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1. INTRODUÇÃO A Conferência das Nações Unidas sobre Desertificação em Nairobi-Quênia (1977) definiu Desertificação como: “a diminuição ou a destruição, do potencial biológico da terra, o qual desemboca em definitivo em condições de tipo desértico. A desertificação é um aspecto de deterioração generalizada dos ecossistemas sob as pressões combinadas de um clima adverso e flutuante e de uma exploração excessiva”. A Carta Mundial de Desertificação produto da Conferência das Nações Unidas sobre desertificação, realizada em Nairobi, nos meses de agosto e setembro de 1977, evidencia o fenômeno de desertificação no Brasil, principalmente no Polígono das Secas, Nordeste do Brasil, devido à fragilidade do meio físico, aliada em grande parte à ocupação predatória do solo. O professor Vasconcelos Sobrinho em 1978, faz uma proposta metodológica para o estudo da desertificação no Brasil. Na oportunidade tenta sensibilizar a comunidade científica brasileira e afirma: “a desertificação é talvez o maior de todos os perigos e, no entanto, a humanidade ainda não se conscientizou da sua presença”. No Seminário sobre Desertificação no Nordeste (1986) o professor Dr. Valdemar Rodrigues apresentou os seguintes conceitos para desertificação: 1. “Os processos de desertificação na área de estudo, se fazem evidentes a começar de fatores como a degradação da cobertura vegetal, erosão hídrica e eólica, redução da fertilidade do solo, salinização e diminuição de disponibilidade de recursos hídricos” (Luni development block, Rajathan, Índia, in Mabbutt & Floret, 1980); 2. “Desertificação é o empobrecimento dos ecossistemas terrestres sujeito ao impacto do homem. Este processo de deterioração dos ecossistemas pode ser quantificado pela reduzida produtividade das plantas úteis, alterações negativas na biomassa e diversidade da micro e macro fauna e flora, acelerada degradação do solo e crescentes dificuldades para a ocupação humana” (Dregne, 1983); 3. “Dentro de um enfoque sistêmico, a desertificação está definida como um conjunto de causas que provocam a perda parcial ou total do solo no ambiente físico, da biomassa no ambiente biológico e da qualidade de vida no ambiente humano(Rodrigues, 1984). 1

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Page 1: Bibliografia para consulta: - Ministério do Meio Ambiente · Web viewO abastecimento de água da sede é realizado pela Companhia de Saneamento de Sergipe – DESO, que através

1. INTRODUÇÃO

A Conferência das Nações Unidas sobre Desertificação em Nairobi-Quênia (1977) definiu Desertificação como: “a diminuição ou a destruição, do potencial biológico da terra, o qual desemboca em definitivo em condições de tipo desértico. A desertificação é um aspecto de deterioração generalizada dos ecossistemas sob as pressões combinadas de um clima adverso e flutuante e de uma exploração excessiva”.

A Carta Mundial de Desertificação produto da Conferência das Nações Unidas sobre desertificação, realizada em Nairobi, nos meses de agosto e setembro de 1977, evidencia o fenômeno de desertificação no Brasil, principalmente no Polígono das Secas, Nordeste do Brasil, devido à fragilidade do meio físico, aliada em grande parte à ocupação predatória do solo.

O professor Vasconcelos Sobrinho em 1978, faz uma proposta metodológica para o estudo da desertificação no Brasil. Na oportunidade tenta sensibilizar a comunidade científica brasileira e afirma: “a desertificação é talvez o maior de todos os perigos e, no entanto, a humanidade ainda não se conscientizou da sua presença”.

No Seminário sobre Desertificação no Nordeste (1986) o professor Dr. Valdemar Rodrigues apresentou os seguintes conceitos para desertificação:

1. “Os processos de desertificação na área de estudo, se fazem evidentes a começar de fatores como a degradação da cobertura vegetal, erosão hídrica e eólica, redução da fertilidade do solo, salinização e diminuição de disponibilidade de recursos hídricos” (Luni development block, Rajathan, Índia, in Mabbutt & Floret, 1980);

2. “Desertificação é o empobrecimento dos ecossistemas terrestres sujeito ao impacto do homem. Este processo de deterioração dos ecossistemas pode ser quantificado pela reduzida produtividade das plantas úteis, alterações negativas na biomassa e diversidade da micro e macro fauna e flora, acelerada degradação do solo e crescentes dificuldades para a ocupação humana” (Dregne, 1983);

3. “Dentro de um enfoque sistêmico, a desertificação está definida como um conjunto de causas que provocam a perda parcial ou total do solo no ambiente físico, da biomassa no ambiente biológico e da qualidade de vida no ambiente humano” (Rodrigues, 1984).

Em 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre Desertificação conceituou Desertificação como: “a degradação da terra nas zonas áridas,

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semi-áridas e sub-úmidas-secas, resultante de vários fatores, incluindo as variações climáticas e as atividades humanas”.

A Conferência das Nações Unidas entende por combate a desertificação: “as atividades que fazem parte do aproveitamento integrado da terra nas zonas áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas com vistas ao seu desenvolvimento sustentável, e que têm por objetivo:

1. A prevenção e/ou redução da degradação das terras;2. A reabilitação de terras parcialmente degradadas;3. A recuperação de terras degradadas”.

O fenômeno da desertificação é um assunto polêmico e preocupante. Foi definido pela Agenda 21 (1992) em seu capítulo 12 como: “a degradação da terra nas regiões áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas, sendo causadas por variações climáticas e atividades humanas”.

De acordo com DREW (1994), o processo de desertificação inclui alterações climáticas, ecológicas e geomorfológicas, que tornam o solo erosivo e inadequado às atividades agrícolas e pecuárias.

As áreas susceptíveis a desertificação apresentam solos rasos sem capacidade para retenção de água, manchas descarnadas e deficiência de nutrientes. A fisionomia típica da vegetação é com porte reduzido, espécie com sintomatologia de nanismo, concentração diluída, presença de Caatinga hiperxerófita. Segundo a Conferência das Nações Unidas, as áreas susceptíveis a desertificação são as que têm um índice de aridez que varia de 0,21 até 0,65.

As maiores causas da desertificação são: o desmatamento e práticas agrícolas que têm provocado alterações de caráter físico. As conseqüências da desertificação são resumidas na expressão de problemas ambientais propriamente ditas e de problemas econômicos e socioeconômicos.

Associado à degradação da terra na zona áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas, está a forma inadequada de uso e ocupação do solo, a ação antrópica decorrente da pressão populacional e a pobreza, que se caracteriza como o principal agente no desencadeamento dos processos de desertificação.

O Estado de Sergipe, segundo a citada Convenção, foi classificado como área frágil, sendo que do litoral para o interior tem-se:

Uma estreita faixa litorânea, sem risco de desertificação; Uma faixa central, abrangendo todo o Estado, no sentido N-S,

considerada sub-úmida, já com riscos de ocorrência de áreas em processo de desertificação;

Uma faixa do sertão considerada semi-árida, com riscos elevados de se desertificar.

A área susceptível a desertificação no Estado de Sergipe integra o Semi-Árido Sergipano. É uma região de paradoxos, pois apesar de ser banhada

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pelo rio São Francisco e abrigar uma hidrelétrica que fornece energia para todo o nordeste, enquanto parte de sua população usa lampião e parte dos agricultores perdem safras por causa da seca. A Declaração do Semi-Árido (1999) elaborada pela Articulação no Semi-Árido Brasileiro para a convivência com o semi-árido e combate à desertificação, propôs um Programa de Convivência com O Semi-Árido constituído por seis pontos principais: conviver com as secas, orientar o investimento no sentido da sustentabilidade, fortalecer a sociedade civil, incluir mulheres e jovens no processo de desenvolvimento, preservar, reabilitar e manejar os recursos naturais e buscar financiamento para o programa de convivência com o semi-árido.

2. PERFIL FISIOGRÁFICO E SÓCIO-ECONÔMICO DOS MUNICÍPIOS

2.1- CARIRA

Localização, extensão e acesso

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Com uma superfície de 634,60 km2, o município de Carira está localizado na região oeste do Estado de Sergipe, limitando-se a norte com o município de Nossa Senhora da Glória, a oeste com o Estado da Bahia, a sul com Pinhão e Frei Paulo e a leste com Nossa Senhora Aparecida.

Na sede municipal observam-se altitude de 351 metros e coordenadas geográficas de 10°21'42" de latitude sul e 37°42'01" de longitude oeste.

O acesso a partir de Aracaju, é efetuado através as rodovias pavimentadas BR-101 e BR-235 num percurso total de 112km.

Aspectos Socioeconômicos

Criado pela Lei Estadual nº. 525-A de 25.11.1953, conforme dados colhidos na publicação SERGIPE.SEPLANTEC/SUPES, 1997/2000, o município de Carira apresenta uma população de 17.770 habitantes, distribuída em 9.443 na zona urbana e 8.327 na zona rural. A densidade demográfica é de 28 hab/km2.

Em termos de infra-estrutura de serviços, Carira conta com 3 agências bancárias (Banco do Brasil S.A., Banco Nordeste do Brasil S.A. e BANESE), uma agência postal e 2 postos de correios, empresas de transportes rodoviários interurbano, estações repetidoras de televisão, terminais telefônicos com acesso DDD, DDI e celular, 2 hotéis e uma pousada. A energia elétrica é fornecida para toda a extensão do município pela Empresa Energética de Sergipe – ENERGIPE, com rede de transmissão de 13,8 KV na zona rural.

O abastecimento de água da sede é realizado pela Companhia de Saneamento de Sergipe – DESO, que através de adutora, capta água do rio São Francisco e distribui na região, tanto na sede municipal, como nos principais povoados e vilas. São utilizadas também águas captadas de rios e poços, principalmente para abastecimento de povoados, cuja prefeitura é a principal mantenedora desse serviço.

O número de estabelecimentos ligados à rede de abastecimento é de 3.061, sendo 2.954 residenciais, 53 comerciais e industriais e 52 pertencentes ao poder público.

O esgotamento sanitário é efetuado através fossas sépticas e comuns, enquanto o lixo urbano coletado é transportado em caminhões e depositado em lixeiras a céu aberto, localizada nas cercanias da sede municipal.

As principais fontes de receita são a pecuária, agricultura e avicultura (Fotografia 1). Os rebanhos têm como principais efetivos os bovinos, ovinos e suínos. A agricultura tem o milho como principal produto, seguindo-se a mandioca e o feijão. Na avicultura sobressaem os galináceos. As atividades da indústria e comércio no período de 1980 a 1991, sofreram retração, no que se refere ao número de estabelecimentos e pessoal ocupado.

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O sistema educacional conta com 52 estabelecimentos de ensino, sendo 10 de educação infantil, 41 de educação fundamental e 1 de educação média. A taxa total de alfabetização da população encontra-se ao redor de 38,34%.

O município dispõe de 1 hospital com 47 leitos, 2 postos de saúde e 5 estabelecimentos não discriminados.

Aspectos Fisiográficos

Conforme dados extraídos do documento SERGIPE.SEPLANTEC/SUPES, 1997/2000, Carira apresenta clima do tipo megatérmico semiárido transição para seco e sub-úmido, temperatura média anual de 23,78°C, precipitação pluviométrica média anual de 824,7mm e período chuvoso de março a julho.

O relevo está relacionado a uma superfície pediplanada e dissecada, com elevações em forma de tabuleiros e colinas, e um aprofundamento de drenagem muito fraca a fraca.

Os solos são Litólico Eutrófico, Podzólico vermelho amarelo equivalente Eutrófico e Planosol, com uma vegetação de Capoeira, Caatinga e vestígios de Mata.

Geologia

A geologia do município é representada pelos domínios neo a mesoproterozóico da Faixa de Dobramentos Sergipana. Cerca de 40% da área, setores central e centro-norte, predominam micaxistos granatíferos, metarritmitos finos, metavulcanitos e xistos milonitizados do Grupo Macururé. A sul, ocorrem faixas de filitos, metagrauvacas, metargilitos,

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Fotografia 1 – A pecuária é uma importante atividade econômica municipal.

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metavulcanitos, metaconglomerados e metarritmitos das formações Frei Paulo (Grupo Simão Dias) e Ribeirópolis (Grupo Miaba). No extremo sudoeste, ocorre pequena exposição de argilitos, siltitos, arenitos finos e conglomerados da Formação Lagarto. Granitóides do tipo Glória (biotita-granodioritos/monzonitos) e do tipo Propriá (biotita-granodioritos/monzonitos equigranulares), afloram sob a forma de pequenos corpos dispersos pela região. Coberturas arenosas e argilo-arenosas com níveis de cascalho são observadas nos extremos noroeste e sudeste do município.

Recursos Hídricos

Águas Superficiais

O município está inserido em duas bacias hidrográficas, a do rio Sergipe e a do rio Vaza-Barris, sendo as drenagens mais importantes o próprio rio Sergipe, o rio Sacovão, o rio das Lajes, o rio dos Negros e o rio Cansanção.

Águas Subterrâneas

Domínios Hidrogeológicos

São três os domínios hidrogeológicos predominantes em Carira: Metasedimentos/Metavulcanitos e o Cristalino, abrangendo aproximadamente 60% do território municipal, têm comportamento de aqüífero do tipo fissural; e as Formações Superficiais Cenozóicas, composta de aqüífero do tipo granular.

Nos Metasedimentos/Metavulcanitos e no Cristalino a ocorrência da água subterrânea é condicionada por uma porosidade secundária representada por fraturas e fendas, repercutindo em ocorrências de reservatórios aleatórios, descontínuos e de pequena extensão, de poços caracterizados por pequenas vazões e águas salinizada, na maioria dos casos. São condições que limitam a utilização desses aqüíferos como fonte de abastecimento humano.

As Formações Superficiais Cenozóicas são constituídas por pacotes de rochas sedimentares que recobrem as rochas mais antigas das Bacias Sedimentares, da Faixa de Dobramentos Sergipana e do Embasamento Gnáissico. Esse domínio hidrogeológico é caracterizado por porosidade do tipo primária, e nos terrenos arenosos uma elevada permeabilidade, com excelentes condições de armazenamento e fornecimento d’água, a depender da espessura da cobertura terrígena arenosa.

