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BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE Prof. Gisele Paiva

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BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE

Prof. Gisele Paiva

PARTE 1 – DIREITO MATERIAL

AUXILIO-DOENÇA

ARTIGOS 59 A 63 DA LEI 8.213/91

ARTIGOS 71 A 80 DO DECRETO 3048/99

ESPÉCIES:

• AUXILIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO: DECORRENTE DE DOENÇA DO TRABALHO OU ACIDENTE TÍPICO – CAT OU NTEP (anexo II, decreto 3048/99);

• AUXILIO-DOENÇA PREVIDENCIÁRIO: DECORRENTE DE ACIDENTE DE QUALQUER NATUREZA OU DE DOENÇA;

• Só muda a espécie: requisitos são iguais;

• Auxílio-doença acidentário: estabilidade de 12 meses no trabalho após a cessação do benefício (art. 118, lei 8.213/91).

AUXILIO-DOENÇA

• LEI 8.213/91:

Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.

AUXILIO-DOENÇA

• REQUISITOS:

A) SER SEGURADO: artigos 11 a 15 da lei 8.213/91: qualquer deles;

B) CUMPRIR A CARÊNCIA, quando necessário: artigo 24 a 27 da lei 8.213/91: 12 meses (art. 25, I, LB);

- Quem perde a qualidade de segurado, volta a ter direito ao benefício, quando, ao se refiliar ao RGPS, volta a contribuir com, no mínimo, 1/2, do período necessário (art. 27-A, LB, redação da lei 13.457/17), portanto, no caso, 6 meses;

AUXILIO-DOENÇA

“Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:

I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício;

II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração;

III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória;

IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso;

V - até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar;

VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo.

AUXILIO-DOENÇA

§ 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado. § 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 (doze) meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social. § 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos perante a Previdência Social. § 4º A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos.”

AUXILIO-DOENÇA: • Situações que independem de carência para o

benefício (art. 26, II, LB):

- Acidentes de qualquer natureza;

- Doenças do trabalho ou profissional;

- Doenças listadas no artigo 151 da LB, até que a lista do art. 26, II seja realizada: tuberculose ativa, hanseníase, alienação mental, esclerose múltipla, hepatopatia grave, neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante), síndrome da deficiência imunológica adquirida (aids) ou contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada.

AUXILIO-DOENÇA

• C) FICAR INCAPACITADO POR MAIS DE 15 DIAS:

- Isto quer dizer que não basta estar doente, a doença deve levar à INCAPACIDADE TOTAL PARA O TRABALHO OU ATIVIDADE HABITUAL;

- a incapacidade deve ser por mais de 15 dias: a empresa licencia o empregado nos primeiros 15 dias e, partir do 16º, o INSS assume – art. 75, §2º, Decreto 3048/99.

AUXILIO-DOENÇA: • DOENÇA/INCAPACIDADE PREEXISTENTE:

• ART. 59, parágrafo único: Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.

AUXILIO-DOENÇA

• Prazo para pagamento do segurado empregado: art. 60 da LB a partir do 16º dia do afastamento, sendo que até o 15º, o empregado recebe da empresa.

A partir do 16º dia é que a empresa deve encaminhar o empregado ao INSS (§4º, art.60, LB)

• O segurado fica licenciado do trabalho enquanto receber o benefício art. 63, LB.

Auxilio-doença

• No caso dos demais segurados:

o início será a contar da incapacidade, exceto “quando requerido por segurado afastado da atividade por mais de 30 (trinta) dias (31 no mínimo), o auxílio-doença será devido a contar da data da entrada do requerimento”. (parágrafo 1º, do art. 60, LB.

DIB = DER OU = INÍCIO DA INCAPACIDADE

AUXILIO-DOENÇA

• Valor: art. 61, LB:

o auxílio-doença possui valor de 91% do salário de benefício, não podendo ser inferior ao salário mínimo (R$ 954,00 - 2018) e nem superior ao teto previdenciário (R$ 5.645,80 - 2018) EXCEÇÃO: § 4º, ART. 73, Decreto 3048/99: trabalho em mais de uma atividade e incapacidade para apenas 1: “(...) o valor do auxílio-doença poderá ser inferior ao salário mínimo desde que somado às demais remunerações recebidas resultar valor superior a este.”

AUXILIO-DOENÇA

• LEI 13.135/15:

Art. 29, §10º, LB O auxílio-doença não poderá exceder a média aritmética simples dos últimos 12 (doze) salários-de-contribuição, inclusive em caso de remuneração variável, ou, se não alcançado o número de 12 (doze), a média aritmética simples dos salários-de-contribuição existentes.

AUXILIO-DOENÇA

• Complementação salarial pela empresa:

Art. 63, parágrafo único, LB: A empresa que garantir ao segurado licença remunerada ficará obrigada a pagar-lhe durante o período de auxílio-doença a eventual diferença entre o valor deste e a importância garantida pela licença.

AUXILIO-DOENÇA: PERÍCIA MÉDICA:

Art. 77, DECRETO 3.048/99: O segurado em gozo de auxílio-doença está obrigado, independentemente de sua idade e sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da previdência social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos.

Art. 78. O auxílio-doença cessa pela recuperação da capacidade para o trabalho, pela transformação em aposentadoria por invalidez ou auxílio-acidente de qualquer natureza, neste caso se resultar sequela que implique redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.

Auxílio-doença: • § 1º O INSS poderá estabelecer, mediante avaliação

pericial ou com base na documentação médica do segurado, nos termos do art. 75-A, o prazo que entender suficiente para a recuperação da capacidade para o trabalho do segurado.

• § 2º Caso o prazo concedido para a recuperação se

revele insuficiente, o segurado poderá solicitar a sua prorrogação, na forma estabelecida pelo INSS.

