bases da epistemologia contemporânea

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denise coutinho instituto de psicologia programa de pós-graduação em artes cênicas universidade federal da bahia [email protected] BASES DA EPISTEMOLOGIA CONTEMPORÂNEA: Badiou, Deleuze, Foucault

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epistemologia contemporânea, badiou, deleuze, foucault, denise coutinho, CONES.

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Page 1: Bases da epistemologia contemporânea

denise coutinho

instituto de psicologia

programa de pós-graduação em artes

cênicas

universidade federal da bahia

[email protected]

BASES DA EPISTEMOLOGIA CONTEMPORÂNEA:

Badiou, Deleuze, Foucault

Page 2: Bases da epistemologia contemporânea

ALAIN BADIOU (1935)

Page 3: Bases da epistemologia contemporânea

questão epistemológica:

pode-se fazer da invenção de

modelos a atividade da ciência?

o conhecimento científico pode ser

apresentado como conhecimento

por modelos?

Page 4: Bases da epistemologia contemporânea

noções: unidades do discurso

ideológico

categorias: do discurso filosófico

conceitos: do discurso científico

CATEGORIAdenota objetos

“inexistentes”,

onde se combinam o

trabalho do

CONCEITO e a

repetição de

NOÇÕES.

MODELO:

CATEGORIA filosófica

NOÇÃO descritiva da atividade

científica

CONCEITO da lógica matemática

Page 5: Bases da epistemologia contemporânea

LÉVI-STRAUSS: MODELOS são

construídos „segundo‟ a realidade

empírica “de tal maneira que seu

funcionamento possa dar conta

[descrever e explicar] de todos os fatos

observados”.

oposição institucional:

etnógrafo do campo

(Empírico)

X

etnógrafo da cidade (Teórico)

PO

SI

TI

VIS

MOoposição especulativa:

Natureza - opacidade contínua do que

acontece

X

Cultura- bricolagem das diferenças

enumeráveis

Page 6: Bases da epistemologia contemporânea

TextoTexto

DELEUZE (1925-1995)

Page 7: Bases da epistemologia contemporânea

A filosofia é a arte de formar,

de inventar, de fabricar

conceitos.

[Há] outros modos

de ideação que

não têm de passar

por conceitos,

como o

pensamento

científico.”

Para falar a verdade, as

ciências, as artes, as filosofias

são igualmente criadoras,

mesmo se compete apenas à

filosofia criar conceitos no

sentido estrito.

O filósofo é o amigo

do conceito, ele é

conceito em

potência.

Definição da filosofia:

conhecimento por puros

conceitos.Criar conceitos

sempre novos é

o objeto da

filosofia.

Page 8: Bases da epistemologia contemporânea

Um conceito tem sempre a

verdade que lhe advém em

função das condições de sua

criação.

O conceito não se refere ao

vivido, mas consiste em erigir um

acontecimento que sobrevoe todo

o vivido. Cada conceito corta o

acontecimento, o recorta a sua

maneira.

“O conceito pertence à filosofia e só a ela

pertence.”

a filosofia tira

conceitos, (≠ idéias

abstratas ou gerais)

enquanto a ciência tira

prospectos

(proposições≠juízos) e a

arte tira perceptos e

afetos (≠percepções e

sentimentos).

Page 9: Bases da epistemologia contemporânea

MICHEL FOUCAULT

(1925-1995)

Page 10: Bases da epistemologia contemporânea

“Nesse limiar [da modernidade],

aparece pela primeira vez esta

estranha figura do saber que se

chama homem e que abriu um

espaço próprio às ciências

humanas”.

Períodos da história caracterizados pela existência

de certo número de condições de verdade que

enquadram o que é possível e aceitável, como no

discurso científico.

Page 11: Bases da epistemologia contemporânea

Las meninas

[Velásquez]:

representação

da

representação

clássica.

Page 12: Bases da epistemologia contemporânea

Até o fim do séc. XVI, a

semelhança desempenhou um

papel construtor no saber da cultura

ocidental.

Similitude, através de quatro

figuras: conveniência;

emulação; analogia;

simpatia/antipatia.

Através dese jogo, o mundo permanece

idêntico. O mesmo persiste trancafiado

sobre si.

E, no entanto, o sistema não é fechado.

“A Epistémê do século XVI”

Page 13: Bases da epistemologia contemporânea

Terminam os jogos antigos da

semelhança e dos signos.

Seu ser inteiro é só

linguagem.

Dom Quixote desenha o negativo do mundo

do Renascimento; a escrita cessou de ser a

prosa do mundo.

O séc. XVII marca o desaparecimento das

velhas crenças supersticiosas ou mágicas e

a entrada, enfim, da natureza na ordem

científica.

Subsistituição da analogia pela análise.

Page 14: Bases da epistemologia contemporânea

epistémê moderna:

Triedro dos saberes

Ciências matemáticas e físicas

Ciências empíricas(da linguagem, da vida e da produção de

riquezas)

Reflexão filosóficaO retraimento da máthêsis, e não o

avanço, permitiu ao homem constituir-se

como objeto do saber.

O recurso às matemáticas sempre foi a

maneira mais simples de emprestar ao

saber positivo sobre o homem um estilo,

uma forma, uma justificação científica.

Page 15: Bases da epistemologia contemporânea

Séc. XIX: as ciências humanas

Toma por objeto o homem no que ele tem de

empírico.

Ser humano como objeto da ciência.

Objeto das ciências humanas:

esse ser que, no interior da

linguagem pela qual está

cercado, se representa, ao

falar, o sentido das palavras ou

das proposições que enuncia e

se dá, finalmente, a

representação da própria

linguagem.

Page 16: Bases da epistemologia contemporânea

Psicanálise e etnologia ocupam um lugar

privilegiado

Perpétuo princípio de

inquietude, questionamentos,

crítica e contestação dquilo que

pôde parecer adquirido.

É por isso que nada é mais

estranho à psicanálise que

alguma coisa como a teoria

geral do homem ou uma

antropologia.

Page 17: Bases da epistemologia contemporânea

Psicanálise e etnologia não são

ciências humanas, mas percorrem o

domínio inteiro destas.

Em relação às ciências humanas, a

psicanálise e a etnologia são antes

“contra-ciências”, o que não quer

dizer que sejam menos „racionais‟ ou

„objetivas‟ que as outras, mas elas se

assumem no contrafluxo,

reconduzem-nas a seu suporte

epistemológico e não cessam de

desfazer esse homem que, nas

ciências humanas, faz e refaz sua

positividade.

A psicanálise e a etnologia dissolvem o “homem”

Page 18: Bases da epistemologia contemporânea

BADIOU, Alain. Sobre o conceito de modelo: introdução a uma

epistemologia materialista das matemáticas. Trad. Fernando Bello

Pinheiro. 2. ed. Lisboa: Editorial Estampa, 1972.

BADIOU, Alain. El concepto de modelo: introdución a una

epistemología materialista de las matemáticas. Trad. Vera

Waksman. (nueva edición aumentada con prefacio inédito). Buenos

Aires: La bestia equilátera, 2009.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. O que é a filosofia. Trad.

Bento Prado Jr. e Alberto Alonso Muñoz. Rio de Janeiro: Ed. 34,

1992.

FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas: uma arqueologia

das ciências humanas. Trad. Salma Tannus Muchail. 9. ed. São

Paulo: Martins Fontes, 2007.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS