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Bancroftose: Tabela 1. RESUMO DOS EXAMES DE AMOSTRAS DE SANGUE CAPILAR PARA PESQUISA DE W.BANCROFTI TOMADAS NO PERÍODO NOTURNO DE 1951 a 1976 NA CIDADE DE BELÉM-PARÁ

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Bancroftose: Tabela 1.

RESUMO DOS EXAMES DE AMOSTRAS DE SANGUE CAPILAR

PARA PESQUISA DE W.BANCROFTI TOMADAS NO PERÍODO

NOTURNO DE 1951 a 1976 NA CIDADE DE BELÉM-PARÁ

Gráfico: 1.

M.S.

—SUPERINTENDÊNCIA DE CAMPANHAS DE SAÚDE PÚBLICA —

SUCAM

GRÁFICO DEMONSTRATIVO DA REDUÇÃO DA PORCENTAGEM DE MICROFILAREMIA

NOS EXAMES DE SANGUE PRATICADOS EM BELÉM (EST. DO PARÁ)

1951 - 1976

Bancroftose: Tabela 2.

RESUMO DOS EXAMES DE AMOSTRAS DE SANGUE CAPILAR PARA PESQUISA DE WUCHERERIA BANCROFTI TOMADOS NO PERÍODO NOTURNO DE 1958 A 1976 NA CIDADE DE RECIFE - PERNAMBUCO.

Gráfico: 2.

M. S.— SUPERINTENDÊNCIA DE CAMPANHAS DE SAÚDE PÚBLICA – SUCAM

GRÁFICO DEMONSTRATIVO DA REDUÇÃO DA PORCENTAGEM DE CASOS DE MICROFILAREMIA

NOS EXAMES DE SANGUE PRATICADOS EM RECIFE (EST. DE PERNAMBUCO)

1958 - 1976

- 61 –

B Ó C I O E N D Ê M I C O

1. PROBLEMÁTICA

O bócio endêmico é uma doença da carência nutricional específica, causada pela deficiência de iodo no organismo humano. Resulta da pobreza desse metalóide nos alimentos oriundos do solo onde há escassez do referido elemento. A carência de iodo traduz-se pela hipertrofia compensada da glândula tireóide, devido ao estímulo hipofisário. Nas áreas com significativa incidência do bócio pode ocorrer o cretinismo, principalmente em crianças nascidas de mulheres com profunda carência de iodo.

2. SITUAÇÃO ATUAL

Para avaliar-se a situação do Bócio Endêmico no Brasil foi realizado inquérito epidemiológico de âmbito nacional abrangendo 358 micro-regiões, 429 municípios, tendo sido examinados 421.756 escolares do grupo etário de 7 a 14 anos, com 59.323 positivos, dando um percentual de 14,1% (quadro anexo). Tabelas 1 e 2.

3. ESTRATÉGIA E METODOLOGIA

A introdução do sal iodado e de outros agentes profiláticos nas zonas de bócio endêmico determinou sempre uma considerável redução da incidência de casos clínicos desta doença.

No Brasil a profilaxia é efetuada pela adição do iodato de potássio ao sal de cozinha para o consumo humano, em proporção tal que cada 10 gramas de sal (consumo médio diário por pessoa) contenha 0,1 mg de iodo metalóide que constitui a necessidade diária do indivíduo. A adição do iodato de potássio ao sal de cozinha, tornada obrigatória pelas leis nº 1.944, de 14.08.53 e nº 6.150

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de 03.12.74, é realizada nas indústrias de beneficiamento do sal de cozinha (moído ou refinado) para uso alimentar humano.

A iodatação do sal é feita nas usinas de beneficiamento do sal, adicionando-se 20 miligramas de iodato de potássio a cada quilo de sal. Considerando-se no Brasil o consumo de 10 gramas de sal (em média) por pessoa, estão sendo fornecidos, aproximadamente, 100 milésimos de miligramas (100 microgramas) de iodo a cada indivíduo.

O controle do teor do iodato de potássio era feito, pela SUCAM. Com a lei nº 6.150, de 03.12.74, "que dispõe sobre a obrigatoriedade da iodatação do sal destinado ao consumo humano, seu controle pelos órgãos sanitários e dá outras providências", a fiscalização passou a ser incumbência das Secretarias de Saúde dos Estados, dos Municípios, do Distrito Federal e dos Territórios.

Para que as Secretarias de Saúde pudessem exercer o controle sobre o sal destinado ao consumo humano, analisando a teor do iodato de potássio, foi realizado um treinamento de seu pessoal através de Convênio SUCAM/INAN, afim de não haver descontinuidade dessa atividade.

4. PERSPECTIVAS

Globalmente o inquérito revelou uma diminuição de Bócio Endêmico no país.

É possível o controle desta endemia no Brasil, desde que haja continuidade nos trabalhos de fiscalização, do teor de iodato de potássio no sal de cozinha, destinado ao consumo humano, junto às indústrias salineiras e do comércio varejista.

Bócio Endêmico: Tabela 1.

