billy graham - a segunda vinda de cristo

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Nesta obra, o famoso evangelista aponta os acontecimentos envolvidos na segunda vinda de Cristo

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A SEGUNDA VINDA DE CRISTO

1

A Segunda Vinda de Cristo: Perspectiva do Sofrimento

A SEGUNDA VINDA DE CRISTO

A esperana de que um dia terminaro os nossos sofrimentos

Billy Graham

Ttulo original norte-americano:

TILL ARMAGEDON: A PERSPECTIVE ON SUFFERING

Traduo de ISABEL PAQUET DE ARARIPE

EDITORA RECORD

Por que existe o sofrimento? Por que h tanto mal no mundo?

Que posso fazer para diminuir a minha dor?

Que futuro espera este mundo? Como ir me afetar pessoalmente?

Que posso fazer enquanto esse futuro no chega?

Neste livro til e de grande oportunidade, o evangelista mais conhecido do mundo proporciona orientao e conforto para responder s dvidas que nos afligem a todos mais cedo ou mais tarde dvidas sobre o sofrimento, o mal ou os planos de Deus para o futuro do homem.

Baseado nos profundos estudos das Escrituras realizados pelo Dr. Graham, A SEGUNDA VINDA DE CRISTO no apenas mais uma especulao controvertida sobre o "fim do mundo". Ao contrrio, um guia prtico e apaixonado sobre a maneira como poderemos viver agora nos meses, anos ou sculos que nos separam da prxima vinda de Cristo ao mundo. "Um dia toda a dor e sofrimento sero gloriosamente varridos deste mundo", escreve o Dr. Graham. Mas at que chegue esse dia, diz a Bblia, o sofrimento ser uma parte da vida a que ningum conseguir escapar mesmo os cristos.

O Dr. Graham evita os conselhos piegas para simplesmente levantar o moral. Ele prefere as palavras bblicas de profundo consolo e esperana, capazes de guiar-nos durante os anos incertos que nos esperam.

SUMRIO

Prefcio ................................................................................... 3

A Tempestade Vindoura ..................................................... 9 Armagedons Pessoais ........................................................ 20 Quem o Responsvel por um Mundo que Sofre? .......... 36 O Nascimento de um Mundo Sofredor ............................. 53 O Salvador que Sofre ........................................................ 67 Por que os Cristos No Esto Isentos? ............................ 83 O Sofrimento Previsto ....................................................... 96 O Sofrimento Sutil .......................................................... 110 Vivendo Acima de Suas Circunstncias ......................... 124 O que Fao com a Minha Dor? ....................................... 137 O Lugar da Orao no Sofrimento .................................. 153 Promessas Para Aqueles que Sofrem .............................. 164 Como se Preparar Para o Sofrimento .............................. 180 Como Ajudar Aqueles que Esto Magoados .................. 192 A Morte e Como Enfrent-la .......................................... 205 Depois do Armagedom: A Glria Mais Adiante ............ 219

PREFCIO

Deus podia ter deixado Daniel do lado de fora do covil do leo (...) Mas Deus nunca prometeu-nos deixar de fora de situaes difceis (...) O que Ele prometeu foi acompanhar-nos em cada situao difcil e fazer com que sassemos vitoriosos. MERV ROSELL

UM DOS livros mais antigos do mundo afirma que "o homem nasce para as dificuldades, assim como as fascas das brasas voam para cima" (J 5:7).

Jamais estas palavras foram to verdadeiras quanto hoje.

O mundo todo est suspirando e sofrendo numa escala talvez desconhecida na histria humana: os refugiados, os famintos, os "novos escravos", os problemas psicolgicos, os turbilhes emocionais, os casamentos desfeitos, as crianas rebeldes, o terrorismo, os refns, as guerras e mais mil outras dificuldades que afligem todos os pases do mundo. No existe ningum, em canto algum, que seja imune. Os ricos e famosos sofrem como os pobres e obscuros. Como disse o falecido ator Peter Sellers, "por trs da mscara de todos ns, palhaos, esto a tristeza e coraes partidos".

Parece que a raa humana est se dirigindo para o clmax das lgrimas, mgoas e feridas acumuladas no decorrer dos sculos - o Armagedom!

O sofrimento o destino comum das pessoas em toda aparte tanto dos crentes quanto dos descrentes. Porm, os cristos so vtimas de um sofrimento maior ainda do que o de outras pessoas. Na condio de seguidores de Jesus Cristo, muitas vezes se perguntam, como o salmista: "Ser que Deus esqueceu de ser misericordioso? Ser que, na sua ira, negou a sua compaixo?" (Salmos 77:9)

um grito antigo ecoado hoje por milhes de pessoas no mundo inteiro. Por que existe o mal? Onde tudo comeou? Por que Deus permite que o terrvel pesadelo do sofrimento e do mal continue na histria da humanidade? Por que as preces para a derrubada da maldade e a vitria da justia e do direito parecem no ter resposta? E por que os cristos no esto isentos de sofrimento inclusive da perseguio?

No so perguntas fceis de responder e, na verdade, s conheceremos a resposta quando nos encontrarmos face a face com nosso Senhor, no cu. Apesar disso, a Bblia nos d algumas respostas para a questo do sofrimento. Neste livro, tentei ver quais as pistas que ela nos oferece para esta pergunta universal.

Mas este estudo da questo do sofrimento no um exerccio acadmico ou intelectual, tentando responder perguntas filosficas abstratas que no tm nada a ver com o dia-a-dia. Ns, como veremos nas pginas seguintes, mesmo que nem sempre possamos entender por que Deus permite que cenas coisas aconteam conosco, sabemos que Ele extrai o bem do mal, e o triunfo do sofrimento.

Assim, ao escrever este livro, tentei ser prtico. Vi o que a Bblia nos ensina sobre o sofrimento, como devemos encar-lo e de que forma podemos nos preparar para ele. E se voc fosse avisado de que s teria seis meses de vida por causa de um cncer? Ou se um ente querido fosse acometido de um ataque cardaco fulminante ou se ferisse mortalmente num acidente de carro? E se voc fosse tomado como refm ou feito prisioneiro por causa da sua f em Cristo? E quanto s mil e uma crises pessoais, grandes e pequenas, que nos afligem ou nos afligiro? Como voc deve se preparar para a tragdia, a dor, o sofrimento, seja qual for a natureza ou fonte deles? Como voc pode se preparar agora para os armagedons pessoais do futuro, as batalhas que todos enfrentamos e que ameaam nos esmagar? E como voc pode se preparar para o grande e futuro Armagedom, que marcar o clmax do sofrimento do mundo e a derrocada final do mal?

Em A segunda vinda de Cristo, tento lidar com estas perguntas e outras similares, pois creio que elas so de importncia fundamental para cada um de ns.

Ningum escalou o monte Evereste num nico dia. Aqueles que tentam escalar as suas encostas traioeiras passam meses, at anos, treinando e se exercitando. Cada pequena montanha conquistada prepara a pessoa para uma montanha mais alta e uma escalada mais difcil pela frente. Da mesma forma, a melhor preparao para os tempos difceis pela frente so as pequenas dificuldades dirias e o modo como reagimos a elas.

Porm, tambm me preocupei em mostrar uma outra dimenso dos ensinamentos da Bblia sobre o sofrimento a dimenso da esperana. Algum dia, toda a dor e sofrimento deste mundo sero gloriosamente banidos. Por causa do que Jesus Cristo fez por ns, atravs da Sua cruz e Ressurreio, sabemos que temos esperana no futuro. Acreditamos que, no cu, todos os pecados e males sero banidos e que no existir mais o sofrimento. Disse o apstolo Paulo: "Tenho para mim que os sofrimentos da vida presente no tm valor em comparao com a glria que h de ser revelada em ns. A ardente expectativa da criao aguarda a manifestao dos filhos de Deus. Pois a criao ficou sujeita vaidade no voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperana de que tambm a prpria criao ser libertada do cativeiro da corrupo para a gloriosa liberdade dos filhos de Deus." (Rom. 8:18-21)

Em A segunda vinda de Cristo, tento mostrar um pouco do que ser a vida futura. Ao faz-lo, veremos como a glria que nos espera bem maior do que quaisquer sofrimentos que tenhamos que suportar aqui.

Mas, nesse meio tempo A segunda vinda de Cristo , voc e eu temos que aprender o que significa confiar em Deus em todas as circunstncias e viver para Ele, no importa o que nos acontea. Oro para que Deus use este livro para nos ajudar a pensar com mais clareza sobre o sofrimento, e para reordenar as nossas prioridades para que, quando o Armagedom chegar ou nossos armagedons pessoais chegarem , no sejamos apanhados de surpresa nem estejamos despreparados. Como Jos, que armazenava os gros durante os anos de fartura para serem usados durante os anos de escassez que viriam depois, que ns possamos armazenar as verdades da Palavra de Deus em nossos coraes o mximo possvel, para estarmos preparados para qualquer sofrimento que tenhamos de suportar.

Como disse um oficial do Exrcito, certa vez: "O tempo na guerra sempre favorvel, se a gente sabe como us-lo."

Que este livro nos ajude a "usar o tempo", seja ele qual for.

Escrevi este livro, tenho que admitir, com muita relutncia. Existem muitas outras pessoas que passaram pelo fogo de sofrimentos muito mais severos do que os que experimentei e, como resultado, conheceram a graa e a fora de Deus numa medida bem mais profunda. No entanto, Deus tem me ensinado muito sobre este assunto atravs da experincia pessoal, atravs da vida dos outros e, principalmente, atravs da Bblia, a Sua palavra. Oro para que, atravs deste livro, Deus traga esperana e coragem para voc, mas que tambm seja um desafio, como o foi para mim escrev-lo.

Muitas vezes, no meio dos problemas e dificuldades da minha prpria vida, duas palavrinhas se destacaram: "No tema." Mas, embora acredite que elas abriguem os filhos de Deus, tambm descobri que a f precisa agarrar-se a Cristo e que devemos viver num temor piedoso. Do mesmo jeito que a criancinha se aquieta e dorme no seio da me, os filhos de Deus precisam ser acalmados com o "no tema" da Escritura nesses dias de medo e tremor.

Ele ainda tenta nos encorajar por intermdio de Abrao: "No temas (...); eu sou teu escudo, a tua recompensa ser infinitamente grande" (Gn. 15:1); e de Josu: "No temas, nem te atemorizes" (Josu 8:1); ou "Paz! No temas: no morrers" (Juizes 6:23); "No tenhas medo, (...) pois mais so os que esto conosco do que os que esto com eles" (II Reis 6:16); "No recearei mal algum, porque tu ests comigo" (Salmos 23:4); "Jeov a minha luz e a minha salvao; de quem me recearei?" (Salmos 27:1); "Por que hei de temer nos dias de adversidade?" (Salmos 49:5); "Jeov por mim, no recearei: que me pode o homem fazer?" (Salmos 118:6); "No temas, porque eu sou contigo" (Isaas 41:10); "No temas pequeno rebanho; porque do agrado de vosso Pai dar-vos o reino" (Lucas 12:32); "No temas: eu sou o primeiro e o ltimo, e o que vivo; fui morto; mas eis que estou vivo pelos sculos dos sculos, e tenho as chaves da morte e do Hades." (Apocalipse 1:17, 18)

Descobri, medida que envelheo, que Deus nunca se esquece de nada. Ele conhece todas as coisas e se lembra do Seu povo, de suas aflies, seus sofrimentos e de todas as suas necessidades. A nica coisa que Ele esquece so os nossos pecados. "Eu, eu mesmo sou o que apago as tuas transgresses por amor de mim; no me lembrarei dos teus pecados." (Isaas 43:25)

Nada pode tocar o filho de Deus sem Sua permisso. Ento, aceitemos cada mgoa, cada problema, cada dificuldade como que da mo dEle, buscando aprender com elas tudo o que Ele quer nos ensinar utilizando todos os recursos de Deus ao nosso dispor e pedindo a Ele que faa com que tudo seja para o nosso bem e a Sua glria.

