bactérias fitopatogênicas

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Fitopatologia Geral Bactérias como Agentes de Doenças em Plantas

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Page 1: Bactérias Fitopatogênicas

Fitopatologia Geral

Bactérias como Agentes de Doenças em Plantas

Page 2: Bactérias Fitopatogênicas

Histórico

1869, Dranert: biólogo alemão em visita a região

do Recôncavo Baiano, descreveu estrias em cana-

de-açúcar, posteriormente foi constatado

Pseudomonas rubrilineans

Em 1882, o pesquisador Thomas J. Burril (trabalho

pioneiro atribuído à queima da macieira e da

pereira a causa bacteriana)

Em 1882, Walker, cientista holandês, descreveu o

amarelecimento do jacinto afirmando tratar-se de

enfermidade causada por uma bactéria;

Page 3: Bactérias Fitopatogênicas

Em 1889, ERWIN FRANK SMITH, Americano -

Pai da Bacteriologia de Plantas - Descreveu

várias doenças bacterianas de plantas

Século XX: Pesquisas foram sendo feitas

confirmando que bactérias são importantes

patógenos de plantas;

Histórico

Page 4: Bactérias Fitopatogênicas

Importância Econômica das

Fitobacterioses

Gravidade das doenças em culturas exploradaseconomicamente;

Facilidade de disseminação;

Dificuldade de controle;

Ex. Cancro cítrico (X. axonopodis pv. citri) – surgiu nadécada de 50, Presidente Prudente – reduz a produçãoe inviabiliza a exportação dos frutos “in natura”;

Ex. Murcha bacteriana das solanáceas (Ralstoniasolanacearum) – ocorrência em todo território nacional

Page 5: Bactérias Fitopatogênicas

Murcha Bacteriana

Ralstonia solanacearum

Page 6: Bactérias Fitopatogênicas

Murcha Bacteriana

Ralstonia solanacearum

Page 7: Bactérias Fitopatogênicas

Cancro cítrico

Xanthomonas axonopodis

Page 8: Bactérias Fitopatogênicas

Alface

Pseudomonas cichorii

Page 9: Bactérias Fitopatogênicas

Podridão mole

Erwinia carotovora

Page 10: Bactérias Fitopatogênicas

Morfologia

Grande diversidade de forma e arranjamento;

Maioria das bactérias fitopatogênicas – formato

de bastonete e não formam esporo ou

estrutura de resistência/repouso

Tamanho varia de 1,0 – 5,0 x 0,5 – 1,0 µm;

Page 12: Bactérias Fitopatogênicas

Cocos e bastonetes

Page 13: Bactérias Fitopatogênicas

Bastonete

Page 14: Bactérias Fitopatogênicas

Vibrião

Page 16: Bactérias Fitopatogênicas

Esquema de uma célula bacteriana

Page 17: Bactérias Fitopatogênicas

Cápsula

Substância mucilaginosa;

Maioria das bactérias é de composição polissacarídica e em

casos raros polímeros nitrogenados;

Polissacarídeo é o principal componente e por ser o mais

externo a célula, costuma ser denominado EPS

(exopolissacarídeo);

Funções:

◦ Aderência;

◦ Proteger a célula bacteriana contra condições adversas do

meio ambiente;

◦ Toxina

Page 18: Bactérias Fitopatogênicas

Flagelos

Estruturas alongadas,

delgadas e sinuosas;

Natureza protéica (flagelina);

Função:

◦ Locomoção;

◦ Presença de flagelo x

virulência

Page 19: Bactérias Fitopatogênicas

Flagelos

Importância: na taxonomia;

• Espécies de Erwinia são geralmente peritríquias;

• Espécies de Xanthomonas são geralmente

monotríquias;

• Espécies de Pseudomonas são geralmente

lofotríquias;

• Espécies de Clavibacter são tipicamente atríquias;

Page 20: Bactérias Fitopatogênicas

Flagelos

Page 21: Bactérias Fitopatogênicas

Locomoção

Quando a bactéria se move em uma direção: nado ou corrida

Desvio: quando as corridas são interrompidas causados por inversão da rotação flagelar

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Page 24: Bactérias Fitopatogênicas

Parede Celular Envoltório rígido, 20% do peso da célula

Peptídeo – glicano – principal (somente em procariotas);

Função das camadas:

Externa:

◦ Participação na permeabilidade e no transporte

◦ Proteção contra enzimas e antibióticos

◦ Barreira para corantes e substâncias tóxicas

Rígida:

◦ Peptídeo-glicano determinante da forma da célula

◦ Previne choques osmóticos, devido a sua rigidez.

