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Curso Online – Pacote de Exercícios Comentados Escriturário – Banco do Brasil Prof. Dicler Ferreira www.pontodosconcursos.com.br 1 Garantias do Sistema Financeiro Nacional: EXERCÍCIOS Queridos alunos e alunas, eu sou o Prof. Dicler e ministro aulas das disciplinas Direito Civil e Direito Penal. Sou Auditor-Fiscal Tributário do Município de São Paulo desde de 2007 e ministro aulas para concursos também desde 2007. Creio que você possa estar perguntando o que um professor de Direito Civil e Direito Penal está fazendo em um curso voltado para o cargo de Escriturário do Banco do Brasil. A resposta é simples, pois tem um item da disciplina Conhecimentos Bancários, que é tratado dentro do Direito Civil. Este item versa sobre as Garantias do Sistema Financeiro Nacional. Dessa forma, fui gentilmente convidado pelo Prof. Cesar Frade para colaborar com as aulas voltadas para a disciplina Conhecimentos Bancários. Inicialmente, é de primordial importância que você entenda a razão de existirem as Garantias do Sistema Financeiro Nacional. A instituição financeira (banco), em suas operações ativas, quando empresta dinheiro ao público, procura diversas formas de garantir o retorno de seus mútuos (dinheiro emprestado), ou seja, utiliza-se de mecanismos legais para que o risco dos tomadores de empréstimos não devolverem o dinheiro emprestado seja o menor possível. Assim, além de fazer os cadastros de seus clientes, análise financeira das pessoas para quem vai emprestar, verificando o risco em cada operação, o banco também utiliza-se de garantias juridicamente estabelecidas em leis. É sobre essas garantias que nós vamos estudar. São elas o aval, a fiança, a hipoteca, o penhor e a alienação fiduciária. Sempre que você ouvir falar em mútuo, a questão estará tratando de um: contrato de empréstimo de dinheiro. Nesse caso, quando o dinheiro for emprestado pelo banco, ele será o mutuante; por outro lado, o tomador do empréstimo é o mutuário. Para facilitar o seu estudo, separei várias questões de provas anteriores de diversas bancas e agrupei-as por assunto. Com isso, teremos sempre um breve resumo introduzindo o assunto e depois resolveremos as questões de provas anteriores. Vamos dar início aos nossos trabalhos !!!!

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Garantias do Sistema Financeiro Nacional: EXERCÍCIOS

Queridos alunos e alunas, eu sou o Prof. Dicler e ministro aulas das disciplinas Direito Civil e Direito Penal. Sou Auditor-Fiscal Tributário do Município de São Paulo desde de 2007 e ministro aulas para concursos também desde 2007.

Creio que você possa estar perguntando o que um professor de Direito Civil e Direito Penal está fazendo em um curso voltado para o cargo de Escriturário do Banco do Brasil.

A resposta é simples, pois tem um item da disciplina Conhecimentos Bancários, que é tratado dentro do Direito Civil. Este item versa sobre as Garantias do Sistema Financeiro Nacional.

Dessa forma, fui gentilmente convidado pelo Prof. Cesar Frade para colaborar com as aulas voltadas para a disciplina Conhecimentos Bancários.

Inicialmente, é de primordial importância que você entenda a razão de existirem as Garantias do Sistema Financeiro Nacional.

A instituição financeira (banco), em suas operações ativas, quando empresta dinheiro ao público, procura diversas formas de garantir o retorno de seus mútuos (dinheiro emprestado), ou seja, utiliza-se de mecanismos legais para que o risco dos tomadores de empréstimos não devolverem o dinheiro emprestado seja o menor possível. Assim, além de fazer os cadastros de seus clientes, análise financeira das pessoas para quem vai emprestar, verificando o risco em cada operação, o banco também utiliza-se de garantias juridicamente estabelecidas em leis. É sobre essas garantias que nós vamos estudar. São elas o aval, a fiança, a hipoteca, o penhor e a alienação fiduciária.

Sempre que você ouvir falar em mútuo, a questão estará tratando de um: contrato de empréstimo de dinheiro. Nesse caso, quando o dinheiro for emprestado pelo banco, ele será o mutuante; por outro lado, o tomador do empréstimo é o mutuário.

Para facilitar o seu estudo, separei várias questões de provas anteriores de diversas bancas e agrupei-as por assunto. Com isso, teremos sempre um breve resumo introduzindo o assunto e depois resolveremos as questões de provas anteriores.

Vamos dar início aos nossos trabalhos !!!!

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AvalÉ um ato através do qual um terceiro (avalista) se responsabiliza pelo pagamento

de uma obrigação assumida por alguém (avalizado) oriunda de um título de crédito.

Para visualizar, imagine que um banco empreste dinheiro para João. Em contrapartida João assina uma nota promissória em favo do banco. Porém, para o banco, não basta a nota promissória, ele quer mais uma garantia de que o empréstimo será devolvido e manda João (avalizado) arrumar um avalista. João chama seu primo Pedro que assina na nota promissória se comprometendo a pagar o débito assumido por João.

Graficamente temos o seguinte:

Um título de crédito constitui uma obrigação que resulta de uma manifestação de vontade unilateral, materializada em um instrumento, pelo qual o emitente (devedor) se obriga a uma prestação determinada, independente de qualquer ato de aceitação do emanado que é o credor (destinatário do título de crédito). Como exemplo temos o cheque, nota promissória, duplicata, letra de câmbio, etc.

É o que preconiza o art. 897 do Código Civil (CC).

Art. 897. O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por aval.

CONCLUSÃO !!!

O aval é um instituto jurídico do Direito Cambiário (ramo do direito que estuda os títulos de crédito).

Consiste o aval em uma declaração escrita no próprio título de crédito, sendo o anverso (frente) do título o local apropriado, bastando a simples assinatura do avalista; entretanto, é possível o aval no verso da cártula, situação onde deverá ser mencionada alguma expressão indicativa do aval, tal como: “em aval”, “avalizamos”, “por aval”, etc. Vide art. 898 do CC.

Art. 898. O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título. § 1o Para a validade do aval, dado no anverso do título, é suficiente a simples assinatura do avalista. § 2o Considera-se não escrito o aval cancelado.

AVALIZADO (devedor)

AVALISTA

CREDOR TÍTULO DE CRÉDITO (fonte da obrigação)

garantidor da dívida

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O avalista, ao garantir o cumprimento da obrigação do avalizado, responde de forma equiparada a este, ou seja, são coobrigados em mesmo grau, o que resulta uma responsabilidade solidária.

A responsabilidade solidária faz com que o credor da obrigação possa cobrá-la, integralmente, de qualquer um dos devedores solidários. Dessa forma, o credor do título de crédito pode cobrar toda a obrigação tanto do avalista como do avalizado, sem haver benefício de ordem. Ou seja, o avalista não pode questionar se a obrigação for cobrada diretamente dele sem ter sido cobrada antes do avalizado.

Entretanto, em determinadas situações, o aval pode não resultar em uma responsabilidade integral do avalista. Isso ocorrem em situações onde o aval parcial é permitido. Nessas situações o avalista pode, por exemplo, avalizar apenas 40% do valor do título do crédito. É o que prevê o art. 30 da Lei Uniforme (lei que trata da letra de câmbio e da nota promissória) e o art. 29 da Lei do Cheque.

Art. 30 da LU - O pagamento de uma letra pode ser no todo ou em parte garantido por aval. Esta garantia é dada por um terceiro ou mesmo por um signatário da letra. Art . 29 da LC - O pagamento do cheque pode ser garantido, no todo ou em parte, por aval prestado por terceiro, exceto o sacado, ou mesmo por signatário do título.

CONCLUSÃO !!!

O aval, em regra, gera uma responsabilidade solidária integral (sem benefício de ordem) entre o avalista e o avalizado. Entretanto, em determinados títulos de crédito, como na letra de câmbio, na nota promissória e no cheque, é possível o aval parcial, o que acarreta uma responsabilidade limitada do avalista.

A seguir temos algumas classificações utilizadas para o aval: - Aval em preto: é aquele em que se indica expressamente a pessoa que foi avalizada.

- Aval em branco: é aquele onde não se indica a pessoa que foi avalizada, portanto, presume-se que ele foi dado em favor de alguém (normalmente o emitente do título de crédito).

É possível também um mesmo título de crédito ter diversos avais. Nessa hipótese observa-se a seguinte classificação:

- Avais simultâneos: ocorrem quando a garantia é dada em conjunto por duas ou mais pessoas em relação a uma mesma obrigação cambiária. Nesse caso, em regra, todos os avalistas e o avalizado serão solidariamente responsáveis pela obrigação resultante do título de crédito.

- Avais sucessivos: também são chamados de aval de aval, ocorrem quando alguém avaliza um outro avalista. Nesse caso, todos os avalistas terão a mesma responsabilidade do avalizado.

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Ressalta-se que sempre que um avalista pagar a obrigação oriunda do título de crédito, surgirá para ele um direito de regresso contra o avalizado. Ou seja, o avalista paga a obrigação e depois pode cobrar do avalizado o que pagou.

Utilizando o exemplo dado no início, se Pedro pagar o empréstimo ao Banco, depois ele poderá cobrar de seu primo João (tomador do empréstimo) o valor pago. Vide art. 898, § 1º do CC:

Art. 898, § 1° - Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o seu avalizado e demais coobrigados anteriores.

