bibliotecas digitais e virtuais no contexto da ead: produtos e serviços on-line para usuários...

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FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO Fabiana ANDRADE-PEREIRA Ana Luiza Araez Requena SANCHES Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos São Paulo 2009

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Fabiana Andrade Pereira / Ana Luiza Araez Requena SanchesTrabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Biblioteconomia da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, como requisito para obtenção do título de bacharel.A pesquisa aborda os principais pontos em que as tecnologias de informação e comunicação (TICs) influenciaram no âmbito da educação e nas bibliotecas, ressaltando, sobretudo, a Educação a Distância (EaD) e a emergência das bibliotecas digitais e virtuais. Por meio de levantamentos bibliográficos, aponta as bibliotecas digitais e virtuais como contribuintes à EaD on-line, especialmente na oferta de serviços e produtos aos utilizadores dessa modalidade educacional, suprindo remotamente suas necessidades informacionais. Diferencia essas bibliotecas dos repositórios de objetos de aprendizagem, estudando seus serviços e produtos, disponibilizados via Web e internet, e destaca o serviço de referência virtual (SRV) como principal meio de proporcionar subsídio às atividades didático-pedagógicas, ensino e pesquisa, além de oferecer suporte para as questões de disseminação da informação em meio virtual.

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Page 1: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

Fabiana ANDRADE-PEREIRA

Ana Luiza Araez Requena SANCHES

Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD:

produtos e serviços on-line para usuários remotos

São Paulo 2009

Page 2: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

Fabiana ANDRADE-PEREIRA

Ana Luiza Araez Requena SANCHES

Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD:

produtos e serviços on-line para usuários remotos

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à Faculdade de

Biblioteconomia da Fundação Escola de

Sociologia e Política de São Paulo,

como requisito para obtenção do título

de bacharel.

Orientadora: Prof.ª Dra. Valéria Martin

Valls

Coordenadora: Prof.ª Dra. Maria Ignês

Carlos Magno

São Paulo 2009

Page 3: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

Autorizamos a reprodução total ou parcial do conteúdo deste trabalho, desde que

citada a fonte.

A553

Andrade-Pereira, Fabiana

Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços

on-line para usuários remotos / Fabiana Andrade-Pereira, Ana Luiza Araez

Requena Sanches. - São Paulo, 2009.

228 f.: il.; 30 cm.

Orientadora: Valéria Martin Valls

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Faculdade de

Biblioteconomia e Ciência da Informação da Fundação Escola de

Sociologia e Política de São Paulo, 2009.

Inclui DVD.

1. Biblioteca digital. 2. Biblioteca virtual. 3. Serviço de referência

virtual. 4. Educação a distância. 5. Tecnologias da informação e

comunicação. 6. Web. I. Sanches, Ana Luiza Araez Requena. II. Valls,

Valéria Martin. III. Título: Produtos e serviços on-line para usuários

remotos.

CDD 025.06 371 334

Page 4: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

Folha de Aprovação

Fabiana Andrade-Pereira

Ana Luiza Araez Requena Sanches

Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD:

produtos e serviços on-line para usuários remotos.

Conceito:

Banca examinadora

Prof.(a) Cibele Araújo Camargo Marques dos Santos

Assinatura: ........................................................................................

Prof.(a) Dorlivete Moreira Shitsuka

Assinatura: ........................................................................................

Prof.(a) .............................................................................................

Assinatura: ........................................................................................

Data de aprovação: _____/_____/2009.

Page 5: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho ao presente,

ao universo quântico que nos mantém, aos nossos

familiares e amigos pelo apoio e compreensão durante esta

etapa de nossas vidas.

Dedicamos este trabalho ao nosso futuro,

sobretudo, ao êxito como grandes profissionais.

Também dedicamos a quem

fizer questão de estar lá pra ver.

Ana Luiza & Fabiana

Page 6: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

AGRADECIMENTOS

Agradecimentos da dupla:

Aos muitos professores, que durante o curso, nos ensinaram coisas que levaremos para

sempre! Aos amigos-colegas de turma que nos acompanharam durante essa longa

jornada, neste caminho sinuoso cheio de AACR2, MARC 21, CDD e CDU. Foram 4 anos

difíceis! Esperamos encontrá-los em breve, pois sabemos que desta turma saíram

grandes profissionais.

Agradecemos à Profa. Dra. Maria Ignês Carlos Magno, coordenadora da disciplina de

Orientação de Trabalho de Conclusão de Curso pelo carinho, incentivo, dedicação e

orientação durante a realização da pesquisa.

Agradecemos à Profa. Andréia Corrêa Silva pelas dicas e pelo referencial teórico tão

importante na área de EaD.

Agradecemos à Profa. Dra. Valéria Valls pela orientação prestada durante a elaboração

do trabalho, pela dedicação, compreensão e carinho, direcionando-nos nas etapas de

pesquisa e desenvolvimento do trabalho.

Agradecemos ao professor Marcelo Silveira pelas dicas nos momentos finais de nosso

trabalho.

Agradecemos às professoras Cibele Araújo Camargo Marques dos Santos e Dorlivete

Moreira Shitsuka por suas orientações e por participarem de nossa Banca Examinadora.

Agradecemos pelas dicas e pelo apoio prestado por Rosaly Favero Krzyzanowski, Inês

Maria de Morais Imperatriz, Diego Ucha, Thaís Fernandes Morais, Carla Ayres e Milena

Yumi Ramos.

Agradecimentos da Ana Lu:

Agradeço às forças invisíveis, à vida, aos familiares e amigos que estiveram presentes

nos momentos tensos e nos tranquilos durante essa etapa de minha vida.

Agradeço à Conceição Cabrini pela oportunidade concedida e que me abriu as portas para

me encontrar como profissional.

Page 7: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

Agradeço a todos aqueles que me deram a oportunidade de aprender e evoluir

profissionalmente durante os estágios.

Agradeço à amiga querida e parceira deste trabalho (e de outros, dentro e fora da

faculdade) Fabiana, pela existência, amizade e carinho! Valeu chuchuza!

Agradecimentos da Fabiana:

Primeiramente agradeço a Deus e à minha família, pois sem ambos eu não estaria aqui.

Agradeço também:

A todas as pessoas que me incentivaram a chegar até aqui, principalmente aos amigos

que confiaram e sentiram falta de mim durante o tempo de me dediquei ao curso; e

àqueles que se foram porque não tiveram tempo de esperar; (e à cervejinha gelada num

fim de dia estressante).

Aos estágios que fiz, pois foram fontes riquíssimas de aprendizado e, aos bibliotecários

no qual tive a oportunidade de trabalhar - agradeço imensamente a demonstração de

profissionalismo.

Ao busão e metrô lotado todas as manhãs! Isso me demonstrou na prática o que é ter

força de vontade!

À Issa-Issa e Nicoleta-Boleta-Roleta por proporcionarem momentos de relaxamento e

divertimento total!

Agradeço, especialmente, à Milena que me aturou esses anos todos reclamando da vida

e, ainda assim, não me negou assistência mediante o Windows Office; e também ao Luiz

Paulo, pela compreensão e por me emprestar seu computador supersônico!

E pra finalizar, agradeço a Analú por tudo e mais um pouco! Valeu Nêga! Adoro-te!

Page 8: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

"O que é aprender? É abandonar velhos reflexos, abandonar

os preconceitos e penetrar em um conhecimento diferente.

Para mim, não somente há uma identificação entre

conhecimento e amor, mas, também, a identificação entre o

conhecimento, o amor e a existência, a mais intensa e viva."

Pierre Lévy

"Para ser grande, sê inteiro. Nada teu exagera ou exclui. Sê

todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes.

Assim, em cada lago a lua toda brilha, pois alta vive".

Fernando Pessoa

Page 9: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

RESUMO

A pesquisa aborda os principais pontos em que as tecnologias de informação e

comunicação (TICs) influenciaram no âmbito da educação e nas bibliotecas,

ressaltando, sobretudo, a Educação a Distância (EaD) e a emergência das

bibliotecas digitais e virtuais. Por meio de levantamentos bibliográficos, aponta

as bibliotecas digitais e virtuais como contribuintes à EaD on-line, especialmente

na oferta de serviços e produtos aos utilizadores dessa modalidade educacional,

suprindo remotamente suas necessidades informacionais. Diferencia essas

bibliotecas dos repositórios de objetos de aprendizagem, estudando seus

serviços e produtos, disponibilizados via Web e internet, e destaca o serviço de

referência virtual (SRV) como principal meio de proporcionar subsídio às

atividades didático-pedagógicas, ensino e pesquisa, além de oferecer suporte

para as questões de disseminação da informação em meio virtual.

Palavras-chave: Bibliotecas digitais. Bibliotecas virtuais. Serviço de referência

virtual. Educação a Distância. Tecnologias da Informação e Comunicação. Web.

Page 10: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

ABSTRACT

This study covers the key points where the information and communication

technologies have an impact on education and libraries, with an emphasis on the

Distance Education and the emergence of Digital and Virtual Libraries. Through

literature research, the digital and virtual libraries are identified as contributors

to the Distance Education online, especially in the provision of services and

products to this type of education, meeting remotely their information needs.

This study also differentiates these libraries from the repositories of learning

objects through the analysis of their services and products offered via the Web

and the internet. Finally, it highlights the virtual reference service as the primary

means of providing subsidies to educational pedagogical, teaching and research

activities, and support for the dissemination of information in virtual

environment.

Keywords: Digital libraries. Virtual libraries. Virtual Reference Service. Distance

Education. Information and Communication Technologies. Web.

Page 11: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Estrutura geral do trabalho ........................................................ 17

Figura 2 – Mapa conceitual da estrutura deste trabalho com base no objeto de

pesquisa ................................................................................................ 18

Figura 3 – Eniac: computador com 17.468 válvulas, construído em 1945:

possuía uma memória compatível à de uma calculadora atual ........................ 38

Figura 4 – EaD clássica x EaD on-line ......................................................... 89

Figura 5 – Exemplo de abordagem broadcast com uso da internet ................ 101

Figura 6 – Ciclo de ações que se estabelece na interação aluno-professor, no

“estar junto” via rede de computadores. ................................................... 102

Figura 7 – Composição básica de um AVA ................................................. 106

Figura 8 – Evolução das bibliotecas .......................................................... 112

Figura 9 – Evolução tecnológica da biblioteca ............................................ 114

Figura 10 – Arquitetura do ambiente de aprendizagem ............................... 145

Figura 11 – Arquitetura do ambiente de bibliotecas digitais ......................... 146

Figura 12 – Arquitetura de integração de ambientes: bibliotecas digitais e

sistemas de aprendizagem ...................................................................... 151

Figura 13 – Biblioteca no Second Life ....................................................... 189

Page 12: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Mídias na educação ................................................................. 53

Quadro 2 – Evolução da EaD no Brasil: desenvolvimento e cronologia (1ª

Geração de EaD) ..................................................................................... 84

Quadro 3 – Evolução da EaD no Brasil: desenvolvimento e cronologia (2ª

Geração) ................................................................................................ 85

Quadro 4 – Evolução da EaD no Brasil: desenvolvimento e cronologia (2ª

Geração - Continuação) ............................................................................ 86

Quadro 5 – Evolução da EaD no Brasil: desenvolvimento e cronologia (3ª

Geração) ................................................................................................ 87

Quadro 6 – Os Diferentes Sentidos do Virtual: do mais fraco ao mais forte .... 120

Quadro 7 – Compilação das definições dos termos biblioteca digital, digital,

biblioteca virtual e virtual ....................................................................... 123

Quadro 8 – Atividades desempenhadas por bibliotecas para atender a demanda

da EaD ................................................................................................. 135

Quadro 9 – Diferença entre BDs/BVs e ROAs ............................................. 148

Quadro 10 – Etapas do serviço de referência ............................................. 161

Quadro 11 – Serviços a serem ofertados pelo SRV ..................................... 164

Quadro 12 – Serviços a serem ofertados pelo SRV - II ................................ 166

Quadro 13 – Compilação de serviços e ferramentas utilizadas em web sites de

bibliotecas ............................................................................................ 174

Quadro 14 – Habilidades de informação em bibliotecas tradicionais e

virtuais/digitais ..................................................................................... 176

Page 13: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Panorama temático da literatura utilizada ................................ 33

Gráfico 2 – Atividades desenvolvidas na internet: dados comparativos de 2005

a 2008. ............................................................................................... 51

Gráfico 3 – Atividades desenvolvidas na internet – treinamento e educação:

dados comparativos de 2005 a 2008. ...................................................... 51

Gráfico 4 – Número de cursos de EaD on-line ofertados por ano no Brasil. .... 88

Page 14: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABED Associação Brasileira de Educação a Distância

ABT Associação Brasileira de Tecnologia Educacional

ADA Ambientes digitais de aprendizagem

AHA Ambientes hipermidiáticos de aprendizagem

ARIADNE Alliance of Remote Instructional Authoring and Distribution

Networks for Europe

AVAs Ambientes virtuais de aprendizagem

BBS Bulletin board system

BD Biblioteca digital

BDTD Biblioteca Digital de Teses e Dissertações

BV Biblioteca virtual

BIREME Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em

Ciências da Saúde

BITNET Because It's Time Network

BVS Biblioteca Virtual em Saúde

CAPES Coordenação e Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior

CEDERJ Fundação do Centro de Educação Superior a Distância do

Estado do Rio de Janeiro

CEMA Centro Educativo do Maranhão

CENAFOR Fundação Centro Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal para

a Formação Profissional

CETEB Centro de Ensino Técnico de Brasília

CIER Centro Internacional de Estudos Regulares do colégio Anglo-

Americano

CMC Comunicação mediada por computador

CNBB Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

CNE Conselho Nacional de Educação

CFE Conselho Federal de Educação

CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

CRUESP Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas

DEDALUS Banco de Dados Bibliográficos da USP

Page 15: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

DSI Disseminação seletiva da informação

EAD Educação a Distância

EUA Estados Unidos da América

ERL Eletronic Reference Library (Biblioteca de Referência Eletrônica)

FAPESP Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

FAQs Frequently asked questions (Perguntas freqüentes)

FCBTVE Fundação Centro Brasileiro de Televisão Educativa

FESPSP Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo

FUNDAP Fundação do Desenvolvimento Administrativo

IA Inteligência artificial

IBAM Instituto Brasileiro de Administração Municipal

IBICT Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

ICDE Conferência Mundial de Educação Aberta e a Distância

IES Instituições de ensino superior

IMS Information Management Systems

INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

ITA Instituto Tecnológico da Aeronáutica

LISA Library and Information Science Abstract

LPCD Linha Privativa de Comunicação de Dados

LOM Learning Object Metadata

MARC Machine Readable Cataloging

MEB Movimento de Educação de Base

MEC Ministério da Educação

METS Metadata Encoding and Transmission Standard

OAI Open Archives Iniciative

OMS Organização Mundial da Saúde

OPAC Catálogos de acesso público online

OPAS Organização Pan-Americana da Saúde

PAR Plano de Ações Articuladas

PC’s Computador Pessoal

PMH Protocol for Metadata Harvesting

POSGRAD Pós-Graduação Tutorial a Distância

ProBE Programa Biblioteca Eletrônica

PRONTEL Programa Nacional de Tele-Educação

Page 16: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

PUC Pontifícia Universidade Católica

RN Rio Grande do Norte

RNP Rede Nacional de Ensino e Pesquisa

ROAs Repositórios de objetos de aprendizagem

RSS Really Simple Syndication

SCORM Sharable Content Object Reference Model

SEED Secretaria de Educação a Distância

SEER Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas

SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

SES Secretaria de Ensino Superior do Estado de São Paulo

SESC Serviço Social do Comércio

SciELO Scientific Electronic Library Online

SIBi Sistema de Bibliotecas Integradas da USP

SIBiNet Rede de Serviços do SIBi/USP

SINRED Sistema Nacional de Radiodifusão Educativa

SRV Serviço de referência virtual

SUS Sistema Único de Saúde

TICs Tecnologias de informação e comunicação

TVE Televisão educativa

UAB Universidade Aberta do Brasil

UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul

UFSC Universidade Federal de Santa Catarina

UFSCAR Universidade Federal de São Carlos

UNB Universidade de Brasília

UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a

Cultura

UNESP Universidade Estadual de São Paulo

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

UNIFESP Universidade Federal de São Paulo

UNIREDE Universidade Virtual Pública

UNISINOS Universidade do Vale do Rio dos Sinos

UNIVESP Universidade Virtual do Estado de São Paulo

USP Universidade de São Paulo

Page 17: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................... 17

2 JUSTIFICATIVA ................................................................................. 24

3 OBJETIVOS ........................................................................................ 28

3.1 Objetivo Geral ................................................................................ 28

3.2 Objetivos específicos ...................................................................... 28

4 METODOLOGIA .................................................................................. 30

5 AS TECNOLOGIAS: TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

(TICS) NA EDUCAÇÃO E NAS BIBLIOTECAS ........................................... 35

5.1 Conceitos de tecnologias ................................................................ 35

5.1.1 As gerações tecnológicas .................................................................. 38

5.2 Conceitos de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) ..... 43

5.2.1 A comunicação mediada por computador ............................................ 46

5.3 TICs na educação ........................................................................... 48

5.3.1 TICs: novos meios de aprendizagem .................................................. 49

5.3.1.1Tecnologia educacional ................................................................... 52

5.4 TICs em Bibliotecas ........................................................................ 55

6 FUNDAMENTOS E CONCEITOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ............... 62

6.1 Fundamentos de Educação .............................................................. 63

6.1.1 Relação entre informação x conhecimento no contexto do ensino e

aprendizagem ......................................................................................... 66

6.1.2 A Infoeducação ............................................................................... 69

6.1.3 Educação on-line ............................................................................. 72

6.2 A Educação a Distância (EaD) ......................................................... 74

6.2.1 Definições de EaD ........................................................................... 76

6.2.2 Panorama histórico da EaD ............................................................... 80

6.2.2.1 Evolução da EaD no Brasil .............................................................. 82

6.2.3 A EaD na atualidade ........................................................................ 88

6.2.3.1 EaD on-line.................................................................................. 90

6.2.3.2 Características da EaD na atualidade ............................................... 95

6.2.3.3 Abordagens pedagógicas em EaD on-line ....................................... 101

6.2.3.4 Ambientes virtuais de aprendizagem: conceitos e funções ................ 105

7 BIBLIOTECAS PARA EaD .................................................................. 112

7.1 A evolução das Bibliotecas ............................................................ 113

Page 18: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

7.2 A importância das bibliotecas digitais e virtuais para a EaD: o usuário

remoto ............................................................................................... 127

7.3 Bibliotecas digitais e virtuais X Repositórios de objetos de

aprendizagem ..................................................................................... 138

7.3.1 Bibliotecas digitais e virtuais integradas aos ambientes de aprendizagem

.......................................................................................................... 148

7.4 Necessidades informacionais dos usuários de EaD diante do uso de

bibliotecas digitais e virtuais .............................................................. 152

7.5 Produtos e serviços de bibliotecas digitais e virtuais para suporte à

EaD on-line ......................................................................................... 158

7.5.1 Serviços de referência virtual .......................................................... 159

7.5.1.1 Serviços cooperativos entre bibliotecas .......................................... 167

7.5.2 Outros produtos e serviços de bibliotecas digitais e virtuais para EaD ... 171

7.5.3 Ferramentas da Web 2.0 aplicadas em bibliotecas digitais e virtuais e na

EaD ..................................................................................................... 179

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................. 184

REFERÊNCIAS ..................................................................................... 193

GLOSSÁRIO ........................................................................................ 213

ANEXO A - Decreto n.º 2.494, de 10 de fevereiro de 1998 ......................... 222

CURRÍCULOS ...................................................................................... 226

Page 19: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

Capítulo 1

Page 20: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

17

1. INTRODUÇÃO

A pesquisa que orientou a elaboração deste trabalho pode ser dividida nos

itens que compõem a estrutura apresentada na ilustração a seguir:

Cap.1 -INTRODUÇÃO

Cap.2 -JUSTIFICATIVA

Cap.3 -OBJETIVOS

DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

Cap. 4 -METODOLOGIA

REVISÃO DE LITERATURA

CONCLUSÃO

Cap. 7 - BIBLIOTECAS DIGITAIS E VIRTUAIS

Cap. 6 - EaD

Cap. 5 - TICs

Figura 1 – Estrutura geral do trabalho

Neste capítulo, é apresentada a estrutura geral do trabalho, conforme se

verifica na Figura 1, como forma de contextualizar os demais capítulos à

proposta da pesquisa.

No Capítulo 2 (Justificativa), é explicada a relevância do tema para a área

da Biblioteconomia e Ciência da Informação. É, também, apresentado o estado

da arte, ou seja, o ponto no qual se encontram as pesquisas sobre o tema

escolhido.

No Capítulo 3 (Objetivos), são apresentados os elementos que nortearam

esta pesquisa, que pode-se visualizar na figura a seguir:

Page 21: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

18

TICs

EDUCAÇÃO BIBLIOTECAS

EaD

ROAs

Recursos de

aprendizagem

Web 2.0

AVAs

Produtos e serviços on-line

Web 2.0

Repositórios

S. R. V.

CMCWeb

Internet

Evolução

Bibliotecas híbridas

Bibliotecas digitais

Bibliotecas virtuais

Bibliotecas 2.0

Evolução

Autonomia Interação

Acesso remoto

Autonomia Interação

Acesso remoto

ObjetoEaD on-line

EaD com uso de computador

Aluno/Usuário remoto

Informação

MediaçãoMediação

Figura 2 – Mapa conceitual da estrutura deste trabalho com base no objeto de pesquisa

18

Page 22: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

19

Na Figura 2 são apontados os elementos que foram discutidos na

pesquisa. Entretanto, os blocos coloridos exprimem os pontos onde houve mais

aprofundamentos. A linha pontilhada em azul na parte superior da figura

demonstra a evolução das tecnologias de informação e comunicação (TICs) e

seus reflexos na educação e nas bibliotecas (enfatizado no capítulo 5); a linha

vermelha delimita bem o objeto. O conector azul, na parte inferior, identifica o

processo de mediação, fator importante tanto para o processo de aprendizagem

on-line, quanto para os produtos e serviços on-line oferecidos por bibliotecas

digitais e virtuais. É importante observar que os recursos de aprendizagem da

EaD on-line e os produtos e serviços das bibliotecas digitais e virtuais visam a

assuntos em comum: acesso remoto, interação e a autonomia dos seus

utilizadores.

No Capítulo 4 (Metodologia), é explicada detalhadamente toda ação

desenvolvida, instrumentos e métodos utilizados para a realização desta

pesquisa.

O Capítulo 5 trata da descrição dos conceitos de tecnologia, tais como

gerações tecnológicas, linguagens, hibridização tecnológica e convergências

tecnológicas. Esses fundamentos são importantes para entender o processo de

disseminação das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), que

também é conceituado, dando maior ênfase para comunicação mediada por

computador, internet e web, nos seguintes âmbitos:

TICs na educação, em que é apontada a tecnologia educacional de forma

a sustentar a aplicação de tecnologias no processo de ensino e

aprendizagem, além de promover experiências relacionadas ao uso de

multimídias, hipermídias e hipertextos;

TICs em bibliotecas, em que é enfatizado o modo como seus serviços e

produtos, de modo geral, ganharam impulsos, promovendo um processo

de disseminação da informação de modo mais efetivo, uma vez que

contam com as soluções tecnológicas baseado em rede, que lhes

permitem disponibilizar seu acervo, bem como coletar, armazenar e

monitorar informações remotamente.

Page 23: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

20

Portanto, são demonstradas as maneiras como as TICs oferecem novas

condições de atender às novas demandas da sociedade, especialmente diante da

denominada Educação a Distância (EaD), destacadamente os modelos que fazem

uso da comunicação mediada por computador, ou on-line (baseados em redes de

computadores), em que os envolvidos nos processos educativos estão distantes

no tempo e geograficamente. Estes, por sua vez, necessitam ter acesso a

bibliotecas on-line, cujas informações se apresentem em conteúdos

diversificados, com diferentes linguagens e com qualidade.

No Capítulo 6, são descritos alguns fundamentos e conceitos de

educação. Foi necessário descrever a distinção entre informação e conhecimento,

pois essa observação atribui diferentes significados aos conceitos de ensino e

aprendizagem; com isso, reforça a necessidade de as bibliotecas serem

essenciais para o processo educacional. Destaca-se, ainda, o conceito de

infoeducação, que abrange estudos de ação educativo-cultural e reúne os

campos teóricos e práticos da Ciência da Informação e da Educação.

Também ressaltamos a educação on-line, que se concretiza em diferentes

modelos: presencial, semipresencial e a distância, que variam conforme a

disponibilidade de estar presente em sala de aula. Esse contexto é importante

para inserção da Educação a Distância (EaD) no trabalho, pois se destaca como

uma importante área de atuação para os profissionais da informação, uma vez

que as instituições que oferecem cursos nessa modalidade devem oferecer

condições para que as pessoas tenham acesso a conteúdos informacionais. A

partir dos fundamentos e conceitos apresentados, enfatizam-se as características

atuais dessa modalidade educativa. Adotamos como necessário conhecer seus

principais aspectos, visto que se trata de um dos objetivos deste trabalho, no

qual defendemos, e muitos autores reforçam, que, ao ofertar serviços e produtos

de bibliotecas para EaD, é imprescindível conhecer seus fluxos comunicacionais e

informacionais. Por isso, são descritos os mais variados tipos de interações

existentes nessa modalidade educacional. Além disso, também é apresentado um

histórico da EaD, focando as suas principais gerações e o seu desenvolvimento

em âmbito nacional.

Page 24: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

21

É revista a EaD on-line, especialmente pelo fato do uso de computadores,

internet e web como suporte às abordagens pedagógicas (seja broadcast, “estar

junto virtual” ou virtualização da escola tradicional), tais como e-learning, b-

learning, e-learning 2.0 e open learning. Outro aspecto que se considera é a

função dos ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs), uma vez que eles são

destinados ao apoio às atividades educacionais mediadas pelas atuais TICs.

No Capítulo 7 é focada a importância das bibliotecas no processo de

ensino e aprendizagem, sobretudo a distância. São verificados os diferentes

conceitos de bibliotecas encontrados na literatura e os reflexos da evolução das

TICs para as bibliotecas, tais como: biblioteca tradicional, biblioteca híbrida,

biblioteca digital e biblioteca virtual.

Com isso, este trabalho confere a importância das bibliotecas digitais e

virtuais inseridas no âmbito da EaD on-line, como forma de suprir as

necessidades informacionais dos usuários, com produtos e serviços de acesso à

informação que podem ser proporcionados em rede de computadores, por sua

velocidade de acesso e reprodução exponencial de informação requerida para as

atividades didático-pedagógicas, ensino e pesquisa aos alunos e outros

envolvidos neste processo.

Salienta-se o papel das bibliotecas digitais e virtuais como uma importante

tendência para EaD on-line, sobretudo por elas serem consideradas as âncoras

das instituições de ensino e por possuírem condições de formar acervos de

qualidade e viabilizarem um rápido e fácil acesso aos mais variados conteúdos.

É feita uma breve comparação entre bibliotecas digitais e virtuais X

repositórios de objetos de aprendizagem (ROAs), pois, muitas vezes, repositórios

são considerados sinônimos de bibliotecas digitais. Por isso, são apontadas as

diferenças que existem entre esses objetos. Também, é demonstrada que a

integração de bibliotecas digitais e virtuais em AVAs é tecnicamente possível.

Descreve-se a importância de identificar as necessidades informacionais

dos usuários de EaD diante do uso de bibliotecas digitais e virtuais, uma vez que

esse fato será preponente para o estabelecimento de serviço e produtos viáveis e

satisfatórios. Para isso, ressaltamos os testes de usabilidade para web sites,

Page 25: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

22

visto que os recursos informacionais das bibliotecas digitais e virtuais devem

estar organizados e disponibilizados de maneira que ofereçam produtos e

serviços com capacidade de satisfazer as necessidades e expectativas dos

usuários remotos.

Diante dos serviços e produtos que as bibliotecas digitais e virtuais têm a

oferecer como suporte à EaD on-line, é maiormente explicitada a importância

dos serviços de referência virtual (SRV) oferecidos por bibliotecas digitais e

virtuais no atendimento aos usuários remotos. São apontados os serviços

cooperativos de referência virtual como uma via para o estabelecimento de

serviços mais ágeis, tendo como vantagem o poder de compartilhar informações

com outras bibliotecas, fazendo com que o usuário possa ter acesso aos mais

diversos documentos digitais, desde a forma mais simples, como a referência de

uma publicação, até a mais complexa, como acesso ao documento com texto

completo.

Para finalizar este trabalho, são levantados outros produtos e serviços de

bibliotecas digitais e virtuais para EaD, sobretudo baseados em plataformas da

web.

Como proposta para continuação desta pesquisa, deixam-se

recomendações importantes, que foram observadas durante a realização deste

trabalho, como:

uso de web 2.0 por bibliotecas e EaD;

a inserção de bibliotecas no Second Life;

serviços personalizados, como o clipping eletrônico; e

aplicações de inteligência artificial (IA).

Page 26: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

Capítulo 2

Page 27: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

24

2 JUSTIFICATIVA

A maioria dos ambientes de Educação a Distância (EaD) serve apenas

como repositórios de informação e elo de comunicação entre instrutores e

alunos. O maior desafio desse cenário são as limitações de pesquisas que os

ambientes EaD podem proporcionar aos seus utilizadores.

Blattmann (2001, p. 6) afirma que pensar em gestão da informação no

contexto do ensino e da aprendizagem constitui-se em estímulo à busca de

soluções que possam ser incorporadas às instituições que oferecem programas

de Educação a Distância (EaD) e enfatiza que “o papel das bibliotecas no ensino

a distância deve ser considerado elemento essencial de suporte informacional

dos cursos oferecidos”. A exigência de bibliotecas para a EaD é um ponto

reforçado pelos referenciais de qualidade apresentados pelo Ministério da

Educação (MEC) e pela Secretaria de Ensino a Distância (SEED). (BRASIL, 2003;

2007).

Devido ao crescente número de cursos oferecidos por EaD, capazes de

oferecer um ensino e aprendizado remotamente, percebemos a necessidade de

transformação das bibliotecas para atender essa nova demanda necessitada de

informações. Para isso, é imprescindível entender a utilização de tecnologias de

informação e comunicação (TICs) no âmbito da EaD e das bibliotecas. Conhecer

as características da EaD na atualidade e suas formas de interação é importante

para verificar a possibilidade de inserção de bibliotecas digitais e virtuais, e

agregação de serviços e/ou produtos com características peculiares.

Crescentemente, as bibliotecas, principalmente as universitárias, vêm

utilizando os recursos da web e internet, para alcançar amplamente seus

objetivos, aplicando o ciberespaço como um canal para automatizar e divulgar

serviços e produtos, informações institucionais, referenciais e gerais, além de

estabelecer comunicação com seu público, servir de Portal para diversas fontes

de informação, alcançar um maior número de usuários e diminuir custos.

Page 28: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

25

As bibliotecas que possuem sua “versão” digital/virtual têm como

finalidade disponibilizar e ampliar a visibilidade de suas coleções, serviços e/ou

produtos. Segundo Monteiro et al. (2006), isso demonstra que as bibliotecas

estão se ajustando aos padrões modernos, aprimorando suas condições de

acesso à informação com o uso de tecnologias, proporcionando o acesso cada

vez maior à informação digital e virtual, especialmente para aumentar a precisão

e redução de tempo no acesso à informação.

No que refere à aplicação de produtos e serviços de bibliotecas para

alunos, professores e outros utilizadores da EaD on-line, esse assunto ainda se

encontra pouco explorado nas principais áreas que abordam estudos sobre o

tema, como a Biblioteconomia e Ciência da Informação, Educação e a Ciência da

Computação.

Tratando isoladamente a área de Biblioteconomia e Ciência da Informação,

a maioria dos estudos que reportam à EaD aponta as bibliotecas universitárias e

híbridas como as principais fornecedoras de produtos e serviços de informação,

para suprir as necessidades informacionais dos indivíduos envolvidos no processo

de ensino e aprendizagem a distância. Porém, ante o atual modelo de EaD,

viabilizado em meio virtual, via internet, com uso recursos e ferramentas da

web, encontramos as motivações necessárias para inserir as bibliotecas digitais e

virtuais nesse contexto, uma vez que elas ofertam produtos e serviços on-line,

por meio de eficientes instrumentos de pesquisa, que possibilitam o acesso à

informação de modo rápido e imediato.

A área de Ciências da Computação cita o uso de repositórios de objetos de

aprendizagem (ROAs), que são considerados sinônimos de biblioteca

digital/virtual. Contudo, consideramos que as bibliotecas digitais e virtuais

possuem um grande diferencial por estar amparadas na mediação e expertise

profissional, algo que os repositórios não agregam. Devido a esse fato, propõe-se

uma comparação entre bibliotecas digitais e virtuais e ROAs.

Com isso, identifica-se um elo entre os objetos de estudo, pois os

utilizadores da EaD on-line usufruem das mesmas características dos usuários

das bibliotecas digitais e virtuais, quais sejam: a necessidade de acesso remoto,

Page 29: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

26

mediação profissional, interação proporcionada por meios tecnológicos e a

autonomia, que vai além da liberdade de estudo e pesquisa e se configura,

sobretudo, no rompimento da barreira temporal e espacial.

Pretende-se apresentar as bibliotecas digitais e virtuais como forma de

expansão na disponibilização de informações de diversas maneiras, e, para isso,

levantamos bibliografia que compreenda a reflexão de diversos profissionais

sobre o engajamento dessas bibliotecas perante esse contexto. Verificam-se os

produtos e serviços que poderão ser disponibilizados aos utilizadores da EaD e as

formas de abordagem que estão sendo feitas pelas bibliotecas digitais e virtuais

a esses usuários remotos, como o serviço de referência virtual (SRV).

Com esta pesquisa, pretende-se contribuir concomitantemente para áreas

de:

Biblioteconomia e Ciências da Informação, revelando uma nova forma

de atuação profissional, uma vez que os utilizadores da EaD não podem

ficar alheios aos conteúdos informacionais, pois são imprescindíveis

para a efetivação do processo de ensino e aprendizagem;

EaD, verificando como as bibliotecas digitais e virtuais oferecem

suporte às demandas informacionais dos usuários que se encontram a

distância.

Page 30: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

Capítulo 3

Page 31: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

28

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Apresentar as bibliotecas digitais e virtuais como potenciais auxiliadoras na

pesquisa de fontes de informação para alunos dos cursos por Educação a

Distância (EaD).

3.2 Objetivos específicos

expor os conceitos de Educação a Distância (EaD), suas características

e aplicabilidades no processo de ensino e aprendizagem on-line para

obter a percepção das necessidades informacionais de seu público

remoto;

identificar os conceitos de biblioteca virtual e biblioteca digital, levantar

sua importância no contexto da EaD e diferenciá-las dos repositórios de

objetos de aprendizagem por meio de seus serviços e produtos;

indicar os produtos e/ou serviços prestados por bibliotecas digitais e

virtuais ao usuário remoto.

Page 32: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

Capítulo 4

Page 33: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

30

4 METODOLOGIA

Para a elaboração deste estudo, fundamentamo-nos inicialmente na

pesquisa qualitativa, buscando compreender e trabalhar com as descrições,

comparações e interpretações sobre o tema escolhido, sem uso de estatísticas,

regras ou outras generalizações.

O método de pesquisa utilizado foi a análise documental em base

bibliográfica, selecionando da literatura especializada registros de experiências,

sites, projetos e iniciativas, artigos impressos e eletrônicos, relatórios, manuais,

blogs, conferências, listas de discussão, revistas, livros e outras fontes que

tratavam do assunto. Geralmente, essas fontes relacionavam-se às áreas de

Biblioteconomia, Ciência da Informação, Documentação, Educação,

Comunicação, Tecnologia da Informação, Ciência da Computação, Filosofia,

Ciências Sociais, entre outros.

A seleção desses documentos foi baseada em critérios, tais como:

a) a forma de acesso, dando preferência a documentos digitais;

b) a abordagem temática das fontes de informação: busca por

documentos que fossem sobre Educação a distância, tecnologias da

informação e comunicação, Bibliotecas Virtuais, Bibliotecas Digitais,

web e seu uso em bibliotecas, redes de aprendizagem, e-learning,

serviços de referência virtual, ambiente virtual, virtualidade, auxílio ao

ensino e pesquisa, repositórios, e outros;

c) a propriedade intelectual da publicação para garantir idoneidade à

pesquisa.

Quanto à forma de acesso que utilizamos na pesquisa documental, dando

sequência aos objetivos da pesquisa e angariando informações atualizadas sobre

o tema, priorizamos fontes disponíveis na internet, cujos autores e documentos

estivessem ligados às universidades e instituições reconhecidamente atuantes.

Esse processo imputou credibilidade às informações. No entanto, a consulta a

livros foi utilizada, embora de forma singular, uma vez que o acesso à internet

Page 34: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

31

nos possibilitou um maior alcance a documentos recentes sobre as questões do

objeto de pesquisa.

No que se refere à propriedade intelectual das publicações consultadas, a

maior parte dos autores pesquisados advém de universidades, instituições e

iniciativas cujas experiências com a EaD, bibliotecas virtuais e bibliotecas digitais

os fizeram responsáveis pela divulgação dos casos de êxito. Procurou-se, na

medida do possível, enfatizar trabalho de autores brasileiros, contextualizando a

evolução dos serviços e produtos oferecidos pelas bibliotecas em meio virtual, da

Educação a Distância no Brasil e o impacto da internet na questão do ensino e da

aprendizagem.

As fontes de informação mais utilizadas para adquirir a literatura

pertinente e que influenciaram a construção teórica da pesquisa foram:

Consultas as bases de teses e dissertações da USP, UNICAMP, UNESP,

IBICT, PUC, UFSC, CAPES, UFRGS e UFSCAR. Consultamos seus catálogos

e bases de dados disponíveis na internet, principalmente oDEDALUS da

Universidade de São Paulo, o Acervus1 da Universidade Estadual de

Campinas, o Athenas2 da Universidade Estadual Paulista, o BDTD3 (Base

de dados brasileira de teses e dissertações) do IBICT, Banco de teses da

CAPES4, entre outras na busca de teses e dissertações com textos

completos disponíveis on-line. Em algumas instituições, o conteúdo é

centralizado, como a UNICAMP, que oferece em sua biblioteca digital5 um

tópico com todos os estudos da instituição sobre EaD.

Bases de dados referenciais e sites de coleções de revistas e artigos

científicos de textos completos como o LISA, Scopus, Portal CAPES,

SciELO, entre outros.

Buscas efetuadas por meio da ferramenta Google sobre informações

gerais, artigos sobre os temas EaD, e-learning, bibliotecas virtuais e

1 http://acervus.bc.unicamp.br

2 http://www.athena.biblioteca.unesp.br

3 http://bdtd.ibict.br

4 http://servicos.capes.gov.br/capesdw

5 http://www.rau-tu.unicamp.br/ead

Page 35: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

32

digitais, web aplicada à EaD ou a bibliotecas, repositórios de objetos de

aprendizagem, repositórios digitais e ambientes de aprendizagem on-line,

serviço de referência virtual (ou digital, eletrônico, on-line), usuários

remotos e outros termos. Para isso, investigamos as publicações

eletrônicas de livre acesso na área da Biblioteconomia, Educação,

Comunicação e Tecnologia da Informação, Ciências da Computação, entre

outros, em busca de artigos que abordavam os assuntos da pesquisa, tais

como “Ciência da Informação”, “Perspectivas em Ciência da Informação”,

“Comunicação & Sociedade”, “Informação & Informação”, “Conecta –

Revista on-line de Educação a Distância”, “Revista Brasileira de Educação

a Distância”, “Revista Eletrônica de Educação a Distância”, “TE@D -

Revista Digital de Tecnologia Educacional e Educação a Distância”, entre

outras.

Pesquisamos páginas que continham trabalhos apresentados em eventos

nas mesmas áreas designadas anteriormente, nos quais se buscou

perceber a discussão referente ao nosso tema de pesquisa.

Acessamos espaços colaborativos onde também se obtiveram muitas

informações e referências de trabalhos referentes ao tema, tais como

listas de sites, listas de discussões, blogs6 importantes, redes sociais,

associações, conferências, fóruns, e outros.

Nas pesquisas realizadas nas fontes de informação acima, recuperamos

um enorme fluxo documental sobre o eixo temático e, com base nos objetivos,

filtramos as informações mais atuais e de maior relevância para o

desenvolvimento do trabalho. Realizou-se um resgate histórico sobre o assunto,

levantando os principais conceitos e abordagens referentes ao objeto de

pesquisa.

O gráfico a seguir ilustra o total de documentos por tema na literatura

adotada para o desenvolvimento deste estudo:

6 Blog Educação a Distância: http://www.educacaoadistancia.blog.br; Blog do João Mattar:

http://blog.joaomattar.com/2009.

Page 36: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

33

Gráfico 1 - Panorama temático da literatura utilizada

Vemos, no gráfico, que os documentos sobre EaD têm se sobressaído ao

das bibliotecas, principalmente ao juntar EaD e e-learning, aplicados muitas

vezes como sinônimos. Durante a pesquisa, sentimos a necessidade de obter um

embasamento mais conciso sobre o conceito da prática da EaD, para que

pudéssemos agregar os valores da biblioteconomia e das TICs ao contexto

proposto. Nota-se, também, um elevado número de documentos sobre as TICs

na educação e na biblioteconomia. Esses documentos estão interconectados à

fatia dos serviços de referência e produtos oferecidos pelas bibliotecas digitais e

virtuais, pelo fato de ambos fazerem parte da natureza que engloba tecnologia,

comunicação e informação.

Esse levantamento esclareceu dúvidas e norteou o trabalho, permitindo

sistematizar e descrever as principais peculiaridades dos serviços e/ou produtos

que as bibliotecas digitais e virtuais podem oferecer em meio virtual,

principalmente aos usuários – alunos e professores – da EaD.

Page 37: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

Capítulo 5

Page 38: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

35

5 AS TECNOLOGIAS: TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

(TICs) NA EDUCAÇÃO E NAS BIBLIOTECAS

Este Capítulo 5 trata da introdução aos conceitos de tecnologia,

linguagens, convergência tecnológica, hibridização tecnológica e gerações

tecnológicas. Esses fundamentos são importantes para entender o processo de

disseminação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), dando

maior ênfase para a massificação e uso do computador.

Em um primeiro momento, serão abordadas as TICs na educação e, em

seguida, será mostrado seu uso em Bibliotecas.

Define-se o termo tecnologia educacional de forma a sustentar a aplicação

de tecnologias no processo de ensino e aprendizagem, além de promover

experiências relacionadas ao uso de multimídias, hipermídias e hipertextos.

Portanto, são demonstradas como as TICs oferecem novas condições de

atender às novas demandas da sociedade, especialmente diante da denominada

Educação a Distância (EaD), destacadamente os modelos que fazem uso da

comunicação mediada por computador, ou on-line (baseados em redes de

computadores), em que os atores dos processos educativos estão distantes

geograficamente. Como consequência dos esforços do processo de ensino e

aprendizagem, diversos usuários necessitam ter acesso às bibliotecas que, por

sua vez, necessitam ser acessíveis pela internet ou outras redes, apresentar

bons acervos, cujas informações se apresentem em conteúdos diversificados,

com diferentes linguagens e com qualidade.

