avaliação quali-quantitativa dos resíduos sólidos gerados no instituto federal de ... · 2013....
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Avaliação Quali-quantitativa dos Resíduos Sólidos Gerados no
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas
Gerais – campus Governador Valadares- MG
Iramaya Rodrigues Salvador- Aluno do 5º período do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental do IFMG, campus Governador Valadares. [email protected]
Luiz Fernando Da Rocha Penna- Professor do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental do
IFMG, campus Governador Valadares.
RESUMO
Os resíduos sólidos são um dos grandes problemas da atualidade, o que não é
diferente nas unidades de ensino. Por isso, este artigo tem como objetivo fazer
uma analise quali-quantitava dos resíduos sólidos gerados no IFMGG-GV,
através da composição gravimétrica dos resíduos da instituição. Com este
estudo, verificou-se a quantidade de resíduos gerados e qual a porcentagem
de cada tipo de material em relação ao todo produzido. Percebeu-se através
dessa analise que há muito a se fazer para melhorar o gerenciamento desse
material no local.
Palavras-chave: resíduos sólidos; gestão; composição gravimétrica; análise quali-quantitativa.
ABSTRACT
Nowadays, solid waste is a large problem, and this is not different in the
teaching units. For this reason, this paper had as goal to make qualitative and
quantitative analysis of solid waste generated in an institution of higher learning,
through gravimetric composition of garbage of the institution. This study verified
the quantity of solid waste produced and what is the percentage of each
material. It realized through this analysis that to improve the management of
solid waste in this local there is so much to do.
Keywords: solid waste; management; gravimetric composition; qualitative-quantitative.
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1. INTRODUÇÃO
Os resíduos sólidos, amplamente conhecidos como lixo, são um dos grandes
problemas da atualidade, e sua produção tem crescido no decorrer dos anos. Como
destaca Ribeiro e Morelli (2009), estes materiais estão em todas as fases das
atividades humanas, de restos de animais mortos a baterias de celulares, com seu
volume e composição variando em função das práticas de consumo e métodos de
produção.
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) resíduos sólidos
são todos os
resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em
face à melhor tecnologia disponível. (ABNT,2004, p.1)
Para Ribeiro e Morelli (2009), os efeitos que estes materiais podem exercer
sobre a saúde humana e o meio ambiente são as maiores preocupações com relação
aos resíduos sólidos. Sendo que, ainda conforme o mesmo autor, dentre os problemas
associados aos resíduos sólidos está a possível ocorrência de acidentes ambientais,
relacionados principalmente com a destinação inadequada dos mesmos, podendo
gerar riscos para ao meio ambiente e a saúde pública.
No Brasil, de acordo com pesquisa realizada pela ABRELPE (Associação
Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e de Resíduos Especiais) houve um
aumento de 6,8% no total de resíduos gerados no país entre os anos de 2009 e 2010,
chegando, no ano de 2010, a 173.583 t/dia de resíduos sólidos coletados. Este cenário
mostra a necessidade crescente da gestão adequada destes materiais a fim de se
gerar o menor dano ao meio ambiente.
Como apresentado por Ribeiro e Morelli (2009), esse grande volume de
geração de “lixo” é alcançado devido à associação que se faz entre uma boa
qualidade de vida e um consumo cada vez maior de bens, o que conduz ao
consumismo, estimula a produção de bens descartáveis e difunde o uso de materiais
artificiais. Sendo que os problemas gerados por essa atitude consumista e sua
insustentável produção de resíduos atingem a sociedade há algumas décadas.
Segundo Monteiro (2001) é possível classificar os resíduos quanto aos riscos
potenciais de contaminação do meio ambiente, bem como quanto a sua natureza ou
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origem. Sendo ainda possível analisar suas características físicas, químicas e até
biológicas. Destas características destacam-se as características físicas que, segundo
o mesmo autor, são as mais importantes características a serem conhecidas, porque
sem esse conhecimento é quase impossível gerir de maneira adequada os resíduos
sólidos.
Atualmente, com relação à questão dos resíduos no Brasil, o país conta com a
Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS – Lei No 12305/2010, que, entre outros,
dispõe sobre a classificação dos resíduos sólidos, classificando-os quanto a sua
origem e quanto a sua periculosidade.