Vejamos algumas questões de provas anteriores sobre o assunto:

4. (FCC – CEF – Técnico Bancário – 2004) O penhor é a garantia plena e solidária que o banco dá a qualquer cliente obrigado ou coobrigado em titulo cambial.

Quando a questão mencionar as expressões título cambial ou título de crédito, a garantia cabível é o aval e não o penhor.

Gabarito: Errada.

5. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2010) Um contrato de empréstimo pode ter vários avalistas, caso o devedor principal fique inadimplente. O credor deve exigir a liquidação do empréstimo primeiro do devedor principal e depois, proporcionalmente, de cada um dos avalistas.

No aval, o devedor principal e os avalistas são solidariamente responsáveis pelo cumprimento da obrigação; dessa forma, não é cabível o benefício de ordem citado no enunciado da questão.

Se você ainda não entendeu o que é benefício de ordem, veja que a questão menciona que a cobrança deve ser, primeiro, contra o devedor principal e, em um segundo momento, que os avalistas poderiam ser cobrados. Ou seja, fala-se em uma ordem preferencial de cobrança, mas essa ordem de preferência não existe quando se tratar de aval.

Além disso, não sendo um aval parcial, a responsabilidade de cada avalista é integral e não proporcional.

Gabarito: Errada.

6. (CESPE/UnB – BRB – Escriturário – 2010) Na concessão de um aval, garantia pessoal, o avalista assume a mesma condição jurídica do avalizado, sendo solidário pela liquidação da dívida. Nesse caso, o credor poderá cobrar a dívida de qualquer avalista sem cobrar do devedor principal.

Dizer que o aval é uma garantia pessoal está correto, pois é a pessoa do avalista (através de seus bens) que garante a dívida assumida através do título de crédito.

Na sua prova pode vir escrita a expressão garantia fidejussória. Se isso acontecer não se assuste, pois se trata de uma expressão sinônima da expressão garantia pessoal.

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AVAL GARANTIA PESSOAL = GARANTIA FIDEJUSSÓRIA

Continuando na análise da questão, percebemos que ela está correta ao afirmar que o avalista e o avalizado são responsáveis solidários na obrigação de liquidar a dívida, situação que acarreta a não existência de benefício de ordem.

Gabarito: Certa.

7. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2010) Em uma garantia formalizada por meio de aval, o avalista assume a mesma posição jurídica do avaliado, isto é, o avalista é solidário com o avalizado.

Mais uma vez foi cobrado o conhecimento de que o aval acarreta a responsabilidade solidária entre o avalista e o avalizado.

Gabarito: Certa.

8. (CESGRANRIO – BANCO DO BRASIL – Escriturário – 2010) As operações de garantia bancária são operações em que o banco se solidariza com o cliente em riscos por este assumidos. O aval bancário, por exemplo, é uma garantia que gera (A) obrigação assumida pelo Banco, a fim de assegurar o pagamento de um título de crédito para um cliente. (B) obrigação solidária do Banco credor para com o seu cliente mediante a assinatura de um contrato de câmbio. (C) direito real para o Banco em face ao seu cliente e se constitui, pela tradição efetiva, em garantia de coisa móvel passível de apropriação entregue pelo devedor. (D) responsabilidade acessória pelo Banco, quando assume total ou parcialmente o dever do cumprimento de qualquer obrigação de seu cliente devedor. (E) passivo para cliente tomador de um empréstimo contra o Banco credor, colocando seus bens à disposição para garantir a operação.

Utilizando o exemplo do início da aula, Pedro foi o avalista de seu primo João. Porém, poderíamos ter uma situação diferente, na qual João toma um empréstimo com Pedro e este pede que João arrume um avalista para garantir a dívida. Diante da situação, João pode pedir que o banco seja seu avalista. Teremos um aval bancário.

Ou seja, o banco vai assumir uma obrigação com a finalidade de assegurar o pagamento de um título de crédito emitido por João. Nesse caso, João (avalizado) e o banco (avalista) são solidariamente responsáveis pela obrigação.

Gabarito: A

9. (CESPE/UnB – CEF – Técnico Bancário – 2006) O avalista pode desistir de ser avalista, desde que comunique ao credor essa decisão por escrito.

O avalista até pode desistir de ser avalista, entretanto, para se desonerar da obrigação assumida, o credor da obrigação principal deverá consentir na sua saída.

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Ou seja, no caso em que João assumiu uma dívida com o banco e seu primo Pedro foi o avalista, para que o primo desista de ser avalista após ter assumido tal posição, deve haver um consentimento expresso do banco.

Gabarito: Errada.

10. (CESPE/UnB – BANCO DO BRASIL – Escriturário – 2007) O aval, uma vez dado, não poderá ser cancelado pelo avalista.

Conforme comentários da questão anterior, a desistência/cancelamento do aval pode ocorrer, mas depende de consentimento expresso do credor

Gabarito: Errada.

Fiança

A fiança é o contrato pelo qual uma pessoa se obriga perante o credor (afiançado), com todo o seu patrimônio, a satisfazer o débito do devedor, caso este não efetue o pagamento (art. 818 do CC). Trata-se de uma espécie de garantia pessoal ou fidejussória.

Art. 818. Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra.

Graficamente temos o seguinte:

Um exemplo de fiança bastante comum no dia-a-dia das pessoas ocorre nos contratos de locação. Ou seja, quando o proprietário de uma apartamento (locador) o aluga para alguém (locatário) é comum a exigência de um fiador para garantir que o aluguel será pago. Nesse caso, o locatário será o devedor, o locador será o credor e o garantidos do pagamento do aluguel será o fiador.

Perceba que o contrato de fiança só ira existir por causa do contrato de locação. Essa dependência faz com que o contrato de fiança seja classificado como acessório. Veja o art. 824 do CC:

Art. 824. As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de incapacidade pessoal do devedor. Parágrafo único. A exceção estabelecida neste artigo não abrange o caso de mútuo feito a menor.

DEVEDOR

FIADOR

CREDOR $ $ $ $ $ $

garantidor da dívida

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A norma evidencia o princípio da acessoriedade, pois a fiança subordina-se à validade da obrigação principal. É natural que assim seja, por se constituir a fiança em uma obrigação acessória.

Outra característica interessante é a subsidiáriedade, pois a execução da fiança depende da inexecução do contrato principal. Para exemplificar, o locador do apartamento só pode cobrar o aluguel do fiador, depois que tiver cobrado do devedor principal (locatário). Entretanto, pode haver uma cláusula de solidariedade no contrato de fiança, o que permite ao credor acionar diretamente o fiador.

CONCLUSÃO !!!

O contrato de fiança, por depender de um contrato principal, é classificado como um contrato acessório. A regra na fiança é existir o benefício de ordem, ou seja, primeiramente a dívida deve ser cobrada do devedor principal, para, posteriormente, ser cobrada do fiador.

Quem pode ser fiador?

A pessoa física em pleno exercício de seus direitos civis (maior de 18 anos ou emancipada) e a pessoa jurídica solvente (com patrimônio positivo), inclusive a instituição financeira (caso em que teremos a fiança bancária) podem prestar fiança. O analfabeto também pode ser fiador, mas a jurisprudência, neste caso, exige que a fiança seja dada através de um instrumento público.

Quanto ao cônjuge, para ser fiador, exige-se a outorga do outro consorte, exceto no regime de separação total de bens. Voltaremos nesse ponto mais a frente.

Quem não pode ser fiador?

A sociedade cujo contrato social proíbe expressamente o ato, leiloeiros, tesoureiros, entidades públicas e os tutores e curadores em nome do incapaz não podem prestar fiança.

Vejamos algumas questões de provas anteriores sobre o assunto:

11. (CESPE/UnB – CEF – Técnico Bancário – 2006) A fiança pode ser prestada por menor de idade, desde que esse menor seja emancipado ou haja autorização judicial.

Se o menor de idade estiver emancipado, então ele possui o pleno exercício de seus direitos civil e, por isso, pode ser fiador. Porém, não se admite a possibilidade de o menor prestar fiança através de autorização judicial.

Gabarito: Errada.

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12. (CESPE – BRB – Escriturário – 2005) Em uma fiança de empréstimo, o fiador somente será obrigado ao pagamento depois de cobrado o tomador.

A assertiva trata do benefício de ordem que, em regra, é característica do contrato de fiança.

Gabarito: Certa.

13. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2010) Na garantia oferecida para o credor mediante fiança, em caso de inadimplência, o credor deve executar simultaneamente o devedor e o fiador, mesmo que o fiador não tenha renunciado tacitamente ao benefício da ordem.

Conforme comentários anteriores, quando houver um contrato de fiança, a regra que o credor execute, primeiramente o devedor principal, para, em segundo plano, executar o fiador.

Entretanto, caso o fiador renuncie (desista) ao benefício de ordem, então poderá haver a execução simultânea do devedor principal e do fiador.

Gabarito: Errada.

14. (FCC – BANCO DO BRASIL – Escriturário – 2006) Uma determinada dívida é garantida por três fiadores. Caso ela não seja paga, cada fiador ficará responsável pelo pagamento (A) da dívida, na proporção de sua renda mensal em relação ao total da renda mensal de todos os fiadores. (B) de 1/3 da dívida, independentemente do que dispuser o contrato de fiança. (C) do total da dívida, independentemente do que dispuser o contrato de fiança. (D))da dívida, na proporção que estiver fixada no contrato de fiança. (E) da dívida, na proporção de seu patrimônio em relação ao total do patrimônio de todos os fiadores.