5.1 Conceitos de tecnologias

A tecnologia é fruto da sociedade, de suas relações sociais, de sua cultura,

de sua formação econômica e política; consequentemente, os avanços

tecnológicos significam uma série de mudanças com grandes proporções em

Page 39: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

36

todas estas esferas. O sentimento em relação aos avanços da tecnologia é

paradoxal: ela altera a vida das coletividades, assim como suas influências, pois

sua finalidade é o aprimoramento de nossas condições de vida. Sua principal

característica é servir de ferramenta para estender nossas habilidades, ampliar

as nossas opções de escolha, reestruturar atividades do trabalho, no cotidiano,

entre inúmeras outras possibilidades.

Bastos (1998, p. 13) define tecnologia como um modo de produção, no

qual se utilizam todos os instrumentos, invenções e artifícios e, por isso, é

também uma maneira de organizar e perpetuar as vinculações sociais no campo

das forças produtivas. Assim sendo, a tecnologia é tempo, é espaço, custo e

venda, pois não é apenas fabricada no recinto dos laboratórios e usinas, mas

recriada pela maneira como for aplicada e, metodologicamente, organizada.

Já Goodman et al. (apud ROSINI, 2007, p. 1) definem tecnologia como

conhecimento de relações de causa-efeito contidas nas máquinas e

equipamentos utilizados para realizar um serviço ou fabricar um produto.

Fleury (1990, p. 24) difere, em sua abordagem, ao designar tecnologia

como

[...] um pacote de informações organizadas, de diversos tipos (científicas, empíricas...), provenientes de diversas fontes (descobertas científicas,

patentes, livros, manuais, desenhos...), obtidas por diferentes métodos

(pesquisa, desenvolvimento, cópia, espionagem...) e utilizadas na produção de bens e serviços.

De modo simples e direto, também se pode definir por tecnologia o

conjunto complexo de técnicas, artes e ofícios capazes de modificar/transformar

o ambiente natural, social e humano (cognitivo), em novas realidades

construídas artificialmente. (JOSGRILBERG, 2006, p. 37).

Conforme a interpretação destes autores, devemos entender que a

tecnologia é o “estado da arte” da técnica – e assim não está limitada somente

ao lado estritamente capitalista. Como tem a terminação logos (tecno+logia)

será a técnica para o conhecimento, interpretação, aplicação e/ou estudo da

Page 40: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

37

técnica e das suas variáveis, enquanto aplicação e aplicativo, ao longo da história

e em determinada sociedade.

A técnica é descrita por Santos (2002, p. 29) como "conjunto de meios

instrumentais e sociais com os quais o homem realiza sua vida, produz e, ao

mesmo tempo, cria espaço". No caso particular das TICs, as técnicas envolvem

objetos técnicos específicos, como o computador ou as redes de

telecomunicação, e uma série de instrumentos sociais que ajudam os seres

humanos a criar espaços. Todas as causas de mudanças na sociedade estão

diretamente relacionadas ao desenvolvimento tecnológico, como no caso das

TICs, que se desenvolveram principalmente nas áreas de comunicação e da

informática (aceleradas, sobretudo, após a Segunda Guerra Mundial). Desse

ponto de vista, a sociedade é a protagonista da mudança, uma vez que toda

opção tecnológica é social.

Nos anos quarenta, surgiram os primeiros computadores na Inglaterra e

nos Estados Unidos da América (também denominada 1ª Geração de

computadores); eles eram fisicamente muito grandes. Utilizados para funções

específicas, possuíam somente dois níveis de linguagem de programação: o nível

da linguagem de máquina, no qual toda a programação era feita, e o nível da

lógica digital, em que os programas eram efetivamente executados.

Page 41: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

38

Figura 3 - Eniac: computador com 17.468 válvulas, construído em 1945: possuía uma memória compatível à de uma calculadora atual.

Fonte: Almanaque da Comunicação

Entretanto, como efeito da constante evolução, esse tipo de equipamento

passou a significar potencialidade para o processo de digitalização de

informações por meio dos seus bits (0 e 1) e, desta maneira, transformou dados,

informações, imagens, sons, etc., numa codificação digital passível de

armazenamento, acesso, disponibilização, recuperação e preservação.

Aos poucos, as máquinas passaram a se comunicar, mesmo estando em

lugares distantes geograficamente. Tais máquinas deixaram de simplesmente

automatizar tarefas e passaram a lidar com informação; com isso, ficou difícil

não encontrar qualquer forma de organização ou processos que não fosse

alterada pela presença das “novas tecnologias”.

5.1.1 As gerações tecnológicas

Ao utilizamos as tecnologias para potencializar nossos processos

cognitivos, também usufruímos os seus diversos meios e canais de comunicação.

Dessa maneira, também ocorrem transmutações na nossa concepção do tempo,

do espaço, dos modos de viver, aprender, agir, sentir, relacionar, etc., pois,

Page 42: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

39

como exposto anteriormente, as tecnologias com meios e canais reorganizam o

cenário da interação social no qual as pessoas atuam.

Essa relação homem-tecnologia, ou a forma como nos tornamos íntimos e

conectados às tecnologias, trouxe a necessidade de reavaliação de valores,

princípios e teorias diante do seu potencial multiverso. Essas mesmas tecnologias

quebram continuamente fronteiras para reconstruir as noções de nacional,

natural, material, tecnológico e psicológico, no que se reconhece como

hibridização – que, nesta primeira abordagem, se trata da interface entre corpo e

tecnologia na sociedade contemporânea e suas expressões culturais, através da

arte, por exemplo, como defende Santaella (2004a, p. 11).

Segundo Masella (2006, p. 123) a autora expõe:

que as hibridizações entre o corpo e as “intersecções da cultura com as tecnologias”, mesmo não sendo restritas aos meios técnicos de comunicação, deles não se podem afastar. Ressalta, também, que o

principal sintoma da contemporaneidade parece ser a ubiquidade da técnica no cotidiano, onde as tecnologias tecem uma estrutura social rizomática.

Santaella também descreve, como sendo outra interface para as relações

entre corpo e tecnologia, o advento de uma dimensão corporal biocibernética, ou

seja, “essa hibridização indiscernível entre orgânico-biológico e o maquínico-

cibernético” (2004a, p. 55). Num desdobramento do conceito de McLuhan7,

Santaella trata do processo de virtualização do corpo a partir da inovação

tecnológica, como ocorre com os meios de comunicação, ao estender nosso

aparelho sensório para além dos limites do orgânico e da materialidade do

espaço.

Sobre esse aspecto, Lévy (1996, p. 75) indica:

[...] a dinâmica da técnica se alimenta de seus próprios produtos, opera combinações transversais, rizomáticas, e conduz finalmente a máquinas, a arranjos complexos muito afastados de funções simples. [...] uma nova ferramenta virtualiza uma combinação de gestos que só aparece, então,

como uma solução especial [...]. Ao conceber uma ferramenta, mais do que nos concentrarmos sobre determinada ação em curso, içamo-nos à escala bem mais elevada de um conjunto indeterminado de situações. [...]

A ferramenta que seguramos na mão é uma coisa real, mas essa coisa dá

7 MCLUHAN, H. M. Os meios de comunicação como extensões do homem. São Paulo: Cultrix, 1974.

Page 43: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

40

acesso a um conjunto indefinido de usos possíveis. [...] Mais que uma extensão do corpo, uma ferramenta é uma virtualização da ação.

Embora esses conceitos sejam de extremo interesse e importância, mesmo

que possam contribuir para uma melhor compreensão das transformações em

curso da sociedade contemporânea e devido à complexidade apresentada, o que

é de interesse para este trabalho é a hibridização das tecnologias, que é o

fenômeno pelo qual as tecnologias convergem e coexistem.

Sáenz e Souza-Paula (2008, p. 2) descrevem que convergência

tecnológica é o processo de integração sinérgica de conhecimentos e tecnologias

já disponíveis em várias áreas e setores, possibilitando a geração de novos

conhecimentos e a produção de bens e serviços que não seriam possíveis por

cada área ou setor isoladamente. Conhecimentos e instrumentos diversos

“habilitam” outras áreas a realizar de forma mais rápida, ou mais precisa, ou

mais ampla, potencialidades e expectativas no campo científico e tecnológico,

com impactos cada vez mais significativos para as sociedades em geral e para o

ser humano em particular.

Para Miranda (2000, p. 79), a convergência tecnológica possibilita que os

meios se tornem solidários em termos operacionais e, dessa forma, modifica as

relações estabelecidas com seus usuários através de métodos inovadores,

buscando propiciar mais interatividade, seja perante os recursos disponibilizados

por esses meios ou conectando as pessoas. E assim, o autor declara:

Na verdade, com a tecnologia digital, torna-se possível o uso de uma linguagem comum: um filme, uma chamada telefônica, uma carta, uma artigo de revista, qualquer deles pode ser transformado em dígitos e

distribuído por fios telefônicos, microondas, satélites ou ainda por via de um meio físico de gravação, como uma fita magnética ou um disco. Além disso, com a digitalização, o conteúdo torna-se totalmente plástico, isto é,

qualquer mensagem, som, ou imagem pode ser editada, mudando de qualquer coisa para qualquer coisa. (MIRANDA, 2000, p. 80).

Segundo Santaella (2007, p. 15), todas as tecnologias proporcionam

diferentes tipos de linguagens, que interferem na subjetividade humana. A

grande variedade e a multiplicidade crescente de todas as formas de linguagens

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41

(literatura, música, teatro, desenho, gravura, escultura, arquitetura, etc.) estão

consolidadas em três principais matrizes: texto, som e imagem. Independente da

variedade de suportes, meios, canais (tais como foto, cinema, televisão, vídeo,

jornal, rádio, etc.) em que as linguagens se materializam e são veiculadas,

embora seja possível adquirir diferenças específicas em cada um dos diferentes

meios, a estrutura das linguagens será baseada nas três principais matrizes.

O contínuo processo de hibridização tecnológica incide em agregação – de

forma que uma geração tecnológica não substitui a anterior, mas tecnologias

podem incorporar a linguagem de outras tecnologias. Como exemplo singelo,

podemos pensar o computador, que não fez o cinema desaparecer, pelo

contrário, um incorporou a linguagem do outro, uma vez que, atualmente, filmes

podem ser feitos e vistos em computadores. Da mesma maneira que o

surgimento do computador não fez e nem fará o livro desaparecer, mas

atualmente é possível criá-los e até mesmo ler um e-book em tela.

Para a autora, as linguagens que as tecnologias podem proporcionar são

muitas, e salienta:

Desde a revolução industrial e, mais recentemente, a revolução eletrônica, seguida da revolução informática e digital, o poder multiplicador e o efeito

proliferativo das linguagens estão se ampliando enormemente. Como o exemplo das imagens: a era das imagens de registro físico de fragmentos do mundo, iniciada com a fotografia e seguida pelo cinema, TV, Vídeo e

holografia, por exemplo, tem apenas um século e meio de existência e já

estamos instalados agora em plena efervescência da era pós-fotografia, de geração sintética das imagens e da realidade virtual. (SANTAELLA, 2004a, p. 28).

Para evidenciar o contexto digital, percebemos que texto, imagem e som,

ou seja, as linguagens, não são mais o que costumavam ser: deslizam uns para

os outros, sobrepõem-se, complementam-se, confraternizam, unem-se e

separam-se, entrecruzam-se.

Dessa forma, Santaella (2007, p. 53) menciona as cinco gerações

tecnológicas que aumentaram a capacidade para a reprodução dessas

linguagens, a saber:

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42

Tecnologias do reprodutível (eletromecânicas), com máquinas capazes de

produzir e reproduzir linguagens, cuja transmissão está condicionada aos

meios de comunicação ou da comunicação de massa, tais como as

revistas, jornais, livros, fotografia, cinema, etc.

Tecnologias da difusão (eletroeletrônicas), que possuem máquinas

eletromecânicas responsáveis pela revolução eletrônica, como o rádio e

TV, capazes de uma potência de difusão que as anteriores não podiam

alcançar. Deram origem à chamada cultura de massa, em que há um polo

emissor com uma penetração imensa entre os receptores.

Tecnologias do disponível e descartável, que são tecnologias que

personalizaram os processos de produção, distribuição e consumo; por

exemplo, videogames, CD, TV a cabo, videocassetes, copiadoras, controle

remoto, entre outras.

Tecnologias do acesso, que são tecnologias e dispositivos, tais como

modem, mouse, software, principalmente a internet, que permite o acesso

a uma infinidade de informações.

Tecnologias da conexão contínua, representadas por telefones celulares,

aparelhos wireless e outras tecnologias que independem de cabos e outros

recursos para obter acesso à informação.

É importante salientar que uma nova geração tecnológica pode até

diminuir o uso de tecnologias anteriores, mas, certamente não extingue a

anterior. A Sociedade Industrial não desapareceu com a Sociedade da

Informação, ambas fazem parte da atualidade, são importantes e convergem

entre si. Assim, cada cultura de determinada época conviverá com a mistura do

antigo com o mais recente, capazes de produzir simultaneamente diversas

linguagens que, segundo Lévy (1996, p. 74), “se enriquecem e se estendem de

forma a ampliar as possibilidades de simulação, imaginação, fazer imaginar um

alhures ou uma alteridade”.

É evidente que todas as gerações e evoluções tecnológicas trazem consigo

impactos sociais, econômicos, culturais e cognitivos, que dependem da natureza

Page 46: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

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e do grau de adesão em cada cultura. Porém, Santaella (2004a, p. 37) explica

que, “com o computador, o pensamento é registrado no ritmo da mente e, por

isto, transforma a mente”.

Com base nesse aspecto, a evolução tecnológica não se restringe aos

novos usos de equipamentos e/ou produtos, mas aos comportamentos dos

indivíduos que interferem/repercutem nas sociedades, intermediados, ou não,

pelos equipamentos. Portanto, entendemos como tecnologias os produtos das

relações estabelecidas entre sujeitos com as ferramentas tecnológicas que têm

como resultado a produção e disseminação de informações e conhecimentos.

5.2 Conceitos de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs)

Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) é o termo coletivo para

as diferentes tecnologias envolvidas no processamento e na transmissão de

informação. Inclui a computação, as telecomunicações e a microeletrônica. As

TICs estiveram no centro da mudança de paradigma científico e tecnológico do

século XX e continuam a provocar ou possibilitar transformações radicais em

escala global.

As TICs diminuem a distância entre o ser humano e algo que lhe pode ser

extremamente valioso: a informação. Atualmente, os horizontes do

desenvolvimento humano estão condicionados pela capacidade de produzir,

trocar e gerenciar informação e conhecimento por meios das TICs. (CARVALHO,

2006, p. 2).

Rosini (2007, p. 3) descreve que as TICs são a integração de métodos,

processos de produção, hardware e software, com o objetivo de proporcionar a

coleta, o processamento, a disseminação, a visualização e a utilização de

informação, conforme o interesse dos seus utilizadores. Também podem ser

entendidas como a reunião de meios audiovisuais, informáticos e

comunicacionais que permitem criar, armazenar, recuperar e transmitir

informação em grande quantidade e velocidade.

Page 47: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

44

Há atividades em determinadas áreas do conhecimento cujos avanços,

proporcionados pela inserção das TICs, são notáveis, uma vez que elas alteraram

significativamente os níveis de difusão de recursos para a transmissão de

conteúdo e, conseguintemente alteraram as práticas tradicionais e os padrões de

interação social e de trabalho. Como exemplo, podemos citar a área de

educação, com o fortalecimento da Educação a Distância, e a área da saúde, com

o surgimento da telemedicina, e outros. Entre outros fatores, as TICs

possibilitam a disseminação da informação, que pode ter como efeito a acelerada

internalização de conteúdos, transformando-os em conhecimentos que são os

insumos responsáveis para o desenvolvimento de uma dada sociedade.

Isso ocorre devido às TICs promoverem novas formas de sociabilidade, e,

de acordo com Lévy (1999, p. 26), “não são meros equipamentos ou apoio

utilitário, mas são meios potenciais de transformação de práticas”.

A massificação do uso da informática, particularmente do computador e

dos sistemas de informação, foi o fator propulsor da necessidade de as pessoas

evoluírem suas formas de agir e pensar, e quanto à utilização de novos recursos

e métodos. (ROSINI, 2007, p. 3).

Para Carvalho (2006, p. 48), o computador conectado à internet é um dos

mais importantes elementos que constitui as chamadas “novas tecnologias” –

que aqui são compreendidas como elementos mediadores para a construção de

uma nova representação da sociedade. Esses elementos em conjunto prontificam

a acessibilidade, algo que mudou nossa forma de lidar com a informação,

principalmente pela possibilidade de novos padrões de velocidade e

armazenamento. Dessa forma, o computador, como principal representante das

“novas tecnologias”, é caracterizado:

em primeiro âmbito, como veículo tecnológico ganhando novas dimensões,

uma vez que pode fornecer acesso a ambientes adequados para o

desenvolvimento de novos conhecimentos e competências, de

aprendizado, criação, interação e de cooperação entre as pessoas.

em segundo âmbito, como potencial TIC, rompe com os princípios de

outras tecnologias, modificando a relação homem-máquina, ao permitir

Page 48: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

45

potencializar os processos cognitivos do ser humano, fazendo com que

este adquira novas significações.

De acordo com Sáenz e Souza-Paula (2008, p. 24), as rápidas mudanças

nas telecomunicações e na computação, unidas aos avanços na inteligência

artificial, influíram e continuarão a influenciar fortemente: na otimização dos

sistemas e métodos de educação e treinamento; na aprendizagem, que tende a

ser cada vez mais rápida e efetiva; na computação e nos métodos associados à

formação de imagens, que serão dinâmicos, tridimensionais e multimídia. Isso

contribuirá para mudar formas de pensamento, cultivando processos mentais

que são pictóricos, multidimensionais e dinâmicos.

Das inúmeras possibilidades e expectativas relacionadas à melhoria do

desempenho humano e social em decorrência dos avanços das TICs, podemos

destacar como fundamentais:

a criação de estímulos para resultados grupais e sociais;

o aperfeiçoamento de interfaces homem-máquina;

a criação e desenvolvimento de robôs e softwares mais úteis para as

pessoas;

o acesso instantâneo a informações necessárias em qualquer parte do

mundo;

a possibilidade de pessoas poderem aprender, com rapidez cada vez

maior, novos e confiáveis conhecimentos e habilidades.

Um enfoque principal das TICs, como tecnologias convergentes, está nas

atividades humanas, tais como melhorar a eficiência no trabalho, melhorar a

aprendizagem, aumentar a capacidade cognitiva do homem, assim como

propiciar a interação social, a simulação, a experimentação, a visualização e a

criatividade.

Page 49: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

46

5.2.1 A comunicação mediada por computador

A comunicação mediada por computador (CMC) trata-se da comunicação

interpessoal que utiliza tecnologia computacional para transmitir, armazenar ou

apresentar informações. Warschauer (2006, p. 46) considera quatro maneiras

essenciais como a CMC modificou qualitativamente as formas existentes de

representação, organização e compartilhamento de informações, sendo:

a interação por escrito – a CMC supera a diferença entre a linguagem oral

e a escrita, ou seja, as pessoas podem interagir rapidamente e a distância

utilizando-se da escrita;

a comunicação de longa distância entre muitas pessoas – a CMC permite

que as pessoas se comuniquem on-line, independentemente da localização

geográfica, fato este que repercute um impacto potencial e significativo

sobre todos os aspectos da vida humana;

a formação de um hipertexto global – a organização hipertextual da

internet possibilita uma conexão horizontal e associativa entre as fontes

de informação;

a experiência multimídia – nela se empregam os programas e sistemas em

que a comunicação se dá através de múltiplos meios de representação da

informação (como som, imagem, entre outros); como exemplo, temos a

World Wide Web (www), onde elementos textuais e audiovisuais estão

mais avançados;

a experiência hipermídia – é uma convergência dos meios, do suporte

multimídia, mas, essencialmente, da relação entre a obra e o

leitor/usuário; um sistema hipermídia se trata de um sistema multimídia

capaz de tratar eventos causados pela interação com o usuário e reagir a

esses eventos.

Conforme a diversidade e intensidade de linguagens transportadas por

determinada tecnologia, é possível determinar o grau de interação com o ser

Page 50: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

47

humano e, principalmente, a capacidade de proporcionar interação entre as

pessoas. Segundo Santaella (2001, p. 24), por volta de 1994, uma novidade no

mundo das linguagens começou a fervilhar no Brasil: a multimídia, o hipertexto e

a hipermídia. Com isso, a autora também aponta:

De todo modo, o que vale aqui acentuar é o fato de que toda a mistura de linguagens da multi ou hipermídia está inegavelmente fundada sobre três

grandes fontes primeiras: a verbal, a visual e a sonora. Tanto é assim que os programas multimídia (softwares) literalmente programam as misturas de linguagem a partir dessas três fontes primordiais: os signos audíveis

(sons, músicas, ruídos), os signos imagéticos (todas as espécies de imagens fixas e animadas) e os signos verbais (orais e escritos). (SANTAELLA, 2001, p. 25).

Com as TICs, além das escolas, as organizações e os espaços domiciliares

também se tornam educativos: as pessoas estudam em casa, na empresa, ou

em qualquer outro lugar, desde que possam buscar e contar com serviços que

respondam às suas demandas de informações.

Os recursos oferecidos pelas TICs, principalmente com o uso de

computadores conectados à internet, podem levar a educação a uma concepção

totalmente nova, uma vez que ressalta a interação entre todos os atores do

processo educativo e estabelece bases para a construção colaborativa de

conhecimento. Tal cenário acarreta novas demandas para o campo da educação.

Para enfrentamento dessas demandas, repercute o interesse por

diferentes modalidades educacionais que ultrapassem os limites dos meios

tradicionais de ensino, como algo que aponte para a possibilidade de uma

educação adequada para suprir as necessidades específicas da sociedade atual. A

Educação a Distância (EaD) ressurge com novas disposições e, com as TICs,

trouxe novas perspectivas para os cursos desta modalidade. Destacadamente, os

modelos baseados na comunicação mediada por computador, ou on-line, surgem

como modalidades educativas alternativas, flexíveis e interessantes.

Page 51: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

48

5.3 TICs na educação

Para viver, aprender e trabalhar bem em uma sociedade cada vez mais

complexa, rica em informação e baseada em conhecimento, os alunos e

professores podem usar as tecnologias de forma eficaz para se tornarem

comunicadores, colaboradores, editores, produtores, cidadãos informados,

responsáveis, que oferecem contribuições, além de pessoas que buscam,

analisam e avaliam a informação, criativos e efetivos no uso de ferramentas de

produtividade.

Nesse contexto, as TICs podem decididamente ser utilizadas como apoio

nas atividades escolares, visto que ampliam e criam novos espaços para o

conhecimento. No ambiente escolar, os objetos tecnológicos se instalam de

maneira que, de uma forma ou de outra, visam principalmente a ideias de uma

escola que consiga dar conta das várias dimensões da sociedade atual,

preparando os alunos para a realidade complexa e global. (JOSGRILBERG, 2006,

p. 159).

A educação defronta-se com o desafio de trazer para seu contexto as

ferramentas tecnológicas, articulando-as com os conteúdos e conhecimentos

escolares, propiciando a interlocução entre os indivíduos. O desafiante é recriar,

a partir de uma conexão do potencial das tecnologias, as formas de ensinar e os

princípios e concepções de aprendizagem, que podem servir tanto para inovar

como para reforçar comportamentos e modelos comunicativos de ensino.

Como consequência desse processo, Porto (2006, p. 44) diz ser necessário

o uso das TICs para disponibilizar aos sujeitos escolares um amplo leque de

saberes que, se trabalhados em perspectiva comunicacional, garantem

transformações nas relações vivenciadas no cotidiano escolar.

Do ensino básico ao superior, as TICs podem auxiliar de diversas

maneiras:

na captura de novos conteúdos a serem estudados ou na agregação aos

conteúdos educativos;

Page 52: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

49

na aptidão de novas ferramentas que apoiam o processo de busca e

processamento das informações;

na criação de novos métodos de organização e comunicação de

informações que apoiam o processo de aprendizagem pelo uso de recursos

multimídia e interatividade;

como capacitação para o mercado de trabalho atual, em que a

manipulação de tecnologias é essencial, entre outros subsídios.

Os fatores externos à sala de aula também podem ser aprimorados pelas

TICs (principalmente o computador conectado à internet), pois criam situações

de estímulo ao processo de assimilação do conhecimento por parte das pessoas.

5.3.1 TICs: novos meios de aprendizagem

A diversidade de linguagens (texto, som e imagem) materializadas pelos

diferentes suportes a disposição do professor e dos alunos tem proporcionado

novas possibilidades de práticas pedagógicas que facilitam os processos de

mediação e, com isso, de ensino para aprendizagem.

Soares (2006, p. 91) descreve alguns motivos essenciais que tornaram as

TICs importantes no contexto da educação:

por suas características inovadoras, as TICs oportunizam, facilitam,

ensejam e estimulam mudanças no paradigma do ensino (centrado no

professor e na transmissão de conteúdos), transformando o paradigma da

aprendizagem (centrada no aluno), exigindo novas posturas dos atores

nesse processo de aprendizagem, como a abertura para adoção de novos

procedimentos pautados no uso da internet;

os objetos tecnológicos são instrumentos com potencial para agregar valor

à educação, e que não devem ser encarados como um fim, mas como

meios, veículos, recursos didáticos, que poderão ou não ser úteis,

Page 53: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

50

dependendo de quem os use e as finalidades que lhes deem. Entretanto, a

simples utilização de um ou outro equipamento não pressupõe um

trabalho educativo ou pedagógico.

No entender de Porto (2006, p. 45), o “tecnicismo por si só não garante

uma melhor educação”. Para a autora, cada meio e cada tecnologia exercem

uma mediação particular nas pessoas e contextos com os quais interatuam,

pressupondo transformações na organização do trabalho, nos seus componentes

e, consequentemente, na instituição educativa que realiza o trabalho. Assim

sendo, o trabalho com as TICs na educação não pode se resumir à transmissão

de conteúdos, pois, para se construir o aprendizado, é preciso estabelecer uma

proposta pedagógica articulada com as TICs.

A inserção das TICs na educação, com ênfase no computador, torna-se

importante para implementar estratégias e planos de ação que conduzam um

aprendizado cada vez mais em sintonia com as realidades tecnológicas do nosso

tempo. Neste sentido, acredita-se que as novas propostas de desenvolvimento

com metodologias através da TICs possam beneficiar, inclusive, o processo de

alfabetização, uma vez que estas se dinamizam por meio de intervenções visuais

e multimidiáticas, favorecendo o ensino e a aprendizagem. Juntar todas as

linguagens (texto, imagens, sons), permitindo interatividade, trabalhando a

aprendizagem de forma dinâmica e criativa é algo que é possibilitado pelo uso

das TICs no campo da educação. As TICs, hoje, não podem estar ausentes do

processo educativo, seja este presencial ou não.

Os Gráficos 2 e 3 apontam os fatores determinantes que abarcam o uso do

computador e internet para as atividades educacionais. O primeiro gráfico

abrange as atividades com uso de computadores em rede de modo geral, sendo

destacado o seu uso para fins de comunicação, lazer, treinamento e educação e

banking. Já o segundo gráfico abrange somente as atividades desenvolvidas na

internet para treinamento e educação; nele se enfatiza o crescimento do uso do

computador e internet no desempenho de determinadas tarefas.

Page 54: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

51

Gráfico 2 - Atividades desenvolvidas na internet: dados comparativos de 2005 a 20088 Fonte: Comitê Gestor da Internet no Brasil (2009, p. 149).

Dentre as atividades realizadas pelos indivíduos com uso do computador e

internet, os destaques ficam para o crescimento das atividades de lazer e para as

atividades relacionadas a treinamento e educação. O crescimento das atividades

de lazer foi de 15% em 3 anos e, para as atividades de treinamento e educação,

houve um aumento considerável: 16%. É importante salientar que o grupo de

atividades de comunicação também apresentou tendências de crescimento (8%

de 2005 a 2008).

Gráfico 3 - Atividades desenvolvidas na internet – treinamento e educação: dados

comparativos de 2005 a 20089 Fonte: Comitê Gestor da Internet no Brasil (2009, p. 151).

8 Percentual sobre o total de usuários da internet em área urbana.

9 Percentual sobre o total de usuários da internet em área urbana.

Page 55: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

52

Diante das atividades de treinamento e educação apresentadas na

pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (2009, p. 151), destaca-se o

desempenho sobre as atividades de “realizar pesquisas escolares”, que passou

de 47% em 2005, para 65% em 2008. A atividade “buscar informações sobre

cursos de graduação, pós-graduação e extensão” também cresceu

significativamente (17%). Contudo, ambas as atividades apresentaram certa

estabilidade entre os anos de 2007 e 2008. A atividade “buscar informações

sobre a disponibilidade de livros e fazer download de material de cursos”

permaneceu estável nos últimos anos. E a atividade “fazer cursos on-line”, se

comparado com 2005 (que era 0%), obteve um bom crescimento em 2006

(7%), teve um aumento no ano seguinte, porém se manteve estável nos últimos

dois anos.

5.3.1.1 Tecnologia educacional

O campo de estudo relativo à tecnologia educacional está presente nos

meios acadêmicos nos Estados Unidos desde a década de 40.

De acordo com Martins (2000), esse termo é fundamentado em duas

vertentes principais:

aplicação de tecnologias (quer dizer, máquinas) no processo de ensino –

as concepções próprias das décadas dos anos 50 e 60, nas quais

correspondia à tecnologia educacional o estudo dos meios como geradores

de aprendizagem;

aplicação de ciências de ensino e aprendizagem (psicologia, ciências da

computação, sociologia, etc.) no processo de planejamento, execução e

avaliação de ensino – concepções que definem a tecnologia educacional

por seu estudo no ensino como processo tecnológico, fundamentadas a

partir da década de 70.

Page 56: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

53

As duas vertentes são interessantes e, de certa forma, estão estritamente

relacionadas. Porém, a proliferação de vários conceitos para o que é tecnologia

educacional e sua utilização leva a Comissão sobre a Tecnologia Educacional dos

Estados Unidos (apud MARTINS, 2000) a propor, em 1970, a seguinte

declaração:

É uma maneira sistemática de elaborar, levar a cabo e avaliar o processo

de aprendizagem em termos de objetivos específicos, baseados na investigação da aprendizagem e da comunicação humana, empregando uma combinação de recursos humanos e materiais para conseguir uma aprendizagem mais efetiva.

López (apud MARTINS, 2000) afirma que tecnologia educacional é aquela

que reflete sobre a aplicação da técnica à resolução de problemas educativos.

Enfatiza o controle do sistema de ensino e aprendizagem como aspecto central e

de garantia de qualidade, ao mesmo tempo em que entende que as opções mais

importantes estão relacionadas com o tipo de técnica que convém e como

incorporá-la adequadamente.

Quadro 1 – Mídias na educação

TIPO DE MÍDIA APLICAÇÕES

Rádio e audiocassete

Programas de difusão para as escolas

Educação geral informal

Programação de ação social

Educação básica para adultos Alfabetização

Ensino interativo pelo rádio

Baixo nível de professores treinados

Treinamentos de alunos com baixo aproveitamento

escolar Recursos limitados

Radio digital via satélite Sinais enviados diretamente para os receptores Satélites geoestacionários com cobertura mundial

Televisão e videocassete Largamente empregada em educação a distância Desenvolvimento profissional de professores

Curso instrucional pela TV

Distribuição direta para escolas, telessalas,

residências

Programas pré-produzidos e pré-gravados em vídeos

Produção centralizada e pesada

Unidirecional

Professor-instrutor local

Perguntas por correio, telefone ou e-mail

Cursos reaplicáveis

Altos custos amortizados ao longo de anos Desafio: manter alunos motivados

Page 57: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

54

Curso interativo pela TV

Programas ao vivo e interativos

Em geral usa vídeo unidirecional e áudio bidirecional

Produção local e modesta

Apresentações utilizando material audiovisual

Interatividade bidirecional

Professor-instrutor local

Perguntas por TV-SAT, telefone ou e-mail

Cursos em geral não reaplicáveis

Baixo custo de produção Desafio: beneficiar-se da interatividade

Computador

Usado para programas de educação a distância ao

vivo

Conferência por computador como meio de

comunicação

Permite interatividade assíncrona entre alunos

Desenvolvimento profissional em tecnologias

educacionais

Atualização em conteúdos disciplinares

Criação de comunidades de alunos

Formação de redes de aprendizagem entre alunos Distribuição de material multimídia

Redes de computadores

Integração de sinais: voz, dados, imagens e áudio

Globalização da educação a distância

Empresas oferecem cursos a distância para

empregados

Satélites em banda Ku para educação (DirectTV)

Entrega de vídeos diretamente para PCs (DirectPC) Surgimento das Universidades Virtuais

Fonte: Raj (1999).

O Quadro 1 apresenta as principais mídias usadas na educação e suas

potenciais aplicações como suporte à aprendizagem. Além disso, demonstra as

principais características e apresenta alguns desafios perante o uso de

determinada mídia para educação. A apresentação desse quadro é importante

para expor os recursos computacionais como agentes potencializadores da EaD,

contribuindo para a globalização dos cursos a distância e agregação de recursos

multimídias.

Neste trabalho, o propósito da Tecnologia Educacional estará voltado para

aplicação de tecnologias, especialmente o uso do computador, Web e internet

como máquinas-ferramentas auxiliares do processo de ensino e aprendizagem –

que aqui deve ser entendido como TICs realmente aplicadas no âmbito da

educação, principalmente as modalidades que usufruem diretamente da

comunicação mediada por computadores (CMC), como a Educação a Distância

(EaD).

Page 58: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

55

São várias as aplicações das Tecnologias Educacionais em sistemas de

ensino na atualidade, aplicando, inclusive, o uso da Web 2.0, em algumas

experiências relacionadas principalmente no uso da multimídia e da hipermídia

como um recurso de apoio pedagógico. Nesse contexto, consideramos que a

Tecnologia Educacional aplicada à educação dependerá da utilização da internet e

da Web, principalmente para:

promover a colaboração e aprendizagem experiencial;

incentivar alunos a publicar os seus projetos e realizar pesquisas sobre

assuntos específicos, baseados no objeto de aprendizagem;

motivar e promover a aprendizagem em um contexto educacional mais

dinâmico, para uso principalmente dos docentes, tutores, mediadores,

entre outros.

Desse modo, os conceitos e aplicações das tecnologias educacionais serão

importantes para este trabalho, uma vez que são meios para as abordagens que:

utilizam-se de recursos tecnológicos, tais como: tutoriais, simulações,

multimídias, hipermídias e outros, para motivar os alunos, principalmente

para alunos dos cursos de treinamento pela Web (Web-based training);

utilizam-se ferramentas de forma estratégica para promoção, transmissão,

armazenamento ou apresentação de informações sobre objetos de estudo

ou como forma de complementação bibliográfica.

5.4 TICs em Bibliotecas

As necessidades informacionais da atual "Sociedade da Informação"

destaca o conhecimento como um recurso essencial para a resolução de

problemas, desenvolvimento científico, tecnológico, econômico, entre outros, e,

para se chegar ao conhecimento, é necessário o acesso à informação. Grandes

Page 59: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

56

acervos de informação, dos mais variados assuntos, circulam hoje numa escala

mundial devido à internet e às novas mídias eletrônicas.

Para Santos (2002, p. 1), diante desse cenário, as bibliotecas – cuja razão

de ser é atender as necessidades de seus usuários – passaram a fazer uso de

TICs para contribuir com a melhora no atendimento e na otimização do

tratamento de múltiplas e crescentes informações, possibilitando que seu público

acompanhe o ritmo dos avanços tecnológicos e dos fluxos informacionais.

Para que tal eficiência de serviços rápidos e eficientes fosse atingida,

foram adotados processos de modernização, adoções de novas técnicas de

produtividade, capacitações da equipe e estabelecimento de uma nova cultura

voltada para a prestação de serviços de alto nível qualitativo no ambiente de

trabalho. Essa realidade exigiu dos bibliotecários a adoção de uma nova postura

no ambiente de trabalho, mais flexível e mais voltada para a apresentação de

serviços com alto nível de qualidade, evitando-se o retrabalho e o desperdício e

indo ao encontro de interesses, desejos e necessidades dos usuários. (SANTOS,

2002, p. 2; BRASIL, 2000, p. 8).

O processo de modernização nas bibliotecas inicia-se com a aquisição de

novas tecnologias, softwares e aplicativos, que chegam para automatizar alguns

processos manuais, como: cadastramento, recuperação e busca, e controle de

circulação de materiais bibliográficos. A partir de então, os serviços também

passaram por uma evolução significativa no tratamento com o usuário: aquisição

de computadores para consulta local dos usuários, banda larga para acesso à

internet e investimento na capacitação e modernização dos recursos humanos,

para que a equipe pudesse acompanhar a evolução dos serviços, interagindo

com as novas fontes de informação para pesquisa, tanto de maneira presencial,

quanto remota.

Para Sousa (2007, p. 4), as bibliotecas, particularmente universitárias,

passaram a funcionar na sociedade como uma organização aberta para a

captação, organização, disponibilização e acessibilidade de informações, porém a

qualidade dos serviços oferecidos passou a ser uma preocupação. O autor

também menciona algumas diretrizes que podem ser tomadas como base do

Page 60: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

57

controle de qualidade informacional no processo de informatização das

bibliotecas, como:

serviços referenciais por computador;

acesso seguro e rápido a redes intranet e internet;

treinamento e capacitação para usuários, habilitando-os na busca de

informações no acervo e em fontes idôneas na internet;

estabelecimento de políticas de empréstimos entre bibliotecas por

comunicação eletrônica;

serviços de reservas, renovações e consultas por meio eletrônico.

Sousa (2007, p. 4) e Muller (2000) em trabalhos isolados, porém

abordando a mesma temática, apresentam algumas vantagens que o uso das

TICs trouxe para as bibliotecas, sobretudo o uso do computador em rede, dos

quais podemos destacar:

otimização dos serviços;

aumento da velocidade no acesso e na quantidade de informações;

aumento da relevância nos resultados de busca;

aumento na consulta das bibliotecas remotamente com o uso da internet;

difusão da informação e de serviços da biblioteca em meio eletrônico;

uso do correio eletrônico para serviços de renovações e reservas;

expansão do espaço e tempo de alguns serviços prestados remotamente

em meio eletrônico;

acesso a bases de dados informacionais científicas como CAPES, Web of

Science, entre outras;

facilidade no acesso de informações e serviços para usuários que se

encontram impossibilitados de comparecer fisicamente na biblioteca.

Page 61: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

58

Outro aspecto importante referente às TICs para as Bibliotecas está diante

da sua reorganização e reestruturação, o que as leva a desempenhar com mais

eficiência seu objetivo, especialmente por meio da melhoria de prestação de

serviços informacionais de qualidade ao usuário, em face da disseminação de

novos métodos e processos de trabalho. Com isso, foram redimensionadas as

maneiras de gestão em Unidade de Informação, sobretudo de armazenamento e

processamento das informações.

Dessa forma, consideramos que as TICs nas bibliotecas tornaram

prioritárias as questões de:

inovação, pois facilita a criação e aperfeiçoamento dos modelos de

produtos e serviços, e subsídio na gestão de processos;

modernização dos serviços, para conformidade com a realidade no

desempenho das funções e procedimentos que levam os cidadãos aos

serviços de se deslocar ou ficar, dependente de horário de funcionamento

dos serviços.

apoio às cooperações informacionais entre bibliotecas – esforço coletivo

para o compartilhamento de produtos e serviços de acesso à informação.

Gomes e Barbosa (2003) abordam de outra maneira os efeitos positivos

que a evolução das TICs (principalmente o uso da comunicação mediada por

computador, web e internet) trouxe para as bibliotecas:

a redução do tempo gasto pelo usuário em suas consultas às pesquisas

bibliográficas e ao acervo;

maior número de consultas e pesquisas simultâneas efetuadas pelos

usuários aos catálogos da biblioteca;

possibilidade de disponibilização de documentos em formato digital;

facilitação e criação de novos serviços bibliotecários;

maior facilidade de estabelecer empréstimos entre bibliotecas;

comutação bibliográfica;

Page 62: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

59

buscas bibliográficas em diversas bases de dados;

otimização da qualidade do acervo;

análise de dados por computador, entre outros aspectos.

Os autores (GOMES; BARBOSA, 2003) também ressaltam outros aspectos,

dentre os reflexos oriundos do uso intensivo das TICs pelas bibliotecas, no

sentido de consolidar sua missão e participar de forma ativa na educação,

sobretudo colaborando para a construção e difusão do saber, que são

representativas para as seguintes ações:

minimização de esforços e de tempo no que se refere ao processo de

registro de dados, facilitando e agilizando o acesso da informação pelos

usuários (professores, alunos e outros);

reciclagem e atualização do profissional bibliotecário no desenvolvimento

de suas atividades em função das inovações tecnológicas, oferecendo,

dessa forma, um atendimento mais qualificado aos usuários;

autonomia do usuário, no que tange ao automonitoramento de suas

pesquisas bibliográficas e de consulta ao acervo;

ampliação do universo de busca da informação para o usuário;

incentivo ao compartilhamento de recursos e conteúdos.

Diante dos aspectos expostos anteriormente, os serviços e produtos das

bibliotecas, de modo geral, ganharam impulso com o uso das TICs. Os modernos

recursos de informação gerados pelas TICs possibilitam de forma ilimitada a

acessibilidade da informação, promovendo um processo de disseminação da

informação de modo mais efetivo. A prova disso é a comparação que se pode

fazer entre os antigos catálogos pouco interativos e limitados na estrutura e no

acesso, inadequados e inoperantes no atendimento das necessidades do usuário

com os atuais bancos e bases de dados on-line.

As bibliotecas hoje contam com as soluções tecnológicas baseadas em

rede, que lhes permitem disponibilizar seu acervo, bem como disseminar e

Page 63: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

60

captar informações remotamente. As TICs permitem o acesso, a criação e o

compartilhamento de conteúdos por meio de bibliotecas digitais e virtuais, em

que apresentam um conjunto de mecanismos eletrônicos voltados à facilidade e

agilidade na localização da demanda da informação, interligando recursos e

usuários. Com isso, essas bibliotecas modernas assumem a preocupação com o

acesso e padronização dos fluxos que visam qualidade e fidedignidade das

informações, diante da massa de conteúdos disponíveis na internet e em outras

redes.

Page 64: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

Capítulo 6

Page 65: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

62

6 FUNDAMENTOS E CONCEITOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Neste capítulo, serão descritos alguns fundamentos e conceitos de

educação no contexto brasileiro e, principalmente, da inserção da Educação a

Distância (EaD). Conhecer esses aspectos se faz necessário, visto que se trata de

um dos objetivos deste trabalho. A partir dos fundamentos e conceitos

apresentados, serão enfatizadas as características atuais dessa modalidade

educativa.

Será necessário descrever a distinção entre informação e conhecimento,

pois essa observação atribui diferentes significados aos conceitos de ensino e

aprendizagem. Também será destacado o conceito de infoeducação, que abrange

estudos de ação educativo-cultural e reúne os campos teóricos e práticos da

Ciência da Informação e da Educação. Além disso, também será apresentado um

histórico da EaD focando, principalmente, as gerações e o desenvolvimento desta

modalidade educacional em âmbito nacional.

Será verificada a situação atual da modalidade, principalmente dos

modelos que fazem uso de computadores e internet para apoio às abordagens

pedagógicas, tais como e-learning, b-learning, e-learning 2.0 e open learning.

Outro aspecto considerado será a função dos ambientes virtuais de

aprendizagem (AVAs), uma vez que são destinados ao suporte às atividades

educacionais mediadas por TICs, através de sistemas computacionais disponíveis

para internet.

