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7/11/2019 Ban Ha Dos http://slidepdf.com/reader/full/ban-ha-dos 1/60  SITUAÇÃO E AÇÕES PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DE BANHADOS E ÁREAS ÚMIDAS DA ZONA COSTEIRA Maria Inês Burger Pesquisadora do Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do RS Rua Dr, Salvador França 1427 - Porto Alegre - CEP 90690-000 E-mail: [email protected]  

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SITUAÇÃO E AÇÕES PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DE

BANHADOS E ÁREAS ÚMIDAS DA ZONA COSTEIRA

Maria Inês Burger Pesquisadora do Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do RSRua Dr, Salvador França 1427 - Porto Alegre - CEP 90690-000E-mail: [email protected]  

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SUMÁRIO

I. INTRODUÇÃO -• Conceito de banhados e áreas úmidas costeiras• Distribuição dos banhados e áreas úmidas (lagoas, lagunas, campos, savanas e

florestas inundadas) na zona costeira brasileira• Nível de conhecimento sobre banhados e áreas úmidas costeiras• Biodiversidade dos banhados e áreas úmidas• Impactos sobre banhados e áreas úmidas costeiras• Compartimentação da zona costeira

II. MÉTODOS

III. RESULTADOS (por Unidade Físico-Ambiental)IV. RECOMENDAÇÕES• Políticas para a proteção e pesquisa científica• Políticas para uso sustentável e repartição de benefícios

V. AGRADECIMENTOS.

VI. BIBLIOGRAFIA

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I. INTRODUÇÃO

Conceito de banhados e áreas úmidas costeiras

Esta categoria engloba vários ecossistemas, como lagoas de água doce e salobrasem influência marinha; savanas, campos e florestas de inundação temporária oupermanentemente e os banhados.

Banhados são áreas alagadas permanente ou temporariamente, conhecidos namaior parte do país como brejos, são também denominados de pântanos, pantanal, charcos,varjões e alagados, entre outros. É necessário esclarecer que, na literatura consultada, otermo banhado corresponde a apenas um dos tipos de ambientes incluídos na categoriaáreas úmidas ou zonas úmidas (do inglês “wetlands”). As definições e os termosrelacionados às áreas úmidas são muitos e, em sua maioria, confusos. Como ascaracterísticas das áreas úmidas situam-se num contínuo entre as de ambientes aquáticos e

terrestres, as definições tendem a ser arbitrárias (Mitsch & Gosselink, 1986). No entanto, épossível identificar algumas características comuns como a presença de água rasa ou solosaturado de água, o acúmulo de material orgânico proveniente da vegetação e a presençade plantas e animais adaptados à vida aquática.

Os estudos realizados no Brasil aprofundaram pouco os aspectos conceituaisrelacionados a estes termos, especialmente em relação a palavra banhado, que é utilizadoprincipalmente no Rio Grande do Sul, onde estes ecossistemas ocupam, ou ocupavam,grandes extensões da zona costeira e também de regiões mais internas. A palavra banhadoprovem do termo espanhol “bañado”, devido a influência dos países vizinhos. O limnólogoargentino Ringuelet (1962) refere-se ao termo “bañados” como correspondente a palavra“marshes” do idioma inglês, os quais são definidos como áreas de solo cobertas por uma

delgada lâmina de água, com vegetação palustre e sem o desenvolvimento de umapopulação limnética. Este mesmo autor destaca que ambientes deste tipo recebem adenominação de brejal no Brasil, sendo designados como higrótopos por Melo Leitão (1942,apud Ringuelet, 1962 ).

Na classificação de vegetação do projeto RADAMBRASIL (IBGE, 1986) os banhadosaparecem como Áreas Pioneiras de Influência Fluvial.

O conceito de Zonas Úmidas da Convenção de RAMSAR - sobre zonas úmidas deimportância internacional, especialmente como habitat de aves aquáticas (São Paulo:SMA, 1997) é o seguinte:

"Para efeitos desta Convenção, as zonas úmidas são áreas de pântano, charco,turfa ou água, natural ou artificial, permanente ou temporária, com água estagnada ou

corrente, doce, salobra ou salgada, incluindo áreas de água marítima com menos de seismetros de profundidade na maré baixa."

No inventário de áreas úmidas (humedales/wetlands) para a região Neotropical, Scott& Carbonell (1986) listam os 19 tipos de ambientes que seguem:1- baías pouco profundas e estreitos; 2- estuários e deltas; 3- pequenas ilhas próximas àcosta, ilhotas; 4- costas rochosas, costões; 5- praias marinhas (areia, seixos); 6- zonaspantanosas intermarés, areais; 7- lagunas e banhados costeiros de água salobra ousalgada, salinas; 8- mangues, bosques de mangue; 9- rios de curso lento, arroios(permanentes de terras baixas); 10- rios de curso rápido, arroios (permanentes de terrasaltas); 11- lagos de origem fluvial (incluindo braços mortos de rio), várzea; 12- lagos deágua doce e zonas pantanosas associadas (lacustre); 13- lagoas de água doce (menores

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que 8 ha), zonas pantanosas, zonas lodosas (palustre); 14- lagos de água salgada, salinas(sistemas continentais do interior); 15- represas, barragens; 16- campos inundadosestacionalmente, savanas, palmares; 17- arrozais, campos de cultivo inundados, terrenos

irrigados; 18- floresta de pântano (mata paludosa) floresta de inundação temporária; 19-turfeiras, prados úmidos andinos (bofedales), zonas inundadas pelo derretimento dasneves.

Em inventário realizado para o Brasil, Diegues (1990) lista 22 tipos de áreas úmidas,que correspondem às categorias relacionadas por Scott e Carbonell (1986) acrescidas dascategorias: ilhas fluviais, recifes de coral, planícies arenosas e dunas (interiores) e, numacategoria separada de lagunas, banhados salgados.

A FEPAM (Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Roessler), instituiçãoresponsável pelo licenciamento ambiental no Rio Grande do Sul, usa a definição de Junk(apud  Fepam, 1998) para zonas que correspondem a banhados e áreas úmidas. Estas são"zonas de transição terrestre-aquáticas que são periodicamente inundadas por reflexo lateral

de rios e lagos e/ou pela precipitação direta ou pela água subterrânea e que resultam numambiente físico-químico particular que leva a biota a responder com adaptaçõesmorfológicas, anatômicas, fisiológicas, fenológicas e/ou etológicas e a produzir estruturas decomunidades características para estes sistemas".

Neste diagnóstico se procurou abarcar as categorias que seguem: banhados de águadoce; lagunas e banhados costeiros de água salobra; lagos de origem fluvial, banhados,pântanos ribeirinhos; lagos de água doce e pântanos adjacentes; campinas e savanasinundadas temporariamente; florestas de pântanos, florestas temporariamente inundadas;turfeiras. Estas categorias ainda correspondem a uma tipologia bastante genérica,especialmente no que se refere aos banhados.

Distribuição dos banhados e áreas úmidas (lagoas, lagunas, campos, savanas eflorestas inundadas) na zona costeira brasileira

Estes ecossistemas, em sua grande maioria, ocorrem associados uns com os outros,e também com outros tipos de ecossistemas existentes na Zona Costeira, como mangues,estuários, deltas, restingas.

Na Região Sul, os banhados estão associados principalmente às lagoas costeiras,apresentando uma grande variedade de comunidades vegetais macrofíticas que variamsegundo o regime hidrológico, morfometria e outras características físicas de cada sistema(Schwarzbold e Schäfer, 1984).

Os campos litorâneos compõem um mosaico com os banhados e matas, sendoformados por inúmeras espécies de gramíneas, leguminosas e ciperáceas, estas últimasprincipalmente nas áreas inundáveis.

O termo restinga, em seu sentido mais amplo, se refere a um conjunto deecossistemas que inclui banhados e campos alagados nas partes mais baixas do terreno(Salles et al. 1994).

Nos sistemas lagunares, estuarinos e deltaicos, os banhados ocorrem associadosaos mangues, nas áreas mais internas (continentais).

As áreas de grandes banhados ocorrem no sul da zona costeira, noscompartimentos de 1 a 4 (Da foz do Arroio Chuí até Palmares do Sul, incluindo a margemoeste da Laguna dos Patos, RS), continuando nos compartimentos 5 (Litoral Norte do RS)

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e 6 (Litoral Sul de SC) com dimensões menores, devido ao estreitamento da planíciecosteira. Os maiores remanescentes localizam-se nos compartimentos 1 e 4. As lagoas elagunas costeiras também são abundantes em toda a zona costeira do RS e nos

compartimentos 6 e 7, (da divisa entre RS e SC até a ponta da Gamboa, ao norte deGaropaba).

Na zona costeira do Paraná e São Paulo os banhados aparecem nos sistemasestuarinos lagunares de Guaratuba, Paranaguá e Iguape. No Rio de Janeiro sãoimportantes as lagunas da região dos lagos fluminenses, desta região em direção aonordeste as áreas úmidas deste diagnóstico se misturam com os sistemas estuarinos edeltaicos dos rios Paraíba do Sul (RJ), Piraquê-Açú (ES), Doce (ES), Mucurí (BA), dosFrades (BA), João de Tiba (BA), Jequitinhonha (BA)Almada (BA), das Contas e Maraú(BA), Piauí (SE), Vaza Barris (SE), São Francisco (SE e AL), Coruípe, São Miguel (AL),Santo Antônio Grande (AL), Camaragibe (AL), Manguaba (AL), Una (PE), Formoso(PE)Jaguaribe (PE), Goiana (PE e PB), Paraíba (PB), Mamanguape (PB), Potengi (RN).

Na zona costeira do Ceará e Piauí as áreas úmidas deste diagnóstico estãorepresentadas pelas Planícies Lacustres e Flúvio–Lacustres que ocorrem dispersas por todo o litoral e possuem dimensão variada, sendo que as maiores ocorrem nas áreas dostabuleiros pré-litorâneos.

A zona costeira da Região Norte, Maranhão, Pará e Amapá, possui extensas áreasúmidas. Nesta região ocorrem novamente os banhados e as lagoas, conhecidas na regiãocomo ressacas, e também campos, savanas e florestas inundadas temporariamente, asflorestas de pântanos. Estes ecossistemas estão distribuídos nos três estadossetentrionais e em cada compartimento litorâneo mostram características peculiares.Felizmente, ao contrário dos banhados e lagoas do extremo sul da costa brasileira, estasáreas úmidas estão bem preservadas.

Nível de conhecimento sobre banhados e áreas úmidas costeiras

De um modo geral estes ecossistemas são insuficientemente conhecidos, mesmona Região Sul, onde foi realizada a maior parte dos estudos. Chama a atenção a poucaimportância dada aos banhados, que se reflete diretamente na falta de estudos. Aspesquisas, de um modo geral, se limitam a grupos específicos de organismos comestudos sobre a biologia das espécies ou das populações. Existem trabalhos delimnólogos abrangendo variáveis bióticas e abióticas. Os estudos sobre aves limnícolas,especialmente as migratórias já são bastante numerosos, com trabalhos realizados em

praticamente toda a zona costeira. No entanto, faltam trabalhos sobre a estrutura efunção destes ecossistemas de forma a permitir o uso sustentável destas áreas.

As exceções são trabalhos desenvolvidos em U.C.s., em especial na EstaçãoEcológica do Taim (ESEC-Taim), que abrangem desde algas unicelulares até mamíferos,com estudos sobre geologia, geomorfologia e hidrologia (os autores e temas estão citadosno compartimento 1, onde está localizada a ESEC-Taim).

A vegetação da zona costeira da Região Sul foi estudada por diversos autores(Malme, 1936; Rambo, 1954; Reitz, 1961; Pfadenhauer, 1980; Mohrdieck,1980;Schwarzbold, 1982).

Os tipos de vegetação da zona costeira do Rio Grande do Sul foram descritos por Waechter (1985) que identifica quatro tipos básicos:  1. Vegetação pioneira (ambientes

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extremos), 2. Vegetação campestre (campos litorâneos), 3. Vegetação savânica (parquesde butiás) e 4. Vegetação florestal (matas de restinga).

As macrófitas aquáticas são os vegetais que melhor caracterizam os banhados por 

serem adaptados a ambientes alagados. Tem suas partes fotossintetizadoraspermanentemente, ou por diversos meses, todos os anos, total ou parcialmentesubmersas em água doce ou salobra, ou ainda flutuantes na mesma. Elas estão presentesem todos os ecossistemas aquáticos, variando somente a composição entre si.Normalmente, as plantas aquáticas tem uma distribuição mais ampla do que a maioria dasplantas terrestres; isto é decorrente da pequena variação sofrida pelos fatores doambiente aquático, o que possibilita às Macrófitas Aquáticas uma ampla distribuiçãofitogeográfica, possibilitando o aparecimento de muitas espécies cosmopolitas (Irgang eGastal Jr., 1996).

Praticamente não existem espécies endêmicas nesta região, apesar da grandeextensão do litoral, uma vez que a flora não se originou por processos de especiação

local, mas a partir da migração de regiões vizinhas, geologicamente mais antigas(Waechter, 1985).

Biodiversidade dos banhados e áreas úmidas

A avifauna aquática do Rio Grande do Sul se destaca por apresentar 123 espécies(Belton, 1994) pertencentes a 20 famílias, considerando a classificação usada peloInternational Waterfowl and Wetlands Research Bureau - IWRB (Rose & Scott, 1994). Estenúmero corresponde a aproximadamente 20% de todas as espécies de aves encontradasno Estado e a 14,8 % de todas as espécies de aves aquáticas existentes em todo o

planeta. Com isto o Rio Grande do Sul corresponde uma das áreas de maior diversidadede aves aquáticas do Brasil, juntamente com o Pantanal-matogrossense (Scott &Carbonell, 1986).

Esta grande diversidade se deve ao fato desta região fazer parte das rotasmigratórias de espécies vindas do norte e do sul (Sick, 1983), como atestam trabalhos deanilhamento de aves aquáticas (Olrog, 1962 e 1971; Lucero, 1982; Silva, 1986; Antas et al . 1990, Nascimento et al . 1990, entre outros).

Na Planície Costeira do RS foram catalogadas 331 espécies de macrófitasaquáticas (Irgang e Gastal, 1996). Cabe salientar que as macrófitas aquáticas constituemum elemento de suma utilidade para a manutenção do equilíbrio ecológico, proteçãocontra a erosão e conservação da fauna de lagos, lagoas, rios, arroios e banhados.

Impactos sobre banhados e áreas úmidas costeiras

Os ambientes de áreas úmidas eram considerados áreas improdutivaseconomicamente, insalubres e que deviam ser "saneados". O "saneamento" significa quedeveriam ser transformados em outro tipo de ambiente, pela drenagem, ou aterro ouqualquer outra forma de faze-la desaparecer. Atualmente estes ambientes vem sendovalorizados, mas os novos conceitos parecem não ter atingido os responsáveis pelasdecisões, os políticos, a imprensa e a grande maioria da população. Estes ambientesainda vem sofrendo uma série de impactos, que reduziram drasticamente sua área total.

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Na verdade não existem estudos quantitativos sobre a diminuição das áreas úmidas, ou,se existem, não se encontram disponíveis ao público.

As atividades impactantes sobre estes ecossistemas varia bastante de acordo com

a região em que ocorrem. Na região Norte (Amapá e Pará) o maior problema é provocadopela falta de manejo adequado da pecuária bubalina, que degrada as áreas, formandocanais nas áreas alagadas e mudando a hidrologia do sistema.

A expansão urbana sobre os banhados e áreas úmidas costeiras ocupa o maior destaque nas regiões Nordeste, Sudeste e parte da Sul (Litoral Norte do Rio Grande doSul e Santa Catarina). Nestas áreas urbanizadas, muitas vezes sem o menor planejamento, estes ecossistemas primeiramente sofrem drenagem para loteamentos eretirada de água para abastecimento da população. Como conseqüência do aumentopopulacional surgem novos problemas, como os depósitos de lixo nas áreas alagadas, adescarga de esgotos, a caça furtiva, a retirada de vegetação.