A questão trata da responsabilidade solidária dos co-fiadores e do benefício da divisão (arts. 829 e 830 do CC).

Art. 829. A fiança conjuntamente prestada a um só débito por mais de uma pessoa importa o compromisso de solidariedade entre elas, se declaradamente não se reservarem o benefício de divisão. Parágrafo único. Estipulado este benefício, cada fiador responde unicamente pela parte que, em proporção, lhe couber no pagamento.

Art. 830. Cada fiador pode fixar no contrato a parte da dívida que toma sob sua responsabilidade, caso em que não será por mais obrigado.

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Conclui-se que, não se especificando o quanto da dívida que cada fiador está garantido, então a lei indica que ocorre um caso de responsabilidade solidária. Entretanto, é permitido o benefício da divisão, onde cada um se responsabiliza por parte da dívida, desde que de forma expressa.

Gabarito: D

15. (CESPE/UnB – BANCO DO BRASIL – Escriturário – 2007) A fiança bancária é um contrato pelo qual o cliente (fiador) garante o cumprimento da obrigação do banco (o afiançado), junto a um credor em favor do qual a obrigação deve ser cumprida.

Na fiança bancária o fiador é o banco que garante o cumprimento de uma obrigação assumida pelo seu cliente perante algum terceiro. Temos o seguinte:

- Banco: é o fiador que garante a dívida;

- Cliente do banco: é o afiançado que tem a dívida garantida; e

- Terceiro: é o credor da dívida assumida pelo cliente do banco.

O erro da questão é dizer que o cliente do banco é o fiador e o próprio banco o afiançado. O correto seria inverter os personagens citados.

Trataremos do assunto mais a frente.

Gabarito: Errada.

Fiança x Aval

Pelo que já estudamos até aqui, pudemos perceber que os institutos da fiança e do aval possuem algumas semelhanças e algumas diferenças. Vejamos separadamente quais são essas semelhanças e diferenças:

Semelhanças entre a fiança e o aval: 1) quando o fiador e o avalista tiverem cônjuges deve-se observar o que diz o art. 1.647, III do CC.

Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: [...]. III - prestar fiança ou aval;

Conclui-se que, se duas pessoas forem casadas sob qualquer regime de bens que não seja o da separação absoluta, para que uma delas seja fiador ou avalista dependerá do consentimento do outro cônjuge. Se o consentimento for da esposa, temos a outroga uxória; porém, se o consentimento for do marido, teremos a outorga marital.

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CONCLUSÃO !!!

Para que um dos cônjuges seja fiador ou avalista, dependerá de outorga uxória ou marital, exceto se o regime de casamento for o da separação absoluta de bens.

2) tanto a fiança como o aval são garantias pessoais ou fidejussórias. Conforme estudamos, a garantia fidejussória, também chamada de garantia pessoal é a obrigação pessoal que alguém assume para garantir o cumprimento de obrigação alheia caso o devedor não o faça. Nessa garantia, todos os bens pessoais do garantidor são tomados para o cumprimento da dívida do devedor.

A garantia pessoal ou fidejussória difere da garantia real.

Na garantia real o devedor destaca um bem específico que irá garantir o ressarcimento do credor na hipótese de inadimplemento do devedor. Havendo o descumprimento por parte do credor, então o devedor poderá vender o bem dado em garantia e pagar a divido com o preço obtido através da venda. Se o preço for maior que o valor da dívida, então a diferença é devolvida ao devedor. Como exemplos de garantia real temos a hipoteca, o penhor e a alienação fiduciária que serão estudados mais adiante.

Diferenças entre a fiança e o aval: 1) Enquanto o aval é uma garantia cambial, relacionada aos títulos de crédito, a fiança é uma garantia contratual, relacionada aos contratos;

2) O aval, em regra, estabelece a solidariedade entre o avalista e o avalizado, desta forma, não há que se falar em benefício de ordem na cobrança da dívida. Por outro lado, a fiança, em regra, é um contrato subsidiário, onde a dívida deve ser cobrada, primeiramente, do devedor principal, para depois ser cobrada do fiador, o que caracteriza a existência do benefício de ordem.

Para melhor visualização, segue uma tabela com as diferenças estudadas:

FIANÇA AVAL

- decorre de um contrato. - decorre de um título de crédito.

- é estudada no Direito Contratual. - é estudado no Direito Cambiário.

- acarreta, em regra, uma responsabilidade subsidiária do fiador.

- acarreta, em regra, uma responsabilidade solidária do avalista.

- comporta, em regra, benefício de ordem. - não comporta, em regra, benefício de ordem.

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Veja como as bancas gostam de cobrar este assunto:

16. (CESPE – BRB – Escriturário – 2005) A diferença entre aval e fiança é que o primeiro somente é prestado em títulos de crédito, enquanto o segundo é prestado em todo e qualquer tipo de contrato.

Conforme a tabela da página anterior.

Gabarito: Certa.

17. (FCC – CEF – Escriturário – 2000) A fiança diferencia-se do aval, por ser uma (A) obrigação acessória. (B) garantia cambial plena. (C) garantia cambial autônoma. (D) garantia cambial a obrigado. (E) garantia cambial a coobrigado.

Através dos comentários ao art. 824 do CC, percebemos que a fiança é um contrato acessório que, consequentemente, gera uma obrigação acessória.

Sabemos que quando se fala em garantia cambial, o examinador está se referindo a um título de crédito, o que não é o caso da fiança, mas sim do aval.

Gabarito: A

18. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2007) O aval é específico para a garantia de títulos de crédito e a fiança, para contratos, não cabendo aval em contratos, nem fiança em títulos de crédito.

Conforme a tabela da pagina anterior.

Gabarito: Certa.

19. (CESPE/UnB – CEF – Técnico Bancário – 2006) O aval difere da fiança em vários pontos; um deles é que, em regra, o aval não requer a outorga conjugal para a sua validade.

Tanto a fiança como o aval, para serem válidos, dependem de outorga conjugal (consentimento do outro cônjuge), desde que o regime de casamento não seja o da separação total de bens.

Gabarito: Errada.

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20. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2007) Como regra geral, tanto para o aval quanto para a fiança prestados por pessoas casadas, exige-se a autorização do cônjuge, exceto no regime de casamento de separação absoluta de bens.

Conforme comentários anteriores ao art. 1.647, III do CC.

Gabarito: Certa.

21. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2010) A ausência da assinatura do cônjuge em garantias formalizadas por meio de fiança e(ou) de aval não invalida a garantia outorgada, em qualquer regime de bens do casal.

Segundo o art. 1.647, III do CC a ausência de assinatura do outro cônjuge em uma fiança ou um aval invalidade a garantia outorgada, exceto se o regime de casamento for o da separação absoluta de bens.

Gabarito: Errada.

22. (CESPE/UnB – BRB – Escriturário – 2010) Em uma garantia por meio de fiança, há a condição de benefício da ordem, o que significa que o credor deverá acionar primeiro o devedor e depois o fiador, exceto se o fiador renunciar ao benefício.

A assertiva está de acordo com a tabela de diferenças entre a fiança e o aval.

Gabarito: Certa.

23. (CESPE/UnB – BANCO DO BRASIL – Escriturário – 2007) São garantias reais a hipoteca, o penhor, a alienação fiduciária e a fiança. O aval é uma garantia pessoal.

Dentre as garantias apresentadas pela questão temos o seguinte:

Garantias reais: hipoteca, penhor e alienação fiduciária; e

Garantias pessoais ou fidejussórias: fiança e aval.

Ou seja, a fiança não é uma garantia real.

Gabarito: Errada.

Penhor mercantil

A definição de penhor é dada pelo art. 1.431 do CC:

Art. 1.431. Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da posse que, em garantia do débito ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível de alienação. Parágrafo único. No penhor rural, industrial, mercantil e de veículos, as coisas empenhadas continuam em poder do devedor, que as deve guardar e conservar.

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Ou seja, através do penhor, o devedor entrega um bem móvel suscetível de alienação ao credor e, com esse bem, garante a dívida existente. Trata-se, portanto, de um direito real de garantia, tendo em vista que é o bem e não a pessoa que serve de garantia para a satisfação da dívida.

Como exemplo, imagine que João pegue R$ 3.000.00 (três mil reais) emprestados com seu primo Pedro e agende a devolução para o dia 30 de junho de 2011. Entretanto, para emprestar o dinheiro, Pedro exigiu uma garantia de pagamento para João. Diante da exigência, João entregou a Pedro o seu relógio ROLEX que vale R$ 10.000,00 (dez mil reais) e disse o seguinte: “se eu não pagar o empréstimo até o dia 30 de junho de 2011, você pode vender o relógio e me devolver apenas a diferença que superar o valor do empréstimo”.

No exemplo dado temos os seguintes personagens:

João: é o devedor pignoratício, pois contrai o débito e transfere a posse do bem empenhado como garantia ao credor; e

Pedro: é o credor pignoratício, pois empresta o dinheiro e recebe a posse da coisa empenhada.através da tradição (ato de entregar o bem móvel utilizado como garantia).

Graficamente temos o seguinte:

Ainda analisando o art. 1.431 do CC, percebe-se que o legislador, no parágrafo único, cita várias espécies de penhor. Entretanto, para o seu concurso, basta estudarmos o penhor mercantil, mas, para isso, temos que fazer uma comparação com o penhor convencional, que é a regra.