Page 66: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

63

6.1 Fundamentos de Educação

A questão fundamental não é educação velha versus nova, nem educação

progressiva versus tradicional, mas alguma coisa – seja qual for – que mereça o nome de educação. Não sou a favor de qualquer fim ou qualquer método simplesmente porque se lhes deu o nome de progressivo. A questão básica prende-se à natureza da educação sem qualquer adjetivo

qualificativo. Faremos progresso mais seguro e mais rápido se nos devotarmos a buscar o que seja educação e quais as condições a satisfazer para que ela seja uma realidade e não um nome ou uma etiqueta. (DEWEY apud MOGILKA, 2003).

É conhecido que a educação é imbricada às vertentes ensino e

aprendizagem. Contudo, é muito frequente que tais elementos sejam

apresentados como sinônimos, ou contrapostos, como ocorre em algumas

teorias. É preciso entender que ensino e aprendizagem são distintos, mas ambos

se complementam e são os aspectos fundamentais no processo de educação.

A educação só se realiza quando um projeto de ensino gera aprendizagem.

Além disso, é necessário mencionar que a prática educativa possui como

característica principal a necessidade de aquisição, atualização e utilização dos

conhecimentos, ou seja, essas três funções relevantes no processo educativo e

são fatores efetivos do ensino e da aprendizagem. (MAIA; MATTAR, 2007, p. 4).

Contextualizando a educação, Brandão (1995, p. 7) diz que existem

inúmeras abordagens educacionais e cada uma atende a sociedade em que

ocorre, pois é a forma de reprodução dos saberes que compõe uma cultura,

portanto a educação de uma sociedade tem identidade própria. De modo mais

geral, o autor afirma:

Não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é a sua única pratica e o professor profissional não é o seu único praticante. (1995, p. 9).

Para Mogilka (2003, p. 7), a educação é vista com caráter emancipador e

democratizante, em que os sujeitos que a realizam possuem potencial para

entender e para participar das mudanças sociais. Nessa perspectiva, a educação

Page 67: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

64

é influenciada pelas dimensões econômica, política e cultural da sociedade, mas

também influencia essas dimensões. O autor ressalta que “não existe educação

sem pessoas: em parte, são elas que fazem a educação ser desta ou daquela

forma, ao aceitar, resistir ou modificar as diretrizes e políticas definidas para esta

prática social”.

Além desses aspectos, o autor explica que a educação, se trabalhada sob a

perspectiva crítica e reflexiva, faz com que as capacidades intelectuais do

educando reflitam também na sua inserção social crítica, criando consciência dos

problemas que se levantam cotidianamente contra a sua cidadania e

oportunizando constantes atitudes de questionamentos e reflexões diante de

situações. Assim, são desenvolvidas, em equivalente, a capacidade de produzir e

a capacidade de perceber, impedindo que as habilidades intelectuais se reduzam

à mera manobra instrumental. (MOGILKA, 2003, p. 9).

Como interpretação a esse conceito de educação, também constam as

questões do desenvolvimento humano, ou seja, a educação como forma de dotar

a humanidade da capacidade de conduzir o seu desenvolvimento. Ela deve

provocar a percepção de cada ser para as questões individuais, como também

gerar percepções que abarquem a coletividade, para que esses fatores

contribuam para o progresso da sociedade. O desenvolvimento ocorrerá

conforme a participação responsável dos indivíduos e das comunidades na

sociedade.

O Relatório da UNESCO, com diretrizes para a educação (1999, p. 88-

102), menciona os quatro os pilares básicos da educação, como podemos

observar a seguir:

aprender a conhecer – aprender a aprender e a beneficiar-se das

oportunidades oferecidas pela educação ao longo de toda a vida;

aprender a fazer – adquirir, não somente uma qualificação profissional,

mas também as competências que tornem a pessoa apta a enfrentar

numerosas situações, a trabalhar em equipe e também aprender a fazer,

no âmbito das experiências sociais ou de trabalho;

Page 68: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

65

aprender a viver juntos – realizar projetos e se preparar para administrar

conflitos, ter respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua

e da paz a partir do desenvolvimento da compreensão do outro e da

percepção das interdependências;

aprender a ser – agir cada vez com maior capacidade de discernimento, de

autonomia e de responsabilidade pessoal para melhor desenvolver a sua

personalidade; a educação não deve negligenciar nenhuma das

potencialidades de cada indivíduo: memória, raciocínio, sentido estético,

capacidades físicas e aptidão para comunicar-se.

Reforçando essa noção, o mesmo documento menciona:

A educação deve [no atual mundo globalizado] se situar no coração do

desenvolvimento, tanto da pessoa humana, como das comunidades. Cabe-lhe a missão de fazer com que todos, sem exceção, façam frutificar os seus talentos e potencialidades criativas, o que implica, por parte de cada um, a capacidade de se responsabilizar pela realização do seu projeto pessoal. (UNESCO, 1999, p. 16)

Já motivado sobre questões atuais, o Livro Verde – Sociedade da

Informação no Brasil (2000, p. 45) descreve que a educação é o elemento-chave

na construção de uma sociedade baseada em informação e no conhecimento,

para que obtenha efetivo aprendizado. Com o advento da globalização no

contexto da atual sociedade, a educação é tida como o maior recurso para

enfrentar as constantes transformações que ocorrem no mundo.

Com as TICs na educação, descritas no capítulo anterior, a sala de aula

não é mais o principal meio de se obterem ensinamentos e nem os professores

os principais mediadores de informações e conhecimentos. Hoje em dia,

televisão, internet e outros meios de comunicação, em geral, dão suporte

adequado para transmissão do conhecimento, uma vez que promovem acesso às

informações diferentes, interação e colaboração entre as pessoas, além de

possuírem ferramentas dinâmicas que podem ser incorporadas, apresentando

outras significações às práticas pedagógicas.

A educação tem, sem dúvida, um papel importante a desempenhar, pois o

saber pode, evidentemente, ser adquirido de diversas maneiras e, com isso, a

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66

utilização das novas tecnologias no contexto escolar ser revelada eficaz. Um

exemplo atual que podemos evidenciar nesse aspecto ocorre no crescimento na

oferta e na procura por cursos a distância (EaD), onde a atuação do e no espaço

virtual vem se deflagrando como um novo paradigma, porque redefine as

possibilidades de mediações, comunicações, comportamentos e relações entre as

pessoas e o mundo global. Ao atingir a educação, o espaço virtual reconfigura o

processo de ensino e aprendizagem e promove novas possibilidades de relações

entre educadores e educandos.

6.1.1 Relação entre informação x conhecimento no contexto do ensino e

aprendizagem

Ensinar é ainda mais difícil do que aprender [...] e por que assim é? Não porque o professor tem de possuir um estoque mais amplo de informações, e tê-lo sempre à mão. Ensinar é mais difícil do que aprender,

porque o que o ensino exige é o seguinte: deixar aprender. (HEIDEGGER, citado por ROGERS, 1985, p. 27).

A distinção entre informação e conhecimento, discutida neste ponto, é

importante, pois seu enfoque atribui diferentes significados aos conceitos de

ensino e aprendizagem. É necessário mencionar novamente que a prática

educativa tem como característica principal a necessidade de aquisição,

atualização e utilização de informações para que se construam novos

conhecimentos, isto é, essas são as funções relevantes nos processos educativos

estabelecidos e se distinguem no ato de ensinar e de aprender.

Rogers (1985, p. 52) diz que a relação entre o mestre e o aprendiz é,

sobretudo, de constante busca e em que não há lugar para o autoritarismo do

saber. A posição defendida pelo autor enfatiza o estímulo subjetivo para

aprender que é intrinsecamente baseado na motivação do aprendiz, que deve ser

instigada pelo educador que deve conduzi-lo a descobrir coisas e adquirir

conhecimentos pelos seus próprios caminhos de aprendizagem. A consciência de

que existe autonomia na forma de se produzir o conhecimento e que não existe

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67

mais alguém que possa deter, em si mesmo, o conhecimento produzido são

fatores que determinam o resignificar das práticas educativas instituídas.

Diversificando a abordagem, Moran (2002, p. 12) diferencia o ato de

ensinar e de educar. Para o autor, ensinar é um processo social e

fundamentalmente mental. Exprime organizar uma série de atividades didáticas

para ajudar os educandos a compreender áreas específicas do conhecimento,

enquanto educar é mais abrangente, pois visa integrar ensino e vida, para que

se possa ter uma visão de totalidade.

Luckesi e Passos (1996, p. 19) compreendem o questionamento sobre o

que é aprendizagem, partindo do pressuposto do que é o conhecimento. Os

autores articulam que conhecimento é a explicação/elucidação da realidade, que

decorre de um esforço de investigação para descobrir possibilidades, de algo que

não está compreendido ainda. Após ser compreendido, e de se basear em

vivências, é que algo pode ser considerado conhecido. Adquirir conhecimentos

não é compreender a realidade somente armazenado informações, mas

utilizando-as como forma a desvendar novos caminhos e avançar. Por isso,

quanto mais competente for o entendimento do mundo, mais satisfatória será a

ação (experiência) do sujeito que a detém. Dessa forma, a ação (experiência) é

considerada aprendizagem quando é embasada em conhecimentos.

Seguindo este enfoque, aprender é tornar a informação significativa, é

compreendê-la de forma abrangente e profunda, tornando-a parte de nosso

referencial, pois o conhecimento cada pessoa constrói de acordo com a

interpretação, compreensão e significado que obtém com a informação. Esse

significado é como registramos o conhecimento em nossas mentes. É por isso

que aprendemos mais quando vivenciamos uma experiência.

Valente (2008, p. 106) diz que o significado para o conceito de ensino

pode aplicado de forma literal, de acordo com a origem etimológica da palavra.

Ensinar, em latim, significa “colocar signos”; portanto, pode ser compreendido

como depositar informação. Essa visão é elucidada e criticada nas obras de Paulo

Freire10. Seguindo essa metodologia, um professor ensina quando passa

10 FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975.

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68

informação para o aluno, que aprende somente pela memorização e reprodução

da informação rigorosamente conforme lhe foi passada. Porém, o autor também

ressalta outra abordagem para o conceito de aprender, no qual diz respeito à

construção de conhecimentos:

O aprendiz deve processar a informação que obtém interagindo com o mundo dos objetos e das pessoas. Essa interação com o mundo coloca o

aprendiz frente a problemas e situações que devem ser resolvidas e, para tanto, é necessário buscar certas informações. No entanto, a informação nem sempre é passível de ser aplicada na mesma forma como foi obtida. (VALENTE, 2008, p. 106).

Reforçando essa informação, Valentim (2002) considera que aplicação da

informação exige interpretação e processamento, resultando em atribuição de

significados de maneira que essa informação passe a ter sentido.

Conforme Lévy (1998, p. 32) aprender, ensinar, informar-se, conceber,

ler, escrever e comunicar exige linguagens híbridas, que combinam aspectos

naturais de sintaxe rígida com uma flexibilidade muito superior aos códigos

informáticos habituais.

Observa-se, a partir dessas apresentações teóricas, que aprender é

apropriar-se da informação de forma a agregar, continuamente, novos

significados aos conhecimentos que o aprendiz já possui. Com isso, ensinar não

se restringe ao ato de transmitir informação, mas em construir ambientes onde

seja possível criar situações de interação, experimentos, simulação, resolução de

problemas, entre outros aspectos, de forma que o aprendiz, agindo, consiga

construir novos conhecimento ou aprimorá-los.

Outro aspecto que Valente (2003, p. 140) considera importante é a

distinção entre a transmissão de informações e a construção de conhecimento:

dualidade que coloca os educadores entre diferentes abordagens pedagógicas,

que não são antagônicas, todavia são complementares. Dessa maneira, a

educação não deve ser compreendida somente como transmissão de informação,

“uma vez que a sobrevivência na sociedade atual demanda a capacidade de

elaborar soluções”.

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69

Neste trabalho, procuramos seguir essa abordagem, pois é preciso

favorecer a aprendizagem significativa ao aluno, instituir situações que criem

motivações e despertem a disposição para aprender, disponibilizem por meio de

ferramentas eficazes as informações pertinentes, de maneira organizada, como

forma de promover e colaborar para a interiorização de conhecimentos

construídos. A abordagem feita por Moran (2002) também foi importante para

justificar a escolha do termo Educação a Distância para este trabalho e não de

Ensino a Distância.

Os desafios contemporâneos da EaD se revelam na importância da

incorporação das TICs para responder aos desafios acadêmicos relacionados com

a informação e com o conhecimento, e com as abordagens do ensino e da

aprendizagem. As informações existentes são abundantes, então é necessário

trabalhá-las, refiná-las, aprimorá-las, a fim de conduzir os alunos às informações

certas para que se construam conhecimentos.

Dessa maneira, mais do que através das suas peculiaridades de

organização, todo indivíduo suficientemente motivado possui a capacidade

intrínseca de aprender e integrar conhecimentos, desde que lhe sejam acessíveis

os conteúdos informacionais (de estudo, de reflexão e de apoio pedagógico), e as

formas de aplicação sejam suficientes para tal, principalmente quando

considerando o contexto de aprendizagem.

6.1.2 A Infoeducação

O relatório da UNESCO (1999, p. 16) considera, devido ao

desenvolvimento da atual sociedade em que se multiplicam as possibilidades de

acesso a informações, que a educação deve permitir que todos possam

selecionar, coletar, ordenar, gerir e utilizar as mesmas informações para que

sejam construídos conhecimentos. Conforme esse enfoque, para formar cidadãos

é preciso capacitá-los a fim de que avaliem e escolham informações que lhes

sejam úteis, de modo que se mantenham informadas perante os aspectos da

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70

vida, da sociedade e tenham condições para tomadas de decisões. Decorrente

desse processo, a educação e outras áreas do conhecimento que estão

diretamente ligadas ao processo educacional devem se adaptar constantemente

às transformações da sociedade, sem deixar de transmitir a importância das

aquisições e dos saberes básicos, frutos da experiência humana.

Infoeducação é uma área de estudos e de ação educativo-cultural, que

atualmente reúne os campos teóricos e práticos das Ciências da Informação e da

Educação11. Os objetos de estudo são os processos de apropriação de saberes

informacionais, em especial, na Sociedade da Informação.

Para Perotti (2008, p. 4), a infoeducação não se restringe apenas a

preocupações com a formação de competências e habilidades para os usos da

informação. Questões de ordem educacional são reunidas e postas em diálogo

com as questões da ordem informacional e cultural. Logo, a infoeducação

preocupa-se com as relações entre organização social e pessoal das informações

e os processos de aprendizagem, uma vez que visa à criação de novos

ambientes, de acordo com a realidade contemporânea, de forma que possibilite a

construção de conhecimentos através das significações contribuídas pelos alunos.

Para o autor, mais do que possibilitar o acesso à informação, é necessário saber

reconhecer a informação, refletir sobre ela e apropriar-se dela, ou seja, é

necessária a construção de saberes que permitam o desenvolvimento de

habilidades, competências e atitudes de sujeitos frente à informação.

Por tudo isso, a infoeducação visa preparar as pessoas para adentrarem no

universo da informação sem desconsiderar a dimensão política e social na qual

elas estão inseridas: de “consumidores de informações”, passam a ser

produtores de informação e construtores de conhecimento, ou seja,

“protagonistas culturais” (PERROTTI; PIERUCCINI, 2008).

Na atualidade, informar e informar-se envolvem saberes e fazeres

especiais e especializados diferentes das atitudes, competências e habilidades

11 Projetos nesta área são sistematizados na Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo,

pelo Prof. Dr. Edmir Perrotti e equipe, no “Colaboratório de Pesquisas em Infoeducação”. Para mais informações, acesse: http://colabori.blogspot.com.

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71

que eram exigidas no passado. Sobre esse aspecto, Perotti e Pieruccini (2008)

descrevem:

Ler, produzir, publicar textos, nas telas dos computadores ou não; identificar a importância de uma notícia num canal de TV, dentre tantos à

disposição; saber organizar ou acessar catálogos e documentos em bibliotecas longínquas, realizar ou saber escolher um CD, um filme, um

DVD, uma exposição interessante dentre múltiplas possibilidades e ofertas presenciais ou virtuais; saber organizar fluxos informacionais profissionais ou pessoais, atribuir-lhes sentido, nada disso é tarefa simples e demanda

aprendizagens não apenas informais e casuais, mas orgânicas e sistemáticas, de diferentes naturezas. [...] diante da avalanche informacional de nossa época, não há como deixar de refazer caminhos,

mesmo se alguns segmentos socioculturais julguem corriqueiros os fazeres informacionais da atualidade.

Com a internet, torna-se, portanto, cada vez mais fundamental conhecer

as informações que estamos acessando, pois elas emergem de diversos

contextos e irão se relacionar com uma diversidade muito grande de receptores.

Com isso, além de saber acessá-las, também devemos saber selecioná-las,

analisá-las, compará-las com outras informações.

Consequentemente, as bibliotecas deixam de ser apenas um lugar de

leitura e pesquisa ao acervo de livros e se transformam em Estações do

Conhecimento ou Colaboratórios, cujos espaços têm por objetivo educar para a

informação, favorecendo as relações, a interação e o uso das diversas linguagens

existentes. Por sua vez, os bibliotecários passam a ser “infoeducadores”,

responsáveis tanto pelo funcionamento das Estações do Conhecimento, como

pela realização dos projetos pedagógicos de infoeducação, tendo como

fundamento programas que visam ampliar as possibilidades de universalizar os

saberes locais e favorecer as trocas de experiências entre as pessoas e grupos,

democratizando esses conhecimentos.

Para Linhares, Mendonça e Sousa (2008, p. 9), esses programas devem

tomar como referência dimensões como:

infocultura, para a valorização da identidade cultural e das tradições da

comunidade local, produzindo e tratando informações a partir de talentos

artísticos, costumes, hábitos e características próprias da comunidade;

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72

aprendizagem tecnológica, para a realização de cursos de informática e

qualificação do usuário para navegação na internet como “infovia” global

de conhecimento e inteligência coletiva, além de seu preparo profissional

no campo das novas tecnologias de informação e comunicação;

cidadania Digital, para o desenvolvimento de iniciativas voltadas à difusão

de ações e de serviços locais na internet por meio da formação de

comunidades virtuais;

tecnologia social, buscando a promoção e estímulo a soluções inovadoras

dos problemas da comunidade, geradas para e pela própria comunidade

em rede local e global;

rede de inclusão digital, propiciando a implantação de ambientes e pontos

de acesso à internet e de centrais de mídia digital, conectando a

comunidade em rede local e global.

6.1.3 Educação on-line

Filantro e Piconez (2004) dizem que a educação on-line é uma ação

sistemática de uso de tecnologias, incluindo hipertexto e redes de comunicação

interativas para distribuição de conteúdo educacional e apoio à aprendizagem,

sem limitação de tempo ou espaço. Sua principal característica é a mediação

tecnológica através da conexão em rede (Web).

Com isso, a educação on-line se concretiza em 3 diferentes modelos, que

variam desde o apoio das tecnologias às atividades em sala de aula, até as

atividades desenvolvidas totalmente a distância, ou seja, são diferentes, pois

variam conforme a disponibilidade de se estar presente em sala de aula versus

as atuações educativas que são promovidas com o uso das TICs na educação,

baseadas, principalmente, pelo acesso à internet. De acordo com Moran (2002,

p. 55), esses modelos são:

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73

Presencial. Este modelo comumente permeia, em qualquer nível, os cursos

regulares, em que professores e alunos se encontram sempre num local

físico, chamado sala de aula. É o chamado ensino convencional. Alguns

cursos e/ou escolas permitem o uso de TICs, especialmente o computador,

como forma de apoio às atividades presenciais, ou utilizam-se das

tecnologias como forma de apoio às atividades que devem ser realizadas

fora da sala de aula, porém é considerado um modelo presencial por exigir

constante presença dos alunos e outros envolvidos no processo educativo

em sala de aula.

Semipresencial. Neste modelo, a educação ocorre parte presencial e parte

virtual ou a distância, ou seja, acontece ora na sala de aula e ora a

distância, através do uso de tecnologias.

A Distância (ou virtual). Neste modelo, pode haver, ou não, momentos

presenciais, mas fundamentalmente acontece com professores e alunos

separados fisicamente no espaço e/ou no tempo, contudo podem “estar

juntos”, por meio de recursos tecnológicos.

O nível de utilização das TICs dependerá, em grande parte, da

infraestrutura tecnológica disponível (como largura de banda, hardware e

softwares), da capacidade humana em lidar com as tecnologias (literacia), e

também dos objetivos educacionais propostos.

As demandas da sociedade contemporânea exigem uma formação que

articule com organicidade a competência científica e técnica, sem perder a

identidade e a postura ética. Sobre esse âmbito, Martins (2001) diz que as

preocupações com a educação sempre foram idênticas – seja ela presencial,

semipresencial ou a distância –, uma vez que é unicamente por meio da

educação que o indivíduo terá condições de compreender e de se situar na

sociedade como cidadão responsável.

As TICs, que promoveram profundas mudanças nos padrões de

comunicação entre as pessoas e globalizaram o mundo dos negócios, agora

assumem o patrocínio diante da revolução na educação tradicional. As TICs, por

ignorarem os aspectos ligados aos limites de tempo e espaço, permitem ampliar

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74

a abrangência da escola para além da sala de aula, reproduzindo a relação

ensino- aprendizagem em ambiente virtual dotado de ferramentas específicas e

orientado por metodologias desenvolvidas para esse fim.

Associadas às atividades presenciais, as TICs conferem nova dinâmica à

relação professor-aluno, ampliam as redes de relacionamento e de colaboração

entre alunos do mesmo curso, permitem a incorporação de novas mídias e

facilitam o acesso aos mais diversificados conteúdos, que vão desde os

tradicionais materiais didáticos até conteúdos hipermídias de apoio às atividades

de ensino e aprendizagem, pois, além do material impresso utilizado em sala de

aula, os alunos podem ter acesso ao material didático também em meio digital,

disponibilizado na internet.

Devido a isso, a integração dos meios (impressos, digitais, recursos

virtuais, entre outros disponíveis) é capaz de criar ambientes de aprendizagem

ricos e flexíveis para estimular o trabalho autônomo do aluno. Os recursos

pedagógicos que podem incluir vídeos, animações, simulações, links e atividades

interativas, com opções de navegação linear ou não linear podem facilmente

permitir a interatividade entre professores, tutores, alunos, convidados, além de

possibilitar acesso às bibliotecas digitais e virtuais garantindo a autonomia e

facilidade na busca por informações. (VOGT et al., 2009, p. 68).

6.2 A Educação a Distância (EaD)

Conforme a abordagem do capítulo anterior, as TICs contribuíram para o

desenvolvimento, a reformulação e a disseminação de novas modalidades de

educação, principalmente a Educação a Distância (EaD). Essas tecnologias

tiveram o potencial de revolucionar não somente a EaD, como também a

educação como um todo.

Para Peters (2004, p. 215), as mudanças do processo de ensino e

aprendizagem, assim como novas tendências e desafios para a educação em

geral são oriundos do constante desenvolvimento das telecomunicações,

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75

principalmente a partir de quatro inovações tecnológicas: o aperfeiçoamento da

tecnologia dos PC’s, a tecnologia multimídia, a tecnologia de compactação digital

e a tecnologia da internet.

Como consequência, rompe-se com a ideia de que toda a transmissão do

saber se daria, predominantemente, por meio da oralidade e da escrita; isto

supõe gerar processos de renovação metodológica em consonância com as

linguagens que atualmente são utilizadas. A produção e a socialização do

conhecimento requerem novas formas e suportes nos quais seja possível o uso

de diferentes linguagens que há algum tempo são utilizadas em outros âmbitos,

porém ainda distantes da realidade de algumas escolas e salas de aulas.

Almeida (2003, p. 329) destaca que a utilização de tecnologias como

suporte à EaD não contribui, necessariamente, para uma revolução

metodológica, porém reconfigura as atividades do campo, uma vez que são

exploradas as características inerentes das tecnologias empregadas. Dessa

forma, podem-se usar tecnologias tanto na tentativa de simular a educação

presencial, como para se acentuar o uso de mídias para criação de novas

possibilidades de aprendizagem.

Conforme dito anteriormente, a partir dos anos 1990, com a disseminação

dos computadores, com a Web, a internet e o surgimento do ciberespaço,

aparecem novas formas para que os indivíduos se manifestem e interajam com

informações e pessoas, criando, dessa forma, novas condições de aprendizagem

que ainda não foram totalmente compreendidas e exploradas educacionalmente.

Com a aplicação destes meios para fins de educacionais, a EaD teve um grande

impulso e passou a ser considerada como uma importante alternativa de

ampliação das possibilidades de formação, especialmente como mecanismos

complementares, substitutivos ou integrantes de alguns cursos que

anteriormente eram pertencentes somente ao modelo de educação presencial.

O autor (ALMEIDA, 2003, p. 330) ainda adverte que as TICs serviram para

reavivar e ampliar as práticas de EaD, pois atualmente é admissível uma maior

flexibilidade do tempo, principalmente com a quebra das barreiras espaciais,

possibilitando a emissão e recebimento instantâneo de conteúdos. Com isso,

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76

permite-se realizar tanto as tradicionais formas mecanicistas de transmitir

conteúdos, agora digitalizados e hipermidiáticos, como se explorar o potencial de

interatividade das TICs, ao se desenvolver atividades com base na interação e na

produção de conhecimentos.

O movimento crescente das TICs nos processos de ensino e aprendizagem

em quase todos os níveis da educação tem levado as instituições a investirem na

qualidade de sua proposta pedagógica e buscarem o movimento de digitalização

e virtualização, viabilizando novas ofertas educacionais, seja na modalidade

presencial, semipresencial ou a distância (EaD). Essa tendência reforça-se com o

desenvolvimento, evolução, integração e uso intenso das mídias e tecnologias

digitais dos ambientes virtuais de aprendizagem, fundamentadas, sobretudo, em

conceitos advindos dos movimentos e espaços “abertos” pelas redes eletrônicas

de comunicação, socialização e mediação humana.

6.2.1 Definições de EaD

O conceito de EaD é amplo e, a princípio, pode ser aplicado a qualquer

nível de ensino.

De acordo com Valente (2008, p. 105), existem diversas tentativas de se

definir EaD; entretanto, o que mais prevalece entre as definições é o fato de

existir uma distância temporal e física entre professor e aprendiz, e essa

separação é mediada por algum meio técnico (que pode ser impresso, sonoro,

em vídeo ou digital).

Aretio (1987, p. 60) descreve a EaD como um sistema tecnológico de

comunicação de massa e bidirecional, que substitui a interação pessoal em sala

de aula entre professor e aluno, pela ação sistemática e conjunta de diversos

recursos didáticos e com apoio de uma organização tutorial que propicia a

aprendizagem autônoma dos estudantes.

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77

A legislação brasileira, por meio do art. 1o, do Decreto nº 2.494, de 1998

(ANEXO A), define a educação a Distância como:

[...] uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados,

apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação. (BRASIL, 1998).

Para Maia e Mattar (2008, p. 6), a EaD é uma modalidade de educação

“em que professores e alunos estão separados, planejada por instituições e que

utiliza diversas tecnologias de comunicação”.

No entanto, Sá (2007, p. 78) descreve que, em princípio, a EaD é

compreendida como uma modalidade educativa midiatizada, cujo processo

educativo visa construir o conhecimento através de uma relação dialógica entre

professor/aluno – aluno/professor e, para isso, são necessárias complexas

articulações entre as mídias (tecnologias=meios) contemporâneas (TV, rádio,

material impresso, internet, hipertexto, hipermídia, etc.), com uma organização

didático-pedagógica centrada na aprendizagem do aluno.

De acordo com a Secretaria de Educação a Distância (SEED)12 (BRASIL,

2003), a diferença básica entre educação presencial e a distância é que, na EaD,

o aluno tem acesso ao conhecimento por desenvolver hábitos, habilidades e

atitudes relativos ao estudo, à profissão e à sua própria vida, no tempo e local

que lhe são adequados, com a mediação de professores (orientadores ou

tutores), atuando ora a distância, ora em presença e com apoio de materiais

didáticos sistematizados e organizados, apresentados em diferentes suportes de

informação (utilizados isoladamente ou combinados), por intermédio dos

diversos meios de comunicações. O que podemos perceber é que, em muitos

casos, a EaD é mesclada com encontros presenciais, e, quando esses encontros

são constantes, esse modelo é chamado de semipresencial.

12 A SEED atua como um agente de inovação tecnológica nos processos de ensino e aprendizagem, fomentando

a incorporação das tecnologias de informação e comunicação (TICs) e das técnicas de educação a distância aos

métodos didático-pedagógicos. Além disso, promove a pesquisa e o desenvolvimento voltados para a introdução de novos conceitos e práticas nas escolas públicas brasileiras.

Page 81: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

78

Niskier (apud MUGNOL, 2009, p. 342) diz que a EaD se tornou a

modalidade fundamental de aprendizagem e ensino no mundo inteiro, e hoje é

reivindicada por diversas organizações e seu prestígio cresce de forma bastante

visível no Brasil.

Podemos entender, conforme aponta Josgrilberg (2006, p. 81), que tal

interesse por essa modalidade educacional se explica pelo fato de ela permitir:

integração, enriquecimento e expansão aos materiais instrucionais, além

de apresentar novas formas de interação e comunicação entre professores

e alunos;

novas oportunidades para a educação, uma vez que os meios de

comunicação e transmissão de conteúdos permitem oferecer educação aos

interessados, mesmo em áreas remotas ou desprovidas de boas

oportunidades locais de educação;

o compartilhamento de recursos de ensino entre instituições com

interesses comuns, mesmo geograficamente distantes;

ofertas e oportunidades de aprendizado em casa ou no trabalho, em

qualquer horário, ampliando as possibilidades de educação continuada;

individualização do processo educativo, ou seja, ensino mais personalizado

e centrado no aluno;

possibilidade de realização de trabalhos cooperativos, em equipe, mesmo

envolvendo pessoas geograficamente dispersas e trabalhando em horários

distintos.

Além desses aspectos, de acordo com Benakouche (2006, p. 1), os

principais motivos da atual expansão da EaD, não só no país, mas em todo

mundo, se deve basicamente:

ao aumento da demanda por formação ou qualificação;

à multiplicação de meios técnicos capazes de garantir materialmente a

efetivação desse tipo de educação;

Page 82: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

79

à emergência de uma cultura que já não vê com muito estranhamento o

estabelecimento de situações de interação envolvendo pessoas situadas

em contextos locais distintos.

Este último ponto destaca o momento atual da EaD, ou seja, trata-se da

emergência de uma cultura virtual que vai apresentar à EaD uma nova

configuração e um novo significado.

A maioria das abordagens de EaD encontradas atualmente pode ser

caracterizada como uma imitação da educação presencial e isso se deve ao fato

de somente agora surgirem questões e entendimentos fundamentais sobre

diversos aspectos (especialmente para as abordagens pedagógicas), da

contribuição das tecnologias no processo de ensino e aprendizagem. Isso

significa que hoje, com utilização das TICs, é possível a concepção de cursos,

sobretudo, com uso da internet e suas ferramentas, que acompanham cada

aluno de maneira personalizada. (SÁ, 2007, p. 84).

Conforme designa Sá (2007, p. 84), a atual geração de EaD permite maior

flexibilidade e interatividade. As TICs e seus recursos são as responsáveis,

principalmente, por permitir o armazenamento e a busca de informações,

disponibilidade de tempo sincrônico e diacrônico, possibilidade de

acompanhamento das atividades que estão sendo desenvolvidas pelos

estudantes através do uso das ferramentas que os ambientes virtuais de

aprendizagem possuem, além de permitir o monitoramento do sistema

pedagógico-administrativo.

Sobre esses aspectos, Lima (2003, p. 2) relata:

[...] uma programação insulada de rádio ou um programa assistemático de televisão não são formas de educação a distancia, mas podem ser educativos [...] a educação a distância pressupõe um processo educativo

sistemático e organizado que exige não somente a dupla-via [bidirecional] de comunicação, como também a instauração de um processo [pedagógico] continuado, cujos meios ou multimeios devem estar

presentes na estratégia de comunicação. A escolha de determinado meio ou multimeios vem em razão do tipo de público, custos operacionais e, principalmente, eficácia para a transmissão, recepção, transformação e criação do processo educativo.

Page 83: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

80

Dessa maneira, percebemos que a potencialidade da EaD não está

somente para as TICs, mas à forma como os seus utilizadores (professores,

tutores, mediadores, administradores, alunos, entre outros envolvidos no

processo educativo) vão se apropriar dessas ferramentas e dos recursos

eletrônicos para desenvolver seus projetos/programas/cursos, de maneira que se

supere a reprodução de conteúdos informacionais e leve à sua produção, na qual

será admissível a construção do conhecimento sob diversas perspectivas, visto

que em EaD o aluno deve se movimentar para construir a própria aprendizagem.

6.2.2 Panorama histórico da EaD

Segundo Pereira e Moraes (2009, p. 67), a EaD é uma modalidade muito

antiga. Petters (2004) ressalta que essa modalidade conta com cerca de 150

anos de história. A primeira tecnologia que permitiu a efetividade e ampliou o

alcance da EaD foi a escrita. Mais recentemente, as TICs, especialmente os

recursos digitais, ampliaram ainda mais o alcance e reconfiguraram a EaD.

Autores como Petters (2004) e Maia e Mattar (2007) consideram existir 3

gerações da EaD, cuja historicidade podemos seguir:

1ª Geração – Cursos por correspondência

O início das ações institucionais em EaD ocorreram a partir da metade do

século XIX, principalmente na Europa e nos Estados Unidos da América (EUA),

com o surgimento dos cursos por correspondência. Petters (2004, p. 52)

classifica esse período da EaD de pré-industrial, pois se baseava na utilização de

documentos impressos como objetos de aprendizagem que eram enviados pelo

correio. Diversas iniciativas de cursos a distância repercutiram, principalmente os

cursos técnicos e cursos de extensão universitária. Contudo, houve poucas

experiências de cursos universitários a distância, mesmo nos países

desenvolvidos. (MAIA; MATTAR, 2007, p. 22).

Page 84: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

81

2ª Geração – Uso de mídias e surgimento de Universidades Abertas

É a primeira grande reconfiguração da EaD, que ocorreu a partir da década

de 1960, principalmente com a inserção e uso educativo de novas mídias para

realização das diversas experiências pedagógicas, como o rádio, a televisão, o

vídeo, as fitas de áudio e o telefone. A comunicação é unidirecional, do tipo “Um

para Todos”, sem grandes interações e era complementada por contatos

telefônicos e pelo material impresso enviado via correio.

O grande marco dessa geração de EaD é a criação das Universidades

Abertas (Open University), como ocorreu na Inglaterra em 1969. Para Maia e

Mattar (2007, p. 22), a partir das experiências bem sucedidas das pioneiras

universidades abertas, surgiu o interesse por essa modalidade de educação em

outros países.

De acordo com Petters (2004), a 2ª geração de EaD é caracterizada como

pós-industrial, pois, a princípio, foi intensificado o uso da correspondência e,

posteriormente, passou-se para a utilização das tecnologias anteriormente

citadas.

3ª Geração – EaD na Era Informatizada ou EaD on-line

Segundo Maia e Mattar (2007, p. 23), esta geração da EaD é caracterizada

pela introdução do videotexto, dos computadores, da tecnologia multimídia, do

hipertexto e de redes de computadores. A diferença entre esta geração e a

anterior não está na aplicação das diferentes mídias, mas na convergência das

tecnologias com o uso dos computadores. Com isso, é permissível a utilização de

sistemas de comunicação bidirecional, intensificando a propriedade de interação

dos recursos e ferramentas, visando a uma maior flexibilidade temporal e

espacial dos processos educativos. Para os autores supracitados, “por volta de

1995, com o desenvolvimento explosivo da internet, ocorre um ponto de ruptura

na história da EaD”.

Petters (2004, p. 215) diz que esta geração situa a EaD na era

informatizada, em que os recursos das TICs são utilizados para fins educacionais,

impulsionando a cada dia a educação para fora das salas de aula tradicional.

Page 85: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

82

Com os desdobramentos dessa geração, podemos destacar que o

surgimento das comunidades virtuais, as salas de bate-papo (chats), os espaços

virtuais e digitais, baseados na rede, abrem um novo território para a atuação da

educação. A internet torna-se instrumento que favorece a mediação e o

acompanhamento pedagógico de forma mais individualizada, além de prover

ambientes para interação e construção de conhecimento individual e coletivo.

Petters (2004, p. 217) afirma que todos os períodos apresentaram a EaD

de maneira diferenciada, mas que a modalidade cresceu principalmente em

termos de abrangência entre os países, cursos ofertados e em procura por parte

dos alunos. O autor também considera que o processo de ensino e aprendizagem

do atual estado da EaD “pressupõe um formato mais aberto, centrado no aluno,

baseado nos resultados, interativo, participativo, flexível quanto ao currículo,

sobretudo diferente da abordagem pedagógica tradicional”.

6.2.2.1 Evolução da EaD no Brasil

No Brasil, com a Lei 9.394, de dezembro de 1996, a EaD consegue o

status de modalidade integrada ao sistema de ensino, tornando-se tão

importante quanto as outras modalidades. Coerente com estas novas

orientações, o Ministério da Educação adotou a iniciativa dos decretos de nº

2.494, de 10 de fevereiro de 1998 (ANEXO A) e a Portaria 301, 07 de abril de

199813 e o de nº 2.561 de 27 de abril de do mesmo ano14. Por sua vez, o

Conselho Nacional de Educação estabeleceu normas para o funcionamento de

cursos de pós-graduação na Resolução nº 1, de 07 de abril de 200115.

O desenvolvimento da EaD no Brasil, em primeiro momento, segue as

tendências das experiências que ocorreram no mundo. Entretanto, a segunda

13 Portaria nº 301, de 7 de abril de 1998 - Normatiza os procedimentos de credenciamento de instituições para a oferta de cursos de graduação e educação profissional tecnológica a distância.

14 Decreto nº 2.561, de 27 de abril de 1998 – Altera a redação dos Artigos 11º e 12º do Decreto nº 2.494.

15 Resolução CNE/CES n 1, de 3 de abril de 2001 - Estabelece normas para o funcionamento de cursos de pós-graduação.

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83

geração foi a mais expressiva no país, antes da internet. Porém, Maia e Mattar

(2004, p. 24) confirmam que, “no Brasil, a experiência das universidades abertas

é retardada praticamente até hoje, [mesmo] com a recente criação da

Universidade Aberta do Brasil (UAB)”. Conforme afirma o site do Ministério da

Educação (MEC), hoje existem aproximadamente 562 polos da UAB distribuídos

pelo país. Até junho de 2009, serão selecionados mais outros 250 polos (a meta

é chegar a 900 polos em 2010), cujo alvo é dar apoio presencial, por meio da

articulação dos fóruns estaduais, no âmbito do Plano de Ações Articuladas (PAR).

Os quadros 2, 3, 4 e 5, a seguir, demonstram a cronologia do

desenvolvimento, alguns acontecimentos e instituições que foram referências

perante o movimento e ampliação da EaD em nosso país. No esquema, além dos

principais marcos e instituições importantes para a evolução da EaD no Brasil,

também foram incluídos os recursos didáticos que, na época, eram utilizados por

algumas instituições, além de estarem separados por geração, de que fizeram

parte determinados períodos da evolução. Essa divisão foi importante, pois

explicitou cada momento nacional da EaD e ressaltou o que foi dito no parágrafo

anterior, ou seja, a segunda geração foi a mais expressiva em nosso país.

Vale ressaltar que a EaD, dentro do sistema de educação do Brasil,

alterna-se e interpõem-se entre outras modalidades educacionais. A EaD no

Brasil é comumente aplicada para a educação continuada, em cuja experiência

tem como exemplo o treinamento de professores pela internet para atingir

educadores residentes fora das principais cidades. Também é utilizada como

aliada para a formação de jovens e adultos, em que as disciplinas dos níveis do

ensino fundamental e médio são trabalhadas de maneira que ofereçam

ferramentas que contribuam para a motivação dos alunos para a exposição de

ideias.

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75

Quadro 2 – Evolução da EaD no Brasil: desenvolvimento e cronologia (1ª Geração de EaD)

ANO PRINCIPAIS MOMENTOS Recursos didáticos Geração de EaD

1904

O Jornal do Brasil. Na seção de classificados aparece um anúncio oferecendo profissionalização por correspondência para datilógrafo. É considerado um marco histórico a implantação das “Escolas Internacionais”, ou seja, instituições privadas que

ofereciam cursos pagos por correspondência em jornais.

- Material impresso enviado por

correspondência.

1ª Geração

(Material impresso

como apoio aos cursos de EaD)

1923

Fundação Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Oferecia cursos de línguas estrangeiras, radiotelegrafia, telefonia, silvicultura e literatura francesa. Tinha início a educação

através do rádio.

- Iniciativas com uso do Rádio.

1927

Comissão de Cinema educação do Rio de Janeiro. Em 1932, os educadores lançaram o

Manifesto da Escola Nova, propondo recursos de rádio, cinema e impressos na educação brasileira.

- Material impresso;

- Iniciativas com uso do Rádio;

- Iniciativa com o uso do

Cinema.

1932 Lançamento do Manifesto da Escola Nova.

1934

Edgard Roquette-Pinto instala a Rádio-Escola Municipal no Rio de janeiro. - Material impresso

enviado por correspondência;

- Iniciativas com uso do

Rádio.

1936 A emissora Rádio Sociedade do Rio de Janeiro foi doada ao Ministério da educação e Saúde e, no ano seguinte, foi criado o Serviço de Rádio Difusão Educativa do Ministério da educação.

1939

Instituto Rádio Técnico Monitor. Oferecia cursos profissionalizantes a distância. Instituto Monitor. Oferecia cursos profissionalizantes a distância.

- Material impresso enviado por

correspondência.

1941

Instituto Universal Brasileiro. Oferecia cursos abertos de iniciação profissionalizante a

distância.

- Material impresso

enviado por correspondência.

1943 A Voz da Profecia. Oferecia ensino religioso transmitido por programas de rádio. - Iniciativas com uso do

Rádio.

1947

SENAC, SESC e Universidade do Ar. Oferecia cursos comerciais radiofônicos. - Material impresso enviado por

correspondência.

Fonte: Adaptação de Maia e Mattar (2007, p. 24-32).

84

Page 88: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

76

Quadro 3 – Evolução da EaD no Brasil: desenvolvimento e cronologia (2ª Geração)

ANO PRINCIPAIS MOMENTOS Recursos didáticos Geração de EaD

1959 Movimento de educação de Base – MEB (Natal – RN), início das Escolas Radiofônicas.

2ª Geração

(uso de meios de

comunicação de massa como

suporte a EaD)

1960

Início da ação sistematizada do Governo Federal em EaD.

Expansão do sistema de escolas radiofônicas para os estados nordestinos, o qual foi precursor do

MEB, sistema a distância não formal.

-Rádio.

1961

Contrato entre MEB e CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), no qual utilizariam um

sistema rádioeducativo para democratização do acesso à educação, promovendo letramento de

jovens e adultos.

-Rádio.

1962

Ocidental School. Fundada em São Paulo, de origem americana, focada no campo da eletrônica. - Material impresso enviado

por correspondência.

1965 Inicio dos trabalhos da Comissão para Estudos e Planejamento da Radiodifusão Educativa.

1966-1974

Instalação de 8 emissoras de Televisão educativas: TV Universitária de Pernambuco, TVE do Rio de Janeiro, TV Cultura de São

Paulo, TVE do Amazonas, TVE do Maranhão, TV Universitária do Rio Grande do Norte, TVE do Espírito Santo e TVE do Rio Grande

do Sul.

1967

Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM). Aulas para a área de administração

pública, utilizando a metodologia de ensino por correspondência.

Fundação Padre Landell de Moura. Criou seu núcleo de EaD, utilizando como metodologia ensino

por correspondência e radiodifusão.

- Material impresso enviado

por correspondência.

