bebé vida - partilha nº 08

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NOTÍCIAS QUE NOS UNEM À VIDA Nº8 · 2014 AVANÇOS CIENTÍFICOS: UTILIZAÇÃO DE CÉLULAS ESTAMINAIS NA INCONTINÊNCIA URINÁRIA SEXUALIDADE NA GRAVIDEZ EXERCÍCIO FÍSICO NA GRAVIDEZ – SIM OU NÃO? VALERÁ A PENA CRIOPRESERVAR O SANGUE DO CORDÃO UMBILICAL DE UM SEGUNDO FILHO? A “Bebé Vida” deu-me a confiança e informação necessária que precisava.

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Page 1: Bebé Vida - Partilha nº 08

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NOTÍCIAS QUE NOS UNEM À VIDA

Nº8

· 2

014

AVANÇOS CIENTÍFICOS: UTILIZAÇÃO DE CÉLULAS ESTAMINAIS NA INCONTINÊNCIA URINÁRIA

SEXUALIDADE NA GRAVIDEZ

EXERCÍCIO FÍSICO NA GRAVIDEZ – SIM OU NÃO?

VALERÁ A PENA CRIOPRESERVAR O SANGUE DO CORDÃO UMBILICAL DE UM SEGUNDO FILHO?

A “Bebé Vida” deu-me a confiança e informação necessária que precisava.

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2 MENSAGEM

Caros leitores,

Na Bebé Vida o nosso maior compromisso é com o Cliente e com a qualidade dos serviços prestados. Apostamos em formação e informação de qualidade, apoiamos projetos de investigação e somos Líderes em Portugal.

Através da nossa publicação “Bebé Vida Partilha” ten-tamos comunicar de uma forma clara, mas rigorosa. Abrimos as “portas” do nosso laboratório e damos a conhecer os nossos colaboradores, partilhamos artigos de parceiros, clientes e profissionais de saúde.

O nosso objectivo é precisamente uma partilha cons-ciente de informação.

Desejo a todos um excelente ano e deixo uma mensa-gem para todos os nossos clientes (que com carinho têm comunicado connosco), colegas e parceiros:

“Podemos acreditar que tudo que a vida nos oferecerá no futuro é repetir o que fizemos ontem e hoje. Mas, se prestarmos atenção, vamos dar conta de que nenhum dia é igual a outro. Cada manhã traz uma benção escon-dida; uma benção que só serve para esse dia e que não se pode guardar nem desaproveitar.Se não usamos este milagre hoje, ele vai-se perder.Este milagre está nos detalhes do quotidiano; é preciso viver cada minuto porque ali encontramos a saída das nossas confusões, a alegria dos nossos bons momen-tos, a pista correcta para a decisão que tomaremos.Nunca podemos deixar que cada dia pareça igual ao anterior porque todos os dias são diferentes, porque es-tamos em constante processo de mudança.”

Paulo Coelho

Bom ano de 2014 Sílvia MartinsAdministradora Bebé Vida

FICHA TÉCNICA Direcção Geral: Bebé Vida; Design: Garra Publicidade, S.A.; Tiragem: 40.000

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3ÍNDICE

MENSAGEM

BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO

> Probabilidades de utilização da amostra de sangue do cordão umbilical

> Avanços científicos: Expansão celular de células CD34+

> Valerá a pena criopreservar o sangue do cordão umbilical de um segundo filho?

> Suplemento de iodo na pré--concepção e gravidez: – A importância do bom funcionamento da tiróide e do rastreio das doenças da tiróide na gravidez

> Bebé Vida apoia investigação

> As condições óptimas para transporte de unidades de sangue do cordão umbilical desde a maternidade até ao laboratório

CAMPANHAS

> “Mamãs sem dúvidas”

> Sorteio “Cabaz da Grávida”

ENTREVISTA

> Carolina Patrocínio

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22

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24

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25

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BEBÉ VIDA & TERAPIA CELULAR

> Tratamento com células estaminais para a incontinência urinária

BEBÉ VIDA INFORMA

> Sexualidade na gravidez

> Comunicação Intra-Uterina

> Exercício físico na gravidez – Sim ou Não?

> Amamentação – Porque é que o leite materno é a melhor opção para mãe e bebé?

> Massagem infantil

> O meu bebé vai para a creche! E agora?

> Segurança Infantil – Viajar de costas para o sentido da marcha é a forma mais segura de viajar no automóvel. Porquê?

DICAS ÚTEIS PARA OS PAIS

> O que levar para a maternidade

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PROBABILIDADES DE UTILIZAÇÃO DA AMOSTRA DE

Muito tem sido escrito sobre as proba-bilidades de utilização do sangue do cordão umbilical. Alguns autores apon-tavam para uma probabilidade de utili-zação de 1/20.000. Em 2008 Nietfeld e seus colaboradores desenvolveram um trabalho extenso para calcular de

forma adequada as probabilidades de se vir a necessitar de um transplante hematopoiético durante a vida. O trabalho desenvolvido por Nietfeld veio comprovar que o cálculo das pro-babilidades de utilização de sangue do cordão umbilical para tratamento de

BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO

SANGUE DO CORDÃO UMBILICAL (SCU)

Page 5: Bebé Vida - Partilha nº 08

5BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO

uma doença hemato-oncológica es-tava errado uma vez que continha um conjunto de imprecisões: A saber:

– Os cálculos efectuados por esses estudos anteriores apenas levaram em consideração cerca de metade dos transplantes comunicados às autoridades americanas.– Além disso, não consideraram que a probabilidade de contrair uma doença hemato-oncológica é cumulativa, ou seja, admitindo que uma pessoa contraindo uma leu-cemia, não mais seria afectado por outra doença hemato-oncológica.

PROBABILIDADE DE NECESSITAR DE UM TRANSPLANTE COM CÉLULAS ESTAMINAIS HEMATOPOIÉTICAS

0.50%

0.45%

0.40%

0.35%

0.30%

0.25%

0.20%

0.15%

0.10%

0.05%

0.00%10 20 30 40 50 60 70

Pro

bab

. acum

ula

da (

%)

idade (anos)

Transplante Autólogo

Transplante Alogénico

Transplante Autólogo e Alogénico

Neste trabalho e tendo em considera-ção que só 50% dos transplantes hema-topoiéticos é que foram comunicados às autoridades americanas, os cálculos a efectuar deveriam ser multiplicados por 2 de forma a terem uma aproxima-ção mais fidedigna à realidade.Para além disso, os autores levaram em consideração, entre muitas outras va-riáveis, a componente etária, isto é, as diferentes probabilidades de uma pes-soa vir a necessitar de um transplante hematopoiético.

Page 6: Bebé Vida - Partilha nº 08

6 BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO

Em jeito de conclusão, a revista Nature apresentou as seguintes conclusões que deixamos para reflexão dos pais:

· As probabilidades de utilização de SCU são muito maiores que aque-las que os pais supõem.· A probabilidade de uma pessoa durante a vida vir a necessitar de um transplante hematopoiético não é 1/20.000 mas sim 1/200.· Dada a qualidade das amostras criopreservadas há mais de 15 anos, a criobiologia acredita que não há razões para crer que as amostras não estejam disponíveis durante uma vida inteira.

· As técnicas de expansão celular que estão a ser testadas podem vir a resolver o problema da limi-tação das unidades utilizadas em transplante de adultos. Além disso, a melhoria nas técnicas de colheita poderá também ajudar a resolver o problema da limitação da amostra.· Os ensaios clínicos atualmente a decorrer no âmbito da utilização do SCU autólogo para tratamento de doenças neurológicas levam a antever uma cada vez maior pro-babilidade de utilização, tanto mais que este tipo de doenças têm uma maior prevalência do que as doen-ças hemato-oncológicas.

Referências bibliográficas:– Lifetime probabilities of Hematopoietic Stem Cell transplantation in the US, J. J. Nietfeld,1 Marcelo C. Pasquini,2 Brent R. Logan,2 Frances Verter,3 Mary M. Horowitz2, , Biology of Blood and Marrow Transplantation 14:316-322 (2008) Q 2008 American Society for Blood and Marrow Transplantation– Opinion regarding cord blood use need an update, JJ Nietfeld, NATURE REVIEWS/ CANCER– Sullivan, M. J. Banking on cord blood stem cells, Nature Rev. (2008)

QUADRO 1: INCIDÊNCIA POR CADA 100.000 PATOLOGIAS MALIGNAS TRATADAS COM TRANSPLANTES COM CÉLULAS ESTAMINAIS HEMATOPOIÉTICAS

Leucemia

Linfoma de não-Hodgkin

Doença de Hodgkin

Mieloma múltiplo

Neuroblastoma

Tumores do sistema nervoso central

Sarcoma

5,8

0,7

0,2

-

1,5

3,5

1,3

2,9

1,6

1,9

-

0,1

2,3

2,8

2,3

2,7

4,1

0,06

-

-

-

3,4

5,7

3,5

-

-

-

5,5

12

2,7

-

-

-

12

25

2,2

-

-

-

28

47,1

3,1

-

-

-

DOENÇAS

DÉCADAS

0-10 10-20 20-30 30-40 40-50 50-60 60-70

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CD34+

BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO

No último congresso do sangue do cor-dão umbilical que teve lugar no passa-do mês de Outubro, no Mónaco, foram apresentados alguns trabalhos sobre a temática da expansão celular das célu-las CD34+, i.e. células estaminais hema-topoiéticas dos quais damos nota.

E.J. Shpall (Houston)

Elizabeth Shpall, Sue Armitage, Tara Sadeghi, Eric YvonDepartment of Stem Cell Transplantation and Cellular Therapy, The University of Texas MD

Anderson Cancer Center, Houston, USA

O sangue do cordão umbilical tem-se tornado uma importante fonte de cé-lulas estaminais hematopoiéticas para pacientes a necessitar de um trans-plante hematopoiético e que não en-contram um dador adulto compatível. Esta fonte de células estaminais hema-topoiéticas é muito importante na me-dida que:

– Os bancos de sangue do cordão espalhados pelo mundo dispõem de um conjunto vasto de amostras com uma diversidade étnica da sua proveniência;

AVANÇOS CIENTÍFICOS

EXPANSÃO CELULAR DE CÉLULAS

CD34+“A equipa de estudo conclui que a expansão de células mesenqui-mais/células hematopoiéticas é segura e conduz a uma mais rápida recuperação de neutrófilos e plaquetas”

– O sangue do cordão é fácil de colher e sem complicações para o dador;– Tem disponibilidade imediata para transplante;– Comparando com outras fontes de células estaminais hematopoi-éticas tem uma reduzida incidên-cia da doença do enxerto contra o hospedeiro;– Admite maior tolerância de dis-paridade alélica quando compa-rado com outras fontes de células estaminais hematopoiéticas nome-adamente medula óssea e sangue periférico mobilizado.

