benchmarking internacional, case studies de regeneração urbana

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Benchmarking Internacional, case studies de Regeneração Urbana – volume 2

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Page 1: Benchmarking Internacional, case studies de Regeneração Urbana

Benchmarking Internacional,

case studies de Regeneração Urbana

– volume 2

Page 2: Benchmarking Internacional, case studies de Regeneração Urbana

A regeneração urbana foi uma das prioridades assumidas pela CIP – Con-federação Empresarial de Portugal.

É minha convicção profunda de que uma estratégia de regeneração ur-bana bem conduzida tem um impacto direto significativo sobre a atividade económica, contribuindo decisivamente para combater a crise e ajudar a promover um modelo de desenvolvimento sustentado para o futuro do país. Os impactos são consideráveis: no investimento que induz; na atividade geo-graficamente disseminada que promove no tecido empresarial, sobretudo na fileira da construção; no recurso que faz a know-how, materiais e tecno-logia nacionais; e na dinamização económica das cidades e das regiões que provoca, com criação imediata de empregos, atração e fidelização de popu-lações, revitalização do comércio urbano, turismo e das atividades ligadas a cultura e ao lazer.

Foi com esta visão que promovemos o projeto “Fazer Acontecer a Regene-ração Urbana”, apoiado pelo Sistema de Apoio a Ações Coletivas (SIAC), no âmbito do programa Compete, e que nos mantemos fortemente empenha-dos na divulgação de todas as atividades envolvidas.

Neste contexto, divulgamos agora o trabalho desenvolvido no âmbito dos diagnósticos relacionados com o mercado de arrendamento, a legislação fiscal e licenciamento, as políticas de solos, os planos diretores e limitações de intervenção nas zonas históricas, os mecanismos de financiamento e de incentivos e o comércio de proximidade como elemento dinamizador das cidades, com os quais pretendemos colaborar com as entidades públicas na identificação dos constrangimentos que impedem uma maior dinâmica destas políticas, tão importantes para o futuro do país.

Desejo sinceramente que as propostas que aqui são formuladas ajudem quem decide a apresentar as políticas corretas e as medidas adequadas, para que se ultrapassem os constrangimentos identificados, de modo a tor-nar a regeneração urbana em Portugal uma verdadeira estratégia de com-bate à crise e de apoio ao desenvolvimento das cidades, das populações e do país como um todo.

António Saraiva, Presidente da CIP

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A CIP – Confederação Empresarial de Portugal tem vindo a promover a Regeneração Urbana como uma estratégia de viabilização da recuperação dos centros urbanos, zonas históricas e grandes equipamentos abandona-dos ou degradados das cidades portuguesas, de criação de oportunidades de revitalização da atividade da fileira da construção e de dinamização da economia das cidades e das regiões.

A Regeneração Urbana constitui uma oportunidade estratégica para Portu-gal porque:

• Viabiliza a realização de investimento;

• Envolve o comércio, a indústria e o turismo;

• Consome materiais e produtos em grande parte produzidos em Portugal;

• Rentabiliza estruturas existentes que se encontram desaproveitadas ou subaproveitadas;

• Cria emprego qualificado, atraindo engenheiros e arquitetos, desenha-dores e projetistas, operários, artistas e artesãos;

• Reanima a vida das cidades, atrai turistas e fixa novos habitantes;

• Melhora a qualidade de vida das populações;

• Permite rentabilizar poupanças privadas.

Só com a criação de condições objetivas favoráveis se incentivarão as autar-quias, os proprietários dos imóveis, os investidores, os agentes económicos da fileira da construção e os empresários relacionados com o comércio de proximidade, a empenharem-se nesta importante tarefa da regeneração das cidades, promovendo o empreendedorismo, criando emprego qualifica-do com aparecimento de novas profissões com um carácter mais integrado, melhorar a qualidade de vida das populações, a reanimação e revitalização económica das cidades, das regiões e, em última análise, do país.

A importância do tema e a preocupação em definir uma estratégia orien-tadora para o desenvolvimento das políticas de regeneração urbana para o país conduziu a CIP a apresentar uma candidatura ao Sistema de Apoio a Ações Coletivas (SIAC), sob o lema “Fazer Acontecer a Regeneração Urbana – uma saída para a crise”.

Para que esta estratégia possa vir a ser definida importava começar por diagnosticar os constrangimentos e os principais estrangulamentos que têm impedido a implementação de projetos com ambição, vocacionados para regenerar de uma forma integrada o património edificado das cidades e, dentro destas, os seus centros históricos enquanto polos de desenvolvi-mento da economia.

Só um rigoroso diagnóstico de posicionamento das políticas, regimes e sis-temas que condicionam e envolvem as questões relacionadas com a rege-neração urbana, nas diversas vertentes que podem potenciar a sua adoção, rentabilidade e sustentabilidade nas regiões de convergência, permitirá ga-rantir uma estratégia de sucesso neste domínio.

FAzER ACONtECER A REgENERAçãO URbANA

títUlO

benchmarking Internacional, case studies de Regeneração Urbana

EQUIPA DO EStUDO

Exertus – Consultores

Samuel Silva

Sara Ataíde

Jt Associados, Planeamento e Engenharia, lda.

Ana lúcia teixeira

Design gráfico

Olga Ribeiro

EntidadE PRoMotoRa

CIP – Confederação Empresarial de Portugal

PROJEtO

Fazer Acontecer a Regeneração Urbana

DEPóSItO lEgAl

ISbN

978-989-98323-6-7

tiRagEM

100 exemplares

DAtA

Março 2013

PROJEtO COFINANCIADO PElO EStADO PORtUgUêS E PElA UNIãO

EUROPEIA

FIChA tÉCNICA

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É neste sentido que o projeto “Fazer Acontecer a Regeneração Urbana – uma saída para a crise” previu a realização de um conjunto de Estudos de Diagnóstico relacionados com:

• Estudo sobre o mercado de arrendamento e de toda a legislação envolvida;

• Estudo sobre a legislação fiscal, processos de licenciamento, procedi-mentos administrativos e normativas, associados aos processos de rege-neração;

• Estudo sobre as políticas de solos nas principais cidades das regiões de convergência, planos diretores e limitações de intervenção no edificado nas zonas históricas;

• Estudo sobre as políticas e veículos de incentivos e de financiamento à re-generação urbana, suas implicações sociais e análise sobre a organização da oferta e a rentabilização dos investimentos neste domínio;

• Estudo sobre as dinâmicas e importância do comércio de proximidade, enquanto elemento agregador das dinâmicas dos centros das urbes.

O estudo que a seguir se apresenta enquadra-se nesta orientação. As conclusões e as propostas resultantes da sua realização já contribuíram de uma forma significativa para iniciativas legislativas relevantes e serão uma base sólida para a estratégia global que constitui o principal objetivo perse-guido no âmbito deste projeto.

Vi Vii

Introdução......................................................................................................9

1. Porto, Portugal.............................................................................................15

2. guimarães, Portugal....................................................................................55

3. bilbau, Espanha...........................................................................................91

4. Saragoça, Espanha....................................................................................121

5. barcelona, Espanha..................................................................................153

6. génova, Itália..............................................................................................191

7. Milão, itália................................................................................................205

8. berlim, Alemanha ....................................................................................235

9. hamburgo, Alemanha...............................................................................279

10. Panoven, holanda....................................................................................289

11. Amesterdão, holanda.............................................................................295

12. Roterdão, holanda...................................................................................311

13. Copenhaga, Dinamarca...........................................................................333

14. Oslo, Noruega..........................................................................................353

15. Estocolmo, Suécia...................................................................................379

16. Malmo, Suécia.........................................................................................391

17. Dublin, Irlanda.........................................................................................405

18. Edimburgo, Reino Unido..........................................................................427

19. glasgow, Reino Unido.............................................................................439

20. beirute, líbano........................................................................................473

21. Síntese dos bechmarks Relevantes.........................................................495

íNDICE

BEnChMaRking INtERNACIONAl

volume 1

BEnChMaRking INtERNACIONAl

volume 2

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INtRODUçãO

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Uma vez que existe uma oportunidade clara para a concretização de um pro-jeto nacional de regeneração urbana, tendo em conta o contexto económico, financeiro e social que estamos a viver, que pode funcionar como facilitador da sua implementação, o problema passa fundamentalmente pela definição de uma estratégia integradora clara que congregue todas as variáveis en-volvidas neste processo, e que conduza à recuperação dos centros das nos-sas cidades, à criação de oportunidades de trabalho para as empresas da fileira da construção e criação de emprego mais qualificado, à melhoria da habitabilidade e funcionalidade dos edifícios, à revitalização dos espaços, para se tornarem centros nucleares de desenvolvimento económico sus-tentável e de bem-estar das populações, à recuperação de espaços públi-cos e monumentos e à revitalização do comércio urbano de proximidade e atividades ligadas ao turismo, para ajudar a combater o desemprego e contribuir para a recuperação da economia regional e nacional.

Este processo, tendo em conta a situação difícil em que vivemos, tem de ser desencadeado com rapidez e eficácia. Não nos podemos permitir continu-ar a cometer mais erros que atrasem a sua implementação, pelos efeitos económicos, sociais e políticos que implica.

Para isso, é preciso aprender com outros que já realizaram este tipo de pro-jetos, para verificarmos o que pode ser replicado, o que tem de ser adaptado e o que não deve ser copiado, pela experiência e conselho a recolher junto dos que promoveram essas iniciativas.

Durante décadas, os países da Europa Ocidental têm praticado programas de regeneração urbana que tratam da integração espacial, económica e so-cial, num esforço de impedir a segregação, a criação de bairros de lata, a promoção da animação económica, para evitar a degradação sobretudo dos centros urbanos.

Com a emergência da União Europeia também se sentiu a necessidade de definir politicas e diretivas comunitárias, orientadas para o planeamento ur-bano e regional, como um meio de impedir a atividade descoordenada, com visão de desenvolvimento de curto prazo, que pode resultar em disparidades de estruturas de planeamento em que os diferentes países operam, para a defesa de princípios de sustentabilidade, conforme a Carta de leipzig (2007) sobre cidades europeias sustentáveis, que assume um modelo de políticas urbanas para a Europa do século XXI, cujas propostas assentam no pres-suposto de que o futuro da integração europeia passa pelas cidades, ou a Declaração de toledo (2010) que aborda a “Regeneração Urbana Integrada”, como forma de se atingir maior competitividade económica, atratividade, ecoeficiência, coesão social e progresso nas cidades da Europa(smarter, sustainable and inclusive urban development), criar emprego qualificado e melhorar a qualidade de vida para o presente e para o futuro dos cidadãos e por fim com a Estratégia “UE 2020” com a qual se visa transformar a UE num mercado social mais inteligente e mais verde, com uma economia baseada no conhecimento e na inovação, mais eficiente na utilização dos recursos, mais ecológica e mais competitiva no fomento de níveis elevados de emprego que assegure a coesão social e territorial.

O contacto com as experiências mais enriquecedoras e inovadoras nesta matéria, levadas a cabo com bastante êxito devem ser casos de estudo in-spiradores, cujos ensinamentos devem ser considerados na definição de políticas, estratégias e boas práticas neste domínio.

Investigar como as questões relacionadas com as preocupações de per-formance económica e financeira, sustentabilidade física e ambiental, e coesão social e cultural, foram integradas em projetos de regeneração

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intRodUÇÃo E oBJEtiVoS

EnqUadRaMEnto

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urbana, realizados em várias cidades de diferentes países e daí retirar as lições que possam ser aprendidas para a definição de uma estratégia de sucesso para Portugal, é uma missão essencial, como suporte para uma reflexão profunda sobre este tema.

• Estudar as boas práticas e modelos de intervenção geradores de sucesso em cidades com experiencia comprovada no domínio da regeneração ur-bana.

• investigar como as questões relacionadas com os modelos de organi-zação, financiamento, envolvimento das populações, performance económi-ca e financeira, sustentabilidade física e ambiental, e coesão social e cul-tural, foram integradas em projetos de regeneração urbana, realizados em vários contextos sociais e culturais e daí retirar as lições, que possam ser aprendidas para a definição de uma estratégia de sucesso para Portugal.

• Ponderar e analisar nas escolhas a sua adaptabilidade aos casos coloca-dos pela realidade nacional nas zonas de convergência.

Esta atividade envolveu dois tipos de abordagem

1 - Abordagem à distância

• Recolha de opiniões e informações junto de associações internacionais como foi o caso do Conselho Europeu de Urbanistas e de associações nacionais relacionadas com a construção e o imobiliário.

• Pesquisas via web

• Recolha de documentos e vídeos sobre os casos de estudo

2- Abordagem através do contacto direto

• Contactos com autarquias, embaixadas e postos de turismo

• Contactos com sociedades constituídas para reabilitação urbana

• Contactos via skype com atores responsáveis pelo desenvolvimento dos processos

• Contactos pessoais com elementos das equipas de projeto

• Contactos com urbanistas, engenheiros e arquitetos e residentes nas zonas em estudo

• Visitas locais

todo este trabalho passou pela recolha de informações detalhadas sobre projetos, nomeadamente; o contexto e os problemas que estiveram na sua origem, as estratégias seguidas, planos de ação executados, orçamentos e calendários envolvidos, fatores críticos de sucesso, facilitadores do pro-cesso e dificuldades encontradas e resultados económicos, financeiros e sociais obtidos.

todo o material recolhido foi objeto de uma estruturação específica com produção de resumos, para uma abordagem facilitada aos casos tratados e para a sua utilização posterior na preparação do manual de boas práticas a produzir.

XII

1.2

1.3

oBJEtiVo do EStUdo dE BEnChMaRking

ModELo dE aBoRdagEM

O modelo adotado foi organizado em 10 fases

1. organização do grupo de Missão e definição de métodos de trabalho

a. Composição

b. Frequência de Reuniões

c. Distribuição de missões

2. Seleção final das cidades alvo e das zonas de intervenção a pesquisar

3. Definição, para além do contexto e dos problemas que estiveram na origem das ações, dos fatores para os quais se pretendem obter bench-marks para pesquisa e identificação das melhores práticas

4. Definição das entidades a contactar e dos métodos de contacto a seguir, procurando adotar o princípio da economia de meios, que passou pela redução drástica de viagens ao estrangeiro, sempre que as informações foram suscetíveis de obtenção por vídeo conferencia ou por outras vias in-diretas

5. Definição dos métodos de recolha e registo sistematizado de dados

6. Planeamento da ação

7. Recolha de informação e redação dos resumos de diagnóstico de bench-marking para cada país, cidade ou local pesquisado.

8. Redação do relatório

9. Síntese dos benchmarks de boas práticas passíveis de serem replicadas

10. Comunicação pública dos resultados

A seleção das zonas piloto obedeceu aos seguintes princípios

• definição de um focus claro para evitar a dispersão

Foram identificados três focos, com potencial extensão a cinco, para estudo e procura de projetos capazes de servirem de benchmark para a realidade nacional

- Centros históricos

- Quarteirões urbanos

- Revitalização de zonas intervencionadas ou com investimentos limitados

- bairros sociais (com reservas)

- Áreas portuárias (com reservas)

• Procurar “case studies” à escala de Portugal, ou seja replicáveis, tendo em conta a realidade nacional

• Suportados sobretudo em investimentos privados ou por parecerias públi-co privado

• ter em linha de conta uma potencial internacionalização associada a uma especialização na regeneração urbana de empresas da fileira da cons-trução.

XIII

1.4MEtodoLogia dE tRaBaLho

UtIlIzADA

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Foram definitivamente escolhidas pela sua notoriedade, potencial re-plicação, facilidade de contacto conseguida e informação disponível as seguintes vinte cidades alvo;

1. Porto, Portugal

2. guimarães, Portugal

3. bilbau, Espanha

4. Saragoça, Espanha

5. barcelona, Espanha

6. génova, Itália

7. Milão, itália

8. berlim, Alemanha

9. hamburgo, Alemanha

10. Panoven, holanda

11. Amesterdão, holanda

12. Roterdão, holanda

13. Copenhaga, Dinamarca

14. Oslo, Noruega

15. Estocolmo, Suécia

16. Malmo, Suécia

17. Dublin, Irlanda

18. Edimburgo, Reino Unido

19. glasgow, Reino Unido

20. beirute, líbano

Introdução

1. Porto, Portugal

2. guimarães, Portugal

3. bilbau, Espanha

4. Saragoça, Espanha

5. barcelona, Espanha

6. génova, Itália

7. Milão, itália

8. berlim, Alemanha

9. hamburgo, Alemanha

10. Panoven, holanda

11. Amesterdão, holanda

12. Roterdão, holanda

13. Copenhaga, Dinamarca

14. Oslo, Noruega

15. Estocolmo, Suécia

16. Malmo, Suécia

17. Dublin, Irlanda

18. Edimburgo, Reino Unido

19. glasgow, Reino Unido

20. beirute, líbano

21 Síntese dos bechmarks

XiV

haMBURgo

Programas, Planos e Incentivos associados à Regeneração de hamburgo

diagnóstico e Medidas de Regeneração mais recentes

Obra feita

Resultados obtidos, fatores potenciadores e desafios encontrados

Analise crítica e benchmarks para replicar

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VoLUME 1 VoLUME 2

Relevantes

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hafenCity é a regeneração urbana do porto de hamburgo. apresenta as seguintes características:

• Área total: 157ha;

• Área de solo: 126ha;

• Área de construção: 2.32 milhões de m2,

1.1.1. OBJETIVOS

• diversidade de usos na área de intervenção de modo a dinamizar a área e criar uma dinâmica económica. Criação de uma cidade de usos mistos, com diversidade e uma maior resiliência evitando a associação apenas a uso portuário e industrial.

• Fazer com que hafenCity funcione como a porta de entrada na cidade e faça a ligação entre o passado, o centro histórico e os novos edifícios

• desenvolver e potenciar a relação com o rio

• tomar medidas e construir de forma a evitar inundações

• Fazer um melhor aproveitamento e uso dos solos

• aposta em espaços de qualidade assentes em princípios sustentáveis

• Controlo da expansão urbana da periferia de hamburgo

• Estabelecer uma política de desenvolvimento e expansão urbana orde-nada a pensar no futuro

1.1.2. ESTRATÉGIA

• a aplicação de rendas de baixo valor para estimular a diversidade social;

• investimento em transportes públicos

• Sustentabilidade como forma de marketing

• na maioria dos concursos para lotes residenciais, existe um preço fixo pela entidade gestora antes do concurso (evitando-se especulação), sendo que o fator crucial para a seleção das propostas consiste na qualidade do conceito proposta e na medida em que consegue atingir o objetivo declarado de criação de uma cidade de usos mistos, de diversidade, e de maior resi-liência.

Para além disso, o processo de venda é faseado: o promotor selecionado tem um período de exclusividade durante o qual deverá realizar o concurso de arquitetura, determinar custos adicionais e preparar o licenciamento de construção. Durante este processo, a entidade gestora continua com ca-pacidade de intervenção no processo de desenvolvimento, assegurando que os princípios e conceitos de usos inicialmente propostos são cumpridos, bem como os respetivos timings; caso ocorra alguma falha por parte do promotor, o lote pode ser reapropriado e revendido;

• o modelo de gestão do plano inclui a participação incentivada pela própria hafenCity hamburgh gmbh, a empresa responsável pelo empreendimento, que colocou à discussão dos residentes a revisão do plano relativo ao de-senvolvimento da zona Este de hafenCity;

1

1.1

PRogRaMaS, PLanoS E inCEntiVoS aSSoCiadoS À REgE-

nERaÇÃo da CidadE dE haMBURgo

hAFENCItY

iLUStRaÇÃo 316. MaqUEtE dE haFEnCitY, iMagEM ViRtUaL

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hafenCity é um bairro de hamburgo resultante da regeneração urbana das docas antigas. Apresenta as seguintes características gerais:

• Superfície total: 157 hectares;

• Superfície do solo:126 hectares;

• População: 12000 habitantes;

• alojamentos: 5800;

• Postos de trabalho: 45000;

• distância ao centro de hamburgo: 800m.

• Projeto baseado em preocupações económicas e sociais, isto é tornar os novos edifícios com preços acessíveis criando um ambiente social diversi-ficado

• Criação de edifícios “âncora” de forma a captar e aumentar o valor atra-indo pessoas para a área em questão

• Manutenção das características do edificado existente mantendo a identi-dade e o valor histórico e simbólico do local

• aplicação de tecnologias de desenvolvimento sustentáveis no processo de regeneração urbana para uma redução da emissão de dióxido de carbono

• Controlo de custos e cumprimento de objetivos em todas as fases do pro-cesso de regeneração urbana

• Criar um plano flexível e que respeite as necessidades e onde a auscul-tação da comunidade é um ponto importante

• Evitar a circulação automóvel contribuindo para uma mobilidade susten-tável e fazendo do peão um ponto importante

• aproveitar a boa acessibilidade, criar uma linha de metro, uma rede de autocarros e um trajeto fluvial;

• tornar a base dos quarteirões permeável á passagem do público aumen-tando assim a mobilidade e acessibilidade de hafenCity

• Foram criados equipamentos “âncora” que trarão movimento e negócio a hafenCity, tais como o internacional Maritime Museum, o “Science Center with Science theater”, o “Elbphilharmonie Concert hall”, a kühne Logistics University e a hCU hafenCity University e o hamburg cruise center / hotel;

A componente ambiental foi tida em consideração em diversas áreas, das quais se destacam:

• Solo - a instalação de hafenCity num antigo local portuário e industrial, permitiu o reaproveitamento de um brownfield, promovendo-se a descon-taminação e reabilitação de solos quando necessário.

A elevada densidade urbana (a nível residencial) e a ausência de espaços de estacionamento à superfície (através da construção de parques subterrâ-neos protegidos contra inundações) permite também alcançar um eficiente uso do solo;

• Mobilidade - promoveu-se um modelo de mobilidade que privilegia o uso do transporte público (quer o autocarro existente, quer o metro que se en-contra atualmente em ampliação), da bicicleta e a pé, através da criação de redes pedonais e clicáveis densas, de vias largas e afastadas das estradas.

A promoção de um esquema de aluguer de bicicletas, já disponíveis, e um esquema de car-sharing (ainda em fase de planeamento) contribuem para uma mobilidade mais sustentável não só em hafen City, mas na sua ligação com o centro da cidade. Como os quarteirões não têm blocos de edifícios largos, e têm passagens entre edifícios, os ciclistas e pedestres raramente têm de tomar um caminho mais longo. Os promotores foram obrigados a permitir a passagem de peões entre edifícios do mesmo quarteirão;

diagnÓStiCo E MEdidaS dE REgE-nERaÇÃo MaiS RECEntES

diagnÓStiCo E MEdidaS dE REgE-nERaÇÃo MaiS RECEntES

MEdidaS dE REgEnERaÇÃo

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• Produção e abastecimento de energia - foram estabelecidos tetos de emissão de dióxido de carbono (175 g/kWh na parte oeste de hafenCity e 89 g/kWh previstos para a parte Este) no abastecimento energético à hafen-City (permitindo obter uma redução significativa em relação aos sistemas de aquecimento doméstico individuais a gás). Esta redução é alcançada a Oeste através da ligação de todos os edifícios a uma rede de abastecimento energético, que para além de permitir uma gestão mais eficiente do uso desta energia, é constituída por um sistema descentralizado de células de combustível e de energia solar térmica. A Este encontra-se prevista a utili-zação de diversas fontes de energia renovável como bombas de calor, célu-las de combustível de bio metano e uma central de combustão de biomassa.

Encontram-se ainda estudos em progresso sobre a aplicação de energia geotérmica em sistemas de arrefecimento, e sobre a utilização de hidrogé-nio como combustível para a frota de autocarros existente;

• Sistema de certificação ecológica (hafenCity ecolabel) - foi criado um sis-tema de certificação ecológica, que pode ser atribuída ainda em fase de projeto, de modo a permitir um uso eficiente dos recursos desde a fase de construção, bem como potenciar os promotores que utilizem a sustentabi-lidade enquanto ferramenta de marketing (sensibilização do público-alvo).

Este sistema premeia não só as características construtivas, mas também os materiais utilizados, mecanismos de redução de consumos, acessibili-dade a áreas públicas, gestão da água, uso eficiente do solo, promoção e facilitação do uso de bicicleta, etc.De futuro, apenas serão aceites edifícios para zonas residenciais que atin-jam o nível gold de certificação. Adicionalmente, pretende-se atribuir ainda um prémio de dois em dois anos (hafenCity Eco award) a edifícios certifi-cados com a ecolabel, que apresentem características de desempenho su-periores;• Edificado e Espaço Público - foram adotadas ainda medidas adicionais como a adoção de critérios de saúde e conforto na construção dos edifícios (isolamento térmico e acústico, materiais não alérgicos, etc.), a Importância dada à ligação com a água (passeios ribeirinhos), bem como à gestão de cheias, através da elevação das cotas dos pavimentos, e encontram-se pre-vistas diversas áreas para espaços e corredores verdes;

• Usos mistos - as curtas distâncias entre habitação, trabalho, serviços e lazer são fatores que levam à desnecessidade de transporte motorizado, contribuindo para uma melhoria ambiental;

• arruamentos mistos - nas ruas reservadas a residentes, foram previstos arruamentos mistos, nos quais os automobilistas, os ciclistas e os peões têm que partilhar o arruamento, não havendo reserva de espaço para cada um. Fazem-no de acordo com pesquisas de tráfego, em arruamentos de menor movimento, o automobilista tem mais cuidados e o risco de aci-dentes diminui; • desde o início do plano, foi dada especial atenção ao peão. Setenta por cento dos caminhos para pedestres e ciclistas, estão separados das faixas de rodagem, enquanto trinta por cento destes caminhos encontram-se ao longo de planos de água. Os peões têm duas vezes e meia mais largura de passeio que os condutores. Por exemplo, a densidade dos passeios é o do-bro da aplicada, no século XIX, ao distrito de Eimsbuttel. Em alguns lugares, existem dois caminhos, executados em paralelo, a dois níveis diferentes. A maioria das estradas e passeios são estabelecidas entre 7,5 e 8 metros acima do nível do mar. Só alguns passeios e praças é que estão entre 4 a 5.5 metros acima do nível do mar (nível historicamente baixo).

Estas zonas dão uma atrativa perspetiva para a água e estão interligadas através de escadas e rampas. Este desnível entre vias tem outra vantagem. Os seus porões fornecem 26.000 lugares de estacionamento no subsolo. No geral não existe estacionamento acima do solo, exceto junto ao Elbphilhar-monie Concert hall. Isto faz com que todo o tráfego parado desapareça da paisagem urbana. apesar de todas estas medidas, hafenCity é, no entanto, uma área não sujeita a qualquer restrição à oferta de lugares de estaciona-mento.

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O transporte público desempenha um papel importante na infraestrutura de hafenCity:

• Está a ser construída uma nova linha de metro U4, que fará a ligação à Estação Central e à Estação de Berliner tor. no extremo norte de hafenCity existem duas estações de duas linhas diferentes, U1 e U3;

• Em relação à rede de autocarros, existem três linhas que estão a pres-tar serviços regulares dentro e fora de hafenCity. os autocarros da linha 6 têm um desempenho ambiental superior, sendo alimentados por células de combustão;

• Em relação ao transporte fluvial, a rota hadag 62 está a servir dal-nmannkai e servirá ainda mais locais, assim que a sua construção esteja finalizada. Uma das paragens será a Universidade de hafenCity;

• Como os bairros de oberhafenquartier e am Lohsepark estão separados pela linha férrea, será criado um túnel, que irá embocar na estação da Uni-versidade de hamburgo.

IlUStRAçãO 317. EDIFíCIOS hAbItACIONAIS JUNtO AO CANAl

iLUStRaÇÃo 318. EdiFÍCioS qUE LadEiaM o CanaL

284

• o planeamento urbano preservou as características do edificado já exis-tente, integrando-o na hafenCity, a título de exemplo o edificado reservado aos armazéns na zona de Speicherstad que, sendo considerado monumento histórico, irá manter esteticamente inalterado. Esta zona comporta-se já como um elemento de ligação entre o passado e com o centro da cidade, constituindo o portal de entrada em hafenCity.

Este cuidado de conservação manifesta-se, por exemplo, na escolha dos materiais dos edifícios circundantes, que, segundo o plano de urbanização, devem manter as cores quentes dos tijolos dos armazéns, sendo esta res-trição progressivamente eliminada à medida que nos afastamos de Speich-erstadt;

Destacam-se as seguintes componentes inovadoras da intervenção:

• Permitiu o abrandamento do crescimento da cidade de hamburgo na sua periferia, substituindo-o por um conceito de crescimento inovador: a ex-pansão de hamburgo neste momento é feita no próprio centro da cidade, sendo que o projeto hafenCity permitirá expandir a cidade em 40%, graças à construção compacta e densificada (índice de ocupação que varia entre 3.4 e 5.2);

• a relação com o rio foi resolvida de forma inovadora: os diques foram substituídos por uma elevação dos edifícios, pontes e das vias rodoviárias, permitindo salvaguardar estas zonas de potenciais inundações, e disponi-bilizando simultaneamente espaço para garagens que permitem absorver grande parte do estacionamento de hafenCity;

• quanto às zonas pedonais, opta-se por não serem elevadas, favorecendo-se a proximidade ao rio e assumindo-se que são zonas que podem ser inun-dadas em caso de elevação do caudal, existindo, por isso, vários mecanis-mos de aviso da comunidade.

Estas opções criam uma topografia muito característica numa zona ante-riormente dominada pelo porto e por um uso industrial;

• o plano de urbanização de hafenCity constitui também uma característica inovadora deste projeto: ao estabelecer apenas algumas linhas orientado-ras para o desenvolvimento urbano, permite um desenvolvimento e ajusta-mento posterior de alguns aspetos de acordo com a oferta do mercado, bem como com o feedback da comunidade.

Relativamente a este último ponto, importa referir que o plano de urbani-zação para a zona Este de hafenCity tem vindo a ser discutido publicamente com os residentes atuais de hafenCity.

A flexibilidade do plano permite assim uma melhor adaptação urbana a al-terações conjunturais, e dá espaço à iniciativa privada de propor ideias e conceitos inovadores;

• o processo de atribuição dos lotes descrito anteriormente também é um fator de inovação;

• a atribuição da Ecolabel de ouro e prata desde 2007 (relativa à sustentabi-lidade dos edifícios em projeto e construídos) deve ser vista como fator ino-vador, tendo em conta que esta certificação só foi introduzida na Alemanha mais tarde, em Janeiro de 2009.

A título de exemplo, o “Quarteirão do Conhecimento”, no qual ficará alojada a Universidade de hafenCity, possui standards ecológicos tão elevados ao nível dos edifícios, que se está a tornar no primeiro modelo de bairro sus-tentável de hamburgo;

• o planeamento urbano em hafenCity procurou integrar a nova construção nas características do edificado já existente. assim, hafenCity é um projeto que procura perpetuar a identidade de hamburgo enquanto cidade maríti-ma, ao mesmo tempo que, através de todos os princípios e práticas descri-tos anteriormente, se torna num símbolo do desenvolvimento de cidades europeias do séc. XXI, sendo por isso um projeto único e inovador.

4

4.1

RESUltADOS ObtIDOS, FAtORES POtENCIADORES E DESA-

FIOS ENCONtRADOS

RESUltADOS gERAIS

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A capacidade de projeção para o exterior deste projeto impressiona não só os académicos, mas também, e sobretudo, os potenciais residentes que são aliciados por rótulos fortes como “sustentabilidade”, “espaços de quali-

dade”, entre outros.

IlUStRAçãO 319. EDIFíCIO PORtUÁRIO ANtIgO PARA REgENERAçãO

IlUStRAçãO 320. EDIFíCIO DE hAbItAçãO

IlUStRAçãO 321. PRAçA PÚblICA CONStItUíDA POR ObRAS DE DIFERENtES ÉPOCAS

Os principais fatores de sucesso deste projeto estão relacionados com:

• a sua localização a curta distância do centro de hamburgo, permitindo que os utilizadores e residentes daquele espaço se mantenham no centro da cidade e, mais ainda, com uma ligação privilegiada com o rio;

• Área com uma boa acessibilidade;

• a diversidade de usos e a utilização de usos mistos tem como consequên-cia distâncias curtas e facilidade em andar a pé ou de bicicleta, reduzindo o trânsito automóvel na zona.

A multiplicidade de zonas de comércio, indústria, escritórios e habitação causa uma boa dinâmica económica. O alojamento do comércio e serviços no piso térreo dará à zona uma componente comercial que trará uma at-mosfera vivida, segura e animada, não sendo apenas uma zona de habitação ou de escritórios;

• aplicação de rendas com baixo valor;

• as tecnologias de desenvolvimento urbano sustentável aplicadas;

FAtORES POtENCIADORES4.2

286

• o método de atribuição dos lotes para construção

• trata-se de uma zona resiliente, flexível, adaptável, eficiente, diversifi-cada, interdependente e, acima de tudo, que se sabe vender para o exterior através de uma estratégia de marketing consistente e eficaz.

• Elevada densidade populacional

• ausência de estacionamentos

• Expansão da periferia de hamburgo

• Proteção contra as inundações

• Uso portuário e industrial intenso e já enraizado

• aplicação de sistemas de certificação energética desde o início de forma a permitir o uso eficiente de recursos desde o começo do processo.

• Usar a sustentabilidade como princípio orientador e como forma de mar-keting do projeto de regeneração urbana.

• Controle e condicionamento de forma a promover e implementar políticas que progressivamente levem a que os edifícios sejam todos ecologicamente sustentáveis.

• adoção de medidas que primam pelo conforto e qualidade, que respeitam critérios de saúde e a construção de corredores verdes em espaços públi-cos.

• Projetar edifícios de usos mistos encurtando as distancias e consequente-mente diminuindo a necessidade do uso do automóvel tornando assim a cidade mais prática, acessível, confortável e saudável.

• atenção dada ao peão em detrimento do carro.

• Respeito e “inclusão” do edificado existente no plano de regeneração ur-bana mantendo assim a identidade e o valor do lugar.

• Potenciação dos recursos naturais e da localização central da área de intervenção.

• Preocupação com o crescimento urbana. através da adoção de políticas de expansão e desenvolvimento urbano da periferia de hamburgo baseadas na flexibilidade para uma melhor adequação às necessidades futuras.

• Escolha das propostas mediante critérios de qualidade, capacidade de cumprir objetivos, conceito e sustentabilidade.

• aproveitamento dos espaços vazios, descontaminando-os e reabilitando--os se necessário.

• investimento, estudo e adoção de princípios de sustentabilidade.

• Premiação de quem cumpre objetivos e critérios de sustentabilidade.

4.3

5

PRINCIPAIS DESAFIOS

ANÁlISE CRítICA E BEChMaRkS PARA REPlICAR

287

Page 13: Benchmarking Internacional, case studies de Regeneração Urbana

10 PanoVEn

Contexto e Fatores Promotores de Desenvolvimento

Programas, Planos e Incentivos associados à Regeneração de Panoven

Obra feita

Resultados obtidos, fatores potenciadores

Analise crítica e benchmarks para replicar

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zevenaar é conhecida pelos tijolos, já em 1487, quando a cidade recebeu o seu título, já existia uma fábrica de tijolos. A partir desse momento os tijolos tornaram-se uma marca registada da área. Desde 1583 que a maior parte dos telhados das casas da cidade vizinha, Nijmegen, tinham as coberturas feitas com as telhas de zevenaar. Esta procura fez com que este comér-cio dispersasse para fora da cidade. No seculo XIX, a produção começou a crescer e a tornar-se cada vez mais industrializada.

A fábrica de Panoven foi criada em 1860 e faz parte desta tradição, continu-ando a tradição até à atualidade. Começou com um forno vertical, tal como era costume na época. Depois seguiram-se outros fornos e o local foi mo-dernizado. Em 1901, Panoven começou a fornecer os primeiros ladrilhos e tijolos feitos por máquinas. Passados 20 anos, os primeiros armazéns se-cos foram construídos e o último grande investimento foi o forno em zigue-zague, erguido em 1926.

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1.1

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2.1

CONtEXtO E FAtORES PRO-MotoRES do dESEnVoLViMEnto

EVoLUÇÃo dE PanoVEn ao Longo doS tEMPoS

PRogRaMaS, PLanoS E inCEntiVoS dE REgEnERaÇÃo

aSSoCiadoS a PanoVEn

ROtA EUROPEIA DO PatRiMÓnio indUStRiaL - REPi

iLUStRaÇÃo 322. FoRno EM ZigUEZagUE

Este forno é operado de acordo com o princípio de um forno de anel, cuja invenção, tornou possível a produção continua, que levou a uma poupança do combustível. trata-se do único modelo intacto remanescente na Europa Ocidental. Isto deve-se, principalmente, ao facto de Panoven estar nas mãos da mesma família desde 1930.

Desde o fecho da fábrica começou a crescer uma flora, fauna e vida animal única nos armazéns de cerâmica. Por isso, esta fabrica está inserida na reserva natural conhecida por De gelderse Poort.

o Brick Works de Panoven faz parte de uma Rota Europeia do Património Industrial, REPI (“European Route of Industrial heritage”), isto é, de uma rede de informação turística do património Industrial na Europa.

Atualmente, esta Rota, apresenta mais de 850 locais em 32 países europeus. Entre estes locais, existem 77 pontos de ancoragem que constroem a rota virtual principal da REPI. Em treze das rotas regionais, podem-se descobrir os detalhes das paisagens industriais. todos estes locais relacionam-se com dez rotas europeias temáticas, que mostram a diversidade da história da indústria europeia e as suas raízes.

A REPI é uma rede com os mais importantes locais do património industrial da Europa. Desde plantações em desuso até paisagens de parques industri-ais e museus interativos de tecnologia. A espinha dorsal desta rota consiste nos chamados ponto âncora, que são monumentos industriais nas regiões centrais da Antiga Revolução Industrial na grã-bretanha, bélgica, holanda, luxemburgo e Alemanha.

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l Cada região tem a sua especialidade, que reside no facto que diferentes tradições unem-se numa única ideia.

As rotas de paisagens e locais regionais baseiam-se em locais que deixa-ram a sua marca na história da indústria europeia.

As olarias de Panoven, no extremo leste da holanda, foram fechadas em 1983.

Nos seguintes anos, o antigo negócio de família foi transformado num ma-ravilhoso museu industrial. As máquinas ainda se encontram em funciona-mento e ainda existem os armazéns onde os tijolos eram secos.

também se podem ver as ferramentas e, claro, o forno de ziguezague, que remonta a 1924, tendo sido o último do seu tipo na Europa Ocidental. No mu-seu poder-se-á descobrir como eram feitos os tijolos localmente e aprender sobre a longa histórica do ofício, desde os romanos até aos dias atuais.

IlUStRAçãO 323. zONAS DA REPI

IlUStRAçãO 324. ANtIgA FÁbRICA DE tIJOlOS

IlUStRAçãO 325. ANtIgA FÁbRICA DE tIJOlOS

ObRA FEItA3

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iLUStRaÇÃo 326. LoCoMotiVa antiga

iLUStRaÇÃo 327. antiga MÁqUina dE tiJoLoS, qUE tEM MaiS dE 100 anoS E qUE ContinUa EM FUnCionaMEnto PaRa aS atiVidadES EdUCaCionaiS (aqUi oS ViSitantES PodEM FaZER o SEU tiJoLo, PodEndo LEVÁ-Lo PaRa CaSa CoMo LEMBRanÇa).

iLUStRaÇÃo 328. intERioR da FÁBRiCa atUaLMEntE

iLUStRaÇÃo 329. EXtERioR da FÁBRiCa, atUaLMEntE

IlUStRAçãO 330. UtENSílIOS ANtIgOS

Nesta localidade, prospera um biótopo único, de onde a argila para os tijolos era extraída. A visita pode ser feita a cavalo, de carro, a pé, ou mesmo na companhia de um guarda experiente.

Atualmente, Panoven, tem instalações para alojamento (parque de cam-pismo permanente, hospedagem para grupos com pequeno almoço), ativi-dades educacionais e eventos, como reuniões, conferencias e casamentos.

Panoven investe na qualidade espacial da envolvente e os proprietários da fábrica, oferecem a paisagem atraente como parte essencial da oferta turís-tica bem como da imagem.

4

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RESUltADOS ObtIDOS E FAtORES POtENCIADORES

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iLUStRaÇÃo 331. FÁBRiCa dE tiJoLoS atUaLMEntE

iLUStRaÇÃo 332. EnVoLVEntE da FÁBRiCa

IlUStRAçãO 333. EXtERIOR DA FÁbRICA

• história e paisagem do local

• inserção na reserva natural de de gelderse Poort

• Manutenção sempre na mesma família.

• inserir a cidade numa rota europeia de forma a publicitar e promover a cultura e património da cidade em questão.

• aproveitamento de elementos históricos e terrenos em desuso para ou-tros fins tais como enaltecer e reforçar a história, cultura e identidade do local.

• Manter sempre os mesmos proprietários facilita a intervenção e um me-lhor uso do local

FAtORES POtENCIADORES

ANÁlISE CRítICA E BEChMaRkS PARA REPlICAR

4.2

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294

aMEStERdÃo

Contexto e Fatores Promotores de Desenvolvimento

Programas, Planos e Incentivos associados à Regeneração de Amesterdão

Medidas de Regeneração mais recentes

Obra feita

Resultados obtidos, fatores potenciadores e desafios encontrados

Analise crítica e benchmarks para replicar

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ContEXto E FatoRES PRoMotoRES do dESEnVoLViMEnto

EVoLUÇÃo dE aMEStERdÃo ao Longo doS tEMPoS

SíNtESE DOS PRINCIPAIS CAtAlISA-DORES DOS PROCESSOS DE REgE-

nERaÇÃo URBana dE aMEStERdÃo

PRogRaMaS, PLanoS E inCEntiVoS aSSoCiadoS À REgEnERaÇÃo da

CidadE dE aMEStERdÃo

WEStERgaSFaBRiEk

Amsterdão é a capital e a maior cidade da holanda e a quinta cidade eu-ropeia em importância no mundo financeiro, atrás de londres, Frankfurt, Paris e Bruxelas. Muitas empresas e bancos holandeses têm a sua sede e origem em Amsterdão, como por exemplo a AbN Amro, heineken, INg group, ahold, delta Lloyd, Royal dutch Shell e Philips.

É conhecida pelo porto histórico, os museus de fama internacional, a Red light District, os coffeeshops e os inúmeros canais.

Amsterdão tem cerca de 760 mil residentes enquanto a área metropolitana tem cerca de 2 milhões de habitantes. A maior parte da cidade é constituída por pólderes. A área urbana inclui os municípios de Aalsmeer, Amsterdão, amstelveen, diemen, haarlemmermeer, ouder-amstel, Uithoorn, e Water-land. A dimensão da área urbana atinge 896,96 km², mas apenas 718,03 km² correspondem a superfície térrea não tudo o resto é água.

A cidade destaca-se pelo seu sector financeiro, o quinto centro financeiro europeu, mão-de-obra qualificada no sector logístico, e as suas infraestru-turas, que englobam um aeroporto internacional e um porto marítimo

Em Amesterdão existem muitos espaços industriais e espaços portuários que estão muitas vezes associados a áreas e bairros, que necessitam de processos de regeneração urbana, como é o caso da situação escolhida como case study, a fábrica de gás Westergasfabriek. Um lugar que tendo em conta a sua localização, na convergência de linhas de circulação im-portantes, o fato de não estar a ser utilizada e se encontrar em processo de degradação e as manifestações da população reforçando a necessidade de renovação do espaço, foram aspetos que pressionaram o Município a criar um projeto de regeneração urbana para a Westergasfabriek e área envolvente.

o local da Westergasfabriek tem 14,5 hectares e é delimitado por duas li-gações nos pólderes a oeste do centro de Amesterdão. A sul o limite é o ca-nal fluvial para haarlem construído em 1632 e a norte, o caminho-de-ferro datado de 1839.

iLUStRaÇÃo 334. Foto aÉREa dE aMEStERdÃo

Em 1883 o monopólio da produção de gás, foi concessionado pelo Municí-pio de Amsterdão à empresa britânica Imperial Continental gas Associa-tion Association (ICgA). Em 1885, foram construídos dois complexos fabris, localizados a este de Amesterdão, em linnaeusstraat o Ooster gasfabriek, e na zona oeste, em haarlemmertrekvaart, o Westergasfabriek, esta última situada estrategicamente entre canais fluviais, caminho-de-ferro e vias de acesso.

O plano foi dirigido por Julius Pazzani e os edifícios foram projetados pelo arquiteto Issac gosschalk, sob os princípios da arquitetura neo-renascen-tista, combinando funcionalidade, simetria e ornamentos.

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Em 1898 a concessão do gás passou para o Município. Entre 1901 e 1905 a produção de gás e o complexo de Westergasfabriek foram objeto de uma forte expansão. Mais tarde com a construção de fábricas mais eficientes, a descoberta do gás natural e alterações no consumo, fizeram com que a produção de gás em Westergasfabriek cessa-se definitivamente em 1967. Esta situação fez com que a fábrica caísse no abandono, servindo até 1992 de armazém, garagem e local de experimentação da empresa de gás e ele-tricidade municipal, a gEb.

iLUStRaÇÃo 335. RESPonSÁVEiS PELa ConStRUÇÃo da ooStER E WEStERgaS-FaBRiEk.

iLUStRaÇÃo 336. WEStERggaSFaBRiEk EM PLEno FUnCionaMEnto.

iLUStRaÇÃo 337.ViSta aÉREa dE WEStERgaSFaBRiEk EM 1927.

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iLUStRaÇÃo 338. WEStERgaSFaBRiEk a FUnCionaR CoMo aRMaZÉM.

iLUStRaÇÃo 339. WEStERgaSFaBRiEk EM PRoCESSo dE dECadÊnCia.

Muitos edifícios foram demolidos, mas trinta dos restantes, foram, classifi-cados como edifícios protegidos /monumentos industriais em 1989.

Em 1981 fruto do processo de decadência e abandono surge a necessidade de um plano para Westergasfabriek. Foi aqui que se começaram a dar os primeiros passos para a regeneração urbana de Westergasfabriek. Este processo dividiu-se em várias fases até chegar à atualidade tendo-se ade-quado os objetivos e as estratégias às necessidades e oportunidades que foram aparecendo. Em seguida passamos a descrever as várias fases deste processo:

1981-1993 Análise e limpeza:

Ainda em 1981 para analisar e abordar um processo de regeneração ur-bana na área de Westergasfabriek, foi criada uma equipa responsável para o efeito e realizado um estudo de solos.

nesse estudo, feito pelo Município, chegou-se à conclusão que a área estava bastante poluída com diversas substâncias tóxicas (alcatrão, óleos minerais e cianeto libertados durante a produção de gás). Apesar do elevado grau de poluição foram precisos vários anos para o Município de amesterdão e do Ministério do Meio ambiente Central, chegarem a um acordo sobre um plano de limpeza. Depois de dez anos do plano de limpeza ter começado o grau de poluição continuou a ser elevado, o que fez com que o processo de limpeza fosse mais longo e mais caro do que o previsto.

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Foi necessário criar uma estratégia de ocupação do espaço e delinear obje-tivos para se conseguir alcançar a regeneração urbana do Westergasfab-riek.

Em 1990 foi nomeado Evert Verhagen, chefe do sector de obras do conselho.

nesta altura surge a ideia de converter Westergasfabriek num local de es-critórios ou num centro de venda a retalho, o que não foi bem aceite, porque os planeadores e políticos pensaram na “cultura” como a principal estraté-gia de desenvolvimento.

a concentração do processo de regeneração de Westergasfabriek na cultu-ra, baseou-se nos seguintes pontos:

• Localização ser pouco afastada do centro, acessível e com espaço dilata-do, constituíam características ideais para a realização de eventos. Ficou claro que este seria o local ideal para a feira artística de kunstvlaai, the holland Festival e Awakenings Club Events.

• o fato das pessoas terem começado a usar local e a formar um lobby das artes.

• as manifestações culturais feitas pela comunidade, chamaram à atenção para a necessidade de um programa de regeneração da área de Wester-gasfabriek.

• Pressão de grupo partidário com princípios ecologistas, groenLinks, para a extensão do parque sob princípios ecológicos e para a proibição da circu-lação de carros nesta nova área.1

Foi em 1992 que a gEB deixa de usar a Westergasfabriek e que Evert Ver-hagen, ficou responsável pela conceção de um projeto para Westerfgasfab-riek. Foi criada uma equipa responsável pelo projeto que atuou de forma independente, apesar do responsável fazer parte do Município.

Em 1993, como estratégia de ocupação e dinamização do espaço, o Con-selho Distrital pediu a liesbeth Jansen, “uma especialista em consultoria e programação de festivais culturais”, para fazer de Westergasfabriek um lugar dinâmico, animado, com uso diversos e um marco na vida cultural de Amsterdão. A estratégia definida foi a de explorar por um ano o espaço com actividades culturais, eventos, espaços para ensaios artísticos, óperas, festas, dança, circo, congressos, etc.

iLUStRaÇÃo 340. EVERt VERhagEn, ChEFE do SECtoR dE oBRaS do ConSELho E dESdE 1992 RESPonSÁVEL PELa ConCEÇÃo dE UM PRoJECto PaRa WEStER-FgaSFaBRiEk.

iLUStRaÇÃo 341. LiESBEth JanSEn, UMa ESPECiaLiSta EM ConSULtoRia E PRogRaMaÇÃo dE FEStiVaiS CULtURaiS ChaMada PELo MUniCÍPio PaRa CRi-aR UMa EStRatÉgia PaRa WEStERgaStERFaBRiEk EM 1993.

1 disponível em http://web.inter.nl.net/users/Paul.treanor/gentrification.html

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iLUStRaÇÃo 342. UtiLiZaÇÃo tEMPoRÁRia do ESPaÇo EM 1993.

iLUStRaÇÃo 343. PERFoRManCES E EVEntoS tEMPoRÁRioS.

A estratégia foi um sucesso. Os projetos temporários e de menor dimensão resultaram tão bem, que não foi necessário um utilizador permanente para suportar a manutenção de Westergasfabriek.

Entre 1993 a 2001, centenas de eventos tiveram lugar em Westergasfabriek e havia mais de cem inquilinos temporários. A energia criativa teve tal poder de atração, tanto de artistas como de investidores, que Westergasfabriek em 2001 passou de uso temporário para uso permanente.

1996 – 2003 Energia Criativa:

Entretanto em 1996, Evert Verhagen apresenta um projeto de desenvolvi-mento para Westergasfabriek, cujo plano diretor foi feito por kathryn gus-tafson dos Mecanoo architecten, (um gabinete de arquitetura reconhecido mundialmente).

O plano proposto pretendia:

• Fazer da antiga zona industrial uma zona verde e de lazer;

• Reconstruir edifícios;

• Melhorar as acessibilidades com a criação de uma ponte e uma ciclovia;

• Possibilidade de uso multifuncional do novo parque.

• E essencialmente converter Westergasfabriek e a zona envolvente, num parque ecológico que conjugasse cultura, arte, sentido de comunidade e verde.

o projeto para Westergasfabriek foi feito para trazer à cidade de amester-dão criatividade e negócios culturais. Os edifícios industriais e o parque en-volvente tinham como objetivo criar uma área multifuncional num parque urbano.

O projeto visava a substituição de uma fábrica de gás por um parque cons-tituído por espaços verdes, cursos de água, escritórios, espaços para even-tos, restaurantes, teatros, etc., ou seja todas as infraestruturas necessárias para ser um ponto de encontro, uma intervenção “verde” e um ponto signi-ficativo na cidade.

2.1.1. OBJETIVOS

O objetivo central foi a regeneração urbana da fábrica de gás e área envol-vente, procedendo à sua transformação num parque cultural público com um caracter vibrante e dinâmico, capaz de atrair investidores e novos resi-dentes e ser um local de destaque na cultura de Amesterdão.

os objetivos gerais para o projeto Westergasfabriek foram os seguintes: 2

• transformar uma área poluída com edifícios históricos num espaço ur-bano com vários usos;

• Criar um espaço criativo cultural aberto ao público;

• integrar uma nova ponte para melhorar a acessibilidade do local;

• Uso multifuncional do espaço (para desporto, relaxamento, local de en-contro, ciclovias, local para todo tipo de idades);

• desenvolver um plano que contextualizasse os edifícios existentes no novo parque;

2 disponível em http://pt.scribd.com/doc/79399391/Urban-Regeneration-oana-Baloi-Merel-Enserink-karel-Matar

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• Revitalizar uma área e torna-la num espaço público e desenvolver espaços para estúdios de artistas, teatros, performances e eventos culturais;

• Conseguir satisfazer as necessidades sociais e culturais dos habitantes das áreas envolventes do parque, potenciando-as e tornando-as mais atraentes

• transformar um espaço sem utilidade num espaço de reunião social e artística

• aumentar a acessibilidade do local;

• Criar um espaço onde a natureza se insere na cidade

• transformar um espaço não funcional num local de reunião social, en-tretenimento, atividades culturais e manifestações artísticas

2.1.2. ESTRATÉGIA

Os objetivos estratégicos para o sucesso e implementação do projeto pas-savam por ter um impacto imediato na comunidade, com a conjugação da paisagem com atividades culturais, soluções de tratamento de água e princípios estéticos, ou seja fazer a ligação entre o homem e a natureza

A renovação do espaço seguido da sua ocupação com novos usos, basea-dos na combinação de inquilinos permanentes com empresas culturais, alugueres temporários para festas e eventos, comerciais e culturais de forma a dar uma base sólida para um funcionamento saudável

Em suma, uma estratégia de combinação entre uso temporário e planea-mento a longo termo.

a fábrica de gás Westergasfabriek era, em meados do séc. XiX, o maior for-necedor de gás da cidade. No entanto depois do encerramento da fábrica de gás em 1967, toda a área entrou em processos de decadência para além dos solos e águas fluviais, estarem com um elevado nível de poluição.

Na década de noventa nada tinha sido feito e as características, tanto da área envolvente de Westergasfabriek como a fábrica, afastavam investi-dores e/ou novos residentes.

o bairro de Westerpark, onde está localizado o Westergasfabriek, na altura tinha pouca densidade de populacional apesar da curta distância ao centro (3km), e de estar localizada num ponto de convergência de várias linhas de acesso às cidades vizinhas. A causa da existência de poucos residentes pode ter estado relacionado com a predominância de carris que cortavam o es-paço, muito trânsito e a falta de interesse económico da área. A população existente caracterizava-se por imigrantes que habitavam casas ilegais e de renda baixa.

Foram planeadas medidas para a área residencial (demolição e construção de novos apartamentos de luxo, aumento do numero de habitações privadas para reduzir as habitações sociais e aumentar as rendas) cujo sucesso de-pendia da capacidade de atração de pessoas com mais poder económico e com um nível de escolaridade mais alto.

Foi então que surgiu a necessidade de um plano para Westergasfabriek cujo objetivo era dar um uso adequado a uma antiga área industrial poluída e com edifícios protegidos. o projeto para Westergasfabriek funcionou como fator impulsionador da vinda de novos residentes e da melhoria da imagem do bairro. Só assim a área possuiria características atrativas para investi-dores.

as medidas de regeneração delineadas para que o projeto de Westergas-fabriek foram:

• Restauração de solos e tratamento das águas.

• Bombeamento de água para gerar movimento e melhorar a sua qualidade, desinfeção e filtragem.

