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DU - 1 DRENAGEM URBANA

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DRENAGEM URBANA

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DRENAGEM URBANA: Principais conteúdos programáticos

INTRODUÇÃO À DRENAGEM URBANA (Urban Drainage)

Tipos de sistemas de drenagem urbanos e principais componentes dos

sistemas

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS (Rainwater Drainage Systems)

Aspectos quantitativos e qualitativos e principais preocupações

Concepção e constituição dos sistemas

Implantação do sistema de drenagem pluvial

Cálculo de caudais pluviais

Dimensionamento hidráulico de colectores

Dispositivos interceptores

Bacias de retenção (retention basin or retention ponds)

Câmaras drenantes (infiltration chambers)

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DRENAGEM URBANA: Principais conteúdos programáticos

MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE

SANEAMENTO (Modeling wastewater drainage systems)

Etapas do processo de modelação

Princípios de modelação matemática do comportamento de sistemas de

drenagem

Caracterização sumária de modelos existentes

Construção do modelo: dados necessários e resultados obtidos

BENEFICIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE SISTEMAS DE DRENAGEM

UNITÁRIOS (Improvements of the behavior of wastewater systems)

Tendências actuais na concepção e beneficiação dos sistemas unitários

Dimensionamento de estruturas de armazenamento: o método da

precipitação crítica

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INTRODUÇÃO

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INTRODUÇÃO À DRENAGEM URBANA

Unitários (Combined systems)

Constituídos por uma única rede de colectores onde são admitidas conjuntamente

as águas residuais domésticas, comerciais e industriais, e águas pluviais;

recolhem e drenam a totalidade das águas a afastar dos aglomerados

populacionais.

Separativos (separative systems)

Constituídos por duas redes de colectores distintas, uma destinada à drenagem

das águas residuais domésticas, comerciais e industriais, e uma outra à drenagem

das águas pluviais ou similares.

Mistos

Constituídos pela conjugação dos dois tipos anteriores, em que parte da rede de

colectores funciona como sistema unitário e a restante como sistema separativo.

Separativos parciais ou pseudo-separativos

Em que se admite, em condições excepcionais, a ligação de águas pluviais de

pátios interiores ao colector de águas residuais domésticas.

TIPOS DE SISTEMAS

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INTRODUÇÃO À DRENAGEM URBANA

TIPO DE SISTEMA VANTAGENS INCONVENIENTES

Sistemas

convencionais

separativos

domésticos e

pluviais

Transporte de efluentes de

natureza distinta por diferentes

colectores diferentes condições

de tratamento e de destino final.

Custos elevados de primeiro investimento

(necessário dois tipos de colectores).

Necessidade de construção cuidadosa, em

termos de ligações de ramais prediais.

Sistemas

convencionais

unitários

Economia de primeiro investimento

(construção de um único colector).

Simplicidade na ligação de ramais

e colectores.

Descarga de excedentes poluídos em tempo

de chuva, com eventuais impactes negativos

no Ambiente.

Acréscimo de encargos de energia e de

exploração em instalações elevatórias e de

tratamento, devido ao excedente de

contribuição pluvial em tempo de chuva.

Sistemas não

convencionais: de

colector gravítico

de pequeno

diâmetro ou sob

vácuo

Economias significativas de

primeiro investimento,

nomeadamente em zonas planas

ou com elevados níveis freáticos,

Sistemas sob vácuo redução do

risco da ocorrência de condições

de septicidade e controlo da

infiltração.

Acréscimo em encargos de exploração e,

conservação, em relação ao sistema

gravítico convencional.

No caso do sistema sob vácuo, requere-se

um grau de conhecimento e de

especialização superior, para a exploração.

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INTRODUÇÃO À DRENAGEM URBANA

COMPONENTES DOS SISTEMAS

Sistemas separativos de drenagem de água pluvial:

redes de colectores (e ramais de ligação)

órgãos acessórios

dispositivos de entrada (sarjetas de passeio ou sumidouros) (inlet)

câmaras de visita (inspection chambers)

órgãos especiais e instalações complementares

Desarenadores (desanding)

bacias de retenção (regularizar os caudais pluviais afluentes, restituindo, a jusante, caudais

compatíveis com a capacidade de transporte da rede de drenagem ou curso de água)

câmaras drenantes (dispositivos de retenção e infiltração da água pluvial)

instalações elevatórias (a evitar) (pumping systems)

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INTRODUÇÃO À DRENAGEM URBANA

Obrigatória a implantação de câmaras de visita

a) Na confluência dos colectores

b) Nos pontos de mudança de direcção, de inclinação e de diâmetro dos colectores

c) Nos alinhamentos rectos, com afastamento máximo de 60 m e 100 m, conforme se

trate, respectivamente, de colectores não visitáveis ou visitáveis (D>1.6 m)

Câmaras de visita (Decreto Regulamentar nº 23/95 – Artigo 155º)

CORTE: PLANTA:

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

(Rainwater drainage systems)

ASPECTOS QUANTITATIVOS E QUALITATIVOS E PRINCIPAIS

PREOCUPAÇÕES

Diversos

• na cobertura dos edifícios

• sobre áreas pavimentadas

• em áreas permeáveis

Em zonas urbanas

as águas pluviais

podem cair:

Evaporação

Infiltração

Escoamento superficial

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Diversos

Tipos de preocupações

• Carácter poluente das águas pluviais

► metais pesados (Fe, Pb, Zn,…)

► hidrocarbonetos

► sólidos em suspensão

► CBO5 (matéria orgânica)

► Sist. unitários efeito de “first flush” (ressuspensão e transporte de poluentes

previamente decantados nos colectores)

• Comportamento unitário dos sistemas pluviais (mesmo quando concebidos como

separativos)

• Variabilidade dos caudais

► Caudais de ponta (peak flows)>> caudais domésticos (domestic flow)

► Relação entre a ocupação do solo e a grandeza dos caudais escoados

– áreas impermeáveis

– artificialização das linhas de água

► Regime variável de escoamento nos colectores

PROJECTO MAIS COMPLEXO E CUSTO DE OBRAS SUPERIOR

Agravamento

de caudais

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

CONCEPÇÃO E CONSTITUIÇÃO DOS SISTEMAS

Diversos

Objectivo: Redução de caudal

• aumentar a intercepção

a infiltração

o armazenamento e a detenção

• incrementar o tempo de percurso do escoamento (increase the flow travel time)

