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BASTA FUTEBOL CLUBE BASTA FUTEBOL CLUBE Por Fernando Zornitta* No texto BASTA FUTEBOL CLUBE o autor pondera sobre a atual estrutura do futebol mundial, norteado na sua organização e estrutura pela FIFA, em função de que esta modalidade esportiva assuma uma nova, mais comprometida e democrática função de protagonista do desenvolvimento humano e de princípios mais éticos e benéficos ao esporte e para a humanidade. A VERTENTE DO FUTEBOL MUNDIAL O futebol mundial administrado pela FIFA foca suas ações numa estrutura hierarquizada em federações e confederações internas aos países, a partir dos clubes filiados junto a essa estrutura mundialmente reconhecida. Esse conceito do futebol vigente com base nos clubes, gira em torno de um grupo de jogadores, de uma equipe técnica e de milhões de torcedores associados que ajudam a manter o circo funcionando, numa aura de competição e de espetáculo futebolístico, o qual tem como amálgama necessário os patrocínios das marcas de produtos, a cobertura da mídia com a transmissão de sinal pelo rádio, TV e Internet; reforçado por revistas especializadas e jornais; que fazem mover um negócio multimilionário por detrás do espetáculo. Clubes sempre com visão empresarial e mercadológica; jogadores com salários astronômicos, agentes de negócios de jogadores credenciados pela FIFA; empresas do segmento esportivo e outras gravitando e faturando nesse sistema que convencionou-se nomear de futebol, mas que na verdade é um circo da bola. 1

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No texto BASTA FUTEBOL CLUBE o autor pondera sobre a atual estrutura do futebol mundial, norteado na sua organização e estrutura pela FIFA, em função de que esta modalidade esportiva assuma uma nova, mais comprometida e democrática função de protagonista do desenvolvimento humano e de princípios mais éticos e benéficos ao esporte e para a humanidade.

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BASTA FUTEBOL CLUBEBASTA FUTEBOL CLUBEPor Fernando Zornitta*

No texto BASTA FUTEBOL CLUBE o autor pondera sobre a atual estrutura do futebol mundial, norteado na suaorganização e estrutura pela FIFA, em função de que esta modalidade esportiva assuma uma nova, mais comprometidae democrática função de protagonista do desenvolvimento humano e de princípios mais éticos e benéficos ao esporte epara a humanidade.

A VERTENTE DO FUTEBOL MUNDIAL

O futebol mundial administrado pela FIFA foca suas ações numa estrutura hierarquizada em federações e confederaçõesinternas aos países, a partir dos clubes filiados junto a essa estrutura mundialmente reconhecida. Esse conceito dofutebol vigente com base nos clubes, gira em torno de um grupo de jogadores, de uma equipe técnica e de milhões detorcedores associados que ajudam a manter o circo funcionando, numa aura de competição e de espetáculofutebolístico, o qual tem como amálgama necessário os patrocínios das marcas de produtos, a cobertura da mídia coma transmissão de sinal pelo rádio, TV e Internet; reforçado por revistas especializadas e jornais; que fazem mover umnegócio multimilionário por detrás do espetáculo.

Clubes sempre com visão empresarial e mercadológica; jogadores com salários astronômicos, agentes de negócios dejogadores credenciados pela FIFA; empresas do segmento esportivo e outras gravitando e faturando nesse sistema queconvencionou-se nomear de futebol, mas que na verdade é um circo da bola.

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Os torneios internos aos diversos países, geram para os vencedores das primeiras divisões, oportunidades de outrostorneios regionais e continentais e, de 4 em 4 anos, a Copa Mundial da FIFA, que ocorre em um país pré-selecionadoque se candidata para ser sede e se submete às suas regras e exigências.

Nesse contexto vigente, o futebol como modalidade e prática desportiva pode ou não ser valorizado e difundido para oconjunto das populações, fazendo essa modalidade de esporte cumprir ou não um importante papel na formação edesenvolvimento humano. Na maioria dos países, o futebol é visto como atividade recreacional e não são oferecidas ascondições para uma prática com as perfeitas condições de infraestrutura – quadras, campos, espaços, equipamentos enem de orientação técnica e profissional.

A bola não é a única ferramenta do jogador e nem o fará sozinha, dele um atleta.

