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Barroco Literatura Prof. Henrique

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Page 1: Barroco Literatura Prof. Henrique. Barroco Contexto Histórico: Renascimento XIV – XV- XVI Desenvolvimento do comércio, das cidades e da burguesia Fim

Barroco

Literatura Prof. Henrique

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Barroco Contexto Histórico: Renascimento XIV – XV- XVI

Desenvolvimento do comércio, das cidades e da burguesia

Fim do feudalismo, início do capitalismo

Valorização da cultura clássica: Racionalismo Experimentação: Ciência Humanismo : pensamento

greco-latino Crítica aos dogmas da Igreja

Estudos de anatomia feitos porLeonardo da Vinci

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Barroco

Lutero e suas95 teses

Contexto Histórico: Renascimento XIV –

XV- XVI Crítica aos dogmas da

Igreja Reformas Religiosas

XVI Lutero : Alemanha Calvino : Suíça Henrique VIII :

Inglaterra Igreja Católica : perda

de poder

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Barroco Contexto Histórico: Reforma Católica ou Contra-

Reforma Concílio de Trento: Reafirmação da autoridade

papal Tribunal do Santo Ofício Inquisição : perseguição Index : censura Index : índice de livros proibidos

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Barroco Características 1.Conflito / Dilema / Dúvida

Razão X Fé Obediência X Experimentação Renascimento X Idade Média Antropocentrismo X Teocentrismo

2.Fusionismo Tentativa de unir elementos contrários Paradoxo : tensão

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Barroco 1.Conflito /

Dilema / Dúvida

2.Fusionismo Tentativa de

unir elementos contrários

Paradoxo : tensão

Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria. Porém se acaba o Sol, por que nascia? Se formosa a Luz é, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza, Na formosura não se dê constância, E na alegria sinta-se tristeza.

Começa o mundo enfim pela ignorância, E tem qualquer dos bens por natureza A firmeza somente na inconstância.

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Barroco Características 3.Pessimismo

Morte : salvação : culpa 4.Carpe Diem

Fugacidade do tempo 5.Feísmo

Culto ao Feio / Trágico / Exagero 6.Lúdico

Jogo de palavras e imagens

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Barroco Características 7.exagero

Arquitetura: excesso de ornamentação Literatura: excesso de palavras Adjetivação intensa Hipérbole : exagero

"Eu chorei rios de lágrimas." "Você me faz morrer de rir" "Estou morrendo de fome!"

8.drama Visão trágica da existência

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Barroco Características Cultismo :

Excesso formal: palavras, imagens, frases exageradas na construção, dificuldade de entendimento

Mais a maneira de representar do que o representado Circunlóquio: “volteios” em torno do mesmo

conceito, com muitas palavras, mas sem falar diretamente no próprio

Perífrases : substituição de uma ideia por outra, mais ou menos óbvia, sendo que no Barroco, era comum a ideia mais obscura possível Exemplo de perífrase: Olavo Bilac, “a última flor do Lácio”,

Parnasianismo, século XIX

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Barroco Características Cultismo :

Perífrases : substituição de uma ideia por outra, mais ou menos óbvia, sendo que no Barroco, era comum a ideia mais obscura possível Encontre uma perífrase no trecho do soneto abaixo

Rosa da formosura, Anarda bela igualmente se ostenta como a rosa; Anarda mais que as flores é formosa, mais formosa que as flores brilha aquela. A rosa com espinhos se desvela, arma-se Anarda espinhos de impiedosa; na fronte Anarda tem púrpura airosa, a rosa é dos jardins purpúrea estrela

(...) Manuel Botelho de Oliveira

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Barroco Características Conceptismo:

Jogo de ideias, formulação de pensamentos complexos, brincadeira com conceitos sofisticados ou mesmo simples, mas tornados assim pela apresentação do poeta ao leitor

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Barroco

O todo sem a parte não é todo,A parte com o todo não é parte;Mas se a parte o faz todo sem a parte,Não se diga que é parte sendo todo.

Em todo Sacramento esta Deus todo,E todo assiste inteiro em qualquer parte,E feito em partes todo, cada parte,Em qualquer parte sempre fica todo.

O braço de Jesus não seja parte,Pois que feito Jesus em partes todo,O todo fica estando em sua parte.