Quanto à origem, a PNRS classifica os resíduos sólidos como resíduos
domiciliares, resíduos de limpeza urbana, resíduos sólidos urbanos (que engloba os
domiciliares e os de limpeza urbana), resíduos de estabelecimentos comerciais e
prestadores de serviços, resíduos dos serviços públicos de saneamento básico,
resíduos industriais, resíduos de serviços de saúde, resíduos da construção civil,
resíduos agrossilvopastoris, resíduos de serviços de transportes, e resíduos de
mineração.
Em relação à periculosidade, a legislação classifica os resíduos como
perigosos, ou seja, aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade,
corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade,
teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou
à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica. E classifica-
os também, como não perigosos, ou seja, aqueles que não se enquadram entre os
perigosos.
Com relação a ABNT, a NBR 10004 classifica os resíduos sólidos como
resíduos classe I - Perigosos; e resíduos classe II – Não perigosos. Estes por sua vez,
dividem-se em resíduos classe II A – Não inertes; e resíduos classe II B – Inertes.
Conforme Monteiro (2001), as características dos resíduos podem ser
influenciadas pelos aspectos sociais, econômicos, culturais, geográficos e climáticos
daqueles que o geram. Este aspecto torna necessário ter cuidado com os valores que
demonstram as características dos resíduos, principalmente no que diz respeito às
características físicas, pois os mesmos sofrem muita influência de fatores sazonais.
Um exemplo disso é a diferença existente entre a composição dos resíduos
entre diferentes países. No Brasil, em média, 65% de todo o resíduo sólido gerado é
composto de matéria orgânica, sendo o restante composto por materiais recicláveis –
vidro (3%), metal (4%), plástico (3%) e papel (25%), enquanto nos Estados Unidos a
contribuição de matéria orgânica é de 35,6% do resíduo.
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As características físicas, segundo Monteiro (2001), são as mais importantes
características a serem conhecidas, porque sem esse conhecimento é quase
impossível gerir de maneira adequada os resíduos sólidos. Daí a importância de uma
avaliação quali-quantitativa dos resíduos sólidos, para que dessa forma possam ser
conhecidas as características físicas especificas do resíduo produzido e assim poder
gerencia-lo da maneira mais adequada a cada situação, visando sempre a diminuição
de seu impacto ao meio ambiente.
Uma forma de se avaliar quali-quantitativamente os resíduos sólidos
produzidos em determinado local ou região é através da composição gravimétrica,
pela qual é possível traduzir em percentual a relação de cada componente dos
resíduos com a massa total analisada. Ou seja, pode se avaliar a quantidade de cada
material específico que é gerado. Sendo que uma forma simplificada de se separar
esse material para avaliação é considerando apenas o papel/papelão, o plástico, o
vidro, o metal, a matéria orgânica e outros.
Outro aspecto importante no que diz respeito, principalmente a gestão
adequada dos resíduos sólidos, é a questão do acondicionamento e segregação dos
resíduos sólidos na fonte geradora. Para Monteiro (2001, p.45) “acondicionar os
resíduos sólidos domiciliares significa prepará-los para a coleta de forma
sanitariamente adequada, como ainda compatível com o tipo e a quantidade de
resíduos”, sendo assim, a qualidade da coleta e transporte do “lixo” só é obtida com o
acondicionamento e armazenamento adequado dos resíduos sólidos. Este tipo de
cuidado evita acidentes; evita a proliferação de vetores; minimiza o impacto visual e
olfativo; reduz a heterogeneidade dos resíduos (no caso de haver coleta seletiva); e
facilita a realização da etapa da coleta.
Com relação à redução da heterogeneidade dos resíduos sólidos, Monteiro
(2001) comenta que uma forma de redução de custos com o sistema de limpeza
urbana é conscientizar a população sobre a minimização da produção de resíduos,
através, por exemplo, da segregação dos resíduos sólidos na fonte geradora com a
finalidade de recicla-los (coleta seletiva). Como destaca Teixeira (2009), essa
separação deve ocorrer antes da coleta, através de um acondicionamento diferenciado
para cada componente ou grupo de componentes.
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), considerando que a
reciclagem de resíduos deve ser incentivada, facilitada e expandida no país,
padronizou o acondicionamento de material reciclável em um código de diferentes
cores, através da Resolução CONAMA 275/2001, como pode ser visualizado na
Figura 01.
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Figura 01 - Código de cores para coleta seletiva de resíduos Sólidos.