• aplicar técnicas apropriadas de gestão e exploração dos sistemas

(gestão em tempo real) (real time management)

Objectivo: Controlo da qualidade da água no meio receptor

• afastar a descarga do meio receptor sensível

• tratar a massa líquida escoamento superficial (“overland flow”)

lagunagem

etc…

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Diversos

• A concepção deve dar-se numa fase inicial do planeamento urbanístico, especialmente em

áreas críticas

• Redução da extensão das redes de colectores e dos respectivos diâmetros

– maximizar o percurso superficial da água pluvial (sobretudo nas cabeceiras)

– favorecer a integração de áreas permeáveis (zonas verdes, pavimentos porosos…)

(Extensão menor que a rede doméstica)

• Adopção de soluções de drenagem não convencionais:

– bacias de amortecimento (retention basin or retention ponds)

– câmaras drenantes (infiltration chambers)

• Preocupação com a qualidade da água do meio receptor (devida à poluição veiculada pelos

caudais pluviais após os períodos estivais)

PRINCÍPIOS:

- zonas planas

- zonas sob efeitos de maré

(tidal areas)

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

TRAÇADO DA REDE E DEFINIÇÃO DE BACIAS E SUB-BACIAS

Implantação ao eixo dos arruamentos

Definição correcta dos limites da bacia hidrográfica e das sub-bacias afectas a

cada troço da rede

Redes separativas - em planta, o traçado dos colectores das duas redes deve apresentar sempre a

mesma posição relativa (DR nº 23/95, artigo 135.º, ponto 5: “… para minimizar os riscos de ligações

indevidas de redes ou ramais, deve adoptar-se a regra de implantar o colector doméstico à direita

do colector pluvial, no sentido do escoamento …”).

Diversos

Bacia de cabeceira

(upstream catchment or

drainage bassin)

Sub-bacias

Colector pluvial (rainwater sewer)

Meio receptor

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

ETAPAS DE DIMENSIONAMENTO (design steps)

No dimensionamento de uma rede de drenagem de águas pluviais podem considerar-

-se três etapas fundamentais:

1. Definição dos elementos de base

2. Cálculo dos caudais pluviais de projecto

3. Dimensionamento hidráulico dos colectores

Diversos

1. DEFINIÇÃO DE ELEMENTOS DE BASE

• Definição do período de retorno T (return period) (varia, em regra, entre dois e

dez anos): corresponde ao intervalo de tempo médio associado à ocorrência de

precipitação de intensidade média superior a um dado valor.

• Conhecimento do regime pluviométrico local curvas IDF

(intensity- duration-frquency)

• Definição dos coeficientes de escoamento para cada sub-bacia

(runoff coefficient)

• Definição dos tempos de concentração iniciais tc (initial concentration times)

• Definição dos condicionalismos, principalmente de natureza hidráulica,

associados à descarga final das águas pluviais no meio receptor.

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais

2. CÁLCULO DE CAUDAIS PLUVIAIS

Método Racional (semi-conceptual)

• Mulvaney, 1851 e Kuickling, 1889 (posteriormente divulgada em Inglaterra por Lloyd-Davis)

Qpluvial = C x I x A

sendo:

Q pluvial - caudal pluvial a drenar pelo colector (m3/s)

C - coeficiente de escoamento (-)

I - intensidade de precipitação (m3/(ha.s))

A - área da bacia a drenar (ha)

• Métodos - empíricos

- semi-empíricos

- conceptual

- semi-conceptual

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais

• Linearidade entre a precipitação útil (C x I) e o caudal de ponta (Q)

ocorrência do caudal de ponta coincide com o instante em que a totalidade da bacia está a

contribuir para o escoamento, ou seja, ao fim de um intervalo de tempo igual ao tempo de

concentração, tc

• O único parâmetro representativo da relação precipitação-escoamento é o coeficiente C

• O coeficiente C engloba vários factores:

– relação entre o volume de água escoada e a precipitação

– efeitos de retenção no solo

– efeitos de regolfo e atraso do escoamento superficial no terreno, linhas de água

naturais e colectores

que dependem

– das características físicas e de ocupação da bacia

– do estado de humidade do solo

– da duração e distribuição da precipitação antecedente

HIPÓTESES DE BASE:

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais

Estudos de Horner e Flynt (3 bacias de drenagem de águas pluviais da cidade de St. Louis, EUA)

estudaram precipitações e caudais como fenómenos independentes.

Foi verificada uma certa constância, por bacia, entre precipitações e caudais da mesma

frequência.

A fórmula racional tem um significado estatístico (e não determinístico) não

sendo legítimo adoptá-la para o cálculo do caudal de ponta pluvial

correspondente a um determinado hietograma típico, não uniforme.

Neste caso, deve-se recorrer a métodos mais sofisticados que considerem o

caudal como um resíduo da precipitação. Estes métodos são também

aconselháveis quando se pretenda gerar um hidrograma a partir de um

determinado hietograma.

A intensidade de precipitação I deve ser avaliada para condições críticas (para t = tc)

Para durações inferiores, nem toda a bacia contribui para o caudal de ponta máximo; para durações

superiores, é menor a intensidade de precipitação logo menor o caudal correspondente.

Aplicação:

• bacias com A > 200 a 2000 ha

• não vocacionado para bacias rurais ou semi-rurais

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais

Valores médios do coeficiente C do Método Racional (ASCE, Manual nº 37):

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais

Intensidade de precipitação

I = a . t b

sendo:

t - tempo de concentração da sub-bacia

a, b - parâmetros da curva IDF

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais

Método Racional Generalizado

• Costa, 1956

sendo, V1 - volume correspondente à parte ascendente do hidrograma (m3)

V - volume total do hidrograma (m3)

t - duração da precipitação de projecto (h)

tc - tempo de concentração da bacia (h)

- coeficiente de regolfo.

AICt

t

V

V Q

c

1

2

2 V1/V - exprime o efeito de retenção e armazenamento: é mínimo em bacias naturais (0,65) e

máximo em bacias totalmente impermeáveis (1,0).

t/tc - exprime o desfasamento entre o fim da chuvada e o instante em que se verifica o

caudal de ponta: é mínimo para bacias naturais (onde toma o valor 0,7) e admite-se

que iguale a unidade em bacias totalmente impermeáveis ou altamente canalizadas.