-Rádio.

1967

Projeto Saci (Satélite Avançado de Comunicação Interdisciplinares). Concebido experimentalmente por iniciativa do Instituto

Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), tinha como objetivo criar um sistema nacional de telecomunicações com o uso de

satélites. Essa ideia era inovadora e pioneira e vislumbrava as possibilidades dos meios de comunicação de massa em favor da

prestação de serviços educacionais.

1969 TVE do Maranhão/ CEMA – Centro Educativo do Maranhão - Televisão.

1970 Portaria 408 (atingindo emissoras comerciais de rádio e televisão): obrigatoriedade da transmissão gratuita de 5 horas semanais

(30 min. Diários), de segunda a sexta-feira, ou 75 min. aos sábados e domingos.

1970

Projeto Minerva. Convênio entre o Ministério da Educação, a Fundação Padre Landell e a

Fundação Padre Anchieta, para a utilização do rádio para a educação e a inclusão social de

adultos em cadeia nacional.

- Rádio.

- Televisão.

1971

ABT. Surge inicialmente como Associação Brasileira de Tele-educação que já organizava, desde

1969, os Seminários Brasileiros de Tele-educação, para depois vir a chamar-se Associação

Brasileira de Tecnologia Educacional. Recebeu o credenciamento do Conselho Federal de

educação para ministrar cursos de pós-graduação lato sensu por correspondência em parceria

com a CAPES (Coordenação e Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior do Ministério da

educação).

- Televisão.

- Rádio.

- Material impresso enviado

por correspondência.

1972 Criação do PRONTEL (Programa Nacional de Tele-educação) que fortaleceu o SINRED (Sistema Nacional de Radiodifusão

Educativa).

Fonte: Adaptação de Maia e Mattar (2007, p. 24-32).

85

Page 89: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

77

Quadro 4 – Evolução da EaD no Brasil: desenvolvimento e cronologia (2ª Geração - Continuação)

ANO PRINCIPAIS MOMENTOS Recursos didáticos Geração de EaD

1973 Projeto Minerva. Passa a produzir o Curso Supletivo de 1º Grau, II fase, envolvendo o MEC, PRONTEL, CENAFOR (Estatuto da

Fundação Centro Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal para a Formação Profissional) e secretarias de educação.

2ª Geração

(uso de meios de

comunicação de massa como

suporte a EaD)

1973/74

Projeto SACI. Conclusão dos estudos do Curso Supletivo “João da Silva”, sob o formato de

telenovela, para o ensino das quatro primeiras séries do 1º grau. O curso introduziu uma

inovação pioneira no mundo: um projeto-piloto de teledidática da TVE, que conquistou o prêmio

especial do Júri Internacional do Prêmio Japão.

-Televisão.

1974

TVE Ceará começa a gerar tele-aulas. O CETEB – Centro de Ensino Técnico de Brasília – inicia o

planejamento de cursos em convênio com a Petrobrás para capacitação dos empregados desta

empresa e do Projeto Logus II, em convênio com o MEC, para habilitar professores leigos sem

afastá-los do exercício docente.

- Televisão.

1977

Telecurso. Cursos supletivos a distância passam a ser oferecidos por fundações privadas e

organizações não governamentais, utilizando-se de tecnologias de teleducação, satélite e

materiais impressos. Durante esta década, a Fundação Roberto Marinho lançou o Programa de

educação Supletiva a Distância para 1º e 2º graus. Hoje denominado Telecurso 2000, utiliza

livros, vídeos e transmissão por TV, além de disponibilizar acesso a material de apoio.

-Televisão;

-Material impresso.

1979

Criação da FCBTVE – Fundação Centro Brasileiro de Televisão Educativa/MEC. Dando

continuidade ao Curso "João da Silva", surge o Projeto Conquista, também como telenovela, para

as últimas séries do primeiro grau; começa a utilização dos programas de alfabetização por TV

(MOBRAL), em recepção organizada, controlada ou livre, abrangendo todas as capitais dos

estados do Brasil.

-Televisão.

1979-

1983

POSGRAD – Pós-Graduação Tutorial a Distância. É implantado, em caráter experimental, pela Capes (MEC), administrado pela

ABT – Associação Brasileira de Tecnologia Educacional –, com o objetivo de capacitar docentes universitários do interior do país.

1981

CIER – Centro Internacional de Estudos Regulares – do colégio Anglo-Americano passa a oferecer

ensino fundamental e médio a distância. O objetivo era de permitir que crianças,

temporariamente no exterior, continuassem a estudar pelo sistema educacional brasileiro.

FUNTEVE – nova sigla para FCBTVE – passou a coordenar as atividades da TV Educativa do Rio

de Janeiro, da Rádio MEC-Rio, da Rádio MEC-Brasília, do Centro de Cinema Educativo e do Centro

de Informática Educativa.

- Material impresso;

- Rádio;

- Cinema;

- Televisão;

- Iniciativas com uso de

computadores.

1983/84

Criação da TV Educativa do Mato Grosso do Sul.

Inicio do "Projeto Ipê", da Secretaria da educação do Estado de São Paulo e da Fundação Padre

Anchieta, com cursos para atualização e aperfeiçoamento do magistério de 1º e 2º Graus,

utilizando-se de multimeios.

- Material impresso;

- Rádio;

- Cinema;- Televisão;

- Iniciativas com uso de

computadores.

Fonte: Adaptação de Maia e Mattar (2007, p. 24-32).

86

Page 90: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

78

Quadro 5 – Evolução da EaD no Brasil: desenvolvimento e cronologia (3ª Geração)

ANO PRINCIPAIS MOMENTOS Recursos didáticos Geração de EaD

1985 Uso do computador stand alone ou em rede nas universidades. Uso de mídias de armazenamento (vídeoaulas, disquetes, CD-ROM, etc.) como meios complementares.

3ª Geração

(iniciativas e uso

de videotexto,

computadores, tecnologia

multimídia, hipertexto,

hipermídia e de redes de

computadores)

1988

"Verso e Reverso - Educando o Educador": curso por correspondência para capacitação de professores de educação Básica de Jovens e Adultos MEC/Fundação Nacional para educação de Jovens e Adultos (EDUCAR), com apoio de programas televisivos através da Rede Manchete;

- Material impresso enviado por correspondência.

- Televisão.

1989 Criação da Rede Nacional de Pesquisa (uso de BBS (bulletin board system), Bitnet e e-mail).

1990 Uso intensivo de teleconferências (cursos via satélite) em programas de capacitação a distância.

1991

Salto para o Futuro – até a presente data era denominado Jornal da Educação. Em 1995, recebe este nome, é incorporado à TV Escola (Canal televisivo educativo do Ministério da educação) e torna-se um marco para a história da EaD nacional. O programa utiliza-se de diversas mídias, além de encontros presenciais nas telessalas com orientação para aprendizagem.

- Material impresso; - Televisão; - Fax;

-Telefone; - internet; - Encontros presenciais.

1994 Início da oferta de cursos superiores a distância, utilizando-se de mídia impressa.

1995 Fundação da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED). Disseminação da internet nas instituições de ensino superior via RNP (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa).

1996 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Criação da Secretaria de Educação a Distância (SEED).

1997 Criação de ambientes virtuais de aprendizagem. Início da oferta de especialização a distância, via internet, em universidades públicas e particulares.

1998

Decretos e portarias que normatizam a EaD no país. Criação do Programa de educação a Distância da Escola Nacional de Saúde Pública – Fundação Oswaldo Cruz, estratégico para a implementação das políticas públicas do Sistema Único de Saúde (SUS), do Ministério da Saúde.

1999

Criação de redes públicas e privadas para cooperação em tecnologia e metodologia para uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) na EaD. Credenciamento oficial das instituições universitárias para atuação em EaD. Universidade de Brasília (UNB) oficializa suas atividades em EaD lançando a Universidade Virtual. Criação da Universidade Virtual do Centro Oeste para desenvolvimento do Programa de cooperação em EaD, por meio de consórcio entre universidades públicas do DF, GO, MT e MS.

2000 Fundação do Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro (CEDERJ).

2001 Criação da Rede Brasileira de Educação a Distância (uvb.br). Criação da Universidade Virtual Pública (UNIREDE).

2005

Universidade Aberta do Brasil. Tem como prioridade a formação de professores para a educação Básica. Para atingir este objetivo central, a UAB realiza ampla articulação entre instituições públicas de ensino superior, estados e municípios brasileiros, para promover, por meio da metodologia da educação a distância, acesso ao ensino superior para camadas da população que estão excluídas do processo educacional.

2006 Congresso do ICDE (Conferência Mundial de educação Aberta e a Distância), no Rio de Janeiro.

2008

Criação da UNIVESP (Universidade Virtual do Estado de São Paulo) – Dec. Nº 53.536, de 9 de out. de 2008 – com o objetivo de expandir o número de vagas nas universidades públicas paulistas (USP, UNICAMP e UNESP), utilizando o uso intensivo das TICs às práticas tradicionais do ensino presencial. Por meio deste programa, as universidades oferecerão cursos de graduação, licenciatura, capacitação, extensão e pós-graduação, suportados por ambiente virtual interativo de aprendizagem – desenvolvido no âmbito do Programa Tidia (FAPESP), associado à mídia digital, help desk e material impresso, além de atividades presenciais em polos de apoio instalados nas universidades consorciadas ou instituições públicas parceiras do programa.

- Mídias interativas; - internet; - Ambientes virtuais de aprendizagem; - Material impresso; - Televisão.

Fonte: Adaptação de Maia e Mattar (2007, p. 24-32).

87

Page 91: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

88

6.2.3 A EaD na atualidade

O Gráfico 4 abaixo demonstra o crescimento da modalidade EaD on-line

nos últimos anos, principalmente a partir do ano 2000. Mattar e Valente (2007,

p. 23) confirmam que esse crescimento se deve, principalmente, à oferta de

cursos on-line de graduação e pós-graduação, oriundos de iniciativas privadas,

tanto no país quanto no mundo.

Gráfico 4 - Número de cursos de EaD on-line ofertados por ano no Brasil

Fonte: Mattar e Valente (2007. p. 18).

Por volta da década de 1990, a EaD no Brasil entrou na 3ª Geração, fase

que trouxe a integração de redes de computadores e tecnologias multimídia,

abrindo outras possibilidades de comunicações entre alunos e professores. Com a

publicação da Portaria do MEC nº 4.059 de 2004, que autoriza que 20% da carga

horária das disciplinas presenciais sejam realizadas sob a forma de atividades

não presenciais, a discussão e o estudo sobre EaD vêm se mostrando uma

necessidade para as instituições educacionais do Brasil, sobretudo para a

demanda de cursos on-line.

De acordo com Voigt (2007), em 2006, a mídia mais utilizada em cursos a

distância no Brasil continua sendo o material impresso. O e-learning, com uso da

Page 92: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

89

internet e recursos didáticos da Web, ocupa o segundo lugar. A aplicação de

novas tecnologias na EaD, especialmente as vinculadas à internet, vem

modificando o panorama desse campo. Apesar da predominância dos recursos

didáticos “convencionais”, a tendência é o uso cada vez maior da internet na

EaD.

Para Mattar e Valente (2007, p. 20), é importante distinguir a EaD em

geral (definição mais ampla), que pode envolver qualquer tipo de tecnologia de

comunicação para mediar a relação entre alunos, professores, conteúdo e

instituições (por exemplo, com material impresso enviado pelo correio), da EaD

on-line, que se utiliza de internet e recursos Web. Essa distinção é exposta na

Figura 4 para melhor visualização.

Sinônimos

Figura 4 – EaD clássica x EaD on-line Fonte: Adaptação de Mattar e Valente (2007, p. 21).

Com a internet, Web e Ciberespaço, a EaD encontrou um espaço

extremamente proveitoso para se expandir, trazendo novas possibilidades

didáticas com a inserção dos recursos para criação de plataformas e dos

ambientes de aprendizagem. Com isso, novos serviços podem ser utilizados e

acrescidos aos utilizadores de EaD através dos meios de comunicação contidos

nos ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs), que são suportados por

Page 93: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

90

programas e aplicativos, e por ferramentas de interação síncronas e assíncronas,

que sustentam a aprendizagem através de interações, reflexões e troca de

experiências. A possibilidade de aprendizagem oferecida pelos meios virtuais se

dá a partir da criação de cenários que compõem interfaces instrucionais que

proporcionam interação entre todos os envolvidos no processo educativo

(OLIVEIRA; SANTOS; CANHETTE, 2003).

Sem a internet, existe uma EaD que utiliza tecnologias de comunicação de

"um para todos" (rádio, TV, cinema) ou de “um para um” (ensino por

correspondência, material impresso). Com a internet, temos diversas

possibilidades de comunicação reunidas em diversos recursos. “Novas

possibilidades de interação é que confere a EaD via internet um outro status

diferente outras formas de EaD que já existiram”. (MATTAR; VALENTE, 2007, p.

30).

O enfoque do trabalho volta-se, assim, para a EaD on-line, cujas iniciativas

buscam desenvolver serviços de comunicação e acesso à informação por meio do

uso de novas TICs e, principalmente, da comunicação em rede de computadores,

que proporciona acesso remoto à informação requerida para as atividades de

ensino, pesquisa e de apoio didático-pedagógico aos seus utilizadores.

6.2.3.1 EaD on-line

Esta modalidade de EaD cresceu rapidamente com o avanço tecnológico,

sobretudo com a internet. Com ela, o aluno é levado a aprender de forma mais

autônoma, ao mesmo tempo em que também se torna mais participativo e mais

responsável diante dos processos de aprendizagem.

Na definição apresentada por Moran (2003, p. 39), a EaD on-line é “o

conjunto de ações de ensino aprendizagem desenvolvida por meios telemáticos

como a Internet, a videoconferência e a teleconferência”.

Silva (2003, p. 11), destaca a EaD on-line como:

Page 94: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

91

[...] uma exigência da cibercultura, isto é, do conjunto imbricado de técnicas, práticas, atitudes, modos de pensamento e valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço, isto é: do novo ambiente comunicacional que surge com a interconexão mundial de

computadores e das memórias dos computadores; [...] novo espaço de comunicação, de sociabilidade, de organização, de informação, de conhecimento e, claro, de educação.

Para melhor compreensão das diversas modalidades da EaD on-line,

oriundos da EaD com uso de computadores, é importante especificar o

significado dos seus termos. Apesar de apresentarem certas diferenças

conceituais, na prática muitas vezes são empregados como equivalentes; no

entanto, possuem algumas especificidades, principalmente relacionadas aos

formatos que tomam e aos ambientes em que são incorporadas as práticas e

processos educacionais, sendo a e-learning, a b-learning, a e-learning 2.0 e a

open learning.

A e-learning caracteriza-se pelo uso de novas tecnologias multimídias e

da internet para melhorar a qualidade da aprendizagem mediante o acesso a

recursos e serviços, além das colaborações e intercâmbios a distância. É

considerada uma vertente da EaD on-line, que possibilita a autoaprendizagem,

com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados,

apresentados em diferentes suportes tecnológicos de informação e comunicação,

utilizados isoladamente ou combinados, veiculados por meio da internet e/ou

intranet.

De acordo com Schutz (2007, p. 33), o potencial da e-learning não se

limita à facilidade de acesso, pois também é permitida a difusão de conteúdos

atualizados, dinâmicos e personalizados, proporcionando melhores experiências

de aprendizado, além de estimular a colaboração entre os alunos, bem como a

criação de comunidades virtuais e de redes de aprendizagem.

Rosenberg (apud TOBAL, 2005, p. 21) diz que na e-learning são

introduzidas novas maneiras de pensar o aprendizado. É uma forma de aprender

por meio eletrônico, via a rede global (Web) e internet, e uma nova forma de

estruturar uma cultura de ensino e aprendizado agora voltado aos interesses e

necessidades dos estudantes direcionando-os para uma realidade social cada vez

Page 95: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

92

mais tecnológica. O autor também descreve (p. 96) que a e-learning refere-se à

utilização de tecnologias da internet para fornecer um amplo conjunto de

soluções que melhoram o compartilhamento de conhecimento e o desempenho

dos alunos. Isso se deve a três critérios fundamentais:

é fornecido ao usuário por meio do computador, utilizando a tecnologia

padrão da internet;

é transmitido em rede, tornando possível a atualização, armazenamento/

recuperação, distribuição e compartilhamento instantâneos da instrução ou

informação;

concentra-se na visão mais ampla do aprendizado por buscar soluções que

vão além dos paradigmas tradicionais de treinamento.

A e-learning adicionou novos significados para o treinamento e para a

disponibilização de informação aos estudantes e, em um compasso acelerado,

abriu um novo mundo para a distribuição e o compartilhamento de

conhecimento, tornando-se também uma forma de democratizar o saber para as

camadas da população com acesso às novas tecnologias, propiciando-as que o

conhecimento esteja disponível a qualquer tempo e hora e em qualquer lugar.

Essa modalidade de EaD on-line já apresenta diversos estudos de casos que

abordam, sobretudo, questões de apoio ao aluno, integração com a preparação

de professores, implementação e avaliação de ambientes (vários níveis),

estratégias instrucionais, teste e usabilidade das tecnologias, e agregação de

recursos como da Web 2.0.

A b-learning (blended learning) é um derivado do e-learning, mas voltado

às necessidades de treinamento organizacional. Refere-se a um sistema de

formação em que a maior parte dos conteúdos é transmitida a distância, com

uso da internet, entretanto inclui algumas situações presenciais (daí a origem da

designação blended, ou seja, algo misto, combinado). Dessa forma, utiliza-se da

combinação e integração de diferentes tecnologias e metodologias de

aprendizagem, misturando educação on-line e presencial, de acordo com as

necessidades específicas das organizações e cumprindo os seus objetivos de

forma global, melhorando a eficácia e eficiência do processo de aprendizagem.

Page 96: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

93

Promove a redução de custos e a maximização da qualidade da formação e

apresenta-se hoje como o meio de formação inovador, pois permite otimizar a

gestão do ativo mais precioso das organizações – o capital intelectual.

A e-learning 2.0 surgiu da oportunidade dos ambientes virtuais de

aprendizagem abrir espaços para o uso de ferramentas da geração da internet

designada como Web 2.0. Trata-se de recursos que possibilitam novas formas de

comunicação, expressão e interação, bem como o enriquecimento das práticas

pedagógicas com aplicação de atividades, tais como: trabalho cooperativo e

colaborativo, maior facilidade de armazenamento de dados, criação de páginas

on-line, criação de redes de aprendizagem, entre outras. Para além de muitas

ferramentas serem gratuitas, elas permitem que o conhecimento seja obtido

através de uma construção contínua, como fruto de interações entre os objetos

do meio e o sujeito, além de ser publicado e compartilhado com toda a

comunidade acadêmica. (BOTTENTUIT JUNIOR; COUTINHO, 2008).

Bomfim, Assis e Sampaio (2007, p. 263) identificaram algumas

características que devem estar contidas em ambiente e-learning 2.0, sendo:

Difusão de conteúdos: uso de recursos que permitam alterações e

atualizações conteúdos (como ferramentas RSS) e fazem com que a

informação “siga” o usuário antes que este a procure.

Adaptabilidade e personalização: incentivo à produção independente de

conteúdo e fácil integração deles num só ambiente. O uso dessas técnicas

permite o ajustamento do ambiente de aprendizagem e adaptação às

diferentes necessidades dos estudantes.

Uso de ferramentas externas: a internet dispõe de inúmeras ferramentas

que podem ser utilizadas no contexto educacional, permitindo a

incorporação e o aproveitamento de novas ferramentas de aprendizado ao

ambiente de aprendizagem.

Exploração da inteligência coletiva: os usuários devem ser capazes de criar

redes de aprendizagem.

Page 97: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

94

Dessa forma, a proposta Web 2.0 para a educação on-line é

frequentemente associada a dois aspectos: um social e outro tecnológico. O

aspecto social se refere ao grupo de aplicações para um maior grau de

interatividade e colaboração, em que os usuários são capazes de produzir e

compartilhar conteúdo. Sua incorporação nos ambientes de aprendizagem

possibilita a adoção de práticas pedagógicas que visam ao aumento da

colaboração e da participação dos alunos. Já o aspecto tecnológico permite a

definição de um ambiente de aprendizagem compatível, em que o professor e o

aluno não ficam restritos a um conjunto de funcionalidades preexistentes, sendo

possível incorporar novas aplicações, a partir de serviços disponíveis na internet.

A open learning (aprendizagem aberta) é uma educação caracterizada

pela “abertura” a todos os interessados, às variações de avaliação individual e às

variações dos métodos ou meios de ensino e aprendizagem personalizada. Esse

movimento educacional é combinado com ideias de cultura colaborativa e

interativa da internet. É constituída sobre a crença de liberdade de uso,

adaptação de recursos educacionais conforme as necessidades, melhorias e

redistribuição desses recursos sem restrições. Para permitir essa flexibilidade, os

sistemas open learning geralmente utilizam materiais autodidáticos e sistemas

de EaD, contudo também é considerada como uma estratégia pedagógica, pois

visa promover maiores oportunidades de aprendizagem através dos recursos

educacionais abertos e das redes sociais na Web.

Para reforçar esse aspecto, Lévy (1999, p. 170) diz que as características

da aprendizagem aberta a distância são semelhantes às da sociedade da

informação, ou seja, é caracterizada por uma sociedade de rede, de velocidade,

de personalização, entre outros fatores.

Okada (2008) considera que a aprendizagem aberta on-line é uma filosofia

educacional importante para quebrar as barreiras que limitam o acesso à

educação, sobretudo à educação superior. Por isso, a autora destaca os aspectos

que caracterizam a aprendizagem aberta, tais como: amplo acesso a materiais e

tecnologias, opções de escolha em relação aos conteúdos e metodologias, e

grande abertura a diversos públicos em diferentes locais, culturas e contextos.

Page 98: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

95

A autora também ressalta alguns aspectos que considera importantes e

que têm contribuído efetivamente para a expansão da open learning:

a formação de redes de aprendizagem, ou seja, grupo de pessoas

ativamente engajadas em aprender em conjunto;

o crescimento rápido de bibliotecas digitais e virtuais, portais abertos de

jornais científicos e revistas acadêmicas;

a existência grandes repositórios on-line, tutoriais, wikis, vídeos, blogs e

aplicativos de livre acesso e/ou Web 2.0, decorrentes do movimento de

conteúdos aberto;

o avanço acelerado das TICs, especificamente das tecnologias utilizadas

para a construção de conhecimento.

Através da open learning, diversos participantes podem ter acesso à

aprendizagem de acordo com seus interesses e disponibilidades. Desse modo,

aprendizes podem construir conhecimentos a partir de objetivos comuns,

formando as redes de aprendizagem, além de desenvolverem aprendizagem

autodirigida e colaborativa.

6.2.3.2 Características da EaD na atualidade

A EaD contempla os mesmos elementos fundamentais do modelo de

educação presencial (concepção pedagógica, conteúdo específico, metodologia e

avaliação). Porém, diferencia-se pelo modo como se estabelece a mediação

pedagógica. A EaD pode ter ou não momentos presenciais, porém acontece,

fundamentalmente, com professores e alunos, separados fisicamente no espaço

e ou no tempo, mas podem estar juntos, por meio de tecnologias de

comunicação.

Para Farias (2004), um curso a distância só pode ser assim considerado

quando, além do conteúdo e planejamento de estudo, vem acompanhado de

Page 99: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

96

recursos interativos, que permitam a comunicação sistemática entre aluno e

tutor. Isso significa, por exemplo, que "cursos" oferecidos em revistas

acompanhadas por CD, ou em tutoriais disponíveis na internet, não são cursos a

distância e podem ser definidos apenas como estudos dirigidos.

Segundo Martins (2000), a EaD é caracterizada como uma forma de

educação que se utiliza de diferentes mediações e processo de comunicação

entre professor e aluno, permitindo relações interpessoais de qualidade, ainda

que virtuais, num tempo pedagógico necessário e adequado a cada estudante,

mediante a flexibilidade que interpenetra todo o processo de aprendizagem.

Maia e Mattar (2007, p. 6) declaram que, independente das diversas

definições dadas ao conceito de EaD na atualidade, existem pontos em comuns

em praticamente todas as abordagens, sendo:

Separação no Espaço

É uma modalidade de ensino em que o aluno não está necessariamente

presente fisicamente em um ambiente formal de ensino, mas é preciso ficar claro

que, na EaD, o aluno não deve estar distante. A distância espacial entre

estudante e professor deixou de ser um questionamento no âmbito da EaD, visto

que as TICs permitem uma interação simultânea, em tempo real, mesmo em

espaços geográficos distintos. Dessa forma, para Maia e Mattar (2007, p. 6), “a

sala de aula tradicional [...] pode ser vista como o local menos propício para a

educação”.

Separação no Tempo

Segundo Maia e Mattar (2007, p. 6), a EaD não significa somente distância

física, mas também a possibilidade de comunicação diferida, na qual o

aprendizado se dá sem que, no mesmo instante, os personagens envolvidos

estejam participando das atividades. Dessa forma, costuma-se associar a EaD à

separação no tempo entre os agentes do processo educativo (professor/aluno ou

Page 100: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

97

aluno/aluno). Entretanto, este aspecto dependerá da escolha da forma de

comunicação mais adequada a propiciar interação entre as partes de maneira a

administrar mecanismos de comunicação múltipla, que visa enriquecer os

recursos de aprendizagem e eliminar a dependência do ensino face a face.

De acordo com Silva (2008), existem dois tipos de interação para a

realização de atividades em EaD:

- As interações síncronas: são aquelas em que todos os aprendizes estão on-line

ao mesmo tempo, ou seja, as partes se comunicam de modo instantâneo. As

ferramentas de “bate-papo” são um exemplo de recurso para comunicação

síncrona.

- As interações assíncronas: são aquelas que não são realizadas em tempo real.

Os aprendizes participam nas atividades do curso no tempo que lhes for

conveniente. Como exemplo, podemos citar os recursos e-mail e fóruns de

discussão.

Com base nesses tipos existentes de interação propiciada pelo uso das

ferramentas de comunicação, a EaD possibilita a manipulação do espaço e do

tempo em favor da educação, uma vez que o aluno tem a possibilidade de

“autoprogramar” seus estudos, de acordo com a sua disponibilidade.

Planejamento

Para elaboração um curso na modalidade de EaD, é necessário um

planejamento cuidadoso do processo pedagógico. Planejar deve significar

especificar as justificativas, a caracterização do contexto, o perfil do público para

o curso e os objetivos do projeto. Essa articulação definirá a metodologia e sua

fundamentação teórica para orientação e definição do material didático.

O processo de planejamento de um curso de EaD se estrutura em

diferentes níveis: o nível se refere à concepção do curso, em que se definem os

conteúdos, a sequência e a base metodológica do curso; o nível se refere ao

tratamento pedagógico do material a ser utilizado pelo educando, no qual

Page 101: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

98

também se define as formas de comunicação e as estratégias de interação, além

das ferramentas que auxiliarão no processo de aprendizagem; e o nível referente

ao processo de avaliação do aluno. Todas as fases do processo de planejamento

visam favorecer a possibilidade de melhorar a qualidade da instrução.

Uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs)

Esse âmbito foi amplamente discutido no capítulo 6. Porém, é necessário

ressaltar que a EaD sempre se utilizará de ferramentas de comunicação para

superar a distância entre os envolvidos no processo educativo, no tempo e no

espaço; portanto, é mediada por tecnologias. A atual geração de EaD utiliza-se

de tecnologias de telecomunicação e transmissão de dados, sons e imagens que

convergem para o computador e internet. (MAIA; MATTAR, 2007, p. 8).

Assim, as TICs formalizam as vias de comunicação e tornam as relações

de mediação mais favoráveis e dinâmicas. O professor passa do status de

"provedor de conteúdo" para o de facilitador da aprendizagem.

Autonomia e Interação

Autonomia em EaD compete ao ato de disponibilizar ao aluno a liberdade

para ele próprio definir o espaço e tempo que serão dedicados à educação e uma

forma de lhe possibilitar a construção do conhecimento de maneira individual

e/ou coletivamente. Portanto, é fundamental compreender que a autonomia está

para a flexibilização do espaço e do tempo, como uma forma de conferir ao aluno

condições de acordo com as suas necessidades e características pessoais para

seguir seu ritmo de estudo, adquirindo conhecimento no local e no tempo que ele

julgar adequado. (MAIA; MATTAR, 2007, p. 9).

Interação é considerada por Mattar e Valente (2007, p. 25) um conceito

complexo em educação, pois se trata da comunicação/troca de informação entre

os participantes do processo de ensino e aprendizagem, porém em EaD não

Page 102: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

99

devem ser consideradas somente as “interações entre seres humanos, mas

também com máquinas”.

Com base nestes aspectos, em EaD, além das interações síncronas e

assíncronas descritas anteriormente, existem outras formas de interação a partir

dos recursos oferecidos pelas plataformas dos cursos de EaD, sendo conforme

distingue Toschi (2005, p. 92):

a) quanto à quantidade de interlocutores, ou seja, refere-se à

comunicação entre os usuários e a forma como eles interagem:

- Interação "Um para Um". A comunicação ocorre apenas entre dois usuários,

independentemente do tempo e da distância; a interação pode ser síncrona ou

assíncrona. Esse tipo de interação ocorre com o uso da ferramenta e-mail.

- Interação "Um para Todos". É uma comunicação unilateral, ou seja, um usuário

comunica-se com vários outros, podendo ou não haver feedback. Esse tipo de

interação é mais usado em sistema Broadcast. É o tipo de interação que compõe

a modalidade de EaD que se utiliza da televisão e rádio, por exemplo.

- Interação "Todos para Todos". Este tipo de interação envolve um número maior

de interlocutores. Sua organização delibera maior democracia e respeito às

particularidades, pois é descentralizada e distribuída.

Anderson (apud MATTAR; VALENTE, 2007, p. 25) destacam outros

modelos de processos de interação:

b) quando baseado nos pilares alunos, professores e conteúdo:

- Interação aluno-professor (AP). É assim caracterizada, quando o professor

fornece motivação e feedback aos alunos.

- Interação aluno-aluno (AA). É caracterizado pelo aprendizado colaborativo e

cooperativo. É importante por gerar motivação entre os alunos, uma vez que há

o feedback dos colegas, criando articulações com múltiplas visões e

desenvolvendo a capacidade de trabalho em equipe.

Page 103: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

100

- Interação aluno-conteúdo (AC). Com o uso das TICs, particularmente a

internet, é possível desenvolver diversas formas de conteúdo multimídias e/ou

hipermídias (texto, som, imagem, vídeo, realidade virtual, etc.), onde o aluno

pode interagir com esse conteúdo, podendo customizá-lo e aprimorá-lo. Para

esse tipo de interação é importante a existência de repositórios de objetos de

aprendizagem.

- Interação professor-conteúdo (PC). Os objetos de aprendizagem devem ser

desenvolvidos por professores e, devido a isso, vê-se que estes desempenham

um papel primordial no design instrucional do curso.

- Interação conteúdo-conteúdo (CC). São recursos que possuem os programas

semiautônomos, proativos e adaptativos, que se utilizam de inteligência artificial

(IA). De acordo com Mattar e Valente (2007, p. 26), “esses aplicativos podem

recuperar informações, operar outros programas, tomar [algumas] decisões e

monitorar recursos na rede”. Como exemplo, os autores citam que um

determinado programa baseado em IA pode atualizar automaticamente as

referências de um tema apontado.

Esses tipos de interação podem ocorrer por interações síncronas e/ou

assíncronas perante a utilização de diversos meios de comunicação.

Público

Em EaD, geralmente a população estudantil está dispersa

geograficamente. Esse aspecto garante a permanência do aluno em seu meio

cultural e natural, evitando os êxodos e os desajustes gerados pela separação

dos usuários de seus campos de atuação. Com isso, a EaD visa beneficiar

pessoas que, por alguma eventualidade, não podem se deslocar até uma

instituição de ensino presencial, aqueles que trabalham em horários alternativos,

ou viajam constantemente, entre outros casos. (MAIA; MATTAR, 2007, p. 10).

Page 104: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

101

6.2.3.3 Abordagens pedagógicas em EaD on-line

Conforme Valente (2003, p. 140), existem três abordagens para EaD que

se utilizam das TICs, principalmente dos recursos computacionais e ferramentas

da internet, como apoio ao processo pedagógico, sendo: Broadcast, Estar junto

virtual e Virtualização da escola tradicional. Essas abordagens se compõem,

sobretudo, conforme a qualidade das relações de comunicação e interação entre

os envolvidos no processo educativo, ou seja, as relações que se estabelecem

pela troca de informações entre as pessoas, a intensidade de como ocorrem e

quais recursos são utilizados para essas ações.

Para o autor (VALENTE, 2008, p. 108), a abordagem Broadcast da

tecnologia computacional é empregada para entregar a informação ao aluno da

mesma forma que ocorre com o uso do rádio ou televisão. Há uma valorização

na ferramenta tecnológica e uma confiança de que o conteúdo seja didático o

suficiente para gerar conhecimentos. De acordo com o autor, “o ponto principal

desta abordagem é que não existe nenhuma interação entre professor e aluno ou

entre alunos”. Interação não faz parte da proposta pedagógica e nem é

incentivada. Somente em alguns casos ocorrem trocas de e-mails entre o aluno e

o tutor (interação “um para todos”).

Figura 5 – Exemplo de abordagem broadcast com uso da internet Fonte: Valente (2008, p. 108).

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102

Conforme demonstrado na Figura 5, a ênfase desta abordagem está para a

interação homem-computador, por isso são comumente utilizados mecanismos

de buscas, bancos de dados (em CD-ROM ou na Web), entre outros, nos quais

podem ser empregados tutorais, em que a informação é organizada em uma

sequência pedagógica.

Também são aproveitados recursos hipertextos para organização da

informação, mas isso dependerá do software utilizado para a construção do

ambiente EaD. A ação que o aprendiz realiza é mais autônoma, uma vez que

necessita escolher entre as opções oferecidas. O autor destaca que essa

abordagem é eficiente para a disseminação da informação para diversas pessoas,

uma vez que os recursos usados permitem que elas sejam entregues

simultaneamente para todo. Porém, não há como garantir que os aprendizes

compreendam as informações obtidas, como também não há como avaliar

profundamente se conhecimentos foram construídos. (VALENTE, 2003, p. 141).

A abordagem Estar junto virtual é uma concepção vertical de

aprendizagem, visto como oposto da abordagem anterior, por proporcionar

condições de interações intensas entre todos os envolvidos no processo

educativo (interação “todos para todos”). Com auxílio dos recursos da internet,

são criadas condições para que essas interações aconteçam intensamente,

permitindo que alunos e professores possam “estar junto” virtualmente.

Figura 6 - Ciclo de ações que se estabelece na interação aluno-professor, no “estar

junto” via rede de computadores. Fonte: Valente (2008, p. 109).

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103

Conforme aborda a Figura 6, as interações nesta abordagem incidem com

objetivo de facilitar a construção de conhecimento dos aprendizes, pois os

professores podem auxiliá-los, acompanhá-los e assessorá-los constantemente

de maneira remota. A interação também pode ocorrer entre os aprendizes,

quando um pode auxiliar o outro com o conhecimento que já possui sobre o

tema que está sendo estudado. Portanto, torna-se possível a formação de uma

rede, em que todos colaboram com seus potenciais e cooperam entre si.

(VALENTE, 2003, p. 141).

Almeida (2003, p. 330) diz que o aspecto importante desta abordagem

advém da utilização da internet de maneira mais eficaz, explorando suas

potencialidades e apresentando-a como um recurso que pode facilitar o processo

de aprendizagem e na busca por informações. No entanto, os temas que

envolvem interações com conteúdos informacionais são considerados um desafio

para esta abordagem.

Reforçando esta informação, Valente (2008, p. 110) descreve:

Assim, a aprendizagem está calcada na interação professor-aluno e entre alunos, e o material de apoio tem a função de complementar ou suprir necessidades de ordem teórica para compreender a prática. O material de

apoio nesse caso é menos instrucional e mais de referência. A dificuldade é poder dispor das referências impressas, como livros e artigos, em forma digital, para que possam ser disponibilizadas e consultadas pelo aluno.

Aqui esbarramos em questões éticas que são fundamentais para tornar esse material de apoio disponível na internet.

Para que ocorra o “Estar junto virtual”, é necessária a construção e uso de

ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs) com recursos que facilitem a

comunicação, a interação, a troca de informações entre os sujeitos e maior

contato com conteúdos informacionais de apoio. (ROCHA apud VALENTE, 2008,

p. 110).

De acordo com Valente (2008, p. 111), em EaD, a abordagem

Virtualização da escola tradicional ocupa posição intermediária entre as

abordagens anteriormente apresentadas, pois oferece interação entre professor e

aprendiz, só que em menor intensidade. Essa abordagem é comumente utilizada

por tentativas de implementação de recursos tecnológicos em cursos presenciais

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104

e, dessa forma, as interações são centradas no professor – que detém e passa

informações para os alunos. Logo, a função dos professores é de elaborar os

conteúdos e torná-los disponíveis como material de apoio, elaborar as atividades

que devem ser realizadas e receber as respostas dos alunos. Por sua vez, os

alunos que recebem as informações podem simplesmente armazená-las ou

processá-las, transformando-as em conhecimento. Dessa forma, a interação

nesta abordagem trata somente de verificar o cumprimento de tarefas. Em

relação a esse aspecto, o autor reforça:

[...] a existência da interação professor-aluno pode criar condições para que a qualidade da aprendizagem seja maior do que acontece na abordagem Broadcast. Porém, o número de alunos atendidos nas

situações concretas de implementação dessa abordagem geralmente é grande, tornando inviável até mesmo a pouca interação que pode existir entre professor e aluno. (VALENTE, 2008, p. 111).

As ações dessa abordagem fazem uso de recursos computacionais, tais

como e-mails, fóruns para discussão, mural eletrônico, videoconferência, e

outros, criando os denominados ambientes de EaD. Esses ambientes são

construídos com o objetivo de facilitar o processo de acesso e recuperação de

informação por todos os envolvidos no processo educativo, pois tentam

reproduzir um ambiente de uma escola tradicional, inclusive com a existência de

biblioteca, onde é possível encontrar os materiais de apoio e outras informações

complementares. (PENTA apud VALENTE, 2008, p. 111).

Esse tipo de abordagem é o mais utilizado por parte dos cursos ou ações

educacionais que se utilizam da internet; apesar disso, pouco existe em termos

de recursos que facilitam a interação entre professor/aluno/conteúdo. Conforme

estabelecido por Almeida (2003, p. 330), os recursos tecnológicos oferecidos em

ambientes EaD podem propiciar o desenvolvimento de um processo educacional

mais interativo, no qual permitem conexões e trajetórias que serão ricos para a

construção do conhecimento dos alunos, não se restringindo apenas à

disseminação de informações. Portanto, é importante a criação de ambientes que

favoreçam a aprendizagem significativa, disponibilizando as informações

pertinentes de maneira organizada que, no momento apropriado, promovam a

interiorização de conceitos construídos.

Page 108: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

105

6.2.3.4 Ambientes virtuais de aprendizagem: conceitos e funções

Conceitualmente, os ambientes utilizados para aprendizagem on-line

denominam-se ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs), mas são também

chamados de ambientes digitais de aprendizagem (ADA) ou ambientes

hipermidiáticos de aprendizagem (AHA). Esses ambientes são resultados dos

avanços das tecnologias mediante o provimento de recursos comunicacionais e

informacionais, que altera o conceito de presença em EaD on-line.

Para Santos (2003, p. 5), os AVAs podem não ser necessariamente um

ambiente que envolva as tecnologias digitais de informação e comunicação, pois

é possível virtualizar saberes e conhecimentos sem, necessariamente, utilizar

mediações tecnológicas presencialmente ou a distância.

Ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs) (termo adotado neste

trabalho) são sistemas computacionais disponíveis na internet, destinados ao

suporte de atividades mediadas pelas tecnologias de informação e comunicação.

Permite integrar múltiplas mídias e recursos, apresentar informações de maneira

organizada, desenvolver interações entre pessoas e objetos de conhecimento,

elaborar e socializar produções, tendo em vista atingir determinados objetivos.

As atividades se desenvolvem no tempo, ritmo de trabalho e espaço em que

cada participante se localiza, de acordo com uma intencionalidade explícita e um

planejamento prévio denominado design instrucional, o qual constitui a espinha

dorsal das atividades a realizar, sendo revisto e reelaborado continuamente no

andamento da atividade. (LAGO, 2002, p. 84).

Os recursos dos ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs) são

basicamente os mesmos existentes na internet (correio, fórum, bate-papo,

conferência, banco de recursos, etc.). Esses ambientes têm a vantagem de

propiciar a gestão da informação, segundo critérios de organização definidos de

acordo com as características de cada software e possuem bancos de

informações representados em diferentes mídias e interligados por meio de

conexões (links internos ou externos ao sistema). (SANTOS, 2003, p. 12).

Page 109: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

106

Figura 7 – Composição básica de um AVA Fonte: Fernandes (2006, p. 78).

Os AVAs são desenvolvidos para proporcionar a interatividade entre

professor-aluno, aluno-aluno, mediado por computador, num processo

colaborativo de aprendizagem mediada pelo professor, de forma a oferecer

recursos (ferramentas) importantes para tal fim, conforme pode ser observado

na Figura 7.

O eixo “Ferramentas de edição e de material didático” equivale ao sistema

de o AVA possibilitar a disponibilização de informações. Podem dispor de

repositórios de objetos de aprendizagem (ROAs) ou bibliotecas digitais, que

podem conter bancos de imagens, bancos de textos, materiais didáticos, vídeos,

animações, apresentações, galerias com trabalhos já desenvolvidos pelos grupos,

permitindo que o aprendiz realize consultas em qualquer momento. Os

participantes podem, ainda, salvar seus arquivos, anotações projetos. Neste

eixo, podem estar organizadas as informações e os materiais de apoio à

resolução de problemas e as atividades colaborativas, como um glossário

específico sobre cada conteúdo que abarca as teorias acompanhadas de

sugestões de estudos adicionais, dicas,e bibliografia complementar em

bibliotecas virtuais (artigos, livros e sites afins sobre os temas abordados). O

conjunto de conteúdos deve se estruturar de forma flexível e interativa, podendo

ser acessado segundo interesses dos aprendizes, independentemente de tempo e

lugar. (GONÇALVES, 2004).

Page 110: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

107

O eixo “Ferramentas de Interação” reúne as ferramentas que dão suporte

às atividades comunicacionais desenvolvidas pelos aprendizes nos AVAs. Assim,

as ferramentas de e-mail, chat, fórum, entre outras disponíveis são utilizadas

para diálogos e interações entre aprendizes/aprendizes, tutores/aprendizes,

professores/aprendizes, que podem ser feitos e analisados em grupo de forma

síncrona ou assíncrona.

O eixo “Ferramentas de controle e manutenção do curso” permite a gestão

do AVA, conforme as técnicas pedagógicas, de interação e de avaliação do curso,

de forma a possibilitar o estímulo e a inovação do processo de ensino e de

aprendizagem. Sendo um instrumento muito importante para a EaD on-line, o

desenvolvimento e a gestão podem criar condições favoráveis para uma

educação de qualidade e democrática.

Cabe ressaltar que todos os eixos no contexto dos AVAs não podem estar

isolados. Eles devem ser organizados considerando a natureza das atividades e

operações que reúnem e podem ser acessados a partir de diferentes caminhos.

Segundo Lago (2002, p. 86), existem cinco características que identificam

os novos ambientes de aprendizagem:

mais conectividade e proximidade entre professor e alunos;

contribuição para um aprendizado colaborativo;

possibilidade de armazenamento, recuperação, distribuição de informações

e acesso a elas;

atribuição de valor ao trabalho em equipe;

permissão de formação de comunidades virtuais de aprendizagem

colaborativa, isto é, comunidades compostas por pessoas que estão em

diversas partes do mundo e interagem todas com todas, sem que,

necessariamente, estejam juntas ou conectadas na mesma hora e no

mesmo lugar.