• § 4º A recepção de novo atestado fornecido por médico

assistente com declaração de alta médica do segurado, antes do prazo estipulado na concessão ou na prorrogação do auxílio-doença, culminará na cessação do benefício na nova data indicada.

AUXILIO-DOENÇA

• Art. 60, §6º, LB: RETORNO ESPONTÂNEO AO TRABALHO:

O segurado que durante o gozo do auxílio-doença vier a exercer atividade que lhe garanta subsistência poderá ter o benefício cancelado a partir do retorno à atividade.

§ 7º Na hipótese do § 6o, caso o segurado, durante o gozo do auxílio-doença, venha a exercer atividade diversa daquela que gerou o benefício, deverá ser verificada a incapacidade para cada uma das atividades exercidas.

Auxílio-doença: • REABILITAÇÃO PROFISSIONAL:

Art. 62, LB: O segurado em gozo de auxílio-doença, insusceptível de recuperação para sua atividade habitual, deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional para o exercício de outra atividade.

Não cessará o benefício até que seja dado como habilitado para o desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não-recuperável, for aposentado por invalidez.

AUXILIO-DOENÇA • E no caso de exercício de mais de uma

atividade remunerada?

Art. 73, Decreto 3048/99: O auxílio-doença do segurado que exercer mais de uma atividade abrangida pela previdência social será devido mesmo no caso de incapacidade apenas para o exercício de uma delas, devendo a perícia médica ser conhecedora de todas as atividades que o mesmo estiver exercendo.

AUXILIO-DOENÇA

• § 1º Na hipótese deste artigo, o auxílio-doença será concedido em relação à atividade para a qual o segurado estiver incapacitado, considerando-se para efeito de carência somente as contribuições relativas a essa atividade.

• § 2º Se nas várias atividades o segurado exercer a mesma profissão, será exigido de imediato o afastamento de todas.

• § 3º Constatada, durante o recebimento do auxílio-doença concedido nos termos deste artigo, a incapacidade do segurado para cada uma das demais atividades, o valor do benefício deverá ser revisto com base nos respectivos salários-de-contribuição, observado o disposto nos incisos I a III do art. 72.

Auxilio-doença

• Art. 74, Decreto 3.048/99: incapacidade definitiva para uma função:

Quando o segurado que exercer mais de uma atividade se incapacitar definitivamente para uma delas, deverá o auxílio-doença ser mantido indefinidamente, não cabendo sua transformação em aposentadoria por invalidez, enquanto essa incapacidade não se estender às demais atividades.

Parágrafo único. Na situação prevista no caput, o segurado somente poderá transferir-se das demais atividades que exerce após o conhecimento da reavaliação médico-pericial.

AUXILIO-DOENÇA

• CONCESSÃO DE OFÍCIO PELO INSS DO AUXILIO-DOENÇA:

Art. 76, Decreto 3048/99: A previdência social deve processar de ofício o benefício, quando tiver ciência da incapacidade do segurado sem que este tenha requerido auxílio-doença.

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

Arts. 42 a 47 da LB

Arts. 43 a 50 do RPS

ESPÉCIES:

-ACIDENTÁRIA: DECORRENTE DE DOENÇA DO TRABALHO OU ACIDENTE TIPICO – CAT OU NTEP (anexo II, decreto 3048/99);

- PREVIDENCIÁRIA: DECORRENTE DE ACIDENTE QUALQUER OU DE DOENÇA;

• Só muda a espécie: requisitos são iguais.

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

Art. 42, LB: A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

REQUISITOS:

• Qualidade de segurado;

• Incapacidade total;

• permanente;

• Insuscetível de reabilitação profissional;

• Não há necessidade de auxílio-doença prévio;

• Carência para os casos exigidos.

Art. 44, § 3º, RPS: A concessão de aposentadoria por invalidez, inclusive mediante transformação de auxílio-doença concedido na forma do art. 73, está condicionada ao afastamento de todas as atividades.

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

Art. 42, §1º, LB: A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da condição de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo da Previdência Social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança. - DOENÇA/INCAPACIDADE PREEXISTENTE: § 2º A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão. = regra do auxílio-doença

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ • Prazos para pagamento = auxílio-doença;

• Se houve auxílio-doença antecessor, será devido a partir da data da cessação deste;

• RMI: 100% do SB.

MAJORAÇÃO DE 25%: ASSISTENCIA PERMANENTE DE 3º: Resp n. 1.648.305/RS – demais aposentadorias:

Art. 45, LB e RPS: O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assistência permanente de outra pessoa será acrescido de vinte e cinco por cento, observada a relação constante do Anexo I, e:

I - devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo legal;

II - recalculado quando o benefício que lhe deu origem for reajustado;

Parágrafo único. O acréscimo de que trata o caput cessará com a morte do aposentado, não sendo incorporado ao valor da pensão por morte.

ANEXO I, RPS:

• 1 - Cegueira total.

• 2 - Perda de nove dedos das mãos ou superior a esta.

• 3 - Paralisia dos dois membros superiores ou inferiores.

• 4 - Perda dos membros inferiores, acima dos pés, quando a prótese for impossível.

• 5 - Perda de uma das mãos e de dois pés, ainda que a prótese seja possível.

• 6 - Perda de um membro superior e outro inferior, quando a prótese for impossível.

• 7 - Alteração das faculdades mentais com grave perturbação da vida orgânica e social.

• 8 - Doença que exija permanência contínua no leito.

• 9 - Incapacidade permanente para as atividades da vida diária.

RETORNO À ATIVIDADE: Art. 46, LB: O aposentado por invalidez que retornar voluntariamente à atividade terá sua aposentadoria automaticamente cancelada, a partir da data do retorno.