No Brasil, o futebol tornou-se a modalidade esportiva preferida e o país ficou conhecido como o país do futebol, umceleiro de atletas, que mesmo sem condições revelava – como revelou - talentos de origem humilde que saíam dasfavelas, do sacrifício e da pobreza para o mundo do futebol que o conhecemos como hoje ele é: assistido e nãopraticado. A grande maioria dos nossos atletas assim se fez, do nada e a partir das suas péssimas condições, ao topo eestrelato.

Entretanto, a arcaica filosofia vigente no planeta e voltada para os clubes tem de mudar, em nome do próprio esportee desta modalidade. No Brasil, os clubes viraram empresas; sempre estão no vermelho e não oportunizam a prática doesporte, mas sim, o negócio e o espetáculo futebolístico, onde de um lado está uma equipe de onze jogadores e do outro

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milhões de passivos torcedores.

Enquanto isso, nossa infraestrutura para a prática esportiva e de lazer da população nas cercanias dos nossos lares,principalmente para nossas crianças e jovens, está entregue ao mais completo abandono e cresce a criminalidade e ouso das drogas com a falta de oportunidades. Mas o foco das políticas públicas continua a mesma e os recursosdirecionados a quem berra mais. Foi só terminar a Copa no Brasil, que nossa Presidente Dilma já recebeu em reuniãoos representantes dos clubes sempre endividados e do movimento Bom Senso Futebol Clube. O primeiro grupochorando e pedindo por seus débitos para com o Estado e o segundo, benesses para os atores do circo da bola.

A SECA E A CRISE DO FUTEBOL BRASILEIRO

As crises dos clubes de futebol e o problema reincidente das secas, embora as previsibilidade de ambas, sempre estão aprecisar do apoio público. Uma tem origem nas condições climática que todo o ano assola os diversos Estados do país ea outra, a chamada “crise do futebol”, na falta de gestão dos clubes brasileiros, constituídos com foco nestamodalidade esportiva.

Mas essa segunda crise que se apresenta, em verdade não é do esporte, mas dos clubes e do negócio futebolístico quepermeia as suas existências; os quais utilizam-se do esporte como estratégia, forma de existência e crescimento; o queestá no cerne dos problemas e da ineficácia de um sistema falido moralmente, enquanto privilegia o espetáculoesportivo e o seu público – os torcedores; enquanto procura manter a roda viva de gastos com a operacionalização do

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show, dos salários astronômicos pagos às estrelas e atores – os jogadores, treinadores e equipes técnicas; com asviagens e hospedagens e com o glamur para manter o circo funcionando com visibilidade; tudo garantido através depatrocinadores e da mídia que transmite o espetáculo e que lhes geram mais de 1/3 das suas rendas, impondo-lheshorários, mershandising e por vezes os próprios atores que participarão do espetáculo e estarão no palco.

A reincidência da seca, decorrente das condições climáticas é bem mais previsível do que os destinos e os efeitos eresultados do circo da bola, do futebol-espetáculo dos clubes que não geram nada mais do que a falsa sensação de queo esporte é o foco e não os seus interesses; enquanto que os benefícios e os apoios públicos para atenuar os efeitos dassecas, sempre são positivos e mitigam as agruras impostas.

O movimento Bom Senso Futebol Clube, que pressiona o Governo Federal, propõe benesses aos partícipes e atores docirco da bola, enquanto que o efetivo bom senso, sugere uma mudança estrutural no futebol mundial e nas instituiçõescorroídas pela falta de moral e pela corrupção comprovada no sistema, no sentido de priorizar o esporte e a práticadesportiva, oferecendo-lhe as condições para que possa ser praticado.

O esporte e a sua prática devem ser os novos focos; não os clubes, as entidades, os negócios periféricos e a suamanutenção. Os investimentos públicos e empresariais e o foco mediático podem, se redirecionados nesse sentido,serem determinantes para que o futebol ressurja com tudo que precisa para voltar a ter brilho, destaque e novamotivação no país.

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O INSANO FUTEBOL CLUBE

O convencional e hierarquizado sistema FIFA de Federações, ligas, clubes; permeado pelo espírito das competições, temincentivado o futebol empresarial, competitivo e mediático, mas não o futebol como prática desportiva; pois não temoferecido as condições necessárias para que seja praticado em vez de assistido.

Os negócios que permeiam a atividade esportiva não devem mais direcionar recursos exclusivamente para manter oespetáculo e essa falsa áurea que envolve o futebol e o torcedor passivo, mas sim para o fomento da prática desportivafora dos clubes.