Outro grande impacto sobre os banhados e áreas úmidas costeiras é a expansão

agrícola. Na região Sul este é o principal problema destes ambientes, são drenados paracultivo de arroz irrigado. O cultivo do arroz irrigado também ameaça as áreas úmidascosteiras em algumas áreas da região Sudeste (norte do Rio de Janeiro e Espírito Santo),e na região Norte, especialmente no Maranhão. a retirada de água para alimentar aslavouras de arroz.

Os impactos provocados pelo cultivo do arroz irrigado sobre banhados e outrossistemas de áreas úmidas são tantos, que serão relacionados a seguir: 1. Redução deecossistemas naturais (drenagem do solo e retirada da vegetação, principalmente por queimadas); 2. compactação, redução de porosidade e salinização do solo; 3. variação donível do lençol freático; 4. eutrofização; 5. erosão e/ou assoreamento de recursoshídricos; 6. riscos de contaminação por derrame de combustível e outros produtos; 7.

contaminação por agrotóxicos (no ambiente e nos seres humanos); 8. riscos decorrentesda monocultura; 9. escassez da oferta de água; 10. contaminação ambiental (localizada eem grandes áreas); 11. dispêndio excessivo de energia; 12. dispêndio excessivo de água;13. redução do potencial de uso agrícola da área; 14. redução do potencial de outros usosda área (p.ex., turismo, laser, pesca, entre outros) (Chomenko, 1997).

Compartimentação da zona costeira

Optou-se por utilizar a divisão de compartimentos sugeridos pela coordenação doPrograma. Quando compartimentos foram unidos usou-se os dois ou mais números para aidentificação. A descrição dos compartimentos, se encontra junto aos resultados (Anexo I).

II. MÉTODOS

1. Dois trabalhos foram básicos para este diagnóstico, o de Scott e Carbonell (1986)e o de Diegues (1990).

2. Foi realizado um levantamento bibliográfico expedito sobre trabalhos recentescom os ecossistemas deste diagnóstico e fauna e flora de áreas úmidas na zona costeira.

3. Foram usados os elementos levantados pelos Diagnósticos Regionais.4. Foi usada a experiência de campo dos participantes do grupo "Banhados e Áreas

Úmidas Costeiras" no Workshop Avaliação e Ações Prioritárias para a Zona Costeira e

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Marinha". Este grupo contou com apenas quatro participantes, dois do extremo norte(Amapá), Márcio Sousa da Silva (Instituto Estadual de Pesquisas do Amapá) e ArnaldoQueiroz da Silva (Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Amapá) e dois do extremo sul

(Rio Grande do Sul) João Oldair Menegheti (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)e a coordenadora (Maria Inês Burger, Fundação Zoobotânica do RS). É importantesalientar que todo o grupo conta com muita experiência de campo, os dois primeiros sãogeólogos e fazem inventariamentos abrangendo desde o Amapá até o Maranhão, osoutros dois são biólogos e trabalham basicamente com aves aquáticas no Rio Grande doSul e sul de Santa Catarina.

5. Durante o Workshop foi solicitada a colaboração de participantes das regiõessudeste e nordeste. Prestaram informações importantes sobre áreas a serem preservadasCláudio Maretti, Sandro M. Silva, Paulo R. Castella e Valéria C. Moraes.

III. RESULTADOS (por Unidade Físico-Ambiental)

1. Arroio Chuí até Cassino (RS)Litoral Sul Estende-se desde a fronteira com a República do Uruguai até a porção sul do

Município de Rio Grande, excluindo a praia do Cassino, projetando-se para oeste pelaface norte da Lagoa Formosa. Inclui os municípios de Santa Vitória do Palmar, Jaguarão,Arroio Grande e Rio Grande.

Caracterização da unidade físico-ambiental 

Este compartimento é caracterizado por uma ampla planície costeira, onde osbanhados, lagoas e áreas úmidas associadas constituem a paisagem dominante. Nestaárea se destacam duas grandes lagoas, a Mirim, com uma área de 230.000 ha e aMangueira com 80.200 ha, além de lagoas menores como a das Flores, Caiubá, dosPachecos, dos Silveiras, Formosa e ainda as do Nicola e do Jacaré integrando o sistemado banhado do Taim. Os banhados desta área são de grande extensão, compredominância de vegetação herbácea (macrófitas emergentes e flutuantes).

Associada aos campos úmidos que existem entre as lagoas Mangueira e Mirimexiste um remanescente de butiazal ou palmares, como denominam os habitantes daregião. O butiazal é uma formação vegetal de Butia capitata, formação atualmente rara noRio Grande do Sul, que é limite norte da distribuição dos butiazais, embora estes existam

em bom número no Uruguai, onde são protegidos.A fauna de vertebrados, especialmente de aves aquáticas, é abundante e a riqueza

de espécies alta. A região abriga espécies cujo limite norte de distribuição é o extremo suldo Brasil e que tem nesta Unidade as principais áreas de reprodução, alimentação edesasagem (muda simultânea das penas de vôo), incluindo espécies raras, ameaçadas,migratórias ou de grande interesse cinegético (Nascimento et al. 1992, Sick 1987, Silva1987). A Estação Ecológica do Taim é a Unidade de Conservação, juntamente com oParque Nacional da Lagoa do Peixe, que tem como um dos objetivos fundamentais apreservação destas espécies. De fato, no banhado do Taim foram registradas 78 espéciesde aves aquáticas, representantes de 18 famílias (Veiga et al. 1995). Estes númerosrepresentam 9,4% das espécies e 56% das famílias de aves aquáticas do planeta. Um

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número expressivo de espécies é migratório e não se reproduz nesta latitude. Aves denove espécies vem do hemisfério norte e permanecem no RS nos meses mais quentes,cinco vem do sul do hemisfério sul e ocorrem nos meses mais frios, outras quatro

espécies não tem suas rotas conhecidas (Belton, 1994). Existem ainda espécies comindivíduos se reproduzindo no RS, mas a maior parte da população se reproduz em outroslocais, como é o caso do marrecão (Netta peposaca) e outras marrecas (Antas et al.1990,Nascimento et al.1990).

Esforço de estudo e avaliação do conhecimento da biodiversidade

Foram realizados muitos estudos nesta região devido a Estação Ecológica do Taimque se encontra neste compartimento da zona costeira. Os estudos abrangem algasunicelulares (Alves-da-Silva, 1988; Callegaro e Salomoni, 1988; Lobo et al. 1992; Rosa e

Miranda-Kiesslich, 1989; Werner e Rosa, 1992), plantas vasculares (Cordazzo e Seeliger,1995; Wachter e Jarenkow, 1998; Irgang et al., 1984; Pereira et al., 1998), moluscos(Schäfer e Lanzer, 1980; Lopes-Pitoni, 1988; Veitenheimer-Mendes et al. 1988), insetos(Bonatto, 1984; Gastal et al.1991), peixes (Grosser  et al. 1994), anfíbios (Gayer  et al. 1998), jacaré-do-papo-amarelo (Melo, 1992, Melo et al. 1997), aves (Vieira et al., 1995;Cirne, Giorni e Chaves, 1992; Maurício, G. N. e R. A. Dias,1996; entre outros) mamíferos(Freitas, 1994), aspectos da gênese, estrutura e vegetação do complexo de ambientes daplanície costeira (Irgang e Gastal, 1996; Lanzer e Schäfer, 1984; Schäfer, 1982; Schäfer et al., 1983; Schwarzbold e Schäfer, 1984; Vieira e Rangel, 1988; Waechter, 1985)

A dinâmica dos ecossistemas de banhados tem recebido pouca atenção (Schäfer et al . 1980 e Gomes et al. 1987).

As aves aquáticas de interesse cinegético são regularmente monitoradas em todo ocompartimento (Menegheti et al. 1996, 1997, 1998, 1999).

Neste ano (2000) teve início um projeto multinstitucional e de longa duração (CNPq,PELD) liderado por D.M.Marques sobre a dinâmica da hidrologia do banhado do Taimassociado a vários grupos de flora e fauna. Este tipo de estudo é muito importante devidoa pressão pela demanda de água para o cultivo do arroz irrigado, principal produto daregião.

Distribuição, situação e uso da biodiversidade 

"Uma das zonas mais ricas de aves aquáticas da América do Sul" (Scott eCarbonell, 1986).

Os banhado, lagoas e áreas úmidas adjacentes do compartimento abrigam váriasespécies raras e ameaçadas, como o lagarto Liolaemus occipitalis, o jacaré-do-papo-amarelo (Caiman latirostris), o cisne-do-pescoço-preto (Cygnus melancoryphus), acapororoca ou cisne-branco (Coscoroba coscoroba) e as orquídeas Cattleya intermedia eC. tigrina. Afora estas espécies, tem uma grande riqueza de aves, incluindo espécies quetem a caça esportiva permitida no Rio Grande do Sul como o marrecão (Netta peposaca),a marreca-piadeira (Dendrocygna viduata) e a marreca-caneleira (Dendrocygna bicolor ).Estas aves ocupam principalmente os banhados e áreas úmidas fora da EstaçãoEcológica do Taim, como os banhados do arroio Del'Rey, banhado dos Afogados e outros

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nas margens da Lagoa Mirim, que não estão protegidos e sofrem os impactos diretos daorizicultura.

Principais vetores de pressão sobre a biodiversidade

Os principais problemas desta Unidade para a conservação da biodiversidade estãoos associados ao cultivo de arroz, que atualmente constitui a matriz da paisagem. Esteuso do solo alterou o regime hidrológico da região incluindo as lagoas Mirim e Mangueira eo Banhado do Taim. Estes sistemas são interligados, de modo que a retirada de água parairrigação e as obras de construção de sistemas de irrigação (canais de drenagem,levantes, barragens), afetam todo o sistema, especialmente em anos com déficit hídrico.Os banhados e as matas de restinga são os ecossistemas mais destruídos, praticamentenão restando áreas intactas fora do Banhado do Taim. As lagoas e banhados sofremtambém os impactos da contaminação por agrotóxicos, das águas que retornam das

lavouras.Existem também conflitos da orizicultura com a conservação de aves aquáticas e

fauna dos banhados e lagoas em geral em função do envenenamento das avesconsideradas pragas (anatídeos e icterídeos). A caça furtiva de aves e mamíferos e

 jacarés também é pratica corrente. Não existem avaliações quantitativas destes impactos.A planície à oeste da Lagoa Mirim é a parte mais impactada, com pouquíssimos

remanescentes dos ecossistemas típicos da região, como o banhado do Mato Alto e obanhado Mundo Novo, que a cada ano perdem área para o cultivo de arroz.

A Estação Ecológica do Taim, apesar da grande extensão, não é um ecossistemafuncionalmente íntegro, necessitando de ações de manejo para sua conservação. Existemconflitos importantes com a atividade agrícola em função da retirada de água da Lagoa

Mangueira. O regime hídrico também foi alterado pela construção da BR-101 e por umacomporta construída para regular a vazão do banhado do Taim. Outros problemas incluema invasão de gado, queimadas e o atropelamento de animais ao longo da BR-101, todosatualmente em vias de controle.

Outros impactos freqüentes são os atropelamentos de fauna na área do banhadodo Taim e arredores, invasão da Estação Ecológica pelo gado, incêndios e caça furtiva.

Unidades de Conservação do Compartimento

Estação Ecológica do Taim, de jurisdição Federal (IBAMA), situada nos municípios

de Rio Grande e Santa Vitória do Palmar (32o 20' e 33o 00'S e 52o 20'e 52o 45' W) entre oOceano Atlântico e a lagoa Mirim. A área desta Unidade de Conservação é de 33.395 ha,e inclui os banhados do Taim, do Albardão, lagoas do Nicola e do Jacaré e a porção maisao norte da lagoa Mangueira, as áreas de banhados constituem cerca de 60% do total daU.C.. Está implementada, tem infra-estrutura para fiscalização, pesquisa e algumatendimento para educação ambiental.

Reserva Biológica do Mato Grande, com 5.161 ha, localizada na margem oeste dalagoa Mirim, município de Arroio Grande. Abrange área de banhados marginais à lagoa.Jurisdição estadual, não implantada até o momento.

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Recomendação de U.C.s: principais remanescentes naturais

1. Banhados do Saco do Jacaré, no limite sul da Lagoa Mangueira, município de

Santa Vitória do Palmar. Justificativa: ambiente extenso ainda bem conservado.2. Trecho de banhados e pequenas lagoas isoladas ao norte do Banhado do Taim

até o sul da cidade de Rio Grande, localmente conhecido como Senandes, município deRio Grande. Justificativa: Inclui uma sucessão de ambientes de áreas úmidas comvegetação pioneira de banhados e campos arenosos, aparentemente bem conservados,mas utilizados para criação de gado, com riqueza de aves (R.A. Dias com. pes.).

3. Banhados na parte sul do Canal São Gonçalo e norte da Lagoa Mirim (MatoGrande, a oeste e sem nome a leste), municípios de Arroio Grande e Rio Grande.Justificativa: Diversidade de aves aquáticas. Concentrações invernais de Anatidae,especialmente espécies de valor cinegético, e de Rallidae (Fulica spp. e Gallinulachloropus)

4. Banhado do Mundo Novo, na margem oeste da Lagoa Mirim, município de ArroioGrande. Justificativa: um dos últimos fragmentos remanescentes nesta margem da lagoa,refúgio de cisnes-de-pescoço-preto e coscorobas quando o banhado do Taim seca.

5. Banhados do arroio Del' Rey, entre as Lagoas Mirim e Mangueira, município deSanta Vitória do Palmar. Justificativa: contagens de mais de 5 mil indivíduos de Anatidae ede Rallidae (Fulica spp. e Gallinula chloropus). Grande abundância de emas (Rheaamericana). Sitio de nidificação de espécies ameaçadas ou sob risco de extinção como

  jacaré-do-papo amarelo (Caiman latirostris), cisne-de-pescoço-preto (Cygnusmelancoryphus), capororoca (Coscoroba coscoroba). Está praticamente isolado por lavouras de arroz e impactado pela retirada de água para irrigação e obras de engenhariacorrespondentes (levantes d'água, canais, drenos).

6. Lagoa Formosa, foz do rio Piratiní e banhados do Canal São Gonçalo, municípiosde Rio Grande, Arroio Grande, Capão do Leão e Pelotas. Justificativa: área ainda bemmantida, importante local de refúgio para aves aquáticas, grandes concentrações invernaisde Anatidae. Parte da área está no Compartimento 2. Tipo de ambiente: Banhado comdominância de palha.

7. Foz do arroio Juncal, município de Jaguarão. Justificativa: Grande concentraçãoinvernal de espécie migratória, marrecão (Netta peposaca), ninhal poliespecífico de váriasespécies de garças e biguás.Tipo de ambiente: Banhado com macrófitas flutuantes e sarandís.

8. Banhado dos Afogados, município de Santa Vitória do Palmar. Justificativa:Variedade de aves aquáticas.

Tipo de ambiente: Banhado com vegetação flutuante, palha, junco, corticeiras e sarandís.9. Palmar de Santa Vitória do Palmar, município de Santa Vitória do Palmar 

(coordenadas UTM 6318951 e 282169). Formação vegetal rara de Butia capitata. Tipo deambiente: Campo com butiazeiros. Obs.: 1. Apesar deste ambiente estar inserido dentrodos ecossistemas de Restinga, sua preservação depende da manutenção do nível dolençol freático, que está diretamente associado aos banhados e áreas úmidas. 2. Existeinteresse da comunidade de Santa Vitória do Palmar em instituir uma U.C. municipal, umavez que este é o único remanescente de palmar, ao qual o município deve o nome.

10. Banhado das lagoas das Capinchas e das Cortiças, município de Santa Vitóriado Palmar, junto à lagoa Mirim, no Pontal do Santiago. Justificativa: Presença de espécies

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ameaçadas cisne-de-pescoço-preto (Cygnus melancoryphus), capororoca (Coscorobacoscoroba). Concentrações invernais de Anatidae e Rallidae.

Tendências sócio-econômicas 

O compartimento tem uma densidade populacional inferior à 10hab/km2, uma dasmenores do RS, apresenta os menores índices de urbanização do Estado e taxa decrescimento negativa. A atividade de maior impacto ambiental é o cultivo de arroz irrigado,seguido da criação de gado (e conseqüente drenagem de ambientes úmidos), afora estapodem se tornar ameaças o lazer e o turismo. As últimas não pelas tendências atuais,mas pelo risco de repetição de modelos inadequados de utilização das praias queocorreram em outras regiões.