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais

Coeficiente de redução global do método

racional generalizado

C1 = C (2 v1/v) (t/tc)

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

3. DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO DE COLECTORES

• Altura máxima do escoamento (h/D) 1

• Velocidade máxima de escoamento Vmáx = 5 m/s (para colectores unitários ou

separativos pluviais)

• Velocidade mínima de escoamento Vmín = 0,9 m/s

Critério de auto-limpeza

• Profundidade mínima (Art. 137) Prof. 1 m

• Diâmetro mínimo (Art. 134) Dmín = 200 mm

• Inclinações mínimas e máximas 0,3% e 15% (por razões construtivas)

Colectores

CRITÉRIOS DE PROJECTO

Sendo inviáveis os limites referidos anteriormente,

como sucede nos colectores de cabeceira, devem

estabelecer-se declives que assegurem estes

valores limites para o caudal de secção cheia.

J mín = 1/ D (mm) Norma Europeia

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Colectores

PROCEDIMENTO DE CÁLCULO

1 - Análise da área de projecto e traçado da rede em planta.

Caracterização de condicionalismos (cotas e níveis de água no meio receptor,

atravessamentos com outras infra-estruturas…)

2 - Fixação do período de retorno, T.

3 - Selecção da curva IDF para a zona em estudo e para o período de retorno escolhido.

4 - Definição das sub-bacias em cada secção de cálculo área drenante A

5 - Determinação do coeficiente global médio ponderado para a bacia definida em cada

secção de cálculo

C = (∑i CiAi) / ∑i Ai

Dimensionamento de montante para jusante

as áreas A crescem sucessivamente

as intensidades I decrescem sucessivamente

os caudais Qp crescem, em regra, sucessivamente

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais

Inclinação do terreno AI < 50% AI > 50%

(min) (min)

muito inclinado 5.0 5.0

inclinado 10.0 7.5

médio e plano 15.0 10.0

Tempos iniciais (para bacias de cabeceira):

7 - Determinação da intensidade média de precipitação I para uma duração igual ao t c

(a partir das curvas IDF)

I = a . t b

6 - Determinação do tempo de concentração, t c

pe c t t t t

L

Vp

j

j

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Colectores

8 - Cálculo do caudal de projecto, por intermédio da seguinte expressão (método racional):

Q p = ∑i C i x A i x I

9 - Fixação do diâmetro e inclinação do colector, tendo em conta:

• a minimização de custos

• condicionalismos técnicos e regulamentares de implantação do colector

(profundidade de assentamento mínima)

• satisfação dos critérios hidráulicos (capacidade de escoamento, velocidade

máxima e poder de transporte)

10 - Determinação da velocidade, altura do escoamento e tensão de arrastamento no

colector definido (D, i), em função do caudal de ponta

11- Determinação do tempo de percurso, t p, ao longo do troço de colector considerado

no passo 10º

12- Adição do tempo de percurso calculado no passo anterior ao tempo de concentração

calculado no passo 6º.

13- Repetição de todos os passos de cálculo, de montante para jusante, a partir do passo

5º, para as sucessivas secções de cálculo.

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

Características Hidráulicas do Escoamento

4,06,1

6,0

1 063,6 n

s

nn DJK

Qsen

Conhecidos icolector , D e Q dim :

a) calcular Q f e V f

b) determinar a relação Q dim / Q f

c) utilizar o ábaco das propriedades

hidráulicas das secções circulares:

curva de Q

Q dim / Q f y / D y

curva de V

y / D V / V f V

Colectores

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Colectores

QUADROS DE CÁLCULO - Exemplos

Sub-bacia A i b TT 1 AI C 1

[ - ] [ha] [%] [ - ] [ - ] [%] [ - ]

B1 0.038 6.27% SA 0.40 20% 0.26

B2 0.081 6.27% SA 0.40 50% 0.56

B3 0.051 8.32% C 0.70 20% 0.38

B4 0.307 1.80% SA 0.40 90% 0.86

Símbolo Unidades Valor

T anos 10

a - 290.68

b - -0.549

Trecho Sub-bacias L A i L i . A i C 1p Vinic ti tp tc I Q Daprox Dcom Dint i Qsc Vsc sc Vreal

[ - ] [ - ] [m] [ha] [m.ha] [ - ] [m/s] [min] [min] [min] [l/(ha.s)] [l/s] [mm] [mm] [mm] [%] [l/s] [m/s] [N/m2] [m/s]

P12-P11 B1 32.85 0.038 0.26 2.00 10.00 0.27 10.27 224.74 2.23 300 1.065% 97.32 1.38 7.83 0.57

P11-P10 B1-B2 22.98 3.619 0.59 2.00 15.00 0.19 15.19 181.31 387.85 800 1.132% 1371.50 2.73 22.18 2.35

P10-P9 B1-B3 62.23 3.670 0.59 2.00 15.19 0.52 15.71 178.00 384.24 800 1.475% 1565.92 3.12 28.91 2.58

P9.4-P9.3 B4 22.07 0.307 0.86 2.00 7.50 0.18 7.68 263.59 69.56 400 0.306% 112.34 0.89 3.00 0.94

P9.3-P9.2 B4-B5 15.64 0.430 0.86 2.00 7.68 0.13 7.81 261.17 96.78 400 0.306% 112.34 0.89 3.00 1.01

P9.2-P9.1 B4-B5' 22.23 0.542 0.86 2.00 7.81 0.19 8.00 257.83 120.23 500 0.245% 182.19 0.93 3.00 0.99

P9.1.2-P9.1.1 B6 40.71 0.034 0.70 2.00 7.50 0.34 7.84 260.71 6.23 300 0.983% 93.46 1.32 7.22 0.75

P9.1.1-P9.1 B6 28.64 0.034 0.70 2.00 7.84 0.24 8.08 256.45 6.13 300 1.743% 124.49 1.76 12.81 0.91

P9.1.1.2-P9.1.1.1 B7 22.45 0.936 0.83 2.00 7.50 0.19 7.69 263.53 204.78 600 0.204% 270.45 0.96 3.00 1.05

P9.1.1.1-P9.1 B7-B8 33.58 0.984 0.83 2.00 7.69 0.28 7.97 258.41 211.42 600 0.204% 270.45 0.96 3.00 1.06

Quadro 1 – Cálculo do coeficiente C para cada sub-bacia.