Manutenção do benefício: Art. 46, RPS: O segurado aposentado por invalidez está obrigado, a qualquer tempo, sem prejuízo do disposto no parágrafo único e independentemente de sua idade e sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da previdência social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos.

Parágrafo único. Observado o disposto no caput, o aposentado por invalidez fica obrigado, sob pena de sustação do pagamento do benefício, a submeter-se a exames médico-periciais, a realizarem-se bienalmente.

Alteração da Lei 13.457/2017 (26/06/17):

“Art. 101. O aposentado por invalidez e o pensionista inválido

que não tenham retornado à atividade estarão isentos do

exame de que trata o caput deste artigo:

I - após completarem cinquenta e cinco anos ou mais de

idade e quando decorridos quinze anos da data da

concessão da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-

doença que a precedeu; ou

II - após completarem sessenta anos de idade.

§ 2o A isenção de que trata o § 1o não se aplica quando o

exame tem as seguintes finalidades:

I - verificar a necessidade de assistência permanente de

outra pessoa para a concessão do acréscimo de 25% (vinte

e cinco por cento) sobre o valor do benefício, conforme

dispõe o art. 45; (...)

§ 4o A perícia de que trata este artigo terá acesso aos

prontuários médicos do periciado no Sistema Único de

Saúde (SUS), desde que haja a prévia anuência do

periciado e seja garantido o sigilo sobre os dados dele.

§ 5o É assegurado o atendimento domiciliar e hospitalar

pela perícia médica e social do INSS ao segurado com

dificuldades de locomoção, quando seu deslocamento, em

razão de sua limitação funcional e de condições de

acessibilidade, imponha-lhe ônus desproporcional e indevido,

nos termos do regulamento.”

CESSAÇÃO DO BENEFICIO: TOTAL OU PARCIAL:

mensalidade de recuperação:

Art. 47,LB: Verificada a recuperação da capacidade

de trabalho do aposentado por invalidez, será

observado o seguinte procedimento:

I - quando a recuperação ocorrer dentro de 5

(cinco) anos, contados da data do início da

aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença

que a antecedeu sem interrupção, o benefício

cessará:

a) de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar à função que desempenhava na empresa quando se aposentou, na forma da legislação trabalhista, valendo como documento, para tal fim, o certificado de capacidade fornecido pela Previdência Social;

b) após tantos meses quantos forem os anos de duração do auxílio-doença ou da aposentadoria por invalidez, para os demais segurados;

- 4 anos = 4 meses

II - quando a recuperação for parcial, ou ocorrer após o período do inciso I – após 5 anos, ou ainda quando o segurado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade:

a) no seu valor integral, durante 6 (seis) meses contados da data em que for verificada a recuperação da capacidade;

b) com redução de 50% (cinquenta por cento), no período seguinte de 6 (seis) meses;

c) com redução de 75% (setenta e cinco por cento), também por igual período de 6 (seis) meses, ao término do qual cessará definitivamente.

A INVALIDEZ SOCIAL

• CRITÉRIO DA INVALIDEZ SOCIAL:

• a) Incapacidade é conceito multidisciplinar: médico e social;

• b) Necessário analisar, além da incapacidade, também as condições sociais do segurado: idade, grau de instrução e capacidade funcional;

• c) Conceito de saúde da OMS: “o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade.”

• Análise da incapacidade sob o prisma psicosocial: STJ,

AgRg no AREsp 136474/MG, AgRg no Resp 1000210/MG.

TNU:

SÚMULA 47:

“Uma vez reconhecida a incapacidade parcial para o trabalho, o juiz deve analisar as condições pessoais e sociais do segurado para a concessão de aposentadoria por invalidez.”

TNU:

SÚMULA 77: CUIDADO:

“O julgador não é obrigado a analisar as condições pessoais e sociais quando não reconhecer a incapacidade do requerente para a sua atividade habitual.”

TNU:

SÚMULA 78: portador de HIV:

“Comprovado que o requerente de benefício é portador do vírus HIV, cabe ao julgador verificar as condições pessoais, sociais, econômicas e culturais, de forma a analisar a incapacidade em sentido amplo, em face da elevada estigmatização social da doença.”

ENUNCIADO 141 FONAJEF:

“A súmula 78 da TNU, que determina a análise das condições pessoais do segurado em caso de ser portador de HIV, é extensível a outras doenças igualmente estigmatizantes.”

Exemplos: câncer de colon; psoríase; hanseníase (lepra); etc.

AUXILIO-ACIDENTE

ARTIGO 86 DA LEI 8.213/91

ARTIGO 104 DO DECRETO 3048/99

REQUISITOS

Art. 86, LB: O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas* que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.

*definitiva, conforme as situações discriminadas no anexo III, que implique: (art. 104, RPS):

REQUISITOS ANEXO III

RELAÇÃO DAS SITUAÇÕES QUE DÃO DIREITO AO AUXÍLIO-ACIDENTE:

• Aparelho visual

• Situações:

• a) acuidade visual, após correção, igual ou inferior a 0,2 no olho acidentado;

• b) acuidade visual, após correção, igual ou inferior a 0,5 em ambos os olhos, quando ambos tiverem sido acidentados;

• c) acuidade visual, após correção, igual ou inferior a 0,5 no olho acidentado, quando a do outro olho for igual a 0,5 ou menos, após correção;

• d) lesão da musculatura extrínseca do olho, acarretando paresia ou paralisia;

• e) lesão bilateral das vias lacrimais, com ou sem fístulas, ou unilateral com fístula.

• NOTA 1 - A acuidade visual restante é avaliada pela escala de Wecker, em décimos, e após a correção por lentes.

• NOTA 2 - A nubécula e o leucoma são analisados em função da redução da acuidade ou do prejuízo estético que acarretam, de acordo com os quadros respectivos.

