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Anais do 12º Encontro Científico Cultural Interinstitucional - 2014 1 ISSN 1980-7406 BARREIRAS QUE AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DE ELETRÔNICOS E INFORMÁTICA ENFRENTAM PARA IMPORTAR GARCIA, Jéssica Teles 1 SILVEIRA, Tânia 2 RESUMO Este artigo tem como objetivo identificar as barreiras que dificultam as importações nas micro e pequenas empresas brasileiras do setor de eletrônicos e informática. Para isto, analisa a importância da importação e os procedimentos burocráticos para importar. O estudo em questão utilizou-se unicamente do modelo de pesquisa bibliográfica, mais especificamente a pesquisa teórica. Como resultado, observa-se uma percepção melhor sobre as micro e pequenas empresas e sua importância para o país, bem como a burocracia e dificuldades que as mesmas enfrentam para importar. Através da análise dos fatores que dificultam a importação nas micro e pequenas empresas, foi possível concluir que uma solução para essas empresas seria, por exemplo, a criação de programas por parte do governo que facilitassem tal procedimento para as empresas em questão. PALAVRAS-CHAVE: Importação, Micro e Pequenas Empresas, Barreiras. BARRIERS THAT THE MICRO AND SMALL ENTERPRISES OF ELECTRONIC AND COMPUTER FACE TO IMPORT ABSTRACT This article aims to identify the barriers that hinder imports in Brazilian micro and small companies in the electronics and computer industry. For this, it analyzes the importance of import and bureaucratic procedures to import. The current study, we used only the literature search model, more specifically theoretica. l research. As a result, there is a better perception of micro and small businesses and their importance to the country as well as the bureaucracy and difficulties that they face in mind. Through the analysis of the factors that hinder imports in micro and small enterprises, it was concluded that a solution for these companies would, for example, the creation of programs by the government to facilitate such a procedure for the companies concerned. KEY WORDS: Import, Micro and Small Enterprises, Barriers. 1. INTRODUÇÃO A economia é essencialmente internacional. A globalização acontece cada vez mais e com mais intensidade, portanto, a adaptação a essa internacionalização faz-se necessária para a manutenção dos negócios que se baseiam na abertura para o mercado internacional, dessa forma podemos comprar e vender para qualquer parte do mundo. Portanto, as empresas que querem continuar atuando, devem se preocupar com os concorrentes estrangeiros também, e não mais, apenas com concorrentes nacionais. Dessa forma, para que as empresas possam se tornar competitivas mundialmente, torna-se viável que a organização entre no comércio exterior, importando produtos acabados ou até mesmo matérias primas e insumo, para que dessa forma possa também tornar-se um exportador. Dentro deste contexto, este artigo tem como objetivo, analisar quais sãos as barreiras e os procedimentos burocráticos que as micro e pequenas empresas brasileiras do setor de eletrônicos e informática enfrentam para importar e desse modo apresentar possíveis soluções. Para tanto, este artigo está estruturado em cinco seções, incluindo esta breve introdução. Na seção dois aborda-se a importância das micro e pequenas empresas; importação e suas vantagens, bem como a burocracia e as barreiras que as empresas em questão enfrentam para importar. Na terceira seção, aborda-se os métodos utilizados para a referente pesquisa, sendo ela unicamente bibliográfica. Na seção quatro apresenta-se os resultados e suas discussões. Na quinta seção apresentam-se as principais conclusões obtidas através deste estudo. 1 2. REFERÊNCIAL TEÓRICO 2.1 MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (MPE’s) E SUA IMPORTÂNCIA De acordo com o Sebrae (2014) a microempresa é aquela que tem a receita bruta igual ou inferior a R$360.000,00. Já a pequena empresa, é aquela que tem sua receita superior a R$360.000,00 e igual ou inferior a R$3.600.000,00. 1 Acadêmica Faculdade Assis Gurgacz. E-mail: [email protected] 2 Docente orientador Faculdade Assis Gurgacz. E-mail: [email protected]

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Anais do 12º Encontro Científico Cultural Interinstitucional - 2014 1

ISSN 1980-7406

BARREIRAS QUE AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DE ELETRÔNICOS E INFORMÁTICA

ENFRENTAM PARA IMPORTAR

GARCIA, Jéssica Teles1

SILVEIRA, Tânia2

RESUMO Este artigo tem como objetivo identificar as barreiras que dificultam as importações nas micro e pequenas empresas brasileiras do setor de eletrônicos e informática. Para isto, analisa a importância da importação e os procedimentos burocráticos para importar. O estudo em questão utilizou-se unicamente do modelo de pesquisa bibliográfica, mais especificamente a pesquisa teórica. Como resultado, observa-se uma percepção melhor sobre as micro e pequenas empresas e sua importância para o país, bem como a burocracia e dificuldades que as mesmas enfrentam para importar. Através da análise dos fatores que dificultam a importação nas micro e pequenas empresas, foi possível concluir que uma solução para essas empresas seria,

por exemplo, a criação de programas por parte do governo que facilitassem tal procedimento para as empresas em questão.

PALAVRAS-CHAVE: Importação, Micro e Pequenas Empresas, Barreiras.

BARRIERS THAT THE MICRO AND SMALL ENTERPRISES OF ELECTRONIC AND COMPUTER FACE

TO IMPORT

ABSTRACT This article aims to identify the barriers that hinder imports in Brazilian micro and small companies in the electronics and computer industry. For this, it analyzes the importance of import and bureaucratic procedures to import. The current study, we used only the literature search model, more specifically theoretica. l research. As a result, there is a better perception of micro and small businesses and their importance to the country as well as the bureaucracy and difficulties that they face in mind. Through the analysis of the factors that hinder imports in micro and small enterprises, it was concluded that a solution for these companies would, for example, the creation of programs by the government to facilitate such a procedure for the companies concerned.

KEY WORDS: Import, Micro and Small Enterprises, Barriers.