2.2- CANINDÉ DO SÃO FRANCISCO

Localização, extensão e acesso

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Criado pela Lei Estadual nº 525-A, de 25.11.1953 e Lei Estadual nº 890 de 11.01.1958, o município de Canindé do São Francisco abrange uma superfície de 908,2 km2 e está situado no extremo noroeste do Estado de Sergipe. Seus limites são a norte com o Estado de Alagoas, a oeste e sul com o Estado da Bahia e a leste com o município de Poço Redondo. A sede municipal com cerca de 68 metros de altitude é determinada geograficamente pelas coordenadas 09°38'40" de latitude sul e 37°37'16" de longitude oeste.

O acesso a partir de Aracaju, é feito através das rodovias pavimentadas BR-235, BR-101 e SE-206, num percurso aproximado de 213km (via N.S. das Dores), ou através das rodovias BR-235/SE-106/SE-206 (via Itabaiana). A sede pode ser ainda alcançada por via aérea, pois existe pista de pouso asfaltada

Aspectos Socioeconômicos

A população total do município é de 17.754 habitantes, sendo 9.303 residentes na zona urbana e 8.451 na zona rural, com uma densidade demográfica de 19,55 hab/km2. O município possui estrutura de serviços bancários, correios, telecomunicações, energia, transportes e hotéis. Funcionam atualmente três agências bancárias (Banco do Brasil S.A, BANESE e Bradesco), uma agência dos Correios, três hotéis, empresas de transporte rodoviário interurbano, estações repetidoras de televisão e terminais telefônicos com acesso DDD, DDI e celular. A energia elétrica é fornecida ao município pela Empresa Energética de Sergipe –ENERGIPE, com rede de transmissão de 13,8KV na zona rural.

A sede municipal e as principais vilas e povoados, dispõem de rede de abastecimento de água, captada no rio São Francisco e distribuída pela Companhia de Saneamento de Sergipe – DESO. Existem atualmente cerca de 2.705 ligações, sendo 2.555 residenciais, 100 comerciais, 1 industrial e 49 pertencentes ao poder público. O esgotamento sanitário no município é efetuado através fossas sépticas e comuns, enquanto o lixo é coletado por caminhões e tratores e depositado a céu aberto.

As principais atividades econômicas são: a agricultura (milho, tomate, feijão e algodão), pecuária (bovinos, caprinos e ovinos) e avicultura (galináceos). Encontra-se em plena ascensão a atividade turística no âmbito da Hidrelétrica de Xingó, e também, no trecho do rio São Francisco que abrange o lago formado pela barragem, com efetivos impactos sobre a economia de toda a microrregião (Fotografia 2).

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Em todo o município são registrados 44 estabelecimentos de ensino, sendo 3 de educação pré-escolar e 41 de educação fundamental, onde estão matriculados 6.141 alunos.

A rede municipal de saúde é composta de 1 hospital e 3 centros/postos de saúde, com um total de 8 leitos disponíveis.

Aspectos Fisiográficos

O município está inserido no polígono das secas, tem um clima do tipo megatérmico árido, temperatura média no ano de 25,8°C, precipitação pluviométrica média anual de 485,5 mm e período chuvoso de março a julho. A forma de relevo é de superfície Pediplanada e Dissecada, com Colinas e aprofundamento de drenagem muito fraco. Os solos são do tipo Bruno não Cálcico, Planosol, Rego Sol Distrófico e Litólicos Eutróficos, cobertos por uma vegetação de Capoeira e Caatinga (SERGIPE.SEPLANTEC/SUPES, 1997/2000).

Aspectos Geológicos

Segundo informações colhidas do Mapa Geológico do Estado de Sergipe (1997), mais de 90% do território do município está englobado no domínio neo a mesoproterozóico da Faixa de Dobramentos Sergipana. Neste domínio, as litologias predominantes incluem granitóides, gabros, gnaisses, migmatitos, anfibolitos, xistos, metamafitos/ ultramafitos, quartzitos, filitos, mármores e metaconglomerados.

Afloramentos de sedimentos paleozóicos da Bacia do Tucano Norte são verificados em pequenas faixas localizadas nos extremos NW, W e SW,

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Fotografia 2 - Vista de juzante para montante da Barragem de Xingó

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estes pertencentes às formações Curituba (arenitos, folhelhos, cacários e diamictitos), Santa Brígida (arenitos, folhelhos, carbonatos e silexitos) e Tacaratu (arenitos finos a conglomeráticos e conglomerados).

Recursos Hídricos

Águas Superficiais

O município está inserido na bacia hidrográfica do rio São Francisco. Nele encontra-se instalada a Usina Hidrelétrica de Xingó. Constituem a drenagem principal além, do rio São Francisco, os rios Curituba e o riacho Lajedinho .

Águas Subterrâneas

Domínios Hidrogeológicos

Em Canindé do São Francisco, podem-se distinguir três domínios hidrogeológicos: Cristalino, Metasedimentos/Metavulcanitos e Bacias Sedimentares. Os domínios Cristalino e Metasedimentos/Metavulcanitos apresentam comportamento semelhantes, têm comportamento de aqüífero do tipo fissural, enquanto os sedimentos, de aqüíferos porosos.

Nos Metasedimentos/Metavulcanitos e no Cristalino a ocorrência da água subterrânea é condicionada por uma porosidade secundária representada por fraturas e fendas, que tem como conseqüência reservatórios aleatórios, descontínuos e de pequena extensão. Os poços abertos nessas áreas apresentam geralmente pequenas vazões e, pela falta de circulação, dos rigores climáticos e do tipo de rocha, a água é quase sempre comprometida pela salinização.

Dessa forma, os aqüíferos da região do cristalino são considerados de baixo potencial hidrogeológico. Não obstante, são utilizados como alternativa de abastecimento de pequenas comunidades ou utilizados como reserva estratégica em períodos de estiagens prolongadas.

As Bacias Sedimentares são constituídas por rochas sedimentares bastante diversificadas, e representam os mais importantes reservatórios de água subterrânea, formando o denominado aqüífero do tipo granular.

Em termos hidrogeológicos, estas bacias têm alto potencial, em decorrência da grande espessura de sedimentos e da alta permeabilidade de suas litologias, que permite a explotação de vazões significativas. Em regiões semi-áridas, a perfuração de poços profundos nestas áreas, com expectativas de grandes vazões, pode ser a alternativa para viabilizar o abastecimento de água das comunidades assentadas tanto no seu interior quanto no seu entorno.

2.3- GARARU

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Localização e Acesso

Com uma superfície de 640,4 km2, o município está localizado no extremo norte do Estado de Sergipe, limitando-se a oeste com os municípios de Porto da Folha e Nossa Senhora da Glória, a sul com Graccho Cardoso, a leste com Itabi e Nossa Senhora de Lourdes e a norte com o Estado de Alagoas.

A sede municipal apresenta altitude de 20 metros e está geograficamente definida pelas coordenadas 09°58'04"de latitude sul e 37°05'00"de longitude oeste.

De acordo com dados do Mapa Rodoviário do Estado de Sergipe, escala 1:400.000 (DER-SE, 2001), acesso para Gararu, a partir de Aracaju, é pelas rodovias pavimentadas BR-235, BR-101 e SE- 200, via Propriá, num percurso de aproximadamente 161km, ou então via Feira Nova, pelas rodovias BR-235, BR-101, SE-206, SE-104 e SE-200, todas pavimentadas com asfalto.

Aspectos Socioeconômicos

De acordo com dados disponibilizados pelo Governo do Estado de Sergipe (SERGIPE.SEPLANTEC/SUPES, 1997/2000), o município foi criado pela Resolução Provincial nº 1.047 de 15.03.1877.

Em termos populacionais, Gararu possui um total de 11.363 habitantes, sendo 2.988 residentes na área urbana e 8.375 na zona rural. Isso revela uma densidade demográfica de 17,74 hab/km2.

A infra-estrutura de serviços compreende 1 agência bancária, 1 agência postal, terminais telefônicos com acesso a DDD, DDI e celular, empresas de transporte rodoviário interurbano, 1 ancoradouro fluvial, estações repetidoras de televisão, 1 estádio, 1 quadra polivalente (Fotografia 3), 1 ginásio de esporte e energia elétrica, distribuída pela empresa Energética de Sergipe S. A. - ENERGIPE, com linha de transmissão de 13,8 KV na zona rural.

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O abastecimento d’água da sede é feito através de rede mantida pela Companhia de Saneamento de Sergipe – DESO, com água captada e aduzida do rio São Francisco. O atendimento aos usuários totaliza 1.675 ligações, sendo 1.375 residenciais, 45 comerciais e 55 do poder público.

O lixo da limpeza urbana é transportado em trator e caçamba e depositado a céu aberto.

O esgotamento sanitário é feito através de fossas sépticas e comuns onde se verifica os múltiplos usos do Rio como mostram as Fotografias 4 e 5.

As principais atividades econômicas estão relacionadas à agricultura, criação de rebanhos e avicultura. A avicultura tem nos galináceos, os principais produtos. Dos efetivos dos rebanhos, destacam-se os bovinos, seguidos dos suínos, ovinos e eqüinos. Os principais produtos agrícolas são: milho, feijão e mandioca.

Na área da educação, o município dispõe de 64 estabelecimentos de ensino, sendo 13 de educação pré-escolar, 50 de educação fundamental e 1 de educação média, com 4.744 alunos matriculados.

Para realizar o atendimento na área de saúde, o município conta com 6 postos de saúde.

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Fotografia 4 - Esgotamento lançado no rio São Francisco

Fotografia 3 - A beleza cênica da cidade de Gararu

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Aspectos Fisiográficos

Gararu apresenta temperatura média anual de 25°C, precipitação pluviométrica média anual de 700 mm, e período chuvoso entre março e agosto.

O relevo apresenta formas tabular e de colina, com aprofundamento de drenagem de muito fraca a fraca. Os solos são dos tipos Litólicos Eutróficos, Podzólico Vermelho-Amarelo Equivalente Eutrófico e Planosol, com uma vegetação de Capoeira, Caatinga, Campos Limpos e Campos Sujos (SERGIPE.SEPLANTEC/SUPES, 1997/2000).

Geologia

O município encontra-se encravado no domínio Neo a Mesoproterozóico da Faixa de Dobramentos Sergipana. Em quase a totalidade do território municipal, aproximadamente 85%, a geologia é representada por micaxistos granatíferos com lentes de quartzito milonitizado, relacionados ao Grupo Macururé. Pequenos corpos granodioríticos e quartzo-monzonitos com freqüentes autólitos máficos, do tipo Glória, ocorrem associados aos micaxistos.

Recursos Hídricos

Águas Superficiais

O município está inserido na bacia hidrográfica do rio São Francisco, com drenagens principais representadas pelos rios São Francisco, Capivara e o Gararu.

Águas Subterrâneas

Domínios Hidrogeológicos

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Fotografia 5 – O rio São Francisco apresenta múltiplos usos

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Dois domínios hidrogeológicos são observados na área coberta pelo território municipal de Gararu: domínio Metasedimentos/Metavulcanitos, que ocupa aproximadamente 90% do território municipal e o domínio Cristalino.

Ambos os domínios, os Metasedimentos/Metavulcanitos e o Cristalino têm comportamento de aqüífero do tipo fissural. Dada a ausência de porosidade primária, a ocorrência da água subterrânea é condicionada pela incidência de porosidade do tipo secundária, retratada por fraturas e fendas, cuja conseqüência são reservatórios aleatórios, descontínuos e de pequena extensão.

Os poços perfurados nesses domínios são caracterizados por apresentarem pequenas vazões e água, na maioria das vezes, salinizada, condicionantes que determinam para esses domínios potencial hidrogeológico baixo.

2.4- MONTE ALEGRE DE SERGIPE

Localização e Acesso

Monte Alegre de Sergipe está localizado na região noroeste do Estado de Sergipe. Seu território é limitado a norte com o município de Porto da Folha, a leste e sul com Nossa Senhora da Glória e oeste com o Estado de Bahia. A área municipal mede 418,5 km2, de acordo com dados da SEPLANTEC/SUPES (1997/2000).

A sede municipal está localizada em uma porção que apresenta altitude de 280 metros e coordenadas geográficas de 10°01'39"de latitude sul e 37°33'36"de longitude oeste.

O acesso de Aracaju à sede é feito pelas rodovias pavimentadas BR-235, BR-101 e SE- 206, num percurso total de 156km.

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Aspectos Socioeconômicos

Criado pela Lei Estadual nº 525-A de 25.11.1953, o município apresenta uma população de 11.587 habitantes, sendo 6.468 na zona urbana e 5.119 na zona rural, o que determina uma densidade demográfica de 27,69 hab/km2.

A infra-estrutura de serviços compõe-se de uma agência do Banco do Brasil S.A., uma agência postal, um hotel, postos de serviços telefônicos com acesso a DDD, DDI e telefone celular, estações repetidoras de televisão, empresas de transporte rodoviário coletivo interurbano, e energia elétrica distribuída pela empresa Energética de Sergipe S.A. – ENERGIPE, com linha de transmissão de 13,8KV na zona rural.

O abastecimento de água é feito pela DESO - Companhia de Saneamento de Sergipe, com água captada no Rio São Francisco. As vilas e povoados servidos de água, utilizam como fontes de captação minadouros e poços artesianos construídos pela COHIDRO e DNOCS, e mantidos pela Prefeitura. São atendidos com esse serviço um total de 2.578 estabelecimentos, sendo 2.444 residenciais, 93 comerciais, 1 industrial e 40 do poder público.

O esgotamento sanitário é efetuado através de fossas sépticas e comuns, e o lixo urbano coletado é transportado em carroça e depositado a céu aberto. Percebe-se, também que boa parte do esgoto é lançado in natura no rio São Francisco.

As principais atividades geradoras de e renda no município de Gararu são a agricultura, a pecuária e a avicultura. Os rebanhos têm como principais efetivos os bovinos, suínos, ovinos e eqüinos. Os galináceos são os principais produtos da avicultura. Os principais produtos agrícolas são: milho, feijão e fava. No período de 1980 a 1985, o comércio experimentou um período de crescimento, enquanto que a indústria, no período de 1995 a 1991, sofreu um decréscimo.

