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Universidade Federal do Rio de Janeiro Escola de Química Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos Raphael Carvalho Prado Rio de Janeiro 2017

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Page 1: Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de ...€¦ · Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos Raphael Carvalho Prado Rio de Janeiro

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Escola de Química

Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de

Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento

e Otimização de Bioprocessos

Raphael Carvalho Prado

Rio de Janeiro

2017

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ii

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Escola de Química

Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Processos Químicos e

Bioquímicos

Raphael Carvalho Prado

Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de Microbiorreatores como

Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Tecnologia de Processos Químicos e

Bioquímicos, Escola de Química, Universidade Federal

do Rio de Janeiro, para obtenção do grau de Mestre em

Ciências.

Orientador:

Prof. Elcio Ribeiro Borges, D.Sc.

Rio de Janeiro

2017

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F ICHA CATALOGRÁFICA

Prado, Raphael Carvalho.

Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de Microbiorreatores

como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos/

Raphael Carvalho Prado. Rio de Janeiro:UFRJ/EQ, 2018.

Dissertação (Mestrado em Ciências) – Universidade Federal do Rio de

Janeiro, Escola de Química, Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de

Processos Químicos e Bioquímicos, 2018.

Orientador: Elcio Ribeiro Borges, DSc.

1. Microbiorreatores 2. Extrapolação 3. Microfluídica 4. Dimensionamento

I. Ribeiro Borges., Elcio (Orientador) II. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Escola de Química. Pós-Graduação em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos. III. Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de Microbiorreatores como Ferramentas no Aprimoramento e Desenvolvimento de Bioprocessos.

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v

AGRADECIMENTOS

Ao longo da jornada que tomo por vida, a dádiva de conhecer pessoas singulares torna

valiosa e engrandecedora toda experiência vivida de forma sublime. É preciso reconhecer o

prestígio daqueles que nos cercam, pois nenhum homem jamais clamou vitória apenas pelo

caminhar dos próprios pés. Deixo aqui o meu sincero agradecimento àqueles que de alguma

forma acreditaram e apoiaram meus devaneios.

Primeiramente, agradeço a minha brilhante avó, Maria das Graças, aquela que considero

ser o maior exemplo de virtude. Assim como Virgílio orienta Dante Alighieri em sua Divina

Comédia, a Sra. Maria tem me conduzido pela vida, ensinando-me a importância e a razão de

cada passo, obstáculo, queda, aclive e conquista.

Em segundo lugar, gostaria de expressar gratidão à minha família e amigos, os quais

foram medulares na persistência e realização deste trabalho. Muitas das vezes, foram esses que

me ajudaram a seguir em frente sem olhar para trás.

Agradeço também ao meu orientador Dr. Elcio Borges, quem acreditou em minhas

ideias desde o início, conduzindo-me pelo árduo caminho dessa conquista.

À Dra. Sabrina Oliveira, quem me acompanhou pelo mundo da prospecção tecnológica

com simpatia e bom grado.

À professora Dra. Anita do Valle que apostou em minhas ideias e tornou-se fundamental

para o desenvolvimento dos microbiorreatores.

Ao professor Dr. Ricardo Michel, possuidor de uma mente brilhante e um espírito

humilde, sempre disposto a oferecer conhecimento e conselhos valiosos.

Ao Cidnei e demais amigos da oficina de mecânica do Instituto de Química da UFRJ,

sem os quais os microbiorreatores não teriam se tornado tão fascinantes como o são.

À professora Dra. Maria Antonieta, quem muito me concedeu ensinamentos valiosos.

Finalmente, ao Vinícius Nirello, aquele que esteve lá quando mais precisei, quem

estendeu a mão sem exigir nada em troca.

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vi

It is impossible to live without failing at something, unless

you live so cautiously that you might as well not have

lived at all – in which case you have failed by default.

J. K. ROWLING

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RESUMO

PRADO, Raphael Carvalho. Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de

Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos.

Orientador: Elcio Ribeiro Borges. Dissertação de Mestrado. Programa de Tecnologia de

Processos Químicos e Bioquímicos – Escola de Química, Universidade Federal do Rio de

Janeiro. Rio de Janeiro, 2018.

Microbiorreatores são dispositivos miniaturizados capazes de realizar testes de

screening de alto rendimento, de forma rápida e barata usando pequenas quantidades de

reagentes. Além disso, essas ferramentas são versáteis e podem permitir um melhor controle de

parâmetros quando comparados aos reatores de escalas convencionais. Dentro da engenharia e

desenvolvimento de bioprocessos industriais, os microbiorreatores consistem, portanto, em

ferramentas poderosas capazes de gerar dados prontamente precisos. Consequentemente, essa

tecnologia vem ganhando a atenção da comunidade científica nos últimos anos. Mediante esse

cenário, o presente trabalho descreve o estudo prospectivo sobre as oportunidades e tendências

dos microbiorreatores e sua tecnologia para o desenvolvimento de bioprocessos, bem como no

desenvolvimento de dois fotomicrobiorreatores especializados no cultivo de Spirulina maxima.

Em uma primeira instância, com o objetivo de desenhar uma imagem comparativa sobre tal

abordagem, o estudo acompanhou a evolução das publicações científicas obtidas a partir da

base de dados Scopus® e dos depósitos de patentes oriundos da base Orbit Intelligence®,

juntamente com a identificação das tendentes estratégias adotadas no desenvolvimento e na

aplicação da tecnologia dos microbiorreatores. Como resultados desta prospecção, foram

analisados 286 artigos científicos e 220 documentos de patentes, os quais descreveram uma

forte atuação do cenário internacional na pesquisa e desenvolvimento de microbiorreatores,

onde destacaram-se os Estados Unidos da América (73 artigos e 80 patentes), Japão (15 artigos

e 90 patentes), Alemanha (43 artigos e 6 patentes) e Grã-Bretanha (35 artigos e 5 patentes).

Entretanto, foi evidenciada a incipiente presença brasileira em artigos (1.4% dos documentos)

e ausência de pedidos de patentes por residentes brasileiros. Identificou-se ainda a

predominância do uso de poli(dimetilsiloxano) (PDMS; 33% dos documentos) e poli(metil-2-

metilpropenoato) (PMMA; 24% dos documentos) como principais materiais para a fabricação

de microbiorreatores. Embora tenha sido detectada uma quantidade relativamente pequena de

artigos, há um aumento progressivo no número de documentos, indicando a tendente adoção

dos microbiorreatores em estudos envolvendo respostas metabólicas e fisiológicas de células,

screening molecular e desenvolvimento e otimização de bioprocessos. Fatores como a

juventude da tecnologia e a multidisciplinariedade envolvida em tal abordagem ajudam a

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justificar a construção desse panorama. Em segunda instância, foram desenvolvidos

fotomicrobiorreatores de PMMA e policarbonato, sendo avaliados perante a

biocompatibilidade com células de S. maxima. Como resultado, as células foram capazes de

sobreviver e realizar atividade fotossintética por três dias de cultivo. Entretanto, foi detectado

um alto teor de evaporação a partir do meio de cultivo empregado, enfatizando a necessidade

de trabalhos futuros para o sucesso da aplicação dos dispositivos construídos. Sob a luz de tais

fatores, o presente trabalho representa um primeiro passo importante no campo da prospectiva

tecnológica de uma abordagem estratégica para o desenvolvimento de bioprocessos industriais

e muitas outras aplicações biotecnológicas.

Palavras-chave: microbiorreator, microfluídica, scale-down, bioprocesso, biotecnologia, prospecção

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ABSTRACT

PRADO, Raphael Carvalho. Systematic Evaluation for the Scaling-down of

Microbiorreactors as Tools for the Development and Optimization of Bioprocesses.

Orientador: Elcio Ribeiro Borges. Dissertação de Mestrado. Programa de Tecnologia de

Processos Químicos e Bioquímicos – Escola de Química, Universidade Federal do Rio de

Janeiro. Rio de Janeiro, 2018.

Microbioreactors are miniaturized devices able to provide high-throughput screening

tests in a fast and cheap manner by using small amounts of reagents. Furthermore, such tools

are versatile and may allow a better control of parameters when compared to conventional

bench-scale reactors. Within the engineering and development of industrial bioprocesses,

microbioreactors are thus powerful tools able to promptly generate precise data.

Consequentially, this technology has been gaining attention by the scientific community over

the past years. In such scenario, a prospective study was carried out concerning the

opportunities and trends of microbioreactors and their technology for the development of

bioprocesses, as well as the development of two photomicrobioreactors specialized in the

cultivation of Spirulina maxima. On a first instance, aiming the draw of a comparative picture

about such approach, the study monitored the evolution of scientific publications from the

database Scopus® and patent deposits obtained from the database Orbit Intelligence®, alongside

with the identification of trending strategies adopted on both development and application of

the microbioreactor technology. As a result of the prospection study, 286 scientific articles and

220 patent documents were analysed, describing the strong performance of the international

scenario in the research and development of microbioreactors, highlighting the United States

of America (73 articles and 80 patents), Japan (15 articles and 90 patents), Germany (43 articles

and 6 patents) e Great Britain (35 articles and 5 patents). However, it was evidenced the

incipient presence of Brazil in the publication of articles (1.4% of total documents) and absence

of patent applications by Brazilian residents. Furthermore, it was identified the predominance

of elastomers poly(dimethylsiloxane) (PDMS; 33% of total documents) and poly(methyl-2-

methylpropenoate) (PMMA; 24% of total documents) as the main materials for the fabrication

of microbioreactors. Even though a relatively small quantity of scientific publications was

realized through the research, there is a progressive increase on the number of such documents

indicating the trending adoption of microbioreactors on studies involving metabolic and

physiological responses of cells, molecular screening and development and optimization of

bioprocesses. Factors such as the youth of the microbioreactor technology and the

multidisciplinary involved in such approach may have contributed to the construction of such

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panorama. In the second instance, photomicrobioreactors made of PMMA and polycarbonate

were developed and evaluated for the biocompatibility with S. maxima. As a result, the cells

were able to survive and carry out photosynthetic activity for three days of cultivation.

However, a high evaporation index was detected from the culture medium adopted,

emphasizing the need for future work to successfully implement the devices hereby developed.

Therefore, this work represents an important first step in the field of technological prospect of

a strategic approach for the development of industrial bioprocesses and many other

biotechnological applications.

Keywords: microbioreactor, microfluidic, scale-down, bioprocess, biotechnology, foresight

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SUMÁRIO

RESUMO vii

ABSTRACT ix

LISTA DE FIGURAS xiii

LISTA DE TABELAS xvi

LISTA DE QUADROS xvi

LISTA DE SIGLAS xvii

LISTA DE COMPOSTOS QUÍMICOS xix

LISTA DE LETRAS GREGAS xx

LISTA DE UNIDADES MEDIDAS xx

CAPÍTULO 1 APRESENTAÇÃO DO TEMA 21

1.1 INTRODUÇÃO 21

1.2 JUSTIFICATIVA 23

1.3 OBJETIVOS 24

1.3.1 Objetivos Específicos 24

1.4 ESTRUTURAÇÃO DO DOCUMENTO 25

CAPÍTULO 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 26

2.1 A ORIGEM DOS MICROBIORREATORES 26

2.2 MICROFLUÍDICA 30

2.2.1 Forças Físicas 31

2.2.2 Composição Material e Métodos de Microfabricação 33

2.2.3 Configurações Geométricas e suas Abordagens 39

2.3 MICROBIORREATORES APLICADOS AOS BIOPROCESSOS 46

2.3.1 Microbiorreatores de Micropoços e Microfluídicos 47

2.3.2 Particularidades dos Microbiorreatores 52

2.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 60

CAPÍTULO 3 PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA 62

CAPÍTULO 4 METODOLOGIA 66

4.1 FASE 1: PREPARATÓRIA 66

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4.2 FASE 2: PRÉ PROSPECTIVA 66

4.2.1 Estratégia de Busca 67

4.2.2 Análise Taxonômica de Artigos Científicos 70

CAPÍTULO 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 72

5.1 FASE 3: PROSPECTIVA 72

5.1.1 Base de Dados de Artigos Científicos - Scopus® 74

5.1.2 Análise Taxonômica de Artigos Científicos 81

5.1.3 Base de Dados de Patentes – Orbit Intelligence® 91

5.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS 105

CAPÍTULO 6 ESTUDO DE CASO 106

6.1 INTRODUÇÃO 106

6.2 METODOLOGIA 107

6.2.1 Design do Microbiorreator e Suporte para Cultivo 107

6.2.2 Análise de Biocompatibilidade à S. maxima 109

6.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 110

CAPÍTULO 7 CONCLUSÃO E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 116

7.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS 116

7.2 CONCLUSÕES 116

7.3 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 118

CAPÍTULO 8 REFERÊNCIAS 120

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xiii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Linha do tempo destacando os principais eventos que tecem a origem e o

surgimento dos microbiorreatores. Fonte: Elaboração própria. 29

Figura 2. Exemplo de um protocolo padrão de litografia suave para a fabricação de

micropoços, adotando PDMS como substrato. 38

Figura 3. Dispositivos microfluídicos baseados em microarranjos. 40

Figura 4. Dispositivos microfluídicos de gradiente de concentração. 42

Figura 5. Abordagens baseadas em microarranjos de células únicas. 44

Figura 6. Dispositivos microfluídicos droplet. 46

Figura 7. Microbiorreatores como ferramentas para análise de fermentações. 50

Figura 8. Desenho esquemático dos métodos ativos de mistura em microbiorreatores. 54

Figura 9. Fluxograma das principais estratégias para detecção e controle de parâmetros em

microbiorreatores. 59

Figura 10. Sequência de fases a serem adotadas para a execução, organização e conclusão da

prospecção tecnológica segundo Bahruth, Antunes e Bomtempo (2006). 64

Figura 11. Descrição da seção, classe e subclasse da CIP abordada na estratégia de

prospecção tecnológica de patentes. 68

Figura 12. Avaliação da pertinência dos documentos obtidos a partir da estratégia de busca

adotada referente ao tema de cada documento. 73

Figura 13. Evolução temporal das publicações científicas sobre a tecnologia dos

microbiorreatores, a partir da base de dados Scopus®. 74

Figura 14. Países de origem das publicações científicas obtidas a partir da base Scopus®. 75

Figura 15. Principais autores de artigos científicos obtidas a partir da base Scopus®. 76

Figura 16. Principais instituições filiadas aos artigos científicos obtidos a partir da base

Scopus®. 77

Figura 17. Relação de artigos científicos obtidos a partir da base Scopus® que

disponibilizaram o detalhamento do microbiorreator em estudo. 81

Figura 18. Relação de artigos científicos obtidos a partir da base Scopus® que realizaram

estudos comparativos entre os resultados obtidos utilizado microbiorreatores e reatores de

escalas convencionais. 82

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xiv

Figura 19. Relação de artigos científicos obtidos a partir da base Scopus® que apresentaram

aplicações práticas aos microbiorreatores desenvolvidos. 83

Figura 20. Relação de artigos científicos obtidos a partir da base Scopus® que realizaram e

disponibilizaram o cálculo de parâmetros relevantes para o bioprocesso em questão. 84

Figura 21. Natureza (material ou modelo comercial) dos microbiorreatores abordados nos

artigos científicos obtidos a partir das buscas na base Scopus®. 85

Figura 22. Biocatalisadores abordados nos bioprocessos descritos nos artigos obtidos a partir

das buscas na base Scopus®. 86

Figura 23. Finalidades dos bioprocessos envolvidos nos artigos obtidos a partir das buscas na

base Scopus®. 87

Figura 24. Parâmetros detectados e controlados nos artigos obtidos a partir das buscas na

base Scopus®. 88

Figura 25. Análise da capacidade temporal de inserção dos microbiorretores no mercado, a

partir dos artigos obtidos a partir das buscas na base Scopus®. 90

Figura 26. Evolução do cenário patentário referente aos microbiorreatores e sua tecnologia, a

partir da base de dados Orbit Intelligence®. 91

Figura 27. Principais territórios geográficos depositantes de patentes referente aos

microbiorreatores e sua tecnologia, a partir da base de patentes Orbit Intelligence®. 92

Figura 28.Quantidade de documentos de patentes oriundos dos principais detentores ao longo

dos anos 1980 e 2015. 93

Figura 29. Correlação entre os principais países depositantes de patentes e o ano do depósito,

conforme os resultados obtidos a partir da base Orbit Intelligence®. 94

Figura 30. Principais instituições depositantes dos documentos de patente sobre os

microbiorreatores e sua tecnologia, obtidos a partir da base Orbit Intelligence®. 95

Figura 31. Frequência anual do depósito de patentes pelas principais empresas depositantes a

partir das buscas relizadas na base Orbit Intelligence®. 96

Figura 32. Mapa de correlação cruzada entre as instituições titulares de patentes sobre a

tecnologia dos microbiorreatores, obtido a partir de pesquisas na base Orbit Intelligence®. O

número de co-autorias é identificado a nas ligações entre as instituições, bem como na

espessura da ligação, a qual é proporcional ao número de co-autorias. 99

Figura 33. Principais Classificações Internacionais de Patentes (CIP) encontradas nos

documentos sobre a tecnologia dos microbiorreatores extraídos da base Orbit Intelligence®.

100

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xv

Figura 34. Principais territórios geográficos onde foram depositadas as patentes referentes

aos microbiorreatores e sua tecnologia a partir da base Orbit Intelligence®. 102

Figura 35. Natureza das abordagens referentes aos microbiorreatores referentes aos

documentos obtidos a partir da base Orbit Intelligence®. 103

Figura 36. Alvos das reações químicas e bioquímicas para os quais foram destinados os

dispositivos das patentes obtidas a partir das buscas na base Orbit Intelligence®. 104

Figura 37. Ilustração CAD do microbiorreator projetado para o cultivo de S. maxima,

construído a partir do software SolidWorks®. 108

Figura 38. Ilustração CAD do suporte para microbiorreator construído a partir do software

SolidWorks®: (A) ilustração do display completo, incluindo a integração com um spartphone

para registro fotográfico e uma lâmpada como fonte luminosa; (B) ilustração do suporte

isolado; (C) visão superior do suporte. 109

Figura 39. Dispositivos e aparatos desenvolvidos: (A) microbiorreator feito a partir de

policarbonato ou PMMA; (B) suporte para o cultivo de células de S. maxima no

microbiorreator; (C) display do cultivo de S. maxima a partir dos microbiorreatores

desenvolvidos. 111

Figura 40. Cultura de S. maxima em microbiorreatores de policarbonato (à esqueda) e

PMMA (à direita) com um dia de cultivo. As câmaras de cultivo 1, 2 e 3 são indicadas na

figura por C1, C2 e C3, respectivamente. 112

Figura 41. Cultura de S. maxima em microbiorreatores de policarbonato (à esqueda) e

PMMA (à direita) com três dia de cultivo. As câmaras de cultivo 1, 2 e 3 são indicadas na

figura por C1, C2 e C3, respectivamente. 113

Figura 42. Micrografia das células de S. maxima cultivadas por três dias em

microbiorreatores de policarbonato (A) e PMMA (B), a partir da lente objetiva 40x. 115

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xvi

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Resultados obtidos e avaliados a partir das buscas utilizando as bases Scopus® e

Orbit Intelligence®. 73

Tabela 2. Títulos, instituições, autores e ano de publicação dos artigos publicados somente

por instituições brasileiras, obtidos a partir da base Scopus®. 79

Tabela 3. Volume evaporado nos microbiorreatores de policarbonato e PMMA após um e três

dias de cultivo de S. maxima. 114

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Materiais adotados na fabricação de dispositivos microfluídicos e suas principais

características. 34

Quadro 2. Palavras-chave abordadas na estratégia de busca da prospecção tecnológica de

patentes. 68

Quadro 3. Descrição das subseções da CIP C12M adotadas na metodologia de prospecção

tecnológica de patentes. 69

Quadro 4. Estratégia de busca adotada para a busca de pedidos de patentes na base de dados

Orbit Intelligence®. 69

Quadro 5. Período de abrangência e de realização das buscas para cada base de dados

adotada. 70

Quadro 6. Taxonomias adotadas na análise taxonômica dos artigos científicos. 70

Quadro 7. Principais Classificações Internacionais de Patentes (CIP) encontradas nos

documentos sobre a tecnologia dos microbiorreatores a parti da base Orbit Intelligence®. 101

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xvii

LISTA DE SIGLAS

C1 – Câmara 1

C2 – Câmara 2

C3 – Câmara 3

Ca – Número capilar

CAD – Desenho computacional (do Inglês computer aided design)

Caltech – California Institute of Technology

CE – Eletroforese capilar (do Inglês capilar electrophoresis)

CIP – Classificação Internacional de Patentes

DARPA – Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (do Inglês Defense Advanced

Research Projects Agency)

DNA – Ácido desoxirribonucleico (do Inglês deoxyribonucleic acid)

DO – Densidade óptica

DTU – Danmarks Tekniske Universitet

GPC – Cromatografia de fase gasosa (do Inglês gas-phase chromatography)

HPLC – Cromatografia líquida de alta precisão (do Inglês high precision liquid

chromatography)

hPSCs – Células tronco pluripotentes de humano (do Inglês human pluripotent stem cells)

ISFET – Transistores de efeito de campo sensíveis a íons (do Inglês ion-sensitive field-effect

transistor)

KLa – Coeficiente de transferência de oxigênio

LED – Diodos emissores de luz (do Inglês light emitting diode)

LOM – Fabricação de objetos laminados (do Inglês laminated object manufacturing)

MEMS – Sistemas microeletromecânicos (do Inglês microelectromechanic systems)

MIT – Massachusetts Institute of Technology

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xviii

mRNA – Ácido ribonucleico mensageiro (do Inglês messenger ribonucleic acid)

OD – Oxigênio dissolvido

PCR – Reação de polymerase em cadeia (do Inglês polymerase chain reaction)

PCT – Tratado de Cooperação de Patentes (do Inglês Patent Cooperation Treaty)

PDMS – poli(dimetilsiloxano)

Pe – Número de Péclet

PMMA – poli(metil-2-metilpropenoato)

Re – Número de Reynolds

RTD – Resistência detectoras de temperatura (do Inglês resistance temperature detector)

UCL – University College London

UFJF – Universidade Federal de Juiz de Fora

UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro

UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas

USDOD – Departamento de Defesa dos Estados Unidos (do Ingês United States Department of

Defense)

USP – Universidade de São Paulo

UV – Ultravioleta

We – Número de Weber

WO – Escritório Internacional de Patentes (do Inglês World International Office)

μTAS – Sistemas de Análise Micro Total (do Inglês micro total analysis systems)

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LISTA DE COMPOSTOS QUÍMICOS

CaCl2 – Cloreto de cálcio

Co(NO3)2 – Nitrato de Cobalto

CO2 – Dióxido de carbono

CuSO4 – Sulfato de cobre

FeSO4 – Sulfato de Ferro

H+ - Hidrogênio molecular

H3BO3 – Ácido bórico

K2HPO4 – Fosfato dipotássico

K2SO4 – Sulfato de potássio

MgSO4 – Sulfato de magnésio

MnSO4 – Sulfato de manganês

Na2CO3 – Carbonato de sódio

Na2EDTA - Diidrato de etilenodiaminotetraacetato dissódico

Na2MoO4 – Molibdato de sódio

NaCl – Cloreto de sódio

NaHCO3 – Bicarbonato de sódio

NaNO3 – Nitrato de sódio

NH3 - Amônia

O2 - Oxigênio

OH- - Hidroxila

ZnSO4 – Sulfato de zinco

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xx

LISTA DE LETRAS GREGAS

γ - Tensão interfacial entre duas fases

μ - Viscosidade do fluido

ρ - Densidade do fluido

LISTA DE UNIDADES MEDIDAS

µL - Microlitro

µmol m-2 s-1 – Micromol por metro quadrado por segundo

atm – Atmosfera

cm – Centrímetro

g L-1 – Grama por litro

g m-2 – Grama por metro quadrado

Kg/m3 – Quilograma por metro cúbico

m - Metro

m/s – Metro por segundo

mL - Mililitro

N/m – Newton por metro

oC – Grau Celsius

Pa.s – Pascal segundo

W – Watt

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21

CAPÍTULO 1 APRESENTAÇÃO DO TEMA

1.1 INTRODUÇÃO

Durante os últimos anos, a miniaturização dos biorreatores tem sido altamente estudada

com uma perspectiva de novas e excelentes técnicas de alto rendimento para abordagens

bioquímicas (WHITESIDES, 2006). Frutos de pesquisas no campo da microfluídica, a ciência

que estuda e manipula pequenas quantidades de fluidos, os microbiorreatores compõem uma

tecnologia que oferece a possibilidade de se realizar bioprocessos sob a microescala. Ao

combinar dos princípios da microfluídica e da bioquímica, tal abordagem apresenta vantagens

em relação ao método tradicional que usa biorreatores de escala de bancada, uma vez que

permite realizar bioprocessos em condições dinâmicas e flexíveis (SZITA et al., 2005;

MICHELETTI; LYE, 2006; SCHÄPPER et al., 2009). Portanto, essa estratégia pode permitir

um alto rendimento de dados experimentais através de métodos baratos e precisos (SCHÄPPER

et al., 2009).

No contexto industrial, uma série de variáveis atua como gargalos para a melhoria de

muitos bioprocessos devido à sua alta complexidade e uma relativa baixa quantidade de

informações quanto à sua natureza (SCHMIDELL et al., 2001; MICHELETTI; LYE, 2006). Já

no âmbito acadêmico, muitos bioprocessos não são levados adiante uma vez que suas taxas

reacionais de transformação e rendimentos de produção não são viáveis para uma escala

industrial ou simplesmente por falta de conhecimento sobre variáveis específicas

(SCHMIDELL et al., 2001). Em ambos os casos, a aplicação da tecnologia dos

microbiorreatores tornaria possível um estudo completo de tais variáveis, oferecendo suficiente

compreensão de seu comportamento e, assim, superando tais gargalos e abrindo um novo

caminho para estudos futuros de aprimoramento, otimização e melhoramento de bioprocessos.

Os benefícios oferecidos pela aplicação dos microbiorreatores em bioprocessos devem

a três vantagens diferenciais principais que têm grande impacto na obtenção de dados

relevantes. O primeiro diferencial versa sobre a característica simples e mais óbvia dessa

tecnologia: a pequena quantidade de reagentes necessária para realizar experimentações. Cabe

ressaltar que a microfluídica é baseada na microescala, os volumes de meio de cultivo, inóculo

e outros reagentes adicionais aplicados em um microbiorreator são substancialmente pequenos,

influenciando diretamente no orçamento de ensaios para experimentações (WHITESIDES,

2006). O segundo diferencial consiste no tempo gasto para a obtenção de dados. Como o

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volume de trabalho exigido por esta tecnologia transita na escala micro, menos moléculas são

submetidas a transformações biológicas e químicas, reduzindo o tempo gasto até o passo final

de um bioprocesso (MICHELETTI; LYE, 2006). Este é um ponto relevante a ser considerado

quando vários ensaios precisam ser realizados. Por exemplo, a otimização de bioprocessos pode

levar muito tempo ao executar ensaios em escala de bancada, enquanto cada variável relevante

é testada. A paralelização (scaling out) de tais ensaios é restrita pela disponibilidade de

instalações que limitam vários centros de pesquisa a uma execução singular dos experimentos.