1. INTRODUÇÃO

A economia é essencialmente internacional. A globalização acontece cada vez mais e com mais intensidade,

portanto, a adaptação a essa internacionalização faz-se necessária para a manutenção dos negócios que se baseiam na

abertura para o mercado internacional, dessa forma podemos comprar e vender para qualquer parte do mundo. Portanto,

as empresas que querem continuar atuando, devem se preocupar com os concorrentes estrangeiros também, e não mais,

apenas com concorrentes nacionais.

Dessa forma, para que as empresas possam se tornar competitivas mundialmente, torna-se viável que a

organização entre no comércio exterior, importando produtos acabados ou até mesmo matérias primas e insumo, para

que dessa forma possa também tornar-se um exportador.

Dentro deste contexto, este artigo tem como objetivo, analisar quais sãos as barreiras e os procedimentos

burocráticos que as micro e pequenas empresas brasileiras do setor de eletrônicos e informática enfrentam para importar

e desse modo apresentar possíveis soluções.

Para tanto, este artigo está estruturado em cinco seções, incluindo esta breve introdução. Na seção dois aborda-se

a importância das micro e pequenas empresas; importação e suas vantagens, bem como a burocracia e as barreiras que

as empresas em questão enfrentam para importar. Na terceira seção, aborda-se os métodos utilizados para a referente

pesquisa, sendo ela unicamente bibliográfica. Na seção quatro apresenta-se os resultados e suas discussões. Na quinta

seção apresentam-se as principais conclusões obtidas através deste estudo.1

2. REFERÊNCIAL TEÓRICO

2.1 MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (MPE’s) E SUA IMPORTÂNCIA

De acordo com o Sebrae (2014) a microempresa é aquela que tem a receita bruta igual ou inferior a

R$360.000,00. Já a pequena empresa, é aquela que tem sua receita superior a R$360.000,00 e igual ou inferior a

R$3.600.000,00.

1 Acadêmica – Faculdade Assis Gurgacz. E-mail: [email protected] 2 Docente orientador – Faculdade Assis Gurgacz. E-mail: [email protected]

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2 Anais do 12º Encontro Científico Cultural Interinstitucional – 2014

ISSN 1980-7406

São as empresas de grande porte, que muitas vezes recebem incentivos do governo e geralmente estas empresas

já estão estabilizadas financeiramente. Portanto, incentivar os micro e pequenos empreendedores faz-se necessário para o crescimento do país, pois há a geração de emprego e renda. Várias pesquisas têm demonstrado, que as micro e

pequenas são as maiores geradoras de empregos do país. De acordo com o Sebrae SP (2014) as micro e pequenas

empresas, no mês de janeiro de 2014, registraram um saldo líquido de 47,7 mil novos empregos contra 19,3 mil das

grandes e médias empresas, fomentando desse modo a economia do país. Segundo o Sebrae (2014), o IBGE em 1985

calculou em 21% a participação dos pequenos negócios no PIB (Produto Interno Bruto). Após esse cálculo, não se tinha

uma estimativa mais recente, então o Sebrae solicitou a Fundação Getúlio Vargas, que avaliasse a evolução desse índice

utilizando a mesma metodologia utilizada anteriormente. Constatou-se então, que o PIB no ano de 2011 havia subido

para 27%. De acordo com Asai e Almeida (2013, p. 3): Atualmente as pequenas empresas têm exercido um papel importante nas economias modernas, trazendo muitos benefícios, como o desenvolvimento de áreas periféricas e de populações locais, atendimento de necessidade de consumo, geração de talentos empresariais, geração de empregos, entre outros.

No entanto, apesar de as micro e pequenas empresas proporcionarem vantagens para o país, e também de serem

importantes para o processo produtivo de algumas empresas de grande porte, “as pequenas empresas têm um índice de

mortalidade relativamente alto, com uma média de cinco anos no Brasil.” (ASAI e ALMEIDA, 2013, p. 3). De acordo

com Pinheiro (2013, p. 4) com o “levantamento do Sebrae, feito entre 2000 e 2002, mostra que metade das micro e

pequenas empresas fecha as portas com menos de dois anos de existência.” Existem vários fatores, tanto internos como

externos, que contribuem para que as novas empresas não consigam se manter no mercado por muito tempo. De acordo

com Pinheiro (1996, apud ASAI e ALMEIDA, 2013, p. 3):

Vários fatores contribuem para o sucesso de uma empresa principalmente as pequenas devido à sua baixa capacidade de investimento. São fatores como cultura organizacional, postura estratégica, nível tecnológico, tática competitiva, inovação. E também fatores externos, como condições do mercado, a economia, normas reguladoras, políticas governamentais entre outras.

De acordo com Porter (1996, apud ASAI e ALMEIDA, 2013, p. 4), existem alguns fatores que intervêm na

estratégia de uma empresa, como concorrentes, fornecedores, produtos substitutos, novos entrantes e consumidores.

Devido à globalização, todos esses pontos ficaram mais acentuados e a partir da mesma o mercado passou a ver todos

esses pontos mundialmente. Pode-se vender um produto na Europa, os concorrentes podem ser chineses, novos

entrantes podem ser americanos, produtos substitutos podem ser argentinos. Segundo Sombra et al (2012, p. 9):

A globalização qualifica-se como um fenômeno de grande importância para o comércio exterior, por assim corresponder a um fenômeno que acarreta vantagens e facilidades no âmbito da comunicação e da diminuição de fronteiras entre os países que comercializam.

Portanto, uma das estratégias que as micro e pequenas empresas podem adotar para que se tornem mais

competitivas e mudem o cenário de mortalidade das mesmas, é usufruir dessa globalização, importando matérias-

primas, insumos e até mesmo produtos acabados. Dessa maneira seria possível obter vantagens competitivas mais

eficientes, como liderança em custos e diferenciação em seus produtos e/ou serviços.

