basico contador analise economico financeira josue aula 02

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Analise de Balanço Prof. Josué Vieira 1 ALAVANCAGEM FINANCEIRA A alavancagem e a estrutura de capital estão intimamente ligadas aos conceitos relacionados com o custo de capital e, portanto, às decisões quanto ao orçamento de capital . A alavancagem é o uso de ativos ou recursos com um custo fixo, a fim de aumentar os retornos dos proprietários da empresa. Variações na alavancagem resultam em menor risco e retorno. O nível de alavancagem na estrutura de capital de uma empresa - o mix de empréstimos a longo prazo e capital próprio mantidos pela empresa - pode afetar significativamente seu valor, devido às mudanças no risco e no retorno. Ao contrário de algumas causas de risco, os administradores têm quase que um controle completo sobre o risco introduzido através do uso da alavancagem. Os níveis de ativos e recursos de custo fixo que a administração seleciona afetam a variabilidade dos retornos, ou seja, o risco que, por sua vez, pode ser controlado pelos administradores. Uma vez que a alavancagem afeta o valor da empresa, o administrador financeiro deve saber como medi-la e avaliá-la, particularmente quando estiver tentando criar a melhor estrutura de capital. Antes de estudarmos a alavancagem financeira é importante conhecer o relacionamento entre as taxas de retornos e os seus investimentos . Para isso será necessário realocar a Demonstração do Resultado do Exercício, para que possamos relacionar aos investimentos da empresa. A seguir é apresentado um quadro com este relacionamento: DRE AJUSTADO INVESTIMENTO Receita Líquida de Vendas R ATIVO Lucro Bruto LB ATIVO Lucro antes das Despesas Financeiras Ou Lucro antes dos Juros e Imposto de Renda (LAJIR) LADF ATIVO Despesas Financeiras DF Passivo Gerador de encargos Financeiros – PE Ou Passivo Oneroso Lucro Líquido LL Patrimônio Líquido a) O ATIVO representa aqui o ativo total excluído das aplicações que não estão gerando lucro, como investimentos pré-operacionais, incentivos fiscais, participações em outras empresas, etc., ou seja, o que se convencionou chamar Ativo Operacional. b) Lucro antes das Despesas Financeiras: representa o lucro antes de qualquer encargo financeiro em termos reais, ou seja, descontados os efeitos inflacionários.

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Analise de Balanço

Prof. Josué Vieira 1

ALAVANCAGEM FINANCEIRA

A alavancagem e a estrutura de capital estão intimamente ligadas aos

conceitos relacionados com o custo de capital e, portanto, às decisões quanto ao orçamento de capital . A alavancagem é o uso de ativos ou recursos com um custo fixo, a fim de aumentar os retornos dos proprietários da empresa. Variações na alavancagem resultam em menor risco e retorno. O nível de alavancagem na estrutura de capital de uma empresa - o mix de empréstimos a longo prazo e capital próprio mantidos pela empresa - pode afetar significativamente seu valor, devido às mudanças no risco e no retorno. Ao contrário de algumas causas de risco, os administradores têm quase que um controle completo sobre o risco introduzido através do uso da alavancagem. Os níveis de ativos e recursos de custo fixo que a administração seleciona afetam a variabilidade dos retornos, ou seja, o risco que, por sua vez, pode ser controlado pelos administradores. Uma vez que a alavancagem afeta o valor da empresa, o administrador financeiro deve saber como medi-la e avaliá-la, particularmente quando estiver tentando criar a melhor estrutura de capital. Antes de estudarmos a alavancagem financeira é importante conhecer o relacionamento entre as taxas de retornos e os seus investimentos . Para isso será necessário realocar a Demonstração do Resultado do Exercício, para que possamos relacionar aos investimentos da empresa. A seguir é apresentado um quadro com este relacionamento:

DRE AJUSTADO INVESTIMENTO Receita Líquida de Vendas R ATIVO Lucro Bruto LB ATIVO Lucro antes das Despesas Financeiras Ou Lucro antes dos Juros e Imposto de Renda (LAJIR)

LADF ATIVO

Despesas Financeiras DF Passivo Gerador de encargos Financeiros – PE Ou Passivo Oneroso

Lucro Líquido LL Patrimônio Líquido a) O ATIVO representa aqui o ativo total excluído das aplicações que não estão

gerando lucro, como investimentos pré-operacionais, incentivos fiscais, participações em outras empresas, etc., ou seja, o que se convencionou chamar Ativo Operacional.

b) Lucro antes das Despesas Financeiras: representa o lucro antes de qualquer encargo financeiro em termos reais, ou seja, descontados os efeitos inflacionários.

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c) Despesas Financeiras: representa o valor real dos juros incorridos pela empresa, líquido dos efeitos inflacionários.

O retorno do capital próprio de uma empresa depende tanto da rentabilidade do negócio quando da boa administração financeira. A determinação da rentabilidade baseia-se em três índices, a saber: RETORNO SOBRE O ATIVO – RsA RsA = (LADF / ATIVO OPERACIONAL) x 100 Representa quanto a empresa gera de lucro para cada $100 investidos. CUSTO DA DÍVIDA – CD CD = (DF / PE) x 100 Representa quanto a empresa paga de juros para cada $100 tomados junto a instituições financeiras. RETORNO DO PATRIMONIO LIQUIDO – RsPL RsPL = (LL / PL) x 100 Representa quanto o acionista ganha para cada $100 investidos. O primeiro índice RsA mostra qual a rentabilidade do negócio. Quanto maior o

índice maior a eficiência.

A empresa utiliza capitais de terceiros que têm uma remuneração. O que a empresa paga é o segundo índice, chamado custo da dívida – CD.

Se o custo da dívida é maior que o retorno sobre o Ativo, ou seja, se a

empresa paga, para cada dólar tomado, mais do que rende seu investimento no negócio, então os acionistas bancam a diferença com sua parte do lucro (ou até com o próprio capital). Se o custo da dívida é menor que o retorno sobre o Ativo, os acionistas ganham a diferença. A taxa de retorno sobre o Patrimônio Líquido então será maior que a taxa de retorno sobre o Ativo.

No fim das contas, o que interessa mesmo para a empresa é o terceiro índice

RsPL – Retorno sobre o Patrimônio Líquido. Os dois outros índices são informação gerencial de como a empresa atingiu o retorno sobre o Patrimônio Líquido. São, entretanto, fundamentais para a definição de estratégias empresarias. A taxa de retorno do PL poderá ser totalmente diversa da data de retorno do Ativo, em decorrência do custo da dívida e de sua proporção em relação ao Patrimônio Líquido. A razão entre as taxas de retorno sobre o

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Patrimônio Líquido e de Retorno sobre o Ativo chama-se grau de alavancagem financeira – GAF.

GAF = RsPL

RsA ou GAF = Var. % LPA Var. % LAJIR Onde LPA = Lucro por ação, (lucro / nº ações), e LAJIR = Lucro operacional antes dos juros e imposto de renda. Definição de Alavancagem Financeira:

Alavancagem financeira significa o que a empresa consegue alavancar, ou seja, aumento o lucro líquido através da sua estrutura de financiamentos. È o efeito da estrutura de financiamentos no lucro dos acionistas. Também pode ser definida como a diferença entre a obtenção de recursos de terceiros a um determinado custo e a aplicação desses recursos no ativo da empresa a uma determinada taxa; essa diferença ( para mais ou para menos) provoca alteração na taxa de retorno sobre o Patrimônio Líquido.

ANÁLISE DA ALAVANCAGEM FINANCEIRA

Ideal GAF > 1 Neste caso o RsA > CD e o endividamento financeiro traz benefícios, a remuneração dos proprietários supera a remuneração dos Ativos da empresa.