Page 25: Bactérias Fitopatogênicas

NEGATIVA

• Parede mais permeável

• Álcool remove o cristal violeta e o

iodo

POSITIVA

• Parede mais impermeável

• Álcool não consegue descolori-las

Teste de Gram

Page 26: Bactérias Fitopatogênicas

Teste de Gram

• Classificação em 2 grandes Grupos:

◦ 1884 - Método de Coloração de Gram

(Bacteriologista dinamarquês Hans Christian

Gram)

• Gram positivas: roxo

• Gram negativas: vermelho

Page 27: Bactérias Fitopatogênicas

Parede Celular das Bactérias Gram

Positivas Peptidoglicano (espesso, muitas camadas)

Ácidos teicóicos:

◦ Está ligado à camada de peptideoglicana

Ácidos lipoteicóicos:

◦ Atravessa a camada de peptideoglicana e está

ligado à membrana plasmática

Proteínas

Page 28: Bactérias Fitopatogênicas

PAREDE CELULAR DA BACTÉRIA

GRAM POSITIVA

Page 29: Bactérias Fitopatogênicas

Parede Celular das Bactérias Gram

Negativas• Peptidoglicano (1 ou poucas camadas)

• Não contém ácidos teicóicos

• Membrana externa

– Fosfolipídeos

– Proteínas

– Lipopolissacarídeos

– Lipoproteínas

– Porinas

• FUNÇÃO: barreira par certos

antibióticos, enzimas

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Parede Celular das Bactérias Gram

Negativas

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Page 32: Bactérias Fitopatogênicas

Bacillus subtilis Escherichia coli

Teste de Gram

Page 33: Bactérias Fitopatogênicas

Confirmação do Teste Gram

Utilização do KOH 3%

Bactérias gram-negativas lisam

Liberam o DNA e tornam a mistura mais

viscosa

Fibras de DNA viscoso são visualizadas

erguendo a alça de inoculação para fora

da mistura

Page 34: Bactérias Fitopatogênicas

Crescimento de Bactérias

Crescimento - PG (período de geração) – varia

de 20 a 60 minutos;

LAG – latência ou adaptação;

LOG – exponencial – multiplicação rápida;

ESTACIONÁRIA – células viáveis = cél. Mortas;

MORTE – Nº de células que morrem é maior do

que o nº de células que se dividem. Secreções

tóxicas torna a multiplicação mais lenta.

Page 35: Bactérias Fitopatogênicas

Fases do crescimento

Uma curva de crescimento bacteriano

demonstra o crescimento das células durante

uma período de tempo.

4 Fases do Crescimento:

Fase Lag

Fase Log (Fase logarítmica)

Fase Estacionária

Fase de morte celular

Page 36: Bactérias Fitopatogênicas
Page 37: Bactérias Fitopatogênicas

Fase Lag

Durante um certo período de tempo, o n° de

células sofre pequenas variações

Neste período ocorre ausência de divisão

celular (1 h a dias)

As células estão em estado de latência

A população está passando por um período de

intensa atividade metabólica, principalmente

síntese de enzimas e moléculas variadas

Page 38: Bactérias Fitopatogênicas
Page 39: Bactérias Fitopatogênicas

•A partir de um determinado momento as células

iniciam seu processo de divisão e entram no

período de crescimento ou aumento logarítmico

•A reprodução encontra-se extremamente ativa e

o tempo de geração atinge um valor constante

•Período onde há maior atividade metbólica

•Entretanto: microrganismos estão sensíveis à

mudanças ambientais

Fase Log

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Page 41: Bactérias Fitopatogênicas

Fase Estacionária

Em um determinado momento a

velocidade de crescimento começa a

diminuir por diversos fatores: nutrientes,

produtos de degradação, mudanças de pH

e a população se torna ESTÁVEL

Page 42: Bactérias Fitopatogênicas
Page 43: Bactérias Fitopatogênicas

Fase de Morte Celular

O n° de células mortas >

o n° de células novas <

diminuindo o n° de células viáveis Aumenta a

taxa de morte da população podendo alcançar

um valor constante máximo

Depois da morte da maioria das células, há

uma queda drástica na taxa de morte.