O gráfico acima ilustra o penhor convencional onde o devedor transfere a posse direta do bem empenhado para o devedor e permanece com a posse indireta até que a dívida seja paga.

No penhor mercantil é diferente, pois o bem utilizado para garantir a dívida continua na posse do devedor, que o guardará e conservará. Ou seja, o devedor conserva a posse direta do bem a título de depositário.

O Código Civil trata do penhor mercantil no art. 1.447, reproduzido a seguir:

Art. 1.447. Podem ser objeto de penhor máquinas, aparelhos, materiais, instrumentos, instalados e em funcionamento, com os acessórios ou sem eles; animais, utilizados na indústria; sal e bens destinados à exploração das salinas; produtos de suinocultura, animais destinados à industrialização de carnes e derivados; matérias-primas e produtos industrializados. Parágrafo único. Regula-se pelas disposições relativas aos armazéns gerais o penhor das mercadorias neles depositadas.

DEVEDOR PIGNORATÍCIO

CREDOR PIGNORATÍCIO

BEM MÓVEL

$$$$$$$$$$ EMPRESTADO

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A doutrina salienta que, além da não transferência da posse direta do bem empenhado, o penhor mercantil se distingue pela natureza da atividade exercida pelo devedor pignoratício.

Ou seja, se o devedor pignoratício que contraiu a obrigação é um comerciante ou empresário e está no exercício da sua atividade econômica, então estamos diante de um penhor mercantil.

Para exemplificar o penhor mercantil, nada melhor do que uma questão de prova:

24. (FCC – BANCO DO BRASIL – Escriturário – 2006) O proprietário do restaurante Kilu’s Cazeiro M.E. pretende oferecer mais conforto aos seus clientes com a instalação de um aparelho de ar condicionado. Para tanto, dirigiu-se a um banco e solicitou um financiamento em nome de sua empresa. O gerente do banco condicionou a concessão do financiamento à assinatura de um contrato, em que o restaurante transferiria a posse de seu mobiliário para o banco, tornando-se depositário dos bens dados em garantia do financiamento. Essa condição de depositário seria revertida após a quitação do financiamento, ou o banco teria a posse definitiva dos bens empenhados no caso de inadimplência. Nesta operação, a garantia exigida pelo banco para conceder o financiamento é denominada: (A) aval. (B))penhor mercantil. (C) fiança. (D) hipoteca. (E) caução.

Perceba que o financiamento foi solicitado para expansão da atividade econômica do restaurante. O contrato de financiamento assinado pelo restaurante transferiu ao banco a posse indireta dos bens mobiliários do restaurante (ex: mesas, cadeiras, talheres, copos, armários, etc.) que fisicamente permaneceram no restaurante para serem utilizados no exercício da atividade.

Com a quitação do financiamento o restaurante deixaria de ser apenas depositário dos bens e passaria a ter a posse plena do mobiliário. Porém, caso houvesse o inadimplemento na quitação do financiamento, o banco deixaria de ter a posse indireta e passaria a ter a posse total dos bens empenhados.

Conclui-se que o enunciado da questão menciona uma hipótese de penhor mercantil.

Gabarito: B

25. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2007) O objeto do penhor, em regra, são as coisas imóveis.

Conforme a previsão do art. 1.431 do CC, o penhor tem como objeto uma coisa móvel suscetível de alienação.

Gabarito: Errada.

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26. (DAVES – BANPARÀ – Técnico Bancário – 2005) Muitas são as operações realizadas entre os estabelecimentos bancários e seus clientes, existindo uma delas que é usualmente garantida por jóias. Essa operação é denominada de (A) endosso. (B) penhor. (C) caução. (D) aval ou fiança. (E) hipoteca.

A jóia é um bem móvel, portanto, de acordo com o art. 1.431 do CC, quando se dá uma jóia (bem móvel) para garantir uma dívida, realiza-se a operação denominada de penhor.

Gabarito: B

27. (FCC – CEF – Técnico Bancário – 2004) o penhor é a vinculação de um bem imóvel para garantir o pagamento de uma obrigação assumida pelo proprietário ou terceiro. Nas operações bancárias exige-se a existência de um fiel depositário. E

O penhor se refere a um bem móvel e, nas operações bancárias que caracterizarem o penhor mercantil, é comum que a pessoa do devedor e do fiel depositário se confunda (seja a mesma pessoa).

Gabarito: Errada.

28. (CESPE/UnB – CEF – Técnico Bancário – 2006) O penhor, em regra, é constituído pela transferência efetiva da posse de coisa móvel, suscetível de alienação, que o devedor faz em garantia do débito ao credor.

A assertiva está de acordo com os conceitos de penhor aqui expostos.

Gabarito: Certa.

29. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2010) Quando oferecer garantia ao credor por meio de penhor mercantil, o devedor fica como depositário dos bens oferecidos em garantia, sem transferência da posse ao credor.

No penhor mercantil, diferentemente do penhor convencional, a posse do bem a ser dado como garantia não é transferida ao credor, pois permanece com o devedor como se ele fosse um depositário do bem.

Gabarito: Certa.

30. (CESPE/UnB – BANCO DO BRASIL – Escriturário – 2007) No penhor rural, a regra é que a coisa empenhada continua em poder do devedor, que deve guardá-la e conservá-la.

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Conforme o art. 1.431, § único do CC, no penhor rural, industrial, mercantil e de veículos, as coisas empenhadas continuam em poder do devedor, que as deve guardar e conservar.

Gabarito: Certa.

Finalizando a abordagem sobre penhor mercantil, julgo ser interessante a análise do art. 1.448 do CC.

Art. 1.448. Constitui-se o penhor industrial, ou o mercantil, mediante instrumento público ou particular, registrado no Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição onde estiverem situadas as coisas empenhadas. Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívida, que garante com penhor industrial ou mercantil, o devedor poderá emitir, em favor do credor, cédula do respectivo crédito, na forma e para os fins que a lei especial determinar.

O artigo em pauta trata da constituição do penhor mercantil preconizando que ele deve constar em um instrumento público ou particular e que, para valer contra terceiros, deverá ser feito um assento no Registro de Imóveis da circunscrição onde as coisas empenhadas estiverem situadas.

Caso o devedor pignoratício se comprometer a saldar o débito em dinheiro, poderá ser emitida uma cédula de crédito mercantil. Tal cédula representa um título formal, caracterizado pela certeza, liquidez e exigibilidade do valor declarado.

Alienação fiduciária

A alienação fiduciária em garantia representa um contrato em que uma pessoa (fiduciante), em confiança, aliena a outra, normalmente uma instituição financeira, (fiduciário) a propriedade de um determinado bem, ficando esta obrigada a devolver-lhe o bem após a ocorrência de um fato específico, normalmente o pagamento de um financiamento.

Como exemplo, vamos partir da situação onde o consumidor deseja adquirir um determinado bem, uma motocicleta ou um carro, mas não possui o dinheiro necessário ou tem somente uma parte dele para pagar a entrada.

Nestas situações, bastante comuns no dia-a-dia, o consumidor se dirige a uma concessionária, onde será escolhido o veículo desejado. Depois, esta empresa, sabendo que o consumidor não tem a quantia necessária para adquirir o veículo com pagamento à vista, oferecerá algumas opções de financiamento através dos bancos com os quais possui parceria comercial e encaminhará uma proposta em nome do consumidor.

Assim, após a análise e aprovação do crédito, o consumidor adquire a posse do veículo mas este bem ficará vinculado ao contrato de financiamento, como sendo de propriedade do banco até o final do pagamento das parcelas, servindo de garantia ao valor financiado.

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Ocorrendo a quitação do financiamento, o banco passará a propriedade do bem ao consumidor.

No exemplo dado, temos os seguintes personagens:

- Devedor fiduciante: o consumidor que queria comprar o carro; e

- Credor fiduciário: o banco que oferece o financiamento.

Perceba que o contrato de alienação fiduciária, apesar de ser celebrado entre o devedor fiduciante e o credor fiduciário, tem a participação indireta de um terceiro agente econômico (o vendedor do bem) que, no exemplo utilizado, é a concessionária de veículos.

Objeto da alienação fiduciária Inicialmente, apenas os bens móveis infungíveis poderiam ser objeto da alienação

fiduciária, conforme determina o art. 1.361 do CC:

Art. 1.361. Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa móvel infungível que o devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor.

Entretanto, com a criação do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) através da Lei 9.514/97, passou a existir a alienação fiduciária de bens imóveis. Veja o que diz o preâmbulo da citada lei: “Dispõe sobre o Sistema de Financiamento Imobiliário, institui a alienação fiduciária de coisa imóvel e dá outras providências.”

CONCLUSÃO !!!

Tanto o bem móvel infungível, como o bem imóvel, podem ser objetos da alienação fiduciária.

Poderes sobre o bem durante a alienação fiduciária Através da constituição da alienação fiduciária ocorre um desdobramento da

posse. O credor fiduciário passa a ter a propriedade resolúvel do bem juntamente com a posse indireta, ao passo que o devedor foduciante permanece com a posse direta, na qualidade de depositário.

- Devedor fiduciante: tem a posse direta do bem na qualidade de depositário; e

- Credor fiduciário: tem a propriedade resolúvel e a posse indireta do bem.

