avião da poli vence competição de protótipos nos estados unidos

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Diário Oficial Poder Executivo - Seção II terça-feira, 19 de maio de 2009 São Paulo, 119 (91) III Exercício fisioterápico gratuito estimula o parto normal, reduz problemas pré e pós-operatórios e controla a pressão e a glicemia A hidroterapia na gestação da adoles- cente oferece diversos benefícios à saúde da futura mamãe. A consta- tação vem do Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros, da zona leste da capital, que realiza a atividade em parceria com fisio- terapeutas e estudantes da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid) há quatro anos. “Somos o primeiro hospital público do Estado de São Paulo a oferecer hidroterapia gratuitamente às pacientes. Espero que a ini- ciativa sirva de exemplo para outras materni- dades do Sistema Único de Saúde (SUS)”, sugere o ginecologista e obstetra Corintio Mariani Neto, diretor da instituição. Lá, o foco é a jovem gestante, que será mãe pela primeira vez, residente nas zonas leste ou sudeste e que faz pré-natal numa uni- dade de saúde da região. Se o médico julgar necessária a hidroterapia, a grávida é encami- nhada ao hospital, onde passa por triagem para avaliar se apresenta boas condições de saúde. O curso não é recomendado às mulhe- res com problemas de hipertensão arterial, diabetes, possibilidade de parto prematuro ou gestação múltipla. A hidroterapia começa Leonor de Barros da zona leste oferece hidroterapia às gestantes adolescentes a partir do quarto mês de gravidez e segue durante cinco meses, uma vez por semana, para estimular o parto normal. Ao todo, cada mulher participa de apro- ximadamente 20 sessões, com duração de 90 minutos cada. “No Brasil, a cultura popular e os veículos de comunicação não estimulam o parto normal”, afirma Corintio, para justificar a preferência pela gestante adolescente. Em média, o grupo é composto de 15 integran- tes, que participam de palestras educativas sobre o processo fisiológico da gestação, parto, puerpério (pós-parto), relações com o recém-nascido e aleitamento materno. Até o nascimento – Antes de entrar na água, elas fazem exercícios aeróbicos no solo. A hidroterapia é oferecida numa pisci- na da Unicid, com orientação de professores e alunos de fisioterapia. É um exercício que estimula o parto normal, diminui a compli- cação pré e pós-operatória, dor postural e ajuda a controlar a pressão e a glicemia. Por fortalecer a articulação, a atividade reduz a chance de tropeço e trauma, muito comum na gravidez. O método promove mais tran- quilidade e relaxamento e favorece adapta- ção metabólica e cardiovascular. Proporciona menos gasto de energia e diminui edemas e inchaços típicos do período gestacional. “Após a hidroterapia, elas relatam menos dores na região lombar porque o exercício melhora a postura (na gravidez há tendência de encurvamento da coluna)”, conta o diretor, acrescentando que a atividade é recomendada até o momento do nascimento, caso contrário não há benefício. “Não temos capacidade de atender a toda a demanda, mas estudamos com a Unicid uma forma de ampliar a parce- ria e o atendimento”, informa. A mãe com dificuldade financeira para deslocar-se até a Unicid recebe transporte gratuito, custeado pelo Centro de Estudos do Leonor. “Nossa iniciativa deu certo. Espero que outras maternidades do SUS obtenham par- ceria com universidades públicas ou priva- das e se engajem nesse trabalho”, incentiva Corintio. Ele informa que as faculdades têm interesse na ação e que necessitam de pacientes para a missão de ensino e pesqui- sa. O Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros, situado no Belenzinho, zona leste, é referência no parto de alto risco das regiões leste e sudeste da cidade, mas não oferece serviço de pré-natal. Viviane Gomes Da Agência Imprensa Oficial Os estudantes da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Poli/USP atravessaram o espaço aéreo brasileiro e foram parar na terra do Tio Sam. Lá, con- quistaram o título mundial Aerodesign de protótipos de aviões de carga disputado no Estado da Geórgia. Depois de muito trabalho, noites