Os ambientes virtuais de aprendizagem oferecem aos educadores e

educandos um lugar que propicia a troca de informações, pesquisa, construção

Page 111: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

108

de projetos e o desenvolvimento do saber em geral, desafiando os limites

históricos de tempo e espaço. Os cursos são elaborados e disponibilizados em

multimídia (texto, som, imagem), como também é proposta uma comunicação

permanentemente adicionando ao processo de aprendizagem qualidade em

termos de interatividade, possibilitando o constante feedback das questões

colocadas por educandos e educadores e a realização de trabalhos cooperativos.

Sua existência está ligada às necessidades de uma educação que responda às

exigências dessa nova era, assim como dê vazão aos novos princípios

estabelecidos no campo político, econômico, social e cultural.

Como forma de concluir esta abordagem teórica e por meio da exposição

das características desta modalidade educacional, percebemos que os elementos

que se articulam nos sistemas de EaD apresentam grande distinção em relação à

educação presencial. Embora os objetivos sejam os mesmos no sentido (de

elevar o nível cultural e intelectual daqueles que afluem à educação formal), a

EaD se configura num sistema de ensino no qual todos os elementos se

interdependem, se inter-relacionam, não permitindo improvisação ou carência de

planejamento e acompanhamento de todos os envolvidos no processo educativo.

Os sistemas possuem recursos eficazes para que os estudantes tenham

acesso à informação, ao conhecimento e à compreensão do que está sendo

estudado e, dessa forma, efetive o aprendizado. Por outro lado, exige do

estudante uma postura diversificada frente às novas possibilidades de construção

do conhecimento.

Este trabalho abrange a modalidade de EaD on-line, sobretudo pelo

processo de aprendizagem envolver uso de recursos e ferramentas que

propiciem interação, oportunidade de compartilhar e de construir conhecimentos

cooperativamente. As redes de computadores amparam os ambientes de

comunicação em grupo e ampliam a conectividade social, possibilitando formas

de colaboração baseadas no compartilhamento de assuntos de interesse e

informações, independentemente da localização geográfica. Com esse

entendimento, ao se utilizarem dos recursos midiáticos digitais como suporte

para conteúdos informacionais, surgem possibilidades de as bibliotecas digitais e

virtuais se inserirem neste contexto, participando como agentes integrantes no

Page 112: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

109

processo educativo, ao permitirem maior acesso ao conhecimento, ampliando os

estímulos para o uso e manuseio das fontes digitais on-line, sejam pela

diversidade de conteúdo informacional que podem ofertar ou pela facilidade de

acesso.

Por tudo isso, o enfoque dado para a EaD com uso de computadores,

internet e serviços da Web é importante para este trabalho, uma vez que, em

sistemas modernos de EaD, baseados em redes de computadores, o aluno

costuma ter acesso a diversas bibliotecas distantes, as quais necessitam

apresentar um acervo digital de textos e outras mídias, acessíveis pela Web ou

outras redes. Esse fato é importante para justificar a importância dos modelos de

bibliotecas proposto para este trabalho, visto que os cursos de EaD on-line

também necessitam buscar e acessar conteúdos informacionais, especialmente

acesso remoto, por meio da internet, às informações de qualidade e fidedignas.

Dessa forma, as bibliotecas digitais e virtuais surgem como elementos

imprescindíveis para esse sistema educacional, uma vez que necessitam

participar ativamente deste processo16.

Encaramos que as aplicações comuns entre tecnologia educacional e TICs

em bibliotecas serão enquadradas em dois grandes contextos:

uso de ferramentas colaborativas da Web 2.0, para promover a motivação

e interação entre as pessoas, com especial ênfase no uso adequado para

transferência e recepção de conteúdos, como forma de garantir sua

apropriação;

uso de ferramentas de produção e disseminação de informação, para

promover a produção, armazenamento e disseminação de conteúdos

gerados, possibilitando acesso a informações em fontes confiáveis, tais

como em repositórios (por exemplo, objetos para aprendizagem abertos,

dinâmicos, reutilizáveis, que permitam o redesenhar conteúdos conforme

intervenção dos utilizadores).

16 O documento “Referenciais de qualidade para a Educação superior a distância” (MEC-SEED, 2007, p. 19)

salienta a necessidade da existência de bibliotecas para cursos EaD, cujo acervo deve possibilitar acesso à

bibliografia, além de ao material didático utilizado no curso. Dessa maneira, cursos de EaD on-line necessitam de bibliotecas que consigam suprir as necessidades informacionais dos seus alunos.

Page 113: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

110

Por isso, as bibliotecas digitais e virtuais devem buscar caminhos

inovadores e criativos para apoiar a aprendizagem a distância e, sobretudo,

oferecer, aos estudantes que optaram por essa modalidade de educação,

oportunidades iguais de acesso às fontes informacionais, como são oferecidas

aos estudantes do ensino presencial. Quando bem estruturadas, essas bibliotecas

permitem apoiar cursos a distância on-line, pois os alunos remotos precisam que

as informações estejam organizadas e disponibilizadas na tela do computador.

Page 114: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

Capítulo 7

Page 115: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

112

7 BIBLIOTECAS PARA EAD

Esse capítulo aborda a pesquisa bibliográfica, pela qual é focada a

importância das bibliotecas no processo de ensino e aprendizagem a distância.

Veremos que os diferentes conceitos de biblioteca encontrados na literatura são

reflexos da evolução tecnológica das bibliotecas no decorrer dos anos, como:

Figura 8 – Evolução das bibliotecas

Existem outros conceitos para as bibliotecas, surgidos em decorrência do

novo modelo informacional, como “bibliotecas eletrônicas”, “bibliotecas 2.0”,

etc.; no entanto, limitar-nos-emos a fazer um breve relato apenas das

tradicionais e híbridas, a fim de contextualizar as bibliotecas digitais e virtuais,

que são o foco deste trabalho.

Ressaltam-se principalmente os autores que enfocam a gestão de produtos

e serviços de informação em ambientes virtuais e digitais, com acervos de

conteúdo digital que prontificam o uso da informação digital, por meio das redes

de computadores.

Com isso, este trabalho procura verificar a importância da biblioteca

inserida na EaD on-line, como forma de suprir as necessidades informacionais

Page 116: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

113

dos usuários com produtos e serviços de acesso à informação, que podem ser

proporcionados em rede de computadores, por sua velocidade de acesso e

reprodução exponencial de informação requerida para as atividades de ensino,

pesquisa e de apoio didático-pedagógico aos alunos e outros envolvidos no

processo educativo.

7.1 A evolução das bibliotecas

Historicamente, a preservação do conhecimento nas universidades “é uma

das funções que menos rapidamente mudam”, afirma Cunha (2000). As

bibliotecas sempre foram instituições que “concentram a informação em um

lugar físico para servir uma comunidade de usuários” e, por essa razão física e

espacial, “o alcance de seus serviços ficava restrito à comunidade que a elas

conseguiam ter acesso”. (MARCONDES et al., 2006, p. 11).

A Figura 9, a seguir, demonstra a evolução tecnológica ocorrida pelas

bibliotecas desde a chamada "Era I", em que se enquadram bibliotecas

tradicionais e início da automatização nas mesmas, até a "Era IV", em que são

abrangidas as bibliotecas digitais e virtuais.

Page 117: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

114

Figura 9 - Evolução tecnológica da biblioteca Fonte: Cunha (2000, p. 75).

Biblioteca tradicional

A biblioteca tradicional é definida por Marques (2009, p. 19) como uma

"coleção de livros organizados a partir de uma classificação do conhecimento

humano, inserida em um ambiente físico". No decorrer da evolução humana, a

introdução do processo de impressão – implementado por Gutenberg – propiciou

a multiplicação e a circulação da informação, consolidando o livro, segundo

Rossetto (apud LANDONI, 2008), como um instrumento clássico para a troca de

informação mudando radicalmente a sociedade, na mesma magnitude em que,

hoje, as tecnologias da informação e comunicação proporcionam com as

publicações eletrônicas. Barreto (2006, p. 7) afirma que:

[...] as mudanças na tecnologia da informação ocorridas durante os

últimos anos reorganizaram as atividades associadas à ciência da informação. A sociedade sempre foi mais afetada pelas transformações da tecnologia do que pelo seu conteúdo, pelo menos no curto prazo.

A sociedade de informação alterou significativamente o espaço e o tempo

de vida da informação, eliminou os obstáculos físicos de espaço e tempo nas

universidades e bibliotecas, e propiciou uma variedade de oportunidades de

aprendizagem com modelos, antes focados no corpo docente, que escolhia o

Page 118: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

115

conteúdo a passar, como passar e quando passar – direcionados para corpo

discente, que pode escolher o horário para pegar o conteúdo da disciplina de

qualquer lugar do mundo. A mesma mudança ocorreu nas bibliotecas, antes mais

direcionadas ao processamento técnico, agora com as tecnologias aplicadas em

seus acervos, direcionam mais o desenvolvimento dos serviços prestados

remotamente. (CUNHA, 2000, p. 73).

A interatividade multitemporal e multiterritorial, ocasionada pela

virtualidade17, modificou a forma de o usuário acessar a informação para o

tempo real. Essa interatividade proporciona o fluxo usuário > tempo >

informação, colocando o acesso e a distribuição informacional numa condição de

reposicionamento dentro dos acervos. A interconectividade também ocasiona

uma transformação na estrutura do fluxo da informação, que passa a ser

multiorientado: usuário > espaço > informação. (BARRETO, 2006, p. 7).

Nos últimos anos, o avanço da internet torna a cooperação entre as

bibliotecas uma realidade imprescindível, pois esse fator reduz altos gastos e

proporciona uma qualidade de serviços eficientes nas bibliotecas menos

favorecidas sob o ponto de vista econômico, afirma Marques (2009, p. 23). Um

dos exemplos é a compra de base de dados compartilhada. Além desse

vantajoso fator econômico, a autora afirma que as bibliotecas mantêm a sua

autonomia, podendo alimentar a sua base com produções acadêmicas,

oferecendo acesso aos textos completos de dissertações e teses locais ou

defendidas em outras universidades, tanto nacionais quanto internacionais.

O futuro das bibliotecas universitárias brasileiras frente ao novo mundo da

tecnologia é uma discussão que se arrasta há anos entre as entidades

representativas das instituições de ensino superior (IES) e o Congresso Nacional.

O processo de ensino e aprendizagem aplicado juntamente às tecnologias de

17 Souza (2001) define o termo nas seguintes categorias: 1. Produtos, disposições ou construções tecnológicas

que objetivam ampliar serviços tradicionalmente oferecidos de outra forma; 2. Produtos, disposições ou

construções tecnológicas que prescindem de interação humana posterior para surtirem efeito / atingirem

objetivos; 3. Produtos, disposições ou construções tecnológicas que possibilitam e ampliam a interação

humana, e que existem enquanto houver atores humanos (ou robóticos com comportamento similar) se

utilizando destes; 4.Produtos, disposições ou construções baseadas em tecnologia que possibilitam e ampliam a

interação humana, criando contextos culturais e cognitivos que transcendem aos atores do momento; 5.

Disposições de pessoas, grupos de pessoas e de processos que rompem com, ou extrapolam, as formas tradicionais de ser das entidades.

Page 119: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

116

informação mudou significantemente o perfil da educação no mundo

contemporâneo. Em algumas instituições de ensino já podemos observar as

mudanças estruturais impulsionadas por essas tecnologias. (CUNHA, 2000, p.

72).

Apesar dos avanços tecnológicos e do aumento de ciberespaços, as

bibliotecas tradicionais prosseguirão como “guardiãs do acervo impresso, como

fontes primárias das informações” e o acondicionamento, preservação,

organização e disseminação de informações serão somadas às informações

digitais. A razão para essa afirmação dá-se ao fato de elas – em especial as

universitárias – serem locais de produção do conhecimento, “onde a comunidade

se encontra para a busca e troca de informações” e é também por isso, que se

tornam repositórios do saber. (MARQUES, 2009, p. 27).

Biblioteca híbrida

A inovação tecnológica atingiu as bibliotecas tradicionais e colocou-as

diante de uma nova realidade: “atender, além dos usuários locais, os usuários à

distância”, situação essa ocasionada pelas novas necessidades geradas com o

advento da internet. (GARCEZ; RADOS, 2002, p. 44).

Sobre esse aspecto Miranda, Leite e Suaiden (2008 p. 18):

O desenvolvimento das (então denominadas) "novas tecnologias da informação" permitiu a montagem de complexos bancos de dados, a diversidade fantástica de novos suportes informacionais (da microficha

aos repositórios digitais dos nossos dias), além do surgimento da web e da internet, que mudariam completamente os paradigmas da formação e desenvolvimento de acervos. Também transformaram as instituições devotadas à seleção, aquisição, organização, difusão e preservação de

uma agora inimaginável quantidade de conteúdos de informação de todo o tipo em línguas, níveis de leitura e em formatos convencionais e multimídia, de forma hipertextual e instantânea.

Os documentos e serviços nas chamadas bibliotecas híbridas devem estar

à disposição do público em suportes físicos e impressos, e em suportes digitais,

além de estarem interligados, nas condições físicas e digitais. Dessa forma, a

oferta para serviços de qualidade é alcançada, pois, se as mídias não estiverem

Page 120: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

117

integradas, “sempre existirão falhas na prestação de serviços, e o atendimento

às expectativas dos usuários não terá a qualidade esperada” (GARCEZ; RADOS,

2002, p. 46).

Miranda, Leite e Suaiden (2008, p. 20) mencionam que

[...] a capacidade que as bibliotecas têm de selecionar, adquirir, organizar e prestar serviços a partir de uma coleção física de documentos é tradicionalmente denominada disponibilidade documentária. A capacidade

que as bibliotecas têm de organizar serviços de busca de documentos e informações em outros repertórios para o atendimento de seus usuários está baseada na acessibilidade documentária.

Esta categoria de biblioteca tem por característica atender e suprir

diferentes níveis de usuários quanto aos produtos e aos serviços: nível presencial

e nível remoto. Para que a acessibilidade se torne possível, “é imprescindível

haver disponibilidade, isto é, fontes organizadas e seguras de informação, muitas

vezes sediadas em bibliotecas”, dedicadas à armazenagem de informações e à

prestação de serviços ao público local e remoto. (MIRANDA; LEITE; SUAIDEN,

2008, p. 20).

Entende-se, então, por biblioteca híbrida, aquela que possui a estrutura

física com acervo e serviços, onde o usuário pode locomover-se fisicamente até o

local para desfrutar dos documentos e serviços de informação ou ele também

pode acessar no meio digital os catálogos on-line remotamente e desfrutar de

alguns serviços como o de renovação e o de reserva de materiais. No entanto,

esse tipo de biblioteca não disponibiliza o acesso aos documentos em texto

completo. Atualmente, os exemplos deste modelo podem ser encontrados na

Biblioteca da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP)18 e

no Sistema de Bibliotecas Integradas da USP – DEDALUS19.

18 http://biblioteca.fespsp.org.br

19 http://www.usp.br/sibi

Page 121: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

118

Biblioteca digital

O conceito da biblioteca digital não está desvinculado da idéia tradicional

de biblioteca, pois ela possui os mesmos propósitos, metas e funções de uma

biblioteca tradicional, segundo Sayão (2006). O autor distingue ambas da

seguinte maneira: de um lado, a biblioteca física possui as informações fixadas

em materiais palpáveis e que podem ser manuseados fisicamente; do outro lado,

a biblioteca digital oferece a informação que se representa por dados constituídos

de sinais eletrônicos, que independem de mídias para armazenagem, mas que

dependem de máquinas e programas de computador que decodifiquem antes de

qualquer interação humana.

Vidotti e Sant’Ana (2006, p. 79) citam que a biblioteca digital é muito mais

que uma coleção, ela consiste em disseminar informações relativamente voláteis,

como é visível na quantidade grandiosa de sítios eletrônicos da World Wide Web

na internet:

A biblioteca digital continua sendo uma biblioteca, com os mesmos propósitos, funções, metas da biblioteca tradicional. A parte digital do termo indica meramente que os materiais são armazenados e acessados digitalmente. Uma biblioteca digital é então muito mais que uma coleção

digital, particularmente uma coleção, como é ilustrado no número grandioso de sites da World Wide Web na internet que consiste em informação atual relativamente volátil.

No Dicionário de Biblioteconomia e Arquivologia, obra de Cunha e

Cavalcante (2008, p. 50), existem três conceitos para definição de bibliotecas

digitais. O primeiro diz que a biblioteca digital armazena informações e

documentos nos sistemas automatizados em rede e em formato digital, podendo

ser acessada de terminais remotos. O segundo conceito afirma que a biblioteca

digital possui todos os documentos apresentados no formato digital, ao invés de

em formato analógico. O terceiro conceito diz que a biblioteca digital é composta

de uma coleção de repositório de objetos digitais, usuários e sistemas que

proporcionam diversos serviços (captação, indexação, recuperação, catalogação,

busca, preservação e arquivamento de informações) e metadados (descrições

desses objetos).

Page 122: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

119

Toutain (2006, p. 16) define biblioteca digital como aquela que possui sua

base informacional constituída de conteúdos em formatos digitais e em texto

completo – periódicos, livros, teses, etc. –, disponibilizados e armazenados para

acesso “em servidores próprios ou distribuídos e acessados via rede de

computadores em outras bibliotecas da mesma natureza”.

Krzyzanowski (2009) diz que a biblioteca digital “armazena documentos e

informações em forma digital em sistema automatizado, geralmente em rede,

que pode ser consultado a partir de terminais remotos.”

No Brasil, temos exemplos relevantes deste modelo de bibliotecas, como:

“Bibliotecas Digitais de Teses e Dissertações, projetadas pelas Instituições de

Ensino e Pesquisa e o IBICT – Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e

tecnologia”, que disponibilizam para sociedade em geral e comunidade cientifica,

teses e dissertações em texto completo, aprovadas e defendidas nas instituições

envolvidas. Destacamos aqui a Biblioteca Digital da UNICAMP20 e a Biblioteca de

Teses e Dissertações da USP21.

Para finalizar, a biblioteca digital é entendida como aquela que possui,

além do acervo físico, o acervo digital em texto completo para consulta, além de

serviços oferecidos remotamente. Ela é considerada como ferramenta de apoio à

pesquisa acadêmica, por oferecer benefícios que auxiliam a educação a distância

como: onipresença – pode ser acessada 7 dias por semana, 24 horas por dia, de

qualquer computador conectado à internet; compartilhamento de informações;

facilidade de pesquisa – com buscadores e tutoriais geralmente disponibilizados

nas páginas principais, para esclarecer possíveis dúvidas de busca; e

disponibilidade de informação.

20 http://www.sbu.unicamp.br/bibdig/apresentacao.htm

21 http://www.teses.usp.br

Page 123: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

120

Biblioteca virtual

O termo virtual é originário do latim virtualis, “derivado por sua vez de

virtus”, que significa potência e força, afirma Lévy22. Para o autor, ele possui

sentidos distintos: um está relacionado à informática, outro está ligado à

antropologia – ao uso corriqueiro no dia a dia – e o outro está situado no âmbito

filosófico.

Lévy analisa o termo para melhor compreensão do ciberespaço e do

mundo virtual e, em diferentes graus de relevância, aponta o significado de

virtual. O grau fraco é a definição de senso comum, superficializada e sem

aprofundamento científico sobre a virtualidade. O grau mais forte é considerado

por Lévy a definição mais aprofundada cientificamente sobre a virtualidade.

A seguir, o Quadro 6 revela os diferentes níveis, do mais fraco para o mais

forte, que o termo virtual incorpora, segundo Lévy (1999, p. 47).

Quadro 6 - Os Diferentes Sentidos do Virtual: do mais fraco ao mais forte

DEFINIÇÃO EXEMPLOS

Virtual no sentido

comum

Falso, ilusório.

Irreal, imaginário, possível.

Virtual no sentido

filosófico

Existe em potência e não em ato,

existe sem estar presente.

A árvore na semente (por oposição à

atualidade de uma árvore que tenha

crescido de fato) / Uma língua (por

oposição à de uma ocorrência de

pronúncia)

Mundo virtual no

sentido da

possibilidade de

cálculo computacional

Universo de possíveis calculáveis a

partir de um modelo digital e de

entradas fornecidas por um

usuário.

Conjunto das mensagens que podem

ser emitidas respectivamente por:

- programas para edição de texto,

desenho ou música;

- sistemas de hipertexto;

- bancos de dados;

- sistemas especializados;

- simulações interativas, etc.

22 LÉVY, Pierre. O que é virtual? São Paulo: Editora 34, 1999, p. 47.

Page 124: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

121

Mundo virtual no

sentido do dispositivo

informacional

A mensagem é um espaço de

interação por proximidade dentro

do qual o explorador pode

controlar diretamente um

representante de si mesmo.

- Mapas dinâmicos de dados;

Apresentando a informação em

função do "ponto de vista" da posição

ou do histórico do explorador.

- RPG em rede;

- videogames;

- simuladores de voo;

- realidades virtuais, etc.

Mundo virtual no

sentido tecnológico

estrito

Ilusão de interação sensório-

motora com um modelo

computacional.

Uso de óculos estereoscópicos.

Datagloves ou datasuits para visitas a

monumentos reconstituídos,

treinamento em cirurgias, etc.

Fonte: Adaptação de Lévy (1999, p. 74).

Toutain (2006, p. 23) define o termo virtual, como representação

eletrônica de algo real, mas que não existe de fato; logo, a biblioteca virtual

seria a representação eletrônica de uma biblioteca real.

Marcondes (2006, p. 23) define biblioteca virtual como aquela ligada à

realidade virtual, levando em conta a significância do termo virtual como aquilo

que não existe de fato, que representa eletronicamente algo real.

Ayres et al. (2006, p. 30) conceituam a biblioteca virtual como aquela

fundamentada na troca de informações através de mídia em rede e fontes de

informações que não possuam propriedade física, necessariamente,

proporcionando um referencial de pesquisa de fácil acesso de qualquer lugar e

em qualquer hora. Logo, a biblioteca virtual não necessita de uma localização

física, nem para o armazenamento da fonte, nem para o acesso do usuário final.

"O usuário pode acessar a informação a partir de qualquer ponto e a informação

estar em qualquer lugar" e dá-se um "sentido de aleatoriedade, pois é

irrelevante para o usuário saber onde a informação é mantida" (ROWLEY, 2002,

p. 21).

O termo biblioteca virtual foi concebido pelo criador da internet Tim

Benners-Lee, para nomear um site que conduzia o leitor “a uma coleção de

documentos com textos completos na internet que agregavam links a objetos

digitais e páginas da web” (CUENCA et al., 2009, p. 74). A ideia deste tipo de

Page 125: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

122

biblioteca, contextualizada e popularizada por Tim O’Reilly e Dale Dougherty,

descreve os modelos no mercado que atravessaram com sucesso o “crash” no

setor da tecnologia nos anos 90: “colaborativa por natureza, interativa e

dinâmica com a tecnologias multimídia baseadas em web para serviços e

produtos de bibliotecas em plataforma web”. (MANESS, 2007, p. 44).

Com base nessas definições, pode-se concluir que biblioteca virtual é

aquela disponibilizada na web, com acesso via internet e que possui o seu acervo

com acesso a textos completos e serviços prestados remotamente, sem a

presença de um local físico para consulta do usuário23. Há muitas controvérsias

sobre a real definição de bibliotecas virtuais, pois elas ainda se confundem com o

conceito de bibliotecas digitais.

A confusão é natural por tratar de um modelo novo, de rápida e constante

atualização. Atualmente, deparamo-nos na literatura com outro paradigma

agregado às bibliotecas virtuais: biblioteca 2.0, que nada mais é o resultado da

biblioteca virtual incrementada com ferramentas de comunicação e informação

da web 2.0. (CAMPOS, 2007, p. 2).

Por ser mais um termo novo e controverso, nós consideraremos neste

trabalho as peculiaridades da “biblioteca 2.0” como extensão e uma

característica integrante das bibliotecas virtuais, o que não deixa de ser

verdadeiro, pois, conforme veremos, ela nada mais é do que uma incrementação

de ferramentas da web 2.0 em seus serviços.

Uma complementação dada por Maness (2005, p. 44), que peculiariza as

bibliotecas virtuais com aplicação das tecnologias da web, é:

Proporcionar uma experiência multimídia, com serviços e coleções

compostas por vídeos e áudios.

Ser comunitariamente inovadora. Essa é a característica mais importante e

que torna as bibliotecas 2.0 diferenciadas, pois é um conceito que

fundamenta a biblioteca 2.0 como serviço comunitário que percebe as

23 Um exemplo claro é a Biblioteca Virtual do Centro de Documentação e Informação da FAPESP: http://www.bv.fapesp.br

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123

mudanças da comunidade e que permite que os usuários também mudem

a biblioteca. Aqui ela procura inovar os serviços de maneira que a

comunidade possa encontrar e utilizar a informação.

Ser socialmente diversificada e rica. A presença dos usuários se faz

presente em biblioteca na web tanto de formas assíncronas (por meio de

wikis), como de formas síncronas (por meio de mensagens instantâneas,

por exemplo) na comunicação usuários ↔ usuários e usuários ↔

bibliotecários.

Ser focada no usuário. Participação e contribuição efetiva dos usuários na

criação dos conteúdos e serviços de forma dinâmica, fazendo, assim, com

que as funções do usuário e do bibliotecário sejam mais sinérgicas.

Quadro 7 – Compilação das definições dos termos biblioteca digital, digital, biblioteca virtual e virtual

TERMO DEFINIÇÃO ANO FONTE

“Armazena documentos e informações em forma digital em sistema automatizado, geralmente em rede, que pode ser consultado a partir de terminais remotos.”

2009

KRZYZANOWSKI

Apresentam três conceitos: 1. Aquela que armazena informações e documentos nos sistemas automatizados

em rede e em formato digital, podendo ser acessada de terminais remotos; 2. Possui todos os documentos apresentados no formato digital, ao invés de em formato

analógico; 3. É composta de uma coleção de repositório de objetos digitais, usuários e sistemas que proporcionam diversos serviços (captação, indexação, recuperação, catalogação, busca, preservação e

arquivamento de informações) e metadados (descrições desses objetos). (p. 50).

2008

CUNHA; CAVALCANTE

Aquela que possui sua base informacional constituída de

conteúdos em formatos digitais e em texto completo – periódicos, livros, teses, etc. –, disponibilizados e

armazenados para acesso “em servidores próprios ou

distribuídos e acessados via rede de computadores em outras bibliotecas da mesma natureza”. (p. 16).

2006

TOUTAIN

Biblioteca que oferece informação que se representa por dados constituídos de sinais eletrônicos, que independem

de mídias para armazenagem, mas que dependem de máquinas e programas de computador que decodifiquem antes de qualquer interação humana.

2006

SAYÃO

B

I

B

L

I

O

T

E

C

A

D

I

G

I

T

A

L

Page 127: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

124

É muito mais que uma coleção, ela consiste em disseminar informações relativamente voláteis, como é visível na quantidade grandiosa de sítios eletrônicos da World Wide Web na internet. (p. 79)

2006

VIDOTTI; SANT’ANA

Informação que trabalha com valores binários. (p. 31).

2006

HOUAISS;

VILLAR; FRANCO

(apud AYRES et

al.).

Site que conduzia o leitor “a uma coleção de documentos com textos completos na internet que agregavam links a objetos digitais e páginas da web”. (p. 74).

2009

CUENCA et al.

“Colaborativa por natureza, interativa e dinâmica com tecnologias multimídia baseadas em web para serviços e produtos de bibliotecas em plataforma web”. (p. 44).

2007

MANESS

Biblioteca virtual como aquela ligada à realidade virtual, levando em conta a significância do termo virtual como

aquilo que não existe de fato, que representa eletronicamente algo real. (p. 23).

2006

MARCONDES

É aquela fundamentada na troca de informações através de mídia em rede e fontes de informações que não

possuam propriedade física, necessariamente, proporcionando um referencial de pesquisa de fácil acesso de qualquer lugar e em qualquer hora. Logo, a

biblioteca virtual não necessita de uma localização física, nem para o armazenamento da fonte, nem para o acesso do usuário final. (p. 30).

2006

AYRES et al.

"O usuário pode acessar a informação a partir de qualquer ponto e a informação estar em qualquer lugar" e dá-se um "sentido de aleatoriedade, pois é irrelevante

para o usuário saber onde a informação é mantida" (p. 21).

2002

ROWLEY

Representação eletrônica de algo real, mas que não existe de fato. (p. 23).

2006

TOUTAIN

Apresenta diferentes graus de relevância do significado do termo virtual. O grau fraco é a definição de senso comum, superficializada e sem aprofundamento científico sobre a virtualidade. O grau mais forte é a definição mais aprofundada cientificamente sobre a virtualidade. (p. 74).

1999

LÉVY

O Quadro 7 compila e demonstra, em ordem cronológica, os conceitos

utilizados nesta pesquisa para os termos digital, virtual, biblioteca digital e

biblioteca virtual.

V

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A

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Page 128: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

125

Devido à aplicação dessas tecnologias citadas, temos um modelo de

biblioteca favorável à educação a distância, por apresentar uma unidade de

informação:

capaz de filtrar e disseminar metadados publicados na web, fazendo uso

de aplicações da mesma que possibilitem processar e integrar

adequadamente os conteúdos oriundos de mais de uma fonte, de uma só

interface;

com um desempenho que permite às unidades de informação atender

rápida e eficientemente a demanda do mercado;

ser uma comunidade virtual centrada no usuário/educando/educador;

estar inserida num espaço digital, na maioria das vezes, igualitário e

socialmente rico;

possibilitar a interação e troca de informações de maneira muito dinâmica

através de ferramentas como blogs, wikis, web semântica, sistemas de

compartilhamento de arquivos e sistemas de conversação. (CAMPOS,

2007, p. 2; MANESS, 2007, p. 45; GONZÁLEZ, 2007, p. 31).

Esta é uma filosofia que muda muito rápido e que faz parte da estrutura

de organizações flexíveis que utilizam ferramentas novas da web em conjunto

com participações efetivas do público-alvo (estudantes e usuários), colocando a

biblioteca numa posição muito mais vantajosa e fortalecida, resolvendo com

eficácia as necessidades informacionais de uma população cada vez maior.

Estamos na web da conversação/comunicação e na era da conversação/

comunicação, pois estamos diante de uma realidade que oferece ferramentas

como blogs, wikis, web semântica, sistemas de compartilhamento de arquivos e

sistemas de conversação. (GONZÁLEZ, 2007, p. 33).

A prática de acesso remoto do bibliotecário é antiga; no entanto, com o

surgimento de novas tecnologias de rede e da EaD, o cenário da biblioteca

precisou passar por modificações para suprir as necessidades informacionais do

novo paradigma educacional. O aluno de EaD, que faz uso de uma sistema de

rede como a internet e web, precisa de uma biblioteca com informação digital

Page 129: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

126

organizada e de uma figura que possa atendê-lo e auxiliá-lo na busca de suas

informações. A presença do bibliotecário e do educador é necessária e

fundamental no processo e ensino e aprendizagem e na orientação de busca de

informações, de forma que esta condição se reflita na customização e na

construção de bibliotecas virtuais e digitais em conjunto com os cursos. O

bibliotecário auxilia no processo do ensino a distância, prestando auxílio na

localização de fontes de informação e na elaboração de estrutura de pesquisa

remota. Outra vantagem que facilita a integração dessas duas pontas (EaD e

Bibliotecas) é que a pedagogia se utiliza de processos estratégicos muito

semelhantes aos processos estratégicos informacionais, “dada à semelhança no

processo informacional/pedagógico na sala de aula e na biblioteca”. (MOSTAFA,

2003, p. 5).

Como forma de concluir estas abordagens aos conceitos de bibliotecas,

vimos a evolução das bibliotecas desde a tradicional até a virtual. Percebe-se que

de uma para outra há uma linha muito tênue na diferenciação dos termos, por

exemplo, Biblioteca híbrida Biblioteca digital, mas, quando estendemos a

compreensão para os outros termos, conseguimos perceber peculiaridades

nítidas e traços marcantes que diferenciam uma da outra.

Durante este estudo, notamos certo receio e imparcialidade da maioria dos

autores em exporem sugestões concisas para estabelecer a construção de um

vocabulário mais bem delineado dessa nova realidade informacional. Por um

lado, é compreensível que esta cautela seja adotada, pois a sociedade passa por

um período de transição, em que a velocidade do avanço tecnológico é muito

intensa, refletindo na mudança dos significados de conceitos, natural de qualquer

evolução. Porém, a “desterritorialização” do espaço físico das bibliotecas e

universidades, ou seja, o processo de virtualização delas cada vez mais nos

exigirá uma definição clara e concisa dos termos a serem adotados.

Uma vez que adotamos as bibliotecas digitais e bibliotecas virtuais para

esse trabalho, é importante ressaltar que, na literatura cientifica, não somente

no Brasil, mas no mundo todo, a terminologia utilizada para definir os dois

termos tem sido alvo de discussão, havendo divergências por causa da rápida e

constante atualização das TICs. Por isso, neste trabalho, as bibliotecas digitais e

Page 130: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

127

virtuais serão comumente apresentadas como similares, pois consideramos o

fato de que suas características se interrelacionam. Devido a esse fato, é difícil

estabelecer uma linha de divergências entre esses dois conceitos, pois os

produtos e serviços oferecidos por ambas muitas vezes serão os mesmos, uma

vez que focam um elemento em comum e essencial: o usuário remoto.

Diante desse aspecto, destacaremos as principais semelhanças entre as

bibliotecas virtuais e bibliotecas digitais:

utilizam amplamente as TICs para proporcionar acesso aos recursos de

informação;

ambas estão em espaço virtual, oferecem informação em formato digital

que podem ser acessadas através da internet;

os conteúdos armazenados podem ser rapidamente acessados em todo o

mundo, independente da barreira física e temporal;

permite autonomia do usuário na busca de informações em diversas

fontes;

atendem às novas demandas informacionais dos usuários, que buscam por

recursos informacionais on-line e de qualidade.

7.2 A importância das bibliotecas digitais e virtuais para a EaD: o usuário

remoto

Faz-se necessário que as Bibliotecas extrapolem os limites da estratégia convencional, procurem visualizar o futuro e criem mecanismos para alcançar às necessidades e expectativas dos usuários [...] planejando seus

serviços dentro de uma nova ótica, tendo uma visão holística, redesenhando suas atividades e seus processos. (GARCEZ, 2000).

A difusão ampla e a promoção eficaz e permanente do uso da informação

são essenciais na prática do ensino-aprendizagem e no aperfeiçoamento

profissional. Nesse contexto, as bibliotecas, em particular as digitais e virtuais,

Page 131: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

128

assumem papel decisivo na sociedade, funcionando como organismo aberto para

captação, organização, disponibilização e de acesso às informações.

Gonzalez e Pohlmann Filho (2001, p. 102) consideram fundamental o

papel das bibliotecas para as instituições de ensino, uma vez que elas são as

responsáveis pela difusão de informações atuais e indispensáveis ao processo

ensino e aprendizagem. Dessa forma, as bibliotecas no suporte à educação são

indispensáveis por:

proporcionar aos usuários materiais e conteúdos informacionais diversos,

além de serviços bibliotecários adequados para o aperfeiçoamento e

desenvolvimento individual;

cooperar no atendimento às necessidades informacionais dos alunos,

professores e demais membros da comunidade educacional;

induzir o usuário a “aprender a apreender”, atendê-lo como principal

finalidade, visando ao reconhecimento do valor da informação, e ajudar na

busca e utilização adequadas desta;

oferecer suporte às questões de ensino, pesquisa e extensão com precisão

e rapidez. Os bibliotecários, além de ser responsáveis pelo

armazenamento, seleção, organização e disponibilização das informações

e de objetos de aprendizagem, devem auxiliar os alunos a desenvolver

suas pesquisas.

Em decorrência da expansão das TICs e do desenvolvimento contínuo das

novas formas de ensino e aprendizagem, as bibliotecas necessitam buscar novos

métodos de atuação, uma vez que os atuais modelos de gestão devem consistir

em pontos de acesso à informação, de forma organizada para atender as

demandas informacionais dos usuários on-line, principalmente, em se tratando

de EaD. Compete às bibliotecas proporcionar acesso à informação aos usuários

das instituições educacionais, inclusive para aqueles que usufruem dos cursos

on-line.

Para Blattmann e Rados (2000, p. 3), no aprendizado a distância, é

especialmente relevante o acesso às bibliotecas. Eles salientam que diversos

Page 132: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

129

fatores interferem na qualidade dos cursos EaD, dentre eles, estão as questões

de acesso à informação para efetivar o processo de educação. Os autores

mencionam que os estudantes da EaD foram condicionados à expectativa

limitada de acesso aos recursos e serviços das bibliotecas, mas que esse aspecto

está sendo modificado. Muitas vezes, os indivíduos não têm acesso aos

conteúdos e materiais bibliográficos necessários para desenvolvimento das

disciplinas. O aluno de EaD não deve se deslocar para ter acesso às informações

bibliográficas, pois isso irá comprometer seus estudos e seria não considerar as

características essenciais da EaD, tais como: flexibilidade de tempo e espaço e,

principalmente, a comodidade.

A biblioteca para a EaD deve estar disponível ao aluno da mesma forma

que estão as demais informações instrucionais do curso, no momento em que

forem solicitadas, independentemente de deslocamentos físicos. Documentos que

antes possuíam acesso restrito a poucas pessoas devido às dificuldades de

armazenagem e distribuição, portanto necessitavam de infraestrutura física, hoje

podem ser adquiridos e distribuídos facilmente, de forma barata e, muitas vezes,

de graça por intermédio do meio digital, fator de muita importância para

divulgação do conhecimento no contexto da EaD on-line. (KONDO; LIRANI;

TRAINA JR, 2009, p. 63).

Como forma de suprir as carências informacionais existentes na EaD, as

novas TICs, a internet e a Web tornam possível a disponibilização de conteúdos

informacionais em acervos de bibliotecas digitais e virtuais. A utilização destas

bibliotecas expande os horizontes do ensino e da pesquisa, tornando

praticamente ilimitada a liberdade dos educadores para indicar material

bibliográfico, sem se preocuparem com questões de tempo, espaço e quantidade

de material disponível. Dessa forma, as bibliotecas transcendem os conceitos

tradicionais, deixando de ser meros depósitos de livros para se tornarem um

ponto focal de pesquisa variada, com serviços e/ou produtos amplamente

oferecidos na internet, acessada a qualquer hora, por usuários de lugares

distintos do mundo. Com a biblioteca digital e virtual, a busca de informação, o

acesso a ela e a comunicação interpessoal acontecem na residência, escritório,

entre diversos outros locais, para a conveniência do próprio usuário.

Page 133: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

130

Luz et al. (2007, p. 76) afirmam que a revolução informacional, propiciada

pela internet, trouxe novas maneiras de gerar, organizar, processar e disseminar

informações, sendo possível a disponibilização de informação em meio eletrônico.

Krzyzanowski e Taruhn (1998, p. 194) dizem que “é urgente que as

instituições que desejam incentivar as pesquisas, desenvolvidas pela sua

comunidade científica, viabilizem o acesso às publicações em formato eletrônico.”

No âmbito acadêmico as mudanças decorrentes das inovações tecnológicas têm

provocado alterações na forma da produção de informação, pois não se limitam à

informação em suporte papel. O formato digital, com maior flexibilidade,

conforme prevê a virtualização, agiliza as formas de comunicação eletrônica –

sobretudo entre os pares –, formas estas que vão desde o simples uso do correio

eletrônico, até a divulgação científica em anais de congressos, eventos,

periódicos eletrônicos, etc.

As TICs apresentaram às bibliotecas novos recursos para viabilizar o

acesso aos produtos e serviços de informação, de forma a permitir a visão da

biblioteca como um recurso virtual não limitado por tempo e espaço. Observa-se

que muitas bibliotecas tradicionais estão migrando parte de seu acervo,

formando novos acervos e oferecendo novos serviços e produtos de informação

nos formatos eletrônicos/digitais, uma vez que pretendem atender às novas

demandas informacionais dos usuários que buscam por recursos informacionais

on-line de qualidade, como ocorre na EaD.

As bibliotecas vêm tentando disponibilizar cada vez mais informações

digitais e virtuais. As numerosas iniciativas de digitalização de acervos,

especialmente de periódicos científicos, têm auxiliado na crescente busca por

textos completos. Isso se deve a dois aspectos principais:

aumento da oferta de conteúdos no formato digital, disponibilizados

por meio virtual, devido à facilidade de acesso;

aumento da responsabilidade das bibliotecas em disponibilizar o

conteúdo produzido nas instituições, às quais estão agregadas, e de

ter acesso às fontes de informações externas.

Page 134: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

131

Com isso, na EaD emerge um campo de atuação para as bibliotecas

digitais e virtuais, que se utilizam da gestão de produtos e serviços de

informação em ambiente virtual e que necessitam de acervos ricos em

informação digital, que podem ser acessados via internet. O acesso livre aos

diversos catálogos de bibliotecas on-line e seus respectivos produtos e serviços

facilitam a localização de documentos que podem ser utilizados pelos usuários a

distância.

Miranda (2000, p. 81) considera, entre as extraordinárias contribuições da

internet, o fato do alcance universal aos conteúdos (resguardadas as barreiras

linguísticas e tecnológicas), pois é por meio da operação de redes de conteúdos

de forma generalizada que a sociedade atual vai se mover para a Sociedade da

Informação, e esclarece:

[...] A força motriz para a formação e disseminação destas redes reside na

eficiência das decisões coletivas e individuais. Os conteúdos são, portanto, o meio e o fim da gestão da informação, do conhecimento e do aprendizado na Sociedade da Informação. [...] os arquivos, as bibliotecas,

os museus e centros de documentação cumprirão um papel estratégico em duas grandes áreas de atuação. [...] Na segunda área de atuação, estas instituições replicarão na internet, inovando a partir do

conhecimento e experiência acumulada na função de operar coleções de conteúdos organizados segundo metodologias e padrões de seleção e qualidade visando ao seu acesso democrático e à sua preservação para as gerações futuras. (MIRANDA, 2000, p. 81).

Portanto, as mudanças nos tipos de produtos e serviços, propostos pelas

diferentes bibliotecas, que ultrapassam a barreira tradicional das quatro paredes

permitidas, sobretudo, pela desterritorialização e pela atemporalidade, ganham

dimensões globais devido à força da virtualização.

Blattmann (2001, p. 70) menciona que a imensa quantidade de

informação e as ferramentas de busca disponíveis na Web não significam a

localização de fontes com informações seguras e fidedignas, pois, muitas vezes,

os usuários também recuperarão informações imprecisas.

Sobre este aspecto, Cuenca et al. (2009, p. 76) relatam:

A “explosão de conteúdos eletrônicos” substituiu a “explosão da

informação” do século passado [...] agregue-se a essa situação a quantidade e diversidade de bases de dados, a duplicidade de conteúdos,

Page 135: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

132

informações irrelevantes da internet e a falta de tempo do usuário para realizar buscas eficazes.

O excesso de informação e a consequente falta de credibilidade dos

conteúdos da internet, a falta de habilidade diante dos mecanismos de buscas e

refinamentos, o desconhecimento das fontes de informação, links inativos e

irrelevantes causam perda de tempo aos usuários. Por isso, Blattmann (2001, p.

72) destaca o quanto é fundamental que a informação seja tratada e organizada

previamente, principalmente na internet.