2.2 IMPORTAÇÃO

A importação é o ingresso seguido de internalização de mercadoria estrangeira no território aduaneiro. Em

termos legais, a mercadoria só é considerada importada após sua internalização no país, por meio da etapa de

desembaraço aduaneiro e do recolhimento dos tributos exigidos em lei (PORTAL BRASILEIRO DE COMÉRCIO

EXTERIOR, 2013).

Para Bortoto et al. (2004, p. 237) “a prática do comércio internacional é essencial para todos os países, sejam

eles desenvolvidos ou não, pois tal prática contribui com as atividades de circulação de capitais e com o

desenvolvimento econômico”. É devido a essa contribuição que a importação torna-se importante para as empresas, seja

ela de pequeno, médio ou grande porte. De acordo com o Parácomex (2013):

A importação possibilita a uma empresa ou a um governo uma maior possibilidade de opções de escolha o que influi na qualidade de vida para a sociedade e a oferta de preços mais competitivos na economia. Além disso, a importação de máquinas possibilita o aumento da competitividade e atualização tecnológica, aumento da produtividade e maior dinâmica na inovação de produtos que influenciarão no desenvolvimento econômico-social de uma região.

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ISSN 1980-7406

Segundo Bortoto et al. (2004) atualmente é muito difícil que um país possa se desenvolver sozinho, no que se diz

respeito ao aspecto socioeconômico. Seja por diferença de estágio de desenvolvimento tecnológico ou até mesmo por

limitação de alguns recursos como, solo e clima, um país não consegue gerar tudo o que é necessário para a população

que reside no mesmo, ou seja, não consegue ser autossuficiente. De acordo com Bortoto et al (2004, p.237): A importação pode suprir falhas na estrutura econômica, colaborando na complementação dos produtos disponíveis a população de um país, ou de bens de capital necessários às empresas, cumprindo também o papel de

modernização da economia por estimular a competição e permitir a comparação de processos e produtos.

As empresas que realizam a importação conseguem trocar conhecimento e tecnologia, aprimorar processos,

aumentar o poder de barganha na negociação de preços, realizar um networking empresarial, com possibilidades futuras

também de exportação. A importação contribui para o aumento da competitividade de uma indústria e de um comércio

(PARÁCOMEX, 2013).

2.2.1. Vantagens da Importação

Pode-se observar que a importação é de grande valia para uma nação, pois proporciona muitas vantagens para o

país e também para as suas respectivas empresas. Algumas dessas vantagens são:

a) Aumento de vendas

Os empresários buscam estratégias para aumentar o número de vendas. Isso pode se tornar possível através da

importação, pois, “artigos importados podem melhorar o mix de produtos de suas linhas, aumentando suas vendas e

destacando-se diante de sua concorrência.” (ONE, 2004, apud SOMBRA et al., 2012, p. 17).

Segundo Sombra et al. (2012) quando uma empresa importa, ela alavanca seu mix de produtos, ou seja, tem uma

maior variedade de produtos em seu portfólio, o que consequentemente ira acarretar em um crescimento nas vendas da

empresa, devido que com esse acréscimo no mix, a referente empresa destaca-se frente a concorrência, atingindo de

uma forma mais fácil o público alvo.

b) Criação de novos negócios e geração de novos empregos

A importação pode auxiliar na melhoria do PIB (Produto Interno Bruto), tendo em vista que quando uma

empresa se insere no mercado exterior, a mesma terá uma expansão significativa, o que fará com que a organização

necessite de um quadro de funcionários maior, dessa forma então, gera novos empregos ou até mesmo cria novos

negócios, e consequentemente fomenta a economia do país.

De acordo com o Sebrae (2005, apud SOMBRA et al., 2012, p.18) “com a importação, houve a criação de novos

negócios, a abertura de novas empresas, o estabelecimento de representantes ou distribuidores de empresas estrangeiras

(...)” Segundo Sombra et al. (2012) com a importação as empresas se expandem, pois aperfeiçoam seus produtos, o que

pode fazer com que futuramente tal empresa exporte tais. Com isso a empresa terá a possibilidade de ampliar seus

negócios e suas sedes. Tal expansão contribui para a geração de empregos.

c) Maior competitividade no mercado nacional

De acordo com Sombra et al. (2012, p.19) “com o lançamento de diversos produtos, a competitividade entre as

empresas aumentou, fazendo com que as empresas renovassem suas tecnologias para poder competir no mercado

nacional.” Uma maneira que se tem para que as tecnologias sejam renovadas, é importar produtos tecnológicos. Dessa

forma se tem a inovação e o aperfeiçoamento de produtos que já se tem no Brasil, porém, que estejam precisando de

inovação para competir num mercado com tantos concorrentes (SOMBRA et al., 2012).

Portanto, com a importação a organização se torna mais competitiva, pois através dela é possível adquirir

produtos com menores custos, com mais qualidade e produtos diferenciados, tudo isso gera um valor agregado à

empresa, o que faz com que ela ganha uma fatia maior de mercado e se torne mais competitiva.

2.3 BUROCRACIA NA IMPORTAÇÃO E BARREIRAS PARA IMPORTAÇÃO

A importação pode não ser tão complicada como alguns micros e pequenos empresários brasileiros pensam que

é, contudo, na contra partida, se tem uma burocracia extensa e várias barreiras para realizar tal procedimento. De acordo

com a gerente da Unidade de Acesso a Mercados do SEBRAE no estado de Mato Grosso, Marta Torezam, a política

governamental brasileira é muito voltada para as exportações. As micro e pequenas empresas também precisam

importar matéria-prima, equipamentos e até produtos acabados, mas encontram dificuldades, o que não acontece com as

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4 Anais do 12º Encontro Científico Cultural Interinstitucional – 2014

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empresas de grande porte. Para Torezam, não existe países apenas exportadores, por isso é necessário que se discuta

facilidades para as MPE’s importarem, pois os acordos comerciais exigem que os países vendam e também comprem

produtos os serviços uns dos outros (BRITO, 2010).