em claro e talento posto à prova, a equipe Keep Flying desenvol- veu uma aeronave que superou outros 65 competidores de todo o mundo. Para che- gar entre os melhores e levar R$ 9 mil em prêmios, a equipe da Poli/USP (composta por 18 integrantes) ainda teve de vencer a etapa nacional realizada em 2008, em São José dos Campos. O avião pesava 3 quilos e foi construído com madeira, plástico e outros compostos. Era operado por radiocontrole e possuía um motor de dois tempos. Na competi- ção, transportou 12 quilos de chumbo, índice que o credenciou como vencedor e destaque da Aerodesign East Competition 2009. Os organizadores norte-americanos ainda avaliaram o espírito esportivo, a liderança, o empreendedorismo e a cria- tividade. Além da Poli/USP, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) parti- cipou da competição destinada aos alu- nos de graduação e pós-graduação de engenharia. Da disputa nacional partici- pam estudantes de graduação e pós-gra- duação de Engenharia, Física e Ciências Aeronáuticas, na construção de protótipos capazes de superar sucessivas baterias de testes demonstrando capacidade de voo controlado para cargas. Competição – Nos Estados Unidos, a competição teve duração de dois dias e foi dividida em duas categorias: clas- ses aberta e regular. Os envolvidos deve- riam apresentar o protótipo mais leve e que carregasse a maior carga. A pontua- ção era distribuída de acordo com o peso transportado. Os resultados (preliminar e final) foram compostos de vários elemen- tos e ponderações, como precisão e qual a carga transportada durante o voo. Os aviões deveriam decolar numa distância de 65 metros e pousar numa pista com piso de concreto de até 122 metros. Para o local das etapas foi destinada uma área de campo onde são realizados voos de aeromodelismo e outras práticas aeronáu- ticas. Uma das tarefas era realizar voltas num traçado imaginário com a carga e retornar ao ponto de origem para receber o resultado do voo. Alem do primeiro lugar, a equipe bra- sileira da Poli (participante desde 2003 das competições de Aerodesign), con- quistou a premiação especial da National Aeronautics and Space Administration (Nasa), por reunir os principais conceitos de engenharia durante o desenvolvimen- to do projeto. Essa honraria nunca havia sido conquistada por estudantes brasi- leiros. Para o professor Antonio Mariani, coordenador do projeto Protótipos de Aviões de Carga, a conquista simboliza o trabalho realizado em sala de aula com envolvimento e dedicação na busca de soluções inovadoras. “A dura jornada de trabalho durante oito meses apresentou, na prática, alguns desafios do mundo real e demonstrou que no futuro será muito importante para esses profissionais”, diz. Anderson Moriel Mattos Da Agência Imprensa Oficial Avião da Poli vence competição de protótipos nos Estados Unidos Depois de oito meses de trabalho no Brasil, a equipe Keep Flying pas- sou por grande susto quando o avião se chocou numa árvore nas primeiras voltas da prova nos EUA. A aeronave praticamente desmanchou com o cho- que, o que deixou desesperados todos os participantes, pois teriam apenas 24 horas para remontar todas as peças até o momento do último teste. O experien- te piloto do Pelicano, Henrique Dantas, que participa de competições de aero- modelismo, conta que ficou “sem ar e sem palavras” quando viu o avião colidir. “Foi o momento mais tenso da disputa, pois tínhamos realizado um excelente trabalho e aquele acidente representava um balde de água fria em todos”. Após o incidente, todos se reuniram e decidiram não abandonar a compe- tição para reconstruir e dar novas asas ao Pelicano. Uma tarefa difícil, mas não impossível. O professor Mariani conta que em momentos assim a equipe pode se abater. Mas, ao contrário, o time bra- sileiro reuniu forças e remontou o avião em tempo recorde, ainda que precisas- se passar a noite sem dormir. No fim, o título mundial compensou todos os sacrifícios. Antes da festa, adrenalina pura Projeto da equipe Keep Flying superou outros 65 competidores de todo o mundo UNICID Estímulo ao parto normal: hidroterapia é indicada a partir do quarto mês da gestação PAULO CESAR DA SILVA