MS/SUCAM

INQUÉRITO EPIDEMIOLÓGICO DE AVALIAÇÃO DO BÓCIO EMDÊMICO - 1974/76

PREVALÊNCIA POR UNIDADES DA FEDERAÇÃO

RESUMO: MICRO-REGIÕES - programadas 360; pesquisadas 358 (99,4%) MUNICÍPIOS - programados 426; pesquisados 429 (100,71%) ESCOLARES - programados 394.l26 pesquisados 421.756 (107,0%) positivos 59.523 (14,1%)

dhm.

Bócio Endêmico:Tabela 2.

MINISTÉRIO DA SAÚDE

SUPERINTENDÊNCIA DE CAMPANHAS DE SAÚDE PÚBLICA - SUCAM

INQUÉRITO EPIDEMIOLÓGICO DE AVALIAÇÃO DO BÓCIO ENDÊMICO - BRASIL - 1974/76

RENDIMENTO, POR UNIDADES DA FEDERAÇÃO, DOS TRABALHOS REALIZADOS EM RELAÇÃO AO PROGRAMA

ESTABELECIDO

dhm.

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T U B E R C U L O S E

1. PROBLEMÁTICA

A tuberculose ainda constitui um dos maiores problemas de saúde pública.

Entre os países mais avançados tecnicamente, os casos ativos e curados com sequelas continuam como causas de morte, superior a todas as doenças notificáveis juntas. Nas populações menos desenvolvidas juntamente com a malária, ela representa a causa de maiores danos à saúde.

No Brasil, com a simplificação e a padronização das técnicas e a progressiva abrangência do programa nacional de controle, logrou-se um considerável declínio da mortalidade sem a equivalente redução da morbidade.

Apesar de se dispor de drogas específicas e potentes e de vacinação efetiva, as resistências oferecidas às mudanças e às dificuldades estruturais reduziram sensivelmente o impacto epidemiológico desejado.

A mortalidade nas capitais brasileiras situa-se em 20/100.000 habitantes, a incidência em 100 e a prevalência em 300 por 100.000 habitantes. À entrada nas escolas das capitais 12% das crianças já se encontram infectadas, passando a 20% na saída, bem longe portanto de uma situação controlada que admite até 1% na saída da escola.

2. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E SITUAÇÃO ATUAL

As regiões Norte e Nordeste apresentaram uma média de prevalência de infecção (mapa 1) de 16,9% e 14,2% res-

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pectivamente.

Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste estes percentuais se situam em torno de 8%. A maior prevalência é de 27,2% em Belém e a menor é de 2,3% em Florianópolis, com a média nacional situando-se em 12,8% (tabela 1).

O risco anual de infecção é de 1% no Sul e Centro-Oeste e chega a 2,5 no Norte, 2 no Nordeste e 1,5 no Sudeste.

A prevalência por 100.000 habitantes, é de 450 no Norte, 360 no Nordeste, 270 no Sudeste e 180 no Sul e Centro-Oeste. A incidência de casos novos a cada ano corresponde a 1/3 dos números referidos para cada região (tabela 2).

O declínio da mortalidade foi de 170 para 70 na década de 1950, desacelerando-se nestes últimos vinte anos, situando-se atualmente em cerca de 20/100.000 habitantes, como média nas capitais.

3. ESTRATÉGIA E METODOLOGIA

Tomando-se em conta a possibilidade de diagnóstico por meio de baciloscopia do escarro, a eficiência comprovada dos esquemas terapêuticos simplificados e de baixo custo e a efetiva prevenção pela vacinação BCG, a Divisão Nacional de Tuberculose busca tornar o programa de controle de amplitude nacional, com ações permanentes e integrado à estrutura dos serviços gerais de saúde.

A partir de um plano plurianual nacional são estabelecidos programas anuais para cada unidade política da federação que executa as ações visando o controle através de seus órgãos competentes. A Previdência Social, a Fundação SESP e a FUNAI, participam como órgãos de amplitude nacional.

Foram estabelecidas normas e rotinas e simplificadas as técnicas de descoberta, tratamento de casos e de vacinação.

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Incentivou-se o preparo de pessoal para execução, supervisão e coordenação dos programas. Busca-se a racionalização da aplicação dos recursos pela redução do tratamento hospitalar e melhoria da informática. Desenvolvem-se estudos ligados à quimioterapia e outros campos.

Ao longo dos anos tem sido possível registrar progressos em relação ao planejamento, programação, fixação de normas, simplificação de métodos e técnicas e, especialmente, algumas mudanças de mentalidade no sentido de uma visão sanitária do problema da tuberculose.

O reflexo destas mudanças permitem apresentar uma avaliação de execução física como se demonstra na tabela 3.

4. PERSPECTIVAS

Apesar dos resultados já conseguidos serem superiores aos alcançáveis em décadas anteriores, a verdade é que eles estão ainda bem longe do desejado.

As mudanças não atingiram nem uma amplitude nem uma profundidade suficiente para alterar de forma substancial o quadro nacional da doença.

A operacionalização das ações ainda encontra dificuldades estruturais muito importantes, resistências e incompreensões, em algumas áreas.

A adequada entrada e utilização dos recursos materiais e humanos, a obstinação do trabalho de consecução dos objetivos programados e a melhoria esperada na estrutura geral do país admitem a possibilidade da queda dos indicadores epidemiológicos para o futuro.