Naturalmente, no fiz sozinho todo o trabalho pertinente a este livro. Sem a ajuda de diversas pessoas, isso teria sido impossvel. Nos dois anos que passei (no seguidamente) escrevendo este livro, contei com a ajuda constante de minha mulher, Ruth; de minha secretria, Stephanie Wills; de meu associado, John Akers; de Elsie Brookshire, Lucille Lytle e as outras no meu escritrio de Montreat. Alm disso, quero agradecer queles que leram o manuscrito e fizeram muitas sugestes teis: minha amiga de longa data, Carole Carlson; o cnego Frank Colquhoun, da igreja Anglicana na Inglaterra; Millie Dienert, nossa amiga de longa data e companheira de frias (juntamente com o marido); meu associado no escritrio de Minneapolis, Ralph Williams; Estelle Brousseau, do Montreat-Anderson College; e Al Bryant, de Word, Incorporated.

Ao estudar e escrever sobre este assunto, a minha prpria vida se aprofundou, e a redirecionei, dedicando-a a ajudar os que esto sofrendo espiritual, fsica e psicologicamente. Oro para que este livro no apenas ajude e inspire muitos cristos sofredores, mas seja utilizado por Deus para fazer com que muitos incrdulos venham a ter um conhecimento salvador de Jesus Cristo.

BILLY GRAHAM

15 de setembro de 1980

Montreat, Carolina do Norte

A TEMPESTADE VINDOURA

E ento eles reuniram os reis no lugar que, em hebraico, se chama Armagedom. APOCALIPSE 16:16

MUITOS ESCRITORES esto prevendo que as manchetes da dcada de 1980 continuaro sendo as mesmas: guerra, violncia, assassinatos, tortura, Terceira Guerra Mundial a verdadeira guerra, o Armagedom.

No h dvida de que os acontecimentos globais esto preparando o caminho para a guerra final da histria o grande Armagedom! medida que o relgio terreno vai registrando a passagem do tempo e o mundo se aproxima da meia-noite, este planeta, segundo a Bblia, caminha para um sofrimento horrvel demais para se imaginar ou compreender. No foi apenas o topo do monte St. Helens que explodiu no comeo de 1980, transformando-se num dos grandes desastres ecolgicos do perodo. Para a Bblia, haver o dia em que Deus abalar toda a Terra. Diz a Bblia: "Mais uma vez, vou abalar no apenas a terra, mas tambm as cus." (Hebreus 12:26) Os tremores que sentimos agora no so ocasionais e, muito menos, passageiros. Na verdade, eles esto preparando o maior terremoto de todos os tempos.

Holocausto nos Bastidores

Os antigos profetas previram uma poca, l no fim da histria, em que as pessoas diriam: "Paz, paz, (...) quando no h paz." (Jeremias 6:14) Milhares de conferncias de paz foram realizadas desde a Segunda Guerra Mundial e, no entanto, as manchetes continuam a destacar as guerras, a violncia, a morte e multides de refugiados. Os governos do mundo so sacudidos por assassinatos e derramamento de sangue.

No entanto, h apenas alguns anos, era moda escrever ou sugerir que o mundo eslava entrando numa grande era de paz. Muitos idealistas nos diziam que a utopia entraria em cena, juntamente com todos os milagres tecnolgicos do nosso tempo. O sonho uma iluso. Devamos ter aprendido com a histria. Sonhou-se com a paz no comeo do sculo, mas esta aspirao foi destroada pela Primeira Guerra Mundial. Depois da Primeira Guerra Mundial, mais do que desejada, a paz foi planejada, mas logo se viu que a Primeira Guerra Mundial no passara de uma preparao para a Segunda Guerra Mundial. Agora os sinais esto por toda a parte, mostrando que caminha febrilmente para a Terceira Guerra Mundial. A derradeira! O Armagedom!

Os meios de comunicao fazem um grande espetculo das catstrofes... Nossos cinemas s passam filmes que tratam de tragdias e desastres. Quanto mais tenebrosos, mais atraentes eles se tornam. assim em Londres, em Nova York ou em Los Angeles. Em qualquer metrpole, h uma lista interminvel de ttulos dessa natureza. Infelizmente, no entanto, no se sabe o que pior: se a prpria realidade ou as fantasias que so retiradas dela.

At mesmo os mais otimistas esto prevendo um aumento no sofrimento de nosso mundo ferido. Um dos programas mais alegres da televiso americana o Bom dia, Amrica da ABC. Porm, faz algum tempo, Rona Barret entrevistou algum da CIA e o tema central dessa reportagem foi o perigo de uma guerra bacteriolgica. Existem novos vrus, disse o agente da CIA, que podem causar um colapso na sade da populao de um continente inteiro. As guerras qumica e bacteriolgica fazem parte do arsenal de armamentos que est sendo desenvolvido pelo mundo todo. Artigos e filmes documentrios esto sendo constantemente apresentados relatando que, antes do fim do sculo, os insetos podem estar controlando o nosso planeta. Um destacado jornal concluiu um editorial, dizendo: "Tem-se a sensao de que se est vendo o mundo no seu crepsculo."

Expresses como "suicdio racial", "genocdio racial", "o fim do mundo", e "o fim da raa humana" esto surgindo nas conversas, revistas, e filmes de todo o mundo.

Os grupos terroristas esto ficando cada vez mais audaciosos nos seus ataques. Relatos quase dirios de novas atrocidades enchem nossos jornais. A situao chegou a um ponto que, certo dia, havia tanta violncia num jornal que sobrou pouco espao para se notificar que o presidente de um governo da frica Ocidental fora assassinado, seu filho decapitado, e muitos membros de sua equipe fuzilados em praa pblica. Hoje em dia, s merece manchete quem mata uma populao inteira ou ento quem assalta uma base militar da CIA.

Armas nucleares, guerra bacteriolgica e relacionamentos internacionais precrios no so as nicas indicaes de uma civilizao em rota de coliso. Nossos cientistas esto alertando para o perigo de grandes mudanas climticas. A calota glacial polar parece estar se deslocando ligeiramente, e isso pode afetar nossa capacidade de produzir alimentos. Se hoje em dia a fome ameaa a populao de vrios pases, a situao ficar muito pior se esse desastre ecolgico se confirmar.

As estatsticas sobre o aumento de terremotos quase quebram o computador.

Quanto ao aspecto moral, as coisas parecem extremamente desanimadoras, especialmente se vistas sob a tica judaico-crist. A instituio do casamento acabou-se. A rejeio s leis chegou a um ponto que aquele que as segue ridicularizado pelos amigos. As drogas e o lcool esto destruindo as mentes de milhes. Na Amrica e na Europa cultos satnicos e a bruxaria se espalham rapidamente, com a fora de uma praga.

O prazer se tornou a meta de milhes. O hedonismo agora est quase no controle. Um editor ingls me contou que, se censurassem a pornografia, mais de 80% dos romances modernos no seriam publicados. Para todos os lados em que olhamos, s vemos perverso e imoralidade.

Por toda pane, as pessoas esto clamando por "liberao" e justia social. Parece que os ricos esto cada dia mais ricos e os pobres cada dia mais pobres. Isto se aplica tanto s naes quanto aos indivduos. A fora econmica do mundo se deslocou para os pases produtores de petrleo, que no sabem como gastar os bilhes que acumularam. Enquanto a Europa Ocidental e os Estados Unidos se endividam cada vez mais, o Terceiro Mundo vive beira da inanio.

A teoria de que o mundo est ficando cada vez melhor, e resolvendo os seus problemas polticos, econmicos e sociais, no mais pregada com muita confiana. Estamos vivendo numa poca de srias tormentas e dificuldades, e a maioria das pessoas conscientes com quem falo acreditam que a tendncia seja piorar.

A Raiz do Problema

Hoje em dia, vemos um mundo inquieto em todos os sentidos. A crise geral. Sofre o homem comum, a situao poltica dos pases instvel, as grandes economias perdem o vigor. Por que tudo isso? J fui motivo da risada alheia, mas continuo acreditando que o problema seja religioso. A Bblia o explicou h milnios. As Escrituras deixam bem claro que, quando a lei de Deus desobedecida, o mundo perde a sua harmonia, desgoverna-se, comea a caminhar sem rumo. A anarquia de hoje a conseqncia da rejeio a Deus.

Com esta rebelio contra Deus, a humanidade negou o valor da personalidade humana. A vida j no vale mais a pena, perdeu o seu significado. As pessoas crem em um ser sobrenatural, mas agem como se fossem atias! Pensamos como ateus! Vivemos e planejamos como se no existisse um Deus. Estamos vivendo num mundo que no reconhece Deus. Quando todos fazem tudo o que pensam e o que querem, no h possibilidade de ordem e paz. Haver mais confuso e mais tumulto enquanto as pessoas seguirem os seus prprios esquemas perniciosos.

O homem um rebelde e um rebelde naturalmente confuso. Vive em conflito com todos os outros rebeldes. Pois um rebelde, pela sua prpria natureza, egosta. Ele busca o seu bem e no o dos outros. s vezes, atravs da racionalizao, podem surgir objetivos profanos que parecem ter, por algum tempo, um efeito unificador sobre o homem, criando at interesse e unidade global, porm, tais objetivos so temporrios. No existem profundidade ou significado neles e, dessa forma, esses elementos no podem unificar a sociedade por muito tempo.

A Bblia indica que, ao rejeitar Deus e Seus princpios para o governo da vida, o mundo est se dirigindo para uma situao de tenso, confuso e tumulto cada vez maior. dela que surgir um futuro governante ou sistema mundial malvolo o Anticristo.

O Anticristo e o Armagedom

No s Deus que tem um plano para o homem, o demnio tambm o tem. Ele conduzir ao poder um falso governante ou sistema mundial que estabelecer uma falsa utopia por um perodo extremamente curto. Aparentemente, os problemas econmicos e polticos do mundo sero resolvidos. Porm, aps um breve governo, tudo desabar. Durante o reinado do Anticristo, as tenses aumentaro e, mais uma vez, o mundo explodir. Ento, vir uma guerra gigantesca, feroz, avassaladora, envolvendo conflito e massacre numa escala sem precedentes. At mesmo o punho de ferro do Anticristo no conseguir impedi-la. Ser a ltima guerra do mundo a Batalha do Armagedom.

A Batalha do Armagedom (e os acontecimentos que levarem a ela) far entrar em cena o sofrimento mais terrvel que a humanidade j conheceu. A Bblia nos diz que a terra ser devastada Por crises polticas, econmicas e ecolgicas que ficam alm do alcance da nossa imaginao. Se no fosse pela misericordiosa interveno de Deus, reza a Bblia, o mundo inteiro seria destrudo.

Cristo o Vitorioso

No meio de toda aquela terrvel, pavorosa carnificina, descrita em muitas partes da Bblia, especialmente no Apocalipse, Cristo retornar como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Ele prprio derrotar o Anticristo e ser o vitorioso na Batalha do Armagedom. No clmax desse momento, Deus instalar o Seu Reino toda uma nova ordem poltica e social sob o Seu governo.

Quando Jesus Cristo deixou Seus seguidores, assegurou a Seus discpulos: "Voltarei!" E vai cumprir o prometido. Esta a nossa esperana.

