avaliação do desempenho da tci/tcvi/tcii chagas-flow ate … · 2019. 4. 16. · catalogação:...

192
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO UFOP NÚCLEO DE PESQUISAS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS NUPEB PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no sorodiagnóstico universal e genótipo- específico de infecções experimentais simples e mistas pelo Trypanosoma cruzi AUTOR: GLAUCIA DINIZ ALESSIO ORIENTADORA: PROF A . DR A . MARTA DE LANA CO-ORIENTADOR: DR. OLINDO ASSIS MARTINS-FILHO OURO PRETO, MG, 2017

Upload: others

Post on 05-Mar-2021

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO – UFOP

NÚCLEO DE PESQUISAS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – NUPEB

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

ATE-IgG2a no sorodiagnóstico universal e genótipo-

específico de infecções experimentais simples e mistas pelo

Trypanosoma cruzi

AUTOR: GLAUCIA DINIZ ALESSIO

ORIENTADORA: PROFA. DR

A. MARTA DE LANA

CO-ORIENTADOR: DR. OLINDO ASSIS MARTINS-FILHO

OURO PRETO, MG, 2017

Page 2: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

II

GLAUCIA DINIZ ALESSIO

Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

ATE-IgG2a no sorodiagnóstico universal e genótipo-

específico de infecções experimentais simples e mistas pelo

Trypanosoma cruzi

Tese apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ciências Biológicas do

Núcleo de Pesquisas em Ciências

Biológicas da Universidade Federal de

Ouro Preto, como parte integrante dos

requisitos para obtenção do Título de

Doutor em Ciências Biológicas, área de

concentração Imunobiologia de

Protozoários.

Orientadora: Profa. Dra. Marta de Lana

Co-orientador: Dr. Olindo Assis

Martins-Filho

OURO PRETO, MG, 2017

Page 3: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

Catalogação: www.sisbin.ufop.br

A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a nosorodiagnóstico universal e genótipo-específico de infecções experimentais simplese mistas pelo Trypanosoma cruzi [manuscrito] / Glaucia Diniz Alessio. - 2017. xvii, 173f.: il.: color; Um artigo em anexo.

Orientador: Prof. Dr. Marta de Lana. Coorientador: Prof. Dr. Olindo Assis Martins-Filho.

Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Pró-Reitoria dePesquisa e Pós-Graduação. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas.Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Área de Concentração: Imunobiologia de Protozoários.

1. Trypanosoma cruzi. 2. Sorologia. 3. Citometria de fluxo. 4. Diagnósticouniversal. 5. Diagnóstico genótipo-específico. I. Lana, Marta de. II. Martins-Filho,Olindo Assis . III. Universidade Federal de Ouro Preto. IV. Titulo.

CDU: 577.27:561.24

Page 4: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow
Page 5: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

III

“O que chamamos de inspiração é a capacidade de reter e ampliar, com um toque

próprio único, um flash ou insight, uma coisinha de nada que atravessa o nosso

pensamento e pode fugir. Porém, boa parte dessa inspiração é fruto de nossa capacidade

de concentração, de disciplina, de esforço mental e até de teimosia. Precisamos não de

um dia bonito de céu azul, mas de uma boa dose de paciência para produzir alguma

coisa interessante, para organizar raciocínios, transformar barro em tijolos e tijolos em

casa.”

Freitas, 2002

Page 6: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

IV

Dedico esse trabalho aos meus pais Carmen e Paulo, ao meu irmão Marcelo, a minha

cunhada Ana e ao meu sobrinho Joãzinho, por me incentivarem em todos os momentos,

pelo amor, carinho, amizade, paciência e força ao longo dessa caminhada. Vocês foram

fundamentais para que esse trabalho se concretizasse!

Page 7: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

AGRADECIMENTOS

V

Agradeço imensamente a Deus por ter me dado força, sabedoria e iluminado os meus

caminhos para que eu conseguisse chegar até aqui. Hoje concretizo esse sonho devido

às bênçãos de Deus e da minha fiel protetora Santa Terezinha das Rosas! Só tenho a

agradecer por mais essa conquista!

Agradeço à minha orientadora Dra. Marta de Lana, por ter me acolhido desde a minha

iniciação científica. Obrigado por ter me introduzido nos caminhos da pesquisa e por

despertar em mim o amor pela ciência. Obrigado por todos os seus ensinamentos, pela

paciência e principalmente pela confiança!

Agradeço ao meu co-orientador Dr. Olindo Assis Martins-Filho por me aceitar como

sua aluna e por ter me recebido de portas abertas no laboratório. Obrigado por todos os

seus ensinamentos, que com certeza eu vou levar tanto para a minha vida pessoal quanto

para a profissional. Obrigado pela sua dedicação e persistência com o meu projeto, pelo

seu esforço diário em fazer com que tudo desse certo! Obrigado pela sua paciência, por

estar sempre disposto a me ouvir e por despertar em mim o meu senso crítico e amor

pela pesquisa. Acima de tudo obrigado pelo seu carinho! Você é um verdadeiro

exemplo de pessoa e profissional que eu quero levar pra sempre comigo!

Agradeço à Dra. Ándrea Teixeira de Carvalho por toda a colaboração e suporte

possibilitando a concretização desse projeto. Obrigado por todas as sugestões que

aprimoram o desenvolvimento desse trabalho.

Agradeço à Dra. Fernanda Fortes por todas as suas contribuições no meu projeto.

Obrigado por estar sempre disposta a me ajudar e acima de tudo pela sua amizade!

Agradeço ao Dr. Policarpo Ademar Sales Júnior por estar sempre disposto a me ajudar.

Obrigado pelo seu empenho e suporte possibilitando o desenvolvimento desse trabalho.

Agradeço à Dra. Denise Fonseca Côrtes pelo seu envolvimento e apoio na parte

experimental e nas análises da primeira etapa desse trabalho. Obrigado pela sua

preocupação com o meu projeto e pela sua amizade.

Page 8: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

AGRADECIMENTOS

VI

Agradeço aos meus colaboradores Dr. Matheus de Souza Gomes, Dr. Laurence

Rodrigues do Amaral e Dr. Marcelo Antônio Pascoal Xavier por todo o suporte na parte

das análises desse projeto. Obrigado pelo envolvimento e comprometimento de vocês

permitindo que desenvolvêssemos um trabalho de alta qualidade.

Agradeço aos pesquisadores do Grupo Integrado de Pesquisas em Biomarcadores Dr.

Márcio Sobreira Silva Araújo e Dra. Vanessa Peruhype Magalhães Pascoal pelos

ensinamentos, apoio, incentivo e amizade.

Agradeço aos membros da Plataforma de Citometria, Dra. Carol Campi Azevedo, Tiza,

Lorena e Bruna pelo auxílio e acompanhamento das leituras no citômetro e pelo suporte,

permitindo assim a realização desse trabalho.

Agradeço à Júcelia Amorim, um verdadeiro exemplo de pessoa, pelo seu carinho,

amizade, pela convivência e por estar sempre disposta a me ajudar nos momentos que

eu mais precisei.

Agradeço à Universidade Federal de Ouro Preto e ao Centro de Pesquisas René Rachou

por todo o suporte científico, tecnológico e financeiro que permitiram a realização desse

projeto.

Agradeço à CAPES pela concessão da minha bolsa.

Agradeço à todos os membros do Laboratório de Doença de Chagas e do Grupo

Integrado de Pesquisas em Biomarcadores pela convivência diária, pelo carinho,

amizade, força e incentivo.

Agradeço aos meus queridos amigos de Ouro Preto Levi, Jamille e Maykon, pela força

e incentivo que vocês sempre me deram, pelo apoio e por estarem sempre dispostos a

me ajudar. Agradeço imensamente por todos esses anos de amizade!

Agradeço mais do que nunca as minhas queridas amigas “divas quase doutoras”

Marcela, Chris, Paulinha, Taty, Jô, Amandinha, Sarinha e Raquel. Vocês são muito

Page 9: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

AGRADECIMENTOS

VII

especiais e importantes na minha vida. Sem o apoio, a amizade e o carinho de vocês eu

não conseguiria chegar até aqui. Obrigado por tudo do fundo do meu coração!!!!

Agradeço a todos os meus amigos de BH, em especial Isabela, Socorro e Amanda, por

sempre estarem presentes em todos os momentos da minha vida, pela amizade de anos,

pelo carinho e incentivo de vocês, por estarem sempre dispostas a me ouvir e me ajudar.

Amo vocês e sou imensamente grata por ter pessoas tão especiais na minha vida!

Finalmente agradeço imensamente a minha família, mãe, pai, Marcelo, Ana e

Joãozinho!!! Vocês são a razão da minha vida!!! Eu nunca conseguiria chegar até aqui

sem o apoio incondicional de vocês. Por diversos momentos a caminhada foi árdua,

foram muitos momentos difíceis, mas graças a Deus conseguimos superar todos, e hoje

estamos firmes e fortes! Obrigado pelo amor, união, carinho e por todo o incentivo. Me

desculpe se por alguns momentos foi incompreensiva, pelo meu estresse, pela correria e

se não dei a atenção necessária à vocês. Muito obrigada por tudo!!!!!

Page 10: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESUMO

VIII

O Segundo Consenso Taxonômico do Trypanosoma cruzi subdividiu a espécie em seis

grupos genéticos distintos (DTUs- “Discrete Typing Unity”), TcI a TcVI. Nesse

contexto, diversos estudos vêm associando a variabilidade genética do T. cruzi com as

características biológicas, epidemiológicas e clínicas da doença de Chagas (DCh).

Assim, torna-se cada vez mais importante correlacionar a diversidade genética do

parasito com o diagnóstico da DCh. Recentemente, foi padronizada a técnica de

pesquisa de anticorpos IgG anti-amastigotas (AMA), tripomastigotas (TRIPO) e

epimastigotas (EPI) do T. cruzi por citometria de fluxo (Chagas-Flow ATE), com

excelente desempenho no diagnóstico e na monitoração pós-terapêutica da DCh. Assim,

esse trabalho busca otimizar a Chagas-Flow ATE no diagnóstico universal e genótipo-

específico da infecção experimental simples e mista pelo T. cruzi, utilizando distintas

DTUs do parasito como antígeno. Foram avaliados pela TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

ATE-IgG2a amostras de soros de camundongos não infectados e com infecções pelo T.

cruzi simples: Colombiana (COL)/TcI, CL/TcVI e Y/TcII e mistas: Colombiana/TcI +

CL/TcVI, CL/TcVI + Y/TcII e Colombiana/TcI + Y/TcII nas infecções recentes (IR) e

tardias (IT). Os dados demonstraram o excelente desempenho da TcI/TcVI/TcII

Chagas-Flow ATE-IgG2a no diagnóstico universal da infecção experimental pelo T.

cruzi, com 100% de sensibilidade e especifidade. Essa metodologia apresentou ainda

um bom desempenho no diagnóstico genótipo-específico de infecções IR simples, com

uma acurácia de 69% para discriminar infecções por TcI (COL)/TcVI (CL)/TcII (Y) e

de 94% para diferenciar infecções por TcI (COL)/TcII (Y). Além do mais, essa técnica

demonstrou uma boa performance para distinguir infecções pelo T. cruzi nas IR e IT,

com uma acurácia de 81%. Os resultados evidenciaram ainda o bom desempenho dessa

metodologia para discriminar infecções simples e mistas na IR e na IT, com uma

acurácia de 85% e 84%, respectivamente. Além do mais, a TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

ATE-IgG2a apresentou uma boa performance no diagnóstico genótipo-específico de

infecções experimentais simples e mistas pelo T. cruzi na IR, com uma acurácia de 72%

e 80%, respectivamente, e de infecções simples e mistas na IT, com uma acurácia de

69% e 76%, respectivamente. Em relação à análise dos algoritmos sequenciais, a

metodologia proposta demonstrou uma acurácia de 81% como um teste diagnóstico

complementar para a infecção experimental pelo T. cruzi. Os resultados indicam o

potencial da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a para o diagnóstico universal e

genótipo-específico da infecção experimental simples e mista pelo T. cruzi, na IR e na

IT. A padronização da metodologia Chagas-Flow ATE para o diagnóstico genótipo-

específico da DCh será de extrema importância para a proposta clínica, estudos

epidemiológicos, e de monitoração pós-terapêutica.

Page 11: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

ABSTRACT

IX

The second Taxonomic Consensus of Trypanosoma cruzi subdivided the species in six

distinct genetic groups (DTUs- “Discrete Typing Unity”), TcI to TcVI. In this context,

several studies have been associating the genetic variability of T. cruzi with the

biological, epidemiological and clinical characteristics of Chagas disease (DCh). Thus,

it is becoming increasingly important to correlate the genetic diversity of the parasite

with the diagnosis of DCh. Recently, our group standardized the technique of screening

for IgG anti-amastigotes (AMA), trypomastigotes (TRIPO) and epimastigotes (EPI) of

T. cruzi by flow cytometry (Chagas-Flow ATE), with excellent performance in the

diagnostic and post-treatment monitoring of DCh. So, this work aimed to optimize

Chagas-Flow ATE for the universal and genotype-specific diagnosis of simple and

mixed experimental T. cruzi infection, using different DTUs of the parasite as antigen.

Serum samples from non-infected mice and infected mice with single infections of T.

cruzi: Colombiana/ TcI, CL/ TcVI and Y/ TcII and infected mice with mixed infections

of T. cruzi: Colombiana/TcI + CL/TcVI, CL/TcVI + Y/TcII and Colombiana/TcI +

Y/TcII, in the recent (RI) and late (LI) infections were evaluated by TcI/TcVI/TcII

Chagas-Flow ATE-IgG2a. The data demonstrated an excellent performance of the

TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a for the universal diagnosis of T. cruzi

infection, with 100% sensibility and specificity. This methodology showed a good

performance for the genotype-specific diagnosis of single infections in the LI, with an

accuracy of 69% to discriminate TcI/TcVI/TcII infections and 94% to differentiate

TcI/TcII infections. Moreover, this technique demonstrated a good performance to

distinguish T. cruzi infection in RI and LI, with an accuracy of 81%. The results also

demonstrated the good performance of this methodology to discriminate between

simple and mixed infections in RI and LI with an accuracy of 85% and 84%,

respectively. Furthemore, TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a showed a good

performance for the genotype-specific diagnosis of single and mixed infections in the

RI with an accuracy of 72% and 80%, respectively, and single and mixed infections in

the LI with an accuracy of 69% and 76%, respectively. Regarding the analysis of the

sequential algorithms, the present methodology demonstrated an accuracy of 81% as a

complementary diagnostic test for the T. cruzi experimental infection. The results

indicated the potential of the TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a for the universal

and genotype-specific diagnosis of T. cruzi simple and mixed experimental infection in

RI and LI. The standardization of the Chagas-Flow ATE methodology for the genotype-

specific diagnosis of DCh will be extremely important for clinical purposes,

epidemiological studies and post-therapeutic monitoring applications.

Page 12: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

LISTA DE FIGURAS

X

Figura 1- Delineamento da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a para o

sorodiagnóstico da infecção pelo T. cruzi.......................................................................39

Figura 2- Perfil de reatividade geral da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no

diagnóstico universal e genótipo-específico da infecção crônica pelo T. cruzi...............46

Figura 3- Desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no diagnóstico

universal da infecção experimental pelo T. cruzi............................................................49

Figura 4- Reatividade global da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a para ser

aplicado no diagnóstico genótipo-específico da infecção experimental pelo T. cruzi....52

Figura 5- Estabelecimento dos pontos de corte e análise do desempenho da

TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no diagnóstico genótipo-específico da

infecção experimental pelo T. cruzi.................................................................................55

Figura 6- Desempenho combinado da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no

diagnóstico genótipo-específico da infecção experimental pelo T. cruzi em dois

protótipos populacionais..................................................................................................58

Figura 7- Análises discriminantes da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a para o

diagnóstico genótipo-específico da infecção experimental pelo T. cruzi........................60

Figura 8- Critério para definição do diagnóstico universal e genótipo-específico da

infecção experimental pelo T. cruzi pela TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a em

dois protótipos populacionais..........................................................................................62

Figura 9- Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a na

discriminação das amostras de soros dos camundongos infectados pelo T. cruzi nas

infecções recentes e tardias..............................................................................................67

Figura 10- Reatividade geral TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a em infecções

simples e mistas com distintos genótipos do T. cruzi......................................................70

Page 13: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

LISTA DE FIGURAS

XI

Figura 11- Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a na

discriminação de infecções experimentais simples e mistas com distintos genótipos do

T. cruzi, nas infecções recentes e tardias.........................................................................75

Figura 12- Perfil de reatividade genótipo-específica da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

ATE-IgG2a em infecções recentes, simples e mistas, com distintos genótipos do T.

cruzi.................................................................................................................................79

Figura 13- Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no

diagnóstico genótipo-específico das infecções recentes, simples e mistas pelo T.

cruzi.................................................................................................................................85

Figura 14- Perfil de reatividade genótipo-específico da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

ATE-IgG2a em infecções tardias, simples e mistas, com distintos genótipos do T.

cruzi.................................................................................................................................89

Figura 15- Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no

diagnóstico genótipo-específico das infecções tardias, simples e mistas pelo T.

cruzi.................................................................................................................................95

Figura 16- Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no

diagnóstico da infecção experimental pelo T. cruzi utilizando algoritmos sequenciais

estabelecidos pela análise das árvores de decisão.........................................................100

Page 14: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

LISTA DE ABREVIATURAS

XII

AI- amastigota TcI

AII- amastigota TcII

AVI- amastigota TcVI

AMA- amastigota

ATE- Amastigota, Tripomastigota e Epimastigota

AUC- área sob a curva

BZ- benzonidazol

CH- chagásicos

Chagas-Flow-ATE- pesquisa de anticorpos IgG1 anti-Amastigota, Tripomastigota e

Epimastigota por citometria de fluxo

COL- Colombiana

CPqRR- Centro de Pesquisas René Rachou

DCh- doença de Chagas

Dot-ELISA- immunobloting enzime-linked immunosorbent assay

DTUs- “Discrete Typing Unity”

DTU-blot- hibridização utilizando sondas DTU-específicas

EI- epimastigota TcI

EII- epimastigota TcII

EVI- epimastigota TcVI

ELISA- enzime-linked immunosorbent assay

EPI- epimastigota

FL-1- fluorescência 1

FL-2- fluorescência 2

FC- fase crônica

FC-AFEA- pesquisa de anticorpos IgG anti-formas epimastigotas fixadas

FC-AFPA-IgG- pesquisa de anticorpos IgG anti-formas promastigotas fixadas de

Leishmania sp

FC-ALTA- pesquisa de anticorpos IgG anti-formas tripomastigotas vivas

FC-TRIPLEX Chagas/Leish IgG1- pesquisa de anticorpos IgG1 anti-formas

epimastigotas fixadas do T. cruzi e promastigotas fixadas da L. braziliensis e da L.

chagasi pela citometria de fluxo

FITC- isotiocianato de fluoresceína

FSC- tamanho

GPI- glicose-6-fosfato-isomerase

Page 15: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

LISTA DE ABREVIATURAS

XIII

HAI- hemaglutinação indireta

HSP60- proteína de choque térmico 60

IFI- imunofluorescência indireta

IR- infecção recente

IT- infecção tardia

kDNA- ácido desoxirribonucleico do cinetoplasto

LI- “late infection”

LIT- “Liver Infusion Tryptose”

LMCo- lise mediada pelo complemento

LOOCV- leave-one-out-cross-validation

LSSP-PCR- reação em cadeia da polimerase primer específico único de baixa

adstringência

LSU-PCR- variabilidade na sequência do domínio divergente D7 do gene ribossômico

da subunidade 24Sα

LT- leishmaniose tegumentar

LV- leishmaniose visceral

MFF- Max FacsFix- solução fixadora para citometria

MLEE- eletroforese isoenzimática multilocus

MTq-PCR- PCR-Real Time utilizando sondas Taq-Man

NCH- não chagásicos

NF- nifurtimox

NI- não infectados

PBS- solução salina tamponada

PCR- reação em cadeia da polimerase

PCR-RLFP- tipagem do polimorfismo do comprimento do fragmento de restrição do

DNA do cinetroplasto dos mincírculos por meio da reação em cadeia da polimerase

PPFP- percentual de parasitos fluorescentes positivos

qPCR- reação em cadeia da polimerase Real-Time

RAPD- DNA polimórfico amplificado aleatoriamente

rDNA- ácido desoxirribonucleico ribossomal

RNA- ácido ribonucleico

RI- “recent infection”

ROC- receiver operating characteristic

SAPE- estreptoavidina-ficoeritrina

Page 16: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

LISTA DE ABREVIATURAS

XIV

Se- sensibilidade

SFB- soro fetal bovino

SL-IL- espaçador intergênico do mini-exon

Sp- especificidade

SSC- granulosidade

T. cruzi- Trypanosoma cruzi

TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a- pesquisa de anticorpos IgG2a anti-

Amastigota, Tripomastigota e Epimastigota, dos genótipos TcI, TcVI e TcII do T. cruzi,

por citometria de fluxo

TcI- T. cruzi I

TcII- T. cruzi II

TcIII- T. cruzi III

TcIV- T. cruzi IV

TcV- T. cruzi V

TcVI- T. cruzi VI

TI- tripomastigota TcI

TVI- tripomastigota TcVI

TII- tripomastigota TcII

TESA-blot- antígenos de tripomastigotas do T. cruzi excretados-secretados

TG-ROC- Two-Graph ROC curve

TSSA- antígeno pequeno de superfície das formas tripomastigotas

TSSApep-I- antígeno pequeno de superfície das formas tripomastigotas, peptídeo I

TSSApep-III- antígeno pequeno de superfície das formas tripomastigotas, peptídeo III

TSSApep-IV- antígeno pequeno de superfície das formas tripomastigotas, peptídeo IV

TSSApep-II/V/VI- antígeno pequeno de superfície das formas tripomastigotas,

peptídeos II/V/VI

TSSApep-V/VI- antígeno pequeno de superfície das formas tripomastigotas, peptídeos

V/VI

UFOP- Universidade Federal de Ouro Preto

Z1- zimodema I

Z2- zimodema II

Z3/Z1- zimodema III/I

ZB- zimodema B

TRIPO- tripomastigota

Page 17: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

SUMÁRIO

XV

1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................1

1.1- Aspectos gerais da infecção pelo Trypanosoma cruzi............................................2

1.2- Variabilidade genética do T. cruzi e sua correlação com os diferentes aspectos de

sua biologia e da doença de Chagas...........................................................................5

1.3- Infecções mistas do T. cruzi....................................................................................9

1.4- Diagnóstico da doença de Chagas na fase crônica................................................12

1.4.1- Testes parasitológicos.....................................................................................12

1.4.1.1- Xenodiagnóstico....................................................................................12

1.4.1.2- Hemocultura..........................................................................................13

1.4.2- Método molecular: reação em cadeia da polimerase (PCR)..........................13

1.4.3- Testes sorológicos..........................................................................................16

1.4.3.1-Diagnóstico sorológico genótipo-específico da infecção pelo T. cruzi..22

1.5- Citometria de fluxo no diagnóstico da doença de Chagas....................................23

1.6- Metodologia Chagas-Flow ATE...........................................................................25

2. JUSTIFICATIVA......................................................................................................27

3. OBJETIVOS..............................................................................................................29

3.1- Objetivo Geral.......................................................................................................30

3.2- Objetivos Específicos............................................................................................30

4. METODOLOGIA......................................................................................................32

4.1- Comitê de Ética.....................................................................................................33

4.2- Cepas do T. cruzi...................................................................................................33

4.3- Infecções experimentais com os genótipos TcI, TcVI e TcII do T. cruzi.............33

4.4- Preparação dos antígenos alvo AMA, TRIPO e EPI (ATE) dos genótipos TcI,

TcVI e TcII do T. cruzi....................................................................................................34

4.4.1- Cultivo e preparação das formas amastigotas e tripomastigotas do T. cruzi...34

4.4.2- Cultivo e preparação das formas epimastigotas do T. cruzi............................35

4.4.3- Marcação das formas AMA, TRIPO e EPI com isotiocianato de

fluoresceína......................................................................................................................36

Page 18: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

SUMÁRIO

XVI

4.5- TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no sorodiagnóstico da infecção pelo T.

cruzi.................................................................................................................................37

4.6- Análises.................................................................................................................40

5. RESULTADOS..........................................................................................................43

5.1- Perfil de reatividade geral da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no

diagnóstico universal e genótipo-específico da infecção crônica experimental pelo T.

cruzi.................................................................................................................................44

5.2- Desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no diagnóstico

universal da infecção experimental pelo T. cruzi............................................................47

5.3- Perfil de reatividade global da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a para ser

aplicado no diagnóstico genótipo-específico da infecção experimental pelo T. cruzi....50

5.4- Estabelecimento dos pontos de corte e análise do desempenho TcI/TcVI/TcII

Chagas-Flow ATE-IgG2a no diagnóstico genótipo-específico da infecção experimental

pelo T. cruzi.....................................................................................................................53

5.5- Desempenho combinado da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no

diagnóstico genótipo-específico da infecção experimental pelo T. cruzi em dois

distintos protótipos populacionais...................................................................................56

5.6- Definição de um critério de análise para ser utilizado no diagnóstico universal e

genótipo-específico da infecção experimental pelo T. cruzi por meio da técnica

TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a em dois distintos protótipos

populacionais...................................................................................................................61

5.7- Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a na

discriminação das infecções experimentais recentes e tardias pelo T. cruzi...................64

5.8- Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a na

discriminação das infecções experimentais simples e mistas com distintos genótipos do

T. cruzi nas infecções recentes e tardias..........................................................................68

5.9- Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no

diagnóstico genótipo-específico das infecções experimentais tardias, simples e mistas

pelo T. cruzi.....................................................................................................................76

Page 19: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

SUMÁRIO

XVII

5.10- Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no

diagnóstico genótipo-específico das infecções experimentais tardias, simples e mistas

pelo T. cruzi.....................................................................................................................86

5.11- Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no

diagnóstico da infecção experimental pelo T. cruzi utilizando algoritmos sequenciais

estabelecidos pela análise das árvores de decisão...........................................................96

6. DISCUSSÃO............................................................................................................102

7. EVIDÊNCIAS..........................................................................................................124

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................127

9. PERSPECTIVAS.....................................................................................................129

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................131

11. ANEXO...................................................................................................................149

Page 20: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

INTRODUÇÃO

1

1. INTRODUÇÃO

Page 21: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

INTRODUÇÃO

2

1.1 - Aspectos gerais da infecção pelo Trypanosoma cruzi

A doença de Chagas (DCh) causada pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi,

da ordem Kinetoplastida, família Trypanosomatidae, foi descoberta em 1909 pelo

médico cientista brasileiro Carlos Ribeiro Justiniano das Chagas, enquanto trabalhava

no controle de um surto de malária no município de Lassance, MG, durante a

construção da estrada de ferro Central do Brasil. Carlos Chagas descreveu o agente

etiológico da doença, o vetor, os reservatórios silvestres e domésticos, assim como

algumas alterações clínicas e sintomas no hospedeiro humano (CHAGAS, 1909; 1911).