O sistema educacional conta com 32 estabelecimentos de ensino, sendo 1 de educação infantil e 31 de educação fundamental, com 3.315 alunos matriculados. Para atendimento à população o município, através do poder público conta com quatro postos de saúde.

Aspectos Fisiográficos

O clima de Gararu é do tipo megatérmico semi-árido, com temperatura média no ano de 24,8°C, precipitação pluviométrica média anual de 1.208 mm e período chuvoso compreendido entre os meses de março e agosto. O relevo é formado por uma superfície pediplanada e também dissecado

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Fotografia 6 – Povoado de Monte Alegre.

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com formas de colina, e aprofundamento de drenagem de muito fraca a fraca. Os solos são dos tipos Litólicos Eutróficos, Regosol Distrófico, Planosol e Podzólico Vermelho Amarelo Equivalente Eutrófico. A cobertura vegetal é formada de Capoeira, Caatinga e Campos Limpos e Sujos e Vestígios de Mata (SERGIPE.SEPLANTEC/SUPES, 1997/2000).

Geologia

É caracterizada por rochas do neo a mesoproterozóicas da Faixa de Dobramentos Sergipana, representada por litótipos do Grupo Macururé (micaxistos granatíferos, metarritmitos finos, metavulcanitos, metagrauvacas, metarenitos finos e metassiltitos maciços). Corpos esparsos de granitos, granodioritos e quartzo-monzonitos do tipo Glória, ocorrem associados ao Grupo Macururé por toda a área do município, mormente na sua parte centro-leste.

Recursos Hídricos

Águas Superficiais

O município está inserido na bacia hidrográfica do rio São Francisco. Constituem a drenagem principal, além do rio São Francisco, o rio Capivara e o rio dos Cachorros.

Águas Subterrâneas

Domínios Hidrogeológicos

No município de Monte Alegre de Sergipe pode-se distinguir dois domínios hidrogeológicos: Metasedimentos/Metavulcanitos e Cristalino, o primeiro ocupando aproximadamente 90% do território municipal.

Os Metasedimentos/Metavulcanitos e o Cristalino têm comportamento de aqüífero tipo fissural. A ocorrência da água subterrânea é condicionada pelo aparecimento de porosidade secundária, representada por fraturas e fendas, o que se traduz por reservatórios aleatórios, descontínuos e de pequena extensão.

Dentro deste contexto, em geral, as vazões produzidas por poços são pequenas e a água, em função da falta de circulação, dos efeitos do clima semi-árido e do tipo de rocha, é, na maior parte das vezes, salinizada. Essas condições definem um potencial hidrogeológico baixo para as rochas cristalinas.

2.5- NOSSA SENHORA DA GLÓRIA

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Localização e Acesso

O município está localizado na região noroeste do Estado de Sergipe, limitando-se com os municípios de Monte Alegre de Sergipe e Porto da Folha a norte, Gararu, Graccho Cardoso e Feira Nova a leste; Nossa Senhora Aparecida e Carira a sul e o Estado da Bahia a oeste.

A área municipal mede 745,4 km2. A sede do município tem uma altitude de 300 metros e coordenadas geográficas de 10°12'57" de latitude sul e 37°25'09" de longitude oeste.

O acesso, a partir de Aracaju, é feito pelas rodovias pavimentadas BR-235, BR-101 e SE-206, num percurso total de 126km.

Aspectos Socioeconômicos

A partir de publicações do Governo do Estado de Sergipe (SEPLANTEC/SUPES, 1997/2000). O município foi criado pela Lei Estadual nº 1014 de 26.09.1928. A população municipal é de 26.910 habitantes, sendo 17.137 na zona urbana e 9.773 na zona rural, com uma densidade demográfica de 36,10 hab/km2.

Apresenta infra-estrutura de serviços satisfatória, contando com 3 agências bancárias (BNB, BANESE e Banco do Brasil S.A.), 1 agência dos correios, empresas de transporte rodoviário interurbano, estação repetidora de televisão, 2 hotéis, terminais telefônicos com DDD, DDI e celular, e energia elétrica distribuída pela Empresa Energética de Sergipe – ENERGIPE, com linhas de transmissão de 13,8 KV na zona rural. O sistema de abastecimento de água da sede é de responsabilidade da Companhia de Saneamento de Sergipe – DESO, que capta água no Rio São Francisco. O abastecimento dos povoados e vilas é feito através captação em minadouro e poços artesianos, estes últimos construídos pela COHIDRO e DNOCS, e mantidos pela prefeitura. A rede de abastecimento atende 6.179 estabelecimentos, sendo 5.790 residenciais, 286 comerciais, 6 industriais e 97 do poder público. O esgotamento sanitário é efetuado através fossas sépticas e comuns, enquanto o lixo urbano coletado é transportado e depositado em lixões.

As receitas municipais provêem, basicamente, das atividades relacionadas à agricultura, pecuária e avicultura. Os principais efetivos dos rebanhos são os bovinos, suínos, ovinos e eqüinos. O milho lidera a produção agrícola, seguido do feijão e mandioca. Na avicultura sobressaem os galináceos. O comércio evoluiu no período de 1980 a 1985, no que se refere ao número de estabelecimentos e pessoas empregadas. A indústria, no período de 1980 a 1991, apresentou um aumento no número de empregos, enquanto o número de estabelecimentos diminuiu.

O sistema educacional, dispunha em 1990 de 61 estabelecimentos de ensino, sendo 8 de educação infantil, 51 de educação fundamental e 2 de educação média, com 7.237 alunos matriculados. A taxa total de alfabetização da população em 1991 era de 49,69%. Na área de saúde, o

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município disponibiliza para atendimento à população, 1 hospital, 1 posto de saúde e 5 entidades não discriminadas.

Aspectos Fisiográficos

O município apresenta temperatura média anual de 24,2ºC, precipitação pluviométrica média no ano de 702,4 mm e período chuvoso entre março e agosto.

O relevo é caracterizado por uma superfície pediplanada e dissecada, com formas dos tipos colina e tabuleiro, e aprofundamento de drenagem muito fraco. Os solos são Podzólico Vermelho Amarelo Equivalente Eutrófico, Litólicos Eutróficos e Planosol, com uma vegetação de Capoeira, Caatinga, Campos Limpos, Campos Sujos e vestígios de Mata (SERGIPE.SEPLANTEC/SUPES, 1997/2000).

Geologia

No contexto geológico do município, predominam os domínios neo e mesoproterozóico da Faixa de Dobramentos Sergipana. Mais de 80% do território é ocupado por litótipos do Grupo Macururé, representado em sua maior parte por micaxistos granatíferos seguidos de metarritmitos , metavulcanitos, metagrauvacas, metarenitos finos e metassiltitos maciços. Associados ao Grupo Macururé, ocorrem por toda a região, corpos de granitos, granodioritos e monzonitos do tipo Glória.

Recursos Hídricos

Águas Superficiais

O município está inserido em duas bacias hidrográficas,a do rio São Francisco e a do rio Sergipe. Constituem a drenagem principal, o rio Sergipe, o rio Capivara e o rio São Domingos.

Águas Subterrâneas

Domínios Hidrogeológicos

No município de Nossa Senhora da Glória pode-se distinguir dois domínios hidrogeológicos: Metasedimentos/Metavulcanitos e Cristalino, o primeiro ocupando aproximadamente 70% do território municipal.

Os Metasedimentos/Metavulcanitos e o Cristalino têm comportamento de “aqüífero fissural”. Como basicamente não existe uma porosidade primária nesse tipo de rocha, a ocorrência da água subterrânea é condicionada por uma porosidade secundária representada por fraturas e fendas, o que se traduz por reservatórios aleatórios, descontínuos e de pequena extensão.

Em geral, as vazões produzidas por poços são pequenas e a água, em função da falta de circulação, dos efeitos do clima semi-árido e do tipo de rocha, é, na maior parte das vezes, salinizada. Essas condições definem

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um potencial hidrogeológico baixo para as rochas cristalinas sem, no entanto, diminuir sua importância como alternativa de abastecimento nos casos de pequenas comunidades ou como reserva estratégica em períodos prolongados de estiagem.

2.6- POÇO REDONDO

Localização e Acesso

O município de Poço Redondo está localizado na região noroeste do Estado de Sergipe, limitando-se a nordeste com o Estado de Alagoas, a sudoeste com o Estado da Bahia, a sul e a leste com o município de Porto da Folha e a oeste e norte com Canindé do São Francisco. A área municipal abrange 1.220 km2.

A sede municipal tem 210 metros de altitude e coordenadas geográficas de 09°48'17"de latitude sul e 37°41'06" de longitude oeste.

O acesso a partir de Aracaju, é feito pelas rodovias pavimentadas BR-235, BR-101 e SE-206, perfazendo um total de 184 km.

Aspectos Socioeconômicos

O município foi criado pela Lei Estadual nº. 525 de 25/11/1953. A população total é de 26.022 habitantes, sendo 6.360 na zona urbana e 19.662 na zona rural, com uma densidade demográfica de 21,33 hab/km2.Contando com 1 agência bancária do BANESE, 1 agência postal, postos de serviços telefônicos com acesso a DDD e DDI, empresas de transporte rodoviário interurbano e interestadual, estações repetidoras de televisão, hotel e energia elétrica distribuída pela Empresa Energética de Sergipe S.A. – ENERGIPE, com linha de transmissão de 13,8KV na zona rural.

A sede é abastecida de água captada do rio São Francisco, através de adutora e mantida pela Companhia de Saneamento de Sergipe – DESO. Algumas vilas e povoados utilizam água captadas de minadouros e poços artesianos, perfurados pela COHIDRO e DNOCS, e mantidos pela prefeitura. A rede de abastecimento atende a 3.444 estabelecimentos, sendo 3.237 residenciais, 115 comerciais e 92 do poder público. O esgotamento sanitário é efetuado através de fossas sépticas e comuns, e o lixo urbano coletado é transportado em caminhão e carroça e depositado a céu aberto.

As receitas municipais provêem basicamente da pecuária, agricultura e avicultura. Os principais produtos agrícolas são: milho, feijão e mandioca. Os principais efetivos na avicultura são os galináceos e os maiores rebanhos são de bovinos, ovinos, suínos, eqüinos e caprinos.No período de 1980 a 1991, a indústria entrou em decadência no que se refere ao número de estabelecimentos e pessoas empregadas. Ao contrário, no período de 1980 a 1985, houve um incremento no número de

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estabelecimentos comerciais, com conseqüente aumento de empregos no setor.

O sistema educacional conta com 76 estabelecimentos de ensino, sendo 10 de educação infantil e 66 de educação fundamental, com 7.168 alunos matriculados. A taxa total de alfabetização da população em 1991 era de 28,38%.No setor da saúde, a população é atendida por 2 postos/centros de saúde e 5 outros estabelecimentos não discriminados.

Aspectos Fisiográficos

O município está inserido no polígono das secas, com um clima do tipo megatérmico semi-árido, temperatura média anual de 25,2°C, precipitação pluviométrica média no ano de 605,2mm e período chuvoso de março a julho. O relevo é representado por superfícies pediplanadas e dissecadas, em formas de colinas e tabuleiros, com aprofundamento de drenagem de muito fraca a fraca. Os solos são Planosol, Regosol Distrófico, Bruno não Cálcico e Litólico Eutróficos, com uma vegetação de Capoeira, Caatinga, Campos Limpos e Campos Sujos (SERGIPE.SEPLANTEC/SUPES, 1997/2000).

Geologia

O contexto geológico do município está representado predominantemente por litótipos dos domínios neoproterozóico e mesoproterozóico da Faixa de Dobramentos Sergipana. No extremo norte, ao longo do Rio São Francisco, ocorrem pequenas manchas de depósitos aluvionares. Na porção norte, afloram leucogranitos (Granitóides tipo Xingo), dioritos, granitos e monzonitos (Granitóides tipo Curralinho), ortognaisses graníticos (Granitóides tipo Garrote), e gabros, microgabros, diabásios, troctolitos e ultramafitos da Suíte Intrusiva Canindé.

Na região central do município, predominam granitos e granodioritos tipo Glória, migmatitos, anfibolitos, paragnaissses e biotita-xistos do Complexo Migmatítico de Poço Redondo, biotita-granodioritos (tipo Propriá) e metabasaltos, metarritmitos, ultramafitos, metavulcanitos, mármores, quartzitos, metabasaltos, metatufos, e rochas calcossilicáticas do Complexo Canindé.

Na porção sul, afloram predominantemente augen-granodioritos e quartzo-monzonitos gnáissicos do tipo Serra Negra, ao lado de filitos, metassiltitos, anfibolitos, xistos, metarriolitos, latitos, mármores, ultramafitos, metaconglomerados milonitizados e metabasitos do Complexo Marancó.

Recursos Hídricos

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Águas Superficiais

O município está inserido na bacia hidrográfica do rio São Francisco. Constituem a drenagem principal, além do rio São Francisco, o rio Jacaré e o rio Marraquinho (Figuras 7 e 8).

Figura 7 - Rio São Francisco. Povoado Curralinho

Figura 8 - Rio Jacaré

Águas Subterrâneas

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Domínios Hidrogeológicos

No município de Poço Redondo pode-se distinguir dois domínios hidrogeológicos: Cristalino e Metasedimentos/Metavulcanitos, o primeiro ocupando aproximadamente 80% do território municipal.

Os Metasedimentos/Metavulcanitos e o Cristalino têm comportamento de “aqüífero fissural”. Como basicamente, não existe uma porosidade primária nesse tipo de rocha, a ocorrência da água subterrânea é condicionada por uma porosidade secundária, representada por fraturas e fendas, o que se traduz por reservatórios aleatórios, descontínuos e de pequena extensão. Dentro deste contexto, em geral, as vazões produzidas por poços são pequenas e a água, em função da falta de circulação, dos efeitos do clima semi-árido e do tipo de rocha, é, na maior parte das vezes, salinizada. Essas condições, definem um potencial hidrogeológico baixo para as rochas cristalinas sem, no entanto, diminuir sua importância como alternativa de abastecimento nos casos de pequenas comunidades ou como reserva estratégica, em períodos prolongados de estiagem.