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Diário Oficial Poder Executivo - Seção IIterça-feira, 19 de maio de 2009 São Paulo, 119 (91) – III

Exercício fisioterápico gratuito estimula o parto normal, reduz problemas pré e pós-operatórios e controla a pressão e a glicemia

A hidroterapia na gestação da adoles-cente oferece diversos benefícios à saúde da futura mamãe. A consta-

tação vem do Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros, da zona leste da capital, que realiza a atividade em parceria com fisio-terapeutas e estudantes da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid) há quatro anos. “Somos o primeiro hospital público do Estado de São Paulo a oferecer hidroterapia gratuitamente às pacientes. Espero que a ini-ciativa sirva de exemplo para outras materni-dades do Sistema Único de Saúde (SUS)”, sugere o ginecologista e obstetra Corintio Mariani Neto, diretor da instituição.

Lá, o foco é a jovem gestante, que será mãe pela primeira vez, residente nas zonas leste ou sudeste e que faz pré-natal numa uni-dade de saúde da região. Se o médico julgar necessária a hidroterapia, a grávida é encami-nhada ao hospital, onde passa por triagem para avaliar se apresenta boas condições de saúde. O curso não é recomendado às mulhe-res com problemas de hipertensão arterial, diabetes, possibilidade de parto prematuro ou gestação múltipla. A hidroterapia começa

Leonor de Barros da zona leste oferecehidroterapia às gestantes adolescentes

a partir do quarto mês de gravidez e segue durante cinco meses, uma vez por semana, para estimular o parto normal.

Ao todo, cada mulher participa de apro-ximadamente 20 sessões, com duração de 90 minutos cada. “No Brasil, a cultura popular e os veículos de comunicação não estimulam o parto normal”, afirma Corintio, para justificar a preferência pela gestante adolescente. Em média, o grupo é composto de 15 integran-tes, que participam de palestras educativas sobre o processo fisiológico da gestação,

parto, puerpério (pós-parto), relações com o recém-nascido e aleitamento materno.

Até o nascimento – Antes de entrar na água, elas fazem exercícios aeróbicos no solo. A hidroterapia é oferecida numa pisci-na da Unicid, com orientação de professores e alunos de fisioterapia. É um exercício que estimula o parto normal, diminui a compli-cação pré e pós-operatória, dor postural e ajuda a controlar a pressão e a glicemia. Por fortalecer a articulação, a atividade reduz a

chance de tropeço e trauma, muito comum na gravidez. O método promove mais tran-quilidade e relaxamento e favorece adapta-ção metabólica e cardiovascular. Proporciona menos gasto de energia e diminui edemas e inchaços típicos do período gestacional.

“Após a hidroterapia, elas relatam menos dores na região lombar porque o exercício melhora a postura (na gravidez há tendência de encurvamento da coluna)”, conta o diretor, acrescentando que a atividade é recomendada até o momento do nascimento, caso contrário não há benefício. “Não temos capacidade de atender a toda a demanda, mas estudamos com a Unicid uma forma de ampliar a parce-ria e o atendimento”, informa. A mãe com dificuldade financeira para deslocar-se até a Unicid recebe transporte gratuito, custeado pelo Centro de Estudos do Leonor.

“Nossa iniciativa deu certo. Espero que outras maternidades do SUS obtenham par-ceria com universidades públicas ou priva-das e se engajem nesse trabalho”, incentiva Corintio. Ele informa que as faculdades têm interesse na ação e que necessitam de pacientes para a missão de ensino e pesqui-sa. O Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros, situado no Belenzinho, zona leste, é referência no parto de alto risco das regiões leste e sudeste da cidade, mas não oferece serviço de pré-natal.