• QUADRO Nº 2

• Aparelho auditivo

• TRAUMA ACÚSTICO

• a) perda da audição no ouvido acidentado;

• b) redução da audição em grau médio ou superior em ambos os ouvidos, quando os dois tiverem sido acidentados;

• c) redução da audição, em grau médio ou superior, no ouvido acidentado, quando a audição do outro estiver também reduzida em grau médio ou superior.

• NOTA 1 - A capacidade auditiva em cada ouvido é avaliada mediante audiometria apenas aérea, nas freqüências de 500, 1.000, 2.000 e 3.000 Hertz.

• NOTA 2 - A redução da audição, em cada ouvido, é avaliada pela média aritmética dos valores, em decibéis, encontrados nas freqüências de 500, 1.000, 2.000 e 3.000 Hertz, segundo adaptação da classsificação de Davis & Silvermann, 1970. Audição normal - até vinte e cinco decibéis. Redução em grau mínimo - vinte e seis a quarenta decibéis; Redução em grau médio - quarenta e um a setenta decibéis; Redução em grau máximo - setenta e um a noventa

decibéis; Perda de audição - mais de noventa decibéis.

• QUADRO Nº 3

• Aparelho da fonação

• Situação:

• Perturbação da palavra em grau médio ou

máximo, desde que comprovada por

métodos clínicos objetivos.

• QUADRO Nº 4

• Prejuízo estético

• Situações:

• Prejuízo estético, em grau médio ou máximo, quando atingidos crânios, e/ou face, e/ou pescoço ou perda de dentes quando há também deformação da arcada dentária que impede o uso de prótese.

• NOTA 1 - Só é considerada como prejuízo estético a lesão que determina apreciável modificação estética do segmento corpóreo atingido, acarretando aspecto desagradável, tendo-se em conta sexo, idade e profissão do acidentado.

• NOTA 2 - A perda anatômica de membro, a redução de movimentos articulares ou a alteração da capacidade funcional de membro não são considerados como prejuízo estético, podendo, porém, ser enquadradas, se for o caso, nos quadros respectivos.

QUADRO Nº 5

Perdas de segmentos de membros

Situações:

a) perda de segmento ao nível ou acima do carpo;

b) perda de segmento do primeiro quirodáctilo, desde que atingida a falange distal;

b) perda de segmento do primeiro quirodáctilo, desde que atingida a falange proximal; (Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001)

c) perda de segmentos de dois quirodáctilos, desde que atingida a falange distal em pelo menos um deles;

c) perda de segmentos de dois quirodáctilos, desde que atingida a falange proximal em pelo menos um deles; (Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001)

d) perda de segmento do segundo quirodáctilo, desde que atingida a falange distal;

d) perda de segmento do segundo quirodáctilo, desde que atingida a falange proximal; (Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001)

e) perda de segmento de três ou mais falanges, de três ou mais quirodáctilos;

f) perda de segmento ao nível ou acima do tarso;

g) perda de segmento do primeiro pododáctilo, desde que atingida a falange distal;

g) perda de segmento do primeiro pododáctilo, desde que atingida a falange proximal; (Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001)

h) perda de segmento de dois pododáctilos, desde que atingida a falange distal em ambos;

h) perda de segmento de dois pododáctilos, desde que atingida a falange proximal em ambos; (Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001)

i) perda de segmento de três ou mais falanges, de três ou mais pododáctilos.

NOTA: Para efeito de enquadramento, a perda parcial de parte óssea de um segmento equivale

à perda do segmento. A perda parcial de partes moles sem perda de parte óssea do

segmento não é considerada para efeito de enquadramento.

• QUADRO Nº 6

• Alterações articulares

• Situações:

• a) redução em grau médio ou superior dos movimentos da mandíbula;

• b) redução em grau máximo dos movimentos do segmento cervical da coluna vertebral;

• c) redução em grau máximo dos movimentos do segmento lombo-sacro da coluna vertebral;

• d) redução em grau médio ou superior dos movimentos das articulações do ombro ou do cotovelo;

• e) redução em grau médio ou superior dos movimentos de pronação e/ou de supinação do antebraço;

• f) redução em grau máximo dos movimentos do primeiro e/ou do segundo quirodáctilo, desde que atingidas as articulações metacarpo-falangeana e falange-falangeana;

• g) redução em grau médio ou superior dos movimentos das articulações coxo-femural e/ou joelho, e/ou tíbio-társica.

•NOTA 1 - Os graus de redução de movimentos articulares referidos neste quadro são

avaliados de acordo com os seguintes critérios: Grau máximo: redução acima de dois terços da amplitude normal do movimento da articulação; Grau médio: redução de mais de um terço e até dois terços da amplitude normal do movimento da articulação; Grau mínimo: redução de até um terço da amplitude normal do movimento da articulação.

•NOTA 2 - A redução de movimentos do cotovelo, de pronação e supinação do antebraço, punho,

joelho e tíbio-társica, secundária a uma fratura de osso longo do membro, consolidada em posição viciosa e com desvio de eixo, também é enquadrada dentro dos limites estabelecidos.

QUADRO Nº 7

Encurtamento de membro inferior

Situação:

Encurtamento de mais de 4 cm (quatro centímetros).

NOTA: A preexistência de lesão de bacia deve ser considerada quando da

avaliação do encurtamento.

QUADRO Nº 8

Redução da força e/ou da capacidade funcional dos membros

Situações:

a) redução da força e/ou da capacidade funcional da mão, do punho, do antebraço ou de todo o membro superior em grau sofrível ou inferior da classificação de desempenho muscular;

b) redução da força e/ou da capacidade funcional do primeiro quirodáctilo em grau sofrível ou inferior;

c) redução da força e/ou da capacidade funcional do pé, da perna ou de todo o membro inferior em grau sofrível ou inferior.