2.3.1. Burocracia e Barreiras

O despacho aduaneiro das mercadorias importadas que chegam no Brasil pode ser considerado o principal

processo burocrático de toda a cadeia de burocracias existentes nos tramites da importação, o que consequentemente

trava barreiras para que as micro e pequenas empresas consigam importar. Segundo José Augusto de Castro, presidente

da Associação Brasileira de Comércio Exterior (AEB) "o fato de não sermos ágeis na liberação de importações restringe

o potencial de aumento dos investimentos produtivos" (MARIN, 2013).

Para compreender melhor essa complexidade, é necessário entender o significado do Custo Brasil. De acordo

com o Brasil Comex (2007) o Custo Brasil é uma expressão genérica, utilizada para caracterizar o conjunto de

dificuldades estruturais, burocráticas, ideológicas e econômicas “que encarecem e, muitas vezes, barram investimentos

no Brasil, dificultando o desenvolvimento nacional, aumentam o desemprego, o trabalho informal, a sonegação de

impostos e até mesmo a evasão de divisas.”

De acordo com a Receita Federal (2014), “o despacho aduaneiro de mercadorias na importação é o procedimento

mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo importador em relação as mercadorias importadas,

aos documentos apresentados e à legislação especifica, com vistas ao seu desembaraço aduaneiro.” Ainda segundo a

Receita, o despacho de importação é processado por meio de Declaração de Importação (DI), registrada no Sistema

Integrado de Comércio Exterior (Siscomex). No entanto, em alguns casos, o importador pode escolher pelo Despacho

Simplificado de Importação (DSI), que pode se dar por meio do Siscomex ou por formulários, conforme o caso.

A seguir, para que se possa analisar o quanto o procedimento de despacho aduaneiro é burocrático, observa-se as etapas

inerentes ao processo de DI e de DSI, de acordo com a Receita Federal (2014), através da Figura 01 e Figura 02.

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Anais do 12º Encontro Científico Cultural Interinstitucional - 2014 5

ISSN 1980-7406

Figura 01 - Despacho de Importação (DI)

Importador/Órgãos

Anuentes

Transportador/Operador

Portuário/Depositário

Depositário*

Importador

Sistema

AFRFB/ATRFB

Supervisor

AFRFB

AFRFB

Depositário*

*Obs.: Em fronteira sem depositário RFB

Fonte: Receita Federal, 2014.

Licenciamento (quando exigível)

Controle Informatizado da Carga – Siscomex Carga/Mantra

Disponibilidade da Carga

Registro da DI

Parametrização

Verde Amarelo Vermelho Cinza

Análise Fiscal

(Bloqueia/Libera)

Recepção de Documentos

Distribuição

Conferência Aduaneira

Desembaraço Aduaneiro

Entrega de Mercadoria

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6 Anais do 12º Encontro Científico Cultural Interinstitucional – 2014

ISSN 1980-7406

Figura 02 - Despacho Simplificado de Importação (DSI)

Importador/Órgãos

Anuentes

Transportador/Operador

Portuário/Depositário

Depositário*

Importador

Importador/Órgãos

Anuentes

Sistema

Supervisor

AFRFB

Sistema/AFRFB

Depositário*

*Obs.: Em fronteira sem depositário RFB

Fonte: Receita Federal (2014).

As Figuras 01 e 02 demostram as etapas do despacho aduaneiro. É possível perceber o quanto o procedimento

em questão é burocrático, pois não tem padronização entre as etapas. De acordo com Batista (2014, apud AGENCIA

T1, 2014), diretor executivo da Confederação Nacional do Transporte (CNT), “precisamos de padronização de

procedimentos e concentração de burocracia em um único agente público que se encarregaria de todo o trâmite entre os

diferentes órgãos.”.

Em muitos casos, o governo utiliza do protecionismo para favorecer as atividades econômicas internas do país,

“geralmente, o governo intervém com o objetivo de favorecer o produtor nacional frente aos concorrentes estrangeiros.

Esse processo é denominado proteção (...)” (CARVALHO e SILVA, 2003, p.55). De acordo com estes autores, “nas

Licenciamento (quando exigível)

Controle Informatizado da Carga – Siscomex Carga/Mantra

Disponibilidade da Carga

Registro da DSI

Entrega de Documentos

Seleção para Conferência

Sem Conferência Com Conferência

Distribuição

Conferência Aduaneira

Registro da Conferência Aduaneira ou Desembaraço

Entrega de Mercadoria

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Anais do 12º Encontro Científico Cultural Interinstitucional - 2014 7

ISSN 1980-7406

relações comerciais contemporâneas, o livre comércio é mais exceção do que regra, tanto nos países menos

desenvolvidos como nas economias industrializadas.”

Portanto, com essa proteção, há a geração de mais barreiras e burocracias para que se torne possível à

importação. Essas burocracias que regem o procedimento da importação são chamadas de política comercial

protecionista. De acordo com Carvalho e Silva (2003, p. 55) “a proteção pode-se dar por meio de diversos instrumentos

de intervenção pública sobre o comércio exterior, em seu conjunto denominado política comercial.”.

Para Maia (2003) são consideradas barreiras ao Comércio Internacional:

a) Subsídios: auxílios diretos ou indiretos do governo para o setor produtivo (CARVALHO e SILVA, 2003). Para Maia

(2003, p. 176) “é comum os governos subsidiarem a produção de algumas mercadorias com a finalidade de elas se

tornarem competitivas, em preços, com as produzidas no exterior.” Para o autor os subsídios podem trazer outras

alterações que mais prejudicam do que ajudam. A produção nacional não apresenta uma melhora, pois está protegida e

assim fica em defasagem.

b) Tarifas Alfandegárias (barreiras alfandegárias): De acordo com Carbaugh (2004, p. 121) “uma tarifa é simplesmente

um imposto de importação incidente sobre um produto quando esse produto cruza fronteiras nacionais.” De acordo com