Quadro 2 – Parâmetros das curvas I-D-F.

Quadro 3 – Dimensionamento hidráulico-sanitário de colectores.

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Colectores

IMPLANTAÇÃO EM PERFIL LONGITUDINAL

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Colectores

Se i ideal > i máximo i máximo

e recorrer a uma câmara de visita com queda.

Se colector a montante estiver a uma profundidade

superior à mínima, adoptar um declive que traga o

colector, a jusante, para a profundidade mínima

regulamentar ou a exequível, face ao i mínimo aceitável.

Trechos com que arrancam com a profundidade mínima: i terreno < i mímima i mínimo

Regra geral: i ideal < i mínimo i mínimo

i mínimo < i ideal < i máximo i ideal

i ideal - inclinação que se obtém unindo a cota de soleira da caixa de visita de montante, com a cota

da caixa de visita de jusante a que corresponde a profundidade mínima.

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Colectores

Diâmetro e outras regras do perfil longitudinal

ART. 135º

• Nas redes unitárias e separativas pluviais, pode aceitar-se a redução de secção

para jusante, desde que se mantenha a capacidade de transporte.

ART. 159º

• inserção de um colector noutro deve ser efectuado no sentido do escoamento

• alinhar geratrizes interiores superiores (evitar regolfos e entupimentos e garantir a

continuidade da veia líquida)

• quedas simples (se desnível 0,50 m) ou guiadas (se > 0,50 m)

• se a profundidade da câmara de visita exceder os 5 m, construir um patamar de

segurança a meio, com passagens não coincidentes.

ART. 26º a 28º

• Vala tipo:

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DU - 32

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

DISPOSITIVOS INTERCEPTORES (storm drain inlets)

Tipos de dispositivos

• Sarjetas de passeio (curb inlet)

• Sumidouros (drain inlet)

• Sistema conjunto sarjeta-sumidouro

Cabeceira (head)

Percurso ( course)

Colocação de forma a:

• Terem capacidade de intercepção adequada

• Serem cumpridos os critérios de escoamento de superfície (criteria

for the surface flow):

Não transbordamento (h < hmáx) (water level limit)

Limitação da velocidade (v<3 m/s) (surface water velocity)

Disp. Intercep.

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DU - 33

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

ESCOAMENTO DE SUPERFÍCIE EM VALETAS (surface flow in gutters)

aplicada a expressão de Gauckler-Manning-Strickler: Qo = Ao/N R2/3 i1/2

arruamento com declive transversal constante

admitindo que o perímetro molhado pode ser aproximado à largura superficial

do escoamento

admitindo escoamento em regime uniforme

(se as secções de cálculo se situarem a jusante de troços de comprimento superior

a 15m e com características geométricas aproximadamente constantes)

163830

83830

0 542,1Jtg

NQy

Disp. Intercep.

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DU - 41

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

SÍNTESE

Sarjetas devem ser rebaixadas (Q < 20 l/s, em regra)

Sumidouros simples para Q < 50 l/s

Sumidouros duplos para Q < 100 l/s

Disp. Intercep.

Sarjetas Sumidouros

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DU - 42

INTRODUÇÃO À DRENAGEM URBANA

Desenhos tipo (exemplos)

Disp. Intercep.

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DU - 43

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

BACIAS DE RETENÇÃO (detention ponds)

Vantagens

• Custo

• Flexibilidade de ampliação

Objectivos – ART. 176º

• redução dos riscos de inundação

• criação de zonas de lazer (para a pesca e canoagem…)

• criação de reservas de água (agricultura, combate a incêndios, indústria, limpezas

municipais - arruamentos e parques…)

• protecção do meio ambiente (redução de SST e matéria orgânica)

Bacias (detention ponds)

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DU - 44

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

Bacias (detention ponds)

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DU - 45

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

• quanto à implantação - bacias a céu aberto a seco (dry areas)

com nível de água permanente

(permanent water level)

- bacias enterradas (reservatórios) (buried detention ponds)

A seco ou não? Opção em função de:

• objectivos (qualidade da água, recreio,…)

• nível e flutuações sazonais do aquífero subjacente

• permeabilidade

• disponibilidades financeiras

Bacias a seco menores exigências em termos construtivos e financeiros

não requerem níveis freáticos elevados (“alimentação constante”)

Tipos – ART. 177º

• quanto à localização - bacias em série (“online” e “offline”)

- bacias em paralelo

(relativamente ao colector ou vala de acesso)

Bacias (detention ponds)

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DU - 46

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

Constituição – ART. 178º

• Corpo da bacia fundo e bermas de terra

taludes revestidos com cobertura vegetal (integração paisagística)

• Dispositivos de descarga descarga de fundo (bottom discharge)

(discharge devices) obra de entrada e de saída (work head and output)

colector (sewer)

• Dispositivos de segurança descarregador de superfície (surface discharge)

(safety devices)

Implantação da bacia de detenção (detention pond deployment)

• aproveitar zona com depressão natural (aprofundar!)

• à entrada (work head) da bacia de retenção construir uma câmara em betão

(evitar o descalçamento da conduta e/ou a sua obstrução com terra e outros

sedimentos)

• traçar perfis transversais e longitudinais para construir a curva de volumes

armazenados (calcular volume de água armazenado para diversas alturas de água)

• verificar para que altura de água se assegura o volume de dimensionamento

Bacias (detention ponds)

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DU - 47

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

Aspectos construtivos – ART. 180º

Bacia a seco (dry detention ponds)

• inclinação do fundo 5/100 (evitar a formação de zonas alagadas);

• inclinações máximas dos taludes das bermas de 1/6 ou 1/2

(respectivamente para os casos de acesso público ou não).