NOTA 1 - Esta classificação se aplica a situações decorrentes de comprometimento muscular

ou neurológico. Não se aplica a alterações decorrentes de lesões articulares ou de

perdas anatômicas constantes dos quadros próprios.

NOTA 2 - Na avaliação de redução da força ou da capacidade funcional é utilizada a classificação

da carta de desempenho muscular da The National Foundation for Infantile Paralysis,

adotada pelas Sociedades Internacionais de Ortopedia e Traumatologia, e a seguir

transcrita:

Desempenho muscular

Grau 5 - Normal - cem por cento - Amplitude completa de movimento contra a gravidade e contra grande resistência.

Grau 4 - Bom - setenta e cinco por cento - Amplitude completa de movimento contra a gravidade e contra alguma resistência.

Grau 3 - Sofrível - cinqüenta por cento - Amplitude completa de movimento contra a gravidade sem opor resistência.

Grau 2 - Pobre - vinte e cinco por cento - Amplitude completa de movimento quando eliminada a gravidade.

Grau 1 - Traços - dez por cento - Evidência de leve contração. Nenhum movimento articular.

Grau 0 (zero) - zero por cento - Nenhuma evidência de contração.

Grau E ou EG - zero por cento - Espasmo ou espasmo grave.

Grau C ou CG - Contratura ou contratura grave.

NOTA - O enquadramento dos casos de grau sofrível ou inferior abrange, na prática, os casos

de redução em que há impossibilidade de movimento contra alguma força de resistência

além da força de gravidade.

• QUADRO Nº 9

• Outros aparelhos e sistemas

• Situações:

• a) segmentectomia pulmonar que acarrete

redução em grau médio ou superior da

capacidade funcional respiratória;

devidamente correlacionada à sua

atividade laborativa.

• b) perda do segmento do aparelho

digestivo cuja localização ou extensão

traz repercussões sobre a nutrição e

o estado geral.

Requisitos: a) Ser segurado – exceto o CI/CF; b) Ter sofrido um acidente – de qualquer natureza

(exceto para audição – acidente/doença de trabalho) ou doença do trabalho/profissional (à ele é equiparado);

c) Ficar com sequelas definitivas; d) Que diminua a capacidade laborativa para a função

habitual.

Capacidade laborativa é DIFERENTE de capacidade funcional esta é ref. ao órgão/membro sequelado.(art.104,§4º,I,RPS)

- carência: isento

grau da redução

- Possibilidade legais: quadros de 01 a 9, do anexo III, do decreto 3048/99;

- Hipóteses taxativas?

- NÃO! PRECEDENTES TNU E STJ:

- Resp 1109591/SC – TEMA 416:

TNU: “PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-ACIDENTE. REDUÇÃO DA CAPACIDADE. GRAU MÍNIMO. DIREITO AO BENEFÍCIO. PRECEDENTE DESTA TNU JULGADO CONFORME JURISPRUDÊNCIA DO STJ. RECURSO

REPETITIVO (RESP 1.109.591/SC). ACÓRDÃO RECORRIDO QUE SE AMPARA NA ANÁLISE DO LAUDO PERICIAL. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 42/TNU. NÃO CONHECIMENTO. 1. Trata-se de ação em que a parte autora postula a concessão de auxílio-acidente. 2. A sentença julgou procedente o pedido inicial com amparo na prova pericial produzida que apontou a presença de diminuição da capacidade laboral da parte autora. Interposto recurso inominado pelo INSS, em que questionava a ausência de efetiva redução da capacidade laboral para a profissão habitualmente exercida, a 1ª Turma Recursal de Santa Catarina confirmou a sentença pelos próprios fundamentos. 3. Em seu pedido de uniformização, o INSS alega que o acórdão questionado, ao reconhecer o direito ao auxílio-acidente apesar da parte autora apresentar danos funcionais ou redução da capacidade funcional sem repercussão na capacidade laboral, contraria julgado de Turma Recursal de São Paulo (processo 00108880320094036302), segundo o qual a concessão do benefício de auxílio-acidente, nas hipóteses em que constatada pela perícia médica a incapacidade apenas parcial e permanente, encontra limitações, entre as quais se destaca o previsto pelo art. 104, §4º, I, do Decreto n. 3048/99, que determina que não ensejará auxílio-acidente o caso que apresente danos funcionais ou redução da capacidade funcional sem repercussão da capacidade laborativa, tal como o presente. 4. No caso, o entendimento do julgador de primeiro grau, ratificado pela Turma Recursal catarinense, amparou-se no laudo da perícia médica.