• Fazer um aterro, um sistema de irrigação, um lago e um riacho artificiais,

MEdidaS dE REgEnERaÇÃo MaiS

RECENtES

3

302

uma ponte e edifícios menores.

• Criar atividades públicas e culturais.

• Projetar o espaço segundo princípios ecológicos de forma a melhorar a qualidade do ar e da vegetação

• tornar o espaço esteticamente atrativo

• Criar um sistema ecológico através da conjugação entre vegetação e cir-culação de água nova não poluída

• tratamento do solo através do seu isolamento

• Reconversão de residências sociais e ilegais em residências com mais qualidade.

Depois do plano já estar estabelecido e apresentado, em 1996, faltava finan-ciamento e conseguir atrair uma entidade promotora que desenvolve-se o plano de regeneração urbana e renovação do património industrial.

Esta questão ficou resolvida em Janeiro de 2000, quando a MaB develop-ment, uma empresa líder no mercado imobiliário, construção e projetos ur-banos de usos múltiplos, comprou ao Município de amesterdão 13 edifícios em Westergasfabriek (cerca de 16.500 m²) e procedeu à sua renovação den-tro do plano estabelecido pelo Município. a empresa pagou menos de 5 mil-hões de euros pelo complexo, e em 2003, pediu ao município para garantir um empréstimo de 25 milhões de euros, apresentando os edifícios como a garantia. a MaB recebeu também um subsídio para a renovação e limpeza da área industrial.

O plano foi intitulado “Changement” onde foi projetado um lugar dinâmico e com um design variado organizado numa estrutura forte e detalhada. Na área abrangida (com 14 hectares) foi possível definir espaços distintos: um parque romântico, um parque natural e um parque moderno. Foi essen-cialmente um plano que focou questões ambientas e foi feito em prole da comunidade.

4ObRA FEItA

iLUStRaÇÃo 344. LogotiPo da MaB dEVELoPMEnt

A área foi pensada em quatro grupos principais, cada um com uma função distinta.3

• Cité des arts - contem os edifícios novos, maioritariamente escritórios para apoio às atividades culturais que não sejam performances ou espaço de exibição.

• Village - um grupo de edifícios localizado entre o canal e o espaço para eventos, nomeadamente o Purifier building (um grande salão para eventos, lojas, estúdios e cafés), os escritórios da Westergasfabriek BV e o Machine building (edifícios de medição e funções públicas, como um quiosques).

• kinderdorp (“aldeia infantil) - reservado para as atividades das crianças.

• Spektakeldorp (“Village Spectacular”) - espaço para grandes eventos, composto pelos edifícios gashouder (o maior espaço coberto da Westergas-farbiek destinado a receber operas, teatros e performances e assim funcio-nar como um grande atractivo) e transformatorhuis.

3 disponível em http://courses.washington.edu/gehlstud/WEBSitE_ContEnt/Winter2010/Westergasfabriek.pdf

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IlUStRAçãO 345. gAShOUDER

iLUStRaÇÃo 346. tRanSFoRMatoRhUiS

Foram tomadas medidas baseadas na ecologia, sustentabilidade ambiental e potenciação dos elementos naturais, nomeadamente:

• Sistema de águas – Sendo a água um ponto importante no projeto, a sua preservação foi essencial. Para além de várias lagoas foi criado um sistema de circulação de água independente do solo poluído, através do bloquea-mento do chão com barro ou betão. No total, foram retirados 35.000 metros quadrados de terra e foram utilizados 65.000 metros quadrados de geotêxtil.

Sob o campo Corfebol existe um reservatório e uma bomba para serem usa-dos para rega. O canavial é usado como um purificador natural.

• Sistemas de luzes – ao longo dos caminhos foram colocados sensores fotoelétricos que acendem com a proximidade dos peões.

• Circulação – Foi criado um eixo central que separa as áreas verdes das áreas edificada e foi assinalado com luzes e um pavimento distinto.

304

iLUStRaÇÃo 347. EVEntoS CULtURaiS EM LigaÇÃo CoM a natUREZa.

iLUStRaÇÃo 348. ÁREaS VERdES dE WEStERgaSFaBRiEk.

IlUStRAçãO 349. lOCAl DE REUNIãO ENtRE PESSOAS.

Em 2001 procedeu-se a obras de renovação dos edifícios para uma melhor adequação aos novos usos e foi implementado um plano de desenvolvimen-to elaborado em 1996.

Apesar de já ter estado em funcionamento com o caracter de espaço cul-tural, o parque Westergasfabriek só abriu oficialmente em 2003 com espaço para jantares comunitários, festivais, performances, galerias, lojas, etc.

No final de 2003 e em 2004 os edifícios renovados ficaram novamente dis-poníveis para serem arrendados a artistas e investidores. Aqui o caracter de uso do espaço passou a ser não só de uso temporário como para perma-nente. No entanto esta transição não foi fácil, visto que muitos dos inquilinos foram obrigados a deixar o local.

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IlUStRAçãO 350. ESPAçO PARA FEIRAS.

iLUStRaÇÃo 351. ESPaÇo PaRa EVEntoS.

a intervenção foi concluída em 2007 e o projeto Westergasfabriek ainda per-manece em ativo, contribuindo através da cultura para a dinamização deste antigo espaço industrial. São realizados festivais em Westergasfabriek, tais como:

• affordable art Fair

• awakenings, festival de dança

• amsterdam international Fashion Week

• Cinekid, festival de cinema

• holland Festival

• hollandse nieuwe, festival de teatro

• kunstvlaai, exposição de arte

• Latin Village, festival de música e dança

• Manuscript, feira do livro

• Mojo Concerts

• Picnic Cross Media Week

• Sieraad, feira de arte e joalharia

• Winterparade, festival de teatro

306

Depois do espaço já estar completamente transformado para se adequar a estes novos usos, os objetivos do parque de Westergasfabriek foram al-terados para passarem a desenvolver espaços para serem arrendados por investidores para ações e eventos criativos, culturais e inovadores, receber projetos culturais, colaborar com os inquilinos e divulgar as atividades de Westergasfabriek. Com base nesta alteração, conseguiu-se proporcionar um espaço sustentável, amigo do ambiente, para reunião de empreende-dores locais, holandeses e estrangeiros, um espaço de lazer e entreteni-mento e desenvolvimento de oportunidades criativas.

liesbeth Jansen, o impulsionador da ocupação temporária do espaço em 1993, é director da Westergasfabriek e responsável pela gestão e operações.

Westergasfabriek é um dos espaços culturais mais importantes de ames-terdão e continua a dinamizar a área através da cultura.

• o parque foi capaz de unir aspetos ecológicos, culturais e oferecer um uso sustentável do espaço. Deu ainda uma nova identidade a uma antiga fábrica de gás, convertendo-a num parque natural e cultural.

• apesar da intenção primordial do projeto de regeneração urbana de Wes-tergasterfabriek ter sido criar um parque cultural e natural, foi o impacto a nível cultural e social que fez com que a intervenção tivesse sucesso.

• através do uso inteligente do solo, água e vegetação o parque conseguiu uma rápida regeneração das suas qualidades ecológicas.

• atualmente o parque é um exemplo importante de projeto paisagístico.

• o problema da poluição foi resolvido passando a existir uma nova fauna e flora em Westergasfabriek.

• Uma área que antigamente servia apenas para os trabalhadores indus-triais, depois do desenvolvimento do processo de regeneração urbana, pas-sou a atrair mais pessoas e todo tipo de residentes, sendo maioritariamente da sua envolvente.

• a densidade populacional aumentou assim como a qualidade de vida.

• Fortaleceu a economia e a cultura local.

• Constituiu uma nova abordagem ao espaço urbano onde os cidadãos tive-ram e têm uma participação e uma vivência do espaço mais intensa.

• atualmente o parque é muito usado devido à boa acessibilidade, conecti-vidade com o centro de Amesterdão, boa conjugação entre homem e na-tureza, diversidade cultural e a existência de atividades para vários grupos etários.

• gera riqueza na medida em atrai pessoas à cidade, não só para realizar eventos culturais mas também para usufruírem deste espaço único. Os eventos realizados em Westergasfabriek promovem a cultura e economia de Amesterdão.

• Westergasfabriek tornou-se num local de encontro entre criativos e resi-dentes inovadores, de realização de eventos e festivais de qualidade. O su-cesso foi tal que atualmente é designada de zona cultural.

• os responsáveis pelo processo de regeneração de Westergasfabriek foram contactados para partilhar a sua experiência com outras cidades mundiais.

• desde 2003 que Westergasfabriek é um dos principais espaços culturais e dos parques mais conhecidos e com maior importância em Amesterdão.

• Em 2007 o parque cultural de Westergasfabriek foi nomeado para o inter-national Urban landscape Award e ganhou o landscape Institute Awards

• Em 2009 o parque cultural de Westergasfabriek foi nomeado para o gol-den Pyramid award

• Em 2010 o parque cultural de Westergasfabriek ganhou o Europa nostra Award.

• Em 2011 o parque cultural de Westergasfabriek ganhou o EU Prize for Cultural heritage na categoria de conservação.

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5.1

RESUltADOS ObtIDOS, FAtORES POtENCIADORES E DESAFIOS

ENCONtRADOS

RESUltADOS

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• o facto de a população ter sido um dos pontos impulsionadores do projeto fez com que esta tivesse um papel participativo e ativo no processo de re-generação de Westergasfabrik, contribuindo para a aceleração e sucesso do processo de regeneração da área.

• Classificação dos antigos edifícios em monumentos industriais ajudou na sua preservação.

• o Plano para Westergasfabriek ao ser implementado mais tarde, depois da iniciativa de ocupação temporária do espaço durante 1993, beneficiou da combinação da utilização a curto prazo com o planeamento a longo prazo, o que fez com que esta área já tivesse importância em Amesterdão, mesmo antes do projeto de regeneração ter terminado o que permitiu uma maior participação da comunidade e a incorporação de uma maior variedade de interesses.

• Equipa de projeto ter funcionado de forma clara, objetiva, disponível, cria-tiva e flexível, supervisionando e alterando de forma expedita a estratégia do plano quando foi preciso.

• Plano incluiu o tratamento da envolvente, preservando o significado cul-tural e a funcionalidade pública do local.

• Reutilização intensiva de materiais e estruturas existentes.

• Localização estratégica próxima do centro que atraiu pessoas e aumentou mais rápido a importância do local.

• Evitar dar prioridade a arquitetos famosos.

• os investidores foram tolerantes com os contratempos que apareceram.

• Banca disposta a investir.

• Saber quais os usos que melhor se adequavam à antiga área industrial cujos solos estavam contaminados.

• ao incluir a comunidade no processo, tornou-se difícil conjugar a diversi-dade de interesses existentes (população, governo local, construtores, in-vestidores e criativos).

• arranjar investidores que aceitassem um retorno do investimento baixo.

• a poluição foi o maior problema na intervenção, quer pela demora no en-tendimento entre os responsáveis pela limpeza da área, quer pelo elevado índice de contaminação.

• Westergasterfabriek ao concentrar-se em aspetos ecológicos, torna a sua manutenção difícil o que limita o total aproveitamento do espaço verde.

• na fase de elaboração do projeto de regeneração utilizar o espaço com atividades temporárias de forma a captar a atenção dos habitantes, resi-dentes, governos regionais e nacionais e investidores públicos ou privados.

• Criar uma equipa responsável pelo projeto em que estejam incluídos tanto profissionais do sector público como do privado. Fazer com que esta equipa funcione de forma clara, objetiva, comunicativa, criativa e flexível, supervi-sionando e alterando de forma expedita a estratégia do plano quando pre-ciso.

• Elaborar um projecto flexível capaz de se adequar às oportunidades e ne-cessidades que foram aparecendo.

• atrair investidores através de boas condições de financiamento ou preços acessíveis na aquisição de edifícios e espaços a recuperar.

• o Município acompanhar e funcionar como um dos impulsionadores e executores do projeto.

• Fazer da acessibilidade do local um ponto fulcral porque atrai pessoas e aumenta a importância do local.

• incluir a população, executores, município, investidores e beneficiários em

FAtORES POtENCIADORES

PRINCIPAIS DESAFIOS

ANÁlISE CRítICA E BEChMaRkS A REPlICAR

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todo o processo e conjugar os interesses de cada grupo envolvido de forma a melhor adequar o projeto às necessidades pretendidas.

• Proporcionar e promover a participação da população de modo a que esta tenha um papel importante no processo e o sucesso da regeneração urbana do espaço e ao mesmo tempo fazer aumentar o sentido de pertença e res-ponsabilidade para com o espaço.

• Projetar, incluindo a envolvente, preservando o significado cultural e a funcionalidade pública do local.

• dividir o espaço em áreas com funções e usos distintos de forma a abran-ger o maior número de usos e agradar a um maior número de utilizadores.

• Combinar o uso temporário da área e o desenvolvimento de planos para longo prazo.

• Reutilizar materiais e estrutura existentes por motivos económicos, ecológicos e de poupança de recursos.

• Combinar os vários campos: cultural, ecologia, economia, sustentabili-dade, lazer e comunidades, numa estrutura coesa e dinâmica.

• Potenciar ao máximo o sector da cultura aliando à natureza de forma a ter impacto na sociedade e a criar investimento e riqueza.

• Proporcionar condições para que o espaço seja sustentável, amigo do am-biente, de reunião entre empreendedores locais, holandeses e estrangeiros, funcione como local de lazer, entretenimento e de oportunidades criativas.

• Redefinir os objetivos para o espaço depois do processo de regeneração urbana que no caso de Westergasfabriek passaram a ser o arrendamento a investidores para ações e eventos criativos, culturais e inovadores, par-ticipação em projetos culturais, colaboração com os inquilinos e divulgação das atividades aí desenvolvidas.

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Page 24: Benchmarking Internacional, case studies de Regeneração Urbana

12 ROtERDãO

Contexto e Fatores Promotores de Desenvolvimento

Programas, Planos e Incentivos associados à Regeneração de Roterdão

Medidas de Regeneração mais recentes

Obra feita

Resultados obtidos, fatores potenciadores e desafios encontrados

Analise crítica e benchmarks para replicar

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CONtEXtO E FAtORES PRoMotoRES do dESEnVoLViMEnto

EVoLUÇÃo dE RotERdÃo ao Longo doS tEMPoS

A holanda é uma monarquia constitucional, democrática e parlamentar, banhada pelo Mar do norte, a norte e a oeste, faz fronteira com a Bélgica ao sul e com a Alemanha a leste, dois países com economias fortes.

A holanda é conhecida pelo sucesso no desenvolvimento sustentável das suas cidades bem como na promoção da igualdade. A política nacional tem como objetivo melhorar os centros da cidade, alavancar a importância das cidades no seu processo de desenvolvimento económico e criar novos serviços e centros culturais.

Apesar da capital holandesa ser Amsterdão e a sede do governo estar situa-da em haia, Roterdão é a segunda cidade da holanda e um ponto importante ao nível dos transportes devido ao seu porto de mar, um dos maiores da Europa que gera 10% do PiB holandês.

Roterdão está localizada perto do Mar do norte na foz dos rios Reno, Maas e Rotte.

No séc. XX tornou-se o porto mais importante da Europa e um dos maiores do mundo. A ligação com o mar e aos rios e a capacidade de controlar as vias navegáveis e assim tirar proveito de sua localização estratégica dentro da Europa, fez com que Roterdão crescesse e se tornasse uma cidade im-portante na holanda e no contexto europeu.

O porto de Roterdão está em atividade desde 1300. Situado junto ao Rio Maas, funciona como a maior porta de entrada para o Mar do norte, da Eu-ropa. Em 1800, a abertura de canais e novas e crescentes necessidades de transporte de mercadorias, fez de Roterdão um porto marítimo importante. a maior parte desta atividade focou-se na margem norte do rio Maas, até a década de 1870, altura em que o porto foi transferido para a margem sul, criando kop van Zuid.

iLUStRaÇÃo 352. LoCaLiZaÇÃo da hoLanda E RESPEtiVa BandEiRa

iLUStRaÇÃo 353. RotERdÃo E aS SUaS ViaS FLUViaiS

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kop van Zuid pertence ao 13º município de Roterdão e tem o nome de Fei-jenoord. A indústria marítima proeminente e em funcionamento até á Se-gunda guerra Mundial, criou um distrito de armazéns, estaleiros e portos cercados por habitações de renda baixa.

a Segunda guerra Mundial afetou bastante a holanda, nomeadamente Roterdão, que foi bombardeado pelos alemães no dia 14 de Maio de 1940. O centro da cidade ficou completamente destruído e o porto muito afetado.

iLUStRaÇÃo 354. koP Van ZUid dEStRUÍdo dEPoiS do BoMBaRdEaMEnto dE 1940.

IlUStRAçãO 355. EUROPOORt

Nos anos cinquenta quando o país estava em estado de emergência, o governo central assumiu poderes executivos para destinar recursos finan-ceiros e implementar projetos de reconstrução e reabilitação em grande escala. Foi nesta altura que se reconstruiu o porto e o centro. Muitos edifí-cios foram construídos nos espaços vazios entre os edifícios antigos, dando origem a uma mistura de estilos e épocas arquitetónicas, espaços feios e desconectados.

Com o crescimento económico, foi necessária a expansão do porto. Em 1957 começou a ser criado o Europoort, um grande complexo portuário com áre-as indústrias adjacentes, entre Roterdão e o Mar do norte. nos anos ses-senta a área de kop van Zuid, a área do antigo porto, entrava em processo de decadência e cada vez mais desligado do centro da cidade.

314

O desenvolvimento do porto em direção ao mar, associado ao crescimento dos subúrbios da cidade, fizeram com que uma serie de atividades fossem para fora das fronteiras de Roterdão. Consequentemente a cidade de Roter-dão passou a ter de gerir o desenvolvimento em cooperação com os mu-nicípios vizinhos e autoridades regionais, aumentando a proximidade e a capacidade do governo a nível local, especialmente em bairros pequenos.

Enquanto o porto se desenvolvia para fora da cidade como principal hos-pedeiro do processo logístico, Roterdão assumiu como estratégia investir e tentar desenvolver ao máximo a sua indústria, porto, sector logístico, in-dústria do conhecimentos, serviços (necessários para gerir este conjunto de atividades) e funcionar como um lugar de encontro para os trabalhadores do conhecimento e de empresas que prestassem serviços para o porto.

Roterdão tornou-se uma cidade pós-industrial em transição e pretendeu ser uma cidade com oportunidades para o desenvolvimento de novos co-nhecimentos e inovação. Para tal, investiu em diversos sectores para diver-sificar a economia (medicina, cultura, turismo e industrias criativas).

Durante a década de setenta, em Roterdão, um grupo de políticos, face ao estado de decadência de antigos distritos, criou, em conjunto com os resi-dentes locais, organizações de renovação urbana priorizando as áreas de financiamento governamental. O aumento dos subsídios governamentais para a habitação, fez com que antigas propriedades fossem transformadas em habitações sociais, realojando os antigos proprietários.

Esta política teve bastante sucesso, em 1965. Cinquenta por cento da área residencial já tinha sido modernizada e no final da década de oitenta mais de 25,000 casas foram renovadas. A habitação de baixo custo e de qualidade, ajudou a neutralizar os efeitos da transição para uma cidade pós-industrial no final dos anos oitenta, no entanto, esta orientação política foi criticada, porque continuavam a existir níveis de pobreza significativos. Quem tinha poder económico saia destes bairros . Desta forma, Roterdão teve como de-safios a integração de pessoas de diferentes origens culturais, e combater o problema do desemprego estrutural

Por essa razão e depois de ter sido alcançado um equilíbrio no campo da habitação, o governo local na década de noventa (já com poderes executivos) deu especial atenção às políticas sociais através da Política das grandes Cidades. O governo de Roterdão concluiu que para diminuir as desigual-dades sociais, educacionais e económicas, se devia promover o emprego e investir na educação. Como tal, desde 1996 que em Roterdão (no âmbito da Política das grandes Cidades) foram criadas cinco iniciativas de incentivo ao emprego de entre as quais destacamos; :

1. Criar pelo menos 10 mil novos empregos para os desempregados de lon-ga duração, em áreas como saúde, segurança, creche, etc.

2. Fortalecer a economia local, incluindo o suporte para novos negócios e grupos-chave

3. Melhorar as ligações entre o porto de Roterdão e o interior

4. Formar e educar como um segmento relevante para o trabalho de maior valor acrescentado

5. Usar as autoridades locais para criar mais postos de trabalho, incluindo vários esquemas de trabalho voluntário, e integração de imigrantes através de medidas como por exemplo instalações para jovens.

Com um sistema descentralizado resultante da comunicação e colaboração entre o governo central, local e outras organizações, nomeadamente as-sociações de moradores, os municípios conseguiram a necessária flexibi-lidade para executar as políticas nacionais e adequa-las às circunstâncias locais. Esta situação permitiu uma abordagem mais empresarial e o uso da criatividade e recursos locais.

Foi com auxílio de processos de regeneração urbana que Roterdão con-seguiu criar uma imagem positiva como um lugar fantástico para se viver e trabalhar, e sua população tem crescido gradualmente, inclusive atraindo pessoas criativas para a cidade. Roterdão depois de ter passado por um

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processo de renascimento atingiu uma posição de destaque em vários cam-pos, culminando com o reconhecimento como Capital Europeia da Cultura em 2001, como Capital Europeia do Desporto em 2006 e Capital Europeia de Juventude em 2009 (a primeira cidade condecorada).

A mudança do porto levantou alguns desafios que levaram à necessidade de processos de regeneração urbana em kop van Zuid, foram eles:

• Existência de espaços vazios;

• Problemas de gentrificação;

• Conseguir criar oportunidades de emprego e educacionais para os resi-dentes;

• Unir a cidade e promover a igualdade social e de oportunidades;

• decisão de fazer do espaço de intervenção, um espaço de valor acrescen-tado;

• divisão acentuada entre o norte e o sul de Roterdão.

Os principais organismos envolvidos neste processo, foram; o governo local, chefiado por Riek bakker, o governo nacional, o Porto de Roterdão, constru-tores (oVg, Synchroon, dura Vermeer) e as associações do setor da habi-tação (Vestia, Vesteda; Stadaswonen).

Para apoiar todo o processo de regeneração de kop van Zuid esteve o Ro-tterdam Development Corporation (RDC), um importante órgão, não só res-ponsável pelo ordenamento do território, mas também pela organização e execução de infraestruturas, venda de terrenos aos possíveis investidores, e principal responsável pelo desenvolvimento do processo de regeneração de kop van Zuid. Para ajudar o RdC a implementar o novo Plano diretor de 1989, esteve o departamento de urbanismo, tendo sido eleito um repre-sentante público para cada município, para promover e informar acerca do processo regeneração.

IlUStRAçãO 356. lOgO DE ROtERDãO CAPItAl EUROPEIA DA CUltURA 2001

iLUStRaÇÃo 357. Logo dE RotERdÃo CaPitaL EURoPEia da JUVEntUdE 2009

1.2SíNtESE DOS PRINCIPAIS CAtAlISA-DORES DOS PROCESSOS DE REgE-NERAçãO URbANA DE ROtERDãO

316

a área de kop van Zuid (kvZ) localiza-se no lado sul do rio Maas, faz parte do município Sib-Feyenorrd e está na direcção oposta ao centro de Roterdão. Um ponto estratégico no que diz respeito à conectividade regional.

a área de kop van Zuid é constituída por seis áreas de usos mistos: Entrepot, Landtong , Wilhelmina Pier, Zuidkade , Stadstuinen , e Parkstad e ocupa um total de 125 hectares.

quando o porto se afastou do centro de Roterdão, ficou claro que kop van zuid precisava de um processo de regeneração urbana.

A nomeação de uma nova diretora de Urbanismo, Riek bakker, em 1986, levou a uma nova visão para a cidade como um todo. O plano municipal de 1978 foi substituído em 1986 por um plano do alemão teun koolhass que visava desviar o foco para a base económica da cidade. Os principais temas foram a qualidade, a acessibilidade e a integração. a regeneração de kop van zuid fazia parte do Plano Diretor definido em 1989, assim como uma série de grandes projetos, a serem executados quando houvesse condições de mercado propícias para tal.

iLUStRaÇÃo 358. ViSta aÉREa dE koP Van ZUid

PRogRaMaS, PLanoS E inCEntiVoS aSSoCiadoS À REgEnERaÇÃo dE

ROtERDãO

koP Van ZUid

2

2.1

iLUStRaÇÃo 359. LoCaLiZaÇÃo EStRatÉgiCa dE koP Van ZUid no ContEXto NACIONAl.

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o novo Plano director para kop van Zuid foi adoptado em 1994 e o desen-volvimento do projecto foi dividido em duas partes. O primeiro projeto é o kop van Zuid e a área portuária atrás apresentada é o nosso caso de estudo pela sua singularidade. O segundo projecto é Parkstad, também chamado de kop van Zuid ii, começou em 2007 e corresponde a uma área suburbana, que está um pouco fora do enquadramento deste estudo de benchmarking.

2.1.1. OBJETIVOS

o plano diretor para kop van Zuid adotado em 1994, quis transformar a área de kvZ para atingir os seguintes objetivos principais :

• transformar a área kvZ num distrito multifuncional conectado e integrado com a estrutura do resto da cidade, através de ligações físicas e infraes-truturas procurando simultaneamente integrar social e economicamente a população desta área de Roterdão;

• Criar edifícios e quarteirões distintos, para atrair população e criar novos postos de trabalho na região;

• Mudar positivamente a imagem da cidade, promovendo ao mesmo tempo a arquitetura moderna;

• Reforçar a ligação entre a cidade e o rio;

• Unificar a zona sul e norte de Roterdão, física, económica e psicologica-mente;

• Criar residências para a classe média ”uma cidade rica com pessoas po-bres” resolvendo problemas de gentrificaçao existentes;

• Criar um novo centro de negócio;

• Melhorar a posição internacional da cidade

kop van Zuid como uma excepção em Roterdão para uma área central e de fortalecimento e inte-

gração dos espaços, benéfica para a envolvente.

2.1.2. ESTRATÉGIA

a estratégia seguida para o desenvolvimento do projeto, passou pelo Mu-nicípio de Roterdão se tornar proprietário do porto e da maioria das áreas de desenvolvimento, de forma a mais facilmente chegar a acordo acerca dos planos de desenvolvimento e propostas para estimular as parcerias público-privadas. houve também algumas áreas que foram adquiridas por empresas portuárias.

Para garantir a qualidade do kop van Zuid, foi estabelecida uma equipa de especialistas em arquitetura e urbanismo, um Comité gestor, composto por

iLUStRaÇÃo 360. antES E o qUE SE PREtEndia PaRa koP Van ZUid

318

quadros superiores e diretores de diferentes secretarias municipais para supervisionar o projecto. Foi ainda criada uma equipa de comunicação, para fazer o suporte e divulgação do projeto. Foi dada muita importância à or-ganização, coordenação e comunicação nos diversos níveis e sectores.

Para se iniciar e apoiar o processo foi necessário procurar parcerias. O suporte de organismos públicos foi crucial para assegurar o investimento inicial e atrair investidores. A ideia inicial para a implementação, passou pela criação de uma parceria público-privada, em que o governo seria res-ponsável pelo espaço público e infraestruturas, e o setor privado pela cons-trução dos edifícios.

No entanto os primeiros passos foram dados pela parceira entre os dife-rentes órgãos públicos tanto nacionais, governamentais, municipais como do próprio bairro.

O Rotterdam Development Corporation promoveu um plano diretor para kop van Zuid, mas também foi responsável pela preparação do local e obras de infraestrutura. o projeto teve que ser aprovado pelo Município de Roter-dão e o espaço destinado a escritórios teve quer ser mudado para habitação social. O RDC usou o seu capital (na altura valia cerca de 100 milhões de euros), para mobilizar fundos provenientes de outros investidores, nome-adamente o governo.

A cooperação e o entusiasmo local criaram o ambiente necessário para a evolução e desenvolvimento do processo de regeneração urbana e atraíram investidores. Com o compromisso do sector público e a confiança crescente no projeto, fez com que o interesse dos investidores privados crescesse. A partir deste ponto a cooperação entre o setor público e sector privado foi baseada na confiança mútua e em objetivos comuns.

Como forma de dinamizar, atrair pessoas, atividades e serviços contribuin-do para a regeneração de kop van Zuid, a autoridade municipal de costumes e o departamento legal e de impostos, decidiram mudar-se para a nova área e a companhia de transportes (REt) concordou em criar uma nova estação de metro. Mais tarde ficou decidido que estabelecimentos de ensino e o teatro luxor iriam também ser realocados neste espaço.

o governo holandês acreditando na mais-valia do projeto kop van Juik para a economia nacional concordou em financiar algumas infraestruturas (Ponte Erasmus e a construção da estação de metro) e transferiu o Museu Nacional de Fotografia e o Film Institute de Amesterdão para Roterdão. Foi levado em linha de conta os efeitos sobre os municípios envolventes, para não haver motivos de contestação e todos estarem conscientes do benefício que o projeto traria a toda a região.

iLUStRaÇÃo 361. MUSEU naCionaL dE FotogRaFia EM RotERdÃo

iLUStRaÇÃo 362. FiLM inStitUtE EM RotERdÃo

Em 1991 o Rotterdam development Corpotation lançou o projeto Mutual Benefit, Wederzijds Profit, equipa de benefício social, aprovado nesse ano pelo Município. o objetivo deste projeto foi usar o desenvolvimento de kop van zuid para melhorar as condições socioeconómicas dos residentes, ou seja empregar pessoas dos bairros vizinhos de kop van Zuid nos desenvolvi-mentos feitos na área e revitalizar e promover a criação de pequenas e mé-dias empresas nesses bairros. Para tal kvZ teve que estabelecer relações socioeconómicas com as áreas adjacentes, reforçar a estrutura económica, canalizar o emprego, encorajando os investidores e os responsáveis pelo

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desenvolvimento do projeto, a criar postos de trabalho e habitação desti-nada à população residente e desenvolver projetos e serviços inovadores.

O RDC financiou o projeto com 2,562 milhões de euros por cinco anos. Em 1996, foram acordados mais cinco anos de financiamento e ainda recebeu financiamento dos fundos da Comissão Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

Foram estabelecidas diretrizes na política urbana nacional urbana conjun-tamente com incentivos financeiros para a colaboração entre os diferentes sectores, de forma a garantir as políticas para coesão social. Foram ainda desenvolvidos pela Mutual Benefit, programas especiais para dar incentivos a empresas privadas para a contratação de pessoas de bairros vizinhos e desenvolver e manter do projeto kop van Zuid. outros projetos foram com-plementarmente implementados, como a reestruturação e modernização das ruas comerciais, para tornar o desenvolvimento mais equilibrado, mod-ernização da infraestrutura, e instalações de ensino, com capacidade para integração dos bairros circundantes.

quando foi iniciado o projeto kop van Zuid a envolvente a área de interven-ção - Feyenoord, afrikaanderwijk, katendrecht e hillesluis – eram mar-cadas por padrões de baixa qualidade de vida e ambiental e uma estrutura socioeconómica fraca, especialmente Feyenoord,

Afrikaanderwijk e hillesluis apresentavam elevadas taxas de desemprego, comunidades de imigrantes e um campus residencial pouco atraente. O que desencadeou este processo de decadência foi essencialmente a mudança do porto de Roterdão para outra área.

kop van Zuid caracterizava-se como uma zona composta por bairros resi-denciais pobres onde viviam os trabalhadores do porto e das indústrias portuárias, existia um alto nível de desemprego e baixa escolaridade. A mudança do porto teve consequências nefastas para kvZ, existiam docas e estaleiros abandonados, era uma área que pelas antigas funções portuárias e de seguranças costumava estar vedada e estava ainda separada do resto de Roterdão pelo rio, armazéns e linhas férreas.

Pontos que conduziram à necessidade de um processo de regeneração ur-bana:

• Fragmentação física devido á falta de conectividade e ligações funcionais;

• Poucos transportes e falta de funções atrativas;

• Fragmentação social devido à divisão de grupos sociais;

• Espaços públicos não utilizados;

• questões de segurança e salubridade;

• Falta de espaços públicos que cubram as necessidades dos vários grupos;

iLUStRaÇÃo 363. EStÁdio dE FUtEBoL do FEYEnooRd E ÁREa EnVoLVEntE

iLUStRaÇÃo 364. ESPaÇo dE REUniÃo EM aFRikaandERWiJk

3MEdidaS dE REgEnERaÇÃo

MaiS RECEntES

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iLUStRaÇÃo 366. PRinCiPaiS RUaS E ESPaÇoS LiVRES

A conjuntura deste bairro desencorajava o investimento privado.

Muitos edifícios estavam abandonados, muitos deles com um valor ar-quitetónico e histórico para a cidade, como por exemplo a antiga linha de comboio. Em suma, toda a área encontrava-se em processo de decadência social, física e urbana.

Como medidas de regeneração foram planeadas respetivamente:

• Melhorar as condições habitacionais;

• Criar espaços públicos seguros, funcionais e atraentes como resposta às várias necessidades, adicionando várias funções às existentes;

• Fortalecer a economia local através do apoio a empreendedores e start-ups;• Eliminar barreiras espaciais e conectar espaços potenciando a conexão local e em grande escala;

• Estabelecer uma hierarquia de ruas enfatizando as principais;

• tirar partidos dos edifícios renovados;

• Construir várias tipologias de residências;

• Privilegiar a reutilização de materiais;

• optar pela transformação e renovação dos edifícios em vez da sua de-molição

• Manter os residentes envolvidos no processo e a viver na área;

• Potenciar o uso do espaço público como um espaço ativo e com várias funções nas várias tipologias de rua;

• desenvolver uma infraestrutura social em locais chave, para uma maior conexão com a rua e os residentes;

• Criar um sistema de planeamento urbano integrado que desse resposta aos vários tipos de necessidades.

boulevard

City road

Neighbourrhood road

local road

opportunity for increasing the density in the existing built enviro-ment

opportunity for building on the vacant land

- emphasize the main corridors

- active them

Connectivity principles

IlUStRAçãO 365. hIERARQUIA DE RUAS

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4ObRA FEItA

o projeto kop van Zuid foi uma importante peça na estratégia de Roterdão para a criação de uma cidade atraente e unificada. Foi iniciado em 1994 e tem ainda com edifícios em construção.

O que contribuiu para que se atingisse esse resultado resultou sobretudo de algumas orientações fundamentais assumidas de entre as quais desta-camos duas:

• a construção de edifícios de escritórios, casas com padrões de qualidade e custo mais elevado para cativar cidadãos mais influentes e abastados,

• a promoção do orgulho na cidade através do estímulo da arte, cultura, qualidade espacial, melhoria de acessos e mobilidade.

buildingnsmix functionesoft transformationbuilding convertionproposed for reconstructionnew buildingheight accentcity public spaceneighbourthood public spacelocal public spacesemi-public spaceprivate open spacesemi-private open space (accessible to the block’s residents)permeable pointboulevardscity streetsneighbourhood streetlocal streetiLUStRaÇÃo 367. VaRiaS tiPoLogiaS dE EdiFÍCioS E ESPaÇoS VERdES

iLUStRaÇÃo 368. antiga FÁBRiCa tRanSFoRMada EM EdiFÍCio RESidEnCiaL.

iLUStRaÇÃo 369. antigo tERMinaL hoLLand aMERiCa tRanSFoRMado no ho-tEL nEW YoRk.

Os passos iniciais na regeneração das antigas docas envolveu a renovação de alguns edifícios emblemáticos e a recuperação de muitos edifícios de valor histórico e arquitetónico assumidos como heranças culturais, nomea-damente:

• a mais antiga doca foi transformada num museu industrial;

• antigas fábricas foram transformadas em edifícios residenciais;

• Uma nova biblioteca e uma nova estação de metro foram construídas nas proximidades e ainda foi construído um bloco de apartamentos de “Cube house”, com uma imagem bastante diferente do usual, que deu uma nova imagem numa época em que havia pouca coisa que atraísse pessoas para esta zona;

• o antigo terminal holland america foi transformado no hotel new York.

• o edifício Entrepot tornou-se um supermercado e num espaço de restau-rantes com comida de todo o mundo, de forma a manter a sua antiga atmos-fera. Apesar do sistema de restaurante ter falhado devido à fraca procura a imagem da área foi mudada e conseguiu atrair investimento privado para habitação de alta qualidade.

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iLUStRaÇÃo 370. CUBE hoUSES ConCEBidaS PELo aRqUitEto PiEt BLoM EM 1984.

IlUStRAçãO 371. ENtREPORt

Relativamente à abordagem ao espaço público e aos princípios de sustenta-bilidade e desenho urbano, a reabilitação de kop van Zuid pode ser conside-rada como um bom exemplo.

• Foram reutilizados o maior número possível de materiais e estruturas;

• Foram instaladas tecnologias modernas para reduzir o lixo (um dos com-ponentes com mais destaque em kvZ) e em muitos casos foram instalados painéis solares;

• Foram construídos amplos parques de estacionamento em articulação com pavimentos arborizados e ciclovias na maioria das áreas residenciais.

• o estacionamento no centro é controlado por meio de pagamento.

• as superfícies foram coloridas e as pedras usadas cuidadosamente,

• os recetáculos do lixo são subterrâneos o que faz com que as bermas das ruas sejam sempre reservadas a peões.

• Foi feito um uso imaginativo da arte pública,

• Foi adotada uma boa iluminação,

• Uso mínimo de postes e sinais,

• Superfície de cruzamento está ao nível da rua e corredores reservados para elétricos.

• apesar de Roterdão não ter um sistema extenso de parques naturais, os miradouros com vista para o rio e as antigas docas em conjunto com uma linha extensa de árvores e alguns jardins, ajudam a que as pessoas a man-tenham sempre contacto com a natureza.

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Roterdão conseguiu ser uma cidade unida com a construção da nova ponte Erasmus e a nova estação de metro, um percurso de elétrico e ligações de vias. O transporte de qualidade foi o que mais contribuiu para o renasci-mento da cidade.

• Roterdão investiu num sistema elétrico de alta qualidade e um metro com mais de 80 km.. A nova linha do metro foi construído a partir da estação ferroviária central, por baixo do rio em 1968 e uma nova linha este-oeste foi adicionado em 1980. A nova linha de eléctrico foi construído para auxiliar a regeneração da área e promover a utilização de transportes públicos.

• a ponte Erasmus liga o centro da cidade por meio da kop van Zuid para o Anel Rodoviário para o Sul, e também abre as ligações com as áreas resi-denciais adjacentes.

IlUStRAçãO 372. IDENtIFICAçãO DOS ESPAçOS PÚblICOS

iLUStRaÇÃo 373. noVa Linha dE MEtRo

public space (parks and squares)buildingsprivate open spacesemi-private open space (accessible to the block’s residents)semi-public space

Public space network

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iLUStRaÇÃo 374. noVaS LinhaS dE ELÉtRiCo E aS noVaS PontES

iLUStRaÇÃo 375. PontE ERaSMUS E a EnVoLVEntE

Foram construídas duas universidades, 5.300 casas, 400,000m2 de escritóri-os e ainda espaços educacionais de negócio e de lazer. Foram usadas novas instalações de lazer para criar uma série de espaços ligados por uma es-fera pública de qualidade que se destaca quando comparada com qualquer cidade. Foram construídos no centro blocos altos de escritórios e novos blocos de apartamentos que deram a Roterdão o nome de “Manhattan no Maas”. Muitos destes edifícios foram projetados por arquitetos de renome como Norman Foster e Renzo Piano: novos edifícios de escritórios que in-cluem o edifício knP, o World Port Center, o terminal de cruzeiros e o tea-tro luxor.

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iLUStRaÇÃo 376. tEatRo LUXoR doS aRqUitEtoS BoLLES+WiLSon ConStRUÍ-do EM 2001.

iLUStRaÇÃo 377. EdiFÍCio LaS PaLMaS dEStinado a ESCRitÓRioS, CoMERCio E MUSEU naCionaL dE FotogRaFia, doS aRqUitEtoS BEnthEM CRoUWEL E aRChitECtEnBUREaU Van dEn BRoEk En BakEMa, ConStRUÍdo EM 2007

iLUStRaÇÃo 378. EdiFÍCioS RESidEnCiaiS dE CoMPagniE, ConStRUidoS EM 2005.

iLUStRaÇÃo 379. EdiFÍCioS RESidEnCiaiS MontEVidEo doS aRqUitEtoS MECa-noo ConStRUÍdoS EM 2005.

iLUStRaÇÃo 380. EdiFÍCio dE ESCRitÓRioS MaaStoREn doS aRqUitEtoS daM & PaRtnERS aRChitECtEn, ConStRUÍdo EM 2010.

iLUStRaÇÃo 381. EdiFÍCio CoMERCiaL E dE ESCRitÓRioS WiLhEMinatoREn doS aRqUitEtoS daM & PaRtnERS aRChitECtEn, ConStRUÍdo EM 1997.

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kop van Zuid forma um conjunto de projetos bandeira que transforma-ram Roterdão, já condecorado com a nomeação para a Capital Europeia de Cultura em 2001 e Cidade da Arquitetura em 2007.

Muitos projetos estão atualmente a ser desenvolvidos e muitos já estão pla-neados para serem executados.

o projeto kop van Zuid conseguiu transformar um espaço que antes estava desligado tanto com a cidade como do rio e criou uma área atraente. A me-lhoria de transportes e a cooperação e comunicação entre os municípios, organizações, associações e moradores, foram os pontos apontados com maior impacto no desenvolvimento do projeto e uma das causas principais de sucesso foi ter dado mais oportunidades ao nível laboral criando postos de trabalho e ter conectado e integrado com o lado norte da cidade os resi-dentes de kop van Zuid.

iLUStRaÇÃo 382. EdiFÍCio CoMERCiaL E dE ESCRitÓRioS WiLhELMinahoF doS aRqUitEtoS daM & PaRtnERS aRChitECtEn E kRaaiJVangER URBiS, ConS-tRUÍdo EM 1997.

iLUStRaÇÃo 383. EdiFÍCio dE ESCRitÓRioS, WoRLd PoRt CEntER do aRqUitE-to noRMan FoStER, ConStRUÍdo EM 2000.

iLUStRaÇÃo 384. EdiFÍCio dE ESCRitÓRioS knP dE REnZo Piano ConStRUÍdo EM 2000.

RESUltADOS ObtIDOS, FAtORES POtENCIADORES E DESAFIOS

ENCONtRADOS

RESUltADOS

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o impacto da regeneração de kop van Zuid tem sido geralmente benéfico para:

• Elevar o status da área (aumento do valor como um lugar para investir);

• Melhorar a qualidade de vida dos moradores;

• atrair um maior leque de pessoas para viver, dando origem a uma popu-lação mais equilibrada; com um movimento em direção a um reequilíbrio;

• aumento da procura de lojas e serviços;

• Melhoria da integração das pessoas sobretudo começando pelas crianças ao nível da escola primária e creche;

• Contribuir para que Roterdão seja vista como uma cidade cosmopolita, onde pessoas de diferentes origens coexistem harmoniosamente;

• incentivar o enriquecimento cultural, ajudado pela diversidade de culturas existentes;

• níveis mais elevados de empreendedorismo;

• Melhorar a atratividade de Roterdão;

• destruição da barreira entre a parte norte e sul de Roterdão;

• Unicidade da cidade, física, economia e psicológica;

• os residentes estão mais positivos e pensam em ficar em kop van Zuid quando antes pensavam em sair;

• Melhoria das acessibilidades e mobilidade na área;

• Melhoria nos estabelecimentos de ensino;

• aumento do sentimento de pertença e identidade cultural;

• Melhora nas condições de segurança, espaço público e criação de oportu-nidades sociais e económicas;

No meio dos anos noventa o tecido económico e fabril começou a melhorar, criando novos postos de trabalho, especialmente na parte norte da cidade mas também em kop van Zuid. os espaços de escritórios aumentaram de 2,5 milhões de m2 em 1986 para 3,6 milhões de m2 em 1999, o desemprego passou de 17% em 1991 para 7% em 2000.

Quinze anos após a aprovação do plano diretor do desenvolvimento da primeira fase está quase completo, financiado em grande parte pelo in-vestimento público e pela capacidade atrair residentes com maior poder económico.

O Rotterdam Development Corporation é agora responsável pela gestão global do projeto, apoiado pelo Departamento de Planeamento Urbano e habitação, o Departamento de transporte Público (REt) e do Porto de Roter-dão. A abordagem holandesa para a regeneração tem sido bem-sucedida, devido sobretudo ao papel de liderança desempenhado pelas Câmaras, tanto na elaboração de estratégias espaciais como na sua implementação.

Posteriormente ao projeto kop van Zuid as ligações entre Roterdão e a cidade de Randstad foram melhoradas, foi ligado ao sistema de alta ve-locidade Eurorail de bruxelas conseguindo reduzir o tempo de viagem até Amesterdão e o aeroporto de Schiphol.

Em 2007, cerca de metade do Plano Diretor tinha sido implementado. A maioria do espaço de escritórios foi adquirida por organizações públicas, como o departamento tributário Municipal e o tribunal de Justiça.

os programas estabelecidos pela Mutual Benefit foram reconhecidos para terem fornecido alguns benefícios para o povo das áreas adjacentes e foram um bom exemplo de colaboração entre os diferentes departamentos den-tro do município. Oito organizações diferentes trabalharam para recrutar pessoas e encontrar-lhes empregos, incluindo os gabinetes de trabalho, a administração da Feyenoord (deelgemeente Feyenoord) e organizações de bairro, embora tivesse ficado aquém do projetado, cerca de metade do que era inicialmente esperado.

o programa Mutual Benefit para kop van Zuid foi concluído em 2002 e foi importante para o sucesso do projeto, apesar dos benefícios em termos de

328

criação de emprego terem sido relativamente curtos, todavia deu alento e esperança aos residentes e os esforços para melhorar o espaço público nas áreas circundantes, foram apreciados.

até 2008, a composição demográfica do bairro de Feyenoord mudou consi-deravelmente graças ao projeto de regeneração kop van Zuid. a área do projeto atraiu moradores com rendimentos superiores e investidores devido à evolução favorável do mercado imobiliário na década de 1990 (beneficiando ainda de taxas de juro baixas e uma economia próspera) e à qualidade do ur-banismo. Inicialmente os investimentos foram para residência uma vez que graças à flexibilidade do Plano Diretor, as seções que foram inicialmente destinadas a escritórios, acabaram por ser desenvolvidas como alojamento.

não há dúvida que a regeneração de kop van Zuid transformou uma área portuária em decadência, numa zona atrativa de usos mistos onde coabitam pessoas de diferentes culturas e estratos sociais. A estrutura social bairro Feyenoord melhorou ao ponto dos subsídios da União Europeia serem re-duzidos, devido à subida dos indicadores socioeconómicos, embora ainda são inferiores aos do resto da cidade de Roterdão.

Outro fator importante, que afeta não só a área de intervenção do projeto mas também a coesão de toda a cidade foi a conexão entre o centro e o sul de Roterdão, atraindo mais pessoas, negócios e oportunidades a kop van zuid. Apesar de muitos problemas sociais não terem sido resolvidos este projeto trouxe imensas vantagens para as áreas envolventes. A cidade elevou sua acessibilidade interna com a nova ponte Erasmus e sistema de elétrico e metro, aumentou a sua capacidade em atrair novos habitantes e investidores e consequentemente o número de postos de trabalho.

atualmente ao passear por kop van Zuid encontra-se uma mistura de edifí-cios futuristas com um caracter único em conjunto com edifícios históricos, uma mistura de texturas e desenhos arquitetónicos distintos mas harmo-niosos.

iLUStRaÇÃo 385. EStiLoS aRqUitEtÓniCoS REConhECÍVEiS E idEntiFiCatiVoS dE koP Van ZUid

iLUStRaÇÃo 386. EStiLoS aRqUitEtÓniCoS REConhECÍVEiS E idEntiFiCatiVoS dE koP Van ZUid

kop van Zuid parece ter alcançado uma massa crítica em Roterdão que lhe deu um novo sentido de identidade e de direção, um passo essencial para atrair o investimento privado, criação de novos empregos necessários para diversificar o seu papel principal como porto.

Um novo plano diretor para Parkstad ou kop van Zuid ii (já fora da área do case study abordado) está a ser desenvolvido em resposta à pressão de as-sociações habitacionais e investidores privados, que precisam saber como esta área se vai desenvolver no futuro. O desafio atual consiste em assegu-rar o investimento privado em habitação e escritórios. há um compromisso contínuo para a construção de 3.000 casas por ano na cidade, não apenas para ampliar o parque habitacional mas também para substituir os impopu-lares blocos de apartamentos e as habitações municipais.

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O Plano diretor foi bastante flexível, os intervenientes e interessados foram ouvidos e foi possível introduzir alterações, função das condições que o desenvolvimento do projeto foi aconselhando. O plano foi-se modificando de forma a melhor se adaptar às capacidades do Rotterdam Development Corporation, às necessidades e oportunidades que foram aparecendo e pro-curando beneficiar tanto o sector público como o privado.

Cada uma das áreas de intervenção em Roterdão teve a sua equipa de pro-jeto envolvendo funcionários públicos, proprietários, residentes, empresas, organizações sociais e administrações políticas de trabalho em conjunto.

Roterdão foi a primeira cidade a combinar políticas sociais e habitação com a Política das grandes cidades. As políticas seguidas basearam-se nos seguintes pontos:

1. Criação de oportunidades para fortalecer economia local

2. Planeamento, integração e implementação: políticas pró-emprego com-binadas com medidas para melhorar as condições de vida das populações, cuja implementação depende de uma serie de colaboradores coordenados entre si que acompanham todos os passos do processo.

3. Envolver o grupo alvo no projeto, dando uma imagem de confiança e transparência do processo. A formação de parcerias público privadas tam-bém foi visto como muito importante bem como o fato dos residentes e das empresas estarem envolvidas na fase de elaboração de políticas e nas fases posteriores.

4. A constante informação e comunicação entre os serviços municipais e os intervenientes.

quando o projeto de remodelação, kop van Zuid foi tornado público, a Fe-deração das associações de Moradores advertiu para o possível problema resultante do contraste excessivo entre o novo e o luxuoso com as áreas em situações de desvantagem nos distritos circundantes urbanas e aconse-lhou o uso do projeto para alavancar melhores condições de vida e postos de trabalho para os residentes. A partir desse momento as associações de bairros foram incluídos no projeto de kop van Zuid e tiveram um papel ativo e formal das decisões sobre o novo desenvolvimento de que resultaram vários programas e intervenções, tais como :

• Mutual benefit

• Eat and Meet program

• opzzoomeren

• habitações social com qualidade

• hhhMelhores infraestruturas

Roterdão introduziu no ano 2000 um programa inovador denominado Op-zoomeren, que usa a melhoria das ruas para garantir o desenvolvimento da comunidade.

A ideia é desafiar os residentes a assumirem a responsabilidade pelo meio-ambiente do seu próprio bairro e apelar ao convívio entre vizinhos e ao tal-ento social e cultural local. A implementação deste programa é apoiada pela polícia e assistentes sociais e foca-se essencialmente em bairros in-seguros.

O programa começou com uma fase de diagnóstico onde se procurou com-preender a realidades dos residentes e definir um programa de ação com o apoio de pelo menos um terço dos jovens ou idosos. O primeiro passo do Opzoomeren levou cerca de três a quatro meses e envolveu atividades que passaram por procurar que as pessoas se conhecem melhor e uma agenda para a rua, por exemplo através de festas de rua e festas para crianças. O segundo passo foi chamado de “etiqueta urbana”, que consistiu em conduzir os residentes a aceitarem as regras e normas de cidadania e convivência e finalmente, um “contracto social” para assegurar a cooperação de longa duração. Isto é famílias difíceis ou agressivas são visitadas e informadas das possíveis sanções a que os seus comportamentos podem conduzir.

A fase final de execução, em teoria, pode durar para sempre e como incen-

5.2FAtORES POtENCIADORES

330

tivo foi estipulado um bónus de 4.500 euros para ajudar a construir orgulho cívico e segurança.

• Ceticismo inicial relativamente ao projeto, especialmente para os resi-dentes que viam melhorias com a execução do projeto kop van Zuid mas não para eles.

• Conseguir convencer investidores públicos e privados a acreditarem e fi-nanciarem o projeto.

• deslocação de alguns residentes;

• Possíveis sentimentos de revolta ao incluir edifícios de alta qualidade numa envolvente caracterizada pelo desemprego, imigração e falta de for-mação, o que poderia acentuar as diferenças sociais e diminuir a taxa de sucesso dos residentes.

• os residentes desempregados e com menos condições económicas não viam benefícios com a evolução do mercado de trabalho porque muitos não têm qualificações para corresponderem às exigências dos empregadores. o problema social em kop van Zuid demora a resolver e supõe um contínuo investimento na educação.

• apesar da melhoria, o projeto kop van Zuid ainda não conseguiu induzir os efeitos positivos suficientes para tornar a envolvente atrativa.

• ainda há algumas tensões entre os diferentes grupos étnicos e persiste uma grande economia informal, composta por pessoas que recebem bene-fícios públicos, mas tem um negócio rentável.

• os novos habitantes resultantes do projeto de kop van Zuid e os habitantes originais do distrito de Feyernoord nunca poderão ser vistos como uma co-munidade, no entanto desde que a os residentes mais antigos não se sintam negligenciados ou menosprezados em prole dos residentes mais recentes, a convivência é pacífica.

• o sucesso do projeto kop van Zuid depende muito do uso público.

• Muitos problemas continuam por resolver:

- As áreas adjacentes continuam por regenerar

- Desemprego

- Cultura social

• Reconhecer a necessidade de uma transformação na imagem da cidade para a tornar competitiva economicamente.

• tentar encontrar novos tipos de economias para substituir os empregos anteriores

• Reunir uma equipa independente para aplicar princípios de desenho ur-bano, desenvolvimento sustentável e coesão social

• Criar organismos municipais como o Rotterdam development Corporation para coordenar o desenvolvimento o campo residencial e o investimento nos transportes, e a alavancar o investimento público com a posse de bens imóveis municipais para apoiar projetos de investimento.

• Contratos municipais através das Politicas das grandes Cidades em que o governo nacional ajuda os municípios a coordenar investimentos na cidade e a nível do bairro, e encoraja as autoridades vizinhas a colaborarem em programas integrados para a resolução de problemas urbanos, sociais e económicos.

• Criar locais onde as pessoas se possam informar acerca do projeto e onde estão a ser desenvolvidas ações sociais, na tentativa de aumentar o sen-timento de responsabilidade e pertença com o bairro e ao mesmo tempo criar uma comunidade equilibrada, com sentido cívico e respeitadora dos espaços públicos

PRINCIPAIS DESAFIOS

ANÁlISE CRítICA E BEChMaRkS A REPlICAR

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• desenvolver programas que visem envolver as comunidades no processo de regeneração.

• Manter a ordem social e a atratividade numa área com elevada densidade populacional através da gestão de boa vizinhança e de uma esfera pública de alta qualidade, limpa, organizada e segura.