Sem guiar-se por princípios e ética, tudo tem sido levado para o âmbito da disputa por títulos, competições e a umaaproximação do futebol com o litígio, como fica claro na nova nomenclatura imposta pela FIFA aos estádios brasileirospara a Copa, de ARENAs, que remete a época romana em que os partícipes disputavam na arena – como no Coliseude Roma - pela vitória e até a morte ou das touradas espanholas, em que sempre deve ganhar o animal mais racional.

A Copa do Mundo da FIFA deixa um legado, marcas e lições aos países sedes e, deixou também ao Brasil e para ofutebol; do que pode ser replicado e do que deve ser evitado e mudado. A Copa está a indicar novos caminhos enecessários rumos para modalidade a nível mundial numa abordagem mais holística e lógica.

A economia, o turismo e a visibilidade do país sede, sempre são vistos como pontos positivos destes grandes eventos; oque não quer dizer que outras áreas não tivessem sido prejudicadas, como foram. A inflação generalizada, a paralisação

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dos setores produtivos, os incômodos com as obras de mobilidade urbana para ligação dos aeroportos aos hotéis edestes às ARENAS; o alto custo e aceleração das obras e, a vergonhosa submissão de toda uma estrutura de governoque acomodou suas leis à Lei Geral da Copa.

Uma campanha de baixa qualidade do futebol praticado pela nossa seleção, deixaram marcas e interrogações sobrevalidade dos investimentos e um descontentamento geral e paradoxal pela ausência e crise dos serviços públicos básicos,principalmente de saúde e segurança no país do futebol e comparativamente à excelência dos serviços, da infra e dasuperestrutura exigida e conquistada pela FIFA para a Copa.

Mas, a voz calada dos jovens sem oportunidades, que não tiveram políticas públicas adequadas e que sequer podempraticar o esporte, receberam respostas e indicativos de caminhos para o futebol, vindos de fora; de paísescomprometidos com a formação, como o exemplo da Alemanha.

Outros pontos positivos também foram trazidos pela ação da FIFA, que exigiu do Brasil e provou que, mesmo para oespetáculo futebolístico ocorrer, a infraestrutura interna e a superestrutura externa aos estádios – principalmente aesportiva - têm de existir e, assim estabeleceu – como sempre estabelece – as condições para um país que não seplaneja - fazer obras de mobilidade urbana, nos estádios, aeroportos; melhorar e qualificar os seus meios dehospedagem e, também, para a estrutura da folia das FANFESTs para que ocorressem em todas as cidades sedes.

Obrigou a nação a modernizar seus aeroportos, a sua rede hoteleira e plantou as 12 ARENAS. Fez o Brasil submeter-sea condições contrarias às suas próprias leis internas, a oferecer isenções de impostos absurdas; enquanto servia de palco

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para o maior espetáculo esportivo e mediático da Terra.

O padrão FIFA de organização e a exigência de qualidade da infra e da superestrutura para o espetáculo futebolísticofoi o grande legado e melhor exemplo deixado para o Brasil; ao mesmo nível do legado pela lição recebida daAlemanha, pela derrota sofrida de 7 a 1 nas quartas de final; que trouxe consigo o recado do necessário, constante eperene investimento na qualificação e na formação dos atletas; de incentivo à prática desportiva que ocorre comopolítica de governo naquele país germânico e em outros países europeus e, que esse caminho e investimento foiconfirmado pela vitória sobre o Brasil com esse vexaminoso placar e pela conquista da Copa do Mundo em 2014.

A base dessa conquista foi a do investimento perene na prática desportiva e a base dessa prática é a disponibilidade dainfraestrutura para o desenvolvimento esportivo; assim como o combustível, o acompanhamento e a orientaçãoprofissional. Grande e correta lição deixada pela Alemanha.

Mas se compararmos as precárias condições, procedimentos e o descaso do Brasil com aqueles investimentos lógicosfeitos na Alemanha, veremos que não mais talentos isolados e formados sem condições, sem uma estrutura adequada esem orientação nos levarão a vitórias. Naquele país o esporte é priorizado e incentivado; no Brasil o espetáculoesportivo do “incongruente futebol clube” é que tem vez.