Representatividade do esforço conservacionista 

"Santa Vitória do Palmar apresenta um Plano Básico Ambiental em nível municipal.Está implantado o comitê da gestão da Lagoa Mirim, de caráter binacional. A atuação deONG´s se concentra na Estação Ecológica do Taim. O Litoral Sul, pela criação da EstaçãoEcológica do Taim, apresenta a maior superfície protegida entre as Unidades Físico-Ambientais do Rio Grande do Sul. Além disso, apresenta uma das melhoresrepresentatividades dos ecossistemas regionais sob proteção legal, incluindo a maior parte dos ambientes típicos de restinga, como praias, dunas, banhados, lagoas, camposarenosos, matas arenosas e turfosas. Do mesmo modo, a maior parte das espécies rarase ameaçadas na região estão protegidas nesta unidade de conservação." Guadagnin e

Laidner, 1999.

2. Cassino, seguindo pela margem oeste da Lagoa dos Patos até o limite sul da Fozdo Rio Guaíba, incluindo a Lagoa dos Patos (RS)

Planície Costeira interna e Estuário da Laguna dos Patos

Estende-se desde a praia do Cassino, incluindo o estuário e a Laguna dos Patos ea planície à oeste desta, até a Ponta da Formiga, na desembocadura do Lago Guaíba.Inclui os municípios de Capão do Leão, Pelotas, Rio Grande (área urbana e Cassino), São

Lourenço do Sul, Turuçu, Camaquã, Arambaré, Tapes, Barra do Ribeiro e uma pequenaporção dos municípios de Arroio Grande e Pedro Osório.

Caracterização da unidade físico-ambiental 

Caracteriza-se pela ampla planície formada por deposições marinhas e lacustres elocalizada na transição entre o embasamento cristalino do Escudo Rio-Grandense e aLaguna dos Patos, incluída neste compartimento. Esta envolve uma bacia de drenagemde aproximadamente 200.00 km2, com inúmeros rios fluem desde o oeste. Junto a suadesembocadura no Oceano Atlântico forma-se um estuário, o qual possui uma instávelhidrodinâmica influenciada principalmente por ventos e chuvas (Seeliger et al. 1998).

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Neste compartimento os banhados e áreas úmidas estão menos representados queno compartimento anterior, no entanto, observa-se uma maior diversidade destesambientes e uma ação antrópica mais marcante. Entre os ambientes está a Laguna dos

Patos (985.000 ha) cujo corpo lagunar tem baixíssima produtividade (Seeliger et al. 1998),mas cujas enseadas fechadas e rasas, denominadas sacos, possuem alta produtividade eabrigam uma grande variedade de espécies, inclusive de valor comercial. Outrosambientes são os banhados, lagoas e um grande número de reservatórios de águaartificiais, em sua maioria rasos de grande superfície, com vegetação aquática.

Esforço de estudo e avaliação do conhecimento da biodiversidade

A Laguna dos Patos foi bastante estudada, tanto em sua totalidade (Seeliger  et al.,1998; Niencheski et al., 1986), quanto estudos específicos de micro algas ( Torgan et al., 1993; 1995; 1998, Torgan e Garcia, 1990; Werner e Santana, 1999; Yunes et al., 1990,

1994). Também foram bem estudados os ambientes do Parque Estadual de Itapuã (Buenoe Martins-Mazzitelli, 1996; Callegaro, 1981; Grosser e Hahn, 1981; Volkmer-Ribeiro, 1987;Volkmer-Ribeiro et al., 1988; Oliveira , 1991; Pankovski e Oliveira, 1990; entre outros). Asdemais zonas foram objeto de poucos estudos, alguns sobre aves aquáticas (Maurício, G.N. e Dias R. A., 1996; Vélez, 1997; Vélez et al. 1996, 1998), um estudo expedito sobreflora e fauna de toda a área (Martins-Mazzitelli, 1998). As aves aquáticas de interessecinegético são regularmente monitoradas (Menegheti et al. 1996, 1997, 1998, 1999).

Distribuição, situação e uso da biodiversidade 

"A Unidade apresenta graves problemas de conservação. A megafauna terrestre

está quase que totalmente extinta. Ainda podem ser encontrados gatos-do-mato (Felistigrina), capivaras (Hidrochaeris hidrochaeris) e jacarés-do-papo-amarelo (Caimanlatirostris).

A região ainda apresenta uma grande diversidade de aves aquáticas, grupo melhor conhecido. Parte do impacto do quase extermínio dos banhados parece ter sidoamenizado pela construção das centenas de açudes para irrigação, utilizadas por pelomenos parte das aves. É também muito importante para a preservação de doispasseriformes ameaçados, que na zona costeira ocorrem quase exclusivamente nestesetor - a boininha (Spartonoica maluroides) e o galito (Alectrurus tricolor ).

A cancorosa (Iodina rhombifolia) e o gravatá (Eryngium divaricatum) ocorrem nestesetor, não havendo informações sobre sua distribuição, principalmente da primeira, citada

como em perigo no Rio Grande do Sul." Guadagnin e Laydner, 1999

Principais vetores de pressão sobre a biodiversidade

Nas áreas de banhados e lagoas o principal problema é o impacto das lavouras dearroz, com a retirada de água dos banhados, lagoas, rios e córregos e o retorno destaságuas, com de agrotóxicos para estes ecossistemas. Ainda a drenagem de áreasalagadiças para plantio e para pecuária. Outro problema é a poluição hídrica,especialmente na Laguna dos Patos, que recebe os esgotos domésticos e industriais detoda a bacia do Guaíba (onde se concentra 56% da população do Rio Grande do Sul eonde circula 86% do PIB) e o das cidades de Tapes, São Lourenço do Sul e Pelotas.

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 Unidades de Conservação do Compartimento

Parque Estadual do Camaquã, com 7992,5 ha de banhados, mata ripária,vegetação de restinga, nos municípios de Camaquã, São Lourenço do Sul. Jurisdiçãoestadual, ainda não implementada. Unidade de Conservação particular da EMBRAPA-CPACT, com 860 ha, no município de Capão do Leão.

Recomendação de U.C.s: principais remanescentes naturais

1. Sistema banhado da Barra Falsa, município de Rio Grande, junto a foz do canalde São Gonçalo. Justificativa: Grande extensão de banhados com presença de espéciesraras ou ameaçadas de extinção como jacaré-do-papo-amarelo (Caiman latirostris),cisne-de-pescoço-preto (Cygnus melancoryphus), capororoca (Coscoroba coscoroba),

flamingo (Phenicopterus chilensis). Grandes concentrações invernais de Anatidae e deRallidae (Fulica spp. e Gallinula chloropus). Tipo de ambiente: Banhado com vegetaçãoflutuante, palha, junco e poucos sarandís.

2. Pontal da Barra, em Laranjal, município de Pelotas. Justificativa: banhadosextensos bem conservados.

3. Lagoa Pequena, município de Pelotas. Justificativa: Refúgio de cisne-de-pescoço-preto (Cygnus melancoryphus) e capororoca (Coscoroba coscoroba) em períodosde seca. Tipo de ambiente: Lagoa, banhado com palha

4. Banhado do Caipira e delta do rio Camaquã, município São Lourenço do Sul.Justificativa: Grande extensão de banhados e mata riparia, com presença de espéciesraras ou ameaçadas de extinção como jacaré-do-papo-amarelo (Caiman latirostris),

concentrações invernais de Anatidae e de Rallidae (Fulica spp. e Gallinula chloropus).Obs.: Esta área foi decretada como U.C. estadual mas até o presente não foiimplementada, e sofre freqüentes agressões, como desmatamento, drenagem e caçapredatória.

5. Sistema que inclui butiazal, a Lagoa Comprida e a Lagoa do Cerro, município deTapes. Justificativa: Formação vegetal rara de butiá (Butia capitata). Diversidade de avesaquáticas e passeriformes. Tipo de ambiente: Butiazal, mata de restinga, campos ecampos alagados, lagoa, banhado com macrófitas flutuantes, banhado com vegetaçãoemergente de palha e junco (Juncus spp. ou Scirpus californicus), banhado com sarandís(Sebastiania schottiania e outras) e corticeiras (Erythina crista-galli ).

Tendências sócio-econômicas

"Cinco dos 10 maiores municípios do Estado pressionam os ecossistema daLaguna dos Patos (Porto Alegre, Pelotas, Canoas, Viamão e Rio Grande. A atividadeindustrial está fortemente concentrada na região metropolitana de Porto Alegre, no LagoGuaíba, com uma ampla gama de gêneros e em Rio Grande e Pelotas, na regiãoestuarina da Laguna dos Patos, principalmente nos gêneros de minerais metálicos,madeira, fertilizantes e produtos alimentícios.

Estes Grandes centros urbanos são também os que apresentam as maiores taxasde crescimento do Estado e as maiores densidades populacionais. A atividade portuária

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está concentrada principalmente em Rio Grande e, em segundo lugar, em Porto Alegre, eestá em expansão no principal destes pólos.

Em conseqüência, vem aumentando o número de efluentes urbanos, industriais e

portuários. O sistema de esgotos apresenta deficiências consideráveis, devido ao fato depossuir uma sobretaxa de ligações clandestinas e, principalmente por não comportar oaumento destas. Também estão em aumento processos de migrações internas efavelização.

Os demais municípios da planície costeira Interna apresentam característicasrurais, com economia baseada na agricultura. Camaquã apresenta uma situaçãointermediária, configurando-se também como um pólo regional. A produção é diversificadamas concentrada na orizicultura. Também se destaca a produção de milho, fumo, feijão etrigo e a criação de aves e suínos. Nestes municípios verifica-se um fenômeno demigrações internas para municípios como Camaquã e Tapes. Todos os municípiosapresentam altas taxas de crescimento, embora menores que nos principais pólos de

atração. A expansão das lavouras quase atingiu seu limite." Diagnóstico da Região Sul

Representatividade do esforço conservacionista 

Existe pouca atividade para conservação dos banhados e áreas úmidas destecompartimento, inclusive criação de Unidades de Conservação. A implementação doComitê da bacia do Rio Camaquã pode ser um Fórum importante nesta área.

Comprometimento da biodiversidade

"A Laguna dos Patos, incluindo o estuário, apesar da forte pressão da poluição e

sobrepesca, pode ser considerado medianamente comprometido, dada a hidrodinâmicaque favorece a dispersão dos poluentes. A situação é crítica apenas em pontoslocalizados junto às maiores aglomerações urbanas.

As matas de restinga e banhados estão criticamente ameaçados, com poucasexceções." Diagnóstico da Região Sul

3. Foz do Guaíba, incluindo a região metropolitana de Porto Alegre e a bacia do RioGravataí (RS)

Este compartimento não foi considerado como parte da planície costeira por ter 

características geológicas, geomorfológicas e hidrográficas próprias.

4. Península de Mostardas, desde o estuário da Lagoa dos Patos estendendo-seentre a lagoa e o mar até Palmares do Sul (RS)

Península de Mostardas

Compreende a península que delimita a Laguna dos Patos na sua face leste, contrao Oceano Atlântico, até o balneário de Pinhal. Inclui os municípios de São José do Norte,Palmares do Sul, Mostardas, Capivari e parte de Viamão.

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 Caracterização da unidade físico-ambiental 

Este compartimento se caracteriza pelo colar de lagoas rasas, não conectadas, ebanhados. No meio do compartimento se localiza a Laguna do Peixe, extremamente rasa(média de 30cm), cuja superfície e salinidade variam em função do aporte de água dooceano ou das chuvas. Esta laguna, foi decretada sítio RAMSAR em maio de 1993 devidoa sua alta produtividade que dá suporte a uma rica e abundante avifauna, entre estasmigrantes das famílias Caradriidae e Scolopacidae. O Parque Nacional da Laguna doPeixe é um dos dois sítios RAMSAR brasileiros na zona costeira.

Da mesma forma que o compartimento 1, esta região é intensamente utilizada paracultivo de arroz irrigado, que substituiu os ambientes naturais de campos alagados ebanhados.

Esforç o de estudo e avaliação do conhecimento da biodiversidade

O conhecimento da biodiversidade deste compartimento refere-se especialmente àUnidade de Conservação da Laguna do Peixe e a avifauna do local (Resende eLeeuwenberg 1987, Antas et al. 1990, Macedo e Barbosa, 1998). As aves de valor cinegético vem sendo monitoradas (Menegheti et al.1990, 1993, 1996, 1997, 1998, 1999),o mesmo ocorrendo com o cisne-de-pescoço-preto e a coscoroba Menegheti et al. 1988,1991). Foram efetuados estudos sobre as populações de marreca-piadeira (Dendrocygnaviduata) sua distribuição, preferência de habitat (Burger, 1996). As aves migratórias sãopermanentemente monitoradas na Lagoa do Peixe pelo IBAMA. O jacaré-do-papo-amarelovem sendo objeto de estudo neste compartimento (Melo et al. 1997). Foram também

realizados estudos limnológicos (Schafer  et al. 1983) e sobre moluscos nas lagoascosteiras (Lanzer e Schafer 1984).

Distribuição, situação e uso da biodiversidade 

As áreas ainda preservadas deste compartimento estão bastante fragmentadassobre uma matriz de área de cultivo de arroz, o que remete a uma comparação com oCompartimento 1, pois sofre os mesmos problemas. Várias espécies ameaçadas sãoencontradas na região, incluindo populações dos tuco-tucos endêmicos (gêneroCtenomys), uma espécie de lagarto (Liolaemus occipitalis), o jacaré-do-papo-amarelo(Caiman latirostris), o cisne-do-pescoço-preto (Cygnus melancoryphus), a capororoca ou

cisne-branco (Coscoroba coscoroba), o flamingo (Phoenicopterus chilensis), o maçarico-de-bico-virado, (Limosa haemastica) maçarico-de-papo-vermelho (Calidris canutus) e duasespécies de orquídeas (Cattleya intermedia e C. tigrina). A cancorosa (Iodina rhombifolia)e o gravatá (Eryngium divaricatum) ocorrem neste setor.

Principais vetores de pressão sobre a biodiversidade

Neste compartimento a expansão da orizicultura destruiu quase completamente asextensas áreas de banhados, dos quais restaram fragmentos cercados por áreas decultivo. Nos poucos banhados remanescentes a drenagem tem causado subsidência dosolo (Waechter 1985). Outro grande problema são as extensas áreas de cultivo de Pinus

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sp., apesar de afetarem mais outros ecossistemas, também provocam impactos nas áreasúmidas pelo rebaixamento do lençol freático.O grande impacto potencial é a pavimentação da BR-101, que proporcionará melhor 

escoamento para a safra de arroz, acesso fácil as lagoas e banhados, e comoconseqüência o aumento da caça e pesca predatórias e o turismo de fim de semana.

Unidades de Conservação do CompartimentoParque Nacional da Lagoa do Peixe, de jurisdição Federal, administrado pelo

IBAMA, tem 34.400 ha que preservam os ambientes de laguna, banhados, dunasmarismas e vegetação de restinga. É um dos quatro sítios RAMSAR brasileiros. Localiza-se nos municípios de Mostardas, Tavares e São José do Norte.

Recomendação de U.C.s: principais remanescentes naturais 1. Banhado do Capivari, município de Capivari. Justificativa: Grandes

concentrações invernais de Anatidae (contagens de mais de 5 mil indivíduos). Ninhalpoliespecífico de garças (Casmerodius albus, Egretta thula, Ardea cocoi, Bubulcus ibis).Tipo de ambiente: Banhado com macrófitas flutuantes, banhado com vegetaçãoemergente (palha e junco), banhado com sarandis e corticeiras

2. Sistema Lagoa dos Gateados, incluía lagoa e os banhados adjacentes,municípios de Palmares do Sul e Mostardas, próximo a Laguna dos Patos. Justificativa:Sitio de nidificação de espécies ameaçadas ou sob risco de extinção como jacaré-do-papo-amarelo (Caiman latirostris), cisne-do-pescoço-preto (Cygnus melancoryphus),capororoca (Coscoroba coscoroba). Ninhal poliespecífico de garças (Casmerodius albus,Egretta thula, Ardea cocoi, Bubulcus ibis), biguá (Phalacrocorax olivaceus), biguatinga( Anhinga anhinga). Grandes concentrações invernais de Anatidae (contagens de mais de

5 mil indivíduos) e de Rallidae (Fulica spp. e Gallinula chloropus). Grande abundância deemas (Rhea americana). Grande abundância de capivaras (Hydrochaeris hydrochaeris) eratões-do-banhado (Myocastor coypus).  Fortemente pressionados pelas atividadesagrícolas em expansão. Tipo de ambiente: Lagoa, banhados com macrófitas flutuantes,banhados com vegetação emergente (palha e junco), banhado com sarandis e corticeiras,mata de restinga, campos e campos alagados.