• Fazer habitação acessível e flexível através de um setor de arrendamento social sem fins lucrativos (agora em grande parte privatizada)

332

COPENhAgA

Contexto e Fatores Promotores de Desenvolvimento

Programas, Planos e Incentivos associados à Regeneração de Copenhaga

diagnóstico e Medidas de Regeneração mais recentes

Obra feita

Resultados obtidos, fatores potenciadores e desafios encontrados

Analise crítica e benchmarks para replicar

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após o fim da Primeira guerra Mundial no ano de 1917, o deficit habitacional no município de Copenhaga foi enorme.

após o fim da Primeira guerra Mundial, houve um grande aumento da popu-lação que se deslocou para a cidade embora houvesse pouca construção, devido ao declínio económico da década anterior. Esta situação criou alguns problemas urbanos e sociais em alguns bairros de Copenhaga

O município de Copenhaga apresenta 5 projetos de regeneração urbana, designada por kvartløft (regeneração urbana de um bairro), e dois projetos de parcerias locais.

Para além destes, há um número de projetos socialmente orientados, prin-cipalmente centrados em torno de habitações sociais. Estes projetos nas-ceram de políticas nacionais para assuntos urbanos criados pelo governo Social-Democrata na década de 90.

Estes projetos surgiram da necessidade de:

• adequar as habitações à realidade atual;

• Promover postos de trabalho para resolver problemas sociais e económi-cos existentes decorrentes do aumento populacional;

• diminuir o isolamento de alguns bairros;

• Contribuir para a integração social dos imigrantes e classes sociais mais desfavorecidas;

• Criar condições para o desenvolvimento económico;

• aumentar o parque empresarial de Copenhaga.

os projetos kvartløft estão sob a orientação do departamento financeiro do município. Politicamente, os projetos são entregues à Comissão de Finan-ças, que toma a decisão final sobre os projectos e o seu financiamento.

Como foi mencionado anteriormente, existem 5 projetos kvartløft diferen-tes. Cada um destes cinco projectos tem a sua identidade, que é formada pelos seguintes fatores:

O bairro e a sua estrutura física e social;

• a história do bairro;

• as pessoas que vivem na vizinhança;

• as pessoas que trabalham nos projetos de kvartløft.

Um objetivo importante com esses projetos é de ganhar experiência em processos de aprendizagem, nomeadamente em matéria de envolvimento com os moradores, e, assim, desenvolver novas formas não tradicionais de organização e novas formas de cooperação entre as atividades públicas e privadas.

Cada projeto é desenvolvido por linhas diferentes. No entanto, existem simi-laridades.

Seguidamente apresentam-se os cinco projetos kvartløft:

1. holmbladgade

2. kogens Enghave

3. Femkantem

4. nørrebro Park

5. Nordvest

2.1.1. OBJETIVOS

1. Holmbladgade

Os objetivos da proposta para esta zona são:

• Melhorar o ambiente físico por meio de atividades físicas visíveis;

• garantir que os moradores participem ativamente e assumam a respon-

1

1.1

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CONtEXtO E FAtORES PRO-MotoRES do dESEnVoLVi-

MEnto

SíNtESE DOS PRINCIPAIS CAtA-lISADORES DOS PROCESSOS

DE REgENERAçãO URbANA DE COPENhAgA

PRogRaMaS, PLanoS E inCEntiVoS aSSoCiadoS À REgEnERaÇÃo da

CIDADE DE COPENhAgA

PRoJEtoS kVaRtLØFt

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sabilidade para o desenvolvimento da área;

• garantir que as relações de trabalho são construídas com a vida económi-ca local e aumento da empregabilidade através de novas oportunidades de trabalho;

• Estabelecer fundamentos para apoiar e promover redes sociais a resi-dentes para atividades de lazer.

• Requalificação dos edifícios decadentes e melhoria dos espaços cir-cundantes através de uma renovação urbana democrática.

2. Kogens Enghave

Os objetivos da proposta para esta zona são:

• Continuação da alta participação dos residentes e desenvolvimento de modelos de cooperação entre a administração e a população;

• Combate ao isolamento das áreas;

• Melhoria da área e manutenção da população residente, incluindo famílias com crianças;

• aumento do emprego na área e aumento das qualificações dos desem-pregados;

• obtenção de um parque habitacional variado e up to date, a um grau el-evado, com a participação dos residentes;

3. Femkantem

O principal objetivo do projeto nesta área é, em cooperação com os mo-radores da zona, elevar a área física, funcional, cultural e social. Isto será alcançado através de um esforço global com os desejos e necessidades dos moradores como ponto de partida.

Num esforço conjunto, os seguintes temas são uma prioridade:

• Praças, espaços abertos e sem tráfego;

• Cultura e atletismo;

• indústria e ocupação;

• Melhoria da situação habitacional;

• Projetos de habitação com uma dimensão social;

• ambiente e ecologia na área urbana;

• Saúde preventiva e promoção da saúde.

4. Nørrebro Park

Os objetivos da proposta para esta zona são:

• Resolver problemas urbanísticos relacionados com o aumento popula-cional decorrente da Primeira guerra Mundial

• Prover o bairro de espaços públicos e de reunião

• Conseguir forma de financiamento com a participação de moradores

• Prover o bairro de pequenos espaços comerciais que dinamizem o espaço

• Modernização de habitações antigas

• Pacificar conflitos sociais

• gerar condições para a criação de novos posto de trabalho

• Melhorar acessibilidades

5. Nordvest

O objetivo foi desenvolver um cluster de empresas que desenvolvessem negócios e criassem empregos.

Depois de consultadas as empresas, foi feita uma proposta que foi aceite por todas elas, que consistia em:

336

• Melhorar o ambiente físico – incluindo as ruas e praças;

• garantir um desenvolvimento contínuo;

• Proteção do tráfego e das condições de estacionamento para benefício dos residentes e dos negócios;

• desenvolver uma política local empresarial para promover o crescimento e a empregabilidade;

• desenvolver uma política de emprego local e mercado de trabalho no âm-bito de um mercado de trabalho socialmente equilibrado;

• organizar atividades comuns para os membros da organização e ajudá-los na promoção de atividades comerciais e empresariais do bairro.

iLUStRaÇÃo 387. ZonaS VERdES intERioRES dE UM qUaRtEiRÃo EM ÖREStad

iLUStRaÇÃo 388. ZonaS VERdES intERioRES dE UM qUaRtEiRÃo EM ÖREStad

iLUStRaÇÃo 389. aRRUaMEntoS EM ÖREStad

iLUStRaÇÃo 390. aRRUaMEntoS EM ÖREStad

iLUStRaÇÃo 391. RECUPERaÇÃo dE antigoS dEPÓSitoS PaRa haBitaÇÃo EM BRYggE BRoEn, ÖREStad

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iLUStRaÇÃo 392. ÖREStad

iLUStRaÇÃo 393. RECUPERaÇÃo dE aRMaZÉnS antigoS EM ÖREStad

iLUStRaÇÃo 394. noVoS EdiFÍCioS EM SYdhaVn

iLUStRaÇÃo 395. aSPEtoS do PaLÁCio REaL, FRontEiRo Á noVa oPERa

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iLUStRaÇÃo 396. PaSSEio RiBEiRinho E hotEL EM antigo aRMaZÉM do PoRto

2.1.2. ESTRATÉGIA

os projetos kvartløft têm três etapas diferentes:

1. Fase de planeamento – reuniões públicas e criação de grupos de tra-balho;

2. Fase de implementação – desenvolvimento dos projetos;

3. Fase de ancoragem – continuação da análise dos projetos físicos.

Kvartløft é uma parceria em que os atores locais de um bairro cooperam para estabelecer um quadro para o desenvolvimento desse mesmo bairro.

A característica central da frente do programa de revitalização dos bairros é que os moradores locais e “partes interessadas” (organizações, empresas locais, instituições, etc.) executem os projetos de melhoria em conjunto.

Isto é quando um projeto de revitalização de um bairro começa, os mora-dores e os outros interessados são convidados a participar em grupos de projetos. Depois de quase um ano de trabalho os resultados são analisa-dos em conjunto e elabora-se um plano coerente para o bairro feito pelos moradores locais. O plano descreve como os moradores sugerem gastar o dinheiro previsto para o projeto.

O entendimento é que os moradores locais, por causa da sua vida quotidiana na área, são os mais qualificados para identificar os principais problemas locais e definir quais as melhores formas de resolvê-los. Além disso, envol-vendo os residentes nos resultados do planeamento reforça o sentimento de comunidade e de responsabilidade para a área.

Nos projetos aqui descritos, os residentes participam em grupos divididos por temas, por exemplo, tráfego, ambiente de vida, cultural e emprego.

É feito um esforço para garantir a influência dos residentes ao longo do pro-cesso. A participação dos moradores é estimulada através da informação pública, de boletins, de reuniões e do reforço do diálogo entre os moradores e as autoridades locais, de forma organizada.

O controlo do governo sobre o processo de regeneração urbana foi estabe-lecido através de acordos de cooperação que são regularmente revistos. Os acordos de cooperação são baseados em planos de reabilitação urbana que têm objetivos claros e critérios de sucesso quantitativos. As negociações sobre acordos de cooperação são tomadas, por parte do governo, pela Se-cretaria nacional para a Regeneração Urbana no âmbito do Ministério da Integração, que também ajuda a obtenção de financiamento e auxilia com informações e com a comunicação de experiências.

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1. Holmbladgade

Ao nível do edificado

• a área de regeneração é de aproximadamente 2 km por 800 m. o terreno é plano, como o resto de Amager.

• Existe uma grande diferença de carácter entre os edifícios da área resi-dencial no sudoeste e as áreas industriais no norte e leste. O edificado é constituído por blocos de quarto ou cinco andares. À volta da área de hes-sensgade e Bøhmensgade, o edificado é mais baixo e de uma natureza mais complexa. Os novos edifícios têm alturas variadas, entre cinco e oito andares (øresundskollegiets).

Devido ao encerramento de várias fábricas e à demolição de alguns blocos de apartamentos, na zona antiga existem zonas de construções variadas,

• a forma mais comum de habitação é o regime de multipropriedade. além disso, há um grande número de proprietários a morar nas suas casas. A proporção de habitação não-lucrativa é de aproximadamente 13% da habi-tação total, que é inferior à média de Copenhaga (1997). 80% da habitação na área de regeneração urbana é de 2-3 quartos (1997). Aproximadamente, 28% das habitações na zona não têm chuveiro. globalmente existem 3 000 habitações que não têm casa de banho ou duche (1997). Cerca de 15% dos 16 000 habitantes são estrangeiros, estando acima da média para Copenhaga.

• o parque habitacional na área é geralmente degradado e há, portanto, uma grande necessidade para a renovação e a melhoria das habitações. O parque habitacional é constituído por muitas casas pequenas, muitas das quais estão ocupadas por estudantes e pessoas individuais. Como conse-quência, a área é marcada por frequentes mudanças de residentes, uma vez que muitos optam por sair da área depois de terem completado os estudos ou quando formam família.

Ao nível do arruamento e espaços verdes

• não existem muitos espaços verdes. a maior zona verde é o “Vor Frelser Jirkegård” (Cemitério do Nosso Salvador).

A área de regeneração urbana tem falta de boas opções ao ar livre, como espaços abertos, praças e parques públicos.

• Um grande número de carros particulares e camiões dominam as estra-das em Amager. Isto também se aplica à área de regeneração urbana, onde o tráfego pesado é um fardo.

• os arruamentos são retilíneos e foram baseados na construção dos blocos de apartamento do final do seculo XIX. O trafego de passagem é um tran-storno para a área. Em Amagerbrogade, em média, 22 500 carros, por dia, utilizam o troço entre Amager boulevard e holmbladsgade, tornando-o um dos troços mais movimentos de Copenhaga. Além disso, existe um número considerável de camiões devido às empresas industriais na área.

Ao nível da educação

• nesta área existem duas escolas primárias e de ensino secundário, várias creches, uma biblioteca, uma piscina e um centro de desporto.

Caracterização da população

• a maior percentagem de residentes na área são jovens e crianças, estando os idosos acima dos 65 em grande minoria.

Os residentes na área de reabilitação urbana têm um nível de educação que está abaixo da média para o município. Cerca de 41% da população tem o ensino secundário, enquanto a média para Copenhaga é de 36% (1996).

O número de pessoas que recebem benefícios, juntamente com aqueles que estão desempregados, é maior na área de regeneração urbana do que no município de Copenhaga como um todo.

• kvaterhus é o ponto principal para muitas atividades na área. trata-se de a zona social da comunidade, onde os centros de acolhimento são essen-ciais para o fortalecimento das redes sociais na área local.

• devido à existência de refugiados, imigrantes e desempregados na área de

3

3.1

diagnÓStiCo E MEdidaS dE REgE-nERaÇÃo MaiS RECEntES

DIAgNóStICO

340

holmbladsgade, é necessário a sua integração na comunidade local.

• Existem poucas instalações para práticas atléticas.

2. Kogens Enghave

Ao nível do edificado

• a área de kongens Enghave é um distrito único em Copenhaga. Está situa-do entre os subúrbios e o centro de Copenhaga e foi construído como um distrito muito bem organizados e bem planeado.

• Este distrito está claramente definido, o que pode ter um lado negativo pois tornou-se numa zona isolada.

Dentro dos limites do distrito, esta área está claramente delimitada e é separada por estradas muito movimentadas, a área de bavnehoej para o norte, é delimitada pelo sistema ferroviário para o norte, leste e sul e pelo Cemitério ocidental, kirkegård Vestre a oeste.

Ao nível da habitação

• o distrito tem uma estrutura habitacional, que é muito característico dos distritos de Copenhaga. Metade das habitações são habitações sem fins lu-crativos - a grande maioria dominada pela sociedade cooperativa de habi-tação, akB. as moradias na área são geralmente de alto padrão, mas são marcadas pela decadência e acima de tudo, dominadas por muitas habi-tações pequenas.

• há muitas pequenas habitações (70% são apartamentos de dois quartos), que são predominantemente residências sem fins lucrativos. Devido a isto, a área é marcada por muitas pessoas solteiras, muitos idosos e pessoas que pediram a reforma antecipada.

• Foram atribuídos apartamentos a muitas pessoas com doenças mentais e toxicodependentes. através dos últimos 20 a 25 anos, kongens Enghave tem sido marcada por crescentes problemas sociais e uma desintegração das redes tradicionais das famílias e da comunidade local.

Ao nível doa arruamentos

• Um dos principais problemas da região é o tráfego. Várias estradas movi-mentadas cortam o distrito e separaram as áreas. A rede rodoviária é de-sarmónica e dá a impressão de um bairro que não está integrado. A de-marcação geográfica do distrito intensifica uma tendência de isolamento e define um distrito que não se tornou uma parte da vida cultural e social da cidade.

Caracterização da população

• os moradores refletem muito a estrutura da habitação na área. há muitas pessoas solteiras, com rendimentos de transferência e um número muito grande de pessoas idosos. O número de imigrantes também é um pouco mais elevado do que no resto da Copenhaga.

• a taxa de desemprego na região é alta, aproximadamente 30% (1997) de residentes do distrito, o que é uma percentagem superior à média para Co-penhaga - que já é acima da média do país.

• o número de pessoas a trabalhar é muito menor do que a média do mu-nicípio de Copenhaga.

• Existe também um grande número de pessoas que não têm mais do que uma instrução básica. Já que o nível dos moradores, em geral, de ensino, não corresponde ao exigido pelas novas indústrias da região, raramente os moradores beneficiam do progresso comercial que kongens Enghave goza no presente.

3. Femkantem

Ao nível da habitação

• dois terços de todas as habitações na área consistem em habitação alu-gada, seja sem fins lucrativos de propriedade de habitações “Foreningen

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af Socialt Boligbyggeri” (a associação dos bairros sociais) ou particulares. O restante ou são apartamentos sob um regime de multi-propriedade ou habitações ocupadas pelos proprietários.

A área contém também uma menor área de usos mistos de habitação e industria. Juntamente com uma área puramente residencial constituída por casas pequenas e unifamiliares. A maioria das habitações na área foram construídas durante um breve período nos anos vinte e trinta. Os edifícios são geralmente de alto padrão técnico e arquitetónico, mas muitas das habi-tações são pequenas e desatualizadas, e no que diz respeito a equipamento e instalação, 45% das habitações não têm um chuveiro (1994).

• Fisicamente, a área é cuidadosamente planejada e contém consideráveis jóias arquitetónicas, como grundvigskirken (A Igreja de grundvig) e o hos-pital bispebjerg. Desde o início, os pátios internos e os grandes espaços abertos foram planejados em conexão com a maioria dos blocos de apar-tamentos. Os principais problemas são o grande número de pequenas e ultrapassadas habitações, um geral declínio social e, em menor medida, um run-down de edifícios, por falta de manutenção ou por outras falhas arquitetónicas.

• a área é habitada por aproximadamente 6 000 pessoas espalhadas por 4 000 habitações.

• a idade média na área é elevada e não há uma quantidade relativamente grande de reformados. Das pessoas em idade de trabalhar, mais de meta-de estão desempregados e aproximadamente metade dos moradores são refugiados ou imigrantes. Constituído por pessoas de baixos rendimentos porque a área do Noroeste tem a menor renda média por domicílio do país.

• Em média, o tamanho dos agregados na área consiste de 1 pessoas ½ (1997). hoje o nível etário dos moradores é bastante heterogéneo, com uma predominância de pessoas de idade, residentes com problemas sociais e económicos e uma concentração de doentes mentais e toxicodependentes.

Ao nível dos arruamentos

• quanto ao tráfego, tomsgårdsvej e Frederikssundsvej são estradas movi-mentadas, com 35 000 carros a usar tomsgårdsvej diariamente.

Nalgumas partes da área, o grande volume de tráfego é um problema con-siderável.

• a área também é marcada pela falta de manutenção de estradas e praças, que parecem não ter função. O principal problema na área de regeneração urbana são as habitações pequenas e ultrapassadas, acrescentando ao fac-to de que a faixa etária de residentes na área é desigual.

Ao nível da educação

• na zona existem instituições para todas as faixas etárias, no entanto, não há uma escola de ensino primário e de ensino secundário, embora esteja planeado abrir uma.

4. Nørrebro Park

Ao nível da habitação

• o município era proprietário de alguns dos edifícios, mas outros foram construídos por sociedades cooperativas de habitação social. Com poucas exceções, toda a construção foi feita antes da Segunda guerra Mundial. Uma das exceções foi um grande edifício de 12 andares com 760 apartamentos que foi construído por uma sociedade cooperativa de habitação social.

• É uma área urbana densa, onde os edifícios representam diferentes perío-dos históricos. A maioria da área foi construída por volta do ano de 1950. A indústria e o comércio de pequena escala estão concentrados nas ruas comerciais, bem como em pequenos segmentos dentro da área. Além disso, os serviços públicos, como escolas e instituições de cuidados infantis estão espalhados pela área.

• a área é delimitada por grandes ruas que transportam uma grande quanti-dade de tráfego. a principal rua comercial é nørrebrogade e que constitui

342

uma parte importante da identidade de nørrebro. ao mesmo tempo, nør-rebrogade é uma estrada radial de e para a cidade e é uma das principais ruas comerciais do distrito e da cidade.

• a área é composta por 9 800 apartamentos e algumas moradias. Cerca de 55% dos apartamentos são da propriedade de pequenas cooperativas de habitação. 20% dos apartamentos são alugados. 56% dos apartamentos são apartamentos pequenos de um ou dois quartos. 14% dos apartamentos têm quatro ou mais quartos, que é 40% abaixo da média da cidade.

• 42% dos apartamentos não têm banheira, sendo o dobro da média da ci-dade e 3% não têm casa de banho. 90% têm aquecimento central.

Ao nível da educação

• a quantidade de pessoas com o ensino básico / formação profissional é de 57,2%, o que é mais ou menos a média na cidade. 31,4% têm nível se-cundário de educação, que é superior à média. Devido à quantidade de apar-tamentos relativamente baratos e pequenos, existe um grande número de estudantes a viverem na área.

• o número de pessoas que concluíram o ensino superior está menos repre-sentado do que a média da cidade. Parece que as pessoas se deslocam para fora da área, quando finalizam a faculdade.

• Existem duas escolas públicas na área, cada uma com cerca de 330 alu-nos. Uma das escolas tem, predominantemente, alunos de outras origens étnicas do que o dinamarquês (95%). as outras escolas têm um recruta-mento mais equilibrado de alunos. Não há instituições de ensino superior na área.

• a percentagem de trabalhadores é de 72,9%, o que significa que 27,1% da população está fora da força de trabalho, sendo o desemprego de 5,3%. a maioria dos desempregados são trabalhadores não qualificados, imigrantes e pessoas que de alguma forma são marginalizadas em relação ao mercado de trabalho.

Caracterização da população

• o distrito de nørrebro Park tem uma população de 16 000 habitantes. É a área mais densa em Copenhaga, com 197 pessoas por hectare, em com-paração com 56 pessoas por hectare, em média, na cidade.

o nørrebro Park district tem uma elevada percentagem de jovens em comparação com todo o município. (33% maior do que o município), e uma percentagem ligeiramente maior de adultos. Por outro lado, as crianças e idosos constituem uma parte menor de nørrebro Parque do que em todo o município.

• o tamanho das famílias dentro da área é de 1,65 habitantes, enquanto todo o município tem um tamanho de 1,74 habitantes. Mais da metade das casas só tem um habitante, correspondendo a 54,6% para o nørrebro Parque e 51,4% para todo o município.

• os imigrantes e seus descendentes compõem 18,3% da população total na área (1999). Este é o valor mais elevado na cidade e na Dinamarca. todo o município tem 16,5% de imigrantes e seus descendentes.

• os imigrantes muitas vezes vivem concentrados em determinados com-plexos habitacionais. numa cooperativa chamada Mjølner Parken quase 95% dos residentes não são dinamarqueses, são principalmente famílias de origem árabe ou da Somália.

5. Nordvest

Ao nível populacional

• nordevest é o bairro culturalmente mais diversificado em Copenhaga, com quase o dobro da quantidade de imigrantes não-ocidentais do que no resto da cidade. Como resultado, o bairro teve alguns problemas sociais e económicos:

• os moradores de north West são mais pobres, há mais desemprego e

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vivem em apartamento mais pequenos e de habitação social, do que o resto de Copenhaga.

• north West, em si, é uma área cinzenta com pouca vida pública e é conhe-cido pelos altos índices de criminalidade e poluição. Não é uma coincidência que esta zona é popularmente conhecida, para o resto de Copenhaga como “Pior do Norte”.

1. Holmbladgade

• Procurar melhorar as condições de habitabilidade renovando e melho-rando as habitações

• arranjar forma de fixar os habitantes no bairro que dão movimento unica-mente durante o ano letivo

• aumentar os espaços verdes, uma vez que, a área tem acesso fácil a áreas recreativas, tais como klovermarken (“o Campo Clover”) e Strand amager (“Amager beach”), onde decorrem muitas das actividades de lazer.

• diminuição e controle do tráfego.

• integração dos imigrantes, refugiados e desempregados na comunidade local

2. Kogens Enghave

• Participação dos residentes em todos os processos de regeneração ur-bana

• Melhoria das condições de habitabilidade

• Criação de postos de trabalho

• aproveitar os fatores potenciadores existentes no bairro para tentar fazer frente ao seu isolamento

• Resolução de problemas sociais e integração dos diferentes sectores da população

3. Femkantem

• Resolução de problemas sociais e integração dos diferentes setores da população

• Manutenção de estradas

• dinamização de praças e espaços vazios

4. Nørrebro Park

• Planear um projeto urbano que integre as necessidades do bairro e que incluía espaços verdes e de convívio, ruas largas e arborizadas

• Criação de postos de trabalho

5. Nordvest

• Criação de postos de trabalho através do desenvolvimento de uma es-trutura de rede de negócios

• Resolver problemas decorrentes das misturas de diferentes usos nos edi-fícios

• Promover uma boa convivência entre os diferentes tipos de residentes

• Melhorar espaços públicos e vazios do bairro

• Realizar um programa de regeneração urbana com a colaboração e par-ticipação financeira de empresas

• Envolver a comunidade em todo o processo

1. Holmbladgade

• no início do ano de 1996,foram criados, na área de regeneração urbana, 6 000 postos de trabalho em cerca de 800 microempresas. Estas empresas

3.2MEdidaS dE REgEnERaÇÃo

4ObRA FEItA

344

são especializadas em produção, comércio, indústria hoteleira e serviços.

• Em dezembro de 1998 foi inaugurado o centro comunitário, “kvarter-huset” cujo objetivo é promover atividades de lazer e de convívio.

2. Kogens Enghave

• as grandes áreas industriais estão situadas mais a leste e que após um período de paralisação e de edifícios vazios estão, neste momento, a ser transformados num espaço atraente para as empresas de alta tecnologia.

• Em 1997, kongens Enghave teve o seu Conselho distrital próprio local e a regeneração urbana é parte integrante das Experiências locais Distritais do Conselho. A combinação de experiências locais do Conselho Distrital e da regeneração urbana servem para ajudar a dar ao distrito um lift e para tra-balhar no desenvolvimento de novos modelos para a democracia no âmbito do desenvolvimento do distrito.

• assistiu-se a um progresso comercial

3. Femkantem

• Está planeada a abertura de uma escola

• quando a regeneração urbana começou, não havia pontos de encontro comuns dentro da área, mas com a abertura do kvartercentret northwest em Setembro de 1997, a área ganhou um ponto fundamental e central para atividades. o kvartercentret northwest serve como um centro comunitário e para a realização de muitas atividades. Além disso, o centro alberga reu-niões com atividades relacionadas com a regeneração urbana, que junta-mente com um gabinete de arquitetura é responsável por tarefas relaciona-das com projetos de renovação urbana.

• na área do noroeste, não se consegue uma identidade e tradições com-partilhadas, sem a existência das associações. Devido à sua importância para a população existem associações de habitantes, cooperativas e pro-prietários que estão em processo de construção de redes internas.

• Com a criação do “ kvartercentret northwest “ a área começou a possuir um ambiente essencial para implementar processos para desenvolver toda a área física, funcional, cultural e social.

4. Nørrebro Park

• o município possuía a maioria da área entre o rio e o caminho-de-ferro do Norte, e, portanto, foi possível fazer um plano geral de toda a área. As ideias com mais progressos no planeamento urbano e as condições de vida naquele momento foram incorporadas no plano.

Ao contrário dos densos blocos encontrados no interior da cidade, os edi-fícios aqui foram formados como grandes blocos abertos, chamados de storkarerer com o pátio como um espaço comum. O plano foi traçado com espaços verdes e ruas largas, com linhas de árvores.

• o parque nørrebro kvarter é uma área totalmente urbana constituída com aproximadamente.16 000 moradores. hoje, a maior parte dos prédios estão a ser usados como moradias. A estrutura física predominante é a de blocos.

• Em Janeiro de 1999, o Parque nørrebro kvarter tinha quase 2 700 postos de trabalho, o que é bastante baixo. Isto deveu-se, à falta de áreas de indús-tria e instituições.

• o esforço público social no distrito é feito pelo Centro Local, que é um departamento do município de Copenhaga. O centro é responsável pelo pagamento da prestação pecuniária, auxílio à doença, pensão de reforma antecipada, bem como cuidados de saúde, ações preventivas em relação às crianças e jovens e programas especiais de emprego.

O centro tem como função ajudar os trabalhadores, apoiar e ajudar os ci-dadãos com doenças mentais e problemas sociais. O centro cuida também de questões como organizar e distribuir as crianças em instituições (cre-ches, escolas).

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5. Nordvest

• o bairro de nordvest tem uma vida profissional variada e rica, existindo cerca de 17 000 postos de trabalho. As empresas situam-se sobretudo em três zonas de negócios, sendo os seus edifícios os mais antigos do bairro.

Estas áreas foram construídas a partir de 1900. Nestas zonas estão inseri-dos vários tipos de negócios e existe um uso misto (comercial e residencial).

• Com o projeto de SLa para o novo parque público (the West north Park), foi entregue à população de Nordvest uma oportunidade única de se rein-ventar.

O objetivo era transformar um vasto espaço, cercado de vazios que anterior-mente acolhia o terminal rodoviário da cidade, e criar um espaço onde as pessoas de todas as raças, nacionalidades e idades se pudessem encontrar.

Com uma mistura mágica de luzes, cores, árvores, poesia e até mesmo pequenas montanhas, novas aventuras e histórias foram introduzidas em Nordvest, um lugar onde os moradores do bairro - com todas as suas dife-renças e cores - irão encontrar um espaço para florescerem durante todo o ano.

Sob o título “1001” o parque das árvores consiste em elementos simples, mas eficazes: árvores, caminhos de luz, e montanhas em forma de cone. Esses elementos criam ordem e coerência entre o parque e as restantes partes. todos os elementos têm características distintas. A sua compilação simples, mas variada, cria uma sequela que muda os espaços e recantos conforme os ambientes diferenciando assim o parque da área cinzenta e do ambiente fragmentado.

Este novo parque dá ao visitante a sensação de estar noutro universo. O caminho largo não é apenas a espinha dorsal do parque, mas também é o ponto focal para o fluxo da atividade humana. E enquanto a relva convida as pessoas a sentar, deitar, fazer um piquenique, jogar, fazer desporto, o caminho é também o lugar onde se podem conhecer novas pessoas, jogar xadrez, etc.

Nordvest é uma área que está a passar por mudanças. Com o design de SLa o parque é um símbolo e líder de uma mudança positiva. a north West Park está a oferecer a um bairro degradado um parque aberto, que protege e espelha a diversidade e mutabilidade da área. Um parque que engloba a necessidade de que todos se sintam bem-vindos, enquanto compete na qualidade com os melhores espaços urbanos da Europa.

• o projeto de regeneração foi criado em 1997. Em 1998 decidiu-se con-centrá-lo no desenvolvimento dos negócios e na criação de emprego. Para tal, era importante saber que tipos de empresas se localizavam no bairro e como viam o processo de regeneração. Foram escolhidas 31 empresas. O critério de escolha foi a sua dimensão, tinham que ser grandes o suficiente para terem recursos para cooperarem, e também tinham que representar várias linhas de negócios. Nesse processo, verificou-se que a maioria das empresas trabalhava na área das It, indústria gráfica, publicidade e filmes, e não na indústria tradicional. Já se podia ver que havia um desequilíbrio entre a oferta e a procura de trabalho.

Este grupo de empresas foi formado em 2001 e tinha 15 membros. Em Fe-vereiro de 2003, já tinha 41 membros, sendo, provavelmente, a maior rede local de negócios. Os membros não são apenas empresas privadas, mas também existem empresas públicas e escolas.

a primeira tarefa foi criar uma página Web com toda a informação relevante e com as atividades ( www.bispeertherv.dk).

Em 2003 a rede já estava totalmente envolvida com a comunidade.

Este projeto diz respeito à requalificação de uma rua, que tem um misto de usos. A fim de obter financiamento público é necessário haver uma par-ticipação ativa. Se este projeto for bem-sucedido, será uma das primeiras vezes que uma parceria é estabelecida entre empresas privadas que irão pagar mais do que 50% dos custos.

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o primeiro ano foi financiado pelo projeto de Regeneração Urbana. Mas des-de 2002 que o projeto está a ser pago pelos membros. Os membros pagam uma taxa de 190 euros por ano.

O resultado mais importante desta rede é que as empresas do bairro tornaram-se mais visíveis e participam mais ativamente no processo democrático de regeneração.

Em suma, as empresas aprenderam a entender os desejos dos moradores e, os residentes passaram a compreender a necessidade das empresas e as suas demandas.

iLUStRaÇÃo 397. REaBiLitaÇÃo dE EdiFÍCioS no noRdhaVn

Até recentemente, a regeneração urbana na Dinamarca foi focada na mo-dernização das habitações antigas e nas áreas densas. Foi um planeamento do tipo top-down, o que tem gerado muitos conflitos entre as autoridades e os moradores. E ao mesmo tempo, foram incapazes de resolver os proble-mas sociais que caracterizam muitas das áreas urbanas.

Estas experiências foram utilizadas para implementar uma nova política. Em 1997 foi tomada uma estratégia de ação para a revitalização do bair-ro, cujas características foram focadas no limitade da área geográfica, na melhoria física, e também nos aspetos sociais e culturais. Estes aspetos são bastante significativos na revitalização de um bairro, pois a sua revitali-zação não envolve apenas as habitações, mas envolve uma diferente serie de políticas e de áreas. É necessário:

• Uma ação social integrada, por exemplo, uma ação para ajudar os viciados em drogas, os alcoólatras e doentes mentais, juntamente com atividades de prevenção contra a criminalidade;

• Uma ação no domínio da empregabilidade e a cooperação com empresas locais;

• Uma ação no domínio da arquitetura e da habitação – melhoria do padrão habitacional, espaços urbanos e áreas de lazer;

• Melhoria do tráfego automóvel – por exemplo, tráfego de amortecimento, medidas de segurança para ciclistas e pedestres;

• ações ecológicas – por exemplo, incorporação de aspetos ecológicos nas construções, habitações e restaurações, e;

• no aspeto cultural, por exemplo, mais lazer e atividades culturais, novas instituições culturais, centros comunitários, etc.

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5.1

RESUltADOS ObtIDOS, FAtORES POtENCIADORES E

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RESUltADOS gERAIS

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Este tipo de reabilitação urbana é um processo integrado e coordenado. Isto significa, em primeiro lugar, que os problemas da região devem ser abor-dados, independentemente do setor em que ocorrem, e que, em segundo lugar, o recurso deve ser integrado, ou seja, os diferentes meios utilizados devem-se apoiar mutuamente, bem como ao objetivo geral do projeto.

Por exemplo, um projeto pode ter o objectivo combinado de viver de acordo com as exigências ambientais, gerando empregos e fortalecendo a vida cul-tural da área.

Uma das ideias por detrás dos projetos de regeneração urbana é que os efeitos de sinergia podem ser alcançados através de uma acção sobre uma única área urbana.

Uma abordagem integrada exige coordenação entre as autoridades locais e métodos de panejamento - muitas vezes não tradicionais e flexíveis. A abordagem integrada só pode ter sucesso se o caminho estiver aberto para o trabalho das administrações e para a cooperação entre o sector público, privado e para a sociedade civil.

Nos recentes anos tem existido um desenvolvimento económico positivo na cidade de Copenhaga. O centro da cidade e os bairros mais próximos ficaram mais atractivos para a classe média e as pessoas da periferia têm começado a ir para o centro da cidade. Alguns dos bairros, que hoje são definidos como atractivos, anteriormente eram bairros onde habitava a classe operária.

A maioria destas zonas passou por uma transformação, no entanto, alguns dos bairros ainda estão atrás dos padrões e dos indicadores sociais.

De seguida apresentam-se as áreas de intervenção identificadas em 2012.

iLUStRaÇÃo 398. LoCaLiZaÇÃo daS ÁREaS dE intERVEnÇÃo PaRa 2012

1. Holmbladgade

• Existência de serviços para uma boa qualidade de vida, educação e cultura (duas escolas primárias e de ensino secundário, várias creches, uma biblio-teca, uma piscina e um centro de desporto).

• População jovem

• Existência de estruturas de apoio social

• a área de holmbladsgade oferece outros recursos, entre os quais uma vida económica diversificada, aproveitamento dos espaços abertos/verdes para uma vida ativa.

• as várias organizações sem fins lucrativos e as sociedades cooperativas de habitação mantiveram a tradição de muitas associações e clubes. Por conseguinte, a zona é muito organizada. As atividades são muitas vezes

5.2FAtORES POtENCIADORES

348

limitadas a uma habitação cooperativa ou, mais tipicamente, a uma socie-dade de habitação cooperativa. Desta forma, os moradores são facilmente envolvidos no tecido da vida social do bairro em que vivem, e as pequenas redes, que são fortes, são criadas.

• devido ao isolamento do distrito do resto de Copenhaga, foi criada uma forte identidade comum e orgulhosa para o distrito.

2. Kogens Enghave

• distrito planeado e organizado urbanisticamente

• habitações construídas segundo um padrão alto

• há, no entanto, também muitos recursos dentro do distrito. as tradições mais antigas foram mantidas, tornando-se um bairro muito bem organi-zado, com muitas associações e clubes, que têm atividades e bases nas associações locais de habitação. Isto, cria pequenas e fortes redes de co-municação.

• o ambiente social do distrito é em geral marcado por um sentido de soli-dariedade e de vontade para melhorar as condições.

3. Femkantem

• habitações de alto padrão técnico e arquitetónico

• Área cuidadosamente planeada

• Faixa etária dos residentes é desigual

• Existência de instituições de ensino para todas as idades

• Área noroeste do bairro oferece recursos consideráveis, sendo um deles uma vida económica diversificada, e com ela a possibilidade de integrar a renovação urbana com a indústria.

4. Nørrebro Park

• População jovem

• Município é proprietário de alguns edifícios que permite uma ação mais célere

• Existência de sociedades cooperativas e de habitação social que permitem um maior acompanhamento da população

5. Nordvest

• diversidade cultural

• Vida profissional diversificada

• Projeto de regeneração urbana é pago pelos utilizadores e beneficiários do projeto

• a população desta zona não é qualificada para o tipo de trabalhos das empresas aí instaladas mas no entanto estas empresas escolheram este bairro deliberadamente, devido ao ambiente. As rendas eram justas, têm boas infraestruturas e não eram lojas.

• Existem muitos tipos de negócios nesta zona. antes, era a produção e a in-dústria que geravam trabalho em Nordvest, mas hoje são principalmente os serviços. Existem muitas sinergias entre as empresas aí em funcionamento.

• antigamente, a utilização do mesmo edifício para diferentes usos, costu-mava ser um problema, devido ao ruído e à poluição, mas neste momento, já não é.

Esta mistura de usos dá ao bairro um carácter mais dinâmico dando a pos-sibilidade de se transformar um bairro atraente.

• Para além das muitas empresas existentes, há um certo número de insti-tuições públicas no bairro. A maior instituição é o hospital bispebjerg, que conta com uma equipa de mais de 3500 pessoas

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1. Holmbladgade

• Edificado com formas e tipologias variadas

• Poucas condições de habitabilidade e de higiene e por vezes em estado de degradação.

• Movimento da população estudantil não se fixa no bairro

• Circulação de camiões das empresas e indústrias da área dificultam o trânsito

• taxa de desemprego elevado que origina problemas sociais e económicos

• Existência de muitas habitações sem fins lucrativos

2. Kogens Enghave

• Zona isolada. Existência de barreiras que provocam o isolamento, estra-das movimentadas, sistema ferroviário e o cemitério.

• a impressionante divisão física deixou a sua marca na vida social do dis-trito, que tornou-se muito dividido nos diferentes domínios.

• Problemas de trânsito

• Existência de muitas habitações sem fins lucrativos

• Problemas sociais derivado à coabitação de idosos, pessoas que vivem de subsídios, imigrantes, doentes com problemas mentais e toxicodepen-dentes

• taxa de desemprego alta

3. Femkantem

• habitações sem fins lucrativos

• habitações desatualizadas, pequenas e em decadência por falta de ma-nutenção

Algumas habitações com fracas condições de habitabilidade sendo que em 1994 45% não possuía sequer chuveiro

• declínio social, problemas sociais e económicos. Problemas sociais deri-vados à coabitação de idosos, residentes, imigrantes, doentes com proble-mas mentais e toxicodependentes

4. Nørrebro Park

• densidade populacional

• Muitas habitações sem condições sanitárias e aquecimento

• dimensões reduzidas das habitações

• População com pouca escolaridade

• devido às rendas baixas que vigoram no bairro existe um grande número de estudantes que terminados os estudos não se fixam no bairro o que torna a população desta área flutuante.

• Pessoas com habilitações não se fixam no bairro. devido à escolaridade baixa dos residentes apenas 18% dos postos de trabalho existentes na área são ocupados por residentes.

• o nørrebro Parque não tem a possibilidade de atrair ou criar um número suficiente de empregos para as pessoas com pouca educação, trabalho não qualificado, imigrantes ou jovens e, assim, alcançar o objetivo de aumentar a taxa de emprego dentro da área.

5. Nordvest

• diversidade cultural

• Problemas sociais e económicos

• Pobreza e desemprego

• habitações pequenas e de habitação social

5.3PRINCIPAIS DESAFIOS

350

• Políticas centradas na criação de postos de trabalho

• Participação, inclusão e auscultação da população nos processos de re-generação urbana

• Estrutura dos processos de regeneração urbana baseada na sustentabili-dade, na participação e colaboração entre o sector privado a administração e os residentes

• aposta na educação, formação e qualificação dos residentes

• integração espacial e social de todos os bairros promovendo a relação pacífica entre todos os habitantes, originando um ambiente culturalmente rico e diversificado

• Melhoria e modernização das habitações de acordo com as necessidades atuais

• Potenciação, restauro e aproveitamento dos espaços públicos e vazios ur-banos para fins que possam gerar riqueza e postos de trabalho

• Estabelecimento de parcerias entre agentes públicos e locais

• as partes interessadas nos processos de regeneração urbana ficam res-ponsáveis pela execução do projeto uma vez que são os principais benefi-ciadores. Desta forma o orgulho e respeito pelas intervenções aumentam o sentido cívico dos residentes.

• auscultação do público como fator central

• Controlo por parte do poder público nas ações de regeneração urbana

• Promover a fixação de pessoas qualificadas nos bairros intervencionadas

• acompanhamento social e financeiro através de instituições que estão relacionadas com projetos de regeneração urbana promovendo assim a participação de todos.

6ANÁlISE CRítICA E

BEChMaRkS PARA REPlICAR

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Page 45: Benchmarking Internacional, case studies de Regeneração Urbana

14 OSlO

Contexto e Fatores Promotores de Desenvolvimento

Programas, Planos e Incentivos associados à Regeneração da Marginal de oslo

diagnóstico e Medidas de Regeneração mais recentes

Obra feita

Resultados obtidos, fatores potenciadores e desafios encontrados

Analise crítica e benchmarks para replicar

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A Noruega é um dos maiores países da Europa abrangendo uma área de 324219 km2.

A sua linha costeira vai desde o Skagerrrak, passando pelo mar do norte e mar da Noruega, até ao oceano Ártico e tem uma extensão de 20000 km. grande parte do território é habitável graças à influência da corrente do golfo.

É um país com uma boa localização geográfica com mar e montanha. Pou-cos países podem explorar vastas áreas exteriores, com uma tão grande variedade de paisagens que vai deste fiordes, glaciares, estepes e bonitas cidades portuárias espalhadas pela costa.

A ligação com o mar é bastante forte e Oslo, a capital norueguesa, não é exceção.

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CONtEXtO E FAtORES PRO-MotoRES do dESEnVoLVi-

MEnto

EVoLUÇÃo dE oSLo ao Longo doS tEMPoS

SíNtESE DOS PRINCIPAIS CA-tAlISADORES DOS PROCESSOS DE REgENERAçãO URbANA DE

OSlO

IlUStRAçãO 399. lOCAlIzAçãO DA NORUEgA

IlUStRAçãO 400. bANDEIRA DA NORUEgA

Oslo é uma cidade animada cuja vida se centra no porto, protegido por um antigo castelo do séc. XiV. tendo a noruega 4500000 habitantes 500000 vivem em Oslo, com estimativa de crescimento de 100.000 novos habitantes nos próximos 20 anos e com forte tendência para o aumento da diversidade étnica e cultural.

Identificámos como pontos favoráveis de Oslo:

• Maior cidade norueguesa

• Capital da noruega desde 1814

• Carácter individualista do país leva à independência económica relativa-mente à Europa

• Reservas de petróleo

• Pais com fortes preocupações sociais

• Paisagem natural

• Preservação da natureza

• atrações culturais, naturais e históricas

• Edifícios de grande valor arquitetónico

• Forte ligação com o mar

Os primeiros passos em direção à regeneração urbana de Oslo foram dados muito antes da intervenção atual. A discussão acerca da revitalização das áreas industriais de Oslo começou no final dos anos setenta com a perda de importância dos estaleiros de aker Bryyge quando a produção de plata-formas de perfuração se moveu para a costa oeste da Noruega.

aker Bryyge é uma região da cidade de oslo, fica a oeste de Pipervika, um braço do fiorde de oslo. aker Bryyge juntamente com tjuvholmen formam uma península. a região foi comprada pelo estaleiro akers Mekaniske Veks-ted em meados do século 19, onde planejava construir uma doca seca lá.

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Em vez disso, foi comprado pelo município em 1914, e transferido para a autoridade portuária em 1919. Construíram docas e com terra artificial au-mentaram a área de 5 para 33 hectares.

Com o encerramento do estaleiro em 1982, foram identificados novos usos para esta região. Desde essa altura a área tem sido utilizada para escritó-rios, terminais e armazéns. Em 1984 deu-se início às obras de construção de um dos projetos mais importantes para o futuro desta cidade portuária.

Iniciou-se pela regeneração urbana da frente marginal de Oslo que teve lugar nos anos oitenta e serviu de pontapé de saída para o resto do projeto.

iLUStRaÇÃo 401. ViSta aÉREa dE akER BRYYgE dESdE oS anoS oitEnta

Oslo, por um longo período de tempo, foi das três capitais escandinavas a menos conhecida. Numa tentativa de mudar o seu low profile, a cidade assumiu um projeto de renovação maciça. A Capital da Noruega quis ele-var o seu perfil cultural com uma série de novos projetos arquitetónicos impressionantes. Os planos visaram transformar antigas áreas portuárias industriais em imóveis de grande qualidade, para fins comerciais, residen-ciais e culturais.

A cidade estava condensada no centro e não tirava partido do mar ao não se relacionar com este elemento potenciador. Então surge a necessidade de uma expansão em direção ao mar e daí a necessidade de um plano que reorganizasse toda a frente marginal e alavancasse o desenvolvimento ur-bano e económico sustentável de Oslo.

a oslo Waterfront Planning office foi criada dia 7 de novembro de 2002 e funciona como uma parte da agência de Planeamento e Construção (agency for Planning and building Services) que faz parte da Câmara de Oslo e tem como funções planear o desenho urbano e o desenvolvimento do uso do território. Projeta planos globais de desenvolvimento e faz licenciamentos. É ainda responsável pelo planeamento de transportes e análises de impacto ambiental.

a oslo Waterfront Planning office tem como função contribuir para a rea-lização do projeto Fjord City projecto de regeneração urbana da frente mar-ginal do centro de Oslo, seguindo uma estratégia de desenvolvimento e es-truturação de melhores ligações entre a cidade e o mar.

o projeto Fjord City foi uma oportunidade única para intervir na marginal de Oslo e foi alvo de um amplo consenso político. Foi aprovado em Conselho pela Câmara Municipal a 19 de Janeiro de 2000. o projeto preliminar foi feito em 2003, apresentado a público em 2005 e submetido a revisão politica em Novembro de 2006. O plano de intervenção foi totalmente aprovado dia 27 de Fevereiro de 2008.

O projeto idealizou a marginal de Oslo como um grande espaço público atraente, uma grande e contínua promenade à beira mar, que liga vários es-

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PRogRaMaS, PLanoS E inCEntiVoS aSSoCiadoS À REgEnERaÇÃo da MaRginaL dE oSLo

FJORD CItY

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IlUStRAçãO 402. lOgOtIPO DA StAtSbYgg

iLUStRaÇÃo 403. 4 diViSÕES (FiLiPStad, ViPPEtangEn, Rio aLna E oRMSUnd) E aS dUaS ZonaS CEntRaiS dE FJoRd CitY (PiPERVika E BJØRVika).

paços públicos e potencia o enquadramento paisagístico tendo o elemento água como ponto de ligação. Foi projetada a criação de mais habitações, espaços para negócios, lazer e cultura.

o Fjord City foi um projeto feito como um todo e aberto aos novos estilos de vida, onde as acessibilidades e a concentração das atividades portuárias numa única área para libertação da costa de Oslo, foram pontos essenciais no seu planeamento.

Para a execução do projeto foi necessário a aquisição de terreno na área de intervenção por parte do estado o que fez com que muitas propriedades no centro/ marginal da cidade fossem vendidas e reorganizadas. a venda das primeiras propriedades à beira-mar começou em 2003 e previu-se a exe-cução do projeto nessas áreas até o final de 2010. O terreno da área de in-tervenção de Fjord City passou a ser propriedade da cidade de oslo, através da autoridade do Porto de oslo, Statsbygg (uma agência governamental para obras públicas), da Administração Ferroviária Nacional Norueguesa e da Administração de vias públicas da Noruega.

A organização a nível institucional passou-se da seguinte forma:

• durante o processo a Statsbygg assessorou o ministério norueguês.

• a agência de Planeamento e Construção ficou responsável pelo planea-mento do processo

• as atividades diárias decorrentes do projeto eram atendidas pelo oslo Wa-terfront Planning Office. Este escritório colaborou com os atores municipais e governamentais, proprietários, companhias e arquitetos de modo a execu-tar com êxito as visões, ideias e projetos de Fjord City.

o ponto central deste projeto está localizado em Pipervika e Bjørvika com uma expansão urbana da área central de Oslo conjuntamente com o serviços culturais, residenciais e atrações planeadas destinadas a me-lhorar as con-dições de vida e aumentar a ligação com o mar. baseado em zonas da ci-dade que se destacavam ao nível do lazer, cultura e ligação com o mar, Fjord City identificou as secções de Filipstad, Vippetangen, Rio alna e ormsund como as áreas de intervenção.

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a zona de intervenção do Fjord City estende-se deste Frognerstranda a Sydhavna e tem cerca de 225 hectares divididos em 4 secções (Filipstad, Vippetangen, Rio alna e ormsund) que agrupam as 11 subsecções que divi-dem a marginal.

Filipstad – a capital do ócio do centro de Oslo

• Frognerstranda

• Filipstad

• tjuvholmen

• aker Bryyge

• Vestbanen

• Radhusplassen

Vippentangen – Destino cultural e histórico

• akershusstranda

• Vippetangen

• Bjørvika

• Loenga

Rio Alna – Parque para actividades ligadas ao mar

• Sydhavna

Ormsund – Industria portuária e porto

• Sydhavna

iLUStRaÇÃo 404. 4 diViSÕES E 11 SUBdiViSÕES da ÁREa dE intERVEnÇÃo da FJORD CItY

OlSlO

Antes da adoção deste plano várias medidas já tinham sido tomadas alguns anos antes no que respeita a regeneração urbana da marginal de Oslo, como é o caso das áreas de Bjørvika, Rădhusplassen, Vestbanen e aker Bryyge

Como prossecutor das medidas de regeneração urbana tomadas anterior-mente em algumas áreas o projeto Fjord City constituiu uma grande opor-tunidade de moldar a marginal e restitui-la á vida urbana.

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iLUStRaÇÃo 405. ESqUEMa doS FatoRES qUE inFLUEnCiaM a qUaLidadE dE Vida toMadaS CoMo REFERÊnCia PaRa a FoRMULaÇÃo E oBJECtiVoS dE FJORD CItY.

2.1.1. OBJETIVOS E ESTRATÉGIA

o objetivo principal de Fjord City foi a recuperação de áreas industriais e portuárias para a implantação de bairros urbanos, modernos capazes de gerar mais investimento, crescimento económico, cultural e social e pro-mover a sua dinamização chamando pessoas para visitar, morar e trabalhar na área marginal e em geral da cidade de oslo. Mas ao mesmo tempo man-ter e preservar a história da capital norueguesa.

Forjd City pretende ser um plano de regeneração urbana que:

• Favoreça e conduza a um desenvolvimento sustentável que aumente a qualidade de vida e providencie um transporte público ecológico e amigo do ambiente.

• Coloque oslo no ranking das cidades sustentáveis

• Faça a ligação entre a cidade e o mar através de parques, promenades e praças promovendo um contacto mais direto entre os habitantes e turistas com o mar.

• Potencie o uso da marginal

• tire proveito do enquadramento paisagístico de oslo montanha, cidade e mar

• Melhore as acessibilidades

a visão do projeto Fjord City para a marginal de oslo centrou-se nos seguintes pontos:

• desenvolvimento sustentável numa perspetiva regional implica soluções que proporcionam um equilíbrio entre o aumento da densidade e a abertura das áreas de lazer.

• Promenade do porto que revitalizará a marginal, proporcionando um sis-tema de transporte público local expandido de forma a aumentar a capaci-dade regional.

• os parques que funcionarão como atrações centralizadas e programas de lazer regionais

• os canais recriarão um cais contínuo e darão uma nova vitalidade às áreas mais afastadas da beira-mar

• os terminais de ferry devem ser integrados no desenvolvimento urbano.

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Lifestyle

Foundations of life

Health

QUALITY OF LIFE

the unexpected?

HOUSING: housing supply, house size, social infrastructure, outdoor area...LEISURE: meaningful content, bringing the generations together...MOBILITY: free choices, rapid change...SOCIAL NETWORK: attraction, meeting places, diversity...THE MULTIETHNIC: extension of culture...

INCOME: job opportunities...EXPERTISE: education opportunities, knowledge development...SAFETY NET: economic basis for the welfare state...

ACTIVITIES: physical, social, cultural...ACCESSIBILITY OF NATURE: biological diversity...EXPERIENCE MILIEU: water, air, earthEXPERIENCE MILIEU: aesthetics, variation...SELF-REALISATION: freedom of own choice...

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• diversidade de usos no território assegurada através de áreas atractivas para o comércio e indústria, cultura, lazer e habitações.

• altura dos edifícios são mantidos num nível moderado e adaptado à escala das áreas vizinhas.

oslo Waterfront Planning office sintetizou o objetivo de Fjord City da seguinte forma:

“ Nós estamos a pensar numa visão global. Queremos abrir as áreas da beira-mar para usos culturais, de lazer, residenciais e comerciais, com enfase na acessibilidade pública, transporte público e privado e desen-volvimento sustentável. Em tamanho, estas áreas são comparáveis com projetos realizados em Hamburgo, Gotemburgo, Estocolmo e Copenhaga. Algumas destas áreas marginais são únicas na sua relação de proximi-dade entre o centro da cidade e as principais infraestruturas.” 1

A marginal ao ser usada unicamente para atividades portuárias a sua po-tencialidade não estava a ser aproveitada uma vez que a marginal não po-dia ser vivida pelos habitantes e visitantes de Oslo. Ao libertar esta área das atividades portuárias e ao concentrá-las numa zona restrita ficará livre para outros usos que consigam gerar desenvolvimento, postos de trabalho e riqueza. A marginal será assim orientada para o futuro desenvolvimento urbano com áreas de lazer, residências e espaços culturais e comerciais e ainda um porto que ficará situado na área de Sydhavna.

Cumprido o objectivo de Fjord City a marginal de oslo deixará de ser uma barreira entre cidade e mar e melhorará a qualidade de vida assim como aumentará o orgulho dos habitantes na sua cidade.

Como estratégia foram definidas as seguintes medidas:

• Mistura de usos

• Potenciação da localização geográfica

• arquitetura como aliado e forma de atrair e marcar o território

• Uso de materiais, design e mão-de-obra de alta qualidade

• Variedade de edifícios

• investimento na qualidade e acessibilidade do espaço público

• Formar parcerias entre os poderes municipais e empresas privadas (prin-cipalmente do sector imobiliário) e empresas públicas.

• Como estratégia de marketing fazer exposições como forma de publici-tar e promover o processo de regeneração urbana em desenvolvimento em Oslo e também para atrair possíveis investidores. O exemplo de um caso concreto foi a Fjord City Expo que promovida pela agência regional para o desenvolvimento, Oslo teknopol já foi apresentada em beijing, Shanghai, hamburgo, kiel, Cannes, São Petersburgo, génova e oslo na esperança de atrair investidores e interesses comerciais.