Enquanto a Europa investe perto de 11% do seu PIB com programas e ações para os jovens e mantém o FundoEuropeu para a Juventude, o Brasil não mais do que 1%. Aqui, os recursos públicos para o futebol vão em quase a suatotalidade para o circo da bola, que tem como centro os clubes e os interesses empresariais. Não temos no país sequer

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espaços para a prática desportiva nas proximidades dos nossos lares; nossas crianças, jovens e toda a populaçãocontinuam sem qualquer possibilidade e disponibilidade de campos, quadras, equipamentos e nossos potenciais evocacionados atletas ficam abandonados à sua própria sorte, sem acompanhamento e nem orientação profissional.

Hoje, o talento esportivo não nasce mais sem uma correta formação; sem uma adequada infraestrutura para aprática, sem orientação técnica e sem investimentos. Não despontam como dantes, jogadores oriundos dos bairros efavelas só pelo talento, sem um processo contínuo de formação integral,1 sem condições técnicas, equipamentos,orientação e preparação, conforme ficou comprovado pela seleção alemã na última copa; quando sua fórmula foiapresentada, de investimento perene, abrangente e difusos pelo país ao largo de 6 anos na formação das categorias debase e, o país, viu despontar naturalmente os talentos que foram tecnicamente preparados num ambiente adequado.

Enquanto a seleção brasileira acreditava em seus talentos isolados e no seu famoso treinador, isso não nos garantiramas vitórias e nem a superação das outras filosofias de investimento na formação e preparação dos atletas das demaisseleções.

No Brasil, embora a sua tradição no futebol e em algumas modalidades como o vôlei, o basket, a natação; ainda nãofoi sedimentada a cultura do esporte, como um grande aliado na formação atlética, na profissionalização e naconstrução da cidadania, para que favoreça a incorporação de outros valores humanos para todos, enquanto oferece aoportunidade do desenvolvimento do potencial atlético - de maneira objetiva, gradual, coletiva e de uma nação que vê

1 Preparo psicológico, fundamentos do esporte praticado, senso de equipe, correta alimentação, dentre outros aspectos

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no esporte um aliado no processo de inclusão social “de fato e de direito”.

A importância do esporte é percebido a nível público no Brasil, entretanto, as políticas e os investimentos estãovetorialmente erradas. São centralizadoras, direcionadas ao espetáculo mediático e não incentivam as iniciativasproativas locais, que ocorrem a nível das comunidades e da sociedade civil organizada; não ocupam e nem qualificam osequipamentos já existentes e não oferecem a orientação profissional necessária.

Prova disso são os espaços públicos de esporte e lazer nas nossas cidades, que de norte a sul; de leste a oeste do país,as quais estão entregues ao desleixo e ao mais completo abandono, quando não ao ócio e à marginalidade.

Embora o esporte e o lazer sejam direitos constitucionais e sociais, nossos governantes não tem minimamente oferecidoessas garantias para a população. Os recursos públicos investidos no esporte são insignificantes, enquanto que a títulode marketing esportivo para a promoção das empresas públicas são destinados a grande parte das verbas, que acabamalimentando os meios de comunicação de massa com uma falsa aura de que incentiva o esporte.

Sinalização para a mudança existiram nas últimas duas gestões do Governo Federal, mas a efetividade não. O processodito democrático das Conferências Nacionais do Esporte, aprovou em 2010, já na sua terceira edição, o Plano Decenalde Esporte e Lazer, com várias ações e metas, mas que ficaram no papel e no desperdício dos recursos públicos paraesse processo, que envolveu nesta terceira edição 3.112 municípios brasileiros e 220 mil pessoas como delegados erepresentantes de entidades e, que de lá para cá, quase nada do que foi proposto foi posto em prática.2

2 O autor participou como Delegado eleito por Fortaleza da III CNE, quando defendeu e viu aprovada a sua proposta “do inventário completo da

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O INCONGRUENTE SISTEMA DO FUTEBOL

No atual sistema em que os clubes dão o norte, além das benesses para aqueles raros atletas que estão ou que entrarãono reino dos céus; nenhuma alternativa existe para democratizar o esporte para a sociedade e para as nossas cidades,que se privam de espaços de esporte e lazer para a prática desportiva nas cercanias dos seus lares e para retirar osprivilégios dos clubes que esponjam recursos públicos das loterias, empresas públicas e dos direitos de mídias paratransmissão dos jogos, além dos valores que recebem advindos do comércio de jogadores.

