barroco (incompleto)

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Barroco A arte da indisciplina

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  • 1. A arte da indisciplina

2. Linha do Tempo Era Clssica Classicismo (sc. XVI)Barroco (sc. XVII) Arcadismo (sc. XVIII) 3. Antecedente: Classicismo Arte do Renascimento; Profundas transformaes sociais, econmicas, culturais e religiosas; Substituio da f medieval pela razo, e do Cristianismo pela mitologia greco-romana; Antropocentrismo; 4. A arte barroca e o contexto Ano de 1517: A reforma divide a Igreja entre catlicos e protestantes; 1540: fundada a Companhia de Jesus, ordem religiosa que envia missionrios a vrios continentes; 1563; A Igreja d incio ao movimento da Contrarreforma, tentando impedir a expanso protestante; 5. Escola Arte da Indisciplina; Arte da Contrarreforma; Pretendia educar e moralizar os fiis; Capaz de seduzir, convencer e converter; Retoma o prestgio da Igreja Catlica; Na Europa era empregada como uma arte catequtica; 6. Barroco x Classicismo Antnio Francisco Lisboa (Aleijadinho)Michelngelo 7. O termo barroco Origem da palavra barroco tem causado muitas discusses. Dentre as vrias posies, a mais aceita a de que a palavra se teria originado do vocbulo espanhol barrueco, vindo do portugus arcaico e usado pelos joalheiros desde o sculo XVI, para designar um tipo de prola irregular e de formao defeituosa, alis, at hoje conhecida por essa mesma denominao. Assim, como termo tcnico, estabeleceria, desde seu incio, uma comparao fundamental para a arte: em oposio disciplina das obras do Renascimento, caracterizaria as produes de uma poca na qual os trabalhos artsticos mais diversos se apresentariam de maneira livre e at mesmo sob formas anrquicas, de grande imperfeio e mau gosto. (Suzy Mello, Barroco. So Paulo, Brasiliense, 1983. p.7-8) 8. Recursos de Linguagem Anttese; O prazer com a pena se embaraa; Porm quando um com outro mais porfia, O gosto corre, a dor apenas passa.Vocabulrio Pena: Sofrimento, aflio. Porfiar: Competir, rivalizar.Gregrio de Matos 9. Recursos de Linguagem Paradoxo; Andar em firme corao nascido; Pranto por belos olhos derramadas; Incndio em mares de gua disfarado; Rio de neve em fogo convertido. Gregrio de Matos 10. Recursos de Linguagem Utilizao frequente de frases interrogativas; Porm, se acaba o Sol, por que nascia? Se to formosa a Luz, por que no dura? Como a beleza assim se transfigura?Gregrio de Matos 11. Recursos de Linguagem Cultismo; Se choras por ser duro, isso ser brando Ser choras por ser brando, isso ser duro.Gregrio de Matos 12. Recursos de Linguagem Conceptismo Para um homem se ver a si mesmo so necessrias trs coisas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e cego, no se pode ver por falta de olhos; se tem espelhos e olhos, e de noite, no se pode ver por falta de luz. Logo, h mister luz, h mister espelhos e h mister olhos. Pe. Antnio VieiraMister: necessidade de, preciso. 13. Recursos de Linguagem Alm destes, encontra-se: Metfora; Hiprbole; Hiprbato; Anfora; Metomnia; Prosopopia; 14. Carpe Diem: aproveita o tempo! Em latim, colhe o dia, aproveita dia. Esto vendo todos estes alunos das fotos, que aparecem fortes, eternos? Esto mortos. Carpe Diem...Cena de Sociedade dos Poetas Mortos 15. Temas frequentes na literatura barroca Fugacidade da vida e das coisas; A morte, expresso mxima de efemeridade das coisas; Concepo do tempo como agente da morte e da dissoluo das coisas; Arrependimento; Erotismo; O sobrenatural; O misticismo; Apelo a religio; Seduo do mundo; 16. Principais Autores Portugal (1580-1756) Sermes, cartas, prosa religiosa e moralista: Pe. Antnio Viera; Manuel Bernardes; Francisco Manuel de Melo; Poesia: Francisco Manuel de Melo; Teatro: Antnio Jos da Silva;Brasil (1601-1768) Bento Teixeira Pinto (Inaugura o Movimento) Gregrio de Matos Guerra; Manuel Botelho de Oliveira Pe. Antnio Viera 17. Pe. Antnio Viera (1608-1697) Principal expresso do Barroco em Portugal. Sua obra pertence tanto literatura portuguesa quanto brasileira. 