baralho mindfulness 1

16
Baralho mindfulness 1

Upload: vuonghuong

Post on 10-Jan-2017

1.237 views

Category:

Documents


149 download

TRANSCRIPT

Page 1: Baralho mindfulness 1

Baralho mindfulness 1

Capa manual PB.indd 1 20/04/16 09:56

Page 2: Baralho mindfulness 1
Page 3: Baralho mindfulness 1

2016

Jacqueline L. Sodré

BaralhoMindfulness

O Jogo da Atenção Plena

Page 4: Baralho mindfulness 1

© Sinopsys Editora e Sistemas Ltda., 2016Baralho mindfulness: o jogo da atenção plenaJacqueline L. Sodré

Capa: Mauro Cézar Freitas

Supervisão editorial: Mônica Ballejo Canto

Editoração: Formato Artes Gráficas

S679b Sodré, Jacqueline L. Baralho mindfulness: o jogo da atenção plena / Jacqueline L. Sodré. – Novo Hamburgo : Sinopsys, 2016.

30p.

ISBN 978-85-64468-73-3

1. Psicologia – Mindfulness – Atenção plena. I. Título.

CDU 159.9-053.4/.6

Catalogação na publicação: Mônica Ballejo Canto – CRB 10/1023

Reservados todos os direitos de publicação àSinopsys EditoraFone: (51) 3066-3690E-mail: [email protected]: www.sinopsyseditora.com.br

Page 5: Baralho mindfulness 1

Autora

Psicóloga. Especialista em Terapia Cognitiva. Praticante e professora de Artes Marciais, Kung Fu Shaolin do Norte e Tai Chi Chuan há 33 anos, também ministra aulas para pessoas com deficiência visual há 20 anos, leciona em Floria-nópolis, SC. É praticante de mindfulness – atenção plena há 30 anos.

Page 6: Baralho mindfulness 1
Page 7: Baralho mindfulness 1

Aos antepassados que nos legaram esse conhecimento. Aos meus pais Adilson e Jandira, fonte de todo suporte; à Nattine S. Leandro, minha filha, presença constante e joia preciosa; à Dra. Priscilla Pinheiro, pela profissional que é; e ao Mcs. Marco Callegaro, pela inspiração e insight mindfulness.

Agradecimentos

Page 8: Baralho mindfulness 1
Page 9: Baralho mindfulness 1

Introdução .................................................................... 9

A prática de mindfulness ................................................. 11

Baralho de mindfulness: o jogo da atenção plena............ 15

Instrumento .................................................................. 17

Iniciando o jogo ............................................................ 23

Considerações finais ...................................................... 27

Referências .................................................................... 28

Sumário

Page 10: Baralho mindfulness 1
Page 11: Baralho mindfulness 1

O Baralho mindfulness: o jogo da atenção plena é um re-curso psicoterápico para ser utilizado com crianças e adoles-centes. Ele foi criado a partir de dados coletados no setting psicoterápico, embasado no caso de uma criança de 8 anos frente à enurese noturna, com uma frequência de urinar na cama entre cinco a sete vezes por semana. Salienta-se que a partir do momento que foi ensinada a prática de mindfulness, que antecedeu a criação do jogo, o paciente passou dois me-ses sem manifestar o comportamento de enurese noturna. O paciente apresentava sintomas de ansiedade relacionados com a hora de dormir. Contudo, para que pudesse ser manejado o desligamento do paciente e ainda como forma mantenedora e adesão das tarefas, verificou-se a necessidade de reforçar o vínculo com a prática de mindfulness e para, tal, observou-se ser oportuno construir uma “brincadeira”, algo que pudesse nortear a prática quando o paciente recebesse a alta do pro-cesso psicoterápico, bem como para manter a ludicidade de-senvolvida nas sessões, com o objetivo de manter as tarefas e evitar recaídas. Partindo dessas necessidades, elaborou-se um

Introdução

Page 12: Baralho mindfulness 1

jogo, juntamente com o paciente, no qual o mesmo fez dese-nhos em papéis coloridos em formato de pequenos cartões re-tangulares, que foram depois recortados. Também foi elaborada uma base-tabuleiro onde seriam depositadas as cartas jogadas.

Partindo desse primeiro modelo, o que aqui agora é apresentado sofreu pequenas alterações para melhor se encai-xar às demandas mais variadas possíveis. Ele também poderá ser aplicado em adolescentes e em pacientes adultos. Por ex-periência clínica própria, após ser aplicado em pacientes adultos, que trouxeram a queixa de ser impossível relaxar suas mentes mesmo que por poucos minutos, o jogo se tornou um recurso eficiente, visto que a prática de relaxamento baseada no foco em um objeto proporcionou a esses pacientes um su-porte para suas práticas, podendo ser o Baralho mindfulness: o jogo da atenção plena uma ferramenta psicoterápica principalmen-te para processos ansiogênicos, síndromes do pânico e depres-são, sintomas esses nos quais ele já foi aplicado.

Este manual traz conceitos e métodos de mindfulness que poderão dar suporte a psicoterapeutas em suas interven-ções clínicas.