Maia (2003), quando a um crescimento na população do país e tal crescimento exige a criação de novos empregos, o

governo estimula a criação de novas indústrias, mas que muitas vezes não são competitivas. Então, para que tais possam

se tornar competitivas é necessário criar barreiras alfandegárias. Se essas barreiras impostas forem implantadas de modo

a seguir um programa com tarifas decrescentes, as indústrias nacionais serão obrigadas a se ajustarem para serem

competitivas perante o mercado externo. Porém se tais barreiras forem permanentes, as indústrias irão continuar

produzindo produtos caros e ruins.

c) Taxas Múltiplas de Câmbio: refere-se ao valor da moeda estrangeira. Para Maia (2003, p. 180) “é comum, em

determinados momentos, o governo intervir no mercado de câmbio, fixando uma paridade para a moeda nacional fora

da realidade.” Por isso, para o autor, o governo cria duas ou mais taxas de câmbio para controlar a importação. As

mercadorias consideradas fundamentais são beneficiadas com taxas favorecidas e as não fundamentais com taxas

elevadas. O autor nos cita um exemplo, suponhamos que US$1,00 deveria valer R$10,00. Porém o governo o fixa em

R$7,00, porque teme o aumento de preços dos produtos importados e, consequentemente, um aumento na inflação.

Como a moeda nacional estará muito valorizada, tudo o que vir do exterior estará muito barato.

d) Licenças de Importação e Exportação: Segundo o Banco do Brasil (2014) a Licença de Importação (LI) é um

documento eletrônico realizado através do Siscomex. Ainda segundo o Banco do Brasil (2014), ele é “utilizado para

licenciar as importações de produtos cuja natureza ou tipo de operação está sujeita a controles de órgãos

governamentais.”. De acordo com Maia (2003, p. 181) “quando um país enfrenta escassez de divisas, pode controlar a

importação e a exportação, mediante a emissão de licenças.” Segundo o autor, no caso das importações, o governo elege

um órgão que estuda suas necessidades e autoriza a importação dos artigos essenciais, de acordo com as

disponibilidades cambiais.

e) Quotas de Importação: Segundo Carbaugh (2004, p. 163) “é uma restrição física sobre a quantidade de mercadorias

que podem ser importadas durante um período especifico [...]”. Para Maia (2003, p. 182) “as quotas de importação são

barreiras não alfandegárias que afetam bastante as exportações dos países em desenvolvimento.” De acordo com o

autor, tal sistema, faz com que o país importador crie um controle. O que geralmente é realizado através da emissão de

licença de importação. Segundo Maia (2003), alguns economistas acreditam que o sistema de quotas possui mais

vantagens do que o sistema de barreiras alfandegárias. Tendo em vista, que o primeiro possui uma limitação precisa da

quantidade ou do valor dos produtos importados. Ao contrário do segundo que limita sem estipular de forma precisa a

quantidade ou o valor que será importado. Outra vantagem, ainda segundo o autor, é que a quota não faz com que o

custo da mercadoria importada seja elevado. Na visão de Maia (2003, p. 183) “o sistema de quotas serve para suprir o

mercado da quantidade de mercadoria que a produção interna está impossibilitada de atender para o consumo nacional.”

Desse modo, o referente autor nos mostra que a população se beneficia de duas formas: não irão faltar bens de consumo

e será evitado que a falta de mercadoria faça com que o produto nacional aumente.

De acordo com Roque (2010) ainda a outras barreiras que impossibilitam ou dificultam que as empresas

brasileiras entrem no comércio exterior, como a distância geográfica. Para Roque (2010, p. 21):

Quando falamos em comércio internacional nos referimos aos negócios que estão além das fronteiras do país, ou seja, negócios de longos trajetos. Geralmente, esse processo logístico é realizado por mais de um meio de transporte e tecnologia de transporte específico, dividido em diferentes modalidades.

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8 Anais do 12º Encontro Científico Cultural Interinstitucional – 2014

ISSN 1980-7406

Outra dificuldade que as empresas brasileiras encontram no comércio exterior é a distância cultural, que “talvez

seja a maior distância enfrentada pelos profissionais e organizações que atuam no comércio internacional.” (ROQUE,

2010, p. 22). Para o autor, as empresas devem possuir um valor cultural agregado ao seu produto, pois, quando se entra

no comércio exterior, a organização lida com pessoas de culturas, religiões e crenças opostas das suas, portanto, deve-se

adaptar-se à cultura daquele país que se está negociando, da mesma forma que se faz importante, fazer com que os

empresários e a organização do outro país consigam se adaptar a cultura local.

A distância temporal também é considerada uma barreira, de acordo com (ROQUE, 2010, p. 24):

Também conhecido como “lead time” a distância temporal, assim como a distância geográfica, depende muito da logística do trajeto e dos meios de transporte envolvidos que serão usados para a entrega da mercadoria ao seu destino final. Essa distância vai do primeiro contato com o cliente até a entrega do produto.

Outro fator que é considerado uma barreira, é o idioma. O português não é uma língua mundial, o idioma

universal para os negócios é o inglês. Onde as empresas devem ficar atentas, para não haver nenhum erro de

comunicação na negociação e no contrato. Um gestor que predomine a língua inglesa é indispensável. Para Lunardi

(2003, p.29), “Como o português não é idioma comercial, geralmente utilizamos o inglês que, a propósito, é o idioma

universal para o mundo dos negócios internacionais”.

Smith (2010) cita ainda como barreiras à importação, barreiras tarifárias e não tarifárias, como: Complexa e

altamente tarifada cadeia de impostos; Constantes alterações nas alíquotas e forma de cálculo; Antecipação Tributária,

Imposto Substituto; Valoração aduaneira; Anti-dumping; Licenças de importação não automáticas, prévias ou

posteriores ao embarque; Cotas de importação; Registro junto a órgãos anuentes como a ANVISA (Agência Nacional

de Vigilância Sanitária), o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento); Habilitação de importação

(RADAR) junto à SRF (Secretária da Receita Federal).