Atualmente, cerca de 7 a 8 milhões de indivíduos estão infectados pelo T. cruzi no

mundo, principalmente na América Latina, onde a doença é endêmica, causando assim

sérias consequências para a saúde pública e a economia nacional (WHO, 2017). O T.

cruzi é um parasito amplamente disperso no continente americano, sendo localizado do

sul dos Estados Unidos até o sul da Argentina, compreendendo 22 países (ZINGALES

et al., 2012). No entanto, nos últimos anos, devido à migração de indivíduos infectados

pelo T. cruzi para países não endêmicos e a falta de controle dos bancos de sangue a

doença de Chagas tem sido disseminada para diversos países de outros continentes

(SCHMUNIS AND YADON, 2010; BENJAMIN et al., 2012; PEREZ-MOLINA et al.,

2012). Nos Estados Unidos têm sido registrados cerca de 300.000 casos, no Canadá

5.500, no Japão 3.000, na Austrália 1.500 casos e na Europa aproximadamente 80.000

indivíduos estão infectados pelo T. cruzi (SCHMUNIS AND YADON, 2010; WHO,

2010).

A transmissão da DCh ocorre principalmente através das fezes e urina dos

triatomíneos contaminadas com as formas tripomastigotas (TRIPO) metacíclicas do T.

cruzi (DIAS, 2000; SCHUMNIS, 2000). No entanto, a incidência de indivíduos

infectados por transmissão vetorial vem diminuindo devido ao sucesso do controle dos

vetores (SCHOFIELD AND DIAS, 1999). Uma vez que o parasito desenvolve uma

infecção de vida longa em humanos, esses indivíduos podem servir como reservatórios,

e assim o risco de transmissão congênita, transmissão por transfusão de sangue

contaminado e transplante de órgãos contaminados (SCHMUNIS AND YADON, 2010;

PEREZ-MOLINA et al., 2012) pode tornar-se um grande problema principalmente em

países não endêmicos (DIAS et al., 2002; COURA AND DIAS, 2009; WHO, 1997).

Além desses mecanismos de transmissão, muitos casos de transmissão da doença de

Page 22: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

INTRODUÇÃO

3

Chagas continuam acontecendo por via oral, devido ao intenso extrativismo praticado

no Pará e em toda região da Bacia Amazônica (AGUILAR et al., 2007; VALENTE et

al., 2009).

A distribuição geográfica dos triatomíneos e hospedeiros vertebrados, associados

com a preferência do inseto por fontes sanguíneas, definem dois ciclos de transmissão

do T. cruzi: o ciclo silvestre, envolvendo diferentes espécies de triatomíneos e

mamíferos silvestres, e o ciclo doméstico ou peridoméstico, na qual animais que vivem

dentro das residências e humanos atuam como reservatórios (BUSCAGLIA AND DI

NOIA, 2003; COURA, 2007). Assim, o parasito alterna o seu ciclo de vida entre

vertebrados e insetos vetores, com diferentes estágios de desenvolvimento em cada

hospedeiro (TYLER et al., 2001).

O ciclo de vida do T. cruzi inicia-se quando o triatomíneo durante ou logo após o

repasto sanguíneo no hospedeiro vertebrado, elimina em suas fezes e urina as formas

tripomastigotas metacíclicas do parasito. Essas formas penetram em mucosas ou

ferimentos na pele e infectam células do sistema fagocítico mononuclear mais próximas

do local da picada. Tal penetração do T. cruzi no interior das células hospedeiras é

facilitada por glicoproteínas, proteínas como lectinas, presentes em ambos parasitos e

hospedeiros (YOSHIDA, 2006). O ácido siálico também participa dos processos de

interação do parasito com a célula hospedeira.

As formas tripomastigotas penetram então nas células hospedeiras por mecanismos

que envolvem a interação com lisossomos, e formam o vacúolo parasitóforo

(ANDRADE AND ANDREWS, 2004). Uma vez dentro das células, as formas

tripomastigotas secretam a proteína Tc-Tox, estimuladas pelo baixo pH, levando a

destruição da membrana do vacúolo parasitóforo e liberação dos parasitos no

citoplasma. No citoplasma da célula hospedeira, as formas tripomastigotas se

transformam nas formas amastigotas (AMA), que se multiplicam por divisão binária

simples longitudinal. Após sucessivas divisões das formas amastigotas, elas se

diferenciam nas formas tripomastigotas, que com a ruptura da célula hospedeira caem

no espaço extracelular e disseminam-se pela corrente sanguínea, sendo capazes de

infectar novas células de outros tecidos e órgãos. Quando o triatomíneo alimenta-se do

sangue do hospedeiro vertebrado infectado, os tripomastigotas sanguíneos presentes na

corrente circulatória são transmitidos ao inseto vetor. As formas tripomastigotas

sanguíneas se transformam em formas esferomastigotas no estômago dos triatomíneos,

Page 23: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

INTRODUÇÃO

4

que a seguir se transformam em formas epimastigotas (EPI) no intestino, onde se

multiplicam por divisão binária simples longitudinal. Na ampola retal do triatomíneo, as

formas epimastigotas se transformam em formas tripomastigotas metacíclicas que são

eliminadas junto com as fezes e urina do inseto durante ou logo após o repasto

sanguíneo no hospedeiro vertebrado. Essas formas penetram no local da picada do

vetor ou mucosas, fechando assim o ciclo biológico (BRENER, 1973; DIAS, 2000).

Clinicamente a DCh apresenta duas fases sucessivas: a aguda (FA) e a crônica (FC).

A fase aguda dura cerca de 1 a 4 meses e é assintomática ou caracterizada pela presença

de sinais e/ou sintomas inespecíficos tais como: febre, linfadenopatia,

hepatoesplenomegalia, miocardite, e outros (RASSI et al., 2010), podendo ainda ser

oligossintomática. Alguns pacientes apresentam, no entanto, os sinais de porta de

entrada característicos da fase aguda: o sinal de Romanã (ROMAÑA, 1935) e/ou

chagoma de inoculação (MAZZA & FREIRE, 1940). Na fase aguda, o T. cruzi é

encontrado com maior frequência na circulação (parasitemia patente), em relação à fase

crônica, e por isso o diagnóstico é realizado principalmente pela demonstração direta do

parasito no sangue, tais como por exame de sangue a fresco, além do esfregaço

sanguíneo ou gota espessa. Nessa fase, os níveis de anticorpos IgM estão elevados e

desaparecem ao longo da fase crônica. Os anticorpos IgG também estão presentes,

reduzindo mais tardiamente, porém permanecem ao longo da fase crônica em níveis

variáveis dependendo do paciente. Ambos os anticorpos podem ser detectados por

métodos de diagnóstico, denominados métodos sorológicos convencionais.

A fase crônica da DCh apresenta longa duração e é caracterizada pela escassez

de parasitos na circulação (parasitemia subpatente). Devido a este fato, o diagnóstico é

realizado principalmente por métodos sorológicos de pesquisa de anticorpos IgG anti-T.

cruzi (SÁNCHEZ et al., 2008). Na fase crônica, cerca de 70% dos indivíduos não

desenvolvem doença clínica aparente, caracterizando a forma clínica indeterminada da

doença de Chagas. Nessa forma clínica, o paciente apresenta exames sorológicos

positivos e parasitológicos positivos ou negativos, ausência de sintomas e/ou sinais

clínicos da doença, ou seja, eletrocardiograma convencional normal e coração, esôfago

e cólon radiologicamente normais (DIAS, 1995; RASSI et al., 2010). Após um longo

período assintomático, cerca de 30% dos pacientes desenvolvem a forma clínica

cardíaca, digestiva ou mista (PRATA, 1990; DIAS, 1995; RASSI et al., 2010).

Page 24: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

INTRODUÇÃO

5

A forma cardíaca é caracterizada por alterações anátomo-histopatológicas e

funcionais do coração. Nessa forma, ocorrem complicações relacionadas à alterações no

ritmo cardíaco e na condução do impulso nervoso no coração causando alterações

eletrocardiográficas de maior ou menor gravidade (arritmias, extra-sístoles bloqueios,

acompanhadas ou não do quadro de insuficiência cardíaca congestiva) (COURA et al.,

2012; RASSI et al., 2013).

Já a forma digestiva é caracterizada por alterações anátomo-histopatológicas e

funcionais do esôfago e/ou cólon (megaesôfago e/ou megacólon). Na forma mista,

ocorre o acometimento tanto do coração quanto do esôfago e/ou cólon. Admite-se que a

cepa do parasito e características biológicas associadas com a sua genética, sejam os

maiores e mais importantes fatores envolvidos na gênese da patologia da DCh, e no

desenvolvimento de suas manifestações clínicas (DIAS et al., 2000).

Variações geográficas na prevalência das formas clínicas e morbidade da doença

de Chagas em diferentes países têm sido registradas (DIAS et al., 1992). No Brasil

predomina a forma indeterminada, seguida pela cardíaca, digestiva e mista. No Brasil

Central e no Chile predomina a forma digestiva, enquanto esta é praticamente

inexistente na Venezuela e na América Central (LUQUETTI et al., 1986; DIAS, 1992).

Embora os fatores que determinam essa heterogeneidade clínica da doença de Chagas

não estão completamente elucidados, sugere-se que o curso clínico distinto da infecção

pelo T. cruzi pode estar associado com a diversidade genética do parasito nas Américas

(ZINGALES et al., 2012). Os fatores ambientais, além do estado nutricional e

imunológico do hospedeiro também podem estar relacionados a essa variabilidade

clínica (MACEDO et al., 2004).

1.2-Variabilidade genética do T. cruzi e sua correlação com os diferentes aspectos

de sua biologia e da doença de Chagas

Com o objetivo de padronizar a nomenclatura dos grupos do T. cruzi e facilitar

assim a comunicação entre os pesquisadores visando o entendimento e sua correlação

com a biologia do parasito, com os aspectos eco-epidemiológicos e com a

patogenicidade de seus grupos genéticos e consequentemente com a evolução clínica da

doença de Chagas, foi realizado em 2009, na cidade de Búzios, Rio de Janeiro, o

Segundo Consenso Taxonômico do T. cruzi. Neste encontro, o T. cruzi foi subdividido

Page 25: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

INTRODUÇÃO

6

em seis grupos genéticos distintos, ―Discrete Typing Unity‖ (DTUs), que são o conjunto

de cepas que são geneticamente mais relacionadas entre si do que qualquer outra cepa e

que são identificadas por marcadores genéticos, moleculares e imunológicos comuns

(TIBAYRENC, 1998), denominados: TcI (correspondente ao Z1 de MILES et al., 1981,

linhagem II de SOUTO et al., 1996, T. cruzi I de ANONYMOUS et al., 1999 e a DTU I

de BRISSE et al., 2000), TcII (correspondente ao Z2 de MILES et al., 1981, linhagem I

de SOUTO et al., 1996, T. cruzi II de ANONYMOUS et al., 1999 e a DTU IIb de

BRISSE et al., 2000), TcIII (correspondente ao Z3/Z1 de MILES et al., 1981; DTU IIc

de BRISSE et al., 2000 e T. cruzi III de FREITAS et al., 2006), TcIV (correspondente

ao Z3 de MILES et al., 1981 e DTU IIa de BRISSE et al., 2000), TcV (correspondente

ao Z2b de MILES et al., 1981, grupo 1/2 de SOUTO et al., 1996 e DTU IId de BRISSE

et al., 2000) e TcVI (correspondente ao ZB de ROMANHA, 1982, linhagem I de

SOUTO et al., 1996 e DTU IIe de BRISSE et al., 2000) (ZINGALES et al., 2009).

Diversos estudos vêm associando a genética do T. cruzi com as características

biológicas do parasito: infectividade, parasitemia, tropismo tecidual, mortalidade

durante a fase aguda da infecção em camundongos (ANDRADE, 1974; ANDRADE

AND MAGALHÃES, 1997; LAURENT et al., 1997; TOLEDO et al., 2002;

ANDRADE et al., 2010), susceptibilidade/resistência à drogas em modelos murinos

(ANDRADE, 1985; FILARDI AND BRENER, 1987; ANDRADE et al., 1992;

TOLEDO et al., 2003; TESTON et al., 2013; OLIVEIRA-SILVA et al., 2015) e

infectividade, replicação e diferenciação no vetor (LANA et al., 1998). A variabilidade

genética do T. cruzi também têm sido associada com as características epidemiológicas

(MILES et al., 2009; ZINGALES et al., 2012; TIBAYRENC AND AYALA, 2015) e

com as manifestações clínicas da doença de Chagas (LAGES-SILVA et al., 2006;

VIRREIRA et al., 2006; VALADARES et al., 2007), aspecto ainda bem controverso

entre diversos autores (VAGO et al., 2000; LAGES-SILVA et al., 2006; D´ÁVILLA et

al., 2009).

Trabalho prévios demonstraram que a DTU TcI apresentou maior capacidade de

multiplicação e sobrevivência em cultura celular e acelular do que a DTU TcII, quando

foram avaliados o comportamento biológico de clones (LAURENT et al., 1997;

REVOLLO et al., 1998; ANDRADE et al., 2010) e cepas do T. cruzi (ANDRADE

AND MAGALHÃES, 1997; RIMOLDI et al., 2012; NOGUEIRA-PAIVA et al., 2015),

embora tenham sido demonstrados resultados contraditórios com isolados do parasito de

Page 26: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

INTRODUÇÃO

7

pacientes chagásicos crônicos (OLIVEIRA et al., 2017). Clones da TcI também

apresentaram maior capacidade de infectar e completar o seu ciclo de vida no vetor

(LANA et al., 1998). Além do mais, cepas da TcI apresentaram maior capacidade de

infectar animais de experimentação, desenvolvendo neles parasitemia mais elevada e

infecção mais severa (ANDRADE, 1985; ANDRADE AND MAGALHÃES, 1997). No

entanto, alguns trabalhos demonstraram que cepas (SALES-CAMPOS et al., 2015) e

isolados do T. cruzi de pacientes chagásicos crônicos do genótipo TcI desenvolveram

parasitemia subpatente em camundongos (OLIVEIRA et al., 2017).

Em infecções experimentais, camundongos infectados com clones pertencentes ao

genótipo 19 (T. cruzi I-TcI) tratados, foram parcialmente susceptíveis ao tratamento

com benzonidazol (BZ) e resistentes ao tratamento com itraconazol na FA e na FC. Já

clones do genótipo 20 (TcI), foram resistentes aos dois fármacos em ambas as fases da

infecção (TOLEDO et al., 2003). Clones pertencentes aos genótipos 19/20 (TcI) foram

menos sensíveis ao tratamento com BZ e nifurtimox (NF) in vitro (REVOLLO et al.,

1998). A cepa Colombiana (COL) (TcI), resistente ao BZ e NF em modelo murino,

ambas isoladas de humanos (FILARDI AND BRENER, 1987), mostraram resultados

similares quando estudadas no modelo cão (GUEDES et al., 2002).

A DTU TcI está relacionada tanto ao ciclo doméstico quanto ao silvestre da

infecção, sendo que os casos humanos são predominantes na América Central e em

países do norte da América Sul (ZINGALES et al., 2012; TIBAYRENC AND AYALA,

2015, MESSENGER et al., 2015). Além do mais, TcI é o principal agente da doença de

Chagas no norte da Amazônia (CARASCO et al., 2012). A maioria dos surtos de

infecção oral na região Amazônica foram devidos à TcI (COURA, 2006; VALENTE et

al., 2009) e também mais recentemente à TcIV (COURA et al., 2002; VALENTE et al.,

2009; MONTEIRO et al., 2012).

A DTU TcI está associada com a doença de Chagas menos grave clinicamente,

incluindo casos raros de cardiomiopatia chagásica, principalmente nos países da

América Central e na bacia Amazônica, e com menos frequência no Brasil central e no

Cone Sul (MILES et al., 2009; RAMÍREZ et al., 2010; CARRASCO et al., 2012;

ZINGALES et al., 2012; GUHL AND RAMÍREZ, 2013), e ainda associada à eventos

severos de meningoenceflite em hospedeiros imunocomprometidos.

Em contraste à DTU TcI, diversos trabalhos demonstraram que clones (LAURENT

et al., 1997; REVOLLO et al., 1998; ANDRADE et al., 2010) e cepas (ANDRADE

Page 27: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

INTRODUÇÃO

8

AND MAGALHÃES, 1997; RIMOLDI et al., 2012; NOGUEIRA-PAIVA et al., 2015)

pertencentes à DTU TcII apresentaram menor capacidade de multiplicação em cultura

celular e acelular, clones da TcII demonstraram menor capacidade de infectar e

completar o seu ciclo de vida no vetor (LANA et al., 1998) e cepas da TcII revelaram

menor capacidade de infectar animais de experimentação (ANDRADE, 1985;

ANDRADE AND MAGALHÃES, 1997), embora algumas cepas como a VL-10 (TcII)

são altamente virulentas e produzem intensa reação inflamatória no modelo murino

(CALDAS et al., 2014) e em cães (CALDAS et al., 2013). Em infecções experimentais,

camundongos infectados com clones do genótipo 32 (equivalente a TcII) tratados, foram

susceptíveis ao tratamento com BZ em ambas as fases da infecção, ao itraconazol na

FC, e parcialmente susceptíveis ao itraconazol na FA (TOLEDO et al., 2003). A cepa Y

(parcialmente resistente ao BZ e NF), em modelo murino, ambas isoladas de humanos,

(FILARDI & BRENER, 1987) mostraram resultados similares quando estudadas no

modelo cão (GUEDES et al., 2002). Essa DTU está amplamente relacionada ao ciclo

doméstico da infecção, sendo predominante no sul da América Latina, especialmente na

região central, sul e sudeste do Brasil, onde as manifestações cardíacas, megacólon e

megaêsofago são quase exclusivamente ligadas à TcII (LAGES-SILVA et al., 2006;

ZINGALES et al., 2012; TIBAYRENC & AYALA, 2015).

As DTUs TcIII e TcIV são predominantemente relacionadas ao ciclo silvestre da

infecção, sendo que a TcIII se distribui no Brasil e no sudoeste da América do Sul e a

TcIV no sul dos Estados Unidos e no norte da América do Sul (ZINGALES et al., 2012;

TIBAYRENC & AYALA, 2015). A TcIII não é comum em infecções crônicas, porém

já existem relatos da presença dessa DTU no ciclo peridoméstico da doença de Chagas e

infectando humanos (D´ÁVILLA et al., 2009; RAMÍREZ et al., 2010; MONJE-RUMI

et al., 2015). Uma característica importante da TcIV é que esse grupo genético é a

segunda maior causa da doença de Chagas na Venezuela (ZINGALES et al., 2012) e

tem sido associado à surtos de infecção oral na região Amazônica (COURA et al., 2002;

VALENTE et al., 2009; MONTEIRO et al., 2012).

Em contraste às DTUs TcIII e TcIV, as DTUs TcV e TcVI, também híbridas, são

predominantemente associadas ao ciclo doméstico da infecção. O genótipo TcV está

presente no sudoeste da América do Sul e o genótipo TcVI no centro e sudoeste da

América do Sul (ZINGALES et al., 2012; MONJE-RUMI et al., 2015; TIBAYRENC &

AYALA, 2015). A DTU TcV está envolvida em infecções humanas na região do Chaco

Page 28: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

INTRODUÇÃO

9

e em países vizinhos, como Bolívia, Chile, norte da Argentina e Sul do Brasil. Além do

mais, a TcV está associado com o megacólon na Bolívia e com a transmissão congênita

na Argentina, Bolívia e sul do Brasil (VIRREIRA et al., 2006; VALADARES et al.,

2007). A TcVI está associado com a doença de Chagas aguda e crônica severa na região

Cone Sul (MILES et al., 2009; ZINGALES et al., 2012; MONJE-RUMI et al., 2015).

Evidências de trocas genéticas entre os parasitos têm contribuído para a estrutura da

população presente (STURM AND CAMPBELL, 2010). A heterozigose observada nas

DTUs TcV e TcVI sugerem que esses grupos genéticos são híbridos e derivados de TcII

e TcIII (STURM AND CAMPBELL, 2010). Dois modelos explicam a estrutura da

população existente que incluem os híbridos, o primeiro é o Modelo dos Três

Ancestrais: ao qual sugere a divisão do T. cruzi em três grupos ancestrais, TcI, TcII e

TcIII, sendo que eventos de trocas genéticas recentes entre TcII e TcIII deram origem à

TcV e TcVI (FREITAS et al., 2006). O segundo é o Modelo de Duas Hibridizações: em

que um evento de troca genética ancestral entre TcI e TcII, com perda da heterozigose

entre a progênie, produziram TcIII e TcIV, seguida por um segundo evento de

hibridização mais recente entre TcII e TcIII, resultando em TcV e TcVI

(WESTENBERGER et al., 2005).

1.3- Infecções mistas do T. cruzi

A existência de infecções mistas, muito observada em infecções naturais,

(BRENIÉRE et al., 1985; TIBAYRENC et al., 1985, SOLARI et al., 2001;

MANTILLA et al., 2010; MONJE-RUMI et al., 2015) têm sido estudada

experimentalmente em hospedeiros vertebrados e invertebrados (DEANE et al., 1984;

PINTO et al., 1998, 2000; LANA et al., 2000; BOSSENO et al., 2000; MARTINS et

al., 2006; 2007; ARAÚJO et al., 2007; LO PRESTI et al., 2014). Indivíduos que vivem

em áreas endêmicas são provavelmente submetidos a várias re-infecções que resultam

em diferentes populações do T. cruzi ao longo do curso da doença (BOSSENO et al.,

1996; BRENIÉRE et al., 1998; LEHANE et al., 2000). Assim, infecções mistas podem

ter consequências para a morbidade, a dinâmica de transmissão do parasito e a resposta

à quimioterapia (MARTINS et al., 2007).

As características resultantes das infecções mistas diferem daquelas observadas

nas infecções monoclonais correspondentes (MARTINS et al., 2006, 2007), e estes

Page 29: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

INTRODUÇÃO

10

autores observaram que a interação entre os clones pode resultar em mudanças

significativas na relação parasito-hospedeiro. Nas infecções mistas, ocorre uma

interação entre as subpopulações das misturas e não apenas uma justaposição das suas

características, resultando assim em mudanças nas propriedades biológicas dos parasitos

em associação (DEANE et al., 1984; PINTO et al., 1998; DA SILVEIRA PINTO et al.,

2000; MARTINS et al., 2006, 2007; RAGONE et al., 2012). A interação entre as

populações naturais do T. cruzi leva à ocorrência predominante de parasitos com

propriedades mais adaptadas ao desenvolvimento nos hospedeiros (LAURIA-PIRES

AND TEIXEIRA, 1996) ou em condições de cultivo (LAURIA-PIRES et al., 1997).

Alguns trabalhos demonstraram que clones do T. cruzi com menor habilidade de se

desenvolverem em hospedeiros vertebrados e invertebrados em infecções monoclonais,

são capazes de se multiplicarem e permanecerem em infecções mistas (PINTO et al.,

1998; DA SILVEIRA et al., 2000; LANA et al., 2000; MARTINS et al., 2006).

Os trabalhos de MARTINS et al. (2007) demonstraram ainda a ocorrência de

mudanças no perfil de susceptibilidade ao benzonidazol nas infecções mistas quando

comparadas às respectivas monoinfecções, em camundongos infectados

experimentalmente. Assim, pode ser ainda mais difícil correlacionar a genética do T.

cruzi com a resposta ao tratamento, em infecções mistas. Nesse caso, o tratamento é

mais complexo do que nas monoinfecções devido à possibilidade de interação entre as

populações envolvidas, resultando por sua vez em novo padrão de

resistência/suceptibilidade às drogas. Os resultados contraditórios obtidos no tratamento

humano por diferentes autores, provavelmente são influenciados pelas infecções mistas

(BRENIÈRE et al., 1998).

O comportamento de infecções mistas foi também avaliado in vitro e no

triatomíneo vetor (PINTO et al., 1998; 2000; LANA e tal., 2000; ARAÚJO et al.,

2007). Os isolados da infecção mista apresentaram um tempo de multiplicação e uma

densidade populacional intermediária, em relação aos isolados das monoinfecções, além

do mais, a co-infecção resultou em um padrão de colonização diferente no trato

intestinal dos triatomíneos, quando comparado às monoinfecções (ARAÚJO et al.,

2007).

Alguns trabalhos demonstraram experimentalmente e em humanos, que

infecções mistas por diferentes DTUs do T. cruzi apresentaram distinto tropismo dentro

de um mesmo hospedeiro, sendo um fator determinante do curso clínico da doença de

Page 30: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

INTRODUÇÃO

11

Chagas. Diferentes populações do parasito também foram encontradas na circulação e

nos tecidos dos hospedeiros, os quais podem variar ao longo da infecção, (MACEDO

AND PENA, 1998; VAGO et al., 2000; MANTILLA et al., 2010; LO PRESTI et al.,

2014; SALES-CAMPOS et al., 2014) o que levou a criação do termo ―modelo

histiotrópico clonal‖ para o T. cruzi (MACEDO AND PENA, 1998; MACEDO et al.,

2002). Este aspecto deve ser considerado quando amostras de parasitos são isolados de

pacientes portadores de infecções mistas ou policlonais por hemocultura e/ou

xenodiagnóstico. Além do mais, espera-se que as populações de parasitos com elevada

parasitemia serão mais facilmente isoladas do que aquelas de grupos genéticos ou DTUs

de baixa parasitemia e infectividade, para vetores, ou menor capacidade de se

desenvolverem no hospedeiro invertebrado (LANA et al., 1998, PINTO et al., 1998;

LANA et al., 2000).

SALES-CAMPOS et al. (2014) avaliaram o parasitismo sanguíneo e tecidual de

camundongos co-infectados com uma cepa TcII e duas cepas TcI durante as fases aguda

e crônica e durante a imunossupressão. Os autores observaram a prevalência de

populações sanguíneas do T. cruzi TcII durante as fases aguda, crônica e na

imunossupressão. Já nos tecidos, as populações foram distribuídas de acordo com a

cepa e a fase da infecção: na fase aguda houve uma predominância da cepa da DTU

TcII, em contraste, na fase crônica a cepa da TcI foi mais prevalentes do que a da TcII.