Com relação às Instituições de Ensino Superior, Albuquerque et al (2010)
afirmam que estas desempenham um importante papel nas áreas socioeconômica e
tecnológica, formando profissionais que atuarão em diversos setores do
conhecimento, além de produzir saber e o aplicar na solução de problemas sociais.
Porém, estas instituições apresentam impactos ambientais negativos
significativos, uma vez que elas podem consumir grandes quantidades de recursos e
produzir quantidades consideráveis de resíduos. Como afirmam Tauchen & Brandli
(2006, p.505), estes locais “podem ser comparados com pequenos núcleos urbanos,
envolvendo diversas atividades” como locais de convivências e outros.
Furiam e Günther (2006) destacam que os resíduos sólidos gerados em
ambientes universitários abrangem os resíduos orgânicos, que são provenientes da
manipulação de alimentos, da manutenção e limpeza de áreas verdes (poda); bem
como embalagens de vidro, plástico, metal, papel/papelão, resíduos de varrição, e até
resíduos de construção e demolição. Sendo que eles são produzidos nos setores
administrativos, cantinas, nos setores de limpeza, manutenção e ensino, como salas
de aula e laboratórios.
Para Furiam e Günther (2006, p.8) o diagnóstico da geração e a classificação
desses resíduos, bem como o acompanhamento ao longo do tempo das atividades
realizadas em cada universidade, “são importantes para orientar a segregação, a
Cor Significado
Azul Papel/Papelão
Vermelho Plástico
Verde Vidro
Amarelo Metal
Preto Madeira
Laranja Resíduo Perigoso
Branco Resíduo ambulatorial e de serviços de saúde
Roxo Resíduo radioativo
Marrom Resíduo Orgânico
Cinza Resíduo geral não reciclável ou misturado,
ou contaminado não passível de separação
Fonte: Resolução CONAMA 275/2001
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coleta, o tratamento e a destinação final desses resíduos sólidos gerados nesse
ambiente”.
Isso demonstra a importância de um trabalho que visa uma avaliação quali-
quantitativa dos resíduos gerados, uma vez que através deste, pode-se ter uma visão
da geração e classificação desses materiais. E como o Instituto Federal De Minas
Gerais – IFMG – campus Governados Valadares, não foge ao problema do “lixo”,
possuindo, como qualquer outra unidade de ensino, vários pontos de geração de
resíduos sólidos, justifica-se tê-lo como objeto de estudo.
Portanto o principal objetivo foi analisar quali-quantitativamente os resíduos
sólidos gerados no Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, Campus
Governador Valadares, a fim de que se possa alcançar os objetivos específicos de
identificar a quantidade de resíduos sólidos gerados no IFMG-GV; identificar a
composição gravimétrica dos resíduos sólidos gerados no IFMG-GV; e propor ações
que possam melhorar a gestão dos resíduos sólidos gerados no IFMG-GV.
2.PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
2.1.Caracterização da área de estudo
Governador Valadares é um município, com 76 anos de emancipação política,
localizado no interior do estado de Minas Gerais, em uma região conhecida como
médio Rio Doce. Governador Valadares se destaca por constituir um polo de influência
regional e um expressivo centro comercial, tornando-se atualmente um polo
educacional com a chegada do IFMG em 2010 e da Universidade Federal de Juiz de
Fora – UFJF, em Agosto de 2012.
O trabalho de pesquisa foi desenvolvido dentro do campus do Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, campus Governador Valadares,
em agosto de 2012, localizado na Avenida Minas Gerais, no 5189 no bairro Ouro Verde
(Figura 02).
No período da pesquisa o campus contava com 30 professores, 20 técnicos
administrativos em educação e 385 alunos nos cinco cursos oferecidos. Sendo estes o
Técnico Subsequente em Segurança do Trabalho, Tecnólogo em Gestão Ambiental,
Engenharia de Produção e dois cursos de Técnico Integrado, um em Meio Ambiente e
outro em Segurança do Trabalho.
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O campus do IFMG-GV, ainda em implantação, possui uma área aproximada
de 142.000 m2 e sua área construída é de 3750 m2 que é formada por três prédios:
ensino, administração e sociabilidade.
