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North America South America Africa Ártico Atlântico América do Norte América do Sul Ásia Europa África Bijagós Doñana Banc d’Arguin Mar de Wadden ^ A Rota Migratória do Atlântico Leste é a rede de sítios usada por milhões de aves a migrarem entre os seus locais de nidificação no Ártico e os seus sítios não- -reprodutores na Europa Oci- dental e na África. Mais de 12 milhões de aves aquáticas passam anualmente pelo Mar de Wadden, tornando-o no sítio mais importante na Rota Migratória do Atlântico Leste. Aves sem Fronteiras Migrantes de Maratona Desde tempos imemoriáveis, as aves migratórias enfrentam com coragem montanhas, mares, desertos e tempes- tades nas suas viagens entre Europa e África. Dependendo apenas do poder das suas asas, milhões de aves navegam dos sítios de nidificação na Europa para os de invernadas em África, percorrendo até 10,000 km, duas vezes por ano! Juntos pelas aves migratórias Rota do Atlântico Leste Sitios-chave de Aves costeiras migratórias: > 1 milhões de aves > 500 000 aves > 100 000 aves Patrimônio Mundial fotografia: SEIXOEIROS Jan van de Kam/Buiten-Beeld, COLHEREIRO Marc Guyt/Agami, FLAMINGO FÉNIX Dirk-Jan van Unen/Buiten-Beeld, PARTICIPANTE DE MONITORIZAÇÃO DE AVES Barend van Gemerden

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Page 1: Aves sem Fronteiras Juntos pelas aves migratórias …...Rota do Atlântico Leste Sitios-chave de Aves costeiras migratórias: > 1 milhões de aves > 500 000 aves > 100 000 aves Patrimônio

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Page 2: Aves sem Fronteiras Juntos pelas aves migratórias …...Rota do Atlântico Leste Sitios-chave de Aves costeiras migratórias: > 1 milhões de aves > 500 000 aves > 100 000 aves Patrimônio

Flamingo Fénix

O flamingo Fénix é um

verdadeiro migrante,

mas nunca deixa a

África. Ele reproduz

em colónias enormes

nos lagos de água

salgada na África

Oriental, África do Sul

e, em menor número,

ao longo da costa de

Mauritânia e Senegal.

A BirdLife e seus

parceiros apoiam a

implementação do

Plano de Ação Inter-

nacional de Espécie

Única da AEWA para

a Conservação do

Flamingo Fénix.

Colhereiro

Com mais de 2,500

pares, quase metade

da população do

Atlântico Este

aninham no Mar

de Wadden e à sua

volta. A população

fez uma recuperação

espetacular após

a acção de conser-

vação. Migram para

o sul e oeste da

Europa e da África

Ocidental, onde se

juntam às subespécies

não migratórias

endémicas do Banc

d’Arguin (Mauritânia).

Aves costeiras migratórias

Durante a migração, as aves costeiras são

especialmente vulneráveis já que precisam parar para

comer e descansar entre os voos de longo curso. A

falta de elos de ligação na cadeia nos locais de paragem

pode afetar a sobrevivência de toda a população.

Cerca de um terço das populações de aves costeiras

europeias e africanas estão em declínio. Entre elas

estão os migrantes de longo alcance, como a Seixoeira

e os migrantes intra-africanos, como a Fênix Flamingo.

Sítios-chave em África

Cerca 2,5 milhões de aves costeiras passam o inverno

no norte no Banc d’Arguin, na Mauritânia e outros

tantos passam por lá a caminho das suas viagens mais

ao sul. Cerca de 1,5 milhões de aves fazem a invernada,

a cada ano, no Arquipélago dos Bijagós na Guiné-

Bissau.

Outros locais, ao longo da costa atlântica africana,

com grande importância para as limícolas são o Aftout

es Sâheli eo Diawling (Mauritânia), o Djoudj eo Sine

Saloum (Senegal), o rio Tanji (Gâmbia), a lagoa de Keta

(Gana), a baía de Walvis (Namíbia) e o Parque Nacional

da Costa Ocidental (África do Sul).

AmeaçasAs maiores ameaças às zonas húmidas costeiras são a

sobre-exploração de peixes e manguezais, a conversão

de estuários em terras agrícolas, o desenvolvimento

de infraestruturas mal planificadas e a caça

indiscriminada. Outras ameaças incluem a exploração

de petróleo e gás, o aumento do nível do mar e da

frequência e ferocidade de tempestades, resultante

das alterações climáticas.

Muitos sítios importantes carecem de um estatuto

jurídico formal enquanto área protegida e, quando o

tem, a sua gestão é muitas vezes deficiente.

Ações de conservação da BirdLife

A BirdLife International está a liderar o projeto de

Aves Migratórias Costeiras que propõe aumentar a

capacidade de conservação das aves migratórias ao

longo da costa atlântica da África.

Esta ação, liderada pela BirdLife, está a ser realizada

em Mauritânia, Senegal, Gâmbia, Guiné, Guiné-Bissau,

Sierra Leone e Cabo Verde. Também, Marrocos, Nigéria

e África do Sul estão envolvidos. A BirdLife tem o papel

de coordenação na ligação entre os projetos nacionais

e as iniciativas da rota migratória e as políticas

regionais.

Seixoeiros

Os Seixoeiros

nidificam no alto

Ártico russo em

Junho e Julho e,

depois, viajam para

a costa atlântica

de África. Grandes

bandos podem ser

encontrados no Banc

d’Arguin (Mauritânia)

e Bijagós (Guiné-

Bissau), e também

mais a sul, até Walvis

Bay na África do Sul.