Lembro-me de ter encontrado Sir Winston Churchill durante seus ltimos anos como primeiro-ministro da Gr-Bretanha. Foi em Londres, pouco depois de uma de nossas Cruzadas no estdio de Wembley. Enquanto conversvamos, Sir Winston tinha trs jornais vespertinos ao lado e um charuto apagado na boca. E ele disse:

Meu rapaz, quero lhe fazer uma pergunta. No creio que o mundo ainda v se agentar por muito tempo. Est com problemas demais. Fez uma pausa e perguntou: Pode dar um pouco de esperana a um velho?

Peguei o meu Novo Testamento e no apenas lhe falei do plano da salvao, como tambm lhe contei tudo sobre a volta de Cristo.

Quando eu tinha dezesseis anos, revoltava-me contra a obrigao de ir ao templo. Eu ia porque meus pais esperavam que eu fosse, mas mal podia esperar para voltar para casa e ficar livre da obrigao de ir ao templo ouvir o sermo dominical. Foi a que apareceu um pregador na nossa cidade. Nossa igreja no costumava colaborar com este tipo de pregador e, a principio, fui totalmente indiferente a sua passagem pela cidade. Contudo, a imprensa noticiara muito as atividades daquele pregador e certa noite, depois que ele j estava na cidade h vrias semanas, fui ouvi-lo falar, a convite de um amigo. Ele falou da Segunda Vinda de Jesus Cristo. Este era um dos principais temas de sua pregao. Fiquei absolutamente fascinado. Nunca tinha ouvido tanto a respeito. No sabia que havia uma esperana daquelas e que Deus tem tantas coisas maravilhosas espera daqueles que crem.

Quando vai acontecer? A presente era est se aproximando do fim? O Seu reino est prestes a chegar? No posso definir nenhuma data, pois o prprio Jesus nos advertiu para que no tentssemos fix-la. Por outro lado, a Histria nos prova com que facilidade nos enganamos. Quando Napoleo assolava a Europa no sculo passado, muitos estudantes da Bblia achavam que ele era o Anticristo. Muita gente pensou que Mussolini ou Hitler eram o Anticristo. Eles eram anticristos, mas no eram o grande Anticristo que ainda est por vir. A Bblia nas ensina que, algum dia, Jesus Cristo vai retornar terra. Escrituras do esperana e alerta, a um s tempo.

"Se realmente justo diante de Deus que de d em paga tribulao queles que vos atribulam, e a vs que sois atribulados, alvio juntamente conosco, quando do cu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder em chama de rogo. Ele tomar vingana dos que no conhecem a Deus e dos que no obedecem ao Evangelho de nosso Senhor Jesus, os quais sofrero a pena, a saber, a perdio eterna, sendo separados da face do senhor e da glria do seu poder, quando ele vier para ser glorificado em seus santos e para se fazer admirvel em todos os que creram (...). naquele dia." (II Epstola de Paulo aos Tessalonicences 1:6-10)

O simples fato de que os crentes tm a esperana da vinda de Cristo deve nos fazer viver para Cristo todos os dias, como se Ele estivesse vindo a qualquer momento. Para aqueles que no conhecem Deus, a vinda de Cristo deve lev-los a Ele para o perdo, enquanto ainda h tempo. Esta passagem tambm indica que os que desobedecem ao evangelho tero um vislumbre de Jesus Cristo em toda a Sua glria e depois sero banidos para sempre da Sua presena. Isto ser o inferno dos infernos uma pessoa levar para a eternidade a lembrana do que perdeu ao rejeitar deliberadamente a oferta de Deus de amor, misericrdia e graa nesta vida atual.

Depois do Armagedom

Uma utopia vem vindo. Oramos em nossos templos: "Venha o Teu Reino. Seja feita a Tua vontade, assim na terra como no cu." (Mateus 6:10) Quando da volta de Cristo, essa prece ser integralmente realizada.

O que vai acontecer quando o Messias voltar? A Bblia nos ensina que, aps o Armagedom, Jesus Cristo estabelecer o Seu reinado sobre a terra. Esta ser a maior revoluo espiritual e moral da histria, quando Cristo assumir o controle e estabelecer o Seu reinado de justia no mundo.

Este no um livro de profecia. Existem muitos pontos de vista teolgicos diferentes sobre o futuro, mas este no o lugar para debat-los. Apesar disso, h diversas generalizaes que podemos fazer sobre o futuro estado do mundo, sob o reinado de Cristo.

Primeiro, quando Cristo voltar, Sat vai ficar confinado. A Bblia diz: "Vi um anjo descendo do cu, tendo a chave do abismo e uma grande cadeia na mo. Ele se apoderou do drago, da antiga serpente, isto , do Diabo e Satans (...) e o lanou no abismo para que ele no enganasse mais as naes." (Apocalipse 20:13) Ainda hoje, o demnio engana as naes em grande escala. Ele est fazendo com que elas creiam numa "mentira" e tambm est enganando os indivduos. Est nos dizendo que a "estrada larga" a correta. Porm, a Bblia adverte: "H um caminho que ao homem parece direito, mas no fim guia para a morte." (Provrbios 14:12) O demnio tambm est dizendo s pessoas que elas tm tempo de sobra para se decidir com relao a Deus, a eternidade e a Cristo. Est dizendo a elas que no precisam de Deus que podem passar bem sem Cristo. Est nos dizendo que podemos ir para o cu sem nascer de novo. Jesus falou que no podemos. O demnio est dizendo que h mais prazer no mundo do que em seguir Cristo. No h. Ser um dia glorioso aquele em que Sat for confinado. Ele no mais poder enganar voc, sua famlia e as naes do mundo.

Segundo, durante o reinado de Cristo haver justia e paz para todos. No existe a justia absoluta no mundo de hoje. As injustias econmicas e sociais resistem teimosamente aos melhores esforos dos homens e dos governos para erradic-las. As manchetes dirias nos dizem que no existe a paz duradoura no nosso mundo, a despeito de inmeras conferncias para debat-la.

Porm, algum dia, a justia e a paz sero estabelecidas entre todos os povos. A Bblia promete: "Eis que em justia reinar um rei." (Isaas 32:1) Ela tambm nos diz: "E ele tem por nome (...) prncipe da Paz. Do aumento do seu governo e da sua paz no haver fim." (Isaas 9:6,7)

Certo dia, pouco depois do edifcio das Naes Unidas ter sido erigido nas margens do East River, na cidade de Nova York, fui conhecer o prdio com um amigo, que embaixador. Mostrou-me uma sala vazia. Falou:

Esta a sala de oraes.

Estava absolutamente vazia. No havia nenhum smbolo, nada para indicar que havia algum Deus. Quando as Naes Unidas foram fundadas, concordou-se que a palavra Deus ficaria de fora da sua carta. O mundo deixou Deus de fora de seu planejamento.

Mas tudo isso vai mudar. Quando Jesus voltar, no vir como o pobre carpinteiro nazareno, montado num burrico. Vir em majestade divina e poder e glria. Vir como Prncipe, como Rei, cercado por milhares de anjos-guerreiros. Ser formado o mais poderoso exrcito da histria do universo. E embora o Anticristo declare guerra a Ele, a vitria ser dEle. Emergindo triunfante da fumaa da guerra terrvel, pavorosa, derradeira, estar o Messias, o Senhor Jesus Cristo, o Prncipe da Paz.

Quando Jesus voltar, teremos proteo e segurana. Sabem qual era o versculo favorito de George Washington, nas Escrituras? Era Miquias 4:4, e ele o citava constantemente. "Mas sentar-se-o, cada um debaixo da sua parreira e debaixo da sua figueira; e no haver quem os amedronte, porque a boca de Jeov dos exrcitos o disse."

Durante o reinado de Cristo, a confuso poltica se transformar em ordem e harmonia, as injustias sociais sero abolidas e a integridade substituir a corrupo moral. Pela primeira vez na histria, o mundo inteiro saber o que viver numa sociedade governada pelos princpios de Deus. E a influncia de Sat no estar presente para atrapalhar o progresso do mundo na direo da paz, unidade, igualdade e justia. O sonho do homem de uma harmonia global se tornar realidade!

Fina1mente, a Bblia nos ensina que, quando Cristo voltar, todas as pessoas que j viveram sero julgadas por Deus.

Quando os que se arrependeram do seu pecado de rebeldia contra Deus e aceitaram Jesus como seu Salvador e Senhor de suas vidas aparecerem diante de Deus, Ele os far entrar no seu novo lar o cu e todas as suas glrias. Ser o Jardim do den restitudo os homens vero Deus face a face e vivero com Ele num ambiente livre de lgrimas, fracassos e fadiga.

Porm, os que preferiram rejeitar Deus durante a sua vida na terra sero separados dEle por toda a eternidade. Este no o desejo de Deus, mas sim a opo do homem. Deus considera cada homem responsvel por sua rejeio de Cristo.

Deus no quer que os homens se separem dEle eternamente. Ao mesmo tempo, Deus no forar um homem a viver no cu contra a sua vontade. Em II Pedro 3:9, o apstolo diz que Deus "paciente (...), no querendo que alguns peream, mas que todos venham ao arrependimento". Joo 3:16 diz que "amou Deus ao mundo, que deu seu Filho unignito, para que lodo o que nele cr no perea, mas tenha a vida eterna" (o grifo meu). Pagando um grande preo, Deus tornou possvel a cada um de ns viver com Ele eternamente. Aqueles que rejeitarem a oferta de Deus de um lar celeste sero mandados para o inferno.

Quando formos chamados diante de Deus para sermos julgados, no haver mais tempo para reverter a nossa deciso. durante a nossa vida aqui na terra que decidimos o nosso destino eterno.

At o Armagedom

Tivemos um vislumbre do futuro tanto do seu horror quanto da sua esperana. Mas, e quanto ao presente? Como nos preparamos para o sofrimento que possivelmente teremos que enfrentar, medida que nosso mundo se dirige inexoravelmente para um perodo de intensa tribulao que ter seu clmax no Armagedom? E como nos prepararmos para os armagedons dirios que cada um de ns enfrenta, os problemas e sofrimentos que so parte de cada vida humana? Se os cristos tero ou no que enfrentar o perodo de tribulao da poca do Armagedom um tpico de debate para os estudiosos da Bblia. Mas no h dvida de que o sofrimento, de uma forma ou de outra, acontece para todos ns. E podemos ter certeza de que nos d a fora e os recursos de que precisamos para suportar qualquer situao na vida que Ele ordena. A vontade de Deus jamais nos levar aonde a graa de Deus no puder nos amparar. Como veremos nas pginas seguintes, Deus tambm capaz de pegar cada situao na vida no importa o seu grau de dificuldade e us-la para nos aproximar ainda mais dEle.

Como o sofrimento uma parte natural da existncia humana, precisamos aprender a lidar com ele. E para os cristos, em particular, parece haver um conjunto singular de sofrimentos. Deus quer que aprendamos a lidar com nossas provaes e tentaes na dependncia do Seu poder. A Bblia e a histria da igreja demonstram que o caminho de Deus para o sofrimento do Seu povo no tem sido sempre o caminho da fuga, mas o caminho da capacidade de suportar.

Mas como podemos suportar as crises da morte, da perseguio, da doena fsica? Como lidar com as angstias de rixas familiares, divrcio, problemas financeiros? Como sobreviver s tenses de um mundo cheio de desastres nacionais e injustias sociais?

disto que trata este livro. um livro sobre o sofrimento, e ensina a lidar com ele. Quando Cristo retornar como vencedor em Armagedom, o sofrimento ser abolido. At o Armagedom precisamos aprender a viver triunfalmente entre os traumas e presses que enfrentamos diariamente. Precisamos preparar-nos para os nossos armagedons pessoais.