Assim, uma biblioteca com a proposta de ofertar seus produtos e serviços

na Web deve contemplar as tarefas de:

• seleção – devem-se coletar as indicações bibliográficas necessárias para o

atendimento da demanda informacional, evitando sua sobrecarga e

informações equivocadas;

• aquisição – devem-se observar critérios específicos sobre a credibilidade

do conteúdo, principalmente o suporte virtual/digital da informação,

abrangendo segurança e constância no acesso e qualidade da fonte de

informações;

• tratamento técnico – os documentos devem ser recuperados de forma

eficaz, uma vez que contemplam de organização, classificação,

catalogação, identificação e armazenamento dos documentos eletrônicos,

digitais e virtuais;

• disseminação – deve-se atender às demandas informacionais conforme

solicitações e necessidades dos usuários, buscando agilizar o acesso e a

qualidade da informação disponibilizada.

De acordo com Blattmann (2001, p. 25), esses aspectos, além de terem

modificado as estruturas das bibliotecas, transformaram o relacionamento entre

as pessoas, entre bibliotecários e usuários; o tratamento das novas coleções com

a atual demanda por publicações eletrônicas/digitais; necessidade de acesso à

informação on-line – desde o texto, bases de dados até produtos hipermídia;

Page 136: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

133

adoção e reformulação de políticas e diretrizes sobre o fluxo da informação

digital e direitos autorais; necessidade de treinamento de pessoal, sobretudo nas

questões mais específicas do acervo (tratamento, acesso, disseminação de

conteúdos digitais).

Harasim et al. (2005, p. 60) salientam que o uso de banco de dados

(pagos ou gratuitos) e de bibliotecas virtuais, na busca de informações

especializadas, é recurso importante para criação e atuação das redes de

aprendizagem on-line, pois os estudantes e professores precisam de recursos de

informação, habilidades, além de novos e diferentes tipos de relacionamentos

com os centros de informação. Através das bibliotecas, com seus recursos

disponíveis na rede, os usuários não estarão geograficamente limitados para

usufruir dos seus produtos e serviços. Os estudantes podem se abastecer

eletronicamente de informação nas melhores bibliotecas e bancos de dados

disponíveis, mesmo estando a quilômetros de distância.

Blattmann (2001, p. 35) destaca os fatores significantes para a inserção

das bibliotecas digitais e virtuais como suporte à EaD, sobretudo por elas

permitirem:

a organização e preservação do conhecimento em suporte distinto do

papel;

acesso direto às fontes eletrônicas – publicações técnicas e científicas on-

line (textuais, hipertextos, multimídias, hipermídias e outros), permitindo

a interatividade entre os sujeitos via rede de computadores;

acesso aos registros do conhecimento por catálogos acessados

remotamente, bases de dados, entre outras fontes.

Com isso, qualquer iniciativa de educação a distância, principalmente em

instituições de ensino superior, deve incluir a participação efetiva da biblioteca

desde a sua concepção.

Tiffin e Rajasingham (apud BLATTMANN, 2001, p. 90) mencionam que as

bibliotecas digitais e virtuais se tornaram muito importantes e devem ser

consideradas as âncoras das instituições de ensino, pois possuem condições para

Page 137: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

134

formar acervos de qualidade. No aprendizado a distância é especialmente

relevante o acesso on-line às bibliotecas (virtual ou digital), principalmente pela

facilidade em buscar, encontrar e realizar o download de determinados

documentos. Pode-se observar que já ocorrem muitas iniciativas internacionais e

nacionais24 de disponibilizar acervos digitalizados em bibliotecas de acesso

globalizado, proporcionado principalmente pela internet.

Monteiro, Cosentino e Merlin (2000, p. 159) consideram o papel das

bibliotecas digitais e virtuais como uma importante tendência para EaD,

especialmente por elas viabilizarem um rápido e fácil acesso aos mais variados

conteúdos, em conformidade com um universo revestido de milhares de novos

dados e informações, num curto intervalo de tempo. Mencionam que, decorrente

do inter-relacionamento de inúmeras pessoas ao mesmo tempo, de diferentes

localidades, com troca de grande número de informações e variadas alternativas

de busca, a facilidade e comodidade propiciadas pelas bibliotecas digitais e

virtuais são importantes para as questões de suporte informacional para esta

modalidade educacional.

Ao reunir os serviços e objetivos das bibliotecas na educação à distância

conforme exposto por Blattmann (2001), pode-se observar no Quadro 8, a

seguir, as principais atividades existentes que devem ser gerenciadas com foco

centrado nas necessidades dos usuários. O melhor retorno que se pode esperar

no gerenciamento destes serviços e produtos ofertados pela biblioteca está na

interação imediata que se pode observar do usuário.

24 Por exemplo: Biblioteca Digital Nacional: http://bndigital.bn.br; Brasiliana Digital: http://www.brasiliana.usp.br/bbd; entre outras.

Page 138: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

135

Quadro 8 - Atividades desempenhadas por bibliotecas para atender a demanda da EaD

Planejamento dos serviços aos usuários da educação à distância

Objetivos específicos

Levantar o perfil dos usuários;

Determinar necessidades informacionais;

Investigar limitações dos serviços;

Desenvolver guias de orientações dos serviços;

Desenvolver a estrutura de custos e preços;

Desenvolver procedimentos administrativos;

Planejar orientação bibliotecária;

Preparar pacote de informações sobre acesso remoto aos bancos de dados e às bibliotecas cooperantes para serviços;

Estabelecer e manter contatos com estudantes;

Providenciar serviços de informação de acesso e entrega: levantamento bibliográfico, alerta bibliográfico, empréstimo interbibliotecário, novas

aquisições, comutação bibliográfica, orientação e treinamento nos recursos Internet (acesso a bases de dados), intercâmbio, seleção interativa;

Conectar usuários com meios de informação local;

Conduzir avaliação permanente; Analisar os resultados das avaliações;

Revisar os procedimentos.

Auxiliar usuários a distância em localizar material específico;

Auxiliar os usuários a identificar recursos próximos a sua residência;

Desenvolver estratégias de pesquisa com os aprendizes;

Providenciar o auxílio do empréstimo entre bibliotecas e a entrega de

documentos com as limitações existentes do direito autoral;

Auxiliar usuários em definir as necessidades informacionais;

Providenciar orientação/instrução em

tecnologia da informação e telecomunicações.

Fonte: Blattmann (2001, p. 112).

O que podemos constatar no quadro são alguns dos serviços que devem

ser apreciados pelas bibliotecas que visam atender à demanda informacional dos

usuários utilizadores de EaD, utilizando-se da rede de computadores seja para

acessar ou disseminar informações. Cabe aludir que muitas vezes os serviços

não terão a estrutura adequada para satisfazer o usuário remoto, seja na

abrangência, seja na seletividade de informação que irão demandar. Isto leva a

considerar prioritária a preocupação das bibliotecas com o aprimoramento

contínuo no momento de oferecer produtos/serviços à distância.

Page 139: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

136

Valente et al. (apud BLATTMANN; BELLI, 2000) destacam pontos

importantes para a emergência dessas bibliotecas para a EaD e questionam a

passividade diante das propostas de organização de conteúdos informacionais

oriundas dos processos de ensino e aprendizagem, como a produção de

conteúdos (elaboração de conteúdos, formatação, etc.) e disseminação

(distribuição e acompanhamento dos produtos da EaD), para facilitar a busca e o

acesso de informações pelos usuários da EaD. Os autores também enfocam que

poucos artigos reportam a necessidade de se inserir conteúdo informacional

suplementar, mesmo que sejam fundamentais para o processo de aprendizagem

dos indivíduos. Com isso, as bibliotecas digitais e virtuais podem se inserir nesse

contexto, disponibilizando de maneira organizada os conteúdos essenciais para

as questões de ensino e aprendizagem a distância, como o material didático e

objetos de aprendizagem, e também oferecer uma gama de informações

suplementares, como um diferencial para o abastecimento de informações

complementares, além das bibliografias utilizadas nos cursos, sobretudo com

informações atualizadas sobre os temas de estudo.

Outra vantagem das bibliotecas digitais e virtuais é que elas não se

restringem ao atendimento apenas aos alunos matriculados nos cursos de EaD,

mas atende toda a equipe (professores especialistas, tutores, etc.) e Valente et

al. (apud BLATTMANN; BELLI, 2000) ressaltam que “estas bibliotecas permitem

uma gama de vantagens tanto para os professores como para os estudantes

sobre os materiais para a comunicação com pessoas fora do meio de

aprendizagem tradicional.” Dessa maneira, a importância das bibliotecas não se

resume ao seu acervo, mas à sua capacidade de fornecer acesso.

A flexibilidade na distribuição (um ponto de acesso para muitos pontos de

consulta), a velocidade da transmissão da informação e a quebra de fronteiras

geográficas repercutem na diversidade e qualidade de conteúdos. Com isso, as

bibliotecas digitais e virtuais necessitam viabilizar o acesso às diferentes fontes

de informações, para facilitar o seu respectivo manuseio e apoiar na instrução

orientada aos usuários sobre serviços específicos desenvolvidos para o processo

de aprendizagem.

Page 140: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

137

A identificação do estado da arte das ações empreendidas pelas bibliotecas

digitais e virtuais concentradas em EaD permite identificar duas grandes linhas

de atuação:

A primeira reúne as iniciativas que procuram assegurar a oferta de

múltiplas fontes de informação. Isso inclui o acesso remoto aos

repositórios de informação on-line, aos protocolos de cooperação

entre bibliotecas.

A segunda linha concentra as ações na assistência remota aos

usuários de EaD, oferecendo serviços de referência assistidos

eletronicamente, que permitem o acesso aos produtos e serviços

pelos usuários (serviços de referência digital/virtual).

Esse trabalho concentrou-se na segunda linha de atuação, pois esses

serviços são encarregados de facultar o acesso aos recursos informacionais

disponíveis on-line, fornecer orientação à pesquisa e ao uso adequado dos

sistemas de buscas e das fontes de informação.

Frequentemente, os serviços que promovem acesso não possuem qualquer

tipo de integração com os AVAs e estão posicionados de forma que não reagem

às demandas dos usuários. Com isso, observa-se uma grande preocupação em

responder às questões relacionadas com a interoperabilidade dos sistemas das

bibliotecas e dos AVAs. Através dessa integração, é propiciado o acesso remoto

aos repositórios de informação com segurança e estabilidade, com o

monitoramento das necessidades de informação dos seus usuários e utilizando os

canais de comunicação necessários para assistência no próprio ambiente de

aprendizagem, onde a seleção das fontes de informação podem ser integradas

aos sistemas dos AVAs e os usuários podem facilmente identificar os serviços das

bibliotecas. (BARBOSA; RAMOS, 2005, p. 415).

Considerando estes pressupostos, acreditamos que a gestão da informação

digital, como ocorre com as bibliotecas virtuais e digitais, possa proporcionar

melhorias no processo de aprendizagem com produtos e serviços informacionais

disponibilizados com a infraestrutura logística das redes de computadores para

atender à demanda informacional dos usuários de EaD. Para que isso se

Page 141: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

138

consolide, é preciso conhecer a demanda informacional dos envolvidos nos

programas de educação a distância on-line, de forma que os tipos de serviços e

produtos e as respectivas atividades das bibliotecas visem ao atendimento das

necessidades informacionais dos usuários, resgatando a importância do fluxo da

informação para o aprendizado.

No próximo tópico, falaremos das bibliotecas digitais e virtuais e faremos

uma comparação entre essas bibliotecas e os repositórios de objetos de

aprendizagem, que agregam todos os tipos de materiais, em diferentes

linguagens, oriundos dos processos de ensino e aprendizagem, constituindo,

assim, um acervo dinâmico para subsidiar diversas práticas pedagógicas. Com o

emprego de AVAs na EaD on-line, a necessidade de promover qualidade nos

recursos de informação emerge como um desafio para as bibliotecas digitais e

virtuais; com isso, pretendemos demonstrar que elas podem ser utilizadas como

recurso seguro para consultas e para a gestão de qualquer conteúdo.

7.3 Bibliotecas digitais e virtuais X Repositórios de objetos de

aprendizagem

Nos cursos on-line, os AVAs devem permitir aos alunos o acesso à

informação, de forma a auxiliá-los na aprendizagem e na produção de

conhecimento, além de propiciar interação entre os sujeitos e preservar as

informações oriundas das atividades educativas. Com a utilização desses

ambientes em EaD on-line, a necessidade de promover qualidade nos recursos

de informação emerge como um desafio para as bibliotecas digitais e virtuais,

sobretudo para que elas assumam um novo papel no gerenciamento de

repositórios das produções técnico-científicas de uma comunidade específica. O

desafio imposto às bibliotecas digitais e virtuais é demonstrar que elas podem

ser utilizadas como recurso seguro para consultas, viabilizando um novo

ambiente de estudo. (BERTAGNOLLI et al., 2007).

Page 142: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

139

Existem diferentes entendimentos e definições sobre repositórios de

informação ou repositórios digitais. A questão mais relevante para essa

diversidade é variedade de contextos, comunidades, objetivos e práticas ligadas

à criação e funcionamento desses repositórios.

Os repositórios digitais emergiram da Iniciativa dos Arquivos Abertos25, no

qual se defende a disponibilização aberta e gratuita de conteúdos científicos,

visando a uma melhor visibilidade e maior estimativa de impacto na comunidade,

que são medidas por meio do grau de usabilidade alcançado. Por intermédio dos

padrões de interoperabilidade do modelo Open Archives Iniciative (OAI)

(metadados (Dublin Core), protocolos (OAI-PMH), entre outros), os interessados

podem disponibilizar suas publicações abertamente e compartilhar trabalhos com

outras instituições, sendo uma forma de apoio à publicação científica, criação de

mecanismos para legitimação e divulgação dos trabalhos científicos. (VIANA;

MÁRDERO-ARELLANO, 2006, p. 2).

Kuramoto (2009) designa repositórios como um conjunto de serviços

oferecidos por uma instituição aos membros de sua comunidade para a gestão e

disseminação da produção técnico-científica em meio digital. Um repositório pode

ser um lugar onde bases de dados, ou arquivos, são hospedados tornando-os

acessíveis diretamente para os interessados. O autor não distingue repositórios

de bibliotecas digitais ou virtuais e estabelece que todos, de certa forma,

usufruem das mesmas características.

Cunha e Cavalcanti (2008, p. 321) definem repositório digital como um

“lugar físico ou digital onde objetos individuais podem ser consultados caso

sejam solicitados pelos usuários e quando atendam suas necessidades de

informação”. Para os autores, no que tange as bibliotecas digitais e virtuais, os

repositórios são referenciados como um conjunto de objetos digitais ou base de

dados de informações. Neste caso, essa definição compreende repositórios como

um recurso essencial, parte das bibliotecas digitais e virtuais. Com isso, os

repositórios são considerados elementos necessários, porém bibliotecas digitais e

25 htt://www.openarchives.org

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140

virtuais e repositórios são considerados termos distintos. As bibliotecas digitais e

virtuais permitem o controle dos documentos por meio dos repositórios digitais.

Para a criação de uma biblioteca digital, é preciso que se estabeleça um

repositório de publicações eletrônicas, um sistema de informação que armazene,

preserve, divulgue e ofereça acesso à produção intelectual. Com esse recurso, as

bibliotecas podem controlar o acesso remoto aos documentos, de acordo com

políticas de acesso, e permitir a utilização simultânea de um mesmo documento

por diversos usuários. Viana, Shintaku e Márdero-Arellano (2005, p. 8) reforçam

esse fato:

Estabelecer um repositório indica que a biblioteca está mudando seu papel de custódia para contribuir ativamente na mudança do modelo de comunicação científica. [...] Para as bibliotecas os repositórios são uma resposta apropriada ao novo contexto da informação digital.

Devido ao que foi anteriormente exposto, neste trabalho considera-se

como repositório digital um sistema capaz de armazenar as coleções das

bibliotecas digitais e virtuais. Repositórios digitais são essenciais para o

armazenamento e gestão das coleções de informação digital, que podem ser

construídas de diferentes formas e com diferentes propósitos. Assim, percebe-se

que motivação para a utilização dos repositórios digitais pode diferir, de acordo

com o contexto e as comunidades em que são construídos e, consequentemente,

exigir variações nos serviços disponibilizados, como partilha de dados, reuso de

objetos de aprendizagem e de dados de pesquisa, entre outros.

Existem dois principais tipos de repositórios: os temáticos e os

institucionais. Os repositórios temáticos cobrem uma área de conhecimento

específica e os repositórios institucionais que são aqueles que armazenam,

preservam e divulgam a produção intelectual de uma determinada instituição.

(VIANA; MÁRDERO-ARELLANO, 2006, p. 2).

Segundo Martins, Rodrigues e Nunes (2008), esses repositórios também

podem ser colaborativos e permitir formas diversificadas de gestão de conteúdo:

um controle moderado dos conteúdos e da autoridade dos documentos, tal como

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141

as dirigidas para o público em geral (a Wikipedia26 é um exemplo), ou podem ter

um alto nível de controle e ser concebidas de forma que promovam uma

aprendizagem responsável, sendo direcionados a específicos grupos de usuários

(por exemplo, para os estudantes).

Não é objetivo deste trabalho comparar as características e

funcionalidades das diferentes plataformas para repositórios, mas

mencionaremos, brevemente, três das plataformas atualmente mais utilizadas

para criação de repositórios:

• DSpace27. É uma plataforma para criação de repositório digital, de livre

acesso, adaptável e expansível à captação, armazenamento, indexação,

preservação e redistribuição de documentos em formatos digitais. Atualmente,

há mais de 200 instalações do DSpace no mundo, a maior parte dando suporte

principalmente a repositórios institucionais em universidades, mas também

repositórios de objetos de aprendizagem, de teses on-line e o outro tipo de

sistemas de arquivo digitais.

• E-prints28. É uma plataforma para criação de repositórios de acesso livre

mais usada para criação de repositórios institucionais.

• Fedora29. É uma plataforma para criação de repositório de livre acesso e

serviços relacionados para servir de base para muitos tipos de sistemas de

gestão da informação e, provavelmente, o sistema com maior flexibilidade

estrutural para suportar diferentes tipos de repositórios e de conteúdos. É o

menos usado dos três sistemas, provavelmente porque é o que exige mais

tempo e conhecimento nas fases da instalação, configuração e de adaptação.

Uma das razões para o aumento do número dos repositórios é a

disponibilidade crescente de plataformas. Recentemente, tem havido um

crescente interesse em torno dos repositórios em contextos de ensino e de

26 http://www.wikipedia.org

27 http://www.dspace.org

28 http://www.eprints.org

29 http://www.fedora.info

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142

aprendizagem, chamados de Repositórios de Objetos de Aprendizagem (ROAs).

De acordo com Souza (2005), com a implementação dos AVAs em cursos on-line

de EaD, muito se discute sobre a utilização de ROAs, pois eles são essenciais

para o Sistemas de Gerência dos ambientes e aprendizagem.

Segundo Mattar e Valente (2007, p. 26), muitos autores acreditam no

potencial dos ROAs para EaD on-line, pois é uma forma de ofertar um conjunto

de serviços da instituição de educação aos seus membros, visando facilitar as

práticas de compartilhamento e reutilização dos recursos de ensino e

aprendizagem.

A partir do propósito de as bibliotecas digitais e virtuais servirem de

suporte às necessidades informacionais em EaD, elas devem observar as

características dos ROAs para entendê-los e gerenciá-los. Nos ROAs, as

informações são consideradas objetos de aprendizagem. A principal diferença

entre as bibliotecas digitais e virtuais e os ROAs está diante dos objetos: os

documentos digitais das bibliotecas digitais e virtuais são monolíticos, ou seja,

têm estruturas únicas e não visam ao reuso, enquanto os objetos de

aprendizagem (que compõem um ROA) dos ambientes de aprendizagem, por sua

vez, enfocam o reuso. (GOMES, 2006, p. 19).

Existem diferentes definições sobre o conceito de objeto de aprendizagem;

o mais referenciado é o de Wiley (apud SOUZA, 2005), que os define como

qualquer recurso digital que pode ser reutilizado para assistir à aprendizagem e

distribuído pela rede, sob demanda dos usuários.

Para Alves e Souza (2005, p. 174), os objetos de aprendizagem, quando

inseridos em um determinado ambiente de aprendizagem, apresentam as

seguintes características:

a) Reusabilidade – podem ser utilizados diversas vezes, em diversos

ambientes de aprendizagem;

b) Adaptabilidade – podem ser adaptáveis a qualquer ambiente de

ensino;

Page 146: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

143

c) Granularidade – o conteúdo geralmente é fragmentado, para

facilitar sua reusabilidade;

d) Acessibilidade – podem ser acessíveis facilmente via internet, para

serem usados simultaneamente em diversos locais;

e) Durabilidade – têm possibilidade de continuar a ser usados,

independentemente da mudança de tecnologia;

f) Interoperabilidade – apresentam habilidade de operar em uma

variedade de hardwares, sistemas operacionais e browsers, permitindo o

intercâmbio efetivo entre diferentes sistemas.

Dessa forma, de acordo com Alves e Souza (2005), os objetos com essas

características são normalmente armazenados em grandes bases de dados

disponíveis na internet. O autor não distingue bibliotecas digitais e virtuais de

ROAs, mas defende que os objetos de aprendizagem devem ser armazenados em

locais onde necessitem ser organizados, com a finalidade de facilitar o acesso e

uso. Esses repositórios “que podem ser chamados de bibliotecas digitais”, devem

possuir recursos precisos para localização, adição e recuperação objetos de

aprendizagem.

Segundo Gomes (2006, p. 25), na arquitetura de um ambiente de

aprendizagem, o Sistema de Gerência da Aprendizagem, do ponto de vista do

usuário final, fornece uma maneira eficaz de atender às necessidades individuais

e também fornece meios de localizar e registrar facilmente as atividades de

aprendizagem mais relevantes para melhorar os níveis de habilidade do

aprendiz. Um Sistema de Gerência da Aprendizagem não focaliza a criação, a

reutilização, a gerência ou a melhoria do conteúdo de aprendizagem. Para isso,

surgiram os Sistemas de Gerência de Conteúdo de Aprendizagem, que gerenciam

o conteúdo de aprendizagem e respectivos metadados.

Atualmente, existem vários padrões de metadados utilizados nos Sistemas

de Gerência de Aprendizagem. Entre os padrões existentes, destacam-se o LOM

(Learning Object Metadata), do Institute of Electrical and Electronics Engineer

(Learning Technology Standards Committee), o IMS (Information Management

Page 147: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

144

Systems), do IMS Global Learning Consortium, e o SCORM (Sharable Content

Object Reference Model), da Advanced Distributed Learning. Além destes

padrões, encontra-se na literatura o Dublin Core e o ARIADNE (Alliance of

Remote Instructional Authoring and Distribution Networks for Europe) (GOMES,

2006, p. 32).

Nos Sistemas de Bibliotecas Digitais, também existem vários padrões de

metadados, tais como o MARC (Machine Readable Cataloging), desenvolvido pela

Library of Congress (Biblioteca do Congresso Americano) e utilizado na maioria

dos Sistemas de Bibliotecas, pois é um padrão de registros bibliográficos; o

METS (Metadata Encoding and Transmission Standard), que é uma iniciativa da

Digital Library Federation; e o Dublin Core, utilizado também nos Sistemas de

Gerência de Aprendizagem.

A heterogeneidade destes padrões dificulta a interoperabilidade de

recursos e, consequentemente, o compartilhamento de informações. Por isso, na

arquitetura, deve ser tratada essa heterogeneidade para integrar os repositórios

de bibliotecas e ambientes de aprendizagem. Para solucionar esse problema, é

necessário entender os conceitos associados a cada um dos elementos

representados nos padrões de metadados e, a partir disso, estabelecer as

possíveis relações de equivalência entre os mesmos.

A arquitetura de um ambiente de aprendizagem está representada na

Figura 10, em que o usuário acessa o Sistema de Gerência da Aprendizagem.

Este, por sua vez, acessa o Sistema de Gerência de Conteúdo de Aprendizagem,

que gerencia os Objetos de Aprendizagem.

Page 148: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

145

Figura 10 – Arquitetura do ambiente de aprendizagem Fonte: Gomes (2006, p. 22).

O Sistema de Gerência de Conteúdo de Aprendizagem pode pesquisar e

recuperar um objeto de aprendizagem para o usuário final, como uma unidade

individual, para satisfazer uma necessidade específica ou para recuperar o objeto

como parte de um curso, um currículo ou uma atividade de aprendizagem

definida em um Sistema de Gerência da Aprendizagem. Portanto, o Sistema de

Gerência da Aprendizagem e o Sistema de Gerência de Conteúdo de

Aprendizagem representam duas categorias de produtos distintas e

complementares, geralmente presentes em um Ambiente de Aprendizagem.

(GOMES, 2006, p. 36).

A arquitetura de uma biblioteca digital envolve o seu sistema de gerência,

software que gerencia todos os serviços da biblioteca digital, tais como validação

de usuários, consulta aos documentos armazenados em seus repositórios e

catalogação de documentos digitais.

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146

Figura 11 – Arquitetura do ambiente de bibliotecas digitais Fonte: Gomes (2006, p. 25).

Na Figura 11 é representada a arquitetura de uma biblioteca digital, cujo

Sistema de Gerência o usuário acessa, tendo condições de gerenciar todos os

seus serviços, os quais, por sua vez, acessam os repositórios.

Martins, Rodrigues e Nunes (2008) alertam para o fato de os ROAs

parecerem mais dirigidos à exploração do potencial tecnológico do que às

necessidades de aprendizagem ou contextos socioculturais das comunidades a

que visam servir. Assim, os autores realçam que, ignorando as dimensões sociais

e organizacionais, frequentemente os resultados dos investimentos em

repositórios se traduzem em deficientes, principalmente por não atenderem às

necessidades e expectativas informacionais dos usuários, falta de articulação

com políticas e mudanças, confusão dos papéis e responsabilidades perante as

práticas pedagógicas, e consequentemente, por apresentarem fracos níveis de

atualização e de uso de informações e de objetos de aprendizagem pelos

usuários.

Os ROAs devem ser baseados na compreensão de normas culturais e nas

expectativas das suas comunidades de usuários e, para serem bem sucedidos,

devem promover a partilha e a reutilização de recursos informacionais e objetos

Page 150: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

147

de aprendizagem. As bibliotecas, particularmente as digitais, são essenciais para

o desenvolvimento e gestão de repositórios úteis e bem sucedidos. Dessa forma,

podem proporcionar produtos e serviços em que os recursos da informacionais

são coligidos, organizados e disponibilizados à comunidade, podendo

eficientemente responder ao desafio das necessidades informacionais em

ambientes de aprendizagem.

As bibliotecas digitais e virtuais, ao enfrentar os desafios da “paisagem

digital” pertencente aos ROAs, necessitarão comprometer-se com as principais

oscilações nas práticas de pesquisa e de aprendizagem. Devem construir serviços

em meios amigáveis e fluidos para os usuários, suportando a combinação dos

conteúdos e dos serviços nos ambientes dos usuários, além de desenvolver

serviços digitais de tutoria. (MARTINS; RODRIGUES; NUNES, 2008).

De fato, a construção e o desenvolvimento de repositórios digitais podem

acolher e promover importantes mudanças dentro do ambiente de

aprendizagem, em que a biblioteca digital será um fator decisivo de cooperação.

A mediação da biblioteca e dos serviços bibliotecários, por estarem focados na

gestão e no tratamento da informação, passam a ser um fator importante.

As bibliotecas digitais e virtuais garantem a expertise das técnicas

bibliotecárias para o armazenamento e recuperação de todas as informações e

materiais produzidos no âmbito dos cursos de EaD e podem prover informação

aos usuários a qualquer hora, em qualquer lugar, colaborando, assim, com o

processo educacional.

O desafio dessas bibliotecas digitais e virtuais é justamente o de filtrar, no

conjunto de ferramentas disponíveis, aquelas que melhor possibilitem o

desenvolvimento de instrumentos para a disseminação e preservação da

informação, ou objetos de aprendizagem, nos ambientes virtuais de

aprendizagem e disponibilizem produtos e serviços que correspondam às

exigências requeridas no atual contexto da EaD on-line.

Compilamos no quadro a seguir (Quadro 9) as principais diferenças entre

bibliotecas digitais (BDs)/bibliotecas virtuais (BVs) e ROAs, além de prontificar as

principais ações para inserção de BDs e BVs no gerenciamento destes ROAs.

Page 151: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

148

Quadro 9 – Diferença entre BDs/BVs e ROAs

7.3.1 Bibliotecas Digitais e Virtuais integradas aos Ambientes de Aprendizagem

Já existem diversos trabalhos que propõem a integração de repositórios de

Bibliotecas digitais e virtuais e de Ambientes de Aprendizagem, criando, assim,

uma visão única de seus conteúdos para os usuários dos dois sistemas30.

No relato de experiência de estágio na área de Gestão da Informação em

ambientes AVAs, Scorsolini-Comim et al. (2009, p. 152) descrevem que os

profissionais de Ciência da Informação se responsabilizam em desenvolver,

manipular e manter toda a informação disponível em ambientes AVAs de

projetos e cursos a distância em andamento, fazendo com que os conteúdos

educacionais sejam interligados com as informações disponíveis nos bancos de

dados que alimentam os sistemas da biblioteca. Esses profissionais devem ter

conhecimento do conteúdo do curso e dominar os ambientes de AVA para dar o

suporte adequado ao processo de ensino e aprendizagem.

Bertagnolli et al. (2007) ressaltam que a implantação da biblioteca digital

nos AVAs possibilita uma melhor organização das informações, funcionando

30 Para este trabalho usamos os seguintes autores: BERTAGNOLLI et al. (2007), GOMES (2006) e SCORSOLINI-

COMIM et al. (2009).

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149

como suporte fundamental para o desenvolvimento da pesquisa e do ensino pela

facilidade de acesso, oferecendo outras vantagens, tais como disponibilizar seu

conteúdo a qualquer tempo/local, atualização de informações, diminuição de

custos e preservação do acervo. Segundo os autores, “a biblioteca digital

também possibilita uma maior divulgação dos materiais didáticos e dos trabalhos

realizados”.

Conforme expõe Gomes (2006, p. 17) para que essa integração se torne

mais eficaz, o tratamento dos documentos pelas bibliotecas digitais e virtuais

torna-se necessário, pois os textos monolíticos devem focar o reuso, como

ocorre nos ROAs. Isto tornaria os documentos digitais muito mais proveitosos

para a comunidade de EaD. Reforçando esse aspecto o autor menciona:

Com a evolução da educação baseada na Web e o grande aumento de bibliotecas digitais criadas para dar suporte às universidades, a integração

destes dois sistemas tornou-se essencial. Atualmente, um aluno de um curso num sistema de ensino a distância muitas vezes não tem acesso às obras da biblioteca da universidade, incluindo as obras digitais, pois, ou

não está cadastrado como aluno regular da universidade, ou mesmo se estiver, ele tem que sair do sistema de educação a distância para ir para o sistema de biblioteca digital e isto despende esclarecimento dos procedimentos e tempo. Por sua vez, o professor, apesar de ter acesso ao

conteúdo da biblioteca digital, tem que sair do sistema de aprendizagem para acessar o sistema de biblioteca digital.

Com isto, se forem extraídas dos documentos digitais as informações

necessárias para serem criados documentos reutilizáveis, essa integração passa

a se tornar muito mais eficaz. Por exemplo, ao preparar um curso, o professor

faria uma pesquisa, na qual ele pode recuperar todos os documentos de

bibliotecas digitais e virtuais, assim como seus conteúdos reutilizáveis e os

conteúdos do ambiente de aprendizagem que estiverem ligados ao assunto de

interesse. Isso facilitaria o trabalho desse professor, pois o acesso seria como se

tratasse de um único repositório; ou, também, o aluno e o gestor de biblioteca

(bibliotecários e técnicos da área de biblioteca) podem acessar o conteúdo dos

dois sistemas como se fosse um só, facilitando o acesso às informações. Assim,

dentre as motivações para o desenvolvimento de trabalhos para prover a

integração das Bibliotecas digitais e virtuais e Sistemas de Aprendizagem, está a

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150

facilidade de acesso às informações das bibliotecas digitais e virtuais pelos

usuários; da mesma maneira, o acesso dos gestores de biblioteca aos conteúdos

dos cursos.

Embora as bibliotecas digitais e virtuais e os sistemas de aprendizagem

tenham alguns serviços comuns, eles têm características diferentes e tratam de

tipos de materiais diferentes, sendo seus repositórios com dados e metadados

heterogêneos e distribuídos. Portanto, professores, gestores de bibliotecas e

alunos gastam tempo e esforço considerável na busca por informações que

promovam um ganho de conhecimento. Esses repositórios seriam mais eficazes

se estivessem integrados em um ambiente comum.

Segundo Gomes (2006, p. 41), para prover essa integração, é proposta a

extensão de uma das arquiteturas, capaz de integrar os repositórios das

bibliotecas digitais e virtuais e dos sistemas de aprendizagem. Entretanto, o

autor considera:

[...] ambos possuem diferentes padrões de metadados, diferentes estruturas de documentos, podendo estar em diferentes plataformas/arquiteturas de hardware e software, sem que precisem ser modificados, garantindo a interconectividade e interoperabilidade entre estes sistemas.

Na proposta de arquitetura para integrar repositórios de Sistemas de

Bibliotecas digitais e virtuais e Sistemas de Ambientes de Aprendizagem, é

desejável que o usuário tenha uma visão única, homogênea e integrada, de

modo que qualquer consulta feita pelo usuário implique em um resultado que

recupere informações de todas as fontes de dados relativas à consulta.

(BERTAGNOLLI et al., 2007).

Desse modo, haverá a possibilidade de o usuário fazer a consulta por meio

de uma nova interface, que engloba ambos os ambientes e retorna os dados

integrados, sendo que todas essas interfaces acessam o conteúdo global. A

Figura abaixo apresenta uma arquitetura de integração.

Page 154: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

151

Figura 12 - Arquitetura de integração de ambientes: bibliotecas digitais e sistemas de aprendizagem

Fonte: Adaptação de Gomes (2006, p. 50).

Uma das formas de se tratar essa integração, apresentada na Figura 12, é

por meio da utilização de Mediadores e Tradutores. Para Gomes (2006, p. 58), os

Tradutores são utilizados como canal de comunicação independentemente do

formato e da forma de implementação dos repositórios de dados. Os Mediadores

são utilizados para prover o acesso uniforme e integrado às informações, através

dos Tradutores, e salienta:

Um mediador possui um conjunto de articulações que representam as relações entre seus termos e os termos de seus repositórios. O Mediador

utiliza essas articulações para “montar” as consultas a serem submetidas aos repositórios de dados, com base nas consultas globais. Da mesma forma, o Mediador deve juntar as respostas de cada repositório de dados

e retornar um resultado consolidado para a aplicação solicitante. Através da aplicação da tecnologia de Mediadores pode-se garantir a interconectividade e interoperabilidade entre as bases.

As bibliotecas digitais e virtuais com a função do armazenamento dos

objetos de aprendizagem devem conter as informações necessárias, incluindo

material didático, conteúdos de apoio, de interações e da produção, a partir da

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152

reutilização desses objetos. Os objetos organizados em bibliotecas digitais e

virtuais terão como diferencial as técnicas bibliotecárias (como catalogação,

indexação, entre outras), que permitem a eficácia na recuperação e na

reutilização dos objetos de aprendizagem.

O que foi apontado demonstra que a integração de bibliotecas digitais e

virtuais em AVAs é tecnicamente possível. Mostra, também, a viabilidade de

tornar os documentos das Bibliotecas digitais e virtuais reutilizáveis, ou seja,

extrair objetos de aprendizagem dos documentos digitais, fazendo com que a

integração se torne mais eficiente, facilitando a criação de novos conteúdos para

os cursos.

7.4 Necessidades informacionais dos usuários de EaD diante do uso de

bibliotecas digitais e virtuais

O desenvolvimento e a manutenção de uma infraestrutura para atender a

demanda informacional a distância provocam buscas de soluções para os

modelos de gestão de acesso à informação digital via rede de computadores e,

principalmente, por bibliotecas que promovam a disponibilidade de acesso às

diversas fontes de informação internas e externas à instituição de ensino, seja

para acesso remoto aos repositórios digitais, outras bibliotecas, bases de dados,

diretórios especializados ou para possibilitar acesso às coleções de informação

digital on-line.

Mostafa (2003, p. 160) destaca o paradoxo diante da abundância

informacional que caracteriza a sociedade da informação e do conhecimento, e

aponta que a literatura especializada tem demonstrado que “parte da evasão em

EaD pode estar relacionada com a dificuldade do acesso a fontes bibliográficas”,

e reforça a importância nas bibliotecas digitais e virtuais como suporte as

demandas informacionais na EaD on-line.

Mesmo com o crescente aumento no número de polos de suporte à EaD,

diante da intensificação das pesquisas científicas, é exigida, cada vez mais, uma

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153

postura virtualizada dos serviços oferecidos pelas bibliotecas. Nesse sentido, as

bibliotecas, de qualquer categoria, principalmente as universitárias, vêm se

preparando para atender a uma demanda crescente de usuários virtuais.

Sobre esse aspecto, Oliveira e Bertholino (2000, p. 2) ressaltam que as

bibliotecas que estão em processo de virtualização devem definir “quem são os

usuários presenciais e virtuais” (se estão motivados, se possuem experiência em

pesquisa e se estão familiarizados com recursos eletrônicos), pois só assim

poderão redefinir as formas de atuação on-line.

Cuenca et al. (2009, p. 75) mencionam que a evolução para o virtual é

inevitável, uma vez que reportam às demandas dos usuários. A visão estratégica

dos propósitos das bibliotecas virtuais e digitais deve ser baseada nas demandas

da sua comunidade, principalmente para atender as mudanças nos

comportamentos de buscas dos usuários. Com isso, as bibliotecas devem ampliar

seus serviços de forma a antecipar-se perante esses novos comportamentos.

“Deve contribuir para a melhoria da produtividade do usuário e provocar

mudanças para que ele obtenha aprendizado permanente nos recursos que a

biblioteca disponibilizar”.

A maior dificuldade enfrentada por bibliotecas que disponibilizam seus

produtos e serviços on-line é prever que tipo de informação, e em que momento,

o usuário irá demandar. Isso exige do sistema “o conhecimento” ou

monitoramento das preferências, habilidades, acompanhamento das atividades

desempenhadas dos usuários. É através do desempenho das atividades e das

condições de trabalho dos usuários que a necessidade de informação se

materializará, tratando, portanto, de um constante movimento. A busca pelas

necessidades informacionais dos usuários também servirá para identificar seu

grau de envolvimento com as tecnologias que permitem o acesso às bibliotecas

virtuais/digitais; além disso, estas devem disponibilizar para os usuários

constantes treinamentos dos recursos informacionais e tecnológicos para motivá-

los à execução das suas pesquisas.

Identificar o perfil do usuário de bibliotecas digitais e virtuais é importante,

pois revelam as algumas necessidades e características comuns entre eles. No

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154

entanto, para se ter um referencial de suas necessidades, principalmente no que

abarca o uso de TICs, são recomendáveis os testes de usabilidade para web

sites.

A Ciência da Computação utiliza estudos de usabilidade para avaliar como

ocorre a interação humano-computador, principalmente para desenvolvimento de

softwares ou interfaces Web. O foco está em como o usuário se comporta e

utiliza determinado produto. Os testes de usabilidade serão responsáveis por

mostrar como se estabelece a interação entre o usuário e o sistema.

Seguindo uma abordagem diferenciada da usabilidade, a prática em web

sites permite a criação de sites com serviços mais interativos e dinâmicos. “Os

estudos de usabilidade têm crescido na procura de soluções para sistemas de

informação automatizados, com as páginas da Web e outros tipos de interação

via sistemas amigáveis”. (BAPTISTA; CUNHA, 2007, p. 176).

De acordo com Dias (2008, p. 32), os testes de usabilidade em web sites

utilizam-se de diversos parâmetros, como o tempo gasto para a execução de

tarefas pré-definidas e o caminho percorrido no site. Esses testes têm o intuito

de medir, com base no usuário, a facilidade de uso dos sites e seus serviços.

Para a Ciência da Informação, os testes de usabilidade de web sites visam

verificar como ocorre a interação do usuário com o site, mensurar qual o grau de

facilidade de uso e quais as dificuldades que o usuário encontra ao desempenhar

as tarefas solicitadas. Conhecendo melhor o comportamento do usuário ao

utilizar o site, é possível descobrir os erros, sugerir melhorias, inclusões ou

exclusões de serviços oferecidos. (MARCELINO, 2008, p. 95).

Dessa forma, a usabilidade é um requisito importante para a avaliação da

qualidade de um sistema on-line, pois reflete o desempenho desses sistemas

perante o manejo do usuário, ajudando-os a se conectar com os serviços

disponíveis nos web sites de bibliotecas com facilidade, qualidade e eficiência.

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155

Vários autores podem oferecer importantes contribuições para as questões

sobre usabilidade em web sites. O mais conhecido é Jakob Nielsen31. No Brasil,

temos os trabalhos das autoras Cláudia Dias32 e Maria Laura Martinez33.

Cuenca et al. (2009, p. 79) argumentam sobre a importância da

capacitação dos usuários para o manuseio das bibliotecas digitais e virtuais, visto

que isso exaltará o papel dessas bibliotecas como suporte à aprendizagem. A

disponibilidade de fontes de informação e novas tecnologias aos usuários não

significa que eles saberão utilizá-las. Dessa forma, as bibliotecas que oferecerem

serviços e produtos on-line devem oferecer mais treinamentos e assistências,

inclusive utilizando de métodos da EaD como forma de suprir essa demanda.

Blattmann e Rados (2000) destacam diferentes aspectos que devem ser

considerados pelas bibliotecas, quando inseridas no cotidiano da EaD, uma vez

que é necessário:

participar e reconhecer as implicações existentes no processo de

aprendizagem contínuo/permanente possibilitado pela EaD;

integrar serviços informacionais promovidos pelas bibliotecas ao

usuário a distância;

dar importância à cooperação bibliotecária para atendimento das

necessidades do usuário;

oferecer manutenção e controle dos acervos de coleções eletrônicas

e digitais de maneira a proporcionar o acesso ao usuário a distância.

Os recursos informacionais das bibliotecas digitais e virtuais devem estar

disponibilizados de maneira que ofereçam produtos e serviços com capacidade de

31 NIELSEN, J.; LORANGER, H. Usabilidade na Web: projetando websites com qualidade. Rio de Janeiro: Campus, 2007. 432 p.

32 DIAS, C. Usabilidade na Web: criando portais mais acessíveis. Rio de Janeiro: Alta Books, 2007. 312 p.

33 Martinez possui inúmeros artigos, capítulos de livros e projetos de pesquisa sobre usabilidade em web sites.

É docente no Departamento de Jornalismo e Editoração, da Escola de Comunicações e Artes da USP. Para mais informações, acesse: http://lattes.cnpq.br/5382764179565796.

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156

satisfazer as necessidades e expectativas informacionais dos alunos dos cursos

de EaD, oferecendo suporte às questões de aprendizagem individuais e as

colaborativas.

Nessa linha, Lange (apud Mostafa, 2003, p. 162) aponta que os alunos dos

cursos de EaD necessitam de acesso facilitado a bibliografias, fontes eletrônicas

de informação, tais como links, sites, bibliotecas virtuais, bases de dados para

ter acesso à informação desejada e, assim, auxiliá-los a cumprir as atividades

programadas pelos cursos.

A infraestrutura logística da rede de computadores exige modelos de

gestão da informação baseados na eficiência dos processos e, por isso, é preciso

compreender a distribuição das informações na EaD. Para tanto, é preciso

investigar como ocorre o processo comunicacional da EaD e quais as fontes de

informação que os alunos utilizam.