Bacias (detention ponds)

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DU - 48

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

Bacia com nível de água permanente:

• altura de água mínima de 1,5 m (evitar um excessivo desenvolvimento de

plantas aquáticas e de assegurar eventual vida piscícola)

• garantir um tratamento conveniente das bermas (taludes relvados, etc…)

Bacias (detention ponds)

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DU - 49

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

Qualidade da água

Melhoria da qualidade das águas afluentes

Ocorrem transformações de natureza física, química e microbiológica

• sedimentação dos sólidos em suspensão redução da turvação da água

• variação do OD da massa líquida balanço entre os “inputs” (rearejamento e

fotossíntese) e o consumo

• variação da concentração de nutrientes (N, P) efeito das plantas

• redução de microrganismos radiação solar, competição biológica,

temperatura e sedimentação

Efeitos típicos:

Bacias (detention ponds)

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DU - 50

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

Método simplificado (ABREU, 1983) ou método holandês

• Baseia-se no conhecimento das curvas IDF da precipitação na zona em estudo

• Permite calcular o volume necessário para armazenar o caudal afluente resultante da

precipitação crítica, de período de retorno T, para garantir um caudal constante q,

correspondente à capacidade máxima de vazão da estrutura de drenagem a jusante.

• Método expedido adequado ao pré-dimensionamento da bacia de retenção.

• Dados: A, C da bacia drenada

parâmetros da curva IDF

caudal efluente q (constante) procedimento não conservativo

Dimensionamento hidráulico – ART. 179º

• Objectivo: determinar o volume de armazenamento (volume design) necessário

para que o respectivo caudal efluente seja semelhante ao que ocorreria na bacia

natural (AI = 0 %) (efluent flow similar to the natural catchment).

• T = 10 a 50 anos (usualmente)

Bacias (detention ponds)

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DU - 51

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

Bacias (detention ponds)

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DU - 52

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

Método de PULS

• Baseia-se na resolução numérica da equação da conservação dos volumes ou equação de

continuidade aplicada à bacia de retenção

• Permite resolver as situações mais complexas (ex.: não constância do caudal descarregado)

• Dados: hidrograma de escoamento de entrada ou afluente

lei de descarga do caudal efluente

lei de armazenamento

tQQ

tQQ ididiaia

ihihse22

1,,1,,

,1,

1,1,,,1,, 22 ihidihidiaia QtQQQ

logo

Termos conhecidos Função de h(i+1), a única incógnita

Bacias (detention ponds)

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DU - 53

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

Bacias (detention ponds)

𝒊 =𝒂

(𝑻𝑫 + 𝒃)𝑪

𝑸𝑷 = 𝑪 𝒊 𝑨

Peak discharge rate:

Inflow hydrograph volume:

Precipitation Intensity:

𝑽𝒊 = 𝟔𝟎 𝟎, 𝟓 𝑸𝑷 𝑻𝑫 − 𝒕𝒄 + 𝑻𝑫 + 𝒕𝒄

Outflow hydrograph volume:

Detention storage volume :

𝑽𝒐 = 𝟔𝟎 𝟎, 𝟓 𝑸𝑨 𝑻𝑫 + 𝒕𝒄

𝑽𝒔 = 𝑽𝒊−𝑽𝒐= 𝟔𝟎 𝑸𝑷𝑻𝑫 − 𝟑𝟎𝑸𝑨 𝑻𝑫 + 𝒕𝒄

The rainfall duration TD for maximum retention volume

is determined by differentiating Vs with respect to TD:

𝑻𝑫 𝟏 − 𝒄 + 𝒃

𝑻𝑫 + 𝒃 (𝒄+𝟏)−

𝑸𝑨

𝟐𝑪𝑨= 𝟎

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DU - 54

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

CÂMARAS DRENANTES (infiltration chambers)

Finalidade

• armazenamento e infiltração das águas pluviais;

solução económica e eficaz, adequada a zonas de solo permeável;

Tipos

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DU - 55

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Câm. Drenantes

Capacidade (factores de que depende)

• dimensão da bacia a drenar;

• características pluviométricas da zona em estudo;

• grau de impermeabilização do solo;

• declive médio da bacia drenada;

• condutividade hidráulica dos solos.

Desvantagens

• não se adequa a solos argilosos, siltosos ou areno-siltosos

• risco de contaminação dos aquíferos provocado por mistura das águas residuais

com águas pluviais

• elevados encargos associados à manutenção e exploração (limpeza periódica)

• elevada dificuldade de reabilitação

caudais percolados aumentam com o incremento de carga de água no interior

das câmaras (na ausência de colmatações).

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DU - 56

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Câm. Drenantes

Constituição

• anéis pré-fabricados

• construídas cuidadosamente

percolações pelo fundo

infiltrações pelas juntas, entre anéis

• devem ser visitáveis

localizadas em zonas de

cotas de terreno iguais

ramais de ligação

inclinação mínima de 1/D

(assegurar auto-limpeza)

colocados a cotas que garantam a

mobilização da capacidade total das

câmaras drenantes

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DU - 57

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Câm. Drenantes

Dimensionamento hidráulico

Hipóteses admitidas

• linearidade entre a carga hidráulica no fundo da câmara e o caudal percolado

• aplicação do método racional generalizado para determinação do máximo caudal

(para um dado T)

• constância no caudal afluente a cada câmara durante a precipitação crítica e na

respectiva intensidade de precipitação

• enchimento total da câmara, no caso da ocorrência da precipitação crítica

Expressões de cálculo (ESCRITT, 1947)

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DU - 58

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Câm. Drenantes

Metodologia de cálculo

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DU - 59

BENEFICIAÇÃO DE SISTEMAS UNITÁRIOS

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DU - 60

BENEFICIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE SISTEMAS DE

DRENAGEM UNITÁRIOS (Improve efficiency of combined systems)

FUNCIONAMENTO DOS SISTEMAS DE DRENAGEM UNITÁRIOS E

PROBLEMAS DE QUALIDADE DA ÁGUA

Sistema unitário típico:

Composto por:

colectores unitários

emissários

descarregadores

ETAR

• variação de caudais transportados

(ocorrência de precipitações) dimensionamento hidráulico das ETAR

é complexo

São dimensionadas para um caudal de

3 a 6 x Q médio tempo seco

CSO

(Combined Sewer Overflows)

descarregados directamente nos meios receptores

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DU - 61

BENEFICIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE SISTEMAS DE

DRENAGEM UNITÁRIOS

acréscimo significativo da carga poluente descarregada

para os meios receptores (increase the loads discharged in

the receiving water bodies)