A propriedade resolúvel é uma espécie de propriedade limitada, ou seja, com a ocorrência de um determinado fato a propriedade se resolve (se extingue). Dessa forma, no exemplo dado, o banco, durante o financiamento, fica com a propriedade do bem; porém, tal propriedade irá se extinguir ao final do financiamento, quando será transferida ao consumidor.

Seguem algumas questões sobre o assunto:

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31. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2007) A alienação fiduciária é uma garantia que tem como objeto específico as coisas móveis.

Tanto os bens móveis infungíveis, como os bens imóveis podem ser objetos da alienação fiduciária

Gabarito: Errada.

32. (CESPE/UnB – CEF – Técnico Bancário – 2006) Na alienação fiduciária, a coisa oferecida, móvel ou imóvel, passa a ser de propriedade do próprio credor.

Por ocasião da celebração da alienação fiduciária, o credor passa a ter a propriedade resolúvel do bem.

Gabarito: Certa

33. (FCC – CEF – Técnico Bancário – 2004) A alienação fiduciária incide sobre um bem móvel ou imóvel, transferindo sua propriedade enquanto durar a obrigação garantida. A propriedade é do credor mas a posse é do devedor.

Durante a alienação fiduciária o credor tem a propriedade resolúvel do bem, ao passo que o devedor mantém a posse direta na qualidade de depositário.

Gabarito: Certa.

34. (CESPE – BRB – Escriturário – 2005) Pela alienação fiduciária, o vendedor somente transferirá o bem ao comprador após o pagamento da metade do preço.

Fazendo uma relação com o exemplo dado em aula, a concessionária recebeu o pagamento do preço feito pela instituição financeira, com isso o comprador se obrigou a pagar o preço para a instituição financeira para adquirir a propriedade do bem ao final do financiamento.

Ou seja, não há que se falar em transferência do bem após o pagamento da metade do preço.

Gabarito: Errada.

35. (DAVES – BANPARÀ – Técnico Bancário – 2005) O conceito de alienação fiduciária está corretamente expresso na alternativa: (A) É um depósito em dinheiro que garantirá o pagamento de um empréstimo. (B) É o ato pelo qual um Banco, por conta de alguém, ou por conta própria, instrui suas agências para efetuarem certo pagamento ou crédito a terceiros. (C) É modalidade de seguro garantida pelo Governo Federal e pelo Banco Central para todos os depositantes de estabelecimentos bancários.

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(D) É uma forma programada de aplicação, em que o cliente autoriza, por escrito, o Banco onde mantém conta corrente a debitar uma parcela mensal, previamente ajustada. (E) É o contrato pelo qual o devedor, como garantia de uma dívida, pactua a transferência da propriedade fiduciária do bem ao credor, sob condição resolutiva e expressa.

De acordo com os comentários anteriores, na alienação fiduciária temos o seguinte:

- Devedor fiduciante: tem a posse direta do bem na qualidade de depositário; e

- Credor fiduciário: tem a propriedade resolúvel e a posse indireta do bem.

Gabarito: E

36. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2010) Na alienação fiduciária de um bem móvel perfeitamente identificável, o devedor alienante não é proprietário do bem alienado, embora tenha a sua posse diretamente. Ele torna-se titular pleno do domínio do bem somente após a liquidação do financiamento no qual o bem tenha sido oferecido como garantia.

Mais uma questão que trata dos poderes sobre o bem por ocasião da alienação fiduciária.

Gabarito: Certa.

37. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2010) Se uma empresa de construção civil, proprietária de um prédio, vender para um adquirente um apartamento financiado diretamente pelo construtor, mediante assinatura de um contrato de alienação fiduciária de bem imóvel, então, no registro imobiliário, o credor constará como proprietário fiduciário e o devedor, como proprietário fiduciante. Nesse caso, o fiduciante terá a posse direta e o fiduciário será o possuidor indireto da coisa imóvel. De acordo com os comentários anteriores, na alienação fiduciária temos o seguinte:

- Devedor fiduciante: tem a posse direta do bem na qualidade de depositário; e

- Credor fiduciário: tem a propriedade resolúvel e a posse indireta do bem.

Gabarito: Certa.

38. (CESPE/UnB – BRB – Escriturário – 2010) A propriedade fiduciária é uma forma especial de garantia, próxima da garantia real, que transfere a posse direta do bem para o credor, enquanto o devedor fica apenas com a posse indireta, isto é, o devedor alienante é proprietário do bem alienado, podendo fazer uso dele.

As características da questão estão invertidas. O correto seria:

A propriedade fiduciária é uma forma especial de garantia, próxima da garantia real, que transfere a posse direta do bem para o devedor, enquanto o credor fica apenas

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com a posse indireta, isto é, o devedor alienante é depositário do bem alienado, podendo fazer uso dele. Gabarito: Errada.

39. (FCC – BANCO DO BRASIL – Escriturário – 2006) Em relação à alienação fiduciária, é correto afirmar que (A) o devedor não pode utilizar o bem dado em garantia às suas expensas e risco, sendo, ainda, obrigado a zelar por sua conservação. (B) a propriedade do bem dado em garantia é transferida ao devedor, preservando-se a posse com o credor. (C))o contrato conterá a descrição da coisa objeto da transferência, com os elementos indispensáveis à sua identificação. (D) a dívida será considerada quitada, mesmo que o produto da venda do bem dado em garantia seja inferior ao valor emprestado. (E) deve ser celebrada por instrumento público ou particular a ser registrado no Cartório de Títulos e Documentos do domicílio do credor.

Análise das alternativas:

(A) ERRADA. Durante a alienação fiduciária o devedor deve observar as regras previstas no art. 1.363 do CC:

Art. 1.363. Antes de vencida a dívida, o devedor, a suas expensas e risco, pode usar a coisa segundo sua destinação, sendo obrigado, como depositário: I - a empregar na guarda da coisa a diligência exigida por sua natureza; II - a entregá-la ao credor, se a dívida não for paga no vencimento.

Conclui-se que o devedor tem a faculdade de usar o bem, entretanto deve empregar cuidado e diligência como se o bem fosse seu.

(B) ERRADA. A assertiva está invertida. Na alienação fiduciária a propriedade do bem dado em garantia é transferida ao credor, preservando-se a posse com o devedor. (C) CORRETA. O art. 1.362 do CC enumera as informações que devem estar inseridas no contrato de alienação fiduciária.

Art. 1.362. O contrato, que serve de título à propriedade fiduciária, conterá: I - o total da dívida, ou sua estimativa; II - o prazo, ou a época do pagamento; III - a taxa de juros, se houver; IV - a descrição da coisa objeto da transferência, com os elementos indispensáveis à sua identificação.

A assertiva se refere ao inciso IV.

(D) ERRADA. A alternativa está em desacordo com o art. 1.366 do CC.

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Art. 1.366. Quando, vendida a coisa, o produto não bastar para o pagamento da dívida e das despesas de cobrança, continuará o devedor obrigado pelo restante.

Ou seja, o devedor fiduciante continuará pessoalmente obrigado pelo remanescente do débito caso o produto alcançado pela venda do bem realizada pelo credor fiduciário não seja suficiente para saldar a dívida e as despesas efetuadas com a cobrança.

(E) ERRADA. A assertiva está em conflito com o art. 1.361, § 1º do CC.

Art. 1.361, § 1o - Constitui-se a propriedade fiduciária com o registro do contrato, celebrado por instrumento público ou particular, que lhe serve de título, no Registro de Títulos e Documentos do domicílio do devedor, ou, em se tratando de veículos, na repartição competente para o licenciamento, fazendo-se a anotação no certificado de registro.

O local onde deve ser feito o registro da alienação fiduciária é o domicílio do devedor e não do credor.

Gabarito: C

Hipoteca

A hipoteca é um direito real de garantia que tem por objeto bens imóveis ou que a lei entende como hipotecáveis, pertencentes ao devedor ou a terceiro, e que, embora não entregues ao credor, asseguram-lhe, preferencialmente, o recebimento de seu crédito.

As principais características da hipoteca são:

a) O objeto gravado deve ser de propriedade do devedor ou de terceiro;

b) O devedor continua na posse do bem hipotecado; e

c) Tem caráter acessório, pois visa garantir uma dívida que é a obrigação principal.

Graficamente temos o seguinte:

Para exemplificar, imagine que Pedro vá ao banco pegar um empréstimo. Como

de praxe, o banco vai querer uma garantia de que o empréstimo vai ser pago. Diante disso, Pedro oferece a sua casa como garantia de que a dívida vai ser paga.

DEVEDOR

BEM HIPOTECADO

CREDOR $ $ $ $ $ $

garantidor da dívida

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Caso a dívida não seja paga, o banco pode vender a casa e utilizar o preço obtido para saldar a dívida proveniente do empréstimo.

Ressalta-se que a constituição de uma hipoteca deve ser assentada no Registro de Imóveis do local onde se situar o bem hipotecado. Vide art. 1.492 do CC.

Art. 1.492. As hipotecas serão registradas no cartório do lugar do imóvel, ou no de cada um deles, se o título se referir a mais de um. Parágrafo único. Compete aos interessados, exibido o título, requerer o registro da hipoteca.

Objeto da hipoteca

Um assunto comumente cobrado em provas de concursos diz respeito sobre o bem que pode ser objeto de uma hipoteca.