Ao identificar os processos comunicacionais e caracterizar as fontes de

informação, os modelos de gestão devem envolver a identificação de serviços e

produtos centrados na seleção, compilação e disseminação do conteúdo on-line.

O processo de gerenciamento da informação on-line demanda um cenário no

qual essas bibliotecas oferecem um suporte qualitativo, possibilitando a

organização do conhecimento de forma a atender às demandas e satisfazer as

necessidades dos usuários no processo de aprendizagem na EaD, pela internet.

(BLATTMANN, 2001, p. 160).

A autora (p. 163) também descreve que, ao idealizar o modelo de gestão

da informação digital em bibliotecas digitais e virtuais para atender as demandas

informacionais da comunidade virtual do curso de EaD (professores, estudantes e

outros envolvidos no processo educativo), a estrutura das bibliotecas digitais e

virtuais deve garantir:

relevância e qualidade do conteúdo e do acesso à informação:

1. seleção, organização, disseminação e recuperação da informação;

2. observância aos direitos autorais e licenças de uso;

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157

3. acesso aos repositórios digitais e de objetos de aprendizagem.

qualidade das técnicas-operacionais em rede de computadores:

1. compatibilidade técnica dos equipamentos e softwares,

interoperabilidade de sistemas;

2. controle (estatísticas) de uso, segurança e armazenamento da

informação (relevância e atualização dos links);

3. manutenção da rede local;

4. treinamento (tutorial e cursos) e suporte às atividades de busca por

informações;

5. avaliação, retroalimentação, impacto do uso das informações

disponibilizadas;

6. serviços planejados conforme o perfil do usuário;

7. adesão de políticas de desenvolvimento de coleções e de cooperação

com outras unidades de informação.

atividades técnicas bibliotecárias:

1. processamento técnico do acervo digital/virtual para eficácia da

recuperação da informação;

2. serviços de referência virtual, ou seja, serviços que a biblioteca pode

oferecer na web, como forma de cumprir com sua missão de

responder às necessidades de informação dos usuários.

A busca permanente em atender as necessidades dos usuários (sejam

alunos, professores, equipe de apoio instrucional, etc.) do programa de EaD deve

ser atualizada constantemente, uma vez que essa dinâmica dimensionará a

valorização e o crescimento da unidade informacional neste contexto. Logo, com

a necessidade, sendo caracterizada como a busca de informação que preenche

lacunas de informação essenciais ao suporte e expectativas dos usuários, as

Page 161: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

158

bibliotecas digitais e virtuais devem oferecer produtos e serviços necessários

para os propósitos de ensino, pesquisa e desenvolvimento profissional. Isso

implica a antecipação das demandas dos usuários de EaD, visto que a

acessibilidade, a facilidade de uso e o atendimento em tempo hábil são fatores

determinantes para a utilização dos serviços on-line.

Além desses aspectos, vale ressaltar que as bibliotecas digitais e virtuais

devem procurar estabelecer consórcios com outras bibliotecas, inclusive

bibliotecas físicas, como forma de garantir auxílio necessário aos alunos da EaD.

Devem responder às necessidades dos usuários por meio da adoção de produtos

e serviços que devem constar no planejamento dos cursos a distância e estar

disponíveis de maneira compatível com as estruturas dos cursos de EaD on-line.

Pelos referenciais teóricos podemos visualizar que as bibliotecas digitais e

virtuais, quando integradas aos processos de ensino e aprendizagem, colaboram

na mediação entre a informação e os alunos, auxiliando-os na localização e

obtenção da informação, independentemente da distância geográfica que os

separa da instituição, e permite a democratização do acesso e uso das

informações por todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem.

7.5 Produtos e serviços de bibliotecas digitais e virtuais para suporte à

EaD on-line

Neste texto retomaremos a ideia dos benefícios que as TICs proporcionam

no processo educacional e na busca de informações em bibliotecas, vistos no

capítulo 5 com maior aprofundamento, com foco nos produtos e serviços

elaborados na tentativa de suprir as necessidades demandadas pelo público

remoto. Para finalizar este trabalho, retrataremos também os serviços que

podem ser oferecidos por bibliotecas digitais e virtuais para apoio à EaD.

Em primeiro momento será explicitada a importância dos serviços de

referência virtual, oferecidos por bibliotecas digitais e virtuais no atendimento

aos usuários remotos, demonstrando o quanto é possível essas bibliotecas

Page 162: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

159

oferecerem suporte às questões informacionais oriundas de suas necessidades

informacionais e que os serviços on-line exercerão um papel fundamental no

processo de mediação e disseminação da informação de maneira remota,

utilizando a internet como um meio de fazer com que recursos e esforços sejam

unidos, para que acervos sejam facilmente acessados e totalmente

compartilhados.

O importante é ressaltar que as tendências desses serviços visam

acompanhar o desenvolvimento tecnológico e, consequentemente, visam ao

abastecimento informacional para questões atuais da sociedade, da mesma

forma como ocorre na EaD.

7.5.1 Serviços de referência virtual

As TICs trouxeram para a sociedade a tendência das relações a distância,

não só de modo informal, como formal. A adoção das TICs e o uso de

ferramentas da web passaram a ser utilizadas por grandes empresas renomadas

no mercado, para comunicar assuntos e notícias de importância à comunidade,

relacionada a elas, de maneira rápida e com credibilidade de informação. Sem

dúvida, esse foi um marco importante percebido na sociedade no quesito do

fluxo de informações e nas alternativas de comunicação.

A finalidade de aliar o serviço de referência às TICs objetiva a melhoria na

realização das atividades do serviço de referência, enfatizando a proposta desde

a sua origem, que é atender com maior precisão e rapidez às necessidades do

usuário.

Os primeiros serviços de referência virtual surgiram nos Estados Unidos no

final da década de 1980, conforme os departamentos de referências das

bibliotecas iam disponibilizando alguns serviços através das suas home pages e,

com isso, aumentando o número de consultas. Com a massificação da internet,

os serviços que antes eram voltados às comunidades acadêmicas, passaram a

ser requisitados por pessoas de todo mundo.

Page 163: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

160

Outros termos são utilizados para designar os serviços de referência

virtual, tais como: serviço de referência digital, serviços de informação via

internet, serviço de referência permanente, serviço de referência em tempo real,

serviço de referência on-line e serviço de informação on-line.

Para Fachin (2000, p. 3), os serviços de informação on-line ocorrem com a

disponibilização de serviços por meio do site. Utilizando-se da internet,

apresenta-se na forma de hipermídia, o que permite o acesso livre, rápido e

preciso a várias fontes de informação eletrônica, dentro de determinada área do

conhecimento. O autor menciona que “este serviço, por tratar-se da seleção e

compilação de dados informacionais, direcionados a um público específico, pode

ser desenvolvido para qualquer área do conhecimento”.

Márdero-Arellano (2001, p. 8) define o serviço de referência digital como

um mecanismo pelo qual as pessoas podem enviar perguntas e obter repostas

utilizando-se de recursos da web, como e-mail, chat, entre outros. Dessa forma,

o serviço de referência digital é uma tentativa de atender às necessidades do

perfil de clientes remotos. Assim como ocorre na forma presencial, ele apresenta

as mesmas características estratégicas, pois, além de fornecer a informação

adequada, o bibliotecário deve se preocupar em orientar o usuário para que ele

se torne autônomo na busca de informações.

Os Catálogos de Acesso Público On-line (OPAC) foram um dos primeiros

serviços virtuais, cuja utilização possibilita ao usuário pesquisar sobre uma

determinada publicação, sem demandar o deslocamento à biblioteca. Contudo,

muitas dúvidas podem surgir numa pesquisa, como também muitas informações

pertinentes ao tema procurado podem existir com acréscimos significativos para

o pesquisador. Como forma de suprir essa lacuna, com as TICs surgem os

serviços de referência virtual como um recurso eletrônico que objetiva atender os

usuários que buscam informações em bibliotecas digitais e virtuais. A plataforma

Web é considerada um dos “suportes” mais utilizados, pois, nesse contexto

extremamente dinâmico, sociabiliza e inova informações ao usuário, onde quer

que este esteja.

Page 164: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

161

Os serviços de referência virtual vêm atender aos mesmos objetivos dos

serviços de referência tradicional, ou seja, basicamente partem para a

virtualização de produtos e serviços. As bibliotecas virtuais e digitais, por usarem

a internet como um recurso para disponibilização do universo de informações,

facilitam o contato entre o usuário e o bibliotecário, buscando desenvolver

atitudes indispensáveis para as pesquisas. Dessa forma, o que difere os serviços

de referência tradicional do virtual é que,

[...] no serviço de referência tradicional o bibliotecário mantém controle e opera de forma independente. Com o usuário remoto a relação é diferente, pois ele controla o processo de acordo com sua conveniência,

preservando anonimato, selecionando fontes, descartando e buscando outros serviços de referência. (OLIVEIRA; BERTHOLINO, 2000, p. 2).

Com a virtualização, foi possível redefinir o âmbito dos serviços de

referência e explorar livremente todas as suas possibilidades, utilizados para

acompanhar melhor o desenvolvimento da sociedade tecnológica. Sem a

necessidade de deslocamento a uma biblioteca tradicional, o usuário tem a

possibilidade de acessar conteúdos informacionais, como periódicos, bases de

dados, catálogos de bibliotecas, etc. Com isso, a internet marca, nitidamente, a

ampliação dos serviços de referência que, agora, podem dar atendimento em

tempo real aos usuários remotos.

Segundo Mendonça (2006, p. 232), o processo de referência digital possui

as mesmas características do serviço de referência tradicional, e é dividido nas 8

etapas que compilamos no Quadro 10 seguinte:

Quadro 10 – Etapas do serviço de referência

Surgimento do problema O usuário necessita acessar uma informação;

Formulação da questão A bibliotecária tenta identificar a necessidade informacional do usuário, às vezes pode ser vago e

indefinido;

Formulação de pergunta focada no problema

Investigação da necessidade informacional do cliente através de uma pergunta focada no problema trazido;

Negociação da questão Consiste na reformulação da questão inicial, caso não tenha ficado claro e necessite de um aprofundamento

na pesquisa;

Page 165: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

162

Estratégia de busca Consiste numa combinação de conceitos identificados com descritores e palavras-chave para a recuperação

da informação;

Processo de busca Inicia-se o processo de busca no acervo e em outras fontes de informação disponíveis na biblioteca;

Resposta Apresentação do resultado da busca;

Solução É a etapa concluinte onde o problema foi solucionado.

Fonte: Adaptação de Mendonça (2006).

Neste contexto, no que envolve o serviço de referência on-line, a busca

pela satisfação às necessidades de informação dos usuários dá-se pela

antecipação da resposta, por meio da variedade e atualidade dos produtos e

serviços disponibilizados on-line, necessitando, para isso, um estudo prévio de

usuário para identificar as necessidades de informação da comunidade em

questão.

Conforme Carvalho e Lucas (2005, p. 4), desde as formas tradicionais até

as versões on-line, as atividades propostas pelo serviço de referência variam de

acordo com o tipo de biblioteca e o perfil dos usuários. Os autores apontam os

principais quesitos que o tripé bibliotecários > usuários > tecnologia precisa ter,

para que o serviço de referência on-line seja bem sucedido, sendo eles:

postura criativa e pró-ativa do bibliotecário, ao exigir ofertas de atividades

que antecipem a demanda de informações;

planejamento para o atendimento virtual, sob pena de comprometer a

credibilidade do sistema, caso o cliente não seja atendido prontamente;

interface amigável das bibliotecas digitais e virtuais como forma de

garantir a boa navegação e atrair o usuário para sua utilização.

Outro fator importante na questão dos serviços de referência é a

intermediação humana, considerada imprescindível para um bom desempenho

na prestação de serviços no meio virtual, tanto para promover o uso de recursos

e sistemas, desenvolver atividades de treinamento, quanto para a interatividade

entre os usuários e bibliotecários durante a experiência do processo de

Page 166: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

163

ensino/aprendizagem. Esse processo demonstra que o processo de referência é

um constante diálogo entre o bibliotecário e o usuário. (LITTO, 2006, p. 312;

MENDONÇA, 2006, p. 230).

Reconhecendo esse aspecto, Márdero-Arellano (2001, p. 9) compilou, em

seu estudo, os tipos de suportes que diversas bibliotecas do exterior estão

comumente utilizando para atender os usuários remotos pelos serviços de

referência virtual, os quais destacamos:

E-mail: serviços de mensagens de e-mail instantâneos chamados “Live

Help”, que visa oferecer apoio às pesquisas e navegação dos usuários nas

bibliotecas da Web. Esses serviços são eficazes, quando oferecem

respostas imediatas no requerimento das necessidades dos usuários

remotos.

Telefone: é tradicionalmente utilizado pelas bibliotecas como forma de

oferecer serviços aos usuários remotos, porém os custos são altos, quando

consideradas as chamadas de longa distância.

Videoteleconferências: o autor aponta que esse tipo suporte tem crescido

e tem se mostrado essencial, principalmente quando oferecido em tempo

real. Porém, salienta que são necessárias diversas regras de etiqueta para

a comunicação com os usuários.

Chats: atualmente diversos programas permitem que os chats sejam

incorporados às páginas da Web das bibliotecas, além de permitirem a

integração entre outros suportes, como o vídeo. Dessa forma, tornam-se

uma grande alternativa para atender os usuários remotos em tempo real.

No levantamento realizado por Oliveira e Bertholino (2000) sobre os

serviços de referência disponíveis nas home pages das bibliotecas universitárias

da Região Sudeste do Brasil, Foram identificadas algumas categorias de serviços,

no qual foi adaptado por Blattmann (2001) e compilados no Quadro 11, deixando

evidente como os serviços de referência podem atender os usuários remotos.

Page 167: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

164

Quadro 11 – Serviços a serem ofertados pelo SRV

1 ) RELACIONADAS À COMUNICAÇÃO

Comunicação com colegas de outras organizações

Contato via e-mail

Comunicação com usuários Contato via e-mail

Fornecimento de SRV aos usuários Contato via e-mail; normalização bibliográfica; FAQ; Informações gerais e

gerenciais; serviço de disseminação seletiva de informação; sumários de periódicos; treinamento de usuários; orientação e normalização bibliográfica,

ferramentas da web (chat e outros), ferramentas web 2.0; etc.

Recebendo solicitações de clientes sobre novos

livros, periódicos, meios de comunicação, empréstimo entre bibliotecas

Disponibilizando formulários online;

contato via e-mail; empréstimo local e interbibliotecário; FAQ; lista e periódicos; Novas aquisições; Reservas de livros online

Identificando fontes documentais Catálogos online; Comutação Bibliográfica; Levantamento Bibliográfico; Bases de dados e periódicos CD-ROM e online;

Links; Localização de periódicos; Participação em redes; Periódicos indexados na Web.

Permutando informações e administrando questões de referência

Catálogos online; Participação em redes; Regulamentos

Discutindo questão de referência Contato via e-mail;

Orientação/Normalização bibliográfica

Avaliando produtos e equipamentos Bases de dados locais/internas, CD-ROM e online; Contato via e-mail

Avaliando serviços online Bases de dados e periódicos

online/Internet; Catálogos online na Web; Contato via e-mail; Links

2) BASES DE DADOS DE PESQUISA REMOTA

Bases de dados de pesquisa remota Bases de dados e periódicos online/Internet; Catálogos online na Web; Links; Localização de periódicos; Participação de redes

Pesquisando catálogos de biblioteca e listas Levantamento bibliográfico; Links

Pesquisando sistemas on-line Bases de dados e periódicos online/Internet; Comutação bibliográfica;

Contato via e-mail; Levantamento bibliográfico; Links

Page 168: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

165

Disponibilizando texto completo Comutação bibliográfica; Sumários de periódicos correntes; Disseminação seletiva da informação; Acesso a links para download; Repositórios digitais

Pesquisando bases de dados de outras organizações

Bases de dados e periódicos online/Internet; Links

3) TRANSFERÊNCIA DE ARQUIVOS/INTERCAMBIO DE DADOS

Recuperando arquivos via FTP/Internet Contato via e-mail; Publicações/produção científica de diversas instituições; Comutação bibliográfica

Solicitando arquivos de outras redes Contato via e-mail; Comutação bibliográfica;

Enviando arquivos, tais como resultados, artigos, listas de novos títulos

Contato via e-mail; Comutação

bibliográfica; Novas aquisições; Disseminação seletiva da informação; Sumários de periódicos correntes; Participação em redes

Criando endereços de listas para envio de arquivos

Contato via e-mail; Listas de periódicos; Disseminação seletiva da informação

Permutando dados técnicos Contato via e-mail; Publicações/produção científica

Fonte: Adaptação de Blattmann (2001, p. 114).

Observa-se no Quadro 11 a importância e a expansão serviços via

Internet, principalmente pelo uso do e-mail e páginas Web. As diferentes

categorias de serviços devem estar em constante evolução e requerem um perfil

de habilidades do profissional bibliotecário, sobretudo centradas no manejo das

TICs. As bibliotecas virtuais e digitais que desejam atender às reais necessidades

de seus usuários, principalmente àqueles que estão inseridos no processo

educacional a distância, devem possuir, além de ferramentas de comunicação,

uma equipe capacitada nos recursos linguísticos e na interação eletrônica, para

intermediar o processo de busca de informações dos usuários, quando

necessário. Sem essa intermediação humana, essas bibliotecas não passarão de

repositórios informacionais.

Márdero-Arellano (2001, p. 10) destaca que, para proporcionar serviços

on-line, é necessário perceber a qualidade do serviço de referência e entender

como esses serviços serão inseridos no contexto Web, funcionando como guia

Page 169: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

166

para os usuários que procuram por recursos de informação. A avaliação desses

serviços pelas bibliotecas e pelos usuários é fundamental para o planejamento

(pessoal, equipamento, custos, etc.) e, principalmente, para garantir que eles

atenderão os usuários e se serão eficientes para os atendimentos das suas

necessidades de informações.

Sobre esse aspecto, Carvalho e Lucas (2005, p. 3) descrevem que, para

atender as necessidades dos usuários, o serviço virtual deve possuir as mesmas

qualidades oferecidas pelo serviço tradicional. Também, sugerem que os serviços

de referência virtual a serem disponibilizados por bibliotecas digitais e virtuais

levem em consideração os seguintes pontos comumente utilizados pelos serviços

tradicionais: a provisão de documentos, a provisão de auxilio bibliográfico,

serviço de alerta e serviços de orientação ao usuário.

O Quadro 12, a seguir, menciona esses pontos e como podem ser

inseridos no contexto virtual como forma de atender os usuários remotos.

Quadro 12 – Serviços a serem ofertados pelo SRV - II

1 PROVISÃO DE DOCUMENTOS

Pesquisa on-line do acervo da biblioteca A partir da conexão à internet, o usuário poderá ter acesso à biblioteca;

Comutação bibliográfica on-line Por meio de formulários on-line, direcionamento aos sites de comutação bibliográfica;

Fornecimento de cópias on-line A partir da criação de links de anais, teses,

dissertações e periódicos eletrônicos, respeitando sempre os direitos autorais;

Empréstimo entre bibliotecas Disponibilizando formulários on-line, para que os

usuários possam consultar documentos existentes em outras bibliotecas;

Entrega de material A partir da solicitação de uma informação, a biblioteca

enviará o resultado da pesquisa, usando de algum canal de comunicação;

Preparação de traduções Criar links com tradutores on-line;

2 PROVISÃO DE AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

Questões de referência simples e questões de referência complexas

A biblioteca colocará à disposição do usuário

ferramentas para que este possa realizar suas questões;

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167

questões;

Localização de material Caberá à equipe bibliotecária localizar documentos e enviá-lo ou enviar a referência ao usuário;

Levantamento bibliográfico em assuntos especializados

Disponibilizar formulários destinados à solicitação de levantamentos bibliográficos;

3 SERVIÇOS DE ALERTA ELETRÔNICO

Formais Enviar lista de novas aquisições, por exemplo, com

uso de e-mail, além de enviar formulários para aquisição;

Informais Através de boletins informativos on-line ou alertas

eletrônicos, a biblioteca pode usar algumas

ferramentas para a divulgação de seus produtos e serviços;

4 ORIENTAÇÃO AO USUÁRIO

Orientação e normalização bibliográfica via Web Poderá disponibilizar tutoriais e manuais explicativos sobre interpretação de normas;

Vocabulário controlado A fim de agilizar a recuperação da informação, deve-

se disponibilizar uma lista de terminologias, ou termos técnicos utilizados na unidade de informação.

Fonte: Adaptação de Macieira e Paiva (2007).

7.5.1.1 Serviços cooperativos entre bibliotecas

Os consórcios de bibliotecas têm se afirmado como uma via para o

estabelecimento de serviços mais ágeis, entre eles os serviços de referência.

Conforme afirmam Ferrari, Vicentini e Fujita (2002) o conceito de consórcio de

bibliotecas implica, acima de tudo, no entendimento de bens comuns para o

compartilhamento de recursos, tendo resultado efetivo e permitindo que o

esforço coletivo seja satisfatório para toda comunidade envolvida.

Todos os recursos de mídias disponíveis na implantação de um serviço de

referência virtual implicam o desenvolvimento de políticas e o estabelecimento

de padrões que assegurem a interoperabilidade dos sistemas. Dessa forma, esse

fator é importante, ao se tratar de projetos colaborativos.

Page 171: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

168

Diante das iniciativas brasileiras, podemos citar o Programa ProBE34 -

consórcio que visa o desenvolvimento de uma biblioteca eletrônica de

publicações científicas, que objetiva disponibilizar acesso ágil e via Internet aos

diversos títulos de periódicos das distintas áreas do conhecimento em formato

digital com possibilidade de acesso ao texto completo, tornando-os disponíveis

para toda a comunidade científica do Estado de São Paulo. Entre as instituições

pertencentes a esse consórcio, temos: as Universidades Estaduais (UNESP e

UNICAMP), Universidade de São Paulo (USP), Universidades Federais (UNIFESP e

UFSCAR), o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da

Saúde (BIREME/OPS/OMS), Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), a

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), além de

outros institutos de ensino superior e de pesquisa situados no Estado de São

Paulo.

Também temos o Consórcio CRUESP/Bibliotecas, que abrange os Sistemas

de Bibliotecas da USP, UNESP e UNICAMP, iniciado no ano de 1999. Esse

consórcio consolida-se com a disponibilização de produtos e serviços

compartilhados de, aproximadamente, 82 Bibliotecas e oferecidos aos usuários

das três universidades.

A iniciativa proporcionou maior racionalidade devido à otimização dos

recursos destinados às Bibliotecas, sobretudo para aquisição de fontes de

informação de interesse comum à comunidade acadêmica das instituições

envolvidas, a fim de oferecer suporte ao desenvolvimento do ensino e pesquisa.

Entre os produtos e serviços já consolidados, as propostas de gestão

compartilhada e o planejamento de ações futuras da CRUESP visam ao uso das

TICs para os três sistemas de bibliotecas. Entre os serviços consorciados

disponíveis, podemos destacar:

portal35 que centraliza os serviços e conteúdos digitais;

links para as bibliotecas digitais de teses e dissertações das respectivas

universidades;

34 http://probe.bvs.br

35 http://bibliotecas-cruesp.usp.br/unibibliweb

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169

links para a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) da BIREME-OPAS-OMS;

empréstimo entre bibliotecas on-line;

Eletronic Reference Library (ERL), que possibilita o acesso a mais de 30

bases de dados referenciais em diversas áreas do conhecimento, e a cuja

base de dados os usuários têm acesso simultâneo ou seletivo nas

bibliotecas, via SIBiNet/Biblioteca Virtual, bem como o acesso remoto a

estas;

disponibilização de e-books;

tutoriais de manuseio das fontes de informação;

sistema de busca que inclui buscadores acadêmicos, como o Google

Scholar e o SCIRUS; busca simultânea em catálogos bibliográficos Dedalus

(USP), Acervus (UNICAMP) e Athena (UNESP); e “Localizador de

informações”, no qual se pode refinar por tipo de material, como artigos,

periódicos, livros, teses e outros.

Este último item é interessante, pois remete à política de aquisição de

assinaturas de periódicos de forma consorciada no âmbito do CRUESP,

oferecendo à comunidade acadêmica maior quantidade de material bibliográfico

impresso e on-line, tendo como foco principal evitar a duplicação das

assinaturas.

Percebe-se que muitas conquistas obtidas por esse consórcio foram

significativas, porém ainda há um grande caminho a percorrer em direção à

agilidade dos produtos e serviços prestados à comunidade. Para isso, podemos

comparar esse consórcio com os consórcios estadunidenses, uma vez que muitos

já utilizam ferramentas que dinamizam a comunicação direta e síncrona com o

usuário. Tendo em vista os resultados positivos do consórcio CRUESP, podemos

usá-lo como referência, visto que essas ações podem servir como exemplos às

outras instituições brasileiras que pretendam trabalhar de forma compartilhada,

reunindo seus recursos como forma de oferecer produtos e serviços on-line.

Softwares utilizados para criar redes colaborativas mostram às bibliotecas que o

conceito pode ser estendido para os serviços virtuais, possibilitando a expansão

no atendimento aos usuários durante 24 horas, nos 7 dias da semana.

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170

Segundo Márdero-Arellano (2001, p. 7), em 2001, não existia no Brasil

nenhum serviço de referência virtual 24 horas, em 7 dias por semana. Já em

2007, nenhuma das bibliotecas das universidades públicas brasileiras ofereciam

outros serviços de referência digital além do uso do recurso e-mail, como ocorre

com a CRUESP. Dessa forma, experiências nacionais e internacionais na

implantação de serviços de referência virtual demonstram que, de modo geral, o

estabelecimento de consórcios ou projetos colaborativos são as melhores formas

de otimizar a prestação desse serviço.

Segundo Botari e Silva (2005), tais serviços proporcionam uma série de

benefícios, já que permitem às instituições participantes o compartilhamento de

suas habilidades e recursos específicos, a expansão do horário de funcionamento

dos serviços, bem como proveem o acesso ao conhecimento resultante das

consultas aos outros serviços de referência virtual. As bibliotecas consorciadas

passam a fazer parte de uma rede global de bibliotecários de referência, que

atuam em parceria, de forma a maximizar a oferta desse serviço aos seus

usuários, independentemente das limitações impostas pelas condições espaço-

temporais.

De acordo com Márdero-Arellano (2001, p. 11), a oferta de serviços de

referência virtual em tempo real faz parte da realidade de vários países,

principalmente dos Estados Unidos36, que criaram projetos colaborativos para

oferecer produtos ágeis e otimizados, com racionalização de custos, recursos

humanos e tecnológicos. Todas as bibliotecas participantes desses projetos têm

acesso a múltiplas fontes de informação e obtêm resultados, especialmente na

prestação de um atendimento de qualidade aos seus usuários.

Dessa forma, percebemos que aliar as tecnologias aos serviços de

referência torna-se importante para o desenvolvimento desse serviço, que pode

dar ao usuário uma série de facilidades na hora de sua busca pela informação.

Hoje, as TICs permitem aos usuários realizar suas pesquisas de sua própria casa,

com a mesma qualidade e precisão que se fossem até as unidades de

36 Ver: QuestionPoint, disponibilizado em: http://www.questionpoint.org; e Projeto VRD, disponibilizado em: http://vrd.org/AskA/index.shtml.

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171

informação. As bibliotecas virtuais e digitais só vieram a acrescentar vantagens

para os usuários, e, a cada dia, novos serviços são agregados.

As bibliotecas digitais e virtuais têm como prioridade o atendimento ao

usuário de forma imediata. Por ter a vantagem de poder compartilhar

informações com outras bibliotecas, o usuário pode ter acesso aos mais diversos

documentos digitais, desde a forma mais simples, como a referência de uma

publicação, até a mais complexa, como acesso ao documento com texto

completo.

Durante o processo de atualização e implementação de novos serviços

direcionados para um público remoto, as bibliotecas devem estabelecer um

processo contínuo de estudo de usuário e de testes de usabilidade da interface

da página virtual, para a melhor identificação das necessidades do perfil de seu

público, e detectar as dificuldades de acesso ao conteúdo do acervo,

aprimorando a interface para facilitar a autonomia do usuário na busca de

informações na biblioteca em meio virtual.

7.5.2 Outros produtos e serviços de bibliotecas digitais e virtuais para EaD

A democratização da informação e do ensino passou a formar um leitor

mais exigente, principalmente em cidades desenvolvidas industrialmente e

economicamente, segundo Mendonça (2006, p. 230), e destaca que o acesso à

educação juntamente com o desenvolvimento editorial foram importantes

contribuintes para as mudanças nas bibliotecas. Para atender a tais exigências,

as bibliotecas se viram diante do desafio de passar a informação certa, no tempo

certo e a custo vantajoso num novo paradigma social.

Diante de ferramentas como correios eletrônicos (e-mail), livros

eletrônicos (e-books) e outros elementos virtuais que proporcionam o acesso às

informações de maneira desterritorializada, ou seja, sem a necessidade de o

educador ou educando se locomoverem fisicamente até um local para acessar

determinada gama de informação. O paradigma da informação como posse

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172

transformou-se para o da informação acessível. Diante desse cenário, as

bibliotecas, para não se tornarem obsoletas, passaram a integrar serviços e

produtos aliados à tecnologia e à web, para facilitar a comunicação e a difusão

da informação de seu ambiente aos usuários. (MENDONÇA, 2006, p. 227).

Alguns serviços e produtos digitais, como: bases de dados referenciais,

transações on-line entre bibliotecas, serviços de fornecimento de cópias on-line

(comutação bibliográfica), passaram a integrar a rotina das bibliotecas híbridas e

tornaram-se parte essencial e básica de uma gama de bibliotecas digitais e

virtuais.

A mediação estratégica para a disseminação seletiva da informação (DSI)

é feita para que as necessidades informacionais dos usuários sejam atendidas

com eficácia e qualidade durante o processo educacional. Os detalhes de domínio

técnico desses ambientes devem ser minimizados para que a navegação nesses

ambientes seja dedutível, e visando à acessibilidade do conteúdo, são utilizadas

ferramentas de upload. Outras responsabilidades são da competência do

bibliotecário nesse cenário, segundo designam Scorsolini-Comim et al. (2009,

p.153), como:

Inserção de materiais para dar apoio às disciplinas correntes:

disponibilização de conteúdo por artigos e documentos em texto completo,

glossários, mecanismos de busca para a localização dos arquivos.

Desenvolvimento de layout: para disponibilizar os conteúdos principais e

as informações auxiliares de forma fácil e intuitiva, diminuindo o consumo

de tempo durante o processo de pesquisa.

Gerenciamento do ambiente virtual: nesta atividade, o bibliotecário deve

elaborar e desenvolver ferramentas adequadas e acompanhar sua

usabilidade, para que o funcionamento seja adequado e atenda aos

objetivos propostos; deve também alimentar e controlar as informações e

ferramentas disponíveis no espaço como tarefa de manutenção.

Controle de alunos e tutores: por meio do cadastro de participantes no

AVA, o bibliotecário pode controlar o acesso, administração de

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173

informações, envio e participação dos usuários nas atividades previamente

definidas no projeto.

Suporte na implementação de novas ferramentas e cursos: essa é uma

atividade complementar ao profissional da ciência da informação para

atuar na área de criação e desenvolvimento de novos cursos e

ferramentas técnicas no AVA, fundamentando sua adequação por meio dos

estudos de usabilidade e de perfil do público. Infelizmente, há poucos

estudos na área de educação a distância e da gestão de informação no

âmbito de experiências práticas desse tipo de atividade.

Participação em reuniões de sistemas: essa atividade capacita recursos do

bibliotecário e da área da ciência da informação, colocando-os numa

posição consonante e responsável dentro dos desafios do mercado de

trabalho e na formação profissional. Os desafios principais estão no

“efetivo controle de fluxo de informações no AVA, organizando-as e

disponibilizando-as de modo prático e didático, mantendo o mesmo nível

de detalhamento e acerto em todos os momentos do curso”.

O reforço dos aspectos mencionados acima é encontrado no estudo feito

por Dziekaniak et al. (2006, p.173), na avaliação de web sites de bibliotecas

virtuais universitárias, sob o foco da visão dos usuários, sobre o que os autores

dizem:

[...] de nada adianta oferecer, no website, serviços que acabarão caindo

no descrédito, quer por falta de pessoal para gerenciá-los, quer por falta de interesse ou de sensibilização do grupo quanto à importância destes para o usuário, pois esse usuário esperará um retorno para suas

questões, da maneira mais rápida possível, uma vez que, teoricamente, na biblioteca virtual não há filas para resolução de dúvidas, para acesso

ao material ou para consulta à base de dados. (DZIEKANIAK, 2006,

p.173).

A importância da mediação humana e da intermediação entre usuários

(educadores e educandos) e bibliotecários, assim como a comunicação entre as

áreas envolvidas no processo educacional a distância para as atualizações entre

o AVA e a biblioteca, são reforçadas, pois de nada adianta oferecer uma gama

extensa de produtos e serviços, se o objetivo proposto não está sendo

Page 177: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

174

alcançado. O Quadro 13 a seguir demonstra os aspectos fundamentais

considerados pelos autores durante a pesquisa de avaliação dos produtos e

serviços oferecidos nos web sites das bibliotecas:

Quadro 13 – Compilação de serviços e ferramentas utilizadas em web sites de bibliotecas

Função Objetivo Itens

Referencial Ampliar o acesso para além do acervo da unidade de informação, fornecendo links

para outras fontes.

Links sites de outras bibliotecas Links periódicos eletrônicos Links material de referência Links sites instituição

Links mecanismos de busca Acesso a bases de dados

Pesquisa Tornar disponíveis todos os serviços e

produtos da biblioteca.

Catálogo da biblioteca on-line Listas assinaturas de periódicos

Serviço de empréstimo (reserva, renovação on-line) Serviço de referência on-line

Comunicação Visar à interatividade por meio de mecanismos para estabelecer relacionamentos.

Formulários cadastro usuário Coleta de opiniões e satisfação

Coleta de sugestões e críticas Pesquisa de opinião sobre o site Sugestão de aquisições

Link para contato com a biblioteca

Informacional Prover informação sobre a unidade de informação.

Nome da biblioteca e mantenedora Setores da biblioteca e sua equipe Notícias e novidades sobre a

biblioteca Eventos realizados na biblioteca Missão da biblioteca E-mail e telefone geral e por setor

Endereço físico Horário de funcionamento Normas e regulamentos

Informações sobre instalações físicas Estatísticas, fotos e imagens da

biblioteca Relação de produtos e serviços fornecidos

Promocional Utilizar potencial da internet para promover a unidade de informação.

Selo com logotipo instituição e biblioteca

Janelas pop-up com informações sobre a biblioteca Banner da biblioteca

Webcasting e animações Hot site

Instrucional

Fornecer instruções de uso dos recursos

informacionais e serviços prestados tradicionalmente (na sede) e on-line.

FAQs (perguntas frequentes) Tutoriais de uso dos serviços e produtos disponíveis no site

Tutoriais de uso dos serviços e produtos oferecidos pela biblioteca Mapa do site

Instruções de uso do site

Fonte: Adaptação de Dziekaniak (2006, p.174).

Page 178: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

175

Apesar de o estudo ter sido feito acerca de bibliotecas universitárias

híbridas, podemos considerar relevantes os seus serviços e ferramentas na

aplicação de bibliotecas digitais e virtuais, conforme o estudo dos autores

Scorsolini-Comim et al. (2009), pois a diferença estará na constante mediação

humana em meio digital/virtual e no reforço da atenção para a usabilidade e

funcionalidade dessas ferramentas e serviços direcionados à educação remota e

aos seus usuários. Nos dois estudos, observou-se a relevância da interatividade

humana nos web sites oferecidos pelas bibliotecas e na interface que oferecesse

autonomia ao usuário na busca de informações. Sem a intermediação, a

capacitação e a manutenção descritas anteriormente, as dificuldades aparecerão

como barreiras no fluxo informacional.

De fato, essas novas demandas do mercado de trabalho colocam a área

acadêmica da Biblioteconomia e Ciência da Informação em reflexão, pois, diante

de um novo modelo de ensino e aprendizagem, como promover uma formação

adequada e abrangente acerca da prática profissional? O gestor da informação, o

bibliotecário ou qualquer outra nomenclatura dada ao profissional dessa área

está diante de uma atualização necessária de competências técnicas (incluindo

os elementos da tecnologia) e informacionais (incluindo elementos educacionais

e didáticos) na formação e na profissão. Eis que nos deparamos com a

importância da comunicação entre as áreas para ajudar nesse processo de

transição social e da profissão, nos deparamos com o valor que a

interdisciplinaridade pode proporcionar: a conversa e a troca de informações

entre as áreas da educação, da Computação e da Ciência da Informação sem que

uma atropele as competências básicas da outra.

É indiscutível que, após esse panorama dado pelas habilidades das

bibliotecas digitais e virtuais no âmbito da EaD, o profissional da informação

necessite obter competências em tecnologias da informação para responder aos

desafios dados pelas transformações sociais, diante da complexidade e

diversidade de acesso e uso da informação encontrada em suportes de naturezas

diversas. (BELUZZO, 2006, p. 30).

Vimos que, com a popularização da internet, inúmeras barreiras foram

vencidas, no que se diz "acesso à informação", mas não podemos esquecer a

Page 179: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

176

questão da exclusão digital e do analfabetismo funcional. Não é foco deste

trabalho este tema, portanto não nos aprofundaremos na questão; no entanto,

não podemos deixar de citá-lo, pois ele faz parte da realidade não só brasileira,

como mundial. Essa é uma questão que deve ser levada em consideração,

quando pensamos em acesso à informação remotamente e quando pensamos em

processos de ensino/aprendizagem a distância. Beluzzo (2006, p. 36) destaca a

importância do valor que a atuação das bibliotecas digitais e virtuais deve

agregar no processo de formação dos clientes/usuários para o desenvolvimento

da autonomia virtual. No quadro 14, a seguir, a autora demonstra uma relação

entre as habilidades básicas de informação de bibliotecas tradicionais e as

habilidades de informação que as bibliotecas virtuais devem ter.

Quadro 14 - Habilidades de informação em bibliotecas tradicionais e virtuais/digitais

Habilidades básicas de informação em

bibliotecas tradicionais

Habilidades básicas de informação em

bibliotecas virtuais/digitais

- Formulação e análise de necessidades

- A necessidade de informação precisa ser

especificada de forma a ajustar-se à linguagem

de máquina, por exemplo, em uma cadeia de

busca em bases de dados.

- As perguntas deverão ser mais precisas para

limitar a recuperação da informação e o seu

excesso.

- Identificação de possíveis fontes

- Requer um conhecimento das funções dos

diferentes sistemas de TI que serão utilizados,

como utilizá-los e como o uso dos diferentes

sistemas afetará a qualidade da informação.

- Internet: as prováveis fontes podem não ser

conhecidas até que se inicie a pesquisa, de

modo que poderão ser identificadas no decorrer

da mesma.

Page 180: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

177

- Identificação de possíveis fontes

- As habilidades de consulta são necessárias em

relação às TIs, para assegurar-se de que os

achados fortuitos e a criatividade da consulta

bibliotecária não se percam diante de uma

busca cada vez mais concentrada. As

estratégias de busca incluem desde as mais

gerais, "surfar" pela internet, e versões

eletrônicas de consulta, como os sumários de

revistas on-line.

- Localização de fontes individuais

- Requer o conhecimento de como acessar

diversos tipos de fontes e sistemas e onde

encontrá-los, como sites, sistemas de

protocolos de acesso a redes locais em CD-

ROM.

- A localização de recursos na própria coleção

requer destrezas de busca e de codificação de

palavras-chave para as bases de dados

bibliográficas.

- Exame, seleção e filtragem de fontes

- A especificação de necessidades latentes deve

ser precisa e em uma linguagem

compreensível.

- As habilidades complexas de busca são

necessárias para associar os registros

recuperados à sua necessidade, podendo-se

precisar inclusive do conhecimento de lógica

booleana.

- O refinamento da busca requer uma

habilidade de especificações ou ampliação de

conceitos.

- Requer o domínio das peculiaridades das

buscas em bases de dados e dos protocolos de

comunicação.

- Requer maior necessidade de habilidades para

filtrar a informação, isso se converte em um

processo em duas etapas: 1. Exame dos

Page 181: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

178

resultados das buscas, seleção e descarte; 2.

Repetir esse processo com as fontes primárias

obtidas.

- A avaliação dos resultados se converte em

uma questão primordial, isso porque sempre

haverá um resultado que precisa ser avaliado.

- Interação às fontes

- Habilidades de navegação pela internet.

- Habilidades de leitura de hipertextos. Seleção

de links a seguir. Voltar sobre os passos e

decidir quando concluir.

- Recuperar registros de busca, podendo ser

necessária uma valoração sobre a utilidade da

fonte a partir da informação textual limitada,

por exemplo, títulos e resumos em lugar dos

textos completos.

- Registro e armazenamento da informação

- Habilidades para salvar e imprimir os

registros. Traduzir interfaces entre os sistemas,

como a transferência de uma referência de um

sistema de busca para uma base de dados

bibliográfica.

- Construção e manutenção de arquivos

pessoais informatizados.

- Interpretação, análise, síntese e avaliação da

informação obtida

- Emitir juízos de qualidade em relação à

informação obtida, de forma reflexiva e crítica,

inclusive com a divulgação de pareceres e

resenhas on-line.

- Apresentação e comunicação do trabalho

resultante

- Utilização da comunicação eletrônica para a

divulgação, o que requer o conhecimento de

protocolos de transferências, codificação e

decodificação de anexos e convenções para a

inserção de listas, fóruns e do uso do e-mail.

Page 182: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

179

- Avaliação dos resultados obtidos

- Uso da comunicação eletrônica para obter

resposta da comunidade de forma ampla, por

exemplo, os fóruns e debates.

Fonte: Adaptação de Beluzzo (2006, p. 36).

Este quadro prova o quão é fundamental uma alfabetização digital do

profissional da informação, para que possa lidar com a mediação remota e com o

acesso às informações no mundo virtual de maneira eficiente. Pensando nesse

aspecto, podemos relacionar a importância da alfabetização digital dos tutores e

aprendizes de EaD para o sucesso do processo de ensino/aprendizagem a

distância, pois a relação com a máquina e as ferramentas disponíveis por

computador exigem um conhecimento tecnológico prévio do educador e

educando.

7.5.3 Ferramentas da web 2.0 aplicadas em bibliotecas digitais e virtuais e na

EaD

Neste subcapítulo, finalizaremos o trabalho e deixaremos uma abertura

para que estudantes, pesquisadores, professores, profissionais da Ciência da

Informação, Educação e Tecnologia que tiverem interesse, venham se

aprofundar e contribuir para literatura científica sobre o tema. Falaremos em web

2.0 e daremos alguns exemplos de suas ferramentas e de uso delas, para

inserção e/ou divulgação de serviços e produtos de bibliotecas e aplicação na

EaD.

Primo (2007, p. 2) define a web 2.0 como a segunda geração de serviços

on-line, combinando técnicas informáticas (linguagens e serviços da web) com

processos de comunicação e estratégias mercadológicas mediadas por um

computador, dinamizando as formas de publicação, organização de informações

e compartilhamento, além de expandir os espaços para a interação entre os

participantes. O autor diz que a web 2.0 trouxe uma importância social relevante

com o seu surgimento, pois o modelo favorece o processo de trabalho coletivo,

Page 183: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

180

produção e circulação de informações e, consequentemente, a construção social

de conhecimento apoiada pela informática.