Na imunossupressão, houve uma exacerbação seletiva de populações do parasito,

previamente controladas pela resposta imune do hospedeiro. Nesse contexto, quando se

realiza a genotipagem das diferentes DTUs do T. cruzi é necessário considerar que os

parasitos que foram isolados do sangue, podem não representar o conjunto completo de

linhagens que infectam os indivíduos, devido ao distinto tropismo dos genótipos em um

mesmo hospedeiro nas infecções mistas. Consequentemente, as populações isoladas e

disponíveis para análise podem diferir daquelas que causam lesão tecidual (VAGO et

al., 2000; MACEDO et al., 2004; MANTILLA et al., 2010; LO PRESTI et al., 2014;

SALES-CAMPOS et al., 2014), consequência do modelo histiotrópico clonal proposto

por MACEDO et al. (2002).

Alguns métodos moleculares são capazes de genotipar o T. cruzi diretamente de

amostras biológicas, tais como pela PCR primer específico único de baixa adstringência

(LSSP-PCR) (VAGO et al., 2000; LAGES-SILVA et al., 2006), pela análise do

polimorfismo do rDNA (FREITAS et al., 2005; BURGOS et al., 2007) e pela análise do

Page 31: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

INTRODUÇÃO

12

polimorfismo de microssatélites (BURGOS et al., 2008; VALADARES et al., 2008),

sendo estas abordagens importantes para o melhor entendimento da patogênese da

doença de Chagas.

1.4- Diagnóstico da doença de Chagas na fase crônica

1.4.1- Testes parasitológicos

A fase crônica da doença de Chagas é caracterizada pela baixa parasitemia

devido à persistente resposta imune do hospedeiro. Assim, o diagnóstico nessa fase

pode ser realizado por métodos parasitológicos indiretos ou moleculares, como descritos

a seguir.

1.4.1.1- Xenodiagnóstico

O xenodiagnóstico foi descrito inicialmente por BRUMPT em 1914 e

padronizado por CERISOLA em 1974 (SCHENONE et al., 1968; CERISOLA et al.,

1974). No xenodiagnóstico convencional são utilizados triatomíneos não infectados

para sugar diretamente o sangue do paciente. Já no xenodiagnóstico artificial o sangue

do paciente é coletado previamente e então oferecido aos triatomíneos por meio de um

dispositivo adequado. O xenodiagnóstico artificial é utilizado quando o paciente é

alérgico à picada e à saliva do triatomíneo, e em experimentos com inóculo

padronizado. Para a realização do xenodiagnóstico é recomendado que as espécies de

triatomíneos utilizadas tenham a mesma origem geográfica do paciente, levando em

consideração a adaptação parasito-hospedeiro adquirida a longo prazo.

A sensibilidade dessa técnica varia de 30 a 50%, dependendo da região, da

quantidade de insetos utilizados, do estágio da ninfa e da espécie do triatomíneo

(CERISOLA et al., 1974; BORGES AND COURA, 1987; PEREIRA et al., 1996;

MOREIRA AND PERLOWAGORA-SZUMLEWICZ, 1997; SCHENONE et al.,

2000). A sensibilidade da técnica pode ser aumentada por meio da inoculação do

conteúdo intestinal dos triatomíneos em animais de laboratório e posterior análise, e

ainda por meio da xenocultura destes insetos (BRONFEN AND ALVARENGA, 1991).

Devido à baixa sensibilidade da técnica, o xenodiagnóstico não deve ser utilizado como

Page 32: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

INTRODUÇÃO

13

único método de diagnóstico da doença de Chagas, pois os resultados negativos podem

refletir períodos de parasitemia não detectável em pacientes crônicos (CANÇADO,

1985). Algumas desvantagens da utilização do xenodiagnóstico no diagnóstico da

doença de Chagas são: a baixa sensibilidade, o longo tempo necessário para a sua

realização, o alto custo operacional para manutenção das colônias, a dificuldade de

padronização dessa metodologia e a necessidade de manutenção em laboratório de

espécies de triatomíneos adequadas para a realização do exame (SCHENONE et al.,

1974; MOTT et al., 1980; BRONFEN AND ALVARENGA, 1991).

1.4.1.2- Hemocultura

A hemocultura é utilizada desde a década de 50, com resultados inicialmente

inferiores ao xenodiagnóstico (PIFANO, 1954; CHIARI AND BRENER, 1966). Essa

técnica pode alcançar de 55 a 79% de positividade (CHIARI AND BRENER, 1966;

CHIARI et al., 1989; BRENER et al., 1993). Modificações implementadas como a

retirada do plasma, coleta de um volume maior de sangue (30 ml), processamento das

amostras a 4°C, maior número de tubos coletados e avaliação até 90 dias pós-cultura,

contribuíram para aumentar a sensibilidade dessa metodologia (CHIARI et al., 1989;

LUZ et al., 1994). A repetição da técnica e a realização do xenodiagnóstico em paralelo

contribuem para aumentar o percentual de resultados positivos (CASTRO et al., 2005).

A hemocultura não deve ser utilizada como único método de diagnóstico da doença de

Chagas, pois na fase crônica, os resultados negativos podem refletir períodos de baixa

parasitemia (BRENER, 1973; CANÇADO, 1985), de modo semelhante ao observado

no xenodiagnóstico. As vantagens da utilização da hemocultura são: a alta

especificidade e a possibilidade de isolamento e crescimento dos parasitos em meios de

cultura, permitindo assim a caracterização genética e bioquímica dos isolados, além da

preparação de diferentes antígenos. As desvantagens de se utilizar essa técnica são: a

baixa sensibilidade, a necessidade de coleta de um grande volume de sangue do paciente

e o longo tempo necessário para a sua realização e para obtenção dos resultados

(COURA AND CASTRO, 2002).

1.4.2- Método molecular: reação em cadeia da polimerase (PCR)

Page 33: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

INTRODUÇÃO

14

A PCR é capaz detectar o kDNA (DNA do cinetoplasto), o DNA nuclear ou o

RNA do T. cruzi previamente extraído da amostra do paciente (BRITTO et al., 1995;

SOLARI et al., 2001; GALVÃO et al., 2003; ZULANTAY et al., 2004; BRITTO,

2009; MURCIA et al., 2010). Os principais alvos de amplificação desta técnica são as

regiões variáveis do kDNA dos minicírculos, podendo ser utilizadas amostras de

sangue, tecidos e fluidos, como também o conteúdo intestinal dos triatomíneos, sendo

capaz de detectar até 1 fentograma do DNA da amostra. Essa técnica, quando utilizada

no diagnóstico da doença de Chagas, se positiva, indica a presença da infecção pelo T.

cruzi, porém quando negativa nem sempre indica a ausência da infecção devido à

oscilação dos níveis de parasitemia em pacientes chagásicos crônicos, devendo ser

realizado outros testes sorológicos ou parasitológicos em paralelo (GALVÃO et al.,

2003). A sensibilidade da PCR pode variar de 45 a 86% no sangue de pacientes

chagásicos crônicos quando comparados aos testes sorológicos, hemocultura ou

xenodiagnóstico (JUNQUEIRA et al., 1996; BRITTO, 2009). No entanto, a

sensibilidade da PCR depende dos níveis parasitêmicos, do volume de sangue coletado,

dos iniciadores utilizados e das características genéticas de cepas do T. cruzi envolvidas

(CASTRO et al., 2002; MARTINS et al., 2008; MYAMOTO et al., 2008; MILES et al.,

2009; RAMIRÉZ et al., 2009; ZINGALES et al., 2012). Algumas desvantagens da

utilização da PCR são: a necessidade de operadores bem treinados para a realização da

técnica, os resultados discordantes entre os testes realizados com as mesmas amostras e

os resultados discordantes com os testes sorológicos e parasitológicos (BRITTO, 2009,

BRASIL et al., 2010), além do alto custo operacional. Devido à dificuldade de se

detectar os parasitos no sangue pela PCR em alguns indivíduos com baixa parasitemia,

uma alternativa é utilizar a técnica de concentração dos parasitos, empregando ligantes

específicos com grande afinidade e especificidade pelas formas tripomastigotas do T.

cruzi, como os aptâmeros de RNA. Esses aptâmeros são pequenas sequências de

nucleotídeos incorporadas em ―beads‖ paramagnéticas, que se ligam à superfície das

fromas tripomastigotas, capturando e concentrando os parasitos para serem analisados

pela PCR (NAGARKATTI et al., 2012).

A técnica de PCR Real-Time (qPCR) é capaz de amplificar sequências de DNA

satélite do genoma do T. cruzi (PIRON et al., 2007; DUFFY et al., 2009; MOREIRA et

al., 2013). Essa técnica foi descrita inicialmente por PIRON et al. (2007) e apresenta

como vantagens: a quantificação do DNA presente na amostra, possibilitando assim

Page 34: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

INTRODUÇÃO

15

estimar os níveis de parasitemia de um paciente chagásico, além do mais essa técnica

apresenta alta sensibilidade. A qPCR apresenta um limite de detecção de 0,1 a 0,01

parasitos/ml e uma eficácia de 99%. Alguns trabalhos demonstraram que a qPCR

apresentou bons resultados na quantificação do T. cruzi, em amostras de sangue

periférico de pacientes infectados (PIRON et al., 2007; DUFFY et al., 2009, CALDAS

et al., 2012; DUFFY et al., 2013; MOREIRA et al., 2013). CALDAS et al. (2012)

observaram que a qPCR foi eficaz para estimar a parasitemia, com uma correlação

significativa entre a carga parasitária encontrada no sangue e no tecido cardíaco de

camundongos tratados e não tratados, durante as fases aguda e crônica da infecção pelo

T. cruzi. Essa metodologia tem sido utilizada na avaliação de infecções recentes por

transmissão oral ou transmissão congênita, no acompanhamento de pacientes

transplantados, na avaliação pós-terapêutica de pacientes chagásicos e para estimar a

parasitemia em indivíduos co-infectados com T. cruzi/HIV (DUFFY et al., 2009; DE

FREITAS et al., 2011; DUFFY et al., 2013; MOREIRA et al., 2013). A qPCR foi capaz

de detectar variações nas sequências de DNA satélite de diferentes grupos genéticos do

T. cruzi, de maneira que essa variabilidade deve ser levada em consideração na

estimativa da carga parasitária. Essa técnica apresentou uma diferente sensibilidade

entre as distintas DTUs do parasito: TcI < TcII < TcV e TcVI (DUFFY et al., 2009).

Os métodos moleculares têm sido utilizados no diagnóstico genótipo-específico

da doença de Chagas na identificação das seis DTUs do T. cruzi (ZINGALES et al.,

2012). No entanto, nenhum desses métodos quando utilizados individualmente permite

a completa resolução das DTUs, sendo necessária uma combinação de marcadores

genéticos sequenciais para confirmar o genótipo do T. cruzi (LEWIS et al., 2009;

D’ÁVILLA et al., 2009; ZINGALES et al., 2012; OLIVEIRA et al., 2015),

principalmente quando se trata de infecções mistas, policlonais e híbridas.

Duas estratégias de genotipagem do parasito têm sido comumente utilizadas: a

primeira é o método de LEWIS et al. (2009), que tem como princípio à análise da

variabilidade na sequência do domínio divergente D7, do gene ribossômico da

subunidade 24Sα (24SαrRNA) (LSU-rDNA) (SOUTO et al., 1996) e duas tipagem do

polimorfismo do comprimento do fragmento de restrição do DNA do cinetroplasto

(kDNA), dos mincírculos (RFLP), por meio da PCR (PCR-RLFP), da proteína de

choque térmico 60 (HSP60) e da glicose-6-fosfato-isomerase (GPI). A combinação

dessas três metodologias apresentou uma boa capacidade de tipagem da maioria das

Page 35: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

INTRODUÇÃO

16

cepas, com um poder discriminatório adequado e boa reprodutibilidade (LEWIS et al.,

2009).

A segunda estratégia de genotipagem é baseada na análise do polimorfismo do

gene mitocondrial da citocromo oxidase subunidade II, pela RFLP-PCR (FREITAS et

al., 2006), do espaçador intergênico SL-IL do mini-exon (BURGOS et al., 2007) e na

LSU-rDNA (D´ÁVILLA et al., 2009). Esse critério apresenta também uma boa

reprodutibilidade, além de ser capaz de identificar possíveis infecções mistas de

diferentes genótipos do T. cruzi (ANDRADE et al., 2011).

No entanto, uma das desvantagens desses métodos consiste no fato que a maioria

deles não pode ser realizado diretamente em amostras biológicas e clínicas,

necessitando de um isolamento prévio do parasito por hemocultura e/ou

xenodiagnóstico, ambos com baixa sensibilidade na fase crônica. Além do mais, o

crescimento ―in vitro” dos parasitos isolados pode levar a uma seleção clonal (DEANE

et al., 1984; LAURIA-PIRES et al., 1997; BOSSENO et al., 2000; ORTIZ et al., 2015).

Outra desvantagem em relação à genotipagem do T. cruzi por métodos moleculares é

que os isolados do parasito do sangue podem não necessariamente representar o

conjunto completo de linhagens que infectam os indivíduos, tendo em vista que mais de

uma cepa pode estar confinada nos tecidos, consequência do modelo histiotrópico clonal

admitido para esse parasito (VAGO et al., 2000; D´AVILLA et al., 2009; BURGOS et

al., 2010; MACEDO et al., 2004; MANTILLA et al., 2010; LO PRESTI et al., 2014;

SALES-CAMPOS et al., 2014).

Apesar da existência de um grande número de métodos moleculares de

genotipagem das DTUs do parasito, pesquisas são necessárias a fim de otimizar a

sensibilidade e simplificar o procedimento experimental dessas metodologias para

serem utilizadas em laboratórios clínicos. Uma solução para esse problema seria

desenvolver uma sorologia genótipo-específica com peptídeos ou proteínas

recombinantes, que possam fornecer um perfil histórico/atual de todas as DTUs do T.

cruzi que infectam os indivíduos (BHATTACHARYYA et al., 2010; MENDES et al.,

2013; BHATTACHARYYA et al., 2014, 2105).

1.4.3- Testes sorológicos

Page 36: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

INTRODUÇÃO

17

Devido à baixa parasitemia (subpatente) comum na fase crônica da doença de

Chagas e os elevados níveis de anticorpos IgG, o diagnóstico da infecção humana é

realizado principalmente pelos métodos sorológicos convencionais e não convencionais.

Os testes sorológicos convencionais, rotineiramente aplicados para a sorologia da

doença de Chagas em laboratórios clínicos, compreendem os métodos baseados na

detecção de anticorpos IgG anti-formas epimastigotas do T. cruzi por diferentes

técnicas, tais como: o ―enzime-linked immunosorbent assay‖ (ELISA), a

imunofluorescência indireta (IFI) e a hemaglutinação indireta (HAI).

Os métodos sorológicos não convencionais, comumente utilizados em laboratórios

de referência ou de pesquisa, incluem aqueles testes baseados na detecção de anticorpos

líticos pela técnica de lise mediada por complemento (LMCo) (KRETTLI AND

BRENER,1982), análogos a detecção dos anticorpos anti-tripomastigotas vivos pela

citometria de fluxo (MARTINS-FILHO et al., 1995; CORDEIRO et al., 2001;

MARTINS-FILHO et al., 2002; ALESSIO et al., 2014, LANA AND MARTINS-

FILHO, 2015). Por meio da citometria de fluxo, podem ainda ser detectados anticorpos

anti-formas epimastigotas fixadas (VITTELI-AVELAR et al., 2007; TEIXEIRA-

CARVALHO et al., 2015) e anti-formas amastigotas vivas (ALESSIO et al., 2014),

cujas metodologias foram descritas a seguir.

Para o diagnóstico da doença de Chagas na fase crônica, são utilizados como padrão

ouro os testes sorológicos convencionais: ELISA, HAI e IFI. Esses testes são baseados

na detecção de anticorpos circulantes, principalmente contra antígenos brutos das

formas epimastigotas do T. cruzi provenientes de diferentes processos de obtenção, ou

antígenos recombinantes (UMEZAWA et al., 1999; LUQUETTI AND RASSI, 2002;

UMEZAWA et al., 2004). Devido ao fato de nenhum teste sorológico apresentar

sensibilidade e especificidade ótima (100%), a Organização Mundial de Saúde e o

Ministério da Saúde no Brasil recomendam a utilização em paralelo de pelo menos dois

testes sorológicos de princípios distintos para confirmar a infecção pelo T. cruzi (MS,

1998; WHO, 2002). A fim de aumentar a sensibilidade e a especificidade dos testes,

várias estratégias são utilizadas, tais como: a utilização simultânea de mais de um teste

com diferentes antígenos e/ou mecanismos de reação, a utilização de bons controles

positivos e negativos, a repetição dos testes com as mesmas amostras, a repetição dos

testes com outras amostras do mesmo paciente, a utilização de bons reagentes e

antígenos, o treinamento contínuo dos operadores e a utilização de um bom controle de

Page 37: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

INTRODUÇÃO

18

qualidade. Se não houver concordância entre dois métodos sorológicos, o diagnóstico

parasitológico (hemocultura e ou PCR) deve ser realizado como uma alternativa para o

diagnóstico da doença de Chagas.

A técnica de HAI foi descrita por CERISOLA et al. (1962) e otimizada por

CAMARGO et al. (1971) para o diagnóstico da doença de Chagas. Essa técnica

apresenta como vantagens a sua facilidade de execução, não necessitando de

equipamentos especializados, e a rapidez da leitura (1 a 2h), sendo um dos testes

sorológicos mais utilizados em laboratórios clínicos. A automatização desta técnica tem

favorecido a avaliação de um grande número de amostras de soros simultaneamente.

Apesar da alta especificidade da HAI, ela apresenta uma baixa sensibilidade (cerca de

20%), dependendo do fabricante. Além do mais, a leitura do teste depende de um

examinador bem treinado e podem ocorrer reações cruzadas que são comuns com outras

espécies da família Trypanosomatidae (GADELHA et al., 2003).

O teste de IFI foi introduzido por CAMARGO et al. (1966) para o diagnóstico da

doença de Chagas. Esse teste apresenta uma elevada sensibilidade e especificidade,

quando realizado por um operador bem treinado. Conjugados específicos podem ser

utilizados na IFI. As desvantagens desta técnica são: a leitura depende de um

microscópio de imunofluorescência, a condição dos antígenos e reagentes podendo

interferir nos resultados e a necessidade de um observador bem treinado, podendo levar

a erros na interpretação dos resultados.

A técnica de ELISA, para o diagnóstico da doença de Chagas, foi padronizada por

VOLLER (1975). Essa técnica apresenta uma alta sensibilidade e especificidade, além

de uma leitura passível de automação (FERREIRA AND ÁVILA, 2001). OELEMAN et

al. (1998) avaliaram diferentes ―kits” de ELISA e encontraram uma especificidade de

93,3 a 100% e uma sensibilidade de 97,7 a 100%. Apesar da alta especificidade da

técnica de ELISA, essa metodologia ainda apresenta uma elevada reatividade cruzada

com outras espécies da família Trypanosomatidae (VEXENAT et al., 1996;

GADELHA et al., 2003; AMATO-NETO et al., 2005). VEXENAT et al. (1996),

observaram pela técnica de ELISA a presença de determinantes antigênicos comuns

entre o T. cruzi, L. chagasi e L. braziliensis. Diferentes “kits” de ELISA apresentaram

uma especificidade de 82,84 a 100% quando amostras de pacientes com leishmanioses

foram incluídas e de 95,5 a 100% quando essas mesmas amostras foram excluídas do

estudo. A sensibilidade foi de 100% quando amostras de doadores brasileiros foram

Page 38: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

INTRODUÇÃO

19

testadas e de 75 a 100% quando soros provenientes do Panamá foram avaliados

(CABALLERO et al., 2007).

Os testes sorológicos convencionais apresentam uma alta sensibilidade e

especificidade, e ainda como vantagens o baixo custo e a fácil utilização (CANÇADO,

1999; GOMES et al., 2009). No entanto, os antígenos comumente utilizados nesses

testes podem apresentar uma baixa especificidade devido à reatividade cruzada com

antígenos de infecções parasitárias relacionadas, tais como a leishmaniose (VEXENAT

et al., 1996; GADELHA et al., 2003; AMATO-NETO et al., 2005). A utilização de

antígenos brutos do T. cruzi tem sido substituída por extratos proteícos ou peptídeos

recombinantes isolados do parasito, a fim de aumentar a especificidade dos testes

sorológicos (CARVALHO et al., 1993; PERALTA et al., 1994; FLÓRES-CHÁVEZ et

al., 2010). FLORES-CHÁVEZ et al. (2010), avaliaram a sensibilidade e a

especificidade dos testes sorológicos convencionais e não convencionais para a doença

de Chagas, e observaram que os testes sorológicos não convencionais que utilizam

antígenos recombinantes ou peptídeos sintéticos apresentaram menor percentual de

reatividade cruzada com o soro de pacientes com leishmaniose visceral (LV). Da

mesma forma, CARVALHO et al. (1993), avaliaram a sensibilidade e a especificidade

da IFI, HAI, ELISA para a doença de Chagas e observaram que a ELISA utilizando

antígenos recombinantes não demonstrou nenhuma reatividade cruzada com soros de

pacientes com outras doenças infecto-parasitárias. UMEZAWA et al. (2004), também

demostraram que os antígenos recombinantes são mais específicos para a detecção dos

anticorpos anti-T. cruzi do que o antígeno de EPI bruto, uma vez que a especificidade

para o antígeno de EPI foi de 84%, e para os antígenos recombinantes variou de 96,2 a

99,6%.

Testes utilizando antígenos de tripomastigotas do T. cruzi excretados-secretados

(TESA-blot), têm sido desenvolvidos para o diagnóstico da DCh (UMEZAWA et al.,

1996). Esses testes apresentaram uma alta sensibilidade, uma vez que todos os soros dos

pacientes chagásicos (CH), tanto na fase aguda quanto na fase crônica, foram reativos, e

uma alta especificidade, uma vez que nenhuma reação cruzada foi observada. Em

contraste, as técnicas de ELISA e de IFI utilizando antígeno de EPI bruto apresentaram

uma especificidade de 90% devido à reatividade cruzada com o soro de pacientes com

leishmaniose (UMEZAWA et al., 1996).

Page 39: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

INTRODUÇÃO

20

Outros testes vêm sendo padronizados utilizando antígenos do T. cruzi excretados-

secretados na urina de indivíduos com doença de Chagas. O teste de Chunap (teste de

nanopartícula na urina Chagas) vem sendo utilizado para monitorar pacientes co-

infectados com T. cruzi/HIV, sendo uma ferramenta não invasiva, em que a

determinação dos antígenos na urina se correlaciona com os níveis de parasitemia,

tornando-se útil para a detecção antecipada da reativação da doença de Chagas e

tratamento precoce desses indivíduos (CASTRO-SESQUEN et al., 2016).

Os testes rápidos que utilizam antígenos recombinantes também têm sido

desenvolvidos para aumentar a especificidade dos testes para o diagnóstico da doença

de Chagas. Esses testes apresentam como vantagens: rápido processamento,

armazenamento em temperatura ambiente, não necessitam de reagentes e equipamentos

especializados e de técnicos bem treinados para executá-los, alta sensibilidade (96-

100%), alta especificidade (95-99%) e capacidade de fornecer resultados imediatos.

Esses testes são importantes para a realização de inquéritos sorológicos e como métodos

diagnósticos em áreas onde os indivíduos têm acesso limitado aos serviços de saúde,

possibilitando assim o diagnóstico e o tratamento precoce da doença (LUQUETTI et al.,

2003; CHAPPUIS et al., 2010). No entanto, a sensibilidade dos testes rápidos pode

variar de acordo com a localização geográfica das amostras testadas (CHIPPAUX et al.,

2009; VERANI et al., 2009), o que pode ser consequência de sua diversidade genética,

que influencia nos níveis de produção de imunoglobulinas e de seus respectivos isotipos

(SANTOS et al., 2009). Com essa mesma proposta, testes como o de Dot-ELISA,

também são sensíveis para o diagnóstico da doença de Chagas, sendo de fácil utilização

e interpretação dos resultados, além de apresentarem uma boa estabilidade do antígeno

nas membranas sensibilizadas, tendo grande utilidade em áreas onde os indivíduos não

tenham acesso a laboratórios especializados (CERVANDES-LANDÍN et al., 2013).

As formas amastigotas também podem ser utilizadas como fontes antigênicas em

testes sorológicos convencionais (PRIMAVERA et al., 1990; MATSUMOTO et al.,

1993). MATSUMOTO et al. (1993) avaliaram a reatividade dos anticorpos IgG, IgM e

IgA contra antígenos de amastigotas e epimastigotas no diagnóstico da doença de

Chagas pela IFI. Os autores observaram uma maior reatividade de IgG com as formas

amastigotas do que com as epimastigotas, além de uma menor reatividade cruzada dos

soros dos pacientes com leishmaniose visceral com as formas AMA.