RELAÇÃO ENTRE CUSTO DA DÍVIDA E ALAVANCAGEM FINANCEIRA RsA > CD Endividamento traz benefícios. GAF favorável. RsA = CD Neutro RsA < CD Endividamento não traz benefícios. GAF desfavorável. 22 - A Cia. Planaltina S/A apresentou as seguintes demonstrações contábeis em 31/12/2009:

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BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO (R$) CONTAS VALORES (R$) Ativo Circulante 3.000.000,00 Ativo não Circulante 3.000.000,00 TOTAL DO ATIVO 6.000.000,00 PASSIVO (R$) Passivo Circulante 1.500.000,00 Patrimônio Líquido 4.500.000,00 TOTAL PASSIVO 6.000.000,00 DRE: Receita Líquida 15.000.000 CPV (9.000.000) LUCRO BRUTO 6.000.000 Desp. Vendas (1.500.000) Desp. Administrativas (2.500.000) Desp. Financeira (300.000) Lucro operacional 1.700.000 Prov. p/ IR (35%) (595.000) Lucro liquido 1.105.000 Sabendo-se que a empresa utiliza a alavancagem financeira como ferramenta de avaliação do desempenho operacional e desconsiderando-se qualquer efeito inflacionário na avaliação, o Grau de Alavancagem Financeira (GAF) da empresa no exercício foi de (A) 1,55 (B) 1,49 (C) 1,38 (D) 1,13 (E) 1,10 23 – BNDES/NCE Observe os dados a seguir, referente a uma certa empresa: DESCRIÇÃO VALOR R$ ATIVO OPERACIONAL 60.000 PATRIMÔNIO LIQUIDO 40.000 LUCRO ANTES DAS DESPESAS FINANCEIRAS 15.000 LUCRO LÍQUIDO 10.000 O grau de alavancagem financeira dessa empresa é:

(A) 0,8

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(B) 0.9

(C) 1,0

(D) 1,1

(E) 1,2

24 – BR/CESGRANRIO Em uma empresa, um acréscimo de 20% no lucro, antes dos juros e imposto de renda (LAJIR), causou um aumento de 30% no lucro por ação (LPA). Qual era o grau de alavancagem financeira dessa empresa:

(A) 0,67

(B) 0,92

(C) 1,08

(D) 1,5

(E) 1,67

25 – TRANSPETRO/CESGRANRIO A comercio legal ltda apresentou as seguintes informações ao final de um determinado exercício social, com valores em reais: Ativo total 2.750 Capital próprio 1.800 Capital terceiros 950 Vendas liquidas 7.250 Custo de vendas 4.825 Desp. Operacionais (excluindo as despesas financeiros) 555 Despesas financeiras 340 Considerando exclusivamente as informações acima, o grau de alavancagem financeira (GAF) da empresa no aludido exercício foi:

(A) 1,25

(B) 1,35

(C) 1,53

(D) 1,61

(E) 1,97

SISTEMA DE ANÁLISE DUPONT

O sistema DuPont tem sido, por muitos anos, usados pelos administradores financeiros como uma estrutura para analisar as demonstrações

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financeiras e avaliar a situação financeira da empresa. O sistema DuPont funde a demonstração do resultado e o balanço patrimonial em duas medidas sínteses da lucratividade: a taxa de retorno sobre o ativo total (ROA) e a taxa de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE). Inicialmente, o sistema DuPont reúne a margem líquida, a qual mede a lucratividade sobre as vendas, como o giro do ativo total, que indica o quão eficientemente a empresa utilizou seus ativos na geração das vendas. Na fórmula DuPont, o produto desses dois índices resulta na taxa do retorno sobre o ativo total (ROA):

RA = margem líquida X giro do ativo total Substituindo os termos apropriados na equação e simplificando seus resultados, temos: RA = Lucro Líquido. X vendas = Lucro Líquido vendas ativo total ativo total A fórmula DuPont permite à empresa decompor seu retorno em dois componentes: lucro sobre vendas e eficiência no uso dos ativos. Normalmente, uma empresa com baixa margem líquida tem um alto giro do ativo total, o que resulta em retornos razoavelmente bons sobre o ativo total. O mesmo costuma ocorrer com a situação inversa. EBITDA ou Geração Operacional de Caixa

No reino das siglas financeiras, o EBITDA talvez seja uma das mais populares. EBITDA significa Earnings Before Interests, Taxes, Depretiation and Amortization. Em bom português, significa lucro antes de juros, imposto de renda, amortização e depreciação.

O EBITDA é um número muito valorizado pelo mercado na avaliação de

uma empresa. Isso porque espelha o desempenho da empresa levando em consideração, somente os ganhos gerados por sua atividade principal, medindo a produtividade e a eficiência do negócio.

CÁLCULO DO EBTIDA O EBITDA é igual ao resultado (lucro) antes do resultado financeiro

líquido, depreciação, amortização, equivalência patrimonial, imposto de renda e participações de minoritários no lucro.

O EBITDA chega a ser compreendido como uma aproximação do fluxo de

caixa das operações antes dos impostos. Procura, portanto, ver um lucro que

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deverá ser suficiente para a remuneração de juros sobre o capital de terceiros, impostos de renda, que é a parcela do governo, depreciação e a amortização que é a parcela de capital consumida no período em que foi gerado os recursos.

Assim a compreensão do EBITDA estaria em considerar que juros,

depreciação, imposto de renda e acionistas bem como amortizações, são decisões e obrigações que se detém a partir da geração dos resultados operacionais. Tenta, portanto, fazer um resultado operacional, tido por gerador de recursos, como se fosse um fluxo de caixa, que pode ser descontado ao longo de um período e por fim determinar um certo valor de mercado para a empresa.

26 - Após a apuração da Demonstração do Resultado do Exercício, determinada sociedade de conomia mista federal apresentou os seguintes valores contábeis: Considerando-se os dados apresentados, o EBITDA corresponde, em reais, ao valor de: Receita Bruta de Vendas 350.000 Impostos (80.000) Receita Líquida 270.000 CMV (Custo da Mercadorias Vendidas) (65.000) Lucro Bruto 205.000 Despesas Comerciais (25.000) Despesas Administrativas (15.000) Despesas Financeiras (10.000) Depreciação e Amortização (5.000) Lucro Operacional 150.000 Lucro antes de IR e CSLL 150.000 IR e CSLL (51.000) Lucro Líquido 99.000 (A) 114.000,00 (B) 140.000,00 (C) 155.000,00 (D) 160.000,00 (E) 165.000,00 27 - A Cia. Energia apresentou sua demonstração de resultado, conforme resumido a seguir. Lucro Bruto 25.200 Despesas Operacionais (18.800) Despesas de Vendas (9.300) Despesas Administrativas (7.400) Despesas Financeiras (2.600) Receitas Financeiras 200

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Resultado Positivo de Equivalência Patrimonial 300 Lucro Operacional 6.400 (+) Outras Receitas e Despesas Operacional 100 Lucro Antes do IR 6.500 Imposto de Renda (1.950) Lucro Líquido do Exercício 4.550 Obs.: Despesas incluídas no resultado, em milhares de reais: Despesa com depreciação de R$ 1.250; e Provisão para Perdas em Créditos de Liquidação Duvidosa de R$ 450. Considerando os números apresentados, o EBITDA da Cia. Energia monta, em milhares de reais, a: (A) 9.750 (B) 9.850 (C) 10.050 (D)10.200 (E) 10.250

RETORNO x RISCO Administrador financeiro: O administrador financeiro tem como objetivo maximizar a riqueza dos proprietários. O retorno e o risco são as variáveis-chaves para a decisão, no processo de maximização da riqueza. Ativo: Qualquer bem ou direito capaz de gerar fluxos de caixa futuros.

Retorno esperado de um ativo:

O retorno sobre um investimento (ativo) é o total de ganhos ou

prejuízos dos proprietários, decorrentes de um investimento durante um

determinado período de tempo. O retorno pode ser medido considerando-se as

mudanças no valor do ativo, mais qualquer distribuição de caixa durante o

período, cujo resultado é dividido pelo valor do investimento no início do período,

conforme demonstra a fórmula a seguir:

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k = Pf – Pi + C

Pi

onde temos:

k = taxa de retorno exigida, ou esperada, durante o período.

Pf = preço (valor) do ativo no tempo final.

Pi = preço (valor) do ativo no tempo inicial.

C = caixa (fluxo) recebido do investimento entre o período inicial e

final.