No entanto, os transplantes com san-gue do cordão também estão associa-dos a um maior atraso na recuperação dos neutrófilos e plaquetas, podendo levar a uma falência do enxerto, o que representa uma possibilidade de índi-ces aumentados de morbilidade e mor-talidade nos receptores. Nesse sentido foram avaliadas diversas estratégias para reduzir os tempos de recuperação hematológica e diminuir os episódios de falência do enxerto.

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CD

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+

EXPANSÃO EX-VIVO

O grupo de investigação conduziu um estudo onde foram feitas culturas con-juntas de células mononucleadas de sangue de cordão com células estami-nais mesenquimais colhidas na medula óssea de membros da família compatí-veis com o receptor. Os pacientes rece-beram transplantes duplos, onde uma das amostras foi sujeita a cultura em conjunto com células progenitoras mesenquimais.As células estaminais mesenquimais criam uma microenvolvente que vai promover a expansão celular e a pró-pria diferenciação das células hema-topoiéticas. As duas amostras de SCU eram compatíveis com o receptor em pelo menos 4/6 HLA e com um mínimo de 1x10^7/kg de células nucleadas.A estes pacientes foram diagnosticados leucemias mieloide aguda e Síndrome Mielodisplásico e sujeitos a regimes de quimioterapia específica e a profila-xia para a doença do enxerto contra o hospedeiro. A média de idades dos pa-cientes era de 35 anos e com um peso médio de 75 kgs. As amostras de SCU utilizadas eram:

– 5% das amostras com compatibi-lidade de 6/6 HLA– 28% das amostras com compati-bilidade de 5/6 HLA– 67% das amostras de SCU com compatibilidade de 4/6 HLA

A técnica de expansão celular utilizada consistiu em colher cerca de 100 ml de medula do membro da família compatí-vel e efetuar culturas celulares de forma a obter células estaminais mesenquimais que por sua vez irão servir para fazer no-vas culturas celulares juntamente com a amostra de SCU de menor TNC (total de células nucleadas). Após 7 dias de incu-bação a 37°C, as células que não ade-riram às paredes dos frascos de cultura são removidas, e colocadas em sacos de cultura para incubarem 7 dias. Às células que restaram nos frascos são adiciona-dos factores de crescimento e mantidas em cultura por mais 7 dias. Ao 14º dia as células dos sacos e dos frascos de cultu-ra são combinadas, lavadas e infundidas com a segunda amostra de sangue de cordão não sujeita a expansão celular.

As células estaminais mesenquimais criam uma microenvolven-te que vai promover a expansão celular e a própria diferen-ciação das células hematopoiéticas.

BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO

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RESULTADOS OBTIDOS:

As unidades de SCU infundidas tinham em média um nº de células nucleadas de 2,35 x10^7/kg de peso e 0,95 x 10^5

de células CD34+. Após a expansão o nº total de células nucleadas foi de 5,8 x 10^7 e o nº de células CD34+ foi de 8,7 x10^5. Isto significa que foi obtida uma expansão de 14 vezes para as TNC e 40 vezes para as CD34+. O tempo de recuperação de neutrófilos foi de 15 dias e plaquetas foi de 40 dias.Não foram registados episódios de toxi-cidade atribuíveis às células expandidas.97% dos casos registaram uma recu-peração de neutrófilos e 81% dos pa-cientes registaram uma recuperação de

plaquetas. Um dos pacientes faleceu an-tes da recuperação hematológica.A equipa de estudo concluiu que a ex-pansão de células mesenquimais/células hematopoiéticas é segura e conduz a uma mais rápida recuperação de neutró-filos e plaquetas e consequentemente a uma maior necessidade de independên-cia da transfusão de plaquetas.

SCU – Sangue do cordão umbilicalMSC – Células estaminais mesenquimaisTNC – Total de células nucleadasHLA – Antigénio humano leucocitárioFlasks – Frascos específicos para culturas celulares

BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO

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VALERÁ A PENA CRIOPRESERVAR O SANGUE DO CORDÃO UMBILICAL DE UM SEGUNDO FILHO?

VALE A PENA!

SIM, Somos, cada vez mais, abordados por pais que nos questionam se vale a pena guardar o sangue do cordão umbilical do seu segundo ou terceiro filho. Na verdade, o sangue do cor-dão umbilical só é 100% compatível com o próprio. Assim, tentaremos demostrar, com recurso à literatura, a importância de guardar o sangue do cordão umbilical de todos os fi-lhos do casal.

Os bancos privados de sangue do cor-dão umbilical são muitas vezes deno-minados de bancos familiares pois as amostras criopreservadas e armaze-nadas estão disponíveis para serem utilizadas no seio restrito familiar. O maior nº de amostras de sangue do cordão umbilical dos bancos familia-res dos EUA utilizadas foram-no para transplantes entre irmãos. Isto deve-se à elevada probabilidade de compatibili-dade entre irmãos (cerca de 25%). Esta probabilidade advém do património genético transmitido pelos progenito-res, 50% (pai) x 50% (mãe) = 25%.Assim, vamos tentar ilustrar este racio-cínio com o seguinte exemplo:

Família com 1 filho - A probabilidade de encontrar um irmão compatível é nula pois não tem irmãos. A probabilidade desta família necessitar de um trans-plante hematopoiético para o filho é de 0,46% (Nietfeld et al, 2008)

Família com 2 filhos – A probabilidade de encontrar um irmão compatível já tem alguma expressão, na medida em que já tem um irmão cuja probabilida-de de compatibilidade é de cerca de 25%. A probabilidade desta família vir a necessitar de um transplante hema-topoiético é de 0,46% + 0,46%, ou seja, 0,92%.

Família com 3 filhos – A probabilida-de de encontrar um irmão compatível é maior na medida em que pode advir de uma população de 2 irmãos. Além disso a probabilidade desta família

BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO

Drª Patrícia BenevidesDiretora Clinica do lab. Bebé Vida

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necessitar de um transplante é maior do que das duas famílias anteriores, ou seja, 0,92% + 0,46% = 1,38%.

Família com 4 filhos - A probabilidade de encontrar um irmão compatível é ainda maior pois o universo a procurar é de 3 irmãos. A probabilidade desta fa-mília necessitar de um transplante para os filhos é de 1,38%+0,46% = 1,84%.

É esta lógica que leva a que famílias muito numerosas tenham uma maior propensão de um dos membros pade-cer de uma patologia grave. Para além do aumento da probabilida-de de necessitar de um transplante he-matopoiético em famílias numerosas, também aumenta a probabilidade de encontrar entre os irmãos um dador compatível. Assim, quantas mais amostras de SCU criopreservarmos dos nossos filhos maior é a probabilidade de um deles ser histocompatível com o outro irmão doente.

11BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO

Importa ainda referir que o sangue do cordão umbilical é 100% compatível com o próprio e que, no caso de doen-ças que não tenham origem genética, este poderá ser uma primeira opção no tratamento.Assim concluímos que a criopreser-vação do sangue do cordão umbilical deverá ser feita para todos os filhos e não apenas e exclusivamente para o primeiro.

Patrícia Benevides

O maior nº de amos-tras de sangue do cordão umbilical dos bancos familiares dos EUA utilizadas foram--no para transplantes entre irmãos.

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NA PRÉ-CONCEPÇÃO E GRAVIDEZA IMPORTÂNCIA DO BOM FUNCIONAMENTO DA TIRÓIDE E DO RASTREIO DAS DOENÇAS DA TIRÓIDE NA GRAVIDEZ

SUPLEMENTO DE IODO

“Relembre o seu médico assistente para nas rotinas pre-concecio-nais ou assim que engravidar fazer o rastreio da doença da tiróide e inicie suplementação com iodeto de potássio (150-200 μcg/dia) idealmente 3 meses antes de engravidar e durante toda a gravidez. “

As hormonas tiroideias são fundamen-tais para o adequado desenvolvimento neuro-cognitivo fetal, e assim o euti-roidismo materno é fundamental para esse desenvolvimento. A tiróide fetal só começa a funcionar a partir das 10 semanas de gravidez e assim no 1º trimestre são as hormonas tiroideias maternas que, ao passarem a barreira placentária, estimulam o normal desen-volvimento neuro-cognitivo fetal. Sabemos também que a doença da ti-róide na gravidez é a 2ª patologia en-dócrina mais frequente.

O estudo efectuado por Dr. Limbert, endocrinologista do IPOFG, sobre a re-alidade do aporte do iodo em Portugal, revela que cerca de 83% das grávidas tem défice de iodo, e que os valores mais baixos correspondem ao interior da zona centro, à Madeira (91,8% dos casos) e aos Açores (97,7% dos casos), sendo neste último preocupantemente baixos. Portugal foi classificado segun-do os critérios da OMS como um país de défice ligeiro a moderado de iodo.O Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia e a Sociedade de Endocrinologia preconizam fazer o rastreio da doença da tiróide ideal-mente na pré-conceção ou no início da gravidez, aos seguintes grupos da população: Mulheres com > 30 anos; presença de sintomas/sinais sugestivos de hipotiroidismo incluindo anemia, hi-percolesterolémia ou hiponatrémia; an-tecedentes de bócio, Diabetes mellitus tipo 1 ou outras doenças auto-imunes, história prévia de infertilidade, aborto ou parto pré-termo ou de irradiação cabeça/pescoço ou cirurgia tiroideia e ainda nas situações de terapêutica com

BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO

...dever-se-ia fazer o ras-treio da doença da tirói-de na pre-conceção ou no início da gravidez...