5. Portanto, considerando que a análise do presente incidente passa, necessariamente, pela apreciação do conjunto fático-probatório, impõe-se a aplicação da Súmula 42/TNU. 6. Ademais, o presente caso comporta a aplicação do entendimento já uniformizado no âmbito desta Turma Nacional nos autos do Pedilef 50017838620124047108, de minha relatoria, no sentido de que uma vez configurados os pressupostos de concessão do benefício, é de rigor o reconhecimento do direito do segurado ao benefício de auxílio-acidente, sendo descabida a investigação quanto ao grau do prejuízo laboral 7. Na situação destes autos, o INSS argumenta o que segue: A legislação é muito clara no sentido de exigir REDUÇÃO ou IMPOSSIBILIDADE de usar a mesma capacidade para o mesmo trabalho que exercia antes do acidente. Que o autor teve um redução de 15% da capacidade genérica do corpo, consta no laudo; contudo, O PERITO É BASTANTE CLARO AO AFIRMAR EM INÚMEROS QUESITOS QUE NÃO HÁ REDUÇÃO PARA A PROFISSÃO EXERCIDA. 8. Portanto, de acordo a Autarquia previdenciária, a redução da capacidade de trabalho em 15% da capacidade genérica do corpo não impede a autora de exercer suas atividades habituais. 9. Com efeito, a autora não se encontra impedida de exercer suas atividades habituais, tanto que continua a desempenhá-las, porém, com redução de sua capacidade de trabalho em razão da consolidação das lesões decorrentes do acidente por ela sofrido. 10. A orientação do STJ, seguida por esta TNU no julgamento antes citado, é no sentido de que o art. 86, caput, da Lei 8.213/91, exige, para a concessão do auxílio-acidente, a existência de lesão que implique redução da capacidade para o labor habitualmente exercido, sendo irrelevante o nível do dano e, em consequência, o grau do maior esforço, não interferem na concessão do benefício, o qual será devido ainda que mínima a lesão (REsp 1.109.591/SC, Relator Ministro Celso Limongi, Desembargador Convocado TJ/SP, DJE 08/09/2010). 11. Ante o exposto, divirjo da e. relatora para não conhecer do pedido de uniformização interposto pelo INSS.Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais não conhecer do pedido de uniformização, nos termos do voto-ementa divergente. (TNU, PEDILEF 50027882220124047213, JUIZ FEDERAL JOÃO BATISTA LAZZARI, TNU, DOU 31/10/2014 PÁGINAS 179/285.) (g.n.).

STJ recurso repetitivo:

Resp 1109591/SC – TEMA 416 (julgado em 25/08/2010)

Questão submetida a julgamento:

“Discute-se a possibilidade de concessão de auxílio-acidente independe do grau da incapacidade, sendo de rigor o deferimento, ainda que mínima a redução da capacidade laborativa.”

STJ recurso repetitivo:

Resp 1109591/SC – TEMA 416 (julgado em 25/08/2010)

Tese firmada:

“Exige-se, para concessão do auxílio-acidente, a existência de lesão, decorrente de acidente do trabalho, que implique redução da capacidade para o labor habitualmente exercido. O nível do dano e, em consequência, o grau do maior esforço, não interferem na

concessão do benefício, o qual será devido ainda que mínima a lesão.”

AUXILIO ACIDENTE: STJ recurso repetitivo

“Para a concessão de auxílio-acidente, é necessário verificar, apenas, se existe lesão decorrente da atividade laboral e que acarrete, no fim das contas, incapacidade (ainda que mínima) para o trabalho regularmente exercido.”

Requisitos: Art. 104, RPS: Sequelas definitivas que impliquem em:

I - redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exerciam;

II - redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exerciam e exija maior esforço para o desempenho da mesma atividade que exerciam à época do acidente;

III - impossibilidade de desempenho da atividade que exerciam à época do acidente, porém permita o desempenho de outra, após processo de reabilitação profissional, nos casos indicados pela perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social.

Art. 86, § 4º, LB: A perda da audição, em qualquer grau, somente proporcionará a concessão do auxílio-acidente, quando, além do reconhecimento de causalidade entre o trabalho e a doença, resultar, comprovadamente, na redução ou perda da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia. - PERDA DE AUDIÇÃO: SOMENTE ACIDENTE/DOENÇA DO TRABALHO.

Qual é o valor?

- RMI = 50% do SB que deu origem ao auxílio-doença do segurado, corrigido (INPC) até o mês anterior ao do início do auxílio-acidente e será devido até a véspera de início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado. (art. 104, §1º, RPS);

O início é quando? DIB LEGAL:

A contar do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença, independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado, vedada sua acumulação com qualquer aposentadoria. (Art. 104, §2º, RPS)

Se o segurado vai permanecer trabalhando, ele pode receber em conjunto com a remuneração?

O recebimento de salário ou concessão de outro benefício, exceto de aposentadoria, não prejudicará a continuidade do recebimento do auxílio-acidente. (Art. 104, §3º, RPS).

- Pode cumular com salário;

- Pode cumular com qualquer benefício previdenciário, EXCETO aposentadoria, qualquer que seja, e EXCETO com novo auxilio-acidente;

Art. 124. Salvo no caso de direito adquirido, não é permitido o recebimento conjunto dos seguintes benefícios da Previdência Social: I - aposentadoria e auxílio-doença; II - duas ou mais aposentadorias; II - mais de uma aposentadoria; III - aposentadoria e abono de permanência em serviço; IV - salário-maternidade e auxílio-doença; V - mais de um auxílio-acidente; VI - mais de uma pensão deixada por cônjuge ou companheiro, ressalvado o direito de opção pela mais vantajosa.

Parágrafo único. É vedado o recebimento conjunto do seguro-desemprego com qualquer benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto pensão por morte ou auxílio-acidente.

SUMULA 507 STJ (31/03/2014):

“A acumulação de auxílio-acidente com aposentadoria pressupõe que a lesão incapacitante

e a aposentadoria sejam anteriores a 11/11/97

(lei 9528/97), observado o critério do artigo 23 da lei 8.213/91 para definição do momento da lesão nos casos de doença profissional ou do trabalho.”

Reabertura do auxílio-doença pelo mesmo acidente:

Art. 104, § 6º, RPS: No caso de reabertura de auxílio-doença por acidente de qualquer natureza que tenha dado origem a auxílio-acidente, este será suspenso até a cessação do auxílio-doença reaberto, quando será reativado.

Cessa quando?

Com a aposentadoria ou com o óbito do segurado. - Se aposentar, o valor do auxílio-acidente incorpora ao SC existente para cálculo do SB da aposentadoria. (art. 31, LB).