2.7- PORTO DA FOLHA

Localização e Acesso

O município de Porto da Folha está localizado no extremo norte do Estado de Sergipe, limitando-se a norte com o Estado de Alagoas, a leste com Gararu, a oeste com Poço Redondo e a sul com N.S. da Glória e Monte Alegre de Sergipe. A área municipal de 895,1km², está contida nas folhas topográficas SC.24-X-D-IV (Pão de Açúcar), SC. 24-X-C-VI (Piranhas) e SC.24-Z-A-III (Carira), escala 1:100.000, editadas pelo MINTER/SUDENE em 1973. Os limites do município, podem ser observados no Mapa Rodoviário do Estado de Sergipe, escala 1:400.000 (DER-SE, 2001). A sede municipal tem uma altitude de 60 metros e coordenadas geográficas 09°55’00” de latitude sul e 37°16’44” de longitude oeste.

O acesso a partir de Aracaju, é efetuado pelas rodovias pavimentadas BR-235, BR-101, SE-452 e SE-200, num percurso total de 190km.

Aspectos Socioeconômicos

O município foi criado pela Lei Provincial nº 195 de 11/11/1896. A população municipal é 25.664 habitantes, sendo 8.712 na zona urbana e 16.952 na zona rural, com uma densidade demográfica de 28,67 hab/km². Apresenta infra-estrutura de serviços razoável, possuindo energia elétrica distribuída pela Empresa Energética de Sergipe – ENERGIPE, serviço de telefonia da TELEMAR, agência postal da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos-E.B.C.T., hotel, transporte rodoviário interurbano, estação rodoviária, biblioteca, agências bancárias, campo de futebol e quadra poli esportiva.

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O abastecimento de água é de responsabilidade do DESO – Companhia de Saneamento de Sergipe, que atende a 4.030 estabelecimentos, sendo 3.768 residenciais, 185 comerciais, 4 industriais e 73 do poder público. O esgotamento sanitário é efetuado através fossas sépticas e comuns, enquanto o lixo urbano coletado é transportado e depositado em terreno baldio.

As receitas municipais provêem basicamente da agricultura, pecuária e avicultura. Os principais produtos agrícolas são: mandioca, milho e feijão. Os maiores rebanhos são os bovinos, ovinos, suínos e caprinos, sobressaindo na avicultura os galináceos. No setor da mineração, existe no município, lavra de mármore.

O sistema educacional dispõe de 87 estabelecimentos de ensino, sendo 11 de educação infantil e 76 de educação fundamental, com 8181 alunos matriculados. A taxa total de alfabetização da população de 1991 era de 43,08%. Na área da saúde, a população dispõe de 1 hospital e 9 postos/centros de saúde.

Aspectos Fisiográficos

O município possui um clima megatérmico semi-árido, com temperatura média anual de 26,2°C, precipitação média no ano de 548,9mm e período chuvoso de março a julho. O relevo é caracterizado pelas unidades geomorfológicas Superfície Pediplanada e Pediplano Sertanejo, contendo relevos dissecados em colinas e cristas com interflúvios tabulares. Os solos são Litólicos, Eutróficos, Regosol Distróficos, Planosol, Podzólico Vermelho Amarelo Equivalente Eutrófico, com vegetação de Caatinga, Capoeira, Campos Limpos e Campos Sujos (SERGIPE.SEPLANTEC/SUPES, 1997/2000).

Geologia

No que se refere à geologia, a área do município está quase totalmente englobada nos domínios neoproterozóico e mesoproterozóico da Faixa de Dobramentos Sergipana. Na porção centro-sul da região, ocorrem micaxistos granatíferos com lentes de quartzito e metarritmitos finos com lentes de metavulcanitos (Grupo Macururé), granitos/granodioritos do tipo Glória e metarritmitos, metavulcanitos, metabasitos e mármores (Unidade Monte Azul /Complexo Marancó).

No centro-norte da área, afloram migmatitos, anfibolitos, paragnaisses e biotita-xistos do Complexo Migmatítico de Poço Redondo; metabasaltos, metatufos, metavulcanitos, quartzitos e rochas calcossilicáticas do Complexo Canindé; dioritos, granitos, monzonitos do tipo Curralinho; sienitos e monzonitos do tipo Serra do Catu; biotita-granodioritos/ monzonitos do tipo Propriá e gabros, diabásios, troctolitos, leucogabros e ultramafitos da Suíte Intrusiva Canindé (Figura 9)..

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No extremo norte, observam-se pequenas manchas de aluviões e coluviões relacionadas às Formações Superficiais Continentais.

Recursos Hídricos

Águas Superficiais

O município está inserido na bacia hidrográfica do rio São Francisco. Constituem a drenagem principal, além do rio São Francisco, os rios Capivara, Campos Novos, dos Cachorros e Mocambo.

Águas Subterrâneas

Domínios Hidrogeológicos

No município de Porto da Folha pode-se individualizar três domínios hidrogeológicos: Metasedimentos/Metavulcanitos, Cristalino e Formações Superficiais Cenozóica, o primeiro ocupa aproximadamente 50% do território municipal.

Os Metasedimentos/Metavulcanitos e o Cristalino tem comportamento de “aqüífero fissural”. Como basicamente não existe uma porosidade primária nesse tipo de rocha, a ocorrência da água subterrânea é condicionada por uma porosidade secundária representada por fraturas e fendas, o que se traduz por reservatórios aleatórios, descontínuos e de pequena extensão. Dentro deste contexto, em geral, as vazões produzidas por poços são pequenas e a água, em função da falta de circulação, dos efeitos do clima semi-árido e do tipo de rocha, é, na maior parte das vezes, salinizada. Essas condições definem um potencial hidrogeológico baixo para as rochas cristalinas sem, no entanto, diminuir sua importância

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Fotografia 9 – Lavra de calcário dolomítico.

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como alternativa de abastecimento nos casos de pequenas comunidades ou como reserva estratégica em períodos prolongados de estiagem.

As formações Superficiais Cenozóicas, são constituídas por pacotes de rochas sedimentares que recobrem as rochas mais antigas das Bacias Sedimentares, da Faixa de Dobramentos Sergipana e do Embasamento Gnáissico. Em termos hidrogeológicos, tem um comportamento de “aqüifero granular”, caracterizado por possuir uma porosidade primária, e nos terrenos arenosos uma elevada permeabilidade, o que confere, no geral, excelentes condições de armazenamento e fornecimento d’água. Na área do município este domínio está representado por depósitos aluvionares e coluvionares, que a depender da espessura e da razão areia/argila das suas litologias, pode produzir vazões significativas. Em grande parte dos casos, poços tubulares perfurados neste domínio, vão captar água do aqüífero subjacente.

3. UMA VISÃO GERAL DA REGIÃO EVOLVIDA PELOS MUNICÍPIOS SERGIPANOS COM RISCO POTENCIAL DE DESERTIFICAÇÃO

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Para a construção de um painel que retratasse um corte da situação atual dos municípios da região do semi-árido sergipano, considerados como de risco potencial do ponto de vista do processo de desertificação, foram utilizadas diversas estratégias, tais como a pesquisa bibliográfica, para a obtenção de indicadores físicos e sócio-econômicos já estudados e publicados, as visitas a campo para registro in loco das condições atuais apresentadas pelos meios físico e biológico, como também para colher opinião das pessoas que vivem nas localidades aludidas e conhecer melhor as suas práticas e atitudes com relação à superação das dificuldades impostas pelos rigores climáticos.

De início, a partir de consultas realizadas a órgãos públicos, verificou-se que a região apresenta uma grande quantidade de assentamentos em terras provenientes dos latifúndios as quais já apresentavam indícios de degradação devido à substituição da vegetação nativa por pastagens e sinais de desertificação o que representa por um lado uma intervenção positiva do poder público, já que permite o acesso a terra para muitos que jamais tiveram tal oportunidade, mas que de certa forma representa um risco potencial, em vistas das práticas produtivas utilizadas para a geração de renda. As tabelas a seguir (1 a 6), dão em linhas gerais uma visão da abrangência dos projetos de assentamentos nos municípios considerados de risco potencial para a desertificação.

Tabela 1. Assentamentos do município de Canindé do São Francisco

IMÓVEL ASSENTAMENTO ÁREA (HA)

NÚMERO DE FAMÍLIAS

Fazenda Monte Santo Monte Santo I 893,42 25Fazenda N. Sra. Do Carmo Monte Santo I 354,11 14Cuiabá Cuiabá 2.023,00 200Fazenda Mandacaru Mandacaru 1.709,88 60Fazenda Oroco Florestan

Fernandes 824,97 31Belo Horizonte João Pedro Teixeira 3.740,32 145Santa Rita/Maribondo Santa Rita 1.143,19 40Boa Esperança Maria Feitosa 1.271,86 45Gualter Doze de Março 1.413,25 40Modelo Modelo 873,00 30Santa Maria/Bom Jesus Santa Maria 455,95 16Colônia Estadual Califórnia (3) 3.980,00 333Colônia Estadual Santa Rita 583,57 45

Fonte: DEAGRO, comunicação pessoal.

Tabela 2. Assentamentos do município de Carira

IMÓVEL ASSENTAMENTO ÁREA (ha)

NÚMERO DE

FAMÍLIAS

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Queimada de Baixo Manoel Martinho 1.096,00 60Colônia Estadual Lagoa Grande 167,42 15Fazenda São Francisco Edmilson de Oliveira 830,43 40Chico Uruçu Luiz Carlos Prestes 736,00 35São Cristóvão São Cristóvão 1.130,81 50

Fonte: DEAGRO, comunicação pessoal.

Tabela 3. Assentamentos do município de Gararu

IMÓVEL ASSENTAMENTO ÁREA (ha)

NÚMERO DE

FAMÍLIASMonte Santo Nova Esperança 719,00 40Ponta Grossa Maria Vitória 420,31 13Arrastador/Flor da Índia Flor da Índia 301,43 10Cachoeirinha Cachoeirinha 2.694,67 98

Fonte: DEAGRO, comunicação pessoal.

Tabela 4. Assentamentos do município de N. Senhora da Glória

IMÓVEL ASSENTAMENTO ÁREA (ha)

NÚMERO DE

FAMÍLIASPoço do Capim Luiz Beltrano 536,28 20Fazenda Caimbra Nossa Senhora da Boa Hora 502,14 25Socorro/Conceição José Ribamar 823,96 32Lagoa das Areias Nossa Senhora Aparecida 585,00 24Fortaleza Fortaleza 922,00 50Pedras Grandes Nossa Senhora da Glória 656,00 28Senharol João do Vale 559,11 18

Fonte: DEAGRO, comunicação pessoal.

Tabela 5. Assentamentos do Município de Poço Redondo

IMÓVEL ASSENTAMENTO ÁREA (ha)

NÚMERO DE FAMÍLIAS

Barra da Onça Barra da Onça 6.278,00 213Pedras Grandes Pedras Grandes 610,00 27

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Nova Esperança Flor da Serra 971,00 41Curralinho Curralinho 1.175,00 50Camará/Queribas Jacaré/Curituba VIII 605,00 70Cajueiro Cajueiro 2.745,24 112Lagoa da Areia Lagoa da Areia 3.984,82 150Faz. Senhor do Bonfim Caldeirão 507,53 19Fazenda Santo António Nova Vida 424,17 14Maralinas/Emendadas Maria Bonita I 1.092,48 39Novo Paraiso Novo Paraiso 1.074,32 40São Jorge Nelson Mandela 294,91 20Faveleira Djalma Cesário 229,84 9Alto do Rio Carlito Maia 146,97 6

Riacho LargoMadre Tereza de Calcutá 198,02 8

Santa Luzia Jacaré Curituba I 1.320,00 264Alto Bonito Jacaré Curituba II 1.216,00 71Alto Bonito do Formoso Jacaré Curituba III 735,00 138Santa Cruz Jacaré Curituba IV 1.367,00 214Boa Esperança Jacaré Curituba V 889,00 55Pioneira Pioneira 513,00 21Queimada Grande Queimada Grande 4.087,00 150Califórnia/Dalas Jacaré Curituba VI 430,00 17Queribas Jacaré Curituba VII 299,00 —Novo Mulungu Novo Mulungu 249,00 10São José do Nazaré São José do Nazaré 743,20 30

Fonte: DEAGRO, comunicação pessoal.

Tabela 6. Assentamentos do Município de Porto da Folha

IMÓVEL ASSENTAMENTO ÁREA (ha)

NÚMERO DE

FAMÍLIASIlha do Ouro Ilha do Ouro 1.320,00 94Fazenda Esperança Paulo Freire 1.181,00 40Fazenda Júlia José Unaldo de Oliveira 211,77 15Araticum Vitória do São Francisco 477,26 30

Fonte: DEAGRO, comunicação pessoal.

Tabela 7. Assentamentos do Município de Monte Alegre de Sergipe

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IMÓVEL ASSENTAMENTO ÁREA (ha)

NÚMERO DE FAMÍLIAS

Colônia Estadual Juazeiro 118,15 9Fazenda São Raimundo São Raimundo 266,49 10Fazenda Bela Vista União dos Conselheiros 627,01 25Romaria Raimundo Monteiro da Silva 602,42 21Lagoa do Bom Nome Josenilton Alves 356,54 14Bela Vista/Queimada Raimundo Monteiro I 162,01 6Bom Jardim Bom Jardim 603,00 28Maravilha Primeiro de Maio 669,05 24

Fonte: DEAGRO, comunicação pessoal.

Uma síntese dos dados contidos nas tabelas anteriores mostra um total de 69969,43 hectares de área destinada a assentamentos nos sete municípios, onde se encontram alocadas 3.672 famílias. O gráfico (1) a seguir ressalta a maior incidência de áreas de assentamento no município de Poço Redondo, tanto em superfície destinada para tal fim, como em termos de famílias assentadas. Este fato tem um rebatimento sobre o quadro natural, que pode ser visualizado nas áreas de assentamentos, em termos dos impactos ambientais já instalados e também, em termos das áreas carentes de remediação e recuperação ambientais.