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levotiroxina ou presença de anticorpos anti-tiroideus positivos; Mulheres re-sidentes em áreas geográficas de de-ficiência de iodo e assim poderíamos incluir Portugal, e ainda história familiar de patologia tiroideia, autoimune ou hipotiroidismo.A incidência do hipotiroidismo na gra-videz é de cerca de 1 - 2.5%. As com-plicações maternas são: hipertensão induzida na gravidez, pré-eclampsia, placenta prévia, anemia, hemorragia pós-parto e parto pós-termo. As com-plicações fetais do hipotiroidismo são: aborto espontâneo e morte fetal, ma-crossomia e macrocefalia; atraso da idade óssea; bradicardia e hipocinésia fetais, disfunção neurológica e cogniti-va, hipotiroidismo congénito. Assim o hipotiroidismo deve ser corrigido an-tes do início da gravidez, a terapêuti-ca com levotiroxina deve ser ajustada o mais cedo possível e o eutiroidismo mantido durante toda a gravidez.Sabendo que a 1ª causa de hipotiroidis-mo é a carência de iodo e que a própria gravidez só por si exige um aumento de cerca de 50% de aporte de iodo, ide-almente dever-se-ia fazer o rastreio da doença da tiróide na pré-concepção ou no início da gravidez com TSH e T4 L e iniciar o suplemento com iodeto de po-tássio (150-200 μcg/dia). Relembre o seu médico assistente para nas rotinas pré-concepcionais ou assim que engravidar fazer o rastreio da do-ença da tiróide e inicie suplementação com iodeto de potássio (150-200 μcg/dia) idealmente 3 meses antes de en-gravidar e durante toda a gravidez.

Paula Morete VenturaGinecologista/Obstetra

Gestus

BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO

Page 14: Bebé Vida - Partilha nº 08

14 BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO

APOIA INVESTIGAÇÃO“A Bebé Vida, ao longo da sua existência, tem apoiado financeiramente diver-sos grupos de investigação que se dedicam a diversas temáticas relacionadas com a gravidez. Foi nesse sentido que, mais uma vez, apoiámos o estudo que está a ser desenvolvido pelo Departamento da Mulher e da Medicina Reprodutiva do Centro Materno Infantil do Norte, pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e pelo IBMC sobre a temática do parto pré-termo.”

ÂMBITO DO PROJECTO:

O parto pré-termo define-se como aquele que se inicia antes de comple-tadas as 37 semanas e após o limite in-ferior da viabilidade (22/24 semanas). Ocorre em cerca de 5 a 10% das gravi-dezes e é a principal causa de morbi-lidade e mortalidade neo-natal sendo por isso responsável por enormes cus-tos sociais, económicos e humanos.As causas que levam a um trabalho de parto pré-termo não estão bem escla-recidas. Em cerca de 30% dos casos não possuem causa determinada, os restantes podem estar associados a doenças inflamatórias intra/extra-ute-rinas, alterações anatómicas do útero, anomalias do colo uterino, alterações placentares, gravidez múltipla ou a ru-tura prematura de membranas.São bem conhecidas algumas condi-ções predisponentes como história pes-soal de PPT, más condições sanitárias, infecções maternas ou fetais e patolo-gia hipertensiva da gravidez.Porém, é ainda incerto se o processo é

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activado por um mecanismo intra-ute-rino ou se é de origem sistémica que tem no útero um órgão alvo. Neste caso admite-se que a presença de um mar-cador circulante pudesse ser preditivo de ocorrência posterior de PPT.Neste âmbito, a condição designada «stress oxidativo» tem sido objecto de atenção acrescida. Ela decorre de mo-dificações moleculares e tecidulares resultantes de um desequilíbrio entre a continuada produção de espécimes reactivos de oxigénio (ROS) de efeito oxidante e o teor ou actividade de molé-culas antioxidantes. Embora os ROS con-tribuam para a sinalização intracelular, o stress oxidativo provoca a oxidação e disfunção de biomoléculas importantes que foram relacionadas com distúrbios da gravidez associáveis ao PPT, como a pré-eclâmpsia, a restrição de crescimen-to uterino e o descolamento placentar.Partindo da hipótese de que no de-curso da gravidez há um equilíbrio do estado redox que pode ser alterado por factores predisponentes ao de-sencadeamento do PPT, a equipa de

BEBÉ VIDA

ALTERAÇÕES OXIDATIVAS NO SANGUE MATERNO NA GRAVIDEZ NORMAL, ASSOCIADA A AMEAÇA E PARTO PRÉ-TERMO

Abreviaturas: PPT: Parto Pré-termo

Page 15: Bebé Vida - Partilha nº 08

15BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO

investigação propôs-se estudar indica-dores séricos do estado de oxidação como são exemplo as substâncias re-activas ao ácido tiobarbitúrico, a car-bonilação de proteínas séricas e o teor de dismútase de superóxido. Para tal, iniciou um estudo transversal desses indicadores em quatro momentos da gravidez sem intercorrências (às 12-14 semanas; 24-28 semanas; 32-36 sema-nas e durante o início do trabalho de parto de termo), que irá comparar com dados de pacientes diagnosticadas com ameaça de PPT e PPT em qualquer idade gestacional após as 23 semanas de gestação. Os potenciais marcado-res apresentados serão testados para a sua capacidade preditiva dos desfe-chos desfavoráveis (medidos através de uma função baseada numa respos-ta do tipo ‘parto’/’ausência de parto’ após o diagnóstico clínico de ameaça de PPT). Assim, para além do objectivo de aumentar o conhecimentos e escla-recer a forma como normalmente estes indicadores séricos relacionados com o stress oxidativo se comportam com

Dr. Joaquim Saraiva

EQUIPA DE INVESTIGAÇÃO:

Investigador Principal: Joaquim Paulo Saraiva, MD (Departamento da Mulher e da Medicina Reprodutiva do Centro Materno Infantil do Norte, Centro Hospitalar do Porto EPE, CHP; Hospital Privado da Trofa).

Restante equipa: Luís Guedes-Martins, MD (CHP e Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, FMUP); Ana Sofia Cardoso, MD (CHP); Elisabete Ferreira da Silva Moura, PhD (FMUP e IBMC – Instituto de Biologia Molecular e Celular); Rita Negrão, PhD (FMUP); Liliana Raquel Casais de Matos, MSc, (FMUP e Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação); José Pedro Quinta Araújo Castro, MSc (FMUP e IBMC); Henrique Almeida, MD, PhD (FMUP, IBMC, Hospital CUF Porto, Coordenador do projecto).

o aumento da idade gestacional e no início do trabalho de parto espontâneo de termo, os autores ambicionam tes-tar a sua aplicabilidade à prática cor-rente. A identificação de um marcador clínico/laboratorial capaz de predizer precocemente a ocorrência de PPT terá implicações económicas impor-tantíssimas, naturalmente relacionadas com os elevados custos em saúde que esta complicação obstétrica comporta.

STRESS OXIDATIVO Os bioprodutos oxidantes como, por exemplo, anião superoxido ou o peróxido de hidrogénio são resultado do normal metabolismo aeróbico. Apesar de serem produto da atividade normal da célula são altamente reactivos, motivo pelo qual são designados espécies reactivas de oxigénio.Em condições fisiológicas a produção de espécies reactivas de oxigénio está em equilíbrio com um eficiente sistema protector anti-oxidante capaz de atenuar ou eliminar uma agressão oxidativa.Em situações de doença as espécies reactivas de oxigénio podem não ser compensadas por este sistema, situação designada como “Stress Oxidativo” contribuindo para o desenvolvimento de uma enorme variedade de estados patológicos incluindo algumas complicações obstétricas como ameaça/trabalho de parto pré-termo, patologia hi-pertensiva associada à gravidez, entre outras.

AGRADECIMENTOS. Dr. José Vidal Pinheiro, Coordenador do Serviço de Obstetrícia/Ginecologia do Hospital Privado da Trofa. Enfermeira Adelaide Matos, Enfermeira Especialista em Saúde Materno-Infantil e Coordenada do Núcleo de Partos do Hospital Privado da Trofa. Posto de Colheitas do Hospital Privado da Trofa: Técnica de Análises Carla Osório; Técnica de Análises Liliana Lopes; Técnica de Análises Andreia Telo Fernandes; Técnica de Análises Daniela Ferreira Oliveira; Enfermeira Maria Araújo Almeida; Enfermeira Sílvia Fonseca

Page 16: Bebé Vida - Partilha nº 08

16 BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO

AS CONDIÇÕES ÓPTIMAS PARA TRANSPORTE DE UNIDADES DE SANGUE DO CORDÃO UMBILICAL DESDE A MATERNIDADE ATÉ AO LABORATÓRIO

O SANGUE DO CORDÃO UMBILICAL DEVERÁ SER TRANSPORTADO REFRIGERADO OU A TEMPERATURA CONTROLADA?

Em 2007 foi publicado na revista Nature (http://www.nature.com/bmt/journal/v40/n9/pdf/1705831a.pdf) um artigo que aborda a temática das condições adequadas para transporte das unidades de sangue do cordão umbilical (SCU) desde a maternidade até ao laboratório.

Um conjunto de investigadores lidera-dos por A. Moldenhauer do Institute for Transfusion Medicine, Charité-Universitätsmedizin Berlin, Berlin, Germany levaram a cabo um estu-do onde compararam os resultados de unidades de SCU transportadas a temperatura refrigerada (4°C) e à

Embora ambas as hipóteses se-jam válidas, o estudo que iremos apresentar concluí benefícios no transporte do sangue a tempe-ratura controlada.

Page 17: Bebé Vida - Partilha nº 08

17BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO

temperatura controlada (22°C). Para além destas condições, foi tido em consideração o tempo entre a colhei-ta e o processamento e o impacto que isso teria na qualidade das amostras.