“Esta exposição dá ao visitante, investidores e publico em geral uma opor-tunidade única de aprender acerca de muitos projetos que estão a trans-formar Oslo, tanto agora como no futuro.”2 Diz o diretor gerente da Oslo teknoipol, knut halvorsen

• outra componente estratégica que tem como objetivo facilitar a organi-zação e execução do plano de Fjod City foi a divisão da zona de intervenção em 11 secções.

O diagnóstico para todas as partes da área de intervenção foi semelhante visto serem quase todos terrenos marginais com utilização não potenciada usados geralmente para fins portuários, áreas que funcionavam como bar-reiras físicas e visuais onde a ligação cidade mar não existia. A maioria das áreas alvo do processo de transformação eram ou tinham sido portos, es-tradas e/ou zonas industriais.

Apesar disso segue-se a discrição de cada secção antes da intervenção e o objectivo para cada uma delas:

3

3.1

diagnÓStiCo E MEdidaS dE REgE-nERaÇÃo MaiS RECEntES

DIAgNóStICO

360

1. Frognerstranda: tem 117,9 hectares, é a secção mais ocidental da Fjord City, adjacente às áreas estabelecidas para uso residencial de Skarpsno. Uma secção dividida por uma das estradas mais movimentadas de Oslo a E-18 que funcionava como uma barreira entre duas áreas.

O objetivo nesta área foi reordenar o trânsito e fazer a ligação entre as áreas separadas pela estrada.

iLUStRaÇÃo 406. FRognERStRanda, antES da intERVEnÇÃo.

iLUStRaÇÃo 407. FiLiPStad, antES da intERVEnÇÃo.

iLUStRaÇÃo 408. FiLiPStad, antES da intERVEnÇÃo.

2. Filipstad: tem 320 hectares e era um local portuário dominado por um terminal de barcos, operações de contentores, funções administrativas e de logística portuária.

O objetivo foi retirar as atividades portuárias e converter este espaço numa área residencial, espaços verdes e comerciais. Converter Filipstad numa área atraente e capaz de captar pessoas para viver, trabalhar e para relaxar e passear.

3. Tjuvholmen: tem 33,3 hectares e uma localização privilegiada porque está perto do centro e em frente ao mar. Espaço dedicado a actividades portuárias.

O objetivo foi o mesmo que para Filipstad mas aqui planearam-se edifícios de escritórios, hotéis e restaurantes, é portanto um espaço mais vocacio-nado para o turismo que o anterior e onde a arquitetura servirá de reco-nhecimento a nível internacional.

361

1 Agência de Planeamento e Construção “the City of oslo: Urban development”, agosto de 2004 disponível em http://www.mcrit.com/plal-itoral/Siglitoral/altresplans/oslowaterfront.pdf

2 disponível em http://www.oslo.teknopol.no/MainMenu/news2/news/Fjord-City-Expo-comes-home-to-oslo/

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iLUStRaÇÃo 409. t JUVhoLMEn, antES da intERVEnÇÃo.

iLUStRaÇÃo 412. VEStBanEn, antES da intERVEnÇÃo.

iLUStRaÇÃo 410. akER BRYYgE, antES da intERVEnÇÃo do PRoJEto FJiRd CitY, no Entanto JÁ REVitaLiZado PELa intERVEnÇÃo antERioR.

iLUStRaÇÃo 411. akER BRYYgE, antES da intERVEnÇÃo do PRoJEto FJiRd CitY, no Entanto JÁ REVitaLiZado PELa intERVEnÇÃo antERioR.

4. Aker Bryyge: tem 58 hectares e foi o primeiro projecto a ser desenvolvido na Fjord City.

Aqui, a arquitetura industrial deu lugar a um distrito emocionante, com im-óveis residenciais e comerciais, que foi desenvolvido desde 1985 a 1998. O distrito está intimamente integrado com o resto do centro da cidade e pode acomodar uma variedade de restaurantes, compras e entretenimento.

O objetivo mais recente foram melhoramentos e construção de um cais.

5. Vestbanen: tem 20,6 hectares e é onde se localiza a antiga estação de comboios de Oslo fechada em 1990 e protegida pelo Arquivo Nacional.

O objetivo foi dar a esta área um ambiente cultural e histórico significativo e ainda onde os poderes administrativos do governo se sediassem.

362

iLUStRaÇÃo 413. akERShUSStRanda, antES da intERVEnÇÃo.

iLUStRaÇÃo 414. akERShUSStRanda, antES da intERVEnÇÃo.

iLUStRaÇÃo 415. ViPPEtangEn, antES da intERVEnÇÃo.

iLUStRaÇÃo 416. ViPPEtangEn, antES da intERVEnÇÃo.

6. Radhusplassen: tem 66,6 hectares, é um dos melhores espaços ao ar livre, com um grande significado histórico. É uma pedonal desde 1994, por onde passa o metro desde 1995 e onde se localiza a praça da Camara Mu-nicipal.

o objetivo foi melhorar e potenciar a área envolvente da Câmara Municipal de Oslo.

7. Akershusstranda: tem 41,5 hectares, é uma área com vários monumen-tos históricos e onde atracam muitos cruzeiros. É onde se localiza a for-taleza de Akershus, um edifício militar com grande importância histórica. atualmente a área envolvente abriga o Museu das Forças armadas norue-guesas e o Museu da Residência norueguesa.

O objetivo foi potenciar a área e dota-la de mais usos e ganhar mais mobili-dade com a passagem do metro de superfície.

8. Vippetangen: tem 120,9 hectares e tem um dos maiores terminais de ferry e o cais de Revierkaia utilizado como porto de cruzeiros nos meses de verão.

A área tem um grande potencial de desenvolvimento urbano e o objetivo foi a sua revitalização com novas atrações públicas e um pólo cultural e artístico.

9. Bjørvika: É a maior das zonas da Fjord City com cerca de 697 hectares. Marcada por barreiras físicas que separavam esta zona das restantes.

tem uma localização única visto estar próximo do mar e bem servida de transportes públicos (estação de comboio, ligação ao aeroporto, metros de superfície, autocarros e metro) constituindo assim um excelente ponto de conexão.

devido à sua extensão a zona foi subdividida em 4 partes Bjørvika, Bispevika, Middelalderparken e Lohavn.

9.1. Bjørvika: Previu-se desenvolver e estender o centro de negócios ai es-tabelecido, completar com atividades culturais e enfatizar as qualidades históricas do local. O edifício com mais destaque será a Opera house e a nova biblioteca Pública de Oslo.

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9.2. bispevika: é a parte mais central e urbana das subdivisões e um porto de ligação entre as restantes áreas (liga a rua este-oeste e norte-sul e es-paços urbanos em conjunto).

Para esta área previu-se uma construção densa e de edifícios altos, para uso residencial, comercial, lazer, cultural e/ou laboral. o edifício com mais destaque será possivelmente o Museu Munch dedicado ao artista no cais leste do rio Aker.

9.3. Middelalderparken: É um parque medieval com grande importância histórica. Aí estão a descoberto os restos medievais de Oslo.

Aí previu-se o seu desenvolvimento direcionado para a cultura e lazer e des-ta forma fazer a conexão entre oslo Velho e oslo novo (baia e partes mais centrais da cidade). E ainda a possível instalação do novo Museu de historia Cultural no edifício principal desta subdivisão.

9.4. Lohavn: Formada pelo Caís de Søreng e grønlia, bairros residenciais com edifícios de uso misto, tanto residencial como para serviços públicos e privados. tem ainda uma localização privilegiada, por ser uma zona so-larenga e com boa relação com o mar.

Previu-se a construção de um parque marítimo no caís de Søreng.

Em grønlia o seu desenvolvimento relacionou-se com o desenvolvimento do porto de Oslo na medida em que servirá para actividades portuárias.

o desenvolvimento de Bjørvika foi um dos mais extensos projetos de desen-volvimento urbano de oslo, foi adoptado pela Câmara Municipal em 1988 antes da assunção do Plano Fjord City em 2008.

Ficou decidido que Bjørvika seria um distrito com várias e distintas funções. o Plano Urbanístico aprovado em 2004 previa que a região de Bjørvika seria desenvolvida a partir da reformulação e desenvolvimento dos espaços públi-cos, com prioridade para os pedestres e enfoque em atividades culturais.

Apesar das subdivisões desta área a intervenção foi vista como um todo de forma a garantir a utilização eficiente dos terrenos, a construção de bons espaços urbanos e o estabelecimento de normas claras para a qualidade na execução dos edifícios.

iLUStRaÇÃo 417. BJØRVika, antES da intERVEnÇÃo.

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iLUStRaÇÃo 418. LoEnga, antES da intERVEnÇÃo.

iLUStRaÇÃo 419. SYdhaVna, antES da intERVEnÇÃo.

10. Loenga: É um dos locais históricos mais antigos de Oslo, tem uma grande relação com o Parque Medieval e corresponde a 75,1 hectares de superfície. Não contacta diretamente com o mar e caracteriza-se por ter muito trafego.

O objetivo foi a construção de edifícios residenciais, uma linha ferroviária de alta velocidade e reordenação do trafego.

11. Sydhavna: Uma área portuária por excelência de 787 hectares. Onde se localiza um terminal petrolífero importante.

O objetivo para esta área foi torna-a no porto principal de Oslo com funções unicamente portuárias.

Princípios da Fjiord City que contribuem para a regeneração urbana da mar-ginal de Oslo:

• Totalidade da Fjord City: foi decidido que a totalidade da Fjord City devia ser preservada através de um plano detalhado de cada área no sentido de conseguir um desenvolvimento urbano sustentável caracterizado pela con-sistência, distribuição de usos ao longo da marginal e boas ligações funcio-nais e visuais com o resto da cidade

• Papel das secções. Cada secção tem o seu papel que se interliga e con-tribui para um objetivo comum. O rio Alna com atividades e áreas de lazer considerou-se que poderia vir a compensar os bairros pobres mais isolados até hoje. Vippetangen como um destino histórico-cultural recreativo. Fi-lipstad, com um contacto forte com a área central da cidade, contém novo

3.2MEdidaS dE REgEnERaÇÃo

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centro e áreas de lazer, com potencial para acividades incluindo programas de desenvolvimento em larga escala e habitações. Ormsund reúne as acivi-dades portuárias libertando as restantes áreas.

• Inovação e indústria consideradas essenciais para o crescimento e de-senvolvimento de uma cidade

• Economia para a implementação do Fjord City, estrategicamente foi defi-nido que tendo cada subsecção um potencial económico diferente, as com maior potencial deverão auxiliar as com menor.

• Lazer e actividade física

• Espaço para atividades temporárias

• Promenade do porto e parques: Os espaços de reunião deverão contribuir para conectar lugares e pessoas de diferentes grupos e condições.

• Habitações em Fjord City: A distribuição de casas nas subáreas devem complementar-se umas às outras. 10% das casas de cada subárea devem ser para arrendamento

• Ativação/ ligação com a água: Promover actividades que conectem e liguem as pessoas ao mar, aproveitando a localização geográfica privile-giada de Oslo.

• Artefactos culturais devem ser preservados

• Desenvolvimento urbano sustentável

- Fjord City deverá ter uma visão de consumo zero de energia

- Uso equilibrado entre áreas construídas e não construídas

- bons acessos tanto para ciclistas e pedestres conduzindo a uma redução do uso do carro

- Instalação de elementos naturais para reforçar o conteúdo biológico ter-restre e aquático

- Redução ao mínimo dos níveis de poluição

• Transporte público

- Sistema de metro de superfície elétrico desenvolvido proporcionando um programa de transporte público abrangente em que o objetivo foi re-duzir o trânsito na hora de ponta cerca de 60 a 70%

- Construção de carris, combi-rail, que permitam no futuro combinar dois sistemas de transporte

• Acessibilidades: tornar Fjord City acessível a todo tipo de pessoas, tendo em conta as pessoas com mobilidade condicionada promovendo assim a inclusão social

As diferentes secções de intervenção têm objetivos destintos e contribuem para a regeneração de Oslo de formas diferentes e ao mesmo tempo com-plementares. No entanto todas partilham do enquadramento da promenade da marginal, questões ambientais e inserção do Metro de superfície Fjord.

• Filipstad: Sendo uma das maiores áreas de intervenção foi planeado ser o local onde se vão localizar o maior número de usos (comercial, residencial e lazer) de forma a atrair pessoas e dar melhores condições de vida. Mui-tas instituições se localizarão nesta área que terá um edifício terminal que será o ponto de chegada de barcos com visitantes fazendo dela a zona mais movimentada com mais atrações. Por outro lado devido à sua localização e nova rede de transportes estará ligada e relacionada com os restantes bairros da cidade.• Vippetangen: Vippetangen é promontório mais importante de oslo devido à sua posição central, identidade cultural e importância histórica. O de-senvolvimento de Vippetangen preservará Posição akershus Fortress na paisagem urbana, facilitará o cruzeiro e trafego de ferry e oferecerá novas atrações públicas, parques, da linha do metro de superfície Fjord e o pas-seio marítimo. o desenvolvimento urbano em Vippetangen fornecerá boas ligações entre Pipervika e Bjørvika. o que é muito importante porque o plano da Cidade Fjord City é uma estratégia geral de desenvolvimento urbano e vão reforçar esse carácter e valorizar a experiência da Fjord City.

366

• Rio Alna: A foz do rio Alna, a parte da cidade mais oriental é uma área urbana de grande desenvolvimento, que se vai tornar uma área de lazer projetado atividades aquáticas. Passará a ser a porta de entrada da cidade na área do leste e sul e funcionará como um amortecedor entre o desen-volvimento urbano em grønlia e operações portuárias em Sydhavna (sul do porto). as boas ligações entre a foz de alna e karlsborgveien são uma ne-cessidade para garantir as ligações entre Ekeberg e suas áreas de lazer, a naval academy, e o restaurante Ekeberg, bem como o futuro parque de esculturas que terá uma ligação com Bjørvika.

• Sydhavna: Sydhavna, o seu desenvolvimento foi planeado para se tornar um dos maiores e mais eficientes terminais de movimentação de todos os tipos de bens da Noruega. também se tornará a única área de Oslo para operações portuárias pesadas. As operações portuárias existentes noutras partes da cidade Fjord serão transferidas para área do porto Sydhavna. Es-tas áreas serão liberadas para o desenvolvimento urbano. A exceção são os ferries e o tráfego de cruzeiros, que serão integrados no desenvolvimento urbano da estratégia da Fjord City.

• Promenade da marginal: O passeio marítimo vai ser uma das peça-chave da Fjord City, uma das maiores atrações e dará acesso público à beira-mar ao longo de toda a Fjord Cuity, juntamente com espaços comuns para ou-tras atividades, de forma a garantir que as diferentes áreas da cidade estão ligadas entre si. Com a variedade de atividades recreativas e culturais, as-sim como pelo seu design a marginal irá atrair pessoas e vida nesta área antes reservada unicamente a atividades portuárias de recreio.

• Ambiente e Metro de Superficie: o plano prevê Fjord City com um con-sumo liquido de energia igual a zero, ou seja, um equilíbrio entre o consumo de energia no local e o fornecimento de energia local. Será dado ênfase so-bre meio ambiente, um consumo baixo de energia tornando o projeto amigo do ambiente, orientado para os edifícios do futuro, o clima de zero emissões de gases e o uso das oportunidades de troca de calor fornecido por água do mar. tanto quanto possível do Fjord City será livre de carros.

o metro de superfície garantirá o acesso de todos à Fjord City e vai ajudar a tornar a beira-mar com os parques, ruas, praças, espaços comuns e ou-tros que vão abrir áreas mais acessíveis ao público. A linha de metro de superfície é um pré-requisito para a realização do Fjord City e tem como meta oferecer ao público um sistema de transporte completo e amigo do ambiente.

O projeto está ainda em execução, por isso vamos enumerar o que se pre-tende fazer e o que já foi feito em cada uma das secções da área de inter-venção do projecto Fjord City para uma mais fácil apreensão.

Filipstad – a capital do ócio do centro de Oslo

Com as intervenções nas subsecções de Filipstad o plano Fjord City pre-tende:

• Extensão do centro: Filipstad é uma área de edifícios de uso misto e cujo desenvolvimento contribuirá para a expensão do centro o desenvolvimento do eixo central da rua karl Johan.

• novo Fjord Park: o parque deverá se desenvolver ao longo de todo cais de Filipstad até ao centro da cidade e será combinado com os espaços de reunião, áreas verdes e passeios pedonais.

• Um canal que ligue Forgnerkilen com aker Bryyge: Liberta os espaços verdes e reforça o planeamento urbano de aker Bryyge.

• Promenade continua em toda a marginal

• Espaços urbanos e de reunião que conectem Filipstad com o resto da cidade

• Criação de uma ciclovia

• Mistura de usos: os edifícios terão até 10 andares, terão usos mistos e

4ObRA FEItA

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deverão ter uma composição arquitetónica semelhante

• integração do ferry com o desenvolvimento urbano: o terminal do ferry deve ser desenvolvido com espaços paralelos de cais para balsas e cruzei-ros de forma a integrá-lo com sistema de transportes marítimo.

• Construção da estrada E18 num túnel: a estrada E18 sobre Filipstad será total ou parcialmente submerso e coberto. A rua principal de Frognerstran-da para Munkedamskrysset deve ser construída como uma ampla avenida ladeada de árvores em ambos os lados.

• Prioridade dos transportes públicos

FIlIStADiLUStRaÇÃo 420. MaPa dE FiLiPStad – a CaPitaL do ÓCio do CEntRo dE oSLo

iLUStRaÇÃo 421. FiLiPStad, no FinaL da intERVEnÇÃo, iMagEnS ViRtUaiS

• Frognerstranda

Em fase de planeamento e desenvolvimento das várias secções

Pretende-se a criação de um túnel de Fornebu para Frognerstranda e a estrada E-18 entre Oslo e Asker mas no entanto ainda não se chegou a um entendimento relativamente ao financiamento mas sugere-se que o pro-jecto possa vir a ser financiado pelos usuários.

• Filipstad

O período de auscultação pública foi realizado durante o período de 13/02/2012 até 26/03/2012. ainda em fase de regulamentação e controle da área.

No futuro o objetivo é libertar Filipstad para desenvolver urbanisticamente numa área comercial, de lazer e residencial. Pretende-se criar:

- Entre 2 250-3 000 casas

- Cerca de 9 000 postos de trabalho

- total de 100 hectares de espaço aberto, incluindo um grande parque até 50 hectares e um passeio marítimo ao longo da orla

- Aumento do cais de ferries para ferries maiores, parte da intervenção feita em 2004

- Colocação de um túnel onde passará a estrada E-18.

368

• Tjuvholmen

Em fase de execução, tendo sido iniciada em 2005 e prevista a conclusão de toda a intervenção nesta área em 2014.

tjuvholmen será composto por três partes

- Aker Odden - uma pequena península que será desenvolvida como uma extensão do cais Aker, com escritórios, residências, hotéis, lojas e restau-rantes.

- tjuvholmen - com estruturas residenciais ao longo do cais e uma ponte que liga a zona Filipstad. Onde serão construídos espaços para atividades típicas de beira-mar e um centro de lazer.

- Skjæret - uma pequena ilha artificial, que oferece um parque com escul-turas e onde o novo museu de arte funciona como uma escultura. O novo museu astrup Fearnley foi projetado pelo arquiteto italiano Renzo Piano, e é atualmente seu único projeto na Escandinávia. Prevê-se que o museu seja inaugurado ainda em 2012 e está localizado perto da Câmara Municipal de uma zona residencial nova.

iLUStRaÇÃo 422. MUSEU aStRUP FEaRnLEY, iMagEM ViRtUaL

Em 2002 tjuvholmen foi alvo de um concurso em que principais investidores e construtores foram convidados a fazer uma proposta de uma península com um cais (com uma estimativa de orçamento e os custos de construção e a execução de toda a obra). A proposta vencedora foi a da firma de arquite-tos noruegueses Niels torp As intitulada de “Spectacular” e o orçamento previsto foi cerca de 165 milhões de dólares.

Nesta proposta foram projetados; um parque público a cerca de 2000 me-tros de caís, 1200 apartamentos, um hotel, um museu de arte, um cen-tro de multimédia, lojas, restaurantes, edifícios de escritórios e uma torre miradouro. Um exemplo de arquitectura contemporânea com coberturas curvilíneas que “abraçam” edifícios, espaços verdes, espelhos de água e edifícios inspirados em temas náuticos.

A concretização deste projeto foi iniciada em 2007 e está atualmente em construção.

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iLUStRaÇÃo 423. MaStERPLan do aRqUitEto niELS toRP PaRa tJUVhoLMEn, iMagEnS ViRtUaiS

iLUStRaÇÃo 424. MaStERPLan do aRqUitEto niELS toRP PaRa tJUVhoLMEn, iMagEnS ViRtUaiS

iLUStRaÇÃo 425. MaStERPLan do aRqUitEto niELS toRP PaRa tJUVhoLMEn, iMagEnS ViRtUaiS

iLUStRaÇÃo 426. MaStERPLan do aRqUitEto niELS toRP PaRa tJUVhoLMEn, iMagEnS ViRtUaiS

iLUStRaÇÃo 427. tJUVhoLMEn, no FinaL da intERVEnÇÃo, iMagEM ViRtUaL

iLUStRaÇÃo 428. tJUVhoLMEn, no FinaL da intERVEnÇÃo, iMagEM ViRtUaL

iLUStRaÇÃo 429. tJUVhoLMEn, no FinaL da intERVEnÇÃo, iMagEM ViRtUaL

iLUStRaÇÃo 430. tJUVhoLMEn, no FinaL da intERVEnÇÃo, iMagEM ViRtUaL

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IlUStRAçãO 431. NObEl PEACE CENtER

• Aker Bryyge

Projeto já concluído apesar de atualmente estarem a ser feitas algumas mudanças e melhoramentos.

aker Bryyge esta obra foi executada entre 1982 e 1992 em 5,8 hectares de terreno. O projecto de organização territorial foi aprovado em 1986 e reti-ficado em 1987. Foram construídas 382 habitações e foram criados 7000 postos de trabalho

“Aker Bryyge não é um centro comercial mainstream mas sim uma cidade pequena e única com um conteúdo animado.”3

aker Brygge é considerada uma área bastante desenvolvida, mas com as obras de melhoria o cais tingvalla será o maior cais para atracação e lazer.

• Vestbanen

Algumas intervenções já foram realizadas como é o caso do Nobel Peace Center. As restantes estão em fase de planeamento e regulamentação no que respeita o comércio e impacto ambiental mas preveem que a data de conclusão seja posterior a 2016.

No dia 11 de Junho de 2005 foi inaugurado o Nobel Peace Center na antiga estação de comboio de 1872, perto da Câmara Municipal de oslo e funciona como um miradouro para o porto. Pode-se ver a história dos prémios no-bel através de exposições, discussões, filmes e debates onde a combinação entre o design e a tecnologia são uma constante. É atualmente um ponto turístico de Oslo que chama inúmeros visitantes à cidade.

Em 2009 foi lançado um concurso para o Museu nacional em Vestbanen na área poente da antiga estação de comboios e cujos vencedores foram klei-hues + Schuwerk gesellschaft von Architekten mbh com a proposta com o nome Forum Artis.

Depois de terem sido declarados vencedores em 2010 existem ainda algu-mas fases:

- De 2010 a 2012 foi desenvolvido um projeto preliminar

- Em 2012 será submetido a um controlo de qualidade,

- Em 2012/2013 o governo irá refletir e determinar quadro de despesas e

- Em 2014 começará a sua construção que se prevê terminar em 2017

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3 disponível em http://www.akerbrygge.no/Engelsk.aspx

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iLUStRaÇÃo 432. ÁREa dE intERVEnÇÃo do FoRUM aRtiS PaRa o MUSEU na-CionaL dE VEStBanEn, iMagEM ViRtUaL

iLUStRaÇÃo 433. FoRUM aRtiS - MUSEU naCionaL dE VEStBanEn, iMagEM ViR-tUAl.

iLUStRaÇÃo 434. FoRUM aRtiS - MUSEU naCionaL dE VEStBanEn, iMagEM ViR-tUAl.

iLUStRaÇÃo 435. CÂMaRa MUniCiPaL dE oSLo

• Radhusplassen

Já concluído mas com projetos de menor dimensão a serem planeados.

Foi construído um cais de menor dimensão para barcos de turismo e cru-zeiros de verão. atualmente à frente da Câmara Municipal são realizados festivais, concertos e eventos ao ar livre durante o verão. Sendo o edifício da Câmara um edifício histórico ao ser dinamizada aumenta a ligação e o orgulho dos habitantes de Oslo na sua cidade e na sua história.

Vippentangen – Destino cultural e histórico

Com as intervenções nas subsecções de Vippentangen o plano Fjord City pretende:

• Promontório mais importante de oslo: o túnel submerso foi concluído em 2010 e deu lugar a cerca de 1 milhão m2 de chão adicional em Bjørvika, aproveitado para cerca de 4-5,000 novas habitações, escritórios, comércio, espaços culturais e serviços. Esta área extra introduz uma nova área tam-bém para Vippetangen, localizando-se entre Bjørvika e Pipervika, entre o fiorde e a fortaleza. Vippetangen e o ambiente cultural ligado ao porto com-binado com a fortaleza de Akershus estabeleceu aqui um ponto de partida para o desenvolvimento da área.

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iLUStRaÇÃo 436. akERShUSStRanda, no FinaL da intERVEnÇÃo, iMagEM ViR-tUAl.

iLUStRaÇÃo 437. ViPPEntangEn, no FinaL da intERVEnÇÃo, iMagEM ViRtUaL

• herança Cultura: o ambiente cultural deve ser preservado para que possa ser transmitido e sentido pelas gerações futuras. Este objetivo foi conse-guido através da reutilização, preservação e modernização de elementos construtivos e edifícios históricos.

• Promenade do porto continua pelo canal

• Metro de superfície de Fjord City e o ferry local foram concluidos: de Bjør-vika o Fjord City metro de superfície seguirá ao longo do passeio marítimo do porto e continuará até Akershusstranda. As paragens devem prestar serviços ao terminal de ferry como também de porto de escala para os fer-ries locais.

• Caís para cruzeiros já está em funcionamento

Akershusstranda encontra-se em fase de planeamento e investigação para o projecto do metro de superfície em que uma das opções é que faça a li-gação Bjørvika à Prefeitura via Vippetangen e praia akershus.

Vippetangen encontra-se em processo de regulamentação relativamente ao metro de superfície visto ser um ponto importante de ligação entre Bjørvika e Pipervika e uma peça fundamental no aumento da mobilidade dos habi-tantes de Oslo.

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• Bjørvika

ainda em fase de execução. Mas apesar de ainda não terem terminado as intervenções Bjørvika constitui uma das áreas da cidade que tem refletido bem o processo de mudança porque desde a década de oitenta que tem atraído grandes investimentos.

o plano de desenvolvimento para Bjørvika foi aprovado pela Câmara Mu-nicipal em agosto de 2003. Estimou-se cerca de 69,6 hectares de terra para espaço comercial e residencial (prevê-se a construção de 4000 a 5000 habi-tações).

Bjørvika pretende ser um ponto de conexão entre os transportes para oslo e para isso a construção de um túnel subterrâneo por onde passará a auto-estrada foi iniciada em 2004.

Prevê-se a realização em colaboração com artistas, arquitetos e paisagistas do Projeto barcode, uma série de espaços abertos nomeados e espaços de reunião.

iLUStRaÇÃo 438. BJØRVika, no FinaL da intERVEnÇÃo, iMagEM ViRtUaL.

IlUStRAçãO 439. OPERA hOUSE

Os projetos urbanos e de arquitetura foram regra geral escolhidos por meio de concursos públicos de projeto. Um dos motivos pelos quais Bjørvika se vai destacar serão obras arquitetónicas, como é o caso:

- Da Opera House , projeto de grande valor arquitetónico e cultural situada em Bjørvika. É a casa da opera e Ballet nacional norueguês e o teatro-opera da Noruega. O edifício tem capacidade para 1364 lugares no auditório principal e mais 200 e 400 lugares em outros dois espaços para perfor-mances.

A construção da Opera house começou em 2005 terminou em 2007 e custou 52 milhões de dólares. Foi inaugurada a 12 de Abril de 2008 e é hoje um dos ex-libris de oslo. ganhou em outubro de 2008 o prémio da cultura no World architecture Festival em Barcelona e o premio de arquitetura Mies Van der Rohe em 2009.

Caracterizada por uma construção em mármore que simula um iceberg a flutuar. Para além de ser uma sala de espetáculos impressionante é ainda uma praça pública e um miradouro.

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iLUStRaÇÃo 440. BiBLiotECa PÚBLiCa dE oSLo, iMagEM ViRtUaL.

iLUStRaÇÃo 441. MUSEU MUnCh, iMagEnS ViRtUaiS.

- A Biblioteca Pública de Oslo também intitulada de Diagonale foi projetada pelos arquitetos noruegueses lund hage.

O edifício privilegia o espaço público, a integração com a envolvente (a Opera house e edifícios residenciais), a acessibilidade do público, a luz no interior do edifício, um conceito novo de sustentabilidade energética. Ainda não es-tão previstas datas para início de construção.

- O Museu Munch também chamada por lambda foi projetada pelo arquite-to espanhol Juan herreros e com abertura prevista para 2013.

Funcionará como um espaço público transparente e vertical integrado e contrabalançando com o edifício da Opera.

o desenvolvimento de toda a área de Bjørvika estimou-se um investimento total cerca de 8 biliões (50 biliões de nok) de dólares num período de 15 a 20 anos.

• Loenga: Sem informação

Rio Alna – Parque para atividades ligadas ao mar

Com as intervenções nas subsecções de Rio alna o plano Fjord City pre-tende:

• Encontro entre o Fjord e Ekeberg: uma área com grande valor paisagistico

• Parque: o parque aquático será um ponto de partida para uma variedade de atividades aquáticas que será capaz de explorar o “corredor de água” en-tre as ilhas como uma zona de recreio-livre. A área deve ser adaptada para acomodar desporto informal e atividades de lazer (natação, piqueniques, remo, etc.) Espaço deve também ser construídos um porto para embar-cações de pequeno porte.

• Conexão do parque do Rio alna com programas comerciais como hotéis, cafés, restaurantes, etc.

• Linhas de conexão: o parque deve reforçar a ligação entre o fiorde, kong-shavn e Ekeberg. karlsborgveien como uma artéria de tráfego historica-mente significativo deve ser reforçada e revitalizado como uma linha de co-municação entre o fiorde e Ekeberg.

• transporte: dotar esta área de transportes públicos

• Sydhavna

Em fase de construção.

Em 2009 ficou decidido que esta área seria o porto permanente de Oslo e por essa mesma razão não estão planeadas a construção de habitações em Sydhavna. ao ser porto permanente permite a libertação dos usos por-tuários das outras secções.

a área do porto em Sydhavna tem o nome de Sjursøya e é onde se faz a distribuição de petróleo e mercadorias secas a granel e armazenamento. O armazenamento de petróleo e de grandes quantidades foi feito na colina

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perto de Ekebergåsen.

Em 2008 foram concluídas novas instalações que permitem a movimentação de cargas secas e molhadas e um terminal para contentores temporários altamente eficiente. O manuseamento de contentores será transferido de Filipstad e Ormsund para o novo terminal.

Ormsund – Indústria portuária e porto

Com as intervenções em Ormsund que estão ainda em curso o plano Fjord City pretende:

• desenvolvimento urbano robusto: Ruído e questões de segurança junta-mente com o terminal de contentores e terminal de petróleo impõe limi-tações relativamente ao uso da área.

• Baía de Pløens: Em torno desta baía estão a ser construídos espaços para comércio, industria e serviços locais de forma a “aligeirar” o ambiente pesado da envolvente.

• Zona de transição porto – industria relacionada: devido a exigências rig-orosas da segurança, Sydhavna será uma área fechada com cercas e con-trole de entrada. na zona tampão entre Pløens Bay e área fechada Sydhavna, a indústria portuárias e de logística que não envolvam os mesmos requisitos de segurança pode ser aí localizadas.

• nova conexão com as estradas principais

o projeto Fjord City tem sido crucial no planeamento urbano e na transmis-são de uma visão clara de desenvolvimento e de toda a marginal de Oslo. Atualmente pode-se já ver uma grande variedade arquitetónica, a marginal mais humanizada e varias empresas e instituições aí sediadas. Não foi per-dida a ligação com o resto da cidade e o mar é um elemento que faz parte da vida dos habitantes da capital.

Ao ter em atenção a preservação do meio ambiente a adoção de políticas sustentáveis oslo recebeu em 2003 o prémio de European Sustainable City por ser uma cidade “amiga do ambiente” caracterizada por “azul e verde e a cidade no meio.”4

Estando muitas áreas ainda em fase de desenvolvimento os resultados são apenas expectáveis podemos apenas cingirmos pelos resultados das inter-venções já realizadas como é o caso de aker Bryyge.

• atualmente aker Bryyge é um local de encontro e confraternização en-tre as pessoas, onde habitantes, turistas e artistas se misturam. Um es-paço com uma localização privilegiada em frente ao mar onde há comércio, bares, restaurantes, festivais e atividades culturais, dedicado essencial-mente ao lazer.

• aproximadamente 6000 pessoas trabalham e 900 vivem em aker Bryyge.

• “Até 1982 Aker Bryyge consistia num estaleiro naval e da indústria mecânica, mas a partir de 1985 tornou-se num dos maiores projetos de Oslo e tornou-se um ímã turístico com áreas de estacionamento gratuito, lojas, ofertas culturais e de restaurantes, bares e cafés.”5

• “Em 2015, Aker Bryyge estará totalmente renovado com um interior completamente moderno ao longo da promenade da marginal e um cais que será todo remodelado”6

• Recebeu em 2006 o prémio diFa para o melhor quarteirão europeu, como o que oferece melhor qualidade de vida, tendo conseguido criar um ambi-ente estimulante para viver e trabalhar.

Segundo Frank billand, membro diretivo e júri internacional da DIFA “Pro-jetos de grande qualidade, como Aker Brygge - que promovam uma identi-dade forte e combinem a arquitetura antiga com a nova de uma forma criativa - dão às nossas cidades a vantagem que precisa para atrair mais trabalhadores, turistas e capital de investimento. (…) Aker Bryyge, um projeto clássico de conversão, é exemplar na medida em que criou uma aliança forte para o estímulo do crescimento de Oslo.”

5

5.1

RESUltADOS ObtIDOS, FAtORES POtENCIADORES E DESAFIOS ENCONtRADOS

RESUltADOS

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4 disponível em http://www.norway.cn/aRkiV/news-and-events/Culture1/Exhibitions/oslo_fjord_city/

5 disponível em http://www.visitoslo.com

6 disponível em http://www.akerbrygge.no/Engelsk.aspx

7 disponível em http://www.europe-re.com/system/main.php?pageid=2616&articleid=7835

• Localização, potencialidades económicas e físicas de oslo

• Boa localização geográfica com mar e montanha que dão origem a paisa-gens únicas

• Beleza dos Recursos naturais

• Áreas de intervenção livres, visto terem sido retirados os antigos usos portuários o que deu a possibilidade de fazer projetos quase de raiz e deter-minar novos usos

• Perspetivas de crescimento económico

• a intervenção feita em aker Bryyge anterior ao projeto Fjord City, que veio dar os primeiros passos na regeneração urbana e ao mesmo tempo chamar a atenção para a ligação com o mar e a necessidade da revitalização da frente marginal o que por sua vez veio desencadear e impulsionar os proje-tos que se seguiram.

• Parceiras privadas sólidas e estáveis economicamente

• Caracter ambicioso do projeto

• debate e concertação politica

• divulgação constante do Projeto Fjord City através de conferências anuais iniciadas em 2004, estratégias de marketing e exposições promovendo as-sim a integração, conhecimento e integração do público no projeto.

• o plano em vigor foi alvo de reflexão e feito respeitando a opinião e ne-cessidades dos intervenientes assim como dos habitantes de Oslo.

• Rigor e estrutura funcional e intercomunicantes do projeto Fjord City.

• Reservas de petróleo

• independência económica

Não se pode determinar em concreto porque as intervenções ainda estão a ser feitas e só num balanço final se podem identificar os desafios que surgi-ram ao longo do processo. Atualmente o que detetámos foram:

• atraso na concretização de algumas intervenções

• alguns problemas de entendimento ao nível do financiamento

• impacto ambiental que as intervenções possam vir a ter

• Conflitos de usos diferentes

• Libertação das áreas de intervenção de usos portuários

• no caso de aker Bryyge:

- Crise económica que se sente

- Convivência entre habitantes e estabelecimentos de lazer

• Propiciar a cooperação entre governo, o município e os proprietários tan-to os privados como os públicos para a criação de uma corporação para o desenvolvimento urbano da marginal e execução do projeto. Isto diminui constrangimentos e possibilita o contributo de vários setores e poderes económicos e políticos.

• Escolher parceiros privados com uma estrutura solida e estável economi-camente, assim como arquitetos, técnicos, mão-de-obra e materiais de alta qualidade.

• organizar e enquadrar os diferentes intervenientes no projeto de uma for-ma pragmática, comunicativa e funcional, definindo desde início o objetivo e as funções de cada um.

• dividir do território em sectores, fasear o plano e definir as funções e vocações de cada um (ócio, cultura, residencial, comercial, administrativo, serviços, portuário, misto, etc.) mas ao mesmo tempo mantendo uma visão global de todo o território.

• alicerçar o projeto em princípios de sustentabilidade

5.2

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FAtORES POtENCIADORES

PRINCIPAIS DESAFIOS

ANÁlISE CRìtICA E BEChMaRkS A REPlICAR

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• Promover atividades e usos que consigam gerar riqueza, desenvolvimento e postos de trabalho.

• Potenciar através do projeto de regeneração urbana os recursos naturais e existentes

• atender às condições de acessibilidade e inserir elementos naturais

• ter a qualidade de vida das pessoas como principal objetivo

• Pensar num sistema de transportes públicos capaz de interligar as várias áreas e que reduza o uso do automóvel

• Usar a arquitetura como aliado para atrair turistas, alavancar o orgulho dos residentes na sua cidade e dar uma imagem atual e de modernidade.

• Realizar concursos internacionais para os projetos de intervenção nas diferentes áreas

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EStoCoLMo

Contexto e Fatores Promotores de Desenvolvimento

Programas, Planos e Incentivos associados à Regeneração da Cidade de Estocolmo

diagnóstico e Medidas de Regeneração mais recentes

Obra feita

Resultados obtidos, fatores potenciadores e desafios encontrados

Analise crítica e benchmarks para replicar

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Estocolmo é muitas vezes referida como uma cidade verde e azul. A cidade tem uma superfície de 216 km2, dos quais 188 km2 são terra e 28 km2 são água. Estocolmo tem mais de 160 km de litoral.

Os vários parques e áreas verdes aumentam a beleza de Estocolmo. Destes parques, oito são reservas naturais. Cerca de 90 % da população vive a menos de 300 metros de espaços abertos, tais como parques verdes e água. Os lagos e cursos de água proporcionam grandes oportunidades para a pesca, natação e passeios de barco.

As reservas naturais e culturais, dentro e nas imediações da cidade, ofere-cem maravilhosas atividades recreativas. Por exemplo, o Royal national Park City é uma grande área, protegida por uma lei especial, que preserva a sua natureza e cultura para as gerações futuras.

A cidade de Estocolmo está a crescer muito rapidamente e, prevê-se que em 2025 tenha 1 milhão de habitantes.

Um dos grandes desafios é preservar as áreas verdes e azuis à medida que se expande e foi por essa razão que surgiram planos e medidas de forma a superar essa preocupação.

A cidade de Estocolmo está a investir 10 milhões de coroas suecas ao longo de cinco anos num novo projeto de reconstrução das suas áreas suburba-nas, com o objetivo de as desenvolver e torná-las mais eficientes em termos energéticos.

Estas áreas, juntamente com hammarby Sjöstad e Stockolm Royal Seaport, estão na vanguarda dos investimentos ambientais de Estocolmo.

Estes projetos contaram com a ajuda e financiamento da Svenska bostäder, a maior empresa de habitação pública de Estocolmo que possui e adminis-tra mais de 32 000 unidades residenciais e 5 000 unidades comerciais.

Nos próximos 5 a 10 anos, Svenska bostäder irá lançar o seu maior em-preendimento, investindo na recuperação ambiental e na construção sus-tentável de novas moradias.

A remodelação dos edifícios foi iniciada em 2009 e conduziu a uma maior eficiência energética e sustentável. Usando uma tecnologia ambiental moderna e métodos de construção amigos do ambiente, a empresa visou poupar 15 a 35% dos gastos energéticos em cada projeto de renovação. na área de Järva, a economia total esperada é de 40%.

Este projeto deu muita importância à divulgação e tentou envolver ao máxi-mo os moradores nos processos de planeamento.

o Stockolm Royal Seaport é um dos maiores projectos de desenvolvimento urbano e tem como finalidade conseguir combinar uma cidade em cresci-mento com os valores naturais e ambientais que fazem de Estocolmo única (a proximidade com a água e a natureza).

Desta forma os projectos combinam o pensamento ambiental com uma ar-quitectura de excelência.

2.1.1. OBJETIVOS

Stockolm Royal Seaport está rodeado pelo Royal national Urban Park, onde foi criado um modelo de desenvolvimento urbano sustentável.

o principal objetivo é tornar Stockolm Royal Seaport numa vitrina mundial para a construção e design urbano sustentável, onde se irão desenvolver, testar e apresentar tecnologias ambientais inovadoras bem como soluções criativas.

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CONtEXtO E FAtORES PRO-MotoRES do dESEnVoLVi-

MEnto

EVoLUÇÃo dE EStoCoLMo ao Longo doS tEMPoS

SíNtESE DOS PRINCIPAIS CA-tAlISADORES DOS PROCESSOS DE REgENERAçãO URbANA DE

EStoCoLMo

PRogRaMaS, PLanoS E inCEntiVoS aSSoCiadoS À

REgENERAçãO DA CIDADE DE EStoCoLMo

StoCkoLM RoYaL SEaPoRt

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Stockolm Royal Seaport é um dos 18 projetos de clima positivo no mundo que se tornarão exemplos de sucesso financeiro e ambiental do desenvolvi-mento urbano. Irão demonstrar que as cidades podem reduzir emissões de carbono e crescer de maneira e em clima sustentável.

Este programa foi lançado em Maio de 2009 e é uma iniciativa conjunta en-tre a Clinton Climat Initiative e o USA green building Council. Este projeto vai criar um novo marco global para o desenvolvimento urbano sustentável.

A ideia deste projeto foi expandir a cidade sobre a água através da recon-versão de uma zona industrial e portuária num bairro moderno. Esta área é uma continuação natural do centro da cidade de Estocolmo.

Esta expansão envolveu uma extensa reconstrução das infraestruturas e consequente remoção de barreiras de trafego e novas propostas para as indústrias existentes e áreas de terminal. a expansão de hammarby Stöstad coincidiu com o desenvolvimento de serviços comerciais e municipais e com o aumento de investimento nos transportes públicos.

a ideia por de trás hammarby Sjöstad era a de mostrar uma oportunidade única para expandir o centro da cidade com foco na água, tendo em conta a transformação de uma área industrial e a área de um porto num bairro moderno.

hammarby Sjöstad tem o seu próprio eco-ciclo, o Modelo de hammarby, que apresenta soluções ambientais para os resíduos, energia, água e es-gotos. o Modelo hammarby oferece oportunidades únicas para que os seus cidadãos possam ser amigos do ambiente.

O projeto foi iniciado em 1990 e prevê-se a sua conclusão em 2017.

2.2.1. OBJETIVOS

O objetivo deste programa é reduzir em metade o total dos impactos, em comparação com uma área construída no início de 1990. Ou seja, tornar os edifícios de hammarby Sjöstad duas vezes mais eco-friendly que um edifício normal. Para tal baseiam-se na arquitetura moderna e promovem o uso de materiais sustentáveis, tais como madeira, vidro, aço e pedra.

Outro objetivo importante é a redução da poluição e do uso do automóvel pessoal. Mais especificamente o objetivo é que 80% dos residentes e dos trabalhadores viagem por meio de transportes públicos, a pé ou de bicicleta que 15% das famílias e pelo menos 5% das empresas de hammarby Sjöstad inscrevam-se no sistema de carpool.1

outro objetivo do hammarby Sjöstad é reduzir o consumo de água em 50%. normalmente, em Estocolmo, são utilizados 200 litros/pessoa/dia e quer-se reduzir esse valor para 100 litros/pessoa/dia.

É ainda importante reduzir a quantidade de metais pesados e não biode-gradáveis dos produtos químicos presentes nas águas residuais, pois re-duzir-se-á a contaminação do produto residual e obter-se-ão lamas, que poderão ser reutilizadas em terrenos agrícolas. Este sistema é designado por Upstream e a sua abordagem é endossada por muitas empresas de águas residuais de toda a Europa como parte do seu core business.

Em suma os objetivos do hammarby Sjöstad são tornar o distrito um lugar saudável para as pessoas viverem, um lugar que estimule o corpo e a alma, e, portanto, um lugar que oferece oportunidades para o exercício, desporto e cultura.

2.2.2. ESTRATÉGIA

Desde o início, a cidade impôs requisitos ambientais restritos nos edifícios, nas instalações técnicas e nos arruamentos.

Sendo o campo dos transportes um ponto sensível e difícil de resolver aquando de um aumento da densidade de construção de um bairro numa

2.2haMMaRBY SJÖStad

1 Carpool significa partilhar viagens, dando ou aceitando boleia de alguém que vive ou trabalha próximo de si. Alguns utilizadores optam por um sistema rotativo partilhando custos, outros utilizam sempre o mesmo condutor, que pode inclusive levar várias pessoas, as quais con-tribuem para todos os custos relacionados com a viatura.

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cidade Sjöstaden estrategicamente oferece alternativas economicamente atraentes em vez do uso do automóvel privado.

A estratégia para conseguir uma redução no consumo da água é o uso de instalações eco-friendly (Classe energética a: máquinas de lavar e lava-louças, sanitas com descargas eficientes e torneiras com misturadoras de ar).

outa estratégia foi a aplicação do Modelo de hammarby que consiste num ciclo ecológico centrado no aproveitamento dos recursos naturais, resíduos e àgua para gerar energia, aquecimento e arrefecimento.

• Em 1800, Sickla era um destino popular para excursões pelos habitantes da Södermalm, distrito do sul de Estocolmo, e foi popularmente conhecido como a “Pérola do oriente de Söder”.

a área foi parcialmente destruída quando a estrada de hammarbyleden foi construída, e quando o fundo da baia de lugnet foi aterrado, de acordo com um projeto de planeamento da área do porto, com as terras escavadas, rochas e lixo da área.

Este projeto não foi concluído e o terreno foi disponibilizado para uma área de armazenagem e uso industrial. Nenhuma empresa ou indústria con-seguiu estabelecer-se na zona, o que fez com que se começasse a desen-volver uma favela, reduzindo a indústria a uma pequena escala.

A favela foi demolida em 1998, para construção da estrada que faria a li-gação a hammarby Sjöstad.

• Sjöstaden tem algumas instalações para práticas desportivas e de exer-cício físico, tais como hammarbybacken, uma pista de esqui, com vistas deslumbrantes.

o complexo desportivo em hammarbyhöjden, perto do lado sul de ham-marbybacken é um ponto importante, tanto para a escola como para ativi-dades desportivas.

A casa da reserva natural de Nacka é um ginásio com muitas facilidades, que foi construído em Sjöstaden, e onde são realizados os jogos anuais de Sjöstad realizados na Suécia.

• Sjöstaden tem ainda vários caminhos e ciclovias ao longo dos canais e na estrada principal, bem como muitos caminhos atraentes que dão para pas-sear por uma variedade de espaços verdes.

• Existe uma grande diversidade cultural. os estabelecimentos culturais em hammarby Sjöstad incluem não só o centro social e cultural de Fryshuset, mas também o kulturama, que oferece aulas de arte a alunos de todas as idades, não esquecendo a biblioteca e o centro cultural.

• a área de Stockolm Royal Seaport tem um passado industrial. neste local já existiu um porto de petróleo, um terminal de carga e algumas fábricas de gás.

Stockolm Royal Seaport será implementado em terrenos industriais aban-donados, incluindo a área do porto velho, que é um dos principais locais de Estocolmo. A zona das fábricas de gás será transformada num ambiente vibrante, onde existirão galerias de arte, palcos abertos e várias atrações culturais.

Os transportes públicos (elétrico, metro e autocarro) terão uma forma am-bientalmente mais agradável.

Stockolm Royal Seaport ainda irá albergar 12 000 novas habitações e 35 000 espaços de trabalho, tornando-se num porto moderno com ferries e trans-porte de passageiros.

depois de construído, hammarby Stöstad tem como objetivo ter 11 000

3

3.1

3.2

diagnÓStiCo E MEdidaS dE REgE-nERaÇÃo MaiS RECEntES

DIAgNóStICO

MEdidaS dE REgEnERaÇÃo

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residências com uma população de 25 000 pessoas e cerca de 35 000 pes-soas a viver e a trabalhar neste bairro.

Será criada uma avenida que irá ligar o distrito verde à nova cidade, criando corredores verdes e criando um caminho através da parte sul de hammarby Sjöstad.

Para tornar uma cidade ecologicamente sustentáveis foram estipuladas as seguintes normas:

• todos os materiais têm uma placa com a informação ambiental, tanto os materiais visíveis nas fachadas e sobre o solo, bem como todos os materiais utilizados nas partes internas dos edifícios – instalações e equipamentos.

• Estes materiais são sustentáveis e certificados ecologicamente, evitando, assim, a utilização de produtos químicos ou materiais de construção que contêm substâncias perigosas.

• a água da chuva não deve ser contaminada com metais e óleos aquando da sua rota para SJo hammarby, por isso foram utilizados materiais eco-friendly para o seu trajeto ao longo do canal Sickla.

• todos os construtores devem verificar e declarar quais os produtos quími-cos e quais os materiais de construção que irão utilizar na obra, antes mes-mo de o projeto começar.

• Regularmente, são realizadas eco-inspeções em todo o processo de construção.

Desta forma os terrenos abandonados e mal aproveitados de Estocolmo serão um exemplo de boas práticas ambientas, dinamismo e boa qualidade de vida.

• Para atingir uma maior poupança energética estão em construção várias casas de baixo consumo energético. Estas casas são definidas como “ca-sas passivas”, que consomem muito menos energia do que uma habitação convencional. São mais eficientes em termos energéticos, estão bem isoladas e não ne-cessitam de aquecimento, tendo uma necessidade mínima de entrada de energia elétrica. As casas são aquecidas pelas pessoas que as habitam e os aparelhos elétricos são utilizados com recurso à luz solar

• ao nível da descontaminação dos solos foram feitas as seguintes inter-venções:

Devido ao estado do solo, foi necessário a sua descontaminação, antes da iniciação de qualquer outro trabalho, tais como reparação das tubagens ou plantação de árvores.

a administração de Saúde e o departamento do Meio ambiente de Estocol-mo estão a monitorizar o trabalho de descontaminação do solo ao longo de hammarby Sjöstad, assegurando que as normas sejam cumpridas, evitando danos ambientais ou de saúde às pessoas. Só em Sickla Udde, das terras escavadas, cerca de 130 toneladas continham óleos e graxas e 180 tonela-das continham metais pesados.

• ao nível da cidade eco-friendly a área de hammarby Sjöstad foi adaptada para ser um ambiente amigo, o que implicou um grande investimento em espaços públicos verdes, em planos de manutenção das florestas de carva-lhos, à criação de um parque com pavimento em madeira, bem como de uma avenida larga e vários parques de grandes dimensões.

• ao nível da conservação da natureza e criação de novos espaços públicos verdes a vegetação existente foi salva e o ambiente natural ao longo das margens de Sickla Udde foi recriado usando árvores novas e canaviais. A floresta de carvalhos em Sickla Udde foi diluída e os carvalhos vivos e ár-vores mortas foram deixadas no local, formando um conjunto que transmite um ambiente atraente e uma variedade de espécies de insetos e aves. Estes parques têm a intenção de serem ambientes atraentes, caminhos pedonais e ao mesmo tempo servirem como corredores dispersos para animais e plantas.

4ObRA FEItA

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• ao nível dos transportes foram feitas as seguintes intervenções:

- Foram feitos vários e substanciais investimentos nos transportes públi-cos da área, tanto sob a forma de ligações ferroviárias “tvärbanan” e de autocarros. Foi lançado um sistema de carpool para os moradores e traba-lhadores da área.

os transportes públicos têm uma rota central através de Sjöstaden, com quatro paragens ao longo da avenida que liga os dois distritos da cidade.

Os transportes públicos, tais como o metro ligeiro, foram planeados para atrair os moradores, isto é o acesso ao carpool foi promovido assim como a utilização de barcos, para as deslocações.

iLUStRaÇÃo 442. Zona VERdE dE RECREio EntRE qUaRtEiRÕES EM haMMaRBY SJÖStad.

iLUStRaÇÃo 443. FaChada dE EdiFÍCio CoM PainÉiS FotoVoLtaiCoS EM haM-MaRBY SJÖStad.

iLUStRaÇÃo 444. Zona URBana dE haMMaRBY SJÖStad.

iLUStRaÇÃo 445. dEtaLhE dE PaSSEio REBaiXado JUnto ao EStaCionaMEnto PARA ACESSO DE CADEIRAS DE RODAS

iLUStRaÇÃo 446. aSPEto do intERioR dE UM qUaRtEiRÃo

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As soluções ambientais integradas podem ser seguidas através de um ciclo ecológico que tem-se tornado conhecido como o modelo hammarby.

O ciclo ecológico trata de energia, água, resíduos de habitação, de escritóri-os e de atividades comerciais em hammarby Sjöstad. o ciclo ecológico tam-bém é projetado para atuar como um modelo para o desenvolvimento de tecnologias equivalentes nas grandes cidades.

Energia sustentável e renovável

Em hammarby Sjöstad, o fornecimento deste aquecimento foi feito através de novas tecnologias, tais como células de combustível, células solares e painéis solares. Esta utilização consistiu no teste destas novas tecnologias, bem como na demonstração dos métodos de construção de uma cidade sustentável.

quando o trabalho de construção de hammarby Sjöstad for concluído, os moradores da zona irão produzir metade de toda a energia de que neces-sitam.

Os resíduos são utilizados como combustível para produzir eletricidade e aquecimento urbano. As fontes renováveis de energia são usadas sempre que possível, a fim de poupar o meio ambiente.

Outro exemplo de sustentabilidade, em termos de fornecimento de calor, é a Planta de calor de hammarby que extrai o calor residual dos efluentes das águas residuais tratadas na estação de tratamento henriksdal.

A partir do arrefecimento e do tratamento dos efluentes que saem das bom-bas, a água quente é transformada em água fria que circula na rede de hammarby Sjöstad. Por outras palavras, o arrefecimento é pura e simples-mente um produto de resíduos a partir da produção de aquecimento.

Em Sjöstaden está a ser utilizada uma variedade de diferentes tipos de for-necimento de energia. hammarby Sjöstad tem várias instalações de células solares que captam a energia solar e convertem-na em energia elétrica. As células solares foram instaladas em várias fachadas e telhados em Sjöstaden. as células são mais eficazes quanto mais áreas cobrirem. Estes projetos de células celulares ainda são um teste em termos de energia em ambientes urbanos.

dois dos edifícios Sickla kanalgata, por exemplo, foram equipados com um sistema de energia solar, que fornece a energia necessária para as áreas públicas dos respetivos edifícios. Foram montados painéis solares no tel-hado de um dos maiores blocos de apartamentos de Sjöstaden.