28

3190,03179

32185,5

1788

5427,31

1973404,67

137

4135,41

161

19266,52

1024

3960,66

200

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

Porto daFolha

PoçoRedondo

NossaSenhorada Glória

MonteAlegre deSergipe

Gararu Canindédo São

Francisco

Carira

ÁREA (ha) NÚMERO DE FAMÍLIAS

Gráfico 1. Síntese dos dados sobre os assentamentos - Por município

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Levando em consideração, de forma integrada, aspectos sociais que são indicadores universais da qualidade de vida das pessoas, tais como percentagem de renda apropriada (20% + pobre), Índice de Desenvolvolvimento Humano Renda (IDH-R), Área (Km²), Densidade (Hab/Km²), População Rural (x 1.000), Expectativa de Vida ao Nascer (anos), Taxa de Analfabetismo (25 anos ou mais), % de Renda Apropriada (40% + Pobres), Renda Per Capta Média (R$), Índice de Gini, Índice de Desenvolv. Humano Educação (IDH-E), Índice de Desenvolvimento Humano Longevidade (IDH-L), cujos dados encontram-se consolidados na tabela a seguir, pode-se construir partir de uma análise comparativa, ou seja, abstraindo conclusões sobre o quadro social dos municípios considerados como potencialmente de risco para o processo de desertificação.

Vê-se por exemplo, a partir da observação dos dados contidos nas colunas de números 1 e 3, relativos ao percentual de renda apropriada pelos 20% mais pobres e percentual de renda apropriada pelos 20% mais ricos, de que houve ao longo do período de 1991 a 2000 um agravamento do quadro de concentração de renda, salvo no município de Carira, em que esses índices apresentam diminuição, o que é ratificado pelos dados de índice de Gini, coluna 6. Isso revela que em toda a área objeto desse panorama, a concentração de renda , no período de registro 1991/2000 se elevou. O município de Poço Redondo, onde se encontra o maior número de assentamentos é também onde a concentração, medida pelos índices aludidos é mais grave. O município de Nossa Senhora da Glória, sob a mesma, vem em segundo lugar.

Analisando o indicador renda per capita, verifica-se que o menor valor é apresentado pelo município de Poço Redondo, seguido de Porto da Folha e Gararu, para dados do ano 2.000. Uma análise evolutiva do período 1991/2000 mostra que a renda per capita diminuiu não somente em Poço Redondo como em Carira. Ressalte-se que estes municípios também apresentam piora do quadro sócio-conômico, quando avaliados sob a ótica do Índice de Desenvolvimento Humano de Renda (IDH-R), coluna número 9 da tabela 8, a seguir.

Não obstante os dados econômicos retratarem um quadro ruim, os dados de Expectativa de Vida ao Nascer (anos), Mortalidade até 1 ano de idade (por 1.000 nascidos vivos), e mesmo os dados de População, mostram ter ocorrido no período considerado uma melhora. Esse quadro animador se estende também os aspectos educação, o que se reflete nos números relativos ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), dados da Tabela 9.

Um fato relevante está relacionado com os indicadores de população, colunas de número 2, 4, 5 e 6 das Tabelas 10 e 11. Nelas se observa que há um incremento da taxa de urbanização, que pode ser entendido como um reflexo do deslocamento das populações rurais municipais para as cidades.

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Tabela 8. Características Gerais

MUNICÍPIOS 01 02 03 04 05 06 07 08 09ANO DE 1991

Canindé do São Francisco 908,2 11.473 12,63 5.322 6.151 46,39 53,1 99,5 63,9Carira 634,6 15.418 24,29 7.415 8.003 48,09 55,5 85,5 62,8Gararu 640,4 10.465 16,34 2.379 8.086 22,73 53,6 96,5 60,4Monte Alegre 418,5 9.589 22,91 5.030 4.559 52,46 53,1 99,5 66,4Nossa Senhora da Glória 745,4 23.478 31,50 13.675 9.803 58,25 59,1 66,9 55,2Poço Redondo 1220,0 20.155 16,52 4.682 15.473 23,23 53,1 99,5 74,0Porto da Folha 895,1 23.476 26,23 7.078 16.398 30,15 53,9 94,8 58,1

2.1.1 ANO DE 2000Canindé do São Francisco 908,2 17.754 19,55 9.303 8.451 52,40 60,0 61,4 46,6Carira 634,6 17.770 28,00 9.443 8.327 60,00 60,0 61,5 53,6Gararu 640,4 11.363 17,74 2.988 8.375 60,30 60,3 60,4 49,5Monte Alegre 418,5 11.587 27,69 6.468 5.119 58,00 58,0 70,4 49,1Nossa Senhora da Glória 745,4 26.910 36,10 17.137 9.773 62,20 62,2 52,7 41,8Poço Redondo 1220,0 26.022 21,33 6.360 19.662 58,90 58,9 66,2 55,5Porto da Folha 895,1 25.664 28,67 8.712 16.952 56,80 56,8 76,2 45,001 – Área (Km²)03 – Densidade (Hab/Km²)05 – População Rural (x 1.000)07 – Expectativa de Vida ao Nascer (anos)09 – Taxa de Analfabetismo (25 anos ou mais)

02 – População04 – População Urbana06 – Taxa de Urbanização (%)08 – Mortalidade até 1 ano de idade (por 1.000

nascidos vivos)Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano (2004)

Tabela 9. Características Econômicas e Sociais

MUNICÍPIOS01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

ANO DE 1991Canindé do São Francisco 5,4 14,4 51,4 65,8 76,5 0,46 0,452 0,416 0,472 0,468Carira 4,4 11,8 57,6 94,2 67,0 0,53 0,490 0,429 0,532 0,508Gararu 4,1 12,0 57,2 52,9 84,5 0,51 0,454 0,450 0,435 0,477Monte Alegre 4,6 13,6 50,6 51,3 81,8 0,46 0,436 0,409 0,430 0,468Nossa Senhora da Glória 4,0 11,3 58,6 73,3 74,5 0,54 0,524 0,515 0,490 0,568Poço Redondo 3,9 12,1 55,3 48,5 85,3 0,50 0,405 0,327 0,421 0,468Porto da Folha 4,7 13,1 54,7 52,6 83,0 0,49 0,461 0,467 0,434 0,481

ANO DE 2000Canindé do São Francisco 0,2 4,5 68,2 91,7 69,2 0,67 0,580 0,628 0,527 0,584Carira 3,3 12,1 51,6 90,3 63,7 0,49 0,581 0,634 0,524 0,584Gararu 0,4 5,8 63,4 67,7 74,0 0,62 0,572 0,653 0,476 0,588Monte Alegre 2,2 8,8 60,3 73,4 72,6 0,58 0,568 0,663 0,490 0,550Nossa Senhora da Glória 0,6 5,2 68,7 110,0 64,8 0,67 0,631 0,715 0,557 0,620Poço Redondo 0,0 0,4 69,3 46,9 82,3 0,69 0,536 0,626 0,415 0,566Porto da Folha 1,0 7,6 59,8 59,5 78,6 0,58 0,556 0,682 0,455 0,53001 – % de Renda Apropriada (20% + pobres)03 – % de Renda Apropriada (20% + Ricos)05 – Percentual de pobres07 – Índice de Desenvolv. Humano Municipal (IDH-M)09 – Índice de Desenvolv. Humano Renda (IDH-R)

02 – % de Renda Apropriada (40% + Pobres)04 - Renda Per Capta Média (R$)06 – Índice de Gini08 – Índice de Desenvolv. Humano Educação (IDH-E)10 – Índice de Desenvolv. Humano Longev. (IDH-L)

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano (2004)

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Observando-se os dados apresentados nas tabelas anteriores vê-se que em alguns aspectos o quadro sócio-econômico dos municípios citados evoluiu para melhor, porém ainda estão muito distante daqueles apresentados pela maioria dos municípios sergipanos, que desenvolvem atividades agropecuárias.

Ao se deslocar o foco de análise para o quadro natural, logo se percebe a repercussão que as ocupações humanas e suas práticas produtivas deixaram marcas de degradação no meio ambiente. Para o melhor entendimento dessas questões foi elaborada uma tabela com o resumo das principais variáveis envolvidas no processo de análise, como solo, relevo, vegetação, clima índice de aridez, uso e ocupação do solo e aptidão do solo.

Os dados relativos as variáveis solo, relevo e vegetação foram colhidos da bibliografia disponível.

Dirigindo-se a atenção para variável solo, percebe-se a predominância de solos rasos, pouco desenvolvidos e com registro de solo litólico, na maioria das vezes. Apenas o município de Carira apresenta um tipo de solo mais argiloso. As fotografias (10 e 11) a seguir apresentadas, a primeira colhida em um corte de estrada, localizado próximo à sede do município de Gararu, e a segunda colhida no assentamento Pioneira dão em linhas gerais uma idéia dessa afirmação.

Fotografia 0 – Perfil do solo no corte da estrada Gararu/Porto da Folha.

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A análise comparativa dos níveis de degradação atual e potencial revela que o recurso solo hoje predominantemente em grau de acentuada degradação pode migrar no futuro para níveis indesejáveis de severidade, sobretudo no município de Canindé de São Francisco, onde práticas de produção recheadas de modernas tecnologias podem comprometer definitivamente o solo com o surgimento da salinização.

Quadro semelhantemente grave é o apresentado pela cobertura vegetal da região do semi-árido sergipano, considerado como susceptível a processos de desertificação. Na quase totalidade dos municípios a situação atual já atinge níveis severo, exceção apenas para o município de Nossa Senhora da Glória que apresenta nível acentuado de degradação. O potencial de agravamento desse quadro já está revelado pelo nível que deverá atingir todos os municípios. O reflexo disso deverá ser o agravamento do processo erosivo no futuro, como revelado na tabela 11.

Fotografia 11 – Solo arenoso de espessura delgada.

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Tabela 10. Diagnóstico Ambiental

MUNICÍPIOS SOLO RELEVO VEGETAÇÃO CLIMAÍNDICE

DE ARIDEZ

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO APTIDÃO DO SOLO

Canindé do São Francisco

Livissolo, Neossolo Litólico

Solo árido e raso

Suave ondulado a

muito ondulado

Caatinga Hiperxerófita

Semi-árido mediano com 7 a

8 meses seco0,30

Pecuária extensiva, agricultura de subsistência e agricultura irrigada com problemas de salinização.

Pastagem natural e aptidão regular para lavoura irrigada com

manejo adequado.

Carira

Argilosa com Neossolo LitólicoSolo raso e areno-

argiloso

Suave Ondulado

Caatinga Hiperxerófita

Semi-árido mediano com 7 a

8 meses seco0,68 Pastagem plantada e

agricultura de subsistência

Regular com restrição a agricultura e pastagem

natural

Gararu Neossolo LitólicoSolo raso

Ondulado a muito

ondulado

Predomina a Caatinga

Hiperxerófita

Semi-árido mediano com 7 a

8 meses seco0,65 Pecuária extensiva e

agricultura de subsistênciaPastagem nativa e

lavoura com irrigação

Monte AlegreNeossolo Litólico e Planossolo argissoloPredomínio solo raso

Suave ondulado

Predomina Caatinga

Hiperxerófita

Semi-árido mediano com 7 a

8 meses seco0,42

Agricultura de subsistência e pastagem

extensiva

Pastagem natural e plantada, e regular para

lavoura

N. S. da Glória

Ass. Argissolo com Planossolo

Solo raso e areno-argiloso

Predomínio suave

ondulado

Transição entre Caatinga

Hiperxerófita/ Hipoxerófita

Semi-árido mediano com 7 a

8 meses seco0,54

Pastagem plantada e agricultura de subsistência

com produção de grãosRegular para lavoura

Poço Redondo

Bruno não cálcicoRegossol eutrófico e distróficos distrófico

Solo árido a raso

Ondulado Caatinga Hiperxerófita

Semi-árido mediano com 7 a

8 meses seco0,38

Porto da Folha Neossolo LitólicoSolo raso

Ondulado a muito

ondulado

Predomina a Caatinga

Hiperxerófila

Semi-árido mediano com 7 a

8 meses seco0,35 Pecuária extensiva e

agricultura de subsistênciaPastagem nativa e

lavoura com irrigação

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Tabela 11. Níveis de Degradação Ambiental

MUNICÍPIOSNÍVEL DE DEGRADAÇÃO ATUAL NÍVEL DE DEGRADAÇÃO POTENCIAL

SOLO VEGETAÇÃO SUSCEPTIBILIDADE À EROSÃO SOLO VEGETAÇÃO SUSCEPTIBILIDADE

À EROSÃO

Canindé do São Francisco Acentuado Severo Acentuada Severo Severo Severo

Carira Moderado Severo Moderado Acentuado Severo Acentuado

Gararu Acentuado Severo Acentuado Acentuado Severo Acentuado

Monte Alegre Moderado Severo Moderado Acentuado Severo Acentuado

N. S. da Glória Moderado Acentuado Moderado Acentuado Severo Acentuado

Poço Redondo Acentuado Severo Moderado Acentuado Severo Acentuado

Porto da Folha Acentuado Severo Acentuado Acentuado Severo Acentuado

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Ciente da gravidade da situação atual e atento para a possibilidade do atingimento de níveis intoleráveis e irreversíveis o poder público tem destinado atenção e dirigido para a região ações de planejamento. O governo estadual, numa tentativa de dinamizar o vazio econômico representado pelas áreas criou o Programa de Desenvolvimento Sustentável do Semi-Árido Sergipano, que envolve um conjunto de ações multi-setorial e multi-institucional coordenadas e articuladas, para possibilitar o desenvolvimento sustentável dessa região, com destaque para os seguintes aspectos:- Implantação de infra-estrutura de abastecimento de água bruta para o

aproveitamento dos recursos naturais disponíveis como agricultura irrigada, pecuária semi-intensiva, piscicultura, agroindústrias, dentre outros;

- Melhoria do nível tecnológico da população economicamente ativa, com programas de profissionalização da população jovem e treinamento dos pequenos produtores;

- Melhoria das condições de habitação na zona rural, nos serviços de saúde e erradicação do analfabetismo;

- Implantação de programa de fortalecimento institucional, visando capacitar os órgãos municipais para a gestão financeira, territorial e ambiental.