No pós Copa, os dirigentes dos principais clubes brasileiros conseguiram uma audiência e reuniram-se em Brasília coma Presidente Dilma Rousseff, para chorar suas mágoas e pedir por privilégios e benesses para seus débitos tributáriospara a continuidade do mesmo sistema do insano futebol clube.

Na outra mão, estão as claras mensagens dos jovens brasileiros, direcionadas aos governantes em junho de 2013,durante a Copa das Confederações, quando eles saíram pacificamente às ruas, clamando por seus justos anseios edemandas de não só pão nem só circo; mas não lhes foi dada a devida atenção. Em 2014 os jovens de bons princípiose portadores das mensagens boas para o país não puderam se manifestar pois, foram colocados no mesmo saco dosblack blocks, que foram contidos por uma estrutura de bloqueio de quaisquer manifestações por tanques e exércitos

infraestrutura de esporte e lazer em todos os municípios brasileiros para fundamentar as políticas e a implantação dos equipamentos e atividades”. e éconstante do PLANO DECENAL DE ESPORTE E LAZER do Governo Federal (Eixo 9, ação 5 e metas).Também propôs o PLANO NACIONAL DEQUALIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS DE ESPORTE E LAZER e, desde 2010 em várias instâncias tentou sensibilizar gestores para a necessidade

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durante a Copa da FIFA em que o Brasil apareceu bem na foto do espetáculo, mas foi o maior fiasco no futebol,quando foi desbancado da sua tradição de protagonista desta modalidade esportiva.

Os legítimos anseios daqueles jovens e da população brasileira que foi às ruas em 2013, não pode se manifestar damesma forma em 2014 e durante a Copa, pois todas as suas pacíficas manifestações seriam contaminadas econfundidas com as ações e métodos dos black blocks, com suas rebeldes e terrorísticas ações e procedimentos. Além doque, todas as manifestações durante os jogos da Copa foram impedidos pelas forças de segurança comprometidas peloGoverno Federal com a FIFA.

Mas, nas eleições para presidência, estes jovens de bons princípios reforçarão nas urnas as suas mensagens não ouvidaspelos governantes e o Brasil se surpreenderá com a sua pacífica e democrática força destinada tão somente a melhoraro país, contaminado pela corrupção e incompetentes para isso fazer.

Neste contexto, o esporte e a sua prática podem contribuir de forma sistêmica para melhorar o cidadão e a sociedade,oferecendo um viés saudável e sustentável de evolução e de inclusão; num país que abunda em problemas de todas asordens.

OS VALORES INTRÍNSECOS DO ESPORTE3

A prática esportiva incorpora importantes valores humanos, educativos e culturais, pertinentes à formação do

3 Do texto O ESPORTE É PARA A PAZ, do autor. Versão 2006

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indivíduo; psicológicos e sociais, positivos na formação do caráter e da personalidade do indivíduo; de saúde econdicionamento físico; além de outros tão significativos e de de maior amplitude – universais, que contribuem paraelevação do espírito humano, da fraternidade e para a promoção da paz.

Enquanto praticamos o esporte, condicionamos o nosso corpo, a nossa mente e o nosso espírito também, buscandoforças e harmonia para realizarmos a atividade e superarmos os nossos próprios limites; atendemos a regras e noscolocamos frente a frente com o inesperado, aceitamos os desafios da competição – do ganhar ou perder (mas sempreprocurando apreender com ambos), buscamos essa superação dos limites (físicos e psicológicos), nos deparamos comdescobertas – enquanto o praticamos e vivenciamos outras realidades - em outros lugares e com outras pessoas.Também nos condicionamos aos valores da solidariedade, da amizade, do companheirismo, enquanto participamos deequipes, de clubes, de competições e convivendo com pessoas e culturas diferentes durante longos períodos, em nomedo esporte.

O esporte é pedagógico, é uma forma de educação que trabalha corpo e a mente; ajuda no processo do crescimentoindividual, da descoberta, da superação e de conscientização do indivíduo, ajuda a fortalecer a identidade dodesportista, enquanto mexe com a auto-estima (que é baixa no início do processo e quando o educando é oriundo decomunidades carentes e que vai do conflito à superação); ajuda a exercitar o protagonismo juvenil, enquanto faz ojovem ter atitudes e ser sujeito da construção da sua própria história.