O Prédio de ensino possui 21 salas de aproximadamente 72 metros2. Nas 21
salas do prédio de ensino funcionam 11 salas de aula; 2 laboratórios de química, física
e biologia; 1 sala utilizada pelos professores; 1 sala de coordenação; 1 sala com
biblioteca; 1 sala de estudos; 2 salas com laboratórios de informática e 2 salas em
construção. Possui corredor e hall de entrada e 6 banheiros, sendo dois masculinos e
dois femininos e 1 banheiro para portadores de necessidades especiais. Possui
também dois cômodos que são utilizados como pequenos almoxarifados.
O Prédio administrativo possui 9 salas, sendo: Coordenação de ensino,
almoxarifado, sala de reuniões, sala do diretor geral, anti-sala do diretor geral,
coordenação de pesquisa e extensão e coordenação de administração e
planejamento, sala da tecnologia de informação e sala de recursos áudio-visuais.
Possui ainda 4 banheiros, sendo 1 masculino e um feminino e dois para portadores de
necessidades especiais.
Outro prédio existente é o que chamamos de sociabilidade onde está
localizada a cantina do IFMG-GV, possui dois cômodos utilizados como almoxarifado
da cantina e possui 6 banheiros, sendo dois masculinos dois femininos e dois para
portadores de necessidades especiais.
Figura 02 - Vista Panorâmica da área do campus do IFMG – GV, Governador Valadares, MG (Agosto/2012).
Fonte: Arquivo pessoal, Prof. Luiz Fernando da Rocha Penna.
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2.2.Análise Quali-quantitativa dos Resíduos Sólidos Gerados no IFMG-GV
O levantamento de todos os resíduos sólidos gerados no campus Governador
Valadares foi feito durante cinco dias consecutivos, no período de 20 a 24 de agosto
de 2012, período este que o IFMG-GV estava em período de aulas, portanto ocasião
de maior produção de resíduos. Sendo que a caracterização dos resíduos gerados foi
realizada através da determinação de sua composição gravimétrica, o que permitiu
conhecer as frações recicláveis e não recicláveis dos resíduos, bem como suas
características físicas (plástico, papel, metal, orgânico, papelão, vidro, papel higiênico).
Como visto em Monteiro (2001), para se determinar a composição gravimétrica
deve-se determinar os componentes a serem avaliados de acordo com o objetivo
almejado, feito isso deve haver a pesagem desses componentes, que foram
separados previamente, e dividir o peso individual pelo total da amostra para que seja
obtido o resultado em valores percentuais.
Esse procedimento foi executado em três dias distintos, na terça-feira, na
quinta-feira e no sábado, totalizando cinco dias consecutivos de análise. Esses dias
foram escolhidos porque a fim de evitar o acúmulo do lixo no campus em função da
pesquisa, e pelo fato da coleta dos resíduos ser realizada pela empresa PAVOTEC as
segundas, quartas e sextas pela manhã bem cedo.
Assim o lixo acumulado de segunda e terça feira até às 16 horas foi pesado e
classificado. Na quinta às 16 horas foi feita a pesagem e classificação do lixo de terça
após as 16 horas, do lixo de quarta-feira e de quinta-feira até às 16 horas. No sábado
foi feita a pesagem e classificação do lixo de quinta após as 16 horas e de sexta-feira
até às 22 horas.
Primeiramente os resíduos foram separados por prédios: sociabilidade, ensino
e administrativo e foram pesados em uma balança com divisões em 250 gramas, com
peso máximo de 22 quilogramas. A balança utilizada possui um gancho na parte
inferior o que permite pesar o lixo no próprio saco e, quando da aquisição da balança,
foram realizados alguns testes com pesos aferidos e padronizados que confirmaram
os pesos. Posteriormente o lixo foi retirado das sacolas, espalhado em uma lona
plástica com 10m2, classificado, separado e pesado de acordo com sua natureza
física, como pode ser visualizado na Figura 03. Para evitar acidentes, foi utilizado
Equipamento de Proteção Individual (EPI’s), como luvas na separação dos resíduos
sólidos.
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3.RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foi constato que o total de resíduos produzidos no IFMG nesse período foi de
104,2 kg, como pode ser observado na Figura 04. Este valor leva a uma média de 20,8
kg produzidos por dia no campus Governador Valadares. Se fizermos uma projeção
mensal, multiplicando o total produzido por 20 dias (letivos) teremos a geração de 416
kg. Se consideramos 12 meses teremos a geração 4,99 tonelada por ano
aproximadamente.