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Page 47: Bactérias Fitopatogênicas

Colônia de E. coli

formada após 11,5

horas de

crescimento em

meio de cultura

sólido a 37°C.

Page 48: Bactérias Fitopatogênicas
Page 49: Bactérias Fitopatogênicas

X. axonopodis pv vitians

P. syringae pv. tomato

Exsudação em gota

E. amylovora

Sintomas e sinais

Page 50: Bactérias Fitopatogênicas

PUS

ANASARCA

EXSUDAÇÃO

Típico de bacterioses de plantas

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Page 53: Bactérias Fitopatogênicas

- Apodrecimento + Odor;

- Órgãos de reserva;

- Comuns a certos gêneros

Podridão mole

Page 54: Bactérias Fitopatogênicas
Page 55: Bactérias Fitopatogênicas

CancroTumores

Page 56: Bactérias Fitopatogênicas

Ralstonia solanacearum

Erwinia amylovora

Murcha Morte das pontas

Page 57: Bactérias Fitopatogênicas

Agrobacterium

- A. tumefaciens – tumores em plantas

- A. rhizogenes – raiz em cabeleira

Pseudomonas

- P. syringae pv. lachrymans – mancha

angular em pepino

- P. cichorii - alface

Gêneros e espécies mais importantes

Page 58: Bactérias Fitopatogênicas

Erwinia

• E. carotovora subsp.

carotovora

• E. crhysanthemi

•E. carotovora subsp

atroseptica

Ralstonia

• Ralstonia solanacearum –

murcha em solanáceas

Page 59: Bactérias Fitopatogênicas

Xanthomonas

X. axonopodis pv. phaseoli

Streptomyces

S. scabies – sarna da batata

Curtobacterium

C. flaccumfaciens pv. flaccumfaciens – murcha

do feijoeiro.

Page 60: Bactérias Fitopatogênicas

Clavibacter

C. michiganensis subsp. michiganensis – cancro

C. xyli subsp. xyli – raquitismo da soqueira

Page 61: Bactérias Fitopatogênicas

Tabela 1. Principais gêneros de bactérias fitopatogênicas, aspectos

morfológicos, espécies e doenças causadas.

Page 62: Bactérias Fitopatogênicas

• Órgãos vegetais

infectados

• Solo, Sementes

• Epífitas, Água

Ciclo das relações patógeno-hospedeiro – Sobrevivência

Page 63: Bactérias Fitopatogênicas
Page 64: Bactérias Fitopatogênicas

Disseminação

Page 65: Bactérias Fitopatogênicas

Penetração

Aberturas naturais Ferimentos

Page 66: Bactérias Fitopatogênicas
Page 67: Bactérias Fitopatogênicas

Depende do:

- Tipo de interação

bactéria/planta

- Grau de suscetibilidade do

hospedeiro

- Grau de agressividade da

bactéria

- Modo e local de penetração

- Condições ambientais

Colonização

Page 68: Bactérias Fitopatogênicas

Rotação Sementes Adubação

Irrigação

Controle

QuímicoSolarização

Cult. resistentes

Medidas de controle

Page 69: Bactérias Fitopatogênicas

Referências bibliográficas

- AGRIOS, G. N. Plant diseases caused by prokariotes: bacteria and mollicutes.

In: AGRIOS, G. N. Plant pathology. 5thed. San Diego: Academic Press, 2005.

p. 922p;

- FERREIRA, L. P. SALGADO, C. L. Bact´rias. In: BERGAMIN FILHO, A.;

KIMATI, H.; AMORIM, L. (Eds.). Manual de Fitopatologia: princípios e

conceitos. 3. ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 1995. v. 1, p. 97-131;

- GOTO, M. Fundamentals of bacterial plant pathology. San Diego: Academic

Press, 1992. 342p;

- ROMEIRO, R. S. Bactérias fitopatogênicas. Viçosa: Universidade Federal de

Viçosa, 1995. 283p.

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