ARMAGEDONS PESSOAIS

O Senhor obtm seus melhores soldados nos pncaros da aflio. CHARLES HADDON SPURGEON

O Sofrimento Universal

NS NO buscamos as tribulaes deliberadamente na vida. Elas chegam. O sofrimento um fato universal. Ningum pode escapar das suas garras. A chuva cai sobre o justo e o pecador. Todos enfrentamos armagedons pessoais.

Algumas pessoas acreditam, erroneamente, que se tornar um cristo ser um abrigo para as tempestades pessoais da vida. Uma histria de muitos de nossos hinos religiosos rapidamente desfar tal mito. Um grande nmero de nossos hinos e canes espirituais favoritos foram compostos nas situaes mais penosas da vida de seus autores.

Podemos dar muitas ilustraes. Charlotte Elliot escreveu Assim como sou quando era uma invlida desamparada, Frances Ridley Havergal, autora de Tome a minha vida e muitos outros hinos, tinha uma sade pssima. Fanny Crosby era cega, no entanto, do seu sofrimento, nasceram lindas canes, como A salvo nos braos de Jesus. O hino Deus age de uma maneira misteriosa foi composto pelo poeta William Cowper numa hora de grande aflio mental.

Uma das partes mais lindas da Bblia o Livro dos Salmos. Por causa da ampla gama de estados de esprito e de experincias que ele representa, ns procuramos o Livro dos Salmos com muita freqncia. Podemos nos identificar com ele e achar consolo nele porque reflete a vida real, com suas alegrias e tristezas. Muitos dos Salmos foram escritos durante perodos de crises pessoais e nacionais.

O Salmo 137 expressa a dor e a agonia de um povo banido da sua terra natal:

"Junto aos rios de Babilnia, ali nos assentamos, nos pusemos a chorar, ao recordarmo-nos de Sio. Nos salgueiros que h no meio dela, penduramos as nossas harpas." (Salmos 137:1,2)

Depois de devastar a terra de Israel, o exrcito babilnio forara os seus cativos a marcharem para uma terra estranha e um futuro aterrador. Deprimidos e abatidos, os hebreus abandonaram seus instrumentos musicais. No sobrara cano alguma em seus coraes. Este salmo reproduz com agudeza os sentimentos de um povo refugiado.

Muitos dos salmos refletem as crises pessoais enfrentadas por Davi, o maior rei de Israel. Ns o vemos como um homem de xitos inacreditveis sua vitria juvenil sobre Golias, o gigante filisteu, a sua admirvel ascenso de pastor a monarca, suas vitrias notveis sobre os inimigos de Israel. Porm, Davi tambm foi um homem de tristezas insuportveis. Acusado injustamente de traio, foi forado a viver como fugitivo durante anos. Um de seus filhos morreu quando beb, alguns eram moralmente corruptos, outros foram implacavelmente assassinados. A certa altura de seu reinado, a sua prpria nao se voltou contra ele, quando outro de seus filhos tentou dar um golpe de Estado.

Deus chamou Davi de "um homem que (Me) agrada" (I Sam. 13:14). Embora fosse bvio que Deus amava Davi, no o isentou do sofrimento.

Ningum est isento do toque da tragdia: nem os cristos nem os no-cristos; nem os ricos nem os pobres; nem o lder nem o seguidor. Cruzando todas as barreiras raciais, sociais, polticas e econmicas, o sofrimento une toda a humanidade.

A Realidade do Sofrimento

difcil falar sobre o sofrimento ou escrever sobre ele, pois no algo que possa ser adequadamente examinado fora da esfera da experincia. Ele no abstrato nem filosfico. real e concreto. Deixa cicatrizes. Quando os ventos da adversidade passam, poucas vezes permanecemos os mesmos.

S compreende o significado do sofrimento quem j passou por alguma crise. E, muitas vezes, apenas em retrospecto que nos damos conta do propsito e do valor de nosso sofrimento.

J notou que aqueles que causam o maior impacto sobre a sociedade so, em geral, aqueles que mais sofreram?

O sofrimento na vida fortalece o carter de uma pessoa, fazendo com que ela procure energias desconhecidas para super-lo. As pessoas que passam pela vida sem serem marcadas pelo sofrimento ou tocadas pela dor tendem a ser superficiais nas suas perspectivas de vida. O sofrimento, por outro lado, tende a arar a superfcie de nossas vidas para deixar mostra as profundezas que oferecem uma fora maior de propsito e realizaes. Somente a terra profundamente arada pode dar uma colheita rica.

A dor tem muitas faces. Pode-se sofrer fsica, mental, emocional, psicolgica e espiritualmente. Nossas dificuldades raramente ficam confinadas a apenas uma dessas reas; elas tendem a se sobrepor em experincias humanas. Os sofrimentos mais intensivos podem ser induzidos psicologicamente e freqentemente levarem a complicaes na esfera fsica.

Existem tantas feridas invisveis quanto visveis, e pode haver dificuldade em diagnostic-las. Sabemos que a parte invisvel do homem muitas vezes a vtima da mais debilitante das dores. Em certas circunstncias, um homem pode suportar uma dor fsica cruciante; e, no entanto, pode ser derrubado por uma palavra cruel. Quando ouvimos a histria da tortura infligida a um prisioneiro de guerra, ficamos estupefatos com a sua coragem pessoal e a resistncia do corpo humano. Porm, a vida desse mesmo homem pode ser devastada por uma nica palavra ou ato perpetrado com perversidade.

As Escrituras tm muito a dizer sobre o poder da lngua para infligir crueldade. O salmista escreveu que as palavras amargas so como flechas mortais. Tiago escreveu: "Assim a lngua tambm um pequeno membro, mas se gaba de grandes coisas. Vede como um pouco de fogo abrasa um grande bosque! E a lngua um fogo, um mundo de iniqidade colocado entre os nossos membros, a lngua, que contamina o corpo todo e incendeia o curso da vida." (Tiago 3:5, 6)

O homem capaz de grandes vitrias e suscetvel a grandes derrotas. O homem a um s tempo forte e sensvel. Como exclamou o salmista: "Graas te darei, pois sou assombrosa e maravilhosamente feito." (Salmos 139:14)

Precisamos tentar aplicar intensamente esta sensibilidade ao lidar com o sofrimento, em especial ao considerar os sofrimentos dos outros. No podemos sentir a dor de outrem. Podemos ver a angstia no seu rosto e tentar empatizar com ela. Porm, no temos as suas terminaes nervosas. No podemos conhecer integralmente a magnitude da sua angstia. Jamais devemos minimizar o sofrimento de outrem. A Escritura manda: "Chora com os que choram." (Romanos 12:15)

Nossos sofrimentos fsicos expressam uma grande verdade. Como escreveu convincentemente C.S. Lewis: "a dor... finca a bandeira da verdade dentro da fortaleza de uma alma rebelde". C. S. Lewis, The Problem of Pain (Nova York, The Macmillan co., 1955) p. 83 A verdade a seguinte: o corpo do homem mortal, temporal. O homem precisa enxergar alm de si mesmo para encontrar a imortalidade.

O sofrimento um dos meios de Deus falar conosco. Por intermdio da dor, percebemos a necessidade que temos dEle. Quando estamos em crise, ouvimos as suas chamadas. Citando novamente C.S. Lewis: "Deus sussurra para ns em nossos prazeres, fala na nossa conscincia, mas grita nas nossas dores. O sofrimento o seu megafone para despertar um mundo surdo." Ibid., p. 81. Se nosso sofrimento nos conduz a Deus, ele se tornou um amigo abenoado e precioso.

Somos gratos medicina moderna pela descoberta da cura para tantas doenas e pelos enormes passos dados no controle de outras. Atravs de muita dedicao, fazem-se progressos dirios na descoberta de novas maneiras de aliviar os sofrimentos fsicos da humanidade. Muitas vidas foram salvas e agora esto sendo mantidas como resultado desses avanos cientficos.

E, no entanto, a dor ainda est conosco. Muitos de vocs conhecem a realidade do cncer, de derrames, infartos, defeitos congnitos, aleijes resultantes de desastres. Muitos de vocs esto acamados e padecendo dores atrozes h anos. Alguns de vocs esto chocados com a descoberta da molstia terminal de um amigo ou parente. Talvez voc prprio esteja enfrentando a perspectiva da morte. Deixe que eu lhe assegure que no precisa enfrentar sozinho essa situao. Deus quer consol-lo e ajud-lo.

Certos sofrimentos advm como resultado natural da deteriorao do corpo. Certas formas de sofrimento fsico nos so infligidas por outras pessoas.

Por toda a histria do cristianismo, os seguidores de Cristo vm sofrendo perseguies. Num pais africano, um jovem diretor de escola cristo foi arrancado de seu gabinete e levado para a rua, onde seria fuzilado. Os moradores curiosos da cidade amontoavam-se de um lado da rua, os alunos da escola de outro. O jovem diretor perguntou aos seus captores se podiam lhe dar alguns minutos e, quando eles concordaram, ele cantou: "Da minha servido, tristeza e noite, Jesus, saio eu; Jesus, saio eu." Depois disso, foi morto. O sangue dos mrtires a semente da igreja. Enquanto os cristos nos Estados Unidos professam a sua crena sem a ameaa de maus tratos fsicos, milhares de seus irmos em Cristo pelo mundo todo foram torturados e martirizados por confessar o nome de Cristo.

Pode chegar o dia em que os americanos tenham que enfrentar uma perseguio intensa por sua f. Voc est preparado para enfrentar o martrio? Jesus deu a Sua vida por voc. Pode ser que voc seja chamado a dar a sua por Ele. Deus tem muitas promessas preciosas para aqueles que sofrem por Cristo. Ns as examinaremos no decorrer deste livro.

Sofrimento Mental

E. Stanley Jones nos conta a histria de um pastor que estava preparando uma srie de dez sermes sobre o tema "Como evitar um esgotamento nervoso". Antes que o seu trabalho estivesse completo, ele mesmo teve um esgotamento. A presso de tentar terminar o trabalho dentro do prazo foi demais para ele.

Todos ns experimentamos alguma forma de ansiedade mental durante nossas vidas. O espectro do sofrimento mental amplo. Vai da preocupao de um jovem que vai conhecer uma pessoa apresentada por um amigo, at o esgotamento nervoso do executivo de uma grande firma.

Todos somos suscetveis depresso. Os cristos no fogem regra.

Elias, o dinmico e dedicado profeta de Deus, defendeu valente e eficazmente a causa de Deus em confrontos aterradores com o paganismo. Elias subiu aos pncaros da f ao resistir s continuadas ameaas do malvado rei Acabe e de sua perversa mulher, Jezabel (1 Reis 19). Porm, chegou a uma certa altura da vida em que quis desistir completamente. At mesmo as tarefas mais simples da vida tornaram-se grandes demais para serem suportadas. "J chega", disse ele. "Agora, Senhor, tira-me a vida." Ele estava assoberbado por uma combinao de exausto e depresso. Deus no atendeu ao seu pedido, nem o repreendeu. Deus sabia que Elias sofria de exausto e depresso e deu a ele aquilo de que precisava: sono e comida e a reafirmao de que no estava s. Deus enxergou a raiz do problema de Elias; ele esgotara as suas reservas fsicas e mentais. Ele ultrapassara o seu ponto crtico. Algum j disse: "Muitos problemas so resolvidos por uma boa noite de sono." Porm, os problemas que ainda permanecem conosco quando acordamos necessitam do toque especial de Deus.

Uma outra figura importante na histria do cristianismo sofreu de modo semelhante. No final de um ministrio popular e florescente, Joo Batista foi aprisionado por Herodes ntipas, governador da Galilia. Joo, o homem do deserto com a sua amplido e liberdade, e um pedao de cu sem fim, estava preso numa masmorra escura e mida.