• períodos chuvosos dos caudais e cargas poluentes escoadas

sobrecarga das ETAR

• aumento dos caudais, resultante

da ocorrência de precipitações

Construção de reservatórios ou de bacias de regularização

constitui uma forma de beneficiação dos sistemas, reduzindo os

impactes negativos no meio receptor

(em vez de se ampliarem as estações de tratamento)

efluentes finais bastante poluídos

arrasta e coloca em suspensão substâncias

previamente sedimentadas nos colectores

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DU - 62

BENEFICIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE SISTEMAS DE

DRENAGEM UNITÁRIOS

TENDÊNCIAS ACTUAIS NA CONCEPÇÃO E BENEFICIAÇÃO DOS

SISTEMAS UNITÁRIOS

a) quando o Qafl > Qdim ETAR a bacia de regularização entra em funcionamento,

enchendo gradualmente até atingir a sua capacidade máxima

• Construção de reservatórios ou de bacias de regularização acumulam

água poluída durante a ocorrência das chuvadas e conduzem-na,

posteriormente, para a ETAR:

b) quando a bacia de regularização está cheia o caudal excedente é

descarregado directamente para o meio receptor

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DU - 63

BENEFICIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE SISTEMAS DE

DRENAGEM UNITÁRIOS

EXEMPLOS:

Na Alemanha, foram construídos nos últimos 15 anos, em sistemas unitários, cerca de

10 000 bacias ou reservatórios de retenção e regularização, pretendendo-se, a médio

prazo, construir mais 30 000 a 40 000.

Vários sistemas de drenagem de grandes dimensões, geridos com controlo em tempo

real, encontram-se actualmente em operação:

– em Detroit, Seatle e Ohio, nos Estados Unidos da América

– em Osaka, Tokyo e Okayoma, no Japão

– em Seine-Saint-Denis, Marselha e Nancy, em França

– no sector ocidental de Birmingham, no Reino Unido

– em Amsterdão e Roterdão, na Holanda

– …

c) quando o Qafl < Qdim ETAR (fase descendente do hidrograma de cheia) a

bacia começa a esvaziar, drenando para a ETAR, que funcionará em pleno

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DU - 64

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

desenvolvidos na Alemanha

(resultantes de observações experimentais)

Método da precipitação crítica

• Métodos para dimensionar estruturas de armazenamento e descarregadores de

tempestade:

- método da precipitação crítica

- método simplificado

• KRAUTH

Estudou o sistema de drenagem unitário de Stuttgart-Busnau, na Alemanha

Verificou:

• acumulação de sedimentos durante os períodos “mortos” do dia, sendo

parcialmente arrastados durante os períodos de maior afluência de caudal;

• precipitações com Imédia > 10 l/(s.ha) produzem um efeito de “lavagem” das

substâncias depositadas no interior dos colectores, verificando-se a

ocorrência de efeitos de “first flush”

As hipóteses de base, em termos de ocupação e de regime de

precipitações, foram verificadas para bacias típicas da Alemanha

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DU - 65

Objectivos

• Calcular volume reserva de modo a que, para a ocorrência de precipitações com uma

intensidade média (Imédia) inferior a uma determinada intensidade crítica (Ic), não

ocorram descargas directas para o meio receptor (parte do caudal em excesso é retido

nas estruturas armazenamento).

(No flow disharge for Imédia < Ic )

Critérios de dimensionamento (design criterias)

• Determinar área da bacia hidrográfica servida pelo sistema de drenagem unitário a

montante de cada estrutura tendo em conta que:

– as bacias localizadas a montante e servidas por outras estruturas de armazenamento

e descarga não devem ser incluídas na bacia de drenagem da estrutura

– as bacias localizadas a montante e servidas por estruturas de detenção sem

descarregador de tempestade associado devem ser consideradas para efeitos de

cálculo da área da bacia tributária

– as bacias localizados a montante e servidas por descarregadores de tempestade

sem estrutura de armazenamento associada devem ser consideradas, desde que os

descarregadores tenham sido dimensionados de forma a não entrarem em

funcionamento com a ocorrência de precipitações de I média < I crítica

– nos sistemas de drenagem mistos, a área servida pela rede separativa pluvial não

deve contribuir para a área da bacia de drenagem

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

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DU - 66

Determinação dos volumes de armazenamento necessários

Intensidade de precipitação crítica e caudais de cálculo

• Ic é o principal parâmetro de dimensionamento do sistema (as descargas directas para o

meio receptor apenas ocorrem para precipitações com uma Imédia > Ic)

neccI

• estabelecido para cada região em função de:

– duração das precipitações com intensidade média superior a Ic;

– condição de esvaziamento do volume de armazenamento no início da ocorrência

dessas precipitações (emptyings of the detention pond);

– caudal de estiagem e os objectivos de qualidade do meio receptor;

– concentração de cargas poluentes nas águas residuais domésticas, no

escoamento pluvial e nos efluentes das ETAR.

Estudos efectuados na Alemanha e em algumas regiões de França sugerem que um valor de

15 l/(s.ha) assegura, em média, o tratamento de cerca de 90% da carga poluente anual

usualmente descarregada para o meio receptor, em períodos chuvosos

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

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DU - 67

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

(Exemplo de valores de referência na Alemanha)

Ic = 15 x 120/(tc +120) L/(s.ha) tc ≤120 min

Ic = 7,5 L/(s.ha) tc >120 min

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DU - 68

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

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DU - 69

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

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DU - 70

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

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DU - 71

• Volume específico de armazenamento Vr =

Cálculo dos volumes de armazenamento

volume por unidade de área reduzida da

bacia de drenagem necessário para

armazenar a parcela do escoamento

pluvial crítico a reter)

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

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DU - 72

• Volume total de armazenamento necessário V tredr aA VV

Parâmetro Unidade Valores

t c min 10 15 20 25 30 35 40 50 60 80 100 120 180

a t - 1.25 1.48 1.63 1.74 1.82 1.88 1.93 2.02 2.06 2.12 2.17 2.20 2.25

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

0 30 60 90 120 150 180

tc [min]

at [-

]

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

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DU - 73

Em bacias de drenagem com tempos de concentração reduzidos (< a 15 a 20 minutos),

o principal objectivo das estruturas de armazenamento e descarga é reter os caudais

unitários iniciais, mais poluídos, atendendo ao efeito de first flush.