Analisando a Figura 04, pode-se concluir que o papel é o componente que foi
mais encontrado, com uma produção 40,5 quilogramas. Em seguida ao papel temos o
plástico (26,0 kg), o material orgânico (20,0 kg), o papelão (12,7 kg,) o papel higiênico
(3,6 kg,) o metal (1,3 kg) e, por fim, o vidro com uma produção 0,2 quilogramas.
Figura 03 – Segregação dos resíduos sólidos
Fonte: A Autora
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Também foi possível avaliar qual dos prédios possui a maior produção de
resíduos. Como destacado na Figura 05, o prédio de ensino foi o responsável por 48%
dos resíduos gerados, o que equivale a 49,9 Kg de resíduos sólidos. O prédio de
Sociabilidade, onde está localizada a cantina, ficou responsável por 42% da produção,
com um total 44,4 kg de resíduos gerados. E por último o prédio administrativo com a
geração de 10 kg de resíduos sólidos no período pesquisado, o que representa 10%
da produção do IFMG-GV.
Figura 04 - Composição gravimétrica dos resíduos sólidos produzidos no IFMG-GV no período de 20 a 24/08/2012.
COMPOSIÇÃO
GRAVIMÉRTRICA SOCIABILIDADE ENSINO ADMINISTRATIVO TOTAL
Papel (Kg) 8,0 26,6 5,9 40,5
Plástico (Kg) 15,7 8,0 2,3 26,0
Orgânico (Kg) 18,1 1,0 1,1 20,0
Papelão (Kg) 1,4 10,5 0,8 12,7
Papel higiênico
(Kg) 0,0 3,6 0,0 3,6
Metal (Kg) 1,3 0,0 0,0 1,3
Vidro (kg(Kg)) 0,0 0,2 0,0 0,2
Média diária (Kg) 8,9 10,0 2,0 20,8
Total 44,4 49,9 10,0 104,2
Fonte: A Autora
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A partir dos dados obtidos com as pesagens realizadas foi possível determinar
a composição gravimétrica dos resíduos do IFMG campus Governador Valadares
como um todo, bem como, de cada prédio individualmente. Observou-se que o papel
representa 38,9% dos resíduos gerados, seguido do plástico (24,9%), material
orgânico (19%), papelão (12%), papel higiênico (4%), e por ultimo metal e vidro
somando 1,3% do total gerado no IFMG-GV, como pode ser observado na Figura 06.
Assim, do total de resíduos sólidos produzidos, os resíduos potencialmente recicláveis
correspondem a 76,4 kg, os compostáveis (lixo orgânico) a 20,0 kg e o rejeito (papel
higiênico) a somente 3,6 kg. Ou seja, 96,5% dos resíduos produzidos no IFMG-GV
podem ser reaproveitados, o que facilitaria a implantação da coleta seletiva solidária,
prevista no Decreto 5.940/06 que institui a separação dos resíduos recicláveis
descartados pelas entidades públicas federais direta e indiretamente, na fonte
geradora, e a sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de
materiais recicláveis.
Comparando os resultados obtidos no IFMG-GV com os dados do diagnóstico
de resíduos sólidos realizado por Gomes (2009), pode-se perceber que houve
similaridade em alguns resultados. Sendo encontrado, no estudo citado, 1% de
alumínio, 34% de papel e 15% de plástico, sendo que no IFMG-GV estes resíduos,
respectivamente, contribuíram com 1,2%; 38,9% e 24,9% da geração total.
Figura 05 - Total de resíduos sólidos gerados no IFMG em porcentagem no período do de 20 a 24/08/2012.
Fonte: A Autora
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Foi possível, também, verificar a diferença de geração de resíduos sólidos
entre cada prédio do campus. Como pode ser visto nas Figuras 07 a, 07 b e 07 c, a
maior parte dos resíduos produzidos no prédio de ensino se enquadrou como
papel/papelão, equivalendo a 74,5% do material gerado no prédio, sendo ele o local
que mais gerou o papel como resíduo. Com relação à matéria orgânica, ela foi gerada
em maior quantidade na sociabilidade, onde está a cantina, chegando a 40,7% do
produzido no local. Ressaltando que em todos os prédios foram encontrados
papel/papelão, plástico e matéria orgânica, diferente do que ocorreu com o metal, vidro
e papel higiênico.
Figura 06 - Composição gravimétrica dos resíduos sólidos gerados no IFMG-GV no período de 20 a 24/08/2012.