As células solares captam a energia do sol, convertendo a energia solar em energia elétrica. A energia a partir de um módulo de 1 m² de células solares fornece aproximadamente 100 kWh / ano, que correspondem à eletricidade necessária para 3m2 de área residencial.

Os 390 m2 de painéis solares, instalados virados para sul foram instalados na cobertura do bloco de apartamentos Viken. Estes painéis captam os raios quentes do sol e utilizam-nos para o fornecimento de água quente. Estes painéis produzem metade da energia necessária para cumprir as exigências anuais, em termos de água quente, do edifício.

Biogás e biossólido extraído

O biogás é extraído a partir da digestão de lamas de depuração. Ou seja, na estação de tratamento de águas residuais, o material orgânico é separado das águas residuais sob a forma de lamas. Esta lama é depois transportada para grandes tanques de digestão, onde são digeridas. O biogás, o combus-tível ambientalmente mais saudável, é produzido durante este processo de digestão. Este biogás é utilizado como combustível para veículos, por ex-emplo, para os autocarros, carros do lixo e táxis e ainda em cerca de 1 000 fogões em hammarby Sjöstad.

Os biossólidos podem ser usados como fertilizantes eficientes. Depois do processo de digestão estar completo, as lamas – biossólido – podem ser utilizadas como fertilizante. O biossólido é nutricionalmente rico e tem um

4.1CIClO ECOlógICO -

ModELo haMMaRBY

386

alto teor de fósforo adequado para a utilização como fertilizante. Este mate-rial pode ser utilizado nas terras agrícolas.

A água de Estocolmo envia biossólidos para o norte da Suécia, para serem utilizados como material de enchimento de minas que já foram fechadas.

Soluções arquitetónicas de água da tempestade

toda a água proveniente das águas da chuva e da neve é tratada localmente de variadas formas. Este sistema é denominado de lOD (sigla sueca para “local de tratamento das águas da chuva).

Esta água infiltra-se no solo ou então é drenada para os canais Sickla, ham-marby e danvik. Para tal foi executado um canal que escoa as águas pluviais ao longo do parque Sjöstadsparterren, o que faz com que a água escorra para vários canaletes, sendo, seguidamente transportada para hammarby Sjo através de uma escada de água. A água drenada é transportada para bacias especiais.

Sjöstaden tem dois tanques de sedimentação fechados que permitem que a água fique fechada durante várias horas, possibilitando que os contami-nantes estabilizem na parte inferior do tanque (decantação). Depois deste processo, a água é drenada para os canais.

Mårtensdal tem uma bacia aberta de águas pluviais onde se pode visualizar a superfície da água.

os telhados verdes vistos em alguns dos edifícios de Sjöstaden são outro elo entre as tempestades locais e o tratamento das águas correntes (lOD). A tarefa destes telhados é retardar a coleta das águas pluviais e evaporá-la, criando, ao mesmo tempo uma paisagem urbana verde.

Resíduos

Os resíduos devem ser reduzidos e reciclados e para isso estão a ser cria-dos novos produtos a partir de materiais reciclados, o que permite a econo-mia dos recursos naturais

Quando existe separação de resíduos fica garantido que substâncias perigo-sas não sejam incineradas com o resto do lixo. Assim são utilizados mate-riais reciclados em vez de matérias-primas virgens.

Os resíduos são separados na fonte e são reciclados ou utilizados para pro-duzir eletricidade e/ou aquecimento.

Existem três níveis de gestão de resíduos em hammarby Sjöstad: con-strução, de blocos e de áreas.

Os resíduos mais pesados são separados em frações e depois são deposi-tados em diferentes lixos, colocados em calhas ou adjacentes aos edifícios.

• Resíduos combustíveis: embalagens de plásticos, papel ou outras formas de não-embalagens são colocados em sacos de plásticos comuns;

• Resíduos alimentares: os resíduos alimentares são colocados em sacos feitos de amido de milho, que ao contrário dos sacos de plástico, são bio-degradáveis;

• Jornais, catálogos, papel, etc.: não são embalados e não entram no sis-tema automático de eliminação de resíduos.

Os resíduos que não pertencem a resíduos de construção podem ser deixa-dos em compartimentos, junto aos blocos, tais como:

• Vidro, papel, plástico e embalagens de metal;

• Resíduos volumosos, ou seja, mobília velha;

• Resíduos elétricos e lixo eletrónico. os objetos que exigem uma tomada elétrica ou baterias para funcionarem, bem como lâmpadas, tubos fluores-centes e lâmpadas de baixo consumo energético;

• alguns compartimentos têm zonas para têxteis.

Os resíduos que constituem um perigo para as pessoas e para o meio am-biente, tais como as tintas, vernizes e resíduos de colas, esmaltes, solventes ou produtos de limpezas, baterias e produtos químicos nunca devem ser

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colocados no lixo doméstico ou derramados pelo ralo.

Estes resíduos devem ser separados e entregues no ponto de recolha de resíduos perigosos em glashusEtt.

Sistema de eliminação automática de resíduos

O lixo arrecadado pelo sistema automático de eliminação de resíduos fica em tanques no subsolo, que são esvaziados para veículos do lixo, através de um sistema de sucção a vácuo.

Cada tipo de resíduo tem um tanque diferente: resíduos combustíveis do-mésticos e desperdícios de alimentos.

todas as condutas estão ligadas a uma estação de recolha central, para onde os resíduos são transportados através de sucção a vácuo.

Este sistema reduz o transporte na área, o que significa que o ar é mais limpo do que quando empregue técnicas de coleta tradicionais. Alem disso, o ambiente de trabalho para os trabalhadores de recolha do lixo é melho-rado pois o trabalho pesado é evitado.

IlUStRAçãO 447. ANtIgA FÁbRICA RECUPERADA PARA ESCRItóRIOS

iLUStRaÇÃo 448. dREnagEM dE EFLUEntES PLUViaiS CoM oXigEnaÇÃo natU-RAl

iLUStRaÇÃo 449. dREnagEM SUPERFiCiaL dE EFLUEntES PLUViaiS

IlUStRAçãO 450. RECEtÁCUlOS PARA DEPOSIçãO DE RESíDUOS SólIDOS

Casa de vidro

O projeto de um edifício com baixo consumo de energia, tendo três fachadas de vidro e uma de betão armado, necessitou de muito planeamento e de uma grande coordenação da equipa responsável pelo projeto.

A utilização de materiais cuidadosamente selecionados, contribuíram para o sucesso do projeto.

O objetivo a longo prazo era conseguir um bom ambiente interior com baixo consumo de energia. A utilização de vidros duplos nas fachadas fez com que houvesse uma redução de 50 % do consumo de energia, em relação a um edifício com fachadas em vidro. Estes vidros duplos fizeram com que se reduzisse a necessidade de luz artificial, bem como energia para o aqueci-mento, refrigeração e ventilação.

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Existe um sistema de controlo avançado que ajusta a iluminação e a venti-lação consoante a quantidade de luz do dia, etc.

O design excitante e interessante de glashusEtt torna-o o ponto focal para obter informações sobre as questões ambientais em hammarby Sjöstad. Este centro de conhecimento também oferece um hub natural para de-monstrar as relações entre a tecnologia moderna e um melhor ambiente numa atmosfera harmoniosa com a nova e excitante arquitetura.

As salas de conferências de glashusEtt são utilizadas, em parte, para rece-ber os visitantes, mas também funcionam como um lugar de encontro para discussões e conversas sobre a cidade sustentável.

glashusEtt também é usado como um centro de ensino para uma variedade de cursos sobre ambiente e planeamento urbano, reuniões públicas, re-uniões dos políticos e reuniões com clientes.

glashusEtt também desempenha um papel muito importante na exportação de tecnologia ambiental. Está a ocorrer uma cooperação muito estreita com uma gama de autoridades incumbidas de promover a exportação ambien-tal, como a Região de negócios de Estocolmo, o Ministério dos negócios Estrangeiros e dos Assuntos Internos Sueco e do Conselho de Comércio Sueco.

• Esta expansão decorrente do projeto hammarby Sjöstad tem envolvido a reconstrução de infraestruturas, eliminando as barreiras arquitetónicas existentes. Algumas das antigas áreas industriais e alguns terminais foram reabilitados para outros usos, tendo alguns deles sido demolidos.

• os parques a sul de Sjo hammarby estão todos ligados aos grandes es-paços públicos verdes da reserva natural de Nacka e da floresta de Årsta, e formam fatias verdes no coração do hammarby Sjöstad. a reserva natural de Nacka está ligada a esta área da cidade por meio de ecodutos ao longo da rodovia Lanken Södra. os novos parques no norte de hammarby Sjöstad serão ligados aos parques de Vitaberg e Stora.

• Cerca de 75% dos carros existentes são abastecidos a biocombustível.

• Cerca de 10% das famílias juntaram-se ao carpool e existem cerca de 25-35 carros de carpool estacionados na área.

• hammarby Sjöstad foi durante muitos anos o maior projeto de desenvolvi-mento urbano de Estocolmo estando na vanguarda da transformação de áreas industriais degradadas. Desde o início de 1990, que a área de ham-marby Sjöstad tem-se expandindo e em 2017 prevê-se a sua conclusão.

• a cidade de Estocolmo tem estado à frente do seu tempo quando se trata de encontrar novas fontes de energia renováveis para fazer da cidade um lugar para se viver melhor. Por várias décadas, Estocolmo foi mudando e foi usando aquecimento para aquecer os edifícios,

• Com o foco sobre a produção centralizada de aquecimento e arrefeci-mento do modelo hammarby, Estocolmo é a cidade líder no mundo neste campo. Ao longo de uma década, Estocolmo tem desenvolvido o maior sis-tema do mundo deste género.

• num curto período de tempo, hammarby Sjöstad tem-se tornado um dos maiores exemplos de desenvolvimento urbano sustentável e é mencionado em monografias especializadas em todo o mundo. Sjöstaden é visitado por mais de10.000 representantes da indústria e da decisão em cada ano. Exis-tem vários projetos urbanos em toronto, londres, Paris e em várias cidades da China que foram influenciados pela perícia e pela tecnologia que forma a base e o sucesso deste projeto.

• hammarby Sjöstad é o maior projeto de desenvolvimento urbano de Esto-colmo. A sua localização permite moldar as infraestruturas, o planeamento e os projetos do edificado.

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5.1

5.2

RESUltADOS ObtIDOS, FAtORES POtENCIADORES E DESAFIOS EN-

CONtRADOS

RESUltADOS gERAIS

FAtORES POtENCIADORES

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•Sjöstaden tem ligações de ferry. Este transporte, que transita por ham-marby Sjo entre o sul e os lados do norte de Sjöstaden, é executado pela Câmara de Estocolmo. A balsa funciona 365 dias do ano a partir no início da manhã até ao final da noite.

• Recursos naturais e espaços públicos existentes

• Modelo de hammarby

• Problemas de trânsito associados à expansão da cidade

• ausência de investimento em hammarby

A chave para o sucesso deste projeto é a integração do planeamento dos trabalhos antes do desenvolvimento da área. todas as autoridades e ad-ministrações, que normalmente, envolvem-se nas várias fases do projeto, sentaram-se e elaboraram um plano com uma nova abordagem conceitual que resultou na hammarby Sjöstad. o planeamento integrado realizado desde o início era, e continua a ser, único. E os resultados continuam a ser visíveis. O objetivo era criar um ambiente residencial com base no uso sus-tentável dos recursos, onde o consumo de energia e a produção de resíduos são minimizados, e a economia dos recursos e a reciclagem são simulta-neamente maximizadas. Sjöstaden é um lar excitante com novas soluções técnicas para o fornecimento e uso de energia, para a instalação de um novo projeto piloto de tratamento de esgotos, bem como um sistema prático e automatizado de eliminação e gestão de resíduos. Foi experimentada e testada uma solução para a criação de calor a partir do efluente tratado, que é utilizado para produzir sistemas de aquecimento.

5.3

6

PRINCIPAIS DESAFIOS

ANÁlISE CRítICA E BEChMaRkS PARA REPlICAR

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MaLMo

Contexto e Fatores Promotores de Desenvolvimento

Programas, Planos e Incentivos associados à Regeneração da Cidade de Malmo

diagnóstico e Medidas de Regeneração mais recentes

Obra feita

Resultados obtidos, fatores potenciadores e desafios encontrados

Analise critica e benchmarks para replicar

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Malmo é a terceira maior cidade da Suécia, com 265 000 habitantes.

Está estrategicamente situada no centro da Região de Öresund e tem uma ótima comunicação com todas as direções.

A cidade é um centro de cultura, comércio e educação.

Malmo é habitada por pessoas de todo o mundo. Vivem pessoas de 160 na-cionalidades diferentes, que falam mais de 100 línguas diferentes.

as mudanças estruturais na economia de Malmo distanciam a cidade do seu fundo tradicional, que é o industrial. Neste momento persiste pouca indústria, havendo mais serviços de comércios e empresas comerciais e assiste-se ao aumento de empresas de It.

Por mais de 20 anos seguidos, a população de Malmo tem crescido. atual-mente, cerca de 288 000 pessoas residem em Malmö, com um aumento de 50 000 habitantes em 20 anos.

Juntamente com Copenhaga e os arredores das áreas urbanas, a região de Öresund, representa um dos bairros com mais rápido crescimento urbano na Europa. Para acomodar o crescimento rápido da população em Malmo, são planeadas expansões alvo em vizinhanças específicas, nomeadamente, em harbour ocidental e Sorgenfri Norte (ambas antigas áreas industriais), bem como em hyllie (onde o novo túnel da cidade irá incluir uma estação) a fim de densificar bairros específicos da cidade.

Como princípios orientadores nos esforços atuais, bem como no planea-mento a longo prazo, existe uma ambição subjacente ao plano de Malmo que é criar uma cidade sustentável e atraente, baseando-se nos três pilares da sustentabilidade: sustentabilidade social, económica e ecológica.

baseados nos pilares da sustentabilidade social, económica e ecológica de Malmo e Lund foi criado um programa ambiental de edifícios.

as cidades de Malmo e Lund, em cooperação com a Universidade de Lund, criaram conjuntamente um programa para apoiar e facilitar a construção sustentável. Este programa MiljöByggprogramSYd (Programa de Fortaleci-mento Ambiental a Sul da Suécia) utiliza um sistema de classificação pa-dronizado para comparar os critérios de construção, semelhante a alguns programas de rotulagem ecológica para produtos de linha branca.

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1.1

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CONtEXtO E FAtORES PRO-MotoRES do dESEnVoLVi-

MEnto

EVoLUÇÃo dE MaLMo ao Longo doS tEMPoS

SíNtESE DOS PRINCIPAIS CAtAlISADORES DOS PRO-CESSOS DE REgENERAçãO

URBana dE MaLMo

PRogRaMaS, PLanoS E inCEntiVoS aSSoCiadoS À

REgENERAçãO DA CIDADE DE MaLMo

iLUStRaÇÃo 451. PLanta dE MaLMo

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O programa tem três níveis de critérios (A,b e C) e são todas mais rigorosas que os regulamentos nacionais.

Apoiados nesses pilares e noutros aspetos que tiveram como finalidade a regeneração urbana de Estocolmo foi criado um outro programa que com-plementava o anterior.

o projeto Bo 01 City of tomorrow consiste na mudança de uma área de porto e de estaleiro para um novo bairro urbanizado.

A primeira etapa do bO01 foi construída e concluída para a Exposição Euro-peia de habitação em 2001, que teve como tema “ City of tomorrow”. Esta exposição consistiu na primeira fase do maior desenvolvimento de Västra hamnen (porto ocidental).

Para tal, foram criados planos que contemplam a criação de habitação para 10 000 pessoas e emprego para 20 000 funcionários e estudantes universi-tários da área.

O local mostrou uma infinidade de soluções arquitetónicas, formando um ambiente emocionalmente sustentável. Como medidas urbanas enumera-das e abordadas na exposição podemos salientar a utilização de fontes de energia renováveis e um aumento de biodiversidade como forma de criar um forte conceito de sustentabilidade no projeto bO 01.

O bO01 abrange cerca de 9 hectares e fornece 600 moradias para cerca de 1 000 habitantes. O Porto Ocidental ocupa uma área de 140 hectares e irá abrigar cerca de 30 000 habitantes em 20 anos.

Principais atores e intervenientes do projeto:

• a Bo01 aB foi o organizador do evento e criou o Programa de qualidade do Distrito, promovendo os benefícios de uma sociedade ecologicamente sustentável.

• a Universidade de Lund esteve ativamente associada ao projeto e desen-volveu o conceito das casas eficientes.

• as empresas de construção estiveram diretamente envolvidas nas nego-ciações do programa de qualidade e nas suas metas de exigências ambien-tais.

2.1.1. OBJETIVOS

a exposição Bo 01 City of tomorrow teve como objetivo inicial criar um de-bate em torno da forma como vivemos hoje em dia e como vamos viver no futuro. O bO01 mostrou visões imaginativas da vida futura, das elevadas exigências estéticas, ecológicas e de alta tecnologia.

E como dois objetivos principais:

• desenvolver unidades autossuficientes em habitação, em termos de en-ergia:

• diminuir significativamente as emissões de gás.

Desta forma o objetivo final a bO 01 destina-se a ser um projeto-piloto que testará tecnologias e soluções que podem e devem ser aplicados em maior escala.

Västra hamnen a área envolvida no projeto Bo 01 é uma área de desenvolvi-mento de alta prioridade da cidade, onde residem uma parte importante dos planos para melhorar a cidade de Malmo, tornando-a numa cidade atrativa para viver e trabalhar.

desta forma Bo 01 teve como objetivo regenerar Västra hamnen, torná-la num exemplo líder internacional de um bairro densamente povoado e am-bientalmente saudável, criando um bairro que inspira a criatividade, desen-volve o conhecimento e estimula o crescimento económico.

2.1bO 01

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2.1.2. ESTRATÉGIA

a cidade de Malmo recebeu o apoio do governo para as medidas ambientais tomadas na área do bO01. Este dinheiro tem sido usado, principalmente, em investimentos físicos, cobrindo partes dos custos adicionais que têm vindo a aparecer, a fim de alcançar metas mais elevadas.

Parte do investimento foi ainda para as técnicas e sistemas de descontami-nação do solo e das infraestruturas.

O governo afetou cerca de 250 milhões de coroas dinamarquesas para di-versos projetos ambientais no distrito e a União Europeia também deu al-gum apoio às energias.

A Agência de Energia Sueca financiou o projeto bO01, enquanto a maior empresa sueca de energia, Sydkraft, foi responsável pela energia elétrica, pelo aquecimento e produção de biogás e a sua distribuição no bO01. Sendo atualmente a empresa responsável a E-on.

baseado numa estratégia de pesquisa e evolução o dinheiro do programa local de investimento foi reservado para o projeto do bO01, com a obriga-ção explícita que tinha que ser feita uma avaliação científica especifica.

O objetivo era capitalizar a experiencia adquirida no desenvolvimento ur-bano sustentável, e ser capaz de usá-la em projecos futuros, tanto a nível local como em qualquer outra parte do mundo.

iLUStRaÇÃo 452. ViSta da MaRina do Bo01

IlUStRAçãO 453. tURNINg tORSO, bO01

iLUStRaÇÃo 454. EdiFÍCioS MULtiFaMiLiaRES no Bo01

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• ao nível dos solos, o sul da suécia contém terra bastante fértil, uma das melhores da Europa. trata-se de uma importante região agrícola, com uma característica muito marcantes em termos de herança cultural.

• a área do porto tem sido aterrada, desde o século XViii, a fim de criar um espaço para o porto e para atividades industriais. O último aterro ocorreu em 1987.

O aterro sanitário é composto por areia, argila, calcário, resíduos de escava-ções e de demolições e de pequenas quantidades de resíduos de produção.

• apos medidas de descontaminação e análise do solo, constatou-se que o solo no Bo01 é igual, ou de qualidade superior, ao dos parques de Malmo.

• a localização da cidade é única – Västa hamnen, é uma antiga proprie-dade industrial junto ao oceano, a curta distância do centro da cidade e da praia.

O distrito era composto por um aterro, plano e deserto, embora existisse um parque estreito ao longo da orla marítima. Existiam algumas empresas in-dustriais, escritórios e edifícios universitários. Esta zona está inserida numa área urbana industrial e a sua contaminação afeta o ambiente.

Ao mesmo tempo, a área tem muitos aspetos positivos em relação à sua lo-calização. Está muito perto do mar, próximo da praia e do centro da cidade.

A área residencial está inserida num bairro recém-construído com edifícios mistos, abrangendo tanto serviços comerciais e sociais, bem como cerca de 500 unidades habitacionais.

• no que respeita aos solos à medida que Malmo se expande, tenta-se equilibrar o crescimento com a preservação de áreas abertas para a apre-ciação da natureza e do cultivo de alimentos.

• a cidade pretende densificar áreas já existentes, com a construção de novos edifícios na zona central e em antigos terrenos industriais a fim de evitar a exploração excessiva das terras aráveis circundantes.

Västra Hamen

• Construção ecológica

O pensamento ambiental está presente em todas as construções do distrito. Não se podem utilizar substâncias perigosas enumeradas na lista de inspe-tores químicos da Suécia.

Os edifícios são construídos de modo a que seja possível a sua utilização de forma ambientalmente amigável e com eficiência de recursos.

O material consequente das demolições deverá ser reutilizado.

• distrito da cidade verdeQuando existe um desenvolvimento das cidades, as áreas verdes começam a ser reduzidas, o que implica a difícil infiltração das águas pluviais no solo.

Uma das características mais importantes da bO01 é a existência de siste-mas run-off nas coberturas. Isto é, a drenagem das águas pluviais é atrasa-da à custa de telhados verdes, de lagoas nos pátios, sendo, posteriormente, transportada em canal aberto para o mar.

Estes cursos de água combinam com as árvores e a vegetação rasteira for-necendo boa qualidade do espaço urbano.

• Património histórico

o património histórico de Västra hamnen será preservado, mantendo alguns dos grandes e antigos edifícios industriais. Estes edifícios contribuem para o caracter específico da área, criando uma sensação única de identidade.

Foi planeada uma habitação com diferentes tipos, proporcionando às pes-soas com diferentes requisitos a oportunidade de se estabelecerem aqui.

O ambiente urbano deve oferecer uma mistura bem equilibrada de habi-tação, atividades, serviços, educação e zonas verdes.

3

3.1

3.2

diagnÓStiCo E MEdidaS dE REgE-nERaÇÃo MaiS RECEntES

DIAgNóStICO

MEdidaS dE REgEnERaÇÃo

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• o Bo01 demonstra como se pode utilizar a tecnologia da informação inteli-gentemente bem como soluções de bem-estar de forma digna e agradável que torna a cidade sustentável atraente.

• o programa de qualidade exige que as empresas de construção utilizem diferentes arquitetos para diferentes tipos de parcelas de terreno. Assim, ter-se-á um resultado interessante, estimulante bem como um distrito di-verso, que convida para a caminhada e para passar algum tempo na área.

• Forma urbana

O plano foi desenhado tendo em conta a grandeza do local (a ligação com o mar, o céu, o horizonte e o pôr do sol), a sua exposição a ventos fortes vindos do oeste e pela rede viária existentes no distrito. Estes pontos garantem a ordem e dão a conhecer um mundo fervilhante e pouco tangível em grandes praças.

A forma urbana foi moldada tendo ainda em conta o futuro (fronteiras claras entre os espaços públicos e privados) e fornecendo condições para a diver-sidade cultural e étnica (diferentes ambientes residenciais).

Deu-se prioridade ao peão ao mesmo tempo que se garantiu a fluidez do trafego.

Criou-se uma estrutura ecológica que liga as vias públicas arborizadas com os jardins públicos e privados.

A área de habitação do bO01 foi planeada e discutida para a tornar uma cidade sustentável e atraente comparativamente com outras áreas menos sustentáveis. As pessoas devem querer viver nesta parte da cidade pelas suas qualidades inerentes e a sua sustentabilidade ecológica seria um bó-nus.

A investigação demonstrou que existe um estreito contacto entre áreas verdes, sol e água e pessoas saudáveis, tanto física como mentalmente. Estes resultados da pesquisa foram levados em conta pelos projetistas.

As casas altas nos arredores formam um abrigo de vento em torno de casas mais baixas e interiores verdes.

Existem muitos quarteirões pequenos e todos eles são bastante diferentes.

A cidade especificou um esquema de cores básicas definidas de acordo com a sua orientação, ou seja, as fachadas voltadas para o mar com cores páli-das e cores mais fortes nas áreas interiores.

Uma das ideias principais, desta zona, era criar uma emocionante estrutura de ruas, individualmente desenhadas, com passeios, vielas e praças aber-tas. A utilização destes espaços abertos é de grande importância na criação de um caracter para a zona, conseguindo-se uma interação social com o edificado.

• antes de se iniciar qualquer trabalho, foi necessário proceder a um tra-balho longo e complicado de descontaminação dos solos. Devido à transfor-mação de um brownfiekd numa zona de revitalização urbana, foi necessário descontaminar o solo. tal como foi dito anteriormente, nesta zona existiam fábricas que contaminaram os solos.

Devido às atividades industriais anteriores e às fontes variáveis do aterro, tornou-se necessário investigar a qualidade do solo, antes de se iniciar as construções, tendo sido feitas escavações para amostragens e testes.

Esta investigação concentrou-se em componentes como o óleo, hidrocar-bonetos policíclicos, que são suspeitos de causar carcinomas.

Depois da investigação, verificou-se que seria necessário remover cerca de 6 000m3 de solo para descontaminação e tratamento. Este solo foi substituí-do por solo de classe A até uma profundidade de 2m e a camada superior do solo foi aumentada cerca de 1,20m, em toda a área.

• Em 2000 foi concluída uma ponte que liga Copenhaga a Malmo em 45 minutos.

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• a primeira etapa do Bo01 foi concluída em Maio de 2001 e foi incluída na exibição City of tomorrow Bo01 European City que apoia que a sustentabi-lidade.

• no parque anchor foram criados vários habitats. Existe um bosque de car-valhos e um bosque de faias que aparecem como ilhas envoltas por relva.

Os habitats são também uma forma de exposição, isto é “usar” os espaços verdes como educação ambiental.

Uma zona importante do parque é o canal de água salgada, proveniente de Öresund, criando uma vista agradável devido à sua costa curva contra o parque.

• o sistema de gestão de resíduos na área de intervenção do projeto Bo 01 foi desenvolvido com o objetivo de criar um sistema que minimiza a quanti-dade de resíduos, tornando-se possível a reutilização e reciclagem e per-mitindo a utilização de resíduos sólidos e líquidos, como fonte de energia.

Uma parte importante do planeamento da área foi a criação de unidades de separação de resíduos perto das habitações. geralmente, os habitantes têm uma sala de separação de lixos no bloco de apartamentos ou por perto, tornando-se mais fácil a triagem de papel e de embalagens.

Existem dois sistemas paralelos para separação de resíduos que estão a ser testados. Um deles é o triturador de resíduos alimentares e o outro é um sistema centralizado de vácuo.

Västra hamnen (o porto ocidental) é uma área de desenvolvimento urbano. trata-se de um bairro novo e moderno, com habitação, escritórios, lojas e serviços. Esta área está em desenvolvimento contínuo e está focada numa sociedade sustentável, com base no aprendido com o desenvolvimento da primeira fase do bO01.

• todas as casas em Västra hamnen são construídas de acordo com as normas estabelecidas no Programa de Qualidade, criado em conjunto na Expo bO01. O programa estabelece as diretrizes de qualidade arquitetónica na escolha de materiais, os consumos de energia, questões ambientais e técnicas a utilizar nas infraestruturas.

Os edifícios foram projetados por 22 empresas de arquitetura, às quais foi dada muita liberdade de expressão. Uma vez que a diversidade deveria ser uma das principais características da área. Ao mesmo tempo não é possível dizer, olhando de fora, que as soluções escolhidas foram tomadas para tor-nar o edifício ecologicamente sustentável.

Cerca de dezoito promotores imobiliários têm trabalhado com vários tipos de casas, tamanhos de apartamentos e tipo de propriedades.

Muitas das habitações do Bo01 são equipadas com tecnologia avançada para reduzir as necessidades de energia. Outras habitações usam tecnolo-gias mais simples para alcançar os mesmos objetivos. Alguns dos edifícios desportivos são grandes coletores solares, demonstrando claramente o uso da energia solar.

• 100% de Energias Renováveis

O novo bairro é exclusivamente alimentado por energias renováveis.

A energia utilizada no porto Ocidental será gerada dentro ou perto da área. Uma grande percentagem das necessidades relacionadas com o aqueci-mento, serão extraídas da água do mar e das águas subterrâneas.

A energia será recolhida através de painéis solares, energia eólica e células fotovoltaicas.

O biogás será produzido a partir de resíduos da área e será utilizado para aquecimento das habitações e para alimentação dos veículos automóveis.

Um uso eficiente de energia é essencial para conseguir atingir o objetivo de só utilizar energia renovável, produzida localmente. Foi instalado um dis-positivo nos edifícios para minimizar os gastos de energia em aquecimentos e eletricidade.

Foi incentivada a utilização de energias renováveis. Uma grande parte do

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aquecimento da cidade é coberto por um aquífero subterrâneo que serve para armazenar o calor para os meses de inverno.

também é utilizada a água do mar, para o arrefecimento das condutas, bem como coletores solares.

A eletricidade é gerada por uma instalação de energia eólica e, em per-centagens menores, são geradas por células fotovoltaicas.

A produção de biogás é feita a partir dos resíduos domésticos.

Sydkraft desenvolveu um conceito único com base em 100% de energia renovável a nível local para o novo bairro. O conceito é baseado nas con-dições locais de produção de energia.

Em Västra hamnen cerca de 1 000 casas obtêm o seu fornecimento de en-ergia a partir de fontes renováveis, energia solar, energia eólica e através de uma bomba de calor que extrai calor da água do mar e de um aquífero. Existe uma área de 1 400m2 de coletores solares, que foram colocados no topo de 10 edifícios, complementando o calor fornecido pelo bombeamento da água do mar.

Existe uma estação de energia eólica (2mW), colocada em norra hamnen e cerca de 120 m2 de células solares produzem eletricidade para os apar-tamentos.

a definição de 100% de energia renovável é baseada num ciclo anual, o que significa que em certos períodos do ano, os sistemas urbanos da cidade emprestam energia ao bO01 e outras vezes o bO01 fornece a sua energia excedente.

Uma parte importante do conceito é o baixo uso de energia nos edifícios. Só é permitido, a cada unidade, 105 kWh/m2/ano, incluindo energia elétrica residencial.

O conceito de energia está em consonância com os objetivos da Comissão Europeia para aumentar substancialmente a quota das energias renováveis na Europa.

• Ciclo ecológico

Västra hamnen está ligada à rede de esgotos existente em Malmo, que será melhorada, pois ir-se-á extrair nutrientes e metais pesados do iodo, estes nutrientes serão reutilizados na agricultura e os metais serão utilizados no processo de tratamento.

Os resíduos orgânicos, que têm uma conduta própria, serão transformados em biogás.

As embalagens para reciclar serão recolhidas em pontos de recolha.

• tráfego

O bairro foi planeado para minimizar as necessidades futuras de utilização e dependência do automóvel.

Para tal, foi criada uma ciclovia, um sistema de transportes públicos atraente e bem desenvolvido, executado com combustíveis ecofriendly.O pedestre e o ciclista têm prioridade em relação ao automobilista.

As paragens de autocarro estão num raio de 300 m dos apartamentos, sen-do uma distância curta para se poder fazer a pé.

Os autocarros passam de sete em sete minutos e fazem ligação com vários pontos principais da cidade.

Em termos de estacionamento, o rácio é de 0.70 por cada apartamento.

Existe um carpool elétrico para os moradores.

Foi criado um programa de veículos alimentados por combustíveis eléctri-cos e veículos movidos a gás.

• Biodiversidade

O bairro foi construído tendo em conta a diversidade natural e por isso estão a ser criados habitats com várias espécies de animais e plantas.

Criaram-se telhados e fachadas verdes, de modo a aumentar o espaço

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verde e dar continuidade à estrutura ecológica.

A água da chuva é utilizada para a limpeza dos espaços públicos, enquanto a água do mar é utilizada para o arrefecimento de condutas e coletores solares.

iLUStRaÇÃo 455. EdiFÍCioS MULtiFaMiLiaRES no Bo01

iLUStRaÇÃo 456. EdiFÍCioS MULtiFaMiLiaRES no Bo01

iLUStRaÇÃo 457. MaRina E PontE SoBRE o CanaL no Bo01

iLUStRaÇÃo 458. aRRUaMEnto PaRtiLhado no Bo01

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iLUStRaÇÃo 461. dEtaLhE do ESCoaMEnto doS EFLUEntES PLUViaiS no Bo01

iLUStRaÇÃo 462. dEtaLhE daS gRELhaS dE dREnagEM dE EFLUEntES PLUVi-AIS NO bO01

IlUStRAçãO 459. PRAçA PUblICA NO bO01

IlUStRAçãO 460. PRAçA PUblICA NO bO01

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• Existiram várias decisões estratégicas que levaram a um resultado posi-tivo do desenvolvimento de Malmo.

Entre elas, está a ponte de Copenhaga, que foi concluída no ano de 2000, e a Universidade de Malmo, que tem mais de 20 000 alunos, e que traz para a cidade, novas ideias, pesquisas e conhecimentos.

• Situado num ponto magnífico, o centro urbano está a ser construído para a vida, educação e trabalho, mostrando que a classe nobre da arquitetura proporciona melhores condições a longo prazo de sustentabilidade dos edi-fícios e das cidades.

• o Porto ocidental de Malmo, Vastra hamenn, tornou-se o bairro mais fa-moso da cidade em termos da integração entre ambiente e energia no pla-neamento urbano.

• Flagghusen é o segundo maior desenvolvimento em grande escala no porto ocidental, que visa incorporar aspirações de energia, meio ambiente e qualidade, acessibilidade, incorporando/demonstrando que a construção sustentável não precisa ser cara

• o novo Parque de dania tornou-se um dos lugares mais bonito de Malmo, onde as pessoas podem passear tranquilamente.

O parque oferece uma riqueza de oportunidades para descobrir as mudan-ças sazonais da natureza, bem como pode ser utilizado para acontecimen-tos musicais, jogos, banhos de sol e piqueniques.

Este parque torna este local da cidade num ponto de encontro.

• no extremo sul da área do Bo01 localiza-se o porto que sendo um dos pontos de entrada é a mais recente marina de Malmo, que traz a água para o ambiente urbano e adiciona a azáfama de um porto convidativo.

• o Bo01 converteu o distrito de Västa hamen numa área de lazer, trabalho e estudo. Este projeto demonstra que os brownfields podem ser transfor-mados em zonas residenciais e de comércio com vida.

• o projeto gerou muita atenção e no momento cerca de 10 universidades e faculdades estão envolvidas no trabalho de avaliação. Esta zona recebe visitas de estudo de todas as partes do mundo.

Uma parte importante que suscita interesse são as infra-estruturas e os seus sistemas técnicos, como por exemplo, o sistema de eliminação de re-síduos e o fornecimento de energia.

Estão a ser efetuadas pesquisas em todas as áreas de prioridade: descon-taminação do solo, tráfego, energia, estrutura verde e águas pluviais, cons-trução, reciclagem, meio ambiente, educação e desenvolvimento susten-tável.

• as soluções utilizadas ao nível da energia no Bo01 têm atraído muito in-teresse internacional e em Outubro de 2000, o projeto recebeu um prémio da Comissão de Energia.

• diversidade de formas e origem do financiamento

• Estudos ambientais como forma de suporte para o início do programa

• Malmo é uma cidade compacta, que facilita os serviços coletivos, incluindo o transporte e as ciclovias. Simultaneamente incorpora usos mistos e es-paços verdes, criando condições favoráveis para um desenvolvimento ur-bano sustentável.

• os fatores potenciadores do sucesso do Porto ocidental de Malmö foram:

- Os preços acessíveis,

- o diálogo criativo (ByggaBodialogen) estabelecido entre as partes in-teressadas envolvidas num novo processo de planeamento que facilitou a discussão entre representantes de Malmo, em conjunto com promotores imobiliários e arquitetos sobre temas de sustentabilidade e expectativas.

- Diversas empresas, tradicionalmente concorrentes, aprenderam a coop-erar a fim de construir um distrito mais atraente e sustentável.

5

5.1

5.2

RESUltADOS ObtIDOS, FAtORES POtENCIADORES E DESAFIOS EN-CONtRADOS

RESUltADOS gERAIS

FAtORES POtENCIADORES

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- Embora, no início, houvesse alguns desafios, a maioria dos participantes concordou que era um processo que valia a pena.

Os principais desafios encontrados prenderam-se com a aceitação e ne-cessidade por parte do público relativamente às políticas de sustentabili-dade.

Os requisitos para a sustentabilidade ecológica (por exemplo, economia da energia) são necessários, mas não suficientes. Só quando as exigências emocionais, intelectuais e sociais forem fornecidas é que é possível alcan-çar uma sociedade sustentável. Sustentabilidade pressupõe uma conside-ração genuína e um comprometimento intelectual.

A importância da sustentabilidade só será percebida quando as alternativas sustentáveis se tornarem mais atraentes. Ou seja quando o desenvolvimen-to sustentável da cidade e o modo de vida sustentável se revelar financeira-mente mais conveniente, vantajoso, confortável, agradável e bonito.

• a urbanização gera desenvolvimento económico e bem-estar, mas tam-bém leva a problemas de abastecimento de águas e esgotos, a problemas de trafego, energia e possibilita o consumo excessivo de recursos. Resolver os problemas ambientais das cidades é, portanto, a chave para o seu futuro.

• o Bo01 é o distrito que quer ser um exemplo a nível nacional e que será a força motriz para o desenvolvimento de Malmo, em termos de sustenta-bilidade ambiental.

• Projeto alicerçado em pesquisas e estudos

• Financiamento de vários intervenientes fazendo com que o projeto não fique dependente apenas de um instituto / empresa ou governo

• acreditar nas potencialidades das políticas sustentáveis como forma de dar maior qualidade de vida, crescimento económico e urbano conduzindo à regeneração urbana da cidade.

• aproveitamento das condições naturais

• Potenciar e reutilizar áreas desvalorizadas, contaminadas e com antigas ocupações industriais.

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5.3

ANÁlISE CRÌtICA E BEChMaRkS PARA REPlICAR

PRINCIPAIS DESAFIOS

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Page 71: Benchmarking Internacional, case studies de Regeneração Urbana

17 DUblIN

Programas, Planos e Incentivos associados à Regeneração da Cidade de Dublin

diagnóstico e Medidas de Regeneração mais recentes

Obra feita

Resultados obtidos, fatores potenciadores e desafios encontrados

Analise crítica e benchmarks para replicar

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A regeneração das Docas de Dublin foi promovida pela autoridade portuária com base num plano diretor.

O Plano Diretor das docas de Dublin estabelece um quadro global para um período de 10 anos, de 2003 até 2013, após o qual será novamente revisto em conformidade com as disposições da lei de 1997.

O Plano estabelece um quadro estratégico e a realização dos projetos e pla-nos a desenvolver por parte da autoridade portuária, de acordo com o artigo 25º da Lei do desenvolvimento das docas de dublin, de 1997 (este artigo orienta a implementação do desenvolvimento e da regeneração).

Este Plano Diretor foi revisto em 2008. A sua elaboração incluiu a partici-pação permanente dos atores locais.

1

1.1

PRogRaMaS, PLanoS E inCEntiVoS aSSoCiadoS À REgENERAçãO DA CIDADE

DE DUblIN

PlANO DIREtOR DAS DOCAS DE DUblIN

IlUStRAçãO 463. zONA DE REgENERAçãO URbANA

IlUStRAçãO 464. QUAtRO zONAS DE REgENERAçãO

A zona da regeneração das docas envolve quatro zonas:

1. North lofts

2. Poolbeg

3. grand Canal Dock

4. Costum house Docks

North LottsPlanning Scheme

Poolberg PlanningScheme

Grand Canal Dock

Planning Scheme

Custom House Docks

Planning Scheme

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1.1.1. OBJETIVOS

O Plano Diretor das Docas de Dublin tem como objetivo orientar o desen-volvimento e a regeneração da zona portuária, e abrange ainda o desenvolvi-mento social e económico, o uso do solo, os transportes, o design urbano, as infraestruturas urbanas, a arte, o turismo e a cultura.

O esquema de planeamento tem como objetivo fornecer a Dublin uma es-trutura social, económica e ambiental integrada. Irá incluir a melhoria da esfera pública, tornando-a acessível e com espaços públicos atraentes e abertos.

tem ainda como objetivo uma melhoria da oferta de transporte público, irá melhorar a rede viária, bem como apoiar o desenvolvimento, juntamente com as infraestruturas e adequados serviços.

Um objetivo mais específico do Plano diretor é a conexão da Mayor Street entre a guilda Street e a Wapping Street. Esta conexão será realizada como parte do desenvolvimento da área. Quando concluída irá permitir maior aces-sibilidade para todos os modos de transporte e em particular para a rede de autocarros e pedestres. A construção do túnel Dublin Port já começou e irá proporcionar uma nova ligação estratégica para o norte do porto. O túnel deverá reduzir sensivelmente os movimentos dos veículos pesados na área, embora uma percentagem significativa procurará continuar a passar ao longo do cais através do centro da cidade.

Seguidamente explicita-se os objetivos traçados para cada zona:

1. Plano de North Lofts

• Prosseguir com uma política de desenvolvimento de usos mistos para a área, a fim de alcançar um meio ambiente sustentável integrando o trabalho e o lazer;

• alcançar a regeneração social, económica e física da área provendo o de-senvolvimento residencial e comercial;

• Procurar assegurar a integração na habitação entre pessoas de estratos sociais diferentes, garantindo que a mistura de tipos e tamanhos residen-ciais é desenvolvida de forma razoável correspondendo às diferentes exi-gências de cada família, incluindo os idosos e pessoas com deficiência;

• implementar rapidamente as iniciativas de transportes públicos na área de desenvolvimento de forma a garantir um regime ordenado e equitativo do desenvolvimento;

• garantir que o desenvolvimento residencial não ultrapasse uma densi-dade líquida de 247 unidades por hectare, a menos que possa ser clara-mente demonstrado que a boa orientação e padrões adequados de espaços abertos são alcançados;

• Procurar tirar partido das massas de água para as amenidades, para o desenvolvimento social e económico;

• Complementar os corpos de água com os arranjos de espaços públicos.

2. Plano de Poolberg

• Proteção e valorização dos recursos naturais e de lazer existentes.

• Melhoria da zona sul da península e do parque natural de irishtown, for-necendo novos espaços que proporcionarão alguma utilidade à baia de Dublin.

• Criação de espaços que proporcionam um ambiente natural e uma conexão entre recursos naturais.

• o desenvolvimento deve responder à paisagem e proporcionar uma van-tagem natural nas zonas de recreio e lazer. A densidade e espaços abertos irão responder à paisagem natural e recursos biológicos da área, poten-ciando a vida familiar e a vigilância natural.

• as políticas de planeamento vão garantir a implementação destes princí-pios de proteção da paisagem e dos recursos naturais, controlando a forma de desenvolvimento dos espaços públicos.

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• a política de planeamento visa a revitalização do património histórico da península e a sua reincorporação no tecido da cidade, combatendo a ima-gem da península como uma zona marginal da cidade.

• os bens históricos serão restaurados, conservados e integrados no de-senvolvimento, adicionando o caracter do desenvolvimento como um todo. O esquema de planeamento vai garantir a implementação destes princípios, incluindo novas utilizações para os edifícios históricos.

• É necessário melhorar as ligações de transportes públicos para permitir um bom desenvolvimento.

• o esquema de planeamento incorpora um quadro de paisagens com base numa apreciação das características da península e da sua coexistência com o desenvolvimento industrial de grande escala e das infraestruturas.

• o quadro de paisagens tem o objetivo de melhorar as áreas de espaço aberto atuais e criar novos espaços abertos, implementando uma continui-dade de zonas verdes e boas acessibilidade da via pública.

A visão global para a península de Poolbeg é:

“Para criar um bairro urbano à beira do rio que facilita o crescimento con-solidado sustentável da cidade de Dublin e articula uma nova relação entre a cidade e a baia. O bairro irá proporcionar o uso comercial, residencial e cultural, enquanto irá equilibrar os requisitos essenciais das infraestru-turas industriais. O potencial de lazer e recreio será melhorado através de uma paisagem e quadro ambiental que otimiza os recursos naturais da península.”

Esta visão global engloba um número de objetivos. Estes objetivos são agru-pados em quatro temas: ambiente, sustentabilidade, local e infraestrutura.

O sistema de planeamento tem como objetivo:

• desenvolver um novo bairro urbano importante para dublin, com uma expansão comercial, residencial e cultural da cidade dentro dos próximos 20 anos;

• Contribuir para o crescimento da cidade e desenvolvimento económico da Região;

• atender às necessidades residenciais futuras da cidade e da região para esta e para a próxima geração;

• Suprir as necessidades holísticas existentes na comunidade;

• desenvolver o potencial da península como um local acessível e recrea-tivo;

• Fornecer um alto padrão do desenho urbano e fornecer uma esfera públi-ca de alta qualidade em relação aos espaços públicos abertos;

• otimizar o potencial da cidade e da península, dada pela sua localização estratégica;

• Concretizar o atual potencial de um brownfield, fornecendo um local sus-tentável para a consolidação do crescimento urbano;

• Reposicionar fisicamente a cidade envolvendo a Baia de dublin e o porto da cidade, aproveitando os recursos naturais da península;

• Melhorar significativamente o ambiente físico e a biodiversidade da penín-sula, mantendo e melhorando o ambiente protegido;

• Melhorar a qualidade histórica e arquitetónica dos recursos existentes, garantindo a sobrevivência a longo prazo, através da conservação, restauro e novas acessibilidades;

• Criar um quadro urbano sustentável, tornando mais eficientes os recur-sos, nomeadamente a água, energia, matérias-primas e bens, de forma ino-vadora e pratica.

• garantir que o ambiente físico (ruido, odor, incomodo e qualidade do ar) seja aceitável para futuros ocupantes.

• Proporcionar um equilíbrio entre os usos, a densidade e o desenvolvimen-to, de modo que a longo prazo poderão proporcionar padrões sustentáveis

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de vida, trabalho e viagem;

• Melhorar a acessibilidade à península através do desenvolvimento de um quadro de movimento com um forte enfase na rede de transportes públicos e na incorporação de transportes sustentáveis;

• Estabelecer um nível elevado de integração entre o uso da terra e os transportes, maximizando a conectividade e a permeabilidade;

• Permitir a operação de serviços públicos essenciais, associados com ativi-dades que devem ser organizadas e consolidadas dentro de uma estratégia global de melhoria ambiental;

• Fornecer os serviços necessários e infraestruturas, para facilitar a opera-ção

3. Plano de Costum House Docks

O Plano de Ação prevê:

• Usos mistos – o plano quer integrar uma área urbana e para tal, será necessário criar usos para um serviço central de finanças, restaurantes, lo-jas, serviços, etc., que colmatarão as necessidades dos novos trabalhadores e moradores da área. A Autoridade do Porto prevê a construção de um hotel, atraindo mais turistas. Prevê-se ainda conservação do Stack A para utili-zação cultural, realização de eventos e exposições.

• oportunidades para projetos nacionais – Como é o caso do national Sports Centre que oferece uma oportunidade de criar um projeto nacional tal como um centro de conferências, ou reabilitar o próprio centro de des-porto.

• tornar a frente rio o mais atrativo possível para os visitantes através da criação de elementos.

• Prevê-se a conservação de alguns edifícios, materiais e padrões de ruas, pois apresentam valor visual e histórico que deve ser conservado para as futuras gerações.

• no campo da arquitetura e desenho urbano – procurar-se-ão os mais altos padrões incluindo paisagismo, mobiliário urbano e sinalização, acredi-tando-se que tais padrões são essenciais para a melhoria da cidade e sua atratividade.

• Prevê-se o controlo do trafego automóvel para melhoria da qualidade am-biental e da mobilidade dos ciclistas e dos peões. Os parques de estaciona-mento foram dimensionados de acordo com o número de visitantes e de moradores.

• Relativamente a transportes públicos, embora se trate de uma zona de grande acessibilidade, pois está próxima dos nós principais de transportes públicos, prevê-se a maximização da utilização dos transportes públicos.

4. Plano de Grand Canal Docks

• Conservação e recuperação de edifícios

• dinamizar com a integração de diferentes usos

• Melhoria nos transportes e acessibilidades

• Criação de vias para peões e ciclistas

• aumentar a atratividade da zona

1.1.2. ESTRATÉGIA

As Docas são uma área de uso misto onde a Autoridade do Porto está em-penhada em incentivar as famílias a viver e também a uma mistura de dife-rentes tipos e tamanhos de habitações criando uma zona residencial sus-tentável com um uso misto.

Neste sentido, o Plano Diretor afirma que irá executar mas ao mesmo tem-po exigir que os projetistas implementem apartamentos sustentáveis e que promovam a ocupação por parte de famílias.

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Como estratégia o Plano diretor adotou uma medida em que exige que 20% de todo o desenvolvimento residencial deve ser para habitação social. Este alojamento deve ser indistinguível em termos de design e aparência e deve ser integrada com as outras habitações.

todas as partes de desenvolvimento serão sujeitas a uma avaliação de sus-tentabilidade.

O sistema de planeamento é apoiado por uma Avaliação de Impacto Am-biental.

Seguidamente explicita-se a estratégia e as medidas estratégicas traçadas para cada zona:

1. Plano de North Folks

A estratégia geral para o desenvolvimento da área baseia-se no seguinte conjunto de princípios:

• Ligação da área para a cidade, em especial o iFSC e as comunidades cir-cundantes;

• Estratégia integrada para maximizar as acessibilidades dos transportes públicos, bem como a qualidade e capacidade, criando um ambiente de alta qualidade para os ciclistas e pedestres e minimizando o trafego automóvel, assim como o seu impacto sobre a área;

• Conservação da estrutura essencial, bem como o contexto da área;

• Fornecimento de uma vasta gama de utilizações e de densidade de desen-volvimento de forma a estabelecer um ambiente equilibrado entre trabalho e lazer e criar uma área animada e segura;

• Fornecimento de uma nova estrutura urbana, que decorre de padrões de desenvolvimento definidos, com novos espaços e ruas;

• Estabelecimento de um novo desenvolvimento e método de construção, de acordo com as diretrizes de design;

• desenvolvimento e melhoria de novas e significativas relações entre as comunidades existentes.

• a estratégia de 2000 a 2016 apresenta assim como principais pontos as propostas de transportes públicos para a área. A estratégia inclui a cons-trução de um corredor ferroviário, constituído por um túnel de interligação entre o centro de Dublin e a zona das docas.

o dublin City Council propõe a construção da ponte de Macken Street que ligará a guild Street e a Cardiff lane. Esta ponte tem a capacidade de for-necer ligações aos transportes públicos entre o norte e sul das docas.

2. Plano de Poolberg

• o plano diretor estipulou uma divisão de usos comercial e residencial. E para tal define uma relação na ordem de 60-70 para 30-40 entre uso resi-dencial e comercial.

Esta mistura é necessária devida à limitada capacidade da rede rodoviária e dos transportes públicos. A maior percentagem do desenvolvimento comer-cial iria sobrecarregar os transportes. As zonas comerciais estão dirigidas para zonas com maior acessibilidade de transportes públicos porque geram um maior número de movimentos, e, portanto precisam de estar em locais mais acessíveis.

• a zona 2 é específica para desenvolvimento comercial devido à sua proxi-midade com as atividades de Portrelated.

• a categoria residencial inclui equipamentos comunitários, culturais, ho-téis e lojas locais.

• o uso misto é obrigatório em cada zona, sendo aplicadas politicas que mostram o uso apropriado para o desenvolvimento cultural e residencial.

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• Em comum com o Plano diretor, o esquema de planeamento incentivará as unidades1 residenciais a ser totalmente acessíveis e flexíveis, de modo a satisfazer as diferentes necessidades (incluindo crianças, idosos e pessoas com deficiência) e os requisitos domésticos ao longo do tempo.

• o esquema de planeamento vai procurar incentivar uma expansão de es-critórios, situados em zonas próximas a linhas de transportes públicos. In-centivará a entrega de espaços a empresas, apoiando as empresas locais e as startups.

• todos os escritórios devem ser concebidos de forma flexível, para permitir uma futura subdivisão das unidades em resposta às mudanças do mercado.

• a fim de aumentar a animação de rua e o uso misto, os edifícios devem acomodar lobbies de entrada ou átrios transparentes, bem como integrar lojas, cafés, atividades de lazer e outras ações microeconómicas com aces-so do exterior.

• Para atender às necessidades diárias de compras e serviços adicionais, devem ser colocadas pequenas zonas comerciais em cada uma das quatro zonas.

• Esta disposição vai variar desde um pequeno centro local na zona 3, para pequenos supermercados nas outras zonas.

3. Plano de Costum House Docks

A administração do porto mandou realizar um grande número de estudos antes do início do plano, designadamente:

• o uso dos solos e o levantamento da situação existente;

• o levantamento dos serviços e infraestruturas existentes;

• Uma análise cuidada de todas as zonas;

• Um estudo sobre o uso do espaço do iFSC;

• Uma previsão sobre a necessidade de espaços comerciais;

• transportes e mobilidade, com particular incidência no estacionamento;

• Estudos de desenho urbano, com particular referencia na altura dos edi-fícios.

A autoridade do porto procurou parcerias, com o sector privado, para con-seguir atingir muitos dos objetivos de desenvolvimento.

4. Plano de Grand Canal Docks

• Para incentivar a abertura de lojas em torno das docas foram oferecidos subsídios.

• a estratégia de transportes é:

- A acessibilidade e os transportes públicos são maximizados e os movi-

IlUStRAçãO 465. DIStRIbUIçãO DE USOS

RESIDENtIAl USE RESIDENtIAl USE

1 As unidades acessíveis são as unidades que apoiam as necessidades de pessoas que podem ter deficiência ou necessidade especial.

As unidades adaptáveis são unidades onde o espaço interno pode ser reconfigurado para habilitar flexibilidade nas atividades que podem ter lugar dentro da unidade.

As unidades flexíveis são unidades que podem ser combinadas com unidades vizinhas para fazer unidades maiores.

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mentos dos peões e dos ciclistas aumentão reduzindo ao máximo o uso automóvel;- As ruas são desenhadas para encorajar atividades a pé;

- Eliminação do trafego de passagem, através da criação de novas es-tradas. Como existe uma grande zona de frente ribeirinha, prevê-se a sua utilização por peões e ciclistas, criando-se pontes exclusivas para os mesmos.

• a primeira fase do Master Plan prevê a criação de um sistema de mini-bus que liga as docas com o centro da cidade (DAbS). Primeiramente, as rotas existentes irão ser estendidas até a zona gCD e terão muita frequên-cia. Futuramente, as rotas serão desenhadas para as pessoas andarem no máximo 5 minutos a pé e as rotas terão interligação com a rede DARt.

• a estratégia para acessibilidades é:

- a primeira fase do Master Plan propõe a requalificação da Misery hill, transformando-a num acesso restrito a transportes públicos.- Foi proposta uma nova ponte que atravessa o River Liffey e que liga Car-diff Lane/ Macken Street com a guild Street.