Por outro lado, vários microbiorreatores podem ser executados em paralelo (SZITA et al.,

2005), reduzindo as despesas de experimentação, pois são necessários menores espaços físicos

para instalações e, mais dados são produzidos em um menor intervalo de tempo. O terceiro

diferencial é uma consequência da tecnologia de microfabricação: há uma consistente redução

do manuseio humano em bioprocessos ao usar microbiorreatores, uma vez que existe a

possibilidade de automação tanto para as etapas upstream como para downstream ao aplicar de

tal tecnologia. Esta característica tem um efeito significativo na superioridade da resolução e

precisão de dados, permitindo uma melhor reprodutibilidade de condições abordadas e,

concomitantemente, a padronização do bioprocesso a ser conduzido (SZITA et al., 2005;

SCHÄPPER et al., 2010; HEGAB; ELMEKAWY; STAKENBORG, 2013). Portanto, espera-

se um menor erro experimental ao usar a tecnologia dos microbiorreatores, garantindo um maior

nível de confiabilidade dos resultados e das premissas definidas.

Tais vantagens exercem grande influência na elaboração de estratégias de pesquisa

sobre os mais diversos temas dos bioprocessos, uma vez que há uma redução substancial no

preço e no tempo de execução de experimentos, aliado ao aumento da precisão dos dados

resultantes (SZITA et al., 2005; MICHELETTI; LYE, 2006; SCHÄPPER et al., 2009; HEGAB;

ELMEKAWY; STAKENBORG, 2013). Os microbiorreatores podem, portanto, compreender

uma ótima alternativa para empresas e centros de pesquisa que precisam lidar com limitações

de suporte financeiro e instalações.

Devido à versatilidade de tais dispositivos, os microbiorreatores têm sido idealizados e

construídos a partir de diferentes naturezas, variando de tamanho, geometria, capacidade e

abordagens. Como consequência, o principal conceito de microbiorreator tem variado de acordo

com as pesquisas existentes, fazendo-se assim necessária a indicação e restrição de

características gerais dos dispositivos em grande parte dos estudos gerados sobre o tema

abordado. Conforme discutido adiante, no Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica, atualmente

existem duas abordagens relativas aos microbiorreatores: biorreatores de micropoços e

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biorreatores microfluídicos. Com o objetivo de evitar um mal-entendido durante a leitura, o

presente trabalho considerar-se-á como fundamentação os microbiorreatores como dispositivos

de biorreatores microfluídicos, exceto quando especificados como biorreatores de micropoços,

tendo em vista a alta versatilidade e, portanto, maior aplicação da abordagem de biorreatores

microfluídicos.

1.2 JUSTIFICATIVA

A proposta contida no presente trabalho foi concebida a partir do estudo minucioso e

sistemático sobre bioprocessos e suas tecnologias. Mediante eventual visita à Universidade de

Londres (University College London - UCL), Inglaterra, tomou-se ciência da tecnologia dos

microbiorreatores, adotada pelo Departamento de Engenharia Bioquímica da universidade para

a engenharia de bioprocessos industriais, alimentando a hipótese de amadurecer o

conhecimento e intensificar as pesquisas no cenário nacional.

Devido às características promissoras da adoção dos microbiorreatores como

ferramentas para o estudo e engenharia de bioprocessos, o desejo da adaptação,

desenvolvimento e implementação desses instrumentos nos laboratórios nacionais corroboram

com as justificativas motivacionais para a execução dessa tecnologia de forma enriquecedora.

Entretanto, até o momento de execução dos trabalhos deste estudo, notou-se que são poucos os

trabalhos publicados envolvendo os microbiorreatores e suas tecnologias, de origem nacional.

Mediante tais circunstâncias, suscita-se a necessidade do estudo cardinal sobre a

tecnologia dos microbiorreatores, com o intuito de gerar e propagar o conhecimento sobre as

técnicas envolvidas. Adicionalmente, mediante um instrumento de estudo pouco explorado, é

preciso estabelecer um estudo norteador, capaz de identificar tendências e oportunidades a

serem exploradas, para minimizar a ocorrência de falhas nos processos futuros e alcançar

resultados proeminentes, que possam ser considerados viáveis para a consolidação desse

processo de redução de escala. Sob tal contexto, a Prospecção Tecnológica torna-se uma

ferramenta medular na construção de uma linha de pesquisa sólida referente ao uso de

microbiorreatores como ferramentas para o estudo e a engenharia de bioprocessos.

Sob a luz de tais necessidades, a análise prospectiva desenvolvida no presente trabalho

surge como fruto da necessidade de se desenvolver as bases norteadoras a serem exploradas

para o desenvolvimento de microbiorreatores aplicados aos bioprocessos, bem como na

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identificação de oportunidades e tendências a serem seguidas. Sendo assim, algumas das

principais justificativas que erigiram os estudos presentes neste trabalho são descritas a seguir:

➢ Os microbiorreatores são ferramentas promissoras, capazes de gerar dados com maior

precisão e eficiência, com onerosidade e tempo total de processo reduzidos;

➢ O desenvolvimento dessa tecnologia tem se demonstrado bastante promissor e por

consequência, vem sendo adotada de forma recorrente por laboratórios de pesquisa com

destaque internacional, configurando-se uma ferramenta fundamental para os estudos

voltados para bioprocessos;

➢ A popularidade dos microbiorreatores e sua tecnologia ainda é muito baixa no território

nacional, devido aos escassos estudos existentes acerca dessa temática;

➢ A ausência de estudos prospectivos sobre a tecnologia dos microbiorreatores e seus

derivados, tanto no contexto nacional como internacional.

1.3 OBJETIVOS

O presente trabalho tem como objetivo realizar um estudo sistemático de prospecção

tecnológica visando elucidar o estado da arte e as condições para o dimensionamento e

desenvolvimento de um modelo de microbiorreator para testes iniciais em laboratório de

bioprocessos. Adicionalmente, a partir da base de dados Orbit Intelligence® (Questel, Paris),

objetiva-se verificar a adoção de patentes como instrumentos de identificação prospectiva.

1.3.1 Objetivos Específicos

Dentre os objetivos específicos do presente trabalho, compreende-se:

➢ Elaborar um estudo inicial, capaz de nortear futuras pesquisas que adotem os

microbiorreatores e sua tecnologia como ferramenta para o desenvolvimento de

bioprocessos;

➢ Definir o escopo de taxonomias necessárias para a execução da metodologia de

pesquisa, dividida em três fases: pré-prospectiva (amadurecimento da temática),

prospectiva (metodologia de pesquisa) e pós-prospectiva (avaliação dos resultados);

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➢ Reconhecer os principais aspectos científicos dos microbiorreatores que têm sido foco

de estudos e pesquisas;

➢ Elaborar um panorama geral das patentes no mundo relacionadas aos microbiorreatores

e sua tecnologia a partir da base de dados Orbit Intelligence®;

➢ Apontar a origem das pesquisas aplicadas e os principais mercados potencialmente

protegidos sob documentação de patentes sobre microbiorreatores e sua tecnologia;

➢ Mapear as principais instituições detentoras de pedidos de patentes sobre tal tecnologia;

➢ Revelar quais as principais aplicações dos microbiorreatores estão sendo exploradas;

➢ Aplicar o conhecimento adquirido no desenvolvimento de novos microbiorreatores.

1.4 ESTRUTURAÇÃO DO DOCUMENTO

Para a apresentação deste trabalho, foram elaborados oito capítulos fundamentais,

imbuídos de dividir de maneira sequencial, as principais etapas executadas. Nestes termos, o

Capítulo 2 apresenta uma consistente revisão bibliográfica, transitando entre o contexto

histórico, princípios fundamentais, características específicas e abordagens aplicadas aos

microbiorreatores. Adiante, no Capítulo 3, são explorados os conceitos e as ferramentas que

circundam a Prospecção Tecnológica. O Capítulo 4, por sua vez, descreve de forma detalhada

a metodologia adotada no presente estudo, seguido pelo Capítulo 5, o qual apresenta os

resultados das análises prospectivas. Finalmente, o Capítulo 6 apresentará um estudo de caso

no qual foram desenvolvidos fotomicrobiorreatores para a aplicação específica do crescimento

de microalgas. No Capítulo 7, são expostas as conclusões e sugestões provenientes do estudo.

Por final, o Capítulo 8 lista as referências a partir das quais foram extraídas as informações para

confecção do presente trabalho.

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CAPÍTULO 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A tecnologia dos microbiorreatores é fruto do advento da microfabricação e da

microtecnologia, encontrando-se, portanto, ainda em sua juventude. É no intento de

compreender o surgimento dessa temática e também familiarizar o leitor com as estratégias

abordadas, que o presente capítulo discorrerá um breve histórico sobre o surgimento dos

microbiorreatores. Em sequência, apresentar-se-á uma visão geral sobre a microfabricação e os

principais materiais e métodos adotados para o estabelecimento de um dispositivo geral. Uma

vez que os microbiorreatores são apenas uma das múltiplas aplicações que a microfluídica é

capaz de fornecer, algumas das abordagens populares da microfluídica também ser-se-ão

apresentadas. Finalmente, a terceira parte do presente capítulo concentrar-se-á na

miniaturização de biorreatores e os principais recursos necessários para estabelecer uma

fermentação efetiva, através da transferência de calor e massa, monitoramento on-line de

parâmetros e integração de instrumentos e detectores.

2.1 A ORIGEM DOS MICROBIORREATORES

O surgimento dos microbiorreatores pode ser visto como um ponto oriundo da

associação de dois principais campos da ciência: a tecnologia microfluídica; e a biologia

molecular. No início da década de 1950, o desenvolvimento da fotolitografia deu origem à

microfabricação e à microtecnologia, permitindo a construção dos primeiros microdispositivos:

os microtransistores. Ademais, como uma consequência paralela aos estudos e avanços na

miniaturização de dispositivos, Richard Feynman apresentou a famosa palestra "There is Plenty

of Room at the Bottom" (FEYNMAN, 1960) em 29 de dezembro de 1959, na California Institute

of Technology (Caltech), durante um encontro da Sociedade Americana de Física (American

Physical Society). Feynman, consagrou-se então um notório visionário, responsável por

catalisar o desenvolvimento das micro e nanotecnologias alguns anos após a sua morte. Ainda

na década de 1950, o governo dos Estados Unidos da América financiou uma enorme

quantidade de recurso visando a redução do tamanho de calculadoras, em busca de tornar-se

possível o seu transporte em aeronaves espaciais junto aos astronautas durante suas missões

durante o programa Apollo. Tal investimento teve como corolário um aumento considerável no

conhecimento e na capacidade da microtecnologia, abrindo espaço para a emergência da

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tecnologia de sistemas microelectromecânicos (MEMS). E assim, marcou-se o início da grande

revolução tecnológica dos dispositivos eletrônicos.

À medida que a microtecnologia obteve novas abordagens e aplicações ao passar dos

anos, ensaios químicos também começaram a ser miniaturizados. Em consequência, Terry,

Herman e Angell publicaram em dezembro de 1979 o primeiro dispositivo miniaturizado de

cromatografia em fase gasosa (GPC) (TERRY; HERMAN; ANGELL, 1979). Fabricado usando

fotolitografia e gravura química (chemical etching), o dispositivo foi composto à base de silício,

com uma magnitude de aproximadamente três ordens menores do que os dispositivos de

laboratório convencionais. Desde então, não bastou muito para que outros métodos analíticos

fossem também sofisticados, a exemplo da cromatografia líquida de alta performance (HPLC)

e da eletroforese capilar (CE), aumentando dramaticamente a capacidade das análises químicas

(WHITESIDES, 2006). O surgimento dessas técnicas permitiu a obtenção de dados de alta

precisão aliada a um alto nível de resolução, usando pequenas quantidades de amostras. Esse

conceito, portanto, compreendeu-se na primeira motivação para o desenvolvimento da

microfluídica. É então na década de 1980 que a microfluídica suscita-se, aliada desta vez, a uma

segunda motivação: a revolução da biologia molecular pelos fundamentos da genômica. Uma

vez capaz de fornecer as altas quantidades de resultados com elevada precisão demandados pela

genômica, a microfluídica foi rapidamente aplicada ao campo da biologia molecular

(WHITESIDES, 2006). Como consequência, os microchips foram então desenvolvidos com

base em polímeros, uma adaptação de técnicas de microfabricação que passou a ser chamada

de litografia suave (soft lithography).

No início da década de 1990, os cientistas começaram a explorar as possibilidades de

compartimentalização e integração de ensaios bioquímicos miniaturizados. A ideia principal

consistia em desenvolver dispositivos imbuídos de hospedar diferentes tipos de reações

bioquímicas separadamente ao mesmo tempo, de forma integrada através de microcanais,

retomando os mesmos passos de um experimento conduzido em um laboratório experimental,

em um pequeno chip. Ao passo em que os avanços na instrumentação dos dispositivos

possibilitassem as experimentações em escala micro, surgiu-se a tecnologia chamada Lab-on-

a-chip. Interessados na versatilidade dessa tecnologia, vários programas militares norte-

americanos forneceram financiamento para o desenvolvimento de dispositivos capazes de

combater armas biológicas e químicas. Tal fomento adveio particularmente da Agência de

Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (DARPA), do Departamento de Defesa dos Estados

Unidos da América (USDOD), vislumbrando uma sinalização consistente para o

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desenvolvimento de dispositivos microfluídicos no ambiente acadêmico. Dessa forma, uma vez

que os microcanais estavam na mesma escala que as células, as análises que incluíam uma única

célula como objeto de estudo (single cell) tornaram-se possíveis, sendo celeremente elucidados.

Impulsionados pelas possibilidades da tecnologia, vários engenheiros e bioquímicos enfocaram

seus esforços na miniaturização integrada das técnicas de biologia molecular como a reação em

cadeia da polimerase (PCR), lise celular, extração de DNA e eletroforese, onde desde a coleta

da amostra até a análise final, todos os ensaios seriam realizados sequencialmente, em um

mesmo chip. Esses dispositivos ganharam popularidade devido ao seu grande potencial de

análise genômica, ganhando a denominação de microssistemas de análise total (μTAS)

(ELVEFLOW, 2017).

De forma análoga, os microbiorreatores finalmente emergiram como uma consequência

da aplicação da microfluídica nas ciências biológicas. No início dos anos 2000, algumas

pesquisas conjecturaram a ideia de aplicar a microfluídica em estudos de bioprocessos

industriais (KOSTOV et al., 2001; MAHARBIZ et al., 2004; ZANZOTTO et al., 2004; SZITA

et al., 2005; ZHANG et al., 2006). Para tanto, os microbiorreatores foram enfim desenvolvidos

e, cada um ao seu modo, avaliados a partir dos parâmetros de relevância industrial em que se

aplicavam, quais sejam: taxa específica de crescimento, oxigênio dissolvido (OD), temperatura

e níveis de pH. Embora a viabilidade da aplicação dos microbiorreatores nos estudos de

bioprocessos tenha sido comprovada de maneira inquestionável, as principais limitações que

impedem avanços significativos nessa abordagem dependem da instrumentação acoplada aos

dispositivos. A detecção e o controle de parâmetros sob a microescala dependem de

microferramentas, muitas das quais ainda estão em estágio inicial do seu desenvolvimento,

restringindo por consequência a capacidade de controle sensível de parâmetros específicos

(WHITESIDES, 2006; SCHÄPPER et al., 2009). Para uma melhor visualização cronológica

dos acontecimentos que tecem o advento dos microbiorreatores, a Figura 1 esquematiza uma

linha do tempo destacando os principais fatos ocorridos ao longo dos anos.

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Figura 1. Linha do tempo destacando os principais eventos que tecem a origem e o surgimento dos

microbiorreatores. Fonte: Elaboração própria.

Embora a redução da escala de bioprocessos industriais pelo uso de microbiorreatores

tenha se provado uma estratégia atrativa e viável para análises experimentais, poucos são os

laboratórios e grupos de pesquisa familiarizados com essa tecnologia. Se os microbiorreatores

têm sido avaliados como promissores para análises experimentais, com tantas vantagens e

oportunidades aplicáveis, surge o questionamento sobre o motivo pelo qual microbiorreatores

ainda são impopulares entre os laboratórios de bioprocessos. De maneira análoga, George

Whitesides questiona essa mesma problemática em 2006, tendo no âmago do seu

questionamento a adoção da microfluídica como ferramenta para análises bioquímicas

(WHITESIDES, 2006). É lícito esperar, de acordo com Ho et al. (2015), que a abordagem que

agrega a microtecnologia como ferramenta bioanalítica ainda não tenha sido explorada

suficientemente para que se desenvolvesse uma aplicação suprema que pudesse transcender as

abordagens convencionais que são adotadas atualmente.

De forma aquiescente, Oliveira et al. (2016) realizaram uma rápida busca na base de

dados Scopus® (Elsevier B.V.) referente a abordagens microfluídicas na biotecnologia

industrial. Tal estudo apresenta as inúmeras oportunidades, ainda não exploradas pela ciência,

de se desenvolver pesquisa de cunho inovador, não apenas acerca da aplicação de

microbiorreatores nos bioprocessos, mas também pelas abordagens gerais da microfluídica na

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biotecnologia industrial. Entretanto, apesar do seu célere crescimento nos últimos anos, a

microfluídica tem sido o assunto de revistas e jornais científicos, apontando a complexidade

desses fenômenos quando aplicados em outras ciências (OLIVEIRA et al., 2016). Essa

problemática denuncia não somente a oportunidade, mas também a necessidade de se

desenvolver tal tecnologia para que suas vantagens não sejam limitadas apenas a especialistas

e técnicos da microfluídica.

2.2 MICROFLUÍDICA

Como consequência do advento da microtecnologia, a microfluídica compreende-se na

ciência e também tecnologia que estuda e manipula fluidos em pequenos volumes através de

canais micrométricos (BRESLAUER; LEE; LEE, 2006; WHITESIDES, 2006; HO et al., 2015).

Nestes termos, os microbiorreatores têm sua origem como derivação da microfluídica,

constituindo uma de muitas abordagens que essa tecnologia pode fornecer.

Uma vez que se baseia na redução do volume de trabalho, a microfluídica consiste em

uma abordagem sensível, sendo suscetível aos mínimos distúrbios do sistema. Essa

sensibilidade proporciona assim um alto nível de resolução e precisão em relação à

confiabilidade e qualidade dos dados obtidos. Portanto, a microfluídica inicialmente tendeu a

técnicas analíticas, realizando experimentos através de uma abordagem rápida, barata, precisa

e sensível, atendendo às necessidades das análises experimentais (WHITESIDES, 2006).

Adicionalmente, é devido à essa alta resolução e sensibilidade que a microfluídica se torna

capaz de oferecer o controle consistente das moléculas no espaço e tempo (WHITESIDES,

2006; SZITA et al., 2010). Cabe ressaltar que uma consequência da redução do espaço

dimensional é o aumento da relação superfície/volume e fluxo laminar, o que reflete no aumento

do fenômeno de transferências de calor e de massa (SCHÄPPER et al., 2009; BJÖRNMALM;

YAN; CARUSO, 2014; SACKMANN; FULTON; BEEBE, 2014). Tais características

mostram-se positivas ou negativas, em que pesem as reações na microescala, que ocorrem de

forma célere e precisa, mas também podem ser interferidas por fenômenos menores que

normalmente não são um problema vital nas escalas convencionais (por exemplo, evaporação,

formação de bolhas e adsorção inespecífica pelas paredes dos protótipos) (MICHELETTI;

LYE, 2006; SCHÄPPER et al., 2009).

Consequentemente, os dispositivos microfluídicos normalmente apresentam recursos

adaptados às necessidades peculiares de suas aplicações. Desta forma, as possibilidades de se

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controlar a dinâmica dos fluidos aplicada aos microssistemas têm se demonstrado medular nas

mais diversas abordagens da biologia, como por exemplo: na investigação de respostas

genéticas às mudanças ambientais (TAY et al., 2010; LI et al., 2016c; CHIANG et al., 2017);

nos diagnósticos moleculares (CHIN et al., 2011; HUO et al., 2015; PATOU et al., 2015; LI et

al., 2016a); no screening molecular (DEMELLO, 2006; DITTRICH; MANZ, 2006; YU et al.,

2014); na triagem microbiana (EL-ALI; SORGER; JENSEN, 2006; STOTT et al., 2010;

SJOSTROM et al., 2014; JACQUES et al., 2017; XIE et al., 2017); e na simulação de

microambientes celulares (CHANG; LEE; LIEPMANN, 2005; SUNG; SHULER, 2009;

HOUSHMAND et al., 2016). A microfluídica também é uma ótima estratégia para o estudo das

ciências ômicas: genômica e transcriptômica (WANG; BODOVITZ, 2010; SHALEK et al.,

2014; MACOSKO et al., 2015; KIM et al., 2016); proteômica (SANDERS; MANZ, 2000;

WANG; BODOVITZ, 2010; WANG; YANG, 2016); e metabolômica (WANG; BODOVITZ,

2010; DE RAAD; FISCHER; NORTHEN, 2016; MAISCH et al., 2016). De tal forma, a

microfluídica revolucionou os métodos de estudos de células únicas (single cell) e, portanto, na

compreensão do comportamento, heterogeneidade e propriedades celulares.

Em resposta a tal versatilidade, aquele que busca entender e manipular as aplicações da

microfluídica na biologia deve compreender uma variedade de conhecimentos

multidisciplinares que abordam e transitam também a física e a química. Assim, são vários os

conceitos de mecânica de fluidos, geometria, transferência de calor e massa, interações

químicas e comportamento biológico que constituem os pilares da abordagem microfluídica em

sistemas biológicos. Desta forma, os seguintes tópicos discutirão, portanto, os principais fatores

referentes às aplicações e fabricações de dispositivos microfluídicos, tais como as forças e

fenômenos físicos; composição material dos dispositivos; técnicas de fabricação; configurações

de geometria e suas abordagens.

2.2.1 Forças Físicas

No âmbito dos microssistemas, devido ao pequeno volume de trabalho aplicado, as

forças inerciais e gravitacionais tomam menos relevância, proporcionando espaço para o regime

das forças de convecção, interfaciais e viscosidade (FERNANDES; CARVALHO;

MARQUES, 2011; MARQUES; FERNANDES, 2011). Além disso, o grau de homogeneidade

é rapidamente alcançado pela simples difusão molecular, considerando, portanto, a consequente

predominância de um fluxo laminar (SCHÄPPER et al., 2009). De tal forma, são quatro os

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principais números adimensionais que exploram tais forças físicas nos microssistemas: número

de Reynolds (Re); número capilar (Ca); número de Weber (We); e número de Péclet (Pe).

Dada a correlação entre forças inerciais e viscosidade, o número de Reynolds (Re)

expressa as limitações de um fluxo laminar a turbulento:

𝑅𝑒 =𝜌.𝑣.𝐿

𝜇 (Equação 1)

onde ρ representa a densidade do fluido (Kg/m3); v a velocidade do fluxo (m/s); L o

diâmetro hidráulico do microcanal (m); e μ a viscosidade do fluido (Pa.s). Dispositivos

microfluídicos em fluxo laminar geralmente funcionam com um Re de aproximadamente 10-1

(BEEBE; MENSING; WALKER, 2002; SQUIRES; QUAKE, 2005).

Já o número capilar (Ca) caracteriza a correlação entre viscosidade e forças interfaciais:

𝐶𝑎 =𝜇.𝑣

𝛾 (Equação 2)

onde μ representa a viscosidade do fluido (Pa.s); v a velocidade do fluxo (m/s); e γ a tensão

interfacial entre duas fases (N/m). Na microfluídica, Ca é frequentemente menor do que 1,

variando entre 101 e 10-3 e distinguindo os padrões de fluxos bifásicos. É importante destacar a

importância deste número para microdispositivos com base na geração de gotas (droplet), uma

vez que caracteriza o comportamento da capilaridade, fenômeno responsável pela geração de

gotas esféricas (BERTHIER; SILBERZAN, 2009; BAROUD; GALLAIRE; DANGLA, 2010).

Os microdispositivos especializados em droplet serão discutidos mais adiante no tópico 2.2.3.4

Dispositivos Droplet.

Com base em Re e Ca, o número de Weber (We) correlaciona as forças inerciais à tensão

interfacial:

𝑊𝑒 = 𝑅𝑒. 𝐶𝑎 =𝜌.𝑣2.𝐿

𝛾 (Equação 3)

onde ρ representa a densidade do fluido (Kg/m3); v a velocidade do fluido (m/s); L o

diâmetro hidráulico do microcanal (m); e γ a tensão interfacial entre duas fases (N/m). We é um

parâmetro interessante uma vez que as forças inerciais são menos relevantes em dispositivos

microfluídicos, mantendo a configuração da interface do fluido e formando gotículas em

intervalos regulares (BERTHIER; SILBERZAN, 2009; BASOVA; FORET, 2014). Portanto,

We é um outro número adimensional de importância substancial para microdispositivos droplet.

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Finalmente, o número de Péclet (Pe) correlaciona a força de convecção ao fenômeno de

difusão. É usado para caracterizar o transporte de massas dentro dos microssistemas:

𝑃𝑒 =𝑣.𝐿

𝐷 (Equação 4)

onde v representa a velocidade do fluido (m/s); L o diâmetro hidráulico do microcanal

(m); e D o coeficiente difusivo. Em dispositivos microfluídicos, a velocidade do fluxo

geralmente é pequena, resultando em um pequeno número Pe, o que indica o domínio de um

processo de difusão por convecção sobre a mistura (LIVAK-DAHL; SINN; BURNS, 2011;

MARQUES; FERNANDES, 2011).

Outros valores adimensionais como Bond (Bo), Ohnesorge (Oh) e Damköler (Da)

também são aplicados em estudos microfluídicos, correlacionando as forças gravitacionais às

forças superficiais, viscosidade às forças inerciais, e distância de transporte ao tempo de reação,

respectivamente (MARQUES; FERNANDES, 2011).

2.2.2 Composição Material e Métodos de Microfabricação

Dispositivos microfluídicos são plataformas versáteis amplamente personalizadas,

podendo variar na sua composição material (Quadro 1) e na configuração da geometria. Cada

material possui suas propriedades individuais, requerendo diferentes estratégias para o processo

de microfabricação. Portanto, a composição material deve ser escolhida dependendo das

peculiaridades e exigências do processo ou técnica envolvida. Sob a luz de tais premissas, é de

extrema importância considerar qual é o propósito de um dispositivo a ser confeccionado ao

selecionar do material específico para sua fabricação, uma vez que diferentes atributos podem

limitar os resultados esperados. Exemplos de atributos importantes a serem considerados são:

a translucidez; permeabilidade ao gás; flexibilidade; resistência química; biocompatibilidade;

compatibilidade com solventes; e adsorção inespecífica (MCDONALD; WHITESIDES, 2002;

SCHÄPPER et al., 2009; QIN; XIA; WHITESIDES, 2010; WOLFE; QIN; WHITESIDES,

2010). Além disso, o nível de integração e instrumentação em um dispositivo é proporcional à

complexidade e especificidade do processo de microfabricação, estabelecendo uma relação de

custo/benefício entre a capacidade de detecção e controle de variáveis e a viabilidade da

microfabricação (SCHÄPPER et al., 2009). Entrementes, é importante destacar que mesmo

sendo o nível de integração proporcional à complexidade do processo de fabricação de um

protótipo, sua importância é significativa na eficiência e nas despesas do dispositivo, uma vez

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que o maior e melhor controle de parâmetros diminui a dependência de aparelhos de

macroescala para realizar análises de dados (SCHÄPPER et al., 2009).

Quadro 1. Materiais adotados na fabricação de dispositivos microfluídicos e suas principais características.

Material Vantagens Desvantagens Referência

Cerâmica Apresenta boa resistência

química e térmica.