O volume remanescente dos hidrogramas de cheia é descarregado directamente para

o meio receptor, a montante da estrutura de armazenamento.

Quanto maior for o tempo de concentração, maior é o tempo que o caudal unitário

inicial, proveniente de toda a bacia de drenagem, demora a atingir a estrutura de

armazenamento.

Assim, para deter o caudal unitário inicial proveniente das áreas

hidraulicamente mais afastadas da estrutura de armazenamento e descarga, é

necessário deter igualmente o caudal remanescente proveniente das áreas

mais próximas, resultando em volumes de armazenamento superiores.

À medida que o tempo de concentração aumenta (> 50 a 60 minutos), o efeito

da concentração poluente inicial torna-se pouco relevante (os caudais

provenientes das áreas hidraulicamente mais afastadas misturam-se com os

caudais menos poluídos das sub-bacias mais próximas), pelo que o parâmetro

at deixa de depender do tempo de concentração.

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

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DU - 74

CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO DE BACIAS DE ARMAZENAMENTO COM

DESCARREGADOR DE TEMPESTADE INSTALADO NO COROAMENTO

A fim de garantir condições de tratamento por sedimentação, o caudal afluente às

bacias de armazenamento com descarregador de tempestade instalado no coroamento

deve ser limitado ao caudal unitário critico afluente (Qcrit), através de um

descarregador de tempestade adicional localizado a montante.

Este descarregador adicional pode ser dispensado (ATV-A128, 1992) se o

descarregador no coroamento assegurar a descarga completa dos excedentes, sem

que as condições de tratamento sejam prejudicadas, ou caso se preveja que raras

vezes entre em funcionamento (menos de dez vezes por ano).

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

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DU - 75

CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO DE BACIAS DE ARMAZENAMENTO COM

DESCARREGADOR DE TEMPESTADE INSTALADO NO COROAMENTO

(Algumas Recomendações)

Em bacias rectangulares com descarregador de tempestade instalado no coroamento, ou

nos compartimentos que a constituem, as seguintes relações e condições hidráulicas

devem ser verificadas (ATV-A128, 1992; MINISTÈRE DE L'AGRICULTURE, 1988):

• a largura da bacia deve ser igual ou superior à largura do descarregador;

• comprimento da bacia, medido na direcção preferencial de escoamento, deve ser

igual ou superior ao dobro da largura;

• a altura média da bacia deve ser calculada por forma a garantir um volume de

armazenamento não inferior ao determinado pelo método;

• a carga hidráulica sobre a soleira do descarregador instalado no coroamento deve ser

sempre inferior a 0,10 m/h (para um descarregador de Bazin, a largura mínima do

descarregador será de b (m) = 17,857 ×Qcrit , com Qcrit (m3/s);

• a carga hidráulica na bacia (Hb) não deve exceder 10 m/h e depende da área da

secção horizontal da bacia (Ah) , expressa em m2:

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

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DU - 76

CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO DE BACIAS DE ARMAZENAMENTO COM

DESCARREGADOR DE TEMPESTADE INSTALADO NO COROAMENTO

(Algumas Recomendações)

• a velocidade máxima, na direcção preferencial do escoamento (Av é a área da secção

transversal da bacia, em m2), deve ser inferior a 5 cm/s, ou seja:

• o tempo de retenção hidráulica na bacia (tret) não deve ser inferior aos valores que se

apresentam, sendo de destacar que valores superiores a 20 minutos não trazem

benefícios significativos à qualidade dos excedentes descarregados para o meio receptor:

• o tempo máximo de esvaziamento da bacia (te) não deve ser superior a 15 minutos.

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

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DU - 77

Este método utiliza uma formulação baseada em caudais médios diários anuais e em

concentrações médias anuais da carga poluente, (CQO) e tem em conta a duração e

frequência da ocorrência de descargas e o tipo e concentração de substâncias

poluentes descarregadas (ATV 128, 1992)

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

Método Simplificado

O método simplificado foi desenvolvido na Alemanha, com base num caso de referência

(reference case) adequado às características das bacias de drenagem e ao regime de

precipitação naquele país, apresentando os valores médios anuais seguintes:

• precipitação média anual (hpr) ................................................................ 800 mm

• precipitação média útil anual (hpr,útil)........................................................ 560 mm

• concentração em CQO do escoamento pluvial (cr) ................................. 107 mg/l

• concentração em CQO do efluente das ETAR durante o tempo

chuvoso (cet) ............................................................................................... 70 mg/l

• concentração em CQO do escoamento em tempo seco (cts).................. 600 mg/l

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DU - 78

Critério de dimensionamento:

Em ano médio e em sistemas de drenagem unitários, a carga poluente anual

descarregada para o meio receptor (em termos de CQO) (Chemical Oxygen Demand)

deve ser inferior à carga em CQO anualmente transportada pelas águas pluviais para o

interior da rede de colectores (i.e., admitindo que a eficiência da ETAR não é afectada

pela passagem da onda de cheia)

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

Método Simplificado

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DU - 79

Critério de dimensionamento:

As concentrações poluentes médias anuais, a utilizar na equação de balanço (relativas

às águas pluviais afluentes ao sistema de drenagem, ao efluente da ETAR em tempo

chuvoso e à massa líquida descarregada através dos descarregadores de tempestade)

são avaliadas através do caso de referência.

Os desvios em relação ao caso de referência são considerados no método, pelo

acréscimo (increase) ou redução (reduction) da taxa admissível de descarga de

excedentes, através de uma formulação empírica, baseada em relações experimentais

obtidas também na Alemanha.

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

Método Simplificado

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DU - 80

Critério de dimensionamento:

Os desvios em relação ao caso de referência são considerados da seguinte forma:

• valores de precipitação média anual superiores/inferiores à situação de referência

(800 mm) conduzem ao agravamento/redução da carga poluente descarregada para o

meio receptor, pelo que o método considera um acréscimo/redução do volume de

armazenamento;

• valores de concentração em CQO do escoamento de tempo seco inferiores ao valor

mínimo teórico utilizado pelo método (600 mg/l) não reduzem o volume de

armazenamento considerado necessário, embora valores de concentração superiores

conduzam a um aumento do volume de armazenamento requerido;

• desvios em relação ao valor de referência relativo à concentração média em CQO do

efluente das ETAR não têm influência na determinação do volume de armazenamento

necessário.