Durante o tempo em que esteve preso, a f de Joo foi abalada at seus alicerces. Este era o mesmo Joo que dissera: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo?" (Joo 1:29) O que o fizera questionar?

Ele compreendera quando alguns de seus discpulos o abandonaram para seguir a Jesus. E ento denunciara Herodes por estar vivendo com a mulher do irmo e foi preso. Mateus quem nos diz: "Como Joo no crcere tivesse ouvido falar das obras de Cristo, mandou pelos seus discpulos perguntar-lhe: s tu aquele que h de vir, ou outro o que devemos esperar?" (Mateus 11:2,3)

O que Joo ouvira contar? Que obras de Jesus? Ouvira contar que Ele comera com os publicamos e os pecadores? Que Ele tivera compaixo de uma mulher adltera o mesmo pecado de adultrio que Joo denunciara e que o levara priso? Ou ouvira contar de Seus milagres?

Jesus podia ter salvado Joo e no o salvou; nenhuma palavra de protesto se erguera contra a gesto de Herodes; a priso que no se abria inexplicado. Talvez fosse tudo isso combinado que fizera com que a f de Joo fraquejasse.

A resposta de Nosso Senhor ao profeta aflito notvel. Depois de tranqilizar Joo quanto sua identidade, Ele louvou tanto a Joo quanto ao seu ministrio (Mateus 11:1-11). Vance Havner fez a seguinte observao sobre este episdio: "Enquanto Joo falava o pior sobre Jesus, Jesus falava o melhor sobre Joo."

As pessoas deprimidas precisam de reafirmao e encorajamento. Jesus sabia disso e agia nesse sentido. Podemos aprender muito com o modo como Deus tratou Elias e como Jesus tratou Joo Batista. Eles podem servir como modelos para cuidarmos daqueles que sofrem de ansiedades mentais. As pessoas aflitas precisam de uma mo suave e prestativa e de palavras de encorajamento.

Os cristos so particularmente suscetveis exausto que leva depresso. Com um sentido de dedicao a Deus que os inspira a trabalhar diligentemente para o Seu reino, eles com freqncia empreendem tarefas imensas e ignoram os sinais de advertncia. Sem ningum para ajud-los e vendo que o servio tem que ser feito, eles se excedem no trabalho e acabam nas garras da depresso.

Os que desempenham os papis de liderana crist precisam estar alertas para tais casos.

Cada um de ns tem o seu conjunto de capacidades e talentos nico e dado por Deus o seu potencial pessoal de realizao. Nem todos trabalhamos mesma velocidade ou atingimos as mesmas alturas. Deus no quer as pessoas competindo entre si. Ele quer que compitamos contra ns mesmos para aprender a trabalhar dentro de nossas capacidades individuais.

Jesus narrou uma parbola em que ensinou que chegar o dia em que os feitos de cada cristo sero avaliados por Ele pessoalmente. Jesus explicou que no julgaria um homem pelo que ele faz em comparao com os outros, mas sim pelo que faz com as aptides que Deus lhe deu.

Deus nos deu a todos capacidades e potenciais especiais e certas limitaes. Que desenvolvamos as nossas capacidades e lutemos para trabalhar em direo a nossos potenciais. Mas que aprendamos onde fica o nosso ponto crtico. s vezes simplesmente uma questo de seguir em frente, parar para um descanso e depois continuar.

Uma mquina bem ajustada que tem o seu melhor desempenho. Uma vida crist bem ajustada e equilibrada que ser a mais produtiva para o reino de Deus.

Sofrimento Emocional e Psquico

Todos sofremos desapontamentos na vida. s vezes, o efeito sobre ns pode ser pequeno. Noutras vezes, nossas vidas podem ser devastadas.

A solido, por exemplo, pode ser to intensa que o funcionamento adequado como homem ou mulher seja quase impossvel. Pouco depois do falecimento do prncipe Alberto, a rainha Vitria confidenciou a seu grande amigo Dean Stanley que estava "sempre desejando consultar uma pessoa que no est aqui, lutando sozinha com uma sensao constante de desolao".

Muitos de vocs esto sendo rejeitados e, por causa disso, esto sofrendo muito. Eis a uma mgoa que causa grandes danos, pois nos afeta bem l no fundo. Possivelmente, um namorado ou namorada o/a trocou por outra pessoa. Ou o seu casamento est se desmoronando por causa de terceiros. Ou quem sabe foi entrevistado para um emprego importante e no o conseguiu.

Vemos tanto sofrimento emocional e psicolgico hoje em dia entre os nossos jovens. A principal causa de morte entre os estudantes universitrios o suicdio. A gerao atual pode enfrentar presses maiores do que qualquer outra gerao dos tempos modernos. Academicamente, os estudantes competem desde o ginsio por posies de elite nas universidades. Uma das principais faculdades de medicina americana, para a qual s entram os alunos mais qualificados, tem uma vaga para cada quatrocentos candidatos. preciso ser muito forte para suportar esse tipo de competio.

Muitos estudantes se preparam para um futuro em determinada carreira e se defrontam com um mercado de trabalho em declnio.

O custo da instruo est cada vez maior, forando muitos estudantes a suportarem a responsabilidade de trabalhar enquanto ainda cursam a escola.

De um modo geral, nas ltimas dcadas, a nossa sociedade vem desencorajando a juventude a procurar ajuda em Deus. Sem Deus como fonte de orientao e fora, os jovens comearam a fugir atravs das drogas, o que criou novos e profundos problemas.

As inseguranas podem ser perniciosas. Temos medos que nos atormentam e nos impedem de viver novas aventuras e realizar novos feitos. Muitas vezes hesitamos em ser agressivos em certas situaes porque tememos o fracasso. Pode haver um servio a ser feito, mas no nos sentimos adequados ou qualificados. Ou achamos que no podemos fazer um servio to bom quanto nosso antecessor.

Como voc se sentiria tomando o lugar de Moiss, aquele homem milagroso que Deus escolheu para conduzir o povo hebreu na sua fuga do cativeiro egpcio? Aparentemente, Josu, o aprendiz bem treinado de Moiss que conduziria os israelitas Terra Prometida, experimentou uma grande sensao de insegurana. Durante uma "conversa de estimulo" que teve com o novo lder, Deus teve que lhe dizer trs vezes para no ter medo. E, na terceira vez, Deus explicou por que Josu poderia comear confiante as suas novas responsabilidades:

"No to mandei eu? S corajoso. e forte: no te atemorizes, nem te espantes; porque Jeov teu Deus estar contigo por ande quer que andares." (Josu 1:9 o grifo meu.)

Deus prometeu a Sua presena. E onde Deus est, l tambm encontramos a Sua paz e o Seu poder um poder que nos permite sobrepujar o desalento e que nos guia atravs das derrotas na vida. Como veremos, Deus pode at mesmo usar nossos desapontamentos para trazer o bem para nossas vidas. Deus no pede que sejamos bem sucedidos, mas que sejamos obedientes.

Temos que nos lembrar de que somos vasos fracos, atravs dos quais Deus pode canalizar Seu poder para realizar Seus propsitos. Como costuma dizer um conferencista: "Deus, eu no posso, mas o Senhor pode, ento, vamos em frente!"

Os problemas emocionais e psicolgicos podem resultar de coisas que surgem em nossas vidas. Mas tambm podemos ser prejudicados por aquelas coisas que no surgem em nossas vidas.

Algumas pessoas so emocionalmente incapacitadas por causa de uma ausncia de amor em suas vidas em especial na infncia. Os que no receberam amor no comeo da vida tm dificuldade em dar amor no decorrer da vida. Apesar disso, no importa o quo desordenadas e confusas possam ser as nossas vidas, Deus capaz de nos dar a paz e Ele pode padronizar de novo nossas vidas.

Sofrimentos Espirituais

Nem toda a dor destrutiva. H um sentido no qual a dor age como um sistema de alerta, advertindo-nos de que se faz necessria uma assistncia mdica. Isso tambm se aplica ao plano espiritual.

H vezes em que nos agoniamos por causa de pecados inconfessos em nossas vidas. Nossa culpa explode nos relacionamentos tensos, hbitos nervosos, noites insones. Nossas conscincias ficam muito pesadas, at buscarmos a cura com o Grande Mdico. "Se confessarmos os nossos pecados, ele fiel e justo para nos perdoar os pecados, e para nos purificar de toda a injustia." (Joo 1:9)

A luta contra o pecado pode produzir uma forma de sofrimento. A Bblia se refere a isso como uma batalha. Porm, no entramos indefesos na batalha. Deus nos equipa com a Sua "armadura completa" (Efsios 6:13). Jesus pode nos libertar do poder de Satans e do pecado. No somos obrigados a ceder s nossas tentaes. Mas Deus espera que lutemos. Deus no promete livrar-nos da batalha, mas sim livrar-nos pela batalha.

Quando nos tornamos cristos, ganhamos um amigo, o Senhor Jesus Cristo. Mas tambm ganhamos um inimigo Satans. Satans tenta desviar-nos da trilha do progresso espiritual. E busca destruir aquilo que nos auxilia.

Mas precisamos nos lembrar do seguinte: Primeiro, Satans no onipotente. No um equivalente de Deus. Ele um anjo cado, no um deus cado. Segundo, nada pode surgir em nossas vidas sem o conhecimento e a permisso de Deus. Na verdade, Satans est sob a autoridade de Deus. Ele teve que receber a permisso de Deus para testar J. Terceiro, Deus pode extrair o bem das provaes e aflies que Satans tenta colocar no caminho dos cristos.

O Evangelho registra um episdio na vida de Jesus, no qual Ele estava no meio de uma doutrinao na sinagoga. Inesperadamente, um homem possudo pelo demnio se ps de p e comeou a berrar. Era Satans tentando perturbar a sesso, pois no queria que o auditrio aprendesse sobre o reino de Deus e as verdades da vida eterna. Imediatamente, Jesus expulsou o demnio, demonstrando, assim, a Sua completa autoridade sobre o mundo espiritual. O auditrio, que j estava impressionado com a Sua doutrinao, estava agora duplamente impressionado com Seu poder (Marcos 1:21-27). O que Satans tentou fazer para prejudicar Jesus, na verdade, o auxiliou.

Satans deve ser a personalidade mais frustrada do universo! O seu exrcito de demnios obrigado a obedecer a Jesus, e qualquer coisa que o demnio faa para deixar desanimado um cristo Deus pode utilizar para o beneficio do cristo. s vezes, Ele permite que soframos para podermos crescer espiritualmente.

Na maioria das vezes, o sofrimento no pode ser exata ou totalmente entendido, exceto em retrospecto. S quando o tempo tiver cessado e a eternidade comeado, J compreender por que Deus permitiu que ele fosse testado como foi. S ento o papel desafiador e confortador que ele desempenhou ao longo dos sculos, em inmeros milhares de vidas, ser inteiramente conhecido.

Deus Quer Ajud-lo

Recentemente, a cincia inventou uma mquina notvel, o explorador corporal, que pode detectar no corpo disfunes que escapam at dos raios X. s vezes, temos feridas que so profundas e sensveis demais para os outros enxergarem ou ajudarem.

Porm, quem, exceto o prprio Deus, pode explorar o meu eu invisvel meu corao, minha alma, meu esprito? H feridas em nossas personalidades que so profundas e complicadas demais at para as tcnicas modernas mais sofisticadas diagnosticarem ou solucionarem.