Suponhamos que empresa X possuía ações cotadas no ano de 19x0

no valor de $100, já no ano de 19x1 suas ações estão cotadas a $110, houve

ainda durante esse intervalo de um ano a distribuição de $5 de dividendos para os

proprietários das ações. Qual foi o retorno das ações da empresa X, utilizando a

fórmula anterior?

k = 110 – 100 + 5 = 15%

100

Como podemos verificar o retorno (k) das ações da empresa X,

durante o período de tempo de um ano foi de 15% para seus acionistas.

O retorno de um ativo durante um determinado período de tempo

também pode ser calculado utilizando-se umas das fórmulas abaixo:

(1) R(E) = Σ ki ; (2) R(E) = Σ ki x Pri

n

onde temos:

R(E) = retorno médio, ou esperado, ou atual.

ki = retorno associado ao i-ésimo resultado.

Pri = probabilidade de ocorrência do i-ésimo resultado.

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n = número de resultados considerados.

A primeira fórmula (1) é uma simples média aritmética dos retornos e

a utilizamos quando todos os resultados ki são conhecidos e supõe-se que suas

correspondentes probabilidades de ocorrência sejam iguais.

A segunda fórmula (2) é uma média ponderada dos retornos e a

utilizamos quando as probabilidades de ocorrência dos retornos sejam diferentes.

Exercícios:

28 – Os retornos mensais das ações A e B durante os últimos seis meses estão apresentadas na tabela a seguir. Calcule o retorno médio mensal esperado das ações A e B:

A B 5% 6%9% 7%

15% 9%12% 12%9% 6%

10% 8%

29 – Um investidor julga que tem 0,40 de probabilidade de ganhar $25.000 e 0,60 de probabilidade de perder $15.000 num investimento. Seu ganho esperado é de?

30 – Pelo consenso do grupo de analistas, os retornos do mercado de ações nos próximos doze meses e suas probabilidades associadas dos quatro possíveis cenários: ruim, regular, bom e excelente estão registrados na tabela a seguir:

Cenário Retorno Probabilidade

Ruim -10% 10% Regular 0% 20% Bom +12% 40% Excelente +25% 30%

Determine o valor esperado do retorno das ações em função dos vários cenários.

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31 - TRANSPETRO/CESGRANRIO - Pode-se definir retorno sobre um investimento como o (a):

a) total de ganhos ou prejuízos dos proprietários, decorrentes de um

investimento durante um determinado período de tempo; b) total de lucros ou prejuízos obtidos pelo proprietário do capital

investido em um ativo não monetário por um período de tempo sempre superior a um ano;

c) possibilidade de ocorrer lucro ou prejuízo decorrente da aquisição de um ativo intangível ou infungível, num determinado período de tempo;

d) certeza de ocorrência de um ganho sobre um investimento realizado, pelo prazo mínimo de três anos;

e) incerteza decorrente da variabilidade de retornos associados a um determinado ativo.

Risco: Risco é a possibilidade de prejuízo futuro. As medidas mais utilizadas para se medir o risco de um ativo são: O Intervalo (Análise de Sensibilidade), a Variância, o Desvio Padrão e o Coeficiente de Variação. 1 - Intervalo (análise de sensibilidade): Utilizado para se determinar a dispersão dos valores de um grupo, sendo calculado através da diferença entre o maior e menor valor do grupo. É utilizado para avaliar o risco, quanto maior a faixa ou intervalo de um ativo, maior é a variabilidade, ou risco, que ele apresenta. 2 - Variância: A variância é a soma dos quadrados dos desvios dividido por n-1. Sendo assim a variância é igual ao Σ(Xi – Xmédio)2 /n-1; O valor da variância quando há probabilidade envolvida deve ser calculada pela seguinte fórmula: Σ(Xi – Xmédio)2 x Pri. Quanto maior a variância maior o risco do investimento e vice-versa. 3 - Desvio padrão (DP): O desvio padrão demonstra a variabilidade dos retornos da amostra em relação a sua média. Portanto quanto menor o desvio padrão mais os valores da amostra se aproximam de sua média, sendo assim quanto menor o desvio padrão menor é o risco. Quando os retornos do ativo forem iguais o desvio padrão será igual a zero. O Desvio Padrão é igual à raiz quadrada da Variância.

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Cabe ressaltar que a unidade do desvio padrão é a mesma da média. Por exemplo, se a média é em Reais ($), ou em %, o desvio padrão também se exprime em Reais ($) ou em %. A variância, por outro lado, se exprime em quadrados de unidades, por exemplo, Reais2 e %2 . 4 - Coeficiente de Variação (CV): É utilizado para se medir o risco de um ativo quando o retorno médio esperado e o desvio padrão são diferentes e neste caso o ativo que tiver o menor CV terá o menor risco. O CV é calculado dividindo o desvio padrão pelo retorno médio esperado. OBSERVAÇÃO: 1 – Quando os retornos dos ativos forem iguais e os riscos (desvio padrão) forem diferentes, o ativo que deve ser escolhido é aquele que possui menor risco, ou seja, menor desvio padrão; 2 - Quando os retornos dos ativos forem diferentes e os riscos (desvio padrão) forem iguais, o ativo que deve ser escolhido é aquele que possui maior retorno; 3 - Quando os retornos dos ativos forem diferentes e os riscos (desvio padrão) forem também diferentes, o ativo que deve ser escolhido é aquele que possui menor coeficiente de variação. 32 - A seguir é apresentado o retorno das ações A e B nos três últimos anos. Calcule o retorno médio esperado, o intervalo (análise de sensibilidade), a variância , o desvio padrão e o coeficiente de variação de cada ação. Diga qual a ação tem o menor risco de investimento para o investidor.

A B 4% 15%8% 10%

12% 5%

33 - PETROBRAS/CESGRANRIO - O quadro a seguir mostra para dois investimentos A e B as probabilidades de retorno:

A B Evento Prob. Retorno Evento Prob. Retorno 1 0,15 -2% 1 0,10 -5% 2 0,20 0% 2 0,40 10% 3 0,30 5% 3 0,40 20% 4 0,35 10% 4 0,10 30% Os retornos esperados de A e B, respectivamente são: a) 2,5% e 15% b) 3,25% e 13,75% c) 3,25% e 15%

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d) 4,7% e 14,5% e) 4,7% e 15%

As variâncias dos retornos de A e B, aproximada e respectivamente, são iguais a:

a) 0,0021 e 0,0082 b) 0,0021 e 0,0124 c) 0,0040 e 0,0082 d) 0,0040 e 0,9124 e) 0,0048 e 0,0096

34 - TRANSPETRO/CESGRANRIO - Uma empresa está avaliando duas alternativas de investimento com valores em reais que têm as seguintes características:

Ativo A Ativo b Investimento inicial $100.000 $100.000 Taxa de retorno anual Pessimista 13% 7% Mais provável 15% 15% Otimista 17% 23% Considerando-se o uso da análise de sensibilidade para avaliação de risco, qual dos investimentos apresenta o menor risco?

a) B, porque tem uma faixa de 8%, enquanto em A ela é de 2%; b) B, porque apresenta um desvio padrão de 6,4; c) A, porque tem uma faixa de 4%, enquanto em B ela é de 16%; d) A, porque apresenta um desvio padrão de 3,2; e) Não há diferença de risco entre os investimentos A e B.

35 - BNDES/NCE - O coeficiente de variação é uma medida de dispersão relativa usada para comparar riscos de ativos com diferentes retornos esperados. A tabela a seguir dá os retornos esperados e os desvios padrões dos retornos para cinco ativos:

Retorno esperado (%)

Desvio padrão (%)

Ativo A 10 1 Ativo B 30 5 Ativo C 12 2 Ativo D 25 2 Ativo E 16 4

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O ativo de menor risco, pelo critério do coeficiente de variação é o:

a) A; b) B; c) C; d) D; e) E.

O risco total de um ativo é composto pelo risco diversificável,

específico da empresa, ou não–sistemático mais o risco não-diversificável, de

mercado, ou sistemático. O risco não-sistemático ou diversificado é aquele

provocado por fatores tais como: processos judiciais, greves, programas de

marketing mal-sucedidos, perdas de contratos importantes, ações reguladoras etc,

fatores esses que estão relacionados a uma empresa em particular.