Fonte: A Autora
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(a)
(b)
Figura 07 A - Composição gravimétrica dos resíduos sólidos gerados no período de 20 a 24/08/2012 no prédio da Sociabilidade.
Figura 07 B - Composição gravimétrica dos resíduos sólidos gerados no período de 20 a 24/08/2012 no prédio de Ensino.
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(c)
Durante a realização do trabalho de campo foi verificado constatado: a falta de
segregação do material, pois, em todos os prédios, encontra-se misturado, o que
dificulta ou impossibilita a reutilização ou até a reciclagem de alguns materiais;
presença de vidro na forma de duas garrafas de uma marca de bebida alcoólica
encontradas no prédio de ensino; a ausência de latinhas de alumínio, apesar desse
produto ser vendido na cantina; a grande quantidade de papelão encontrada no prédio
de ensino, devido a um descarte de embalagens que ocorreu no período do trabalho;
bem como, a presença de uma pilha.
Quanto ao metal descrito nos resultados, este era constituído apenas por
embalagens de alumínio (marmitex), salvo por uma única lata de refrigerante
encontrada no primeiro dia de pesagens. Isso indica que pode estar havendo a coleta
deste material por parte de funcionários da limpeza ou da própria cantina.
Outro aspecto que deve ser destacado é a ausência de papel higiênico na
Sociabilidade e Administração, o que levou a concluir que os funcionários da limpeza,
que ficaram a cargo de coletar o lixo dos prédios, colocaram junto o material coletado
nos banheiros do prédio de ensino do IFMG-GV.
Como destacado anteriormente, 96,5% dos resíduos sólidos produzidos no
campus de Governador Valadares podem ser reaproveitados, sendo eles formados por
papel/papelão, plástico, vidro, metal e resíduos compostáveis. Sendo que o
Figura 07 C - Composição gravimétrica dos resíduos sólidos gerados no período de 20 a 24/08/2012 no prédio Administrativo.
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papel/papelão era composto por embalagens, guardanapos, e papel branco de
maneira geral, proveniente da administração e do prédio de ensino. Dentre o material
plástico, destacou-se a grande quantidade de PET gerada na cantina, que se somou a
sacos, sacolas, copos, pratos, garfos e embalagens plásticas. Quanto ao material
orgânico, este foi composto basicamente dos restos de alimentos da cantina e de
alguns restos de frutas e biscoitos nos prédios de ensino e administração.
Destaca-se também o fato de haver no prédio de Sociabilidade as lixeiras de
cores diferenciadas para a coleta separada dos resíduos, no entanto, atualmente no
campus essa medida não tem sido eficaz, já que em algum momento todo o material
se mistura. Outro aspecto preocupante é o fato da coleta seletiva existente na cidade
de Governador Valadares não abranger o bairro no qual se localiza o IFMG-GV.
4.CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os resultados obtidos, recomenda-se uma maior atenção ao
gerenciamento dos resíduos gerados no campus IFMG-GV, ou seja, seu
acondicionamento correto, segregação na fonte geradora e destinação final adequada.
Para tanto, recomenda-se que seja desenvolvido no campus um plano de
gerenciamento de resíduos sólidos, sendo contemplado no mesmo a sensibilização
dos funcionários terceirizados, servidores e alunos, a fim de que todos possam
participar devidamente do gerenciamento.
Sugere-se a implantação da coleta seletiva solidária no IFMG-GV, em
observância ao Decreto Federal no 5.940 de 2006, como uma maneira de atender a
legislação e sensibilizar os terceirizados, servidores e estudantes sobre o problema
dos resíduos sólidos e incentivá-los a implantar a coleta seletiva em suas casas.
Sugere-se formalizar um convênio com a ASCANAVI (Associação dos Catadores de
Materiais Recicláveis Natureza Viva) que receberia esse material, sendo que esta
associação também é responsável por receber os resíduos provenientes da coleta
seletiva do município.
As Instituições de Ensino Superior possuem grande importância social, sendo
assim, o IFMG deve ser um modelo que possa ser seguido, levando à sociedade a
importância de se agir de forma sócio-ambientalmente responsável. Por isso
ressaltasse a importância de um trabalho de sensibilização para o descarte e destino
final correto dos resíduos, pois, como visto, os resíduos sólidos estão sendo
acondicionados misturados por falta de um programa de coleta seletiva.
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