PARTE 2 DIREITO PROCESSUAL:

Prévio requerimento

administrativo:

- RE 631.240 – repercussão geral: necessidade

“A concessão de benefícios previdenciários depende de

requerimento do interessado, não se caracterizando ameaça ou

lesão a direito antes de sua apreciação e indeferimento pelo INSS,

ou se excedido o prazo legal para sua análise. É bem de ver, no

entanto, que a exigência de prévio requerimento não se

confunde com o exaurimento das vias administrativas”.;

- Empregado -> empresa: formulário próprio;

- Demais segurados 135 ou internet;

Prévio requerimento

administrativo:

- EXCEÇÃO art. 76, decreto 3048/99:

“A previdência social deve processar de

ofício o benefício, quando tiver ciência

da incapacidade do segurado sem que

este tenha requerido auxílio-doença.”

- Incapacidade acidentária processo

trabalhista.

PEDIDO DE PRORROGAÇÃO:

Art. 60, §9º:

Na ausência de fixação do prazo de que trata o § 8o

deste artigo, o benefício cessará após o prazo de

cento e vinte dias, contado da data de concessão ou

de reativação do auxílio-doença, exceto se o segurado

requerer a sua prorrogação perante o INSS, na forma

do regulamento, observado o disposto no art. 62 desta

Lei (reabilitação profissional) – redação da lei

13.457/2017.

- prazo: a partir de 15 dias antes da DCB (art 304, §2º, I,

IN 77/15).

PEDIDO DE PRORROGAÇÃO – IN

90/17: Art. 1º Fica estabelecido que os Pedidos de

Prorrogação - PP - dos benefícios de auxílio-doença,

realizados no prazo estabelecido no inciso I do § 2º do

art. 304 da Instrução Normativa - IN nº 77/PRES/INSS,

de 21 de janeiro de 2015, devem observar os seguintes

procedimentos:

I - quando o tempo de espera para realização

da avaliação médico- pericial for menor que

trinta dias, a avaliação será agendada, aplicando-

se as mesmas regras do PP, inclusive gerando Data de

Cessação Administrativa - DCA, quando for o caso; e

PEDIDO DE PRORROGAÇÃO – IN

90/17: II - quando o tempo de espera para realização da

avaliação médico-pericial ultrapassar trinta dias, o

benefício será prorrogado por trinta dias, sem

agendamento da avaliação médico-pericial, sendo

fixada DCA, exceto se:

a) a última ação foi judicial;

b) a última ação foi de restabelecimento; e

c) a última ação foi via Recurso Médico (seja via rotina

de Recurso ou via rotina de Revisão Analítica, após o

requerimento de Recurso).

PEDIDO DE PRORROGAÇÃO – IN

90/17:

§ 1º Após a segunda solicitação de prorrogação do

caso elencado no inciso II do caput, obrigatoriamente

será agendado o exame médico pericial.

§ 2º No período com fixação de DCA, caso o segurado

sinta-se apto, poderá retornar ao trabalho sem

necessidade de nova perícia médica, formalizando o

pedido de cessação do benefício na Agência da

Previdência Social de manutenção do seu benefício.

§ 3º Não caberá PP quando o benefício possuir

marcação de agendamento de avaliação médico-

pericial.

RECONSIDERAÇÃO / RECURSO:

- Pedido de reconsideração NÃO EXISTE MAIS;

- Recurso prazo de 30 dias, a contar da decisão de

indeferimento / cessação do benefício:

- “ art. 60, §11 O segurado que não concordar com o resultado

da avaliação da qual dispõe o § 10 deste artigo poderá apresentar, no

prazo máximo de trinta dias, recurso da decisão da administração

perante o Conselho de Recursos do Seguro Social, cuja análise

médica pericial, se necessária, será feita pelo assistente técnico

médico da junta de recursos do seguro social, perito diverso

daquele que indeferiu o benefício.” – revisão de fato

- recurso endereçado à Junta de Recursos do CRSS

AÇÃO JUDICIAL PARA BENEFICIO POR

INCAPACIDADE:

- Concessão benefício negado

administrativamente;

- Restabelecimento benefício cessado /

cancelado administrativamente;

AÇÃO JUDICIAL PARA BENEFÍCIO

POR INCAPACIDADE:

- AÇÃO OBRIGACIONAL obrigação de fazer:

implantar, restabelecer ou manter, orientada à

CONCESSÃO DE TUTELA ESPECÍFICA, para implemento

do benefício: art. 497 do CPC:

“Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de

fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o pedido,

concederá a tutela específica ou determinará

providências que assegurem a obtenção de tutela pelo

resultado prático equivalente.”

AÇÃO JUDICIAL PARA BENEFÍCIO

POR INCAPACIDADE:

- e,

- obrigação de pagar quantia certa, correspondente ao

pagamento dos atrasados (art. 495 do CPC);

- Pedido obrigacional e condenatório ->

implantar/restabelecer + pagar dos atrasados

FUNGIBILIDADE DAS AÇÕES PREVIDENCIÁRIAS

POR INCAPACIDADE:

Art. 492 do CPC e Julgamento extra petita ou

ultra petita:

Art. 492. É defeso ao juiz proferir sentença, a

favor do autor, de natureza diversa da pedida,

bem como condenar o réu em quantidade

superior ou em objeto diverso do que Ihe foi

demandado.

Saída técnica para o reconhecimento do

benefício por incapacidade diverso do que foi

pedido: p. da fungibilidade dos benefícios por

incapacidade:

FUNGIBILIDADE DAS AÇÕES PREVIDENCIÁRIAS

POR INCAPACIDADE:

Art. 493 do CPC: Se, depois da propositura da ação,

algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do

direito influir no julgamento da lide, caberá ao juiz tomá-

lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte,

no momento de proferir a sentença.

Exemplo: a perícia médica concluiu por fato gerador de

benefício diverso do pedido, o que enseja na aplicação do

art. 493 do CPC:

Pediu auxílio-doença e a perícia conclui que a

incapacidade é parcial e permanente decorrente de

acidente de qualquer natureza pedir, pela aplicação do

artigo 493, CPC, a concessão do auxilio-acidente.