• Relativamente à circulação de ciclistas e peões a estratégia é:- de acordo com o Master Plan, existirão caminhos para ciclistas ao longo das ruas principais.

- Estão previstos estacionamentos de bicicletas em locais chave

- Existirão passeios ao longo da frente rio.

• a estratégia para o edificado é:- As linhas dos edifícios existentes devem ser seguidas. Estas linhas per-mitem que o caracter da área seja protegido e integrado no novo desen-volvimento. A natureza contínua da estrutura dos blocos cria uma sen-sação de clausura dentro desta nova área urbana.

- Estes blocos garantem uma definição clara entre as áreas públicas e privadas. As fachadas dos blocos devem estar sempre a olhar para o es-paço público, pois aumenta a vigilância e faz com que as ruas, parques e praças públicas fiquem mais seguras.

- deve ser feito um realinhamento da Britain quay, criando uma faixa de utilidade ao longo do cais com a rodovia.

• a estratégia para os diferentes tipos de usos é:- o plano prevê um uso comercial de 40% e um uso residencial de 60%. A percentagem residencial inclui edifícios comunitários, culturais, hotéis. Estas percentagens poderão ser variáveis mas terão um mínimo de 40% para residencial e 30% para comercial.

- Algumas zonas estão identificadas como apropriadas para diferentes escalas de usos e de tipos de usos, devido às acessibilidades, estado de conservação e qualidade ambiental.

IlUStRAçãO 466. DIStRIbUIçãO DE USOS

CoMMERCiaL RESidEntiaL

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- As grandes empresas estarão localizadas próximas dos transportes públicos, para melhor comodidade dos trabalhadores.

- As pequenas empresas devem ser integradas em zonas de usos mistos.

- As habitações residenciais deverão ser construídas tendo em conta as várias faixas etárias (jovens solteiros, famílias com crianças, idosos, etc.).

- Em todas as propostas de habitação deverá ser apresentada uma mistu-ra de tipos e tamanhos diferentes.

Em suma a revitalização desta zona inclui:

• a natureza e a extensão do desenvolvimento proposto;

• a distribuição proposta e a localização de usos;

• Propostas, tendo em conta o plano global, incluindo alturas máximas e acabamentos externos do edificado;

• Propostas relativas ao desenvolvimento de instalações e conservação de património arquitetónico, bem como de outras características;

• Propostas relativas a transportes, incluindo o Layout de estradas, espaços para estacionamento e gestão de trafego.

2.1.1. PLANO DE NORTH LOFTS

Plano de North Lofts

Por volta de 1750, a área foi totalmente recuperada e foi colocado um layout distintivo nas ruas, mas não se conseguiu atrair um desenvolvimento sig-nificativo. Esta área foi dividida em 263 lotes que variam em área.

o desenvolvimento da área foi lento até ao início do Royal Canal e da doca Spencer, em 1789. Estas obras foram concluídas em 1806. Em meados de 1800, esta área incluía usos como serralharias e depósitos de madeira.

Em 1867, o sistema ferroviário Passager apareceu em north Wall quay, transformando a área numa zona de armazenagem e de indústria leve. Nesta altura construíram-se alguns edifícios com importância histórica.

Com a chegada da ferrovia, houve um declínio das atividades relacionadas com o canal e em 1990 a atividade de transporte marítimo desapareceu.

2

2.1

diagnÓStiCo E MEdidaS dE REgE-nERaÇÃo MaiS RECEntES

DIAgNóStICO

IlUStRAçãO 467. EStRUtURAS PROtEgIDAS E DE INtERESSE

A zona da regeneração das docas envolve oito zonas:

• a zona 1 inclui a doca de Spencer e as margens respetivas. a doca é pro-priedade pública e as margens são propriedade do CIE. A ponte Scherzer é uma estrutura protegida.

Esta zona é caracterizada pela abertura aos corpos de água e às margens. A zona está bem localizada em termos de transportes públicos, com pouca

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iLUStRaÇÃo 468. diFEREntES ZonaS dE intERVEnÇÃo EM noRth LoFtS

distância da estação de Connolly.

• a zona 2 é propriedade de um único proprietário. a zona é utilizada para manutenção dos vagões de mercadorias, possui pequenos escritórios, serviços, armazéns para usos industriais. Existem ainda quatro estruturas protegidas.

É uma zona bem localizada no que diz respeito a transportes públicos. Esta zona inclui a maior parcela de desenvolvimento e será crucial para o desen-volvimento de toda a área.

• a zona 3 é propriedade de vários proprietários. Existem quatro peque-nas parcelas para desenvolvimento residencial. Esta zona é utilizada para armazenamento e distribuição. Não existem estruturas protegidas na zona, mas existem alguns edifícios que acrescentam caracter à zona.

• a zona 4 pertence a vários proprietários. as parcelas a desenvolver têm áreas variáveis, isto é, existem parcelas pequenas e outras grandes. O uso predominante são o armazenamento e distribuição, havendo poucos serviços localizados ao longo da north Wall quay. Existem duas estruturas protegidas.

• a zona 5 pertence a vários proprietários. Existem duas parcelas peque-nas de desenvolvimento residencial e algumas parcelas médias. É uma zona com uso empresarial, de pequenas industrias, armazenamento e dis-tribuição. Não existem estruturas protegidas, embora existam alguns edifí-cios que adicionam caracter à área.

• a zona 6 pertence a vários proprietários, com a uma variedade de tama-nhos de parcelas. O uso predominante é de armazéns e distribuição, com alguns serviços localizados em north Wall quay. não existem estruturas protegidas.

• a zona 7 pertence a vários proprietários, sendo as parcelas de tamanho médio e grande e caracterizam-se por terem usos mistos. Existem duas estruturas protegidas e existem outros elementos com ligações às ferro-vias. Está estrategicamente localizada em termos de acesso de carro, pois é adjacente a Ponte East link.

• a zona 8 é o Campshires. É propriedade da autoridade do Porto. tem maioritariamente armazéns para apoio ao porto, onde, neste momento, existem pequenas empresas. trata-se de uma zona protegida.

Acessibilidades e transportes

A rede viária da área é primariamente orientada de este para oeste, entre a Rua Sheriff e a Rua north Wall quay, prolongando-se paralelamente com o rio Liffey e ligando o porto ao centro da cidade.

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A rede rodoviária existente tem níveis significativos de trafego, particular-mente durante a hora de ponta. Este trafego é gerado pelos movimentos suburbanos e horas de ponta. Isto constitui um problema porque como se pode verificar nos estudos de trafego realizados em 1998, existem algumas intersecções cuja capacidade máxima é ultrapassada nos períodos de ponta.

O sistema viário existente não subsiste a um aumento significativo do trân-sito.

Atualmente existem poucos transportes públicos. Existem duas carreiras de autocarros (a 53 e a 53A) e têm uma frequência reduzida. As principais carreiras de autocarros distam de alguma distância de Amiens Street.

as estações de comboio de Connolly e tara são as principais pontes de acesso à rede DARt e à rede ferroviária suburbana. Estas estações estão a cerca de 10 minutos a pé do extremo oeste da área e a cerca de 20 minutos a pé da extremidade leste da área.

Serviços

as descargas das águas pluviais vão diretamente para o Rio Liffey. não sen-do aceitável para a Camara Municipal de dublin é necessário projectar um sistema de descarga que irá assegurar que não existirá contaminação do rio Liffey. É necessário que haja um armazenamento de seis horas para uma tempestade com um período de retorno de 5 anos.

Solos

De acordo com estudos sobre os antigos usos da zona, conjuntamente com antigas propostas de desenvolvimento, verificou-se que algumas zonas po-dem estar contaminadas.

2.1.2. PLANO DE POOLBERG

a península de Poolberg fica na Baia de dublin, a sul da foz do Rio Liffey está a apenas 2 km, para leste, da Ponte de O’Connel, situada no centro da cidade de Dublin.

o Ministro do ambiente, Património e governo Local pediu um esquema de planeamento que abrange 93.3 hectares e, em termos gerais, inclui as seguintes terras:

• o antigo terreno da Fabrica de garrafas de vidro;

• a zona de Fabrizia;

• Parte do porto de contentores;

• Uma faixa ao longo de Pigeon Road house;

• a zona de Pigeon Road house e arredores, incluindo a histórica estação elétrica, o hotel e o forte;

• o parque de Sean Moore;

• a costa sul da península, com frente para a Baia de dublin, incluindo o Parque Natural de Irishtown;

• as extremidades leste da península.

Existem quatro zonas de desenvolvimento, que foram definidas de acordo com a filosofia de design, onde a densidade será fixada com base numa serie de fatores específicos do local.

iLUStRaÇÃo 469. ZonaS dE dESEnVoLViMEnto

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2.1.3. PLANO DE COSTUM HOUSE DOCKS

As principais áreas são:

• a zona original da Custom house docks, em grande parte abrangida pelo planeamento, em 1987;

• as áreas posteriores ao planeamento de 1987, onde se incluem:

- O escritório de An Post – foi comprado pela autoridade postal nos anos 50. O departamento dos funcionários públicos desenhou a proposta de construção dos escritórios que foi inaugurado em 1964. todas as ativi-dades deste edifício foram transferidas de acordo com as necessidades da An Post (autoridade postal). A An Post quer vender o edifício, o que será apropriado para integrar esta zona de reabilitação.

- a estação de comboio de Connolly;

- a frente rio entre a ponte de Matt talbot e a intersecção com o Cais north Wall e a Rua guild;

- A zona do antigo centro de desportos;

- A zona de apartamentos da rua Sheriff.

A zona original da Custom house Docks ocupa uma área de terra recu-perada, entre a zona norte e este. As características dominantes da zona são as duas frentes de água.

A george’s Docks para Sul, que está ligada à doca interior para o Norte, sendo a maior das duas bacias.

A zona An Post Sorting Office ocupa cerca de 8.000 m2 e o edifício ocupa aproximadamente 87% da área.

a Connolly Station é uma estação com características arquitetónicas únicas e prevê-se a preservação da fachada de acordo com o Plano de Desenvolvi-mento de Dublin.

A área da frente rio inclui três zonas distintas:

• a rua movimentada;

• a frente rio;

• a zona do Rio Liffey.

a frente rio está em atividade desde o meio do seculo XViii. no início não continha nenhuma estrutura mas no início do seculo XX foram construídos vários armazéns ao longo desta área. Estes armazéns foram destruídos fi-cando apenas o Custom house quay, que foi convertido num centro tem-porário de Marketing e nos escritórios da autoridade do Porto.

a zona de frente rio na área de north Wall está parcialmente ocupada por armazéns antigos que ainda têm algum uso industrial.

Os apartamentos da Sheriff Street eram originalmente uma zona residen-cial com alguma atividade de oficinas. A maior parte da área foi demolida para permitir a construção dos Sheriff Street Flats. Estes quarteirões de apartamentos são constituídos por edifícios de quatro andares com grande valor arquitetónico.

Esta zona ocupa cerca de 14.5 hectares e a zona ribeirinha ocupa 10 hec-tares. O antigo terminal Jetfoil, que agora é utilizado como escritórios da Autoridade do Porto, é a única estrutura moderna e contem cerca de 966 m2. Este edifício tem uma boa vista sobre o rio.

A principal característica visual e funcional do cais é a ponte elevada, de ferro fundido, que atravessa o canal desde as Custom house Docks até ao rio Liffey.

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iLUStRaÇÃo 470. CoStUM hoUSE doCkS

IlUStRAçãO 471. DIStRIbUIçãO DE USOS

2.1.4. PLANO DE GRAND CANAL DOCK

iLUStRaÇÃo 472. Zona dE REaBiLitaÇÃo do PLano dE gRand CanaL doCk

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iLUStRaÇÃo 473. ÁREaS diStintaS CoM diFEREntES CaRaCtERÍStiCaS

O terreno que compreende a área do gCD foi recuperado após a construção de um muro localizado a 1 km da cidade do Rio Dodder. O gCD foi aberto em 1796.

Em 1918 a grande doca seca foi aterrada e arrendada para estaleiro de carvão e, posteriormente, as duas docas gravin tornaram-se uteis na indús-tria da moagem da farinha de trigo e na produção de gás. Depois aparece-ram três novas indústrias (refinamento do açúcar, fabrico de fertilizantes químicos e embalamento).

As únicas áreas a conservar, identificadas no Plano Director, estão relacio-nadas com as bacias de água interiores e exteriores das docas, o Liffey e o rio Dodder. Estas áreas incluem as áreas de frente rio e docas. Esta área contém um número significativo de edifícios com interesse estrutural e ar-quitetónico, que estão definidos como edifícios protegidos.

Esta área é bastante diferente da zona envolvente. Os edifícios junto à doca são contrastantes em relação ao edificado linear da Pearse Street e da South Dock Street.

Pearse Square é uma área de conservação, com muitas habitações. Além disso, existem armazéns que são estruturas protegidas junto ao cais que têm um caracter único. também existe uma zona de armazéns, na barrow Street e na zona da bacia de água interior que é única devido às suas facha-das e a sua ligação com a água.

Existem fortes ligações entre o Este e o Oeste, mas acabam abruptamente na foz do rio Dodder e na zona da gCD. As ligações para o Norte terminam no rio Liffey, mas com a proposta da ponte Macken Street, esta ligação seria estendida. As ligações existentes para o Sul são restritas pelas pontes em arco da ferrovia.

A área junto a foz do rio Dodder e a doca, oferece uma oportunidade para criar um escape da cidade.

Existem algumas atividades junto a Pearse Street e Ringsend Street mas dentro da zona em estudo há poucas atividades ao longo da rua.

Uma grande parte das áreas desta zona quer junto ao rio Liffey e quer junto ao rio dock, têm vistas maravilhosas. o rio Liffey tem ligações físicas e visu-ais estratégicas para o centro da cidade.

A área foi dividida em zonas específicas de desenvolvimento com diferentes características e padrões de propriedades.

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IlUStRAçãO 474. DIStRIbUIçãO DE zONAS

• a zona 1 é de múltiplos proprietários e inclui quatro estruturas protegidas que devem ser mantidas. Esta zona é bastante atrativa pois fica em frente ao Rio Liffey, a Cardiff Lane e a hanover Street East. tem também a vantagem de ter boas acessibilidades e uma boa rede de transportes públicos.

• a zona 2 é a antiga zona de produção de gás de dublin. a restante zona é ocupada pela fábrica de betão kilsaran. É a maior zona com mais interven-ções ao nível da regeneração. Esta zona tem uma vista maravilhosa para o Rio Liffey e para o gCd.

• a zona 3 compreende dois armazéns que estão em funcionamento. nen-hum edifício da zona merece preservação.

• a zona 4 ocupa uma posição predominante da frente do rio e em termos de acessibilidades a ligação para Ringsend devia ser melhorada.

• a zona 5 é de múltiplos proprietários e compreende armazéns e usos industriais. Esta zona inclui duas estruturas protegidas. Uma está em bom estado de conservação e a outra tem que ser reabilitada. O gCD e os armazéns são elementos históricos desta área embora restrinjam o seu de-senvolvimento.

• a zona 6 fica em frente da bacia exterior do gCd e à Ringsend Road. Existe uma estrutura protegida dentro desta zona que terá que ser mantida. Esta zona é de dois proprietários e está em funcionamento. A área circundante é essencialmente residencial.

• a zona 7 é de propriedade múltipla e faz frente com a bacia interior, que traz como vantagem a grande incidência do sol da tarde. É limitada a sul pela principal ferrovia e pela grand Canal Dock Station. A área a leste de barrow Street é predominantemente residencial. Esta zona é definida pela utilização predominantemente industrial e possui alguns dos moinhos de armazenagem e conservação.

• a zona 8 é uma zona triangular que fica no extremo da bacia exterior. Situa-se na confluência do Rio Liffey e dodder, e na boca do gCd. devido à falta de pontes adequadas esta zona tem um baixo nível pedonal. Uma grande parte desta zona é composta por três docas. Esta parte da zona é propriedade da Autoridade do Porto e está atualmente desocupada. Esta zona tem a vantagem de, grande parte, ser de propriedade pública.

• a zona 9 está localizada numa importante posição no lado leste da con-fluência do Rio Liffey e dodder. Esta zona não é acessível a partir da penín-

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sula, embora faça parte da porta para o gCD. A zona é de dois proprietários. Existe um centro comunitário de Ringsend na parte Sul. A zona norte neces-sita de ser reabilitada.

Transportes

hoje em dia, a área é servida por duas rotas de autocarros (a rota 1 e 3), que percorrem Ringsend e o centro da cidade. Existem outras rotas que servem o sul da zona.

Existe uma linha de comboio que vem do centro da cidade para a zona sul.

Acessibilidades

Esta área é atravessada pela Pearse Street e a Ringsend Road, que provi-denciam as maiores ligações com o este e o oeste. A grand Canal Street também conecta com o este-oeste.

Esta área está bem conectada com a cidade pelo Sul, junto ao Rio Liffey. a Sul da área, na barrow Street existe a estação grand Canal Dock Station. As Pearse Street e a grand Canal Street fazem a conexão desta área com o este e oeste para dentro e fora da cidade. A proposta de uma nova ponte, Machen Street Bridge, que atravessa o Rio Liffey melhorará o acesso a esta área.

Usos

O uso do solo é maioritariamente industrial com um variado número de armazéns, silos e lojas localizadas no cais. As comunidades residenciais de Ringsend e Pearse Street são adjacentes à área, a leste e oeste, respe-tivamente. A imagem dominante da região é a abertura criada pelas duas bacias hidrográficas.

IlUStRAçãO 475. tEAtRO bORD gÁIS NO gRAND CANAl SQUARE

IlUStRAçãO 476. tEAtRO bORD gÁIS NO gRAND CANAl SQUARE

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Plano de North Lofts

Em North lofts o futuro consiste numa distribuição modal para transportes públicos, circuitos pedonais e de bicicleta. Além disso, são necessárias me-didas provisórias para facilitar o movimento de trafego nas horas de ponta.

É necessário uma melhoria das infraestruturas existentes e a construção de novas, tais como:

• Uma nova estação de bombagem para elevar as águas residuais para a zona de tratamento em Ringsend;

• Executar um projeto para o abastecimento de águas de acordo com os padrões da Camara Municipal de dublin, assegurando o adequado nível de fornecimento de água;

• a modernização da rede de distribuição elétrica com a execução de pelo menos uma nova subestação de 100kV;

• incorporar todas as instalações de serviços públicos de forma a evitar a esterilização da terra.

Relativamente á contaminação de solos será necessário determinar os lo-cais específicos, tendo em conta estudos hidrogeológicos e qualidade do terreno. Qualquer terra contaminada necessitará dum projeto de requalifi-cação e será necessário uma licença de gestão de resíduos.

Plano de Poolberg

As propostas para cada uma das zonas definidas são:• a zona 1 será um bairro com usos mistos, que inclui o uso residencial. Esta zona será um ponto focal para o resto da península e comunidades vizinhas. A influência da baia de Dublin será estendida para o bairro através de novos espaços públicos, que irão formar um lugar central;

• a zona 2 será uma área de desenvolvimento comercial, localizada na in-terface existente entre o bairro residencial de Ringsend, da instalação por-tuária de Dublin e das infraestruturas de grande utilidade.

• a zona 3 irá maximizar o potencial oferecido pela sua posição com vista para a baia de Dublin e o seu caracter será influenciado pelas grandes dis-tribuidoras. A parte norte da zona terá um desenvolvimento comercial que irá satisfazer as necessidades do porto de Dublin. A parte sul será principal-mente residencial e orientada longe das grandes infra-estruturas. Será um bairro familiar, com uma ampla gama de habitações.• a zona 4 será dominada por uma serie de edifícios emblemáticos. Serão criados novos espaços públicos que criarão um novo coração para a área, proporcionando uma área flexível e multifuncional para uma variedade de usos culturais e recreativos.

Não foram encontradas as medidas de regeneração especificas para o Plano de Costum house Docks e para grand Canal Dock mas de seguida especificaremos as medidas de regeneração gerais:

• Melhoria, controlo e investimento nos transportes para suportar e or-ganizar o desenvolvimento urbano previsto;

• Equilibrar o desenvolvimento urbano com o crescimento e densidade populacional;

• integração dos diferentes usos num espaço fornecendo aos residentes todo tipo de serviços bem como reduzir a necessidade da utilização do au-tomóvel e aumentando assim a qualidade de vida e atratividade do local;

• Melhoria e restauro de edifícios,• aplicar políticas de sustentabilidade ambiental melhorando a salubridade dos espaços;

• Criar elementos e potenciar os existentes de modo a atrair turistas e au-mentar a qualidade de vida;

• Preocupação com a habitação social;

• Estabelecer ligações entre as várias áreas diminuindo o possível isola-mento e segregação espacial;

2.2MEdidaS dE REgEnERaÇÃo

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• ajudar e incentivar a criação de novas empresas levando a um maior dina-mismo bem como ao crescimento económico;

• Preocupação com a segurança dos espaços públicos

• a rede de autocarros está a ser revista, mais especificamente as rotas e serviços. A empresa está em processo de revisão da oferta da rede em todo o ciclo do centro da cidade, e é provável que surgirão novas propostas para a rede dentro da zona das docas.

• Foi iniciada a construção do túnel dublin Port

• Foram atribuídos subsídios para incentivas a abertura de espaços comer-ciais na grand Canal Dock.

• Com o início das Custom house docks foi possível verificar o desenvolvi-mento de serviços e crê-se que com o final da reabilitação haja um aumento dos mesmos.

• Com edifícios de classe mundial ao longo da Liffey, com a melhoria das escolas e equipamentos comunitários, as docas tornaram-se uma área atraente para trabalhar e viver.

Com todas estas melhorias as docas continuam a ser consideradas um pro-jeto ambicioso e visionário.

Contudo muitas das metas e dos objetivos ainda não foram cumpridos e muitas intervenções ainda não foram terminadas daí ser difícil especificar a obra feita.

3ObRA FEItA

iLUStRaÇÃo 477. SaMUEL BEChEtt BRidgE, PRoJEto dE Santiago CaLatRaVa

IlUStRAçãO 478. CONFERENCE CENtER

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Desde a implementação do Plano Diretor das Docas de Dublin, em 2003, iniciou-se a transformação física, económica e social das docas. Esta trans-formação estendeu-se para a zona leste de Dublin, e começou a atrair negócios e milhares de novos residentes e visitantes à área.

Em Junho de 1997, com a publicação da lei do Desenvolvimento das Docas de dublin, e com a apresentação pelo Ministério do ambiente do plano de ordenamento da zona das docas, marcou-se um ponto de viragem na vida das docas.

Esta área tornou-se um centro de negócios, empregando mais de 40 000 pessoas e tendo uma população de 26 703 (23% desde 1997), um destino para turismo de negócios e cultura e um gerador de retorno financeiro para o Estado sob a forma de receitas fiscais.

Mais de 620 000 m2 de desenvolvimento comercial com algumas sedes dos maiores nomes da banca internacional, legal e digital.

Podemos dizer que o objetivo de regenerar a área está próximo de ser cum-prido.

• Localização geográfica de dublin

• o sucesso do Plano diretor das docas de dublin em north Lofts deve-se ao planeamento da Autoridade portuária que assegura um rápido acompan-hamento do desenvolvimento das várias zonas. Ainda existem zonas com potencial de desenvolvimento e que podem ser inseridos na regeneração das docas e que poderão criar mais zonas de negócios.

tem ainda uma boa localização geografia, próxima de cursos de água e com boas acessibilidades nalgumas zonas em termos de transportes públicos.

• as zonas disponíveis na área de planeamento (north Lofts e grand Canal Dock) perfazem cerca de 22.8 hectares beneficiando de uma extensa infra-estrutura existente, que facilitará o seu desenvolvimento imediato.

4

4.1

4.2

RESUltADOS ObtIDOS, FAtORES POtENCIADORES E DESAFIOS ENCONtRADOS

RESUltADOS gERAIS

FAtORES POtENCIADORES

dEVELoPEd aREaS

UndEVELoPEd aREaS

iLUStRaÇÃo 479. ÁREaS dESEnVoLVidaS E SUBdESEnVoLVidaS

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• a zona de Poolberg oferece uma excelente oportunidade de desenvolver uma vivência mista entre comunidade e trabalho, o que contribuirá para atender às necessidades de crescimento da cidade.

• na zona de Costum house docks existe uma boa infraestrutura de serviços nas ruas envolventes, bem como na área em geral.

• na zona de grand Canal dock a existência de muitas e diversos tipos de indústrias e edifícios de valor estrutural e arquitetónico. tem ainda espaços com atividades, boas vistas e o rio Liffey tem ligações físicas e visuais estra-tégicas para o centro da cidade.

• Pouca capacidade para atrair investidores

• Múltipla propriedade

• declínio das atividades portuárias e de transporte marítimo

• no caso de north Lofts a falta de serviços e pontos atrativos para viver na zona, muitos edifícios e zonas protegidas e o elevado tráfego verificado em horas de ponta atrasam e dificultam o processo de regeneração urbana

• no caso de Poolberg a limitada capacidade da rede rodoviária e dos trans-portes públicos condiciona o desenvolvimento e acessibilidade da área e sua regeneração.

• no caso de Costum house docks não se verificaram elementos dificulta-dores relevantes.

• Para incentivar a abertura de lojas em torno das docas do grand Ca-nal Dock foram oferecidos subsídios que, infelizmente, não tiveram muita procura. Esta falta de sucesso deveu-se em parte ao pesado assoreamento que ocorreu na entrada do porto do Dodder, impedindo a utilização do seu exterior.

Os armazéns localizados nesta área apesar de serem um importante ponto histórico nesta área restringem e condicionam o seu desenvolvimento.

Outros desafios são as ligações limitadas entre este e oeste e norte e sul

• divisão da área de intervenção por zonas proporcionando um maior con-trolo da área e análise e cumprimento das exigências e necessidades de cada local.

• desenvolver políticas de usos mistos promovendo e facilitando o dina-mismo e consequente regeneração urbana das diferentes áreas

• Medidas de regeneração assentes não só no desenvolvimento e reabili-tação urbana mas também na revitalização económica e social de Dublin.

• Proteção e potenciação dos recursos naturais, infraestruturas e elemen-tos culturais já existentes.

• Primar por padrões de alta qualidade.

• Melhoria e restauro de edifícios com vista à sua sustentabilidade económi-ca no futuro

• Promover políticas sustentáveis logo desde a fase de projeto e ocupação rápida dos edifícios recuperados.

• ter como pontos centrais na regeneração urbana de dublin: a qualidade ambiental, integração diferentes tipos de usos, estado de conservação e acessibilidade

• Equacionar a localização das grandes empresas de acordo com o posi-cionamento dos transportes melhorando a acessibilidade aos trabalhadores aumentando assim a atratividade do local.

4.3

5

PRINCIPAIS DESAFIOS

ANÁlISE CRítICA E BEChMaRkS PARA REPlICAR

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Page 82: Benchmarking Internacional, case studies de Regeneração Urbana

18 EdiMBURgo

Contexto e Fatores Promotores de Desenvolvimento

Programas, Planos e Incentivos associados à Regeneração da Marginal de Edimburgo

diagnóstico e Medidas de Regeneração mais recentes

Obra feita

Resultados obtidos, fatores potenciadores e desafios encontrados

Analise crítica e benchmarks para replicar

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A Escócia é uma das nações do Reino Unido. É limitada a Sul pela Ingla-terra, é banhada pelo Mar do norte a Leste, pelo oceano atlântico a norte e a oeste e pelo Canal do norte e pelo Mar da irlanda a Sudoeste. o terri-tório escocês inclui mais de 790 ilhas. O mar territorial adjacente, Atlântico norte e o Mar do norte, contêm as maiores reservas de petróleo da União Europeia.

o Reino da Escócia foi um estado independente até 1 de Maio de 1707, quan-do os Atos de União formalizaram uma união politica com o Reino da Ingla-terra, de modo a criar o Reino Unido da grã-bretanha. A Escócia não tem jurisdição separada para fins de direito internacional. O direito e o sistema de ensino escoceses, bem como a Igreja da Escócia, têm permitido a con-tinuação da cultura e da identidade nacional escocesas desde então.

• Área total: 478 782 km2;

• População (em 2011): 5,2 milhões de habitantes.

Edimburgo é uma cidade, capital da Escócia, com poderes próprios, situ-ada na margem sul do estuário do rio Forth. É a capital escocesa desde 1492, sendo sede do parlamento escocês, restabelecido em 1999. Segundo os censos de 2011, a cidade conta com 495 360 habitantes, sendo a segunda cidade mais populosa da Escócia, depois de glasgow, e a sétima mais popu-losa do Reino Unido. Edimburgo é também uma das 32 Áreas de Conselho da Escócia.

A cidade é dominada pelo Castelo de Edimburgo construído sobre uma rocha vulcânica. Após a unificação do parlamento da Escócia com o da In-glaterra, Edimburgo perdeu a sua importância politica mas permaneceu um importante centro económico e cultural. A cidade é mundialmente conhe-cida pelo Festival de Edimburgo que acontece durante três semanas no mês de Agosto. A cidade ainda possui uma das mais prestigiadas universidade da Europa e do mundo, a Universidade de Edimburgo, pioneira na informática e gestão.

localizada na costa Oeste do país e às margens do estuário de Forth, Edim-burgo divide-se em dois grandes distritos: Old town e New town. Ambos os distritos foram declarados Património da humanidade pela UNESCO.

a zona de new town foi criada na segunda metade do séc. XViii e transfor-mou-se na área mais comercial da cidade. É uma cidade planeada tendo, nomeadamente, como inspiração o desenho urbano da baixa de lisboa, re-construida após o terramoto de 1755.

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1.1

CONtEXtO E FAtORES PRO-MotoRES do dESEnVoLVi-

MEnto

EVoLUÇÃo dE EdiMBURgo ao Longo doS tEMPoS

IlUStRAçãO 480. lOCAlIzAçãO DA ESCóCIA

IlUStRAçãO 481. bANDEIRA DA ESCóCIA

Identificámos como pontos favoráveis de Edimburgo:

• Capital da Escócia

• Forte identidade cultural

• Ponto de partida de cruzeiros que rumam ao norte da Europa

• Paisagem natural

• Preservação da natureza

• atrações culturais, naturais e históricas

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• Edifícios de grande valor arquitetónico

• Forte ligação com o mar

leith é um distrito a norte da cidade de Edimburgo e que se situa na foz do rio leith. Este distrito tem sido considerado a porta de Edimburgo. Encon-tra-se na margem sul do “Firth of Forth”. leith tornou-se oficialmente o porto de Edimburgo em 1329, quando Robert I transferiu o controlo para os magistrados e os cidadãos de Edimburgo. Continua um porto movimentado e transaciona mais de 1.5 milhões de toneladas de carga por ano.

até ao final do seculo XVi Leith era formada por duas aldeias separadas pelo rio.

O Sul de leith era o local onde os navios descarregavam a carga. O Norte de leith era mais pequeno e era uma vila de pescadores composta por uma rua, agora designada por Sandport Street e quayside Lane. Esta zona tem sido tradicionalmente o lado naval de leith com várias docas, seca e húmida, construídas ao longo do tempo. A primeira ponte a ligar as duas margens do rio foi construída em 1496 pelo Abade bellenden. Esta ponte foi demolida em 1780 para permitir a navegação a montante.

A doca de leith sofreu um acentuado declínio no período pós-Segunda guerra Mundial, ganhando uma reputação de zona de prostituição. nos últimos anos leith sofreu uma regeneração significativa sendo agora um porto de cruzeiros movimentado e sendo a casa do Royal Yatcht Britannia e escritório de vários departamentos administrativos do governo escocês.

O crescimento contínuo fez com que leith e Edimburgo criassem uma área urbana contínua. leith foi fundida com Edimburgo em 1920.

Em 2004, o proprietário do porto, Forth Ports, anunciou planos para, even-tualmente encerrar o porto e levar a cabo uma importante remodelação da área. O planeamento desenvolvido, que seguiu as orientações de pla-neamento para a cidade de Edimburgo de 2004, será do tamanho de uma pequena cidade com 17 mil novas casas. Este plano incluirá o desenvolvi-mento do porto Ocidental bem como de zonas residenciais, comercio e lazer ao longo do resto da antiga doca. O desenho urbano do projeto manter-se-á dentro do mesmo contexto que os projetos anteriores e irá fornecer uma riqueza de espaço publico e privado abertos, incluindo dois grandes parques e uma série de ligações pedonais em todo o cais. A sua conclusão está pre-vista para 2020.

Este plano consiste na regeneração de um terreno industrial abandonado (brownfield) que anteriormente fazia parte do Porto de leith.

1.2

2

2.1

SíNtESE DOS PRINCIPAIS CAtAlISA-DORES DOS PROCESSOS DE REgE-NERAçãO URbANA DE lEIth

PRogRaMaS, PLanoS E inCEntiVoS aSSoCiadoS À REgEnERaÇÃo da MaRginaL dE LEith

PlANO PARA O PORtO DE lEIth

IlUStRAçãO 482. PlANO PARA O PORtO DE lEIth

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Uma parte da área industrial deste terreno, a antiga escola de Windrush está a ser transformada num parque, numa tentativa para transformar um brownfield em espaços verdes. Este projeto terá um investimento de 40 000 libras. A implementação deste espaço verde é apenas a fase inicial de um projecto que potencia o porto ocidental de Edimburgo. A localização dos bancos, das hortas comunitárias, dos campos de futebol e da zona de vida selvagem são baseadas nas propostas apresentadas pelos residentes. A maior parte do projecto está a ser financiada por Concessão Central da Rede Verde da Escócia. Esta iniciativa só foi possível devido à concessão dada à leith Port housing Association por parte do Forth Port (proprietário do Porto de leith). Esta associação assumirá os custos de manutenção. O objectivo da associação é que eleve a qualidade de vida nesta zona e incen-tive o futuro desenvolvimento noutros locais.

O Porto Ocidental tem potencial para fornecer um grande número de habi-tações, que são necessárias, em terrenos industriais abandonados, absor-vendo um pouco da procura de habitação em Edimburgo e ajudando a pro-teger partes da cintura verde de Edimburgo de futuros desenvolvimentos.

O proprietário do porto anunciou em 2002, planos para a realização de uma transformação de usos da área do porto ocidental, entre granton e leith. Este plano consiste num bairro residencial e de negócios. Segundo a proposta estão previstos 3 000 apartamentos, mais 500 000 m2 de escritó-rios, um grande edifício cultural e um parque. Estava também previsto um novo cais e comércio, mas devido às difíceis condições económicas, estes planos estão suspensos.

o plano final “Waterfront and Leith area development Framework” foi apro-vado pelo Comité de Planeamento no dia 6 de Outubro de 2011. A preparação do desenho urbano seguiu uma série de workshops de design que incluíram os stakeholders de toda a frente ribeirinha, bem como um período de con-sulta formal. todos estes output’s complementaram a versão final do plano.

Este plano pretende regenerar esta zona de Edimburgo, transformando-a num destino de férias internacionalmente reconhecido bem como uma comunidade sustentável, ligando esta zona à beira-mar com as atrações históricas do centro da cidade de Edimburgo.

Este plano consiste em criar nove vilas interconectadas numa área de 144 hectares de terrenos industriais abandonados. É possível criar mais de 15 200 novas habitações, sendo 3 800 de habitação social, 35 hectares para novos espaços abertos e para o centro cívico e cerca de 3 km de rede pedo-nal junto do rio. também inclui uma rede pedonal e de ciclovia bem como a estação terminal do elétrico público de Edimburgo, que irá conectar esta zona com o centro da cidade e torna-la no novo intercâmbio de transportes públicos.

Este plano quer criar um ambiente estimulante para a comunidade local, dando-lhes novos parques, espaços públicos e áreas para eventos e festi-vais.

Esta proposta prevê a criação de novos postos de trabalho, aumento das re-ceitas fiscais e expansão de oportunidades de turismo no interior adjacente à área em estudo.

Este desenvolvimento de um brownfield dará aos habitantes de Edimburgo a possibilidade de viver numa comunidade à beira rio e irá assegurar que leith manterá o seu património marítimo, operando como um porto de ci-dade capital. Para tal, prevê-se a utilização do porto para atracagem dos navios cruzeiro, navios de guerra e embarcações de lazer, que refletirá as necessidades de uma cidade moderna, à beira-rio.

Cada uma destas zonas terá um planeamento individual ou em pares que demorará mais de 30 anos.

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l IlUStRAçãO 483. PlANO DE REAbIlItAçãO DO PORtO DE lEIth

IlUStRAçãO 484. PlANO DE REAbIlItAçãO DO PORtO DE lEIth

IlUStRAçãO 485. PlANO DE REAbIlItAçãO DO PORtO DE lEIth

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IlUStRAçãO 487. PlANO DE REAbIlItAçãO DO PORtO DE lEIth

IlUStRAçãO 488. PlANO DE REAbIlItAçãO DO PORtO DE lEIth

IlUStRAçãO 486. PlANO DE REAbIlItAçãO DO PORtO DE lEIth

Este plano tem sido acompanhado de perto pelos residentes locais, pela comunidade, pelos empresários e pela Câmara Municipal de Edimburgo (Departamento de Planeamento) desde 2003.

a Câmara Municipal exige:

• 29 Milhões de libras de contribuição para a nova rede de elétricos;

• no mínimo, 30 % das habitações têm que ter 3 ou mais quartos;

• Uma nova escola secundaria para 1 000 alunos;

• três novas escolas primária para mais de 1 300 alunos e mais salas de aulas nas escolas católicas existentes;

• Uma piscina nova bem como um pavilhão desportivo, campos e um skatepark;

• 34 Milhões de libras para a melhoria dos transportes públicos.

Este plano faz parte de um processo contínuo que tenta moldar a forma futura do desenvolvimento, permitindo uma análise cuidadosa na cons-trução | elaboração de arruamentos, espaços verdes e edificado. Assim poder-se-á garantir a criação de uma comunidade mista e equilibrada, em que a relação entre as formas são totalmente consideradas.

Os corredores viários dividem a zona em nove aldeias à beira-rio e oferecem uma vista aos principais marcos do centro da cidade, incluindo o Castelo de Edimburgo, Calton hill e Arthurs Seat. Este conceito reforça o planeamento do local, fornecendo uma estrutura para o seu desenvolvimento. Cada uma destas aldeias terá um plano de pormenor e criará uma evolução susten-tável da área.

De seguida apresenta-se a programação temporal deste projeto:

• 2003 – dialogo entre CEC e Forth Ports

• 2004 – LddF SPg (1º fase) consulta

LddF SPg (2º fase) consulta

lDDF SPg ( Draft) consulta

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• 2005 – LddF SPg aprovação

Inicio da preparação do estudo inicial

• 2006 – Participação publica

• 2007 – apresentação do estudo inicial para o Porto de Leith

• 2008 – Primeiro plano de urbanização

• 2010 – outros planos de pormenor

Forth Ports tem como objetivos para a regeneração de leith:

• Criação de 15 900 novas habitações, incluindo 3 975 habitações sociais;

• Criação de 11 600 novos postos de trabalho;

• Regeneração de 144 hectares de brownfield;

• Criação de 35 hectares de novos espaços abertos, rede pedonal e espaços cívicos;

• desenvolvimento de mais de 100 000 m2 de escritórios, para acomodar pequenas empresas ou sedes de grandes empresas;

• 194 000 000 libras por ano do gVa (gross Value aded) para a economia de Edimburgo;

• 248 000 000 libras por ano gVa para a economia escocesa;

• até 280 000 000 libras de receitas fiscais adicionais e mais de 28 000 000 libras de receitas fiscais derivadas de negócios;

• 2.7 km de litoral aberto para o uso público.

Em 2008, a JUMP (Joined Up Master Planning), entregou uma contra proposta ao plano em que consiste:

• Promoção do caracter único do local;

• Secagem de 70% da água da doca cheia para reutilização como floresta, parque educacional, cultural e de lazer;

• Continuo verde – coberturas verdes, jardins e/ou ambientes naturais de proximidade;

• Zonas sem circulação automóvel;

• Veículos elétricos para idosos e deficientes;

• Rotas de acesso local – percursos pedonais e clicáveis, calçadas móveis, pontes, elevadores, rampas, escadas, paredes de observação da doca moveis, elétrico, metro ligeiro, alto nível de transportes que atravessa o lo-cal e iluminação dos locais durante a noite;

• Paisagem verde integrada com a habitação;

• Carbono zero, na medida do possível;

• Reutilização dos resíduos e fontes de energia;

• Conectividade do local com a área local, ampliando até fora de Edimburgo;

• 5 km de arruamento e ponte ferroviária entre Edimburgo e Fife.

• Porto ferroviário;

• Criação de uma comunidade sustentável, a longo prazo, e não de uma cidade dormitório;

• ambiente saudável de vida – encorajamento de caminhadas, cicloturismo e atividade de lazer;

• integração da natureza com o local – o plano prevê infraestruturas para o incentivo de novos cultivos e criação de animais, desenvolvimento na costa criando praias e dunas;

• Loteamentos;

• integração cultural;

• todo o local deverá ser concebido como um parque contemporâneo de esculturas;

• alta qualidade e de valor acrescentado da zona através do projeto;

• Utilização de iluminação, marcação das ruas e mobiliário urbano não con-vencional;

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• Criação de espaços públicos para eventos e mercados.

o “Edimburgh & Lothians greenspace trust” (Fundo de espaços verde de Edimburgo e lothia) recebeu um financiamento do CSgN Development Fund para 2011/12. Este fundo serve para a implementação de projetos de espaços verdes temporários em Edimburgo.

A parceria entre a Associação da habitação do Porto de leith (Port of leith housing association), o proprietário do porto, o ELgt e a Câmara Municipal de Edimburgo foi criada para explorar a melhor forma de facilitar mudanças positivas através do uso de espaços verdes temporários.

O local proposto foi identificado pelo grupo, com base no seguinte:

• Localização chave – próximo da comunidade existente e residentes;

• Visibilidade – visível na carreira de autocarro Western harbour e pelos residentes em Windrush drive;

• Linhas desejadas – a rota entre as instalações locais e a habitação local, criando uma ligação dos residentes ao local,

Com este projeto é possível criar uma comunidade em que é possível culti-var alimentos, melhorar o estilo de vida e revitalizar a economia local.

Em 1 de Março de 2012 o Comité de Planeamento aprovou a adF (area de-velopment Framework – Desenho urbano) para a área a sul do centro da cidade, conhecida como o arco centro sul da cidade.

Foram realizados quatro workshops para informar o seu conteúdo. Estes workshops foram assistidos por funcionários do município que representam os serviços que operam na zona, bem como proprietários dos terrenos, gru-pos comunitários e associações de residentes. Estes workshops permiti-ram aos participantes a oportunidade de discutir as prioridades em toda a área e ajudar a moldar e desenvolver projetos dentro do contexto. Com base nestes workshops foi elaborado um documento com as ideias base dos três primeiros projetos.

A associação de habitação do porto de leith (POlhA) revelou planos para a construção de 333 habitações em 2012, incluindo habitação social e ar-rendamento. Este plano inclui 100 habitações na Fox Street (que estarão concluídas até ao verão), 111 habitações no porto ocidental. O investimento será de 42 milhões de libras.

Estes projetos vão acrescentar um desenvolvimento fantástico às áreas em que estão localizados.

O impacto da boa qualidade da habitação a preços acessíveis não pode ser subestimado e tem benefícios para a saúde, assistência social e da comu-nidade em geral.

Criar-se-á um misto de arrendamento social tradicional e um arrendamen-to “mid-market” que oferece um arrendamento abaixo do valor do mercado para aqueles que não podem ser considerados para as listas de habitação social.

Atualmente, a POlhA é o maior senhorio social de leith, fornecendo mais de 2 300 habitações de alta qualidade a preços acessíveis em lugares onde as pessoas querem viver.

A POlhA foi formada como instituição de caridade sem fins lucrativos em 1975 e tem vindo a investir todos os fundos nas comunidades locais. A em-presa investiu mais de 150 milhões de libras nos últimos anos, oferecendo habitação a 3 300 pessoas anualmente.

A POlhA tem como compromisso criar um sentimento de pertença através de comunidades sustentáveis vibrantes, indo mais além da provisão de ha-bitação. também ajudam muitos dos moradores, através de algumas inicia-tivas, a resolver problemas de desemprego, saúde, segurança e questões culturais.

A empresa por detrás da regeneração da zona portuária de Edimburgo gas-

3diagnÓStiCo E MEdidaS

dE REgEnERaÇÃo MaiS RECENtE

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tou dezenas de milhares de libras do dinheiro dos contribuintes em viagens, luxos e bicicletas que ninguém usou. Perante esta situação, o conselho exe-cutivo foi substituído e o novo presidente do organismo comprometeu-se a acabar com a despesa inadequada e disse que todas as despesas têm que ser aprovadas pela direção.

Em Agosto de 2011 foi rejeitado um plano de resgate para a execução de toda a linha do eléctrico de superfície. Foi definido que esta linha terá 6 quilómetros ligando o aeroporto de Edimburgo e haymarket, a oeste do cen-tro da cidade. Prevê-se que esta linha não será tão utilizada, criando um prejuízo operacional de 4 milhões de libras por ano.

O projeto inicial foi originalmente planeado para ligar o aeroporto a leith e à frente ribeirinha em Newhaven e deveria ser inaugurado em 2011 e o seu custo seria de 545 milhões de libras. Este projeto quer transformar o trans-porte publico em Edimburgo, permitindo aos residentes uma alternativa re-alista em vez da utilização do automóvel, minimizando o congestionamento e a poluição. Os atrasos e a derrapagem orçamental adiaram indefinida-mente a execução da zona leste do percurso.

Em Março de 2003 foi proposto um percurso circular que ligaria o centro da cidade ao granton, seguindo pela frente ribeirinha, passando por leith. Um segundo percurso iria conectar este percurso circular a haymarket e a oeste do aeroporto de Edimburgo. também foi proposto um terceiro per-curso, para ser desenvolvido posteriormente, que ligará os novos percursos a gilmerton, servindo a new Royal infirmary.

A rejeição, através de um referendo, do congestionamento de Edimburgo, em 2005, criou um problema com a captação de fundos, levando à queda do último percurso.

O projeto, em Novembro de 2005 ultrapassou o orçamento em 179 milhões de libras.

A regeneração do porto de Forth começou na década de 80 o que levou à abertura do hotel Malmaison em 1990, bem como o desenvolvimento do edifício dos executivos escoceses e o centro comercial Ocean terminal. Em 2001, as zonas Western harbour e granton harbour surgiram como locais de desenvolvimento significativo e chegou-se a um consenso relativamente ao esboço do planeamento em 2002 e 2003, respetivamente,

Até 2007 foram investidos mais de 100 milhões de libras neste processo de regeneração, reforçando o compromisso de longo prazo do proprietário do porto para a frente mar da cidade.

Este projeto tem sido crucial no planeamento urbano e na transmissão de uma visão clara de desenvolvimento de toda a marginal de leith. Actual-mente pode-se já ver uma grande variedade arquitetónica. A marginal está mais humanizada e varias empresas e instituições têm neste local as suas

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ObRA FEItA

RESUltADOS ObtIDOS, FAtORES PO-tENCIADORES E DESAFIOS ENCON-tRADOS

RESUltADOS

iLUStRaÇÕES 489. PLano dE REaBiLitaÇÃo do PoRto dE LEith

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sedes. Não foi perdida a ligação com o resto da cidade e o mar é um ele-mento que faz parte da vida dos habitantes da capital.

Devido à crise económica que deu origem a uma recessão, o promotor do Porto de leith decidiu adiar a construção de vários projetos. O Porto de leith decidiu investir nas novas energias ao invés de regenerar a área.

Em 2012 o chefe-executivo de Forth Ports admitiu que o plano da empresa para leith mudou de forma significativa, tendo como prioridade atual, e nos próximos 30 anos, a atividade industrial e não a regeneração urbana da zona. tal acontece devido à recessão económica. também se verificou que a venda dos primeiros apartamentos construídos de acordo com o plano (60 apartamentos de luxo), foi feita por um valor muito abaixo do valor de mercado.

O porto de leith deverá manter-se um porto operacional, criando inúmeros postos de trabalho, enquanto se completa o desenvolvimento da região oeste do porto e de granton. Posteriormente, equaciona-se a revisão do futuro do porto de leith e decidir então se o plano de uso misto alternativo ainda é apropriado para o desenvolvimento da cidade. Este esquema de 84 milhões de libras para revitalizar um dos maiores projetos de regeneração da Escócia foi praticamente descartado após o proprietário da área decidir concentrar-se no setor das energias renováveis.

Com esta decisão, a melhoria das infraestruturas, em larga escala e em tor-no do porto de leith e da área a oeste do porto foram arquivadas indefinida-mente, apesar do governo escocês concordar em fornecer financiamento para a ajudar na construção da marina, e dos empreendimentos iniciados.

Os líderes do conselho dizem que os esforços para atrair fabricantes de turbinas para a área provavelmente será focado na zona da doca, que está fechado para o público em geral, prevendo que a regeneração da restante zona possa ser implementada.

Apenas um arruamento de acesso está previsto ser construído nos próxi-mos anos, para ligar a zona das docas existentes com Seafield.

O conselho terá que elaborar novas estratégias para gerar o interesse nos terrenos abandonados ao longo da orla. Só as empresas de habitação a preços acessíveis é que estão a construir em leith, granton e Newhaven.

• Localização, potencialidades económicas e físicas de Leith

• Boa localização geográfica com o mar que dá origem a paisagens únicas

• Beleza dos Recursos naturais

• Perspetivas de crescimento económico, numa fase inicial

• debate e concertação politica

• o plano em vigor foi alvo de reflexão e foi realizado respeitando a opinião e necessidades dos intervenientes, assim como dos habitantes de leith.

Não se pode determinar em concreto porque as intervenções ainda estão a ser feitas e só num balanço final se podem identificar os desafios que surgi-ram ao longo do processo. Atualmente o que detetámos foram:

• Recessão económica

• atraso na concretização de algumas intervenções

• alguns problemas de entendimento ao nível do financiamento

• derrapagens orçamentais e gastos excessivos

• impacto ambiental que as intervenções possam vir a ter

• Conflitos de usos diferentes

• Libertação das áreas de intervenção de usos portuários

• Mudança do conceito por parte do promotor

5.2

5.3

FAtORES POtENCIADORES

PRINCIPAIS DESAFIOS

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Outros aspetos responsáveis pela inibição de uma melhor performance foram:

• Lentidão do processo, o que exige uma elevada dose de resiliência para a sua implementação.

• incerteza do processo, porque muitas vezes se fica na dependência de fatores externos, relacionados com as exigências dos proprietários e da rentabilidade exigida pelos investidores.

• Exigência de capacidade financeira de fundos públicos capazes de acei-tar que o retorno não se traduz em resultados financeiros diretos mas em efeitos indiretos relacionados com o incremento da atividade económica da cidade.

• Má gestão da promotora do Porto de Leith.

• Mudança de paradigma devido à recessão financeira tendo como conse-quência o adiamento de alguns projetos para a área.

• Cooperação entre o município e os proprietários privados criando uma corporação para o desenvolvimento urbano da marginal, diminuindo cons-trangimentos.

• Projeto alicerçado em princípios de sustentabilidade

• Promover atividades e usos que consigam gerar riqueza, desenvolvimento e postos de trabalho.

• Projeto que potenciou os recursos naturais e existentes

• atenção às condições de acessibilidade e inserção de elementos naturais

• qualidade de vida das pessoas como principal objetivo

• Pensar num sistema de transportes públicos capaz de interligar as várias áreas e que reduza o uso do automóvel

• Usar a arquitetura como aliado para atrair turistas, alavancar o orgulho dos residentes na sua cidade e dar uma imagem atual e de modernidade.

• Reconhecimento da necessidade de uma transformação na imagem da cidade para a tornar competitiva economicamente.

• tentar encontrar novos tipos de economias para substituir os empregos anteriores

• Fazer habitação acessível e flexível através de um sector de arrendamento social sem fins lucrativos (agora em grande parte privatizada)

• Envolvimento do investimento público no processo e na resolução dos problemas sociais. Sem esta intervenção o programa não teria possibili-dade de sucesso.

• Marketing de proximidade e disponibilidade constante. O contacto direto com as populações e o modelo de comunicação seguido junto de asso-ciações profissionais e empresariais, criação de workshops, contribuiu para a ausência de contestação por parte da população

6ANÁlISE CRítICA E BEChMaRkS PARA REPlICAR

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gLaSgoW

Contexto e Fatores Promotores de Desenvolvimento

Programas, Planos e Incentivos associados à Regeneração da Marginal de glasgow

diagnóstico e Medidas de Regeneração mais recentes

Obra feita

Resultados obtidos, fatores potenciadores e desafios encontrados

Analise crítica e benchmarks para replicar

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A Escócia é uma das nações do Reino Unido. É limitada a Sul pela Ingla-terra, é banhada pelo Mar do norte a Leste, pelo oceano atlântico a norte e a oeste e pelo Canal do norte e pelo Mar da irlanda a Sudoeste. o terri-tório escocês inclui mais de 790 ilhas. O mar territorial adjacente, Atlântico norte e no Mar do norte, contêm as maiores reservas de petróleo da União Europeia.

o Reino da Escócia foi um estado independente até 1 de Maio de 1707, quan-do os Atos de União formalizaram uma união politica com o Reino da Ingla-terra, de modo a criar o Reio Unido da grã-bretanha. A Escócia não tem Estado e jurisdição separados para fins de direito internacional. O direito e o sistema de ensino escoceses, bem como a Igreja da Escócia, têm permitido a continuação da cultura e da identidade nacional escocesas desde então.

• Área total: 478 782 km2;

• População (em 2011): 5,2 milhões de habitantes.

Identificámos como pontos favoráveis de glasgow:

• Cidade comercial

• Paisagem natural

• Preservação da natureza

• atrações culturais, naturais e históricas

• Forte ligação com o mar

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1.2

CONtEXtO E FAtORES PRO-MotoRES do dESEnVoLVi-

MEnto

EVoLUÇÃo dE gLaSgoW ao Longo doS tEMPoS

SíNtESE DOS PRINCIPAIS CAt-AlISADORES DOS PROCESSOS

DE REgENERAçãO URbANA DE gLaSgoW

IlUStRAçãO 490. lOCAlIzAçãO DA ESCóCIA

IlUStRAçãO 491. bANDEIRA DA ESCóCIA

glasgow é a maior cidade da Escócia, e a terceira mais populosa do Reino Unido, depois da capital londres e de birmingham. A cidade situa-se nas margens do rio Clyde, nas Lowlands centro-ocidentais.

desde o século XViii a cidade tornou-se um dos principais centros de co-mércio transatlântico com a América. Com a Revolução Industrial, a cidade e a região que a cerca cresceram acabando por torna-la um dos principais centros de engenharia e construção naval, onde foram construídas diver-sas embarcações famosas e revolucionárias. glasgow foi conhecida como a “ Segunda cidade do Império britânico”, na era vitoriana. hoje em dia faz parte dos dezasseis principais centros financeiros da Europa, e nela locali-zam-se muitas das principais empresas escocesas.