De acordo com Musto (2011) para o Diretor de Operações do Grupo Eismann no Brasil, Antonio Guedes, os

impostos elevados e as taxas portuárias são vistos como os principais entraves para que os produtos entrem no País, e

por conta destas medidas, os produtos chegam a custar quatro vezes mais do que quando saem da Europa. Além disso,

há os custos logísticos, que no Brasil são muito altos devido à falta de infraestrutura adequada ao crescimento que o país

está tendo.

Existem também as barreiras não alfandegárias, que são consideradas novas barreiras ao comércio internacional:

a) Barreiras Técnicas: são barreiras comerciais derivadas da utilização de normas ou regulamentos técnicos não-

transparentes ou não-embasados em normas internacionalmente aceitas, avaliação da conformidade não-transparente,

inspeções (INMETRO, 2014).

b) Barreiras Ecológicas: Segundo Seixas (1993, apud MAIA, 2003) os países colocam exigências ecológicas frente às

importações, alegando estarem protegendo à natureza, no entanto, é apenas uma camuflagem para outras barreiras que

podem até mesmo serem de origem políticas.

c) Barreiras Sanitárias: De acordo com Maia (2003), no ano de 2002, o Canadá proibiu que fosse importada carne

brasileira. Eles afirmavam que o rebanho brasileiro estava infectado com a doença da vaca louca. Porém o Brasil

conseguiu provar que não era a verdade. Referem-se a barreiras que inspecionam a sanidade animal.

d) Barreiras contra Drogas: refere-se ao combate às drogas. De acordo com O Estado de S. Paulo (1999, apud MAIA,

2003) com o intuito de ajudar a Colômbia no combate as drogas, o café brasileiro é beneficiado com alíquota zero,

enquanto na União Europeia (UE) é taxado em 10%. Porém essa discriminação não se justifica, tendo em vista que o

Brasil também tem a necessidade no que se diz respeito ao combate do narcotráfico.

e) Dumping Social: Para Maia (2003, p. 187) “dumping é a venda de um produto no mercado externo a preços inferiores

ao praticado no mercado nacional.” Porque, a mão de obra pode estar recebendo menor renda, ocasionando queda nos

preços do produto final exportado.

f) Etiqueta Social: De acordo com Maia (2003), é um selo colocado nos produtos originários dos países, que respeitem

algumas normas trabalhistas, como: liberdade de organização sindical; direito do trabalhador negociar coletivamente

seu contrato de trabalho; proibição do trabalho forçado; proibição do trabalho infantil; e inexistência de discriminação

relativa a sexo, religião, cor e convicção política.

g) Barreiras Desleais contra a Concorrência: Maia (2003, p. 188) “destaca que os produtores nacionais precisam ser

protegidos contra a concorrência desleal.” Como exemplo o autor cita o dumping, em que o país exportador vende os

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produtos a preços baixos, ás vezes até mesmo abaixo do custo, com o propósito de destruir a produção da nação

importadora.

3. METODOLOGIA

3.1 TIPO DE ESTUDO

Cada tipo de pesquisa possui procedimentos em comum, porém, cada uma possui suas características, que as

distinguem umas das outras. Contudo, qualquer tipo de pesquisa, irá exigir uma pesquisa bibliográfica prévia (CERVO

e BERVIAN, 1996).

De acordo com Oliveira (2002, p. 119) “a pesquisa bibliográfica tem por finalidade conhecer as diferentes

formas de contribuição cientifica que se realizaram sobre determinado assunto o fenômeno.”.

Na opinião de Severino (2007, p. 122) “a pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza a partir do registro

disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses etc.”

Dessa forma, o estudo em questão baseou-se em pesquisa bibliográfica, tendo em vista que tal foi realizada a

partir de documentos já publicados, artigos e sites do governo.

Contudo, há mais de um tipo de pesquisa bibliográfica que pode ser feita. Dessa forma, o método que se utilizou

foi à pesquisa teórica, que de acordo com Demo (2000) é uma pesquisa voltada para reformular opiniões, conceitos,

ideias, ideologias e polemicas.

3.2 ABORDAGEM UTILIZADA

Para Oliveira (2002, p. 115) “a abordagem quantitativa e qualitativa são dois métodos diferentes pela sua

sistemática, e, principalmente, pela forma de abordagem do problema que está sendo objeto de estudo [...]”.

Na opinião de Oliveira (2002) o método quantitativo é diferente do que o qualitativo no aspecto de que a

primeira emprega dados estatísticos, já a segunda não pretende “numerar ou medir unidades ou categorias

homogêneas.” (OLIVEIRA, 2002, p. 116).

Neste sentindo, o estudo em questão utilizou-se da abordagem qualitativa, tendo em vista que não se elencou

dados estatístico, devido que não foi aplicado nenhum questionário.

3.3 COLETA DE DADOS

Os dados coletados são exclusivamente secundários, devido que a pesquisa em questão foi realizada de forma

única e exclusivamente bibliográfica, sem pesquisa de campo ou aplicação de questionários.

Para que os dados fossem coletados, estudou-se através de livros e artigos já publicados e através de sites do

governo.

4. ANÁLISES E DISCUSSÕES

De acordo com a pesquisa efetuada, uma das primeiras decisões a serem tomadas pelo gestor da empresa que

pretende importar é a contratação de uma pessoa que seja devidamente qualificada no mercado de trabalho com as suas

atividades voltadas apenas para a importação (Comércio Exterior), que possua inglês fluente, e seja capacitado em

termos de graduação para o desembaraço burocrático. Pois conforme Lunardi (2003) é de suma importância que seja

feito um diagnóstico dos mercados potenciais, buscando dados sobre o consumo, concorrência, mecanismos de proteção

ao produtor interno, leis e costumes, práticas de distribuição, termos e condições de vendas praticadas, entre outros.

Ter visão de um todo, saber a real necessidade da empresa, o capital que pode ser investido e principalmente o

retorno que o produto importado trará, é essencial para as MPE's, pois isso evita erros de investimento e assim zelando

pela saúde financeira da empresa.