Sem registo

4˚C (temp. refrigerada)

22˚C (temp. controlada)

0

244872

244872

13.8

12.91.21.5

13.25.25.2

7.7

1.61.92.3

2.44.54.1

TEMPERATURA

Tempo de transporte

(horas)

Nº total de células mononucleadas

(X 108) CD34+ (X 108)

CÉLULAS CD34+

Axis Title

22˚C

4˚C

72h

48h

24h

0 1 2 3 4 5

TOTAL DE CÉLULAS MONONUCLEADAS

x10^8

22˚C

4˚C

72h

48h

24h

0 2 4 6 10 128 14

Neste sentido os investigadores anali-saram 57 unidades de SCU para os se-guintes parâmetros:

– Nº total de células mononucleadas e células CD34+ (células estaminais hematopoiéticas), tendo-se obtido os seguintes resultados:

Page 18: Bebé Vida - Partilha nº 08

18

– Unidades formadoras de colónias (UFC), tendo-se obtido os seguintes resultados:

Sem registo

4˚C (temp. refrigerada)

22˚C (temp. controlada)

0

244872

244872

20.2

10.114.63.8

5.219.34.9

TEMPERATURA

Tempo de transporte

(horas)CFU-GM

(X 103)

CFU-GM

x103

22˚C

4˚C

72h

48h

24h

0 2 4 6 10 128 14

A Bebé Vida efetua o transporte das suas unidades de SCU a temperatura controlada ( 22°C ± 2°C).

BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO

Page 19: Bebé Vida - Partilha nº 08

19

Da análise destes quadros os autores concluíram, entre muitas coisas, que:– O valor das células CD34+ (células progenitoras hematopoiéticas) não re-gistaram diferenças significativas para as diferentes condições de transporte.– As amostras processadas em 48 horas e transportadas à temperatura controlada (22°C), registam um nº de células CD34+ três vezes superior às unidades de SCU transportadas à tem-peratura refrigerada.– As unidades de SCU transportadas em 48 horas à temperatura ambiente registam um nº de unidades formado-ras de colónias (um dos indicadores da

aferição da qualidade das amostras) quatro vezes superiores quando com-parado com unidades de SCU transpor-tadas à temperatura refrigerada.– Os autores concluem desta forma que o transporte das unidades de SCU da maternidade para o laboratório deve ser efectuado a temperatura controlada.– A Bebé Vida efectua o transporte das suas unidades de SCU à temperatura controlada ( 22°C ± 2°C).– Durante 2013, 96,5% das unidades de SCU processadas foram transportadas dentro do intervalo de temperatura pré-definido pela Bebé Vida.

Referências bibliográficas:Bone Marrow Transplantation (2007) 40, 837–842; doi:10.1038/sj.bmt.1705831; published online 3 September 2007 - A Moldenhauer1, J Wolf1, G Habermann2, G Genter1, H Kiesewetter1 and A Salama1

1Institute for Transfusion Medicine, Charité-Universitätsmedizin Berlin, Berlin, Germany2Institute for Molecular Biophysics, Humboldt University, Berlin, Germany

CurtasADAPTADOS ÀS NECESSIDADES E DISPONIBILIDADE DE CADA CASAL

A decisão de criopreservar as célu-las estaminais dos nossos filhos não é uma decisão imediata. A procura de informação e esclarecimentos começa desde cedo na tentativa de encontrar respostas e segurança para uma toma-da de decisão consciente.O Banco de Tecidos e Células Bebé Vida abre portas para receber todos os

futuros pais que pretendam saber mais e esclarecer todas as dúvidas sobre a criopreservação.

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BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO

Page 20: Bebé Vida - Partilha nº 08

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ALGUNS DOS TEMAS QUE PODE ACOMPANHAR NESTAS SESSÕES:> Amamentação> Sinais de parto> Segurança infantil no primeiro ano de vida> Segurança infantil em contexto rodoviário> Comunicação intra-úterina> Os cuidados com o bebé> Criopreservação de células estaminais

Com a participação de profissionais de saú-de experientes e a representação de marcas na área da puericultura, apresentamos solu-ções e damos resposta a vários problemas e receios transformando estes encontros num momento de partilha para que possam desfrutar tranquilamente deste momento mágico, sem dúvidas!

SESSÕES DE ESCLARECIMENTO PARA O CASAL GRÁVIDOAs sessões de esclarecimento “Mamãs sem Dúvidas!” são encontros de futuros pais que vêm dar informação e apoio de forma simples, clara e intimista. Estas iniciativas gratuitas têm como objectivo esclarecer acerca dos mais diversos temas relacionados com a gravidez, parto e pós-parto.

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20 CAMPANHAS

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Page 21: Bebé Vida - Partilha nº 08

21CAMPANHAS

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A autora da melhor frase receberá o Cabaz da Grávida!Ao inscrever-se poderá ainda receber informações sobre campanhas, descontos e workshops com a possibilidade de receber outras ofertas dos nossos parceiros.

PARA SI E PARA O SEU BEBÉ!

21

Os dados fornecidos são para uso exclusivo da Bebé Vida, sendo utilizados para o passatempo e envio das informações presentes no regulamento.

Consulte o regulamento emwww.bebevida.com

Enviar para: Edifício Espace – Alameda dos Oceanos, Lote 1.06.01.4 – Piso 0, Fração A · 1990-207 Lisboa

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Page 22: Bebé Vida - Partilha nº 08

22 ENTREVISTA

A Carolina já sabe o sexo do bebé e está à espera de uma menina. Visto que vem de uma família com cinco ir-mãs, como é que recebeu esta notícia?Recebi a notícia em conjunto com a minha irmã que também está à espera de uma menina, por isso a surpresa não poderia ter sido maior! Confesso que, por ser o meu primeiro filho, não tinha preferência pelo sexo mas confesso que, a partir do momento em que sou-be que ambas iríamos ter meninas e que tudo estava bem, fiquei ainda mais contente e entusiasmada.

De que forma é que a gravidez alterou o seu dia a dia e o seu estilo de vida?Felizmente tem sido uma gravidez muito tranquila, sem sobressaltos ou sustos. Os ajustes que tive que fa-zer na minha vida foram mínimos. Os primeiros 6 meses passaram a voar!

Tenho mantido a mobilidade máxima em relação às obrigações e exigências da minha rotina diária e do meu traba-lho. Confesso que, se por vezes tenho dias mais agitados ou especialmente stressantes, o corpo ressente-se mais rapidamente do que seria normal an-teriormente. Aprendi a ouvir o meu corpo, que considero ser muito impor-tante nesta fase para estarmos sempre atentos aos sinais.

Que cuidados passou a ter e como tem conseguido manter a sua forma física?Essencialmente tenho-me mantido bastante activa. Não parei de praticar desporto, apenas baixei a intensida-de dos meus treinos e fiz as adapta-ções necessárias a nível de exercícios. Substituí a corrida por longas caminha-das, interrompi os treinos que envol-vem directamente o trabalho da placa

Carolina Patrocínio

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“Escolhi o Laboratório “Bebé Vida” por acreditar que é o Banco que melhor reúne as condições de credibilidade, experiência e que me deu a confiança e informação necessária que precisava.“

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23ENTREVISTA

abdominal. Procurei ajuda especializada como o Centro Pré e Pós Parto que me tem acompanhado a esse nível através das aulas de localizada e Pilates. De res-to, tenho os cuidados que considero es-senciais como a rotina diária de cremes, que mesmo antes da gravidez também já tinha: manter a pele bem hidratada, beber muita água ao longo do dia e ter uma alimentação o mais variada possível.

Como é que se está a preparar para receber a bebé?Considero-me uma pessoa bastante tranquila e talvez por isso toda a prepa-ração tem sido vivida com muita calma. Não tive pressa de decorar o quarto ou comprar o enxoval. Tive a sorte de herdar da minha mãe várias coisas e ir recebendo presentes da família e ami-gos para a bebé. Nove meses são mais do que suficientes para termos tudo pronto a tempo e horas por isso achei que não valeria a pena entrar em stress nesse campo ou perder-me em consu-mismos desenfreados.

Porque é que decidiu fazer a criopre-servação das células estaminais?A decisão de recorrer à criopreser-vação das células estaminais foi uma decisão unânime na família. A ciência evolui diariamente e as potencialidades deste método são de facto cada vez mais e maiores. Pensar no futuro e na saúde de um filho é uma tarefa para o resto da vida e não algo que se esgota no seu nascimento. Quisemo-nos certi-ficar de que disponibilizámos todos os meios que estavam ao nosso alcance para que a nossa filha se possa prote-ger da melhor forma no futuro no cam-po da medicina regenerativa. Escolhi o Laboratório “Bebé Vida” por acreditar que é o Banco que melhor reúne as

condições de credibilidade, experiência e que me deu a confiança e informação necessária que precisava.

A sua irmã mais velha também está grávida. Planearam engravidar ao mesmo tempo?Tanto a Mariana como eu queríamos am-bas ter filhos este ano (2014) e por isso falávamos nisso. Eu, por estar recém ca-sada, e ela por já ter um filho de um ano e que gostava de ter o segundo ao mes-mo tempo que eu. No entanto, apesar de existir este desejo de termos filhos pró-ximos, também nós fomos apanhadas um pouco de surpresa! Estamos com o tempo de gestação muito próximo, com a diferença de apenas uma semana!

Quais os principais valores que pre-tende transmitir à sua filha?É difícil num espaço tão curto dar-lhe uma resposta que envolve uma reflexão mais profunda. Espero conseguir incutir aos meus filhos os princípios que consi-dero fundamentais através do exemplo dos pais. Quero fomentar e ensinar-lhes os valores da família, do trabalho, da par-tilha e solidariedade, da liberdade sem-pre com responsabilidade, que foram também aqueles com os quais cresci.

Pensar no futuro e na saúde de um filho é uma tarefa para o res-to da vida e não algo que se esgota no seu nascimento.

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24 TERAPIA CELULAR

TRATAMENTO COM CÉLULAS ESTAMINAIS PARA A

INCONTINÊNCIA URINÁRIAEstudo sugere que a abordagem é segura e que já foram dados os pri-meiros passos para um tratamento inovador que visa melhorar a quali-dade de vida do paciente, podendo ser vir a ser um tratamento efectivo.