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

Método Simplificado

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DU - 81

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

Método Simplificado

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DU - 82

TAXA ADMISSÍVEL DE DESCARGA DE EXCEDENTES

Definindo por taxa admissível de descarga de excedentes (eo) o quociente entre o

volume médio anual de descargas directas para o meio receptor e o volume médio

anual das águas pluviais afluentes ao sistema de drenagem, obtém-se:

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

Método Simplificado

A taxa admissível de descarga de excedentes é um parâmetro teórico que depende da

concentração média teórica em CQO das descargas de excedentes estabelecida para

a situação de referência (cco).

• concentração em CQO do escoamento pluvial (cr)

• concentração em CQO do efluente das ETAR durante o tempo chuvoso (cet).....70 mg/L

. concentração em CQO do escoamento pluvial (co)………………………………..107 mg/L

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DU - 83

TAXA ADMISSÍVEL DE DESCARGA DE EXCEDENTES

Para os valores de referência (concentração em CQO do escoamento pluvial de 107 mg/l;

concentração em CQO do efluente das ETAR durante o tempo chuvoso de 70mg/l) obtém-

se a expressão seguinte (%) que deve ser aplicada apenas se os meios receptores

apresentarem elevada capacidade de diluição (para valores de diluição inferiores a

100 o método não é aplicável) :

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

Método Simplificado

Em ATV-A128 (1992), propõe-se que a expressão anterior seja válida em meios

receptores que verifiquem a seguinte expressão de diluição:

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DU - 84

TAXA ADMISSÍVEL DE DESCARGA DE EXCEDENTES

Para meios receptores em que o caudal de estiagem seja significativamente superior a

cem vezes o caudal de ponta horário das águas residuais, a taxa admissível de descarga

de excedentes pode ser aumentada em 20 % (ATV-A128, 1992):

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

Método Simplificado

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DU - 85

CONCENTRAÇÃO MÉDIA TEÓRICA EM CQO DAS DESCARGAS DE EXCEDENTES

Tendo em conta a composição da massa líquida descarregada, o valor de cco pode ser

determinado através da seguinte equação de ponderação de cargas:

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

Método Simplificado

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DU - 86

O valor de Qro tem presente as características locais da bacia e do sistema de drenagem

e pode ser determinado, durante as descargas de excedentes, através da expressão

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

Método Simplificado

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DU - 87

Os factores que influenciam a concentração de substâncias poluentes nos caudais

unitários são considerados através do parâmetro fictício cd.

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

Método Simplificado

O volume de armazenamento necessário aumenta com o valor deste parâmetro cd.

Para o caso de referência, os parâmetros da expressão assumem os seguintes valores:

ap=1; ah=0 e aa=0. Os desvios de cada caso particular, em relação às condições de

referência, são considerados através dos parâmetros ap, ah e aa.

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DU - 88

O parâmetro ap, que incluí o caudal médio de infiltração em tempo seco, depende da

concentração média anual em CQO do caudal em tempo seco (cts), expressa em mg/l:

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

Método Simplificado

O parâmetro ah varia com o valor da precipitação média anual, expressa em mm (hpr),

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DU - 89

A deposição de sedimentos no interior da rede de colectores depende do declive dos

colectores, dos caudais escoados e da área da bacia de drenagem.

Para a determinação do parâmetro aa, o método recorre aos ábacos:

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

Método Simplificado

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DU - 90

CÁLCULO E DISTRIBUIÇÃO DOS VOLUMES DE ARMAZENAMENTO

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

Método Simplificado

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DU - 91

O volumes de armazenamento em falta devem ser distribuídos pelas diversas

estruturas de armazenamento e descarga, a construir.

Estes volumes são estimados com base na seguinte expressão:

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

Método Simplificado

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DU - 92

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

Método Simplificado

Os volumes de armazenamento a considerar em cada sub-bacia de drenagem incluem os

Volumes:

- de armazenamento nas ETAR;

- em colectores de armazenamento com descarregador; e

- em trechos de colectores localizados imediatamente a montante de bacias de

armazenamento e descarga, situados a cotas inferiores ao nível de descarga das bacias.

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DU - 93

A contribuição dos volumes de armazenamento nos colectores deve ser reduzida de

acordo com a seguinte expressão:

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

Método Simplificado

Os volumes de armazenamento de estruturas de detenção não associadas a um

descarregador de tempestade não devem ser considerados para aplicação do método.

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DU - 94

A aplicação do método simplificado está limitada às situações em que, ao nível da

concepção global do sistema de drenagem, se verifique o seguinte:

a) o caudal específico pluvial que se admite passar para a ETAR (qr24) e para jusante

das estruturas de armazenamento e descarga (qr) seja inferior a 2 l/(s.ha);

b) o caudal específico pluvial que se admite passar para jusante das estruturas de

armazenamento e descarga (qr) não exceda “1,2” vezes o caudal especifico pluvial

que se admite passar para a ETAR, ou para jusante de uma eventual estrutura de

armazenamento e descarga localizada a jusante;

c) o número de estruturas de armazenamento e descarga associadas em série não

exceda 5, a fim de assegurar que a acumulação de erros ao longo do processo de

cálculo não seja demasiado elevada;

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

Método Simplificado

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DU - 95

d) os caudais que se admitem passar para jusante de descarregadores de tempestade

não sejam inferiores aos obtidos de acordo com o método;

e) o número de descarregadores de tempestade instalados a montante de cada estrutura

de armazenamento e descarga seja, no máximo, de 5;

f) se na bacia de drenagem estiverem instaladas bacias de detenção não associadas a

um descarregador de tempestade, o caudal pluvial específico que se admite passar

para jusante de cada uma destas estruturas não deve ser inferior a 5 l/(s.ha); os

respectivos volumes de armazenamento não devem contribuir para assegurar as

necessidades de armazenamento determinadas de acordo com o método.

Na determinação dos volumes de armazenamento pelo método simplificado, os volumes

específicos de armazenamento (Vs) não podem exceder 40 m3, por hectare de área

impermeável.

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

Método Simplificado