Como um material

opaco, apresenta pouca

visibilidade para o

interior do dispositivo,

limitando a observação e

detecção óptica.

(BELAVI; HODNIK;

SANTO, 2016)

(CZOK; GOLONKA,

2016)

(GROS et al., 2008)

(PETERSON et al.,

2005)

(VASUDEV et al., 2013)

Vidro

Apresenta boa resistência

química em geral, aliada à

facilidade de visualização

devido à sua translucidez.

É difícil de ser

trabalhado e não pode ser

aplicado a bases aquosas

fortes devido à sua

incompatibilidade. A

microfabricação é menos

flexível, dispendiosa e

requer instalações de

salas limpas.

(ZEIBI SHIREJINI;

MOHAMMADI, 2017)

(VLADISAVLJEVIĆ et

al., 2014)

(NABAVI et al., 2015)

(PETRUCCI et al., 2017)

(OTHMAN;

VLADISAVLJEVIĆ;

NAGY, 2015)

Papel

Apresenta um processo de

fabricação simples, barato,

não requer instrumentação

adicional e é de fácil

manuseio.

Sua aplicação é

fortemente limitada.

(CAO et al., 2017)

(JIANG; FAN, 2016)

(LAM et al., 2017)

(MARTINEZ et al.,

2010)

(MARTINEZ;

PHILLIPS;

WHITESIDES, 2008)

PDMS

Material relativamente barato

e muito flexível para

aplicações. Também possui

boa translucidez. Fácil de

trabalhar, com baixo tempo de

Incompatível com

determinados solventes,

deformando-se na

presença dos mesmos.

(DONG et al., 2017)

(CHIANG et al., 2017)

(VITTAYARUKSKUL;

LEE, 2017)

Page 35: Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de ...€¦ · Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos Raphael Carvalho Prado Rio de Janeiro

35

fabricação. É permeável aos

gases, não tóxico e tem um

baixo módulo de elasticidade,

facilitando a integração de

detectores e acessórios.

(SIA; WHITESIDES,

2003)

(MCDONALD;

WHITESIDES, 2002)

PMMA

Apresenta alta

compatibilidade biológica,

boa visibilidade para detecção

e facilidade de

microfabricação. Também é

impermeável aos gases.

Não suporta altas

temperaturas (acima de

100 oC).

(ASL; YAMINI; SEIDI,

2016)

(LI et al., 2016b)

(VAN ANH et al., 2016)

(ADAMS et al., 2008)

Silicone

Capaz de suportar altos níveis

de temperatura e pressão e

possui uma excelente

termocondutividade.

O processo de

microfabricação pode ser

oneroso e demorado.

Não é compatível com

bases aquosas fortes e

apresenta baixa

translucidez.

(CHANDRASEKARAN

et al., 2007)

(CHEN; SHIH; TAI,

2006)

(CADY; STELICK;

BATT, 2003)

Aço

Inoxidável

Uma boa opção para a

condutividade térmica,

suportando altos níveis de

temperatura e pressão. Por

outro lado.

É sensível à corrosão e,

como material opaco,

não há visibilidade para

o interior do dispositivo.

(KOBAYASHI et al.,

2008)

(TONG et al., 2001)

Teflon

De baixa popularidade, mas

apresenta uma grande

tolerância aos solventes e

produtos químicos em geral.

Também apresenta alta

biocompatibilidade e é

permeável aos gases.

Não oferece visibilidade

para o interior do

dispositivo.

(WALSH;

FEUERBORN; COOK,

2016)

(ZHENG et al., 2013)

(DE HAAS; FADAEI;

SINTON, 2012)

(REN et al., 2011)

Fonte: Elaboração própria

Os primeiros materiais adotados para a construção dos protótipos foram o silicone e o

vidro, considerados duas excelentes opções para microrreações e análises, uma vez que

apresentam excelente termocondutividade, eletroforese capilar rápida, tolerância ao solvente e

resistência mecânica adequada (MCDONALD; WHITESIDES, 2002; NGE; ROGERS;

WOOLLEY, 2013). No entanto, foram rapidamente substituídos por uma variedade de outras

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opções, baseando-se principalmente nas inflexibilidades encontradas durante a condução do

processo de microfabricação ao adotar de tais materiais. O processo se tornava demorado e

caro, exigindo ainda, instalações de ambientes limpos (SCHÄPPER et al., 2009; NGE;

ROGERS; WOOLLEY, 2013). Além disso, o silicone e o vidro possuem baixa permeabilidade

aos gases, inviabilizando sua aplicação em reações gasosas prolongadas.

Ao passo do avanço das descobertas tecnológicas, polímeros elastômeros como o

poli(dimetilsiloxano) (PDMS) e o poli(metil-2-metilpropenoato) (PMMA) tornaram-se

progressivamente populares como substratos menos onerosos para a microfabricação (NGE;

ROGERS; WOOLLEY, 2013). O PDMS é um material versátil, não tóxico e econômico,

permitindo uma rápida construção de microdispositivos através da litografia suave

(MCDONALD; WHITESIDES, 2002). Apresenta um baixo módulo de elasticidade,

característica importante para a versatilidade deste material, permitindo a integração de aparatos

microfluídicos no âmbito do protótipo, como bombas pneumáticas, válvulas e misturadores

(QIN; XIA; WHITESIDES, 2010; NGE; ROGERS; WOOLLEY, 2013). O polímero apresenta

ainda, alta permeabilidade aos gases, característica importante para as biorreações que

envolvem o transporte e a troca de gases (SCHÄPPER et al., 2009). Em contrapartida, o PDMS

pode ser tornar incompatível com alguns solventes, deformando-se na presença de tais

componentes. Já o elastômero PMMA, por outro lado, apresenta baixa permeabilidade aos

gases, constituindo uma alternativa fácil para a micromecanização (sob baixos níveis de

temperatura, abaixo de 100°C) (NGE; ROGERS; WOOLLEY, 2013). É lícito considerar que,

sendo translúcidos, tanto o PDMS como o PMMA favorecem a observação e detecção óptica

através de aparelhos de emissão de luz.

Ao fabricar um dispositivo microfluídico, a técnica aplicada deverá depender do

material utilizado como substrato (composição do dispositivo futuro). Em geral, a fotolitografia

é a metodologia mais popular para a prototipagem, constituindo uma técnica rápida e precisa.

No entanto, este método é inevitavelmente caro, exigindo equipamentos específicos, instalações

de ambiente limpa e o desenvolvimento de fotomáscaras específicas, limitando a aplicação

apenas a polímeros fotossensíveis (QIN; XIA; WHITESIDES, 2010; WOLFE; QIN;

WHITESIDES, 2010). A técnica é também demorada, denegando o controle sobre a química

interfacial do substrato, os quais devem ser exclusivamente planos (QIN; XIA; WHITESIDES,

2010). De forma alternativa, a litografia suave, uma adaptação da litografia clássica para

substratos macios (polímeros, por exemplo), é uma abordagem interessante para uma

prototipagem rápida, contando com um grande número de técnicas de modelagem (ADDAE-

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MENSAH et al., 2010). Ao contrário da fotolitografia, a litografia suave é uma técnica

consistentemente versátil, permitindo a aplicação de substratos macios, flexíveis, curvos ou

planos, sendo menos onerosa e de alta precisão nas micro e nanoescalas (XIA; WHITESIDES,

1998; QIN; XIA; WHITESIDES, 2010).

De acordo com o trabalho de Weibel, Diluzio e Whitesides (2007), um exemplo simples

e conciso do processo passo-a-passo da litografia suave para microfabricação, utilizando o

PDMS como substrato, pode ser esquematizado na Figura 2 (WEIBEL; DILUZIO;

WHITESIDES, 2007). Inicialmente, o design e a função do dispositivo devem ser idealizados

correspondendo às necessidades e especificações do processo envolvido. Após a idealização,

os desenhos técnicos são criados com a ajuda de ferramentas computacionais, como softwares

de desenho assistido por computador (CAD). Os desenhos são então utilizados para a

construção de uma máscara responsável pela modulação dos microcanais. Adiante, um

determinado polímero fotossensível, chamado de fotorresistente, é depositado em uma

superfície de silicone e recoberto pela máscara. Em sequência, o fotorresistente é exposto à luz

ultravioleta (UV) através da máscara, permitindo a polimerização das partes expostas do

polímero. Com o objetivo de remover o excesso que não reagiu com a luz UV, aplica-se um

solvente orgânico, resultando em uma peça do fotoresistente padronizada de acordo com o

formato da máscara, peça essa denominada peça mestre (master). A profundidade dos canais é

controlada pela quantidade do material (espessura) aplicada sobre o silicone, sendo

responsabilidade da máscara transferir as formas e informações laterais para a peça mestre.

Desta forma, o protótipo adquire todas as características inicialmente idealizadas, detalhadas

no dimensionamento. O substrato (neste caso o PDMS) é assim aplicado na peça mestre e

curado termicamente, resultando então em uma camada de PDMS com a respectiva estrutura

modelada na sua superfície.

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Figura 2. Exemplo de um protocolo padrão de litografia suave para a fabricação de micropoços, adotando PDMS

como substrato. Uniformização do fotorresistente por revestimento em superfície de silicone (A e B). A máscara

é então colocada sobre o fotorresistente (C). O sistema é exposto à luz UV e o fotorresistente não polimerizada é

removido por um dado solvente, gerando o master (D). O substrato é aplicado sobre o master e curado

termicamente (E). A peça final é removida com as microestruturas gravadas em sua superfície (F). Fonte:

Adaptado de Weibel, Diluzio e Whitesides (2007).

Nos últimos anos, o advento e a popularização das técnicas de impressão em 3D têm

atraído a atenção dos pesquisadores pela sua capacidade de desenvolver estruturas complexas

de acurada resolução (TSENG et al., 2014; HO et al., 2015; AU et al., 2016; HE et al., 2016).

Técnicas populares como a estereolitografia e a fabricação de objetos laminados (LOM) podem

permitir a fabricação regular de múltiplos protótipos, exigindo menos tempo e menos contato

manual durante o processo (HO et al., 2015). Desta forma, aqueles com menos experiência na

prática de microfabricação podem ser capazes de fabricar dispositivos microfluídicos com

precisão e em um curto período de tempo.

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Finalmente, o último passo do procedimento de microfabricação de dispositivos

microfluídicos consiste no processo de vedação, também chamado de selagem. Este passo é

responsável pela montagem de todas as partes e componentes do microdispositivo em uma

única peça final: o próprio consolidado; e deve ser responsável por inibir vazamentos de fluidos

internos durante as reações. O processo de vedação pode ser reversível ou irreversível e isso

dependerá do material que compõe o microdispositivo, bem como do material e método

utilizado para a vedação. Portanto, alguns materiais podem implicar processos de vedação mais

ou menos laboriosos, influenciando diretamente sobre a viabilidade e praticidade do

dispositivo.

2.2.3 Configurações Geométricas e suas Abordagens

A aplicação de sistemas microfluídicos na bioquímica aumentou consistentemente ao

longo dos anos, estimulando o desenvolvimento de diferentes abordagens e aplicações. De fato,

são inúmeras as possibilidades ao considerar-se a variedade de formas geométricas e as opções

de integração. O cientista disposto a ter sucesso no mundo da microfluídica terá de lidar não

apenas com um surpreendente nível de conhecimentos sobre física, química e a própria

microfluídica por si só, mas também com uma grande parcela de criatividade em relação às

possibilidades e aplicações desta tecnologia. Como os microbiorreatores, várias outras

abordagens microfluídicas têm gradualmente ganhado espaço no âmbito científico. Em

consideração a tais circunstâncias, apresentar-se-ão algumas das abordagens mais populares

baseadas na tecnologia microfluídica.

2.2.3.1 Microarranjos

Provavelmente a abordagem mais intuitiva da microfluídica, os microdispositivos

compostos por conjuntos de microcanais interceptados são úteis quando se pretende investigar

o comportamento e as interações entre células, proteínas e outras moléculas (WEIBEL;

WHITESIDES, 2006). Portanto, as aplicações são intensamente variáveis, que vão desde

ensaios de biologia molecular geral até o diagnóstico de pronto atendimento. Por exemplo, Gao

et al. (2017) desenvolveram um ensaio em tempo real capaz de detectar biomarcadores de

câncer de pulmão. O dispositivo foi construído com base em chips de PDMS, contendo duas

câmaras divididas para respostas analíticas rápidas. Um segundo exemplo é o avanço nas

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técnicas de mapeamento do genoma descritas por Lam et al. (2012). Em seus estudos,

sequências motivo marcadas por fluorescência foram utilizadas para a construção de mapas

capazes de indicar distâncias físicas entre sequências genômicas. Outras estratégias de

aplicações dos microarranjos microfluídicos são a combinação de fluidos para estudo de reações

bioquímicas (ISMAGILOV et al., 2001), padronização da entrega de reagentes químicos

(DELAMARCHE et al., 1998), isolamento de mRNAs de uma única célula (MARCUS;

ANDERSON; QUAKE, 2006) e geração de energia a partir de células microbianas (YANG;

LEE; CHOI, 2017) conforme a Figura 3.

Figura 3. Dispositivos microfluídicos baseados em microarranjos: (A) sistema microfluídico com arranjos em

paralelo para o estudo da difusão de fluidos em reações bioquímicas; (B) desenho esquemático de uma rede de

canais microfluídicos para o transporte concomitante de reagentes inicialmente em câmaras macroscópicas

periféricas transportadas por microcanais até novas câmaras de concentração; (C) sistema microfluídico para a

geração de energia baseada no metabolismo celular, apresentando entradas (inlet) anólita e católita, juntamente

com as respectivas saídas (outlets). Fonte: Adaptado de Ismagilov et al. (2001); Delamarche et al. (1998); e

Yang, Lee e Choi (2017).

2.2.3.2 Gradientes de Concentração

Ao permitir a manipulação e controle de fluidos em regime de fluxo laminar, a

microfluídica possibilita a prototipagem de microdispositivos capazes de gerar gradientes de

concentração de moléculas específicas, sob precisão melhor que qualquer outra técnica,

conforme ilustrado na Figura 4 (WEIBEL; WHITESIDES, 2006). De tal forma, geradores de

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gradiente são capazes simular microambientes biológicos complexos, permitindo o estudo das

respostas celulares às mais diversas condições in vivo. Essa abordagem pode ser dividia em dois

grupos distintos: geradores de gradiente baseados em difusão (KEENAN; HSU; FOLCH, 2006;

MOSADEGH et al., 2007; ATENCIA; COOKSEY; LOCASCIO, 2012) e geradores de

gradiente baseados em fluxo (JEON et al., 2000; COOKSEY; SIP; FOLCH, 2009; XU et al.,

2016). A principal diferença entre esses grupos baseia-se, fundamentalmente, no princípio

físico da formação de gradiente: enquanto gradientes baseados na difusão são formados por

difusão passiva sem a presença de um fluxo do fluido, gerando um gradiente linear; os

gradientes baseados em fluxo são formados pela difusão de duas ou mais correntes laminares

que fluem em sua interface, gerando um gradiente não linear (TOH et al., 2014). Ambas as

abordagens são capazes de investigar respostas biológicas, mas o fluxo contínuo presente em

geradores de gradiente baseados em fluxo pode interferir na comunicação celular, tendo em

vista que fatores moleculares podem acabar sendo arrastados (washout) (SAKA;

MACPHERSON; GIURANIUC, 2017). Microdispositivos geradores de gradiente foram

empregados em várias aplicações biológicas, incluindo estudos sobre quimiotaxia

(WOLFRAM; RUBLOFF; LUO, 2016), investigações sobre atividade farmacológica (PIHL et

al., 2005), diferenciação de células-tronco (CHUNG et al., 2005), microarranjos de culturas

celulares (HUNG et al., 2005) e biologia sistêmica de micro-organismos (BRESLAUER; LEE;

LEE, 2006; LEE et al., 2006).

Além dos gradientes moleculares, gradientes térmicos também podem ser gerados

usando microdispositivos. Baranek et al. (2010) desenvolveram um dispositivo para a

estimulação térmica de células embrionárias de Caenorhabditis elegans com base em

gradientes térmicos. Este protótipo levou à manipulação da taxa de divisão celular em culturas

in vitro. De forma análoga, Lucchetta et al. (2005) desenvolveram um dispositivo similar para

a avaliação de efeitos térmicos sobre o desenvolvimento embrionário de Drosophila

melanogaster.

A aplicação de dispositivos de gradiente de concentração é muito interessante no ponto

de vista dos bioprocessos, sendo eles uma possível ferramenta para a rápida investigação do

comportamento celular sob o regime de várias variáveis, como concentração de substratos e

solventes, temperatura e diferentes níveis de pH.

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Figura 4. Dispositivos microfluídicos de gradiente de concentração: (A) ilustração esquemática da formação de

um gradiente de concentração gerado por difusão; (B) esquema de um microdispositivo baseado em gradiente de

concentração composto por duas entradas, um canal com fluido de menor ou nenhuma concentração (sink) e um

canal com fluido de maior ou concentração (source), juntamente com as regiões vermelhas onde os gradientes

não lineares são formados (gradiente region) devido às configurações assimétricas; (C) dispositivo microfluídico

de cultura de células combinando as abordagens de gradiente de concentração e microarranjo, constituído por

entradas e saídas de meio de cultivo (canais à esquerda e direita) e entrada e saída de células e reagentes (canais

superior e inferior); (D) registro colorimétrico do gradiente de concentração formado pelo dispositivo. Fonte:

Adaptado de Saka, Macpherson e Giuraniuc (2017); Mosadegh et al. (2007); e Hung et al. (2005).

2.2.3.3 Microarranjos de Células Únicas

Microdispositivos baseados em microarranjos de uma única célula (single-cell trapping

microarrays) são ferramentas microfluídicas capazes de capturar e isolar uma única célula

conforme ilustrado na Figura 5. O estudo do comportamento celular em placas ou poços de

cultura convencionais não é tão preciso como o uso nos microarranjos de células únicas, uma

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vez que a precisão em tais estudos é inversamente proporcional à relação célula-volume de

cultivo. Por exemplo, a baixa homogeneidade pode causar a má interpretação de respostas

celulares em pontos específicos de uma cultura, onde encontram-se baixa disponibilidade de

nutrientes e alta concentração de resíduos metabólicos (DI CARLO; WU; LEE, 2006). Por

conseguinte, esta abordagem permite várias investigações face à biologia celular, tais como

respostas celulares à estímulos ambientais (ERIKSSON et al., 2007), screening de drogas

(WLODKOWIC et al., 2009), expressão gênica (TORIELLO et al., 2008), metabolismo celular

(MAGLICA; ÖZDEMIR; MCKINNEY, 2015) e farmacocinética (LUO et al., 2012).

Grünberger, Wiechert e Kohlheyer (2014) revisaram as aplicações dos

microdispositivos de células únicas no desenvolvimento de bioprocessos (Figura 5, painel A).

Tais protótipos são capazes de oferecer conhecimento sobre o crescimento e morfologia de

micro-organismos, caracterização da cepa e do processo, heterogeneidade populacional e

dinâmica ambiental. Consequentemente, estes dispositivos podem atuar como ferramentas

analíticas com o potencial de aumentar a compreensão do desempenho de micro-organismos

em condições industriais, com uma aplicação final nas otimizações voltadas para os

bioprocessos.

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Figura 5. Abordagens baseadas em microarranjos de células únicas: (A) microscopia de células vivas

comparando os princípios dos cultivos múltiplo e único de células ); (B) matriz para a captura de células únicas:

(i) fotografia do dispositivo, indicando a direção do fluxo que contém célula e mídia até a distribuição através

das câmaras de aprisionamento (armadilhas). (ii) diagrama esquemático 3D do dispositivo, ilustrando o princípio

do mecanismo de aprisionamento celular. (iii) micrografia das câmaras de captura evidenciando as células

aprisionadas, onde, em alguns casos, encontram-se duas células aprisionadas e unidas. Fonte: Adaptado de

Grünberger, Wiechert e Kohlheyer (2014); e Di Carlo, We e Lee (2006).

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2.2.3.4 Dispositivos Droplet

A microfluídica à base de gotas (Droplet Microfluidics), também referida como

microfluídica digital, é a abordagem capaz de gerar gotículas discretas dentro de fluxos

bifásicos com padrões distintos (Figura 6). Geralmente, um fluido hidrofóbico é adotado como

uma fase contínua e uma solução aquosa hidrofílica é usada para compor as gotículas (TEH et

al., 2008). A fase contínua, inicialmente separada em um primeiro microcanal, é submetida a

uma alta velocidade de fluxo, enquanto a fase aquosa, em um outro microcanal, possui uma

velocidade de fluxo muito menor. Quando ambos os microcanais são integrados, a fase aquosa

é dividida em pequenas gotas, caracterizando o fenômeno da formação de gotículas. Ao projetar

uma estratégia para a geração de microdispositivos baseados em gotículas, deve-se dar atenção

especial à composição material do dispositivo, geometria e composição do fluido. Tais aspectos

podem influenciar na formação de gotículas, na estabilidade da interface do fluido, no tamanho

das gotículas ou mesmo na provocação de coalescência (TEH et al., 2008; BAROUD;

GALLAIRE; DANGLA, 2010; BARET, 2012). Desta forma, os números adimensionais Ca e

We são amplamente aplicados nesta abordagem, uma vez que o comportamento de capilaridade

difere em fluidos de diferentes composições, alterando o padrão de formação de gotículas

(BERTHIER; SILBERZAN, 2009).

Em tal abordagem, a formação de gotículas pode isolar reagentes, transformando cada

gota em um pequeno reator singular. Os reagentes variam de células a substâncias químicas e,

possibilitando a emergência de diversas aplicações químicas, biológicas e bioquímicas (FAIR

et al., 2007; HUEBNER et al., 2008). Por exemplo, aplicações incluem o estudo de condições

para cristalização (ZHENG; ROACH; ISMAGILOV, 2003), pronto diagnósticos (SISTA et al.,

2008) e em estudos de biologia sistêmica e biologia sintética (SZITA et al., 2010).

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Figura 6. Dispositivos microfluídicos droplet: (A) Desenho esquemático representando o princípio do processo

de formação de gotículas que transporta um fármaco hidrofóbico; (B) ilustração da formação de gotículas com

diferentes concentrações de NaCl à medida que seu respectivo fluxo diminui, resultando em cada gota um

microambiente diferente. Fonte: Adaptado de Busatto et al. (2017); e Zheng, Roach e Ismagliov (2003).

2.3 MICROBIORREATORES APLICADOS AOS BIOPROCESSOS

O desenvolvimento de bioprocessos industriais é de grande importância para o

surgimento de bioprodutos com aplicações inovadoras, sendo elas radicais ou incrementais.

Embora o comportamento das células em condições industriais tenha sido amplamente estudado

nas últimas décadas, a natureza dos sistemas biológicos é complexa e pode exigir

experimentação para a compreensão sobre as mais variadas condições aplicadas em um

bioprocesso (SCHMIDELL et al., 2001; MICHELETTI; LYE, 2006). Ao considerar ambas as

fases upstream e downstream, o nível de complexidade é consideravelmente maior, exigindo

estudos minuciosos em cada etapa de um bioprocesso. Além disso, sua otimização apresenta

um papel crucial na capacidade e viabilidade industrial, exigindo também uma quantidade

considerável de testes experimentais.

A experimentação de bioprocessos baseada na escala de bancada convencional é

onerosa e demanda muito tempo, forçando os pesquisadores a encontrarem reforço para seus

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trabalhos em análises estatísticas que nem sempre são suportadas por um número adequado de

ensaios experimentais. Os microbiorreatores consistem, portanto, em uma solução viável que

permitem a triagem rápida de uma ampla gama de variáveis para o desenvolvimento ou

otimização de bioprocessos industriais. No entanto, os pesquisadores nem sempre usaram o

conceito de microbiorreatores com concordância. Com o objetivo de apresentar e esclarecer as

diferenças e peculiaridades de tais dispositivos, distinguir-se-á dois diferentes conceitos de

microbiorreatores: biorreatores de micropoços e biorreatores microfluídicos. Ainda, no intuito

de discutir a viabilidade de tal abordagem, apresentar-se-á algumas das particularidades ao

transitar sobre os bioprocessos na microescala, incluindo a transferência de calor e massa e

detecção e controle de parâmetros.

2.3.1 Microbiorreatores de Micropoços e Microfluídicos

Microbiorreatores podem ser classificados em duas abordagens distintas: biorreatores

de micropoços e biorreatores microfluídicos (MICHELETTI; LYE, 2006). A primeira

abordagem consiste na adoção de micropoços paralelos como plataformas para biorreações,

tipicamente em placas contendo 24 ou 96 poços com volume de trabalho total variando de

microlitros a mililitros, onde cada poço imita um único biorreator. Neste caso, as placas são

acopladas a um sistema capaz de detectar e controlar parâmetros. Esse sistema também é

responsável pela tradução de sinais de detecção em dados computacionais utilizados para

análises de resultados. Blesken et al. (2016) recentemente desenvolveram uma plataforma com

placas de 48 poços (capacidade volumétrica de 800 a 1500 μL) com um chip microfluídico

integrado capaz de fornecer dados on-line sobre a medição dos níveis de biomassa,

fluorescência, pH e oxigênio dissolvido. Além do método de detecção não-invasivo, o sistema

também permite a alimentação automática e o controle do pH durante o processo fermentativo.

Isso é possível ao utilizar-se de dois conjuntos de poços como reservatórios de meios de cultivo

e soluções para o controle do pH. Mesmo que tal regulação do pH seja uma abordagem prática,

o volume reacional pode ainda sofrer uma diferenciação no volume total, exigindo atenção

especial durante o processo em si e na análise de dados, uma vez que o volume de trabalho se

encontra na microescala e, portanto, está sujeito aos mínimos distúrbios e alterações no sistema.

Outro sistema de microplacas de relevância é o micro-Matrix (Applikon, Delft, Holanda),

disponível comercialmente, que consiste em uma plataforma de 24 poços capaz de medir e

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controlar o pH, temperatura e densidade óptica, além de fornecer um mecanismo de alimentação

automatizado (APPLIKON, 2017).

Os sistemas de microplacas também podem ser equipados com agitadores individuais

para melhorar os valores do coeficiente de transferência de oxigênio (KLa) (MICHELETTI;

LYE, 2006). Puskeiler, Kaufmann e Weuster-Botz (2005) desenvolveram um sistema de placas

de 48 poços com agitadores incorporados, flutuando livremente ou suportados por uma haste

atingindo valores de KLa >0.4 s-1. Sistemas de microplacas com agitadores automáticos também

são comercialmente disponíveis. Um exemplo relevante é o bioREACTOR 48 (2mag, Munique,

Alemanha) com 48 poços de capacidade volumétrica de 8 a 15 mL. Capaz de alcançar valores

de KLa de >0.4 s-1, o sistema é automatizado, oferecendo a detecção da temperatura, pH e

oxigênio dissolvido por métodos não invasivos.

Por outro lado, os biorreatores microfluídicos geralmente são dispositivos projetados

simulando um biorreator de escala convencional. Sua configuração geral apresenta uma câmara

de fermentação integrada a sensores e controladores. De tal forma, os biorreatores

microfluídicos compreendem numa abordagem eficaz e versátil, sendo passível de aplicação na

triagem de variáveis e condições para o desenvolvimento e otimização de bioprocessos. Por

exemplo, Zanzotto et al. (2004) descreveram um microbiorreator com aeração integrada e

medição on-line da densidade óptica (DO), oxigênio dissolvido (OD) e pH com base em

métodos ópticos não invasivos. O dispositivo foi testado com uma fermentação de Escherichia

coli e os resultados foram comparados e comprovados com uma versão em escala de bancada.