Page 40: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

INTRODUÇÃO

21

Os antígenos comumente utilizados nos testes sorológicos para a DCh também

podem apresentar sensibilidade variável devido à diversidade genética do T. cruzi

(UMEZAWA et al., 1999; VERANI et al., 2009; REIS-CUNHA et al., 2014). Estudos

prévios demonstraram que os soros dos pacientes de distintas áreas geográficas,

infectados com diferentes genótipos do T. cruzi, podem apresentar uma reatividade

sorológica variável no diagnóstico da doença de Chagas, quando são empregados

distintas metodologias e antígenos do parasito (UMEZAWA et al., 1999; UMEZAWA

et al., 2004; VERANI et al., 2009; ZINGALES et al., 2012). VERANI et al. (2009) ao

avaliar o desempenho de dois testes sorológicos, utilizando amostras de soros de

pacientes de diferentes áreas geográficas (Bolívia e Peru), demonstraram uma

sensibilidade variável de 26.6% a 87,5%. Outro estudo utilizou a técnica de ELISA com

seis antígenos recombinantes do T. cruzi e avaliou a reatividade dos soros de amostras

da Argentina, Brasil, Chile, Colombia, El Salvador, Guatemala, Honduras e Venezuela,

sendo encontrado como resultado variações na reatividade dos soros de 79-100% com

os antígenos individuais por região geográfica (UMEZAWA et al., 1999). Menores

valores de absorbância de amostras de soros do Panamá comparado com amostras da

Bolívia, Brasil e Honduras também foram observados com alguns antígenos

recombinantes do parasito (UMEZAWA et al., 2004). Esses trabalhos demonstraram

que características intrínsecas de cepas regionais do parasito podem influenciar na

sensibilidade dos testes sorológicos para a doença de Chagas. Assim, considerando a

variabilidade genética do T. cruzi, é importante ressaltar que os antígenos para o

diagnóstico da DCh sejam expressos em isolados do parasito de diferentes DTUs

(REIS-CUNHA et al., 2014). Os genótipos do T. cruzi podem influenciar no padrão da

resposta de anticorpos em modelos experimentais. SANTOS et al. (2009),

correlacionaram à diversidade genética do parasito com o padrão de resposta imune

humoral em camundongos infectados por distintos genótipos do parasito. Esses autores

demonstraram que os soros dos camundongos infectados com cepas da linhagem T.

cruzi I (clones dos genótipos 19 e 20- TcI) induziram a produção de maiores níveis de

anticorpos IgG, IgG1, IgG2a e IgG2b durante a fase aguda da doença de Chagas, do que

os soros dos animais infectados com cepas das linhagens T. cruzi II (clone do genótipo

32-TcII) e T. cruzi (clone do genótipo 39-híbrido). Os genótipos T. cruzi II (clone do

genótipo 32-TcII) e T. cruzi (clone do genótipo 39-híbrido) induziram níveis similares

de IgG, IgG1 e IgG2b. Na fase crônica, a linhagem T. cruzi I (clones dos genótipos 19 e

Page 41: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

INTRODUÇÃO

22

20- TcI) induziram maiores níveis de IgG1, IgG2a e IgG2b do que parasitos dos grupos

genéticos T. cruzi II (clone do genótipo 32-TcII) e T. cruzi (clone do genótipo 39-

híbrido). Apenas os níveis de IgG foram similares no soro de camundongos infectados

com T. cruzi I (clones dos genótipos 19 e 20- TcI) e T. cruzi II (clone do genótipo 32-

TcII). Estudos prévios com clones do T. cruzi, demonstraram que a linhagem T. cruzi I

(TcI) apresentou maiores níveis de parasitos no sangue do que a linhagem T. cruzi II

(TcII) (TOLEDO et al., 2002). Esse fato pode estar associado à propriedade de cepas

largas serem mais resistentes à lise mediada pelo complemento, induzindo assim uma

maior resposta imunológica do hospedeiro e consequentemente maiores níveis de

anticorpos IgG. A síntese de anticorpos líticos também pode variar de acordo com a

cepa do T. cruzi que é utilizada como antígeno alvo nos testes de lise mediada pelo

complemento. Assim, características antigênicas genótipo-específicas do parasito

podem estar envolvidas na indução dos anticorpos líticos (KRETTLI et al., 1979;

WALLACE et al., 1995; ZULANTAY et al., 1998).

1.4.3.1- Diagnóstico sorológico genótipo-específico da infecção pelo T. cruzi

Na tentativa de realizar um diagnóstico genótipo-específico mais simples,

sensível e específico, que possa ser utilizado em laboratórios clínicos, alguns trabalhos

vêm desenvolvendo métodos sorológicos com habilidade para o reconhecimento

genótipo-específico da infecção pelo T. cruzi (DI NOIA et al., 2002;

BHATTACHARYYA et al., 2010; MENDES et al., 2013; BHATTACHARYYA et al.,

2014, 2105). DI NOIA et al. (2002), demonstraram dois antígenos do T. cruzi,

denominados antígeno pequeno de superfície das formas tripomastigotas (TSSA). Duas

proteínas de TSSA parecem estar correlacionadas com as duas maiores linhagens do

parasito T. cruzi I (TcI) e T. cruzi II (TcII). Esses estudos foram posteriormente

aprimorados por BHATTACHARYYA et al., 2010, 2014 e 2015.

BHATTACHARYYA et al. (2010) demonstaram que TSSA é um marcador capaz de

distinguir a infecção experimental de hospedeiros infectados por TcII, TcV e TcVI da

infecção por TcI, TcIII e TcIV. O peptídeo específico para TcII-VI (denominado

inicialmente como TSSA II) foi capaz de identificar apenas infecções por TcII, TcV e

TcVI, já o peptídeo descrito como específico para infecções por TcI (TSSA I),

compartilha algumas características com TcIII e TcIV. Com essa mesma proposta,

Page 42: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

INTRODUÇÃO

23

BHATTACHARYYA et al. (2014) avaliaram por ELISA a reatividade de soros de

camundongos infectados com diferentes genótipos do T. cruzi e amostras de soros

humanas provenientes de diferentes regiões geográficas da América Latina, com o

antígeno TSSA. Os autores demonstraram que os soros dos camundongos infectados

por TcII, TcV e TcVI reconheceram especificamente o antígeno TSSApep-II/V/VI e os

soros dos infectados por TcIII e TcIV reagiram com seus respectivos peptídeos TSSA.

Já em relação às amostras de soros humanas, houve um grande reconhecimento dos

soros de pacientes dos países do Cone Sul pelos antígenos TSSApep-II/V/VI e

TSSApep-V/VI, porém as amostras de soros provenientes de países localizados na

região Norte da Amazônia não reconheceram especificamente o antígeno TcI, ou seja

TSSApep-I. Diante dos resultados encontrados, os autores propuseram que TSSA pode

ser um marcador sorológico para identificar a linhagem do T. cruzi em infecções

humanas e experimentais (BHATTACHARYYA et al., 2010, 2014 e 2015).

MENDES et al. (2013) também desenvolveram uma sorologia para genotipagem

do T. cruzi. Os autores utilizaram epitopos conservados e polimórficos de células B para

identificar antígenos alvo do T. cruzi no sorodiagnóstico e sorotipagem de pacientes

com doença de Chagas, por meio da técnica de ELISA. Quatro epitopos conservados

apresentaram alta sensbilidade, especificidade e acurácia na identificação do T. cruzi em

pacientes infectados por diferentes cepas do parasito, podendo ser utilizado no

diagnóstico universal da doença de Chagas. Além disso, três epitopos polimórficos

foram capazes de distinguir infecções por TcI e TcII, porém os soros dos animais

infectados por TcVI apresentaram reatividade-cruzada com esses peptídeos. Esse

trabalho demonstrou o potencial desses antígenos para o diagnóstico genótipo-

específico da infecção pelo T. cruzi.

Uma vez que à resposta ao tratamento da doença de Chagas varia de acordo com

o grupo genético do T. cruzi, em que hospedeiros infectados com TcI apresentaram

resistência total ou parcial, infectados com TcV ou TcVI resistência parcial e infectados

com TcII susceptibilidade total ou parcial ao tratamento com benzonidazol

(ANDRADE, 1974; ANDRADE & MAGALHÃES, 1997; TOLEDO et al., 2003), o

desenvolvimento de testes sorológicos para o diagnóstico genótipo-específico é de

extrema importância na monitoração pós-terapêutica de pacientes chagásicos tratados.

1.5- Citometria de fluxo no diagnóstico da doença de Chagas

Page 43: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

INTRODUÇÃO

24

Uma ferramenta que vem sendo cada vez mais utilizada no diagnóstico da

doença de Chagas é a citometria de fluxo (MARTINS-FILHO et al., 1995; CORDEIRO

et al., 2001; MARTINS-FILHO et al., 2002; VITELLI-AVELAR et al., 2007; MATOS

et al., 2011). As vantagens de se utilizar a citometria de fluxo no diagnóstico da doença

de Chagas são: possibilidade de análise multiparamétrica em plataforma única, boa

reprodutibilidade, isenta de variabilidades metodológicas inerentes ao analista, com

sensibilidade superior aos diferentes protocolos de detecção e revelação convencionais.

Além disso, é uma técnica bem estabelecida, em que os parâmetros podem ser medidos,

armazenados e analisados em programas de computador simultaneamente ao citômetro

de fluxo (CORDEIRO et al., 2001).

As técnicas que utilizam como ferramenta a citometria de fluxo: pesquisa de

anticorpos IgG anti-formas tripomastigotas vivas (FC-ALTA) e pesquisa de anticorpos

IgG anti-formas epimastigotas fixadas (FC-AFEA), empregam como antígeno as formas

tripomastigotas vivas e epimastigotas fixadas do T. cruzi, respectivamente. Ambas as

metodologias apresentaram um bom desempenho no diagnóstico da doença de Chagas,

sendo capaz de discriminar as amostras de soros dos chagásicos e não chagásicos

(NCH) ou não infectados (NI), com altos valores de sensibilidade e especificidade,

ainda que um pequeno percentual de resultados falso-positivos foi observado

(MARTINS-FILHO et al., 1995; CORDEIRO et al., 2001; MARTINS-FILHO et al.,

2002; VITELLI-AVELAR et al., 2007).

Outra metodologia que utiliza como ferramenta a citometria de fluxo é a

pesquisa de anticorpos IgG anti-formas promastigotas fixadas de Leishmania sp (FC-

AFPA-IgG), aplicada ao diagnóstico sorológico da Leishmaniose Tegumentar (LT) e da

Leishmaniose Visceral (LV). Essa nova metodologia empregou primeiramente como

fonte antigênica as formas promastigotas fixadas da Leishmania amazonensis, e

apresentou sensibilidade de 99% e especificidade de 61% no diagnóstico sorológico da

LT. No entanto, esse novo teste apresentou elevada reatividade cruzada com amostras

de soros de pacientes com doença de Chagas e LV (PISSINATI et al., 2008).

Posteriormente, foi avaliado o desempenho da FC-AFPA-IgG, empregando como fonte

antigênica formas promastigotas fixadas da Leishmania chagasi, que apresentou

sensibilidade e especificidade de 100% no diagnóstico sorológico da LV (GARCIA et

al., 2009). Visando solucionar os desafios de especificidade observados na FC-AFEA-

Page 44: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

INTRODUÇÃO

25

IgG e na FC-AFPA-IgG para o diagnóstico diferencial da doença de Chagas e das

leishmanioses tegumentar e visceral, foi desenvolvida a metodologia de FC-TRIPLEX

Chagas/Leish IgG1, pesquisa de anticorpos IgG1 anti-formas epimastigotas fixadas do

T. cruzi e promastigotas fixadas da L. braziliensis e da L. chagasi pela citometria de

fluxo, como um método que emprega formas epimastigotas fixadas do T. cruzi e

promastigotas fixadas de L. braziliensis e de L. chagasi como antígeno. Essa nova

metodologia apresenta um sistema de revelação mais específico (anti-IgG1) e sensível

(conjugação biotina/avidina/ficoeritrina). A FC-TRIPLEX Chagas/Leish IgG1

apresentou uma acurácia global de 95%, sendo capaz de discriminar 76 das 80 amostras

analisadas, com índices de sensibilidade de 100% para LV e 95% para DCh e LT,

demonstrando assim ser um método eficaz para o diagnóstico diferencial da DCh, LV e

LT (TEIXEIRA-CARVALHO et al., 2015).

1.6-Metodologia Chagas-Flow ATE

Na busca de uma metodologia mais sensível, específica e prática, que possa ser

utilizada no diagnóstico e na monitoração pós-terapêutica da doença de Chagas, foi

padronizada a técnica de pesquisa de anticorpos IgG1 anti-Amastigota, Tripomastigota

e Epimastigota por citometria de fluxo (Chagas-Flow ATE) (ALESSIO et al., 2014),

depósito do pedido de patente DIRPA-PQ006). Essa técnica é baseada na pesquisa de

anticorpos IgG1 anti-formas evolutivas do T. cruzi (amastigota viva, tripomastigota viva

e epimastigota fixada) por citometria de fluxo. A nova metodologia emprega um

modelo de segregação fluorescente diferencial, por meio da marcação dos parasitos com

isotiocianato de fluoresceína (FITC) e um sistema de revelação fluorescente

complementar, por meio da utilização do anticorpo biotinilado conjugado com o

fluorocromo estreptoavidina-ficoeritrina (SAPE). A Chagas-Flow ATE apresentou um

excelente desempenho, uma vez que foi capaz de segregar amostras de soros de

pacientes chagásicos (CH) e não chagásicos, com índices de sensibilidade e

especificidade de 100%, nas diluições e pontos de corte padronizados (ALESSIO et al.,

2014). Quando avaliada a sua aplicabilidade no diagnóstico da DCh, essa metodologia

também apresentou um bom desempenho principalmente com as formas amastigotas e

tripomastigotas, uma vez que 100% das amostras dos CH foram positivas e 94% das

amostras dos NCH negativas com essas formas. Dentre as amostras dos NCH que

Page 45: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

INTRODUÇÃO

26

apresentaram resultados falso-positivos, uma foi de um paciente com LV e duas de

pacientes com LT (ALESSIO et al., 2014). Na monitoração pós-terapêutica da DCh, a

Chagas-Flow ATE também apresentou um excelente desempenho, principalmente com

as formas amastigotas, uma vez que 100% das amostras dos não tratados e tratados não

curados foram positivas e 100% das amostras dos tratados curados foram negativas com

essas formas (ALESSIO et al., 2014).

Assim, diante desse contexto e buscando otimizar a Chagas-Flow ATE para o

diagnóstico universal e genótipo-específico da infecção pelo T. cruzi, em modelo

murino, infectado com uma única linhagem do parasito ou mista, esse trabalho visa

desenvolver a técnica Chagas-Flow ATE modificada, utilizando como antígenos

distintos genótipos do parasito das DTUS TcI, TcII e TcVI.

Page 46: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

JUSTIFICATIVA

27

2. JUSTIFICATIVA

Page 47: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

JUSTIFICATIVA

28

A variabilidade genética do T. cruzi se correlaciona com as características

biológicas, epidemiológicas e clínicas da doença de Chagas. Além do mais, o parasito é

capaz de induzir a formação de anticorpos específicos relacionados com o seu genótipo,

influenciando assim na sensibilidade das técnicas sorológicas. Devido a esse fato é

importante considerar os grupos genéticos do T. cruzi no desenvolvimento de novos

testes de diagnóstico para a doença de Chagas. Tendo em vista ainda, os bons resultados

obtidos com a técnica de Chagas-Flow ATE, o presente trabalho se justifica na

otimização dessa técnica para o diagnóstico universal e genótipo-específico da infecção

experimental pelo T. cruzi, por uma única linhagem do parasito ou na infecção mista,

utilizando como antígenos diferentes grupos genéticos ou DTUs do T. cruzi.

Page 48: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

OBJETIVOS

29

3. OBJETIVOS

Page 49: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

OBJETIVOS

30

3.1- Objetivo Geral

Consolidar o desenvolvimento da técnica Chagas-Flow ATE no diagnóstico

universal e genótipo-específico da infecção experimental pelo T. cruzi, utilizando como

antígenos diferentes grupos genéticos do parasito.

3.2- Objetivos Específicos

3.2.1- Avaliar o desempenho da técnica TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no

diagnóstico universal da infecção experimental pelo T. cruzi, utilizando amostras de

soros de camundongos com infecções tardias simples por TcI (cepa Colombiana),

TcVI (cepa CL) e TcII (cepa Y) e amostras de soros de camundongos não infectados;

3.2.2- Avaliar o desempenho e definir um critério de análise para a técnica

TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no diagnóstico genótipo-específico da

infecção experimental pelo T. cruzi, utilizando amostras de soros de camundongos na

com infecções tardias simples por TcI/Colombiana, TcVI/CL e TcII/Y;

3.2.3- Avaliar o desempenho da técnica TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a na

discriminação das infecções experimentais recentes e tardias pelo T. cruzi;

3.2.4- Avaliar o desempenho da técnica TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a na

discriminação das infecções experimentais simples e mistas, com distintos genótipos

do T. cruzi nas infecções recentes e tardias;

3.2.5- Avaliar o desempenho da técnica TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no

diagnóstico genótipo-específico da infecção experimental recente pelo T. cruzi,

utilizando amostras de soros de camundongos com infecções simples por

TcI/Colombiana, TcVI/CL e TcII/Y e mistas por TcI/Colombiana + TcVI/CL, TcVI/CL

+ TcII/Y e TcII/Y + TcI/Colombiana.

3.2.6- Avaliar o desempenho da técnica TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no

diagnóstico genótipo-específico da infecção experimental tardia pelo T. cruzi,

utilizando amostras de soros de camundongos com infecções simples por

Page 50: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

OBJETIVOS

31

TcI/Colombiana, TcVI/CL e TcII/Y e mistas por TcI/Colombiana + TcVI/CL, TcVI/CL

+ TcII/Y e TcII/Y + TcI/Colombiana.

3.2.7- Avaliar o desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no

diagnóstico da infecção experimental pelo T. cruzi, utilizando algoritmos sequenciais

estabelecidos pela análise das árvores de decisão.

Page 51: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

METODOLOGIA

32

4. METODOLOGIA

Page 52: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

METODOLOGIA

33

4.1- Comitê de Ética

Neste trabalho, todos os animais utilizados foram mantidos no Centro de Ciência

Animal da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Ouro Preto, MG, Brasil, de

acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Nacional de Controle de

Experimentação Animal para a conduta ética no uso de animais para a pesquisa. Esse

projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Experimentação Animal da Universidade

Federal de Ouro Preto, MG, Brasil, protocolo nº 2013/48, ofício nº. 174/2013, de 6 de

dezembro de 2013, para as infecções experimentais e coleta de sangue por punção do

plexo ocular nos camundongos.

4.2- Cepas do Trypanosoma cruzi

As cepas padrão do T. cruzi, Colombiana-COL (TcI) (FEDERECI et al., 1964),

CL (TcVI) (BRENER and CHIARI, 1963) e Y (TcII) (PEREIRA DA SILVA AND

NUSSENZWEIG, 1953) foram utilizadas nesse estudo para a padronização da

metodologia TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no sorodiagnóstico da infecção

experimental pelo T. cruzi. Essas cepas representam os três maiores genótipos do

parasito envolvidos no ciclo doméstico da doença de Chagas no Brasil (ZINGALES et

al., 2012). Todos os isolados foram obtidos do criobanco do Grupo de Genômica

Funcional e Proteômica de Leishmania spp e Trypanosoma cruzi, do Centro de

Pesquisas René Rachou (CPqRR-Fiocruz/MG) e tipados por técnicas de biologia

molecular previamente. As cepas foram mantidas por passagens consecutivas em

camundongos Swiss fêmeas. As amostras de sangue obtidas desses camundongos

infectados foram utilizadas para as infecções experimentais e preparação dos antígenos

(amastigota-AMA, tripomastigota-TRIPO e epimastigota-EPI).

4.3- Infecções experimentais com os genótipos TcI, TcVI e TcII do T. cruzi

Camundongos Swiss fêmeas (n=155, de 28 a 30 dias), obtidos do Centro de

Ciência Animal da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), MG, Brasil, foram

mantidos em temperatura controlada e com acesso à água e alimentação ad libitum. Para

as infecções simples (n=70) os animais foram subdivididos em três grupos: infectados

Page 53: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

METODOLOGIA

34

com a cepa Colombiana/TcI (n=20), infectados com a cepa CL/TcVI (n=20) e

infectados com a cepa Y/TcII (n=20). Foram avaliados em paralelo, 10 camundongos

não infectados (NI) como grupo controle. A infecção foi realizada via intraperitoneal

com um inóculo de 50 tripomastigotas sanguíneos do T. cruzi de cada cepa por animal.

Para as infecções mistas (n=85) foram utilizados três grupos de 25 camundongos

cada. Os animais foram inoculados via intraperitoneal com um inóculo de 25

tripomastigotas sanguíneos de cada cepa do T. cruzi por animal. O primeiro grupo foi

infectado com as cepas Colombiana/TcI e CL/TcVI (n=25), o segundo com as cepas

CL/TcVI (=25) e Y/TcII e o terceiro com a cepas Colombiana/TcI e Y/TcII (n=25).

Foram avaliados também 10 camundongos não infectados como grupo controle.

As infecções foram confirmadas em todos os camundongos infectados pelo T.

cruzi pela positividade do exame de sangue a fresco, realizado no 7°, 10°ou 15° dia pós-

infecção. O sangue de cada animal foi coletado por punção do plexo ocular, e após o

processamento dessas amostras, foram obtidos os soros para serem testados no

sorodiagnóstico da infecção pelo T. cruzi, pela técnica TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

ATE-IgG2a. O sangue foi coletado dos controles não infectados e dos camundongos

infectados pelo T. cruzi 30 dias (infecção recente- IR) e 90 e 180 dias (infecção tardia-

IT) pós-infecção. As amostras de soro foram inativadas a 56°C por 30 min e estocadas a

-20°C até serem utilizadas nos experimentos. Considerando à mortalidade dos animais

durante o estudo, o número final de amostras de soros dos camundongos por grupo nas

infecções simples foi: Colombiana/TcI- IR n=16, IT n=29; CL/TcVI- IR n=15, IT n=29;

Y/TcII- IR n=19, IT n=35 e NI- n=10.

Já nas infecções mistas o número final de amostras de soros dos camundongos

por grupo foi: Colombiana/TcI + CL/TcVI- IR n=16, IT n=28; CL/TcVI + Y/TcII- IR

n=24, IT n=43; Colombiana/TcI + Y/TcII- IR n=20, IT n=36 e NI- n=10.

4.4- Preparação dos antígenos alvo AMA, TRIPO e EPI (ATE) dos genótipos TcI,

TcVI e TcII do T. cruzi

4.4.1- Cultivo e preparação das formas amastigotas e tripomastigotas do T. cruzi

Para o cultivo das formas amastigotas e tripomastigotas das cepas

Colombiana/TcI, CL/TcVI e Y/TcVII foram utilizadas células da linhagem NTCT

clone 929 (L929) (ATCC CCL 1), de tecido conectivo de camundongo, mantidas em

Page 54: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

METODOLOGIA

35

RPMI 1640, com vermelho de fenol, suplementado com 10% de SFB e 2mM de

glutamina. As células foram infectadas com as formas tripomastigotas de cada uma das

cepas na proporção de 20 tripomastigotas/célula. As garrafas foram mantidas em estufa

a 37ºC, 5% gás carbônico, 95% de umidade por 24 horas. Após este período, as

monocamadas foram lavadas e mantidas em meio RPMI suplementado a 33ºC, 5% CO2,

95% de umidade (BERTELLI et al., 1977). O meio foi trocado diariamente, e de 4-6

dias e de 8-15 dias pós-inoculação os tripomastigotas e amastigotas foram coletados,

respectivamente, de cada uma das suas garrafas de cultura de células.

As formas TRIPO e AMA foram coletadas da garrafa de cultura de células e

transferidas para tubos falcon de 50 ml. A suspensão de parasitos foi centrifugada a 400

rpm, 10 min, 25°C para a remoção das células remanescentes. O sobrenadante foi

transferido para outro tubo e o ―pellet‖ foi descartado. Para lavar os parasitos foi

adicionado à suspensão de TRIPO e AMA PBS 10% SFB. A suspensão de parasitos foi

centrifugada a 2.200 rpm, 10 min, 4°C. O sobrenadante foi descartado e 1 ml de ―pellet‖

foi ressuspendido. As formas AMA e TRIPO foram contadas em câmara de Neubauer e

a concentração dos parasitos ajustada para 1x107

parasitos/ml.

4.4.2- Cultivo e preparação das formas epimastigotas do T. cruzi

As formas epimastigotas das cepas Colombiana/TcI, CL/TcVI e Y/TcII foram

obtidas na fase-log de crescimento em cultura axênica com o meio ―Liver Infusion

Tryptose‖ (LIT) (CAMARGO, 1964). Para iniciar o cultivo das formas epimastigotas,

foi realizado um inóculo de 1x107 parasitos/ml em uma garrafa de cultura de células

contendo 3 ml de LIT. As culturas foram diariamente homogeneizadas para oferecer

uma maior aeração e observadas em microscópio óptico para verificar a ausência de

contaminação. A cada sete dias, as culturas foram repicadas por passagens sucessivas

em meio LIT. Este procedimento foi repetido para manutenção das culturas em fase de

crescimento exponencial e para evitar a diferenciação das formas epimastigotas em

tripomastigotas metacíclicas. As culturas foram mantidas em estufa B.O.D a

temperatura de 28 1ºC.

Os parasitos coletados na fase-log de crescimento foram transferidos para tubos

estéreis de 50 ml e homogeneizados em vórtex a baixa velocidade para desfazer os

grumos celulares. A suspensão de parasitos foi centrifugada a 200 rpm, 10 min, 18°C,

Page 55: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

METODOLOGIA

36

para remoção de partículas e grumos de parasitos do sedimento. Os tubos foram

mantidos em estufa B.O.D 28 1ºC, 10 mim, para que as formas epimastigotas se

deslocassem do sedimento para o sobrenadante. O sobrenadante foi transferido para

outro tubo de 50 ml e o sedimento desprezado. Os parasitos foram então lavados duas

vezes com PBS com 3% de SBF por centrifugação a 2.200 rpm, 10 min, 18°C. O

―pellet‖ foi homogeneizado, ressuspendido em igual volume com PBS e solução

fixadora para citometria (Max FacsFix- MFF) e mantido por 12h a 4°C. No dia

seguinte, os parasitos foram centrifugados a 2.200 rpm, 10 min, 18°C e ressuspendidos

em PBS. A suspensão de parasitos foi quantificada e ajustada para 1x107 parasitos/ml

em câmara de Neubauer e monitoradas em citômetro de fluxo, para verificar a qualidade

da população. As formas epimastigotas fixadas foram mantidas a 4°C.

4.4.3- Marcação das formas AMA, TRIPO e EPI com isotiocianato de fluoresceína

As formas amastigotas e tripomastigotas vivas e epimastigotas fixadas foram

marcadas com isotiocianato de fluoresceína (FITC) como descrito por ALESSIO et al.

(2014). Na técnica Chagas-Flow ATE as formas amastigotas e tripomastigotas são

utilizadas vivas, pois devido ao fato de estarem presentes no hospedeiro vertebrado, elas

apresentam particularidades antigênicas, que são reconhecidas por anticorpos

específicos nessa metodologia, com alta especificidade. O processo de fixação leva a

mudanças conformacionais nos antígenos de membrana das formas tripomastigotas e o

reconhecimento por imunoglobulinas inespecíficas (CORDEIRO et al., 2001). Além do

mais, uma vantagem de se utilizar as formas amastigotas e tripomastigotas vivas como

antígenos na Chagas-Flow ATE é que apenas os epitopos do lado de fora da membrana

estão disponíveis para a ligação dos anticorpos. Essa propriedade dos parasitos vivos,

evita à ligação dos anticorpos a componentes intracelulares amplamente distribuídos em

outros tripanossomatídeos, o que leva a reatividade cruzada. As formas epimastigotas

por estarem presentes nos hospedeiros invertebrados compartilham antígenos com as

formas amastigotas e tripomastigotas, e devido a esse fato são fixadas para serem

utilizadas na Chagas-Flow ATE. Trabalhos prévios demonstraram que as formas

epimastigotas quando fixadas com MFF apresentam uma estabilidade antigênica de até

um ano quando mantidas a 4°C (TEIXEIRA-CARVALHO et al., 2015).