O risco sistemático ou não-diversificado é aquele que se baseia em

fatores que afetam sistematicamente a maioria das empresas, tais como: guerra,

inflação, recessões, altas taxas de juros, incidentes internacionais, eventos

políticos etc.

36 - BNDES/NCE - Quando estamos analisando um portfólio de ações, o risco

advindo de uma mudança na legislação tributária sobre ativos financeiros é

conhecido por:

a) risco jurídico;

b) tributação em cascata;

c) risco comercial;

d) risco diversificável;

e) risco sistemático.

Teoria da Carteira de Markowitz (Diversificação do risco):

Para reduzir o risco diversificado o administrador financeiro poderá

criar uma carteira de ativos, pois a diversificação de ativos pode contribuir para a

redução do risco, entretanto para fins de determinar uma carteira eficiente

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devemos observar a correlação entre os ativos.

Em geral quanto mais baixa for a correlação (menos positiva e mais

negativa) entre os retornos dos ativos, maior será o potencial de diversificação do

risco. A potencial redução do risco dessa combinação depende do grau de

correlação ente as variáveis.

COVARIÂNCIA E COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO

A covariância e o coeficiente de correlação medem a tendência e a força da

relação linear entre duas variáveis ou amostras.

A covariância de uma amostra dos ativos X e Y é calculado como segue:

CovXY = Σ (Xi – Xmédio) x (Yi – Ymédio) / n-1

Ou;

CovXY = Σ (Xi – Xmédio) x (Yi – Ymédio) x Pr(Xi, Yi)

Onde Pr(Xi, Yi) é a probabilidade de ocorrência do evento Xi e Yi.

A covariância pode assumir qualquer valor do conjunto dos números reais, pois

pode ser nula, negativa ou positiva. A unidade da covariância é a mesma das duas

variáveis, por exemplo, se a unidade das variáveis for % a covariância será em %,

contudo não tem nenhum significado prático.

Coeficiente de Correlação: Para facilitar a relação entre as duas variáveis X e Y e

evitar a unidade de medida da covariância, foi definido o coeficiente de correlação

rXY que tem a seguinte propriedade:

Os valores de rXY estão limitados entre –1 e +1.

Correlação positiva perfeita: quando os pares das duas variáveis se relacionam de

forma diretamente proporcional;

Correlação negativa perfeita: quando os pares das duas variáveis se relacionam

de forma inversamente proporcional;

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Correlação nula: quando os pares das duas variáveis não possuem nenhuma

tendência entre eles.

O coeficiente de correlação (r) entre duas variáveis X e Y é calculo como segue:

rXY = CovXY

DpX (x) DpY

Onde rXY é o coeficiente de correlação e Dp é o desvio padrão de X e/ou Y.

Correlação, Diversificação, Risco e Retorno

A seguir é apresentada uma tabela, a qual demonstra os retornos e

os riscos possíveis numa combinação (carteira) de dois ativos, a partir do

coeficiente de correlação desses ativos.

Coeficiente de correlação

Faixa de retorno Faixa de risco

+1 positiva perfeita Entre retornos de dois

ativos mantidos

isoladamente

Entre os riscos de dois

ativos mantidos

isoladamente

0 ausência de correlação Entre retornos de dois

ativos mantidos

isoladamente

Entre o risco do ativo mais

arriscado e um valor

menor que o risco do ativo

com risco mínimo, mas

maior que 0 (zero)

-1 negativa perfeita Entre retornos de dois

ativos mantidos

isoladamente

Entre o risco do ativo mais

arriscado e 0 (zero)

Observe que, somente no caso de correlação negativa perfeita, o risco pode ser

reduzido a 0 (zero), dependendo lógico de encontrar o percentual desses ativos a

fim de determinar a carteira (combinação) com risco zero.

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37 - Com base na tabela a seguir, referente aos retornos dos ativos

X e Y, calcule:

a) o retorno esperado do ativo X e Y;

b) a variância do ativo X e Y;

c) o desvio padrão do ativo X e Y;

d) o coeficiente de variação de X e Y;

e) a covariância entre os ativos X e Y;

f) o coeficiente de correlação entre os ativos X e Y;

g) crie uma carteira composta de 50% do ativo X e 50% do ativo Y;

h) o retorno esperado, o desvio padrão e o coeficiente de variação

da carteira XY.

Ano X Y 2001 3% 12% 2002 6% 8% 2003 9% 4%

O risco sistemático ou não-diversificado é o risco relevante para fins

de análise, pois afeta a todas as empresas e não conseguimos eliminá-lo através

da diversificação dos ativos.

O beta é o mecanismo usado para medir o risco sistemático de um

ativo. É um índice do grau de movimento do retorno de um ativo individual em

resposta a mudança no retorno do mercado. O beta positivo significa que o retorno

da ação se movimenta na mesma direção do mercado, já um beta negativo

significa que o retorno da ação se movimenta em direção oposta ao mercado.

Uma ação de risco médio é definida com aquela que tende a subir e

descer de acordo com o mercado. Essa ação por definição, terá um beta igual a

1,0 que significa que, em geral, se o mercado sobe 10%, a ação também subirá

10%, ao passo que, se o mercado descer 10%, a ação descerá 10%. Se o beta

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Analise de Balanço

Prof. Josué Vieira 18

for igual a 0,50 isso significará que a ação tem apenas metade da volatilidade do

mercado, subindo ou descendo apenas a metade do mercado. Já para um beta

igual a 2,5, isso significará que a ação tem uma volatilidade ou risco maior do que

o mercado podendo subir ou descer duas vezes e meia a mais do que o mercado.

Vale ressaltar que no caso de um beta igual a zero, este ativo não

possuirá um risco relevante, pois não é influenciado pelo risco do mercado ou

sistemático.

Um modelo muito utilizado para se encontrar o retorno exigido por

um ativo em função da influência do seu risco sistemático é o CAPM – Capital

Asset Pricing Model (modelo de formação de preços de ativos de capital), e pode

ser representado pela seguinte equação:

K = Rf + ( b x (kme – Rf) )

Onde

k = retorno exigido pelo ativo ou esperado;

Rf = taxa de retorno livre de risco, medida geralmente sobre o

retorno de um título do Tesouro;

b = beta ou índice de risco sistemático do ativo;

kme = retorno do mercado, índice do Ibovespa, Dow Jones, Nasdaq,

S&P 500, etc, onde se encontra o ativo.

O retorno exigido (k) sobre o ativo, no modelo CAPM, é uma função

do beta, o qual mede o risco sistemático. Assim sendo, quanto mais alto for o

risco, mais alto será o retorno exigido pelo investidor para aplicar neste ativo, e

quanto mais baixo for o risco, mais baixo será o retorno exigido.

Podemos comprovar o descrito acima através do gráfico da linha de

mercados de títulos – LMT, montado a partir dos dados a seguir:

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Quadro 1 – Taxa de retorno versus beta

K = Rf + (b (Kme – Rf) ) beta Rf kme

7% 0 7% 11%

9% 0,5 7% 11%

11% 1,0 7% 11%

13% 1,5 7% 11%

15% 2,0 7% 11%

Gráfico 1 – Retorno do ativo versus beta

Linha do Mercado de Titulos- LMT

79

1113

15

02468

10121416

- 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5

beta do ativo i

Ret

orno

do

ativ

o i (

%)

Podemos verificar com facilidade através do gráfico anterior, que se

mantendo todas as variáveis constantes e variando apenas o beta, o retorno

exigido (k), calculado pelo CAPM, crescerá, à medida que, o risco do ativo, o beta,

aumenta.

A taxa de retorno (k) no CAPM pode ser ainda desmembrado em:

retorno livre de risco + prêmio pelo risco

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Onde retorno livre de risco (Rf) é a taxa livre de risco, e;

(b x (kme – Rf) ) é o prêmio pelo risco, o qual representa a

remuneração adicional que investidor receberá em função do risco que está

sofrendo quando da escolha do ativo i como investimento. Já o prêmio pelo risco

de mercado é calculado através da variação entre (Kme – Rf).