A área do programa atinge cerca de 19% do território do Estado de Sergipe e 6% de sua população. O público alvo é da ordem de 108 mil pessoas, localizadas em cinco diferentes municípios (Canindé do São Francisco, Poço Redondo, Porto da Folha, Monte Alegre de Sergipe e Nossa Senhora da Glória), quer em áreas urbanas de diversas dimensões quer em áreas rurais.

O Programa de Desenvolvimento Sustentável do Semi-Árido Sergipano incorporou o Projeto Nova Califórnia em seu propósito de promover o desenvolvimento regional, aumentando as possibilidades de produção agrícola – lavouras, criação de animais, florestas e pesca – de fomento à agroindústria local, de oportunizar o desenvolvimento turístico regional inclusive do artesanato, de fortalecer as bases municipais e de propiciar melhores condições de vida às populações locais.

O Projeto Nova Califórnia objetiva disponibilizar o abastecimento de água bruta para atender atividades de agricultura irrigada, pecuária semi-intensiva, abastecimento humano e industrial, abrangendo uma área de intervenção de aproximadamente 24.000 ha.

O Projeto Nova Califórnia localiza-se no município de Canindé do São Francisco, no estado de Sergipe (excluindo a área do projeto de Assentamento Cuiabá), com uma área total de 19.291,02 ha. Sua estrutura compreende dois setores: O setor 1 está situado na margem direita do rio Curitiba, com área de 12.520,19 há, limitando-se ao norte com o rio Curitiba, ao sul com a coordenada 8.920.750 (limite dos assentamentos Cuiabá e João Pedro Teixeira), a oeste com a coordenada 611.000 e, a leste com o lago formado pela barragem de Xingo. Engloba

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as áreas representadas pelos assentamentos do INCRA: Cuiabá, Florestan Fernandes, Modelo e João Pedro Teixeira.

O setor 2 está situado na margem esquerda do rio Curitiba, com área de 6.711,02, limitando-se ao norte com a coordenada 8.942,750, ao sul com o rio Curitiba, a oeste com o assentamento Mandacaru, do INCRA e, a leste o lago de Xingo.

Engloba as áreas representadas pelo assentamento Mandacaru, do INCRA e áreas desapropriadas pelo Estado de Sergipe para parcelas empresariais.

A SEMA – Secretaria de Estado do Meio Ambiente indicou para a Microrregião Sergipana do Sertão do São Francisco, atual Região de Planejamento nº 01 (RP-01), dentro do segmento meio ambiente, dentro do PLANO PLURIANUAL 2004-2007 a Criação de Unidades de Conservação, abrangendo os municípios de Canindé do São Frâncico, Porto de Folha e Monte Alegre para fins de preservação ambiental do ecossistema do bioma caatinga.

Há que se destacar a existência de diversos programas destinados a melhoria da qualidade de vida da população, que abrangem, ainda que de forma desarticulada, os residentes da região do semi-árido sergipano. Dentre eles podem ser citados o Programa Fome Zero do governo federal, o Programa de Erradicação das Casas de Taipa, Programa de Combate a Pobreza Rural – PCPR, os programas de assentamento e reforma agrária do INCRA, o Crédito Fundiário ligado ao PRONESE, o Programa de Formação e Mobilização Social- Um Milhão de Cisternas – P1MC ligado à ASA – Articulação do Semi-Árido Brasileiro.

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Figura 1

Áreas de implantação de unidades de conservação

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4. RESULTADOS 4.1. PESQUISA DE OPINIÃO

Foi realizada uma pesquisa envolvendo as instituições que de alguma forma desenvolvem ações nos municípios sergipanos localizados na região do semi-árido, incluídos no planejamento de combate a desertificação. A pesquisa foi realizada com aplicação de questionário.

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As vinte e cinco instituições que contribuíram com a pesquisa devolvendo suas respostas, através do preenchimento de questionários enviados, foram: Fundação Dom José Brandão de Castro, Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente, Prefeitura Municipal de Gararu, Prefeitura Municipal de Porto da Folha, Prefeitura Municipal de Monte Alegre de Sergipe – Se, Prefeitura Municipal de Carira, Prefeitura Municipal de Poço Redondo, Prefeitura Municipal de Nossa Senhora da Glória, Prefeitura Municipal de Canindé de São Francisco, Universidade Federal de Sergipe, Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba, Secretaria de Estudo do Combate à Pobreza, da Assistência Social e do Trabalho, Secretaria de Estado da Agricultura, do Abastecimento e da Irrigação - SEAGRI, Departamento Estadual de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe – DEAGRO, Embrapa Tabuleiros Costeiros, Banco do Brasil S.A., Empresa de Desenvolvimento Sustentável do Estado de Sergipe – PRONESE, Ass. do Desenvolvimento L. Int. e Sus. de Poço Redondo, Instituto Maniçoba, Movimento Sem Terra (MST), Instituto de Cooperação para o Desenvolvimento Rural Sustentável – ICODERUS, Sociedade de Apoio Sócio Ambientalista e Cultural (SASAC), Associação Mão no Arado de Sergipe, ASDIP/UPS - Cáritas Diocesana de Própria e FETASE - Federação de Trabalhadores na Agricultura do Estado de Sergipe.

A natureza dessas instituições, segundo elas mesmas declararam, é de caráter público, 12 (48%), 3 (12%) de caráter privado e o restante, 10 (40%) de outro tipo. A Justificativa para que estas últimas 10 instituições se classificassem na categoria outro tipo foram OSCIP (organização social civil de interesse público.) e ONG (organização não governamental), além de entidade de classe. São instituições que na sua maioria, cerca de 70%, conforme dados da pesquisa, iniciaram as atividades a partir de 1995.

No tocante às áreas de competência da instituição as respostas foram as mais variadas possíveis, incluindo os seguintes segmentos: educação informal; questões ambientais; administração pública municipal; ensino, pesquisa e extensão (universidade); promoção do desenvolvimento nos vales dos rios São Francisco e do Parnaíba; elevação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado e dos Municípios; apoiar a produção agropecuária estadual com atuação focada no agronegócio; contribuir para o fortalecimento da agricultura familiar; pesquisa, desenvolvimento e tecnologia agropecuária; atuação em área financeira; atuação em atividades, nos termos do Programa de Redução da Pobreza Rural; elaboração de projetos e assistência técnica.

Vale ressaltar, conforme observado nos dados da tabela a seguir, que as instituições pesquisadas, em número de 25, em sua maioria, têm atuação simultânea em vários municípios da região escolhida. No município menos contemplado, Canindé do São Francisco, 15 instituições têm atuação com suas ações. O destaque é o município de Poço Redondo, com 19 instituições atuando simultaneamente. Mas, isso se explica pelo fato desse município possuir o menor IDH e um número razoável de assentamentos. Muitas delas possuem representações, conforme se observa na Tabela 11.

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TABELA 12. MUNICÍPIOS EM QUE AS INSTITUIÇÕES PESQUISADAS ATUAM

Municípios de atuação da instituição

Número de Instituições Freqüência.

Canindé do São Francisco 15 60,00%Poço Redondo 19 76,00%Carira 15 60,00%Porto da Folha 17 68,00%Monte Alegre de Sergipe 17 68,00%Nossa Senhora da Glória 17 68,00%Gararu 16 64,00%

TOTAL 25

Sobre a forma de atuação das instituições, o que se verifica é uma diversificada gama de maneiras de intervenções, conforme mostra lista a seguir e representação dos Gráficos 1 e 2:

Ação sócio-educativa de reflorestamento, através de doação de mudas espécies nativas;

De forma coletiva, mobilizando as instituições; Administração em geral; De forma participativa, mediadora de conflitos e agindo de

acordo com as demandas e potenciais; Através de projetos de ensino, pesquisa e extensão; Implementação direta e através de outras instituições; Por meio da Rede Tá na Mesa de Inclusão Social (refeição diária,

geração de renda, erradicação da miséria); Através de assessoria de seus técnicos e da assistência técnica

dos organismos vinculados à DEAGRO; Através de sete escritórios em cada município desenvolvendo a

missão acima especificada; Através de cursos, palestras, conhecimento e produtos; Apoiando financeiramente os empreendimentos agropecuários e

comerciais; Promovendo o desenvolvimento estadual sustentável,

objetivando a melhoria das condições de vida das populações rurais de Sergipe;

Através da ASA no GT de desertificação; Através da comissão municipal da ASA e Conselhos; Organizada em grupos de famílias; Organização e assessoria técnica a associações de agricultores

familiares; Organização popular/agricultura familiar; Através do programa P1MC; Em parceria com o Projeto Dom Hélder Câmara (PDHC),

prestando assistência em acampamentos, assentamentos etc; Coordenação, organização e orientação dos trabalhadores(as)

rurais.

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Gráfico 2. Instituições que possuem representações

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No tocante ao número de representações de instituições pesquisadas (Gráfico 3) por município da região do semi-árido sergipano susceptível à desertificação, verifica-se um verdadeiro equilíbrio, com uma pequena relevância para os municípios de Poço Redondo, Monte Alegre de Sergipe e Porto da Folha. Vale ressaltar que 12 questionários não apresentaram resposta, o que pode ser entendido como reflexo de certa falta de entendimento da questão, ou mesmo uma manifestação de indiferença quanto à relevância do aspecto representação municipal.

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Sim48%

Não resposta

20%Não32%

Nossa Senhora da Glória; 9

Monte Alegre de Sergipe; 9

Porto da Folha; 9

Carira; 7

Poço Redondo; 7

Canindé do São Francisco;

8

Não resposta; 12Gararu; 6

Gráfico 3. Municípios em que as instituições possuem representações

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0%

20%

40%

60%

80%

100%

Não resposta Ausente Baixa Moderada Acentuada Severa

Irrigação Agricultura Pecuária Mineração Extração de madeira

Gráfico 4. Níveis de degradação de acordo com a atividade

Vinte e quatro instituições, cerca de 96%, declararam ter observado em suas atividades, o surgimento de áreas degradadas. O município de Poço redondo foi apontado por 72% delas como o de maior susceptibilidade aos processos de desertificação.

Em relação aos níveis de degradação das terras, vistos em relação às atividades irrigação, agricultura, pecuária, mineração e extração de madeira, as instituições em suas atividades perceberam distinções entre aquelas que mais contribuem para o processo e o grau de degradação (Gráfico 4). Nesse aspecto, ganham destaques, pela ordem importância, a extração de madeira, a pecuária, a agricultura e a irrigação.

Para combater os níveis de degradação mencionados no parágrafo anterior e destacados no Gráfico 4 , 18 das 25 instituições relataram algumas ações ou projetos que vêm implementando. Dentre elas destacam-se combate à degradação das terras, atividades de florestamento e reflorestamento, atividades para erradicação da pobreza, atividades de educação ambiental, monitoramento ambiental, armazenamento de água. Muitas delas mencionaram desenvolver várias dessas ações simultaneamente, com significativos resultados após avaliação. A maioria, cerca de 64%, asseguram que suas ações e projetos são sustentáveis no semi-árido.

Quanto à indicação por parte das instituições pesquisadas do tipo de degradação verificado na área e o seu respectivo grau, classificado em relação a uma escala que varia de acordo com a gravidade de 1 a 5, ou seja nos níveis destacados nos subtítulos da tabela a seguir apresentada, os dados revelam certo destaque no nível severo para o assoreamento de rios, seguido das queimadas. No nível acentuado, segundo a escala de gravidade, verificam-se a disposição inadequada dos resíduos e a

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compactação do solo pela agricultura e pisoteio de animais, seguidos da ocupação irregular do solo. A salinização do solo e o esgotamento do solo, assim como o uso de agrotóxicos, nessa ordem, ganharam destaque apenas em nível moderado. A erosão, um processo que universalmente considerado como importante do ponto de vista das repercussões no quadro da degradação ambiental foi citada com destaque nos níveis acentuado e moderado conforme Tabela 12.

Tabela 13. Tipo de degradação verificado na área e o seu respectivo grau

Degradação AmbientalNão

Resposta

Ausente Baixa Moderad

aAcentuad

a Severa

Salinização do solo 3 3 3 11 5 0Erosão do solo 2 1 4 7 8 3Disposição inadequada dos resíduos 3 4 1 3 10 4Assoreamento de rios 3 1 3 3 6 9Ocupação irregular do solo 3 3 2 6 9 2Retirada da cobertura vegetal 2 2 0 6 8 7Queimadas 4 1 3 4 8 5Uso de agrotóxico 4 2 4 9 5 1Esgotamento do solo 4 1 0 10 8 2Compactação do solo pela agricultura e pisoteio de animais

2 1 4 4 10 4

Ocupação irregular de áreas frágeis 4 2 3 5 7 4

Outros tipos de degradações foram indicados pelas instituições pesquisadas, como responsáveis pela degradação ambiental na região semi-árida sergipana, complementando os já mencionados na Tabela 12. Dentre os mencionados destacam-se a ausência de critérios técnicos nas atividades agropecuárias, a redução na fauna, a lixiviação do solo, mineração (retirada de areia de leito de rios), a redução da biodiversidade local (fauna e flora).

Fechando a pesquisa, as instituições mencionaram os diversos projetos e ações que estão desenvolvendo em suas áreas de atuação, nos municípios da região do semi-árido sergipano. Esses dados foram condensados na Tabela 13.