3. Banhados da Solidão e das Cacimbas, que no passado constituíam um banhadocontínuo, localizam-se nos municípios de Palmares do Sul e Mostardas, a leste do sistemaGateados, entre a laguna dos Patos e o oceano Atlântico. Justificativa: Sítio de nidificaçãode jacaré-do-papo-amarelo (Caiman latirostris). Presença de cisne-de-pescoço-preto(Cygnus melancoryphus) e capororoca (Coscoroba coscoroba). Fortemente pressionados

pelas atividades agrícolas em expansão. Grandes concentrações invernais de Anatidae deinteresse cinegético. Tipo de ambiente: Banhado cercado por lavoura de arroz.

4. Banhado Grande, localiza-se junto a Vila Vargas (Colônia Rizícola 1 do InstitutoRiograndense de Arroz- IRGA, no município de Palmares do Sul. Justificativa: Sítio denidificação de jacaré-do-papo-amarelo (Caiman latirostris). Grandes concentraçõesinvernais de Anatidae de interesse cinegético. (contagens de mais de 10 mil indivíduos)Fortemente pressionados pelas atividades agrícolas em expansão. Tipo de ambiente:Banhado, campos e campos alagados, cercados por lavoura de arroz e mata de eucalipto.

5. Sistema lagoa da Reserva e banhados adjacentes, localizado próximo a Lagunados Patos, no município de Mostardas. Justificativa: Presença de cisne-de-pescoço-preto(Cygnus melancoryphus) e capororoca (Coscoroba coscoroba). Ninhal de garças. Grandes

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concentrações invernais de Anatidae de interesse cinegético (contagens de mais de 5 milindivíduos) e de Rallidae (Fulica spp. e Gallinula chloropus). Grande abundância de emas(Rhea americana). Grande abundância de capivaras (Hydrochaeris hydrochaeris) e ratões-

do-banhado (Myocastor coypus) Fortemente pressionados pelas atividades agrícolas emexpansão.. Tipos de ambientes: Lagoa, banhado com macrófitas flutuantes, banhado comvegetação emergente (palha e junco), banhado com sarandis e corticeiras, campos ecampos alagados.

6. Sistema Bojurú/ Banhado e lagoa do Claudinho, município de São José do Norte.Justificativa: Grandes concentrações de Anatidae, inclusive em muda. Presença de jacaré-do-papo-amarelo (Caiman latirostris). Alta diversidade de microalgas de águas ácidas.Tipo de ambiente: Banhado com palha, arbustos e flutuantes.

7. Lagoas e banhados do Estreito, entre Tavares e São José do Norte. Justificativa:área extensa e em bom estado de conservação, ameaçadas pela descoberta de jazidasde titânio.

Tendências sócio-econômicas

Este compartimento ainda tem áreas em bom estado de conservação por ter baixadensidade demográfica, baixo índice de urbanização e taxas negativas de crescimento.Isto se deve muito a malha rodoviária precária da região. No entanto a principal via deacesso (BR-101) está sendo pavimentada, o que deve provocar um aumento da atividadeeconômica e aumento da urbanização pela criação de balneários e conseqüente impactoambiental. Outra forma de impacto, com forte ameaça ao ambiente natural, a cultura locale a biodiversidade é a mineração, na localidade de Bojurú (município de São José doNorte), onde esta atividade está destruindo sítios arqueológicos.

Representatividade do esforço conservacionista 

"Não existem esforços dignos de nota além do início dos projetos demacrozoneamento. Na Lagoa do Peixe existem problemas crônicos de relacionamentoentre a administração e a comunidade, particularmente com os pescadores artesanais.

O Parque Nacional da Lagoa do Peixe protege amostras de quase todos osecossistemas característicos do compartimento e da maioria das espécies ameaçadas,principalmente da laguna e ambientes de marismas, dunas frontais e praia e umimportante remanescente de mata de restinga.

As dunas lacustres, as lagoas isoladas de água doce e os palmares de butiá não

estão protegidos." Guadagnin e Laidner, 1999

Comprometimento da biodiversidade

Os banhados deste compartimento estão muito comprometidos, enquanto as lagoasestão medianamente comprometidas, especialmente devido a retirada de água para aslavouras de arroz. Com a pavimentação da BR-101 este comprometimento pode se tornar grande devido ao turismo de fins de semana.

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5. Pinhal (RS) até divisa RS/SC

Litoral Norte

Estende-se desde os limites do compartimento três até a fronteira com o Estado de SantaCatarina. Inclui os municípios de Viamão (leste) Cidreira, Tramandaí, Osório, Capão daCanoa, Torres, Terra de Areia, Arroio Teixeira e Maquiné. 

Caracterização da unidade físico-ambiental 

Neste compartimento a planície Costeira estreita-se, devido a Serra Geral, que nonorte da região, em Torres, atinge o oceano. As lagos e lagunas costeiras, muitonumerosas formam um cordão, e se comunicam por meio de canais e banhados. É umaregião bastante complexa hidrologicamente e pela variedade de ecossistemas.

Este compartimento integra componentes de regiões biogeográficas distintas, o quelhe confere uma grande riqueza de espécies. Este compartimento é o limite austral damata Atlântica e o limite setentrional de muitas espécies do sul do continente, constituindoum divisor biogeográfico. Na avifauna se observa um aumento da riqueza depasseriformes e uma redução da diversidade de aves aquáticas.

A zona litorânea é a mais povoada pelos veranistas que promovem a ocupação,não apenas da orla marítima, mas também das lagoas, banhados e outras áreas úmidas.

Os ecossistemas dominantes são as lagoas, isoladas ou em cordão, em grandenúmero, banhados, matas de restinga, butiazais, praias e dunas.

Esforço de estudo e avaliação do conhecimento da biodiversidade

Os estudos referentes a este compartimento estão concentrados em determinadosambientes, principalmente as lagoas. As lagoas costeiras foram bem estudadas, sobdiferentes aspectos, principalmente a ictiofauna (Silva 1982, Reis e Schafer 1988,Malabarba e Isaia 1992, Fontoura et al. 1993, 1994, Bervian e Fontoura 1994, Fialho 1996,Fialho et al. 1994, 1998,  Hartz 1996, Hartz e Barbieri 1993a, 1993b, 1995, Hartz et al. 1994, 1996a, 1996b, 1997, 1998, Bruschi 1997, Bruschi et al. 1997, Becker et al. 1996,Peret e Bruschi 1996) algas (Kremer e Rosa 1983, Rosa e Callegaro 1988, Rosa eWerner, 1993, Rosa et al. 1994, Verner 1988, Callegaro e Lobo 1990, Callegaro et al. 1991, 1998), invertebrados (Lanzer e Schafer 1984) aspectos limnológicos (Bruschi et al. 

1998),aspectos sociais da pesca (Bertoletti et al. 1983) e esponjas (Volkmer-Ribeiro et al.1988)

Outros aspectos bastante estudados incluem a flora (Lindeman 1975, Pfadenhauer 1978, Pfadenhauer e Ramos 1979, Baptista e Waechter 1976, Waechter 1986, Waechter 1998, Dillenburg et al. 1992), os micro roedores endêmicos (Freitas 1994, 1995, 1997) e

  jacaré-do-papo-amarelo (Melo et al.1997). Estão em andamento estudos sobre aves emmatas de restinga.

As aves de interesse cinegético são monitoradas no sul do compartimento(Menegheti et al. 1996, 1997, 1998, 1999).

Distribuição, situação e uso da biodiversidade 

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 "Este compartimento apresenta ainda uma grande diversidade de espécies, apesar 

de, como nos demais compartimentos, os grandes carnívoros e herbívoros estarem

localmente extintos. Os maiores elementos da fauna que persistem na região são acapivara e o jacaré-do-papo-amarelo.

Várias espécies de plantas raras e de distribuição geográfica restringida podem ser encontradas neste setor, como Marcgravia polyantha, Psidium spathulatum e Cyphomandra cornigera. O banhado onde foi coletado o tipo da espécie Cavia magna nãoexiste mais.

Uma grande diversidade de espécies vegetais e animais ameaçadas são típicasdesta região ainda podem ser encontrados, especialmente bromeliáceas, orquídeas epasseriformes estreitamente relacionados com a mata atlântica e que tem aqui o seu limitede distribuição. A diversidade e abundância de aves aquáticas, por outro lado, diminuiconsideravelmente neste compartimento. Algumas plantas aquáticas também tem aqui seu

limite setentrional como Ephedra tweediana. Merece atenção a presença de espécies de peixe-rei (Odontesthes) novas para a

ciência endêmicas da região. Uma espécie nova ocupa a parte sul das lagunasinterligadas do sistema do rio Tramandaí, outra ocupa a parte norte e uma terceiraalgumas lagoas isoladas mais interiores." Guadagnin e Laidner, 1999

Principais vetores de pressão sobre a biodiversidade

No compartimento 5 a pressão sobre os banhados, lagoas e demais áreas úmidas éproveniente de duas fontes que atingem de forma intensa os diferentes ambientes. A

primeira delas é a pressão urbana dos balneários litorâneos, que aterra ambientes paraampliação das áreas urbanas, para depósito de lixo, despeja os esgotos nas lagoas, retiraágua das lagoas para consumo e ainda pressiona com a pesca (esportiva e comercial). Asegunda é a agricultura, que nos banhados é a orizicultura que utiliza a água parairrigação, drena as áreas alagadiças para transformá-las em cultivos e contamina oambiente com agrotóxicos, adubos e combustível.

A pesca comercial tem reduzido as populações de peixes de valor comercial ecrustáceos, a tal ponto que as populações de algumas espécies como o peixe-rei, estãoem estado crítico.

Um fato preocupante é a introdução de espécies exóticas, de alto potencial bióticocomo o porrudo (Trachaelyopterus lucenai ) foi introduzido na região, provavelmente

acidentalmente, a criação e o crocodilo-do-nilo (Crocodilus niloticus) em cativeiro junto aosistemas de lagoas costeiras. A introdução de carpas (Ciprinus spp.) e outras espéciesnos estabelecimentos do tipo "pesque e pague" podem atingir os sistemas naturais, umavez que não existe um controle rígido e nem mesmo a consciência do problema, por partedos freqüentadores.

Unidades de Conservação do Compartimento

Não existe nenhuma U.C. neste compartimento com os ecossistemas abrangidosneste diagnóstico.

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Recomendação de U.C.s: principais remanescentes naturais

1. Pontal dos Diehl e banhados do rio Tramandaí, no município de Osório.

Justificativa: importante remanescente de banhados, lagoas e matas de restinga sob fortepressão. Local de concentração de espécies de importância cinegética. Tipo de ambiente:lagoa com junco e banhados de palha e junco.

2. Banhado da Várzea, no município de Capão da Canoa. Justificativa: banhado embom estado de conservação. Local de agregação de aves de importância cinegética.

3. Localidade de Itapeva, no município de Torres. Justificativa: um dos dois últimosremanescentes da seqüência de ecossistemas típica da faixa costeira frontal,relativamente intactos, no Litoral norte do Rio Grande do Sul, incluindo desde a faixapraial, dunas, lagoas e fragmentos de mata de restinga paludosa, com grande riqueza deespécies.

4. Lagoa do Morro do Forno, do Jacaré, áreas adjacentes e Vila São João, no

município de Torres. Justificativa: Remanescentes de Mata Atlântica e banhados.5. Lagoa do Camboim, junto ao Balneário de Camboim, ao Norte de Arroio do Sal,

município de Torres. Justificativa: Lagoa com banhados e fragmentos de mata de restingaem bom estado de conservação.

Tendências sócio-econômicas

"O litoral norte apresenta uma das mais altas densidades demográfica para a zonacosteira gaúcha (acima de 50 hab/km2). As principais atividades econômicas são turismo

de segunda residência e o cultivo do arroz, ambos em expansão, e a pesca artesanal, emsevero declínio.

É interessante notar que, quanto à situação econômica, os valores mais baixos doPIB  per   capita encontram-se no Litoral Norte e que, numa perspectiva estadual, aprodução agropecuária é pouco significativa." Diagnóstico da Região Sul

Representatividade do esforço conservacionista 

Existem diversas ONGs trabalhando na região, mesmo assim a biodiversidade daárea não tem áreas de proteção adequadas. Em abril de 2000 foi implantado comitê de

gestão da bacia do rio Tramandaí que, se espera, seja o fórum adequado para discussãodos problemas e conflitos existentes na região sobre a conservação da biodiversidade.Está sendo implementado o macrozoneamento costeiro, elaborado com participação ativada comunidade.

Comprometimento da biodiversidade

Os banhados em sua totalidade e as lagoas das áreas mais urbanizadas estãomuito comprometidos, algumas lagoas estão medianamente comprometidas.

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6. Divisa RS/SC até divisa Laguna/ Jaguaruna (incluindo a Lagoa do Laranjal) (SC)

Complexo Lagunar de Sombrio

Este compartimento estende-se desde a divisa dos estados SC-RS até a Barra doCamacho, segue a divisa entre Laguna/Jaguaruna, incluindo a Lagoa do Laranjal. Inclui osmunicípios de Jaguaruna, Balneário Arroio do Silva, Araranguá, Santa Rosa do Sul,Balneário Gaivota, Sombrio, Passo de Torres, São João do Sul.

Caracterização da unidade físico-ambiental 

Nesta região, apesar da planície costeira relativamente ampla, os banhados são demenor porte que nos compartimentos anteriores. Estão associados as lagunas costeiras,sendo maiores no sul, onde a planície é mais alargada. As maiores lagoas são a do

Sombrio, do Rincão e dos Esteves.Os ecossistemas dominantes são praias, dunas, lagoas costeiras e matas de

restinga.

Esforço de estudo e avaliação do conhecimento da biodiversidade

O conhecimento da biodiversidade deste compartimento é muito pobre. Foramfeitos estudos detalhados sobre a vegetação (Veloso e Klein, 1963), sobre a avifauna(Bege e Marterer 1991) e sobre e pesca e ictiofauna (Bertoletti et al . 1983, Reis e Schaefer 1998). A lagoa do Sombrio é citada como local de importância para a avifauna no

inventariamento das áreas úmidas da região Neotropical coordenada por Scott e Carbonell(1986).

Distribuição, situação e uso da biodiversidade 

"Nesta Unidade encontramos uma das três raças de C. minutus reconhecidas por Freitas (1997), correspondendo também ao limite setentrional da espécie.

A Unidade já perdeu muitos elementos característicos, mesmo de espécies comunsem outras regiões, como a ema (Rhea americana) e a capivara (Hidrochaerishidrochaeris).

Reis e Schäefer (1998) encontraram três novas espécies de cascudos (família

Loricariidae) endêmicos das estreitas bacias da vertente atlântica no norte do Rio Grandedo Sul e sul de Santa Catarina, em geral restritos ao trecho ritral. Desta, Epactionotusgracilis, endêmico da bacia do rio Araranguá, ocorre também no trecho potamal do rio.

É interessante notar que várias espécies ameaçadas encontradas noscompartimentos mais ao sul e ao norte não são citadas para este, como aves (Spizaetustyrannus, Pionopsitta pileata, Triclaria malachitacea, Macropsalis creagra e outras) eplantas (Rollinia  maritima e outras). Não é possível saber em que medida isto reflete afalta de dados ou o grau de comprometimento da biodiversidade. Por outro lado, outrasaves, como o peito-negro (Biatas nigropectus) só foram encontradas aqui.

O buriti (Trithrinax brasiliensis) é uma espécie do Planalto mas, curiosamente,ocorre na planície costeira neste setor.