38 - Dado que a taxa livre de risco é de 10%, o retorno médio do

mercado igual a 15% e o beta da ação X igual a 2, qual o retorno exigido, o

prêmio pelo risco de mercado e o prêmio pelo risco, respectivamente, através do

modelo CAPM?

a) 20%, 10%, 5% b) 20%, 5%, 10% c) 15%, 5%, 10% d) 5%, 10%, 20% e) 0%, 5%, 20%

39 - O administrador financeiro deseja montar uma carteira composta de dois ativos: A e B, possuindo respectivamente os retornos de 6% e 8% e risco, desvio padrão, de 3% e 8%, respectivamente. Dado que não existe correlação entre os dois ativos, a expectativa do risco da carteira se situará na faixa entre:

a) 3% e 8%; b) 0% e 8%; c) 8% e menor 3%, mas maior que zero; d) 6% e 8%, e) 0% e 6%.

40 - A idéia de risco, especificamente, está diretamente associada às probabilidades de ocorrência de determinados resultados em relação a um valor médio esperado. É um conceito voltado para o futuro, revelando uma possibilidade de perda. A medida estatística que representa o risco, utilizada na maioria das vezes no mercado financeiro é o (a):

(A) Desvio padrão (B) Espaço amostral (C) Distribuição binomial (D) Regressão exponencial linear (E) Taxa de aderência

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41 - A ideia de risco, de forma específica, está diretamente associada às probabilidades de ocorrência de determinados resultados em relação a um valor médio esperado. É um conceito voltado para o futuro, revelando uma possibilidade de perda. As medidas estatísticas, que na maioria das vezes representam o risco são denominadas (A) permutações e arranjos. (B) estimação e amostragem. (C) desvio padrão e variância. (D) correlação e co-tangência. (E) teste K e teste de aderência.

O Custo do Capital

Existem quatro fontes básicas de financiamento a longo prazo disponível para as empresas: empréstimos a longo prazo, ações preferenciais, ações ordinárias e lucros retidos. Podemos ilustrar o Balanço patrimonial demonstrando suas fontes de financiamentos como segue na figura a seguir.

Figura 1 – Estrutura de capital

O

s empréstimos a longo prazo representam os recursos obtidos pela empresa provenientes de terceiros, ou seja o capital de terceiros, já as ações preferenciais, ordinárias e os lucros retidos representam os financiamentos próprios da companhia, ou seja o capital próprio.

Para que, tanto o capital de terceiros quanto o capital próprio disponibilizem seus recursos para investir na empresa, eles necessitam de um retorno mínimo, o qual chamamos de custo do capital.

O custo do capital pode ser definido como a taxa de retorno que a empresa precisa obter sobre seus projetos de investimentos, para manter o valor de mercado de suas ações. Ele pode ser considerado também como a taxa de

Balanço Patrimonial Ativos

Passivo circulante Empréstimos a longo prazo Patrimônio líquido Ações preferenciais Ações ordinárias Lucros retidos

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retorno exigida pelos fornecedores de capital do mercado, para atrair seus fundos para a empresa.

Em resumo podemos dizer que o custo do capital é o retorno mínimo

exigido pelo capital de terceiros e capital próprio para cobrir seus riscos de

investimentos na empresa.

Importante é frisar que o custo específico de cada fonte de

financiamento é o custo de obtenção hoje, baseado na estrutura de financiamento

atual da empresa, e não o custo histórico, baseado em uma estrutura de

financiamento passada.

Custo dos empréstimos a longo prazo

O custo da dívida a longo prazo é o custo de hoje, após o imposto de

renda, para levantar recursos a longo prazo através de títulos de dívida.

O custo dos empréstimos a longo prazo é representado pela taxa de

juros que o capital de terceiros exige da empresa para disponibilizar o

financiamento. Dessa forma a empresa incorrerá em despesa de juro que

representa a remuneração do capital de terceiros em função da captação do

empréstimo.

Ocorre que, essa despesa de juro é dedutível para fins de

pagamento do imposto de renda e contribuição social, desta forma a empresa

possui um beneficio fiscal com a captação de empréstimos, pois reduzirá o

pagamento de impostos.

Ilustraremos na tabela a seguir a Demonstração de Resultado - DRE

para podermos entender o custo efetivo dos empréstimos a longo prazo, supondo

que em um dado momento a empresa não capta empréstimos a longo prazo, e no

segundo momento faz uma captação de $1.000,00 a uma taxa de juro de 10% ao

ano.

Quadro 2 – Cálculo do desembolso dos impostos

DRE (sem empréstimo) DRE (com captação de

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empréstimo)

Receita 1.500

Despesas Operacionais (500)

Lucro antes do IR e CSSL 1.000

IR e CSSL (34%) (340)

Lucro líquido 660

Receita 1.500

Despesas operacionais (500)

Despesas de juros (100)

Lucro antes do IR e CSSL 900

IR e CSSL (34%) (306)

Lucro líquido 594

Como podemos verificar sem a captação de empréstimo a empresa

teria que desembolsar $340 de IR e CSSL (imposto de renda e contribuição social

sobre o lucro), já com a captação do empréstimo e o pagamento dos juros, que

são dedutíveis para fins fiscais, o desembolso do IR e CSSL passa para $306,

havendo uma economia de $34 em função da captação do empréstimo. Com

isso, a taxa de juro efetiva que a companhia terá que pagar em função dos

desembolsos ocorridos, devido a captação do empréstimo, pode ser calculada da

seguinte maneira:

Valor dos juros pagos ($1.000 x 10%) ($100)

Economia de IR e CSSL $34

Valor efetivo desembolsado ($66)

Como o valor do empréstimo é de $1.000 e o desembolso efetivo

pela sua captação é de $66, então, a taxa de juros efetiva paga é de 6,6% ($66 /

$1.000).

Podemos representar o custo dos empréstimos a longo prazo

utilizando a seguinte fórmula:

Ki = Kd x (1 – T)

Onde

Ki = custo efetivo do empréstimo;

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Kd = taxa de juros contratual;

T = taxa de imposto de renda e contribuição social.

Em nosso exemplo acima o resultado seria: Ki = 10% x (1 - 0,34) = 10% x 0,66 = 6,6%

42 - Calcule o custo efetivo do empréstimo para as seguintes taxas de juros,

sabendo-se que a alíquota do imposto de renda é de 30%.

a) 10%

b) 15%

c) 12%

Custo das Ações Preferenciais

As ações preferenciais são aquelas que conferem a seus detentores

prioridade na distribuição dos dividendos, os quais podem ser fixo ou mínimo.

O custo da ação preferencial é obtido através da divisão do valor do

dividendo anual preferencial pelos recebimentos líquidos da venda da ação

preferencial. Os recebimentos líquidos representam o valor de dinheiro recebido já

deduzido as despesas de emissão e venda, exigidas na colocação da ação

preferencial no mercado.

Kp = Dp

Np

Onde:

Kp = custo da ação preferencial;

Dp = dividendo anual;

Np = recebimento líquido.

Suponhamos que a XTPO pretenda colocar ações preferenciais no

mercado com pagamento de dividendo fixo de 10% do valor nominal da ação, que

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é de $110. Os custos de emissão e venda das ações no mercado são de $10.

Então o custo da ação preferencial pode ser calculado da seguinte maneira: o

valor dos dividendos é igual a $11 (0,10 x 110), dividido pelos recebimentos

líquidos de $100 (110 – 10), temos um custo da ação preferencial de 11% (11 /

100).

43 - Sabendo-se que a empresa ABC colocou ações preferenciais

no mercado a cotação de $200, pagando dividendos fixos de 10%, calcule o custo

da ação preferencial dado que os gastos da emissão destas ações foram de $15

por ação.

44 - Sabendo-se que a empresa ABC colocou ações preferenciais no

mercado a cotação de $50, pagando dividendos fixos de 5%, calcule o custo da

ação preferencial dado que os gastos da emissão destas ações foram de $5 por

ação.

Custo das Ações Ordinárias

As ações ordinárias são aquelas que conferem a seus detentores o

direito ao voto em assembléias e conseqüentemente o poder para eleger a maioria

dos diretores da companhia e decidir assim pelos rumos da empresa.