FUNGIBILIDADE DAS AÇÕES PREVIDENCIÁRIAS

POR INCAPACIDADE

“PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO

RECURSO ESPECIAL. DEFERIDO AUXÍLIO-DOENÇA

EM VEZ DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.

DECISÃO EXTRA PETITA. NÃO-OCORRÊNCIA.

AGRAVO IMPROVIDO. 1. A sentença, restabelecida pela

decisão em sede de recurso especial, bem decidiu a

espécie, quando, reconhecendo o preenchimento dos

requisitos necessários à concessão do benefício de

auxílio-doença, deferiu-o ao segurado, não obstante ter

ele requerido aposentadoria por invalidez. 2. Agravo

regimental improvido.” (STJ, AgRg no REsp 868911/SP,

Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA

TURMA, julgado em 16/10/2008, DJe 17/11/2008) (grifos

nossos).

FUNGIBILIDADE DAS AÇÕES PREVIDENCIÁRIAS

POR INCAPACIDADE

“PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. DEFERIDO

BENEFÍCIO ASSISTENCIAL EM VEZ DE APOSENTADORIA POR

INVALIDEZ OU AUXÍLIO-DOENÇA. DECISÃO EXTRA PETITA.

NÃO-OCORRÊNCIA. JUROS DE MORA. RECURSO PROVIDO. 1.

Cuidando-se de matéria previdenciária, o pleito contido na peça

inaugural deve ser analisado com certa flexibilidade. In casu,

postulada na inicial a concessão de aposentadoria por invalidez

ou auxílio-doença, incensurável a decisão judicial que

reconhece o preenchimento dos requisitos e concede ao autor

o benefício assistencial de prestação continuada. 2. Os juros

moratórios, em se tratando de benefício previdenciário, devem

ser fixados à razão de 1% (um por cento) ao mês em face de sua

natureza alimentar, a partir da citação, conforme o disposto no

art. 3º do Decreto-Lei 2.322/87. 3. Recurso especial provido.” (STJ, REsp 847587/SP, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA

TURMA, julgado em 07/10/2008, DJe 01/12/2008).

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ E AUXILIO-

DOENÇA:

- Fazer conversão (?);

- Requisitos diversos: incapacidade

temporária X permanente;

- DIB e RMI diferença de 9%.

MODELO DE QUESITOS:

a) O periciando possui quais patologias? Quais os sintomas destas patologias? b) Podem as patologias ou os sintomas das mesmas serem considerados incapacitantes para o trabalho de gerente financeiro, atividade habitual do periciando, considerando-se ser desenvolvida sob forte pressão? Por que? c) Quais medicamentos o periciando faz uso? Possuem efeitos colaterais? Quais? Podem seus efeitos serem considerados incapacitantes para seu trabalho habitual de ....? d) O autor encontra-se atualmente incapacitado para a sua atividade habitual, considerando-se os demais elementos sócio-econômico-culturais do caso em tela – tais como idade avançada (.... anos) - e diante do conceito de saúde estabelecido pela OMS (organização mundial de saúde)? Por quê? e) Qual a data do início da incapacidade (dia/mês/ano)? Qual o fundamento utilizado para esta conclusão? f) Os documentos médicos em anexos comprovam a incapacidade laborativa total e permanente do periciando desde a data da concessão do benefício previdenciário ocorrida em ....? Em caso negativo, por quê? Houve alguma recuperação da capacidade laborativa neste período? Qual o fundamento utilizado para tal conclusão?

g) Os documentos médicos em anexos comprovam a incapacidade laborativa do autor desde a data da cessação do benefício, ocorrida em .....? Em caso negativo, por quê? Houve alguma recuperação da capacidade laborativa neste período? Qual o fundamento utilizado para tal conclusão? h) Em caso de resposta negativa ao quesito acima, o sr. perito poderia esclarecer se os relatórios médicos, anexados aos autos, encontram-se incorretos, principalmente aquele fornecido pelo Dr (indicar nome e CRM), o qual indica expressa a presença de incapacidade? Em caso positivo, esclarecer em quais pontos estão incorretos, diante dos preceitos contidos nos artigos 52,94 e 97 do Código de Ética Médica, sob pena de informação da conclusão para o Conselho de Classe? Por quê? i) A incapacidade é total ou parcial? Por quê? Em caso de ser parcial, seria total para sua atividade habitual de ajudante geral? Poderia ele desenvolver outras funções, principalmente segundo o conceito de saúde da OMS e do Manual de pericia médica do INSS? Seria uni, multi ou omniprofissional a incapacidade do periciando, segundo o manual de perícia médica do INSS? Por quê? j) Se parcial, poderia ele desenvolver a sua atividade habitual de forma satisfatória, considerando-se os demais elementos sócio-econômicos-culturais do caso em tela, tais como idade? Por quê? l) A incapacidade do periciando é para apenas uma atividade ou para várias? Em caso de várias, quais são elas? Em caso de uma, para qual? Esta incapacidade, para uma ou para várias atividades, é de forma total para as mesmas ou parcial? m) A incapacidade é transitória ou permanente? Por quê? n) Em caso de ser transitória, qual a data provável de cura? Por quê? o) Em caso de ser permanente, desde quando pode ser considerada como permanente?

Prof. Gisele Paiva, advogada previdenciarista, pós graduada e MBA em direito

previdenciário pela Faculdade Legale, pós graduada em direito público pela Faculdade Damásio de Jesus e pela Escola Paulista de Direito, professora de direito previdenciário na Central de Concursos, na ESD, no Proordem, na UNIOESTE e na Faculdade Legale.

Email: [email protected] Instagram: @profgiselepaiva

facebook: profgiselepaiva / gisele paiva