Viviane Gomes

Da Agência Imprensa Oficial

Os estudantes da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Poli/USP atravessaram o espaço aéreo brasileiro e foram parar na terra do Tio Sam. Lá, con-quistaram o título mundial Aerodesign de protótipos de aviões de carga disputado no Estado da Geórgia. Depois de muito trabalho, noites em claro e talento posto à prova, a equipe Keep Flying desenvol-veu uma aeronave que superou outros 65 competidores de todo o mundo. Para che-gar entre os melhores e levar R$ 9 mil em prêmios, a equipe da Poli/USP (composta por 18 integrantes) ainda teve de vencer a etapa nacional realizada em 2008, em São José dos Campos.

O avião pesava 3 quilos e foi construído com madeira, plástico e outros compostos. Era operado por radiocontrole e possuía um motor de dois tempos. Na competi-ção, transportou 12 quilos de chumbo, índice que o credenciou como vencedor e

destaque da Aerodesign East Competition 2009. Os organizadores norte-americanos ainda avaliaram o espírito esportivo, a liderança, o empreendedorismo e a cria-tividade. Além da Poli/USP, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) parti-cipou da competição destinada aos alu-nos de graduação e pós-graduação de engenharia. Da disputa nacional partici-pam estudantes de graduação e pós-gra-duação de Engenharia, Física e Ciências Aeronáuticas, na construção de protótipos capazes de superar sucessivas baterias de testes demonstrando capacidade de voo controlado para cargas.

Competição – Nos Estados Unidos, a competição teve duração de dois dias

e foi dividida em duas categorias: clas-ses aberta e regular. Os envolvidos deve-riam apresentar o protótipo mais leve e que carregasse a maior carga. A pontua-ção era distribuída de acordo com o peso transportado. Os resultados (preliminar e final) foram compostos de vários elemen-tos e ponderações, como precisão e qual a carga transportada durante o voo. Os aviões deveriam decolar numa distância de 65 metros e pousar numa pista com piso de concreto de até 122 metros. Para o local das etapas foi destinada uma área de campo onde são realizados voos de aeromodelismo e outras práticas aeronáu-ticas. Uma das tarefas era realizar voltas num traçado imaginário com a carga e retornar ao ponto de origem para receber o resultado do voo.

Alem do primeiro lugar, a equipe bra-sileira da Poli (participante desde 2003 das competições de Aerodesign), con-quistou a premiação especial da National Aeronautics and Space Administration (Nasa), por reunir os principais conceitos de engenharia durante o desenvolvimen-to do projeto. Essa honraria nunca havia sido conquistada por estudantes brasi-leiros. Para o professor Antonio Mariani, coordenador do projeto Protótipos de Aviões de Carga, a conquista simboliza o trabalho realizado em sala de aula com envolvimento e dedicação na busca de soluções inovadoras. “A dura jornada de trabalho durante oito meses apresentou, na prática, alguns desafios do mundo real e demonstrou que no futuro será muito importante para esses profissionais”, diz.

Anderson Moriel Mattos

Da Agência Imprensa Oficial

Avião da Poli vence competição de protótipos nos Estados Unidos

Depois de oito meses de trabalho no Brasil, a equipe Keep Flying pas-sou por grande susto quando o avião se chocou numa árvore nas primeiras voltas da prova nos EUA. A aeronave praticamente desmanchou com o cho-que, o que deixou desesperados todos os participantes, pois teriam apenas 24 horas para remontar todas as peças até o momento do último teste. O experien-te piloto do Pelicano, Henrique Dantas, que participa de competições de aero-modelismo, conta que ficou “sem ar e sem palavras” quando viu o avião colidir. “Foi o momento mais tenso da disputa,

pois tínhamos realizado um excelente trabalho e aquele acidente representava um balde de água fria em todos”.

Após o incidente, todos se reuniram e decidiram não abandonar a compe-tição para reconstruir e dar novas asas ao Pelicano. Uma tarefa difícil, mas não impossível. O professor Mariani conta que em momentos assim a equipe pode se abater. Mas, ao contrário, o time bra-sileiro reuniu forças e remontou o avião em tempo recorde, ainda que precisas-se passar a noite sem dormir. No fim, o título mundial compensou todos os sacrifícios.

Antes da festa, adrenalina pura

Projeto da equipe Keep Flying superou outros 65 competidores de todo o mundo

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