No final do século XIX e início do XX, a população de glasgow ultrapassou a marca de um milhão, e passou a ser a quarta maior cidade da Europa, após londres, Paris e berlim. Na década de 1960 diversos projetos que reassentaram parte da população em cidades novas e subúrbios periféri-cos, juntamente com mudanças nas fronteiras locais, reduziram a popu-lação atual da Área de Autoridade Unitária da Cidade de glasgow para 580 690 habitantes, 1 750 500 pessoas vivem na área urbana da grande glasgow.

glasgow foi um centro mercantil de grande importância a partir do século XVi. depois do tratado de União de 1707, mercadores escoceses organiza-ram expedições comerciais marítimas às zonas colonizadas pelos ingleses. Em breve glasgow tornar-se-ia um centro da importação de tabaco das

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colónias americanas, acostando em Chesapeake Bay. Em 1741 glasgow tinha um volume de negócios de 7 milhões de libras por ano em tabaco. Em 1752 eram já 21 milhões. Em 1771 o comércio atingiu um extraordinário montante de 41 milhões de libras, perfazendo mais de um terço das impor-tações escocesas e dois terços das exportações. Esta foi a “ cidade de ouro” de glasgow. Quase metade do comércio americano de tabaco estava na mão de escoceses.

Entre 1740 e 1770 foram fundados 6 novos bancos em glasgow para finan-ciar este comércio. Os empresários de glasgow têm modestas exigências quanto à redistribuição dos lucros (5%), o restante era reinvestido no negó-cio. O resultado foi que o comércio do tabaco de glasgow tornou-se uma das industrias mais fortemente capitalizadas do Reino Unido e do mundo no século XVii.

as fortunas mercantis acumuladas pelo comércio de tabaco do século XVii foram investidas na indústria do século XiX. Mesmo quando o comércio de tabaco abrandou, a cidade de glasgow manteve-se um importante centro económico.

• Custo: 250 milhões de libras (total), 70 milhões na arena

• Localização: dalmarnock

• data de início: 2009 (arena)

• data de conclusão: 2010 – 2014

Este projeto contempla a implementação da glasgow Commonwealth games altetics Village, que consiste no exemplar desenvolvimento ecológi-co de 1 000 habitações para 7 000 atletas em cerca de 40 hectares de paisa-gem verdejante. Este parque habitacional será composto por uma mistura de apartamentos, moradias e casas geminadas que serão comercializadas após a realização dos jogos.

2

2.1

PRogRaMaS, PLanoS E inCEntiVoS aSSoCiadoS À REgEnERaÇÃo da MaRginaL dE gLaSgoW

CoMMonWEaLth gaMES 2014

iLUStRaÇÃo 492. PLano PaRa a ViLa doS gLaSgoW CoMMonWEaLth gaMES

iLUStRaÇÃo 493. PLano PaRa a ViLa doS gLaSgoW CoMMonWEaLth gaMES

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iLUStRaÇÃo 494. PLano PaRa a ViLa doS gLaSgoW CoMMonWEaLth gaMES

Este projeto, alem de abrigar a Villa, irá acomodar os serviços auxiliares necessários para a produção de uma comunidade autosuficiente. Para tal, está previsto um hotel, salas de conferência, zonas de media, estabeleci-mentos comerciais e locais de entretenimento. A peça central dos jogos será um estádio novo com duas arenas sob o mesmo teto.

iLUStRaÇÃo 495. PLano PaRa a ViLa doS gLaSgoW CoMMonWEaLth gaMES

iLUStRaÇÃo 496. PLano PaRa a ViLa doS gLaSgoW CoMMonWEaLth gaMES

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a demolição de quatro torres de 24 andares na Millerfield Place e na allen Street dará uma nova identidade à área de Dalmarmock que atualmente se assemelha a uma cidade fantasma.

Prevê-se que até 2029 sejam investidos cerca de 1.6 biliões de libras em 10 000 habitações e 400 000 m2 de espaços comerciais em Clyde gateway.

iLUStRaÇÃo 497. PRoJEtoS PaRa oS ESPaÇoS CoMERCiaiS EM CLYdE gatEWaY

IlUStRAçãO 498. EDIFICADOS DA PRÉ-gUERRA

Para a criação de um ambiente urbano real é fundamental a reabilitação do edificado.

É necessário que seja dada prioridade à reabilitação dos edifícios pré-guer-ra que constituem a essência de glasgow. Estes edifícios foram reabilitados nos anos 80 e 90, embora tenham sido abandonados posteriormente. A rea-lização destes jogos trará um futuro sustentável para a área.

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iLUStRaÇÃo 499. PLano PaRa a ViLa doS gLaSgoW CoMMonWEaLth gaMES

iLUStRaÇÃo 500. PLano PaRa a ViLa doS gLaSgoW CoMMonWEaLth gaMES

Este conceito prevê uma densidade baixa, em sintonia com a área existente, criando zonas de comodidade, zonas verdes. A aldeia estará dividida em 6-8 vales temáticos indicados por sinalização e cor para a ajudar a orientar os veículos que transportarão os atletas.

• Custo: 150 milhões de libras

• Área: 13 hectares

• Localização: antiga College goods yards, cercada pela Rua high, duke e hunter

• data de início: 2007

• data de conclusão: 2017

A primeira fase deste projeto vai incorporar a criação de um bloco de es-critórios de 102 000 m2, um estacionamento com vários andares para 1 000 automóveis, um hotel com 190 camas e uma unidade de alojamento estu-dantil com 250 camas.

As fases futuras irão adicionar 500 000 m2 de espaço de escritórios e 400 habitações. Está previsto a criação de um hotel na high Street. Para criar um ambiente urbano atrativo, prevê-se a criação de um corredor verde pe-destre que incluirá fontes e zonas ajardinadas paralelas à linha ferroviária Drumgelloch. Um dos focos do plano é a extensão da ferrovia ligando New Street Station diretamente com high Street.

2.2COllEgElANDS

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IlUStRAçãO 501. EDIFICADOS DA PRÉ-gUERRA

A filosofia de design segue três tipos arquitetonicos que vai do teatro clás-sico, ao cómico (jardins), ao trágico (New Station St) e ao rustico (configu-ração de Ladywell). Em termos práticos, isto resulta numa estação (new Street) com um caminho formal, sóbrio de cores e “arquitetura reservada”. O painel de cores encaixado com os jardins elevados e com os jatos de água proporciona uma alegria necessário a um jardim de bairro, enquanto a con-figuração de Ladywell serve como reflexão atemporal da natureza.

O plano contempla o património local, trabalhando com arruamentos do seculo XViii, mantendo a parede do antigo good Yard, cujo significado histórico é reconhecido devido às suas obras de arte. A construção do alo-jamento estudantil de blackfriars diminuiu a potencial expansão axial de Igram Street e não é contabilizada nos atuais planos, embora não seja de excluir a longo prazo.

O esforço consciente para dar continuidade à herança do local, criou uma sensação um pouco retro, enquanto o uso do tijolo que é incomum em glas-gow criou uma identidade distinta.

• Custo: 200 milhões de libras

• total de habitações: 585

• Localização: Rua Bellgrove e Rua duke

• data de início: 2009

• data de conclusão: 2012

2.3PLano dE BELLgRoVE

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iLUStRaÇÃo 502. PLano PaRa BELLgRoVE

Este plano pretende criar uma oportunidade, para os novos talentos de design, de requalificar um brownfield que antigamente era uma fábrica de processamento de carne.

Quando considerada conjuntamente com a proposta de Collegelands, que é adjacente a esta zona, criar-se-á uma área urbana contínua de Dennistoun para Mechant City, que é um distrito de glasgow,

bellgrove contará com uma mistura de apartamentos e moradias com coberturas com painéis solares. todos os jardins interiores serão concebi-dos tendo em conta o elemento água.

Uma grande praça pública irá integrar a estação de bellgrove.

2.4

2.5

PLano dE gaLLoWgatE

gREatER goVan

• total de habitações: 111 (1º fase)

• Localização: gallowgate, Spoutmouth, Molendinar St ( 1º fase); gallow-gate, Moir St., London Rd ( 2º fase)

1º Fase:

Criação de dois blocos separados mas ligados através de uma plataforma em torno de um pátio triangular central. O edifício mais alto terá 9 andares e estará junto à linha do comboio. O bloco que terá 7 andares envolverá a Rua gallowgate. Cada bloco termina com formas curvas com direção SW e cujos pontos de entrada estarão virados a NE criando uma forte presença urbana, embora tenham uma fachada curta.

Os arcos ferroviários deverão ser remodelados com vidro e aço.

2º Fase:

A segunda fase salienta a importância de criação de melhores ligações, devido ao atravessamento da linha de comboio existente na zona.

Prevê-se a criação de um novo centro cívico na Praça da estação que será o coração do empreendimento.

• Custo: 70 milhões de libras

• total de habitações: 110 ( golspie St.), 24 ( avoukir St.)

• Localização: govan Rd, trafalgar e golspie St.

• data de início: 2009

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• data de conclusão: 2011

govan está a começar a remodelar-se. Prevê-se a criação de uma grande avenida na Rua govan.

iLUStRaÇÃo 503. PLano dE gREatER goVan

iLUStRaÇÃo 504. PLano dE gREatER goVan

A estrutura rodoviária apresenta uma malha bem estruturada. Devido à política de habitação não apresenta concentrações de pobreza e problemas sociais. não obstante, a relação de govan com Clyde, será restaurada, cri-ando uma envolvência com o rio. Prevê-se a criação de edifícios de habi-tação junto a Water Row, que será acessível por redes pedonais e uma ave-nida que ligará a nova praça com Clyde.

A renovação da govan Interchange é uma tentativa ousada de capitalizar a localização estratégica, bem como de melhorar a conectividade e resta-belecer uma paisagem urbana subjacente aos princípios urbanos. Devido à falta de polinização entre as margens opostas, bem como as diferenças de cotas altimétricas, torna-se difícil a criação de uma rede de transportes, induzindo à produção de soluções inovadoras.

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IlUStRAçãO 505. tORRES FARFIElD

IlUStRAçãO 506. PlANO PARA COllEgElANDS

Está previsto a criação de um novo empreendimento na Rua golspie para habitação, com 110 novos apartamentos para alugar e arrendar. Este em-preendimento é dividido em blocos únicos formando uma escada de vidro com blocos adjacentes que ligarão visualmente a rua ao pátio.

O edifício de escritórios da época da pré-guerra, Fairfield, deverá ser res-taurado criando 60 apartamentos. A sua implementação será feita tendo em conta as torres do edifício Farfield bem como os cantos tradicionais dos prédios circundantes. Será permitido o acesso ao público nas zonas com elemento patrimoniais, tais como os interiores ornamentados com painéis de madeira.

Este estudo cria um arco-íris dramático, através de vidros, que envolvem as casas de arrendamento misto e espaços comerciais.

Os serviços são priorizados tendo em conta um estacionamento subterrâ-neo com uma plataforma elevatória e jardins panorâmicos que proporcio-nam uma vista plena do rio.

a Câmara Municipal de glasgow fez um pedido para demolir a napier house, depois de uma decisão anterior para demolir a escola primária Elder Park, um edifício imponente projetado por Bruce e hay, em 1899. Este edifício situa-se na zona nascente à zona de intervenção. trata-se de um edifício que não é considerado património e prevê-se a sua demolição para criação do novo Centro Nacional de Epilepsia.

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IlUStRAçãO 508. NAPIER hOUSE

IlUStRAçãO 509. PROJEtO PARA A ANtIgA ESCOlA St. ANtONY

IlUStRAçãO 507. PlANO PARA COllEgElANDS

A Elderpark housing Association apresentou propostas no valor de 11.5 mi-lhões de libras para criação de habitação e escritórios na antiga escola St. antony. o plano contempla a criação de vários blocos executados com os mesmos materiais, bem como fachadas, mantendo a identidade do local.

450

iLUStRaÇÃo 510. BLoCoS na aBoUkiR StREEt

Está prevista a construção de cinco unidades de negócio, bem como uma cafetaria, em torno de uma quinta restaurada dentro de Elder Park. Este empreendimento, sem fins lucrativos está garantido através do financia-mento do Big Lottery Fund. os moradores e a Escola Escocesa de Fito-terapia aprovaram o empreendimento. No entanto, apesar de reunir o apoio de 88% dos residentes, uma entrevista porta a porta demonstrou que o in-vestimento de 4 milhões de libras deveria abranger o parque e não apenas a quinta e pensam que o desenvolvimento comercial do parque foi inade-quado.

Dois blocos de edifícios em Aboukir Rua apresentam 24 apartamentos, in-cluindo 12 apartamentos de habitação social.

A Do Architects também produziu um conjunto de propostas para a antiga subestação, que originalmente servia de estaleiro de govan. Estas propos-tas prevêm a transformação da subestação num centro comunitário. A lhA e o LUV estão a trabalhar em conjunto para criar estúdios para artistas, galerias, pequenos escritórios, um centro de reciclagem de alumínio e um centro social que criarão um número significativo de postos de trabalho.

• Custo: 100 milhões de libras (Speirs) e 100 milhões de libras (Maryhill)

• total de habitações: 250(Speirs.), 800 (Maryhill)

• Área: 1 000 hectares

• data de início: 2009

• data de conclusão: 2020

Speirs Locks é a peça central do Port dundas Canal Link que ligará Forth & Clyde Canal a Bacia de Port dundas através de uma cascata iluminada com uma altura superior a 30 metros e de granito que mostrará o desenvolvi-mento aos viajantes da M8.

2.6FoRth & CLYdE CanaL

iLUStRaÇÃo 511. FoRth & CLYdE CanaL

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Os modelos iniciais eram compostos por uma liga de cobre e latão, con-cebido para evitar a oxidação em contacto com a atmosfera. Esta proposta apresentava cores monótonas (terracota, zinco) e uma parede branca ao lado do canal, o que não satisfazia as aspirações da comunidade.

iLUStRaÇÃo 512. PRoPoStaS PaRa FoRth & CLYdE CanaL

IlUStRAçãO 513. gARSCUbE StREEt

O uso misto, que incluiu a criação de hotéis, apartamentos, estúdios, em-presas e o novo parque Phoenix irá reconetar a estrada great Western com a paisagem existente do Port Dundas e Sighthill. A rua de garscube será transformada numa avenida.

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IlUStRAçãO 514. PROPOStA PARA O PARQUE PhOENIX

IlUStRAçãO 515. PROPOStAS PARA O CANAl

As rotas que fazem a ligação com o canal são baseadas em arruamentos existentes, arborizando-os a Norte de forma a maximizar o sol.

No próprio canal, a ideia é a construção de um deck de madeira que o ligará aos pontões.

Os edifícios serão recuperados, criando uma nova área cultural, compreen-dendo a opera Escocesa, o teatro nacional e a academia de Musica, teatro e Artes de glasgow.

Será criado um edifício periscópio, a partir da Opera Escocesa, que terá um café e um centro de visitantes que irá ligar a um palco flutuante para espetáculos e eventos.

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IlUStRAçãO 516. PROPOStAS PARA O CANAl

iLUStRaÇÃo 517. PLano PaRa FoRth & CLYdE CanaL

O plano tem uma orientação Norte-sul e trabalha com a forte inclinação da topografia do local.

Prevê-se a criação de uma cascata ao longo da encosta do local que deverá ser pontuada com elementos mais altos que ligará o canal à cidade.

Os terraços deverão ser executados ao longo dos contornos e não contra, maximizando a luz solar a partir do sul, atenuando o seu efeito através de medidas ambientais passivas para minimizar a utilização do ar condicio-nado.

Prevê-se a implementação de terraços verdes e terraços para utilização dos moradores.

Uma das justificações para o estabelecimento de elementos e edifícios mais altos foi o Relatório Cullen, que apontava para bastiões em altura ao redor da autoestrada M8.

A chave para a implementação da primeira fase é conseguir assegurar a conexão da passagem subterrânea da M8, criando um percurso pedonal confortável. Existem 16 atravessamentos em torno da M8 e nenhum deles é particularmente impressionante.

Enquanto isso, está prevista uma mistura de apartamentos de ocupação so-cial e privada, nos terrenos adjacentes ao Locks Maryhill, sendo a primeira fase financiada pela Maryhill housing association.

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iLUStRaÇÃo 518. PRoPoSta dE aPaRtaMEnto PaRa LoCkS MaRYhiLL

IlUStRAçãO 519. EDIFíCIO tItAN

o Forth & Clyde Canal apresenta muitas oportunidades de reabilitação com muitos esquemas tais como kelvin quay de Park Circus homes & Cooper Cromar, BELLWaY homes com 176 habitações e Mondriaan com 142 apar-tamentos da holmesand MCM.

• Custo: 250 milhões de libras

• total de habitações: 1 200

• Localização: ClydeBank

• data de início: 2003

• data de conclusão: 2020

O Edifício titan, do qual se prevê a sua reabilitação será o novo icon da ci-dade. A iluminação é uma das partes centrais da reabilitação. A cabine do motor e a cobertura serão banhadas com uma luz branca e com uma luz vermelha que emana do seu interior.

2.7RECONStRUçãO DO ClYDE

Bank

O plano para as unidades industriais apresenta um financiamento elevado graças aos subsídios públicos do ClydeBank. as fachadas serão feitas de acordo com o estilo conhecido como Castel Stich que evoca as imagens da fábrica de máquinas de costura, que agora se encontra encerrada, que estarão cobertos por caixas de luz em policarbonato.

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• Custo: 56 milhões de libras

• Localização: kirkintilloch

• data de início: 2007

• data de conclusão: 2015

a iniciativa kirkintilloch é uma organização que pretende implementar uma série de projetos em toda a cidade.

Esta organização tem como objetivo a melhoria da amenidade.

Para tal, pretende-se construir um Centro Cultural e de Artes, que será par-cialmente financiado pelo Conselho de Artes da Escócia e que será definido como um ponto central.

Este centro contemplará um teatro, um estúdio, um bar e um restaurante.

Este projeto trará mais atratividade à Marina Southbank, que está a ser transformada num centro de negócios e lazer.

Para facilitar o sucesso destes dois empreendimentos, será necessário dar mais conectividade ao local. Para tal, prevê-se a criação de um arruamento que ligará a cidade à Autoestrada. também serão criados percursos pedo-nais e clicáveis.

2.8iniCiatiVa dE kiRkintiLLoCh

iLUStRaÇÃo 520. iniCiatiVa kiRkintiLLoCh

• Custo: 100 milhões de libras

• Localização: Rua Principal de Barhead

• data de conclusão: 2020

Este projeto prevê a criação de um novo centro de saúde, edifícios residenci-ais e escritórios, um supermercado, uma faculdade de educação, bem como uma nova praça cívica.

2.9PlANO DE bARhEAD

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IlUStRAçãO 521. PlANO PARA bARhEAD

2.10PoRto dE gLaSgoW

iLUStRaÇÃo 522. PoRto dE gLaSgoW

iLUStRaÇÃo 523. PLano PaRa o PoRto dE gLaSgoW

iLUStRaÇÃo 524. PLano PaRa o PoRto dE gLaSgoW

Este ambicioso projeto de renovação urbana, que começou em 2003, está agora bem encaminhado. A transformação está a ganhar força e há agora sinais claros de transformação física e económica que pode colocar o Rio Clyde de volta ao coração da Escócia.

De glasgow green para Dumbarton, ao longo do rio, estão a ser planea-dos um grande número e variedade de excitantes desenvolvimentos. Alguns destes projetos estão concluídos. A renovação urbana está a ocorrer no coração de ambas as margens do rio.

O desenvolvimento do porto de glasgow envolve um investimento substan-cial em infraestruturas, criação de centenas de habitações à beira mar, oportunidades comerciais e de lazer, bem como uma zona comercial.

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Um dos projetos emblemáticos da frente rio é a regeneração de Clyde. Esta regeneração de um brownfield trouxe um crescente benefício económico, turístico e social tanto para glasgow como para toda a Escócia.

O desenvolvimento residencial está a ser criado em fases. A primeira fase do porto de glasgow foi concluída em 2007. A segunda fase está atualmente em construção e estão contempladas mais fases.

também estão a ser desenvolvidas instalações comerciais e de lazer.

Em outubro de 2009 foi concedido pela Câmara Municipal de glasgow o estudo preliminar para este distrito.

Foram realizadas grandes obras de infraestruturas ao longo da autoestra-da. Foram gastos 25 000 000 libras em melhorias dos arruamentos locais.

Além de instalações residenciais e comerciais, o porto de glasgow possui cerca de 50 hectares de espaço público aberto e cerca de três quilómetros de passadiços à beira-mar.

O novo museu da cidade, Riverside, que foi inaugurado em Junho de 2011, está localizado dentro do porto e está situado num terreno doado à cidade pelo investidor.

A primeira fase residencial está completa. As duas primeiras etapas da se-gunda fase residencial foram concluídas em 2009 e a fase final está em espera.

Este projeto tem um custo de 1 200 000 000 libras e está previsto terminar em 2015.

iLUStRaÇÃo 525. PRiMEiRa FaSE do PLano do PoRto dE gLaSgoW

iLUStRaÇÃo 526. PRiMEiRa FaSE do PLano do PoRto dE gLaSgoW

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iLUStRaÇÃo 527. PRiMEiRa FaSE do PLano do PoRto dE gLaSgoW

iLUStRaÇÃo 528. PRiMEiRa FaSE do PLano do PoRto dE gLaSgoW

iLUStRaÇÃo 529. PRiMEiRa FaSE do PLano do PoRto dE gLaSgoW

iLUStRaÇÃo 530. SEgUnda FaSE do PLano do PoRto dE gLaSgoW

iLUStRaÇÃo 531. SEgUnda FaSE do PLano do PoRto dE gLaSgoW

Esta fase é localizada em greater govan e glasgow harbour.

Este premiado bairro residencial tem casas construídas por Bryant homes, CaLa City e Park Lane. no total foram construídas 650 habitações. todas têm uma vista de beira-rio ou vista para o parque.

Para além desta localização junto ao rio e ao parque, estas propriedades apresentam especificações de alta qualidade, têm estacionamento enter-rado, áreas ajardinadas para residentes e porteiros.

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iLUStRaÇÃo 532. SEgUnda FaSE do PLano do PoRto dE gLaSgoW

iLUStRaÇÃo 533. PoRta dE EntRada do PoRto dE gLaSgoW

A segunda fase deste plano engloba um empreendimento residencial que está a ser construído em três etapas e que é composto por cinco torres que têm no mínimo 16 andares e no máximo 22 andares. Este empreendimento também terá um bloco linear de oito andares virado para Norte.

Prevê-se a construção de 819 apartamento, sendo que 95% destes terão vista para o rio Clyde.

Está previsto estacionamento enterrado e uma zona comercial no piso tér-reo. a etapa 1 (282 unidades) e 2 (205 unidades) já estão concluídas e a etapa 3 ainda não iniciou a obra.

Para desenvolver um impressionante portão de entrada para pedestres foi criada a ponte de Woodhouse, que consiste num sistema balaustrado fluido com o inovador sistema de iluminação embutida lED para criar um efeito de iluminação fantástico e com um custo de funcionamento bastante baixo.

O porto de glasgow é um dos maiores e mais prestigiados projetos de re-generação urbano, do Reino Unido. O projeto de 1.2 biliões de libras irá criar um novo bairro na cidade junto à beira-rio, proporcionando grandes bene-fícios para a economia local e para os habitantes de glasgow.

Espalhando o esquema de Docklands, em londres, estas antigas docas, o cais e os estaleiros em glasgow estão a ser reconvertidos em apartamentos residenciais, centros de negócios e zonas de lazer.

O desenvolvimento do Porto de glasgow constitui uma parte importante de uma das principais áreas prioritárias de regeneração nacional do governo escocês - o Clyde Waterfront (pessoas e local – declaração das Politicas

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de Regeneração de 2006) e do Plano de Crescimento Metropolitano e da iniciativa Waterfront Clyde.

O projeto concedeu a permissão de um planeamento com usos misto de lazer e de comércio.

glasgow é reconhecido como destino turístico de terceiro escalão do Reino Unido.

As pesquisas indicam que a variedade de lojas no centro da cidade con-tribui significativamente para a atratividade da cidade aos visitantes de toda a Escócia, Reino Unido e do exterior. A atratividade do centro da cidade foi reforçada por um programa de melhoria do espaço público.

A expansão dos usos de lazer, entretenimento e comida e bebida em toda a cidade aumentou a sua presença em áreas que são, em grande parte resi-denciais. É importante que seja encontrado um equilíbrio entre as necessi-dades comerciais para encerramento tardio, a proteção do meio ambiente, a amenidade das áreas adjacentes e qualidade de vida dos residentes, habi-tando em áreas de uso misto.

a Camara Municipal procura, através de suas políticas de desenvolvimento, garantir que o centro da cidade continue atraente e vibrante, tanto para os moradores como para os visitantes.

o Centro da cidade, Mid Clyde Waterfront and Forth e Clyde Canal são iden-tificados como Áreas de Desenvolvimento do turismo.

O comércio local continua a ser uma característica importante da vida de bairro, apoiando a renovação social e promoção da acessibilidade pedonal e cilável.

As ligações de transporte também serão uma característica fundamental do Porto de glasgow. Será criado um sistema de trem que irá ser chamado de Clyde Fastlink, que ligará a área ao centro da cidade, com possível conexão com o metropolitano.

o layout aprovado do Plano diretor Municipal tem como base as directrizes do desenho urbano do guia de Ação do Plano | Projeto, mas reforça a relação entre a habitação e o Parque Richmond através da proposta de arruamentos radiais centrados no parque. As fachadas de construção do parque, o arrua-mento principal e a nova praça Oatlands terão quatro andares, com edifícios mais altos colocados em pontos focais com vista para o rio Clyde.

As ruas laterais terão casas geminadas com dois ou três andares e terão jardins próprios.

Estima-se que a regeneração urbana irá criar mais de 10 mil novos pos-tos de trabalho, trazendo um enorme impulso para uma área com desem-prego acima da média. A academia de treino estabelecerá parcerias com entidades comunitárias e instituições de ensino local, fornecendo formação profissional para ajudar na procura de emprego a tempo inteiro em empre-sas locais.

A empresa promotora do Porto de glasgow é a glasgow harbour ltd, uma subsidiária integral da Clydeport Ltd, do transporte Peel e de um grupo de proprietários.

Apesar de ser uma empresa privada trabalha em estreita parceria com a Câmara Municipal de glasgow e com a Scottish Enterprise. o porto de glas-gow será um dos principais contribuintes para o crescimento da economia da Escócia.

Foi concedido ao Porto de glasgow, em 2001, a autorização de realizar um plano para a zona com um esquema de desenvolvimento de usos mistos.

Peel holdings reavaliou a extensão e a mistura de usos para a zona e propôs um esquema dinâmico que tornará glasgow num destino turístico nacional junto ao mar.

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Mais de 30 hectares dos originais 52 hectares do plano foram redesenha-dos de modo a proporcionar uma zona de férias, lazer, destino comercial e residencial.

a confluência do rio Clyde e do rio kelvin irá atuar como um ponto focal de todo o esquema e este cenário terá um projeto arquitetónico e obras de domínio público da mais alta qualidade.

A revisão do plano trará enormes benefícios para a cidade, atraindo mais de dois milhões de visitantes extras por ano para o novo distrito e áreas circunvizinhas.

A alteração da lei do jogo criará a possibilidade de redefinir o papel do Porto de glasgow e melhor o seu papel na economia escocesa, oferecendo mais benefícios de regeneração, quer fisicamente, socialmente e economica-mente.

O desenvolvimento de mais de 79.500 m² incluem:

• Um casino de classe mundial que oferece uma combinação de atividades desportivas, jogos, entretenimento;

• Um local central de entretenimento, um pub e um restaurante desportivo;

• três restaurantes de assinatura de qualidade internacional;

• Uma praça de alimentação e café;

• Um hotel de 5 estrelas com 200 camas com vista sobre o rio Clyde;

• 27.400 m² de espaço de comércio;

• Uma torre residencial de 30 andares junto ao cais;

• Uma nova avenida e novas ligações pedonais para Partick.

• Área de lazer para as famílias, incluindo o “mundo infantil”, um centro de educação e aprendizagem, um complexo com 10 salas de cinemas e um centro de entretenimento familiar;

• Espaços abertos públicos, incluindo acesso sem precedentes à margem do rio pela primeira vez em mais de 100 anos.

O objetivo geral do plano de regeneração para o bairro Oatlands irá refletir totalmente as qualidades de um bom desenho, tais como:

• Uma identidade local distinta;

• Espaços seguros e agradáveis (oatlands Square, ruas arborizadas e a es-treita relação com Richmond Park e o rio Clyde);

• Facilidade de movimento (esquema convencional de ruas ligados, ciclo-vias, desvio do trafego pesado para fora do bairro);

2.11bAIRRO DE OAtlAND

IlUStRAçãO 534. PlANO PARA OAtlAND

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IlUStRAçãO 535. PlANO PARA lAURIEStON

• Uma sensação de boas-vindas (pontos de entrada distintos);

• adaptabilidade (o plano já foi adaptado para tirar proveito de oportuni-dades de desenvolvimento adicionais);

• Bom uso dos recursos (ênfase em materiais de construção tradicionais, incluindo portas de madeira, reutilização de materiais de demolição no lo-cal, etc.);

• aparência atraente e caráter:

A comunidade local está interessada em tornar Oatlands um exemplo na-cional em termos de desenhos urbano.

a Câmara Municipal aprovou o plano para novas casas, comércio e equipa-mentos comunitários em laurieston.

A próxima etapa da regeneração, no valor de 90.000.000 de libras será reali-zada pela União Urbana, à qual foi concedida a autorização de planeamento para construir até 800 novas habitações.

A proposta inclui um hotel, lojas, equipamentos comunitários e espaços verdes.

As obras da primeira fase, que vai entregar mais de 200 habitações a preços acessíveis para aluguer, começou no final de Maio de 2012.

Os planos atuais foram objeto de uma ampla consulta pública, sem quais-quer objeções.

A segunda fase inclui o fornecimento de mais 600 habitações e inclui poten-cial para comercio, alojamento em hotel e equipamentos comunitários, bem como espaços verdes em todas as áreas que ligam laurieston ao centro da cidade.

A iniciativa de regeneração de laurieston iniciou-se nos anos 90, quando a primeira das três propostas de regeneração foi apresentada pela New gor-bals housing Association.

O consórcio que foi nomeado para o progresso do projeto, Urban Union tem trabalhado em estreita colaboração com a New gorbals housing Associa-tion (NghA)

laurieston é uma das três áreas de regeneração que foram identificadas em glasgow como prioridades para a regeneração completa. As outras duas são Maryhill e gallowgate.

O Urban Union tem um escritório no local para ajudar a fornecer conselhos e informações sobre o desenvolvimento, à população local, bem como opor-tunidades de emprego e de formação.

lAURIEStON2.12

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A regeneração do corredor canal de glasgow atingiu um marco importante com a publicação de um plano proposto para a área em volta de Maryhill.

O esquema inclui planos para criação de 800 habitações novas, estabele-cimentos comerciais, espaços de trabalho, equipamentos comunitários e, possivelmente, um novo centro de saúde.

O elemento residencial será uma mistura de moradias e apartamentos, principalmente geminadas em blocos, até cinco andares.

as propostas de Locks Maryhill são um elemento de um projeto de 20 anos para revitalizar cerca de 1.000 hectares da filial da Forth & Clyde Canal.

2.13

2.14

2.15

CanaL dE gLaSgoW

ShaWFiELd – naCionaL BUSinESS DIStRICt

MaRYhiLL LoCkS

iLUStRaÇÃo 536. PLano PaRa o CanaL dE gLaSgoW

iLUStRaÇÃo 537. PLano PaRa o CanaL dE gLaSgoW

iLUStRaÇÃo 538. PLano PaRa SahWFiELd

iLUStRaÇÃo 539. PLano PaRa SahWFiELd

A primeira fase deste projeto prevê a criação de uma nova área empresarial. Esta área empresarial poderá criar 15 mil postos de trabalho.

Este projeto pretende regenerar uma vasta área de terrenos baldios, junto a Shawfield e criará mais de 350 mil m2 de área de negócios, que será de-senvolvida ao longo dos próximos 20/30 anos e terá um custo de 15 milhões de libras.

Entre os muitos planos ambiciosos para a área está uma nova ponte pedonal sobre o rio Clyde, com ligação a dalmarnock, que é uma área que também tem numerosos projetos de regeneração, para os Jogos Commonweath de 2014.

A área de lazer será criada em torno do estádio Shawfield, que incluirá um hotel com 160 camas, uma sala de conferências, um restaurante e um ca-sino.

A sustentabilidade, no seu sentido mais amplo, vai estar no centro desta iniciativa à escala europeia.

o plano de Maryhill Locks pretende entregar:

• Bairros na nova orla costeira oferecendo uma gama de habitação para ar-rendamento e para venda (700 habitações);

• Um bairro que apele à sua utilização, sendo necessário criar políticas que permitam a segurança;

464

• Uma área de grande qualidade ambiental, com espaços abertos, lojas, cafés, e os usos da comunidade;

O plano de Spiers locks pretende mudar gradualmente a área, passando de uma área predominantemente comercial e industrial num bairro boémio com cultura e arte no seu coração, num centro de indústrias criativos, num lugar com mistura de usos.

Prevê-se a criação de:

• Um centro de desportos aquáticos que irá fornecer uma base durante todo o ano para o desenvolvimento da canoagem e caiaque. O local é visto como fundamental para a regeneração mais ampla dos Speirs locks e à sua ligação ao canal Maryhill;

• Um curso artificial de águas bravas junto ao canal Maryhill;

• Custo: 500 milhões de libras (70 milhões de libras no centro comunitário)

• total de habitações: 2 100

• Área: 185 hectares

• Localização: Renfrew

• data de conclusão: 2015

a primeira fase da Vila Ferry já está concluída. Este projeto é composto por uma mistura de apartamentos, moradias e lojas de retalho.

O desenho urbano da segunda e da terceira fase continua a ser desenvolvido.

Refrew Riverside é agora dominado pelo centro comercial braehead e pelo centro comunitário.

3

3.1

diagnÓStiCo E MEdidaS dE REgEnERaÇÃo MaiS RECEntE

REnFREW RiVERSidE:

iLUStRaÇÃo 540. PRiMEiRa FaSE da ViLa FERRY

iLUStRaÇÃo 541. CEntRo CoMERCiaL BRaEhEad

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• Custo: 1.2 biliões de libras

• total de habitações: 3 50

• Área: 1 100 hectares

• Localização: Wishaw | Motherwell

• data de início: 2006

• data de conclusão: 2026

A primeira fase do projeto já começou em obra. Esta fase compreende a construção de um conjunto de habitações urbanas em Motherell College e um novo complexo desportivo regional.

Este projeto tem como objetivo a sustentabilidade, proporcionando opor-tunidades de emprego, diversidade de usos, soluções carbono zero, a preservação de habitats e o incentivo do uso dos transportes públicos, bem como a utilização pedonal e cilável.

Serão criados regulamentos para os promotores implementarem.

3.2RaVEnSCRaig

iLUStRaÇÃo 542. PLano PaRa haBitaÇÕES URBanaS EM MothERELL CoLLEgE

iLUStRaÇÃo 543. PLano PaRa haBitaÇÕES URBanaS EM MothERELL CoLLEgE

iLUStRaÇÃo 544. PLano PaRa a SidERURgia dE RaVEnSCRaig

Este projeto prevê um alojamento universitário que será composto por um bloco de cinco andares de ensino junto de uma torre residencial cilíndrica. Este projeto tenta evocar as antigas siderurgias de Ravenscraig. O centro de desporto minimiza a dependência de iluminação artificial através de um telhado dentado proporcionando a penetração da luz do dia e bandas me-tálicas que se erguem para fora do chão quebrando a estrutura.

Este projeto prevê o reaproveitamento das águas pluviais bem como a utili-zação de biomassa como combustível.

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iLUStRaÇÃo 545. PLano PaRa a SidERURgia dE RaVEnSCRaig

• Custo: 220 milhões de libras

• total de habitações: 1 290 das quais 144 são habitação social

• Localização: Rua de Rutherglen

• data de início: 2005

• data de conclusão: 2014

Além de habitações, estão previstas lojas localizadas no centro do bairro, onde também existiram equipamentos comunitários e uma nova avenida.

O desenvolvimento irá empregar o uso consistente da cor (azul escuro) em esquadrias, portas, grades, postes de iluminação e mobiliário urbano com-plementando uma especificação atualizada para as ruas e calçadas.

A primeira fase foi concluída em 2006. Esta fase contemplava a criação de 332 habitações (119 privadas e 213 de habitação social).

A segunda fase está em construção.

3.3OAtlANDS

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IlUStRAçãO 546. PlANO PARA OAtlANDS

IlUStRAçãO 547. PlANO PARA OAtlANDS

Em 1990, o Projeto Crown Street Regeneração foi criado para preencher um vazio no tecido urbano causado pela demolição de doze blocos localizados no coração da de gorbals de glasgow.

O principal objetivo do projeto foi o de reconstruir neste local, mas também procurou trazer uma nova vida e confiança aos gorbals criando um novo uso misto.

A fim de estimular ideias para o novo desenvolvimento, foi realizado um importante Concurso de Design Urbano.

A equipe vencedora foi contratada para elaborar o plano tendo em conta um excelente desenho urbano e qualidade arquitetonica, tendo sido necessário assegurar a viabilidade em termos de mercado e de financiamento do sec-tor publico. Este plano procura integrar o desenvolvimento com as áreas adjacentes tais como laurieston e hutchesontown, ajudando, assim, numa regeneração mais ampla de toda a área de gorbals.

O plano para Crown Street segue a forma urbana de glasgow, empregando ruas predominantemente retilineas, que incluem vistas para as fachadas das torres e para o parque oval. A principal diferença é que a malha imposta

4ObRA FEItA

468

foi substituída por uma malha de arruamentos formais e as áreas dos quar-teirões teve que ser expandido para ser possível incluir grandes espaços verdes residenciais privadas.

O quarteirão é constituído por um anel de edifícios que divide a rua pública das zonas privadas. No passado, estes espaços interiores foram utilizados para estacionamento, permitindo que todos pudessem entrar, criando falta de privacidade e segurança para os moradores.

Pretende-se criar logradouros privados para utilização dos residentes. Os apartamentos dos pisos térreos terão jardins privados.

Em relação à rede viária, prevê-se que seja revista, em termos hierárquicos. As ruas comerciais devem ser avenidas mais largas enquanto os arruamen-tos residenciais devem ser mais estreitos.

O alinhamento existente de Crown Street foi mantido, criando o principal elemento de estruturação da nova forma de desenvolvimento.

Um novo e importante espaço urbano está a ser construído no extremo sul da Crown Street, dentro do qual estará localizado um novo grobals Park.Este parque irá transformar-se numa forte componente da Crown Street.

houve a necessidade de realinhar e prolongar alguns dos antigos arrua-mento, a fim de voltar a integrar as comunidades na zona leste e oeste do local. Pretende-se assim, dar enfase ao papel da Crown Street, como eixo unificador entre laurieston e hutchesontown.

O principal objetivo do projeto é contribuir para a regeneração da área através do desenvolvimento de uma grande comunidade na Crown Street. A habitação vai ser, portanto, o uso predominante no local, mas, dado o desejo de criar uma comunidade (ao invés de simplesmente ‘esquema’ de novas habitações) foram previstos todos os equipamentos auxiliares associados ao conceito de ‘vila urbana’. Portanto, existe uma mistura de outros usos relacionados incluídas nas propostas para o local.

Quando concluído o empreendimento terá, cerca de 800 habitações novas (75% para venda e 25% para arrendamento), comércio local na forma de uma rua comercial tradicional, um novo centro de negócios, um hotel, um novo parque local, uma residência estudantil e uma nova estação ferroviária.

O projeto está agora a meio caminho através do seu programa de desen-volvimento global e alcançou a conclusão de 350 habitações novas, um novo supermercado (1.200 m2), 11 lojas novas, um novo centro de negócios (6.100 m2) e um novo centro de emprego e formação (3500 m2).

Ao longo dos últimos sete anos, tem havido alguns progressos notáveis na Crown Street. Foram construídos alguns novos belos edifícios, a comuni-dade local acredita nos futuros investidores e existe mais confiança na gor-bals, como um lugar para viver e trabalhar. Muitos investidores privados foram convencidos dos benefícios da adoção de um processo de “renovação urbana cuidado ‘e de uma abordagem mais abrangente. No início do pro-jeto, os investidores declararam que não tinham absolutamente nenhum interesse em construir na gorbals. hoje, existe uma competição para serem selecionados para a próxima fase. Isto deve-se à criação de um plano e da maneira como a equipa do projeto trabalhou.

A principal tarefa remanescente para o projeto é garantir que haja unidade e empenho suficientes para ver o plano até à sua conclusão.

A regeneração da área Rua da Coroa de glasgow criou um bairro altamente habitável com equipamentos comunitários bem colocados e espaços públi-cos atraentes. A área foi redesenvolvida após a demolição das torres no final de 1980.

O envolvimento dos moradores foi uma exigência em todo o processo de desenvolvimento, e foi particularmente importante na superação da ima-gem impopular da área e restaurar a confiança. the New gorbals hous-ing Association localizou os seus escritórios em Crown Street para fornecer informações e apoio para os residentes. A confiança foi criada para gerir a manutenção dos blocos de habitação social. Cada bloco tem também uma associação de moradores.

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O bairro tem um forte foco na viabilidade, com uma variedade de lojas in-dependentes, equipamentos comunitários e espaços verdes abertos que servem o bairro. Foi construída uma biblioteca em high Street, a antiga igreja foi transformada num centro comunitário e os jardins e pequenos parques oferecem muitos espaços para as crianças. Na área tem-se de-senvolvido rapidamente um forte senso de comunidade, apesar da remode-lação global que ocorreu. Cerca de 20% dos moradores atuais são antigos residentes graças a um programa projetado especificamente para dar prio-ridade a residentes.

• Localização, potencialidades económicas e físicas de glasgow

• Boa localização geográfica com rio que dá origem a paisagens únicas

• Beleza dos Recursos naturais

• Áreas de intervenção livres, visto terem sido retirados os antigos usos portuários o que deu a possibilidade de fazer projetos quase de raiz e deter-minar novos usos

• Perspetivas de crescimento económico

• debate e concertação politica

• o plano em vigor foi alvo de reflexão e feito respeitando a opinião e ne-cessidades dos intervenientes assim como dos habitantes de glasgow.

Não se pode determinar em concreto porque as intervenções ainda estão a ser feitas e só num balanço final se podem identificar os desafios que surgi-ram ao longo do processo. Atualmente o que se deteta é:

• atraso na concretização de algumas intervenções

• Conflitos de usos diferentes

• Libertação das áreas de intervenção de usos portuários

Como referenciais inibidores de uma melhor performance aponta-se:

• dificuldade em atrair o investimento privado na fase inicial.

• incerteza do processo, porque muitas vezes se fica na dependência de fatores externos, relacionados com as exigências dos proprietários e da rentabilidade exigida pelos investidores.

• Problemas sociais.

• Flexibilidade para comportar as exigências em simultâneo de vários play-ers envolvidos no processo muitas vezes com interesses contraditórios.

• Cooperação entre o município e os proprietários privados criando uma corporação para o desenvolvimento urbano, diminuindo constrangimentos.

• organização e enquadramento dos diferentes intervenientes no projeto, feita de uma forma pragmática, comunicativa e funcional, definindo desde inicio o objetivo e as funções de cada um.

• Projectos alicerçados em princípios de sustentabilidade

• Promover atividades e usos que consigam gerar riqueza, desenvolvimento e postos de trabalho.

• Projetos que potenciam a localização e os recursos naturais e existentes

• atenção às condições de acessibilidade e inserção de elementos naturais

• qualidade de vida das pessoas como principal objetivo

• Reconhecimento da necessidade de uma transformação na imagem da cidade para a tornar competitiva economicamente.

• Criação de locais onde as pessoas se puderam informar acerca do projeto e onde estão a ser desenvolvidas ações sociais, na tentativa de aumentar o

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5.1

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RESUltADOS ObtIDOS, FAtORES POtENCIADORES E DESAFIOS ENCONtRADOS

FAtORES POtENCIADORES

FAtORES POtENCIADORES

ANÁlISE CRítICA E BEChMaRkS PARA REPlICAR

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sentimento de responsabilidade e pertença com o bairro e ao mesmo tempo criar uma comunidade equilibrada, com sentido cívico e respeitadora dos espaços públicos

• Manutenção da ordem social e da atratividade numa área com elevada densidade populacional através da gestão de boa vizinhança e de uma es-fera pública de alta qualidade, limpa, organizada e segura.

• Fazer habitação acessível e flexível através de um sector de arrendamento social sem fins lucrativos

• Envolvimento do investimento público no processo e na resolução dos problemas sociais. Sem esta intervenção o programa não teria possibili-dade de sucesso.

• Marketing de proximidade e disponibilidade constante. o contacto direto com as populações contribuiu para a ausência de contestação por parte da população

• Parceria com a iniciativa privada em contractos de partilha de interesses com entidades públicas, o que permitiu introduzir racionalidade nos inves-timentos, retorno de uma parte do investimento público e simultaneamente captação de novos players para dinamização futura dos espaços e dinami-zação da atividade empresarial.

• tratamento personalizado. não entrar no processo de reabilitação com uma receita única. Interpretou-se cada caso como um caso específico, que foi tratado de forma única, o que exigiu muita disponibilidade mas permitin-do em contrapartida um maior envolvimento dos proprietários e outros par-ticipantes.

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Page 105: Benchmarking Internacional, case studies de Regeneração Urbana

20 bEIRUtE

Contexto e Fatores Promotores de Desenvolvimento

Programas, Planos e Incentivos associados à Regeneração de beirute

diagnóstico e Medidas de Regeneração mais recentes

Obra feita

Resultados obtidos, fatores potenciadores e desafios encontrados

Analise crítica e benchmarks para replicar

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o Líbano ocupa uma localização estratégica no Médio oriente e faz a ligação entre leste e oeste, mar e interior e foi ao longo dos tempos um ponto de encontro de rotas comerciais, povos e civilizações.

1CONtEXtO E FAtORES PRO-MotoRES do dESEnVoLVi-

MEnto

IlUStRAçãO 548. lOCAlIzAçãO DE bEIRUtE

IlUStRAçãO 549. bANDEIRA DO líbANO

A capital beirute, é habitada há mais de 5000 anos por várias civilizações que deixaram o seu contributo tornando-a numa cidade rica culturalmente, sofisticada e com uma forte presença na economia do país.

tem como principais pontos favoráveis:

• a localização que funciona como uma entrada marítima e um novo aero-porto

• o ambiente económico e político liberal e uma imprensa livre

• Um sistema bancário bem fundamentado e um mercado de capitais emer-gente

• Bons serviços de saúde e uma excelente educação, recursos humanos com boa formação académica

• Caracter cosmopolita, onde falam inglês e francês além de árabe

O centro da cidade está posicionado num local privilegiado com vistas sobre o mediterrâneo, com uma paisagem pitoresca com colinas e montanhas ao longo da baia. todas as estradas convergem para o centro tornando-o acessível de todas as partes de beirute, tem ainda um porto e um aeroporto internacional.

iLUStRaÇÃo 550. ViSta aÉREa dE BEiRUtE

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Foi desde sempre o centro das atividades económicas libanesas. Foi em beirute que se localizaram os principais bancos, escritórios, a sede do go-verno, o parlamento, comercio, turismo e educação de referência no líbano. todos estes empreendimentos deram ao novo centro da cidade um am-biente funcional e atrativo, onde se vive e trabalha com qualidade e onde há sempre movimento de residentes, visitantes diários e turistas.

“O centro da capital libanesa é o Distrito Central de Beirute (DCB) uma área com centenas de anos, focada nas finanças, negócios, cultura e lazer. A sua reconstrução constitui um dos mais ambiciosos desenvolvimentos urbanos contemporâneos.”1

Beirute foi fundada pelos fenícios no séc. XV a.C. Foi ocupada por gregos, romanos e bizantinos e devastada no século Vi por violentos terremotos que a fizeram entrar em decadência, até cair no poder dos árabes em meados do século Vii.

Na época das cruzadas, cristãos e muçulmanos disputaram a cidade. Após um período de dominação egípcia e turca beirute foi incorporada no Império Otomano.

Em 1830 ficou sobre o governo do paxá egípcio Mehemet ali.

Embora o porto de beirute tenha sido um fator de grande desenvolvimento durante a idade Média e no período otomano, a sua verdadeira expansão deu-se após a modernização das instalações portuárias e com a construção da linha ferroviária beirute-Damasco no final do séc. XIX. Devido ao intenso trafego terrestre e portuário beirute tornou-se no maior centro de comér-cio e comunicação do país, o que fez com que ganhasse importância a nível internacional.

Em 1941 uma frota composta por forças do Reino Unido, Áustria e turquia conseguiu, após violento bombardeio, restituí-la ao império turco.

Em 1946, depois de ter sido ocupada por ingleses e franceses durante a Segunda guerra Mundial, Beirute tornou-se capital do Líbano.

Os anos quarenta foram caracterizados pela assinatura de um pacto na-cional que dividiu o poder entre as diversas comunidades religiosas, cristãs e muçulmanas que compõem o país e que está na base dos conflitos no líbano. Por serem a maioria da população na época, os cristãos tiveram direito a uma percentagem superior de lugares no parlamento e a uma pre-sença mais forte na política, na economia e nas forças armadas. Do mesmo modo, tal como ocorre até hoje, o presidente da República deveria ser sem-pre um cristão maronita; o primeiro-ministro, um muçulmano sunita e o presidente do parlamento, um muçulmano xiita.

beirute foi até à década de setenta um importante centro económico e cul-tural do Médio oriente. Com o despoletar da guerra Civil do Líbano em 1975 a fisionomia da cidade foi bastante alterada e o porto perdeu a sua atividade.

A partir de 1970, o estabelecimento no líbano das dezenas de milhares de palestinos expulsos pela guerra civil na Jordânia, num episódio conhecido como “Setembro Negro”, fez aumentar consideravelmente o contingente de muçulmanos no país, levando-os a reivindicar uma reorganização de poder. também a presença de guerrilheiros da Organização para a libertação da Palestina, a OlP, que lançavam ataques contra Israel a partir do sul do país, constituía um forte elemento desestabilizador. Os cristãos queriam expulsá-los, enquanto os muçulmanos manifestavam-se favoravelmente à sua causa.

A tensão política chegou ao seu limite no dia 13 de Abril de 1975, quando um comando cristão atacou um autocarro num subúrbio de beirute ma-tando mais de vinte palestinos e muçulmanos. Estava deflagrada a guerra. A guerra Civil do líbano afetou beirute entre 1975 e 1990.

1.1EVoLUÇÃo dE BEiRUtE ao Longo doS tEMPoS

1 disponível em http://www.SoLidERE.com

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A guerra teve quatro fases:

• de 1975 a 1977, caracterizada pelos combates e massacres entre as co-munidades religiosas e uma intervenção síria por petição do Parlamento libanês;

• Entre 1977 e 1982, caracterizada por uma intervenção israelita no sul do país

Em 1980, a cidade foi dividida pela “linha verde” em dois sectores o orien-tal (habitado quase exclusivamente por cristãos) e o ocidental (onde pre-dominam os muçulmanos). Esta sectorização e a instalação de campos de refugiados palestinos nos arredores de beirute contribuiu para reforçar o carácter de cidade dividida e conturbada.

O conflito agravou-se por causa das mudanças na composição demográfica libanesa, do afluxo de refugiados palestinos entre 1948 e 1982, das dispu-tas religiosas entre frações cristãs maronitas e muçulmanas, bem como o envolvimento da Síria, de Israel e da Organização para a libertação da Palestina (OlP).

• de 1982 a 1984, caracterizada pela invasão de israel, a tomada de Beirute e a posterior intervenção das Nações Unidas

A década de oitenta foi particularmente sombria. A maior parte de beirute foi deixada em ruínas como resultado do massacre de karantina, realizado por milícias cristãs libanesas em 1976, dos bombardeios do exército sírio aos bairros cristãos em 1978 e 1981 e, por fim, da invasão israelita que ex-pulsou a OlP do território libanês, em 1982.

• Entre 1984 e 1990. Caracterizada pelos acordos de taif, assinados na Arábia Saudita, onde se criaram condições para o final definitivo em 1990.

Só com a invasão do kuwait pelo iraque em 1990, é que as tensões se re-duziram até o final definitivo no início da década de 1990. No entanto as forças israelitas continuaram presentes no sul do líbano que funcionava como área-tampão que supostamente impedia ataques sobre o norte Israel, até a retirada em 2000.

No ano 2000 a Síria controlava na prática o resto do território libanês e só retirou as tropas em 2005, quando foi obrigada a abandonar o país após a pressão conjunta criada por manifestações populares libanesas e interven-ção diplomática dos Estados Unidos, da França e das Nações Unidas, como consequências do assassinato de Rafik hariri.

Já em fase de regeneração em 2006 beirute foi bombardeado por misseis israelitas, em represálias a ataques feitos pelo grupo extremista hezbollah a posições israelitas.

iLUStRaÇÃo 551. tRoPaS da oLP E ConSEqUÊnCiaS doS BoMBaRdEaMEntoS EM 1982

iLUStRaÇÃo 552. ConSEqUÊnCiaS doS BoMBaRdEaMEntoS EM 2006

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iLUStRaÇÃo 553. ataqUE ao aERoPoRto dE BEiRUtE EM 2006

todos estes acontecimentos acentuam o esforço exigido da parte dos res-ponsáveis pela regeneração urbana da capital.

Definida e caracterizada pela presença de várias civilizações e povos, carac-ter moldado por um percurso conturbado, alvo de combates e conflitos re-ligiosos beirute tem um legado histórico e patrimonial que contribuem para a sua identidade.

beirute uma cidade extremamente afetada por invasões, conflitos e uma guerra civil entre 1975 e 1990 encontrava-se até à intervenção que conduziu à sua regeneração urbana num processo de decadência.

Fruto dos conflitos e do caracter conturbado e instável da capital libanesa o turismo deixou de existir, os mercados e a economia abrandaram dra-maticamente. Deu-se ainda o aumento do número de emigrantes oriundos da Palestina e refugiados. As condições de vida diminuíram drasticamente assim como a segurança e higiene.

Os edifícios encontravam-se em muito mau estado, estando a maioria em ruinas.

Quando os combates cessaram no final de 1990, beirute encontrava-se completamente desfigurada. O centro histórico e os bairros ao longo da chamada “linha verde”, que durante anos dividiu a cidade em duas, tinham sido reduzidos a ruínas.

Face a todas estas condições era necessário e urgente a criação de um plano de regeneração urbana de beirute que devolvesse o lugar de destaque a nível económico e cultural que a cidade já tinha tido.

Em maio de 1994, depois de quatro anos sem guerra, o governo definiu um plano estratégico orientado para reerguer a cidade, tendo com esse propósito criada uma empresa de capital privado, a SOlIDERE – Sociedade libanesa para o Desenvolvimento e Reconstrução.

A SOlIDERE – Sociedade libanesa para o Desenvolvimento e Recons-trução, é uma sociedade anónima de capitais privados, formada a 5 de Maio de 1994, para o desenvolvimento e reconstrução do Distrito Central de bei-rute.

A SOlIDERE procura combinar a independência e perspicácia empresarial de uma empresa privada com uma visão global e um sentido de serviço público.