Page 56: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

METODOLOGIA

37

A mistura de AMA + TRIPO e a suspensão de EPI (1x107 parasitos/ml) foram

marcadas com FITC (100g/mL para cepa Colombiana/TcI e 200g/mL para as cepas

CL/TcVI e Y/TcII) por 30 min à 37°C. Após as marcações, a mistura AMA + TRIPO

foi incubada à 37°C por 60 min, para ocorrer o fenômeno de marcação diferencial

(ALESSIO et al., 2014). A suspensão de EPI foi armazenada a 4°C por 24h antes da

realização dos experimentos, pois já foi demonstrado que a mesma não reage com o

soro teste antes desse período de incubação (ALESSIO et al., 2014).

As preparações de parasitos marcadas com FITC foram misturadas de modo que

obtivéssemos uma proporção equivalente de AMA (33%), TRIPO (33%) e EPI (33%)

para serem testadas na Plataforma de Parasitos-ATE, monitoradas por meio da leitura

no citômetro de fluxo. A técnica de marcação com FITC resultou em um fenômeno de

marcação diferencial, previamente descrito por ALESSIO et al. (2014), possibilitando

assim segregar as formas AMA, TRIPO e EPI em grupos distintos, como observado em

gráficos de distribuição pontual da citometria de fluxo de FITC (Fluorescência 1-FL1)

por FSC (Tamanho) (Figura 1).

4.5- TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no sorodiagnóstico da infecção pelo

T. cruzi

Um delineamento da técnica TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a para ser

utilizado no sorodiagnóstico da infecção experimental pelo T. cruzi foi demonstrado na

Figura 1. O método compreende duas etapas: i) Procedimento experimental (Figura

1A) e ii) Análise da reatividade de IgG2a anti-T. cruzi genótipo-específica (Figura 1B).

Procedimento Experimental:

A sorologia TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a foi realizada como descrito

previamente por ALESSIO et al. (2014), com algumas modificações. As amostras de

soros foram descongeladas, filtradas com filtro para seringa de 0,22m e foi relizada

uma diluição seriada (1:500 a 1:64000) com PBS 10% SFB, em placas de 96 poços com

fundo em ―U‖. Um volume final de 50L das amostras de soros pré-diluídas foi

incubado com 50L da mistura ATE dos parasitos fluorescentes (Amastigota,

Tripomastigota e Epimastigota), nas plataformas TcI, TcVI e TcII genótipo-específica,

em experimentos paralelos, por 30 min à 37°C em estufa com 5% de CO2. Após a

Page 57: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

METODOLOGIA

38

incubação, os parasitos foram lavados duas vezes com PBS 10% SFB e o sobrenadante

descartado. O ―pellet” da mistura de parasitos foi re-suspendido e incubado com 50L

do anticorpo anti-IgG2a de camundongo biotinilado (diluído 1:3000 em PBS 10%

SFB), junto com 20L do reagente secundário (estreptoavidina conjugada com a

ficoeritrina-SAPE, diluída 1:800 em PBS 10% SFB), por 30 min à 37°C em estufa com

5% de CO2. A imunoglobulina IgG2a de camundongo é análoga ao IgG1 humano.

Trabalhos prévios demonstraram IgG1 como uma imunoglobulina mais específica para

ser utilizada no diagnóstico da doença de Chagas (CORDEIRO et al., 2001).

Os parasitos foram lavados novamente com PBS 10% SFB, fixados com 200L

de solução fixadora para a citometria- MFF (10g/L de paraformoldeído, 10,2g/L de

cacodilato de sódio e 6,65g/L de cloreto de sódio, PH 7,2) e armazenados à 4°C ao

abrigo da luz. Em todos os experimentos foi utilizado um controle interno da reação

(controle do conjugado- anti-IgG2a de camundongo biotinilado + SAPE), a fim de

monitorar ligações inespecíficas, na qual a mistura de parasitos-ATE foi incubada na

ausência de soro do camundongo, mas na presença do anticorpo secundário (Figura

1A).

As amostras foram lidas no citômetro de fluxo FACScan (Beckton Dickinson,

USA). Um total de 10.000 eventos foram adquiridos no citômetro de fluxo para cada

uma das diluições do soro testadas. A aquisição dos dados no citômetro foi realizada em

escala logarítmica com os ajustes apropriados (FSC=E00, SSC=427, FL1=620 e

FL2=500). Os dados foram armazenados para as futuras análises.

Análise da reatividade de IgG2a anti-T. cruzi genótipo-específica:

Os dados foram analisados por meio do software FlowJo na versão 10.1

(TreeStar, San Diego, CA, USA). A análise da reatividade de IgG2a anti-T. cruzi

genótipo-específica foi realizada para cada uma das plataformas da mistura de parasitos

ATE com os genótipos TcI (cepa Colombiana), TcVI (cepa CL) e TcII (cepa Y). Foram

utilizadas estratégias adequadas para selecionar os antígenos (amastigota, tripomastigota

e epimastigota) em cada plataforma TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a, levando

em consideração o fenômeno de marcação diferenciação com FITC de AMA, TRIPO e

EPI. Após a seleção dos antígenos, gráficos de histograma foram construídos para

quantificar a reatividade de IgG2a anti-T. cruzi genótipo-específica, por meio de um

limiar de positividade (percentual de parasitos fluorescentes positive-PPFP<2%),

Page 58: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

METODOLOGIA

39

estabelecido no controle interno da reação (controle do conjugado). Os resultados foram

expressos como percentual de parasitos fluorescentes positivos (PPFP) para cada

diluição das amostras de soros testadas (Figura 1B).

TR

IPO

EP

I

AM

A

TcI(

cep

aC

olo

mbia

na

))T

cII

(cep

aY

)T

cV

I(cep

aC

L)

Pla

tafo

rma-A

TE

do

T. cru

ziG

enó

tip

o-E

sp

ecíf

ica

α-IgG2a -Biotinilado junto com SAPE

Mistura de parasitos ATE marcada com FITC

30min, 37ºC, Incubadora Humidificada com 5% CO2

Fixação com MFF

Procedimento Experimental

Controle Interno Amostras Teste

# de

Par

asit

os

AM

ATR

IPO

EPI

FL2/α-IgG2a-

Biotinilado/SAPE

PPFP=97%

PPFP<2%

PPFP<2%

PPFP<2%

PPFP=85%

PPFP=80%

PPFP=98%

TR

iPO

EP

I

AM

A

TR

IPO

AM

A

EP

I

FL1/Diferencial Marcação FITC

Siz

e-F

SC

Amostras de Soros Inativadas/Filtradas/ Pré-diluídas (1:5001:64.000)

Análises genótipo-específica da reatividade anti-T. cruzi IgG2a

Delineamento da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a para o sorodiagnóstico da Infecção pelo T. cruzi

TcI(

cep

aC

olo

mbia

na))

TcII

(cep

aY

)T

cV

I(cep

aC

L)

A

B

Controle Interno

Duas lavagens com PBS 10% SFB

30min, 37ºC, Incubadora Humidificada com 5% CO2

Duas lavagens com PBS 10% SFB

Leitura no citômetro de fluxo

Pla

tafo

rma-A

TE

do

T. cru

ziG

enó

tip

o-E

sp

ecíf

ica

Page 59: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

METODOLOGIA

40

Figura 1: Delineamento da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a para o sorodiagnóstico da

infecção pelo T. cruzi. (A) Representação esquemática do procedimento experimental da TcI/TcVI/TcII

Chagas-Flow ATE-IgG2a demonstrando as plataformas antigênicas separadas de TcI (cepa Colombiana)

= , TcVI (cepa CL) = and TcII (cepa Y) = . (B) Representação das estratégias de segregação

utilizando os antígenos (amastigota-AMA, tripomastigota-TRIPO e epimastigota-EPI) em cada

plataforma da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a. Representação dos histogramas utilizados para

quantificar a reatividade anti-T. cruzi IgG2a, expressa pelo percentual de parasitos fluorescentes positivos

(PPFP), baseado no limiar de positividade (PPFP<2%) no controle interno da reação.

4.6- Análises

CAPÍTULO- 1

DIAGNÓSTICO UNIVERSAL E GENÓTIPO-ESPECÍFICO NO CONTEXTO

DA INFECÇÃO EXPERIMENTAL SIMPLES PELO T. cruzi

A análise dos dados no diagnóstico universal e genótipo-específico da infecção

pelo T. cruzi no primeiro capítulo do trabalho foi realizado por meio do teste não

paramétrico Kruskal–Wallis seguido por Dunn's para comparar o perfil de reatividade

geral da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a. As diferenças foram consideradas

significativas quando p≤0,05.

Os índices de desempenho do teste no diagnóstico universal da infecção pelo T.

cruzi (acurácia global definida pela área sob a curva-AUC, sensibilidade-Se e

especificidade-Sp) para o par de atributos (―antígeno alvo/diluição do soro‖), foram

determinados pela curva ROC (receiver operating characteristic curve), por

distribuição por gráficos de dispersão e pela curva TG-ROC (Two-Graph ROC curve).

Cada ponto na curva ROC representa os valores dos referidos índices em diferentes

pontos de corte, determinando a área sob a curva (ASC), que indica a acurácia global do

teste. Quanto mais próximo a ASC de 1 melhor é o desempenho do teste avaliado. Um

teste diagnóstico pode ser classificado como: sem valor (ASC=0,5), de baixa acurácia

(0,5<ASC0,7), de moderada acurácia (0,7<ASC0,9), de elevada acurácia

(0,9<ASC<1,0) e como teste perfeito (ASC=1) (SWETS, 1988).

A distribuição pelos gráficos de histograma e as análises de regressão não linear

foram utilizadas para comparar o par de atributos (―antígeno alvo/ diluição do soro)

selecionados para a proposta de diagnóstico genótipo-específico de infecções

experimentais simples na fase crônica.

Page 60: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

METODOLOGIA

41

A mediana global foi calculada para cada par de atributos (―antígeno alvo/

diluição do soro‖) para definição do melhor ponto de corte capaz de segregar a

reatividade das amostras de soros dos camundongos infectados pelo T. cruzi, na fase

crônica com infecções simples. Para as análises de desempenho dos conjuntos de

atributos (―antígeno alvo/ diluição do soro/ ponto de corte‖) com aplicabilidade no

diagnóstico genótipo-específico de infecção simples pelo T. cruzi, na fase crônica,

foram construídos gráficos de dispersão. Para as análises estatísticas e montagem dos

gráficos foi utilizado o software GraphPad Prism, Version 5.0 (San Diego, CA, USA).

Foram construídas árvores de decisão para o conjunto de atributos selecionados

(―antígeno alvo/ diluição do soro/ ponto de corte‖) para criar algoritmos (atributos raiz e

ramos), para classificar o T. cruzi em distintos cenários de protótipos populacionais

(infecção por TcI/Colombiana x TcVI/CL x TcII/Y) e (infecção por TcI/Colombiana x

TcII/Y). O sotware WEKA (Waikato Environment for Knowledge Analysis, versão

3.6.11, Universidade de Waikato, Nova Zelândia) foi utilizado para a construção das

árvores de decisão por meio do algoritmo C.4.5 e uma implementação denominada J48.

Esse método analisa todas as características para selecionar o mínimo de conjuntos de

marcadores que pode eficientemente separar os grupos estudados. A árvore de decisão

surge como uma nova ferramenta de análise com o intuito de classificar, descobrir

regras de associações e clusterizar os dados. O foco é na classificação, em que o

objetivo é atribuir uma classe a um exemplo (registro), dentre o conjunto de classes pré-

definidas, com base nos valores de seus atributos.

Análises discriminantes foram realizadas para determinar a acurácia global do

teste e os valores de LOOCV- leave-one-out-cross-validation por meio do software R-

project versão 3.0.1.

CAPÍTULO- 2

DIAGNÓSTICO GENÓTIPO-ESPECÍFICO NO CONTEXTO DA INFECÇÃO

EXPERIMENTAL SIMPLES E MISTA PELO T. cruzi

Foram construídos gráficos de radares no programa Microsoft Excel 2010,

utilizando os valores de reatividade média das amostras de soros em percentual de

parasitos fluorescentes positivos (PPFP), com cada um dos grupos analisados.

Page 61: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

METODOLOGIA

42

As curvas de titulação com a reatividade média em PPFP das amostras de soros,

nas oito diluições dos soros testadas (1:500 a 1:64000), foram empregadas para a

comparação entre diferentes grupos. Ainda por meio dessas análises, e utilizando o

programa R-project versão 3.0.1, foram calculadas as distâncias modulares em cada

ponto das curvas de titulação, para a pré-seleção dos nove pares de atributos

(―antígeno/diluição do soro‖).

A análise dos dados no diagnóstico diferencial de infecções na fase aguda e na

fase crônica, de infecções simples e mistas nas fases aguda e crônica e no diagnóstico

genótipo-específico de infecções experimentais simples e mistas pelo T. cruzi nas fases

aguda e crônica, foi realizada por meio do teste não paramétrico Kruskal–Wallis

seguido por Dunn's para comparação entre os grupos. As diferenças foram consideradas

significativas quando p≤0,05.

As análises pelas curvas ROC, ou pela média global ou pela mediana global

foram utilizadas para a definição dos pontos de corte para cada um dos nove pares de

atributos pré-selecionados (―antígeno/diluição do soro‖), dentro de cada uma das

diferentes propostas do estudo. Para as análises estatísticas e montagem dos gráficos foi

utilizado o software GraphPad Prism, Version 5.0 (San Diego, CA, USA).

Árvores de decisão foram construídas utilizando o conjunto de atributos pré-

selecionados (―antígeno alvo/ diluição do soro/ ponto de corte‖) para criar algoritmos

(atributos raiz e ramos) para classificar as amostras de soros nos diferentes grupos:

infecção aguda x infecção crônica; infecção simples aguda x infecção mista aguda;

infecção simples crônica x infecção mista crônica; infecção genótipo-específica simples

aguda, infecção genótipo-específica mista aguda; infecção genótipo-específica simples

crônica e infecção genótipo-específica mista crônica. O sotware WEKA (Waikato

Environment for Knowledge Analysis, versão 3.6.11, Universidade de Waikato, Nova

Zelândia) foi utilizado para a construção das árvores de decisão por meio do algoritmo

C.4.5 e uma implementação denominada J48.

Page 62: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

43

5. RESULTADOS

Page 63: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

44

RESULTADOS – CAPÍTULO 1

DIAGNÓSTICO UNIVERSAL E GENÓTIPO-ESPECÍFICO NO CONTEXTO

DA INFECÇÃO EXPERIMENTAL SIMPLES PELO T. cruzi

Os resultados apresentados na primeira parte do trabalho consistem na avaliação

do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no diagnóstico universal e

genótipo-específico da infecção experimental pelo T. cruzi, utilizando amostras de soros

de camundongos com infecções simples e tardias (IT).

Tendo em vista que, não se observou diferença estatística entre os valores de

reatividade dos camundongos em 90 e 180 dias pós-infecção, a avaliação do

desempenho dessa metodologia foi realizada considerando os valores de reatividade das

amostras de soros nesses dois tempos pós-infecção em conjunto.

5.1-Perfil de reatividade geral da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no

diagnóstico universal e genótipo-específico da infecção crônica experimental pelo

T. cruzi

O perfil de reatividade geral das amostras de soros dos camundongos nas

infecções tardias pelo T. cruzi (cepa Colombiana/TcI n=29, cepa CL/TcVI n=29 e cepa

Y/TcII n=35) e das amostras de soros dos controles não-infectados (NI n=10) foram

avaliadas pela TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a e os resultados estão

demonstrados na Figura 2. A reatividade das amostras individuais foi testada com

distintos antígenos (amastigota-AMA, tripomastigota-TRIPO e epimastigota-EPI), dos

genótipos TcI- cepa Colombiana (Figura 2- painel esquerdo), do genótipo TcVI- cepa

CL (Figura 2- painel ao centro) e do genótipo TcII- cepa Y (Figura 2- painel direito),

ao longo das curvas de titulação (diluição seriada do soro de 1:500 a 1:64000).

Foram realizadas análises estatísticas comparativas para selecionar o par de

atributos (―antigeno/ diluição do soro‖) com maior habilidade para serem utilizados no

diagnóstico universal e genótipo-específico da infecção experimental pelo T. cruzi.

As amostras de soros dos camundongos não infectados e as amostras de soros

em conjunto dos camundongos infectados pelo T. cruzi (cepas Colombiana/TcI,

CL/TcVI e Y/TcII) apresentaram maior diferença estatística com o par de atributos:

―antígeno de TRIPO TcII na diluição 1:500‖, e foram então selecionados para as

Page 64: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

45

análises futuras de desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no

diagnóstico universal da infecção experimental pelo T. cruzi (Figura 2- retângulo

contínuo cinza claro).

Os pares de atributos selecionados com aplicabilidade no diagnóstico genótipo-

específico da infecção experimental pelo T. cruzi foram: ―antígeno de AMA TcII na

diluição 1:1000‖, ―antígeno de TRIPO TcI na diluição 1:4000‖ e ―antígeno de EPI TcVI

na diluição 1:1000‖. O par de atributos ―antígeno de AMA TcII na diluição 1:1000‖

apresentou maior habilidade para distinguir a menor reatividade das amostras de soros

dos camundongos infectados com a cepa Colombiana/TcI, da maior reatividade das

amostras de soros dos camundongos infectados com as cepas CL/TcVI ou Y/TcII

(Figura 2- retângulo do lado direito pontilhado cinza escuro).

O par de atributos ―antígeno de TRIPO TcI na diluição 1:4000‖ foi capaz de

discriminar a menor reatividade das amostras de soros dos camundongos infectados

com a cepa Y/TcII, da reatividade intermediária observada para as amostras dos

camundongos infectados com a cepa CL/TcVI, da maior reatividade das amostras de

soros dos camundongos infectados com a cepa Colombiana/TcI (Figura 2- retângulo

do lado esquerdo pontilhado cinza escuro).

O par de atributos ―antígeno de EPI TcVI na diluição 1:1000‖ apresentou maior

habilidade para distinguir a menor reatividade das amostras de soros dos camundongos

infectados com a cepa Y/TcII, da maior reatividade observada para as amostras de

soros dos camundongos infectados com as cepas Colombiana/TcI ou CL/TcVI do T.

cruzi (Figura 2- retângulo no centro pontilhado cinza escuro). Esses três pares de

atributos foram selecionados para as análises futuras de desempenho da TcI/TcVI/TcII

Chagas-Flow ATE-IgG2a no diagnóstico genótipo-específico da infecção experimental

pelo T. cruzi.

Page 65: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

46

0

20

40

60

80

100

0

20

40

60

80

100

0

20

40

60

80

100

0

20

40

60

80

100

0

20

40

60

80

100

0

20

40

60

80

100

0

20

40

60

80

100

0

20

40

60

80

100

0

20

40

60

80

100

Genótipo TcI do T. cruzi Genótipo TcVI do T. cruzi Genótipo TcII do T. cruzi

TcI/TcVI/TcII Chagas Flow ATE-IgG2a – Antígenos Alvos

Am

astig

ota

-A

MA

Tri

pom

ast

igota

-T

RIP

OE

pim

astigota

-E

PI

PP

FP

PP

FP

PP

FP

500 640001000 2000 4000 8000 16000 32000500 6,0001000 2000 4000 8000 16000 32000500 640001000 2000 4000 8000 16000 32000

Inverso da Diluição do Soro Inverso da Diluição do Soro Inverso da Diluição do Soro

Não Infectado Infecção por TcI– cepa Colombiana Infecção por TcVI– cepa CL Infecção por TcII- cepa Y

Perfil de Reatividade Geral da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no Diagnóstico Universal e Genótipo-Específico da Infecção pelo T. cruzi

Page 66: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

47

Figura 2: Perfil de reatividade geral da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no diagnóstico

universal e genótipo-específico da infecção tardia pelo T. cruzi. A reatividade da TcI/TcVI/TcII

Chagas-Flow ATE-IgG2a foi avaliada nas amostras de soros dos camundongos infectados pelas cepas

representativas dos genótipos TcI, TcVI e TcII do T. cruzi, incluindo: cepa Colombiana/TcI ( , n=29),

cepa CL/TcVI ( , n=29) e cepa Y/TcII ( , n=35), como também nas amostras de soros dos

camundongos não infectados ( , n=10). A reatividade IgG2a genótipo-específica para cada antígeno

(amastigota-AMA, tripomastigota-TRIPO e epimastigota-EPI) dos genótipos TcI (gráficos do lado

esquerdo), do genótipo TcVI (gráficos ao centro) e do genótipo TcII (gráficos do lado direito) do T. cruzi

foi avaliada nas oito diluições do soro testadas (1:500 a 1:64000). Os resultados foram expressos como

percentual de parasitos fluorescentes positivos (PPFP), utilizando grádicos de box plot que se estendem

dos valores mínimos aos máximos, cujos valores discrepantes estão representados por pontos cinza. As

caixas definem o percentil 25th

e 75th

e os valores médios (linhas dentro das caixas). As análises

estatísticas foram realizadas pelos testes Kruskal-Wallis seguindo por Dunn’s para comparações entre os

grupos. Diferenças significativas foram consideradas com p<0,05. O retângulo contínuo cinza claro

selecionou o par de atributos (―anígeno/diluição do soro‖) com maior habilidade para discriminar as

amostras de soros dos camundongos não infectados, de todas as amostras de soros dos camundongos

infectados pelo T. cruzi (infectados com as cepas Colombiana, CL e Y). Assim, esse par de atributos

(antígeno de TRIPO TcII na diluição 1:500) foi selecionado para o diagnóstico universal da infecção

experimental pelo T. cruzi. Os retângulos pontilhados cinza escuros selecionaram o par de atributos

―antígeno/diluição do soro‖ com maior habilidade para distinguir a reatividade das amostras de soro entre

os camundongos infectados com as cepas Colombiana, CL e Y do T. cruzi. Assim, esses pares de

atributos (antígeno de AMA TcII na diluição 1:1000; antígeno de TRIPO TcI na diluição 1:4000 e

antígeno de EPI TcVI na diluição 1:1000) foram selecionados para o diagnóstico genótipo-específico da

infecção experimental pelo T. cruzi.

5.2- Desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no diagnóstico

universal da infecção experimental pelo T. cruzi

Os resultados apresentados correspondem ao objetivo específico número 1:

Avaliar o desempenho da técnica TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no

diagnóstico universal da infecção experimental pelo T. cruzi, utilizando amostras

de soros de camundongos com infecções tardias simples por TcI (cepa)

Colombiana, TcVI (cepa CL) e TcII (cepa Y) e amostras de soros de camundongos

não infectados. Foram utilizados como antígeno as formas amastigotas, tripomastigotas

e epimastigotas do T. cruzi das cepas Colombiana/TcI, CL/TcVI e Y/TcII. Foi avaliada

a reatividade de 10 amostras de soros de camundongos não infectados (NI) e de 93

amostras de soros de camundongos com infecções tardias pelo T. cruzi (cepas

Colombiana/TcI n=29 + CL/TcVI n=29 + Y/TcII n=35).

O desempenho do par de atributos pré-selecionados ―antígeno de TRIPO TcII na

diluição 1:500‖ foi avaliado no diagnóstico universal da infecção pelo T. cruzi pela

técnica TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a (Figura 3).

Page 67: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

48

Análises comparativas demonstraram que os valores de reatividade das amostras

de soros dos camundongos não infectados diferem significativamente da reatividade das

amostras de soros de todos os camundongos infectados pelo T. cruzi (cepas

Colombiana/TcI, CL/TcVI e Y/TcII), com ―o antígeno de TRIPO TcII na diluição

1:500‖ (Figura 3A).

Análises pela curva ROC indicaram o ponto de corte de 20% de PPFP, com

excelentes índices de desempenho (área sob a curva-AUC = 1, Sensibilidade-Se e

Especificidade-Sp = 100%) (Figura 3B). O gráfico de dispersão com os valores

individuais das amostras demonstrou a habilidade desse conjunto de atributos ―antígeno

de TRIPO TcII, na diluição 1:500, com ponto de corte de 20%‖ para segregar

completamente as amostras de soros do grupo NI, das amostras de soros dos

camundongos infectados pelo T. cruzi (Figura 3C). Análises complementares pela TG-

ROC confirmaram o PPFP de 20% como o melhor ponto de corte para o diangóstico

universal da infecção experimental pelo T. cruzi, utilizando o conjunto de atributos

selecionados (Figura 3D). Os dados demonstraram o excelente desempenho da

TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no diagnóstico universal da infecção

experimental pelo T. cruzi com o conjunto de atributos ―antígeno de TRIPO TcII, na

diluição 1:500, com ponto de corte de 20%‖.

Page 68: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

49

Figura 3: Desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no diagnóstico universal da

infecção experimental pelo T. cruzi. (A) A reatividade de ―TRIPO TcII na diluição 1:500‖ (pares de

atributos pré-selecionados para o diagnóstico universal da infecção pelo T. cruzi) foram comparados por

Kruskal-Wallis seguido pelo teste de Dunn´s para comparações entre os grupos. As diferenças

significativas com *p <0,05, **p<0,001 e ***p<0,0001 estão destacadas pelas linhas conectoras. Os

dados foram expressos como a mediana dos valores de PPFP para os camundongos não infectados ( ) e

hospedeiros infectados pelo T. cruzi (TcI/cepa Colombiana= , TcVI/ cepa CL = e TcII/ cepa Y =

). A similaridade entre a reatividade de ―TRIPO TcII na diluição 1:500‖ observada nos três grupos

infectados pelo T. cruzi (cepas Colombiana + CL + Y) possibilitou o estabelecimento de um único grupo

denominado como ―hospedeiros infectados pelo T. cruzi‖ (n=93). O desempenho da TcI/TcVI/TcII

Chagas-Flow ATE-IgG2a no diagnóstico universal da infecção experimental pelo T. cruzi foi comparado

com o grupo não infectado (NI, n=10). (B) As análises pela curva ROC definiram o ponto de corte para

discriminar os valores de PPFP de NI e dos hospedeiros infectados pelo T. cruzi (cepas Colombiana + CL

+ Y). Índices de desempenho adicionais foram calculados e fornecidos na figura, incluindo a área sob a

curva (AUC), definido como a acurácia global, a sensibilidade (Se) e a especificidade (Sp). (C) O gráfico

de dispersão demonstra a habilidade do conjunto de atributos selecionados (―antígeno/diluição do soro/

ponto de corte‖) para discriminar a reatividade do soro de não infectados (NI), da reatividade do soro de

hospedeiros infectados pelo T. cruzi (cepas Colombiana + CL + Y). A linha pontilhada representa o ponto

de corte de 20% de PPFP definido pelas análises da curva ROC. (D) As análises da TG-ROC foram

também realizadas para confirmar o ponto de corte selecionado com a maior ―Se‖ e ―Sp‖, destacado pelo

retângulo pontilhado cinza escuro. PPFP= percentual de parasitos fluorescentes positivos.