Apesar de a maioria dos biorreatores microfluídicos serem projetados para um único tipo

específico de biorreação, Au, Shih e Wheeler (2011) desenvolveram um dispositivo capaz de

cultivar e analisar de maneira automatizada, a DO de bactérias, algas e leveduras, chamando-o

assim de microbiorreator BAY (Bacteria Algae Yeast microbiorreactor). Tal dispositivo foi

capaz de atender as singularidades de cada um desses micro-organismos simultaneamente,

cultivando células em gotículas distintas sem a necessidade de usar válvulas, bombas ou

misturadores. A viabilidade do microbiorreator também foi avaliada e comprovada ao comparar

dos resultados com sistemas de escala de bancada (AU; SHIH; WHEELER, 2011).

Recentemente, Johnson-Chavarria et al. (2014) desenvolveram um microbiorreator de

célula única capaz de estabelecer um ambiente quimiostático, continuamente fornecendo

nutrientes e removendo os metabólitos produzidos. Esse dispositivo, além de possibilitar o

estudo de fermentações contínuas na microescala, torna-se útil no estudo do comportamento

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celular mediante as alterações do meio de cultivo. O microbiorreator foi integrado com

reguladores de pressão e bombas de seringas controlados por computador, para o controle de

pressão e entrega de mídia, juntamente com um aquecedor de placa térmica para regulação da

temperatura (Figura 7, painel A). Os testes experimentais para a avaliação do desempenho do

dispositivo incluíram a observação da dinâmica celular mediante a troca da composição do meio

de cultivo por células de E. coli, usando um microscópio invertido equipado para o

fornecimento de imagens de fase de contraste e fluorescência. Novas perspectivas para esse

dispositivo devem retomar à paralelização, tendo em vista melhorar o rendimento de resultados

fornecidos. Um maior nível de integração também mostra-se interessante em relação às outras

variáveis, como o pH e a concentração de OD.

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Figura 7. Microbiorreatores como ferramentas para análise de fermentações: (A) microbiorreator para cultura de

células únicas, integrado com reguladores de pressão, placa térmica e microscópio invertido; (B) ilustração

esquemática de um microbiorreator capaz de cultivar células de mamíferos em microcápsulas de forma contínua.

(i) dimensões detalhadas de cada peça que compõe o microbiorreator. (ii) ilustração destacando a membrana

porosa entre as duas peças de PMMA. (iii) esquema ilustrando o princípio do microbiorreator. Fonte: Adaptado

de Johnson-Chavarria et al. (2014); e Abeille et al. (2014).

Nessa mesma vertente, Abeille et al. (2014) desenvolveram um microbiorreator com

base na cultura contínua de células de mamíferos em microcápsulas. O dispositivo foi feito a

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partir de PDMS e composto de dois canais em diferentes níveis, montados em um formato

serpentina (Figura 7, painel B). Uma membrana porosa foi então integrada entre cada canal,

confinando as células no canal superior. O meio de cultivo fresco é fornecido por um sistema

de bomba de seringa, fluindo através do canal inferior e difundindo-se para o superior através

dos poros da membrana. Assim, bioprocessos de longo prazo são facilmente executados em tal

dispositivo, auxiliando o desenvolvimento e estudos da cultura de células de mamíferos em

processos contínuos. O dispositivo também foi integrado com um sensor térmico e o controle

de temperatura foi atingido ao colocar do dispositivo em um sistema de aquecimento externo.

Quanto à experimentação, células de Drosophila S2 foram monitoradas por um microscópio

confocal de varredura a laser (ABEILLE et al., 2014). Algumas das limitações deste dispositivo

consistem na capacidade de controle do sistema, uma vez que a temperatura e o fluxo de meio

de cultivo são as únicas variáveis manipuladas.

Diferentemente das tendências atuais no mundo dos microbiorreatores, Krull e Peterat

(2016) realizaram um interessante trabalho que não se concentrou no processo de

desenvolvimento dos microbiorreatores, mas sim na viabilidade e nos perfis cinéticos das

reações realizadas dentro de um microbiorreator para a fermentação contínua, submersa e

aeróbia. Para tanto, células de Saccharomyces cerevisiae foram analisadas perante o seu cultivo

quimiostático e os modelos cinéticos foram determinados a partir dos dados experimentais da

concentração estacionária de substrato, células crescidas e etanol produzido. Métodos lineares

como os de Lineweaver-Burk, Eadie-Hofstee e Hanes Woolf foram aplicados para a

determinação da taxa específica máxima de crescimento específico (μmax) e da constante de

saturação (KS) do modelo de Monod. Os coeficientes de rendimento YX/S, YP/S e YP/X foram

determinados com base no modelo de Luedeking-Piret. Finalmente, o modelo cinético do

metabolismo foi construído com base em dois intervalos de validade considerando o efeito

Crabtree: (i) μ = D < Dcrab, onde o metabolismo é puramente considerado oxidativo,

convertendo o substrato em biomassa ou aplicado na manutenção endógena do biossistema; e

(ii) μ = D > Dcrab, onde considera-se que o metabolismo oxi-redutor está sob o efeito Crabtree,

levando em consideração a conversão do substrato em etanol e correlacionando-o com a

atividade metabólica das células. Os resultados obtidos foram comparados aos dados da escala

de bancada (em torno de 50 mil vezes maior que na microescala), onde ambas as constantes

cinéticas eram de mesma ordem, provando a viabilidade e aplicabilidade do microdispositivo

como ferramenta para estudos de bioprocessos.

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2.3.2 Particularidades dos Microbiorreatores

As variáveis clássicas que mais afetam os bioprocessos geralmente consistem na cepa

cultivada, composição do meio de cultivo e condições físico-químicas, como o nível de OD,

temperatura e nível de pH. Dessa forma, os microbiorreatores devem ser integrados ou, pelo

menos, acoplados a uma plataforma capaz de detectar e medir tais parâmetros. Entretanto, o

microbiorreator com o maior número de integrações acaba tornando-se vulnerável a

complicações na sua construção e desempenho, tendo em vista o desenho do reator, a

composição do material e as mais variadas características do próprio bioprocesso (por exemplo,

o módulo de operação e o requisito de aeração). Além disso, devido ao pequeno volume de

trabalho, aspectos como a transferência de calor e massa, bem como os métodos de detecção e

controle de variáveis podem se comportar de forma diferente. Nesse sentido, é importante

salientar que a escalabilidade de fatores bióticos e abióticos muitas vezes não se comportam de

forma linear, sendo necessário o seu estudo específico a partir de cada bioprocesso, uma vez

que a integração e consequente interação entre fatores tornam suas respostas singulares.

2.3.2.1 Transferência de Massa e Calor

O estudo do fenômeno de transferência de calor e massa nos bioprocessos é substancial

para permitir o encontro de todos os reagentes a serem transformados (meio de cultura, células

e cofatores) nas mesmas condições (temperatura, pH e concentração dos reagentes). Por

conseguinte, é necessário um método de mistura capaz de garantir uma distribuição adequada

de reagentes e padronizar os parâmetros sobre o caldo fermentativo, o qual desempenha um

papel primordial no resultado final e na precisão dos dados obtidos (SCHÄPPER et al., 2009).

Devido ao pequeno número de Re aplicado (Re > 1.0), a condição laminar é predominante sobre

a turbulência dentro dos microbiorreatores, dificultando a obtenção de um grau de mistura ideal

à medida que o volume de trabalho diminui (PURCELL, 1977). Além disso, diferentes micro-

organismos podem apresentar diferentes níveis de sensibilidade aos movimentos mecânicos,

caracterizando a mistura ideal como uma relação de custo/benefício entre homogeneidade e

cisalhamento celular (SCHÄPPER et al., 2009).

Os métodos de mistura em microbiorreatores podem ser divididos em ativos e passivos.

Os métodos ativos geralmente adotam agitadores flutuantes ou pequenos impelidores inseridos

no escopo do microbiorreator conforme ilustrado na Figura 8 (PUSKEILER; KAUFMANN;

WEUSTER-BOTZ, 2005; TAN et al., 2015). Essa estratégia requer um cuidado extra no projeto

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de dimensionamento do biorreator, uma vez que o surgimento de zonas mortas pode dificultar

e reduzir o perfil de mistura na câmara de fermentação. Zhang et al. (2006) construíram um

microbiorreator com bons perfis de mistura ao utilizar de uma barra de agitação magnética em

velocidade de agitação a 800 rpm. Esse dispositivo é capaz de alcançar valores de KLa de até

75 h-1. No entanto, os métodos ativos requerem a montagem de peças móveis dentro do

dispositivo, podendo compreender numa complicação capaz de inviabilizar a fabricação do

dispositivo (SCHÄPPER et al., 2009). Tal problemática foi recentemente estudada por Kirk et

al. (2016), os quais desenvolveram um microbiorreator capaz de promover a mistura ativa, cujo

mecanismo se baseia na presença de uma única seringa que provoca uma espécie de jato

oscilante ao recircular o meio de cultura dentro e fora da câmara fermentativa. Os valores de

KLa neste dispositivo atingiram cerca de 170 h-1.

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Figura 8. Desenho esquemático dos métodos ativos de mistura em microbiorreatores: (A) uso de impelidor

magnético disperso no meio líquido; (B) uso de impelidor suportado por uma haste a ser inserida no interior da

câmara reacional. Fonte: Adaptado de Micheletti e Lye (2006).

Já a mistura passiva, pode ser alcançada por difusão molecular e advecção caótica ao

submeter o caldo fermentativo a um fluxo que será perturbado por bifurcações e convergências,

bem como pela colisão com obstáculos dispostos por todo o caminho percorrido pelo fluxo

(SCHÄPPER et al., 2009).

Outro parâmetro de alta relevância neste tópico é a taxa de aeração introduzida no

sistema, uma vez que pode ser considerado um gargalo de acordo com a escala em que o

bioprocesso é desenvolvido. Sabe-se que as fermentações aeróbicas consistem em uma grande

parcela de bioprocessos industriais e requerem um nível adequado de oxigênio disponível para

que a respiração celular seja conduzida satisfatoriamente (SCHMIDELL et al., 2001). O

material utilizado para a construção de microbiorreatores pode influenciar na capacidade de

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aeração dentro da câmara fermentativa. O PDMS, como discutido anteriormente, é permeável

aos gases e pode ser usado para a construção de finas membranas capazes de promover a difusão

de oxigênio e outros gases produzidos ao longo do processo de fermentação, sem que a pureza

do meio de cultivo seja comprometida com agentes contaminantes (ZANZOTTO et al., 2004;

SZITA et al., 2005; LEE et al., 2006; ZHANG et al., 2006; SCHÄPPER et al., 2009). Além da

finalidade usual de garantir uma aeração adequada ao sistema, Schäpper et al. (2010) utilizaram

membranas de PDMS também para a aplicação de gases CO2 e NH3 com o objetivo de controlar

os níveis de pH. No entanto, as membranas de PDMS não são seletivas aos gases, permitindo

também a difusão do vapor de água a partir da câmara fermentativa, alterado o volume reacional

do sistema (BERTHIER et al., 2008; SCHÄPPER et al., 2009). Soluções para tal problemática

compreendem na redução da evaporação a partir da introdução de todo o dispositivo dentro de

uma câmara umidificada ou ao acoplar de um reservatório de água acima do nível da câmara

reacional do microbiorreator, permitindo o reabastecimento passivo de água (SZITA et al.,

2005; SCHÄPPER et al., 2009).

Sob a luz de tais circunstâncias, a disponibilidade de oxigênio no caldo fermentativo

pode ser aprimorada combinando estratégias envolvendo mistura e aeração. Nesse sentido, Kirk

e Szita (2013) estudaram o fenômeno da transferência de oxigênio e valores de KLa sob

biorreatores miniaturizados. Como a maioria dos sistemas em escala miniaturizada têm exibido

valores de KLa análogos, os mesmos podem ser considerados ferramentas úteis para o

desenvolvimento de bioprocessos, com a vantagem adicional de oferecer uma maior integração

com detectores on-line e ferramentas de controle, sendo, portanto, capazes de acelerar a

aquisição de dados e reduzir o custo de experimentações.

2.3.2.2 Métodos de Detecção e Controle

Os sistemas biológicos são extremamente complexos, sendo governados pelas

interações entre condições ambientais e respostas genéticas. O estudo e o desenvolvimento de

bioprocessos sofisticados requerem a capacidade de analisar tais interações (SZITA et al.,

2010). Dentro desse contexto, a detecção e o controle de condições e parâmetros significativos

são cruciais para a realização de experimentos de bioprocessos (SCHÄPPER et al., 2009).

É importante salientar que a microtecnologia é uma abordagem muito sensível e a menor

alteração no volume reacional é capaz de interferir nos resultados finais. Desta forma, existe

uma necessidade de se aplicar métodos não-invasivos que prescindam a coleta de amostras dos

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microbiorreatores. Um bom exemplo de tais métodos é a implementação de detectores ópticos

(diodos ópticos), os quais geralmente são capazes de cobrir um grande número de variáveis em

um grande espectro de detecção (NGE; ROGERS; WOOLLEY, 2013).

Schäpper et al. (2009) revisaram as estratégias e os instrumentos mais comuns para a

detecção e controle de parâmetros em microbiorreatores, os quais serão brevemente explorados

a seguir, quais sejam :temperatura; pH; DO; e OD.

A temperatura é uma variável relativamente fácil de se medir e geralmente é detectada

por resistências detectoras de temperatura (RTDs) ou termopares (SCHÄPPER et al., 2009). As

RTDs são ferramentas capazes de medir a temperatura através da sua variação de resistência.

Por outro lado, os termopares são sensores compostos por dois metais diferentes soldados em

uma extremidade formando uma junção, onde é gerada uma carga devido à variação da

temperatura. Embora os termopares sejam muito pequenos (menos de 1,6 mm) e têm uma

resposta rápida às variações, as RTDs são mais precisas e permanecem estáveis por períodos

muito mais longos. Além disso, as RTDs são pouco onerosas e podem ser facilmente integradas

dentro da estrutura de um microbiorreator (SCHÄPPER et al., 2009). Controlar a temperatura,

por outro lado, pode ser complicado devido à sensibilidade da microescala. Como as proporções

da relação área superficial/volume de trabalho são maiores em tais circunstâncias, o calor é

trocado rapidamente entre os microbiorreatores e o ambiente (SCHÄPPER et al., 2009). Além

disso, a homogeneidade da temperatura por todo o microdispositivo deve ser questionada

quando materiais de baixa condutividade térmica, como PMMA e PDMS são adotados. Uma

solução simples em relação ao controle de temperatura consiste no posicionamento dos

microdispositivos em incubadoras ou aquecedores (SCHÄPPER et al., 2009). Embora tais

abordagens permitissem a paralelização de vários dispositivos no mesmo local com a mesma

temperatura condicionada, experimentos com o objetivo de estudar os efeitos de diferentes

temperaturas seriam menos práticos. Uma alternativa viável e barata capaz de contornar tais

desvantagens seria a implementação de microaquecedores dentro da câmara fermentativa

(SCHÄPPER et al., 2009).

Detectar e controlar o pH pode ser uma tarefa desafiadora, uma vez que os métodos

convencionais dependem de sondas volumosas e adições químicas, interferindo diretamente no

volume de trabalho total. Dentro da microescala, o pH é geralmente medido através de chips de

transistores de efeito de campo sensíveis a íons (ISFET) e diodos ópticos. Os detectores ISFET

dependem das mudanças pontuais dentro de um transistor com base na variação das

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concentrações de íons (por exemplo, H+ e OH-) (BERGVELD, 2003; LEE; KYU KIM; KIM,

2009), enquanto que os diodos ópticos medem o pH através do tempo ou intensidade de sinais

fluorescentes. Embora os detectores ISFET sejam capazes de trabalhar com maior precisão e

menor tempo de resposta em uma ampla faixa de pH, diodos ópticos tendem a ser a opção

favorita para a detecção do pH nos microbiorreatores devido à sua facilidade de integração e

natureza não-invasiva (SCHÄPPER et al., 2009). Além disso, ao contrário dos diodos ópticos,

os detectores ISFET requerem um eletrodo referência, tornando o design dos microbiorreatores

mais complexo, e exigindo ainda que sejam reutilizáveis devido ao seu custo (SCHÄPPER et

al., 2009). Para o controle do pH, o pequeno volume da microescala torna-se a maior

problemática a ser resolvida devido às alterações do volume reacional com soluções de controle

de pH. Alternativas simples consistem na utilização de tampões na composição do meio de

cultivo ou na injeção direta de soluções químicas muito concentradas, no intuito de reduzir ao

máximo o volume alterado (SCHÄPPER et al., 2009). Ambas as abordagens são muito

limitadas: os tampões geralmente funcionam em um intervalo de pH específico e são limitados

a um certo número de íons; e a injeção de soluções químicas interfere diretamente no volume

reacional, um problema crítico perante a microescala. Uma solução promissora consiste na

aplicação de gases ácidos ou básicos para o controle do pH (ISETT et al., 2007). No entanto,

tal estratégia pode induzir o surgimento de bolhas à medida que o gás se difunde pela fase

aquosa, um cenário indesejado para os microbiorreatores (SCHÄPPER et al., 2009).

A concentração celular, ou densidade celular, pode ser facilmente monitorada pelo

método tradicional adotado nas escalas convencionais ao mensurar a DO do líquido

fermentativo, conforme ditado pela lei de Lambert-Beer. A técnica de espectrofotometria é

aplicada na microescala através de sondas óticas, utilizando diodos emissores de luz (LED)

como fonte de luz, e fotodetectores como instrumentos de detecção. Em tais circunstâncias, faz-

se necessária rigorosa atenção acerca do posicionamento correto do emissor e coletor de luz

perante a estrutura do dispositivo (SCHÄPPER et al., 2009). Como os microbriorreatores

tendem a ser projetados como uma estrutura achatada, o posicionamento vertical dos detectores

implica na transmissão da luz para dentro da câmara de cultivo em um caminho de curto

comprimento, uma boa opção para o monitoramento preciso de densidades celulares mais

elevadas. Por outro lado, o posicionamento dos emissores sobre um quadro de leitura horizontal

resultaria numa iluminação de menor intensidade no ponto de detecção, favorecendo a precisão

de resultados para densidades celulares inferiores (SCHÄPPER et al., 2009). Portanto, ao

mudar a posição do sistema de detecção celular em microbiorreatores descartáveis, tornam-se

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necessárias novas calibrações a cada ensaio realizado. Outras características importantes

incluem o alinhamento das fibras para evitar a perda de luz transmitida, a ausência de agentes

interferentes entre o emissor e o detector (por exemplo, sólidos, coloides ou bolhas,

responsáveis por dispersar luz) e a interferência da luz externa ao sistema (SCHÄPPER et al.,

2009).

A detecção e o controle dos níveis de OD são cruciais para processos aerados. Essa

variável é facilmente detectada pelos detectores ópticos, ao utilizarem a saturação fluorescente

do oxigênio para medir sua concentração no meio fermentativo (SCHÄPPER et al., 2009). Este

método de detecção não é invasivo e nem oneroso, sendo de fácil implementação na estrutura

do microbiorreator. Adicionalmente, os sensores ópticos de OD aumentam a sua sensibilidade

com a queda na concentração de oxigênio, ajustando perfeitamente às características dos

processos de fermentação e à microtecnologia (SCHÄPPER et al., 2009). Entretanto, o controle

de OD sobre o meio fermentativo em microbiorreatores torna-se bastante limitado, uma vez que

o fornecimento direto de oxigênio por borbulhamento pode interferir nos sistemas de detecção

óptica. Para contornar tal problemática, a difusão de oxigênio pode ser realizada por membranas

permeáveis aos gases, permitindo a difusão de O2 externo ou ainda, de sistemas de aeração ou

câmaras de introdução de gás instalados no topo da câmara de fermentação, o que aumentaria

consideravelmente a taxa de difusão da fase gasosa para a fase aquosa (SCHÄPPER et al.,

2009). Ainda, aumentar a concentração de O2 na fase gasosa do sistema e, quando possível,

aplicar um sistema de mistura capaz de proporcionar bons níveis de homogeneidade, podem

aumentar significativamente os níveis de OD no meio fermentativo (SCHÄPPER et al., 2009).

Com o intuito de organizar e fornecer uma melhor visualização acerca das estratégias

para detecção e controle de parâmetros em microbiorreatores, a Figura 9 apresenta um

fluxograma contendo tais questões salientadas.

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Figura 9. Fluxograma das principais estratégias para detecção e controle de parâmetros em microbiorreatores. Fonte: Elaboração própria.

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2.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante os últimos anos, os microbiorreatores têm sido desenvolvidos e aplicados com

sucesso nos bioprocessos. Vários trabalhos vêm comprovando a viabilidade acerca da aplicação

dessa tecnologia com o objetivo de se estudar o comportamento cinético de uma forma geral

em bioprocessos. Consequentemente, a aceitação e adoção dos microbiorreatores e demais

técnicas no âmbito da microescala têm crescido consideravelmente no campo dos processos

biotecnológicos.

Na sociedade atual, onde a bioeconomia cresce de forma consistente, juntamente com a

gradual migração dos processos químicos para a rota biotecnológica, o desenvolvimento e a

otimização de bioprocessos torna-se crucial para o estabelecimento de uma indústria sólida e

capaz de superar gargalos e desvantagens recorrentes. É nesse contexto que os

microbiorreatores tornam-se uma estratégia interessante para a triagem de parâmetros. Quando

desenvolvidos corretamente, eles são capazes de fornecer uma enorme quantidade de dados

precisos durante um pequeno período de tempo, de forma viável e reduzindo os custos das

experimentações.

Embora essa tecnologia seja atraente e pareça contornar problemas atuais, como o alto

custo das experimentações e a baixa precisão de dados, o desenvolvimento de um centro

equipado com as instalações adequadas para a construção de microbiorreatores requer um

orçamento oneroso. Ainda, a popularidade dos microbiorreatores e demais técnicas da

microescala nos bioprocessos ainda permanecem em baixa popularidade. Tal circunstância

pode ser explicada pela natural apreensão dos cientistas àquilo que lhes parece novo e

desconhecido, aliado ao relativo baixo número de trabalhos publicados sobre as contribuições

da tecnologia da microescala à biotecnologia industrial. As atuais limitações da adoção dos

microbiorreatores como ferramentas para estudos de processos biotecnológicos se resumem aos

métodos de detecção e controle de variáveis mais específicas. A maioria das aplicações

geralmente se limita à detecção e controle de temperatura, densidade celular, pH e concentração

de gases. Desta forma, bioprocessos mais complexos devem enfrentar muitas barreiras ao serem

conduzidos por essa tecnologia, dada a necessidade de sensores viáveis, de elevada

versatilidade e sofisticação. Além disso, a escalabilidade dos bioprocessos ainda é motivo de

desvantagens, a pequena natureza da microescala é diferente da escala de bancada convencional

e não deve ser comparada diretamente, dificultando as análises comparativas entra ambas.

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É perante esse cenário que, embora os estudos sinalizem para um grande potencial, há

muitas lacunas a serem vencidas e aspectos a serem explorados dentro do universo da

microescala voltada para os bioprocessos e biotecnologia industrial. Portanto, há muito a ser

explorado dentro do mundo da microescala dos bioprocessos e da biotecnologia industrial. Essa

abordagem apresenta um grande potencial e ainda encontra-se em sua infância. Portanto, há

muito a ser descoberto e desenvolvido, o que torna a tecnologia do microbiorreator um campo

de estudo emocionante, dotando o presente trabalho de caráter relativamente inovador e de

fundamental importância no cenário nacional. Não obstante, devido à sua natureza multi, inter

e transdisciplinar, a ciência dos microbiorreatores exige o trabalho colaborativo entre as mais

diferentes ciências para que se desenvolvam ferramentas viáveis, intuitivas e talvez até mesmo

revolucionárias, capazes de reduzir custos e o tempo gasto durante a engenharia de bioprocessos

industriais.

Diante do exposto, o presente trabalho foi concebido com o intuito de elucidar de forma

sistemática o campo dos microbiorreatores, mediante ferramentas prospectivas de pesquisa,

tendo em vista a necessidade de se fazer uma varredura dessa importante temática, em que

pesem suas possibilidades, aplicações e elevado potencial tecnológico. Somado à escassez de

estudos no cenário nacional, provê-se uma preciosa oportunidade para que trabalhos futuros

sejam desenvolvidos com maior embasamento. O momento nunca foi tão promissor.

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CAPÍTULO 3 PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA

Como hábito desde os prolegômenos da evolução do ser humano e suas sociedades,

preocupar-se com o futuro erigiu-se como um instinto natural não apenas para a perpetuação da

espécie, mas também de bens, costumes e ideias. No passado, exprimir condições futuras

compunha-se de profecias, previsões, ensaios e livros que suscitavam o olhar crítico para o

futuro, no intuito de melhorar o estado presente em busca do desenvolvimento (OLIVEIRA,

2014).

Apesar de sua prática milenar, a visão de futuro permaneceu-se tendenciosa e

determinística até o final da II Guerra Mundial. Até então, o estudo do futuro baseava-se em

um enfoque unidirecional, fundamentado em comportamentos históricos. Chamado de previsão

clássica, tal abordagem torna-se falha ao negligenciar ambientes dinâmicos, onde rupturas

políticas, econômicas e sociais surgem frequentemente. Este cenário marcou o período pós-

guerra, durante a década de 1950, no qual as novas inter-relações e interferências entre os

autores passou a fazer parte do conceito de futuro. De forma não determinada, portanto, a visão

de futuro passou a ser construída a partir de ações presentes protagonizadas pelos seus autores

e suas ações e interações (OLIVEIRA, 2014).

Hodiernamente, prospectar o futuro deixou de ser apenas uma prática adicional para se

tornar um estudo medular no desenvolvimento de empresas, sociedades e economias (PORTER

et al., 2004). A análise de tecnologias emergentes confere uma grande vantagem competitiva,

sendo capaz de detectar ameaças, tendências e oportunidades (COELHO apud OLIVEIRA,

2014). De tal forma, seu exercício tornou-se fundamental para o direcionamento de estratégias

e decisões a serem executadas por governos, no intuito de fortalecer suas economias; e

instituições e empresas, a fim de sucederem no processo de desenvolvimento de pesquisa e

inovação.

Sob tais circunstâncias, os estudos de futuro, comumente chamados de Estudos de

Prospecção Tecnológica, sob denominação internacional de foresight, forecast, future studies

ou future assessments, tornaram-se capazes de fornecer as principais tendências do estado da

arte de uma tecnologia, produto ou setor. De tal forma, são capazes de identificar tecnologias

promissoras e úteis, assim como no estabelecimento de parcerias entre setores e instituições

endereçadas.

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Devido ao olhar abrangente da Prospecção Tecnológica, seus estudos devem ser de

natureza multi e interdisciplinar, apoiando-se no tripé informação, tecnologia e participação da

sociedade. Ademais, é crucial que se envolva mais de uma estratégia, método ou técnica, de

cunho quantitativo e também qualitativo, a fim de compensar deficiências e restrições de cada

uma das estratégias adotadas (OLIVEIRA, 2014).