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Neste setor já não existem mangues, porém as áreas com influência de marés,além das espécies de marismas, são freqüentemente ocupadas por extensos bancos deHibiscus tiliaceus." Diagnóstico da Região Sul.

Entre 1987 e 1990 ocorriam cisnes-de-pescoço-preto (Cygnus melancoryphus) naLagoa do Sombrio (R. A. Ramos, com. pessoal) em anos mais recentes esta espécie nãofoi mais registrada (obs. pessoal).

Principais vetores de pressão sobre a biodiversidade

"As bacias do rio Araranguá e do rio Urussanga estão entre as quatro mais poluídasno Brasil e a primeira em Santa Catarina sendo os principais vetores de pressão aextração e beneficiamento de carvão, a expansão das lavouras de arroz, assoreamento, ouso indiscriminado de agrotóxicos e a poluição por esgotos urbanos e industriais (Santa

Catarina 1997, Sanchez et al. 1998). Existe ainda o problema da salinização próxima a fozdo rio Araranguá.

Dada a gravidade da poluição têm ocorrido no rio Araranguá repetidos episódios demortandade de peixes, um indicativo do grau de comprometimento da biodiversidade localque tem também afetado gravemente as colônias de pescadores da foz do rio. O maior número de pontos em situação crítica ou extremamente crítica entre os rios de SantaCatarina é encontrado neste compartimento.

Este compartimento é também o que apresenta a menor cobertura florestal originalna zona costeira de Santa Catarina, em face da intensa atividade agrícola, principalmentea orizicultura e outras culturas anuais, que também afetam as lagoas em todo ocompartimento.

Outros problemas registrados são a degradação das baías e lagoas pela extraçãode calcário de conchas em Sombrio, sobrepesca em Araranguá, extração de areia nasmargens da Lagoa dos Esteves.

A Lagoa do Sombrio apresenta extensas áreas de marismas e banhados em todo oseu perímetro, em bom estado de conservação." Diagnóstico da Região Sul.

A Lagoa do Caverá (município de Sombrio) está ameaçada pela extração de turfa.

Unidades de Conservação do Compartimento

Não existe nenhuma U.C. neste compartimento que preserve áreas significativasdos ecossistemas abrangidos por este diagnóstico.

Recomendação de U.C.s: principais remanescentes naturais.

1. Lagoa do Sombrio e sistemas de áreas úmidas adjacentes, nos municípios deSombrio e São João do Sul e Santa Rosa do Sul. Justificativa: Este sistema ainda seencontra em bom estado de conservação.

2. Lagoas da Urussanga Velha e Lagoa do Rincão, no município de IçaraJustificativa: lagoas costeiras com campos litorâneos, banhados e marismas bemconservados.

3. Complexo de lagoas costeiras – Lagoa dos Esteves, entre Içara e Araranguá.Justificativa: Lagoas costeiras, dunas, praias, restingas.

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 Tendências sócio-econômicas

"Esta região apresenta uma densidade populacional relativamente elevada (cercade 80hab/km2) e, ao mesmo tempo, uma taxa de urbanização relativamente baixa (cercade 30% de população rural). As principais atividades econômicas são a exploração decarvão (em decréscimo), a indústria, destacando-se a cerâmica (em aumento) e aorizicultura. Condizente com esta realidade, os principais vetores de pressão ambientalsão a poluição industrial, a destruição e degradação dos hábitats terrestres e aquáticospela agricultura e os conflitos pelo uso da água." Guadagnin e Laidner, 1999

Representatividade do esforço conservacionista 

"Na região existem projetos e planos de gerenciamento de bacias hidrográficas,macrozoneamento e planos diretores municipais em elaboração. Estes esforços temmostrado preocupação com a situação da biodiversidade através da identificação deremanescentes naturais para fins de preservação.

Todos os ecossistemas deste compartimento estão totalmente desprotegidos.Apenas duas pequenas unidades protegem fragmentos de matas de restinga." Guadagnine Laidner, 1999

Comprometimento da biodiversidade

Os banhados remanescentes estão muito comprometidos enquanto as lagoas estãomedianamente comprometidas.

7. Divisa Laguna/ Jaguaruna até Ponta da Faísca ou de Gamboa (SC)

Região Carbonífera

Este compartimento segue a partir do anterior até a Ponta da Faísca ou daGamboa, então pelo divisor de águas entre as microbacias dos rios da Madre e D'Una.Inclui os municípios de Garopaba, Imbituba, Imaruí, Laguna.

Caracterização da unidade físico-ambiental 

O compartimento é caracterizado pela ocorrência de lagunas nas planícies maisamplas, como o sistema as lagoas de Garopaba do sul, Camacho e Santa Marta e aslagoa de Garopaba e do Ibiraquera, que estão fora do complexo lagunar Santo Antôniodos Anjos, Imaruí e Mirim, o maior no Estado de Santa Catarina.

Os ecossistemas dominantes são lagunas, dunas, costões rochosos, banhados emarismas.Este compartimento tem muita semelhança com o compartimento anterior tanto socio-econômicamente como biogeograficamente.

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 Esforço de estudo e avaliação do conhecimento da biodiversidade

"O sistema estuarino e lagunar Santo Antônio dos Anjos-Imaruí-Mirim érelativamente conhecido, principalmente a vegetação de marismas (Santos e Araújo1987a), a ictiofauna (Monteiro-Neto et al . 1990), e algas (Citadini-Zanette et al. 1979,Gaidzinski 1992, Cordeiro-Marinho 1978).

Os demais ecossistemas e grupos taxonômicos são muito pouco estudados. Domesmo modo, não foram identificados estudos na parte norte do compartimento."Diagnóstico da Região Sul.

Distribuição, situação e uso da biodiversidade 

A pesca é uma importante atividade no sistema lagunar e estuarino, sendo que as

espécies mais exploradas são: a tainha (Mugil  sp.), camarões (Penaeus paulensis e P.brasiliensis) e siris (Callinectes sp.). Não existem estudos sobre outros grupostaxonômicos e tampouco sobre banhados.

Principais vetores de pressão sobre a biodiversidade

"A região de Criciúma, Imbituba e Tubarão é uma das que mais concentraatividades de extração e beneficiamento de carvão atualmente, com inúmeros problemasambientais, conseqüentes principalmente do alto teor de rejeitos no minério e suainadequada disposição final, tanto na mineração quanto nas termelétricas (Sanchez et al.1998).

O sistema lagunar, incluindo os mangues, marismas e banhados associados, estãopressionados por uma grande variedade de fatores, sendo os principais incluindo o avançoda orizicultura, os rejeitos de carvão e a ocupação urbana desordenada, a sobrepesca decamarões e siri.

A poluição hídrica é um dos problemas mais sérios, incluindo importantes fontes decarga orgânica e química, como a suinocultura, agroindústrias (vinícolas, beneficiadorasde carvão, fecularias, olarias, curtumes, cerâmicas, industrias de alimentação e pescado,fábricas de adubos), esgotos domésticos. A extração e beneficiamento de carvão é aprincipal atividade poluidora, comprometendo seriamente as águas do rio Tubarão emquase toda a sua extensão e qualificando estes sistemas entre os três maiscomprometidos do Estado de Santa Catarina. (Santa Catarina 1997, Sanchez et al. 1998).

O sistema lagunar apresenta condições ambientais variadas. A borda leste daslagoas de Santo Antônio e do Mirim apresentam uma situação crítica pela proximidade doscentros urbanos de Imbituba e Laguna. A borda oeste, por outro lado, com menor densidade populacional, apresenta uma condição melhor, com remanescentes naturaisainda preservados.

Outros problemas registrados são a degradação das baías e lagoas pela extraçãode calcário de conchas na lagoa do Camacho, o assoreamento das lagoas costeiras,resíduos sólidos em Imbituba e Garopaba.

Os recursos pesqueiros das lagunas, principalmente camarões e siris, exploradosbasicamente por pescadores artesanais, apresentaram uma queda de produção de maisde 70% entre 1985 e 1987, último período com dados disponíveis (Estado de Santa

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Catarina 1997), indicando uma forte sobrepesca. Entre as causas citam-se a atividadepraticada de forma irregular e com equipamentos inadequados.

A maricultura teria grande potencial em função da disponibilidade de hábitats, não

fossem os sérios problemas de poluição dos corpos d'água.A Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em um diagnóstico sobre os

impactos da mineração na região sul de Santa Catarina (UFGRS, 1978), caracterizou afauna local como empobrecida e rarefeita, indicando três causas principais. As atividadesligadas ao carvão praticamente eliminaram a fauna típica nos ecossistemas terrestres eaquáticos diretamente impactados pela mineração e rejeitos. O desmatamento e aexpansão das atividades agropastoris acarretaram a degradação e fragmentação dosecossistemas não diretamente relacionados com o carvão, ocasionando a diminuição deabundância da maioria das espécies e a extinção de algumas. A caça foi outro fator importante, caracterizada como uma atividade constante na região. Além do efeito diretosobre redução das áreas nativas, o avanço das atividades agro-silvo-pastoris de forma

desordenada trouxe graves problemas de erosão, assoreamento, enchentes e perda dafertilidade do solos.

Este compartimento é também o segundo na zona costeira com a menor coberturaflorestal original, em face da intensa atividade agrícola, que praticamente eliminou asmatas de restinga." Guadagnin e Laidner, 1999.

Unidades de Conservação do Compartimento

Não existe nenhuma U.C. neste compartimento com os ecossistemas abrangidosneste diagnóstico.

Principais remanescentes naturais

1. Lagoas de Garopaba e Ibiraquera, nos municípios de mesmo nome. Justificativa:Laguna e estuário que sofrem grande pressão pela urbanização da região devido aoturismo.

2. Complexo lagunar de Laguna e áreas úmidas adjacentes. Justificativa:Ecossistemas medianamente comprometidos, mas com grande pressão potencial.

Tendências sócio-econômicas

Neste compartimento o turismo vem crescendo de forma desordenada, pondo em

risco os ambientes naturais pela exploração imobiliária e suas conseqüências (lixo,esgotos, pesca predatória, entre outras). Outras atividades econômicas em expansão edestruidoras dos ecossistemas são a extração e beneficiamento de carvão, a produçãoagrícola (arroz, batata, suínos e leite) e pequenas e médias indústrias.

Como o compartimento anterior, este também apresenta uma densidadepopulacional relativamente elevada e uma taxa de urbanização relativamente baixa.

Representatividade do esforço conservacionista 

"A Universidade do Sul de Santa Catarina tem tomado diversas iniciativas nosentido de discutir e equacionar o problema de poluição no Rio Tubarão. Debateu os

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problemas sociais decorrentes da poluição descarregada pelo Rio Tubarão e seusafluentes no Complexo Lagunar.

Este compartimento é tratado em conjunto com o anterior em vários projetos e

planos de gerenciamento de bacias hidrográficas e macrozoneamento. Desta forma, comono caso anterior, a situação da biodiversidade vem sendo discutida." Guadagnin e Laidner,1999.

Comprometimento da biodiversidade

O complexo lagunar com seus banhados e marismas associados estão muitocomprometidos na proximidade do oceano e medianamente comprometidos na porçãooeste.

8. Ponta da Faísca ou da Gamboa até Ponta dos Ganchos (divisa governador CelsoRamos/ Tijucas) (SC)

Complexo das Baías e Ilhas

Estende-se para o norte a partir do anterior até a Ponta dos Ganchos, seguindoentão a divisa Tijucas/ Governador Celso Ramos. Inclui os municípios de Governador Celso Ramos, Biguaçu, São José, Florianópolis, Palhoça, Paulo Lopes.

Caracterização da unidade físico-ambiental 

Os banhados e áreas úmidas não constituem ecossistemas importantes nestecompartimento em que a planície se estreita e a Serra do Mar alcança a costa em muitospontos, produzindo uma linha litorânea extremamente recortada com promontóriosrochosos limitando pequenas e muitas baías. A unidade contém as bacias dos riosBiguaçú, Cubatão do Sul e da Madre e a grande ilha de Santa Catarina, onde situa-seFlorianópolis.

Os ecossistemas dominantes são costões rochosos, ilhas costeiras, baías,manguezais, praias, dunas e matas de restinga.

Esforço de estudo e avaliação do conhecimento da biodiversidade

Foram efetuados muitos estudos neste compartimento, incluindo a Lagoa daConceição: o ictiofauna (Cunningham et al . 1994), crustáceos (Branco et al . 1990),aspectos limnológicos e poluição (Odebrecht e Caruso Jr., 1987, Ledo e Soriano-Sierra1994, Knnopers et al. 1984) e algas (Odebrecht 1988).

Os campos de maciambú, parte do parque da Serra do Tabuleiro, são relativamentebem estudados (por exemplo, Albuquerque e Bruggemann 1996, Klein 1981, Silveira1990).

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Distribuição, situação e uso da biodiversidade 

Este compartimento apresenta uma grande diversidade de ecossistemas e

espécies, sendo um dos setores de maior valor de conservação em Santa Catarina. Noentanto, os banhados e áreas úmidas não são abundantes nesta Unidade, estãorepresentados pelas lagoas costeiras, nas quais estão associados pequenos banhados.As maiores a Lagoa da Conceição e a Lagoa do Peri, na ilha de Santa Catarina e a Lagoado Ribeirão, no município de Paulo Lopes.

Principais vetores de pressão sobre a biodiversidade

Devido a grande urbanização deste compartimento, que se dá de forma desregradanas áreas próximas ao Oceano, ele é considerado como uma das 19 áreas de maior riscoambiental da zona costeira brasileira (Sanchez et al., 1998).

As lagoas da ilha de Santa Catarina são pressionadas pelos aterros e esgotos.Segundo Odebrecht e Caruso Jr (1987) e Odebrecht (1988) houveram mudanças nospadrões limnológicos da Lagoa da Conceição após construção dos molhes. A lagoaapresenta atualmente período de falta total de oxigênio, picos de produção fitoplânctonicae outros efeitos. Existem também problemas de assoreamento e sobrepesca na Lagoa daConceição (Santa Catarina 1999).

Unidades de Conservação do Compartimento

Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, com 90.000 ha tem uma pequena área debanhado.

Recomendação de U.C.s: principais remanescentes naturais

1. Lagoa do Ribeirão, no município de Paulo Lopes, que se não faz parte do parqueda Serra do Tabuleiro, deveria ser incluído, pois fica nos limites desta U.C.

2. Pântanos associados aos campos de Maciambú, no Parque da Serra doTabuleiro.

3. Lagoa do Perí, no município de Florianópolis.

Tendências sócio-econômicas

"As principais atividades econômicas na região são representadas pelas pequenase médias indústrias (vestuário, alimentos e outras), pelo turismo, produção de hortaliças epesca.

Este compartimento caracteriza-se pela densidade populacional muito elevada(próxima dos 300hab/km2) e, juntamente com o compartimento do Delta do Rio Itajaí,pelas mais elevadas taxas de crescimento da zona costeira da região sul, sendo evidenteo processo de conurbação em torno de Florianópolis." Guadagnin e Laidner, 1999.

Representatividade do esforço conservacionista 

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Existem ONGs e outros representantes da sociedade civil que atuamorganizadamente em Florianópolis e Bombinhas. Em Garopaba e Paulo Lopes existe uminício de organização.

Comprometimento da biodiversidade

As lagoas e seus sistemas associados, que incluem os banhados estãocriticamente comprometidos.

9. Ponta dos Ganchos (divisa Governador Celso Ramos/Tijucas) até Barra do Sul

Complexo Delta do rio Itajaí 

Desde o anterior até a Ponta da Lagoa Norte da barra do Rio Itapocú, segue a

divisa Barra Velha/ Barra do Sul. Inclui os municípios de Barra Velha, Piçarras, Penha,Navegantes, Itajaí, Balneário Camboriú, Camboriú, Itapema, Bombinhas, Porto Belo,Tijucas

Caracterização da unidade físico-ambiental 

Este compartimento, embora rico em diversos ecossistemas, não tem banhados eoutras áreas úmidas significativas, entre as contempladas neste diagnóstico.

10. Barra do Sul (SC) até Guaratuba (PR)

Baía da Babitonga

É o compartimento que se estende, desde o limite do anterior, até o limite dosestados de Santa Catarina e Paraná. Inclui os municípios de São Francisco do Sul,Garuva, Joinville, Balneário Barra do Sul, Araquari.

