bakhtin_ ideologia × signo [ling1]
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5/13/2018 Bakhtin_ Ideologia Signo [Ling1] - slidepdf.com
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UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Instituto de Letras
Linguística I - Fundamentos Teóricos
Prof. Bruno Deusdará
Alunos:
Hugo Almeida
Iana Mesquita
Análise da relação signo × ideologia em BAKHTIN, Mikhail. “A filosofia da linguagem e sua
importância para o marxismo” (fragmentos cap. 1 e 2) in: Marxismo e Filosofia da Linguagem .
São Paulo: Hucitec, 1986.
Bakhtin abre o texto definindo todo produto ideológico como um signo, porque “possui um significado
e remete a algo situado fora de si mesmo.” De fato, afirmará que “[o] domínio do ideológico coincide
com o domíno dos signos.” Todo signo ideológico, além de “refletir e refratar” uma realidade, é também
um fragmento material dela, seja som, movimento, corpo, cor, etc. Consequentemente, possui uma
realidade objetiva exterior, que pode ser observada analiticamente, e é passível de estudo objetivo.
Por conta disso, Bakhtin se opõe à noção da filosofia idealista e da visão psicologista da cultura de
que a ideologia é um produto da consciência; para ele, o que ocorre seria o oposto: a consciência é
formada pela ideologia. Segundo ele, isso ocorre pela resposta da consciência à compreensão de um
signo ser sempre formada por outros signos, numa cadeia de “criatividade e compreensão ideológica”
ininterrupta e interminável de produção contínua de signos. Assim, a consciência se forma a partir de
signos, e não o contrário.
O teórico russo irá declarar ainda que a “palavra é o fenômeno ideológico por excelência” e ressaltar
a importância de sua ubiquidade nas relações humanas. Sendo assim, o signo verbal adquire a
capacidade de refletir as menores transformações sociais que acontecem, mesmo aquelas que ainda
não se organizaram em uma ideologia reconhecível.
Outro fator a ser ressaltado por Bakhtin é que a comunicação e suas condições de realização são
indissociáveis. O signo é resultante de um consenso entre indivíduos organizados em sociedade, a
partir de objetos que possuem um valor social para aquele grupo. Ou seja, nas palavras de Bakhtin, “as
formas do signo são condicionadas tanto pela organização social de tais indivíduos como pelas
condições em que a interação acontece.”