Somente o prprio Deus, que nos criou, pode nos compreender inteiramente. Como disse o salmista: "Jeov, tu me sondas e conheces; tu conheces o meu sentar e o meu levantar, de longe entendes o meu pensamento." (Salmos 139:1,2) Somente Deus pode diagnosticar com preciso o nosso problema, e Ele nos mostrar como resolv-lo. E quando no houver soluo, Ele nos dar a graa de viver com o problema. Somente Deus pode responder nossa pergunta: "Por qu?" E, se no houver resposta, dar-nos a Sua paz e a graa de viver com "o que no tem resposta."

Deus quer nos ajudar quando sofremos. Ele pode dar a Sua presena para o consolo, o Seu poder para a resistncia ao sofrimento, o Seu propsito para podermos discernir a nossa situao. E Ele pode produzir dentro de ns qualidades valiosas, que reforaro e moldaro nossas vidas.

Deus pode nos ajudar porque somente Ele sabe por que estamos sofrendo e aonde o sofrimento pode nos levar.

Ele tambm pode nos ajudar porque Ele sabe o que significa sofrer. Quando atravessamos pocas difceis e nos voltamos para algum em busca de conselho e conforto, procuramos quem possa entender algum que j tenha passado por uma situao semelhante e possa sintonizar com nossos sentimentos.

Deus pode nos entender porque sofreu na pessoa de Seu filho.

O Filho de Deus deixou os reinos dos cus, tornou-se homem e viveu 33 anos num mundo de sofrimento. Pregou para os sofredores. Enfrentou todo o tipo de problemas fsicos, mentais, emocionais, psicolgicos e espirituais e demonstrou a Sua capacidade de lidar com cada um deles. O seu problema no novo para o Senhor Jesus Cristo. Ele no fica nem surpreso nem desconcertado com ele.

Jesus no apenas viu os sofrimentos dos outros Ele prprio sofreu. Experimentou as mesmas provaes e tentaes que voc enfrenta.

Conheceu o sofrimento fsico. s vezes, sentia que seu sacerdcio era fisicamente exaustivo e precisava buscar um alvio. Quanto a conhecer a intensa dor fsica, suportou uma tortura cruel e uma morte dolorosa: flagelao e crucificao. Conheceu o sofrimento mental, emocional e psicolgico. Muitas vezes, experimentou a rejeio pessoal. Seus irmos zombavam dEle e de Seu ministrio. Quando pregou na Sua cidade natal, as pessoas correram com Ele da aldeia e at tentaram mat-lo. Os lderes religiosos da Sua prpria nao acabaram por planejar a Sua morte.

E Jesus experimentou a solido. s vezes, at os Seus apstolos O entendiam mal. Quem podia se relacionar integralmente numa amizade com algum que era, a um s tempo, Deus e homem? Aps um longo dia de trabalho exaustivo, Jesus no tinha esposa e famlia para quem Se voltar e encontrar consolo e encorajamento.

E imaginem o trauma de deixar o ambiente do cu, onde era reconhecido e reverenciado como Filho de Deus por milhares de anjos, e vir para uma terra marcada por pecados onde foi recebido com desprezo e desdm.

Jesus conheceu o sofrimento espiritual. No comeo de Seu ministrio pblico, Satans O tentou impiedosamente por quarenta dias. E Satans sempre retornou, ao longo do sacerdcio de Jesus, para tentar derrotar o Filho de Deus e desvi-lo de Sua misso. Jesus o enfrentou e venceu a batalha.

E Jesus experimentou um sofrimento espiritual mais intenso do que voc ou eu jamais experimentaremos. Durante um certo tempo, enquanto estava na cruz, sentiu o horror da separao de Deus e gritou: "Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?" Para Jesus, esta foi a maior agonia de todas. Ser abandonado pelo Pai que O amava ver o Pai dar as costas ao Filho , este foi o sofrimento supremo, a penalidade mxima para o pecado. Voc e eu, se tivermos recebido Cristo como Salvador, jamais teremos que nos separar de Deus, porque Jesus pagou a penalidade pelo pecado. por isso que Paulo pode afirmar, com tanta confiana:

"Pois estou persuadido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as cousas presentes, nem as futuras, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poder separar do amor de Deus, que em Cristo Jesus nosso Senhor." (Romanos 8:38,39).

Nada jamais nos separar de Deus! Como Jesus, no Seu sofrimento, foi separado de Deus para o nosso bem, agora temos a vida eterna ao confiar nEle como Salvador.

E assim o Filho de Deus pode relacionar-se conosco na hora do nosso sofrimento. Pode relacionar-se com a nossa dor pode fazer algo por ns. Como expressa com tanta beleza o hino de Thomas Moore:

Vinde, desconsoladas, onde quer que languesais

Vinde ao centro da misericrdia. ajoelhai-vos fervorosamente

Trazei para c vossos coraes feridos, contai aqui a vossa angstia

A terra no tem tristeza que o cu no possa curar. Grifo suprido pelo autor.

Deus quer nos ajudar. Voc pode estar passando por dificuldades, nesse momento. Ou talvez a sua vida esteja atualmente isenta de tragdias. A despeito das circunstncias momentneas, importante preparar-se para o sofrimento. O sofrimento raramente faz reservas antecipadas.

Este livro ir explorar as maneiras pelas quais voc pode se preparar para os seus armagedons pessoais, pela compreenso das doutrinas bblicas sobre o sofrimento.

Ora, se voc algum que encara um relacionamento pessoal com Deus como um conceito novo, se desconhece a realidade do Deus vivo residindo dentro da sua vida, se jamais confessou seus pecados e recebeu Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador, eu quero, pessoalmente, convid-lo a fazer isso agora.

Este o primeiro passo para obter a ajuda de Deus. Ele quer cur-lo por dentro. Ele quer curar primeiro o seu problema mais profundo o problema do pecado pessoal.

Confesse o seu pecado, receba Jesus como seu Salvador e ento comece uma nova vida com ele. Voc encontrar a paz de Deus no seu corao, a orientao dEle na sua vida e o conforto da presena dEle ao longo de seus sofrimentos ao longo de seu Armagedom pessoal, seja qual for a forma que ele tome.

QUEM O RESPONSVEL POR UM MUNDO QUE SOFRE?

Deus distribui a aflio segundo a nossa necessidade.

SO JOO CRISSTOMO

CHEGAMOS a um dilema. O mundo parece se dirigir velozmente para a destruio. Vemos os inocentes sofrendo e as pessoas de bem sentindo dor e angstia. As vozes dos cticos e descrentes perguntam: "Que tipo de Deus permite que tais coisas aconteam?" Somos arremessados inexoravelmente pelos fatos na direo do nosso destino ou existe um Ser Supremo no controle?

Faz pouco tempo, estvamos vendo algumas fotos que nosso filho trouxe consigo do Camboja. Uma delas mostrava o que parecia ser um canteiro de flores circular, com uma muro de tijolos de 60 cm a cerc-lo. Postes sustentavam um telhado de sap, como se fosse um pavilho moda antiga. Este recipiente gigantesco continha somente crnios humanos vtimas de algumas das brutalidades mais irracionais que o mundo j viu.

Ele tinha outra foto, de uma linda mocinha, mas, no lugar onde deviam estar seus olhos, havia apenas dois buracos. Eles tinham sido arrancados pelo inimigo.

Quem o responsvel?

Lemos recentemente um livrinho escrito por Laurel Lee, a autora de Walking Trough the Fire (Caminhando Atravs do Fogo). Essa linda jovem descobriu, no terceiro ms de gravidez, que estava com a molstia de Hodgkin. Os mdicos queriam que ela fizesse um aborto, pois teria que fazer tratamento com cobalto. Ela se recusou a fazer o aborto, mas fez o tratamento. O marido dela, sem poder enfrentar a perspectiva de criar trs filhos sem uma esposa, abandonou-a, divorciou-se e casou com outra mulher.

Com sua f infantil em Deus, a sua mente brilhante e um encantador senso de humor, ela comeou a escrever um dirio de suas experincias, fazendo tambm as ilustraes. Um dos mdicos o viu e o mandou a um editor em Nova York. Isso levou a uma fase nova da vida dela, um ministrio religioso pblico com contratos para palestras. Logo ela e os filhos puderam ter a sua casinha. A molstia parecia ter regredido. Passou algum tempo, e a molstia surgiu de novo. Encarando a morte, Laurel Lee escreveu um novo livro, Signs of Spring (Sinais da primavera). Deve ter havido vezes em que ela se perguntou se Deus estava no controle.

Existem milhes de pessoas pelo mundo todo que esto sofrendo injustias, opresso poltica e perseguio, e que devem se perguntar: "Porque isto est acontecendo? Quem est no controle?" Existem milhares de lares com vidas desfeitas e destroadas. O mundo inteiro parece ser um hospital, uma capela morturia ou um cemitrio, com as pessoas fazendo a mesma pergunta: "Quem est no controle?"

Cientistas e filsofos desde tempos imemoriais vm debatendo a existncia ou a inexistncia de Deus. Hoje em dia, contudo, as provas so to esmagadoras que at mesmo os intelectuais incrdulos esto comeando a admitir que existe um Ser Supremo.

A revista Time publicou um artigo chamado Modernizando o Caso a Favor de Deus (07 de abril de 1980, pg. 65). Ele dizia: "Numa revoluo tranqila de pensamento e argumento que mal se podia prever h duas dcadas, Deus est voltando. O que mais interessante que isso est acontecendo no entre telogos ou simples crentes a maioria dos quais jamais aceitou, nem por um momento, que ele estivesse em srias dificuldades , mas nos crculos intelectuais cintilantes dos filsofos acadmicos."

Na Epstola de Paulo aos Romanos a Bblia diz: "Porque os atributos invisveis de Deus, assim o seu poder eterno e a sua divindade, claramente se reconhecem, desde o princpio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens so, por isso, indesculpveis." (Romanos 1:20)

Como Deus?

Uma resposta simples e direta a esta pergunta bsica difcil de achar a no ser que simplesmente pensemos que Deus como Jesus Cristo! Todos os atributos de Deus so vistos em Jesus Cristo: Seu amor, misericrdia, compaixo, pureza, soberania e poder. por isso que nossa f em Deus tem que ser sempre centrada em Cristo. Como escreveu o Dr. Michael Ramsey, o antigo arcebispo de Canturia: "A essncia da doutrina crist que no apenas Jesus divino, mas que Deus semelhante a Cristo, e Nele no existe nada dessemelhante a Cristo."11 God, Christ and the World, Londres: Sem Press, 1969, p. 37.

A grandeza de Deus desafia as limitaes do idioma.

Ao ler a Bblia, pareo achar a santidade o Seu atributo supremo. Todavia, o amor tambm uma qualidade primordial. As promessas do amor e do perdo de Deus so to reais, to certas, to positivas quanto as podem descrever as palavras humanas. Deus o santo amor.

Por trs do amor de Deus est a Sua oniscincia a Sua capacidade de "tudo saber e compreender". Oniscincia a qualidade de Deus que exclusivamente dEle. Deus possui o conhecimento infinito e uma percepo que unicamente dEle. Em todas as horas, mesmo no meio de qualquer tipo de sofrimento, eu me dou conta de que Ele sabe, ama, observa, compreende e mais do que isso, que tem um propsito.

Fui criado no Sul. Minha idia do oceano era to pequena que, na primeira vez que vi o Atlntico, no podia entender que um lago pudesse ser to grande! A vastido do oceano s pode ser compreendida quando vista. O mesmo acontece com o amor de Deus. No basta saber que ele existe. At o momento em que voc realmente o experimenta, ningum pode descrever para voc as suas maravilhas.

Uma boa ilustrao disso uma histria que minha mulher me contou sobre um vendedor de cerejas chins. Veio passando um garotinho que adorava cerejas; quando viu as frutas, seus olhos ficaram cheios de desejo. Mas no tinha dinheiro para comprar as cerejas.