Caracterização da unidade físico-ambiental 

Neste compartimento a característica mais marcante é o complexo baia estuarina,denominado Baia da Babitonga. Quatro sistemas hidrográficos compõe o compartimento

as bacias dos rios Cubatão e Cachoeira, que deságuam na Baía da Babitonga, do rioNegro e o litorâneo que compreende pequenas bacias.

Não ocorrem banhados significativos no compartimento, apesar da planície costeiratornar-se mais larga. Existem algumas lagoas costeiras na região, sendo a maior a Lagoado Saguaçú, mas não se tem conhecimento de dados sobre as mesmas, nem sob o aspectoda biodiversidade nem sob os aspectos sócio econômico culturais.

Unidades de Conservação do CompartimentoEstação Ecológica Babitonga, de jurisdição Federal, com 7.833 ha.

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11 e 12. Guaratuba- Pontal do Sul (PR)- até Juréia (SP)

Complexo estuarino-lagunar de Guaratuba, Paranaguá, Iguape, Cananéia

Foram reunidos dois compartimentos (11 e 12) numa unidade ambiental se estendedesde a divisa dos estados Santa Catarina/Paraná até a Ponta da Juréia. Abrange osmunicípios de Guaratuba, Paranaguá, Guaraqueçaba, Cananéia, Ilha Comprida,Pariquera-Açu e Iguape.

Caracterização da unidade físico-ambiental 

Este compartimento se caracteriza pelo alargamento da planície costeiraproporcionado pelo afastamento da Serra do Mar. Nesta planície flúvio-marinha sedesenvolveram os complexos estuarinos lagunares, onde se destacam as baías deGuaratuba, Paranaguá, Laranjeiras, Pinheiros, Guaraqueçaba e as ilhas do Mel,

Superagui, das Peças, do Cardoso e Comprida.A região, de clima tropical úmido, tem uma grande riqueza de ecossistemas. Entre

estes ecossistemas estão representados banhados, lagoas, “caxetais”, florestaspaludosas (S. M. Silva e P. R. Castella, com. pessoal), brejos intercordões (V. C. Moraes,com. pessoal), lagunas lagos de origem fluvial, pântanos ribeirinhos (Diegues, 1990).

Esforço de estudo e avaliação do conhecimento da biodiversidade

Os estudos realizados nestes compartimentos contemplaram outros ecossistemas,sobre os este diagnóstico o conhecimento é muito pobre. Existe um trabalho sobre–Estrutura de comunidades avifaunísticas e a sua relevância ecológica na planície costeira

e Serra do Mar paranaenses, onde o autor cita a ocorrência 139 espécies de aves emfloresta paludosa de restinga (Moraes, 1998). O mesmo autor realizou inventariamento deaves na ilha do Mel (Moraes, 1992). Diegues (1990) considera a área como zona úmidamuito importante e lista várias espécies como ocorrentes na região, sem contudoespecificar em qual ecossistema foi registrada. As mesmas observações e generalizaçõesforam feitas por Scott e Carbonell (1986). Dados sobre a APA de Guaratuba fazem partede dois relatórios não publicados “Levantamento da fauna da planície litorânea da APA deGuaratuba, PR” (1996); “Levantamento da vegetação da planície litorânea da APA –Guaratuba, PR” (1996). (Disponíveis na DIBAP do Instituto Ambiental do Pará).

Distribuição, situação e uso da biodiversidade

Sem informação.

Principais vetores de pressão sobre a biodiversidade

As principais ameaças são a extração ilegal de palmito e madeiras, além de caçafurtiva e pesca predatória (S.M.Silva e P.R. Castella, com. pessoal).

Unidades de Conservação do Compartimento 

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 Área de Proteção Ambiental Guaratuba, de jurisdição Estadual, com 199.596 ha.

Estação Ecológica Guaraguaçú, de jurisdição Estadual, com 1.1150 ha. Área de Proteção

Ambiental de Guaraqueçaba, de jurisdição Federal, com 313.000 ha. Estação Ecológicade Guaraqueçaba, de jurisdição Federal, com 13.638 ha. Parque Nacional de Superagui,com 21.400 ha. Parque Estadual da Ilha de Cardoso, com 22.500 ha. Parque Estadual deJacupiranga, com 150.000 ha. Área de proteção Ambiental de Cananéia-Iguape-Peruibe,de jurisdição Federal, com 160.000 ha. Área de Proteção Ambiental de Ilha Comprida, de

  jurisdição Estadual, com 19.375 ha. Estação Ecológica Juréia-Itatins, de jurisdiçãoEstadual, com 82.000 ha (Becker, 1996).

Recomendação de U.C.s: principais remanescentes naturais

1. Lagoa do Parado, município de Guaratuba, PR. Justificativa: área inclui extensos

banhados, lagoas, “caxetais” e florestas paludosas relativamente bem conservadas, massem amparo legal para a conservação. Área de ocorrência de jacaré-de-papo-amarelo ebicudinho-de-brejo Stymphalornis acutirostris (Formicaridae). Alta riqueza de espécies,alta pressão antrópica. Descrição da área: trata-se de uma área onde os rios que descema serra do Mar encontram a planície costeira, nos fundos da baía de Guaratuba, formandouma extensa e bem conservada área de banhados, com lagoas e florestas paludosas.(S.M.Silva e P.R. Castella, com. pessoal).

2. Matinhos, município: Matinhos, PR. Hábitats mais expressivos: brejosintercordões. Justificativa: endemismo de um táxon superior, gênero recentementedescrito Stymphalornis acutirostis (aves, passeriformes). Descrição da área: Brejosintercordões. A área, embora próxima de centros urbanos (Matinhos e Caiobá), se

mantém conservada. Devido à sua localização, estes brejos podem ser caracterizadoscomo de alto grau de ameaça potencial. (V. C. Moraes, com. pessoal).

3. Baixada do Ribeira (Com destaques para rio Vera na área da Juréia/ Iguape,ESEC Juréia – Itatus e ESEC Chauás e Campina do Encantado (Parque Estadual.Pariquera) municípios: Cananéia, I. comprida, Iguape- SP. Hábitats mais expressivos:mata paludosa, caxetal, restinga inundável. Justificativa: Alta biodiversidade e ótimoestado de conservação nas áreas destacadas. Existe boa proteção e manejo sustentávelcom as comunidades tradicionais na em partes da área (fora das destacadas). (C. C.Maretti, com. pessoal).

Tendências sócio-econômicas

Sem informação.

Representatividade do esforço conservacionista

Sem informação.

Comprometimento da biodiversidade

Baixo grau de comprometimento e bem representado nas Unidades deConservação.

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13 a 15. Juréia até São Vicente (SP)- São Vicente até Praia da Boracéia (SP)- Praia daBoracéia (SP) até Mangaratiba (RJ)

Nestes compartimentos não temos informação sobre ocorrência de áreassignificativas dos ecossistemas deste diagnóstico.

16 e 17. Mangaratiba até Guaratiba (RJ)- . Guaratiba até Ponta de Itaipu (RJ)

Para estes compartimentos não temos informação sobre ocorrência de áreassignificativas dos ecossistemas deste diagnóstico, apenas a informação de Diegues (1990)sobre a ocorrência de lagunas e banhados costeiros e salgados na região das baías deGuaratiba e Guanabara, RJ.

18. Ponta de Itaipu até Cabo Frio (RJ)

Trecho conhecido como região dos lagos fluminenses com o Sistema Lagunar deMaricá (Lagunas de Guarapina, Padre, Barra e Maricá), o Sistema Lagunar deSaquarema, a Laguna de Araruama e ainda pequenas lagunas, todo este compartimentoestá fortemente pressionado devido a abrigar uma das maiores concentraçõespopulacionais da Zona Costeira brasileira. 

Scott e Carbonell (1986) destacam a região pela surpreendente riqueza de avesaquáticas apesar das grandes povoações urbanas que existem na área. Os autores citam,entre outros ambientes de zonas úmidas, a presença de lagunas e banhados costeiros deágua salobra ou salina, lagos de água doce e zonas pantanosas associadas. Citam váriasespécies de aves aquáticas, inclusive presença de limnícolas migratórias do hemisférionorte e do hemisfério sul e marrecas pouco comuns como   Anas bahamensis,  Nettaerythrophthalma e Oxyura  dominica. Dorvillé et al. (1998) estudaram a distribuiçãoespacial de insetos aquáticos em um brejo entre dunas na restinga de Barra de Maricá(RJ).

Unidades de Conservação do Compartimento

A Área de Proteção Ambiental Massambaba, de jurisdição Estadual, com 11.110ha, é a área protegida de maior extensão (Becker, 1996).

19. Cabo Frio até Delta do Rio Paraíba do Sul (RJ)

No trecho costeiro entre Cabo Frio e o Delta do Rio Paraíba do Sul está situado oSistema de Lagoa Feia, controlado atualmente por comportas, e dos Rios Macaé, SãoJoão e Una, nestes ambientes foram constatados níveis moderados de poluição, por esgoto doméstico e industrial. O trecho entre a Margem esquerda do Rio Piraquê-Açu atéo Delta do Rio Paraíba do Sul é marcado pelo delta do rio Paraíba do Sul, onde as lagoase depressões colmatadas caracterizam a planície fluvio-marinha.

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A Lagoa Feia e banhados do Paraíba do Sul são citados por Diegues (1990) comoimportantes zonas úmidas que compreendem o baixo curso dos rios Paraiba do Sul,Itabapoana e Macaé e as lagoas Feia, de Cima e do Campelo entre outras, além de

amplas áreas de várzea e banhados associados, que abrigam uma rica avifauna.

Unidades de Conservação do Compartimento

Área de Proteção Ambiental Desengano, de jurisdição Estadual, com 22.500 ha.(Becker, 1996).

20. Delta do Rio Paraíba do Sul (excluído) até Baía de Vitória (ES)

Neste compartimento não temos informação sobre ocorrência de áreassignificativas dos ecossistemas objeto deste diagnóstico.

21 . Baía de Vitória até Delta do Rio Doce (ES) (exclusive)

Neste compartimento temos apenas a informação de Diegues (1990) sobreocorrência de lagunas e banhados costeiros de água salobra ou salgada.

Unidades de Conservação:

Reserva Biológica Duas Bocas, de jurisdição Estadual, com 3.176 ha. Área deProteção Ambiental Mestre Álvaro, de jurisdição Estadual, com 2.461 ha. Área de

Proteção Ambiental Três Ilhas, de jurisdição Estadual da Pedra Azul, com 12.960 ha.(Becker, 1996).

22. Delta do Rio Doce (ES) até Divisa ES/BA

O compartimento inclui o Delta do Rio Doce, com cerca de 20 a 30 km de largura, émarcado pela influência marinha, mas com ocorrência pântanos e lagoas na sua parteinterna. As planícies fluviais são cobertas sobretudo por campos higrófilos de várzea,bastante alterados, ocupados com o cultivo do arroz nas partes mais baixas e alagadas ecom cana-de-açúcar e milho, nos locais mais elevados. Neste compartimento a descarga

de vinhoto em rios e lagoas tem se mostrado um importante agente de degradaçãoambiental.

Dos ecossistemas que fazem parte deste diagnóstico são citados lagunas ebanhados costeiros de água salobra ou salgada e lagos de água doce e pântanosadjacentes, que ocorrem na Foz do rio São Mateus, banhados de Linhares e Delta do RioDoce (Diegues, 1990). Este autor cita entre as aves Cairina moschata espécie ameaçada, assim como o mamífero Lutra longicaudis, ambos típicos de banhados, lagoas e alagados.Scott e Carbonell (1986) também se referem a estes ambientes e estas espécies.

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Unidades de conservação do compartimento 

Reserva Biológica Federal, com 24.242 ha. Reserva Biológica Federal de

Comboios, com 833 ha. A Reserva Biológica Sooretama e a Reserva Florestal deLinhares protegem 44.000 ha de mata atlântica cifra que representa 50% da área demata atlântica do Estado de Espirito Santo (Scott e Carbonell, 1986).

23 e 24. Divisa ES/BA até Prado (BA)- Prado (BA) até Santa Cruz de Cabrália (BA)

Nestes compartimentos não temos informação sobre ocorrência de áreassignificativas dos ecossistemas deste diagnóstico. No entanto a imagem de satélite (Guiade Praias, 1995) mostra áreas de várzeas que parecem bem conservadas no RioJucurucu, especialmente o braço sul, cuja foz fica junto a Prado. Também as várzeas doRio dos Frades parece ter ambientes bem conservados.

Unidades de conservação do compartimento 

O Parque Nacional de Monte Pascoal, com 22.500 ha contempla uma área devárzeas e banhados. A área de Proteção Ambiental Caraíva/Trancoso, de jurisdiçãoEstadual com 31.900 ha protege as várzeas dos rios dos Frades e do Trancoso (Becker,1996).

25 e 26. Santa Cruz de Cabrália até Ilhéus. Ilhéus até Itacaré/ Rio das Contas (BA)

Optou-se por unir estes dois compartimentos, dado que uma importante área úmidase encontra na divisa dos dois, a área do estuário de Ilhéus. A outra área a ser ressaltada é a que abrange a foz dos rios Pardo e Jequitinhonha.

Na foz dos rios Pardo e Jequitinhonha ocorrem lagunas e banhados costeiros deágua salobra, lagos de água doce e pântanos adjacentes e turfeiras entre outrosecossistemas contemplados em diagnósticos específicos. Diegues (1990) lista váriasespécies da flora e fauna características de banhados e demais áreas úmidas referentes aeste diagnóstico, entre estas, espécies de aves limnícolas migratórias. Scott e Carbonell(1986) citam a importância da região para os limnícolas migratórios e também umaespécie de Anatidae pouco comum Netta erythrophthalma erythrophthalma. 

A área do estuário de Ilhéus é mencionada apenas por Diegues (1990) como um

complexo de diversos ecossistemas, entre os quais lagunas e banhados costeiros de águasalobra ou salgada. Segundo o autor a área de importância estende-se desde o povoadode Coruripe até o povoado de Ponta do Ramo, abrangendo a área estuarina do rioColônia, do rio Japu e do Ribeirão do Boqueirão (14o35’-14º50’S, 39º02’-39º20’W). Citaainda espécies da flora e fauna da região, entre os quais espécies de valor econômico eaves limnícolas migratórias.

Unidades de conservação do compartimento 

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Área de Proteção Ambiental Lagoa Encantada, de jurisdição Estadual, com 1.800ha. Área de Proteção Ambiental Costa de Itacaré/Serra Grande, de jurisdição Estadual,com 14.925 ha (Becker, 1996).

27 e 28. Itacaré/ Rio das Contas até Jaguaripe - Jaguaripe até limite Norte do mun.De Lauro de Freitas (BA)

São citados para estes compartimentos os ecossistemas lagunas e banhadoscosteiros de água salobra ou salgada ocorrendo nas duas áreas seguintes: 1. Desde aponta Grande (Maraú) até a ponta do Curral (Valença), compreendendo os estuários devários rios: rio Piau, Jequié, Cachoeira Grande , Acaraí, Oroio, Una e várias ilhaspróximas á costa com destaque para a Ilha de Tinharé e a Ilha de Boipeba que Diegues(1990) denomina Estuário de Valença e Camamu. 2. A área metropolitana de Salvador os

parques industriais de Aratu e Camaçari, os rios Paraguaçu, Jaguaribe, Jacuipe e Joanesesta área também é citada por Diegues (1990) e por Scott e Carbonell (1986). Nas obrascitadas foi registrada a ocorrência de diversas espécies da flora e fauna, com destaquepara limnícolas migratórios.

Na imagem de satélite (Guia de Praias, 1995) parecem ser áreas de interesse asvárzeas do rio da Concha e do rio Serinhaém.

Unidades de conservação do compartimento 

Área de Proteção Ambiental Ilhas de Tinharé e Boipeba, de jurisdição Estadual,com 43.300 ha (Becker, 1996).