De acordo com Porter et al. (2004), os métodos e estratégias de prospecção podem ser

agrupadas e classificadas nas seguintes famílias: Análise de Tendências, Cenários, Criatividade,

Métodos Descritivos e Matrizes, Métodos Estatísticos, Modelagem e Simulação,

Monitoramento e Sistemas de Inteligência, Opinião de Especialistas, e Sistemas de Avaliação

e Decisão. Dentre tais, o Monitoramento e Sistemas de Inteligência é a técnica mais básico

dentre das famílias, constituindo-se da observação e checagem de fontes básicas de informações

de significância para dada finalidade. Desta forma, torna-se fundamental para qualquer

atividade de prospecção. Dentre as fontes de informação utilizadas, encontram-se aquelas de

natureza técnica: artigos científicos, patentes, catálogos, anais, revistas, jornais, entre outros.

Não obstante, fontes de informações não literárias, como opinião de especialistas, são

comumente adotadas em tal estratégia (OLIVEIRA, 2014).

No que tange ao monitoramento de informações científico-tecnológicas, artigos

científicos e depósitos de patentes constituem dois principais instrumentos de estudos. Os

artigos científicos são publicados em periódicos de natureza científica com o intuito de

preservar e divulgar conhecimento científico, assim como estabelecer comunicações entre

autores e grupos de cientistas (MUELLER apud OLIVEIRA, 2014). As patentes, por sua vez,

são documentos titulares outorgados pelo Estado, de propriedade temporária sobre dada

invenção, fruto de uma pesquisa e/ou desenvolvimento tecnológico, no qual seus autores são

forçados a revelar de forma detalhada o conteúdo técnico de tal inovação (INPI, 2017). Desta

forma, mediante os estudos prospectivos, artigos científicos podem ser interpretados como

indicadores de natureza científica, enquanto que patentes podem indicar tendências de natureza

tecnológica.

Consequentemente, a adoção de artigos científicos e patentes como principais fontes de

informação prospectiva tem se mostrado uma ferramenta consistente para a análise de

tendências e estabelecimento de estratégias e decisões. A quantidade e o detalhamento de

informações contido em sua estrutura proporcionam a identificação de novos mercados e

tecnologias, previsão de novas tendências, mapeamento e evolução de tecnologias já

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64

consolidadas, definição de oportunidades tecnológicas, dentre várias outras possibilidades

(OLIVEIRA, 2014).

Em tal contexto, a plataforma Scopus® (Elsevier, Amsterdã) denota-se como uma

potente base de dados para a busca de artigos científicos, tendo em vista sua coleção de

documentos científicos que extrapola a marca de 38 milhões de arquivos, os quais são

adicionados diariamente. Além dos documentos, a base oferece ainda uma gama de ferramentas

analíticas de fácil manipulação (ELSEVIER, 2017).

Já no âmbito patentário, a plataforma Orbit Intelligence® (Questel, Paris) compreende-

se em uma forte fonte de documentos de patentes diariamente catalogados. Seu diferencial

consiste na capacidade de executar estratégias de busca simples ou altamente avançadas, bem

como em analisar e monitorar os resultados a partir de uma poderosa ferramenta analítica. Sua

interface é bastante simplificada e indutiva, facilitando a execução de estudos prospecção

tecnológica (QUESTEL, 2017).

Dentre as várias estratégias de Prospecção Tecnológica descritas na literatura, destaca-

se aquela descrita por Bahruth, Antunes e Bomtempo (2006), a qual é dividida em quatro

diferentes fases, considerando a execução, organização e conclusão dos estudos prospectivos

conforme demonstrado na Figura 10.

Figura 10. Sequência de fases a serem adotadas para a execução, organização e conclusão da prospecção

tecnológica segundo Bahruth, Antunes e Bomtempo (2006).

Em suma, dada a ocasião em que se deseja estudar tecnologias e/ou abordagens que se

encontram em sua fase inicial, o monitoramento de patentes torna-se interessante para a melhor

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65

compreensão e análise de tal contexto. Diante de tais circunstâncias, a Prospecção Tecnológica

apresenta-se como um poderoso norteador, capaz de indicar quais os passos a serem seguidos;

quais as decisões a serem tomadas; quais as oportunidades a serem exploradas, rumo ao

desenvolvimento de tecnologias de sucesso científico e mercadológico.

Page 66: Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de ...€¦ · Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos Raphael Carvalho Prado Rio de Janeiro

66

CAPÍTULO 4 METODOLOGIA

Considerando as várias estratégias de Prospecção Tecnológica descritas na literatura, o

Monitoramento e Sistemas de Inteligência foi adotado como principal estratégia para a

realização do presente trabalho. Ainda, a metodologia aplicada para tal foi realizada com base

no método prospectivo realizado por (OLIVEIRA, 2014) e descrito por Bahruth, Antunes e

Bomtempo (2006), conforme a Figura 10 do Capítulo 3.

De tal forma, no Capítulo 4 apresentar-se-ão as Fases 1 e 2 da metodologia discutida,

seguido pelo Capítulo 6 que versar-se-á sobre as Fases 3 e 4. Adiante, descrever-se-á a

metodologia abordada para a elaboração do Capítulo 6 – Estudo de Caso do presente trabalho.

4.1 FASE 1: PREPARATÓRIA

A Fase 1 Preparatória consistiu-se no detalhamento da metodologia de prospecção

tecnológica e das fontes de informação empregadas para a realização do presente trabalho.

O estudo sobre microbiorreatores e sua aplicação no desenvolvimento de bioprocessos

iniciou-se a partir do processo de incorporação de informações relevantes, com o intuito final

de se formar uma visão técnica sobre o tema. Para tal, foi executada uma extensa revisão

bibliográfica referente aos microbiorreatores, metodologias de microfabricação e suas

aplicações nos mais diversos campos da ciência. Adicionalmente, foi realizado um estudo

prévio de busca de patentes, a fim de definir estratégias de busca a serem adotadas nas fases

seguintes. Após o levantamento de dados, a estrutura da metodologia de prospecção tecnológica

foi elaborada. De tal forma, as principais fontes de informação adotadas no presente estudo

foram artigos científicos e documentos de patentes.

4.2 FASE 2: PRÉ PROSPECTIVA

A Fase 2 Pré Prospectiva consistiu-se no delineamento da prospecção da inovação bem

como na análise da curva de crescimento da tecnologia. Para tanto, foram determinados os

seguintes critérios:

• Seleção da base de dados a ser adotada para a Prospecção da Inovação;

• Limitação do período de busca;

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67

• Descrição da estratégia de busca a ser aplicada;

• Elaboração da curva de crescimento da tecnologia utilizando artigos científicos e

documentos de patentes;

• Construção do panorama dos pedidos de patentes no mundo;

• Determinação dos países de origem da tecnologia e dos principais mercados

potencialmente protegidos para documentos de patentes;

• Mapeamento das principais instituições detentoras de artigos científicos e pedidos de

patentes;

• Identificação de residentes brasileiros como autores de artigos científicos e/ou

inventores de patentes;

• Reconhecimento dos principais aspectos específicos que têm sido temas de artigos

científicos e patentes;

• Monitoramento da atuação comercial dos principais players na fabricação de

microbiorreatores;

No presente estudo, a base de dados abordada para a prospecção tecnológica de artigos

científicos foi o Scopus® (Elsevier, Amsterdã). No que se dizer respeito aos documentos de

patentes, a base de dados adotada foi o Orbit Intelligence® (Questel, Paris).

4.2.1 Estratégia de Busca

Com o propósito de se estabelecer uma análise do cenário científico que contempla a

tecnologia dos microbiorreatores, as buscas por artigos científicos deram-se em uma primeira

instância. Tal busca teve como objetivo inicial a análise do cenário científico enfocado apenas

na tecnologia de biorreatores microfluídicos especializados em bioprocessos industriais e não

industriais. Para tanto, foi dada prioridade para os termos “microbioreactor” e

“microfermentor” nos campos título do artigo, resumo e palavras-chave, como estratégia de

busca para a base de dados Scopus®.

Para a prospecção de patentes, no intuito de abranger e recuperar o maior número

possível de documentos pertinentes ao propósito do presente estudo, adotou-se como estratégia

de busca o uso de palavras-chave sinônimas ao termo “microbioreactor”, no campo título e

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68

resumo dos pedidos de patentes. Ainda, algumas palavras-chave foram truncadas ao utilizar de

um caractere auxiliar (+), o qual é responsável por indicar variações menores no termo de busca

na pesquisa (como por exemplo, plurais), a fim de se englobar um maior número de resultados

pertinentes. O Quadro 2 apresenta todas as palavras-chave utilizadas na estratégia de busca

utilizando a base de dados Orbit Intelligence®.

Quadro 2. Palavras-chave abordadas na estratégia de busca da prospecção tecnológica de patentes.

Palavras-chave

microbioreactor+ microfermentor+ “miniaturized bioreactor+”

“microfluidic bioreactor+” microreactor+ microplate+

Ainda, além da adoção das palavras-chave sinônimas do termo “microbioreactor”, foi

abordada a Classificação Internacional de Patentes (CIP) pertinente ao assunto estudado. De tal

modo, a classe/subclasse C12M entende-se como a que melhor classifica os microbiorreatores,

referindo-se a aparelhos para enzimologia ou microbiologia (Figura 11) (INPI, 2017).

Figura 11. Descrição da seção, classe e subclasse da CIP abordada na estratégia de prospecção tecnológica de

patentes.

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69

Dentro do grupo C12M, foram adotadas as subseções C12M 1/00 e C12M 3/00,

conforme indicado no Quadro 3.

Quadro 3. Descrição das subseções da CIP C12M adotadas na metodologia de prospecção tecnológica de

patentes.

Subseção Descrição

C12M 1/00 ➢ Aparelhos em que são produzidos ou isolados micro-organismos ou enzimas;

➢ Aparelhos em que são investigadas características de micro-organismos ou

enzimas;

➢ Aparelhos especialmente adaptados para empregar micro-organismos ou enzimas

como reagentes ou biocatalisadores;

➢ Aparelhos para uso em escala tanto industrial como laboratorial.

C12M 3/00 ➢ Aparelhos para cultura de tecidos, células de animais ou plantas, ou de vírus.

De forma geral, a estratégia de busca final consistiu na adoção de seis palavras-chave

sinônimas, restringidas por duas CIP pertinentes ao tema dos microbiorreatores, conforme

demonstrada no Quadro 4.

Quadro 4. Estratégia de busca adotada para a busca de pedidos de patentes na base de dados Orbit Intelligence®.

Palavras-chave/ CIP

C12M 1/00 microbioreactor+ microfermentor+ “miniaturized bioreactor+”

C12M 3/00 “microfluidic bioreactor+” microreactor+ microplate+

Todas as buscas de artigos científicos e documentos de patentes envolvidas no presente

trabalho foram realizadas no período que contempla o primeiro e segundo semestre de 2017. O

período de abrangência das buscas em cada uma das bases de dados é indicado no Quadro 51.

1 A disponibilidade de documentos em cada base de dados é diferente, resultando na divergência da datação e

abrangência temporal dos documentos.

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70

Quadro 5. Período de abrangência e de realização das buscas para cada base de dados adotada.

Base de Dados Abrangência da Busca Período de Realização

Scopus® 1981 - 2017 Junho 2017

Orbit Intelligence® 1976 - 2017 Novembro 2017

4.2.2 Análise Taxonômica de Artigos Científicos

Com o objetivo de realizar um estudo refinado perante o atual contexto técnico dos

microbiorreatores e sua tecnologia, os artigos científicos provenientes das buscas na base de

dados Scopus® foram avaliados quanto à sua relevância, disponibilidade de informações no

escopo do texto e disponibilidade de acesso ao documento. Para tal análise, o período temporal

abrangeu apenas os últimos 5 anos (2012-2017). Consequentemente, foram identificadas as

principais tendências abordadas nos estudos, fornecendo, portanto, base para a criação de

taxonomias para a classificação dos mesmos.

As taxonomias abordadas foram subdivididas em duas classes: macro (objetiva) e micro

(subjetiva). De tal forma, as respectivas definições de cada taxonomia são descritas no Quadro

6.

Quadro 6. Taxonomias adotadas na análise taxonômica dos artigos científicos.

Classe Taxonomia Descrição

Macro

Detalhamento do Dispositivo? Se o artigo apresenta o detalhamento do

dispositivo, seja este em desenho ou

descrição

Comparação com Escalas

Superiores?

Se o artigo apresenta estudos comparando

os resultados obtidos a partir dos

microbiorreatores com resultados análogos

às escalas convencionais

Aplicação do Microbiorreator? Se o artigo, além de desenvolver o

microbiorreator, envolve estudos com sua

aplicação

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71

Cálculo de Parâmetros? Se o artigo apesenta cálculo de parâmetros

de relevância para o dispositivo e/ou

aplicação

Micro

Fabricante/Composição do

Dispositivo

Qual a composição material do

microbiorreator ou qual o seu fabricante

Organismo Abordado Qual o organismo biológico foi adotado no

bioprocesso

Finalidade do Bioprocesso Qual a finalidade do bioprocesso

Parâmetros Controlados Quais os parâmetros foram controlados

durante o bioprocesso

Análise Temporal Análise subjetiva quanto ao tempo de

incorporação do microbiorreator como

potencial de mercado

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72

CAPÍTULO 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Pautando-se na lógica da metodologia de prospecção adotada no presente trabalho, o

Capítulo 4 apresentou os passos imbuídos nas Fases 1 (Preparatória) e 2 (Pré-Prospectiva), nas

quais a metodologia de prospecção tecnológica foi explanada e detalhada, definindo ainda a

fonte de informações a ser adotada. Por conseguinte, o presente capítulo tratar-se-á dos

resultados obtidos, integrando as Fases 3 e 4, as quais consistem nas etapas de Prospectiva e

Pós-prospectiva, respectivamente.

5.1 FASE 3: PROSPECTIVA

Assim como descrito por Bahruth, Antunes e Bomtempo (2006), a Fase 3 consiste na

coleta, tratamento e análise dos dados obtidos a partir da estratégia metodológica definida,

suscitando a prospecção da inovação e a análise da curva de crescimento da tecnologia dos

microbiorreatores.

A estratégia de busca realizada na base de dados Scopus® proveu 286 resultados que

abordam a construção e/ou aplicação de microbiorreatores para os mais variados fins. Os

documentos foram organizados e avaliados estatisticamente com o auxílio das ferramentas de

análise de dados da base Scopus®. Em sequência, a partir da análise subjetiva perante a

relevância, disponibilidade de informações no escopo do texto e disponibilidade de acesso dos

286 resultados, foram selecionados 64 artigos científicos para a análise taxonômica.

Para a estratégia de busca realizada na base de dados Orbit Intelligence®, foram obtidos

229 resultados, dos quais todos apresentavam resumo e demais informações relevantes para sua

análise, sem nenhuma sobreposição de número de prioridade, considerando-se assim, portanto,

a ausência de replicatas. Os documentos foram organizados e submetidos ao processo de

validação, no qual foi avaliada a pertinência subjetiva dos documentos perante o tema e foco

do assunto referente aos microbiorreatores e sua tecnologia.

O processo de validação resultou na exclusão de 8 documentos de patentes que não

abrangiam o tema abordado, conferindo uma pertinência de 97% dos resultados (220

documentos) obtidos pela estratégia de busca adotada, conforme mostrado na Figura 12. Dentre

os documentos excluídos, o tema abordado tratava-se de métodos e aparatos de centrifugação;

termocicladores; métodos de limpeza de dispositivos laboratoriais; sistema de emulsão

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macromolecular; desenvolvimento de meio de cultura; e automação de análises de ácidos

nucleicos em escala macromolecular.

Figura 12. Avaliação da pertinência dos documentos obtidos a partir da estratégia de busca adotada referente ao

tema de cada documento.

De forma resumida, a Tabela 1 apresenta os resultados obtidos a partir das duas

estratégias de buscas utilizando as bases de dados Scopus® e Orbit Intelligence®.

Tabela 1. Resultados obtidos e avaliados a partir das buscas utilizando as bases Scopus® e Orbit Intelligence®.

Base de Dados Resultados Obtidos Resultados Avaliados

Scopus® 286 artigos 64 artigos

Orbit Intelligence® 229 patentes 220 patentes

5.2 FASE 4: PÓS-PROSPECTIVA

De maneira lógica, a etapa pós-prospectiva consiste na comunicação dos resultados

obtidos, implementando as ações de monitoramento para a prospecção da inovação e do ciclo

de vida da tecnologia dos microbiorreatores.

97%

3%

Pertinentes

Não Pertinentes

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74

5.1.1 Base de Dados de Artigos Científicos - Scopus®

Perante a análise de primeira instância dos artigos científicos, as 286 publicações

oriundas das buscas na base de dados Scopus® foram analisadas com o auxílio das ferramentas

estatísticas da própria plataforma. De tal forma, com o intuito de se estabelecer um panorama

referente à evolução temporal da tecnologia dos microbiorreatores, a Figura 13 apresenta a

relação de artigos publicados por ano no período entre 1981 e 2017.

Figura 13. Evolução temporal das publicações científicas sobre a tecnologia dos microbiorreatores, a partir da

base de dados Scopus®.

Por meio da Figura 13, percebe-se um consistente crescimento no número de

publicações anuais relacionadas à tecnologia dos microbiorreatores a partir de 2005.

Interessantemente, Whitesides (2006) e Oliveira et al. (2016) descrevem em seus textos a

emergência da aplicação da microfluídica e sua tecnologia em bioprocessos na década de 2000.

De fato, o número de publicações sobre microbiorreatores anteriores a essa data são quase

inexistentes. A tecnologia microfluídica, suscitada ao final da década de 1970, nasceu

entremeio os processos de natureza química, sendo rapidamente aplicada aos processos

bioquímicos da implume biologia molecular, durante a década de 1980. Deveras, a aplicação

dos bioprocessos em pequena escala ainda não era um tema de alta relevância científica,

refletindo no número de artigos científicos gerados a partir do tema. Possivelmente, as

limitações tecnológicas da época tenham contribuído para esse cenário.

1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 02

0 0 1 1 1 0 0 1 2 3 3

6

14

20

12

15

24

19

25 25

21

27

19

26

17

0

5

10

15

20

25

30

1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017

No

de

Do

cum

ento

s

Ano

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75

Entretanto, após sua emergência, o estudo dos microbiorreatores manteve-se consistente

através dos anos, provendo avanço nas técnicas, metodologias e aplicações agregadas à

tecnologia.

Em relação à distribuição geográfica dos artigos científicos, a Figura 14 apresenta os

principais países de origem do primeiro autor dos documentos avaliados. Entre eles, encontra-

se em primeiro lugar os EUA com um total de 73 artigos. O segundo país com maior número

de publicações científicas é a Alemanha, com 43 artigos, seguido pela Grã-Bretanha, com 35

artigos. Os demais países desse ranking são: Dinamarca, Austrália, China, Japão, Taiwan,

Malásia, França, Itália e Holanda. O Brasil encontra-se em 15º lugar, com um total de 6 artigos

(dado não demonstrado).

Figura 14. Países de origem das publicações científicas obtidas a partir da base Scopus®.

A partir da Figura 14, percebe-se que a origem da tecnologia dos microbiorreatores se

concentra majoritariamente nos EUA. Analogamente, a tecnologia microfluídica surgiu a partir

das necessidades que o programa Apollo demandava (ELVEFLOW, 2017). Desta forma, torna-

se claro o motivo pelo qual a concentração dos estudos sejam oriundos dos EUA, uma vez que

o país investiu uma grande quantidade de recursos e criou uma variedade de programas que

incentivaram o surgimento e desenvolvimento dos microbiorreatores.

73

43

35

19

17

16

15

13

11

8

8

8

0 10 20 30 40 50 60 70 80

EUA

Alemanha

Grã-Bretanha

Dinamarca

Austrália

China

Japão

Taiwan

Malásia

França

Itália

Holanda

No de Documentos

Paí

s

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76

A Alemanha por sua vez, em segundo lugar no ranking, possui uma série de empresas

voltadas para o desenvolvimento de tecnologias referentes aos microbiorreatores. Em destaque,

encontra-se a empresa mp2-labs, que é especializada no desenvolvimento e melhoramento de

microbiorreatores e aparatos para sua utilização. Como por exemplo, o BioLector© é um dos

principais produtos comercializados pela empresa alemã, sendo este capaz de controlar e

detectar uma série de parâmetros de alto interesse como taxa de alimentação e oxigênio

dissolvido, pH, temperatura e agitação (M2P LABS, 2017).

A Grã-Bretanha, por sua vez, possui um grande centro de pesquisas envolvendo

microbiorreatores, situado no Departamento de Engenharia Bioquímica da UCL. É também

neste centro de pesquisas que se encontra o autor com maior número de artigos publicados,

Szita, N., conforme mostrado na Figura 15. Como uma de suas primeiras contribuições para o

desenvolvimento de microbiorreatores, o trabalho intitulado “Development of a multiplexed

microbioreactor system for high-throughput bioprocessing” (SZITA et al., 2005) refere-se

ao desenvolvimento de um sistema de microbiorreatores dispostos em série para o cultivo de E.

coli. Entretanto, a grande contribuição desse trabalho não se encontra no desenvolvimento do

dispositivo em questão, mas sim no seu pioneirismo quanto à paralelização de várias cópias do

mesmo microbiorreator, resultando em um alto rendimento de dados.

Figura 15. Principais autores de artigos científicos obtidas a partir da base Scopus®.

17

15

13

12

11

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

Szita, N.

Wu, M.H.

Sinskey, A.J.

Bocazzi, P.

Gernaey, K.V.

No de Documentos

Au

tor

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77

Com o segundo maior número de publicações científicas, o autor Wu, M.H., de acordo

com a plataforma Scopus®, é filiado à Chang Gung University (Taiwan). Em terceiro e quarto

lugar, encontram-se os autores Sisnkey, A.J. e Bocazzi, P., ambos filiados ao Massachusetts

Institute of Technology (MIT)(EUA). Finalmente, o quinto autor com maior número de artigos

é Gernaey, K.V., filiado à Danmarks Tekniske Universitet (Dinamarca). De maneira

complementar, a Figura 16 apresenta as instituições de maior relevância perante às buscas

realizadas na base Scopus®.

Figura 16. Principais instituições filiadas aos artigos científicos obtidos a partir da base Scopus®.

Ao mesclar as informações das Figuras 14, 15 e 16, percebe-se a correlação entre os

principais autores, suas filiações e o país de origem dos artigos publicados. Desta forma, dar-

se-á destaque às seis instituições de principal contribuição para a tecnologia dos

microbiorreatores.

Localizado em Cambridge, Massachusetts (EUA), o Instituto de Tecnologia de

Massachusetts (MIT) compreende em uma universidade privada de especialidade em ciências

aplicadas e engenharia. O MIT detém algumas das primeiras publicações envolvendo os

microbiorreatores, sendo a principal instituição referente ao tema abordado. Dentre as

publicações, o principal departamento envolvido é o Departamento de Biologia, e seus artigos

23

18

13

12

11

11

0 5 10 15 20 25

Massachusetts Institute of Technology

Danmarks Tekniske Universitet

UCL

University of Queensland

Technische Universitat Braunschweig

Chang Gun University

No de Documentos

Inst

itu

ição

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78

transitam desde a pura criação e controle de microbiorreatores, aparatos e detectores, até

aplicações complexas como biologia sintética e cultura de tecidos e órgãos.

A Universidade Técnica da Dinamarca (Danmarks Tekniske Universitet - DTU), situada

em Lyngby (Dinamarca), é uma das instituições líderes em engenharia da Europa. Em

colaboração com os trabalhos desenvolvidos no MIT, a DTU também detém algumas das

primeiras publicações envolvendo microbiorreatores. Dentro da universidade, o principal

departamento envolvido no tema é o Departamento de Engenharia Química e Bioquímica e seus

artigos publicados são focados na construção e aprimoramento de microbiorreatores. Das 18

publicações detidas pela instituição, apenas três são de aplicações específicas.

A UCL, situada em Londres (Inglaterra), é uma universidade que abrange as mais

diversas áreas de estudos, não se limitando às ciências aplicadas e engenharias. Sua

contribuição aos microbiorreatores é mais recente, iniciando-se apenas em 2008, oscilando

entre artigos especializados no desenvolvimento de microbiorreatores e suas tecnologias e

aplicações específicas como culturas de tecidos. Apesar da sua introdução ao tema de forma

mais tardia, a UCL é a única instituição, dentre aquelas aqui discutidas, que apresenta uma

disciplina especializada na abordagem microfluídica em bioprocessos (UCL, 2017).

A University of Queensland, situada em Brisbane, Queensland (Austrália), também é

uma universidade que abrange diferentes áreas de estudos. Os seus primeiros artigos sobre

microbiorreatores deram-se em 2009, tendo uma forte contribuição nos últimos anos. Nos

últimos anos, entretanto, o tema de publicação concentra-se em aplicações mais específicas,

com um grande foco no cultivo de células tronco e técnicas de diferenciação celular. Por

exemplo, o artigo intitulado “Full factorial screening of human embryonic stem cell

maintenance with multiplexed microbioreactor arrays” (TITMARSH et al., 2013),

publicado no periódico Biotechnology Journal, versa sobre o estudo da diferenciação celular de

células tronco pluripotentes de humano (hPSCs) a partir de condições ambientais aplicadas em

um microbiorreator desenvolvido anteriormente pelos mesmos autores. Mais especificamente,

foram cultivadas células hPSCs na presença ou ausência de ácido retinóico em combinação com

diferentes níveis de fatores parácrinos. Como resultado, notou-se a influência negativa na

pluripotência das células a partir do aumento da concentração dos fatores parácrinos. Além

disso, o trabalho conclui que a aplicação do microbiorreator em questão configura-se como uma

ferramenta promissora no controle de microambientes celulares.

Page 79: Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de ...€¦ · Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos Raphael Carvalho Prado Rio de Janeiro

79

A Universidade de Tecnologia de Braunschweig (Technische Universitat

Braunschweig) situa-se em Braunschweig, Land Niedersachsen (Alemanha) e é uma

universidade técnica, especializada em ciências aplicadas e engenharias. Os primeiros artigos

publicados por essa universidade se deram a partir de 2010 e inicialmente focaram na

construção dos dispositivos.

Finalmente, a Chang Gung University é uma universidade tailandesa, localizada no

Distrito Guishan, Taoyuan. Sua contribuição nas publicações sobre microbiorreatores

consistem em artigos especializados em culturas de células de mamífero e aplicações médicas.

Em relação aos 6 artigos científicos publicados por autores filiados a instituições

brasileiras, apenas 4 foram publicados somente por instituições do Brasil, o equivalente a 1,4%

do total de artigos obtidos. De tal forma, a Tabela 2 apresenta os dados específicos dos

referentes quatro artigos científicos.

Tabela 2. Títulos, instituições, autores e ano de publicação dos artigos publicados somente por instituições

brasileiras, obtidos a partir da base Scopus®.

Título Instituição Autores Ano

Microfluidic tools toward industrial

biotechnology

Universidade Estadual de

Campinas

Universidade Federal de

São Carlos

Oliveira, A.F.

Pessoa, A.C.S.N.

Bastos, R.G.

de la Torre, L.G.

2016

Cultivation of yeast in diffusion-

based microfluidic device

Universidade Estadual de

Campinas

Oliveira, A.F.

Pelegati, V.B.

Carvalho, H.F.

Cesar, C.L.

Bastos, R.G.

de la Torre, L.G.

2016

Use of poly(methyl

methacrylate)/polyethyleneimine

flow microreactors for enzyme

immobilization

Universidade Federal de

Juiz de Fora

Universidade de São

Paulo

Cerqueira, M.R.F.

Santos, M.S.F.

Matos, R.C.

Gutz, I.G.R.

Angnes, L.

2015

Evaluation of pre-induction

temperature, cell growth at

induction and IPTG concentration

on the expression of a leptospiral

protein in E. coli using shaking

flasks and microbioreactor

Fiocruz

Larentis, A.L.