Existem duas técnicas para medir o custo da ação ordinária. A

primeira se baseia no modelo CAPM (modelo de formação de ativos de capital) a

segunda se baseia no modelo de crescimento constante ou modelo de Gordon.

O CAPM já foi apresentado anteriormente, agora iremos apresentar

o modelo de crescimento constante ou modelo de Gordon.

O modelo de crescimento constante baseia-se na premissa de que o

valor da ação é igual ao valor presente do fluxo de todos os dividendos futuros que

se espera da mesma durante um horizonte infinito de tempo. Assim o modelo de

crescimento constante pode ser representado da seguinte maneira:

Ks = D1 + g

Po

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onde

Ks = custo ou taxa de retorno exigida sobre a ação ordinária;

D1 = dividendo por ação esperado no final do ano 1;

g = taxa anual de crescimento constante dos dividendos;

Po = preço corrente da ação ordinária.

Suponhamos que a XPTO deseja calcular o custo de uma ação

ordinária utilizando o modelo de crescimento constante. Sabendo-se que o preço

vigente da ação no mercado é de $8,90 e a empresa pretende pagar dividendos,

D1, de $0,89 ao fim do ano de 2002, e ainda, que os dividendos por ação pagos

nos últimos seis anos foram:

Ano Dividendo

2001 $0,81

2000 $0,73

1999 $0,67

1998 $0,61

1997 $0,55

1996 $0,50

A taxa de crescimento dos dividendos, g, é igual a 10,13%, sendo

assim o custo das ações ordinárias utilizando o modelo de Gordon, seria:

Ks = 0,89 + 10,13% = 10% + 10,13% = 20,13%

8,90

45 - Calcule o retorno exigido na ação da cia ABC sabendo-se que o preço da

sua ação no mercado é de $20 e a empresa paga dividendos D1 de $2,50 e a taxa

de crescimento constante dos dividendos (g) é de 5,0% .

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46 - Calcule o custo das ações ordinárias da Vale do Rio Doce, sabendo-se que o

beta das ações é de 0,5, a taxa livre de risco é de 10% e a taxa de retorno médio

do mercado de 15%.

Custo dos Lucros Retidos

Lucros retidos referem-se a parte do lucro auferido pela companhia

em determinado exercício do qual não foi distribuído na forma de dividendos,

sendo utilizado os lucros retidos para fins de reinvestimento na companhia, e

podemos determiná-los através da seguinte fórmula:

Lucro retido = Lucro líquido - dividendos

O custo dos lucros retidos, Kr, é igual ao custo para a emissão das

ações ordinárias, Ks, pois se os lucros não fossem retidos seriam pagos aos

acionistas comuns em forma de dividendos, assim os lucros retidos aumentam o

patrimônio líquido da empresa da mesma forma que uma emissão de ações

ordinárias.

Custo Médio Ponderado do Capital – (CMPC) ou WACC

Uma companhia utiliza como financiamento a longo prazo tanto

fundos provenientes de terceiros como fundos próprios. Sendo assim, devemos

calcular o custo médio ponderado do capital para refletir a utilização dessas fontes

de financiamentos.

O custo médio ponderado do capital (CMPC) ou WACC (Weighted

Average Cost of Capital) é definido como a média ponderada dos custos dos

diversos componentes de financiamento utilizados por uma empresa:

CMPC ou WACC = (peso (%) do CT x custo do CT) + (peso (%) do CP x custo do

CP).

Onde: CT = capital de terceiros; CP = capital próprio.

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Analise de Balanço

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47 - Com base nos dados a seguir calcule o custo médio ponderado

do capital:

Fonte de Capital Peso (%) Custo (%)

Empréstimo longo prazo 40% 10,0%

Ações preferenciais 10% 20%

Ações Ordinárias 50% 15%

48 - Calcule o CMPC sabendo-se que a empresa XPTO captou

recursos no valor de $3.000.000

O valor dos recursos de terceiros foram provenientes de empréstimos a

longo prazo no valor de $1.200.000, com taxa contratual de juros de 15% e

alíquota de imposto de renda de 30%.

O valor dos recursos próprios foram de $1.800.000, sendo:

$450.000, referentes a ações preferenciais que possuem cotação no

mercado de $150 pagando-se dividendos fixos de 10% com gastos de

emissão de $10.

$1.350.000, referentes a ações ordinárias cotadas a $180 em bolsa

de valores. A empresa paga dividendos D1 de 18,0 no fim de 2006 e a taxa

de crescimento constante dos dividendos (g) é de 5,0%.

49 - A empresa XPTO captou recursos no valor de $1.000.000.

Calcule o CMPC:

O valor dos recursos de terceiros foram provenientes de empréstimos a

longo prazo no valor de $450.000, com taxa contratual de juros de 12% e

alíquota de imposto de renda de 30%.

O valor dos recursos próprios foram de $550.000, sendo:

$200.000, referentes a ações preferenciais que possuem cotação no

mercado de $100 pagando-se dividendos fixos de 15% com gastos de

emissão de $10.

$350.000, referentes a ações ordinárias com beta igual a 2.0 (dois),

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Analise de Balanço

Prof. Josué Vieira 29

taxa de retorno livre de risco igual a 5% e retorno médio do mercado igual a

10%.

Avaliação de Investimentos: Período de Payback, Valor Presente

Liquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR).

Payback: É o período de tempo exato necessário para a empresa

recuperar o investimento inicial em um projeto. Quanto menor o período de

payback mais rápido é recuperado o investimento.

Valor Presente Líquido (VPL): É obtido subtraindo-se o

investimento inicial (II) do valor presente das entradas de caixa (FC) descontados

a uma taxa igual ao custo médio do capital da empresa (CMPC).

VPL = = ∑ t = n FC - II

(1 + CMPC)t

Quando o VPL é usado para decisão entre projetos adota-se o

seguinte critério: Se o VPL é maior que zero, aceita-se o projeto; se o VPL for

menor que zero, rejeita-se o projeto. Se o VPL for maior que zero, a empresa

obterá um retorno maior do que seu custo de capital.

TIR (Taxa Interna de Retorno): É a taxa de desconto que iguala o

valor presente das entradas de caixa ao investimento inicial, em outras palavras a

TIR é a taxa (custo do capital, retorno do capital) que faz o VPL igualar-se a zero.

∑ t = n FC - II = 0

(1 + TIR)t

Se a TIR for maior que o custo do capital, aceita-se o projeto; se for

menor, rejeita-se o projeto.

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50 - BR – CESGRANRIO/06 A Cia. Brasília está analisando duas alternativas de investimento, com as seguintes características: • valor do investimento inicial: R$ 100.000,00; • taxa de retorno do investimento esperada pela empresa: 15% ao ano; • os investimentos são mutuamente exclusivos. Realizados os estudos de viabilidade, chegou-se aos seguintes resultados: Alternativas Investimento Benefícios Esperados de Caixa TIR VPL 1º

ANO 2º ANO

3º ANO

4º ANO

A 100.000 60.000 50.000 40.000 40.000 35,12% 39.151,88B 100.000 15.000 20.000 90.000 110.000 31,21% 50.235,67 Legenda: TIR = Taxa Interna de Retorno; VPL = Valor Presente Líquido Considerando-se os elementos apresentados e a técnica usual de avaliação de investimentos, a empresa deverá escolher a alternativa: (A) A porque apresenta Taxa Interna de Retorno maior do que a da alternativa B e 154% maior que a taxa esperada pela empresa. (B) A porque os benefícios de caixa esperados são crescentes, aumentando a remuneração dessa alternativa em relação à alternativa B. (C) A porque o retorno do investimento ocorrerá logo após o segundo ano, enquanto na alternativa B só ocorrerá após o terceiro ano. (D) B porque, no nível de taxa esperada pela empresa, essa alternativa sempre apresentará riqueza líquida superior à apresentada pela alternativa A. (E) B porque os fluxos de caixa são decrescentes, aumentando a remuneração dessa alternativa em relação à alternativa A. 51 - PETROBRAS/CESGRANRIO: Com base no enunciado a seguir responda as

duas questões seguintes:

Observe os fluxos de caixa de dois projetos de investimento, A e B. Os valores

monetários estão em milhares de reais. Considere uma empresa cujo custo de

capital seja de 10% ao ano e que possa investir em um dos projetos (mas não em

ambos)

Época (anos) 0 1 2 3

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Projeto

A -80 30 40 50

B -160 60 70 90

Taxas internas de retorno: TIR (A) = 21,25% ao ano. TIR (B) = 16,50% ao ano

Valores presentes líquidos ( i = 10% ao ano) VPL (A) = 17,90 VPL (B) = 20,02

Para a empresa é:

(A) melhor investir em B porque VPL (B) > VPL (A);

(B) melhor investir em A porque TIR (A) > TIR (B);

(C) melhor investir em A porque A necessita de um volume

menor de investimento;

(D) melhor não investir nem em A nem em B;

(E) indiferente investir em A ou em B.