10 Introdução

Page 13: Baralho mindfulness 1

Para Kabat-Zinn (1990), a prática de mindfulness é definida como uma forma específica de atenção plena – concentração no momento atual, intencional e sem julgamento. Concentrar-se no momento atual significa estar em contato com o presente e não estar envolvido com lembranças ou com pensamentos sobre o fu-turo. A prática de mindfulness passou a fazer parte da medicina comportamental a partir dos programas de redução de estresse de Kabat-Zinn (1982). O conceito, cuja origem está nas práticas orientais de meditação (Hanh, 1976), obteve destaque no ociden-te durante o Congresso Internacional de Terapia Cognitiva na Su-écia, em 2005, evento em que ocorreu o encontro do Dr. Aaron Beck com a S.S. Dalai Lama, autoridade máxima no Budismo Ti-betano (líder político e espiritual do Tibet). Tal encontro se deu por ter como tema principal a inclusão da prática de mindful-ness como recurso complementar à terapia cognitivo-comporta-mental. Já em 2006, a prática de mindfulness é descrita como tera-pia pelo National Center for Complementar and Alternative Me-dicine dos Estados Unidos. (Roemer & Orsillo, 2010).

O uso do termo mindfulness ou atenção plena refere-se à capacidade de prestar atenção no momento presente, a

A prática de mindfulness

Page 14: Baralho mindfulness 1

tudo que surgir interna e externamente, sem focar em julga-mentos ou em desejos de que as coisas sejam diferentes.

Quando aplicado mindfulness na psicoterapia se está especifica-mente focando na percepção consciente das reflexões. Isto é, orien-tam-se os pacientes a observar o surgimento e o desaparecimento de seus pensamentos sem se agarrar àqueles muito valorizados e sem tentar banir os dolorosos. (Roemer & Orsill, 2010, p. 18).

O termo mindfulness também pode ser aplicado a um me-canismo central de mudança terapêutica, auxiliando a modifica-ção do relacionamento que o paciente mantém com as suas ex-periências. Mindfulness é um constructo multifacetado, consis-tindo em cinco elementos distintos: observar e prestar atenção à experiência interna; descrever e dar nome à experiência; ser capaz de se empenhar em atividades de forma consciente (com plena atenção) e sem se distrair; aceitar e não julgar a experiên-cia e não reagir à experiência interna (sensações observadas no ambiente orgânico). Ainda segundo Roemer e Orsillo (2010), a prática de mindfulness é terapêutica porque pode auxiliar a pro-mover a reflexão dos comportamentos e experiências, tais como: pensamentos, imagens, emoções e sensações fisiológicas.

Habilidades de mindfulness

Segundo Roemer e Orsillo (2010), a prática de mindfulness exige aperfeiçoamento que pode ser adquirido mediante os as-pectos elencados a seguir.

A percepção: aprender a focar a atenção em vez de diri-gi-la para vários lugares ao mesmo tempo; perceber pensamen-tos, emoções e sensações corporais, assim como imagens, sons, cheiros e gostos.

12 A prática de mindfulness

Page 15: Baralho mindfulness 1

Baralho mindfulness 13

Observação não julgadora: desenvolver um senso de compaixão em relação à própria experiência interna; perceber os julgamentos constantes que fazemos sobre as nossas expe-riências; recuar e perceber as experiências sem rotulá-las como “boas” ou “más”.

Permanecer no momento: observar o aqui e o agora, em vez de focar o passado e o futuro; praticar a paciência no mo-mento presente, em vez de apressar para o que quer que esteja por vir; participar das experiências conforme elas acontecem.

Pensamento de principiante: observar as coisas como realmente são, em vez de deixar que o que “pensamos saber” tornar-se a verdade e venha tornar obscura a nossa experiên-cia; abrir-se para novas possibilidades.

Praticando mindfulness

As habilidades de mindfulness podem ser praticadas for-malmente, durante a sessão de meditação programada (senta-da e com tempo previamente estabelecido) ou informalmente, durante as atividades cotidianas (ao caminhar, praticar exercí-cios físicos, entre outras). A prática das habilidades de mindful-ness pode proporcionar a percepção de eventos internos e ex-ternos (eventos que possam ocorrer no ambiente fisiológico orgânico ou no ambiente exterior ao próprio corpo orgânico).

Para a prática de mindfulness, podem-se observar alguns princípios básicos que, segundo Roemer e Orsillo (2010), ser-vem de modeladores para a execução das tarefas, tais como: sen-tar-se em uma postura ereta, em uma cadeira ou com as pernas cruzadas na almofada. Procurar manter o olhar levemente abai-xado e relaxado; observar entre os pensamentos que surgem na-

Page 16: Baralho mindfulness 1

turalmente e o pensar elaborado; minimizar a distração com preocupações passadas e futuras, reformulando-as como proje-ções mentais que ocorrem no presente. Ainda segundo as auto-ras, deve-se usar a respiração como foco, como objeto da prática para a atenção plena, contando a sequência de inspirações e ex-pirações ou simplesmente observando o entrar e o sair do ar e, por fim, permitir que a mente descanse naturalmente ao invés de tentar suprimir a ocorrência de pensamentos.

A importância da psicoeducação e a prática do psicoterapeuta

Antes que o psicoterapeuta possa iniciar a orientação da prática de mindfulness, faz-se necessário a psicoeducação tanto com o paciente quanto com seus cuidadores para familiarizá-los e orientá-los sobre a prática de mindfulness, objetivando-se, com isso, que obtenham maior conhecimento e, consequentemente, adesão ao tratamento e à colaboração nas tarefas de casa.

Outro fator importante é que o próprio psicoterapeuta também tenha conhecimento não apenas técnico e teórico, mas também na prática de mindfulness, podendo praticá-la inicialmente por dez ou vinte minutos, conforme suas pró-prias demandas. A partir do momento que forem praticadas, mesmo que para uso profissional, é importante que, a priori tenham sido revisadas e depois treinadas cada uma das eta-pas, para só então poderem ser utilizadas. Dessa maneira, se as dúvidas tanto dos cuidadores quanto dos pacientes (prati-cantes) surgirem poderão ser sanadas com fidedignidade e le-gitimadas pela prática do psicoterapeuta.

14 A prática de mindfulness