O esporte ajuda na formação da consciência social do desportista e pode orientar para a correta intervenção na sua

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realidade - da percepção à ação até a participação social - e influenciar positivamente a outros jovens e as demaisforças da comunidade.

Os eventos esportivos representam e são muito mais do que simples competições. Congregam pessoas, entidades,governos, comunidades para em nome do esporte, elevar o espírito humano, aproximar povos, confraternizar e fazervivenciar momentos ímpares em que o homem, ele mesmo, só ou coletivamente, busca a superação, o equilíbrio, aperfeição - que nos ajudam enfim, a fazer uma aproximação da imagem e semelhança com que fomos criados.

O jogo, a competição é o momento de colocar o corpo, a mente e o espírito numa conjugação de esforços pela vitória,o que traz em si a mensagem da superação e da elevação do homem a um estágio superior ao que ele era antes doevento.

Para aquele que compete, entender o processo da formação atlética, do ato de jogar e da competição e, incorporaresses valores, será tão fundamental como são as regras que deve conhecer e se ater ou o equipamento necessário para aprática esportiva. Tudo isso deve ser compreendido por completo pelo atleta que compete e joga, a partir de umabagagem que envolve um conjunto de elementos, dos quais fazem parte a sua formação atlética e as suas própriasexperiências.

Para o atleta com “A” maiúsculo, some-se a esse entendimento, o perfeito domínio técnico da modalidade esportiva aqual se dedica, o condicionamento físico adequado e constante, a educação e o preparo psicológico para a práticaatlética, a sua participação social (na família, na escola, na igreja, com as amizades e com outros grupos sociais),

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some-se ainda, uma correta alimentação, o acompanhamento por profissionais das diversas áreas do conhecimentohumano (educação física, psicologia, medicina, nutrição, fisioterapia – dentre outros) durante a sua evolução esportivae nas respectivas fases do desenvolvimento humano. Estes é que são os pressupostos básicos do Atleta (com “A”maiúsculo) e para a correta prática da atividade atlética, o que podemos chamar de “formação atlética integral”.

O atleta, para ser um verdadeiro Atleta, necessita desta “formação integral” (sem que seja esquecido nenhum desteselementos), a qual possa lhe oferecer estes componentes numa combinação e formulação específicas para cadamodalidade esportiva e para que o esporte como atividade humana possa atingir os seus maiores benefícios e assimajudar a mudar o mundo para melhor - para ser mais igualitário, mais ético, mais justo e numa linha indutora dapaz.

Estado, sociedade, entidades e indivíduos devem promover e oferecer a oportunidade da formação esportiva como umaatividade elementar e como parte dos princípios e dos componentes básicos da formação, do desenvolvimento humanoe da inclusão social.

O ESPORTE É PARA A PAZ4

O esporte é para a paz; assim foi protagonizada uma campanha da ONU, alardeada no início dos anos dessa nova erae para mostrar ao mundo a importância do esporte para a promoção humana, neste diapasão do desenvolvimento

4 Do texto O ESPORTE É PARA A PAZ, do autor. Versão 2006

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humano, da harmonia e da paz e do respeito aos povos..

O contemporâneo portador dessa mesma bandeira e, também, mártir Nelson Mandela, fez ecoar essa mensagem queperpassou orelhas e os cérebros dos desatentos governantes das nações que preferiram lutar por uma vaga no Conselhode Segurança da ONU e captar grandes eventos esportivos, mas não se atentaram para a mensagem; sobre o potencialda prática do esporte para a promoção dos valores e para a evolução humana neste planeta que agoniza e sofre deexclusão, de violência, de fome, de uma voraz depredação e involução sob a égide da mais valia, da exploração e dainsana forma de avançar pela concentração do poder econômico ou das armas e não pela sapiência – que seria acondição básica e diferencial dos humanos das demais espécies de seres vivos.

Somos, enquanto humanos, apenas passageiros dessa maravilhosa experiência terrena, num ínfimo momento de umavida, mas com possibilidades de registros e de exemplos a serem deixados – como aqueles sagrados desenhos dos nossosancestrais nas cavernas, nas obras arquitetônicas, nas artes e nos objetos e, assim, hoje pelas mágicas possibilidades dasredes, de bits, bytes e de comunicação global, em que um pensamento poder ser escrito no éter, atravessar oupermanecer nos cérebros e alimentar os neurônios dos viajantes dessa aventurosa nave Terra; que nos acolhe emantém.