A(s) pessoa(s) encarregada(s) pela importação na empresa deverá fazer uma análise sistemática dos

fornecedores, buscar informações sobre a qualidade da mercadoria, preparar toda a documentação necessária e sempre

procurar auxílio do sistema de apoio como a Siscomex para calçar o processo assim diminuindo as margens de erro do

processo.

O que já se faz em algumas empresas, geralmente as de grande porte, é enviar os responsáveis pela área do

Comércio Exterior, ao país que se pretende fechar negócios, dessa maneira irá se conhecer o produto, sua embalagem,

qualidade e sua aceitação. Pois, de acordo com Hartung (2002), é nas feiras e exposições internacionais que é possível

analisar a reação do consumidor no que se diz respeito ao produto que será importado. Tendo em vista, que é nessas

ocasiões que se encontram empresas, executivos, compradores, vendedores e o público consumidor em geral,

facilitando dessa maneira o conhecimento do mercado que será trabalhado. Assim o investimento será feito de forma

mais segura, com menos riscos, e também será possível que se troca experiências com empresários do ramo.

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Barreiras como a distância geográfica por exemplo, de acordo com Roque (2010) podem ser diminuídos através

de investimentos nas áreas de transporte, tanto rodoviário, como hidroviário, ferroviário e aéreo. Pois segundo o autor,

esses investimentos influenciam diretamente no prazo da entrega de mercadorias no exterior.

Como solução para a distância cultural, Roque (2010) apresenta algumas ideias, como a aplicação de

treinamento multicultural para os profissionais do comércio exterior e relações internacionais. Dessa forma tais

profissionais poderão conhecer mais afundo sobre a cultura dos países com os quais a sua empresa possui relações

comerciais. Já aquelas organizações que não tem capital para aplicar esses treinamentos, pode sugerir aos colaboradores

que participem de entidades como as câmaras de comércio bilaterais, que são incentivadas pelo governo e ocorrem no

país possibilitando trocas comerciais e culturais entre diferentes países que possuem relações comerciais com o Brasil,

ou que pretender iniciar novas parcerias.

Com um excesso de burocracia, a liberação de uma mercadoria no porto de Santos é mais demorada que em

qualquer outro porto do mundo. Em alguns países, como nos Estados Unidos, a mercadoria chega a ser liberada no

mesmo dia, diferente do que aqui no Brasil, que a liberação pode ocorrer em um prazo de até 48 horas. Porém, para a

fiscalização, esse prazo de 48 horas começa a contar apenas a partir do momento em que o importador entregar toda a

documentação necessária. E para o importador, o prazo se inicia a partir do registro da operação no Siscomex (Sistema

Integrado de Comércio Exterior), ou seja, o prazo real pode chegar a quatro ou cinco dias, e não um prazo de dois dias

como é divulgado pela fiscalização (BORTOTO et al, 2004).

De acordo com o Simexport (2013), o Brasil demora 5,5 dias para liberar uma mercadoria, já a China demora 3,5

dias e a Índia 3,4 dias. Tendo em vista que a média mundial é 3 dias, o Brasil tem uma média acima do que seria

considerado bom. Nos aeroportos, a situação não é diferente. Enquanto em Xangai, o produto importado é

desembaraçado em 4 horas, em Guarulhos leva 177 horas (oito dias) e no Galeão 217 horas (dez dias).

O Brasil não perde apenas para países desenvolvidos, mas também para países como Uruguai e Argentina. O

importador, além de não ter rapidamente sua mercadoria, o que em algumas vezes atrasa o processo produtivo, quando

se diz respeito a matérias primas e insumos, deve arcar também com custos adicionais, como armazenagem, pelo tempo

que a mercadoria fica no porto ou aeroporto, demurrage, quando a carga vem acondicionada em contêiner. (BORTOTO

et al., 2004).

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC (2014), a análise das

importações para o mês de setembro de 2014 foram as seguintes: a média diária até a 3ª semana de setembro/2014, de

US$ 934,9 milhões, ficou 4,1% acima da média de setembro/2013 (US$ 898,0 milhões). Nesse comparativo, cresceram

os gastos, principalmente, com combustíveis e lubrificantes (+43,3%), farmacêuticos (+7,1%), siderúrgicos (+2,3%) e

plásticos e obras (+0,9%). Ante agosto/2014, houve crescimento de 1,7%, pelos aumentos em siderúrgicos (+3,0%) e

aparelhos eletroeletrônicos (+2,6%).

A seguir, através da Tabela 01, analisa-se as variâncias que ocorreram nas importações brasileiras, no que se

refere a alguns produtos que entram na categoria de eletrônicos e informática, no período de janeiro a agosto de 2014, e

também no mesmo período do ano de 2013, conforme se observa:

Tabela 01 - Importação de eletrônicos e informática de Janeiro a agosto de 2013 e 2014

JAN/AGO

2013

JAN/AGO

2014

Circuitos Integrados e Microconjuntos Eletrônicos 3.271.813.049 3.138.837.458

Partes de aparelhos transmissores ou receptores 2.388.301.590 2.413.610.102

Circuitos impressos e outras partes para aparelhos

de telefonia

1.876.458.256 2.193.261.343

Fonte Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior, 2014.

É possível perceber através da tabela que o primeiro item que a compõe, circuitos integrados e microconjuntos

eletrônicos, teve uma variação percentual negativa de 4,06% de janeiro/agosto de 2013, para o mesmo período em 2014.

No entanto, o item partes de aparelhos transmissores ou receptores e circuitos impressos e outras partes para aparelhos

de telefonia tiveram uma variação percentual positiva durante a transição do período de 2013 para o ano de 2014, sendo

1,06% e 16,88% respectivamente.

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O crescimento da importação no Brasil pode ser observado na através da Tabela 02 que demonstra a variação em

US$ milhões e em quantidade do ano de 2009 a 2012 do Brasil com relação à China no que se refere a materiais do

ramo de eletrônicos e informática, conforme se observa:

Tabela 02 - Importação do Brasil com relação à China de 2009 a 2012.