1.2

2

2.1

SíNtESE DOS PRINCIPAIS CAtAlISA-DORES DOS PROCESSOS DE REgE-NERAçãO URbANA DE bEIRUtE

PRogRaMaS, PLanoS E inCEntiVoS aSSoCiadoS À REgEnERaÇÃo dE bEIRUtE

SOlIDERE – SOCIEDADE lIbANESA PaRa o dESEnVoLViMEnto E RE-CONStRUçãO

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IlUStRAçãO 554. lOgOtIPO DA SOCIEDADE SOlIDERE

A devastação causada pela guerra Civil do líbano entre 1975 e 1990 tornou Distrito Central de beirute (DCb) numa das áreas mais atingidas e a perspe-tiva da sua reabilitação foi inicialmente marcada por recursos inadequados, absenteísmo e direitos de propriedade mal resolvidos. Foi neste contexto que a sociedade SOlIDERE se tornou necessária, porque foi através da sua estrutura legal e institucional inovadora a reconstrução prosseguiu sem ter sido necessário recorrer a fundos públicos e servindo-se da colaboração privada para o seu desenvolvimento.

A existência de um governo com uma estrutura e organismos incapazes de elaborar e implementar um plano de regeneração a sociedade SOlIDERE aparece como um organismo responsável e capaz de o fazer.

2.1.1. OBJETIVOS

A SOlIDERE teve como principal objetivo liderar o desenvolvimento e a re-construção do Distrito Central de beirute (DCb). A sua forma de atuar assu-miu diversas modalidades podendo ser proprietário, gestor de serviços e/ou operador. Apoia-se numa base solida com atividades de valor acrescentado cuja finalidade é a prosperidade do centro de beirute.

A Sociedade para além de gerir os terrenos do centro de beirute, pode, antes de entregar às autoridades públicas, prestar serviços de gestão e manutenção de infraestruturas, marinas, espaços públicos e parques de estacionamento.

A SOlIDERE elaborou um master-plan, um plano de ação detalhado coorde-nado, dividido em duas fases de intervenção no centro da cidade e extensão até à marginal. A primeira fase de 1993 a 2004 e a segunda de 2005 a 2030.

Os objetivos fixados foram respetivamente:

• Subdivisão o centro de Beirute em 10 sectores

• Recuperação do domínio público, com a instalação de uma infraestrutura moderna e completa

• Elaboração de uma estratégia urbanística contemplando novas cons-truções e edifícios históricos a recuperar

• Revelação e enaltecimento da topografia do lugar e das suas caracterís-ticas naturais

• Criação de espaços públicos (jardins, praças, passeios e caminhos)

• Potenciar e “redescobrir” a história da cidade

• Restabelecimento das estruturas de vizinhança

• integração harmoniosa entre o velho e o novo, combinando tradição com inovação e o controlo na criatividade e expressão arquitetónica

• oferta de um sistema de desenvolvimento flexível direcionado para o mer-cado com visão sustentável

• Estabelecimento de vários usos no centro da cidade orientados para as empresas, sector institucional, residencial e cultural

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• Criação de um ambiente ativo e com dinamismo constante

• Criação de pólos de atração no centro de Beirute

• integrar as descobertas arqueológicas

• Criação de um desenvolvimento urbano de alta qualidade

• Restaurar a rica herança de Beirute

No master-plan os sectores foram divididos de acordo com os eixos visuais tendo como objetivo a valorização da topografia, características naturais e enquadramentos marítimos.

Eixos a Norte:

• o primeiro eixo Serail, que abre a vista do morro Serial para p parque à beira rio

• o segundo eixo da Praça dos Mártires, que abre a vista da circular para a praça em direção ao mar

• os eixos Maarad-allenby e Foch, que liga o núcleo histórico ao novo dis-trito da marginal

• o quinto eixo que liga o distrito dos hotéis à marina de Beirute

Eixos a Este

• dois eixos que abrem a vista para o Monte Sannine: a antiga linha litoral/ Parede Otomana e a outra é o distrito da marginal

• Um eixo ao longo da avenida Professor Wafic Sinno

A restauração, reabilitação e conservação do DCb foram feitas segundo regras estabelecidas pela SOlIDERE em colaboração com as autoridades responsáveis pelo planeamento urbano de beirute. O plano de detalhe traçado envolveu, diretrizes de restauro incluindo requisitos técnicos e standards para assegurar harmonia entre o contexto urbano e os edifícios restaurados.

Alcançados os objetivos definidos, a SOlIDERE pretende que a intervenção em beirute seja um modelo urbanístico sustentável e de desenvolvimento urbano aplicável internacionalmente, e que a capital libanesa se torne um destino turístico e de negócios capaz de albergar atividades culturais e de lazer.

A visão do projeto foi o de criar um centro cheio de atividades que com-bine; espaço de encontro e edifícios comerciais, escritórios, zonas adminis-trativos, residenciais e atividades culturais procurando recolocar beirute como um centro internacional e regional de negócios, um destino turístico de eleição e uma área residencial de primeira escolha, dotada do centro mais requintado do Médio oriente.

2.1.2. ESTRATÉGIA

A estratégia financeira e de intervenção baseada na constituição da SOlI-DERE foi considerada inovadora e baseou-se na adaptação de uma lei dos anos 60 formulada para a reconstrução severamente danificadas pela guer-ra, que permitia o estabelecimento de companhias imobiliárias numa deter-minada área, mediante a elaboração de projetos de desenvolvimento urbano devidamente aprovado.

A SOlIDERE foi capitalizada com contribuições em espécie, constituídas pe-los direitos de propriedade relativos aos lotes destruídos, situados no centro da cidade antes da guerra, e com participações em dinheiro. Os titulares desses direitos foram identificados, as suas propriedades avaliadas e emiti-das ações de participação na sociedade SOlIDERE do tipo A, por comités judiciais constituídos para o efeito, enquanto aos subscritores da oferta ini-cial privada, foram atribuídas ações diferenciadas de tipo b. Aos proprietári-os abrangidos foi concedida também autorização para recuperar os lotes detidos, mas sujeitos a condições estritas de requalificação e renunciando naturalmente às ações a que tinham direito, que voltavam a ser assumi-das pela SOlIDERE. Como contrapartida do financiamento e reconstrução

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das infraestruturas e equipamento do domínio público para o bCD (beirut Central District) em nome do Estado, foi concedida à empresa SOlIDERE a propriedade de 291.800 metros quadrados de terreno na nova área marginal para proceder à sua regeneração.

No primeiro ano de operação a sociedade decidiu cotar as suas ações na bolsa de londres procurando captar recursos e que renderam à sociedade, na altura bem cotada no mercado de capitais, cerca de 650 milhões de dólares, que serviram para ter liquidez inicial e dar início às obras de con-strução que trouxeram lentamente valor acrescentado ao território.

O início do processo ao ser rápido fez com que a venda de terras para o seu desenvolvimento fosse possível logo a partir do segundo ano de operações, ajudado ainda por esquemas promocionais de vendas, como forma de finan-ciamento a médio prazo de 5 anos para a compra de terrenos com taxas de juro muito competitivas. Permitiu assim o inicio do desenvolvimento imobi-liário antes do previsto o que fez com que a SOlIDERE conseguisse tornar os empréstimos a médio prazo mantendo um coeficiente de endividamento de 20% fixado como objetivo o que beneficiou o retorno aos acionistas.

O IPO, Initial Public Offering, fundo público criado antes do lançamento da SOlIDERE, também apoiou o plano concebido, reforçando a confiança na implementação do projeto de regeneração.

A sociedade capitalizou-se sobretudo com direitos de propriedade das áreas envolvidas no projeto no centro de beirute e com subscrições financeiras obtidas no mercado de capitais, permitindo garantir a segurança no retorno e atrair investidores locais, regionais e internacionais, para o processo de regeneração de beirute de que resultou a reconstrução do distrito central da cidade, sem recurso ao investimento público.

Medidas definidas no campo do desenvolvimento e organização de territo-rial:

Este campo está relacionado com atividades que envolvem; parcelamento urbanístico e a gestão urbana, preparação do local, investigação arqueo-lógica, infraestruturas, mobiliário urbano e paisagismo. Estas atividades antecedem o desenvolvimento imobiliário e foram formas de acrescentar valor aos terrenos do centro da cidade.

Este campo subdivide-se em:

1. Infraestrutura

2. Distrito da marginal

3. Marina

4. Espaços públicos

As infraestruturas e instalações deveriam obedecer a critérios funcionais e o design urbano deveria ser limpo e atrativo tornando beirute:

• numa escolha para residir, para negócios e instituições

• numa cidade com uma cultura vibrante e um destino de turismo, laser e comércio

• Conhecida pelo aproveitamento da marginal e uso do mar como fator ci-dade que aproveita o mar como um fator revigorante e de desenvolvimento.

Medidas definidas no campo do desenvolvimento imobiliário:

• Recuperação e valorização de terrenos no centro de Beirute em troca de terrenos na marginal para recuperar e ter como resultado espaços cons-truídos com qualidade e valor arquitetónico

• gestão, venda e manutenção dos novos espaços construídos e dos edifí-cios reabilitados

• a SoLidERE propôs-se a prestar serviços de logística local, como limpeza, controle de pragas, segurança e gestão do tráfego e mantém infraestrutura com os seus recursos financeiros, até à sua entrega final às autoridades públicas interessadas.

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BEiRUt hoSPotaLitY CoMPanY (holding) é uma companhia subsidiária da sociedade SOlIDERE criada em 2010 com o objetivo de dinamizar o centro de beirute. A estratégia passa por conseguir atrair para o centro espaços de lazer com qualidade e geradores de riqueza e postos de trabalho.

O modus-operandi da bhC está suportado no apoio operacional, financeiro e administrativo a estabelecimentos de lazer como cafés, restaurante e hotéis instalados no centro da cidade assim como a sua promoção e publicidade.

Esta companhia engloba empresas de desenvolvimento de negócios, oper-ações cooperativas, comidas e bebidas, tecnologia de informação, recursos humanos e Finance & accounting.

2.2

3

3.1

3.2

BEiRUt hoSPitaLitY CoMPanY (hOlDINg)

diagnÓStiCo E MEdidaS dE REgE-nERaÇÃo MaiS RECEntES

DIAgNóStICO

MEdidaS dE REgEnERaÇÃo

iLUStRaÇÃo 555. LogotiPo da BEiRUt hoSPitaLitY CoMPanY (hoLding)

IlUStRAçãO 556. bEIRUtE ANtES DE SOlIDERE

IlUStRAçãO 557. bEIRUtE ANtES DE SOlIDERE

O diagnóstico do centro de beirute antes da intervenção da SOlIDERE é o de um território devastado por uma guerra onde o governo não é estável, os edifícios estão destruídos e/ou em ruinas, economia frágil, mercados económicos estagnados, a população dispersa, fragilizada e sem esperança e com potencialidades mal aproveitadas.

As condições de vida dos habitantes de beirute eram baixas com pouca se-gurança, fracas condições de saúde e de higiene.

Podemos dizer que o diagnóstico é um dos principais catalisadores do pro-cesso de regeneração urbana em beirute. O estado decadente da cidade libanesa levou à necessidade e urgência de um programa de regeneração urbana eficaz de forma a recolocar beirute como ponto de referência ao nível das condições de vida, cultura e economia.

Dividindo as medidas por dois sectores o do urbanismo e do imobiliário.

Setor do Urbanismo

• infraestruturas

- Infraestruturas foram colocadas no centro tradicional de beirute que se estendeu até ao distrito da marginal. A SOlIDERE completou e en-tregou ao Estado a maioria dos trabalhos existentes no centro da cidade em troca de terrenos na marginal.

- Com a criação de novas redes viárias o centro da cidade ficou equipado com estradas e áreas pedonais e acessos para pessoas com mobilidade reduzida

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iLUStRaÇÃo 558. noVaS REdES ViÁRiaS

iLUStRaÇÃo 559. diStRito da MaRginaL, iMagEM ViRtUaL

- Personalização de cada bairro através do pavimento, mobiliário urbano, arte urbana, iluminação e sinalização

- Instalação progressiva de sistemas de vigilância e televisão a cabo

- SOlIDERE é responsável, mantêm e gere infraestruturas até entregar às autoridades

- Desta forma o centro de beirute reemergiu encorajando o desenvolvi-mento e ocupação destes novos espaços.

• distrito da marginal

- Foi um projeto alvo de um investimento pesado em engenharia marítima de defesa, na reconstrução da marina, limpeza ambiental e recuperação de terrenos.

- Feito para ser um distrito central nos negócios, atividades financeiras, residencial, de turismo e de lazer emoldurado por áreas verdes, a pais-agem libanesa (montanhas e mar) e uma arquitetura arrojada.

- Marina de Beirute tem capacidade para 186 barcos e iates. Está rela-cionada com a marina Zaitunay Bay desenhada pelo arquiteto americano Steven holl que inclui um yacht club com apartamentos mobilados, edifí-cios residenciais, um restaurante no cais e um porto. Uma outra marina no lado este está planeada para a segunda fase.

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iLUStRaÇÃo 560. MaRina dE BEiRUtE dESEnhada PoR StEVEn hoLL, iMagEM ViRtUaL.

IlUStRAçãO 561. bEIRUtE EXIbItION CENtER

iLUStRaÇÃo 562. FUtURa MaRina dE BEiRUtE, iMagEM ViRtUaL

- A SOlIDERE inaugurou uma pista para bicicleta e passeios pedestres chamada beirute Exibition Center com 1200 m2 projetado pelo grupo americano lEFt que liga o centro da cidade tradicional ao passeio ma-rítimo e está projectado para abarcar uma série de atividades culturais e de lazer ao longo de um caminho.

• Marina

- Esta intervenção incluía Marina do lado ocidental, um dique e uma es-trutura de defesa de duas linhas, com a marina do lado oriental planeada a ser construída nas duas diferentes fases do desenvolvimento do DCb

- A construção feita na área da marina foi feita para potenciar a relação com o mar

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• Espaços públicos

- Construção de jardins, praças e marcação de espaços com esculturas simbólicas e de valor histórico e político

- Importância dos percursos pedestres e ligação com a paisagem.

- Arquitetura e design dos espaços é tido em conta como forma de valori-zação e reconhecimento a internacional

- Alguns exemplos:

» Jardim gibran khalil gibran em frente ao edifício das nações Unidas com destaque às esculturas de Salwa Raouda e um busto do poeta Rudy Rahmé.

» Praça Riad El Solh com a estátua do primeiro-ministro da indepen-dência do líbano. A Praçla Debbas e Omar Daouk contam com bustos de políticos desenhados por Mohamed halawi.

» Jardim Fouad Chehab a sul de zokak El blatt que funciona como um miradouro para a cidade e foi projetado pelo arquiteto francês Didier Drummond

» Jardim Wadi abou Jamil projetado pelos franceses tUP e Rafik khoury & Partners.

» Praça Amir Amine e os seus bancos modulares desenhados por Salwa Raouda, rodeado por uma área ajardinada e uma piscina desenhada por Vladimir djurovic Landscape architecture, grupo de arquitetos libaneses responsáveis por vários projetos em beirute

» três jardins desenhados por Mohamed halawi

» Praça Debbas caracterizada por um aqueduto azul de design mod-erno que está a ser redesenhado por Jean Marc Bonfils para melhorar a relação da praça com envolvente e priorizar a circulação pedestre

» Praça bazerkan uma área de relaxe com mobiliário urbano e árvores

Contributo para a regeneração urbana:

• a criação de espaços de lazer, a importância dada ao espaço público e a criação de espaços de confraternização emblemáticos fazem com que os habitantes de beirute disfrutem e conheçam melhor e se orgulhem da sua cidade bem como se identificam com ela e ganham confiança no programa de regeneração urbana em vigor.

• independência financeira conseguida por uma estratégia eficaz faz com que o processo não dependa de financiamentos públicos

• Melhores acessos e melhoria da mobilidade

• Valorização e proteção dos recursos naturais melhoram a qualidade de vida das pessoas

• Em vez de simplesmente retirar os escombros e levantar construções modernas no lugar, a SOlIDERE investiu na restauração das fachadas origi-nais dos antigos prédios de estilo otomano, paralelamente a um pesado in-vestimento em infraestrutura. Nas demais áreas de beirute, pouco a pouco, edifícios avariados pela guerra foram recuperados por iniciativa dos próp-rios moradores enquanto outros tantos eram demolidos para dar lugar a novos empreendimentos.

Sector Imobiliário

• Um setor com potencial cujo objetivo é funcionar como ponto de atração de investimento, pessoas e negócios.

• o último quarteirão da parte a sul dos Souks de Beirute foi inaugurado em 2009 e conta já com um elevado grau de ocupação. Estão aí localizados o edifício da nações Unidas e outras agências pertencentes, a sede da ESCWa (Economic and Social Council for Western asia),o World Bank e as embaixa-das do Japão, Inglaterra, Austrália, Noruega e Dinamarca.

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iLUStRaÇÃo 563. EdiFÍCio daS naÇÕES UnidaS, BEiRUtE

• os edifícios residenciais em Saifi, Wadi abou Jamil e Zokak El Blatt estão quase todos ocupados. Juntamente com seus próprios projectos, a Compa-nhia continua a desenvolver e compartilhar com os investidores imobiliários interessados conceitos arquitetónicos relacionados com Saifi ou clusters residencial Wadi abou Jamil e com outros projetos comerciais ou multiuso.

• a “SOLIDERE vende terrenos com um programa imobiliário, um desenho arquitectónico e, possivelmente, um pacote de desenvolvimento.”2

Contributo para a regeneração urbana:

• Crescimento económico

• oportunidade de aumentar a duração e extensão do programa

• Mais oportunidades de emprego e negócio que dão melhores condições de vida

• Maior visibilidade e reconhecimento internacional

PRIMEIRA FASE 1993-2004

trabalhos finalizados

• infraestrutura no centro da cidade tradicional e do aterro sanitário origi-nal.

• Planeamento do sector existente assim como das novas áreas de desen-volvimento

• Execução do estacionamento aprovado e arranjos exteriores

• Recuperação do centro histórico, renovação do distrito bancário e comér-cio

• Renovação do Saifi, Zokak El Blatt e envolvente norte de Wadi abou Jamil

• Projeto e construção subterrânea dos Souks (mercado árabe) de Beirute

• Projetos mais importantes: Edifício das nações Unidas, Saifi Village, Em-baixada, Complexo multiusos da Rua de France, Bank audi, Sede da Me-dgulf and Bankers’ association, hotel Monroe, Edifícios de escritórios al-bourj and Atrium, the Consulting Clinics, Edifícios residenciais da Avenida du Parc 24 avenue du Parc e Park View Realty.

• Marina de Beirute, estrutura de defesa e passeio marítimo

4ObRA FEItA3

2 disponível em http://www.SoLidERE.com

3 disponível em http://www.SoLidERE.com

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iLUStRaÇÃo 565. iMagEnS da PRiMEiRa FaSE da intERVEnÇÃo

iLUStRaÇÃo 566. iMagEnS da PRiMEiRa FaSE da intERVEnÇÃo

iLUStRaÇÃo 567. iMagEnS da PRiMEiRa FaSE da intERVEnÇÃo

iLUStRaÇÃo 564. noVoS PaSSEioS PEdonaiS E EStRUtURa dE dEFESa

• avanços na questão do tratamento e recuperação de terra

• Plano do distrito da marginal

• Projetos em andamento: cluster residencial Saifi e Wadi abou Jamil

SEGUNDA FASE 2005-2030

trabalhos finalizados:

• no centro da cidade: Souks a sul de Beirute (Core e gold)

• na frente beira-mar: avanços na questão do tratamento e recuperação de terra, planeamento, infraestrutura e paisagismo

• Projetos imobiliários mais importantes: edifícios residenciais luxuosos como a torre da Marina, torre Beirute e a torre Platinium, e hotéis de luxo como o Le gray e Four Seasons

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iLUStRaÇÃo 568. toRRE MaRina EM dEStaqUE E hotEL FoUR SEaSonS do lADO ESQUERDO

iLUStRaÇÃo 569. toRRE BEiRUtE, iMagEM ViRtUaL

iLUStRaÇÃo 570. toRRE PLatiniUM

• Projetos em andamento:

- Conclusão dos Souks

- Vários projetos de paisagismo no distrito dos hotéis, e na área de Wadi Abou Jamil e norte de Foch.

- Conclusão dos condomínios de Saifi e Wadi abou Jamil

- Estabelecimento de novas áreas principais no corredor Serail, distrito dos hotéis, sector ghalghoul e Praça dos Mártires

- lançamento de arranha-céus com um estilo arquitetónico diferenciado

- Conclusão do desenvolvimento imobiliário à volta da Marina de Beirute

- Implementação de infraestrutura no distrito da marginal

- Paisagismo do parque à beira do rio e passeios Corniche.

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iLUStRaÇÃo 571. EdiFÍCio dE JEan noUVEL - LandMaRk, iMagEM ViRtUaL

iLUStRaÇÃo 572. EdiFÍCio dE hERZog & MEURon – BEiRUt tERRaCES, iMagEM ViRtUaL

iLUStRaÇÃo 573. EdiFÍCio dE noRMan FoStER – 3BEiRUtE, iMagEM ViRtUaL

- Conclusão do parque de estacionamento Comiche

- desenvolvimento da parte oriental da Marina

- Desenvolvimento do distrito da marginal como um projecto modelo no que respeita à sustentabilidade

Com o objetivo de aumentar o dinamismo do centro de beirute a SOlIDERE criou espaços para atividades com caracter permanente / temporárias na área da marginal. Desta forma e através da bEIRUt hOSPItAlItY hOl- DINg a sociedade consegue dinamizar o local e criar atividades geradoras de riqueza que contribuem para o sucesso do processo de regeneração.

O centro de beirute foi reconstruído exatamente como era antes da guerra civil. Noutras áreas procederam-se a demolições para receber projetos de todos os tipos, edifícios ousados assinados por arquitetos de renome. Além do edifício assinado pelo arquiteto Jean Nouvel, a região central tem obras da dupla de arquitetos herzog & de Meuron e do arquiteto norman Foster, e alguns arquitetos locais.

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Com a finalização do programa SOlIDERE, beirute será relançado como uma cidade à escala mundial. A cidade terá condições para o aumentar os negócios internacionais e será um destino turístico de excelência. beirute primará por ser uma cidade com boa qualidade de vida e com capacidade para atrair pessoas tanto para viver, visitar ou trabalhar.

“Num momento crítico em que o Oriente Médio afunda cada vez mais numa violenta espiral de conflitos que parecem insolúveis, uma cidade, justa-mente aquela que, nos anos 80, notabilizou-se internacionalmente como sinónimo de ódio, sangue e devastação, volta a encantar o mundo como um enclave ensolarado de calma e prosperidade numa região convulsio-nada.”4

O centro de beirute tem-se desenvolvido e tem-se reconstruido criando um distrito moderno, espalhando-se por mais de 191 hectares de terreno, 1/3 de área recuperada.

A sociedade SOlIDERE foi responsável pelo projeto, uma missão desafia-dora e histórica. Recuperou a vida de beirute tornando-a num local de en-contro entre as principais atividades económicas e culturais e com uma dimensão social e política importante. O enquadramento paisagístico da envolvente da cidade foi valorizado e foi assegurada uma integração harmo-niosa entre a arquitetura tradicional e a moderna. A SOlIDERE valorizou o património natural de beirute o que também contribuiu para o sucesso do projeto de desenvolvimento urbano implementado.

“Beirute, a capital do Líbano, destruída e incendiada por uma longa guerra civil, está de cara nova graças a um bilionário esforço de reconstrução e, pouco a pouco, recupera a reputação que tinha antes da guerra, quando era conhecida como a “Paris do Oriente”.5

No entanto beirute continua a não ser a “Paris do Oriente” mas sim uma cidade em busca de identidade, cujo centro se caracteriza por uma mistura contrastante de zonas luxuosas, quarteirões demolidos, edifícios simbólicos com marcas de guerra, casas em processo de demolição, bares, restau-rantes, edifícios arquitetonicamente arrojados e gruas.

A busca de identidade foi por vezes dificultada com a “demolição do pas-sado” substituída por um futuro luxuoso e moderno com edifício de renome internacional. Apesar de ter havido um cuidado na preservação de edifícios simbólicos e históricos houve noutros casos a substituição de edifícios e rotinas de beirute por edifícios com mais ostentação e não tão relacionados com a tradição e a identidade libanesa. Exemplo disso foi a substituição dos Souks tradicionais por centros comerciais e lojas de renome internacional.

Os resultados, bons e menos positivos, do plano de regeneração estão vi-síveis nas mudanças ao nível do sector financeiro e na vida urbana do centro de beirute.

5

5.1

RESUltADOS ObtIDOS, FAtORES POtENCIADORES E DESAFIOS ENCONtRADOS

RESUltADOS

4 disponível em http://www.digestivocultural.com

5 disponível em http://www.digestivocultural.com

iLUStRaÇÃo 574. antigo SoUk

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iLUStRaÇÃo 575. SoUk aCtUaL

IlUStRAçãO 576. gRAND SERAIl

Mudanças no “urbanismo financeiro” de Beirute

O DCb evoluiu constituindo hoje um ambiente propício a negócios e comér-cio. A renovação e a consequente mudança de organizações internacionais para a área deu origem à reocupação do território por parte dos habitantes de beirute, edifícios cívicos, expansão das atividades financeiras e a pro-liferação de estabelecimentos e sedes locais e regionais de empresas de consultadoria, comercio, comunicações, entre outras.

As boas condições das novas infraestruturas ao nível da sustentabilidade, conforto e segurança e o estabelecimento no DCb de edifícios residenciais modernos, hotéis, espaços para conferências e exposições foram fatores que levaram à apropriação rápida do espaço reconstruido.

As instituições financeiras que antes estavam circunscritas à envolvente da Rua Riad El Solh expandiram-se pelo DCb tendo algumas se sediado no novo distrito da marginal.

O centro da cidade ganhou o seu valor tradicional como o foco da vida cívica de beirute. As instituições nacionais mais importantes relocalizaram-se no centro, incluindo o grand Serail, o Parlamento, a Câmara Municipal de Bei-rute, ministérios, tribunal, esquadra da polícia, entre outros.

Não foram apenas instituições nacionais importantes como também insti-tuições internacionais que se mudaram para o DCb como foi o caso do edi-fício das Nações Unidas, embaixadas, bancos e empresas multinacionais de várias áreas.

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Mudanças na vida do centro de Beirute

A SOlIDERE reativou a vida no coração de beirute e atualmente as pos-sibilidades de entretenimento são imensas: passeios pelos jardins e prom-enades, uso de equipamentos desportivos, cafés, bares, restaurantes, lojas, locais arqueológicas, concertos, teatros, festivais, eventos de moda, com-petições desportivas e museus.

atualmente a Rue de Verdun é a zona comercial mais elegante do oriente Médio, lojas das marcas internacionais mais sofisticadas dividem espaço com restaurantes caros e opulentas galerias comerciais. No bairro de achrafieh, especialmente ao longo da Rue Monot, animados bares e clubes estão abertos até de madrugada, atraindo multidões de jovens e noctívagos em busca de diversão.

beirute conta, ainda, com um generoso número de cinemas, livrarias, tea-tros e galerias de arte, distribuídos por vários bairros e com uma grande afluência de público.

Os espaços verdes, praças históricas e não históricas e promenades tiveram grande importância no processo de regeneração da cidade. O clima de bei-rute permitiu a construção de espaços para atividades ao ar livre: desporto, cultura (festivais) e comércio (feiras). Constituem locais de relaxe e con-fraternização bem como tornaram a “descoberta” de beirute mais atrativa.

Os projetos ao nível de espaço público com mais impacto foram:

• Reconstrução dos banhos romanos onde atualmente se realizam concer-tos ao ar livre e festivais.

• Jardim gibran khalil gibran é adornado por esculturas de artistas con-temporâneos libaneses e enfatiza a entrada principal no centro de beirute.

• Promenade Sea Corniche, uma via de 3,5 km ao longo da costa onde se vai encontrando várias atividades recreativas e desportivas.

• Parque á beira-mar com 78.000 m2 com varias atrações tais como um anfiteatro ao ar livre, um pavilhão, quiosques, uma pista preparada para a Formula 1 e espaços verdes

tudo isto veio contribuir para uma melhoria da qualidade de vida dos habit-antes de beirute dando uma sensação de alívio geral bem como potenciou o turismo.

A SOlIDERE fez com que o centro de beirute reemergisse como um distrito activo com um grande valor histórico, como centro de negócios, quarteirão residencial e de lazer.

Foi um projeto de cidade ambicioso em que tanto a reconstrução do pós-guerra como a regeneração da cidade e o desenvolvimento da marginal receberam uma aclamação internacional como sendo um modelo de urba-nismo sustentável e de desenvolvimento.

O modelo SOlIDERE cresceu à parte dos condicionalismos específicos e das realidades do líbano do pós-guerra. Num sentido muito real, trans-formou um desastre numa oportunidade de desenvolvimento ao regenerar Beirute. Muitos comentaristas já questionaram se o modelo e a experiência do projeto poderiam ser transferidos para outro lugar. Foram recebidos da arménia, Cuba, Malta e nos Balcãs pedidos de aconselhamento sobre de-senvolvimento institucional, planeamento e desenvolvimento.

“É questionável se a experiência SOLIDERE pode ser transferida para outros locais, desta forma, sendo um modelo distinto por direito próprio criado especificamente para a reconstrução da cidade de Beirute Centro, servindo uma situação muito especial, que resultou da guerra civil. É difícil imaginar como poderia ser imitado em outros lugares do mundo não ne-cessariamente com os mesmos problemas e particularidades.”6

6 Apresentação do presidente da SOlIDERE Mounir douaidy no Seminário de Jornalistas em amman 18.10.03 disponível em www.kentsely-enileme.org

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• Uma boa estratégia de financiamento logo no início do programa atraiu investidores, deu confiança aos acionistas e intervenientes no processo e revitalizou uma economia fraca e um mercado de capitais relativamente es-tagnado e primitivo.

• Criação do iPo (initial Public offering) para financiamento da implantação do plano.

• a parceria entre a SoLidERE e o governo reúne ex-proprietários e novos investidores numa única entidade corporativa para executar infraestruturas, onde a recompensa pelos custos de tais obras, foi atribuída através de novos loteamentos na marginal, aliviando assim o governo do ónus financeiro da reconstrução do centro de beirute.

Os recursos humanos da SOlIDERE eram os melhores nas suas áreas de atividade. A equipa incluía especialistas com experiencia internacional numa vasta gama de disciplinas como planeamento urbano, desenvolvi-mento, finanças, marketing e vendas

• Combinação entre uma estratégia urbana visionária com capacidades para identificar boas oportunidades de negócios e estruturação e conclusão de negócios complexos.

• o ponto forte do projeto foi basear-se numa infraestrutura completa e numa rede utilitária em conjunto com a reconstituição do domínio público. Estas novas e renovadas instalações acomodam várias atividades e bene-ficiam de serviços de qualidade e de uma envolvente com grande valor pai-sagístico.

• o master-plan da intervenção foi feito de forma a preservar locais arque-ológicos importantes identificados pela UNESCO e reintegrá-los na pais-agem urbana. O resultado foi um tecido urbano rico onde as características das ruas foram preservadas, os edifícios públicos e religiosos foram restau-rados segundo requisitos rigorosos de forma a contribuir para a identidade e contexto urbano, caracter e escala do centro de beirute.

• a SoLidERE é um exemplo de uma “parceria público-privada” bem-su-cedida, através do qual o governo libanês criou e encarregou uma empresa privada para assumir os valores patrimoniais dos acionistas já existentes, com o fito de realizar a reconstrução, reconstruir infraestruturas e regene-ração urbana do centro de beirute. Como tal, este pode ser considerado como o primeiro exemplo de uma privatização bem-sucedida no líbano.

• o restauro de edifícios combina autenticidade, baseado numa procura de artesãos de alta qualidade principalmente especializados em cantarias, com uma visão fundamentada nas necessidades de vida e de negócio na atualidade.

• apesar do programa ser feito à parte do contexto do pós-guerra a recons-trução de uma cidade destruída por uma guerra é sempre complicada

• Ex-proprietários de casas ou comércio no centro de Beirute, historia-dores, planeadores urbanos e arquitetos não aprovaram ações da SOlI-DERE, originando a revisão dos primeiros planos e a seleção de edifícios a serem preservados. houve, como é normal alguma crítica mas reconstruir uma cidade é sempre problemático pior ainda após uma guerra civil num país de tantas culturas onde a demolição de determinados edifícios evoca problemas de identidade e poder.

• atrair pessoas e negócios para uma área antes bombardeada e que foi o centro de um conflito

• Existência de refugiados e intrusos, cerca de 20000 famílias, que tiveram de ser despejados e por sua vez indemnizados, como foi uma das primeiras coisas a terem que ser feitas o custo da operação subiu automaticamente

• Regime legislativo arcaico e difícil de articular com um novo conjunto de leis constitucionais necessárias para o programa urbano de desenvolvi-mento

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FAtORES POtENCIADORES

PRINCIPAIS DESAFIOS

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• dispersão de edifícios administrativos e instituições favoráveis ao negócio para fora do centro

• Falta de controlo de proprietários e fragmentação extrema das posses. tendo sodo conhecido um caso onde um lote na área dos Souks foi rec-lamado por 4.7000 proprietários.

• a SoLidERE foi criada e necessária porque o governo não tinha nem os ministérios competentes nem organismos que pudessem planear, imple-mentar e suportar uma operação deste tipo, nem os fundos necessários para financiar um projeto prioritário como a reconstrução do centro de beirute.

• Por outro lado, são visíveis os problemas económicos, políticos e soci-ais. Apesar dos esforços, o líbano ainda não se recuperou totalmente da década e meia de conflitos. A dívida pública é considerável. O índice de de-semprego ronda os 20%. nos arredores de Beirute, ainda de encontram palestinos amontoados em campos de refugiados miseráveis que lembram favelas lúgubres, não conseguem ocupação por conta da baixa qualificação e da rigorosa legislação do trabalho do líbano que restringe o emprego a estrangeiros. Especialmente os palestinianos ainda sofrem uma pesada discriminação por parte da sociedade libanesa que, ainda hoje, os respon-sabiliza pelo início da guerra civil. Os militantes xiitas, ligados ao movimento hezbollah, também são uma fonte de tensão permanente.

“Nada é definitivo na Beirute atual, ainda mais considerando-se a história da cidade, destruída sucessivas vezes ao longo dos séculos por guerras, fogo e terremotos e sempre reerguida a seguir em cima dos próprios es-combros, o que lhe valeu, inclusive, o apelido de “a cidade que nunca se renderá”.7

• o quadro institucional (estrutura jurídica, financeira e organizacional) é crucial para seu sucesso e pelo menos tão importante quanto a seu planea-mento urbano e estrutura de desenvolvimento.

• Elaborar uma parceria público-privada que combina as vantagens de po-deres de regulação do Estado com a capacidade de investimento e a flexibi-lidade do mercado do sector privado.

• o projeto tem que ter autoridade e realizar mais-valias. no caso de Bei-rute, os novos terrenos marginais representam esse ativo. Nenhuma outra cidade no Mediterrâneo tem 65 hectares de marginal imediatamente adja-cente ao centro histórico da cidade.

• Respeitar e investir em edifícios com elevado valor arquitetónico de forma a valorizar o património tornando-os pontos turístico e dando assim mais reconhecimento e projeção ao nível internacional

• numa reconstrução do pós-guerra deve-se ponderar os edifícios a re-construir e outros a demolir procurando não ferir a memória e não causar conflitos entre os habitantes.

• não alterar demasiado a fisionomia tradicional de forma a não dar a ideia de que o passado foi demolido e que nada tem a ver com o futuro recheado de edifícios modernos e luxuosos.

• não substituir o sistema comercial tradicional, no caso dos souks, com os quais os habitantes de beirute já se tinham habituado e identificado por opulentos centros comerciais.

• Marcar os espaços públicos com esculturas históricas ou políticas de forma a dar identidade ao local e aumentar o sentimento de pertença por parte dos cidadãos

• Valorizar e integrar locais arqueológicos na paisagem urbana.

7 disponível em http://www.digestivocultural.com

6ANÁlISE CRÌtICA E BEChMaRkS A REPlICAR

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SíNtESE DOS BEChMaRkS RELEVantES

ORgANIzAçãO E EStRUtURA

ÁREa dE intERVEnÇÃo

RESPONSAbIlIDADES, gEStãO FINANCEIRA E RECURSOS

PAPEl SOCIAl

aBoRdagEM ConStRUtiVa, aRqUitE tÓniCa E EStRAtÉgICA

SUStEntaBiLidadE E FUtURo da intERVEnÇÃo

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Os principais benchmarks retirados dos estudos realizados foram em sín-tese os seguintes;

1.Criar sociedades responsáveis por todo o processo de reabilitação urbana publicas, público/ privadas ou privadas (exemplo das SRU’s em Portugal) e assim conseguir uma autonomização do processo, das exigências institu-cionais relacionadas com o formalismo público, simplificar o licenciamento, tornando-o mais célere, facilitar a relação com diversas identidades, esta-belecer uma relação de maior confiança e atribuir benefícios fiscais.

PORTO, SARAGOÇA, BARCELONA, OSLO, BERLIM, ROTERDÃO, AMESTER-DÃO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBUR-GO E COPENHAGA.

2. Instituir um modelo organizacional flexível, pragmático, funcional e a-berto á comunicação com os diversos parceiros a envolver nos processos, designadamente os municípios, os investidores, os moradores, as entidades oficiais e os outros players. ter ainda uma equipa pequena e bem estrutur-ada responsável pela coordenação de candidaturas, nos casos em que seja necessário. GUIMARÃES, ROTERDÃO, AMESTERDÃO, GLASGOW, EDIM-BURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA.

3. Criar estruturas, organismos e entidades complementares às sociedades de reabilitação urbana criadas, com objetivos, vocações e funções especí-ficas, definidas desde o início, mas trabalhando para um objetivo comum e contribuindo para a agilização, focalização, proximidade e informação dos processos. PORTO, SARAGOÇA, BERLIM, MILÃO, MALMO, ROTERDÃO, AMESTERDÃO

4. tirar partido da existência de eventos catalisadores de vontades e recur-sos financeiros. PoRto, gUiMaRÃES, SaRagoÇa, BERLiM, MiLÃo, EdiM-BURgo E gLaSgoW.

5. Elaborar um plano estratégico, flexível e capaz de se adequar às opor-tunidades e às necessidades que vão aparecendo ao longo do processo. aMEStERdÃo, gLaSgoW, EdiMBURgo, dUBLin, EStoCoLMo, MaLMo, haMBURgo E CoPEnhaga.

6. Identificar desde o princípio a zona de intervenção de forma a concentrar esforços, ganhar notoriedade e introduzir dinâmica e energia no processo, desde o seu arranque. PORTO, SARAGOÇA, AMESTERDÃO, GLASGOW, ED-IMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, GÉNOVA, MALMO, HAMBURGO E CO-PENHAGA.

7. Manter uma visão global e integrada de todo o território e desta forma facilitar a gestão e a angariação de investidores, bem como a definição de vocações, usos e funções mais adequadas e específicas. OSLO, BERLIM, MILÃO, AMESTERDÃO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA.

8. Numa fase inicial testar o programa em zonas-piloto. SARAGOÇA

9. Estabelecer parcerias entre a iniciativa privada e as entidades públicas interessadas no processo e desenvolver um modelo de governação adotado para a gestão destas parcerias, através de contractos e partilha de inte-resses. Esta orientação permite descentralizar responsabilidades, diminuir constrangimentos e possibilitar o contributo de vários sectores e poderes políticos e económicos e introduzir racionalidade nos investimentos, retorno de parte do investimento público, dinamização empresarial e captação de novos players para dinamização futura dos espaços. PORTO, GUIMARÃES, BILBAO, BARCELONA, OSLO, BEIRUTE, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, GÉNOVA, HAMBURGO, COPENHAGA, AMESTERDÃO E MAL-MO.

SíNtESE DOS BEChMaRkS RELEVantES

ORgANIzAçãO E EStRUtURA

ÁREa dE intERVEnÇÃo

PARCERIAS

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10. Envolver o investimento público no processo de expropriação, na re-generação de equipamentos socais, na reabilitação de infraestruturas, na resolução de problemas sociais e na instalação dos moradores durante o período em que decorrem as obras. PORTO, ROTERDÃO, GLASGOW, EDIM-BURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, HAMBURGO E COPENHAGA.

11. basear ao máximo o projeto de regeneração urbana em fundos priva-dos para que o processo tenha racionalidade económica e não fique depen-dente do poder político. MILÃO, OSLO, BEIRUTE, AMESTERDÃO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA.

12. Escolher parceiros privados com uma estrutura solida e estável eco-nomicamente, assim como urbanistas, engenheiros, arquitetos, técnicos, outros trabalhadores e materiais de reconhecida qualidade. OSLO, GLAS-GOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO, AME-STERDÃO E COPENHAGA.

13. Potenciar positivamente as iniciativas particulares e negociar com os proprietários e projetistas. GUIMARÃES, BERLIM, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA.

14. Estabelecer uma cooperação com estabelecimentos de ensino locais e o município da qual ambos venham a beneficiar, o município consegue o apoio e o acesso ao conhecimento e o estabelecimento de ensino tem a possibi-lidade de dar aos seus alunos um contacto mais próximo com a realidade. Ao mesmo tempo associar ao projeto empresas e instituições da região. GUIMARÃES, BARCELONA, BERLIM, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN E ESTOCOLMO.

15. Nas parcerias estabelecidas e no processo de regeneração urbana po-tenciar o envolvimento de instituições e iniciativas sociais, fazendo da comu-nidade local um ponto fulcral do processo e da integração social. BILBAO, ROTERDÃO, AMESTERDÃO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOL-MO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA.

16. Coordenar os projetos de transformação com regulamentos de planea-mento urbano no sentido de manter a coerência, credibilidade e legitimi-dade. TODOS

17. Os poderes públicos funcionam como responsáveis globais pela iniciati-va, controlo e supervisão dos processos de transformação urbana. BARCE-LONA, PORTO, GUIMARÃES, BILBAO, SARAGOÇA, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO, COPENHAGA, AMESTERDÃO E GÉNOVA.

18. garantir financiamento por vários anos para tornar o projeto estável, confiável e flexível. BERLIM, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOL-MO, MALMO, HAMBURGO, AMESTERDÃO E COPENHAGA.

19. Selecionar os projetos com base em concursos públicos. BERLIM, POR-TO, GUIMARÃES, BILBAO, SARAGOÇA, BARCELONA, ROTERDÃO, OSLO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA.

20. Realizar concursos internacionais para os projetos de intervenção nas diferentes áreas. OSLO, BERLIM, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E CO-PENHAGA.

21. Cumprir com os orçamentos, registar as verbas excendentárias e re-afecta-las a outros equipamentos das áreas de intervenção. GUIMARÃES, GLASGOW, AMESTERDÃO, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA.

22. Atrair investidores através de boas condições de financiamento na aquisição de edifícios e espaços a recuperar. SARAGOÇA, AMESTERDÃO, PORTO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAM-BURGO E COPENHAGA.

RESPONSAbIlIDADES, gEStãO FINANCEIRA E RECURSOS

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23. Elaborar e executar o processo de regeneração urbana com e para as pessoas. Uma vez que os programas de regeneração urbana dependem da participação e interesse dos cidadãos e são responsáveis pelo aumen-to do sentido de pertença e orgulho na sua cidade. PORTO, GUIMARÃES, SARAGOÇA, BARCELONA, BERLIM, AMESTERDÃO, GLASGOW, EDIMBUR-GO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, ROTERDÃO, HAMBURGO E COPEN-HAGA.

24. Potenciar e priorizar o contacto direto com as populações, associações empresariais e intervenientes em todo o processo através de um marketing de proximidade e de uma disponibilidade constante para o contato. Com esta estratégia e o diálogo constante contribui-se decisivamente para a di-minuição da contestação e para o aumento do grau de envolvimento entre proprietários e moradores PORTO, GUIMARÃES, BARCELONA, BERLIM, AMESTERDÃO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA.

25. Promover uma ampla campanha de marketing, para chamar a atenção pública da área a regenerar bem como de todos os intervenientes com pu-blicações em artigos de opinião, presença em feiras, produção de folhetos e outdoors e sobretudo com o contacto mantido com os proprietários, resi-dentes e população envolvente. Todos

26. tratar cada caso segundo a sua situação, estado de conservação, po-tencial de investimento dos proprietários e dos investidores, insolvência do inquilino e contexto específico, evitando um processo de regeneração único, o que exige muita disponibilidade e conhecimento de causa como também um grande envolvimento com a população. PORTO, GUIMARÃES, BERLIM, ROTERDÃO, GLASGOW, EDIMBURGO E COPENHAGA.

27. Não se restringir apenas á resolução de problemas físicos e de infraes-truturas como também perceber as causas e tentar combate-las, intervindo a nível de acompanhamento e inserção social. Isto é ter preocupações so-ciais, de inclusão social, melhoria das relações de vizinhança, inserção no mercado de trabalho e dinamismo nos bairros em risco e com menores condições. Estabelecer princípios de planeamento social. SARAGOÇA, BER-LIM, ROTERDÃO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA.

28. ter como objetivo a manutenção da ordem social, atratividade, gerir uma boa vizinhança e uma esfera pública de alta qualidade, organizada e segura. ROTERDÃO, BERLIM, OSLO, PORTO, AMESTERDÃO, ROTERDÃO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA.

29. Reabilitar segundo princípios de sustentabilidade, da cidade, do bairro e do edificado, associado ao património com valor comunitário e ao mesmo tempo introduzir atividades capazes de gerar riqueza, tornando a operação sustentável economicamente a longo prazo. GUIMARÃES, BILBAO, OSLO, BEIRUTE, BERLIM, MILÃO, ROTERDÃO, AMESTERDÃO

30. Conservar os valores identitários e de autenticidade, tais como espaços públicos e edifícios de interesse histórico, preservar qualidades existentes na arquitetura local, optando por manter e modernizar em vez de substituir. PORTO, GUIMARÃES, BARCELONA, BEIRUTE, BERLIM, AMESTERDÃO

31. garantir a continuidade do urbanismo, da arquitetura, da morfologia e tipologia do edificado e ao mesmo tempo conseguir integrar novas oportuni-dades e adequar a novo usos. PORTO, GUIMARÃES, BERLIM, AMESTERDÃO

32. Manter e utilizar os sistemas construtivos e técnicas tradicionais, através da criação de equipas de trabalho locais nas áreas de conservação, restauro e construção tradicional. GUIMARÃES

33. Optar por intervenções de impacto não demasiado intensivo, tanto no espaço público como no privado, de forma a criar dinamismo, melhorar a envolvente mas simultaneamente procurando que os residentes se conti-

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nuem a identificar com os locais, permitindo muitas vezes que os mora-dores permaneçam nas casas durante a intervenção, reduzindo o custo e os efeitos psicológicos. GUIMARÃES, BERLIM, AMESTERDÃO

34. Integrar as novas construções com as existentes e com as obras em curso e promover a conexão e continuidade entre as áreas construídas e o preexistente no sentido de evitar o zoneamento ou especificação funcional. BARCELONA, BEIRUTE, BILBAO, BERLIM

35. Pensar nas intervenções não de uma forma isolada mas com que o efeito seja integrado, geral e potencie a envolvente. MILÃO, AMESTERDÃO, ROTERDÃO, BARCELONA, GUIMARÃES, PORTO

36. Abordar o sistema viário baseando-se em estudos de mobilidade ref-erentes á área a intervir. Fazer uma gestão integrada da mobilidade e do planeamento estratégico. Preservar e reutilizar o traçado original da cidade, preservando o património construído ao mesmo tempo que se prioriza o crescimento local. PORTO, GUIMARÃES, BARCELONA, BEIRUTE, MILÃO, GÉNOVA, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAM-BURGO E COPENHAGA.

37. Elaborar uma rede dinâmica entre a cidade e áreas envolventes, mel-horar a acessibilidade e a integração física entre o centro e a periferia no sentido de propiciar a uma coesão social nos diferentes bairros. BARCE-LONA, MILÃO, AMESTERDÃO, GÉNOVA, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA.

38. Construir infra estruturas desportivas, espaços verdes, avenidas pedo-nais ou passeios largos e reabilitar/revitalizar (caso haja) frentes marginais de forma a contribuir para a qualidade e um estilo de vida melhor e mais saudável. BaRCELona, BiLBao, oSLo, gÉnoVa, gLaSgoW, EdiMBURgo, dUBLin, EStoCoLMo, MaLMo, PanoVEn, haMBURgo E CoPEnhaga.

39. Atender às condições de acessibilidade e inserir elementos naturais. oSLo, BiLBao, aMEStERdÃo, gÉnoVa, gLaSgoW, EdiMBURgo, dUBLin, PanoVEn, EStoCoLMo, MaLMo, haMBURgo E CoPEnhaga.

40. ter o espaço público como ponto fulcral, primordial e preponderante de todo o projeto, ao funcionar como o encontro da população, contribui para o dinamismo da cidade, tendo sempre em conta a questão da mobilidade. gUiMaRÃES, BaRCELona, MiLÃo, aMEStERdÃo, PanoVEn, gÉnoVa, gLaSgoW, EdiMBURgo, dUBLin, EStoCoLMo, MaLMo, haMBURgo E COPENhAgA.

41. Manter e reinventar os espaços públicos/comunitários com o intuito de favorecer a convivência entre as pessoas através da organização / revitali-zação de festas, rituais, cerimónias comunitárias, religiosas ou profanas. As celebrações festivas em locais públicos e eventos culturais, contribuem para a valorização do espaço público, aumento do sentido de pertença e identificação com a área, unificação cultural, coesão social, diminuição de problemas de segurança e delinquência e revitalização de atividades económicas como o comércio urbano, restauração, hotelaria e espaços cul-turais. BARCELONA, BERLIM, AMESTERDÃO, GÉNOVA, PANOVEN, GLAS-GOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPEN-HAGA.

42. Revitalizar mercados e o comércio tradicional entre outros motores de regeneração urbana. BARCELONA, PORTO, GUIMARÃES, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, HAMBURGO E COPENHAGA.

43. Encomendar a reestruturação física e manutenção de edifícios históri-cos a arquitetos de reconhecida notoriedade para ajudar a promover inter-nacionalmente a intervenção, o que por sua vez atrai turistas e investidores. BARCELONA, BEIRUTE, BERLIM, MILÃO, AMESTERDÃO, GÉNOVA, GLAS-GOW, DUBLIN, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA.

44. Aliar a cultura e o património, nomeadamente o arquitetónico, como for-ma de publicitar e destacar a cidade. Estas políticas direcionam-se para a captação de investimento exterior, criação de uma nova imagem identitária mais competitiva e atrativa. BARCELONA, PORTO, GUIMARÃES, BILBAO,

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OSLO, BEIRUTE, BERLIM, AMESTERDÃO, GÉNOVA, GLASGOW, EDIMBUR-GO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA.

45. Nos processos de reconstrução ponderar os edifícios a reconstruir e os que devem ser demolidos, procurando não ferir ou causar conflitos so-ciais. Procurar não substituir radicalmente os sistemas e as rotinas dos seus habitantes que se identificam com a situação preexistente. BEIRUTE, BERLIM, GLASGOW, EDIMBURGO, HAMBURGO, GÉNOVA E COPENHAGA.

46. Estimular o conhecimento, a capacidade de inovar e converter novas ideias em produtos inovadores, baseando o sucesso da intervenção em princípios de sustentabilidade, conectividade, mobilidade, ética e reforço da atividade económica e assim conseguir captar investidores, empreende-dores e novos residentes e funcionar como fator de crescimento e de de-senvolvimento regional. BILBAO, SARAGOÇA, OSLO, MILÃO, ROTERDÃO, AMESTERDÃO, GÉNOVA, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA.

47. Potenciar os recursos naturais existentes e aliá-los com outros atrativos de forma a criar impacto na sociedade, criar investimento e riqueza. OSLO, ROTERDÃO, AMESTERDÃO, PANOVEN, GÉNOVA, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA.

48. Promover a qualidade de vida, a segurança, a criação de postos de tra-balho (se possível também para os residentes) a habitabilidade e a revi-talização económica, como principais objetivos. OSLO, BERLIM, MILÃO, AMESTERDÃO, PANOVEN, GÉNOVA, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ES-TOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA.

49. Pensar num sistema de transporte público capaz de interligar as vári-as áreas da cidade de forma a reduzir o uso do automóvel. OSLO, MILÃO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA.

50. Publicitar e promover a cidade a vários níveis: cultural, inovação, ar-quitetura, conhecimento, tecnologia, sustentabilidade e crescimento ur-bano. BARCELONA, BERLIM, AMESTERDÃO, GÉNOVA, GLASGOW, EDIM-BURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA.

51. Atribuir ajudas à reabilitação, mediante o cumprimento de normas e contrapartidas que orientem os moradores a permanecer nas áreas inter-vencionas evitando o abandono das casas intervencionadas e contribuindo para a dinamização da área. SARAGOÇA, AMESTERDÃO, GLASGOW, EDIM-BURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA.

52. Conseguir custos de habitação acessível e flexível nas zonas interven-cionadas, através de um sector de arrendamento social sem fins lucrativos. ROTERDÃO, BERLIM, SARAGOÇA, PORTO, AMESTERDÃO, GLASGOW, ED-IMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA.

53. Reabilitar com base numa estratégia de intervenção que possa gerar riqueza, desenvolvimento económico, postos de trabalho e competitividade e assim garantir a sustentabilidade e a perenidade ao processo desenvolvi-do. OSLO, PORTO, GUIMARÃES, BILBAO, SARAGOÇA, BARCELONA, MILÃO, ROTERDÃO, AMESTERDÃO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOL-MO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA.

54. Atrair profissões liberais para as áreas a intervencionar como gabine-tes de arquitetos e outros players com atividade no processo que queiram vir trabalhar na área de intervenção, permitindo assim um contato e uma convivência direta entre técnicos e beneficiários. PORTO, AMESTERDÃO, GÉNOVA, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAM-BURGO E COPENHAGA.

55. Reforçar a vertente do lazer e do consumo no desenvolvimento do es-paço publico. BARCELONA, PORTO, GUIMARÃES, GÉNOVA, GLASGOW, ED-IMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA.

SUStENtAbIlIDADE E FUtURO da intERVEnÇÃo

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Page 120: Benchmarking Internacional, case studies de Regeneração Urbana

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56. Reutilizar espaços industriais normalmente situados em zonas menos favorecidas da cidade e potenciar áreas marginais (fábricas, depósitos fer-roviários, etc.) BARCELONA, AMESTERDÃO, ROTERDÃO, MILÃO, ESTOCOL-MO, E PANOVEN.

57. Na fase de elaboração do projeto utilizar a área de intervenção com ativi-dades temporárias, de forma a captar a atenção dos residentes, habi-tantes, governos regionais e nacionais e investidores públicos e privados para a urgência de um projeto de regeneração urbana. Combinar o uso temporário com o desenvolvimento de planos a longo prazo. AMESTERDÃO, ROTERDÃO GÉNOVA E PANOVEN.

58. Interpretar a regeneração urbana como um projeto estratégico, orienta-do para o médio e longo prazo, que funciona como um processo contínuo de criação de uma nova cultura, com a qual se visa substituir a procura de edi-ficado novo, pelo prazer de usufruir de espaços com história, que permitem tirar partido de áreas culturais, comércio urbano e outros equipamentos e de um tipo de convivência de maior proximidade, como fatores diferencia-dores de qualidade de vida TODOS

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