No primeiro estudo clínico do tipo rea-lizado na América do Norte, mulheres com incontinência urinária foram trata-das com injecções de células estaminais para fortalecer músculos deficientes do esfíncter. O estudo conduzido por pes-quisadores da University of Pittsburgh School of Medicine e Sunnybrook Health Sciences Centre, em Toronto, sugere que a abordagem é segura, melhora a quali-dade de vida do paciente e pode ser um tratamento efectivo para a condição.“A técnica para atingir a eficácia óptima está em desenvolvimento, mas estamos satisfeitos com o que o estudo apresen-tou”, disse a pesquisadora principal do estudo, Lesley Carr, M.D., urologista do Health Sciences Centre e professora as-sistente da University of Toronto. “Agora temos evidências preliminares que as células estaminais são seguras para se-rem utilizadas e parece que melhoram a incontinência urinária na mulher”.Estudos prévios da University of Pittsburgh School of Medicine com a doença mostraram que injectar células estaminais nos músculos da uretra au-menta a pressão levando a restauração de músculos deficientes. Os resultados desses estudos formaram a base para o estudo clínico.“Cerca de 13 milhões de pessoas, a maioria delas mulheres, convivem com a incontinência urinária nos Estados Unidos”, disse Michael B. Chancellor,

M.D., autor do estudo e professor de urologia e ginecologia na University of Pittsburgh School of Medicine. “Mostramos, pela primeira vez, que po-demos oferecer um tratamento mini-mamente invasivo e de longa duração para pessoas com o problema”.No estudo, pesquisadores utilizaram bi-ópsias do tecido músculo-esquelético de 7 pacientes mulheres, isolaram e cul-tivaram as células estaminais do tecido. No ambulatório, as pacientes recebe-ram as injecções de células estaminais na área, em torno da uretra. Cada pa-ciente recebeu uma dose igual de cé-lulas estaminais em que se utilizou três diferentes técnicas de injecção – injec-ção transuretral com agulhas de 8 mm ou 10 mm ou injecção periuretral.Cinco das sete mulheres que participaram do estudo relataram melhoras no contro-le da bexiga e qualidade de vida, sem efei-tos adversos sérios. As melhoras foram observadas tanto naquelas que recebe-ram células estaminais injectadas utilizan-do agulhas de injecção de 10 mm como as que receberam injeções periuretrais.Mulheres com incontinência urinária perdem urina involuntariamente du-rante actividades que colocam pressão sobre a bexiga, tais como correr, tossir, espirrar ou dar gargalhadas. A inconti-nência é causada por parto, menopau-sa ou cirurgia pélvica e é normalmente diagnosticada durante a meia-idade.

24

Fonte: Annual Meeting of the American Urological Association Proceedings, 21/05/2006.

Page 25: Bebé Vida - Partilha nº 08

25BEBÉ VIDA INFORMA

SEXUALIDADEA gravidez é uma fase da vida

de complexidade biopsicos-social considerável com repercussões a vários ní-veis do relacionamento do casal. Durante a gravidez ocorrem profundas alte-rações físicas e psicológi-

cas, que se repercutem no comportamento da mulher,

mas também do homem, no-meadamente ao nível da sexu-alidade. Implica que ambos

os elementos do casal façam adaptações no sentido de manter ou melhorar a qualidade de vida de que des-frutavam antes da gravidez.

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26

A sexualidade durante a gravidez é um assunto que frequentemente sus-cita dúvidas e medos angustiantes para o casal. A persistência até aos nossos dias de vários mitos e tabus, a maioria sem fundamento, que nem as vitórias científicas destes últimos anos conseguiram alterar, podem afetar a sexualidade do casal.É importante que os casais tenham cons-ciência de que as mudanças e flutuações do interesse sexual são comuns e que as actividades sexuais são permitidas e até estimuladas, e que podem inclusivé ex-plorar outras formas de sexualidade. Na actualidade a sexualidade é reco-nhecida como um componente es-sencial de todo o ser humano, cujo exercício se rege num complexo con-texto bio-psico-social, ético e cultural. A expressão da sexualidade é altamen-te individual, e tem de ser pensada num determinado contexto de crenças e va-lores culturais, sociais e religiosos.Para a Organização Mundial de Saúde, “A Sexualidade é uma energia que nos moti-va para encontrar amor, contacto, ternu-ra e intimidade; ela integra-se no modo como nos sentimos, movemos, tocamos e somos tocados; é ser-se sensual e ao mesmo tempo ser-se sexual. A sexuali-dade influencia os pensamentos, senti-mentos, acções e interacções e, por isso, influencia a nossa saúde física e mental”. A relação sexual surge-nos assim como um encontro de duas pessoas inteiras, com todas as partes do seu corpo, toda a sua afectividade, fantasias e desejos. Não é um mero contacto entre zonas genitais, ou um ritual mecânico, mas sim uma fonte de enriquecimento para os envolvidos, uma forma de viver a unidade sem perder a individualidade. O desejo sexual durante a gravidez varia de mulher para mulher, como

noutras situações da vida. Há mulhe-res que mantêm o desejo sexual como dantes e outras vêem esse desejo di-minuído, aumentado ou variar ao longo das 40 semanas de gestação. A ten-dência é para que haja uma diminuição progressiva do interesse e vontade em manter uma actividade sexual. Isto deve-se essencialmente à ansieda-de motivada pela aproximação do par-to, com todo um mundo de dúvidas e receios relacionados com o parto em si e com a criança que vai nascer. A au-sência ou manutenção da líbido depen-de também de como a mulher aceitou e encara a gravidez e da relação afectiva que tem com o seu companheiro.De uma maneira geral, o que se verifi-ca em relação à mulher grávida, é um decréscimo do desejo, da tensão sexu-al e consequentemente da frequência do coito, no primeiro trimestre, devido ao medo de lesar o feto. No segundo trimestre há um aumento do desejo e uma resposta mais satisfatória do que antes de engravidarem, e referência a um aumento das fantasias e dos sonhos eróticos, assim como o recurso à mastur-bação. E no terceiro trimestre a frequên-cia dos coitos diminui novamente sendo a resposta sexual menos satisfatória,

A sexualidade durante a gravidez é um assunto que frequentemente suscita dúvidas e medos angustiantes para o casal.

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com referência a desconforto e contrac-tilidade orgástica menor, seguida de um período de resolução mais lento, que por vezes não resolve a tensão sexual. A perda de desejo nesta fase é justificada pelo desconforto e cansaço físico, em al-guns casos por contra-indicação clínica, e noutros foram os companheiros que cessaram as relações sexuais.Durante a gravidez ocorrem profundas adaptações bioquímicas, fisiológicas e anatómicas, atribuídas às hormonas da gravidez e às pressões mecânicas pro-duzidas pelo aumento do útero e de ou-tros tecidos. As adaptações à gravidez protegem o funcionamento fisiológico da mulher, respondem às necessidades metabólicas impostas pela gravidez e permitem o crescimento e desenvolvi-mento do feto. Algumas adaptações à gravidez conduzem a desconfortos tais como fadiga, aumento do número de micções, náuseas e aumento da sensi-bilidade mamária. No primeiro trimestre, o aumento do volume sanguíneo é responsável pela

congestão mamária e da região pélvi-ca. O entumecimento suplementar que ocorre com a excitação sexual pode não ser erótico e provocar mesmo des-conforto causado pela tensão extrema. Pode mesmo surgir desconforto ou irri-tação vaginal aquando da penetração. No fim deste trimestre a vagina aumenta consideravelmente a lubrificação, sobre-tudo nas multíparas, podendo manter--se para além da excitação sexual. O segundo trimestre é reconhecido por um período mais confortável. O aumen-to da vascularização e o ingurgitamen-to das mamas, grandes lábios e vagina,

BEBÉ VIDA INFORMA

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continuam a aumentar a tensão sexu-al, facilitando a capacidade orgástica. A mulher sente-se feliz e mais segura, capaz de admirar o seu corpo que se tornou fonte de prazer para ambos os parceiros e maravilha-se com os movi-mentos fetais. No entanto está descri-to que durante o orgasmo registam-se contrações uterinas, sem prejuízo para o feto, mas que são seguidas de uma redução da actividade fetal e por fim de uma hiperatividade compensatória, o que pode prejudicar a sensação de relaxamento sexual da mulher.No último trimestre o aumento da ten-são sexual mantêm-se forte podendo mesmo ser maior devido ao aumento da pressão pélvica do útero, e a fase de resolução mantêm-se como no trimes-tre anterior, mais lenta do que antes de engravidar, podendo manter-se o esta-do de tensão sexual depois do orgas-mo. Também a lubrificação vaginal se mantém abundante. Em contrapartida o desconforto provocado pelo tama-nho do útero, a azia, as cãibras, o peso, a posição fetal, a saída de leite provoca-da pela excitação e as fortes contrações uterinas após o orgasmo, são aspectos que influenciam negativamente as rela-ções sexuais. Para além do impacto so-bre o desejo que tem a imagem corporal e o medo em magoar o bebé, pode sur-gir aqui a preocupação de que o coito desencadeie o parto prematuramente. A alteração das posições do coito, funda-mentais nesta fase, pode ser difícil de se conseguir para alguns casais. O homem também sofre alterações no seu comportamento sexual. Alguns apresentam uma progressiva diminui-ção das tentativas para iniciar qualquer actividade sexual com as mulheres a partir do segundo trimestre, ou mes-mo antes, com receio de magoarem

o feto ou a esposa. Outros não apre-sentam modificações nos seus desejos em relação aos níveis de pré-gravidez e mesmo outros que se sentiam exci-tados pelas suas mulheres grávidas e pelo aumento da intimidade emocio-nal, aproximação e felicidade.A valorização pelo homem da gesta-ção como fruto da sua fertilidade pode associar-se a sentimentos de virilidade e gratidão para com a mulher, levando a uma conduta mais calorosa e pro-tectora, enriquecendo afectivamente a

