noP2, apresenta possível atividade tóxica, reduzindo o poder germinativo da semente.

6. REFERÊNCIAS

ARAÚJO, A.S.F.; MONTEIRO, R.T.R. Plant Bioassays to Assess Toxicity of Textile SludgeCompost. Scientia Agricola, Piracicaba, v.62, n.3, p.286-290, May/June, 2005.