Nicolau, J.F.M.Q.

Esteves, G.D.S.

Vareschini, D.T.

De Almeida, F.V.R.

Dos Reis, M.G.

Galler, R.

Medeiros, M.A.

2014

Page 80: Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de ...€¦ · Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos Raphael Carvalho Prado Rio de Janeiro

80

Conforme a Tabela 2, os dois artigos mais recentes são oriundos da Universidade

Estadual de Capinas (UNICAMP). O mais recente, intitulado “Microfluidic tools toward

industrial biotechnology”, publicado no periódico Biotechnology Progress, trata-se de um artigo

de revisão referente às tecnologias da microfluídica e suas contribuições para o

desenvolvimento de bioprocessos industriais. Nele são descritas e exemplificadas as principais

abordagens microfluídicas adotadas para o desenvolvimento de processos bioquímicos, bem

como na teoria por detrás das técnicas. Dentre tais abordagens, encontram-se os

microbiorreatores. Nessa publicação, o objetivo geral consistiu em destacar os pontos fortes das

técnicas microfluídicas para chamar a atenção da comunidade científica às oportunidades que

as estratégias possam oferecer. Já o segundo artigo científico, consiste no desenvolvimento de

um dispositivo baseado em gradiente de concentração para o cultivo de células de S. cerevisiae.

Apesar dos resultados serem promissores, sendo capaz de reproduzir o modelo de Monod no

cultivo da cepa, o dispositivo criado no referente trabalho é bastante simples, excluindo-se de

sensores integrados para controle e detecção de parâmetros. A técnica utilizada para o controle

das células consiste em um aparato de raios infravermelhos para a produção de imagens e

respectiva visualização das células.

O artigo publicado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) em conjunto à

Universidade de São Paulo (USP) refere-se ao desenvolvimento de um microbiorreator

enzimático feito a partir de PMMA puro, especializado na imobilização de enzimas para reações

catalíticas de diversas naturezas. Foi demonstrada a capacidade de se imobilizar mais de um

tipo de enzimas utilizando glutaraldeído como sistema de fixação enzimática. Dentre as

enzimas testadas, encontram-se a glicose oxidase, ascorbato oxidase, catalase, glutamato

desidrogenase e o complexo glicose oxidase-peroxidase de rábano silvestre. O trabalho

apresenta, além dos dados referentes à cinética enzimática, todo o detalhamento ilustrado do

microbiorreator em questão.

Finalmente, o trabalho publicado pela Fiocruz consistiu na avaliação da expressão

heteróloga de uma proteína similar à imunoglobulina de Leptospira (Lig) em células de E. coli

BL21 adotando o método convencional em escala de bancada e um método de menor escala.

Embora o artigo reivindique o termo microbiorreator, as culturas realizadas no mesmo

consistiam em volumes de 70mL, contrariando a definição de microescala adotada no presente

trabalho de dissertação. Uma vez que os volumes atingem a grandeza mililitro, a escala do

Page 81: Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de ...€¦ · Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos Raphael Carvalho Prado Rio de Janeiro

81

mesmo denota-se miliescala. Portanto, questiona-se a adoção do termo microbiorreator como

apropriado para a abordagem utilizada.

5.1.2 Análise Taxonômica de Artigos Científicos

Com o intuito de se estudar em detalhes o contexto técnico dos 286 artigos científicos

obtidos pelas buscas na base de dados Scopus®, foram selecionadas 62 publicações para a

análise taxonômica de acordo com a sua relevância, disponibilidade de informações no escopo

do texto e disponibilidade de acesso ao documento.

Para a análise Macro, foram questionadas, de maneira objetiva, a presença de quatro

quesitos no escopo dos artigos. A primeira questão refere-se à disponibilidade do detalhamento,

ilustrativo ou descritivo, do dispositivo em questão. Como resultado, 40 documentos (65%)

apresentaram o detalhamento, e 22 (35%) não apresentavam o detalhamento (Figura 17).

Figura 17. Relação de artigos científicos obtidos a partir da base Scopus® que disponibilizaram o detalhamento

do microbiorreator em estudo.

Entre os 40 artigos do grupo positivo, o detalhamento dos microbiorreatores geralmente

aparece na seção de metodologia, onde são descritas as estratégias de microfabricação,

materiais utilizados, princípios do microbiorreator e ilustrações CAD. Portanto, o

desenvolvimento do dispositivo comporta-se como parte metodológica do trabalho, imbuindo

65%

35%

Page 82: Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de ...€¦ · Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos Raphael Carvalho Prado Rio de Janeiro

82

como resultados os dados de desempenho e aplicações. Dentre os 22 artigos que não

apresentaram o detalhamento do dispositivo, percebeu-se que a porção majoritária de tais

estudos adotava microbiorreatores comercialmente disponibilizados ou desenvolvidos em

trabalhos predecessores. Nesse caso, o foco dos trabalhos incumbia apenas em aplicações

específicas, como screening celular, otimização de bioprocessos e análise de expressão

heteróloga de proteínas.

Ao questionar a presença de estudos comparativos entre o desempenho de

microbiorreatores e reatores de escalas convencionais, apenas 21 artigos (34%) apresentaram-

na (Figura 18). Para essa taxonomia em específico, não foi observado nenhum padrão

correlativo. Todavia, é importante ressaltar aqui que comparar os dados obtidos em microescala

com aqueles análogos em escalas convencionais torna-se o maior critério de relevância para

que se prove a viabilidade do método abordado. Quando o contexto encontra-se em um cenário

ainda juvenil, tal premissa faz-se ainda mais necessária para garantir a confiabilidade do estudo

em questão.

Figura 18. Relação de artigos científicos obtidos a partir da base Scopus® que realizaram estudos comparativos

entre os resultados obtidos utilizado microbiorreatores e reatores de escalas convencionais.

Para a questão envolvendo a aplicação dos microbiorreatores, 46 documentos (74%)

envolviam aplicações de contexto específico contra 16 documentos (26%) que não o fizeram,

conforme ilustrado na Figura 19.

34%

66%

Page 83: Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de ...€¦ · Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos Raphael Carvalho Prado Rio de Janeiro

83

Figura 19. Relação de artigos científicos obtidos a partir da base Scopus® que apresentaram aplicações práticas

aos microbiorreatores desenvolvidos.

Dentre os documentos que não apresentaram aplicações, todos basearam-se apenas no

desenvolvimento do dispositivo e/ou aparatos auxiliares para seu funcionamento. Nesse caso,

quatro dos 16 documentos não realizaram experimentos de bioprocesso algum, baseando-se em

parâmetros inorgânicos. Entre eles, dois artigos propuseram o desenvolvimento de métodos de

agitação e mistura, um sobre a capacidade de dispersão de oxigênio no dispositivo e um que

apresentou um protocolo de fabricação de microbiorreatores cilíndricos.

Finalmente, ao questionar a presença dos cálculos de parâmetros, 44 documentos (71%)

fizeram-no contra 18 (29%) que não o fizeram (Figura 20).

74%

26%

Page 84: Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de ...€¦ · Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos Raphael Carvalho Prado Rio de Janeiro

84

Figura 20. Relação de artigos científicos obtidos a partir da base Scopus® que realizaram e disponibilizaram o

cálculo de parâmetros relevantes para o bioprocesso em questão.

Embora 18 artigos não tenham apresentado os cálculos de parâmetros, todos

controlaram e avaliaram, de certa forma, as variáveis de maior relevância para o bioprocesso

em questão. À exceção de um documento que buscou o desenvolvimento de um dispositivo

capaz de promover a homogeneização de células de forma programada, os demais 17 artigos

envolveram aplicações específicas aos microbiorreatores, nos quais, parâmetros como taxa

específica de crescimento e DO foram calculadas de maneira implícita. Mediante tais

circunstâncias, é importante ressaltar que a expressão detalhada dos cálculos de parâmetros é

uma premissa de alta relevância para que se possa compreender e avaliar a viabilidade dos

princípios adotados nos dispositivos desenvolvidos.

Na análise Micro, foram avaliadas cinco taxonomias referentes à composição ou origem

do dispositivo empregado, biocatalizador aplicado, finalidade do bioprocesso, parâmetros

controlados e capacidade de inserção no mercado como um produto comerciável. Na primeira

taxonomia, referente à composição ou origem dos microbiorreatores, percebeu-se uma alta

variedade de materiais constituintes dos dispositivos, bem como na recorrência de 5

microbiorreatores comercialmente disponíveis (Figura 21).

71%

29%

Page 85: Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de ...€¦ · Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos Raphael Carvalho Prado Rio de Janeiro

85

Figura 21. Natureza (material ou modelo comercial) dos microbiorreatores abordados nos artigos científicos

obtidos a partir das buscas na base Scopus®.

A partir da Figura 21, nota-se a alta recorrência do uso de PDMS como material de

fabricação dos microbiorreatores (26 artigos; 33%), seguido por PMMA (19 artigos; 24%). De

fato, assim como descrito por Nge, Rogers e Woolley (2013), durante as últimas décadas, o

PDMS tornou-se o polímero preferido para aplicações na microescala devido ao seu custo,

facilidade de manuseio, capacidade elástica e biocompatibilidade. Adicionalmente, o PMMA

também é um polímero pouco oneroso, biocompatível e de fácil manuseio. Torna-se portanto,

clara a razão pela qual tais polímeros tenham se mostrado tão recorrentes nos trabalhos

analisados.

Ainda, em um segundo patamar, nota-se a alta recorrência de microbiorreatores

comerciais. Dentre eles, encontram-se o Flower-Plates®, ocorrente em seis artigos (8%) e o

BioLector microbioreactor®, ocorrente em cinco artigos (6%) ambos comercializados pela

empresa m2p labs. Localizada na Alemanha, a m2p labs foi fundada em 2005 como uma start-

33%

24%

8%

6%

4%

4%

4%

2%

2%

2%2%

8%

PDMS

PMMA

Flower-Plates® (m2plabs, Germany)

BioLector microbioreactor®(m2plabs, Germany)

Microplacas

Policarbonato

Vidro

ambr®15 cell culture (SartoriusStedim Biotech, UK)

Mármore

μ-24 Bioreactor® (Pall, USA)

TissueFlexs (Zyoxel Ltd, UK)

Outros

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86

up na RWTH Aachen University (Aachen, Alemanha), baseando seu foco na fabricação de

microbiorreatores (M2P LABS, 2017). Em 2007, a empresa lançou o BioLector

microbioreactor® e em 2008, o Flower-Plates®, produtos os quais passaram por otimizações ao

longo dos anos e atingindo uma grande parcela dos laboratórios de pesquisa envolvendo

microbiorreatores.

Ainda na Figura 21, a categoria ‘Outros’ inclui as variáveis que ocorreram apenas uma

vez. São elas: polímero de ciclo olefina; poliestireno; politereftalato de etileno;

politetrafluoroetileno; poliéster; e o dispositivo comercial CellMax 430-010® (Spectrum,

EUA). De tal forma, a diversa ocorrência de materiais e dispositivos comerciais abordados

evidencia a alta versatilidade da tecnologia dos microbiorreatores, abrindo margem a uma

surpreendente gama de possibilidades a serem exploradas.

Com o intuito de se estudar as tendências quanto aos organismos ou moléculas-alvo

abordados nos artigos, os documentos foram classificados de acordo com seu biocatalisador,

conforme apresentado na Figura 22.

Figura 22. Biocatalisadores abordados nos bioprocessos descritos nos artigos obtidos a partir das buscas na base

Scopus®.

43%

22%

16%

6%

1%1%

11%

Célula de Mamífero

Bactéria

Levedura

Enzima

Alga

Drosophila

Sem Identificação

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87

Dentre os resultados da Figura 22, nota-se uma alta parcela de documentos envolvendo

células de mamíferos, com 27 ocorrências (43%). Nesse grupo, uma porção majoritária estuda

a diferenciação celular de células tronco pluripotentes. Assim como descrito por Oliveira et al.

(2016), a predominância dos estudos envolvendo dispositivos microfluídicos, e neles os

microbiorreatores, é dos estudos biomédicos, envolvendo estudos oncogênicos e

carcinogênicos, diferenciação e desdiferenciação celular, screening de drogas e

desenvolvimento de diagnósticos de pronto atendimento.

Nos grupos Bactéria (14 artigos; 22%) e Levedura (10 artigos; 16%), grande parte dos

documentos utilizam a capacidade de crescimento de micro-organismos modelo, como E. coli

e S. cerevisiae, para avaliar o desempenho dos dispositivos. Adicionalmente, uma parcela

menor estuda a capacidade de produção de proteínas heterólogas. Já no grupo Sem Identificação

(seis artigos; 11%), todos os documentos tratavam-se de estudos sobre parâmetros intrínsecos

ao microbiorreator em questão, como grau de mistura e aeração. De forma correlativa, nenhum

dos seis artigos apresentou aplicações específicas, sendo todos classificados como negativos na

taxonomia de Aplicações de Bioprocessos ilustrada pela Figura 19.

Para a análise quanto à finalidade do bioprocesso envolvido (Figura 23), 40 estudavam

o cultivo celular, 36 analisavam o metabolismo e fisiologia dos organismos e 5 realizavam

ensaios de screening celular.

Figura 23. Finalidades dos bioprocessos envolvidos nos artigos obtidos a partir das buscas na base Scopus®.

40

36

5 6

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Cultivo Análise Metabólica ouFisiológica

Screening Não Aplica-se

No

de

Do

cum

ento

s

Finalidade do Bioprocesso

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88

Conforme demonstrado na Figura 23, é natural que os trabalhos enfoquem o cultivo

celular, uma vez que o alicerce dos bioprocessos é o organismo vivo, como era lícito de se

esperar, uma vez que sem o mesmo, não há catálise enzimática, e, portanto, não há bioprocesso

desenvolvido (SCHMIDELL et al., 2001). Por esse mesmo motivo, os seis artigos do grupo

‘Não Aplica-se’ são os mesmos artigos que não se utilizaram de qualquer biocatalisador em

seus estudos, conforme mostrado na Figura 22.

Para a análise quanto à detecção e controle de parâmetros (Figura 24), observou-se a

prevalência de trabalhos que envolvem a variável temperatura, com 43 artigos; seguido pela

análise de densidade celular por DO, com 24 artigos; e agitação, com 21 artigos.

Figura 24. Parâmetros detectados e controlados nos artigos obtidos a partir das buscas na base Scopus®.

Assim como demonstrado na Figura 24, a análise de temperatura destaca-se devido a

facilidade de se detectar tal parâmetro na microescala. Conforme descrito por Schäpper et al.

(2009), o uso de RTDs e termopares para avaliação da temperatura no interior dos

microbiorreatores é simples e se adequa perfeitamente às necessidades dos pequenos sistemas.

43

2421

17 1614

9

5 52 2 1 1 1 1

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

No

de

Do

cum

ento

s

Parâmetro

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89

A análise da DO também é de relativa facilidade, uma vez que é necessária apenas a emissão

de luz em uma ponta do dispositivo e a detecção da luz incidente no ponto oposto. Essa análise

pode ser facilmente realizada a partir da integração de pequenas fibras e sensores óticos no

corpo do microbiorreator. Para a agitação, existem vários métodos relacionados ao parâmetro,

como a promoção de movimento caótico por microbombas e uso de partículas magnéticas

dispersas no meio fermentativo ou agitadores magnéticos.

Ainda na Figura 24, diferente daqueles mais recorrentes, os demais parâmetros (à

exceção do pH) são relacionados a características intrínsecas ao bioprocesso em questão, como

por exemplo, o fornecimento e dispersão de suprimento de oxigênio em bioprocessos aerados

e a velocidade da alimentação em processos contínuos ou bateladas alimentadas. Portanto, tais

recorrências apresentam-se menor, quando comparadas com os parâmetros de temperatura, DO

e agitação. O controle do pH, apesar de ser uma característica de elevada importância para os

bioprocessos, de uma maneira geral, apresentam uma baixa recorrência devido à sua dificuldade

de detecção e controle na microescala. Assim como descrito por Schäpper et al. (2009), os

métodos convencionais para sua detecção dependem de sondas volumosas, e o seu controle

depende da adição de químicos, interferindo diretamente no volume de trabalho, atrapalhando

por consequência, a sensibilidade e confiabilidade dos dados gerados.

Finalmente, a análise subjetiva sobre a capacidade de inserção do microbiorreator em

cada trabalho foi realizada com base nas taxonomias anteriores, e é ilustrada na Figura 25. Para

tanto, o critério utilizado levou em consideração a quantidade e qualidade de informações

providas nos trabalhos que fossem pertinente ao que tange a transição da ciência realizada para

um produto comercialmente disponível no mercado. Portanto, os documentos foram

classificados quanto ao tempo de implementação da ciência desenvolvida em seu contexto no

mercado comercial: curto prazo, para aqueles trabalhos que possuem uma forte capacidade de

colimar em uma tecnologia comerciável; médio prazo, para os trabalhos que apresentam de

alguma forma alguma limitação para que se tornasse um produto; e longo prazo, para aqueles

que ainda requerem aprimoramentos e trabalhos futuros para que se tornem um potencial de

mercado.

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90

Figura 25. Análise da capacidade temporal de inserção dos microbiorretores no mercado, a partir dos artigos

obtidos a partir das buscas na base Scopus®.

Como exposto na Figura 25, uma parcela significativa dos trabalhos apresenta

microbiorreatores bem elucidados, com características bem definidos a partir de ilustrações e

descrições detalhadas, conforme apontado na Figura 17; princípios bem estabelecidos a partir

das aplicações (Figura 19); cálculos estabelecidos e descritos (Figura 20); e quantidade de

parâmetros relevantes ao bioprocesso que foram detectados e/ou controlados (Figura 24). Por

exemplo, o trabalho de Abeille et al. (2014), intitulado “Continuous microcarrier-based cell

culture in a benchtop microfluidic bioreactor”, versa sobre o desenvolvimento de um

microbiorreator para o cultivo contínuo de células de Drosophila sp. Além de construir um

dispositivo para uma aplicação específica, são apresentados todos os detalhamentos do

dispositivo, os cálculos dos parâmetros relevantes e a comparação dos resultados com dados

obtidos em escalas convencionais. Nesse sentido, o microbiorreator desenvolvido foi

extensivamente estudado e seus resultados mostram-se promissores, sendo de fácil

implementação no mercado como uma ferramenta para ensaios similares.

De forma contrária, questiona-se a capacidade de inserção no mercado os trabalhos com

baixo teor de informações ou que apontaram falhas e necessidades de otimização. Sobretudo,

questiona-se aqueles que além de não realizar análises comparativas entre escalas (Figura 18)

não agregaram detalhes sobre os dispositivos em questão.

48%

39%

13%

Curto prazo

Médio prazo

Longo prazo

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91

5.1.3 Base de Dados de Patentes – Orbit Intelligence®

Com o objetivo de estudar o grau de inovação dos microbiorreatores e sua transição do

ambiente de pesquisas para o comercial, foram realizadas análises quantitativas e qualitativas

dos documentos extraídos da base de dados Orbit Intelligence®. Para tanto, foram avaliados

220 documentos de patentes relacionados ao tema abordado.

Sob a luz de tais objetivos, as primeiras análises realizadas contemplaram a evolução da

inovação a partir dos 220 documentos, os quais foram depositados entre os anos 1997 e 2017,

de acordo com a base de patentes Orbit Intelligence® (Figura 26).

Figura 26. Evolução do cenário patentário referente aos microbiorreatores e sua tecnologia, a partir da base de

dados Orbit Intelligence®.

Conforme ilustrado na Figura 26, destaca-se o crescimento no número total de depósitos

de patentes relacionados aos microbiorreatores e sua tecnologia a partir de 2002, permanecendo

estável ao longo dos anos. De maneira similar ao resultado ilustrado pela Figura 13, tal

panorama identifica-se com os trabalhos descritos por Whitesides (2006) e Oliveira et al. (2016)

que versam sobre a emergência da aplicação da microfluídica em bioprocessos nos anos 2000.

Entretanto, a análise temporal de patentes denota um crescimento no número de documentos

levemente precoce ao cenário da Figura 13. Tal perspectiva pode ser explicada conforme os

46 7

11 10

2528

31

39 38

51

40

32 33

38

32

26 2629

2522

0

10

20

30

40

50

60

199719981999200020012002200320042005200620072008200920102011201220132014201520162017

No

de

Do

cum

ento

s

Ano

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92

trabalhos escritos por Oliveira (2014) e Mueller (1994), os quais se atentam às vantagens da

adoção de patentes como indicadores de tendências e novidades tecnológicas, sendo portanto,

publicadas de forma precedente aos artigos científicos.

Para a análise da provável origem da tecnologia utiliza-se o país de origem do pedido

de prioridade, ou seja, a origem do primeiro depósito de patente. Para as buscas sobre

microbiorreatores, foram analisadas as origens dos pedidos de prioridade dos 220 documentos

selecionados, conforme ilustrado pela Figura 27.

Figura 27. Principais territórios geográficos depositantes de patentes referente aos microbiorreatores e sua

tecnologia, a partir da base de patentes Orbit Intelligence®.

A partir da Figura 27, torna-se clara a concentração da tecnologia dos microbiorreatores

pelo Japão e os EUA. De fato, a tecnologia dos microbiorreatores tem como berço os EUA,

sendo fruto de anos de pesquisas envolvendo a miniaturização de dispositivos (ELVEFLOW,

2017). O Japão, por sua vez, equipara-se à quantidade de documentos dado à sua cultura

claramente ligada à alta produção de patentes conforme a ferramenta estatística da Organização

Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), ilustrado na Figura 28.

90

80

116 5 5 5 4 3 3 2

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

No

de

Do

cum

ento

s

Território

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93

Figura 28.Quantidade de documentos de patentes oriundos dos principais detentores ao longo dos anos 1980 e

2015. Fonte: WIPO (2017).

De forma contrária ao cenário internacional, não foi encontrada nenhuma patente de

origem brasileira. Tal resultado pode ser justificado de acordo com o trabalho de Müller e

Carminatti (2003), o qual afirma a cultura brasileira ser fortemente ligada à produção de artigos

científicos em detrimento de patentes, como resultado decorrente da ignorância da comunidade

científica em relação à propriedade industrial.

No que tange a análise do número de patentes depositadas por território por ano, a Figura

29 denota a correlação entre os principais países depositantes de patentes sobre a tecnologia

dos microbiorreatores e o ano em que foi feito o depósito.

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94

Figura 29. Correlação entre os principais países depositantes de patentes e o ano do depósito, conforme os resultados obtidos a partir da base Orbit Intelligence®.

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95

Conforme mostrado na Figura 29, percebe-se um padrão no número de patentes entre

os principais países depositantes. Rapidamente se inserindo no cenário patentário referente aos

microbiorreatores, o Japão manteve um índice superior de depósitos ao longo dos primeiros

anos da análise. Entretanto, a partir de 2009, os EUA passaram a prevalecer na quantidade de

inovação protegida por documentos de patentes.

Ainda sobre a origem dos documentos de patentes, a Figura 30 apresenta as principais

instituições detentoras de patentes referentes aos microbiorreatores.

Figura 30. Principais instituições depositantes dos documentos de patente sobre os microbiorreatores e sua

tecnologia, obtidos a partir da base Orbit Intelligence®.

Conforme a Figura 30, destacam-se como principais instituições inovadoras no campo

dos microbiorreatores as empresas Konica Minolta Medical & Graphic, Corning, Life

Technologies, BioProcessors e Olympus Optical. Percebe-se ainda, que a detenção dos

documentos de patentes é bastante dispersa, uma vez que somando o valor de patentes detidas

pelas principais instituições, obtém-se apenas 19% dos documentos da presente análise.

Adicionalmente, foi apontada a frequência anual de publicações de tais empresas,

conforme demonstrado na Figura 31.

15

8 8

6

5

0

2

4

6

8

10

12

14

16

KONICA MINOLTAMEDICAL & GRAPHIC

CORNING LIFE TECHNOLOGIES BIOPROCESSORS OLYMPUS OPTICAL

No

de

Do

cum

ento

s

Aplicante

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96

Figura 31. Frequência anual do depósito de patentes pelas principais empresas depositantes a partir das buscas relizadas na base Orbit Intelligence®.

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97

Assim como indicado na Figura 31, apesar de deter o maior número de depósitos, a

empresa japonesa Konica Minolta Medical & Graphic inseriu-se no referente contexto

patentário apenas no ano de 2004. Localizada em Osaka, a Konica Minolta, é uma multinacional

fundada em 2003 a partir da fusão das empresas Konica e Minolta. Sua especialidade

compreende na fabricação de equipamentos das mais variadas naturezas, como imagens

médicas, câmeras fotográficas, instrumentos ópticos e para diagnósticos (KONICA

MINOLTA, 2017). Na análise de patentes, os documentos detidos por tal empresa enfocam

dispositivos voltados para testes e análises genômicas, como microbiorreatores para PCR e

sequenciamento gênico.

Com 8 documentos, a Corning Incorporated é uma empresa estadunidense, localizada

na cidade de Corning (New York). Fundada em 1851 sob o nome Corning Glass Works, a

instituição foi responsável por instituir um dos primeiros laboratórios para pesquisas industriais.

Atualmente, a Corning é especialista no desenvolvimento de materiais e produtos voltados para

a ciência, como por exemplo, vidros temperados, fibras óticas e cerâmicas (CORNING

INCORPORATED, 2017). De tal forma, os documentos detidos pela empresa são de natureza

variada, transitando entre biorreatores microfluídicos, microplacas e sensores ópticos.

Também detendo 8 documentos, a Life Technologies Corporation foi uma empresa

estadunidense fundada em 2008 na Carlsbad (California) especializada em biotecnologia

industrial. Em 2014, entretanto, a empresa foi comprada pela ThermoFisher Scientific, uma

multinacional estadunidense, especializada no desenvolvimento de materiais laboratoriais

(THERMOFISHER SCIENTIFIC, 2017). Dentre os documentos detidos pela Life

Technologies, encontram-se apenas patentes referentes a microplacas, além de filtros e suportes

para as mesmas.

A BioProcessors Corporation foi uma corporação estadunidense fundada em 2000 na

cidade de Woburn (Massachusetts). Sua especialidade baseava-se em microbioreatores

especializados em fermentações (microfermentadores). De tal forma, as 6 patentes detidas pela

corporação são referentes a microfermentadores e aparatos para o controle de parâmetros para

seus dispositivos. Em 2009, a empresa foi comprada pela Seashore Bioscience Incorporated,

outra empresa estadunidense, especializada na manufatura de dispositivos para a otimização da

produção de biofármacos (BLOOMBERG, 2017).

Finalmente, com 5 patentes em sua posse, a Olympus Optical é uma empresa subsidiária

da corporação japonesa Olympus. Situada em Shinjuku (Tokyo), a Olympus Optical é

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98

especialista na fabricação de lentes e equipamentos ópticos, como microscópios e câmeras

digitais (OLYMPUS, 2017). Interessantemente, os documentos da Olympus Optical estão entre

os mais velhos dos documentos analisados, datados do ano 1988, e reivindicam aparatos

responsáveis pela alimentação de micropoços em microplacas, e manipulação de reagentes de

estado sólido, também em microplacas.

A partir da ferramenta de análises da base de patentes Orbit Intelligence®, foram

avaliadas as parcerias entre todas as instituições detentoras das patentes estudadas no presente

trabalho. A Figura 32 ilustra tal interação através das co-autorias, construída a partir da

ferramenta de análise de correlação cruzada (Cross-Correlation), entre 22 instituições titulares

de patentes.