A lista dos bens hipotecáveis é prevista no art. 1.473 do CC: Art. 1.473. Podem ser objeto de hipoteca: I - os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente com eles; II - o domínio direto; III - o domínio útil; IV - as estradas de ferro; V - os recursos naturais a que se refere o art. 1.230, independentemente do solo onde se acham; VI - os navios; VII - as aeronaves. VIII - o direito de uso especial para fins de moradia; IX - o direito real de uso; X - a propriedade superficiária.

CONCLUSÃO !!!

Em regra a hipoteca se refere a bens imóveis, entretanto, também é possível a hipoteca de bens móveis, como ocorre nos casos dos navios e aeronaves.

40. (CESPE/UnB – CEF – Técnico Bancário – 2006) A hipoteca tem como regra o oferecimento de coisas imóveis do devedor ou de terceiros.

A questão está de acordo com o art. 1.473 do CC.

Gabarito: Certa.

41. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2007) Não são admitidas como objeto de hipoteca as coisas móveis.

Como exemplo de bens móveis hipotecáveis temos os navios e as aeronaves.

Gabarito: Errada.

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Extinção da hipoteca

Os artigos do Código Civil reproduzidos a seguir tratam das formas de extinção da hipoteca:

Art. 1.499. A hipoteca extingue-se: I - pela extinção da obrigação principal; II - pelo perecimento da coisa; III - pela resolução da propriedade; IV - pela renúncia do credor; V - pela remição; VI - pela arrematação ou adjudicação. Art. 1.500. Extingue-se ainda a hipoteca com a averbação, no Registro de Imóveis, do cancelamento do registro, à vista da respectiva prova.

a) Extinção da obrigação principal: o desaparecimento da obrigação principal (dívida) provoca também o fim da hipoteca pelo fato desta ser uma relação acessória;

b) Perecimento da coisa: se o bem hipotecado dado em garantia é destruído, então a garantia deixa de existir e o credor pode exigir uma nova garantia;

c) Resolução da propriedade: se o devedor tinha apenas a propriedade resolúvel sobre o bem, com a perda da propriedade o bem deixa de ser seu;

d) Renuncia do credor: o credor abre mão da necessidade de uma garantia para a dívida;

e) Remição: significa o resgate do bem que foi dado em hipoteca;

f) Arrematação: quando o bem hipotecado vai a leilão, aquele que der o maior lance adquire o bem e provoca o fim da hipoteca;

g) Adjudicação: ato judicial que expropria o bem hipotecado do devedor e o transfere ao credor.

h) Averbação mediante prova do pagamento: da mesma forma que a hipoteca deve ser registrada no Registro de Imóveis, o cancelamento também deve ser averbado no Registro de Imóveis.

42. (CESPE/UnB – BRB – Escriturário – 2010) Os seguintes bens podem ser oferecidos como garantia na modalidade de hipoteca: imóveis, aeronaves e navios. A hipoteca se extingue quando do vencimento do contrato principal.

Conforme o art. 1.499, I do CC.

Gabarito: Certa.

43. (FCC – CEF – Técnico Bancário – 2004) a hipoteca é a vinculação de um bem móvel para garantir o pagamento de uma obrigação, assumida pelo proprietário ou

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terceiro, despojando de posse, através de escritura pública registrada em cartório de Registro de Imóveis.

A hipoteca, em regra, se refere a um bem imóvel, além disso, não retira a posse do bem do proprietário ou do terceiro.

Gabarito: Errada.

44. (FCC – BANCO DO BRASIL – Escriturário – 2006) Analise o texto que o Professor João escreveu: Um imóvel pode ser hipotecado para garantir uma dívida futura ou condicionada, desde que determinado o valor máximo do crédito a ser garantido. Essa hipoteca abrangerá todos os melhoramentos e construções realizadas no imóvel. O dono do imóvel hipotecado pode ainda constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor do mesmo ou de outro credor. É vedado ao proprietário, no entanto, alienar o imóvel hipotecado. O texto de João está INCORRETO porque (A)) é nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado. (B) imóveis não podem ser hipotecados para garantir dívidas futuras. (C) a hipoteca não abrange melhoramentos e construções feitas no imóvel. (D) imóveis hipotecados não podem ser objeto de outra hipoteca. (E) se um imóvel for objeto de uma segunda hipoteca, esta não poderá ser em favor do mesmo credor.

Esta questão é bastante comum em provas de concursos. A base legal para a sua solução está no art. 1.475 do CC.

Art. 1.475. É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado.

Conclui-se que o fato de um bem imóvel ter sido utilizado como garantia em uma hipoteca não impede que ele seja vendido.

Se existir uma cláusula no contrato de hipoteca constando essa proibição, tal cláusula será nula, ou seja, não terá validade e, portanto, não produzirá efeitos.

Gabarito: A

45. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2010) Um bem imóvel pode ser hipotecado a vários credores simultaneamente. Na situação em que um imóvel que seja oferecido em garantia para dois credores e o valor obtido pela sua venda não seja suficiente para liquidar a dívida da hipoteca de segundo grau, o credor da segunda passará para a condição de quirografário.

Para analisar esta questão devemos saber os seguintes conceitos:

- bem hipotecado a vários credores: um mesmo bem pode ser objeto de duas hipotecas diferentes, ou seja, um mesmo bem pode ser utilizado para garantir dívidas diferentes;

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- grau de hipoteca: quando o mesmo bem for utilizado em duas hipotecas, a dívida que foi garantida primeiramente caracteriza uma hipoteca de 1º grau; por outro lado, a segunda dívida garantida caracteriza uma hipoteca de 2º grau. Nesse caso, o credor de 1º grau tem preferência sobre o de 2º grau no recebimento da dívida;

- credor quirografário: é o credor que está no “fim da fila”, ou seja, o último a receber o pagamento do seu crédito. No exemplo da questão é o credor da hipoteca em segundo grau.

Gabarito: Certa.

46. (CESPE/UnB – BANCO DO BRASIL – Escriturário– 2007) A hipoteca deverá sempre vir registrada em contrato, sob pena de nulidade.

Conforme estudamos no art. 1.492 do CC, as hipotecas devem ser registradas no Registro de Imóveis.

Gabarito: Errada

Fianças bancárias

Já comentamos brevemente sobre as fianças bancárias quando estudamos a fiança de uma forma geral, entretanto, agora vamos detalhar um pouco mais este tema.

A fiança bancária é um contrato por meio do qual o banco, que é o fiador, garante o cumprimento da obrigação de seus clientes (afiançado) e poderá ser concedido em diversas modalidades de operações, inclusive em operações ligadas ao comércio internacional.

Pelo fato de ser oferecida pelo Banco, uma instituição responsável e de grande respeitabilidade no mundo dos negócios, a fiança bancária proporciona uma maior facilidade no fechamento dos negócios com segurança e rapidez.

47. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2010) Fiança bancária é um contrato firmado por um banco e seu cliente, no qual o banco assegura o pagamento de uma obrigação de seu cliente junto a um credor.

A definição de fiança bancária apresentada está de acordo com o que estudamos.

Gabarito: Certa.

48. (FCC – BANCO DO BRASIL – Escriturário – 2010) A fiança bancária é uma obrigação escrita prestada à empresa que necessita de garantia para contratação de operação que envolva responsabilidade na sua execução e (A) comprova que os recursos financeiros necessários estão depositados pela empresa na instituição financeira fiadora.

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(B) pode ser concedida somente em operações relacionadas ao comércio internacional. (C) substitui total ou parcialmente os adiantamentos em dinheiro ao credor por parte da empresa. (D) está sujeita à incidência de Imposto sobre Operações Financeiras − IOF. (E) não apresenta risco de crédito para a instituição financeira.

Análise das alternativas:

(A) ERRADA. Realmente a fiança bancária é uma obrigação escrita, cujo documento é a carta-fiança; porém, não comprova que os recursos financeiros necessários estão depositados na instituição financeira, mas comprova que caso a obrigação principal não seja quitada, então a instituição financeira a quitará.

(B) ERRADA. A fiança bancária pode ser concedida em diversas operações relacionadas com o comércio nacional e o comércio e internacional.

(C) CERTA. Sobre as finalidades da fiança bancária, podemos apontar as principais de acordo com a respectiva área:

- Adiantamentos: garante que o cliente do banco cumprirá o adiantamento do valor de um contrato negociado.

- Aduaneira: garante, em uma importação temporária, que o cliente pagará os tributos aplicáveis caso o bem importado seja nacionalizado.

- Concorrência: garante que o cliente, caso vença uma concorrência, assinará o contrato nas condições propostas.

- Judicial: garante que o cliente pagará os tributos ou contribuição social quando forem cobrados pelo fisco por Cobrança Administrativa ou Ação Fiscal. Quando se tratar de Impostos Federais, depende de disponibilidade. - Performance: garante que o cliente cumprirá o contrato negociado.

- Financeira: Garante que o cliente pagará todas as obrigações assumidas em contrato de Empréstimo.

Ou seja, é possível que a fiança bancária substitua o adiantamento do valor de um contrato.

(D) ERRADA. As operações de fianças bancárias podem gerar a incidência de IOF quando a obrigação principal for descumprida e o banco tiver que quitá-la, porém, a simples emissão de uma carta-fiança não gera a incidência de IOF.

(E) ERRADA. A fiança bancária é uma operação de risco para a instituição financeira, pois, se o devedor principal não quitar a obrigação, então o banco deverá fazê-lo e, posteriormente, cobrar o valor pago de seu cliente afiançado que poderá não ter patrimônio suficiente para saldar a dívida.