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relação e estimulando o interesse sexu-al durante a gravidez. Alguns homens no entanto apresen-tam sentimentos de ciúme, de solidão, causados pela natural absorção narcísi-ca da mulher, do temor de causar dano no feto, de ambivalência e de culpa. Até porque para alguns ainda existe a cren-ça irracional de que é imoral ter sexo com uma gestante, ou que o feto pode ferir o seu pénis, entre outras crenças irracionais que podem coexistir simul-taneamente nas mulheres.As dificuldades daqui recorrentes e a necessidade de obter alívio e conforto podem segundo alguns autores, o que é discutível, justificar a verificação de que alguns homens se envolvem nesta oca-sião em relações extraconjugais, que ter-minam habitualmente depois do parto. As preocupações por parte dos casais que consideram que a actividade sexu-al conduz ao aborto e que prejudica o feto parecem ser mais frequentes no primeiro trimestre e diminui progressi-vamente em cada trimestre. A preocu-pação com o rompimento prematuro das membranas, associam-se ao se-gundo trimestre mais frequentemente e as com o trabalho de parto prematu-ro no terceiro trimestre.O sexo durante a gravidez tem sido desde a mais remota antiguidade asso-ciado à patologia obstétrica. Hipócrates considerava o coito como causa de abortamento. Limner (1969) no livro Sex and Unborn Child, comparou o sexo e a gravidez com o conceito bíblico do pe-cado original, atribuindo o atraso men-tal congénito ao orgasmo materno e à carência de oxigénio do feto durante o início da vida intra-uterina. Actualmente os autores tendem a preo-cupar-se com esta questão de uma forma livre de preconceitos e têm expressado

preocupações mais sérias quanto à pos-sibilidade de o coito e o orgasmo po-derem ter consequências adversas no período peri-natal, envolvendo três áre-as principais: factores mecânicos (abor-to, hemorragia e ruptura prematura das membranas), parto prematuro e infecção.Está comprovado que a maioria dos abortos espontâneos antes das 9 se-manas, derivam de defeitos cromossó-micos de que resulta a morte precoce do embrião. Só a partir da 10ª semana é que a sua etiologia começa a estar relacionada com factores anatómicos como as malformações uterinas, tu-mores e incontinência do colo uterino. Nestes casos, mesmo quando tratados com cerclage, está indicada a abstinên-cia sexual, assim como nos casos em que ocorram cólicas abdominais ou hemorragias após o coito e quando há na história da grávida casos de aborto espontâneo no primeiro trimestre.Durante a gravidez as hemorragias mais preocupantes são as relacionadas com a placenta prévia, que podem por em risco a vida do feto e da grávida. Actualmente as novas técnicas imagiológicas, parti-cularmente a ecografia, facilitam a iden-tificação precoce da placenta prévia, permitindo a prevenção do acidente hemorrágico. A proibição do coito deve ser regra em toda a grávida que sangra no terceiro trimestre, pelo menos até se saber a causa da hemorragia.

O homem também sofre alterações no seu comportamento sexual.

BEBÉ VIDA INFORMA

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A hipótese de que o coito só por si pode causar a rotura prematura das membranas tem sido considerada, no entanto numa gravidez normal, o coito não pode ser causa da mesma, assim o demonstraram os estudos dinamomé-tricos de Danforth. Contudo, em casos de pressão uterina excessiva (aumento na quantidade de liquido amniótico, gravidez gemelar), assim como em ca-sos de fragilização anormal (placenta prévia, incompetência do colo, ou in-fecção) e também outros factores, tais como a primeira gravidez após os 35 anos, carência de vitamina C e trauma-tismos, o coito e o orgasmo podem ser considerados como factores secundá-rios, actuando em terreno patológico preexistente, e não a sua causa directa.É amplamente reconhecido que no final da gravidez, o orgasmo desencadeia contrações tónicas do útero, idênticas às que se observam durante o trabalho de parto, e que as prostaglandinas do esperma podem desencadear contra-ções assim como a ocitocina, cuja pro-dução é estimulada pela relação sexual. Contudo ainda não foi comprovada uma relação direta entre estas contrações e o parto prematuro, com excepção das situações consideradas de risco (má história reprodutiva, parto prematuro anterior inexplicado, incompetência cer-vical ou apagamento precoce do colo).

A propósito da transmissão de infecções através do coito durante a gravidez, os au-tores anteriormente citados consideraram que um colo competente e membranas intactas oferecem protecção eficaz contra a infecção na grávida saudável. Em con-trapartida quando há incompetência cer-vical, membranas rotas ou colo apagado e dilatado na fase final da gestação, o pénis pode arrastar para o útero bactérias pato-génicas provocando infecções graves. As doenças sexualmente transmissíveis, como a sífilis, o herpes genital, a gonor-reia, a clamídia, as tricomonas, a SIDA, entre outros agentes infecciosos, po-dem ter efeitos desastrosos na grávida e no feto e, de facto são habitualmente contraídas por via das relações sexuais, devendo ser aconselhado o uso de pre-servativo nas situações de risco.Muitas são as dúvidas levantadas quan-do o assunto é a sexualidade durante a gravidez. Frequentemente a mulher vê-se dividida entre o seu papel de amante e o de futura mãe. A gravi-dez, podendo ser a maior realização biológica da mulher, deve ser desmis-tificada e vivida na plenitude de uma alegria saudável, não perturbada por tabus sócio-culturais nem empirismos pseudo-científicos. Apesar da gravidez ser um período de adaptações físicas, emocionais e tam-bém sexuais para o casal, no qual não só a mulher mas também o homem passa por mudanças, não quer dizer que a vida sexual do mesmo deixe de ser tão rica quanto o era. Se a gravidez decorrer nor-malmente, podem ter relações sexuais até próximo do parto, excepto nos casos de gravidez de risco, em que a prática de re-lações sexuais pode ser desaconselhada.Durante a gravidez as mudanças do perfil físico, bem como as mudanças na líbido, podem exigir expressões de

Frequentemente a mulher vê-se dividida entre o seu papel de amante e o de futura mãe.

BEBÉ VIDA INFORMA

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A gravidez, podendo ser a maior realização biológica da mulher, deve ser desmistificada e vivida na plenitude de uma alegria saudável, não perturbada por tabus sócio-culturais nem empirismos pseudo-científicos.

afecto diferentes. O beijo, o abraço e a carícia são maneiras importantes de expressar amor e afeição.O sexo ajuda a futura mãe a relaxar, além de proporcionar prazer e uma cumplici-dade entre o casal, na verdade o que o casal precisa é de se adaptar a este novo momento das suas vidas. Entendendo a importância da sexualidade durante a gravidez, o casal pode enfrentar cada vez mais unido e fortalecido, as mudan-ças que ocorrerão a partir de agora no próprio núcleo familiar. Pai e Mãe devem viver todos os momentos juntos, sendo um apoio e a segurança do outro, ga-rantindo a aproximação e a continuação da sexualidade. Novas posições, novos toques, novas sensações podem ser descobertas e apreciadas pelo casal em busca da intimidade.

Graça AlvesEnfermeira Especialista em Saúde Materna e

ObstetríciaMestre em Sexualidade Humana

BEBÉ VIDA INFORMA

Page 32: Bebé Vida - Partilha nº 08

32 BEBÉ VIDA INFORMA

A gravidez é sem dúvida um momen-to único na vida de um casal…. A pas-sagem de casal a pais é um processo complexo que vai sendo edificado ao longo da gravidez e que contribui para a transição de papéis, construindo-se laços que perduram para a vida. A comunicação intra-uterina com o bebé proporciona um maior conheci-mento das características de cada ele-mento da nova família em construção. Não só os pais e o bebé desenvolvem capacidades de comunicação, como

aprendem a conhecer os seus ritmos e as suas estratégias para partilhar senti-mentos e situações do dia-a-dia.As técnicas de comunicação intra-ute-rina foram pensadas e desenvolvidas com a ajuda de outros casais grávidos que manifestaram o desejo de con-versar com a sua barriga. Mais do que técnicas, são estratégias simples de co-municação entre os pais e o bebé, que abrem um canal para a partilha entre o meio exterior e o meio intra-uterino…e são tão simples que se tornam naturais.

COMUNICAÇÃOINTRA-UTERINA

Page 33: Bebé Vida - Partilha nº 08

33BEBÉ VIDA INFORMA

COMO COMUNICAR COM O SEU BEBÉ?

A forma de comunicar com o seu bebé durante a vida intra-uterina está rela-cionada com o desenvolvimento dos cinco sentidos que vai sendo manifes-tada pelo bebé a partir das 22 semanas de gravidez. A realização desta comu-nicação é própria da forma de ser e es-tar de cada ser humano, o que faz com que cada mãe e/ou pai as coloque em prática de acordo com as suas disposi-ções e momentos pessoais. É necessário ter em conta que as técnicas de comunicação intra-uterina se consti-tuem como linhas condutoras, adaptá-veis de acordo com a forma como o casal se relaciona e com as suas necessidades em termos da passagem de casal a pais.

A MÚSICA

A música constitui-se como uma pon-te ou um canal facilitador da apro-ximação entre o casal e o seu bebé. Permite construir de forma consciente ou inconsciente um espaço agradável de partilha de sentimentos. Uma das características mais importantes desta forma de comunicação é a sonoridade da música escolhida bem como o rit-mo que deve ser sempre semelhante. Não é importante o tipo de música em si mas o facto de ser agradável e re-laxante para ambos os pais. Existem casais que escolhem música clássica, de relaxamento, hip-hop, entre outras. Na prática os resultados obtidos são semelhantes pois desde que se sintam tranquilos e que desfrutem do momen-to, o seu bebé também o irá sentir.A associação da música a períodos de

tranquilidade e serenidade faz com que o casal se encontre mais disponível para a troca de estímulos com o bebé e para o seu próprio auto-conhecimento. O desenvolvimento gradual da audição e da sensibilidade facilita ao bebé a asso-ciação destes períodos de relaxamento ao estímulo musical, o que condicionará no futuro o seu comportamento. Assim é mais provável que após o nascimento o bebé associe a música ao relaxamen-to e se acalme quando reconhecer este estímulo já tão familiar.O bebé, ao sentir-se envolvido num mo-mento de carinho, e de disponibilidade dos pais para consigo, poderá desenvol-ver um sentimento positivo quando ouve a música utilizada durante a gravidez.

A música constitui-se como uma ponte ou um canal facilitador da aproximação entre o casal e o seu bebé.

AS CONVERSAS COM O BEBÉ

As conversas com o bebé constituem--se como uma fonte de estímulos exter-nos relacionados com os diálogos dos pais. A mãe, é a figura cuja voz é ouvida pelo bebé durante mais tempo durante a gravidez, pelo imperativo biológico associado, uma vez que sempre que esta fala, mesmo que o discurso não seja direcionado ao bebé, ele ouve.É reconhecido que o bebé depois de nascer e nos momentos seguintes, vira

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a cara na direção das vozes que lhe são familiares o que poderá estar relacio-nado com as conversas com a barriga que os pais mantiveram ao longo da gravidez. Este reconhecimento entre pais e bebé ajuda a mãe e o pai a senti-rem-se mais capazes de enfrentar este novo desafio da parentalidade.