52 - PETROBRAS/CESGRANRIO

O tempo de retorno (payback) do projeto A é:

(A) 2 anos

(B) 2,2 anos

(C) 2,5 anos

(D) 2,8 anos

(E) 3 anos

53 - PETROBRAS/CESPE

No que se refere a risco, retorno e valor, julgue os itens abaixo:

1 – supondo que as ações de determinada empresa tenham um beta de 1,2 e

sejam negociadas em um mercado cujo prêmio histórico de risco é de 15% e

considerando que os títulos governamentais, parâmetro para a taxa livre de risco,

remunerem a 10% , o retorno esperado pelo método do Capital Asset Pricing

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model (CAPM) será igual a 28%.

2 – quanto maior o for o retorno esperado de uma carteira de títulos, maior será o

seu risco.

3 – risco sistemático está associado a condições econômicas gerais, tais como

inflação e taxa de juros.

54 - Uma empresa pretende investir na compra de um novo equipamento cujos benefícios serão: economia de mão de obra dos operadores, redução do desperdício de matérias-primas, redução do custo com energia elétrica e redução dos custos com manutenção. Sabe-se que a vida útil desse equipamento é de 5 anos, que o custo de aquisição é R$ 500.000,00 e também que o custo médio ponderado do capital é de 14% ao ano. Uma análise desse investimento foi elaborada, com destaque para os seguintes dados: • Fluxo de caixa descontado dos benefícios proporcionados pela aquisição do novo equipamento = R$ 850.000,00; • Taxa interna de retorno obtido com o investimento = 18% ao ano; • Pay back = 25 meses. Analisando-se as informações, conclui-se que (A) a empresa não deve fazer o investimento, pois o valor de recuperação que o novo equipamento vai proporcionar é menor que o valor do investimento. (B) a empresa não deve fazer o investimento, pois o tempo de recuperação do investimento é exageradamente longo, ultrapassando mais da metade da vida útil do equipamento. (C) a empresa deve fazer o investimento, pois o valor de recuperação que o novo equipamento vai proporcionar supera o valor do investimento. (D) a empresa deve fazer o investimento, somente se o equipamento antigo não estiver mais gerando qualquer retorno. (E) fazer ou não fazer o investimento torna-se indiferente, pois não proporcionaria maiores receitas de vendas dos produtos. 55 - A Transalpina S.A., empresa de transportes aéreos, está estudando um projeto de investimento com as seguintes características: • Valor do investimento inicial R$ 45.000.000,00 • Retornos anuais esperados - 1o ano R$ 28.600.000,00 - 2o ano R$ 19.360.000,00 - 3o ano R$ 10.648.000,00 Sabendo-se que a taxa composta de retorno esperada pela empresa é de 10% ao ano, o Valor Presente Líquido (VPL) do projeto, em reais, é

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Analise de Balanço

Prof. Josué Vieira 33

(A) 2.500.000,00 (B) 4.946.500,00 (C) 4.500.000,00 (D) 5.000.000,00 (E) 5.115.000,00 56 - Qual é a principal característica da Taxa Interna de Retorno (TIR)? (A) A taxa de desconto apresentada, que torna o valor presente líquido negativo. (B) A taxa de desconto apresentada, que torna o valor presente líquido positivo. (C) O retorno do investimento necessariamente deve ser menor do que zero. (D) O retorno do investimento precisa ser maior do que zero. (E) O valor presente das entradas de caixa se iguala ao investimento inicial. 57 - A companhia verde apresentou a seguinte estrutura de capital e os respectivos custos anuais de cada uma das suas fontes de capital: Estrutura capital Valor Custo Ações ordinárias 30.000.000 18% Ações preferenciais 60.000.000 16% Debêntures 25.000.000 14% Empréstimo Nacional 15.000.000 12% Empréstimo Exterior 20.000.000 8% Total 150.000.000 - Considerando exclusivamente as informações acima, o custo médio ponderado do capital – CMPC da companhia com base nos seus valores, em percentual é: (resultado com duas casas decimais).

(A) 12,45% (B) 13,60% (C) 13,95% (D) 14,60% (E) 15,94%

58 - Observe os componentes utilizados na avaliação de empresas listados a seguir I – Juros sobre o capital próprio II – Fluxos de caixa III – Taxa de desconto (taxa mínima de atratividade) IV – Custo de oportunidade do capital próprio V – Valor patrimonial da ação

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Analise de Balanço

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VI – Horizonte de tempo das projeções VII – Resultado operacional líquido VIII – Risco A metodologia consagrada pela Teoria de Finanças para determinar o valor de mercado de uma empresa é formada APENAS pelos seguintes componentes fundamentais: (A) I, II, IV e VI. (B) I, II, V e VIII. (C) II, III, VI e VIII. (D) II, IV, V e VII. (E) III, V, VII e VIII.

59 - O método do payback para avaliação de alternativas de investimento apresenta pelo menos três problemas, que devem ser identificados a seguir. (A) Ignorar a distribuição dos fluxos de caixa após o período do payback, considerar os fluxos de caixa antes do momento de recuperação do investimento e estabelecer um padrão arbitrário do período do payback. (B) Ignorar a distribuição dos fluxos de caixa dentro do período do payback, ignorar os fluxos de caixa após o momento de recuperação do investimento e estabelecer um padrão arbitrário do período do payback. (C) Descontar os fluxos de caixa usando a taxa mínima de atratividade, ignorar os fluxos de caixa após o momento de recuperação do investimento e não estabelecer um padrão do período de payback. (D) Descontar os fluxos de caixa arbitrariamente, considerar os fluxos após payback e estabelecer padrão arbitrário do período do payback. (E) Considerar a distribuição dos fluxos de caixa dentro do período do payback, considerar os fluxos de caixa após o momento de recuperação do investimento e estabelecer um padrão arbitrário do período do payback. 60 - Considere o projeto de investimento, em reais, com o seguinte fluxo anual de caixa: Ano 0 - 25.000,00 Ano 1 18.920,00 Ano 2 25.168,00 Sendo 10% a.a. a taxa de desconto sugerida, o valor presente líquido desse projeto, em reais, é: (A) 58.000,00 (B) 44.088,00 (C) 38.000,00 (D) 19.088,00 (E) 13.000,00 61 - Considere um projeto de investimento com o seguinte fluxo anual de caixa, em reais: Ano 0 − 15.000,00

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Ano 1 1.500,00 Ano 2 19.800,00 Pode-se afirmar que a taxa interna de retorno deste projeto, em reais, é: (A) 1,41% (B) 10% (C) 20% (D) 30% (E) 40,67% 62 - Para entrar em um determinado projeto, um investidor deseja obter uma taxa mínima de atratividade de 1,5% ao mês. O projeto será economicamente inviável para este investidor, se a Taxa Interna de Retorno (TIR), ao mês, for (A) 1,3% (B) 1,7% (C) 1,8% (D) 2,0% (E) 2,5% 63 - A Cia. Pantanal S/A está estudando duas alternativas de investimento, com as características abaixo. Projetos Investimento:

P (3.000.000,00) Fluxo caixa 600.000,00

800.000,00 1.500.000,00 1.800.000,00

Q (5.000.000,00 )

Fluxo caixa 2.000.000,00 2.500.000,00 1.500.000,00 1.800.000,00

Considerando-se exclusivamente essas informações, o período de payback efetivo da alternativa Q, em anos, é (A) 3,23 (B) 2,92 (C) 2,86 (D) 2,55 (E) 2,33

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ESTRUTURA DE CAPITAL: Proposições I e II de Modigliani e Miller – (MM)

Definimos o valor da empresa como segue:

V = B + S

V = valor da empresa

B = valor das dividas (capital de terceiros)

S = valor do mercado de ações (capital próprio)

Os administradores devem escolher a estrutura de capital que julguem dever

produzir o mais alto valor para a empresa, pois essa estrutura de capital será a

mais benéfica para os seus acionistas.