0

20

40

60

80

100

******

**

0

20

40

60

80

100

0

20

40

60

80

10

0

0

20

40

60

80

100

Ponto de corte: PPFP=20%AUC = 1.0 (1.0-1.0)

Se = 100% (96-100)

Sp = 100% (70-100)

0

20

40

60

80

10

0

0

20

40

60

80

100

Se

Sp

Desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no Diagnóstico Universal da Infeção pelo T. cruzi

PP

FP

PP

FP

PPFP Pontos de corte

Índ

ices d

e D

esem

penho

Análises TG-ROC

Análises curva-ROC

100-Especif icidade

Sensib

ilid

ad

e

Gráfico de Dispersão

NI Infecção pelo T. cruzi

(Colombiana+CL+Y)

NI Colombiana

(TcI)

CL

(TcVI)

Y

(TcII)

Anti-TcII TRIPO 1:500A

C

B

D

100%

100%

Infecção pelo T. cruzi

Page 69: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

50

5.3- Perfil de reatividade global da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a para

ser aplicado no diagnóstico genótipo-específico da infecção experimental pelo T.

cruzi

Os resultados apresentados correspondem ao objetivo específico número 2:

Avaliar o desempenho e definir um critério de análise para a técnica

TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no diagnóstico genótipo-específico da

infecção experimental pelo T. cruzi, utilizando amostras de soros de camundongos

com infecções tardias simples por TcI/Colombiana, TcVI/CL e TcII/Y. Foram

utilizados como antígeno as formas amastigotas, tripomastigotas e epimastigotas do T.

cruzi das cepas Colombiana/TcI, CL/TcVI e Y/TcII. Foi avaliada a reatividade de 29

amostras de soros de camundongos com infecções tardias pela cepa Colombiana/TcI, 29

amostras de soros de camundongos com infecções tardias pela cepa CL/TcVI e 35

amostras de soros de camundongos com infecções tardias pela cepa Y/TcII.

O perfil de reatividade global da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no

diagnóstico genótipo-específico da infecção pelo T. cruzi foi avaliado utilizando os

pares de atributos pré-selecionados: ―antígeno de AMA TcII na diluição 1:1000‖,

―antígeno de TRIPO TcI na diluição 1:4000‖ e ―antígeno de EPI TcVI na diluição

1:1000‖, como demonstrado na Figura 4.

A análise dos dados foi realizada por meio de gráficos de histograma e linhas de

tendência de regressão não linear. Os resultados demonstraram que com ―o antígeno de

AMA TcII na diluição 1:1000‖ as amostras de soros dos camundongos infectados com a

cepa Colombiana/TcI apresentaram um padrão de distribuição quase unimodal, com

uma alta proporção das amostras na região dos valores de PPFP=10%, contrastando

com a distribuição bimodal das amostras de soros dos camundongos infectados com as

cepas CL/TcVI e Y/TcII, que apresentaram uma maior frequência das amostras para

maiores valores de PPFP (Figura 4A).

As análises com o ―antígeno de TRIPO TcI na diluição 1:4000‖ demonstraram

uma polarização das amostras de soros dos camundongos infectados com a cepa

Colombiana/TcI com um padrão de distribuição unimodal, com uma maior proporção

das amostras na região dos valores de PPFP próximos a 100%, constrastando com a

distribuição unimodal com uma maior frequência na região dos valores de PPFP

próximos a 0%, das amostras de soros dos camundongos infectados com a cepa Y/TcII.

Page 70: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

51

Um padrão de distribuição atípico foi observado para as amostras de soros dos

camundongos infectados com a cepa CL/TcVI (Figura 4B).

Os gráficos de histograma com o ―antígeno de EPI TcVI na diluição 1:1000‖

demonstraram uma distribuição unimodal Gaussiana das amostras de soros dos

camundongos infectados com as cepas Colombiana/TcI e CL/TcVI com uma maior

frequência dentro da região dos valores de PPFP próximos a 50%. Por outro lado, uma

distribuição unimodal foi observada para as amostras de soros dos camundongos

infectados com a cepa Y/TcII, com uma alta proporção das amostras na região de

valores de PPFP < 50% (Figura 4C).

Análises comparativas da reatividade das amostras de soros com os pares de

atributos selecionados confirmaram os dados observados nos gráficos de histograma e

nas análises de regressão não linear. O ―antígeno de AMA TcII na diluição 1:1000‖ foi

capaz de segregar as amostras de soros dos camundongos infectados com a cepa Y/TcII

(e com a cepa CL/TcVI), das amostras de soros dos camundongos infectados com a

cepa Colombiana/TcI (Figura 4D). Por outro lado, o ―antígeno de TRIPO TcI na

diluição 1:4000‖ foi capaz de segregar as amostras de soros dos camundongos

infectados com a cepa Colombiana/TcI (e com a cepa CL/TcVI), das amostras de soros

dos camundongos infectados com a cepa Y/TcII (Figura 4E). Já o ―antígeno de EPI

TcVI na diluição 1:1000‖ foi capaz de discriminar as amostras de soros dos

camundongos infectados com a cepa CL/TcVI (e com a cepa Colombiana/TcI), das

amostras de soros dos camundongos infectados com a cepa Y/TcII (Figura 4F). Os

dados demonstraram o potencial da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a para ser

utilizada no diagnóstico genótipo-específico da infecção experimental pelo T. cruzi

com os atributos: ―antígeno de AMA TcII na diluição 1:1000‖, ―antígeno de TRIPO TcI

na diluição 1:4000‖ e ―antígeno de EPI TcVI na diluição 1:1000‖.

Page 71: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

52

Figura 4: Reatividade global da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a para ser aplicado no

diagnóstico genótipo-específico da infecção experimental pelo T. cruzi. (A) A reatividade ―anti-AMA

TcII na diluição 1:1000‖, (B) a reatividade ―anti-TRIPO TcI na diluição 1:4000‖ e (C) a reatividade‖ anti-

EPI TcVI na diluição 1:1000‖, atributos pré-selecionados para o diagnóstico genótipo-específico da

infecção experimental pelo T. cruzi, foram avaliados por gráficos de histograma e linhas de tendência de

regressão não linear. Os resultados foram expressos como a proporção de amostras que apresentaram

determinados valores de percentuais de parasitos fluorescentes positivos (PPFP) entre os camundongos

infectados pelo T. cruzi incluindo: cepa Colombiana/TcI ( , n=29), cepa CL/TcVI ( , n=29) e cepa

Y/TcII ( , n=35). A reatividade entre as amostras de soros dos grupos infectados pelo T. cruzi foi

comparada para cada par de atributos: (D) ―antígeno de AMA TcII na diluição 1:1000‖, (E) ―antígeno de

TRIPO TcI na diluição 1:4000‖ e (F) ―antígeno de EPI TcVI na diluição 1:1000‖. Os resultados foram

expressos como a mediana dos valores de PPFP em gráficos box plot, com os valores atípicos

representados por pontos cinzas. As análises estatísticas foram realizadas pelos testes de Kruskal-Wallis

seguido por Dunn’s para comparação entre os grupos. As diferenças significativas foram indicadas por

asterísco com *p<0,05, **p<0,001 e ***p<0,0001 e destacadas por linhas conectoras.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

10

0

0

25

50

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

10

0

0

25

50

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

10

0

0

25

50

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

10

0

0

25

50

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

10

0

0

25

50

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

10

0

0

25

50

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

10

0

0

35

70

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

10

0

0

35

70

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

10

0

0

35

70

0

20

40

60

80

100***

***

An

ti-T

cII

AM

A 1

:10

00

An

ti-T

cVI

EPI

1:1

00

0A

nti

-TcI

TRIP

O 1

:40

00

Infecção por TcI(Cepa Colombiana)

Infecção por TcVI(Cepa CL)

Infecção por TcII(Cepa Y)

Fre

qu

ên

cia

(%)

Fre

qu

ên

cia

(%)

Fre

qu

ên

cia

(%)

PP

FPP

PFP

PP

FP

Infe

cçã

o T

cII

(cepa Y

)Valores de PPFP

0

20

40

60

80

100***

***

0

20

40

60

80

100***

***

Valores de PPFP

Valores de PPFP

Infe

cçã

o T

cI

(ce

pa

Co

lom

bia

na)

Infe

cçã

o T

cV

I(c

epa

CL)

Infe

cçã

o T

cII

(cepa Y

)

Infe

cçã

o T

cI

(ce

pa

Co

lom

bia

na)

Infe

cçã

o T

cV

I(c

epa C

L )

Infe

cçã

o T

cII

(cepa Y

)

Infe

cçã

o T

cI

(ce

pa C

olo

mbia

na)

Infe

cçã

o T

cV

I(c

epa

CL)

Reatividade Global da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a para ser Aplicado no Diagnóstico Genótipo-Específico da Infecção pelo T. cruzi

A D

B E

C F

Page 72: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

53

5.4- Estabelecimento dos pontos de corte e análise do desempenho TcI/TcVI/TcII

Chagas-Flow ATE-IgG2a no diagnóstico genótipo-específico da infecção

experimental pelo T. cruzi

Com o intuito de avaliar a aplicabilidade da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-

IgG2a no diagnóstico genótipo-específico da infecção experimental pelo T. cruzi, linhas

de tendência foram sobrepostas (Figura 5A) ao longo da mediana global dos valores de

PPFP, com cada par de atributos pré-selecionados (Figura 5B), empregados para

estabelecer os pontos de corte e categorizar as amostras como negativas (< ponto de

corte) ou positivas (> ponto de corte).

Os pontos de corte específicos foram definidos para cada par de atributos pré-

selecionados (―antígeno de AMA TcII na diluição 1:1000‖, ―antígeno de TRIPO TcI na

diluição 1:4000‖ e ―antígeno de EPI TcVI na diluição 1:1000‖), sendo eles: PPFP=40%,

PPFP=50% e PPFP=45%, respectivamente (Figura 5B).

Os diagramas foram utilizados para avaliar os padrões de reatividade e calcular a

proporção de resultados positivos e negativos com cada conjunto de atributos

selecionados (―antígeno/ diluição do soro/ ponto de corte‖). A análise dos dados

demonstrou que 74% das amostras de soros dos camundongos infectados com a cepa

Y/TcII e 55% das amostras dos infectados com a cepa CL/TcVI foram positivas,

contrastando com a positividade de 14% das amostras de soros dos camundongos

infectados com a cepa Colombiana/TcI, com o conjunto de atributos ―antígeno de AMA

TcII na diluição 1:1000, com ponto de corte de 40%‖ (Figura 5C). O conjunto de

atributos ―antígeno de TRIPO TcI na diluição 1:4000, com ponto de corte de 50%‖

demonstrou resultados positivos com 83% das amostras de soros dos camundongos

infectados com a cepa Colombiana/TcI e 59% das amostras de soros dos infectados com

a cepa CL/TcVI, contrastando com a positividade de 14% das amostras de soros dos

camundongos infectados com a cepa Y/TcII (Figura 5C). Já o conjunto de atributos

―antígeno de EPI TcVI na diluição 1:1000, com ponto de corte de 45%‖ demonstrou

resultados positivos com 72% das amostras de soros dos camundongos infectados com a

cepa Colombiana/TcI e 55% das amostras dos infectados com a cepa CL/TcVI,

contrastando com a positividade de 27% das amostras de soros dos camundongos

infectados com a cepa Y/TcII (Figura 5C).

Page 73: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

54

Os gráficos de dispersão ilustram a reatividade das amostras de soros dos

camundongos infectados com os distintos genótipos do T. cruzi, com os conjuntos de

atributos selecionados. Os dados demonstraram o desempenho do ―antígeno de AMA

TcII na diluição 1:1000, com ponto de corte de 40%‖ para discriminar a maioria das

amostras de soros dos camundongos infectados com a cepa Colombiana/TcI e a

habilidade do ―antígeno de TRIPO TcI na diluição 1:4000, com ponto de corte de 50%‖

e do ―antígeno de EPI TcVI na diluição 1:1000, com ponto de corte de 45%‖ para

discriminar a maioria das amostras de soros dos camundongos infectados com a cepa

Y/TcII. No geral, uma considerável porporção de amostras de soros dos camundongos

infectados com a cepa híbrida CL/TcVI apresentaram resultados positivos, utilizando os

conjuntos de atributos selecionados (Figura 5D).

Page 74: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

55

TcI/cepa C

olo

mbia

na

TcIV

/cepa C

L

TcII/c

epa Y

TcI/cepa C

olo

mbia

na

TcIV

/cepa C

L

TcII/c

epa Y

TcI/cepa C

olo

mbia

na

TcIV

/cepa C

L

TcII/c

epa Y100

0

40

100

0

40

100

0

50

100

0

50

100

0

45

100

0

45

Val

ore

s d

e P

PFP

(%

)

Ne

gati

voP

osi

tivo

Universo dos Dados

a-AMA TcII 1000 a-EPI TcVI 1000 a-TRIPO TcI 4000

Pontos de corte

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

0

25

50

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

0

25

50

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

0

25

50

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

0

25

50

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

0

25

50

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

0

25

50

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

0

25

50

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

0

25

50

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

0

25

50

Anti- AMA TcII 1000 Anti-EPI TcVI 1000Anti-TRIPO TcI 4000

Valores de PPFP

Infecção por TcI(cepa Colombiana )

Infecção por TcVI(cepa CL)

Infecção por TcII(cepa Y)

Fre

qu

en

cy(%

)

a-AMA TcII 1000 a-EPI TcVI 1000 a-TRYPO TcI 4000

A

B CEstabelecimento dos Pontos de Corte pela Mediana Global

Estabelecimento dos Pontos de Corte e Desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no Diagnóstico Genótipo-Específico da Infecção pelo T. cruzi

100

0

40

100

0

40

100

0

50

100

0

50

100

0

45

100

0

45

Val

ore

s d

e P

PFP

(%

)

Infe

cçã

o p

or

TcI

(cepa C

olo

mbia

na)

Infe

ão

po

r T

cV

I

(ce

pa

CL

)

Infe

cção p

or

TcII

(cepa Y

)

D

86%

74% 83%

86% 73%

72%

55%

45%

59%

41%

55%

45%

14%

83%

55%

59%

74%

14%

72%

55%

27%

Anti-AMA TcII 1000 Anti-EPI TcVI1000Anti-TRIPO TcI 4000

Infe

cçã

o p

or

TcI

(cepa C

olo

mbia

na)

Infe

ão

po

r T

cV

I

(ce

pa

CL

)

Infe

cção p

or

TcII

(cepa Y

)

Infe

cção p

or

TcI

(cepa C

olo

mbia

na)

Infe

ão

po

r T

cV

I

(ce

pa

CL

)

Infe

cçã

o p

or

TcII

(cepa Y

)

Page 75: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

56

Figura 5: Estabelecimento dos pontos de corte e análise do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-

Flow ATE-IgG2a no diagnóstico genótipo-específico da infecção experimental pelo T. cruzi. (A) As

linhas de tendência de reatividade para ―anti-AMA TcII 1:1000‖, ―anti-TRIPO TcI 1:4000‖ e ―anti-EPI

TcVI 1:1000‖ observadas nas amostras de soros dos camundongos infectados pelo T. cruzi (cepa

Colombiana= , cepa CL/TcVI = e cepa Y/TcII = ) foram sobrepostas com o intuito de

diferenciar o padrão de reatividade. Os resultados foram expressos em proporção de amostras que

apresentaram determinados valores de percentual de parasitos fluorescentes positivos (PPFP) entre os

camundongos infectados pelo T. cruzi. (B) O conjunto dos dados de reatividade foi utilizado para calcular

a mediana global dos valores de PPFP e definição dos pontos de corte capazes de segregar as amostras

individuais como negativas ( ) ou positivas ( ), para cada antígeno/diluição do soro selecionados. (C)

Os diagramas foram utilizados para estabelecer os padrões de reatividade e calcular a prorporção de

resultados positivos e negativos para cada conjunto de atributos selecionados (―antígeno/diluição do soro/

ponto de corte‖). (D) Os gráficos de dispersão ilustram a habilidade de cada conjunto de atributos

(―antígeno/diluição do soro/ ponto de corte‖) para discriminar a reatividade das amostras de soros entre os

camundongos infectados pelo T. cruzi (Colombiana/TcI, n=29; CL/TcVI, n=29; Y/TcII, n=35). Os

resultados foram expressos como a mediana dos valores de PPFP para as amostras de soros individuais.

As linhas pontilhadas representam o ponto de corte para cada antígeno/diluição do soro. Os grupos com

padrões de reatividade distintos foram destacados por quadros pontilhados cinza claros, enquanto que os

grupos com padrão de distribuição indiscriminada foram destacados por quadros contínuos brancos.

5.5- Desempenho combinado da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no

diagnóstico genótipo-específico da infecção experimental pelo T. cruzi em dois

distintos protótipos populacionais.

O desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a utilizando uma

análise combinada dos dados foi avaliado em dois protótipos populacionais (cepas

Colombiana/TcI x CL/TcVI x Y/TcII e cepas Colombiana/TcI x Y/TcII), selecionados

para exemplificar a distribuição da infecção humana pelo T. cruzi em distintas regiões

geográficas da América Latina. A análise dos dados foi realizada utilizando o conjunto

de atributos pré-selecionados (―antígeno de AMA TcII na diluição 1:1000, com ponto

de corte de 40%‖, ―antígeno de TRIPO TcI na diluição 1:4000, com ponto de corte de

50%‖ e ―antígeno de EPI TcVI na diluição 1:1000, com ponto de corte de 45%‖), como

demonstrado na Figura 6.

Os gráficos tri-dimensionais foram construídos para a obtenção de uma visão

panorâmica da reatividade combinada das amostras, com os três conjuntos de atributos

pré-selecionados (Figuras 6A e 6B). A análise dos dados foi realizada nos dois

prótotipos populacionais (cepas Colombiana/TcI x CL/TcVI x Y/TcII, Figura 6A) e

(cepas Colombiana/TcI x Y/TcII, Figura 6B).

Os resultados obtidos para o primeiro protótipo populacional (cepas

Colombiana/TcI x CL/TcVI x Y/TcII) demonstraram que as amostras de soros dos

Page 76: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

57

camundongos infectados com a cepa Colombiana/TcI foram confinadas para uma região

de alta reatividade ―anti-TRIPO TcI na diluição 1:4000‖ (eixo lateral direito) e baixa

reatividade ―anti-AMA TcII na diluição 1:1000‖ (eixo vertical). Em contraste, as

amostras de soros dos camundongos infectados com a cepa Y/TcII foram confinadas

para uma região de baixa reatividade ―anti-TRIPO TcI na diluição 1:4000‖ (eixo lateral

direito) e alta reatividade ―anti-AMA TcII na diluição 1:1000‖ (eixo vertical). Um sutil

deslocamento das amostras de soros dos camundongos infectados com a cepa Y/TcII

para a região de baixa reatividade ―anti-EPI TcVI na diluição 1:1000‖ foi também

observado. As amostras de soros dos camundongos infectados com a cepa CL/TcVI

apresentaram um padrão de distribuição atípico (Figura 6A).

O padrão de distribuição dicotômico da reatividade das amostras com os três

conjuntos de atributos pré-selecionados foi mais evidente no segundo protótipo

populacional, o qual inclui apenas amostras de soros de camundongos infectados com as

cepas Colombiana/TcI e Y/TcII (Figura 6B).

As árvores de decisão foram construídas para os dois protótipos populacionais

(Figuras 6C e 6D). O algoritmo proposto para o primeiro protótipo populacional

demonstrou o ―antígeno de TRIPO TcI na diluição 1:4000, com ponto de corte de 50%‖

como atributo raiz, seguido pelo ―antígeno de AMA TcII na diluição 1:1000, com ponto

de corte de 40%‖ como primeiro ramo e o ―antígeno de EPI TcVI na diluição 1:1000,

com ponto de corte de 45%‖ como segundo ramo, para classificar as amostras de soros

dos camundongos infectados com as cepas Colombiana/TcI x CL/TcVI x Y/TcII, com

uma baixa acurácia global (69%, LOOCV=58) (Figura 6C). Os dados obtidos para o

segundo protótipo populacional indicaram o mesmo algoritimo da árvore de decisão,

porém com uma alta acurácia global (93,8%, LOOCV=87,5%) (Figura 6D).

Os gráficos de barras foram construídos para ilustrar a classificação categórica

proposta pelas árvores de decisão, demonstrando o número de animais que foram

classificados dentro de cada ramo entre os camundongos infectados pelo T. cruzi, para o

primeiro protótipo populacional (cepas Colombiana/TcI x CL/TcVI x Y/TcII, Figura

6E) e para o segundo protótipo populacional (cepas Colombiana/TcI x Y/TcII, Figura

6F). Os dados demonstraram que o algoritmo proposto para o primeiro protótipo

populacional não foi capaz de classificar as amostras de soros dos camundongos

infectados com a cepa CL/TcVI, disseminando-se dentro dos ramos (Figura 6E). Por

outro lado, o algoritmo proposto para o segundo protótipo populacional apresentou um

Page 77: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

58

menor erro classificatório, sendo verificado em apenas quatro amostras (uma amostra de

camundongo infectado com a cepa Colombiana/TcI e três amostras de camundongos

infectados com a cepa Y/TcII) (Figura 6F).

20

40

60

80

10010010020

4060

80100100100

20

40

60

80

100100100

20

40

60

80

10010010020

4060

80100100100

20

40

60

80

100100100

20

40

60

80

10010010020

4060

80100100100

20

40

60

80

100100100

0

25

50

75

100

TcI (Cepa COL) TcVI (Cepa CL ) TcII (Cepa Y)

POSNEG

NEG POSNEGPOS

NEG POS

20

6

11

3

4

1

8

4

5

21

a-EPI TcVI

TODOS

4

5

1

0

25

50

75

100

TcI (Cepa COL) TcII (Cepa Y)

2

4

1

8 21 20

4

3

1

A B

E F

a-AMA TcII

a-TRIPO TcI POSNEG

NEG POSNEGPOS

POSNEG

TODOS

POSNEG

AII 1000AII 1000AII 1000 AII 1000

C TI 4000

COL (26/6) CL (20/9)Y (26/5)EVI 1000

COL (8/4)Y (13/5)

TI 4000

COL (20) EVI 1000

COL (6/2)Y (3)

Y (21)EVI 1000

COL (5/1)Y (9/1)

D≤ 50% > 50%

≤ 40% > 40% ≤ 40% > 40%

≤ 45% > 45% ≤ 45% > 45%

≤ 50% > 50%

≤ 40% > 40% ≤ 40% > 40%

≤ 45% > 45%

Fre

quên

cia (%

)

Fre

quên

cia (%

)

Desempenho Combinado da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no Diagnóstico Genótipo-Específico da

Infecção pelo T. cruzi

a-EPI TcVI

a-AMA TcII

a-TRIPO TcI

Acurácia Global= 69%LOOCV = 58%

Acurácia Global = 93,8%LOOCV = 87,5%

Colombiana/TcI x Y/TcII

Protótipos Populacionais

20

40

60

80

10010010020

4060

80100100100

20

40

60

80

100100100

20

40

60

80

10010010020

4060

80100100100

20

40

60

80

100100100

Colombiana/TcI x CL/TcVI x Y/TcII

a-A

MA

TcII

1000

a-A

MA

TcII

1000

Page 78: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

59

Figura 6: Desempenho combinado da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no diagnóstico

genótipo-específico da infecção experimental pelo T. cruzi em dois protótipos populacionais. Os

gráficos 3D foram utilizados para identificar pela TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a a reatividade

entre as amostras de soros de camundongos infectados pelo T. cruzi em dois protótipos populacionais

incluindo: (A) Colombiana/TcI ( , n=29) x CL/TcVI ( , n=29) x Y/TcII ( , n=35) ou (B)

Colombiana/TcI ( , n=29) x Y/TcII ( , n=35), utilizando os três pares de atributos selecionados

(―antígeno/ diluição do soro‖). Os dados foram expressos em escala Log dos valores de percentual de

parasitos fluorescentes positivos (PPFP) para ―anti-TRIPO TcI na diluição 1:4000‖ (eixo lateral direito),

―anti-AMA TcII na diluição 1:1000‖ (eixo vertical) e ―anti-EPI TcVI na diluição 1:1000‖ (eixo lateral

esquerdo). As árvores de decisão foram construídas utilizando o conjunto de atributos (―antigeno/diluição

do soro/ ponto de corte‖) para criar algoritmos (atributos raiz e ramos) e classificar os camundongos

infectados pelo T. cruzi nos protótipos populacionais: (C) Colombiana/TcI ( ) x CL/TcVI ( ) x

Y/TcII ( ) ou (D) Colombiana/TcI ( ) x Y/TcII ( ). A acurácia global e o ―leave-one-out-cross-

validation-LOOCV‖ foram fornecidos na figura. Os gráficos de barras representam o desempenho das

árvores de decisão, demonstrando o número de animais classificados dentro de cada ramo entre os

camundongos infectados pelo T. cruzi: (E) (Colombiana/TcI= x CL/TcVI= x Y/TcII= ) e (F)

(Colombiana/TcI= x Y/TcII= ).

As análises discriminantes da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a para o

diagnóstico genótipo-específico dos grupos infectados pelo T. cruzi, realizadas para os

dois protótipos populacionais, estão demonstradas na Figura 7. Na análise combinada

dos dados os resultados indicaram que para o primeiro protótipo populacional a

TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a categorizou 82,8% das amostras de soros dos

camundongos infectados com a cepa Colombiana/TcI e 82,9% das amostras de soros

dos camundongos infectados com a cepa Y/TcII. Entretanto, apenas 38% das amostras

de soros dos camundongos infectados com a cepa CL/TcVI foram classificadas

corretamente (Figura 7A). Se considerarmos o cenário representado pelo segundo

protótipo populacional, os dados demonstraram que 96,6% das amostras de soros dos

camundongos infectados com a cepa Colombiana/TcI e 91,4% das amostras de soros

dos camundongos infectados com a cepa Y/TcII foram classificadas corretamente

(Figura 7B).