TOCAR NA BARRIGA

O toque é uma das vias de transmissão do afeto que permite o desenvolvimen-to e aprofundamento das relações de confiança. Durante a vida intra-uterina, os exercícios de relaxamento feitos pela mãe podem também ser sentidos como formas de toque para o bebé, pois através destes ele consegue sentir o estado emocional materno, seja de tranquilidade ou ansiedade.Neste sentido, é também conhecido que o bebé sente a diferença entre os vários toques realizados na barriga da mãe. Os pais referem que o seu bebé responde de forma diferente ao toque da mãe e/ou ao toque do pai, bem como de uma pessoa que não seja próxima.

PENSAMENTOS PARA O SEU BEBÉ

Esta forma de comunicação intra-ute-rina privilegia a mãe pois ela é a única que pode ter pensamentos positivos direcionados para o seu bebé. Estes pensamentos são benéficos pois a nível fisiológico há uma resposta hor-monal associada ao relaxamento e à tranquilidade.É fundamental que exista uma dispo-nibilidade afetiva da mãe e que esta

se concentre no seu bebé, nos bene-fícios que este momento de partilha e de estimulação representam para a vida intra-uterina. Todo este fenóme-no de sonhar acordado contribui para uma maior aproximação entre os dese-jos dos pais e a relação afetiva que se constrói, direcionando as perceções de carinho e ternura para o bebé.

Recordações para mais tarde:

· Existem quatro formas de comu-nicar com a vida intra-uterina do seu bebé: música, conversas com o bebé, toque na barriga, pensa-mentos para o bebé.· Podem ser feitas em simultâneo, o importante é que o momento seja de relaxamento e tranquilida-de e que faça parte do dia-a-dia do casal.· Quanto mais vezes forem co-locadas em prática as técnicas, maior será o feddback do bebé.· A forma como o bebé reage a cada uma das técnicas condicio-na também a forma como os pais encaram cada uma delas, tornan-do agradável e entusiasmante uma técnica, que através da in-terpretação da resposta do bebé, também lhe aparenta agradar.

Maria João Esperança da SilvaEnfermeira Especialista

em Saúde Materna e Obstétrica

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EXERCÍCIO FÍSICO NA GRAVIDEZ

SIMOU NÃO?

A gravidez não deve ser entendida como um estado de infinitas limitações e as mulheres que tenham gravidezes de baixo risco devem ser incentivadas a iniciarem ou a continuarem a envol-ver-se em actividades físicas.O conhecimento dos benefícios da ac-tividade física durante a gravidez são importantes devido ao crescente nú-mero de grávidas que praticam exercí-cio físico de forma regular.Cada vez mais os profissionais conhe-cem os benefícios da prática de activi-dade física durante a gravidez e nesse sentido tentam cada vez mais promo-ver a prática de um estilo de vida sau-dável às suas grávidas, aconselhando a inclusão da prática de actividade física no dia-a-dia.

QUANDO É QUE SE DEVE INICIAR A PRÁTICA DE ACTIVIDADE FÍSICA?Todas as grávidas devem aconselhar--se junto do seu médico sobre a prática de actividade física, sendo que todas as

grávidas sem prática de actividade física anterior à gravidez devem aguardar pe-las 12 semanas para então iniciarem al-guma actividade. Todas as mulheres que sempre praticaram actividade física no período anterior a gravidez podem con-tinuar a praticar no primeiro trimestre com as devidas alterações (sempre com a autorização médica) e acompanhadas por um profissional especializado.

QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS BENEFÍCIOS?A prática de actividade física durante a gravidez é muito importante e bené-fica para a mulher e para o bebé, tan-to para uma gravidez saudável, como para ajudar uma mulher a voltar à sua composição corporal anterior a gra-videz. Para se iniciar um programa de exercícios deve considerar-se a indivi-dualidade biológica e o estilo de vida de cada mulher, pois o sedentarismo anterior a gravidez e algumas patolo-gias têm influência na prescrição do

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treino. Desta forma a grávida deve ser acompanhada/aconselhada por profis-sionais especializados.Entre os benefícios do exercício físico durante a gravidez destacam-se: a melhoria da condição física global; a melhor adaptação cardiovascular à nova situação hemodinâmica;a prevenção da diabetes gestacional e do aparecimento de varizes;um menor aumento de peso corporal e adiposidade;a promoção de uma postura correcta durante a gravidez e consequentemen-te a prevenção de lombalgias;a melhoria da auto-imagem e da auto-confiança e uma rápida recuperação no pós-parto.

AS PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES:Devem ser evitadas as posições de de-cúbito dorsal (deitada de costas após o primeiro trimestre). Esta posição está associada a uma diminuição no aporte de sangue ao feto.Devem, também, ser evitados longos períodos de pé sem movimento.As mulheres grávidas possuem uma ins-tabilidade articular e ligamentar devido à hormona relaxina, uma das funcões des-ta hormona é “amolecer” os ligamentos e articulações, especialmente da zona

pélvica, mas que afecta todo o corpo.Este relaxamento geral deve ser tido em conta durante a realização de exercício.A hidratação é uma preocupação cons-tante mas durante a gravidez torna-se crucial, assim como uma alimentação equilibrada para um bem estar da grá-vida e do bebé.As actividades físicas que não são reco-mendadas, são todas as que envolvam impacto, risco de queda, atividades de mergulho ou quaisquer outras que possam oferecer sérios riscos de trau-mas para a grávida e para o bebé.Também deve evitar qualquer tipo de actividade competitiva devido ao con-tato físico entre as praticantes, mesmo que a mulher já pratique essa ativida-de, ela deve ser interrompida durante a gravidez.A prática de exercício físico por grá-vidas é bastante incentivada nos dias actuais por vários profissionais da área da saúde, como médicos e professores de educação física. No entanto, trata--se de um grupo especial e existem contra-indicações a respeito da prática de actividade física regular durante a gravidez. Essas contraindicações são subdivididas em contra-indicações ab-solutas e relativas.

A prática de actividade física durante a gravidez é muito importante e benéfica para a mulher e para o bebé

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CONTRA-INDICAÇÕES ABSOLUTAS PARA O EXERCÍCIO DURANTE A GRAVIDEZ· Doença do coração significativa hemodinamicamente· Doença pulmonar restritiva· Cérvix incompetente· Gestação múltipla de risco para tra-balho de parto prematuro· Segundo ou terceiro trimestre de hemorragia persistente· Placenta prévia após 26 semanas de gestação· Trabalho de parto prematuro duran-te a actual gravidez ou na gravidez anterior· Ruptura de membranas de pré - termo· Hipertensão induzida pela gravidez

As actividades físicas que não são recomendadas, são todas as que envolvam impacto

CONTRA-INDICAÇÕES RELATIVAS PARA O EXERCÍCIO DURANTE A GRAVIDEZ· Anemia grave· Arritmia cardíaca materna não avaliada· Bronquite crónica· Diabetes tipo I mal controladas· Obesidade mórbida extrema· Peso insuficiente extremo (índice de massa corporal < 12)· História de vida extremamente sedentária· Atraso no crescimento intra-uterino na gravidez actual· Hipertensão mal controlada/pré-eclampsia· Limitações ortopédicas· Desordem de apreensão mal controlada· Doença da tiróide mal controlada· Fumador excessivo

QUANDO É QUE É NECESSÁRIO INTERROMPER A ACTIVIDADE FÍSICA?A actividade física poderá ser realiza-da até ao final da gravidez, sendo que existem alguns sinais de alarme para a interrupção do exercício físico.

SINAIS DE ALARME PARA PÔR TERMO AO EXERCÍCIO FÍSICO DURANTE A GRAVIDEZ E FALAR COM UM MÉDICO· Quaisquer sinais de perda de líquido ou sangue vaginal· Inchaço repentino de tornozelos, mãos e face (edema generalizado)· Tromboflebtite (Inchaço, dor e ver-melhidão nas pernas)· Perdas momentâneas ou perturba-ções da visão, fortes dores de cabeça persistentes ou tonturas· Aumento da FC ou da PA persisten-tes após o exercício· Fadiga excessiva, palpitações ou dor de peito

· Contracções persistentes (+ de 6 a 8 por hora ) que possam estar relaciona-dos com início do trabalho de parto· Insuficiente ganho de peso (menos de 1kg por mês durante os 2ª e 3ª trimestres)· Dores abdominais sem causa aparente· Perda de líquido amniótico

Referência:Segundo a american College of Obstetricians and

Gynecologists (ACOG), (ACSM, 2000, 2001)

Tatiana Dominguez

Especialista em Exercicio na Gravidez e Pós parto

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AMAMENTAÇÃOPORQUE É QUE O LEITE MATERNO É A MELHOR OPÇÃO PARA MÃE E BEBÉ?

0s especialistas concordam que a amamentação proporciona o iní-cio de vida mais saudável para o bebé. O leite materno é mais do que um alimento. Possui benefícios para a saúde do bebé e propor-ciona um momento inesquecível na vida de mãe e filho.

O leite materno tem benefícios impor-tantes para a saúde dos bebés O lei-te materno é único – criado por cada mãe especificamente para o seu bebé. Contém tantos ingredientes diferentes que os investigadores estimam que apenas conhecemos uma parte muito pequena dos seus componentes.O leite materno muda com o tempo, adaptando-se diária e semanalmente às diferentes necessidades do bebé. Além de ser nutritivo, também de-sempenha um papel fundamental no crescimento do bebé, especialmente no seu desenvolvimento neurológico, cognitivo e imunológico. É impossível reproduzir todos estes benefícios adi-cionais no leite de substituição.

Está igualmente comprovado que a amamentação reduz o risco de alergias e parece diminuir a incidência da Síndrome de Morte Súbita Infantil, diabetes na in-fância, obesidade, doenças cardíacas e certos tipos de cancro. E as mães tam-bém beneficiam. Está comprovado que amamentar reduz a hemorragia pós---parto, queima muitas calorias e protege contra a osteoporose e tipos de cancro específicos das mulheres. Em combina-ção com a segregação da oxitocina, a hormona “do amor”, durante a amamen-tação ou a extração, o leite materno é a melhor opção para a mãe e o bebé.