Proposição I de MM (sem impostos):

Segundo MM não há estrutura ótima de capital, pois o valor da empresa será

sempre o mesmo qualquer que seja sua estrutura de capital (terceiros e próprios).

Ou seja, nenhuma estrutura de capital é melhor ou pior do que qualquer outra para

os acionistas da empresa.

Proposição II de MM (sem impostos)

MM afirmam que o custo geral de capital da empresa não pode ser reduzido com

a substituição de capital próprio por capital de terceiros, muito embora o capital de

terceiros pareça ser mais barato. Argumentam que o retorno do capital próprio é

diretamente associado ao endividamento, pois o risco do capital próprio se eleva

com o endividamento. Sendo assim o retorno do capital próprio pode ser calculado

como segue:

Rs = r0 + (B / S) (r0 – Rb)

Rs = retorno ou custo final do capital próprio

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r0 = retorno ou custo original capital próprio

B = valor das dividas (capital de terceiros)

S = valor do mercado de ações (capital próprio)

Rb = custo do capital de terceiros

64 - Segundo a teoria de Modigliani e Miller sobre estrutura de capital, em um

hipotético mundo sem impostos:

(A) o custo do capital total da empresa pode oscilar entre −30 e +30 sem alterar a composição acionária. (B) o custo do capital de uma empresa é independente de sua estrutura, isto é, não existe estrutura ótima. (C) uma empresa pode atingir uma estrutura ótima de capital, dependendo das fontes de financiamento utilizadas. (D) o custo marginal do capital de terceiros, caso seja inferior ao custo marginal do capital próprio, poderá gerar a minimização do custo do capital. (E) a estrutura mínima de capital será obtida pelo uso dos recursos de curto prazo, diante da opção de financiar o capital de giro com recursos de curto ou longo prazo. 65 - A XMG Química S.A. é uma firma não alavancada (sem dívida). O valor de mercado de seu capital é R$120 milhões e seu custo do capital próprio é 15% ao ano. Ela tem uma oferta de empréstimo de R$20 milhões, à taxa de 8% ao ano e está pensando em utilizar este empréstimo para recomprar uma parte de suas ações. Supondo válidas as proposições de Modigliani e Miller, sem impostos, se a XMG fizer essa transação, o custo do seu capital próprio: (A) subirá para 16,60% ao ano. (B) subirá para 16,40% ao ano. (C) permanecerá em 15% ao ano. (D) cairá a 11,50% ao ano. (E) cairá a 9,67% ao ano.

EVA – Economic Value Added (Stern Stewart)

Segundo Ehrbar (1999, p. 2) o EVA é uma medida dos lucros

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verdadeiros. Aritmeticamente, é o lucro operacional após o pagamento de

impostos menos os encargos sobre capital, apropriado tanto para endividamento

quanto para o capital acionário.

Nas tradicionais demonstrações de resultado o custo do capital de

terceiros está computado através da despesa de pagamento de juros, deduzindo

assim o lucro da empresa, ocorre que, o custo do capital próprio não é

considerado nas demonstrações de resultado tradicionais, deixando assim de ser

deduzido a remuneração mínima exigida pelos acionistas. O EVA na verdade ao

considerar o custo do capital próprio mostra que uma empresa somente tem lucro

quando este valor é capaz de cobrir totalmente as despesas operacionais da

companhia e o retorno mínimo exigido pelo capital de terceiros e próprio.

Segundo Ehrbar (1999, p.104) podemos representar o EVA pela

seguinte fórmula:

(+) Vendas

(-) Custos operacionais

(-) Custos de capital

(=) EVA

Segundo Copeland (2000, p. 134) o lucro econômico ou EVA mede o

valor criado por uma empresa em um único período, sendo definido da seguinte

maneira:

EVA = Capital investido x (ROIC – CMPC)

ou

EVA = NOPLAT – (Capital investido x CMPC)

Onde

EVA = valor econômico agregado ou lucro econômico;

Capital investido = capital de giro operacional mais ativo imobilizado

líquido;

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ROIC = retorno sobre o capital investido que é igual a NOPLAT /

Capital investido;

NOPLAT = lucro operacional líquido menos os impostos;

CMPC = custo médio ponderado do capital.

Segundo Copeland (2000, p. 147) o capital investido representa o

valor investido nas operações da empresa. Ele é a soma do capital de giro

operacional, do ativo imobilizado líquido, e de outros ativos líquidos (líquido do

passivo não-oneroso de longo prazo), medindo assim o valor total investido pelos

investidores e credores da empresa.

O capital de giro operacional é igual ao ativo operacional menos o

passivo circulante não-oneroso, excluindo do ativo operacional o excesso de

caixa, tais como aplicações financeiras.

O ativo imobilizado líquido segundo Copeland (2000, p. 149) é

representado pelo valor contábil do ativo fixo da empresa.

Copeland (2000, p. 143) define o NOPLAT ou lucro operacional

líquido depois dos impostos como demonstrado a seguir:

(+) Vendas líquidas

(-) Custo das mercadorias vendidas

(-) Despesas gerais e administrativas e com vendas, exceto

juros

(-) Depreciação

(=) Lucro operacional antes dos juros e impostos – EBIT

(-) Impostos de renda e contribuição social sobre o EBIT

(=) NOPLAT

Cabe ressaltar que se o capital investido multiplicado pelo custo

médio ponderado do capital (CMPC) for maior que o NOPLAT, neste caso teremos

um EVA negativo, e assim não está havendo agregação de valor para os

acionistas, uma vez que, o lucro gerado não é suficiente para cobrir os custos

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operacionais e o custo do capital.

66 - Sejam as seguintes informações financeiras: Caixa = R$ 1.500,00 Contas a receber = R$ 9.000,00 Contas a pagar = R$ 3.000,00 Custo do capital investido = R$ 20.000,00 Depreciação = R$ 5.000,00 por período Estoques = R$ 2.500,00 Lucro operacional líquido = R$ 110.000,00 Lucro bruto = R$ 120.000,00 Considerando os valores acima, conclui-se que o Valor Econômico Agregado (EVA), em reais, é de (A) 90.000,00 (B) 91.000,00 (C) 97.500,00 (D) 100.000,00 (E) 121.000,00 67 - A empresa Candelária realizou a seguinte operação em 2004: Investimento R$ 100.000,00 Financiado por Recursos Próprios 60% Expectativa de retorno 15% a.a. Financiado por Bancos 40% Taxa Líquida de Juros (deduzido o benefício fiscal) 10% a.a. Resultado Operacional Líquido R$ 75.000,00 Com base nos dados apresentados, o Valor Econômico Agregado (EVA) na operação, em reais, foi de: (A) 50.000,00 (B) 55.000,00 (C) 62.000,00 (D) 66.000,00 (E) 71.000,00 68 - As informações abaixo foram extraídas das demonstrações financeiras de uma empresa. Caixa = R$ 2.500,00 Contas a receber = R$ 10.000,00 Contas a pagar = R$ 6.000,00 Custo do capital investido = R$ 20.000,00 Depreciação = R$ 5.000,00 por período Estoques = R$ 2.500,00 Lucro operacional líquido = R$ 100.000,00

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Lucro bruto = R$ 120.000,00 Considerando-se os valores acima, o Valor Econômico Agregado (EVA), em reais, foi de (A) 80.000,00 (B) 91.000,00 (C) 97.500,00 (D) 100.000,00 (E) 121.000,00