Não se sabendo parte deste todo,Um braço que lhe acharam, sendo parte,Nos disse as partes todas deste todo.

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Barroco

Igreja de São Francisco, Salvador BA

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Barroco

Êxtase de Santa Teresa, Bernini, 1625

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Barroco

Andrea Pozzo, apoteoso de Santo Inácio

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Barroco

Caravaggio, a ceia em Emaús

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Barroco Padre Antônio Vieira Sermões Temas :

Portugal no contexto europeu Brasil :

Escravidão do negro Escravidão do índio Guerra contra a Holanda

Ato de pregar um sermão

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Barroco Sermão do XIV do Rosário

Escravidão africana Sermão da Sexagésima

Como fazer um sermão Crítica aos dominicanos e ao cultismo

Sermão de Santo Antônio aos Peixes Crítica aos colonos sobre escravidão indígena

Sermão do Bom Sucesso das Armas de Portugal contra as da Holanda

Desafia a Deus próprio, pela vitória dos católicos contra os protestantes

Sermão do Bom Ladrão Distingue os grandes ladrões dos pequenos

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Barroco

Não só são ladrões, diz o Santo, os que cortam bolsas, ou espreitam os que se vão banhar para

lhes colher a roupa: os ladrões que mais própria e dignamente merecem esse título são aqueles a

quem os reis encomendam os exércitos, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais, já com manha, já com força,

roubam e despojam os povos. (...) os outros, se furtam, são enforcados; estes furtam e enforcam.

Sermão do Bom Ladrão, Lisboa, 1655

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Barroco

Há de tomar o pregador uma só matéria, há de defini-la para que se conheça, há de dividi-la para

que se distinga, há de prová-la com a Escritura, há de declará-la com a razão, há de confirmá-la

com o exemplo há de amplificá-la com as causas, com os efeitos, com as circunstâncias, com as

conveniências que se hão de seguir; com os inconvenientes que se devem evitar; há de

responder as dúvidas, há de satisfazer às dificuldades, a de impugnar e refutar com toda a força da eloquência os argumentos contrários, e

depois disso há de colher, há de apertar, há de concluir, há de persuadir, há de acabar...

Sermão da Sexagésima, Lisboa, 1655

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Barroco

S. Bom Sucesso das Armas de Portugal contra as da Holanda,Salvador, Bahia, 1640

Finjamos, pois (o que até fingido e imaginado faz horror), finjamos que vêm a Bahia e o resto do Brasil a mãos dos holandeses; que é que há de

suceder em tal caso? Entrarão por esta cidade com fúria de vencedores e de hereges; não perdoarão o

estado, o sexo, nem a idade (...) Chorarão as mulheres, vendo que se não guarda decoro à sua modéstia, chorarão os velhos, vendo que se não guarda respeito a suas cãs; chorarão os nobres,

vendo que se não guarda cortesia à sau qualidade; chorarão os religiosos e veneráveis sacerdotes,

vendo que até as coroas sagradas os não defendem; chorarão finalmente todos, e entre todos

mais lastimosamente os inocentes porque nem a esses perdoará (como em outras ocasiões não

perdoou) a desumanidade herética. Sei eu, Senhor, que só por amor dos inocentes dissestes vós,

alguma hora, que não era bem castigar Nínive. Mas não sei que tempos, nem que desgraça é esta

nossa, que até a mesma inocência vos não abranda. Pois também a vós, Senhor, vos há de alcançar

parte do castigo (...)

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Barroco

S. XIV do Rosário, Salvador, Bahia

Em um engenho sois imitadores de Cristo Crucificado: porque padeceis em um modo muito semelhante ao que o mesmo Senhor padeceu na cruz, e em toda sua paixão.(...) Cristo despido, e vós despidos; Cristo sem comer e vós famintos;

Cristo em tudo maltratado, e vós maltratados em tudo.(...) Não há trabalhos mais doces que os das vossas oficinas, mas toda essa doçura para quem

é? Sois como as abelhas, de quem disse o poeta: " Sic vos non vobis mellificatis apes“

(Virgílio: "assim vós, mas não para vós, fabricais o mel, abelhas")

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Barroco

Semeadores do Evangelho, eis aqui o que devemos pretender nos nossos sermões, não que os homens

saiam contentes de nós, senão que saiam muito descontentes de si; não que lhes pareçam bem os

nossos conceitos, mas que lhes pareçam mal os seus costumes, as suas vidas, os seus

passatempos, as suas ambições, e enfim, todos os seus pecados.