O bondoso vendedor perguntou ao menino:

Quer umas cerejas?

E o garoto disse que sim, O vendedor falou:

Estenda as mos. Mas o garotinho no estendeu as mos. O vendedor falou de novo: Estenda as mos. Novamente o garoto no o fez. Ento, o bondoso vendedor puxou as mos do menino e encheu-as com dois punhados de cereja.

Mais tarde, a av do menino soube do que se passara e perguntou:

Por que voc no estendeu as mos quando o homem mandou?

E o garotinho respondeu:

As mos dele so maiores do que as minhas!

As mos de Deus tambm so maiores do que as nossas!

Alguns dos peritos modernos em teologia fizeram tentativas para roubar de Deus o Seu calor, Seu profundo amor pela humanidade, e Sua compaixo pelas criaturas. Porm, o amor de Deus imutvel. Ele nos ama apesar de conhecer-nos como realmente somos. Na verdade, Ele nos criou porque queria outras criaturas Sua imagem e semelhana no universo sobre quem poderia derramar o Seu amor, e que, por sua vez, o amassem voluntariamente. Queria pessoas com a capacidade de dizer "sim" ou "no" no seu relacionamento com Ele. O amor no se satisfaz com um autmato algum que no tem outra escolha seno amar e obedecer. No o amor mecanizado, mas o amor voluntrio, satisfaz o corao de Deus.

Se no fosse pelo amor de Deus, nenhum de ns sequer teria uma chance na vida futura!

H alguns anos, um amigo meu parou no alto de uma montanha na Carolina do Norte. Naquela poca, as estradas eram cheias de curvas e no dava para enxergar muito adiante. Esse homem viu dois carros vindo em direo contrria. Deu-se conta de que os motoristas no podiam ver um ao outro. Apareceu um terceiro carro e comeou a ultrapassar um dos carros, embora no houvesse espao para ver o carro que vinha do outro lado da curva. Meu amigo soltou um grito de advertncia, mas os motoristas no podiam escut-lo, e houve uma coliso fatal. O homem na montanha viu tudo.

assim que Deus nos v na Sua oniscincia. Ele v o que aconteceu, o que est acontecendo e o que acontecer. Na Escritura, Ele nos adverte, repetidas vezes, sobre as dificuldades, problemas, sofrimentos e julgamento que nos esperam. Muitas vezes, ignoramos a Sua advertncia.

Deus tudo v e tudo sabe. Mas ns somos muito limitados pela finidade de nossas mentes e o curto tempo que temos na terra para sequer comear a entender o poderoso Deus e o universo que Ele criou.

Ele um Deus de Amor

Deus no est cego aos apuros do homem. Ele no fica parado no alto de uma montanha, olhando impotente para a coliso da humanidade. Como o homem causou a sua prpria coliso rebelando-se contra o Criador, Deus poderia ter permitido que ele despencasse na escurido e destruio. Isso seria compatvel com a santidade e a retido de Deus. Todavia, esse outro grande atributo de Deus, o Seu amor, no permitiu que Ele o fizesse. Desde o comeo daquela coliso, Deus tinha um plano para a salvao, a redeno e a reconciliao do homem. Na verdade, o plano to fantstico que acaba por erguer o homem muito alm e acima at dos anjos. O amor consumidor de Deus pela humanidade foi demonstrado decisivamente na Cruz, quando a Sua compaixo corporificou-se em Seu Filho Jesus Cristo. A palavra compaixo vem de duas palavras latinas que significam "sofrer com". Deus estava disposto a sofrer com o homem.

Nos 33 anos que precederam a Sua morte, Jesus sofreu com o homem; na cruz, Ele sofreu pelo homem. "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo" (II Corntios 5:19). E, novamente: "Deus prova o seu prprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por ns, sendo ns ainda pecadores." (Romanos 5:8)

Foi o amor de Deus que enviou Jesus Cristo para a cruz. Foi porque ele estava no controle e era controlado pelo amor que forneceu aquele substituto divino para o nosso pecado.

O amor de Deus no comeou na cruz. Comeou antes do mundo ser estabelecido, antes que o relgio de ponto da civilizao comeasse a se mover. O conceito distende a nossa compreenso at os limites mximos de nossas mentes.

Volte, na sua imaginao, para as incontveis eras antes de Deus ter criado esta terra atual, quando ela era "sem forma e vazia" e a escurido profunda e silenciosa do espao exterior formava um vasto golfo entre o brilho do trono de Deus e o vcuo escuro onde existe agora o nosso sistema solar. Imagine o brilho da glria de Deus enquanto o querubim e o serafim, os prprios anjos, cobrem a face com as asas em respeito e reverncia para com Aquele, o Ser elevado e sagrado que habita a eternidade!

J naquela poca, Ele previa o que ia acontecer e, no entanto, no Seu amor misterioso, permitiu que acontecesse. A Bblia nos fala do "Cordeiro que foi morto desde a criao do mundo" (Apocalipse 13:8). Deus previu o que o Seu Filho ia sofrer. Como j se disse, havia uma cruz no corao de Deus muito antes da cruz ser erigida no Calvrio. Somente ao pensarmos nestes termos comearemos a perceber a maravilha e a grandeza do amor dEle por ns.

O Amor DEle, Desde o Comeo dos Tempos

Foi o amor que levou Deus a formar uma criatura Sua imagem e semelhana, e a coloc-la num paraso de beleza insupervel. Foi o amor dEle que forneceu o plano da salvao, pois Ele sabia antecipadamente que o homem se desviaria do programa divino original.

Foi o amor de Deus que deu ao homem o livre arbtrio e o privilgio da opo, quando Ele falou: "De toda a rvore do jardim podes comer livremente; mas da rvore do conhecimento do bem e do mal, dela no comers." (Gnesis 2:16, 17) Somente Deus d a Seus filhos liberdade de escolha. O homem foi liberado desde o comeo dos tempos para fazer o que lhe aprouvesse, mas, fosse qual fosse a sua escolha, haveria conseqncias. Se ele optasse pela rebelio, haveria sofrimentos terrveis, morte e a separao eterna de Deus. Se optasse pela obedincia ao plano de salvao de Deus, haveria alegria abundante, vida eterna e a eventual construo de um paraso neste planeta.

Deus se preocupava tanto com o bem-estar do homem que marcou com cuidado o local de perigo nesse meio ambiente perfeito. "Coma o fruto de qualquer outra rvore", falou Deus, "exceto desta. Nesta existe a morte." Porm, o homem cometeu um erro fatal que afetaria todas as geraes por nascer. A despeito da advertncia de Deus, Ado e Eva comeram os frutos daquela rvore. Contudo, foi o mesmo amor que fez com que Deus chamasse Ado: "Onde ests?" (Gn. 3:9) Deus sabia onde Ado estava mas Ele queria que Ado soubesse. Preparou o caminho para que Ado e Eva voltassem para Ele como companheiros.

Foi o amor de Deus que colocou os Dez Mandamentos nas mos de Seu servo, Moiss. Foi o amor dEle que gravou aqueles estatutos no apenas na pedra, mas nos coraes de todos os povos (nas suas conscincias), e os tornou a base de toda lei civil, estatutria e moral, no importa quanto a justia humana possa ter-se tornado pervertida.

Foi o amor de Deus que soube que os homens eram incapazes de obedecer Sua lei e foi o amor dEle que prometeu um Redentor, um Salvador, que redimiria o Seu povo de seus pecados.

Foi o amor de Deus que botou palavras de promessa nas bocas e coraes de Seus profetas, sculos antes da vinda de Cristo.

O Amor DEle, Quando a Profecia Cumprida

Assim como predisseram os profetas antigos, numa certa poca da histria da humanidade, num local especfico no Oriente Mdio, o Filho de Deus veio para este planeta.

Foi o amor de Deus que preparou as condies polticas para a vinda de Jesus Cristo. A Grcia, como a grande potncia durante o perodo de quatrocentos anos que antecedeu ao nascimento de Cristo, preparou o caminho para a Sua mensagem espalhando um idioma comum (o grego) pelo mundo todo. Depois o grande imprio Romano tomou o poder e construiu uma rede de estradas e desenvolveu um sistema de lei e ordem. Assim, utilizando a lngua comum e mais as estradas e o sistema legal romano, Deus, atravs dos primeiros cristos, difundiu a Sua palavra. Assim, diz a Escritura que Jesus nasceu "na plenitude do tempo" (Gl. 4:4).

Uma Vida, um Amor, um Deus

Jesus teve a mesma compaixo altrusta pelos doentes, aflitos e pecadores que Deus, Seu Pai.

Foi o amor de Deus que permitiu que Jesus Cristo fosse pobre, para que ns nos tornssemos ricos. Foi o amor divino que permitiu que Ele suportasse a provao da Cruz. Foi esse mesmo amor que o fez conter-se quando foi falsamente acusado de blasfmia e levado ao Calvrio para morrer com ladres comuns, sem jamais levantar a mo contra os Seus inimigos.

Foi o amor que o impediu de chamar os 12 mil anjos que j estavam de espada desembainhada para vir em Seu auxlio. Foi o mesmo amor que fez com que Ele, num momento de dor atroz, parasse e desse vida e esperana a um pecador morrendo ao seu lado, que, arrependido, exclamou: "Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reino." (Lucas 23:42)

Depois de ter sofrido terrveis torturas nas mos do homem degenerado foi o amor que fez com que Ele erguesse a voz e orasse: "Pai, perdoa-lhes; pois no sabem o que fazem." (Lucas 23:34)

Do Gnesis ao Apocalipse, da maior tragdia da terra ao maior triunfo da terra, a dramtica histria das maiores profundezas do homem e das mais sublimes alturas de Deus pode ser expressa em 28 palavras impressionantes: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unignito, para que todo o que nele cr no perea, mas tenha a vida eterna." (Joo 3:16)

Como Podemos Rejeitar um Amor To Grande?

No plano humano, freqentemente amamos a quem nos ama. Na esfera espiritual, as pessoas no compreendem o amor assoberbante de um Deus sagrado. Tentamos ser "bons o bastante para Deus". O profeta Isaas expressou a verdadeira condio do homem nas palavras: "Todos ns temos andado desgarrados como ovelhas; temo-nos desviado cada um para o seu caminho." (Isaas 53:6) No importa o pecado que tenhamos cometido, ou o quanto ele possa ser hediondo, vergonhoso ou terrvel, Deus nos ama. Se tentamos "viver uma boa vida", segundo nossos prprios padres, isso inaceitvel por Deus para a Salvao. No entanto, Deus ama a estes, tambm, quer estejam tentando ser bons ou tentando ser maus. O amor de Deus a tudo abrange.

Todavia, existe uma coisa que o amor de Deus no pode fazer. Ele no perdoa o pecador que no se arrepende. Ao longo de toda a Bblia conclama-se a raa humana a se arrepender do pecado e da rebelio e se voltar para Deus.

Desse modo, por causa do amor dEle, existe um caminho da salvao, um caminho de volta a Deus atravs de Jesus Cristo, Seu Filho. Este amor de Deus alcana o homem onde quer que ele esteja, mas pode ser inteiramente rejeitado. Deus no vai Se impor a homem algum, contra a vontade deste. Uma pessoa pode ouvir uma mensagem sobre o amor de Deus e dizer: "No, isso no para mim." Deus a deixar seguir pecando para a escravido e o juzo.

Contudo, se realmente queremos receber o amor de Deus, temos que aceit-lo para ns mesmos. Foi assim que Ele planejou, desde o comeo! Sempre foi a opo do homem. O destino de sua alma est nas suas mos pela escolha que voc faz.

Voc confiou a sua vida a Jesus Cristo? Conhece-o como seu Salvador e Senhor pessoal?

Deus Est... em Toda a Parte

Lembro-me de ter lido um livreto intitulado Sem lugar para esconder. Como isso descreve bem a onipotncia e a oniscincia de Deus. "Pode algum ocultar-se em lugares escondidos, que eu no o verei?, diz Jeov. Porventura no encho o cu e a terra?, diz Jeov." (Jeremias 23:24) No Salmo 139:1-5, Davi diz: "Jeov, tu me sondas e conheces. Tu conheces o meu sentar e o meu levantar, de longe entendes o meu pensamento. Esquadrinhas a minha vereda e o meu pouso, ests ciente de todos os meus caminhos. Pois ainda a palavra no est na minha lngua, j tu, Jeov, a conheces toda. Por detrs e por diante me cercas e pes sobre mim a tua mo."

Conquanto Davi no soubesse explicar a maneira do amor onisciente (que tudo sabe) de Deus, sabia dizer como ele o afetava: "Tal conhecimento maravilhoso demais para mim, elevado , no o posso atingir." (v. 6)

O salmista prossegue reconhecendo que Deus est mesmo em toda a parte. "Para onde me ausentarei do teu Esprito? Para onde fugirei da tua presena? Se eu subir aos cus, l estars; se fizer a minha cama nas profundezas, l tambm estars." (vv. 7, 8)

Se algum subisse ao mais alto pncaro ou descesse ao abismo mais profundo, no escaparia presena de Deus Todo-Poderoso. isto o que a oniscincia (tudo saber) e a onipresena (em toda a parte ao mesmo tempo) de Deus significam para ns em termos prticos. "Se eu tomar as asas da alvorada e me detiver nos confins dos mares, ainda l a tua mo me guiar, a tua mo direita me sustentar." (Salmos 139:9,10)

No existe um ponto no espao, quer seja dentro ou fora dos limites da criao, em que Deus no esteja presente. por isso que, ao nos perguntarmos quem est no controle, podemos responder sem equvoco: "Deus!"

O que Isso Significa Para Mim?

O que tudo isso tem a ver com o sofrimento? Por causa da Sua onipresena e oniscincia, Deus est conosco em todas as nossas lutas e compreende nossas provaes. Nada nas nossas vidas pega Deus de surpresa. No estamos ss no nosso sofrimento. Temos um Deus que nos ama e est conosco em meio a nossos problemas.

Por que um Deus Amoroso Permite o Sofrimento?

Muita gente pergunta: "Por que Deus permite que o medo continue a apertar os coraes dos homens, nesta era de esclarecimento?" Muita gente pergunta: "Onde est o poder de Deus? Por que Ele no acaba com toda essa misria e crueldade que vm amaldioando a nossa era?" Outros perguntam: "Como Deus pode ser bom e misericordioso quando, diariamente, homens e mulheres so esmagados por agonias quase insuportveis?" Tais perguntas so feitas no apenas pelos ateus e pelos inimigos da religio, mas tambm pelos cristos confusos que, tropeando sob o fardo da angstia, exclamam: "Por que tenho que suportar este sofrimento? Como Deus pode jogar sobre mim tantos padecimentos?"

Durante a guerra da Coria, conheci dezenas de coreanos cristos que faziam essas mesmas perguntas, assim como elas esto sendo feitas hoje no Sudeste Asitico, em Uganda e dezenas de outros pases.

Um dos primeiros livros da Bblia, o Livro de J, trata dessa dificuldade. Algumas pessoas experimentam a guerra, o terrorismo, casamentos desfeitos, presses financeiras, e muitas outras tribulaes. Mas duvido que tenham sofrido perdas to grandes quanto as de J, quando inimigos traioeiros capturaram seus homens e todos os seus rebanhos e manadas. Talvez haja algum cujo filho ou filha foi mantido como refm, ou que tenha recebido o aviso de que o filho ou filha foi morto em combate. J perdeu sete filhos e trs filhas num s dia. Outros, talvez, estejam doentes e gemendo de dor. J sofria de uma forma de molstia que transformou o seu corpo numa massa de pstulas e chagas.

Quando J no pde encontrar explicao humana para as suas provaes, gritou para Deus: "Faze-me saber por que contendes comigo." (J 10:2) Esta pergunta antiqussima de "por que devem os justos sofrer?" velha como o tempo. S h um lugar em que podemos achar uma resposta, a Bblia. No entanto, na sua cegueira, alguns homens rejeitaram a orientao divina e insistem que tudo na vida provm da chance. A sorte, declaram eles, sorri para alguns, que tm uma vida fcil e serena. A sorte fecha a cara para outros, que sofrem inmeras dificuldades. Dizem que tudo questo de sorte, de chance. "J que somos apenas criaturas dependentes da sorte", concluem, "por que no arrancar da vida cada gota de prazer, enquanto podemos, e usufruir de tudo ao mximo antes que chegue o amanh, trazendo a morte consigo?"

Conversei com uma professora de uma de nossas escolas. Ela me contou que a mesma atitude expressa por alguns de seus alunos. Dizem eles: "Vamos acabar tendo que ir para a guerra, de qualquer forma, a bomba atmica vai fazer tudo em pedacinhos ento por que no aproveitar agora?" Que engano chocante! E como essa atitude falha completamente em tempo de crise!

Outros cticos vo ao extremo oposto, afirmando que o homem sofre porque fraco. Insistem eles: "Aprenda a ser duro e implacvel. Aniquile com toda a oposio. Fora a compaixo, a bondade e a misericrdia. Abaixo o amor. O poderoso o certo. No seja um fracote, seja um super-homem." Esta foi a deluso de Hitler, e o resultado foi um padecimento incomensurvel para milhes de pessoas.

Os secularistas no conseguem oferecer solues satisfatrias para o dilema do sofrimento do homem. Freqentemente, as filosofias humansticas criam uma confuso e um desnimo pessoal ainda maiores.

A questo de por que Deus permite o sofrimento um dos mistrios mais profundos da vida. difcil dar-lhe uma resposta. No podemos consultar uma nica passagem da Escritura para encontrar uma abordagem meticulosa e conclusiva desse assunto, mas a Bblia sugere algumas respostas. Gostaria de partilhar com voc algumas das idias que podero ser de ajuda.

Primeiro, temos que nos dar conta de que Deus tem trabalhado ativamente na mitigao do sofrimento.

Lembremo-nos de que o sofrimento se originou no Paraso, como j discutimos anteriormente. Deus deu ao homem liberdade de escolha: a escolha do bem ou a escolha do mal. Parte da constituio humana que distingue o homem de outras criaturas a sua capacidade de raciocinar e tomar decises morais. O homem um agente moral livre. Satans no d a seus filhos a mesma escolha.

Ado escolheu seguir os conselhos de Satans e se rebelou (pecou) contra Deus. A escolha de Ado (seu pecado) abriu uma "caixa de Pandora" de sofrimento para a humanidade. Um estudo cuidadoso do Gnesis revela que a atitude de Ado produziu um amplo espectro de sofrimento: fsico, espiritual, social, psicolgico e at ecolgico. Num sentido muito real, o sofrimento deste mundo foi criado pelo prprio homem. A tendncia ao pecado, a natureza pecaminosa, uma caracterstica humana transferida de Ado e Eva para a segunda gerao da humanidade. E foi transferida para todas as geraes seguintes. Faz parte da natureza humana que todos herdamos.

E no entanto foi Deus quem agiu para solucionar o problema. No Jardim do den, Ele deu a Ado um raio de esperana a promessa de que um dia enviaria o Seu Filho (gerado por uma mulher) terra para destruir a obra do demnio e lidar com os problemas do pecado e do sofrimento do homem.

Vimos esta promessa ser cumprida historicamente, em Jesus Cristo. Por Sua vida, morte e ressurreio, Ele triunfou sobre Satans e o pecado, e Ele a chave para a soluo do sofrimento. Por Sua morte, liberta-nos da punio do pecado. Por Sua ressurreio, d-nos o poder sobre a tendncia ao pecado, medida que permitimos que Ele controle as nossas vidas.

As aes pecaminosas do homem (assassinato, roubo, estupro, terrorismo e assim por diante) infligem o sofrimento aos outros. Se todos os homens permitissem que Jesus reinasse em suas vidas, muitos dos padecimentos deste mundo seriam no apenas mitigados, mas abolidos.

Assim, vemos que Deus no esteve passivo com relao sorte do homem. Ele agiu. Na verdade, a histria toda est se dirigindo para uma poca em que Cristo estabelecer o Seu reinado sobre todo o universo. Satans, pecado e sofrimento sero eliminados inteiramente. Deus promete livrar-nos da punio e do poder do pecado; e um dia Ele criar um ambiente no qual os homens fiquem livres da presena do pecado e do sofrimento associado a ele. Isaas 9:6, 7: "Porque a ns nos nascido um menino, e a ns nos dado um filho; o governo est sobre os seus ombros, e ele tem por nome Maravilhoso Conselheiro, Poderoso Deus, Eterno Pai, Prncipe da Paz. Do aumento do seu governo e da Paz no haver fim sobre (...) o seu reino." F.B. Meyer disse, cena vez, que, "quando o nosso governo estiver sobre os ombros dEle, no haver fim para a paz."

No Podemos esquecer que Deus agiu em nosso nome para livrar o mundo do sofrimento. E o espantoso que Ele o fez por meio do Seu prprio sofrimento. Ele um Pai que testemunhou a tortura e morte do Prprio Filho. Deus, que ama o Seu Filho, permitiu que Ele sofresse para que voc e eu pudssemos ser libertados do sofrimento. Devido paixo e morte de Cristo, aqueles que O aceitaram como seu Salvador estaro livres de um sofrimento mais intenso a separao eterna de Deus.

no sofrimento de Deus que vemos o Seu grande amor. No devemos tentar avaliar o carter de Deus e julgar se Ele ou no um Deus de amor, olhando para os nossos sofrimentos. olhando para a Cruz que passamos a conhecer e experimentar a profundidade do amor de Deus por ns.

Desse modo, vemos que Deus tem um plano para a eliminao do sofrimento.

Mas por que Deus no retira todo o sofrimento do nosso mundo agora? Se Ele tem o poder, por que no o usa agora para o bem da humanidade?

Primeiro, se Deus fosse erradicar todo o mal deste planeta, teria que erradicar todos os homens maus. Quem estaria isento, se "todos pecaram e necessitam da glria de Deus"? (Romanos 3:23) Deus prefere transformar homem mau, ao invs de erradic-lo.

H pouco tempo, recebemos uma carta falando de um prisioneiro condenado a morrer na cadeira eltrica. Vinte e quatro horas antes da execuo, ela foi adiada. Contudo, por causa da sua proximidade com a morte, ele passou a conhecer Deus de um modo pessoal, atravs da f em Jesus Cristo, e tornou-se uma testemunha vocal de Cristo dentro da priso. Dos outros prisioneiros no corredor da morte, agora h 22 dedicados ao estudo da Bblia com ele. Todos ficaram abalados com a experincia vivida por ele a morte de repente tornou-se uma realidade para eles e, atravs do seu relacionamento pessoal com Deus e o testemunho deste fato, Ele est sendo utilizado at ali no corredor da morte.

Em Cristo, podemos tornar-nos novas pessoas. "Se algum est em Cristo, uma nova criao; passou o que era o velho, eis que se fez o novo!" (II Corntios 5:17) Deus pode extrair um grande bem de qualquer vida dedicada a Ele.

Segundo, se Deus retirasse todo o mal do nosso mundo (mas deixasse o homem no planeta) isso significaria que a essncia e "ser humano" seria destruda. O hom