O’Reilly (apud PRIMO, 2007, p. 3) diz que o princípio essencial da web 2.0

é o princípio colaborativo, pois quanto mais pessoas usarem os seus serviços,

melhores eles se tornam.

Alguns exemplos de ferramentas da web 2.0 citadas por Primo (2007, p.

3) evidenciam a característica interativa e participativa mencionada por O'Reilly,

são elas:

Flickr37. Álbum virtual de fotos que possibilita ao usuário publicar e

organizar suas imagens por meio de associações livres e permite busca

por palavras-chave em todo o sistema.

Del.icio.us38. Sistema de organização de informações de sites, que permite

o uso de indexação livre, compartilhamento e busca por palavras-chave

em todo o sistema.

Wikipedia39. Enciclopédia eletrônica, escrita colaborativamente.

Blog40. Ferramenta de publicação individual ou coletiva de informações.

Permite a criação temática sobre o assunto escolhido pelo publicador,

possui ferramentas para disponibilização de imagens, vídeos, links

relacionados, comentários dos leitores com moderação etc.

Twitter41. Ferramenta de publicação de informações com caráter breve e

noticioso, gratuito, ideal para anunciar novidades, eventos, dicas úteis,

comunicação viral, de rápido e longo alcance, permite contato direto com

leitores e possibilita e exige interação rápida.

37 http://www.flickr.com

38 http://del.icio.us

39 http://www.wikipedia.org

40 http://www.blogger.com

41 http://www.twitter.com

Page 184: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

181

Youtube42. Ferramenta de publicação e compartilhamento de vídeos on-

line. Possibilita o compartilhamento gratuito de videoaulas, apresentações

etc.

Slideshare43. Ferramenta de publicação e compartilhamento de

apresentações de slides ou publicações em formato.

RSS Feeds44. São agregadores de conteúdo, contêm apenas os cabeçalhos,

descrições e links (sem inclusão de elementos de design). Usados

principalmente em sites de notícias e blogs. Essa ferramenta possibilita

que o utilizador se mantenha informado a cada atualização de conteúdo do

site ou do blog de interesse.

Facebook45. Rede social on-line que permite a criação de comunidades

virtuais, fóruns de discussão, compartilhamento de informações, busca em

todo o sistema por palavras-chave sobre eventos, pessoas, publicações de

interesse, visibilidade virtual das bibliotecas e cursos; permite o uso de

outras aplicações (vídeos, fotos) etc.

Estes foram alguns dos exemplos encontrados de ferramentas da web 2.0,

aplicadas em bibliotecas digitais e virtuais e em ambientes de aprendizagem

virtuais. Pelo fato de os AVAs não serem abertos, a identificação do uso de

ferramentas nos cursos a distância fica mais difícil de localizar.

Como vimos no capítulo 6 e no decorrer deste capítulo, tanto os ambientes

virtuais de aprendizagem, quanto as bibliotecas digitais e virtuais, proporcionam,

por meio das TICs para os seus usuários, um ambiente propício para a troca de

informações, pesquisa, desenvolvimento do saber em geral, desafiando os limites

de tempo e espaço. Em ambos os casos – na Educação e na Ciência da

Informação –, há um favorável campo para desenvolvimento e aprofundamento

de iniciativas envolvendo as TICs e elementos que a web oferece (texto, som,

42 http://www.youtube.com

43 http://www.slideshare.net

44 Diretório de fontes RSS: http://www.rssfeeds.com.br

45 http://www.facebook.com

Page 185: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

182

imagem), proporcionando uma comunicação interativa e trabalhos cada vez mais

cooperativos.

Page 186: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

Capítulo 8

Page 187: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

184

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A EaD, reconfigurada com a inserção das TICs, surge como uma

importante alternativa de formação e capacitação profissional na atualidade,

sobretudo quando abrange o uso de computadores, internet e web, como forma

efetivar ou apoiar as atividades pedagógicas, promovendo novos meios de

comunicação e interação entre os elementos envolvidos no processo

(professores, alunos e outros), algo que não é possível nos convencionais

modelos de EaD. O que destaca a EaD on-line dos demais modelos existentes,

além da possibilidade de interação, é a motivação dada à colaboração e

cooperação entre utilizadores, proporcionada especialmente pelo uso de

ferramentas síncronas, rompendo com as barreiras de tempo e espaço,

oferecendo maior mobilidade e autonomia de estudo.

Ao pensar em desenvolvimento e manutenção de bibliotecas para atender

a demanda informacional dos utilizadores da EaD on-line, consideramos

primordial a busca de soluções com caráter similar, quando se deve propiciar

acesso à informação em formato digital através da rede de computadores.

A EaD on-line emerge como um novo campo para atuação do profissional

bibliotecário, pois, independentemente da forma como se estabelece o processo

de ensino e aprendizagem, as bibliotecas são fatores imprescindíveis para o

processo educacional.

Como forma de atender o público remoto da EaD, as bibliotecas digitais e

virtuais surgem como elementos essenciais para essa modalidade educacional,

atendendo às demandas informacionais desse tipo de usuário, que busca

recursos e fontes informacionais on-line e de qualidade. Essas bibliotecas,

quando bem estruturadas, podem oferecer recursos, produtos e serviços

remotamente, com eficácia e qualidade. Esse fato é importante, já que salienta

uma característica significativa para a EaD de hoje: a autonomia; com isso, o

usuário não necessita recorrer e nem se deslocar constantemente às bibliotecas

dos polos de apoio.

Page 188: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

185

Uma vez que propomos as bibliotecas digitais e virtuais como apoio à EaD,

foi preciso diferenciá-las dos repositórios de objetos de aprendizagem, pois as

bibliotecas têm como diferencial a mediação humana. Assim, a utilização dessas

bibliotecas expande os horizontes do ensino, da aprendizagem e da pesquisa,

transcendem os conceitos tradicionais de simples depósitos de livros e se tornam

um ambiente propício para realização de pesquisas variadas, com serviços e

produtos amplamente oferecidos a qualquer hora, para usuários de lugares

distintos do mundo. Por isso, e como forma de reconhecer a EaD como um

objeto de estudo, percorremos suas abordagens teóricas, observando suas

características essenciais, fundamentando o entendimento de uma forma mais

abrangente, sobretudo para a utilização de determinadas ferramentas como os

AVAs.

Ao conhecer alguns aspectos da EaD, consideramos que é importante

identificar e mapear os fluxos informacionais e comunicacionais existentes nessa

modalidade, pois eles são oriundos de todas as relações interacionais

estabelecidas entre: pessoas X pessoas, pessoas X meios de aprendizagem,

durante o processo de educacional. Diante disso, é possível estabelecer o

conjunto de estratégias que designará quais recursos, produtos e serviços as

bibliotecas digitais e virtuais podem oferecer, de forma a suprir as necessidades

informacionais desses usuários, atendendo diversificadamente suas diferentes

categorias (alunos, professores, tutores, mediadores, e outros); esse fato se

torna mais relevante, quando se sugerem projetos que envolvam a inserção de

bibliotecas digitais e virtuais diretamente nos AVAs.

Dessa maneira, compreendemos a importância de a equipe profissional

dessas bibliotecas perceberem e se anteciparem diante das necessidades

informacionais dos usuários, visto que o fator “remoto”, ao mesmo tempo em

que potencializa e difunde os produtos e serviços das bibliotecas e conforma

outras formas de relacionamento com os usuários, também pode dificultar o

monitoramento das necessidades informacionais deles. Por isso, consideramos

essenciais os constantes testes de usabilidade nos web sites das bibliotecas

digitais e virtuais e estudos de usuários, para a melhor identificação do perfil do

público-alvo e suas necessidades, que também serve para detectar as

dificuldades de acesso aos conteúdos do acervo e aprimorar a interface como

Page 189: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

186

maneira de facilitar a autonomia do usuário em suas buscas por informações em

meio virtual.

Diante dos produtos e serviços oferecidos por bibliotecas digitais e virtuais,

ressaltamos o serviço de referência virtual (SRV), pois sua oferta faz parte da

atual demanda da sociedade na busca por recursos que viabilizem acesso à

informação de forma a permitir a visão da biblioteca como um recurso virtual não

limitado por tempo e espaço. Com isso, percebemos que a coligação dos serviços

de referência às TICs torna-se importante e pode gerar uma série de subsídios

aos usuários na sua busca por fontes de informação on-line e fidedignas.

Outro ponto importante que observamos é que não se devem limitar os

serviços ao meio virtual, dando a opção aos usuários dessas bibliotecas de um

atendimento assíncrono por meio de e-mails, formulários, ferramentas de Web

2.0 e outros, assim como ocorre em cursos de EaD. Contudo, o atendimento

síncrono possibilitado por diversas ferramentas, como chat, telefone,

televideoconferências, e outros, surge como forma de assistência aos usuários

em tempo real, possibilitando uma efetivação dos serviços e maior interpretação

das questões dos usuários.

Os indivíduos que buscam por informação, assim como ocorre na

biblioteca tradicional, possuem comportamentos diferenciados e apresentarão

diferentes questões sucedidas das suas necessidades, sejam elas referentes aos

aspectos do ensino e aprendizagem ou referentes às pesquisas. Isso demonstra

que a atuação profissional de ambas as partes (EaD on-line e bibliotecas digitais

e virtuais), sobretudo na mediação, deve ser esforçada, uma vez que os serviços

transpostos para o meio virtual são potencializados. Por esse fato, a estrutura

dos serviços oferecidos no SRV deve ser planejado e coordenado eficazmente.

Também consideramos importante a intermediação entre as partes

(educadores, bibliotecários e demais profissionais) e reforçamos a necessidade

de haver comunicação entre as áreas envolvidas no processo educacional a

distância, para que os objetivos propostos por ambas as partes sejam

alcançados.

O estabelecimento de consórcios entre bibliotecas é outro fato relevante

por nós destacado, pois, constituindo uma rede, as bibliotecas se unem e

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187

aumentam a disponibilização de serviços e recursos informacionais ofertados aos

usuários, sendo possível, inclusive, como verificado nos Estados Unidos, o

atendimento ao usuário em 24 horas pelos 7 dias da semana (esse tipo de

iniciativa não foi identificado no Brasil). Experiências nacionais e internacionais

na implantação de SRV mostram que, de modo geral, o estabelecimento de

consórcios e projetos colaborativos são as melhores formas de otimizar a

prestação desse serviço.

Dentre os exemplos brasileiros, mediante os consórcios que visam o

oferecimento de recursos on-line, temos a CRUESP/Bibliotecas e o Programa

ProBE – mais voltados à cooperação de fontes informacionais e à política de

aquisição de assinaturas de periódicos de forma consorciada. Essas iniciativas

são importantes e servem de referência, visto que essas ações podem servir

como exemplos às outras instituições brasileiras. Entretanto, ressaltamos que é

imprescindível o estabelecimento de consórcios com bibliotecas tradicionais com

acervo físico, pois, mesmo o curso sendo on-line, não significa que suas aulas

serão totalmente a distância; foi, também, observado que o modelo de EaD

comumente utilizado no Brasil é o semipresencial. Além desse aspecto, outros

fatores contribuem e estão envolvidos, como:

a habilidade com manuseio e interação com uso das TICs, uma vez que

a realização do curso pode exigir menos esforço perante o uso das

tecnologias do que a realização de pesquisas nas bibliotecas digitais e

virtuais;

a resistência ao documento digital.

Diante de tudo o que foi abordado no trabalho, concluímos que as

bibliotecas virtuais e digitais que desejam atender às reais necessidades de seus

usuários – principalmente àqueles que estão inseridos no processo educacional a

distância – devem buscar ferramentas eficazes de comunicação e uma equipe

capacitada para o manuseio e gestão de mídias eletrônicas, que busquem

constantes atualizações mediante suas capacitações. Essas bibliotecas garantem

a expertise das técnicas bibliotecárias para o armazenamento e recuperação de

todas as informações e materiais produzidos no âmbito dos cursos de EaD e

Page 191: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

188

podem prover informação aos usuários a qualquer hora, em qualquer lugar,

colaborando, assim, com o processo educacional.

Surge como desafio para as bibliotecas digitais e virtuais a escolha, diante

do conjunto de ferramentas tecnológicas disponíveis, daquelas que melhor

possibilitem o desenvolvimento de instrumentos para o tratamento e

disseminação da informação ou, até, dos objetos de aprendizagem, para que

correspondam às exigências requeridas no atual contexto da EaD on-line.

A seguir, apresentamos alguns pontos relevantes para o avanço de pesquisas

do tema analisado neste estudo, que envolve assuntos por nós relacionados

(bibliotecas digitais e virtuais para a EaD):

Uso de ferramentas web 2.0 pela EaD e por bibliotecas digitais e

virtuais

Este tópico foi discutido nesta pesquisa, porém não abordado

desenvolvidamente. Percebemos que há diversos trabalhos abordando o assunto

sobre inserção de ferramentas em ambas as áreas (EaD e bibliotecas), porém,

isoladamente. Sugerimos que futuras pesquisas discutam a viabilidade de

integração como forma de aliar os processos das diferentes áreas.

EaD e bibliotecas no Second life

O ambiente virtual Second Life46 é visto como uma forma disponibilizar

acesso livre ao conhecimento e a processos de EaD. Muitos trabalhos afirmam

que a criação de bibliotecas virtuais no Second Life pode simplificar o acesso dos

usuários às informações do mundo inteiro, aproximar bibliotecários dos

consumidores finais, automatizar e agilizar o atendimento e customizar os

serviços prestados. Para a EaD, encontram-se salas de aula virtuais onde

cidadãos podem assistir a aulas virtuais com um professor virtual. Tanto o

usuário quanto o professor estão, na verdade, em suas casas, mas a simulação

da aula no mundo virtual pode reproduzir a situação de uma sala de aula real,

46 http://secondlife.com

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189

com cadeiras, púlpitos e telas de projeção. Nas bibliotecas, a mesma situação

acontece, conforme podemos verificar na Figura 13.

Figura 13 – Biblioteca no Second Life47 Fonte: Berbe (2008).

Os usuários podem visualizar e conversar com os bibliotecários, embora

tudo não passe de uma cena virtual. No entanto, a utilização deste recurso –

como todos os outros – requer um domínio do usuário com a tecnologia em

questão. Recomendamos pesquisas que mapeiem bibliotecas existentes no

Second Life, produtos e serviços oferecidos ou como funcionam os processos de

mediação profissional, como são formados os acervos e como é feita a gestão

das bibliotecas com uso deste recurso.

Serviços personalizados

São serviços caracterizados como os próximos passos da Web 2.0, visto

que são vertentes pouco utilizadas e com muitos projetos em andamento. Dessa

forma, esses serviços e produtos pretendem melhorar o atendimento aos

47 Não foi possível identificar a biblioteca desta figura.

Page 193: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

190

usuários junto à agilidade de recursos eletrônicos, facilitando o acesso,

gerenciamento, compartilhamento e disseminações de informações e outros

conteúdos em formato digital. Um exemplo é o clipping eletrônico, considerado

como um serviço de disseminação seletiva da informação (DSI); ele é um serviço

personalizado de pesquisa e seleção de notícias e informações on-line. Indicamos

pesquisas que mapeiem, nos ambientes para EaD, espaços onde possam ser

inseridas as notícias sobre o objeto estudado.

Aplicações de inteligência artificial (IA): forma de integrar AVAs e

bibliotecas

Aqui, abrem-se opções para pesquisas diante das futuras questões de

arquitetura de ambientes de aprendizagem que podem ser auxiliadas pela

inteligência artificial, aliando as áreas de Ciência da Computação, Educação e

Ciência da Informação.

Auxiliados por agentes computacionais inteligentes, podem-se usar

técnicas de inteligência artificial para tornar tanto os sistemas de ensino quanto

os sistemas de bibliotecas mais flexíveis e adaptados aos utilizadores. Assim,

podem-se estabelecer meios que auxiliem tanto os alunos, quanto os

mediadores, para agilizar e inserir os serviços e produtos oferecidos nas

bibliotecas digitais e virtuais em ambientes de aprendizagem.

É possível utilizá-los para o auxílio e monitoramento de alunos-usuários,

provendo informações ao professor, aos alunos, sistematizando problemas de

maneira que os auxiliem a encontrar soluções. Esses modelos são construídos

conforme observações das ações dos usuários, de maneira a identificar as

habilidades e deficiências dos aprendizes. Com isso, o agente é capaz de

“aprender” e indicar ao aprendiz como ele pode se expandir, acessando e

modificando esse modelo.

Outra função que pode ser desempenhada é no prenúncio de

comportamentos dos usuários, permitindo determinar ações a serem executadas

para auxiliá-los em processos de busca. Também podem ser utilizados para

estabelecer a integração social entre aprendizes, pois o agente pode investigar a

Page 194: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

191

existência de outro aprendiz que tenha conhecimentos sobre determinado

assunto e “ajustar” a cooperação entre eles.

Diante do que foi exposto, advertimos para o desenvolvimento de

pesquisas que envolvam estes aspectos, sobre os quais existem alguns trabalhos

que envolvem a IA para ambientes de EaD e poucos que falam de aplicações em

bibliotecas. Porém, os que existem reportam para a integração de ambientes de

aprendizagem e bibliotecas, uma vez que os agentes podem identificar o

conteúdo que está sendo estudado e disponibilizar aos aprendizes e outros

agentes do processo educativo o que há sobre tal assunto em repositórios e nas

bibliotecas integradas, ou mesmo auxiliar os utilizadores nas buscas por

informações, propiciando acesso a informações e experiências externas à

organização de ensino.

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Referências

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193

REFERÊNCIAS

ABED. Associação Brasileira de Educação a Distância. Portal. Disponível em:

<http://www2.abed.org.br/>. Acesso em: 12 ago. 2009.

ALMANAQUE DA COMUNICAÇÃO. Site. Disponível em:

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WIKIPEDIA. Software livre. Disponível em:

<http://pt.wikipedia.org/wiki/Software_livre>. Acesso em: 2 dez. 2009.

WIKIPEDIA. URL. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/URL>. Acesso em: 2 dez. 2009.

WIKIPEDIA. Web 2.0. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Web_2.0>.

Acesso em: 2 dez. 2009.

Page 214: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

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WIKIPEDIA. Wiki. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Wiki>. Acesso em: 2 dez. 2009.

Page 215: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

Glossário

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213

GLOSSÁRIO

Ambientes Digitais de Aprendizagem; Ambientes Virtuais de

Aprendizado; Ambientes Hipermidiáticos de Aprendizagem (ADA; AVA;

AHA) - Ambientes Virtuais de Aprendizagem são softwares que auxiliam na

montagem de cursos acessíveis pela Internet, gerenciamento de conteúdos e

administração do curso. Permite acompanhar constantemente o progresso dos

estudantes e como ferramenta para EAD, são utilizados para complementar aulas

presenciais.

Aplicativo - Programa de computador que desempenha finalidades específicas,

tais como processar textos, organizar e relacionar dados em forma de planilha,

compactar arquivos, simular “mundos” virtuais com os quais os usuários

interagem (por exemplo, simuladores de vôo, jogos), gravar, organizar e

reproduzir sons etc.

Arquivos abertos (Open archives) - 1. Documento eletrônico e digital

disponível para acesso gratuito em texto completo da web. 2. Repositório

institucional ou banco de dados digital, acessível na web, que é compatível com a

Open Archives Initiative Protocol for Metadata Harvesting (OAI-PMH).

Biblioteca 2.0 - Um sistema capaz de filtrar e disseminar metadados publicados

na web, fazendo uso de aplicações da web 2.0 que possibilitem processar e

integrar adequadamente os conteúdos oriundos de mais de uma fonte, de uma

só interface.

Blog - Página da internet que contém textos curtos, organizados segundo a

ordem cronológica e atualizados constantemente.

Ciberespaço - Espaço-tempo eletrônico criado pelas redes de comunicação e

computadores multimídia.

Dublin Core - Padrão de metadados voltado para a descrição e descoberta de

recursos na internet. Possui um vocabulário controlado padronizado

correspondente a 15 elementos de dados, que servem para descrever recursos

web, como páginas HTML.

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214

Formato de arquivo - São classificados e padronizados de acordo com regras

descritas formalmente, para que leitura de bits que formam o arquivo digital seja

possível: 1) arquivos abertos - quando as especificações são de conhecimento

público. Ex.: XML, HTML, TXT; 2) arquivos fechados - quando as especificações

não são divulgadas pelos proprietários. Ex.: DOC e PPT; 3) arquivos proprietários

- quando uma organização é detentora dos direitos sobre o formato. Aqui se

encaixa formatos produzidos por órgãos de normalização. Ex.: PDF e DOC.

Free Software Foundation (FSF, Fundação para o Software Livre) - é uma

organização sem fins lucrativos, que se dedica à eliminação de restrições sobre a

cópia, redistribuição, entendimento e modificação de programas de

computadores – bandeiras do movimento do software livre, em essência. Faz

isso promovendo o desenvolvimento e o uso de software livre em todas as áreas

da computação.

Hiperlink - Documento em hipermídia, ponto de referencia, normalmente

indicado por palavras destacadas em cores distintas ao resto do texto ou

sublinhadas, que possibilita fazer ligações de informações.

Hipermídia - A hipermídia é uma linguagem estruturada da mistura entre

diferentes linguagens, diferentes possibilidades de percepção e apreensão do

mundo. Uma mistura possível a partir da convergência dos meios, do suporte

multimídia, mas, essencialmente, da relação entre a obra e o leitor/usuário. Por

este motivo, é possível afirmar que dada obra hipermidiática está em constante

processo evolutivo (não é e nem poder ser uma obra acabada) e os dois

elementos mais importantes na caracterização de sua linguagem são o link e o

conteúdo. A diferença de um sistema multimídia para o hipermídia é que o

primeiro é capaz de manipular ao menos um tipo de mídia discreta e um tipo de

mídia contínua na forma digital de maneira sincronizada. Já o sistema hipermídia

trata-se de um sistema multimídia capaz de tratar eventos causados pela

interação com o usuário e reagir a esses eventos. A estrutura que caracteriza os

sistemas de hipermídia é não-linear, o que proporciona um alto nível de

interatividade.

Hipertexto - O termo hipertexto designa um trecho com conexões múltiplas

interligadas. Um documento digital é composto por diferentes blocos de

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215

informações interconectadas. Essas informações são amarradas por meio de

elos associativos, os links. Funcionalmente, um hipertexto é um tipo de

programa para a organização de dados, informação e conhecimentos, e,

sobretudo para se fazer conexões. Através dessas estruturas interativas, o leitor

percorre a trama textual de uma forma única, pessoal. O hipertexto

informatizado é uma rede de textos superpostos que permite ao usuário passar

de um ponto a outro sem interromper o fluxo comunicativo. A expressão de uma

idéia ou de uma reflexão pode incluir uma rede multidimensional de indicadores

com precisões e argumentos complementares.

HTML (Hypertext Markup Language) - formato de arquivo não proprietário

que se utiliza de linguagem de marcação de hipertexto. É a linguagem padrão

usada para escrever páginas de documentos para web. Possibilita preparar

documentos com gráficos e links, para visualização em sistemas compatíveis com

a web.

HTTP (Hypertext Transfer Protocol) - Protocolo de transferência de

hipertexto. Conjunto de regras para intercâmbio de informações (texto, imagens,

som, vídeo, e outros arquivos multimídia) na WWW. É um protocolo de aplicação.

Inteligência artificial - A Inteligência Artificial (IA) é uma área de pesquisa da

ciência da computação dedicada a buscar métodos ou dispositivos

computacionais que possuam ou simulem a capacidade humana de resolver

problemas, pensar ou, de forma ampla, ser inteligente.

Internet - Sistema mundial de redes de computadores – uma rede de redes –

que pode ser utilizado por qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo, onde

haja ponto de acesso, e que oferece um amplo leque de serviços básicos, tais

como correio eletrônico, acesso livre ou autorizado a informações em diversos

formatos digitais, transferência de arquivos. Os protocolos básicos para o

transporte dos dados são do TCP/IP.

IP (Internet Protocol) - Protocolo de Internet. Protocolo responsável pelo

roteamento de pacotes entre dois sistemas que utilizam a família de protocolos

TCP/IP usada na Internet. Protocolo básico da Internet.

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216

Link - Elo ou apontador para outros documentos e/ou partes do documento, em

hipertexto.

Mashup - é um website ou uma aplicação web que usa conteúdo de mais de

uma fonte para criar um novo serviço completo.

Metadados - Dados a respeito de outros dados, ou seja, qualquer dado usado

para auxiliar na identificação, descrição e localização de informações. Trata-se,

em outras palavras, de dados estruturados que descrevem as características de

um recurso de informação.

Modem - Dispositivo que permite que um computador transmita e receba dados

através de um meio de comunicação analógico, como linhas telefônicas.

Acrônimo de modulador-demodulador.

Multimídia - São todos os programas e sistemas em que a comunicação se dá

através de múltiplos meios de representação da informação (como som, imagem,

entre outros). A multimídia requer o computador como meio de apresentação

devido às seguintes características: acesso não-linear, interatividade e

integração com programas aplicativos. Como exemplo, temos a World Wide Web,

onde elementos textuais e audiovisuais estão mais avançados. No entanto, para

compreender este conceito não devemos nos limitar apenas na idéia de reunião

de diferentes linguagens em um mesmo suporte, uma vez que isso já ocorre na

atualidade sem, necessariamente, se tratar de multimídia: como exemplo, temos

o jornal impresso, onde o texto vem acompanhado de fotografias, ou a televisão

ou o cinema, onde se é possível ter ao mesmo tempo texto, som e imagem. O

grande diferencial das tecnologias multimidiáticas está na participação ativa do

usuário e na capacidade de manipulação do conteúdo da informação. Quando se

trata de multimídia, a interatividade é o elemento–chave.

Multiverso: é um termo usado para descrever a um hipotético grupo de todos

os universos possíveis. Um multiverso é um conjunto de muitos universos.

Existem muitos usos específicos do conceito, bem como sistemas nos quais é

proposto que exista um multiverso. Multiverso (ciência): a consequência de

algumas teorias científicas as quais resultaram em conclusões que exigiam mais

do que um universo.

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217

Pólos de EaD – Além do ambiente virtual, muitos cursos também se utilizam

dos pólos presenciais para oferecer apoio pedagógico, acompanhamento e

avaliação de alunos. Estes pólos geralmente estão instalados nos campi das

instituições parceiras e em espaços físicos especialmente cedidos para esse fim.

Os pólos devem atender os requisitos de infraestrutura e oferecer salas e

equipamentos para atividades pedagógicas, laboratórios e bibliotecas.

Protocolo - Conjunto de regras que formam uma linguagem utilizada pelos

computadores para intercomunicação.

Repositório web - Lugar digital onde objetos são armazenados por um período

de tempo e podem ser consultados caso sejam solicitados pelos usuários

atendendo suas necessidades de informação.

Rizoma/Rizomático – Os franceses Gilles Deleuze e Felix Guattari foram os

autores proponentes sobre "A Metáfora do Rizoma" para entendermos a

contemporaneidade. Eles descreveram as características do que, para eles, vinha

a ser rizoma, ou seja, os princípios de: conexão, de heterogeneidade, de

multiplicidade, de ruptura a-significante, de cartografia e de decalcomania. Dessa

maneira, um rizoma conecta um ponto qualquer com outro ponto qualquer, e

cada um de seus traços de mesma natureza põe em jogo regimes de signos

muito diferentes, inclusive os não-signos. Um rizoma não é feito de unidades que

se somam, mas de dimensões e com direções movediças e não lineares.

Aplicando a Metáfora do Rizoma, para a possibilidade de aprendizagem em rede

onde se propõe o uso da internet, que vem acompanhada do World Wide Web

(WWW) ou a “rede mundial de computadores”, que permite a utilização do

espaço multimídia da internet ou hipermídia, se permite estabelecer conexões

através de links ou enlaces de arquivos, bem como a conexões com outras

pessoas e comunidades. Com isso, criam-se pontos de união, ligados por uma

rede de associações de significados e possibilitando aberturas textuais,

outorgando protagonismo aos indivíduos ao decidir o próprio caminho a ser

percorrido no espaço hipertextual e explorar o Ciberespaço. Os indivíduos, ao

reintegrar suas produções na rede, colocam em movimento outros temas de

“preocupação” em comum, constituindo dessa forma, um depósito vivo de

conhecimento. O princípio da conexão e heterogeneidade destacado pela

Metáfora do Rizoma, mostra que algum ponto do rizoma se conecta a qualquer

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218

outro. Dessa forma, é diferente da base da idéia de árvore, que pressupõe certa

ordem.

RSS (Realy Simple Syndication) Feed - é um formato de dados usado em

formas de comunicação com conteúdo atualizado frequentemente, como sites de

notícias ou blogs. Distribuidores de informação, blogueiros ou canais de notícias

disponibilizam um feed ao qual usuários podem se inscrever, no formato de um

link. Outros formatos de dado possíveis de serem comunicados por feeds são

arquivos de áudio, podcasts e vídeos. Os serviços que possibilitam aos usuários

assinarem diferentes feeds são conhecidos como agregadores. Um agregador é

um programa que reúne as informações dos diferentes feeds escolhidos pelo

usuário, e se conecta periodicamente ou sob comando do usuário para verificar a

existência de novas atualizações. Vários sites propõem hoje o mesmo serviço,

dispensando a instalação de um programa. Se inscrever a um feed significa

incluir o link do feed em sua lista de assinaturas do agregador.

Second Life - é um ambiente virtual e tridimensional que simula em alguns

aspectos a vida real e social do ser humano.

Servidor - Programa que presta determinado serviço por demanda geralmente

via rede. Na Internet, em particular, servidor de web é o programa que atende a

solicitações de páginas ou arquivos em HTML.

Site - Coleção de páginas da web referentes a um assunto, instituição, empresa,

pessoa etc. Diz-se também website. A forma portuguesa é sítio, porém é pouco

utilizada.

Software livre - Software livre, segundo a definição criada pela Free Software

Foundation é qualquer programa de computador que pode ser usado, copiado,

estudado e redistribuído com algumas restrições. A liberdade de tais diretrizes é

central ao conceito, o qual se opõe ao conceito de software proprietário, mas não

ao software que é vendido almejando lucro (software comercial). A maneira

usual de distribuição de software livre é anexar a este uma licença de software

livre, e tornar o código fonte do programa disponível.

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Streaming media - Streaming (fluxo, ou fluxo de mídia em português) é uma

forma de distribuir informação multimídia numa rede através de pacotes. Ela é

frequentemente utilizada para distribuir conteúdo multimídia através da Internet.

TCP/IP (Transmition Control Protocol / Internet Protocol) - Protocolo de

Controle de Transmissões / Protocolo Internet é um conjunto de protocolos de

comunicação entre computadores em rede (também chamado de pilha de

protocolos TCP/IP). Seu nome vem de dois protocolos: o TCP (Transmission

Control Protocol - Protocolo de Controle de Transmissão) e o IP (Internet

Protocol - Protocolo de Interconexão). O conjunto de protocolos pode ser visto

como um modelo de camadas, onde cada camada é responsável por um grupo

de tarefas, fornecendo um conjunto de serviços bem definidos para o protocolo

da camada superior. As camadas mais altas estão logicamente mais perto do

usuário (chamada camada de aplicação) e lidam com dados mais abstratos,

confiando em protocolos de camadas mais baixas para tarefas de menor nível de

abstração.

Telemedicina - Prática que usa tecnologias de videoconferência para

diagnosticar doenças e prover tratamento médico à distância. Utilizado,

principalmente, em áreas rurais onde o serviço médico é escasso, em prisões ou

em outras aplicações afins.

Tutorial - programa contido em documento impresso ou digital que fornece

instruções práticas sobre um assunto.

Ubiquidade - 1 Qualidade do que está ou pode estar em muitos lugares ao

mesmo tempo ou quase ao mesmo tempo. 2 Caráter ou propriedade do ser que

está real e integralmente presente em todos os lugares ao mesmo tempo.

URL (Uniform Resource Locator) - URL em português "Localizador Padrão de

Recursos" é o endereço de um recurso (um arquivo, uma impressora etc.),

disponível em uma rede; seja a Internet, ou uma rede corporativa, uma intranet.

WWW (Word Wide Web) - Teia global. Enorme conjunto de documentos e

serviços, que faz parte da Internet, organizados em forma de páginas de

hipertexto, em que cada página é identificada por um URL. Também é chamada

de web.

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Web 1.0 - É informativa e passiva, dominada pelas grandes companhias.

Páginas e texto estático, embora já apresentem hiperlinks. Intercomunicação é

feita através de fóruns e listas de emails.

Web 2.0 - É um termo criado em 2004 pela empresa estadunidense O'Reilly

Media para designar uma segunda geração de comunidades e serviços, tendo

como conceito a "Web como plataforma", envolvendo wikis, aplicativos baseados

em folksonomia, redes sociais e Tecnologia da Informação. Ele não se refere à

atualização nas suas especificações técnicas, mas a uma mudança na forma

como ela é encarada por usuários e desenvolvedores, ou seja, o ambiente de

interação que hoje engloba inúmeras linguagens e motivações.

Website - Website ou websítio (também conhecido como site ou sítio) é um

conjunto de páginas web, isto é, de hipertextos acessíveis geralmente pela

Internet.

Wiki - Wiki são utilizados para identificar um tipo específico de coleção de

documentos em hipertexto ou o software colaborativo usado para criá-lo. É um

software colaborativo permite a edição coletiva dos documentos usando um

sistema que não necessita que o conteúdo tenha que ser revisto antes da sua

publicação.

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Anexos

Page 225: Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos

/arqdoc/2714.docAlterado por - Decreto nº 2.561, de 27 de abril de 1998; os arts. 11 e 12. /arqdoc/2698.docRegulamenta - Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996; o art. 80

DECRETO N.º 2.494, DE 10 DE FEVEREIRO DE 1998.

Regulamenta o Art. 80 da LDB (Lei n.º 9.394/96)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV da Constituição, e de acordo com o disposto no art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de deze mbro de 1996.

DECRETA: Art. 1º Educação a distância é uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a

mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação.

Parágrafo Único – O cursos ministrados sob a forma de educação a distância serão organizados em

regime especial, com flexibilidade de requisitos para admissão, horários e duração, sem prejuízo, quando for o caso, dos objetivos e das diretrizes curriculares fixadas nacionalmente.

Art. 2º Os cursos a distância que conferem certificado ou diploma de conclusão do ensino

fundamental para jovens e adultos, do ensino médio, da educação profissional, e de graduação serão oferecidos por instituições públicas ou privadas especificamente credenciadas para esse fim, nos termos deste Decreto e conforme exigências pelo Ministro de Estado da Educação e do Desporto.

§ 1º A oferta de programas de mestrado e de doutorado na modalidade a distância será objeto de

regulamentação específica. § 2º O Credenciamento de Instituição do sistema federal de ensino, a autorização e o

reconhecimento de programas a distância de educação profissional e de graduação de qualquer sistema de ensino, deverão observar, além do que estabelece este Decreto, o que dispõem as normas contidas em legislação específica e as regulamentação a serem fixadas pelo Ministro de Educação e do Desporto.

§ 3º A autorização, o reconhecimento de cursos e o credenciamento de Instituições do sistema

federal de ensino que ofereçam cursos de educação profissional a distância deverão observar, além do que estabelece este Decreto, o que dispõem as normas contidas em legislação específica.

§ 4º O credenciamento das Instituições e a autorização dos cursos serão limitados a cinco anos,

podendo ser renovados após a avaliação. § 5º A avaliação de que trata o parágrafo anterior, obedecerá a procedimentos, critérios e indicadores

de qualidade definidos em ato próprio, a ser expedido pelo Ministro de Estado da Educação e do Desporto. § 6º A falta de atendimento aos padrões de qualidade e a ocorrência de irregularidade de qualquer

ordem serão objeto de diligências, sindicância, e, se for o caso, de processo administrativo que vise a apurá-los, sustentando-se, de imediato, a tramitação de pleitos de interesse da instituição, podendo ainda acarretar-lhe o descredenciamento.

Art. 3º A matrícula nos cursos a distância do ensino fundamental para jovens e adultos, médio e

educação profissional será feita independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação que define o grau de desenvolvimento e experiência do candidato e permita sua inscrição na etapa adequada, conforme regulamentação do respectivo sistema de ensino.

FPereira
Caixa de texto
ANEXO A -
FPereira
Caixa de texto
222
FPereira
Caixa de texto
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Parágrafo Único – A matrícula nos cursos de graduação e pós-graduação será efetivada mediante comprovação dos requisitos estabelecidos na legislação que regula esses níveis.

Art. 4º Os cursos a distância poderão aceitar transferência e aproveitar créditos obtidos pelos alunos

em cursos presenciais, da mesma forma que as certificações totais ou parciais obtidas em cursos a distância poderão ser aceitas em cursos presenciais.

Art. 5º Os certificados e diplomas de cursos a distância autorizados pelos sistemas de ensino,

expedidos por instituições credenciadas e registrados na forma da lei, terão validades nacional. Art. 6º Os certificados e diplomas de cursos a distância emitidos por instituições estrangeiras,

mesmo quando realizados em cooperação com instituições sediadas no Brasil, deverão ser revalidados para gerarem efeitos legais, de acordo com as normas vigentes para o ensino presencial.

Art. 7º A avaliação do rendimento do aluno para fins de promoção, certificação ou diplomação,

realizar-se-á no processo por meio de exames presenciais, de responsabilidade da Instituição credenciada para ministrar o curso, segundo procedimentos e critérios definidos no projeto autorizado.

Parágrafo Único: Os exames deverão avaliar competência descritas nas diretrizes curriculares

nacionais , quando for o caso, bem como conteúdos e habilidades que cada curso se propõe a desenvolver. Art. 8º Nos níveis fundamental para jovens e adultos, médio e educação profissional, os sistemas de

ensino poderão credenciar instituições exclusivamente para a realização de exames finais, atendidas às normas gerais da educação nacional.

§ 1º Será exigência para credenciamento dessas Instituições a construção e manutenção de banco de

itens que será objeto de avaliação periódica. § 2º Os exames dos cursos de educação profissional devem contemplar conhecimentos práticos,

avaliados em ambientes apropriados. § 3º Para exame dos conhecimentos práticos a que refere o parágrafo anterior, as Instituições

credenciadas poderão estabelecer parcerias, convênios ou consórcios com Instituições especializadas no preparo profissional, escolas técnicas, empresas e outras adequadamente aparelhadas.

Art. 9º O Poder Público divulgará, periodicamente, a relação das Instituições credenciadas,

recredenciadas e os cursos ou programas autorizados. Art. 10º As Instituições de ensino que já oferecem cursos a distância deverão, no prazo de um ano da

vigência deste Decreto, atender às exigências nele estabelecidas. Art. 11º Fica delegada competência ao Ministro de Estado da Educação e do Desporto, em

conformidade ao estabelecimento nos art. 11 e 12 do Decreto-Lei nº 200 de 25 de Fevereiro de 1967, para promover os atos de credenciamento de que trata o § 1º do art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, das Instituições vinculadas ao sistema federal de ensino e das Instituições vinculadas ao sistema federal de ensino e das Instituições de educação profissional e de ensino superior demais sistemas.

Art. 12º Fica delegada competência às autoridades integrantes dos demais sistemas de ensino de que

trata o art. 80 da Lei 9.394, para promover os atos de credenciamento de Instituições localizadas no âmbito de suas respectivas atribuições, para oferta de cursos a distância dirigidos à educação de jovens e adultos e ensino médio.

Art. 13º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 10 de fevereiro de 1998, 117º dia da Independência e 110º da República.

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ANEXO A
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FERNANDO HENRIQUE CARDOSO – Presidente da República PAULO RENATO SOUZA – Ministro de Estado da Educação e Cultura

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ANEXO A
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Currículos

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FABIANA ANDRADE PEREIRA

DADOS PESSOAIS

Data de nascimento: 10/11/1980 Brasileira

Solteira

CONTATO E-mail: [email protected]

Twitter: @fabi_andradep

FORMAÇÃO

2009 - Concluinte do Curso Superior em Biblioteconomia e Ciência da Informação pela

Faculdade de Biblioteconomia e Ciência da Informação, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FaBCI/FESPSP).

CURSOS COMPLEMENTARES

Curso de WINISIS básico. Modal. Em ago./2006 - 8 horas.

PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS

Seminário de Iniciação Científica da FaBCI/FESPSP, 1., 2009. Apresentação do trabalho

“Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: uso de recursos web para apoio informacional”. São Paulo, FESPSP, dez. 2009.

Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação, 23., 2009. Bonito/MS, CBBD, 2009. Apresentação do pôster “Canais de Divulgação da

FAPESP - compartilhamento de informações”.

Congresso de Filosofia, 2., 2008. Apresentação do trabalho “Aspectos de estudo da Ciência da Informação e o ciberespaço sob a perspectiva de Pierre Lévy: uma

reflexão sobre a ciberética”. Minas Gerais, DELPHOS, jun./2008.

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL NA ÁREA

De março de 2007 – Atual - Auxiliar de Pesquisa na Biblioteca Virtual e Centro de Documentação e Informação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

(BV–CDI/FAPESP) –

De janeiro a março de 2007 - Estagiária da SciELO (BIREME/OPAS/OMS).

De agosto de 2006 a janeiro 2007 - Estagiária da Biblioteca da Unidade 102 do SENAI

“Humberto Reis Costa” (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Vila Alpina).

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ANA LUIZA ARAEZ REQUENA SANCHES

DADOS PESSOAIS Data de nascimento: 26/06/1982

Brasileira e naturalizada espanhola. Solteira

CONTATO

E-mail: [email protected] Twitter: @Ana_Lilith

FORMAÇÃO

2005 - Concluinte do Curso Técnico em Biblioteconomia pelo Senac / SP.

2009 - Concluinte do Curso Superior em Biblioteconomia e Ciência da Informação pela Faculdade de Biblioteconomia e Ciência da Informação, da Fundação Escola de Sociologia

e Política de São Paulo (FaBCI/FESPSP).

CURSOS COMPLEMENTARES

2006 – “Organização e preservação de acervos fotográficos: Imagem, memória e

tecnologia digital” do IMS (Instituto Moreira Salles), ministrado por Sérgio Burgi.

2006 – Encadernação e pequenos reparos pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo - ECA / USP.

2006 – Curso com Nathalie Schuprung: Como indexar e classificar livros-métodos.

2005 – Capacitação com Aldo Bocchini Neto: Vendedores de livros em livrarias.

PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS

Seminário de Iniciação Científica da FaBCI/FESPSP, 1., 2009. Apresentação oral do trabalho “Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: uso de recursos web

para apoio informacional”. São Paulo, FESPSP, dez. 2009.

Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação, 23.,

2009. Bonito/MS, CBBD, 2009. Apresentação do pôster “Canais de Divulgação da FAPESP - compartilhamento de informações”.

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL NA ÁREA

De junho 2007 – atual - Auxiliar de Pesquisa na Biblioteca Virtual e Centro de Documentação e Informação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

(BV–CDI/FAPESP).

De outubro de 2006 a junho 2007 - Estágio na Conteúdo Expresso, licenciamento de

conteúdo e imagens – CEDOC/Editora Abril.

De setembro de 2006 a janeiro de 2007 - Estágio e voluntariado na Biblioteca Carolina Maria de Jesus – Museu Afro Brasil.

De fevereiro de 2006 a agosto de 2006 - Estágio na Biblioteca da Aliança Francesa –

Unidade Centro.

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2006 - Autônoma em pequenos reparos e encadernação.

De setembro de 2004 a maio de 2005 - Estágio na Livraria Unesp – Unidade Al. Santos.

De abril de 2004 a junho de 2004 - Estágio na sala de leitura do Projeto Esporte Talento – CEPEUSP.

De julho de 2003 a fevereiro de 2006 - Organizadora de um acervo particular.