A qual sermão pertence o trecho acima?

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Barroco

Semeadores do Evangelho, eis aqui o que devemos pretender nos nossos sermões, não

que os homens saiam contentes de nós, senão que saiam muito descontentes de si; não que lhes

pareçam bem os nossos conceitos, mas que lhes pareçam mal os seus costumes, as suas vidas, os

seus passatempos, as suas ambições, e enfim, todos os seus pecados.

A qual sermão pertence o trecho acima?

Sermão da Sexagésima:

O tema do sermão é o próprio ato de construir um sermão, trata-sede um texto metalinguístico.

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Barroco Gregório de Matos Biografia Salvador - BA Burocracia portuguesa da colônia Elite Dificuldade de estabelecer obra “boca do inferno” : crítica

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Barroco Gregório de Matos Obra: Satírica: crítica a sociedade da época Sacra: oposição entre pecado e perdão

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Barroco Gregório de Matos: poesia sacra Pecado X Perdão Passagem do tempo

Carpe Diem Insignificância do Homem perante Deus /

Destino Pedido de perdão : arrependimento

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Barroco A Jesus Cristo, Nosso Senhor, estando o poeta para morrer

Pequei, Senhor, mas não porque hei pecadoDa vossa alta clemência me despido;Porque quanto mais tenho delinqüido,Vos tenho a perdoar mais empenhado

Se basta a voz irar tanto pecado,A abrandar-vos sobeja um só gemido;Que a mesma culpa, que vos há ofendido,Vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma ovelha perdida e já cobradaGlória tal e prazer tão repentinovos deu, como afirmais na sacra história,

Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,Cobrai-a; e não queirais, pastor divino,perder na vossa ovelha a vossa glória.

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Barroco

Qual a temática desse poema ? Pecado : arrependimento

Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado(…)

Porque quanto mais tenho delinqüido,Vos tenho a perdoar mais empenhado(…)Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,Cobrai-a; e não queirais, pastor divino,perder na vossa ovelha a vossa glória

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Barroco

Discreta e formosíssima Maria,Enquanto estamos vendo a qualquer hora,Em tuas faces a rosada AuroraEm teus olhos, e boca, o Sol e o dia;

Enquanto, com gentil descortesia,O ar, que fresco Adonis te enamora,Te espalha a rica trança voadoraDa madeixa que mais primor te envia:

Goza, goza da flor da mocidade,Que o tempo trota, e a toda a ligeirezaE imprime a cada flor uma pisada.

Oh, não aguardes que a madura idadeTe converta essa flor, essa beleza,Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.

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Barroco

Qual a temática desse poema ?Carpe diem: passagem do tempoFlor : imagem típica da beleza que passa

Goza, goza da flor da mocidade,Que o tempo trota, e a toda a ligeirezaE imprime a cada flor uma pisada.

Oh, não aguardes que a madura idadeTe converta essa flor, essa beleza,Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.

Page 32: Barroco Literatura Prof. Henrique. Barroco Contexto Histórico: Renascimento XIV – XV- XVI Desenvolvimento do comércio, das cidades e da burguesia Fim

BarrocoA vós correndo vou, braços sagrados,Nessa cruz sacrossanta descobertosQue, para receber-me, estais abertos,E, por não castigar-me, estais cravados. A vós, divinos olhos, eclipsadosDe tanto sangue e lágrimas abertos,Pois, para perdoar-me, estais despertos,E, por não condenar-me, estais fechados. A vós, pregados pés, por não deixar-me,A vós, sangue vertido, para ungir-me,A vós, cabeça baixa, p'ra chamar-me  A vós, lado patente, quero unir-me,A vós, cravos preciosos, quero atar-me,Para ficar unido, atado e firme.