29. Lauro de Freitas (BA) até Rio Branco/ Cidade do Conde (BA)

Neste compartimento não temos informação sobre ocorrência de áreassignificativas dos ecossistemas objeto deste diagnóstico. Existe registro de ocorrência deCiconia maguari , ave característica de banhados no estuário do rio Sauype, na localidadede mesmo nome (Freitas e Guerreiro, 1998).

30. Rio Branco/ Cidade do Conde (BA) até Rio Coruripe (AL)

Neste compartimento quatro sistemas fluviais formam importantes áreas debanhados, várzeas e outros ecossistemas que estão fora deste diagnóstico.

O sistema Pontal, que congrega os rios Piauí e Real; o sistema Vaza Barris, com osrios Vaza Barris e Santa Maria; o rio Sergipe e o rio São Francisco. Para os dois primeirosfoi citada a ocorrência de Caiman latirostris (jacaré-do-papo-amarelo), espécie ameaçadade extinção, e de aves limnícolas migratórias entre outras espécies da flora e fauna(Diegues, 1990). As aves limnícolas são citadas também por Scott e Carbonell (1986).

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O estuário do rio Sergipe faz parte das áreas descritas por Diegues (1990) quedescreve a área e lista espécies da flora e fauna. A região se encontra sob o impacto daárea urbana de Aracaju.

As várzeas e foz do rio São Francisco constituem o maior sistema destecompartimento onde ocorrem diversos ambientes de áreas úmidas. A região é citada por Diegues (1990) que lista espécies da flora e fauna, onde estão incluídas aves migratóriaslimnícolas. Salles (1993) faz uma boa descrição da área onde constam também mapas dageomorfologia, hidrografia e vegetação.

Unidades de conservação do compartimento

Área de Proteção Ambiental Mangue Seco, de jurisdição Estadual (BA) com 3.395 ha.Área de Proteção Ambiental Litoral Sul do Estado, com 54.200 ha. Área de ProteçãoAmbiental Foz do rio Vaza Barris. Estação Ecológica da Foz do rio São Francisco, de

  jurisdição Federal, com 5.322 ha. Área de Proteção Ambiental Piaçubuçu, de jurisdiçãoFederal, com 8.600 ha. Área de Proteção Ambiental Marituba do Peixe, de jurisdiçãoEstadual com 10.900 ha (Becker, 1996).

Recomendação de U.C.

Recomenda-se o estudo para criação de uma APA que envolva toda a área do deltado rio S. Francisco e suas áreas de várzea (Banhados Delta do rio S. Francisco, área n.º 13proposta pelo grupo de banhados). Principais lacunas de conhecimento: inventário biológico,estrutura e funcionamento dos ecossistemas. Descrição da área: a área compreende osecossistemas de delta, praias, dunas, mangues, lagoas, várzeas. Encontra-se localizado nos

municípios de Piaçabuçu (AL), Brejo Grande (SE), Ilha das Flores (SE), Penedo (AL),Neópolis (SE).

31. Rio Coruripe (AL) até Cabo de Santo Agostinho (PE)

Neste compartimento podem ser assinaladas três importantes áreas: 1. Sistema delagoas Roteiro, Poxim, Jequiá; 2. Sistema das lagoas Manguaba e Mundaú; 3. Barra deSanto Antônio.

A primeira área, segundo descrição de Diegues (1990), compreende as lagoas deRoteiro e Jequiá e Poxi, no extremo sul da área está o Pontal do Coruripe. Entre outros

ecossistemas são encontrados lagos de água doce e pântanos adjacentes, lagunas ebanhados de água salobra. A região sofre intensa pressão de atividades agrícolas,principalmente de culturas cíclicas. O autor lista também espécies da flora e fauna.

Segundo o mesmo autor as lagoas Manguaba e Mundaú localizam-se ao sul deMaceió e são formadas principalmente pelo rio Mundaú e pelos rios Paraíba e SumaúmaGrande. Acrescenta espécies da flora e fauna, entre as quais ressaltamos as aveslimnícolas migratórias e a espécie de Anatidae pouco comum Netta erythrophthalma. Estaespécie também é citada por Scott e Carbonell (1986) para a região. As lagoas Manguabae Mundaú, por se localizarem junto a área urbana e industrial de Maceió, estão fortementepressionadas pela poluição doméstica e industrial (Salles, 1993).

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A Barra de Santo Antônio, que inclui as várzeas do rio Santo Antônio Grande,localiza-se no município de Barra de Santo Antônio. Os ambientes desta área constituemimportantes refúgios de fauna e se encontram sob forte pressão antrópica. Está prevista a

implantação de um mega projeto turístico na região (informações prestadas por participantes do Workshop que conhecem bem a área e os projetos).

Parecem interessantes também, nas imagens de satélite (Guia de Praias, 1995),as várzeas dos rios Camaragibe e Manguaba.

Unidades de conservação do compartimento 

Reserva Ecológica manguezais da lagoa do Roteiro, jurisdição Estadual, com 742ha. Área de Proteção Ambiental Santa Rita, de jurisdição Estadual com 8.800 ha. Áreade Proteção Ambiental Catolé e Fernão Velho, de jurisdição Estadual (Becker 1996).

Recomendação de U.C.

Recomenda-se a criação de uma U.C. na Barra de Santo Antônio como forma deordenar a ocupação da área e conservar a diversidade biológica da região que contémvários ecossistemas, entre os principais podem ser citados barreiras de recifes, praias,mangues, estuários e várzeas. Principais lacunas de conhecimento: inventário biológico;estrutura e funcionamento dos ecossistemas da área.

32 e 33. Cabo de Santo Agostinho (PE) até Rio Goiana (PE/PB)- Rio Goiana até

Ponta de Lucena (PB)

Nestes compartimentos não temos informação sobre ocorrência de áreassignificativas dos ecossistemas que fazem parte deste diagnóstico.

34. Ponta de Lucena (PB) até Rio Guajú (PB/RN)

O estuário e as várzeas do rio Mamanguape são citados por Scott e Carbonell(1986) como região importante, com diversos ecossistemas de áreas úmidas, incluindolagunas e banhados costeiros de água salobra. Neste sistema ocorrem aves limnícolas

migratórias segundo estes autores.

Unidades de conservação do compartimento 

Área de Proteção Ambiental Barra do Rio Mamanguape, com 14.640 ha (Becker,1996).

35 e 36. Divisa PB/RN até Cabo Calcanhar - Cabo Calcanhar até São Bento do Norte(RN)

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Nestes dois compartimentos ocorre uma série de lagoas com áreas pantanosasadjacentes e a foz e várzeas do rio Potengi. Diegues (1990) e Scott e Carbonell (1986)citam a região e listam flora e fauna característica, onde se destacam as aves limnícolas

migratórias.A maior pressão antrópica na região é o turismo.

Unidades de conservação do compartimento 

Nenhuma U.C. contempla os ecossistemas mencionados.

37. São Bento do Norte (RN) até Jaguaribe (CE)

Neste compartimento não temos informação sobre ocorrência de áreassignificativas dos ecossistemas objeto deste diagnóstico, existem outros tipos de áreasúmidas contempladas em outros diagnósticos, tal como salinas, mangues, deltas eestuários.

38. Jaguaribe até Fortaleza (CE)

Este compartimento inclui o baixo curso e a foz do rio Jaguaribe, ambientes quesão citados por Scott e Carbonell (1986), como incluindo uma grande variedade deambientes de áreas úmidas. Citam entre estes ambientes, de pântanos ribeirinhoscosteiros cobrindo uma área de 60.000 ha, além de lagos de origem fluvial, camposinundados estacionalmente, entre outros. Informam também que a área é muito

importante para aves limnícolas e sobre ocorrência de um Anatidae pouco comum Nettaerythrophthalma erythrophthalma. 

Unidades de conservação do compartimento 

As unidades de conservação que existem neste compartimento são de tamanhomuito pequeno e não protegem os ecossistemas mencionados.

Recomendação de U.C.

Baixo curso do rio Jaguaribe. Justificativa: Apesar do baixo conhecimento de suafuncionalidade e estrutura pode se revestir de grande importância biológica somando aofato de não haver no litoral cearense outro ambiente similar. Há necessidade de pesquisabásica que busque entender a funcionalidade e estrutura dos ambientes constituintesdessa área.

39 e 40. Fortaleza até Acaraú (CE) - Acaraú até Delta do Parnaíba (divisa PI/MA)

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Estes compartimentos caracterizam-se por sistemas de ambientes costeirosaltamente dinâmicos (dunas, praias, estuários e lagoas) e interrelacionados, o queconstitui sua fragilidade. São ambientes que sofrem ações antrópicas relativamente altas,

especialmente pelo turismo. São ambientes pouco estudados (citam-se apenas dadosnão publicados do Gerco), onde não existem dados de inventariamento de flora e fauna.

Unidades de conservação do compartimento 

A maior U.C. é a APA de Jericoacoara com 5.480 ha. Existem ainda duas Reservasindígenas e outras pequenas áreas de proteção.

41. Delta do Parnaíba até Ponta do Tubarão (MA)

Este compartimento abrange áreas importantes para os ecossistemas banhados eáreas úmidas consideradas neste diagnóstico, que são: o Delta do rio Parnaíba, osLençóis Maranhenses e a baía do Tubarão.

Os ecossistemas compreendem lagunas e banhados costeiros de água salobra ousalgada, lagos de água doce e zonas pantanosas associadas. Diegues cita a região emseu Inventário das Áreas Úmidas, listando espécies da flora e fauna. As áreas sãoimportantes sítios de aves limnícolas migratórias, abrigam espécies ameaçadas, como aave Eudocimus ruber , os mamíferos Pteronura brasiliensis e Tapirus terrestris. Scott eCarbonell (1986), incluíram Caiman latirostris como ocorrendo no delta do rio Parnaíba, seisto for confirmado, seria o registro mais setentrional da espécie. Rodrigues (1989)estudou a avifauna do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses

Unidades de conservação do compartimento 

A região está contemplada com várias U.C., embora a APA do Delta do rioParnaíba ainda não tenha sido decretada. Existem ainda a APA Foz do rio Preguiças/Pequenos Lençóis/Região Lagunar Adjacente, de jurisdição Estadual, com 269.684,3 ha; oParque Nacional dos Lençóis Maranhense, criado em 1981 com 155.000 ha e a APAUpaon-Açu/Miritiba/ alto rio Preguiças, de jurisdição Estadual, com 1.535.510 ha.

42. Ponta do Tubarão até Alcântara (MA)

Este compartimento, compreende a Baía de São Marcos, Ilha dos Caranguejos, ,Ilha de São Luís e Baía de São José (região conhecida também como GolfãoMaranhense) e várzeas alagadiças dos rio Pindaré-Mirim, Grajaú, Mearim (BaixadaMaranhense).

A região é citada como muito importante tanto por Scott e Carbonell (1986) quantopor Diegues (1990). Estes fornecem listagens de flora e fauna características das áreas,que incluem limnícolas migratórios, espécies ameaçadas, espécies de interesse comercial.Sobre as aves foram realizados diversos estudos (Moreira e Rodrigues, 1992; Rodrigues1993,1998; Rodrigues e Lopes1992, 1997), mas o estudo mais abrangente foi realizadopor Roth e Scott, (1987), que além de quantificarem 72 espécies de aves aquáticas em

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dois períodos (estiagem e enchente) na Baixada Maranhense, descrevem a região comosegue:

"A baixada Maranhense é formada pelas bacias hidrográficas dos baixos rios

Mearim e Pindaré. Os dois rios anualmente transbordam e suas águas inundam todas asplanícies baixas da região e de fato a Baixada é a área que regularmente é atingida pelasenchentes dos rios. Essa área estende-se de Santa Inês e Bacabal no Sul até o estuáriodo Rio Mearim, isto é até a Baía de São Marcos, ao lado oeste da Ilha de São Luís.

O máximo das enchentes ocorrem em abril/maio, enquanto que o mínimo do nívelda água é em novembro/dezembro. Mesmo com o mínimo da água, ainda permanecemmuitos lagos na região. A vegetação da baixada é uma mistura de vários elementos, decampos úmidos, abertos, perto dos lagos, até densas florestas de galeria ao longo dosrios, com babaçuais em lugares mais elevados pouco atingidos pelas enchentes. Comrespeito à vegetação, as bacias dos rios representam duas sub-regiões que são um poucodiferentes: a bacia do Rio Pindaré é caracterizada por mais campos abertos, que servem

como pastos a um grande número de búfalos e de gado; na bacia do Rio Mearimencontramos mais as florestas de galeria, às vezes até perto dos lagos."

A baixada Maranhense também foi estudada quanto a biomassa de macrófitasaquáticas (Barbieri e Silva, 1999) e quanto a variação sazonal de fatores limnológicos emtrês ecossistemas aquáticos (Costa Neto, Barbieri, Ibañez, Cavalcante, Piorski, Nogueira,Santana, Pontes, Moreira & Mendes, 1999).

Unidades de conservação do compartimento 

Existem várias U.C.s neste compartimento, contemplando a quase totalidade dosecossistemas existentes na região, listados a seguir: APA da Baixada Maranhense, com

cerca de 700.000 ha (Guia de Praias, 1995) ; parte da APA Baixada OcidentalMaranhense, de jurisdição Estadual, com 1.775.035 ha; parte da APA ReentrânciasMaranhenses, de jurisdição Estadual e outras U.C.s menores na Ilha de São Luís.

43. Alcântara (MA) até Colares (PA)

O compartimento caracteriza-se pelo litoral das reentrâncias do Maranhão e doPará. Mais internos no continente está a região conhecida como "campos de Bragança",campos alagados, ricos em fauna, neste compartimento ocorrem também lagunas ebanhados costeiros de água salobra ou salgada, em geral associados às áreas de

mangue, e também lagos de origem fluvial, banhados, pântanos ribeirinhos (Diegues1990). As áreas importantes do compartimento, para este diagnóstico, ocorrem desde abaia de São Marcos (Golfão Maranhense), diminuem em número, aumentam novamenteaté Bragança, quando atingem o máximo e diminuem gradativamente até São João dePirabas.

A flora e a fauna da região são muito ricas, com várias espécies de aves emamíferos ameaçados de extinção, local de concentração de aves limnícolas migratórias(Diegues, 1990; Scott e Carbonell, 1986). As aves da Área de Proteção Ambiental dasReentrâncias Maranhenses foram quantificadas por Schulz-Neto (1998), que registrou 55mil aves de 45 espécies em abril e maio de 1995.

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Ameaça potencial a região: abertura de estradas cortando os campos de Bragança,o que implica em pressão sobre a fauna (caça furtiva, extração de espécimes para finscomerciais) e turismo desregrado e aumento exploração argila para olarias.

Unidades de conservação do compartimento 

No Maranhão a área está protegida pela APA das Reentrâncias Maranhenses, de  jurisdição Estadual, com 2.780.911 ha. Esta área é de importância internacional e foideclarada sítio RAMSAR. No Pará, no entanto, não existe nenhuma proteção a estesambientes, que sofrem, além das ameaças já citadas, o impacto do manejo inadequado dacriação de búfalos.

44. Colares (PA) até foz do Rio Araguari (AP)

Este compartimento abrange toda a área da foz do rio Amazonas e arquipélago deMarajó, que constitui a maior área úmida da costa brasileira. Os ambientes são de grandeextensão e muito variados: lagos de água doce e pântanos adjacentes; campinas inundadastemporariamente, savanas;  turfeiras; - florestas de pântano, florestas temporariamenteinundadas; lagunas e banhados costeiros de água salobra ou salgada. O compartimentoestende-se também na área continental do Estado do Amapá, compreendendo as regiõesconhecidas como Campos de Macacoari e "ressacas" de Macapá. "Ressaca" é adenominação local para lagos de água doce.