Lineu nos colocou, enquanto humanos, numa condição de superioridade sobre as demais espécies e, mesmo assim,estamos deixando um deplorável exemplo ao universo e às improváveis gerações futuras; enquanto devastadores daesplêndida e mágica biodiversidade que nos foi delegada e, como pseudo inteligentes, pensantes, sábios; que

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paradoxalmente consumimos com o planeta, extinguimos a sua biodiversidade e conduzimos toda a humanidade ao seuirremediável fim.

Nos armamos com instrumentos de morte e teimamos em avançar pelo litígio, pela dominação, exploração esubserviência de povos e nações pela força da economia e das armas e muito pouco pelo espírito de colaboração.

Diversas atividades humanas nos impulsionam para a evolução e aproximação dos povos, como as das artes, dasciências, da educação, do turismo, da espiritualidade – dentre tantas outras e, o esporte, enquanto uma destasatividades, ainda é pouco praticado; tão somente por uma em cada três crianças e jovens no mundo e a grandemaioria dos adultos não o pratica, mas só assiste na forma do esporte-espetáculo.

Enquanto atividade e prática, o esporte pode trazer benefícios para a saúde, para o processo educativo, para aconquista da cidadania e inclusão, para melhorar o homem e o mundo; para união das nações e para a promoção dapaz.

Desde a criação dos jogos Olímpicos na Grécia, há mais de sete séculos antes de Cristo, a chama olímpica permaneceviva e propõe a incorporação de valores individuais, sociais e universais ao esporte no caminho do crescimento humanoe da solidariedade. É um momento planetário respeitado, no qual até os litígios e guerras sessam para a sua realização.

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DE ESTÁDIOS ÀS ARENAS; DOS CLUBES E TORCIDAS ÀS FRENTES DE BATALHAS

- A que serve e no que se transformou o futebol no planeta ?

- Vê-se hoje nas ARENAS (antes chamados de “estádios”, mas que estão sendo renomeados de “arenas” pela FIFA5) –de norte a sul, de leste a oeste do país - jovens torcendo, litigando pelos seus clubes, agredindo e matando seusadversários mas não vêem-se como dantes – no tradicional país do futebol – o jovem praticando esta modalidade ououtros esportes, pela ausência de espaços para tal e nas proximidade dos seus lares, pela falta de corretas políticas deincentivo para tal.

O Brasil vem passando por uma crise ideológica e de representatividade; com problemas em diversas áreas einsatisfação generalizada, que tem origem em várias fontes. É um país que menos oportunidade dá aos seus jovens, queassim, encontram outros caminhos mais fáceis e convidativos como o do álcool, das drogas, da criminalidade e,também o também errado do vandalismo e da rebeldia.

Mas foram os mesmos jovens, sem perspectivas, que saíram pacificamente às ruas em junho de 2013 passando amensagem de insatisfação que não foi ou não quis ser entendida e, que depois foi abafada e confundida pelosmovimentos radicais dos Black Blocks.

De forma pacífica, num movimento que poder-se-ia intitular NEM SÓ PÃO, NEM SÓ CIRCO, pediam menos dinheiro

5 Melhor seria chamarmos como antes, de “Estádio”, pois “Arena” lembra o espaço do confronto, do litígio, da guerra – onde só há um vencedor - enão o da sadia competição. Sugere-se a retomada do termo “Estádio”, se queremos acabar com a violência nos esportes e entre torcidas.

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para a copa e mais investimentos em saúde, em educação; em segurança pública; uma perspectiva de futurosustentável e, explicitaram um conjunto de indignações para com suas vidas sem perspectivas num país que vemabrindo suas portas para o trabalho estrangeiro sem dar a certeza aos nossos; que relega os espaços que seriam para asua inclusão e para o exercício da cidadania – como os de esportes, de lazer e recreação; de cultura, de educação; masnão encontraram os canais e nem vêem investimentos para tal.

Poucos entenderam a mensagem e os anseios continuam latentes e repercutirão nas urnas em 2014 e pela sabedoria,causará a dor naqueles surdos e insensíveis às suas mensagens.

O esporte não é a solução, mas um dos caminhos saudáveis de inclusão e de oportunidades, que poderão vir de umanova fórmula; mais ética e lógica a qual privilegie mais a prática do que o espetáculo; que atinja e contamine toda apopulação; todas as faixas etárias e de forma a atender o desenho universal e condições humanas diferenciadas.