Page 33: Barroco Literatura Prof. Henrique. Barroco Contexto Histórico: Renascimento XIV – XV- XVI Desenvolvimento do comércio, das cidades e da burguesia Fim

Barroco Gregório de Matos : sátira Interpretação comumente aceita:

Poeta : crítico “nativista” da sociedade baiana Elogio da miscigenação racial Postura revolucionária

Interpretação nova: Manutenção das hierarquias sociais Crítico da miscigenação racial Postura reacionária

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Barroco

Pariu a seu tempo um cucoum monstro (digo) inumano,que no bico era tucanoe no sangue mameluco

critica ao governador Câmara Coutinho, que tinha um grande nariz e é designado como corno (=cuco), além de ser visto como descendente de índios.

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Barroco

Prezas-te de galã, bonito e pucro,e os fedores da boca é um sepulcroa cães mortos te fede a dentadura,e se há puta, que te aturatais alentos de boca, ou de traseiro,é porque tu as incensas com dinheiro.O hábito levantas no passeio,e cuidas, que está nisso o galanteio,mostras a perna mui lavada, e enxuta,sendo manha de putaerguer a saia por mostrar as pernas,com que és hermafrodita nas cavernas.

crítica aos padres, como sodomitas e até homossexuais.

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Barroco

...porque é mulato:ter sangue de carrapatoter estoraque de Congocheira-lhe a roupa a mondongoé cifra de perfeição:milagres do Brasil são.

Estoraque: tipo de perfumeMondongo: “português”, no sentidopejorativo, também pode ser monstro,pessoa muito feia.

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Barroco

Esse vaso encharcado, qual Danúbiodá a crer, que és puta inda antes do dilúviotão velha puta és, que ser podiasEva das putas, mãe das putarias,e por puta antiqüissima puderasdar idade às idades, e era às eras,e havendo feito putarias artas,inda hoje dás a crer, que te não fartas.

críticas às putas, e a uma certa chamada Andresona

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Barroco

Dormi co diabo à destrae fazei-lhe rebolado,porque o mestrte do pecadotambém quer a puta mestra:

tema do diabo associado sempre a sexualização:Origem medieval

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Barroco

A cada canto um grande conselheiro,Que nos quer governar cabana e vinha;Não sabem governar sua cozinha,E podem governar o mundo inteiro. Em cada porta um bem freqüente olheiro,Que a vida do vizinho e da vizinhaPesquisa, escuta, espreita e esquadrinha,Para o levar à praça e ao terreiro. Muitos mulatos desavergonhados,Trazidos sob os pés os homens nobres,Posta nas palmas toda a picardia, Estupendas usuras nos mercados,Todos os que não furtam muito pobres:E eis aqui a cidade da Bahia.

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Barroco

Que falta nesta cidade?................VerdadeQue mais por sua desonra?...........HonraFalta mais que se lhe ponha..........Vergonha. O demo a viver se exponha,Por mais que a fama a exalta,numa cidade, onde faltaVerdade, Honra, Vergonha. Quem a pôs neste socrócio?..........NegócioQuem causa tal perdição?.............AmbiçãoE o maior desta loucura?...............Usura. Notável desventurade um povo néscio, e sandeu,que não sabe, que o perdeuNegócio, Ambição, Usura.

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Barroco

Quais são os seus doces objetos?....PretosTem outros bens mais maciços?.....MestiçosQuais destes lhe são mais gratos?...Mulatos. Dou ao demo os insensatos,dou ao demo a gente asnal,que estima por cabedalPretos, Mestiços, Mulatos.(...)E que justiça a resguarda?.............BastardaÉ grátis distribuída?......................VendidaQue tem, que a todos assusta?.......Injusta. Valha-nos Deus, o que custa,o que El-Rei nos dá de graça,que anda a justiça na praçaBastarda, Vendida, Injusta. 

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Barroco

(...)E nos frades há manqueiras?.........FreirasEm que ocupam os serões?............SermõesNão se ocupam em disputas?.........Putas. Com palavras dissolutasme concluís na verdade,que as lidas todas de um Fradesão Freiras, Sermões, e Putas.  O açúcar já se acabou?..................BaixouE o dinheiro se extinguiu?.............SubiuLogo já convalesceu?.....................Morreu. À Bahia aconteceuo que a um doente acontece,cai na cama, o mal lhe cresce,Baixou, Subiu, e Morreu.