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Figura 32. Mapa de correlação cruzada entre as instituições titulares de patentes sobre a tecnologia dos

microbiorreatores, obtido a partir de pesquisas na base Orbit Intelligence®. O número de co-autorias é

identificado a nas ligações entre as instituições, bem como na espessura da ligação, a qual é proporcional ao

número de co-autorias.

Conforme a Figura 32, dentre as respectivas 22 instituições detentoras de patentes, é

possível denotar apenas uma correlação de maior intensidade (3 trabalhos em co-autoria), sendo

tal referente aos trabalhos da Waseda University junto à Shimadzu (Cluster 1 da Figura 32).

A Waseda University é autora de 4 patentes, dos quais, 3 estão em co-autoria com a

Shimadzu, que detém apenas as 3 mesmas patentes, as quais referem-se a biorreatores

microfluídicos específicos para a análise de movimentação celular em diferentes condições

ambientais; otimização de métodos de mistura para a homogeneidade de biorreações; e

seletividade de biocatalisadores específicos.

Page 100: Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de ...€¦ · Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos Raphael Carvalho Prado Rio de Janeiro

100

Dentre as correlações de menor intensidade, destacam-se os clusters 2, 3 e 4 da Figura

32. No cluster 2, destaca-se a correlação entre a CEA - Commissariat à l’énergie atomique et

aux énergies alternatives e a Serono Genetics Institute. Em tal cluster, os dois artigos são

referentes ao desenvolvimento de um biorreator microfluídico especializado em bioprocessos

contínuos. Já no cluster 3, apresenta a coautoria de dois trabalhos entre empresas subsidiárias

da Panasonic (Panasonic Healthcare Holdings), os quais se referem ao desenvolvimento de

aparatos especializados na incubação de microplacas. Finalmente, o cluster 4 denota a relação

de coautoria entre a Kyowa Hakko Kogyo e Panasonic, trabalho referente ao desenvolvimento

de um sistema especializado no transporte contínuo de amostras líquidas de uma câmara a outra

(na microescala).

Uma outra análise de importância para o estudo de patentes é a identificação das

principais Classificações Internacionais de Patentes (CIP) relacionadas aos documentos

estudados (Figura 33).

Figura 33. Principais Classificações Internacionais de Patentes (CIP) encontradas nos documentos sobre a

tecnologia dos microbiorreatores extraídos da base Orbit Intelligence®.

Conforme ilustrado na Figura 33, as principais CIPs encontradas foram a C12M,

presente em 77 documentos, G01N em 53 documentos, e B01L em 24 documentos. A descrição

de cada uma dessas classificações é detalhada no Quadro 7.

77

53

24

12 127

3 2 2 2

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

C12M G01N B01L C12N C12Q B01J B01F B01D B03C C12P

No

de

Do

cum

ento

s

CIP

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101

Quadro 7. Principais Classificações Internacionais de Patentes (CIP) encontradas nos documentos sobre a

tecnologia dos microbiorreatores a parti da base Orbit Intelligence®.

CIP Descrição

C12M Aparelhos para enzimologia ou microbiologia

G01N Investigação ou análise dos materiais pela determinação de suas propriedades químicas ou

físicas

B01L Aparelhos de laboratório de química ou de física para uso geral

(Fonte: INPI, 2017)

A classificação C12M refere-se a aparelhos especializados em técnicas de

microbiologia ou enzimologia, e por tal motivo, as subclassificações C12M 1/00 e C12M 3/00

foram empregadas na estratégia de busca deste trabalho, tendo em vista o desejável foco em

reatores miniaturizados para biorreações. De tal forma, torna-se natural e esperado que tal CIP

seja a mais encontrada nos documentos analisados.

Já a classificação G01N denota o estudo de materiais e suas propriedades químicas ou

físicas. De maneira inesperada, a alta aparência dessa classificação muito se correlaciona aos

microbiorreatores dada a grande versatilidade de sua tecnologia capaz de adotar uma gama de

materiais diferentes, conforme discutido no Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica e sumarizado no

Quadro 1.

Finalmente, a classificação B01L, referente a aparelhos para laboratórios de química ou

de física, aparece em 24 documentos. Tal resultado justifica-se pela capacidade das suas

respectivas invenções serem também capazes de realizar reações puramente químicas, sendo

naturalmente recorrente em uma menor quantidade de documentos, visto que o foco das buscas

foi em dispositivos voltados para reações de natureza biológica e/ou bioquímica.

Em sequência, foram analisados os principais mercados dos 220 depósitos de patente

resultantes das buscas deste trabalho, conforme ilustrado pela Figura 34.

Page 102: Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de ...€¦ · Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos Raphael Carvalho Prado Rio de Janeiro

102

Figura 34. Principais territórios geográficos onde foram depositadas as patentes referentes aos microbiorreatores

e sua tecnologia a partir da base Orbit Intelligence®.

De tal forma, os principais mercados em que a tecnologia dos microbiorreatores foi

protegida denotam-se no Japão, com 133 depósitos (23%); EUA, com 118 depósitos (21%);

Escritório Internacional de Patentes (WO)1, com 79 depósitos (14%); União Europeia, com 72

depósitos (12%); e China, com 39 depósitos (7%) (Figura 34). Estender a proteção da

propriedade intelectual em diferentes países compreende na garantia da exclusividade dos

direitos de comercialização da patente nos referentes territórios (OLIVEIRA, 2014). Sendo

assim, é esperado que os países em que foram depositados os maiores números de patentes

sejam aqueles detentores da tecnologia, que no caso, consistem no Japão e EUA, conforme o

resultado ilustrado na Figura 27.

1 As patentes WO são aquelas depositadas no Patent Cooperation Treaty (PCT), tratado internacional responsável

por oficializar o sistema de depósito de patentes. Tal sistema permite a obteção de patentes em diversos territórios

a partir de um único pedido. Todavia, as patentes WO não são de abrangência mundial, comportam-se apenas

como uma espécie de intermediário que facilita o processo de patenteamento em países que são contratantes do

PCT (CNPEM, 2017).

23%

21%

14%

12%

7%

4%

4%

3%

2%2%

8%

Japão

EUA

WO

Escritório de Patentes Europeu

China

Austrália

Canada

Alemanha

Áustria

Coréia do Sul

Outros

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103

Ainda referente à Figura 34, os resultados das análises de patentes apontaram um único

documento depositado no Brasil. Com o título “Sample processing device positioning

apparatus and methods” (US20060029524) (CARTER; KOKAISEL; WOOD, 2006), o

documento tem como origem os EUA, sendo patenteado no Brasil através do sistema Patent

Cooperation Treaty (PCT). A patente refere-se a um sistema de alinhamento do campo focal

de sensores para o processamento de amostras em poços de microplacas. De certa forma, pode-

se justificar o baixo interesse estrangeiro no cenário patentário brasileiro pelo fato do Brasil ser

um país de baixa competitividade no campo tecnológico dos microbiorreatores, sendo ainda,

um grande importador de produtos de alto valor agregado (OLIVEIRA, 2014).

É com base nessa baixa proteção à tecnologia dos sistemas miniaturizados para

biorreações que se destaca a grande oportunidade a ser explorada pelas universidades e centros

de pesquisas nacionais, envolvidos no estudo de bioprocessos.

Finalmente, no intuito de estabelecer as tendências do cenário patentário, os 220

documentos de patentes foram avaliados de forma objetiva quanto à abordagem dos sistemas

desenvolvidos, conforme ilustrado pelas Figuras 35.

Figura 35. Natureza das abordagens referentes aos microbiorreatores referentes aos documentos obtidos a partir

da base Orbit Intelligence®.

Ao analisar da Figura 35 é possível perceber uma forte tendência no desenvolvimento

de biorreatores microfluídicos (105 documentos; 48%) e microplacas (100 documentos; 45%).

48%

45%

6% 1%

Biorreator Microfluídico

Microplaca

Acessórios de Integração

Droplet

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104

Tais abordagens distinguem-se claramente pela sua natureza arquitetônica. Os biorreatores

microfluídicos são aqueles dispositivos que usufruem de microcanais como vasos reacionais,

sendo, portanto, flexíveis e versáteis quanto à sua forma e capacidade de integração. Do outro

lado, as microplacas configuram-se em microbiorreatores menos versáteis, presos à

conformação de micropoços paralelos, e, portanto, fortemente ligados à paralelização de

experimentos.

Em sequência à análise de tendências, foram avaliados os alvos reacionais mais

recorrentes entre os documentos de patentes obtidos (Figura 36).

Figura 36. Alvos das reações químicas e bioquímicas para os quais foram destinados os dispositivos das patentes

obtidas a partir das buscas na base Orbit Intelligence®.

Conforme a Figura 36 denota, a grande maioria das inovações é voltada para biorreações

realizadas por células. Em sequência, encontram-se os dispositivos especializados em reações

para ácidos nucleicos, biomoléculas, químicos e tecidos. Adicionalmente, 40 documentos não

especificaram qual o alvo reacional de suas inovações. Nesse caso, as patentes enfocam a

descrição do dispositivo em questão, deixando de modo genérico qual a finalidade do processo

envolvido. De fato, é lícito esperar que a grande maioria das patentes envolvam células como

catalisador reacional, uma vez que o foco das buscas desses documentos foram os

120

38

2518

2

40

0

20

40

60

80

100

120

140

Células Ácidos Nucléicos Biomoléculas Químicos Tecidos Não Aplica-se

No

de

Do

cum

ento

s

Alvo

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105

microbiorreatores. Para as patentes envolvendo ácidos nucleicos, sua grande maioria é referente

a dispositivos capazes de realizar sequenciamento gênico e/ou PCR.

5.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nos últimos anos, os microbiorreatores têm se tornado cada vez mais parte dos

laboratórios de pesquisa, suscitando trabalhos de alta relevância para o desenvolvimento

tecnologias inovadoras e descobertas biotecnológicas. Sendo assim, diversas instituições de

pesquisa, bem como as grandes empresas de tecnologia e ciência, têm contribuído de forma

substancial para o desenvolvimento de uma tecnologia promissora e de caráter altamente

inovador.

Entretanto, o Brasil mostrou-se incipiente na adoção e desenvolvimento dos

microbiorreatores. A quantidade de artigos científicos brasileiros relativamente baixa, aliada à

existência de apenas uma patente encontrada em território nacional, denunciam uma valiosa

área a ser fortemente explorada, bem como na possibilidade de patenteamento de inúmeras

invenções ainda não protegidas em território nacional.

Além disso, embora os microbiorreatores estejam sendo estudados de forma consistente

no âmbito internacional, há muito a se fazer para que essa tecnologia se torne consolidada.

Sendo assim, destaca-se a oportunidade a ser explorada como forma de inserção em tal contexto

científico.

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106

CAPÍTULO 6 ESTUDO DE CASO

Com o intuito de melhor compreender a tecnologia dos microbiorreatores, bem como

aplicar o conhecimento teórico assimilado ao longo dos estudos realizados no presente trabalho,

construiu-se dois protótipos de microbiorreatores, os quais foram posteriormente aplicados a

ensaios preliminares para avaliação de sua biocompatibilidade. De tal forma, o presente capítulo

descreve a idealização, dimensionamento e aplicação de dois fotomicrobiorreatores para o

cultivo de Spirulina maxima.

6.1 INTRODUÇÃO

Ao longo da realização dos estudos prospectivos referentes aos microbiorreatores e sua

tecnologia, sentiu-se a necessidade de aplicar o conhecimento adquirido a partir da fabricação

de novos protótipos. Para tanto, foram identificados laboratórios e instituições nacionais que

pudessem oferecer instalações e aplicações práticas que se encaixassem com o contexto dos

microbiorreatores.

Inicialmente, tomou-se ciência do Laboratório de Nano e Microfluídica e de

Microssistemas (LabMEMS), vinculado ao Programa de Engenharia Mecânica da Universidade

Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Sob o apoio da professora Dra. Carolina Palma Naveira

Cotta, diversos dispositivos microfluídicos foram pessoalmente apresentados, bem como no

laboratório e suas instalações. A partir desse contato, réplicas de dispositivos já descritos na

literatura foram reconstruídas, com o intuito de estudar e entender as etapas do processo de

microfabricação e suas peculiaridades. Entretanto, a necessidade de se manipular diferentes

materiais como vidro, inviabilizaram o prosseguimento dos estudos no LabMEMS.

Em uma segunda instância, o tema dos microbiorreatores foi apresentado à professora

Dra. Anita Ferreira do Valle (Departamento de Bioquímica do Instituto de Química – UFRJ),

quem idealizou a aplicação dos microdispositivos ao cultivo de microalgas: um

fotomicrobiorreator. De tal forma, uma breve análise da literatura foi realizada acerca do cultivo

de microalgas em microssistemas, evidenciando por consequência o trabalho de Perin et al.

(2016), o qual descreve um fotomicrobiorreator especializado no cultivo da alga

Nannochloropsis gaditana a partir de micropoços interligados por canais microfluídicos.

Entretanto, ainda questionava-se as condições e possibilidades de se desenvolver um

dispositivo mediante as instalações e equipamentos disponíveis.

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107

Para superar as limitações encontradas, foi realizada uma reunião às 10 h do dia 23 de

Agosto de 2017, no Instituto de Química da UFRJ, na qual estiveram comparecidos o autor do

presente trabalho, Raphael C. Prado, a professora Dra. Anita F. do Valle, o professor Dr.

Ricardo C. Michel (Departamento de Química Analítica do Instituto de Química – UFRJ), o

técnico em Mecânica Cidnei V. de Souza (Oficina Mecânica do Instituto de Química – UFRJ),

e o graduando em Engenharia Eletrônica Renan Vieira. A partir de então, foi elucidada a

estrutura inicial de um fotomicrobiorreator baseado em micropoços, contendo três câmaras de

cultivo de capacidade volumétrica igual a 500 µL para cada câmara. Os materiais de

constituição do dispositivo a serem testados foram estabelecidos: o PMMA e o policarbonato;

e o bioprocesso a ser aplicado foi definido como a produção de células de S. maxima.

O gênero Spirulina denota cianobactérias, ou seja, seres procariotos, unicelulares e

fotoautotróficos. Seu metabolismo e capacidade de crescimento já são elucidadas pela literatura

científica, tornando seu cultivo relativamente de fácil execução. Consequentemente, sua

produção tem alto potencial de mercado como suplemento alimentar (BARROCAL et al.,

2010). De tal forma, a cultura de S. maxima torna-se uma oportunidade interessante para a

aplicação e execução da tecnologia dos microbiorreatores.

Sob a intenção de investigar a possibilidade de se construir os dispositivos de PMMA e

de policarbonato e a viabilidade de aplica-los ao cultivo de cianobactérias, o objetivo desse

estudo de caso foi avaliar a viabilidade do crescimento celular de S. maxima para utilização dos

fotomicrobiorreatores como ferramentas úteis para a execução de estudos experimentais de

bioprocessos.

Nesse contexto, os fotomicrobiorreatores foram fabricados pela Oficina Mecânica do

Instituto de Química, e os testes iniciais do cultivo de S. maxima em microescala foram

realizados no Laboratório de Estudos Aplicados em Fotossíntese (CMLEAF) localizado no

Instituto de Química da UFRJ.

6.2 METODOLOGIA

6.2.1 Design do Microbiorreator e Suporte para Cultivo

Os fotomicrobiorreatores a serem confeccionados foram fabricados pela Oficina

Mecânica do Instituto de Química, sob liderança do técnico Mecânico Cidnei de Souza. O

desenho técnico do dispositivo foi concebido utilizando o software SolidWorks® (Dassault

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108

Systèmes S.A., França), com base no dispositivo desenvolvido por Perin et al. (2016). Cada

dipositivo contém três camaras de cultivo em paralelo, com volume de capacidade total de 500

µL em cada câmara. Como material principal de constituição do fotomicrobiorreator, foram

adotados dois materiais distintos, resultando portanto, em dois fotomicrobiorreatores diferentes.

Para ambos os casos, a superfície inferior dos dispositivos foi construída a partir de vidro,

seguida por uma manta de silicone para integrar o vidro ao PMMA ou policarbonato sem que

ocorressem vazamentos. Adicionalmente, as três camadas a formarem o fotomicrobiorreator

(vidro, silicone e PMMA ou policarbonato) foram integradas a partir de dois suportes de acrílico

flaqueando as extremidades do dispositivo sob o auxílio de parafusos. Como superfície

superior, foi adotada uma membrana de parafina plástica (Parafilm M®, Bemis Company,

EUA). Para melhor compreensão da estrutura gerada, o dispositivo é ilustrado na Figura 37.

Figura 37. Ilustração CAD do microbiorreator projetado para o cultivo de S. maxima, construído a partir do

software SolidWorks®.

Para estabelecer o cultivo apropriado de S. maxima, foi desenvolvido, tamém pela

Oficina Mecânica do Instituto de Química, sob liderança do técnico Mecânico Cidnei de Souza,

um suporte para ambos os fotomicrobiorreatores de PMMA e policarbonato, no qual as câmaras

de cultivo são dispostas ligeiramente acima de uma fonte de luz, dada necessidade de incidência

luminosa para a realização da fotossíntese. Além disso, o sistema compõe ainda um suporte

superior para o posicionamento de smartphones ou microcâmeras para o registro fotográfico do

sistema em reação. O suporte é ilustrado na Figura 38.

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109

Figura 38. Ilustração CAD do suporte para microbiorreator construído a partir do software SolidWorks®: (A)

ilustração do display completo, incluindo a integração com um spartphone para registro fotográfico e uma

lâmpada como fonte luminosa; (B) ilustração do suporte isolado; (C) visão superior do suporte.

6.2.2 Análise de Biocompatibilidade à S. maxima

Para o cultivo realizado, foram utilizadas células de S. maxima (código LEAF046)

oriundas do CMLEAF do Instituto de Química da UFRJ, originalmente obtidas a partir da

Universidade Federal de São Carlos.

As células de S. maxima utilizadas no presente trabalho foram previamente cultivadas

em um tanque de cultivo de 50 L, em meio estéril, conforme descrito por Aiba, Ogawa e

Schlösser (2005).

O meio de cultivo constiu-se de NaHCO3 (13,6 g L-1), Na2CO3 (4,03 g L-1), K2HPO4

(0,5 g L-1), NaNO3 (2,5 g L-1), K2SO4 (1,0 g L-1), NaCl (1,0 g L-1), MgSO4 (0,2 g L-1), CaCl2

(0,04 g L-1), FeSO4 (0,01 g L-1), Na2EDTA (0,08 g L-1), solução de metais (1 mL) e solução de

vitaminas (1 mL) em água destilada. A solução de metais constotui-se de Na2EDTA (0,8 g L-

1), FeSO4 (0,7 g L-1), ZnSO4 (1,0 g L-1) (1 mL), MnSO4 (2,0 g L-1) (1 mL), H3BO3 (10,0 g L-1)

(1 mL), Co(NO3)2 (1,0 g L-1) (1 mL), Na2MoO4 (1,0 g L-1) (1 mL) e CuSO4 (0,005 g L-1) (1

mL) em água destilada. A composição da solução de vitaminas compreende em

cianocobalamina ( 0,005 g L-1) dissolvida em água destilada.

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110

Nos fotomicrobiorreatores, as células foram cultivadas no mesmo meio de cultivo

supracitado, com um volume total de 400 µL, por três dias a 30oC, sob a incidência de fótons

de 35 µmol m-2 s-1 emitidos por uma fonte de luz fluorescente (lâmpada fluorescente de luz

branca 20W) posicionada a aproximadamente 5 cm de distância das câmaras de cultivo, por um

fotoperíodo ativo de 12 horas.

A biocompatibilidade das células foi verificada por microscopia de luz e a partir da

observação visual da coloração esverdeada da cultura, a qual indica a presença de clorofila no

sistema em cultivo e, portanto, o metabolismo fotossintético ativo dos micro-organismos.

Adicionalmente, o volume útil em cada câmara de cultivo foi medido, a partir de

micropipetadores, ao final de cada período de cultivo para verificação da taxa de evaporação.

6.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com o objetivo de aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo da realização do

presente trabalho, foram construídos dois microbiorreatores de diferentes composições, bem

como em um suporte para cultivo, voltados para a produção de células de S. maxima (Figura

39). A configuração física dos dispositivos foi baseada no trabalho de Perin et al. (2016), o qual

descreve o desenvolvimento de um fotomicrobiorreator especializado no cultivo de

Nannochloropsis gaditana.

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111

Figura 39. Dispositivos e aparatos desenvolvidos: (A) microbiorreator feito a partir de policarbonato ou PMMA;

(B) suporte para o cultivo de células de S. maxima no microbiorreator; (C) display do cultivo de S. maxima a

partir dos microbiorreatores desenvolvidos.

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O gênero Spirulina denota cianobactérias muito populares no âmbito de cultivo de

microalgas. Devido a sua alta capacidade fotoautotrófica, as cepas de Spirulina normalmente

apresentam altos índices de produtividade, sendo ainda de fácil cultivo. Sendo assim, encontra-

se em tal gênero a oportunidade de se estudar o desenvolvimento prático de microbiorreatores.

Foram adotados como principal constituinte do corpo dos microbiorreatores, PMMA e

policarbonato. A escolha de tais materiais justifica-se pela sua facilidade de manipulação e

baixa onerosidade. Consequentemente, a primeira análise relativa aos dispositivos

compreendeu-se na observação da compatibilidade e capacidade das células de S. maxima

sobreviverem no ambiente interno dos dispositivos. De tal forma, verificou-se a partir da Figura

40 um período de aproximadamente um dia de cultivo das a cultura de células de S. máxima.

Figura 40. Cultura de S. maxima em microbiorreatores de policarbonato (à esqueda) e PMMA (à direita) com um

dia de cultivo. As câmaras de cultivo 1, 2 e 3 são indicadas na figura por C1, C2 e C3, respectivamente.

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113

Percebe-se, a partir da Figura 40, a coloração verde da cultura celular, característica

intrínseca ao metabolismo fotossintético ativo de S. maxima. Entretanto, percebeu-se uma

queda no volume líquido disposto nas três câmaras de cultivo decorrente da evaporação de água.

O volume original consistia em 400 µL em cada uma das câmaras, e, após um dia de cultivo, o

volume total resultante no dispositivo de policarbonato foi de 350 µL na câmara 1 (C1), 300

µL na câmara 2 (C2), e 350 µL na câmara 3 (C3). Para o dispositivo de PMMA, o volume

observado foi de 300 µL na C1, 100 µL na C2, e 300 µL na C3. O volume evaporado foi então

reabastecido com água destilada e as culturas permaneceram em cultivo por mais dois dias

(Figura 41).

Figura 41. Cultura de S. maxima em microbiorreatores de policarbonato (à esqueda) e PMMA (à direita) com

três dia de cultivo. As câmaras de cultivo 1, 2 e 3 são indicadas na figura por C1, C2 e C3, respectivamente.

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114

Conforme ilustrado na Figura 41, a cultura celular permaneceu verde (à exceção da

câmara de cultivo central para o microbiorreator de PMMA) indicando a atividade metabólica

das células e, portanto, sua tolerância aos microbiorreatores por pelo menos três dias de cultivo.

Contudo, mais uma vez, foi observada uma queda no volume das culturas. O volume total no

dispositivo de policarbonato, após dois dias consecutivos de cultivo, foi de 200 µL na câmara

1 (C1), 100 µL na câmara 2 (C2), e 200 µL na câmara 3 (C3). Para o dispositivo de PMMA, o

volume observado foi de 200 µL na C1, 400 µL na C2, e 200 µL na C3. Resumidamente, a

Tabela 3 sumariza os volumes de água evaporada em cada um dos dias de cultivo utilizando os

microbiorreatores de policarbonato e PMMA.

Tabela 3. Volume evaporado nos microbiorreatores de policarbonato e PMMA após um e três dias de cultivo de

S. maxima.

Microbiorreator Dia Câmara Volume Evaporado (%)

Policarbonato

1

C1 12.5

C2 25

C3 12.5

3

C1 50

C2 75

C3 50

PMMA

1

C1 25

C2 75

C3 25

3

C1 50

C2 100

C3 50

De fato, de acordo com Schäpper et al. (2009), o problema de evaporação em

microbiorreatores é uma problemática recorrente e exclusiva das reações em microescala dado

o pequeno volume de trabalho total. Adicionalmente, a membrana superior de parafina plástica

utilizada para fechar o sistema de biorreação, segundo o fabricante Bemis Company (EUA), é

permeável ao vapor de água (1 g m-2 em 38 oC e 1 atm) (BEMIS COMPANY, 2017). Uma

solução para a evaporação, assim como discutido no Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica,

Page 115: Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de ...€¦ · Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos Raphael Carvalho Prado Rio de Janeiro

115

consiste no reabastecimento de água destilada a partir de um reservatório posicionado acima do

nível de cultivo, de forma que o volume reabastecido seja proporcional ao volume evaporado

(SCHÄPPER et al., 2009).

Após os três dias de cultivo, as células foram observadas por microscopia de campo

claro. Os resultados são ilustrados na Figura 42.

Figura 42. Micrografia das células de S. maxima cultivadas por três dias em microbiorreatores de policarbonato

(A) e PMMA (B), a partir da lente objetiva 40x.

A partir da Figura 42, pode-se perceber a integridade da célula, a partir dos agregados

lineares formando filamentos, validando a biocompatibilidade das células de S. maxima com

ambos os microbiorreatores construídos.

Com o objetivo de realizar ensaios preliminares envolvendo microbiorreatores, a

construção do presente dispositivo mostrou-se factível e promissora para o cultivo de S.

maxima.

De forma conclusiva, embora diversas são as barreiras a serem vencidas para a

implementação dessa invenção como ferramenta eficiente para a condução de bioprocessos, o

presente estudo representa um marco inicial para o desenvolvimento de trabalhos de maior

complexidade e sofisticação.

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116

CAPÍTULO 7 CONCLUSÃO E SUGESTÕES PARA

TRABALHOS FUTUROS

7.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir das conclusões obtidas no presente trabalho de dissertação, nota-se a crescente

inserção da comunidade científica internacional no contexto dos microbiorreatores. Tais

dispositivos têm sido desenvolvidos e sucessivamente aplicados em bioprocessos.

Adicionalmente, a viabilidade de tal estratégia tem se confirmado de forma bela através de

estudos comparativos entre escalas micro e convencionais e cálculos de parâmetros bem

estabelecidos. Como consequência, a aprovação e incorporação dos microbiorreatores como

ferramentas estratégicas no desenvolvimento de têm crescido consideravelmente no campo dos

processos biotecnológicos.

Ainda, imersos em uma sociedade onde a bioeconomia cresce de forma consistente,

juntamente com a gradual migração dos processos químicos para a os processos

biotecnológicos, procura-se de forma substancial o desenvolvimento e a otimização de

bioprocessos para que se possa estabelecer uma indústria sólida eficiente. Em tal contexto, os

microbiorreatores tornam-se uma estratégia interessante para os estudos de condições e

parâmetros relevantes no desenvolvimento de estratégias altamente qualificadas para a

substituição dos métodos convencionais.

Sendo assim, conclui-se que o mundo da microescala dos bioprocessos e da

biotecnologia industrial está repleto de oportunidades a serem ainda a serem exploradas.

Conclusivamente, sob a luz de tais fatores, este trabalho representa um primeiro passo

importante no campo da prospectiva tecnológica dos microbiorreatores e sua tecnologia, como

uma abordagem estratégica para o desenvolvimento de bioprocessos industriais, dentre outras

aplicações biotecnológicas.