Ao longo da sua vida,

um único Seixoeiro

voa 800,000 km,

equivalente a um voo

para a Lua e metade

do caminho de volta!

Pessoas em toda a costa atlântica da África dependem dos recursos naturais para a sua subsistência e desenvolvimento económico. Peixes e mariscos, madeira e sal, estão entre os produtos recolhidos. O uso sustentável é fundamental para a manutenção da qualidade das zonas costeiras, tanto para pessoas como aves.

Principais Parceiros que apoiam as aves costeiras migratóriasMARROCOS O Parceiro da BirdLife GREPOM lide-

ra a monitorização de aves aquáticas nas Impor-

tantes Áreas de Aves (IBA) em Marrocos.

MAURITÂNIA Nature Mauritanie contribui para

a monitorização e combate às principais amea-

ças às aves migratórias no parque nacional de

Diawling, Aftout es Saheli e Lac Maal.

SENEGAL Nature Communités et Developpement

(NCD) trabalha para a conservação de aves migra-

tórias em Casamance. O NCD iniciou um curso de

mestrado em ornitologia na Universidade de St.

Louis, o primeiro na África Ocidental!

GÂMBIA WABSA tem experiência na monitoriza-

ção e recuperação de áreas de mangues. Os vo-

luntários da WABSA plantaram 25,000 mudas de

mangues no Parque Nacional de Kartong e Niumi.

GUINÉ Guinée Ecologie desempenha um papel im-

portante na sensibilização sobre o comércio ilegal

de aves ameaçadas e na promoção da conserva-

ção de aves migratórias.

GUINÉ-BISSAU ODZH está a monitorizar a Zona

Húmida de Mansoa e as Ilhas Jeta. A organiza-

ção apoia as comunidades locais nas aldeias de

Cussana e Cussentche no sentido de melhorar os

seus meios de subsistência.

SIERRA LEOA O Parceiro da BirdLife CSSL traba-

lha com grupos locais na conservação da Enseada

de Abardeen e Baía de Yawri. Mais de 10,000 árvo-

res de mangues já foram plantadas pela CSSL.

CABO VERDE A Biosfera realiza campanhas efi-

cazes para travar a matança de aves marinhas

para consumo. A organização lidera o Plano de

Ação da Espécie para a Cagarra de Cabo Verde.

NIGÉRIA A Nigerian Conservation Foundation

(NCF), parceiro da BirdLife International (BL) na

Nigéria, promove acções de sensibilização para a

conservação das aves, através de clubes de na-

tureza, estando também involvida na gestão dos

recursos naturais costeiros.

ÁFRICA DO SUL A BirdLife South Africa (BLSA),

parceiro da BirdLife International na África do Sul,

gere as Áreas Importantes para as Aves (IBA) na-

quele país, realiza acções de formação para os eco-

guias locais e promove a conservação da natureza.

Colaboração internacionalO Acordo de Aves Aquáticas Migratórias

Afro-Euroasiáticas (AEWA) é o tratado inter-

governamental dedicado à conservação de aves

aquáticas migratórias e seus habitats em África,

Europa, Oriente Médio, Ásia Central, Groenlândia

e no arquipélago canadense. A Mauritânia, Senegal,

Gâmbia, Guiné-Bissau e Guiné são signatários

do AEWA.

A Convenção de Abidjan, ou a Convenção de

Cooperação para a Proteção, Gestão e Desenvol-

vimento do Ambiente Marinho e Costeiro da Costa

Atlântica Oeste, Central e Região da África Austral,

estabelece um quadro jurídico geral para todas

as questões relacionadas com a vida marinha.

A Convenção de Abidjan abrange a área marinha

desde a Mauritânia à África do Sul.

A Iniciativa da Rota Migratória do Mar de

Wadden (WSFI) visa conservar as populações

de aves migratórias que se reproduzem, passam

por ou fazem suas invernadas no mar de Wadden.

A iniciativa foi lançada pelos países parte do

Património Mundial do Mar de Wadden, a saber:

Dinamarca, Alemanha e Países Baixos, na

sequência do pedido da UNESCO de melhoria

da conservação de aves costeiras migratórias

ao longo da Rota Migratória do Atlântico Este.

A Iniciativa Aves Migratórias do Ártico (AMBI)

do Grupo de Trabalho da Conservação da Flora

e Fauna (CAFF) envolve os países do Conselho

do Ártico na conservação de aves migratórias

do Ártico em declínio, incluindo os países fora

do Ártico. Na África Ocidental, a AMBI tem por

objetivo proteger o habitat inter-maré de limíco-

las do Ártico no Arquipélago dos Bijagós, Guiné-

Bissau, especialmente através da sua nomeação

a Património Mundial.

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Costa atlântica da África

Juntos pelas aves migratórias

BirdLife International - A Parceria Global para a natureza e pessoas

BirdLife International é a maior parceria de conservação

da natureza do mundo. Ao todo, somos 120 Parceiros da

BirdLife - um por país – e a crescer. 

Acreditamos que as pessoas, ao trabalharem juntas para

a natureza, nas suas comunidades e conectadas a nível

nacional e internacional, através da nossa parceria global,

são a chave para sustentar toda a vida neste planeta.

Esta abordagem singular, do local ao global, oferece um

forte impacto e a assegura a conservação a longo prazo

em benefício da natureza e das pessoas.

www.birdl i fe.org

foto da capa: COLHEREIRO Barend van Gemerden

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