Tabela 14. Ações praticados pelas instituições

PROGRAMAS E AÇÕES QUANTIDADE

Educação ambiental 14Educação contextualizada 13

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Turismo ecológico 4Fiscalização e combate à disposição inadequada de lixo 2Reciclagem de lixo 3Controle de vetores de doenças 6Recuperação de área degradada 8Recomposição florestal 9Fiscalização em áreas protegidas 1Monitoramento e proteção da caatinga 7Criação e gestão de área de preservação 7Melhoria de sistema agrícola 15Fontes alternativas de energias 4Alimentação alternativa 7Geração de renda 17Culturas alternativas 8Agregação de valor ao artesanato local 12Participação popular nas políticas públicas 17Ampliação e melhoria de abastecimento de água 16Assentamentos humanos 11Capacitação 20Pesquisa 7

4.2. OFICINAS DE TRABALHOS COM OS ATORES SOCIAIS

Como produto final das oficinas de trabalho na Análise Situacional, na identificação dos problemas no semi-árido sergipano, foram apontados os seguintes:

Em relação ao Bioma Caatinga

● Desmatamento clandestino e desordenado ● Destruição da Mata Ciliar● Falta de manejo na exploração● Ausência de políticas públicas para a agricultura● Migração do homem rural para meio urbano● Desemprego● Falta de alternativas para a ocupação e renda da comunidade● Aumento da criminalidade e prostituição ● Falta de incentivos para abertura de agronegócios no Semi-árido● Os subsídios colaboram com o desmatamento● Redução dos animais silvestres● Extinção da fauna e flora

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● Redução da biodiversidade● Falta de organização da comunidade● Descumprimento das leis existentes e impunidade● Falta de atuação dos governantes● Falta de pensamento de regionalização● Destruição em cerca de 80% da área de Caatinga no município de Carira● Influência no aumento do aquecimento

Em relação à Água

● Redução da oferta de água e o acesso à água● Falta de água - Seca● Assoreamento do rio e riachos● Falta de planejamento de obras públicas para o Semi-árido● Salinização● Altos custos para a dessalinização● Morte e extinção de espécies de peixes● Gastos excessivos e desnecessários● Morte das nascentes● Assoreamento do rio ● Redução da capacidade hídrica● Morte das nascentes do rio Sergipe● Diminuição das nascentes● Falta de estrutura para captação● Adutora insuficiente● Secamento de tanques● Desperdício de água● Consumo da mesma água por pessoas e animais● Água imprópria para o consumo humano● Conflito pela água● Redução dos peixes ● Comprometimento das reservas legais● Extinção de rios temporários ● Despejo de esgotos ● Dejetos lançados em barragens● Falta de saneamento básico● Poluição

Em relação ao Solo

● Erosão● Empobrecimento e inutilidade ● Falta de acompanhamento técnico● Mau uso da terra● Altos investimentos vazios de futuro● Não aproveitamento de frutos como umbu, araticum, oiti e incó ● Aplicação de agrotóxico nas plantações

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● Extração mineral● Queimadas● Falta de saneamento básico● Verminoses● Lançamento de Herbicidas - envenenamento ● Uso de máquinas pesadas: compactamento e encharcamento quando

chove● Uso de fertilizante sem controle● Falta de uma política agrícola● Falta de assistência técnica aos produtores rurais

Em relação à Atmosfera● Lançamento de fumaça no ar resultante das queimadas● Agravos à saúde - doenças respiratórias e alérgicas● Perda da produção

Em relação ao Sol – luz e calor

● Falta de recursos para a utilização da energia solar● Risco de câncer de pele por exposições excessivas● Influência no aquecimento global

Quanto à Análise das Atividades, na identificação dos objetivos das intervenções no semi-árido sergipano, foram propostos os seguintes:

● Promover programas sociais voltado para as necessidades humanas, principalmente econômicas, moradia, saúde, e mais trabalho

● Oferecer uma educação contextualizada e adequação do currículo escolar à realidade do sertanejo● Promover programas de educação ambiental voltado para o homem do campo em todas comunidades● Oferecer esporte, lazer e cultura para o homem do campo● Oferecer novas técnicas e tecnologias para o campo● Promover assistência técnica permanente ● Promover o acesso a terra, água de boa qualidade e saneamento● Fortalecer a agricultura familiar para a geração de emprego e renda● Investir nas potencialidades da região mediante o acesso a linhas de crédito mais justo e melhoria na assistência técnica● Melhorar a política de crédito rural através da discussão com a sociedade local● Incentivar o turismo ecológico● Reflorestar a Mata Ciliar com espécies nativas● Recuperar com mudas de espécies nativas as matas degradadas● Preservar as matas ciliares ainda existentes ● Promover a recomposição da Caatinga● Treinar os usuários dos recursos da Caatinga para um uso adequado – sustentável

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● Manejar a Caatinga de forma não degradante● Ensinar outras formas de plantio sem queimadas● Promover a gestão da Bacia Hidrográfica ● Reduzir a burocracia para a obtenção dos recursos financeiros para o homem do campo● Promover a interiorização entre os órgãos governamentais e não governamentais ● Criar canais de comercialização (alimentação escolar)● Incentivar a organização do produtor rural● Beneficiar os produtos rurais● Agregar valor aos produtos● Desenvolver políticas públicas com programas de Pró-Leite● Incentivar as instituições governamentais e não-governamentais para o desenvolvimento de ações de conscientização ambiental● Capacitar técnicos e dar condições para realizar atividades que não danifique o ambiente e seus recursos e melhorar as instituições governais● Criar um sistema que garanta emprego e segurança social● Oferecer capacitação e assistência técnica continuada aos usuários dos recursos naturais● Oferecer técnicas para capacitar as pessoas para agricultura familiar● Oferecer Projetos e tecnologias adequadas à região do semi-árido● Resgatar as Sementes Crioulas● Diversificar a atividade produtiva no município● Implantar sistemas agroflorestais● Implantar Barragens Subterrâneas/Poços Tubulares● Reciclar o lixo para formação de adubo e defensivos naturais● Mobilizar a comunidade – igreja, juiz, escolas,prefeitos, sindicatos, governo, MST e o povo para o combate a desertificação● Fortalecer os Conselhos, Comitês e Fóruns ● Promover a comunicação e desburocratização das instituições● Promover eventos culturais● Articular políticas públicas – Federal, Estadual e Municipal para geração de emprego e renda● Elaborar Planos Municipais de Combate à desertificação – comunidades e assentamentos● Oferecer condições para a organização popular - “Povo organizado é povo livre”!● Conclamar a ação do Ministério Público● Formar um Grupo de Trabalho de combate a “DESERTIFICAÇÃO”, espaço onde todos possam opinar e participar● Gerar emprego e renda● Capacitar o produtor rural para o exercício de atividades de convivência com a seca● Estimular e oportunizar a produção de caprinos● Incentivar e gerar condições para a criação de galinha de postura● Aplicar os 25% que preconiza a lei, na capacitação técnica continuada

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do corpo docente● Comprar material escolar e equipamentos para as escolas e oferecer transporte e alimentação escolar para os alunos● Preservar os recursos naturais● Fazer tratamento de água e esgoto sanitário antes de jogar nos rios● Fazer aterro sanitário para o lixo produzido ● Resgatar a cultura e folclore local, através de grupos sociais já formados, bem como nas comunidades, através das lideranças locais, secretarias municipais e órgãos competentes● Articular os diversos setores – comunidades, governos, órgãos e ONG’s com vistas à correlação das políticas públicas e ações sociais, políticas e de fomento ao desenvolvimento sustentável● Orientar a comunidade sobre a necessidade do trabalho coletivo, com base no diagnóstico participativo● Promover trabalhos de base/estrutural com os programas sociais que atendam as faixas etárias de crianças e adolescentes, bem como nas instituições de ensino, com vistas ao fomento à conscientização sobre a questão ambiental-social ● Realizar campanhas, passeatas, comemorações alusivas à questão ambiental, mutirões de limpeza com visitas para orientação e esclareci mento sobre o meio ambiente, através da atuação articulada dos diversos setores, em cumprimento à agenda de compromissos previamente elaborada pelos atores envolvidos ● Realizar um mapeamento regional e local das áreas desertificadas e preservadas, com vistas ao norteamento de diagnósticos de estudos e planos de ações● Aproveitar várzea com agricultura irrigada para geração de emprego e renda● Fazer plantio em curvas de nível● Distribuir terras pelo crédito fundiário● Oferecer acompanhamento técnico às famílias beneficiadas por projetos ● Conscientizar as comunidades e principalmente as ribeirinhas para a com programas de educação ambiental ● Aplicar de forma participativa os recursos do município ● Criar Reservas e Parques Florestais ● Proteger e introduzir espécies de animais silvestres em áreas ainda com Vegetação ● Orientar e incentivar o uso de práticas adequadas de manejo do solo ● Aumentar a capacidade de armazenamento hídricos – açudes e cisternas ● Reduzir o uso de agrotóxicos ● Construir Estação de tratamento de água e esgotos● Fazer coleta seletiva do lixo e promover o aproveitamento dos resíduos orgânicos e inorgânicos● Acabar com a corrupção e a impunidade no país● Melhorar a educação do homem do campo● Organizar e capacitar os atores sociais ● Criar linhas de crédito no PRONAF - Floresta● Integrar as ações dos órgãos, inicialmente Estadual e Municipal e

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Nacional● Criar ONG’s – Organização Não Governamental

Quanto à Análise das Atividades, na identificação dos incentivos para gerenciamento dos recursos naturais no semi-árido sergipano, foram propostos:

● Educação contextualizada e pleno conhecimento da história e geografia de Sergipe● Criação e execução de projeto educacional voltado para a realidade do homem sertanejo ● Criação de um sistema que garanta emprego e segurança social● Promoção de educação ambiental para o homem do campo● Oferecimento de linhas de crédito mais justas para desenvolvimento das potencialidades da região (pesca, artesanato, agricultura e pecuária)● Oferecimento de Técnicas e tecnologias para o homem do campo● Melhoria na assistência técnica● Tratamento e oferta da água de boa qualidade● Fortalecimento da agricultura familiar● Melhoria da política de crédito rural e desburocratização● Investimento para comunidade com condições para o turismo ecológico ● Realização de Turismo ecológico● Recuperação e enriquecimento das matas● Reflorestamento● Recuperação das Matas Ciliares com espécies nativas● Replantio da caatinga● Enriquecimento da Caatinga● Capacitação dos técnicos para melhoria da assistência técnica permanente aos agricultores● Gestão de Bacia Hidrográfica● Organização da produção● Organização do produtor rural● Beneficiamento de produtos● Agregação do valor aos produtos● Criação de canais de comercialização● Busca da participação de diversos atores sociais governamentais e não- governamentais na solução dos problemas● Realização de Projetos para o Turismo – aliado ao artesanato e culinária ● Melhoramento de roças – crédito no tempo certo para plantio● Criação de pequenos animais como: galinha, peru, guinés, carneiro● Implantação de SAF’s – Sistemas Agroflorestais● Não uso de máquinas pesadas no solo● Implantação de Barragens Subterrâneas/Poços Tubulares● Projeto de reciclagem do lixo para produção de adubo e defensivos naturais● Mobilização da sociedade para o combate a desertificação● Fortalecimento dos Conselhos, Comitês e Fóruns

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● Promoção da desburocratização● Realização de eventos culturais com a participação da comunidade● Plantios de frutíferas e plantas nativas● Ação do Ministério Público● Criação um Grupo de Trabalho de combate a “DESERTIFICAÇÃO”● Diversificação da atividade produtiva no município: leite, milho, feijão, palma, mandioca, batata-doce, maniçoba e favela.● Capacitação do produtor rural para a agricultura familiar● Estimulo à produção de caprinos e galinha de postura● Aplicação dos 25% que preconiza a lei, na capacitação técnica continuada do corpo docente● Compra de material escolar equipamentos para às escolas● Oferecimento de transporte e alimentação escolar para os alunos● Fazer tratamento de água e esgoto sanitário antes de jogar nos rios● Construção de aterro sanitário para o lixo● Preservação das matas existentes e recomposição com mudas de nativas as matas destruídas● Criação um Fórum Popular Participativo representado pelas Comunidades, ONG’s, representantes governamental e não- governamental● Articulação das comunidades, governos, órgãos e ONG’s com vistas à correlação das políticas públicas e demais ações sociais ● Orientação da comunidade para execução de trabalho coletivo, com base no diagnóstico participativo● Execução de trabalhos de base/estrutural com os programas sociais para o atendimento das faixas etárias de crianças e adolescentes e nas instituições de ensino ● Promoção do despertar da conscientização sobre a questão ambiental- social ● Implantação de campanhas, passeatas, sobre a questão ambiental● Realização de campanhas, palestras passeatas, sobre a questão ambiental● Realização de mutirões de limpeza com esclarecimento sobre o meio ambiente● Elaboração de uma agenda de compromissos pelos atores sociais● Articulação dos diversos atores para a execução de uma agenda de compromissos● Implantação de projeto/programa de educação ambiental continuado, envolvendo a atuação dos diversos setores● Mapeamento regional e local das áreas desertificadas e preservadas para norteamento de diagnósticos, estudos e planos de ações● Implantação de Projetos sociais para geração de empregos e renda● Ensino de novas técnicas aos produtores rurais para plantios, quais espécies adequadas● Treinamento em novas tecnologias: criação de abelhas, produção de frutos e hortaliças e criação de peixes● Implantação de projeto/programa de educação ambiental continuado, envolvendo a atuação dos diversos setores norteamento de

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diagnósticos, estudos e planos de ações● Implantação de unidades produtivas permanente nas comunidades ● Criação de Reserva e Parques Florestais ● Proteção e introdução espécies de animais silvestres em áreas ainda com vegetação● Orientação para o uso de práticas adequadas de manejo do solo ● Conscientização da comunidade para evitar o uso de produtos agressivos a camada de ozônio● Construção de açudes e cisternas ● Recomposição das Matas Ciliares ● Promoção de Programas de Educação ambiental ● Orientação e redução do uso de agrotóxicos● Programa de Coleta seletiva do lixo e promover o aproveitamento dos resíduos orgânicos e inorgânicos● Construção de Estação de tratamento de água e esgotos● Orientação e incentivo no uso de plantio em curvas de nível ● Mudança na Política Nacional e local● Oferecimento de uma educação adequada ao homem do campo● Oferecimento de Programas Sociais dos governos federal, estadual e municipal● Organização da comunidade civil● Irrigação para o Semi-árido● Oferecimento de linhas de crédito no PRONAF – FLORESTA● Redução do desperdício da pouca água ainda existente● Capacitação técnica e acompanhamento ao homem do campo para melhoria do trabalho e produção● Prática da Lei para os Fazendeiros que danificam o ambiente● Apóio e incentivo por parte dos governantes, nas escolas, comunidades e associações ● Fortalecimento das Associações das comunidades dando ênfase a questão gênero e etnias● Implantação de Projetos Agropecuários verticalizados● Capacitação técnica para o pequeno Produtor e assessoramento constante● Planejamento das atividades nas pequenas propriedades● Promoção de gestão ambiental ● Formação de um Grupo Gestor integrado com definições de papéis ● Acompanhamento e avaliação das ações ● Criação de Programas sociais para a melhoria da comunidade● Firmar convênios com instituições governamentais e não-governamen- tais para orientação e execução de projetos para a comunidade● Criação de um Programa político voltado para o fortalecimento das organizações não governamentais● Realização de assembléias para decisão da população como vai ser executado o orçamento público

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Susceptibilidade a Desertificação não é estabelecida apenas pelo índice de aridez, mas também, se dá pelas degradações do solo, dos recursos hídricos e da cobertura vegetal, ou seja pela degradação dos recursos naturais de uma forma geral.