A cobertura vegetal desta região também é muito variada, constitui-sepredominantemente por Formações Pioneiras de Influência Aluvial Campestre e Fluvio-

marinha Arbórea (mangue), manchas de Florestas Ombrófila Densa e de Formações deCerrado. A fauna é rica, e ainda tem elementos de megafauna, incluindo espéciesameaçadas de extinção. Scott e Carbonell (1986) e Diegues (1990) listam espécies daflora e fauna, incluindo aves limnícolas migratórias. Henriques (1992) estudou a avifaunada Ilha de Caviana e encontrou 120 espécies distribuídas em 35 famílias. A exploraçãodos recursos de flora e fauna é importante fonte de recursos para a população local.Existe trabalho de ONGs e interesse do Governo do Estado do Amapá em estratégiaspara o uso sustentado dos recursos naturais, como por exemplo a exploração da fruta doAçaí (sustentável) ao invés da exploração do palmito (que destrói o açaizeiro e a floresta).os principais problemas de impacto ambiental na região são: 1. a Hidrovia de Marajó, quemodificará a hidrologia da área; 2. criação de búfalos sem o manejo adequado, que

provoca mudanças graves na hidrologia e vegetação, com o surgimento do algodão bravoem área de maior pastoreio; 3. extração do palmito; 4. exploração madeireira semplanejamento; 5. ocupação urbana desordenada das áreas de "ressacas"; 6. caça furtiva.

Existe a necessidade imediata de estudos sobre os impactos provocados pelabubalinocultura na hidrologia da região e a relação entre a pressão de pastoreio e ainvasão do algodão bravo. Também a necessidade de inventariamento de flora e fauna devários grupos, e não apenas aves migratórias.

Unidades de conservação do compartimento 

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A região tem diversas áreas de proteção, tanto estaduais quanto federais. Área deProteção Ambiental do Arquipélago de Marajó, de jurisdição Estadual (Pará), sendo amaior de todas, com mais de 5.000.000 ha. Reserva Extrativista do Rio Cajarí, jurisdição

Federal, com 481.650 ha. Área de Proteção Ambiental Curiaú, jurisdição Estadual(Amapá), com 23.000 ha. Área de Relevante Interesse Ecológico Curiaú (Estadual, com5.700 ha).

Recomendação de U.C:

Foi sugerida durante o Workshop a ampliação de duas U.C.s: 1. a da APA deMarajó, para que abrangesse também todas as ilhas do arquipélago; 2. a da APA doCuriaú, de modo a abranger as áreas de "ressacas" (lagos) urbanas de Macapá eSantana. Foi sugerida também a criação de uma Reserva Extrativista no arquipélago doBarlique, de forma a instituir planos de uso sustentado dos recursos naturais,

especialmente no corte de palmito e pesca de camarão.

45. Foz do Rio Araguari até Foz do Rio Oiapoque (AP)

Os ambientes de áreas úmidas deste compartimento podem ser divididos em duasgrandes regiões. A primeira abrangendo da Foz do rio Araguari até a cidade de Amapá,que é a região dos grandes lagos do Estado Amapá, e a segunda da cidade de Amapá aFoz do rio Oiapoque, onde predominam os mangues e as savanas inundadas, nestasegunda região existe maior influência das marés (Rabelo, 1997).

A região constitui uma importante área de conservação da biodiversidade, por constituir limite da distribuição de Phenicopterus ruber  (flamingo), uma das áreasremanescentes da distribuição de Eudocimus ruber  (guará), área utilizada por grandescontingentes de aves limnícolas migratórias provenientes do hemisfério norte e áreaimportante para muda das penas (desasagem) de Anatidae (marrecas, patos, gansos).

As áreas deste compartimento são citadas por diversos autores como de grandeimportância para a conservação da biodiversidade. Classificam a região como excelenteregional e globalmente (Olson et al., 1998). Diegues (1990) inclui em seu inventário duasáreas, a primeira constituindo o baixo curso do Rio Araguari e banhados adjacentes e asegunda a costa norte do Amapá. Para estas áreas o autor discrimina dez tipos de áreasúmidas, das quais são abrangidas por este diagnóstico lagunas e banhados costeiros de

água salobra ou salgada; lagos de origem fluvial, banhados, pântanos ribeirinhos; lagos deágua doce e pântanos adjacentes; campinas inundadas temporariamente, savanas;florestas de pântanos, florestas temporariamente inundadas. O autor lista as espécies daflora e da fauna características desta região, entre as quais se incluem espécies deinteresse econômico e espécies ameaçadas e raras.

Os ambientes da Ilha de Maracá e Lago Piratuba são citados por Scott e Carbonell(1986) como áreas úmidas muito importantes, bem como a área norte do Estado doAmapá e banhados do rio Cassiporé. Citam várias espécies da flora e da fauna,especialmente limnícolas migratórios e acrescentam Melanosuchus niger  (jacaré-açu) àsespécies encontradas na região.

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As populações de Eudocimus ruber  (Guará) e Phoenicopterus ruber  (Flamingo)foram quantificadas por Nascimento et al. (1998).

 Ameaças:

A área encontra-se ameaçada pela falta de manejo adequado da bubalinocultura,que altera a hidrodinâmica da região, provocando a invasão do algodão-bravo e adiminuição da fauna (capivara, jacaré, entre outros), mudanças da passagens (drenos –valas) e mudanças físico-químicas das águas. Um impacto potencial pode ser provocadopela pavimentação da BR 156 e estradas vicinais com um aumento da criação de búfalos,da extração predatória dos recursos naturais e da pressão antrópica em geral.

Unidades de conservação do compartimento

Reserva Biológica do Lago Piratuba, de jurisdição Federal, com 357.000. EstaçãoEcológica Ilhas de Maracá e Jupióca, de jurisdição Federal, com 72.000 ha. ReservaIndígena Uaçá, com 470.164 ha Reserva Indígena Galibí, com 6.689 ha. Reserva IndígenaJuminá, com 41.601 ha. Parque Nacional do Cabo Orange, com 619.000 ha.

Recomendação de U.C.:

Durante o workshop foi recomendada a criação de uma U.C., de uso indireto,ligando as duas U.C.s da costa norte do Amapá de forma a proteger os recursos naturaisdaquela região ainda bem preservada.

IV. RECOMENDAÇÕES 

Como foi mencionado anteriormente, os banhados e as áreas úmidas objeto destediagnóstico não são conhecidos pela população em geral e são muito pouco conhecidospela comunidade científica. Desta forma, as modificações ou mesmo a destruição destesambientes pode passar despercebida, e quando estes ecossistemas forem percebidospelo seu real valor ecológico, é possível que estes sistemas estejam extintos ou próximosdeste estado.

De nada adianta indicar várias áreas de proteção sem saber a importância de cada

área para o conjunto de áreas úmidas e sem ter o conhecimento do valor de cada umapara a conservação. Também é importante avaliar os diversos tipos de pressão que sofree como compatibilizar a conservação dos recursos naturais com qualidade de vida para aspopulações locais. Neste sentido, estudos com a abrangência geográfica dos realizadospor Canevari et al. 1998 na Argentina e estudos com a abrangência temática dosrealizados por Diaz et al. 1999 no Uruguai, são de fundamental importância para aconservação da biodiversidade destes sistemas.

Políticas para a proteção e pesquisa científica

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Para garantir a integridade dos banhados e áreas úmidas costeiras, é defundamental importância que se conheça estes ecossistemas, começando por sualocalização espacial, estrutura, tipificação e funcionalidade. Em função do

desconhecimento que atualmente existe sobre estes sistemas naturais, é de crucialimportância uma política de incentivo ao estudo e/ou implementação das atividadesrelacionadas a seguir:

1. Pesquisas sobre os ecossistemas objeto deste diagnóstico no Brasil,especialmente banhados, abordando os seguintes aspectos (além de inventariamento deespécies nas regiões onde este trabalho não foi efetuado):

1.1. Monitoramento;1.2. Dinâmica e funcionalidade;1.3. Avaliação das tendências de alteração destes ambientes (através de imagens

de satélite antigas e atuais e/ou cartas topográficas e fotos aéreas de anos passados).

1.3. Experimentos com uso sustentado de espécies nos diferentes tipos debanhados e áreas úmidas e segundo as peculiaridades sócio-econômicas regionais;

1.4. Avaliação do impacto do cultivo de arroz sobre a biodiversidade dos sistemasnaturais, abordando os diferentes fatores negativos (adubos, agrotóxicos, drenagem,retirada de água, retorno da água servida da lavoura entre outros);

1.5. Avaliação do impacto da bubalinocultura sobre a estrutura e biodiversidade dossistemas naturais.

2. Desenvolvimento de programas de educação ambiental envolvendo todos ossetores das comunidades que direta ou indiretamente utilizam estes ecossistemas, taiscomo plantadores de arroz, criadores de búfalos, pescadores, de forma a promover o uso

sustentado destes ecossistemas.

3. Nos estudos de viabilidade de implantação de projetos (EIA-RIMAs), devem ser avaliados, além dos impactos ambientais na área do projeto, os impactos nosecossistemas inter – relacionais, principalmente nos rios, mangues, banhados, várzeas ebaias.

4. Desenvolver e implementar as estratégias e políticas nacionais para aconservação de banhados e áreas úmidas costeiras.

5. Promover políticas de conservação e desenvolvimento sustentável.

6. Implantar as Unidades de Conservação sugeridas no Workshop e nosdiagnósticos regionais e temáticos.

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Políticas para o uso sustentável e repartição dos benefícios

Transcrevo abaixo as estratégias enumeradas por Chomenko (1999) para usosustentável e repartição dos benefícios, especialmente em regiões onde predomina ocultivo de arroz irrigado, mas que se enquadram perfeitamente para outros tipos deatividades agro-pastoris e também extrativistas.

"Como ações prioritárias podem-se propor para a evolução da melhoria daqualidade de vida das comunidades rurais as seguintes estratégias:

1. Incentivar a manutenção de biodiversidade nativa.2. Avaliar / utilizar solos como sistemas complexos, compostos de recursos

abióticos e bióticos.3. Reduzir os riscos de produção, estimulando a diversificação de culturas

agrícolas.

4. Otimizar o uso de recursos escassos, inclusive com uso de técnicas alternativas.5. Promover a criação de distintas unidades de conservação (U.C.s).6. Sensibilizar as comunidades locais com referência às U.C.s criadas e o seu

potencial de usos nos diversos aspectos, destacando-se o seu valor como conjuntos deseres vivos que ocupam uma mesma área , que lhes dá suporte e de cujas existênciadependem para o incremento de uma vida saudável (lazer, turismo, maior disponibilidadede recursos financeiros, saúde, bem- estar social e cultural), conduzindo a uma elevadaqualidade de vida.

7. Regularizar a situação das U.C.s já criadas e ainda pendentes de solução, noque se refere a aspectos fundiários e planos de manejos.

8. Implantar planos de manejo do solo que contemplem a real vocação e aptidão

dos recursos renováveis.9. Reduzir (eliminar) uso de fertilizantes, corretivos de solo e agrotóxicos.10. Elaborar/implantar políticas agrícolas que compatibilizem recursos socio-

economicos-culturais e ambientais.11. Desenvolver pesquisas para uso de novas espécies, cultivares, tecnologias e

formas de manejo / gerenciamento dos recursos naturais.12. Introduzir a discussão/ aplicação de novas tendências/ exigências de mercado

(selo verde, ISO-14.000, etc.).13. Garantir a preservação de amostras significativas de ecossistemas regionais e a

manutenção de bancos genéticos.14. Resgatar atividades tradicionais (culturais e ambientais).

15. Estudar e desenvolver trabalhos para a explotação dos RN da região e suautilização como fonte de renda (agricultura, ecoturismo, artesanato, etc.).

16. Incentivar a pesquisa científica e a produção de espécies nativas de interesseeconômico (medicinal, ornamental, madeireiro, etc.).

17. Implementar projetos-piloto em áreas rurais, os quais visem o desenvolvimentode manejo sustentável dos recursos naturais.

18. Estimular ações de otimização do uso de recursos naturais (produção,industrialização, comercialização), a partir de grupos organizados nas própriascomunidades rurais.

19. Motivar investimentos e parcerias da iniciativa privada com vistas à preservaçãoe sustentabilidade de processos produtivos em áreas rurais.

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20. Desenvolver ações integradas com entidades públicas e privadas visandoestimular a integração de usos de recursos naturais e meio socio-economico (estudos demercado, atualização de conhecimentos, fontes de recursos financeiros, empregos,

etc.).21. Integrar distintos segmentos da comunidade através de educação agro-

ambiental.22. Monitorar a situação dos recursos ambientais de cada região .23. Divulgar as perspectivas regionais dentro da nova ordem econômica

internacional."

AGRADECIMENTOS

À Fernanda Chaves Cesar, pelo auxílio na pesquisa bibliográfica, digitação e

correção do texto. À Dra. Luiza Chomenko pela leitura crítica, idéias para o texto einformações. Aos colegas do grupo temático “Banhados e áreas úmidas costeiras” Arnaldode Queiroz da Silva, João Oldair Menegheti e Marcio Sousa da Silva pelas contribuições einformações. Aos colegas do workshop Cláudio Maretti, Paulo R. Castella, Sandro M. Silvae Valéria C. Moraes pelas informações relativas a áreas nos Compartimentos 11 e 12. AoRafael A. Dias pelas informações sobre áreas no Compartimento 1. À estudante debiologia Jacqueline B. Siqueira pelo auxílio na correção do texto.

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ANEXO - ICOMPARTIMENTOS AMBIENTAIS – ZONA COSTEIRA

1. Arroio Chui até Cassino (RS)2. Cassino, seguindo pela margem oeste da Laguna dos Patos até o limite sul da Foz do LagoGuaíba, incluindo a Laguna dos Patos (RS)

3. Foz do Guaíba, incluíndo a região metropolitana de Porto Alegre e a bacia do Rio Gravatai(RS)

4. Península de Mostardas, desde o estuário da Laguna dos Patos estendendo-se entre a lagunae o mar até Palmares do Sul (RS)

5. Pinhal (RS) até divisa RS/SC6. Divisa RS/SC até divisa Laguna/ Jaguaruna (incluindo a Lagoa do Laranjal) (SC)7. Divisa Laguna/ Jaguaruna até Ponta da Faísca ou de Gamboa (SC)8. Ponta da Faísca ou da Gamboa até Ponta dos Ganchos (divisa Gov. Celso Ramos/ Tijucas)

(SC)

9. Ponta dos Ganchos até Barra do Sul (SC)10. Barra do Sul (SC) até Guaratuba (PR)11. Guaratuba até Pontal do Sul (PR)12. Pontal do Sul (PR) até Juréia (SP)13. Juréia até São Vicente (SP)14. São Vicente até Praia da Boracéia (SP)15. Praia da Boracéia (SP) até Mangaratiba (RJ)16. Mangaratiba até Guaratiba (RJ)17. Guaratiba até Ponta de Itaipu (RJ)18. Ponta de Itaipu até Cabo Frio (RJ)19. Cabo Frio até Delta do Rio Paraíba do Sul (RJ)20. Delta do Rio Paraíba do Sul (RJ) até Baía de Vitória (ES)

21. Baía de Vitória até Delta do Rio Doce (ES)22. Delta do Rio Doce (ES) até Divisa ES/BA23. Divisa ES/BA até Prado (BA)24. Prado (BA) até Santa Cruz de Cabrália (BA)25. Santa Cruz de Cabrália até Ilhéus (BA)26. Ilhéus até Itacaré/ Rio das Contas (BA)27. Itacaré/ Rio das Contas até Jaguaripe (BA)28. Jaguaripe até limite Norte do mun. De Lauro de Freitas (BA)29. Lauro de Freitas (BA) até Rio Branco/ Cidade do Conde (BA)30. Rio Branco/ Cidade do Conde (BA) até Rio Coruripe (AL)31. Rio Coruripe (AL) até Cabo de Santo Agostinho (PE)32. Cabo de Santo Agostinho (PE) até Rio Goiana (PE/PB)

33. Rio Goiana (PE/PB) até Ponta de Lucena (PB)34. Ponta de Lucena (PB) até Rio GUAJÚ (PB/RN)35. Divisa PB/RN até Cabo Calcanhar (RN)36. Cabo Calcanhar até São Bento do Norte (RN)37. São Bento do Norte (RN) até Jaguaribe (CE)38. Jaguaribe até Fortaleza (CE)39. Fortaleza até Acaraú (CE)40. Acaraú até Delta do Paraíba (divisa PI/MA)41. Delta do Paraíba até Ponta do Tubarão (MA)42. Ponta do Tubarão até Alcântara (MA)43. Alcântara (MA) até Colares (PA)44. Colares (PA) até foz do Rio Araguari (AP0

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45. Foz do Rio Araguari até Foz do Rio Oiapoque (AP)