7.2 CONCLUSÕES

A presente dissertação objetivou realizar a prospecção tecnológica da tecnologia dos

microbiorreatores, adotando indicadores científicos e tecnológicos; bem como aplicar o

conhecimento teórico obtido a partir dos estudos no desenvolvimento de microbiorreatores. De

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117

tal forma, serão apresentadas a seguir as principais conclusões obtidas a partir de cada etapa do

trabalho realizado.

No que se diz respeito à evolução anual de documentos de artigos científicos e depósitos

de patentes que versam sobre a tecnologia dos microbiorreatores, percebeu-se um súbito

crescimento no número de artigos científicos e documentos de patentes a partir do milênio 2000.

Em termos de artigos científicos oriundos de instituições brasileiras, a quantidade de

documentos encontrados foi substancialmente inferior quando comparado ao cenário

internacional, compreendendo em apenas 4 artigos, o equivalente a 1,4% do total de artigos

obtidos. Para as patentes, não foi encontrada nenhuma solicitação de patente proveniente de

residentes brasileiros

No que tange à origem das pesquisas sobre os microbiorreatores e sua tecnologia, notou-

se a forte influência dos EUA, Alemanha e Grã-Bretanha em relação aos artigos científicos.

Dentre tais países, destacaram-se as universidades MIT, DTU e UCL, respectivamente. Em

termos de depósitos de patentes, destacaram-se o Japão e os EUA com uma quantidade massiva

de documentos em relação aos outros países, detendo mais de 75% dos depósitos. Dentre tais

países, destacam-se as instituições Konica Minolta Medical & Graphic, Corning, Life

Technologies, BioProcessors e Olympus Optical.

Os principais mercados onde a tecnologia dos microbiorreatores foi protegida consistem

no Japão (com 133 depósitos), EUA (com 118 depósitos), União Europeia (com 72 depósitos)

e China (com 39 depósitos). No Brasil, apenas um depósito foi encontrado, sendo esse

patenteado no país através do sistema PCT. Um aspecto de suma relevância a ser destacado

aqui se refere à grade oportunidade aos centros de pesquisa nacionais que trabalham com o

estudo e desenvolvimento de bioprocessos, uma vez que se torna possível copiar e comercializar

as mais diversas tecnologias patenteadas em outros países, sem que haja a necessidade do

pagamento de royalties.

Ainda, dentre os artigos científicos, percebeu-se que grande parte dos dispositivos

estudados apresentam uma alta capacidade de inserção no mercado em curto um curto prazo de

tempo (30 documentos). Dentre esses dispositivos, destacam-se aqueles que são apresentados

com um alto teor de detalhamento visual e descritivo; comparados com dispositivos de escalas

convencionais; aplicados a abordagens específicas; e que apresentam o cálculo de parâmetros

relevantes para o bioprocesso em questão.

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118

No tocante aos materiais de maior abordagem como constituição principal dos

microbiorreatores, destacam-se os elastômeros PDMS e PMMA, presentes em 26 e 19

documentos, respectivamente. Ainda, destacam-se dois microbiorreatores comercialmente

disponíveis: Flower-Plates® (6 ocorrências) e BioLector microbioreactor® (5 ocorrências),

ambos fabricados pela m2p labs, empresa alemã especializada no desenvolvimento de

microbiorreatores.

Quanto aos principais biocatalisadores abordados nos artigos científicos, destacam-se

de forma consistente as células de mamíferos (27 documentos), majoritariamente relacionadas

a estudos de diferenciação celular a partir de células tronco pluripotentes. Em sequência,

destacaram-se as mais diversas células de bactérias (14 documentos) e leveduras (10

documentos). No que cerne a finalidade dos bioprocessos em que tais células são aplicadas,

destaca-se de forma majoritária a cultura celular (40 documentos) e sua análise metabólica e/ou

fisiológica (36 documentos).

Quanto aos parâmetros monitorados e controlados nos microbiorreatores, percebe-se

um destaque majoritário para a temperatura (43 documentos), seguindo-se da densidade óptica

(24 documentos) e agitação (21 documentos).

Adicionalmente, ao analisar os documentos de patentes, destacou-se a recorrência

equilibrada entre dispositivos baseados em biorreatores microfluídicos (105 patentes) e

microplacas (100 patentes). Em tais documentos, ainda, destaca-se de forma majoritária o

desenvolvimento de microdispositivos baseados em células como biocatalisadores.

Finalmente, o estudo de caso apontou o desenvolvimento de dois fotomicrobiorreatores

de diferentes composições (policarbonato e PMMA), bem como no desenvolvimento de um

suporte para tais, especializados no cultivo de microalgas. Os dispositivos demonstraram-se

biocompatíveis com as células de S. maxima, as quais apresentaram atividade fotossintética e

integridade celular pelos três dias em que foram cultivadas.

7.3 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

A partir dos resultados obtidos no presente trabalho, no intuito de se explorar uma

tecnologia altamente promissora, sugerem-se os seguintes estudos:

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➢ Desenvolver uma plataforma capaz de monitorar o cultivo de células de S. maxima

de forma automatizada, a partir da integração de sensores ópticos ao

fotomicrobiorreator para análise de DO;

➢ Integrar um sistema de agitação a partir de microimpelidores magnéticos imersos no

meio fermentativo para o cultivo de S. máxima;

➢ Estudar o comportamento da taxa de evaporação no fotomicrobiorreator

desenvolvido, a partir da integração de uma fina membrana de PDMS como

substituição à membrana de parafina plástica;

➢ Explorar a aplicação dos microbiorreatores em diferentes bioprocessos, a partir do

desenvolvimento de dispositivos de distintas configurações e geometrias.

Page 120: Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de ...€¦ · Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos Raphael Carvalho Prado Rio de Janeiro

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CAPÍTULO 8 REFERÊNCIAS

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139

ANEXO A

Documentos Para Defesa

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142

ANEXO B

Artigos Analisados

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M. E.; NAVARRO, F.; POUTEAU, P.; ICARD, B.; GIDROL, X.; AGACHE, V.; PICOLLET-

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149

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Page 150: Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de ...€¦ · Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos Raphael Carvalho Prado Rio de Janeiro

150

WITKOWSKA NERY, E.; JASTRZEBSKA, E.; ZUKOWSKI, K.; WR??BLEWSKI,

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in cell cultures for drug-testing purposes. Biosensors and Bioelectronics, v. 51, p. 55–61, 2014.

WU, M. H.; WANG, H. Y.; TAI, C. L.; CHANG, Y. H.; CHEN, Y. M.; HUANG, S.

Bin; CHIU, T. K.; YANG, T. C.; WANG, S. S. Development of perfusion-based

microbioreactor platform capable of providing tunable dynamic compressive loading to 3-D

cell culture construct: Demonstration study of the effect of compressive stimulations on

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MEIRINGER, C.; SHAO, Z.; SWANBERG, J. C.; LEE, K. H.; LUO, J.; SZPERALSKI, B.

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temperature control scheme for microbioreactor operation using integrated microheater.

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Page 151: Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de ...€¦ · Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos Raphael Carvalho Prado Rio de Janeiro

151

ANEXO C

Patentes Analisadas

Page 152: Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de ...€¦ · Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos Raphael Carvalho Prado Rio de Janeiro

152

EP3239285 Device for determining and monitoring the physiological states of microbial

cultures in each micro-bioreactor of a microtitration plate

RWTH AACHEN

NL2016281 Means and methods for spheroid cell culturing and analysis

PERKINELMER

CN106978384 Porous microcryogel cell three-dimensional culture carrier, and preparation

method and preparation system thereof

MICROBIOTECH TSINGHUA UNIVERSITY

EP3190172 Interconnections of multiple perfused engineered tissue constructs and

microbioreactors, multi-microformulators and applications of the same

VANDERBILT UNIVERSITY

WO9932654 Direct RT-PCR on oligonucleotide-immobilized PCR microplates

HITACHI CHEMICAL

WO200600115 Device and method for disposing pipette tips or dispenser tips in a system used

for manipulating liquid samples

TECAN TRADING TECON TRADING

WO2017104610 Porous film, method for manufacturing porous film, microlens array,

microreactor, and bio-device

JAPAN SCIENCE & TECHNOLOGY AGENCY

WO201762629 Microfluidic tissue development systems

UNIVERSITY OF PITTSBURGH

US20170081625 Interconnections of multiple perfused engineered tissue constructs and

microbioreactors, multi-microformulators and applications of the same

VANDERBILT UNIVERSITY

CN205953998U Modular defoaming paddle and use combination formula defoaming paddle's

miniature bioreactor

EAST CHINA UNIVERSITY OF SCIENCE & TECHNOLOGY SHANGHAI

GUOQIANG BIOENGINEERING EQUIPMENT

KR20170003177 Polygons microplate preparation mehthod thereof and culture method of cell

aggregation using the same

MICROFIT

US20160369222 Microplate-based apparatus for measuring cell metabolism

DK INNOTECH

WO2016180836 Well inserts with brittle membranes

CSEM - CENTRE SUISSE D ELECTRONIQUE ET DE MICROTECHNIQUE

Page 153: Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de ...€¦ · Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos Raphael Carvalho Prado Rio de Janeiro

153

WO2007123100 Filter-carrying micro plate

DAI NIPPON PRINTING

US20050272144 Microreactor enhancing efficiency of liquid mixing and reaction

KONICA MINOLTA KONICA MINOLTA MEDICAL & GRAPHIC

US20080187949 Multiplexed assays of cell migration

MILLIPORE

US20160137974 Microplates for magnetic 3d culture

NANO3D BIOSCIENCES

WO201644537 Microfluidic system and method for perfusion bioreactor cell retention

MASSACHUSETTS INSTITUTE OF TECHNOLOGY MIT NATIONAL

UNIVERSITY OF SINGAPORE NATIONAL UNIVERSITY OF

SINGAPORE

US20160017272 Method and Apparatus for Pipette Tip Columns

GJERDE DOUGLAS T

WO201611075 Ultrasound system for shearing cellular material

UNIVERSITY OF WASHINGTON

US20150004686 Automatic continuous perfusion cell culture microplate consumables

CORNING

US20070248976 Inverted orientation for a microplate

LIFE TECHNOLOGIES

CA2933950 Microfluidic bioreactor with modular design for synthesizing cell metabolites,

method for using same, and use thereof

KARLSRUHER INSTITUTE FÜR TECHNOLOGIE

DE202014105173 Microplate reader with incubation device

TECAN TRADING

CN104480010 Biological reaction device and application thereof

TSINGHUA UNIVERSITY

WO201527186 A modular, microfluidic, mechanically active bioreactor for 3d, multi-tissue,

tissue culture

UNIVERSITY OF PITTSBURGH

WO201516471 Micro cell culturing device

UNIST UNIST ACADEMY INDUSTRY RESEARCH

US20050026134 Systems and methods for control of pH and other reactor environment

conditions

BIOPROCESSORS

Page 154: Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de ...€¦ · Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos Raphael Carvalho Prado Rio de Janeiro

154

CN204039380U High-efficiency magnetic separation device convenient for pipetting

BEAVER NANO TECHNOLOGY SUZHOU

TWI464400 Bio-sensing device

WISTRON

US20140322701 Miniaturized, automated in-vitro tissue bioreactor

LAWRENCE LIVERMORE NATIONAL SECURITY

US20140234954 Methods and apparatus for independent control of product and reactant

concentrations

PHARYX

GB201400836 Microplate content agitation apparatus and method

TTP LABTECH

GB201322082 Foldable microplate

GE HEALTHCARE BIO SCIENCES

CN203569110U Composite structure for 384-hole microplate

VANGUARD

CN203569108U Microplate structure with bottom penetrated 384 holes

NEST BIOTECHNOLOGY

CN103396986 Animal cell perfusion culture method, and special device and application

thereof

NCPC GENETECH BIOTECHNOLOGY DEVELOPMENT

WO2013191173 Sample dispensing apparatus, crystallization method for protein, and microplate

formation sheet

RIKAGAKU KENKYUSHO RIKEN

WO2013175218 Clamp for fast pcr heating

BJS BJS IP

WO2013116449 Automatic continuous perfusion cell culture microplate consumables

CORNING

US20130196276 Apparatus and methods to operate a microreactor

PHARYX

KR20140080899 Microplates for cell culture and cell culture container comprising the same

KYUNGPOOK NATIONAL UNIVERSITY INDUSTRY ACADEMIC

COOPERATION FOUNDATION

RU2012149565 Method of estimating cell viability in microbioreactor by means of optical light

guide

OOO NT TS BIOKLINIKUM OOO NTTS BIOKLINIKUM

Page 155: Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de ...€¦ · Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos Raphael Carvalho Prado Rio de Janeiro

155

CN103665098 Dual phase column membrane protein micro-reactor and use thereof

DALIAN INSTITUTE OF CHEMICAL PHYSICS

US20140045253 Multi-compartment device for cell cloning and method of performing the same

ZOU QIAN

CA2832759 Thermal cycler with vapor chamber for rapid temperature changes

BIO RAD

WO2012139125 System and methods for making and processing emulsions

LIFE TECHNOLOGIES

JP2012152734 Assembly/dispersion apparatus of magnetic particle in liquid

TAMAGAWA SEIKI

JP2012147785 Apparatus for collecting/dispersing magnetic particle in liquid

TAMAGAWA SEIKI

CA2821580 Methods and systems for fast pcr heating

BEE JAY S IPD BJS IP

EP2548943 Clamping insert for cell culture

CSEM - CENTRE SUISSE D ELECTRONIQUE ET DE MICROTECHNIQUE

JP2012231764 Apparatus and method for sorting and acquiring cell aggregate

KYOKKO DENKI

US20120276541 Microplates, reaction modules and detection systems

SUZHOU GENEISYS BIOMEDICAL INSTR SUZHOU JINYI

BIOMEDICAL INSTR

US20120231976 Microfluidic chip for high-throughput perfusion-based three-dimensional cell

culture

CHANG GUNG UNIVERSITY

WO2010138960 Methods and systems for single-molecule rna expression profiling

HARVARD COLLEGE

WO2010126992 Microreactors with connectors sealed thereon; their manufacturing

CORNING

JP2011189270 Microplate and separation method

SUMITOMO BAKELITE

US20110111489 Sensor adapter, method for the manufacture thereof, method for the use of a

sensor in this sensor adapter and bioreactor with this sensor adapter

EPPENDORF

WO201048441 Culture systems

Page 156: Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de ...€¦ · Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos Raphael Carvalho Prado Rio de Janeiro

156

REGENEMED

WO201040831 Genetic analysis in microwells

PICO VITRO PICOVITRO

US20110082563 Microscale multiple-fluid-stream bioreactor for cell culture

CHARLES STARK DRAPER LABORATORY CHARLES STARK

LABORATORY DOREIPA

WO201130018 Microplate

PIERRE FABRE MEDICAMENT

WO201014885 Microplates with ultra-thin walls by two-stage forming

BIO RAD

CN201473546U Microreactor

HANGZHOU AMPROTEIN BIOLOG ENGINEERING

GB200911331 Vibrating microplate biosensing for characterising properties of behaviour of

biological cells

ASTON UNIVERSITY

JP2011004608 Microreactor for evaluating cell movement

KYOTO UNIVERSITY SHIMADZU WASEDA UNIVERSITY

IT2008TO1000 Microreactor with vent channels for removing air from a reaction chamber

STMICROELECTRONICS

JP2010088317 Chip for biological sample determination, kit for biological sample

determination and method for biological sample determination

SEIKO EPSON

JP2010066195 Biological sample reaction chip, centrifugal apparatus for filling biological

sample reaction chip with reaction liquid, and method for filling biological

sample reaction chip with reaction liquid

SEIKO EPSON

JP2010041973 Microreactor carrying enzyme-silica-based nanoporous material composite and

method for producing the same

NATIONAL INSTITUTE OF ADVANCED INDUSTRIAL SCIENCE &

TECHNOLOGY

TW200951437 Bioreactor

CHUNG YUAN CHRISTIAN UNIVERSITY

WO2009121868 Microbioreactor and microtiter plate comprising a plurality of microbioreactors

TECHNISCHE UNIVERSITÄT ILMENAU

US20080255062 Axon regeneration from adult sensory neurons

UNIVERSITY OF MANITOBA

Page 157: Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de ...€¦ · Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos Raphael Carvalho Prado Rio de Janeiro

157

DE102008008256 Microreactor

M2P LABS PEE EM 2 RABBS

US20100184020 Chip-based sequencing nucleic acids

LAWRENCE LIVERMORE NATIONAL SECURITY

JP2009150754 Chip, apparatus and method for biological sample reaction

SEIKO EPSON

US20090148912 Biological sample reaction chip, biological sample reaction apparatus, and

biological sample reaction method

SEIKO EPSON

WO200828241 Microbioreactor

UNIVERSITY OF QUEENSLAND

JP2008271876 Microreactor, multi-step enzymic reaction method using the same, and method

for continuous synthesis of sugar chain

MITSUBISHI CHEMICAL

AU2007201793 Microfermentor device and cell based screening method

BIOPROCESSORS

WO200816411 Improved disposable bioreactor vessel port

FINESSE SOLUTIONS

FI200705191 Device and method for use in analysis

BIOINNOVATIONS BIOINNOVATONS

JP2008221192 Microreactor and microfluid reaction apparatus

CANON

US20070172395 Thermally conductive microplate

LIFE TECHNOLOGIES

KR100824357 Miniaturized bioreactor

BIOTRON

US20080153135 Methods and apparatus for conducting amplification reactions on high density

hydrophilic patterned microplates

LIFE TECHNOLOGIES

WO200755165 Method of separating nucleic acid, microreactor for testing nucleic acid and

nucleic acid test system

KONICA MINOLTA KONICA MINOLTA MEDICAL & GRAPHIC

WO200758077 Gene test method, microreactor for gene test and gene test system

KONICA MINOLTA KONICA MINOLTA MEDICAL & GRAPHIC

WO200853598 Method for producing a biomolecule assay chip

Page 158: Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de ...€¦ · Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos Raphael Carvalho Prado Rio de Janeiro

158

JANUSYS JAPAN SCIENCE & TECHNOLOGY AGENCY SAITAMA

SMALL ENTPR PROMOTION SAITAMAKEN CHUSHO KIGYO SHINKO

WO200752471 Microreactor and method of liquid feeding making use of the same

KONICA MINOLTA KONICA MINOLTA MEDICAL & GRAPHIC

WO200826670 Microplate divider and microplate dividing method

UNIVERSAL BIO RESEARCH

US20070037195 Apparatus and method for digital magnetic beads analysis

APPLIED BIOCODE MAXWELL SENSORS

WO200808149 Cell analysis apparatus and method

SEAHORSE BIOSCIENCE

WO200800238 Microreactor array, device comprising a microreactor array, and method for

using a microreactor array

M2P LABS

WO2006138743 Fluid transfer device

BIOPROCESSORS

EP1864716 Closure for milliliter scale bioreactor

PALL FORTEBIO PALL MICROREACTOR TECHNOLOGIES

US20070280855 Modular and reconfigurable multi-stage microreactor cartridge apparatus

ADVION ADVION BIOSCIENCES MATTEO JOSEPH C

NANOTECHNOLOGY LIABILITY NANOTEK

WO2007129413 Microplate mounting stand, and analyte testing/observing apparatus equipped

therewith

EFFECTOR CELL INSTITUTE HIRATA

JP2007289032 Microreactor and integrated microanalytical system using the same

KONICA MINOLTA MEDICAL & GRAPHIC

JP2007292506 Microreactor and micro-integrated analysis system using the same

KONICA MINOLTA MEDICAL & GRAPHIC

JP2007237021 Microreactor

KONICA MINOLTA MEDICAL & GRAPHIC

CN1982431 Fast protease microreactor and its production

DALIAN INSTITUTE OF CHEMICAL PHYSICS

JP2007159439 Microreactor having high-density reaction space array formed by porous silicon

QUANTUM 14

US20070122854 Method for diagnosing colon cancer

RNL BIO

Page 159: Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de ...€¦ · Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos Raphael Carvalho Prado Rio de Janeiro

159

JP2007135504 Microreactor used for nucleic acid inspection and holding beads at

amplification site

KONICA MINOLTA MEDICAL & GRAPHIC

JP2007117830 Ultarsonic micro plate agitation and defoaming apparatus

HONDA ELECTRONICS

US20060088451 Micro-reactor for biological substance inspection and biological substance

inspection device

KONICA MINOLTA MEDICAL & GRAPHIC

US20060088929 Microreactor for genetic test

KONICA MINOLTA KONICA MINOLTA MEDICAL & GRAPHIC

JP2007113922 Microreactor

SHIMADZU WASEDA UNIVERSITY

EP1647329 Microplate with dialysis membrane

BECTON DICKINSON CORNING

JP2007097510 Microreactor

SHIMADZU WASEDA UNIVERSITY

US20060199260 Microbioreactor for continuous cell culture

MASSACHUSETTS INSTITUTE OF TECHNOLOGY MIT

WO200637022 Microbioreactor for continuous cell culture

MASSACHUSETTS INSTITUTE OF TECHNOLOGY MIT

JP2007083191 Microreacter

KONICA MINOLTA MEDICAL & GRAPHIC

GB200518623 Data capture system for microtiter plates

POLYLOGIC

JP2007071555 Substrate having protein immobilized thereon and microreactor using it

KONICA MINOLTA MEDICAL & GRAPHIC

JP2007068413 Microreactor for genetic testing

KONICA MINOLTA MEDICAL & GRAPHIC

US20050282224 Method for carrying out a biochemical protocol in continuous flow in a

microreactor

CEA - COMMISSARIAT A L ENERGIE ATOMIQUE ET AUX ENERGIES

ALTERNATIVES SERONO GENETICS INSTITUTE

WO2005118867 Microfabricated integrated dna analysis system

UNIVERSITY OF CALIFORNIA UNIVERSITY OF CALIFORNIA

BERKELEY

Page 160: Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de ...€¦ · Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos Raphael Carvalho Prado Rio de Janeiro

160

US20050250200 Micro-reactor for testing, genetic testing apparatus, and genetic testing method

KONICA MINOLTA KONICA MINOLTA MEDICAL & GRAPHIC

US20060229818 Method for eliminating crosstalk between waveguide grating-based biosensors

located in a microplate and the resulting microplate

CORNING

US20050244932 Inverted orientation for a microplate

LIFE TECHNOLOGIES

WO200573410 Nucleic acid amplification with continuous flow emulsion

454 454 LIFE SCIENCES

US20060139641 Optical reader system and method for monitoring and correcting lateral and

angular misalignments of label independent biosensors

CORNING CYBERDYNE INNOVATIONS

EP1652912 Micro-reactor, biological material inspection device, and microanalysis system

KONICA MINOLTA MEDICAL & GRAPHIC

CN1766645 Micro channel structure and method of manufacturing the same

DAINIPPON SCREEN MANUFACTURING

WO200529041 High density plate filler

LIFE TECHNOLOGIES

US20060029524 Sample processing device positioning apparatus and methods

3M 3M INNOVATIVE PROPERTIES

JP2006034256 Storing apparatus

SANYO ELECTRIC

WO2004113918 Sample arraying/assembling device, its method, and apparatus using sample

assembly

UNIVERSAL BIO RESEARCH

WO200470007 Methods of amplifying and sequencing nucleic acids

454 454 LIFE SCIENCES

JP2005207901 Microreactor and its manufacturing method

WASEDA UNIVERSITY

US20050135974 A device for preparing multiple assay samples using multiple array surfaces

CAI QI- F. DENG FU Q. DOWLAND LARA K. GE HAI P. HARVEY

MICHAEL A. LIU KE Q. PARKER BRECK O. PENG YONG J.

SCHLEICHER & SCHUELL BIOSCIENCE SHERMAN STEPHEN B.

WHATMAN

US20050127002 Immobilized-enzyme microreactor devices for characterization of biomolecular

analytes and associated methods

Page 161: Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de ...€¦ · Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos Raphael Carvalho Prado Rio de Janeiro

161

LELAND STANFORD JUNIOR UNIVERSITY

EP1541991 Integrated semiconductor chemical microreactor for real-time monitoring of

biological reactions

STMICROELECTRONICS

JP2005130837 Method and device for automatically discharging waste liquid of microplate and

agitating the same

LIFETECH

JP2005130726 Nucleic acid extractor

YASKAWA ELECTRIC

US20040141895 Protein crystallography hanging drop multiwell plate

CORNING

JP2005102570 Storing apparatus

SANYO ELECTRIC

CN1502687 Incubator

PANASONIC HEALTHCARE HOLDINGS PHC HOLDINGS SANYO

ELECTRIC

WO200416729 Microreactor architecture and methods

BIOPROCESSORS PROCESSOR S BIO

JP2005062145 System for confirming hybridization in biomolecule

CREDIA JAPAN

US20040228774 Microreactor, its production method, and sample screening device

HITACHI

WO200393406 Microfermentors for rapid screening and analysis of biochemical processes

MASSACHUSETTS INSTITUTE OF TECHNOLOGY MIT

JP2004321063 Microreactor

YASKAWA ELECTRIC

WO200389137 Substrate plate, method and apparatus for manufacturing such a substrate plate,

and system for conducting bioassays comprising such a substrate plate

PAMGENE PAMUJINBE DATABASE

US20040016702 Petal-array support for use with microplates

LA-CO INDUSTRIES LIFE TECHNOLOGIES

JP2004267097 Microreactor and method for producing the same

NATIONAL INSTITUTE OF ADVANCED INDUSTRIAL SCIENCE &

TECHNOLOGY

Page 162: Avaliação Sistemática para o Dimensionamento de ...€¦ · Microbiorreatores como Ferramentas no Desenvolvimento e Otimização de Bioprocessos Raphael Carvalho Prado Rio de Janeiro

162

US20040121455 Bioreactor for manipulating biofluids at a low flow rate in a ceramic

microfluidic system and method of fabrication

MOTOROLA

ES2208127 Modular system comprising multiple automated mini-bioreactors for high-

throughput screening (hts) in biotechnology

HEXASCREEN CULTURE TECHNOLOGIE HEXASCREEN CULTURE

TECHNOLOGIES UNI POLIT CNICA DE CATALUNYA UNIVERSITAT

AUTONOMA DE BARCELONA UNIVERSITAT POLITECNICA DE

CATALUNYA UNIVERSITÉ DE BARCELONA NORMA SYSTEM START

OUT UNIVERSITÉ SYSTEM START POLY TECHNICA BIG BARREL

CN1502412 Storage apparatus

PANASONIC HEALTHCARE HOLDINGS PHC HOLDINGS SANYO

ELECTRIC

US20040096365 Control device for automatic liquid handling system

HITACHI KOKI

JP2004160273 Microreactor with enzyme reversibly bonded therein and its production method

NATIONAL INSTITUTE OF ADVANCED INDUSTRIAL SCIENCE &

TECHNOLOGY

JP2004069625 Biochip

HITACHI

US20040009101 Microplate

FUTABA FUTABA CORPORATION KAKEN GENEQS

JP2004045103 Microplate

FUTABA CORPORATION KAKEN GENEQS

JP2004033907 Microreactor

FUJI ELECTRIC

NO200202520 Microplate for processing samples

MERCK DARMSTADT TECAN TRADING

FR2839660 Microreactor, method for preparing same, and method for producing a

biochemical or biological reaction

CEA - COMMISSARIAT A L ENERGIE ATOMIQUE ET AUX ENERGIES

ALTERNATIVES

WO200292778 Device and method for three-dimensional spatial localization and functional

interconnection of different types of cells

LELAND STANFORD JUNIOR UNIVERSITY STANFORD UNIVERSITY

US20030215937 Conductive microplate

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