Devido à geologia da região (aqüífero frissural) torna-se fundamental a manutenção da vegetação para a preservação da vida no solo, pois sua perda faz com que aumente a evaporação, diminua recarga, e conseqüentemente ocasione a perda do banco de sementes.

A preocupação com a sadia qualidade do meio ambiente no semi-árido deve ser uma constante, não só dos poderes públicos como também de toda a sociedade civil, se trata de um bem comum. É importante ressaltar que os maiores rios que atravessam o território sergipano nascem na região do semi-árido (Figura 2), dentre os quais podem se destacar:

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Rio Sergipe nasce na região da Serra Negra, proximidades da divisa Bahia/Sergipe, no município de Poço Redondo;

Rio Japaratuba, nasce entre Glória e Graccho Cardoso; Rio Vaza Barris nasce no sertão da Bahia em Canudos, entra em

Sergipe pelo Agreste (Pinhão/São Domingos); Rio Piauí nasce entre Lagarto e Simão Dias; Rio Real, nasce em Poço Verde e Adustina(BA).

A Degradação Ambiental implica numa redução potencial da disponibilidade de ativos produtivos devido à pressão imposta sobre os recursos naturais que enfraquece a capacidade produtiva. Desta forma, a devastação ambiental torna-se ao mesmo tempo causa e efeito de pobreza.

Ações antrópicas (Fotografias 12 e 13) como desflorestamento, agricultura predatória, utilização da cobertura vegetal como fonte de energia, incorporação de terras marginais no processo de produção agropastoril, cultivo de áreas extensas sem a devida diversificação,

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Figura 2

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resultam num processo de degradação dos recursos naturais, juntamente, com uma taxa de crescimento global, que induz um incremento da taxa de migração rural-urbana.

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Fotografia 12 – Carvoaria no Povoado Queimadas município de Poço Redondo.

Fotografia 13 – Passivo ambiental decorrente da lavra de areia no Assentamento Pioneira, município de Poço Redondo.

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A ligação entre pobreza e degradação do meio ambiente assegura que os pobres ou excluídos agridem o ambiente porque não têm acesso a terra, ao crédito, a tecnologia adequada, a informação e a condições adequadas de moradia e de vida. Em conseqüência, são forçados a depredar os recursos naturais e o ambiente para poderem sobreviver.

Nesse contexto, percebe-se que os depredadores não são réus, mas vítimas das condições que consciente ou inconscientemente lhes foram impostas. A culpa é do modelo criticável de desenvolvimento econômico que foi concebido dentro do sistema capitalista vigente, como solução para os problemas da região. Esse modelo apresenta duas vertentes, sendo uma a opulência e a outra a miséria. Ambas, na prática causam a degradação ambiental (Fotografia 14).

Estas ações causam processos de erosão provocada pela água ou pelos ventos, ou sedimentações que também podem ser provocados por esses mesmos agentes (água e vento), redução no longo prazo da diversidade da

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Fotografia 12 - Retirada de caatinga Povoado Queimadas em Poço Redondo

Fotografia 14 – Desmatamento no Povoado Queimadas, Poço Redondo.

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vegetação e da fauna natural, salinização e solidificação do solo (Fotografias 15 e 16) .

O contingente que migra para as cidades promove uma pressão sobre a infra-estrutura, que em geral, quando existente é precária, provocando

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Fotografia 15 – Riacho Campos Novos no Povoado Curralinho Poço Redondo.

Fotografia 16 - Riacho seco no Povoado Areias, Poço Redondo

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uma queda na qualidade de vida. De uma maneira geral, isso tem um condicionante educacional. O sistema de educação atual está voltado para a mobilização dos estudantes para as cidades e centros urbanos, onde a infra-estrutura é concentrada, abandonando as estruturas educacionais rurais, onde a educação era mais contextualizada com o ambiente natural, favorecendo o interesse e permanência do indivíduo no meio rural.

A preocupação com a convivência com o semi-árido já é presente na região, principalmente no município de Poço Redondo que já faz uma educação contextualizada através da utilização da Cartilha “A Roça no Sertão: convivência com o semi-árido” do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada – IRPAA, segundo a educadora do município de Monte Alegre, Maria Aparecida Pontes Correia o objetivo da escola é que: “se envolva na comunidade para buscar a vocação natural para poder se desenvolver de forma equilibrada e sustentada”.

No setor rural, as ações para mitigação de pobreza inicia-se com a solução para as questões fundiárias, através da reforma agrária, que é atingida através de diversas vias, tais como: política de crédito, com juros favorecidos para os agricultores; programas de irrigação em pequena escala; melhoria na infra-estrutura de transportes, armazenamento, dentre outras; desenvolvimento de tecnologias apropriadas e adequadas às condições dos campesinos da agricultura familiar; serviços gratuitos de assistência técnica, extensão rural e pesquisa para os agricultores familiares; educação; acesso a procedimentos adequados de comercialização que inviabilizem a atuação nefasta do atravessador; um maior incentivo à produção das lavouras tradicionais dos pequenos agricultores e de cooperativas e associações de produtores; criação de atividades não-agrícolas geradoras de ocupação e renda nas áreas rurais; agregação de valor aos produtos agrícolas provenientes das unidades agrícolas familiares. (Lemos, 2005, pág. 40).

“Toda Política Pública que chegou no sertão quebrou a sustentabilidade das comunidades” (Belarmino).

Poço Redondo já foi um grande produtor de batata doce, algodão, diversas espécies de fava e feijão, criava-se diversos animais em consociado a caatinga (Fotografia 17), mas a partir do incentivo da pecuária leiteira e do plantio do capim bufell, vários impactos passaram a ser observados como a compactação do solo, redução e desaparecimento de muitos olhos d’água, salinização e poluição.

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Segundo lenda da comunidade da Serra da Guia (Fotografia 18)“os olhos d’água secam quando há conflito”, este conflito no uso dos recursos naturais surgiu, segundo eles, com a cerca, os fazendeiros lotearam as terras e passaram a plantar capim, o que antigamente não ocorria, pois os animais conviviam soltos pela caatinga.

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Fotografia 17 - Gado pastando na Caatinga

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Com base na citação de Lemos (2005) e depoimentos anteriormente colhidos durante a realização das oficinas temáticas, verificou-se que o principal problema das regiões secas, que se materializa no processo de desertificação e se apresenta como um problema de natureza global, resulta da própria globalização do processo de produção e circulação de mercadorias, em que as exigências de produtividade se choca com as práticas tradicionais.

Portanto, se faz necessário criar incentivos que se afigurem como alternativas para a geração de emprego e renda nas localidades onde as pessoas estão vivendo.

Nesse contexto, o artesanato constitui uma importante fonte alternativa de geração de renda, com destaque para o crochê, bordado em ponto de cruz e rendendê, renda de bilros (Fotografia 19), a confecção de artefatos de couro, tais como calças, luvas, jalecos, perneio, sapatos (roló), alpercatas, bolsas, chapéus, arreios para montarias, celas etc (Figura 20). Outros artefatos bastante utilizados são as cestarias de cipó e os entalhes de madeira (Firuga 21). Também devem ser induzidas práticas que não sejam danosas ao meio ambiente (Figuras 22 e 23). Para tanto, devem ser realizados cursos de práticas agrícolas alinhadas com as disponibilidades locais e treinamentos para usos e aproveitamento de alimentos disponíveis na região. Tudo isso, envolvendo a participação da sociedade civil, a fim de garantir a sua presença na definição de suas prioridades e garantir o compromisso de envolvimento na implementação das ações propostas.

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Fotografia 19 - Dona Amélia rendeira de bilro de Poço Redondo

Fotografia 18 - Serra da Guia, Poço Redondo.

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Fotografia 20 – Artesanato de Couro Poço Redondo

Fotografia 21 – Artesanato em madeira no município de Poço Redondo

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Fotografia 22 - Confecção de corvo no Povoado Curralinho, Poço Redondo.

Fotografia 23 - Confecção de rede de pescar Curralinho, Poço Redondo.

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Verifica-se que os movimentos de sensibilização já desperta a preocupação com a preservação do bioma Caatinga através da formação de unidades de conservação (Fotografia 24), como:

Reserva da Caatinga na Fazenda São Pedro de Paulo Chaves com 200 tarefas (Porto da Folha);

Parque Natural Municipal de Lagoa do Frio, através do Decreto Municipal nº 19.651, de 27 de abril de 2001, numa área de 278,99ha, situado em área desmembrada da Fazenda Velha (Canindé do São Francisco);

Implantação por José Augusto Tavares de uma Reserva Particular Mundo Novo numa área de 2.187 tarefas, com mais de 80% de Caatinga preservada (Canindé do São Francisco);

Reserva Natural de Caatinga com uma área de aproximadamente 400,00ha localizada na Fazenda Olinda, pertencente à antiga família de Holandeses.

Vê-se, por fim, observando os dados colhidos das visitas a campo e dos contatos com as pessoas que habitam a região, e opiniões dos técnicos envolvidos com ações destinadas a melhoria da qualidade de vida nos sete municípios citados como susceptíveis a processos de desertificação,

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Fotografia 24 – Reserva da Caatinga de propriedade do Sr. Paulo Chaves, no município de Porto da Folha.

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pesquisa e as três oficinas temáticas, que a região é pobre porque sua renda é baixa, função principalmente da atividade agrícola de subsistência, que é carente de técnicas e práticas apropriadas para a região.

Para se realizar uma transformação verdadeira no quadro hoje apresentado é necessário se incrementar novas fontes de renda, contando com as potencialidade locais, tanto no setor agropecuário como também nos setores não tradicionais, como o ecoturismo, o artesanato, a mineração, entre outros.

Nos setores tradicionais, como a produção tem se mostrado insuficiente para gerar a renda necessária para garantir emprego e renda adequados à manutenção de qualidade de vida, faz-se necessário incentivar, com mecanismos criativos a melhoria da produtividade, a diversificação, o aumento da produção.

Como somente ações voltadas para a melhoria da produção não são isoladamente garantia de sucesso, é necessário também, providenciar mecanismo que garantam a inserção nos mercados consumidores dos produtos da região em foco. Para isso, faz-se a participação de forma organizada da sociedade civil, interagindo como os órgãos públicos, atuando sinergicamente no desenvolvimento da região do semi-árido de Sergipe.

Como área piloto para implementação de projeto de combate à desertificação, que deverá ser objeto de ações específicas dentro do PAE – Plano de Ação Estadual de Combate à Desertificação, sugere-se a área compreendida entre os assentamentos Pioneira e Comunidade Areias, no município de Poço Redondo.

Trata-se de uma faixa de solo gravemente castigada por ações antrópicas de variadas características. Nessa área foram desenvolvidas práticas inadequadas de desmatamento para a implantação de agricultura de subsistência e pecuárias extensiva e semi-extensiva, cujos resultados podem ser resumidos em termos do empobrecimento do solo, com reflexos sobre a qualidade de vida da população ali existente. Também se verifica um quadro de passivo ambiental, deixado pela mineração de areia para uso na construção do canal da adutora do Projeto Jacaré/Curituba, que subtraiu boa parte do solo arenoso, deixando apenas a rocha exposta, com uma fina camada de resto de solo arenoso de coloração clara.

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6. BIBLIOGRAFIA

BLOCH, D. Resumo e Comentário das Políticas Nacionais e Internacionais relativas ao tema da Desertificação. Recife: AS-PTA, 1999.

BRASÍLIA. Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca. Brasília: Ministério do Meio Ambiente e Secretaria de Recursos Hídricos, 2004.

BRASÍLIA. Seminário sobre Desertificação no Nordeste; documento final. Brasília: Ministério de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, 1986.

BUARQUE, S. C. Construindo o desenvolvimento local sustentável. Rio de Janeiro: Garamond, 2002.

Catálogo bibliográfico sobre desertificação – Rede de Informação e Documentação em Desertificação – REDESERT, 1998.

[email protected]

Centro Nordestino de Informações sobre Plantas. Árvores Nordestinas, Plantas Medicinais, Plantas forrageiras e Frutas nativas.

http://www.cnip.org.br / [email protected] / www.plantasdonordeste.org

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Desertificação: Entender para prevenir e combater. Recife: Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente; Fundação Joaquim Nabuco; Instituto Desert, 2001.16p

Diretrizes para a Política Nacional de controle da desertificação / Ministério do Meio Ambiente, dos recursos Hídricos da Amazônia legal. – Brasília, 1998.40p. Prática gráfica e editora Ltda. TEL: (0**) 61 344- - 1819/ FAX: (0**)61 344 - 1844

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Maia, Gerda Nickel. CAATINGA: árvores e arbustos e suas utilidades. –1. ed. – São Paulo: D&Z computação Gráfica e Editora,2004.413p

Manejo Florestal sustentado da caatinga 2.ed. Brasília: IBAMA,1999. 26p.

Programa de ação nacional de combate à desertificação e mitigação dos efeitos da seca: PAN-Brasil. – Brasil: Ministério de Meio Ambiente. Secretaria de Recursos Hídricos,2004.

Proposta de Programa do Governo de Sergipe de combate à desertificação.

E-mail: [email protected]

SANTOS. M. G. da R. Sergipe: Geografia / História. São Paulo: FTD, 1995.

SERGIPE. Identificação dos Núcleos de Desertificação. Governo de Sergipe: ADEMA/SEMA,1981

SERGIPE. Programa para o Desenvolvimento Sustentável do Semi-árido Sergipano: Avaliação Ambiental Estratégica. Sergipe: Governo de Sergipe e Fundação de Fomento à Tecnologia e a Ciência, 2005.

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Anexo 1 – QUESTIONÁRIO UTILIZADO NA PESQUISA DE OPINIÃO

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