Artigo gentilmente cedido por Medela

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MASSAGEM INFANTILA passagem de uma relação a dois para uma relação a três implica um pe-ríodo de adaptação, que nem sempre é fácil. A massagem ao bebé poderá ser uma estratégia que os pais têm ao seu dispor para, através da utilização das mãos, aprofundarem o conhecimento entre eles e o seu bebé.O toque é muito importante para a nossa saúde e bem-estar. É através do toque que falamos com o bebé, é a sua primeira linguagem. Novas pesquisas demonstraram que o toque é vital, e um fator de extrema importância para o desenvolvimento físico e emocional, bem como para a autoestima da mãe e do recém-nascido.

A massagem para os bebés é uma prá-tica milenária em muitas culturas, tem diversas funções e uma delas é o laço emocional que se cria através do toque. O bebé para além de se sentir acarinha-do também se sente mais calmo e rela-xado; sentirá o toque e o carinho.Tem ainda outros benefícios como fazer com que o cho-re menos, melhora a diges-tão, alivia as cólicas, reduz os mal-estares devidos à dentição, permite-lhe dor-mir melhor e potencia o seu desenvolvimento mus-cular e social.

As capacidades sensoriais dos bebés são fundamentais para o estabeleci-mento da interacção com os pais. Sabe-se, desde há alguns anos, que a criança quando nasce vem preparada para interagir socialmente, ou seja, ela tem competências inatas que lhe permitem estabelecer uma relação social.Ao estabelecer uma rotina diária que inclua massagem, os pais encontram um tempo privilegiado durante o qual desfrutam do bebé e da relação espe-cial que constroem com ele, e estão, simultaneamente a promover o desen-volvimento físico e psíquico dos seus fi-lhos. Todos os bebés são diferentes, por isso os pais têm que se saber adaptar e aprender a ler as pistas que o bebé lhes dá, e que permite perceber o que o bebé gosta ou não ajudando os pais a alterar o que estão a fazer ou mesmo parar.

Este respeito permite aumentar a con-fiança e o amor entre ambos.

Através da massagem infan-til é possível a construção

da uma ligação forte en-tre pais e bebé, onde se utilizam e apuram sentidos.

Maria de Jesus SantosEnfermeira Especialista em

Saúde Materna e Obstétrica e Mestre em Ecologia Humana

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O MEU BEBÉ VAI PARA A CRECHE!

Ao longo de toda a vida deparamo--nos com dúvidas e angústias e a en-trada dos filhos para a creche deve ser, certamente, das mais difíceis de enca-rar. Durante meses, ou em alguns ca-sos anos, os papás passam todo o dia com os seus filho-tes desfrutando de tudo o que de bom a maternidade/pa-ternidade tem para oferecer. Até que chega o dia que maioria dos pais anseia… o primeiro dia de escola!Cada vez mais as condições impos-tas pela vida levam a que os bebés in-tegrem uma instituição de ensino mais cedo, com apenas alguns meses de vida. É nestes momentos que os co-rações dos papás ficam pequeninos e cheios de dúvidas, pois terão de deixar o seu bem mais precioso aos cuidados de alguém que não conhecem.

Quando os papás elegem uma creche para colocarem o seu bebé devem de ter em conta que o objetivo da creche não é apenas “vigiar” a criança, por isso é importante selecionarem uma insti-

tuição com boas condições, bom ambiente, com profissionais certi-ficados, com boas referências e onde a preocupação com o desenvol-vimento global da criança seja uma realidade. É claro que é de extrema importân-cia que a criança

seja bem cuidada e que a sua seguran-ça seja uma preocupação constante, mas é também fundamental que sejam criadas condições para que esta cresça harmoniosamente. A entrada na cre-che é um momento importante para a vida da criança e não deve ser des-valorizado, pois esta vai ingressar num

E AGORA?

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ambiente estimulante que a ajuda a de-senvolver, entre outros, a sociabilidade, a autonomia e a linguagem.As novas experiências que a criança vai viver na creche são importantes para que esta desenvolva competências que serão fundamentais para desenvolver outras competências mais tarde, tendo a brincadeira um papel basilar, pois as crianças aprendem brincando, fazendo e interagindo.É compreensível que os papás tenham como principal preocupação encontrar uma instituição onde saibam que os seus bebés são bem cuidados e, mais uma vez friso que é realmente impor-tante esse facto, mas não devem es-quecer que é importante estimular o desenvolvimento da criança através de momentos prazerosos para a mesma. É importante que a creche tenha um am-biente que possa transmitir segurança e confiança às crianças, ajudando-as a tomarem conhecimento de si e das

suas competências, de modo a que se desenvolvam de uma forma global. Não podemos esquecer que por muito bom que seja o trabalho desenvolvido na creche, este não substitui os pa-pás, por isso é importante continuar a acompanhar sempre o seu filhote, bem como o trabalho que é desenvolvido na creche. Uma interação harmonio-sa entre escola e família ajuda a que a criança se sinta segura, confiante e, consecutivamente, feliz. Afinal de con-tas, a felicidade é o objetivo pleno que pretendemos para as nossas crianças, sejam elas nossos filhos ou educandos.Queridos papás, espero que a minha humilde sugestão vos ajude a diminuir um pouco a angústia. A creche pode parecer um bicho papão, mas quando desempenha verdadeiramente o seu papel é um país das maravilhas que ajuda os pequenos príncipes e prince-sas a serem “Felizes para sempre”!

Texto de Vanessa FerreiraData de nascimento: 26/03/1986Profissão: Educadora de Infância

Não podemos esquecer que por muito bom que seja o trabalho desenvolvido na creche, este não substitui os papás, por isso é importante continuar a acompanhar sempre o seu filhote

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VIAJAR DE COSTAS PARA O SENTIDODA MARCHA É A FORMA MAIS SEGURA DE VIAJAR NO AUTOMÓVEL.

Na década de 60, a pesquisa efetuada por cientistas Suecos acerca dos aspe-tos medicinais em situações de tráfego mostrou que era benéfico para crianças pequenas viajarem de costas para o sentido da marcha em caso de colisão. Consequentemente, não existe cadeiras auto viradas para a frente para crianças com idade inferior a 3 anos no mercado Sueco. Como resultado a Suécia tem a taxa mais baixa de acidentes da Europa!

De facto, as crianças pequenas não são versões miniatura dos adultos. As suas cabeças são desproporcionalmente pesadas, as suas costas e coluna ver-tebral estão em desenvolvimento, têm fracos reflexos e capacidade de reação.Em caso de colisão, quando sentada no sentido da marcha, a cabeça da criança irá ser atirada violentamente para a frente criando uma forte tensão sobre o pesco-ço e cabeça. A criança ainda corre o risco de sofrer lesões por bater contra os as-sentos da frente ou devido à entrada de fragmentos no interior do veículo.

PORQUÊ?

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De facto, as crianças pequenas não são versões miniatura dos adultos.

Numa cadeira auto de sentido contrário à da marcha a estrutura da mesma vai atuar como um escudo protetor e irá absorver qualquer impacto. Os testes de colisão mostraram que o impacto no pescoço é 5 vezes inferior numa cadeira auto de costas para a marcha quando compara-das com cadeiras similares voltadas para a frente. Adicionalmente, a criança fica protegida de bater no banco da frente ou de fragmentos que entrem no interior do veículo. Esta é a razão pela qual todas as nossas cadeiras auto de bebé (grupo 0+) estão apenas desenhadas para se instala-rem no sentido contrário ao da marcha. A HTS Besafe recomenda que todas as crianças devem viajar de costas para a marcha durante o máximo de tempo possível, de preferência até aos 4 anos de idade. As organizações internacionais de consumidores, representadas pela ICRT (International Consumer Research and Testing), fazem a mesma recomendação.

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43DICAS ÚTEIS PARA OS PAIS

A ida para a maternidade deve ser preparada com alguma antecedência. Deverá ter uma lista organizada com tudo o que necessita para si e para o bebé, para que nada falhe na curta estadia que a espera. Deve ter tudo preparado a partir das 36 semanas: a mala da mãe, a mala do bebé e o kit de recolha BEBÉ VIDA.

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O QUE LEVARPARA A MATERNIDADE

PARA A MÃE2 ou 3 camisas de noite (frescas e com abertura frontal)1 Roupão (de acordo com a estação)2 ou 3 soutiens de amamentação6 cuecas descartáveisChinelos de quarto e chinelos de banhoPensos higiénicos de grande absorçãoProdutos de higiene pessoalDiscos de amamentaçãoCreme de protecção para os mamilosSaco para a roupa sujaRoupa para a saídaDocumentos pessoaisÚltimos exames realizados durante a gravidezBoletim de saúde da grávidaBloco e canetaRelógioTelemóvel

PARA O BEBÉ2 a 5 babygrows2 a 5 bodies2 a 5 calças interioresMeias ou botinhas (de acordo com a estação)Casaco de malha ou algodão (acordo com a estação)Manta ou cobertor (de acordo com a estação)Gorro de algodão ou lãFraldas descartáveis ou reutilizáveisFraldas de panoToalhetesCreme para muda da fraldaProdutos de HigieneToalha de banhoSaco para a roupa sujaCadeirinha de transporte (para a saída)Kit de recolha Bebé Vida

PARA O PAIMáquina fotográfica e/ou câmara (não esquecer bateria e/ou carregador)Snacks e águaRebuçados para a mãeTelemóvelLista de contactos da mãe e do pai para comunicar o nascimento do bebéMuda de roupa, artigos de higiene pessoal, pijama e chinelos (caso fique como acompanhante)

É importante ter em conta a estação do ano e a maternidade que escolheu para o nascimento do seu bebé, sendo acon-selhável pedir informações sobre o que deverá levar consigo.Eis algumas dicas!

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Tel. 707 20 10 18 [email protected]

LISBOA (Atendimento ao Cliente)Alameda dos Oceanos, Edifício Espace, Lote 1.06.01.4, Piso O Fração AParque das Nações 1990-207 Lisboa (junto ao Pavilhão Atlântico) Tel. 212 744 021/2

PORTO (Laboratório/Atendimento ao Cliente)Avenida de França, 476/4864050-277 PortoTel. 228 328 411

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