O começo de tudo estará nas políticas públicas assim pensadas e que não mais apóiem o atual viés que impõe apassividade de todos – enquanto deixa o cidadão apenas como torcedor-observador; mas em desenvolver programas eações para promover a prática da atividade esportiva – se, o observador tornar-se o ator e quem efetivamente praticao esporte.

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BASTA FUTEBOL CLUBEBASTA FUTEBOL CLUBEPor Fernando Zornitta*

Fernando Zornitta, Ambientalista, Arquiteto e Urbanista, Especialista a nível de pós-graduação em Lazer e Recreação (Escola Superior deEducação Física da UFRGS) e em Turismo, curso de pós-graduação da Organização Mundial de Turismo/ONU-Governo Italiano/SIST-Roma.Cumpriu período presencial do no Curso de Doutorado em Planejamento Físico-espacial e Desenvolvimento Regional junto à Universidade deBarcelona (com foco no turismo e projeto de pesquisa na América Latina e Caribe). Participou de Estagio de Aperfeiçoamento em PlanejamentoTurístico na Universidade de Messina – Itália; concluiu o Curso de Técnico de Realização Audiovisual e desenvolve atividades como artistaplástico e designer. Há 8 anos vem participando de diversas iniciativas, projetos e entidades de promoção dos direitos humanos, das pessoascom deficiência e de meio ambiente - Grupo de Trabalho de Planejamento da Acessibilidade e do Meio Ambiente no CREA-CE, do FórumPermanente do Idoso e da Pessoa com Deficiência, no qual atualmente é um dos coordenadores; do Movimento Green Wave, da Apolo –Associação de Cinema e Vídeo. É co-fundador da UNISPORTS – Esportes, Lazer e Cidadania – dentre outros.

E-mail: [email protected]

Referências e citações:

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ZORNITTA, Fernando. PLANO DECENAL DO ESPORTE Eixo 9, ação 5 e metas. Proposta do autor aprovada na III ConferênciaNacional do Esporte e incluída no Plano Decenal do Esporte do Governo Federal. Brasilia, 2010.

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Page 20: Basta futebol clube

BASTA FUTEBOL CLUBEBASTA FUTEBOL CLUBEPor Fernando Zornitta*

ZORNITTA, Fernando. O BRASIL NÃO EXISTE !!!” Em http://www.slideshare.net/fernandozornitta/o-brasil-no-existe-d

ZORNITTA, Fernando. PLANO NACIONAL DE QUALIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE ESPORTE E LAZER Ideograma. Emhttp://www.slideshare.net/fernandozornitta/plano-nacional-de-qualificao-dos-equip-de-esp-e-lazer-p2

MINISTÉRIO DO ESPORTE. Carta de Brasília III Conferência Nacional do Esporte. Emhttp://pt.slideshare.net/fernandozornitta/carta-brasilia-24495700

MINISTÉRIO DO ESPORTE. Plenária linha 9 da Infraestrutura na III Conferência Nacional do Esporte. Emhttp://pt.slideshare.net/fernandozornitta/plenaria-linha9

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ZORNITTA, Fernando. TURISMO E DESAFIO DA SUSTENTABILIDADE NO BRASIL. Emhttp://www.slideshare.net/fernandozornitta/turismo-e-desafio-da-sustentabilidade-no-brasil-4

ZORNITTA, Fernando. Cidade Acessível; em Busca dos Caminhos da Urbanidade e do Direito Universal. Emhttp://pt.slideshare.net/fernandozornitta/cidade-acessvel-fernando-zornitta

ZORNITTA, Fernando. CIDADE ACESSÍVEL: EM BUSCA DOS CAMINHOS DA URBANIDADE E DO DIREITO UNIVERSAL.Revista CIDADE. Instituto da Cidade, n.1, p.22–28. Fortaleza, 2011.

ZORNITTA, Fernando et ZORNITTA, Luciano Luca. + DIREITOS, + DIGNIDADE, + URBANIDADE, + ACESSIBILIDADE:CALÇADAS ACESSIVEIS (publicado em livro, revista e sites de forma resumida. Aborda a questão da acessibilidade arquitetônicae urbanística e aponta com programas públicos para a mudança de postura da sociedade em função da eliminação de barreiras epromoção da acessibilidade) Em http://www.slideshare.net/fernandozornitta/artigo-caladas-zornitta-vfinal

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