Gabarito: C

49. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2010) Uma fiança bancária é normalmente aprovada pela área de crédito do banco, que pode exigir garantias do

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cliente e definir um custo para a operação, sem restrições para o prazo de vencimento, que pode ser desde o prazo do vencimento da obrigação para a qual a fiança se destina até prazo indeterminado.

Para resolver esta questão vou contar um caso prático que aconteceu comigo. Quando fui para São Paulo entrar em exercício no cargo de Auditor-Fiscal, tive que mudar a minha residência para a citada cidade. Entretanto, não conhecia ninguém na cidade e precisa alugar um apartamento para morar. Por não conhecer ninguém não tive como conseguir um fiador para o contrato de locação.

A solução foi pedir ao banco uma carta-fiança. Entretanto, para conseguir essa garantia, tive que pagar cerca de 60% do valor do aluguel.

Antes da fiança ser autorizada pela área de crédito do banco, foi verificado que eu tinha um pequeno investimento em renda fixa e, por isso, o risco assumido seria muito pequeno.

Além disso, a carta-fiança foi emitida pelo prazo de um ano, ou seja, após isso eu deveria fazer uma nova fiança ou arrumar outra garantia para o aluguel.

Gabarito: Certa,

50. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2010) O valor total de fianças em vigor por instituição financeira não pode, em momento algum, exceder 5% do valor do patrimônio líquido da instituição financeira.

O valor máximo de fianças admitido por lei não pode superar 600% do patrimônio líquido da instituição financeira.

Dessa forma, se um banco tem um patrimônio líquido de 50 milhões, então poderá prestar fianças até o montante de 300 milhoes.

Gabarito: Errada.

Questões Diversas

51. (FCC – CEF – Escriturário – 2000) É garantia real que pode ser transcrita ou averbada no registro de imóveis, (A) a hipoteca, somente. (B) o penhor, somente. (C) a caução, somente. (D) a alienação fiduciária, somente. (E) a hipoteca, o penhor e a alienação fiduciária.

Tanto a hipoteca como o penhor, como a alienação fiduciária podem/devem ser assentados no Registro de Imóveis. As previsões legais são as seguintes:

- hipoteca: art. 1.492 do CC.

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Art. 1.492. As hipotecas serão registradas no cartório do lugar do imóvel, ou no de cada um deles, se o título se referir a mais de um.

- penhor mercantil: art. 1.448 do CC.

Art. 1.448. Constitui-se o penhor industrial, ou o mercantil, mediante instrumento público ou particular, registrado no Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição onde estiverem situadas as coisas empenhadas.

- alienação fiduciária: art. 23 da Lei 9.514/1997.

Art. 23. Constitui-se a propriedade fiduciária de coisa imóvel mediante registro, no competente Registro de Imóveis, do contrato que lhe serve de título.

Gabarito: E

52. (CESPE – BRB – Escriturário – 2005) A hipoteca é uma modalidade de garantia real, enquanto a caução é uma modalidade de garantia pessoal.

Realmente a hipoteca é uma modalidade de garantia real. Entretanto, o que vem a ser uma caução?

O termo é usado, genericamente, para indicar as várias formas de garantias usadas para a concretização de um ato. Ou seja, a caução real é sinônimo de garantia real; por outro lado, a caução pessoal é sinônimo de garantia pessoal.

Conclui-se que a assertiva está errada, pois a caução pode ser tanto uma modalidade de garantia pessoal, como uma modalidade de garantia real.

Gabarito: Errada.

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A nossa aula termina por aqui. Tenho certeza que os principais conceitos sobre o assunto foram expostos na aula.

Espero ter correspondido às suas expectativas e lhe desejo boa sorte no dia da prova.

Dicler.

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LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS NA AULA

Aval

4. (FCC – CEF – Técnico Bancário – 2004) o penhor é a garantia plena e solidária que o banco dá a qualquer cliente obrigado ou coobrigado em titulo cambial.

5. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2010) Um contrato de empréstimo pode ter vários avalistas, caso o devedor principal fique inadimplente. O credor deve exigir a liquidação do empréstimo primeiro do devedor principal e depois, proporcionalmente, de cada um dos avalistas.

6. (CESPE/UnB – BRB – Escriturário – 2010) Na concessão de um aval, garantia pessoal, o avalista assume a mesma condição jurídica do avalizado, sendo solidário pela liquidação da dívida. Nesse caso, o credor poderá cobrar a dívida de qualquer avalista sem cobrar do devedor principal.

7. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2010) Em uma garantia formalizada por meio de aval, o avalista assume a mesma posição jurídica do avaliado, isto é, o avalista é solidário com o avalizado.

8. (CESGRANRIO – BANCO DO BRASIL – Escriturário – 2010) As operações de garantia bancária são operações em que o banco se solidariza com o cliente em riscos por este assumidos. O aval bancário, por exemplo, é uma garantia que gera (A) obrigação assumida pelo Banco, a fim de assegurar o pagamento de um título de crédito para um cliente. (B) obrigação solidária do Banco credor para com o seu cliente mediante a assinatura de um contrato de câmbio. (C) direito real para o Banco em face ao seu cliente e se constitui, pela tradição efetiva, em garantia de coisa móvel passível de apropriação entregue pelo devedor. (D) responsabilidade acessória pelo Banco, quando assume total ou parcialmente o dever do cumprimento de qualquer obrigação de seu cliente devedor. (E) passivo para cliente tomador de um empréstimo contra o Banco credor, colocando seus bens à disposição para garantir a operação.

9. (CESPE/UnB – CEF – Técnico Bancário – 2006) O avalista pode desistir de ser avalista, desde que comunique ao credor essa decisão por escrito.

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10. (CESPE/UnB – BANCO DO BRASIL – Escriturário – 2007) O aval, uma vez dado, não poderá ser cancelado pelo avalista.

Fiança

11. (CESPE/UnB – CEF – Técnico Bancário – 2006) A fiança pode ser prestada por menor de idade, desde que esse menor seja emancipado ou haja autorização judicial.

12. (CESPE – BRB – Escriturário – 2005) Em uma fiança de empréstimo, o fiador somente será obrigado ao pagamento depois de cobrado o tomador.

13. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2010) Na garantia oferecida para o credor mediante fiança, em caso de inadimplência, o credor deve executar simultaneamente o devedor e o fiador, mesmo que o fiador não tenha renunciado tacitamente ao benefício da ordem.

14. (FCC – BANCO DO BRASIL – Escriturário – 2006) 76. Uma determinada dívida é garantida por três fiadores. Caso ela não seja paga, cada fiador ficará responsável pelo pagamento (A) da dívida, na proporção de sua renda mensal em relação ao total da renda mensal de todos os fiadores. (B) de 1/3 da dívida, independentemente do que dispuser o contrato de fiança. (C) do total da dívida, independentemente do que dispuser o contrato de fiança. (D))da dívida, na proporção que estiver fixada no contrato de fiança. (E) da dívida, na proporção de seu patrimônio em relação ao total do patrimônio de todos os fiadores.

15. (CESPE/UnB – BANCO DO BRASIL – Escriturário – 2007) A fiança bancária é um contrato pelo qual o cliente (fiador) garante o cumprimento da obrigação do banco (o afiançado), junto a um credor em favor do qual a obrigação deve ser cumprida.

16. (CESPE – BRB – Escriturário – 2005) A diferença entre aval e fiança é que o primeiro somente é prestado em títulos de crédito, enquanto o segundo é prestado em todo e qualquer tipo de contrato.

17. (FCC – CEF – Escriturário – 2000) A fiança diferencia-se do aval, por ser uma

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(A) obrigação acessória. (B) garantia cambial plena. (C) garantia cambial autônoma. (D) garantia cambial a obrigado. (E) garantia cambial a coobrigado.

18. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2007) O aval é específico para a garantia de títulos de crédito e a fiança, para contratos, não cabendo aval em contratos, nem fiança em títulos de crédito.

19. (CESPE/UnB – CEF – Técnico Bancário – 2006) O aval difere da fiança em vários pontos; um deles é que, em regra, o aval não requer a outorga conjugal para a sua validade.

20. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2007) Como regra geral, tanto para o aval quanto para a fiança prestados por pessoas casadas, exige-se a autorização do cônjuge, exceto no regime de casamento de separação absoluta de bens.

21. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2010) A ausência da assinatura do cônjuge em garantias formalizadas por meio de fiança e(ou) de aval não invalida a garantia outorgada, em qualquer regime de bens do casal.

22. (CESPE/UnB – BRB – Escriturário – 2010) Em uma garantia por meio de fiança, há a condição de benefício da ordem, o que significa que o credor deverá acionar primeiro o devedor e depois o fiador, exceto se o fiador renunciar ao benefício.

23. (CESPE/UnB – BANCO DO BRASIL – Escriturário – 2007) São garantias reais a hipoteca, o penhor, a alienação fiduciária e a fiança. O aval é uma garantia pessoal.

Penhor mercantil

24. (FCC – BANCO DO BRASIL – Escriturário – 2006) O proprietário do restaurante Kilu’s Cazeiro M.E. pretende oferecer mais conforto aos seus clientes com a instalação de um aparelho de ar condicionado. Para tanto, dirigiu-se a um banco e solicitou um financiamento em nome de sua empresa. O gerente do banco condicionou a concessão do financiamento à assinatura de um contrato, em que o restaurante transferiria a posse de seu mobiliário para o banco, tornando-se depositário dos bens dados em garantia do financiamento. Essa condição de depositário seria revertida após a quitação do financiamento, ou o banco teria a

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posse definitiva dos bens empenhados no caso de inadimplência. Nesta operação, a garantia exigida pelo banco para conceder o financiamento é denominada: (A) aval. (B))penhor mercantil. (C) fiança. (D) hipoteca. (E) caução.

25. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2007) O objeto do penhor, em regra, são as coisas imóveis.

26. (DAVES – BANPARÀ – Técnico Bancário – 2005) Muitas são as operações realizadas entre os estabelecimentos bancários e seus clientes, existindo uma delas que é usualmente garantida por jóias. Essa operação é denominada de (A) endosso. (B) penhor. (C) caução. (D) aval ou fiança. (E) hipoteca.

27. (FCC – CEF – Técnico Bancário – 2004) o penhor é a vinculação de um bem imóvel para garantir o pagamento de uma obrigação assumida pelo proprietário ou terceiro. Nas operações bancárias exige-se a existência de um fiel depositário.

28. (CESPE/UnB – CEF – Técnico Bancário – 2006) O penhor, em regra, é constituído pela transferência efetiva da posse de coisa móvel, suscetível de alienação, que o devedor faz em garantia do débito ao credor.

29. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2010) Quando oferecer garantia ao credor por meio de penhor mercantil, o devedor fica como depositário dos bens oferecidos em garantia, sem transferência da posse ao credor.

30. (CESPE/UnB – BANCO DO BRASIL – Escriturário – 2007) No penhor rural, a regra é que a coisa empenhada continua em poder do devedor, que deve guardá-la e conservá-la.

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Alienação fiduciária

31. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2007) A alienação fiduciária é uma garantia que tem como objeto específico as coisas móveis.

32. (CESPE/UnB – CEF – Técnico Bancário – 2006) Na alienação fiduciária, a coisa oferecida, móvel ou imóvel, passa a ser de propriedade do próprio credor.

33. (FCC – CEF – Técnico Bancário – 2004) A alienação fiduciária incide sobre um bem móvel ou imóvel, transferindo sua propriedade enquanto durar a obrigação garantida. A propriedade é do credor mas a posse é do devedor.

34. (CESPE – BRB – Escriturário – 2005) Pela alienação fiduciária, o vendedor somente transferirá o bem ao comprador após o pagamento da metade do preço.

35. (DAVES – BANPARÀ – Técnico Bancário – 2005) O conceito de alienação fiduciária está corretamente expresso na alternativa: (A) É um depósito em dinheiro que garantirá o pagamento de um empréstimo. (B) É o ato pelo qual um Banco, por conta de alguém, ou por conta própria, instrui suas agências para efetuarem certo pagamento ou crédito a terceiros. (C) É modalidade de seguro garantida pelo Governo Federal e pelo Banco Central para todos os depositantes de estabelecimentos bancários. (D) É uma forma programada de aplicação, em que o cliente autoriza, por escrito, o Banco onde mantém conta corrente a debitar uma parcela mensal, previamente ajustada. (E) É o contrato pelo qual o devedor, como garantia de uma dívida, pactua a transferência da propriedade fiduciária do bem ao credor, sob condição resolutiva e expressa.

36. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2010) Na alienação fiduciária de um bem móvel perfeitamente identificável, o devedor alienante não é proprietário do bem alienado, embora tenha a sua posse diretamente. Ele torna-se titular pleno do domínio do bem somente após a liquidação do financiamento no qual o bem tenha sido oferecido como garantia.

37. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2010) Se uma empresa de construção civil, proprietária de um prédio, vender para um adquirente um apartamento financiado diretamente pelo construtor, mediante assinatura de um contrato de alienação fiduciária de bem imóvel, então, no registro imobiliário, o credor constará

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como proprietário fiduciário e o devedor, como proprietário fiduciante. Nesse caso, o fiduciante terá a posse direta e o fiduciário será o possuidor indireto da coisa imóvel.

38. (CESPE/UnB – BRB – Escriturário – 2010) A propriedade fiduciária é uma forma especial de garantia, próxima da garantia real, que transfere a posse direta do bem para o credor, enquanto o devedor fica apenas com a posse indireta, isto é, o devedor alienante é proprietário do bem alienado, podendo fazer uso dele.

39. (FCC – BANCO DO BRASIL – Escriturário – 2006) Em relação à alienação fiduciária, é correto afirmar que (A) o devedor não pode utilizar o bem dado em garantia às suas expensas e risco, sendo, ainda, obrigado a zelar por sua conservação. (B) a propriedade do bem dado em garantia é transferida ao devedor, preservando-se a posse com o credor. (C))o contrato conterá a descrição da coisa objeto da transferência, com os elementos indispensáveis à sua identificação. (D) a dívida será considerada quitada, mesmo que o produto da venda do bem dado em garantia seja inferior ao valor emprestado. (E) deve ser celebrada por instrumento público ou particular a ser registrado no Cartório de Títulos e Documentos do domicílio do credor.

Hipoteca

40. (CESPE/UnB – CEF – Técnico Bancário – 2006) A hipoteca tem como regra o oferecimento de coisas imóveis do devedor ou de terceiros.

41. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2007) Não são admitidas como objeto de hipoteca as coisas móveis.

42. (CESPE/UnB – BRB – Escriturário – 2010) Os seguintes bens podem ser oferecidos como garantia na modalidade de hipoteca: imóveis, aeronaves e navios. A hipoteca se extingue quando do vencimento do contrato principal.

43. (FCC – CEF – Técnico Bancário – 2004) a hipoteca é a vinculação de um bem móvel para garantir o pagamento de uma obrigação, assumida pelo proprietário ou terceiro, despojando de posse, através de escritura pública registrada em cartório de Registro de Imóveis.

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44. (FCC – BANCO DO BRASIL – Escriturário – 2006) Analise o texto que o Professor João escreveu: Um imóvel pode ser hipotecado para garantir uma dívida futura ou condicionada, desde que determinado o valor máximo do crédito a ser garantido. Essa hipoteca abrangerá todos os melhoramentos e construções realizadas no imóvel. O dono do imóvel hipotecado pode ainda constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor do mesmo ou de outro credor. É vedado ao proprietário, no entanto, alienar o imóvel hipotecado. O texto de João está INCORRETO porque (A)) é nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado. (B) imóveis não podem ser hipotecados para garantir dívidas futuras. (C) a hipoteca não abrange melhoramentos e construções feitas no imóvel. (D) imóveis hipotecados não podem ser objeto de outra hipoteca. (E) se um imóvel for objeto de uma segunda hipoteca, esta não poderá ser em favor do mesmo credor.

45. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2010) Um bem imóvel pode ser hipotecado a vários credores simultaneamente. Na situação em que um imóvel que seja oferecido em garantia para dois credores e o valor obtido pela sua venda não seja suficiente para liquidar a dívida da hipoteca de segundo grau, o credor da segunda passará para a condição de quirografário.

46. (CESPE/UnB – BANCO DO BRASIL – Escriturário– 2007) A hipoteca deverá sempre vir registrada em contrato, sob pena de nulidade.

Fianças bancárias

47. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2010) Fiança bancária é um contrato firmado por um banco e seu cliente, no qual o banco assegura o pagamento de uma obrigação de seu cliente junto a um credor.

48. (FCC – BANCO DO BRASIL – Escriturário – 2010) A fiança bancária é uma obrigação escrita prestada à empresa que necessita de garantia para contratação de operação que envolva responsabilidade na sua execução e (A) comprova que os recursos financeiros necessários estão depositados pela empresa na instituição financeira fiadora. (B) pode ser concedida somente em operações relacionadas ao comércio internacional.

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(C) substitui total ou parcialmente os adiantamentos em dinheiro ao credor por parte da empresa. (D) está sujeita à incidência de Imposto sobre Operações Financeiras − IOF. (E) não apresenta risco de crédito para a instituição financeira.

49. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2010) Uma fiança bancária é normalmente aprovada pela área de crédito do banco, que pode exigir garantias do cliente e definir um custo para a operação, sem restrições para o prazo de vencimento, que pode ser desde o prazo do vencimento da obrigação para a qual a fiança se destina até prazo indeterminado.

50. (CESPE/UnB – BASA – Técnico Bancário – 2010) O valor total de fianças em vigor por instituição financeira não pode, em momento algum, exceder 5% do valor do patrimônio líquido da instituição financeira.

Questões Diversas

51. (FCC – CEF – Escriturário – 2000) É garantia real que pode ser transcrita ou averbada no registro de imóveis, (A) a hipoteca, somente. (B) o penhor, somente. (C) a caução, somente. (D) a alienação fiduciária, somente. (E) a hipoteca, o penhor e a alienação fiduciária.

52. (CESPE – BRB – Escriturário – 2005) A hipoteca é uma modalidade de garantia real, enquanto a caução é uma modalidade de garantia pessoal.

GABARITO:

4-E 5-E 6-C 7-C 8-A 9-E 10-E 11-E 12-C 13-E 14-D 15-E 16-C 17-A 18-C 19-E 20-C 21-E 22-C 23-E 24-B 25-E 26-B 27-E 28-C 29-E 30-C 31-E 32-C 33-C 34-E 35-E 36-E 37-C 38-E 39-C 40-C 41-E 42-C 43-E 44-A 45-C 46-E 47-C 48-C 49-C 50-E 51-E 52-E