18. Sermes So bastante conhecidos os seguintes sermes: Sermo da Sexagsima; Sermo pelo o bom-sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda; Sermo de Santo Antnio; 19. Sermo aos Peixes Sermo de Santo Antnio aos Peixes. A primeira coisa que me desedifica, peixes, de vs, que vos comeis uns aos outros. Grande escndalo este, mas circunstncia o faz ainda maior. No s vos comeis uns aos outros, seno que os grandes comem os pequenos. Se fora pelo contrrio, era menos mal. Se os pequenos comeram os grandes, bastara um grande para muitos pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, no bastam cem pequenos, nem mil, para um s grande. Olhai como estranha isto Santo Agostinho:[...] Os homens, com suas ms e perversas cobias, vm a ser como os peixes que se comem uns aos outros. To alheia coisa , no s da razo, mas da mesma natureza, que sendo todos criados no mesmo elemento, todos cidados da mesma ptria e todos finalmente irmos, vivais de vos comer. (VIEIRA, Padre Antnio. Sermes Escolhidos. So Paulo: Editora Martin Claret LTDA. p. 58 - 61) 20. Gregrio de Matos Guerra(1633?-1696) Maior poeta barroco brasileiro; Um dos fundadores da poesia lrica e satrica; 21. A Lrica Cultivou trs vertentes da poesia lrica: A Religiosa; A Amorosa; A filosfica; 22. Sonetos D. ngela de Sousa Paredes Lrica AmorosaNo vira em minha formosura, Ouvia falar dela todo dia, E ouvida me incitava, e me movia A querer ver to bela arquitetura: Ontem a vi por minha desventura Na cara, no bom ar, na galhardia De uma mulher, que em Anjo se mentia; De um Sol, que se trajava em criatura: Matem-me, disse eu, vendo abrasar-me, Se esta a cousa no , que encarecer-me Sabia o mundo, e tanto exagerar-me: Olhos meus, disse ento por defender-me, Se a beleza heis de ver para matar-me, Antes olhos cegueis, do que eu perde-me. In: Antnio Candido e J.A Castello, op. cit, p.61. 23. A stira Crtica: A usura da Igreja; A riqueza inescrupulosa das autoridades governamentais do Brasil Colonial; Explorao da Metrpole portuguesa; A alienao dos mestios brasileiros; 24. Que falta nessa cidade? Que falta nesta cidade? ........................ Verdade Que mais por sua desonra?.................... Honra Falta mais que se lhe ponha?................. Vergonha. O demo a viver se exponha, por mais que a fama exalta, numa cidade onde falta Verdade, Honra e Vergonha. 25. Sal, cal e alho Sal, cal, e alho caiam no teu maldito caralho. Amm. O fogo de Sodoma e de Gomorra em cinza te reduzem essa porra. Amm. Tudo em fogo arda, Tu, e teus filhos, e o Capito da Guarda. 26. A arte barroca Composio assimtrica, em diagonal - que se revela num estilo grandioso, monumental, retorcido, substituindo a unidade geomtrica e o equilbrio da arte renascentista. Acentuado contraste de claro-escuro (expresso dos sentimentos) - era um recurso que visava a intensificar a sensao de profundidade. Realista, abrangendo todas as camadas sociais. Escolha de cenas no seu momento de maior intensidade dramtica. 27. Vocao de So Mateus Caravaggio 28. Martrio de So Mateus Caravaggio 29. Teto da Igreja de So Francisco de Assis Ouro Prto Minas GeraisManuel Costa Atade 30. Antnio Francisco Lisboa (Aleijadinho) Vista geral do grupo de profetas esculpido por Antnio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730?1814). Baslica do Bom Jesus de Matosinho, em Congonhas do Campo (MG) 31. A Msica Barroca Antnio VivaldiJohhan Sebatian Bach George Friedrich Haendel 32. Fruta Boa Milton Nascimento e Fernando Brant maduro o nosso amor, no moderno Fruto de alegria e dor, cu e inferno To vivido o nosso amor, convivncia De felicidade e pacincia to bom... O nosso amor comum diverso Divertido mesmo at, paraso Para quem conhece bem Os caminhos Do amor seu vai e vem Quem conhece Saboroso o amor, fruta boa Corao o quintal da pessoa gostoso o nosso amor Renovado o nosso amor Saboroso o amor madurado de carinho pequeno o nosso amor, to dirio imenso o nosso amor, no eterno brinquedo o nosso amor, mistrio Coisa sria mais feliz dessa vida Vida Saboroso o amor, fruta boa Corao o quintal da pessoa gostoso o nosso amor Renovado o nosso amor Saboroso o amor madurado de carinho pequeno o nosso amor, to dirio imenso o nosso amor, no eterno brinquedo o nosso amor, mistrio Coisa sria mais feliz dessa vida Vida 33. Quanto ao contedoEm resumo: Conflito entre viso antropocntrica e teocntrica Oposio entre o mundo material e o mundo espiritual; viso trgica da vida Conflito entre f e razo Cristianismo Morbidez Idealizao amorosa; sensualismo e sentimento de culpa cristo Conscincia da efemeridade do tempo Gosto por raciocnios complexos, intricados, desenvolvidos em parbolas e narrativas bblicas Carpie DiemQuanto forma Gosto pelo soneto Emprego da medida nova (poesia) Gosto pelas inverses e por construes complexas e raras; emprego frequente de figuras de linguagem como anttese, o paradoxo, a metfora, a metonmia, etc.