Page 79: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

60

Figura 7: Análises discriminantes da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a para o diagnóstico

genótipo-específico da infecção experimental pelo T. cruzi. (A) Foram realizadas as análises

discriminantes da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a para o diagnóstico genótipo-específico da

infecção experimental pelo T. cruzi no primeiro protótipo populacional, compreendendo as cepas

Colombiana/TcI n=29, CL/TcVI n=29 e Y/TcII n=35. (B) Foram realizadas as análises discriminantes da

TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a para o diagnóstico genótipo-específico da infecção experimental

pelo T. cruzi no segundo protótipo populacional, compreendendo as cepas Colombiana/TcI e Y/TcII. A

acurácia global e o leave-one-out-cross-validation-LOOCV estão representados na figura.

Infecção Verdadeira

TcI

(cepa COL )

TcVI

(cepa CL)

TcII

(cepa Y )GRUPOS

Cla

ssif

icaç

ãod

a In

fecç

ão

n=29 n=29 n=35

TcI

(cepa COL )24 (82,8%) 9 (31,0%) 1 (0,02%)

TcVI(cepa CL )

4 (13,7%) 11 (38,0%) 5 (17,08%)

TcII(cepa Y)

1 (3,4%) 9 (31,0%) 29 (82,9%)

LOO

CV

TcI

(cepa COL )20 (69,0%) 9 (31,0%) 1 (0,02%)

TcVI

(cepa CL )4(13,8%) 11 (38,0%) 11 (34,28%)

TcII

(cepa Y)5 (17,2%) 9 (31,0%) 23 (65,7%)

Total

n=93

64 (68.8%)

54 (58.0%)

Infecção Verdadeira

TcI(cepa COL )

TcII(cepa Y )

GRUPOS

Cla

ssif

icaç

ãod

a In

fecç

ão

n=29 n=35

TcI(cepa COL )

28 (96,6%) 3 (8,6%)

TcII

(cepa Y)1 (3,4%) 32 (91,4%)

LOO

CV

TcI(cepa COL )

24 (82,8%) 3 (8,6%)

TcII

(cepa Y)5 (17,2%) 32 (91,4%)

Total

n=64

60 (93,8%)

56 (87,5%)

A

B

Infecção pelo T. cruzi com as cepas Colombiana/TcI x CL/TcVI ou Y/TcII

Análises Discriminantes da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no Diagnóstico Genótipo-Específico da Infecção pelo T. cruzi

Infecção com as cepas Colombiana/TcI ou Y/TcII

Page 80: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

61

5.6- Definição de um critério de análise para ser utilizado no diagnóstico universal

e genótipo-específico da infecção experimental pelo T. cruzi por meio da técnica

TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a em dois distintos protótipos

populacionais

Foram construídos diagramas de reatividade utilizando o conjunto de atributos

pré-selecionados: ―antígeno de TRIPO TcII na diluição 1:500, com ponto de corte de

20%‖ para o diagnóstico universal e ―antígeno de AMA TcII na diluição 1:1000, com

ponto de corte de 40%‖, ―antígeno de TRIPO TcI na diluição 1:4000, com ponto de

corte de 50%‖ e ―antígeno de EPI TcVI na diluição 1:1000, com ponto de corte de

45%‖ para o diagnóstico genótipo-específico (Figura 8). A reatividade das amostras nas

diluições dos soros selecionadas (Figura 8- retângulos tracejados) foram utilizadas

para criar painéis de reatividade com aplicabilidade no diagnóstico universal (NI x

camundongos infectados pelo T. cruzi, Figura 8B), e no diagnóstico genótipo-

específico, para o primeiro protótipo populacional (cepas Colombiana/TcI x CL/TcVI x

Y/TcII, Figura 8B), e para o segundo protótipo populacional (cepas Colombiana/TcI x

Y/TcII, Figura 8C).

Na proposta de diagnóstico universal da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-

IgG2a, o atributo a-TII (tripomastigota TcII) 500 (>20%) quando positivo (+) define a

presença da infecção pelo T. cruzi e quando negativo (-) evidencia a ausência da

infecção pelo parasito.

Foram construídos painéis de reatividade para a TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

ATE-IgG2a com aplicabilidade no diagnóstico genótipo-específico, independente do

protótipo populacional. Nesses painéis, as sequências a-TI (tripomastigota TcI) 4000

(>50%)/a-AII (amastigota TcII) 1000 (>40%)/a-EVI (epimastigota TcVI) 1000(>45%)

foram utilizadas para indicar a infecção pelo T. cruzi com distintos genótipos, definidas

como: (+/-/não se aplica (na) ou -/-/+) infecção com a cepa Colombiana/TcI e (-/+/na ou

-/-/-) infecção com a cepa Y/TcII. A extensão da sequência (+/+) não possibilitou a

identificação correta do genótipo do T. cruzi, uma vez que ela pode pertencer a

camundongos infectados com a cepa Colombiana/TcI (+/+/+), ou com a cepa CL/TcVI

(+/+/na) ou ainda com a cepa Y/TcII (+/+/-) (Figuras 8B e 8C).

Page 81: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

62

a-T

II500

(>20%

)

(-)

(+)

Co

nclu

são

NI

T. cruzi

Diluição Seriado do Soro (1:5001:64000)

Infe

cção

por

TcI

(cepa

Colo

mbia

na

))In

fecção

por

TcII

(cepa

Y)

Infe

cçã

oporTcV

I(c

epa

CL

)N

ão

Infe

cta

do

C

Diagnóstico COL vs Y

TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow IgG2a

Painel de Reatividade- Segundo Protótipo

Populacional

Diagnóstico Universal Diagnóstico COL vs CL vs Y

TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow IgG2a

Painel de Reatividade – Primeiro Protótipo

Populacional

TRIPO TcI

PPFP>50%PPFP>20% PPFP>40%

AMA TcII EPI TcVI

PPFP>45%

TRIPO TcII

Diagrama de Reatividade da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow IgG2aA

B

Critério para Definição do Diagnóstico Universal e Genótipo-Específico da Infecção pelo T. cruzi pelaTcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a

Diagnóstico Universal Diagnóstico Genótipo-Específico

a-T

I4000

(>50%

)

a-A

II 1

000

(>40%

)

a-E

VI 1

000

(>45%

)

(+) (-) na

(-) (-) (+)

(-) (+) na

(-) (-) (-)

(+) (+) na

Co

nclu

são

COL

COL

Y

Y

CL

a-T

I4000

(>50%

)

a-A

II 1

000

(>40%

)

a-E

VI 1

000

(>45%

)

(+) (+) (+)

(+) (-) na

(-) (-) (+)

(+) (+) (-)

(-) (+) na

(-) (-) (-)

Co

nclu

são

COL

COL

COL

Y

Y

Y

Page 82: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

63

Figura 8: Critério para definição do diagnóstico universal e genótipo-específico da infecção

experimental pelo T. cruzi pela TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a em dois protótipos

populacionais. (A) Os diagramas de reatividade foram construídos para se obter uma visão panorâmica

da aplicabilidade da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no diagnóstico universal e genótipo-

específico da infecção experimental pelo T. cruzi. Os dados fornecidos pelas análises foram utilizados

para pré-selecionar os antígenos e os pontos de corte específicos. Foram definidos os valores positivos

para a proposta de diagnóstico universal (TRIPO TcII, PPFP>20%) e o critério para o diagnóstico

genótipo-específico (TRIPO TcI, PPFP>50%; AMA TcII, PPFP>40% e EPI TcVI, PPFP>45%), baseado

na reatividade diferencial positiva das amostras de soros (cepa Colombiana/TcI= n=29, cepa CL/TcVI

= n=29 e cepa Y/TcII = n=35) e na reatividade negativa das amostras ( ), observada em

camundongos infectados pelo T. cruzi e não infectados. As diluições dos soros selecionadas pelas árvores

de decisão foram destacadas por retângulos pontilhados e dessa forma foram incluídos: TRIPO TcII

PPFP>20% na diluição 1:500 para o diagnóstico universal, e o conjunto de atributos (TRIPO

TcI/PPFP>50%/4000 seguido por AMA TcII/PPFP>40%/1000 e EPI TcVI/PPFP>45%/1000) como o

critério de diagnóstico genótipo-específico. Os painéis de reatividade foram construídos para classificar as

amostras de soros testadas na TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a para o (B) diagnóstico universal

da infecção pelo T. cruzi e para o diagnóstico genótipo-específico, nos protótipos populacionais

incluindo: as cepas Colombiana/TcI (COL), CL/TcVI ou Y/TcII ou (C) incluindo apenas as cepas

Colombiana/TcI (COL) ou Y/TcII.

Diante dos resultados obtidos, os painéis de reatividade para a TcI/TcVI/TcII

Chagas-Flow ATE-IgG2a permitiram a classificação das amostras de soros como

pertencentes aos seus respectivos grupos, indicando assim o pontencial dessa

metodologia para o diagnóstico universal e genótipo-específico da infecção

experimental pelo T. cruzi.

Page 83: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

64

RESULTADOS – CAPÍTULO 2

DIAGNÓSTICO GENÓTIPO-ESPECÍFICO NO CONTEXTO DA INFECÇÃO

EXPERIMENTAL SIMPLES E MISTA PELO T. cruzi

Os resultados apresentados na no capítulo 2 do trabalho consistem na avaliação

do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no diagnóstico genótipo-

específico da infecção experimental pelo T. cruzi, utilizando amostras de soros de

camundongos com infecções simples e mistas, em infecções recentes e tardias. Tendo

em vista que não se observou diferença estatística entre os valores de reatividade dos

camundongos em 90 e 180 dias pós-infecção, a avaliação do desempenho dessa

metodologia foi realizada considerando os valores de reatividade em conjunto nesses

dois tempos. Vale a pena ressaltar que no capítulo 2 foram considerados também os

valores de reatividade das amostras com infecções recentes.

5.7- Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a na

dicriminação das infecções experimentais recentes e tardias pelo T. cruzi

Os resultados apresentados correspondem ao objetivo específico número 3:

Avaliar o desempenho da técnica TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a na

discriminação das infecções experimentais recentes e tardias pelo T. cruzi. Foram

utilizados como antígeno as formas amastigotas (AMA), tripomastigotas (TRIPO) e

epimastigotas (EPI) do T. cruzi das cepas Colombiana/TcI, CL/TcVI e Y/TcII. Foi

avaliada a reatividade de 10 amostras de soros de camundongos não infectados (NI), de

110 amostras de soros de camundongos com infecções recentes e de 200 amostras de

soros de camundongos com infecções tardias, independente da cepa/genótipo que os

camundongos foram infectados e se foi uma infecção simples ou mista.

Foram construídos gráficos de radares com os valores de reatividade média de

cada um dos grupos em percentual de parasitos fluorescentes positivos (PPFP), para

obter uma visão panorâmica da reatividade das amostras de soros dos camundongos NI

e dos camundongos nas infecções recentes e tardias (Figura 9A). De modo geral,

observou-se uma maior reatividade das amostras de soros com as formas amastigotas e

epimastigotas nas infecções tardias do que nas infecções recentes, independente do

Page 84: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

65

genótipo do T. cruzi. A reatividade das amostras com as formas tripomastigotas se

manteve elevada tanto nas infecções recentes quanto nas infecções tardias, sendo um

pouco mais evidente nas infecções tardias para os genótipos TcI e TcII do T. cruzi

(Figura 9A).

Com o intuito de estabelecer possíveis pares de atributos (―antígeno/diluição do

soro‖) para diferenciar as amostras de soro dos camundongos infectados pelo T. cruzi

nas infecções recentes e tardias, foram traçadas curvas de titulação com a reatividade

média das amostras de soros em PPFP, nas oito diluições do soro testadas (1:500 a

1:64000) (Figura 9B). Em seguida, foram realizadas análises utilizando o programa R,

a fim de calcular a distância modular entre as infecções recentes e tardias, considerando

os diferentes pontos da curva, com cada antígeno (AMA, TRIPO e EPI dos genótipos

TcI, TcVI e TcII do T. cruzi) e diluição do soro (1:500 a 1:64000), separadamente. Os

resultados demonstraram que os seguintes pares de atributos discriminaram as amostras

de soro nas infecções recentes e tardias pelo T. cruzi: AMA TcI 1:500, TRIPO TcI

1:16000, EPI TcI 1:2000, AMA TcVI 1:500, TRIPO TcVI 1:4000, EPI TcVI 500, AMA

TcII 1:500, TRIPO TcII 1:32000 e EPI TcII 1:500, como demonstrado nos gráficos de

box plot (Figura 9C). As análises pelos testes de Kruskall-Wallis seguido por Dunn`s

para comparação entre os dois grupos, demonstraram que os pares de atributos: AMA

TcI 1:500, TRIPO TcI 1:16000, EPI TcI 1:2000, AMA TcVI 1:500, TRIPO TcVI

1:4000, EPI TcVI 1:500, AMA TcII 1:500, TRIPO TcII 1:32000 e EPI TcII 1:500

discriminaram a maior reatividade das amostras de soros nas infecções recentes e

tardias, da menor reatividade das amostras de soros dos camundongos não infectados.

Além dos mais, esse pares de atributos segregaram a maior reatividade das amostras de

soros dos camundongos nas infecções tardias, da menor reatividade das amostras de

soros dos camundongos nas infecções recentes (Figura 9C).

Foram realizadas análises pela curva ROC, ou pela média global ou pela

mediana global para definição dos pontos de corte com cada um dos nove pares de

atributos pré-selecionados. Os pontos de corte selecionados para a discriminação das

amostras de soros dos camundongos infectados pelo T. cruzi, nas infecções recentes e

tardias foram definidos de acordo com os dados obtidos pela curva ROC, sendo: 30% de

PPFP para AMA TcI 1:500, 75% de PPFP para TRIPO TcI 1:16000, 55% de PPFP para

EPI TcI 1:2000, 20% de PPFP para AMA TcVI 1:500, 45% de PPFP para TRIPO TcVI

Page 85: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

66

1:4000, 55% de PPFP para EPI TcVI 1:500, 60% de PPFP para AMA TcII 1:500, 30%

de PPFP para TRIPO TcII 1:32000 e 55% de PPFP para EPI TcII 1:500.

Análises subsequentes considerando a maior distância modular entre os grupos,

ou seja, o maior somatório do delta, selecionaram o melhor conjunto de atributos

(―antígeno/diluição do soro/ponto de corte‖) para diferenciar as amostras de soros dos

camundongos infectados pelo T. cruzi nas infecções recentes e tardias. O conjunto de

atributos elegido foi o ―antígeno de epimastigota TcII na diluição 1:500, com ponto de

corte de 55%‖ (Figura 9C).

Com o intuito de avaliar o desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-

IgG2a no diagnóstico diferencial das infecções experimentais recentes e tardias pelo T.

cruzi, foram construídas árvores de decisão utilizando os nove conjuntos de atributos

pré-selecionados (―antígeno/ diluição do soro/ ponto de corte‖) (Figura 9D). O

algoritmo proposto pela árvore de decisão demonstrou o ―antígeno de EPI TcII na

diluição 1:500 com ponto de corte de 55%‖ como atributo raiz, assim como observado

na análise do maior somatório do delta, das distâncias modulares entre os grupos. Em

seguida, foi selecionado o ―antígeno de EPI TcI na diluição 1:2000 com ponto de corte

de 55%‖ como primeiro ramo e o ―antígeno de AMA TcII na diluição 1:500 com ponto

de corte de 60%‖ como segundo ramo, para classificar as amostras de soros dos

camundongos infectados pelo T. cruzi nas infecções recentes e tardias, com uma

acurácia global moderada (81%, LOOCV=81%) (Figura 9D). Quando as amostras de

soros dos camundongos infectados pelo T. cruzi forem positivas com EPI TcII 1:500

PPFP=55% elas serão classificadas como de infecção tardia. As amostras que forem

negativas com EPI TcII 1:500 PPFP=55% e positivas com EPI TcI 1:2000 PPFP=55%

serão classificadas como de infecção tardia. As amostras que forem negativas com EPI

TcI 1:2000 PPFP=55% e positivas com AMA TcII 1:500 PPFP = 60% serão

classificadas como de infecção tardia, e as que forem negativas com AMA TcII 1:500

PPFP = 60% serão classificadas como de infecção recente (Figura 9D). No total, das

310 amostras avaliadas, 250 (81%) foram classificadas corretamente como pertencentes

aos seus respectivos grupos. Das 110 amostras de soros das infecções recentes, 63

(57%) foram classificadas corretamente e das 200 amostras de soros das infecções

tardias, 187 (94%) foram classificadas adequadamente.

Page 86: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

67

NI Acute Chronic

0

50

100

NI Acute Chronic

0

50

100

NI Acute Chronic

0

50

100

NI Acute Chronic

0

50

100

NI Acute Chronic

0

50

100

NI Acute Chronic

0

50

100

NI Acute Chronic

0

50

100

NI Acute Chronic

0

50

100

NI Acute Chronic

0

50

100

0

50

100

AI1

00

0

AI4

00

0

AI1

60

00

AI6

40

00

TI1

00

0

TI4

00

0

TI1

60

00

TI6

40

00

EI1

00

0

EI4

00

0

EI1

60

00

EI6

40

00

AV

I10

00

AV

I40

00

AV

I16

00

0

AV

I64

00

0

TV

I10

00

TV

I40

00

TV

I16

00

0

TV

I64

00

0

EV

I10

00

EV

I40

00

EV

I16

00

0

EV

I64

00

0

AII

10

00

AII

40

00

AII

16

00

0

AII

64

00

0

TII

10

00

TII

40

00

TII

16

00

0

TII

64

00

0

EII

10

00

EII

40

00

EII

16

00

0

EII

64

00

0

0

50

100

AI1

00

0

AI4

00

0

AI1

60

00

AI6

40

00

TI1

00

0

TI4

00

0

TI1

60

00

TI6

40

00

EI1

00

0

EI4

00

0

EI1

60

00

EI6

40

00

AV

I10

00

AV

I40

00

AV

I16

00

0

AV

I64

00

0

TV

I10

00

TV

I40

00

TV

I16

00

0

TV

I64

00

0

EV

I10

00

EV

I40

00

EV

I16

00

0

EV

I64

00

0

AII

10

00

AII

40

00

AII

16

00

0

AII

64

00

0

TII

10

00

TII

40

00

TII

16

00

0

TII

64

00

0

EII

10

00

EII

40

00

EII

16

00

0

EII

64

00

0

0

50

100

AI1

00

0

AI4

00

0

AI1

60

00

AI6

40

00

TI1

00

0

TI4

00

0

TI1

60

00

TI6

40

00

EI1

00

0

EI4

00

0

EI1

60

00

EI6

40

00

AV

I10

00

AV

I40

00

AV

I16

00

0

AV

I64

00

0

TV

I10

00

TV

I40

00

TV

I16

00

0

TV

I64

00

0

EV

I10

00

EV

I40

00

EV

I16

00

0

EV

I64

00

0

AII

10

00

AII

40

00

AII

16

00

0

AII

64

00

0

TII

10

00

TII

40

00

TII

16

00

0

TII

64

00

0

EII

10

00

EII

40

00

EII

16

00

0

EII

64

00

0

PP

FP

A

B

Antígenos Alvo e Inverso da Diluição do Soro

Genótipo TcI do T. cruzi

AI5

00

AI6

40

00

TI5

00

TI6

40

00

EI5

00

EI6

40

00

AV

I50

0

AI6

40

00

TVI5

00

TIV

64

00

0EV

I50

0

EVI6

40

00

AII

50

0

AII

64

00

0TI

I50

0

TII6

40

00

EII5

00

EII6

40

00

CReatividade Geral

Curva de Titulação

Pares de Atributos Pré-Selecionados

D

Visão Panorâmica da Reatividade da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a nas Fases Aguda e Crônica da Infecção Experimental pelo T. cruzi

NI Aguda Crônica

Grupos do Estudo

Aguda Crônica

Infecção pelo T. cruzi

Infecção pelo T. cruzi

AI 500

AVI 500

AII 500

TI 16.000

TVI 4.000

TII 32.000

EI 2.000

EVI 500

EII 500

PP

FPP

PFP

PP

FP

100

50

0

PP

FP

Não-Infectado(NI)

a-AMA a-TRIPO a-EPI

Antígenos Alvo

Genótipo TcVI do T. cruzi

Acurácia Global = 81% (250/310)

LOOCV = 81% (250/310)

Árvore de Decisão

NI Aguda Crônica NI Aguda Crônica

Infecção pelo T. cruzi Infecção pelo T. cruzi

Genótipo TcVI do T. cruzi Genótipo TcII do T. cruzi

EI 2000

EII 500

Crônica (196/34)

Crônica (28/10)AII 500

Crônica (10/3)Aguda (76/13)

≤ 55% > 55%

≤ 55% > 55%

≤ 60% > 60%

Page 87: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

68

Figura 9: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a na discriminação

das amostras de soros dos camundongos infectados pelo T. cruzi nas infecções recentes e tardias.

(A) Os gráficos foram construídos para se obter uma visão panorâmica da reatividade das amostras de

soros dos grupos (não infectados-NI = n=10, infectados pelo T. cruzi nas infecções recentes = n =

110 e infectados pelo T. cruzi nas infecções tardias = n= 200) pela TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-

IgG2a. Foi avaliada a reatividade das amostras com os antígenos alvo de AMA = , TRIPO = e EPI =

dos genótipos TcI, TcVI e TcII do T. cruzi. Os dados foram expressos como média dos valores de

percentual de parasitos fluorescentes positivos (PPFP). (B) Foram traçadas curvas de titulação com a

reatividade média em PPFP das amostras de soros dos camundongos não infectados = , infectados pelo

T. cruzi nas infecções recentes = e infectados pelo T. cruzi nas infecções tardias= , com os antígenos

de AMA = dos genótipos TcI (AI), TcVI (AVI) e TcII (AII), TRIPO = dos genótipos TcI (TI), TcVI

(TVI) e TcII (TII) e EPI = dos genótipos I (EI), VI (EVI) e II (EII) do T. cruzi, nas oito diluições do

soro testadas (1:500 a 1:64000). (C) A reatividade entre as amostras de soros dos grupos não infectados

(NI), infectados pelo T. cruzi nas infecções recentes e tardias foram comparadas com cada par de

atributos pré-selecionados: AMA TcI na diluição 1:500 (AI 500), AMA TcVI na diluição 1:500 (AVI

500), AMA TcII na diluição 1:500 (AII 500), TRIPO TcI na diluição 1:16000 (TI 16000), TRIPO TcVI

na diluição 1:4000 (TVI 4000), TRIPO TcII na diluição 1:32000 (TII 32000), EPI TcI na diluição 1:2000

(EI 2000), EPI TcVI na diluição 1:500 (EVI 500) e EPI TcII na diluição 1:500 (EII 500). O gráfico

destacado em cinza representa os atributos nas quais as amostras de soros dos camundongos nas infecções

recentes e tardias apresentaram maior distância modular entre os grupos. Os resultados foram expressos

como a mediana dos valores de percentual de parasitos fluorescentes positivos (PPFP) em gráficos de box

plot, com os valores atípicos representados por pontos cinza. Foram realizadas análises estatísticas pelos

testes Kruskall-Wallis seguido por Dunn`s para comparação entre os grupos. As diferenças foram

consideradas significativas com p<0,05 e as diferenças estatísticas entre os grupos estão representadas

pelas linhas conectoras dentro dos gráficos. (D) A árvore de decisão foi construída utilizando os

conjuntos de atributos pré-selecionados (―antigeno/diluição do soro/ ponto de corte‖) para criar

algoritmos (atributos raiz e ramos), a fim de classificar as amostras de soros dos camundongos infectados

pelo T. cruzi nas infecções recentes e tardias. A acurácia global e o ―leave-one-out-cross-validation-

LOOCV‖ foram fornecidos na figura.

Diante dos resultados obtidos, a TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a

apresentou um bom desempenho no diagnóstico diferencial das fases aguda e crônica da

infecção experimental pelo T. cruzi.

5.8- Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a na

discriminação das infecções experimentais simples e mistas com distintos genótipos

do T. cruzi nas infecções recentes e tardias

Os resultados apresentados correspondem ao objetivo específico número 4:

Avaliar o desempenho da técnica TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a na

discriminação das infecções experimentais simples e mistas com distintos genótipos

do T. cruzi nas infecções recentes e tardias. Foram utilizados como antígeno as

formas amastigotas, tripomastigotas e epimastigotas do T. cruzi das cepas

Page 88: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

69

Colombiana/TcI, CL/TcVI e Y/TcII. Foi avaliada a reatividade das amostras de soros

dos camundongos com infecções recentes, simples (n=50) e mistas (n=60) do T. cruzi, e

com infecções tardias, simples (n=93) e mistas (n=107) do T. cruzi, pela TcI/TcVI/TcII

Chagas-Flow ATE-IgG2a (Figuras 10 e 11).

Foram construídos gráficos de radares e curvas de titulação (1:500 a 1:64000)

com os valores de reatividade média de cada um dos grupos, em percentual de parasitos

fluorescentes positivos (PPFP), para obter uma visão panorâmica da reatividade dos

soros dos camundongos com infecções simples e mistas do T. cruzi, em infecções

recentes e tardias (Figura 10). De modo geral, observou-se uma maior reatividade das

amostras de soros com as formas tripomastigotas nas infecções mistas, em relação às

infecções simples, tanto nas infecções recentes quanto nas infecções tardias. Nas

infecções recentes, houve um aumento da reatividade das amostras de soros com as

formas amastigotas e epimastigotas nas infecções mistas em relação às infecções

simples, com o antígeno do genótipo TcII para AMA e com os antígenos dos genótipos

TcVI e TcII para EPI. Nas infecções tardias, observou-se uma maior reatividade das

amostras de soros com o antígeno de epimastigota nas infecções mistas do que nas

infecções simples do T. cruzi (Figura 10A). Os resultados observados nas curvas de

titulação foram os mesmos demonstrados nos gráficos de radares (Figura 10B).