2009 2010 2011 2012

(US$

MILHÕES)

TON

(MIL)

(US$

MILHÕES)

TON

(MIL)

(US$

MILHÕES)

TON

(MIL)

(US$

MILHÕES)

TON

(MIL)

Máquinas e aparelhos elétricos e suas partes 5.269,21 353,41 7.979,56 553,10 9.788,47 641,68 9.808,4 656,4

Aparelhos elétricos para telefonia 1.228,00 14,17 1.516,74 20,60 2.332,99 27,97 2.008,5 23,7

Aparelhos de radiodifusão 923,92 56,47 1.909,61 115,04 2.238,68 125,67 2.441,9 133,9

Conversores, transformadores, acumuladores e

geradores elétricos.

726,92 85,77 1.030,17 128,17 1.154,62 131,44 1.235,4 149,4

Circuitos Integrados 645,18 0,74 889,20 1,03 - - 849,1 1,4

Disjuntores, interruptores, suportes, lâmpadas e

outros aparelhos para circuitos elétricos.

521,41 47,67 910,37 81,13 1.214,07 92,22 1.262,2 79,6

Aparelhos de Som 425,00 36,82 506,43 44,14 597,58 53,85 546,0 48,8

Outros equipamentos elétricos 203,37 26,57 309,76 36,24 401,49 43,37 505,4 62,0

Fornos e aquecedores elétricos 188,67 46,77 278,86 70,10 388,84 85,95 471,2 100,1

Circuitos impressos 159,57 4,73 251,99 6,83 - - - -

Eletrodomésticos 88,66 14,48 93,55 14,67 143,99 22,77 169,3 25,9

Condensadores elétricos e resistências 75,95 3,25 128,39 5,19 184,93 7,12 186,0 6,7

Fonte: Conselho Empresarial Brasil – China, 2014.

Observa-se através dos dados apresentados na Tabela 01 que em ambos os índices, os valores das importações,

no que se refere ao valor geral, que é demonstrado através do item máquinas e aparelhos elétricos e suas partes,

sofreram um aumento em todos os anos. Do ano de 2009 a 2012, o item citado anteriormente obteve um aumento

percentual de 86,15% no índice monetário, ou seja, US$ (milhões). É possível observar também que o subitem

aparelhos elétricos para telefonia teve um aumento nos índices de 2009 a 2011, contudo, o valor das importações no ano

de 2012 sofreu uma queda se comparado ao ano de 2011, mas ainda continuou maior que os outros anos. O subitem

circuitos integrados aumentou seus índices no ano de 2009 e 2010, no entanto, em 2011 não houve movimentação, mas

volta a crescer no ano de 2012. O subitem denominado disjuntores, interruptores, suportes, lâmpadas e outros aparelhos

para circuitos elétricos, aumentaram os valores no quesito US$ (milhões) e TON (mil) até o ano de 2011, porém, em

2012 apenas o índice US$ (milhões) teve aumento comparado ao ano anterior. O índice que mede as TON (mil) sofreu

uma queda de 13,68%. Já os eletrodomésticos tiveram aumentos constantes em seus índices de 2009 a 2012. Houve

uma variação percentual de 90,95% no índice monetário e de 78,87% no índice que se refere a quantidade importada.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo objetivou analisar quais eram as burocracias e as barreiras que as micro e pequenas empresas

brasileiras do setor de eletrônicos e informática enfrentam para importar. Neste sentindo pode-se observar que a

burocracia e as barreiras encontradas são inúmeras.

Em 2010 o governo lançou o programa Porto Sem Papel, que tem como intuito informatizar os procedimentos no

porto, criando um sistema de comunicação entre os órgãos burocráticos, facilitando processo para as micro e pequenas

empresas. Porém, alguns órgãos não se associaram ao sistema, o que faz com que os solicitantes sejam obrigados a

inserir as informações exigidas no sistema e depois imprimir as mesmas em papel para entregar a diversas autoridades

(SIMEXPORT, 2013).

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O programa do governo federal Porto Sem Papel não deu celeridade aos trâmites burocráticos em portos

nacionais, como previsto. Essa foi à avaliação de 57,4% dos 212 agentes marítimos consultados pela Confederação

Nacional do Transporte (CNT) na Pesquisa CNT do Transporte Marítimo 2012 (MARCHESINI, 2012). A pesquisa

CNT do Transporte Marítimo apontou ainda que 75,4% dos entrevistados acham que o programa não reduziu o tempo

de espera, para 86,1% não reduziu o trabalho dos agentes marítimos (MARCHESINI, 2012).

De acordo com Marin (2013) "ranking da Federação das Indústrias do Estado de Rio de Janeiro (Firjan), com

base em dados colhidos pelo Banco Mundial em 2012, dá ao Brasil a 106.a posição, em uma lista de 118 países, no

processo de desembaraço aduaneiro em portos."

Com isso, é possível concluir que o Brasil tem um longo caminho pela frente, para que não só as importações,

mas também as exportações, sejam realizadas de forma menos dispendiosa e com mais agilidade no que se diz respeito

as burocracias existentes para o Comércio Exterior.

É necessário que o governo apoie as micro e pequenas empresas, com programas que facilitem a importação ao

invés de dificultarem, fazendo programas com tarifas e impostos mais baixos para os micro e pequenos

empreendedores; realizando procedimentos para importação com menos burocracias e mais agilidade nos

procedimentos pertinentes a importação. Desta forma todos ganham, o país ganha com a geração de empregos e com

uma economia aquecida, e os micro e pequenos empreendedores ganham ao verem seus negócios prosperarem.

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Por meio deste instrumento, eu Jéssica Teles Garcia, em meu nome – e em nome dos demais autores, porventura

existentes -, cedo os direitos autorais do artigo Barreiras que as Micro e Pequenas Empresas de Eletrônicos e

Informática enfrentam para importar, de publicação inédita, à Faculdade Assis Gurgacz, e declaro estar ciente da Lei de

Proteção de Direitos autorais (n. 9609 de 19/02/98).