Page 89: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

70

0

50

100

AI1

00

0

AI4

00

0

AI1

60

00

AI6

40

00

TI5

00

TI2

00

0

TI8

00

0

TI3

20

00

EI1

00

0

EI4

00

0

EI1

60

00

EI6

40

00

AV

I50

0

AV

I20

00

AV

I80

00

AV

I32

00

0

TV

I10

00

TV

I40

00

TV

I16

00

0

TV

I64

00

0

EV

I50

0

EV

I20

00

EV

I80

00

EV

I32

00

0

AII

10

00

AII

40

00

AII

16

00

0

AII

64

00

0

TII

50

0

TII

20

00

TII

80

00

TII

32

00

0

EII

10

00

EII

40

00

EII

16

00

0

EII

64

00

0

0

50

100

AI1

00

0

AI4

00

0

AI1

60

00

AI6

40

00

TI5

00

TI2

00

0

TI8

00

0

TI3

20

00

EI1

00

0

EI4

00

0

EI1

60

00

EI6

40

00

AV

I50

0

AV

I20

00

AV

I80

00

AV

I32

00

0

TV

I10

00

TV

I40

00

TV

I16

00

0

TV

I64

00

0

EV

I50

0

EV

I20

00

EV

I80

00

EV

I32

00

0

AII

10

00

AII

40

00

AII

16

00

0

AII

64

00

0

TII

50

0

TII

20

00

TII

80

00

TII

32

00

0

EII

10

00

EII

40

00

EII

16

00

0

EII

64

00

0

0

50

100

AI1

00

0

AI4

00

0

AI1

60

00

AI6

40

00

TI5

00

TI2

00

0

TI8

00

0

TI3

20

00

EI1

00

0

EI4

00

0

EI1

60

00

EI6

40

00

AV

I50

0

AV

I20

00

AV

I80

00

AV

I32

00

0

TV

I10

00

TV

I40

00

TV

I16

00

0

TV

I64

00

0

EV

I50

0

EV

I20

00

EV

I80

00

EV

I32

00

0

AII

10

00

AII

40

00

AII

16

00

0

AII

64

00

0

TII

50

0

TII

20

00

TII

80

00

TII

32

00

0

EII

10

00

EII

40

00

EII

16

00

0

EII

64

00

0

0

50

100

AI1

00

0

AI4

00

0

AI1

60

00

AI6

40

00

TI5

00

TI2

00

0

TI8

00

0

TI3

20

00

EI1

00

0

EI4

00

0

EI1

60

00

EI6

40

00

AV

I50

0

AV

I20

00

AV

I80

00

AV

I32

00

0

TV

I10

00

TV

I40

00

TV

I16

00

0

TV

I64

00

0

EV

I50

0

EV

I20

00

EV

I80

00

EV

I32

00

0

AII

10

00

AII

40

00

AII

16

00

0

AII

64

00

0

TII

50

0

TII

20

00

TII

80

00

TII

32

00

0

EII

10

00

EII

40

00

EII

16

00

0

EII

64

00

0

0

50

100

AI1

00

0

AI4

00

0

AI1

60

00

AI6

40

00

TI5

00

TI2

00

0

TI8

00

0

TI3

20

00

EI1

00

0

EI4

00

0

EI1

60

00

EI6

40

00

AV

I50

0

AV

I20

00

AV

I80

00

AV

I32

00

0

TV

I10

00

TV

I40

00

TV

I16

00

0

TV

I64

00

0

EV

I50

0

EV

I20

00

EV

I80

00

EV

I32

00

0

AII

10

00

AII

40

00

AII

16

00

0

AII

64

00

0

TII

50

0

TII

20

00

TII

80

00

TII

32

00

0

EII

10

00

EII

40

00

EII

16

00

0

EII

64

00

0

0

50

100

AI1

00

0

AI4

00

0

AI1

60

00

AI6

40

00

TI5

00

TI2

00

0

TI8

00

0

TI3

20

00

EI1

00

0

EI4

00

0

EI1

60

00

EI6

40

00

AV

I50

0

AV

I20

00

AV

I80

00

AV

I32

00

0

TV

I10

00

TV

I40

00

TV

I16

00

0

TV

I64

00

0

EV

I50

0

EV

I20

00

EV

I80

00

EV

I32

00

0

AII

10

00

AII

40

00

AII

16

00

0

AII

64

00

0

TII

50

0

TII

20

00

TII

80

00

TII

32

00

0

EII

10

00

EII

40

00

EII

16

00

0

EII

64

00

0

Perfil de Reatividade da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a em Infecções Simples e Mistas com Distintos Genótipos do T. cruzi

PP

FP

Infecção AgudaA

B

Infecção Crônica

a-AMA

a-TRIPO

a-EPI

+

Antígenos Alvo

*

SIMPLES MISTA SIMPLES MISTA

Antígenos e Inverso da Diluição do Soro

Genótipo TcI do T. cruzi

AI5

00

AI6

40

00

TI5

00

TI6

40

00

EI5

00

EI6

40

00

AV

I50

0

AI6

40

00

TVI5

00

TIV

64

00

0EV

I50

0

EVI6

40

00

AII

50

0

AII

64

00

0TI

I50

0

TII6

40

00

EII5

00

EII6

40

00

Genótipo TcVI do T. cruzi Genótipo TcII do T. cruzi

AI5

00

AI6

40

00

TI5

00

TI6

40

00

EI5

00

EI6

4,0

00

AV

I50

0

AI6

4,0

00

TVI5

00

TIV

64

00

0EV

I50

0

EVI6

40

00

AII

50

0

AII

64

00

0TI

I50

0

TII6

40

00

EII5

00

EII6

40

00

Antígenos e Inverso da Diluição do Soro

Genótipo TcI do T. cruzi Genótipo TcVI do T. cruzi Genótipo TcII do T. cruzi

Genótipo TcVI do T. cruzi

Page 90: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

71

Figura 10: Reatividade geral TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a em infecções simples e

mistas com distintos genótipos do T. cruzi. (A) Os gráficos de radares foram construídos para obter uma

visão panorâmica da reatividade das amostras de soros dos camundongos nas infecções recentes simples

(n=50) e mistas (n=60), e nas infecções tardias simples (n=93) e mistas (n=107) do T. cruzi, com os

antígenos alvo de AMA = , TRIPO = e EPI = dos genótipos TcI, TcVI e TcII do T. cruzi. Os dados

foram expressos como média dos valores de percentual de parasitos fluorescentes positivos (PPFP). (B)

Curvas de titulação com a reatividade média em PPFP das amostras de soros dos camundongos infectados

pelo T. cruzi, com infecções simples ( ) e mistas (+) nas infecções recentes e com infecções simples ( )

e mistas (*) nas infecções tardias, com os antígenos alvo de AMA = dos genótipos TcI (AI), TcVI

(AVI) e TcII (AII), TRIPO = dos genótipos TcI (TI), TcVI (TVI) e TcII (TII) e EPI = dos genótipos

TcI (EI), TcVI (EVI) e TcII (EII) do T. cruzi, nas oito diluições do soro testadas (1:500 a 1:64000).

As curvas de titulação foram utilizadas para estabelecer possíveis pares de

atributos (―antígeno/diluição do soro‖) para diferenciar infecções experimentais pelo T.

cruzi simples e mistas, nas infecções recentes e tardias (Figura 10B). Diante dos dados

obtidos, foram realizadas análises pelo programa R a fim de calcular a distância

modular em cada ponto da curva, comparando as amostras de soros com infecções

simples e mistas do T. cruzi, nas infecções recentes e nas infecções tardias. Os

resultados demonstraram que os seguintes pares de atributos (―antígeno/diluição do

soro‖) diferenciaram as amostras de soro com infecções simples e mistas do T. cruzi nas

infecções recentes: AMA TcI 1:1000, TRIPO TcI 1:2000, EPI TcI 1:2000, AMA TcVI

1:8000, TRIPO TcVI 1:2000, EPI TcVI 1:2000, AMA TcII 1:2000, TRIPO TcII 1:8000

e EPI TcII 1:1000 (Figura 11A). Já nas infecções tardias, os pares de atributos que

discriminaram as amostras de soro com infecções simples e mistas do T. cruzi foram:

AMA TcI 1:500, TRIPO TcI 1:8000, EPI TcI 1:4000, AMA TcVI 1:500, TRIPO TcVI

1:4000, EPI TcVI 1:2000, AMA TcII 1:32000, TRIPO TcII 1:16000 e EPI TcII 1:4000

(Figura 11B). As análises estatísticas pelos testes de Kruskall-Wallis seguido por

Dunn`s para comparação entre os dois grupos, demonstraram que nas infecções recentes

os pares de atributos: TRIPO TcI 1:2000, AMA TcVI 1:8000, TRIPO TcVI 1:2000, EPI

TcVI 1:2000, AMA TcII 1:2000, TRIPO TcII 1:8000 e EPI TcII 1:1000 discriminaram

a maior reatividade das amostras de soros nas infecções mistas, da menor reatividade

nas infecções simples do T. cruzi (Figura 11A). Nas infecções tardias, o par de

atributos AMA TcI 1:500 segregou a maior reatividade das amostras de soros dos

camundongos na infecção simples da menor reatividade na infecção mista (Figura

11B). Ainda nas infecções tardias, os pares de atributos: TRIPO TcI 1:8000, EPI TcI

1:4000, TRIPO TcVI 1:4000, EPI TcVI 1:2000, TRIPO TcII 1:16000 e EPI TcII 1:4000

Page 91: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

72

diferenciaram a maior reatividade das amostras de soros nas infecções mistas, da menor

reatividade nas infecções simples do T. cruzi (Figura 11B). No geral, a reatividade dos

soros nas infecções mistas foi maior do que nas infecções simples, tanto nas infecções

recentes quanto nas tardias.

Foram realizadas análises pela curva ROC, ou pela média global ou pela

mediana global para definição dos pontos de corte com cada um dos nove pares de

atributos pré-selecionados. Os pontos de corte selecionados para a discriminação das

amostras de soros dos camundongos infectados pelo T. cruzi em infecções simples e

mistas, nas infecções recentes e tardias separadamente, foram definidos pela curva

ROC. Nas infecções recentes os pontos de corte elegidos foram: 25% de PPFP para

AMA TcI 1:1000, 50% de PPFP para TRIPO TcI 1:2000, 15% de PPFP para EPI TcI

1:2000, 6% de PPFP para AMA TcVI 1:8000, 50% de PPFP para TRIPO TcVI 1:2000,

30% de PPFP para EPI TcVI 1:2000, 30% de PPFP para AMA TcII 1:2000, 60% de

PPFP para TRIPO TcII 1:8000 e 40% de PPFP para EPI TcII 1:1000. Os pontos de

corte elegidos nas infecções tardias foram: de 30% de PPFP para AMA TcI 1:500, 60%

de PPFP para TRIPO TcI 1:8000, 40% de PPFP para EPI TcI 1:4000, 45% de PPFP

para AMA TcVI 1:500, 45% de PPFP para TRIPO TcVI 1:4000, 45% de PPFP para EPI

TcVI 1:2000, 6% de PPFP para AMA TcII 1:32000, 65% de PPFP para TRIPO TcII

1:8000 e 40% de PPFP para EPI TcII 1:2000.

Análises subsequentes considerando a maior distância modular entre os grupos,

ou seja, o maior somatório do delta, selecionaram os melhores conjuntos de atributos

(―antígeno/diluição do soro/ponto de corte‖) para diferenciar as amostras de soros dos

camundongos infectados pelo T. cruzi em infecções simples e mistas, nas infecções

recentes e nas infecções tardias. O conjunto de atributos selecionado nas infecções

recentes foi o ―antígeno de tripomastigota TcI na diluição 1:2000, com ponto de corte

de 50%‖ (Figura 11A). Nas infecções tardias, o conjunto de atributos selecionado foi o

―antígeno de tripomastigota TcI na diluição 1:8000, com ponto de corte de 60%‖

(Figura 11B).

Com o intuito de avaliar o desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-

IgG2a no diagnóstico diferencial das infecções experimentais simples e mistas do T.

cruzi, nas infecções recentes e tardias separadamente, foram construídas árvores de

decisão utilizando os nove conjuntos de atributos pré-selecionados (―antígeno/ diluição

do soro/ ponto de corte‖) (Figuras 11C e 11D). O algoritmo proposto pela árvore de

Page 92: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

73

decisão nas infecções recentes demonstrou o ―antígeno de TRIPO TcI na diluição

1:2000 com ponto de corte de 50%‖ como o atributo raiz, assim como observado na

análise do maior somatório do delta, das distâncias modulares entre os grupos. Em

seguida, foi selecionado o ―antígeno de AMA TcI na diluição 1:1000 com ponto de

corte de 25%‖ como primeiro ramo e o ―antígeno de EPI TcII na diluição 1:1000 com

ponto de corte de 40%‖ como segundo ramo, para classificar as amostras de soros dos

camundongos com infecções simples e mistas pelo T. cruzi nas infecções recentes, com

uma acurácia global moderada (85%, LOOCV=84%) (Figura 11C). Quando as

amostras de soros dos camundongos infectados pelo T. cruzi forem negativas com

TRIPO TcI 1:2000 PPFP=50% elas serão classificadas como infecções simples. A

amostras que forem positivas com TRIPO TcI 1:2000 PPFP=50% e negativas com

AMA TcI 1:1000 PPFP=25% serão classificadas como infecções mistas. As amostras

que forem positivas com AMA TcI 1:1000 PPFP=25% e negativas com EPI TcII 1:1000

PPFP = 40% serão classificadas como infecções simples e as que forem positivas com

EPI TcII 1:1000 PPFP = 40% serão classificadas como infecções mistas (Figura 11C).

No total, das 110 amostras avaliadas, 94 (85%) foram classificadas corretamente como

pertencentes aos seus respectivos grupos. Das 50 amostras de soros oriundas de infeções

simples, 40 (80%) foram classificadas corretamente e das 60 amostras das infecções

mistas, 54 (90%) foram classificadas adequadamente. Nas infecções tardias, o algoritmo

proposto pela árvore de decisão demonstrou o ―antígeno de TRIPO TcI na diluição

1:8000 com ponto de corte de 60%‖ como o atributo raiz, assim como observado na

análise do maior somatório do delta, das distâncias modulares entre os grupos. Em

seguida, foi selecionado o ―antígeno de AMA TcII na diluição 1:32000 com ponto de

corte de 5%‖ como primeiro ramo, para classificar as amostras de soros dos

camundongos com infecções simples e mistas pelo T. cruzi nas infecções tardias, com

uma acurácia global moderada (84%, LOOCV=84%) (Figura 11D). Quando as

amostras de soros dos camundongos infectados pelo T. cruzi forem negativas com

TRIPO TcI 1:8000 PPFP=60% elas serão classificadas como infecções simples. As

amostras que forem positivas com TRIPO TcI 1:8000 PPFP=60% e negativas com

AMA TcII 1:32000 PPFP=5% serão classificadas como infecções simples. As amostras

que forem positivas com AMA TcII 1:32000 PPFP=5% serão classificadas como

infecções mistas (Figura 11D). No total, das 200 amostras avaliadas, 168 (84%) foram

classificadas corretamente como pertencentes aos seus respectivos grupos. Das 93

Page 93: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

74

amostras de soros oriundas das infeções simples, 82 (91%) foram classificadas

corretamente e das 107 amostras das infecções mistas, 86 (80%) foram classificadas

adequadamente.

Page 94: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

75

Single Dual

0

50

100

Single Dual

0

50

100

Single Dual

0

50

100

Single Dual

0

50

100

Single Dual

0

50

100

Single Dual

0

50

100

Single Dual

0

50

100

Single Dual

0

50

100

Single Dual

0

50

100

Single Dual

0

50

100

Single Dual

0

50

100

Single Dual

0

50

100

Single Dual

0

50

100

Single Dual

0

50

100

Single Dual

0

50

100

Single Dual

0

50

100

Single Dual

0

50

100

Single Dual

0

50

100

AI 500

AVI 500

AII 32.000

TI 8.000

TVI 4.000

TII 16.000

EI 4.000

EVI 2.000

EII 4.000

PP

FPP

PFP

PP

FP

AI 1.000

AVI 8.000

AII 2.000

TI 2.000

TVI 2.000

TII 8.000

EI 2.000

EVI 2.000

EII 1.000

PP

FPP

PFP

PP

FP

Infecção CrônicaInfecção Aguda

Seleção dos Atributos para TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a Discriminar Infecções Simples e Mistas com Distintos Genótipos do T. cruzi

SIMPLES MISTA

Grupos do Estudo

Infecção pelo T. cruzi

SIMPLES MISTA

Infecção pelo T. cruzi

SIMPLES MISTA

Infecção pelo T. cruzi

SIMPLES MISTA

Grupos do Estudo

Infecção pelo T. cruzi

SIMPLES MISTA

Infecção pelo T. cruzi

SIMPLES MISTA

Infecção pelo T. cruzi

DC

Árv

ore

de D

ecis

ãoPa

res

de A

trib

utos

Pré-

Sele

cion

ados

BA

Árv

ore

de D

ecis

ãoPa

res

de A

trib

utos

Pré-

Sele

cion

ados

AI 1000

TI 2000

Simples (32/4)

Mista (47/4) EII 1000

Simples (14/2) Dual (15/4)

≤ 50%

> 25%≤ 25%

> 50%

≤ 40% > 40%

Acurácia Global = 85% (94/110)

LOOCV = 84% (92/110)

AII 32000

TI 8000

Siimples (64/4)

Simples (39/17) Mista (97/11)

≤ 60%

≤ 5%

> 60%

> 5%

Acurácia Gobal = 84% (168/200)

LOOCV = 84% (168/200)

Page 95: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

76

Figura 11: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a na discriminação

de infecções experimentais simples e mistas com distintos genótipos do T. cruzi, nas infecções

recentes e nas infecções tardias. Gráficos de box plot construídos a partir das medianas de cada grupo:

infecções simples (n=50) e mistas (n=60) do T. cruzi nas infecções recentes (A) e infecções simples

(n=93) e mistas (n=107) do T. cruzi nas infecções tardias (B), para cada um dos pares de atributos pré-

selecionados, por meio das análises estatísticas no programa R, do cálculo da distância modular entre os

diferentes pontos das curvas de titulação (1:500 a 1:64000). Os pares de atributos pré-selecionados para

as infecções recentes (A) foram: AMA TcI na diluição 1:1000 (AI 1000), AMA TcVI na diluição 1:8000

(AVI 8000), AMA TcII na diluição 1:2000 (AII 2000), TRIPO TcI na diluição 1:2000 (TI 2000), TRIPO

TcVI na diluição 1:2000 (TVI 2000), TRIPO TcII na diluição 1:8000 (TII 8000), EPI TcI na diluição

1:2000 (EI 2000), EPI TcVI na diluição 1:2000 (EVI 2000) e EPI TcII na diluição 1:1000 (EII 1000). Os

pares de atributos pré-selecionados para as infecções tardias (B) foram: AMA TcI na diluição 1:500 (AI

500), AMA TcVI na diluição 1:500 (AVI 500), AMA TcII na diluição 1:32000 (AII 32000), TRIPO TcI

na diluição 1:8000 (TI 8000), TRIPO TcVI na diluição 1:4000 (TVI 4000), TRIPO TcII na diluição

1:16000 (TII 16000), EPI TcI na diluição 1:4000 (EI 4000), EPI TcVI na diluição 1:2000 (EVI 2000) e

EPI TcII na diluição 1:4000 (EII 4000). Os gráficos destacados em cinza representam os pares de

atributos nas quais as amostras de soros dos camundongos com infecções simples e mistas do T. cruzi,

nas infecções recentes (A) e nas infecções tardias (B) apresentaram maiores distâncias modulares entre os

grupos. Os resultados foram expressos como a mediana dos valores de percentual de parasitos

fluorescentes positivos (PPFP) em gráficos box plot, com os valores atípicos representados por pontos

cinzas. Foram realizadas análises estatísticas pelos testes Kruskal Wallis seguido por Dun’s para

comparação entre os grupos. As diferenças foram consideradas significativas com p<0,05, e as diferenças

estatísticas entre os grupos estão representadas pelas linhas conectoras dentro dos gráficos. As árvores de

decisão foram construídas utilizando os conjuntos de atributos pré-selecionados (―antigeno/diluição do

soro/ ponto de corte‖) para criar algoritmos (atributos raiz e ramos), a fim de classificar as amostras de

soros dos camundongos infectados pelo T. cruzi em infecções simples e mistas, nas infecções recentes (C)

e nas infecções tardias (D). A acurácia global e o ―leave-one-out-cross-validation-LOOCV‖ foram

fornecidos na figura.

Diante dos resultados obtidos, a TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a

apresentou um bom desempenho no diagnóstico diferencial das infecções experimentais

simples e mistas do T. cruzi, nas infecções recentes e nas infecções tardias.

5.9- Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no

diagnóstico genótipo-específico das infecções experimentais recentes, simples e

mistas pelo T. cruzi

Os resultados apresentados correspondem ao objetivo específico número 5:

Avaliar o desempenho da técnica TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no

diagnóstico genótipo-específico da infecção experimental recente pelo T. cruzi,

utilizando amostras de soros de camundongos com infecções simples por

TcI/Colombiana, TcVI/CL e TcII/Y e mistas por TcI/Colombiana + TcVI/CL,

TcVI/CL + TcII/Y e TcI/Colombiana + TcII/Y. Foram utilizados como antígeno as

Page 96: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

77

formas amastigotas (AMA), tripomastigotas (TRIPO) e epimastigotas (EPI) do T. cruzi

das cepas Colombiana/TcI, CL/TcVI e Y/TcII. Foi avaliada a reatividade das amostras

de soros dos seguintes grupos de camundongos infectados pelo T. cruzi:

Colombiana/TcI n=16; CL/TcVI n=15; Y/TcII n=19; Colombiana/TcI + CL/TcVI

n=16; CL/TcVI + Y/TcII n=24 e Colombiana/TcI + Y/TcII n=20.

Foram construídos gráficos de radares e curvas de titulação (1:500 a 1:64000)

com a reatividade média em PPFP das amostras de soros, para obter uma visão

panorâmica da reatividade genótipo-específica dos soros dos camundongos com

infecções recentes, simples e mistas do T. cruzi (Figura 12). De modo geral, observou-

se por meio dos gráficos de radares que todas as amostras de soros dos camundongos

tanto em infecções simples quanto em infecções mistas apresentaram alta reatividade

com o antígeno de TRIPO TcII, demonstrando novamente ser um bom antígeno para o

diagnóstico universal da infecção experimental pelo T. cruzi. Os soros dos

camundongos apresentaram baixa reatividade com o antígeno de amastigota nas

infecções recentes simples e mistas, exceto na infecção por CL/TcVI + Y/TcII com

AMA TcII. Além dos mais, amostras de soros oriundas de infecções simples e mistas

que envolvam a cepa Colombiana/TcI apresentam alta reatividade com TRIPO TcI. Os

soros dos camundongos infectados com CL/TcVI + Y/TcII apresentam alta reatividade

com as formas epimastigotas e tripomastigotas TcI, TcVI e TcII (Figura 12A).

A partir das curvas de titulação, observou-se que nas infecções recentes simples

as amostras de soros dos camundongos infectados com a cepa Colombiana/TcI reagem

mais com os antígenos de AMA TcI, TRIPO TcI e EPI TcI, do que com as amostras

provenientes das infecções com CL/TcI e Y/TcII. As amostras de soros dos

camundongos infectados com a cepa CL/TcVI reagem mais com AMA TcVI, do que as

amostras de soros das infecções com COL/TcI e Y/TcII. As amostras de soros dos

camundongos infectados com a cepa Y/TcII reagem menos com TRIPO TcVI e EPI

TcVI, do que as amostras provenientes das infecções com as outras duas cepas. Soros

de camundongos infectados com COL/TcI reagem menos com AMA TcII. Além disso,

todas as amostras de soros de camundongos com infecções simples apresentaram alta

reatividade com o antígeno de TRIPO TcII e EPI TcII (Figura 12B).

Analisando ainda as curvas de titulação, os resultados demonstraram que nas

infecções recentes mistas, soros de camundongos infectados com COL/TcI + Y/TcII

apresentaram maior reatividade e soros dos infectados com CL/TcVI + Y/TcII

Page 97: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

78

apresentaram menor reatividade com o antígeno de AMA TcI. Amostras de soros

provenientes de infecções com COL/TcI + CL/TcVI reagiram mais com TRIPO TcI do

que as amostras de soros das outras duas infecções mistas. Amostras de soros

provenientes das infecções com CL/TcVI + Y/TcII reagiram menos com EPI TcI do que

as amostras de soros das outras duas infecções mistas. Os soros dos camundongos

infectados com COL/TcI + Y/TcII reagiram mais com AMA TcVI do que os soros dos

camundongos com as outras infecções mistas. Amostras de soros oriundas de infecções

com CL/TcVI + Y/TcII reagiram menos com AMA TcVI, TRIPO TcVI e EPI TcVI do

que as amostras das outras infecções mistas. Os soros dos camundongos infectados com

COL/TcI + Y/TcII reagiram mais com AMA TcII e EPI TcII do que os soros dos

camundongos com as outras duas infecções mistas. Além disso, todas as amostras de

soros de camundongos com infecções mistas apresentaram alta reatividade com o

antígeno de TRIPO TcII (Figura 12B).

Page 98: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

79

0

50

100

AI1

00

0

AI4

00

0

AI1

60

00

AI6

40

00

TI5

00

TI2

00

0

TI8

00

0

TI3

20

00

EI1

00

0

EI4

00

0

EI1

60

00

EI6

40

00

AV

I50

0

AV

I20

00

AV

I80

00

AV

I32

00

0

TV

I10

00

TV

I40

00

TV

I16

00

0

TV

I64

00

0

EV

I50

0

EV

I20

00

EV

I80

00

EV

I32

00

0

AII

10

00

AII

40

00

AII

16

00

0

AII

64

00

0

TII

50

0

TII

20

00

TII

80

00

TII

32

00

0

EII

10

00

EII

40

00

EII

16

00

0

EII

64

00

0

0

50

100

AI1

00

0

AI4

00

0

AI1

60

00

AI6

40

00

TI5

00

TI2

00

0

TI8

00

0

TI3

20

00

EI1

00

0

EI4

00

0

EI1

60

00

EI6

40

00

AV

I50

0

AV

I20

00

AV

I80

00

AV

I32

00

0

TV

I10

00

TV

I40

00

TV

I16

00

0

TV

I64

00

0

EV

I50

0

EV

I20

00

EV

I80

00

EV

I32

00

0

AII

10

00

AII

40

00

AII

16

00

0

AII

64

00

0

TII

50

0

TII

20

00

TII

80

00

TII

32

00

0

EII

10

00

EII

40

00

EII

16

00

0

EII

64

00

0

0

50

100

AI1

00

0

AI4

00

0

AI1

60

00

AI6

40

00

TI5

00

TI2

00

0

TI8

00

0

TI3

20

00

EI1

00

0

EI4

00

0

EI1

60

00

EI6

40

00

AV

I50

0

AV

I20

00

AV

I80

00

AV

I32

00

0

TV

I10

00

TV

I40

00

TV

I16

00

0

TV

I64

00

0

EV

I50

0

EV

I20

00

EV

I80

00

EV

I32

00

0

AII

10

00

AII

40

00

AII

16

00

0

AII

64

00

0

TII

50

0

TII

20

00

TII

80

00

TII

32

00

0

EII

10

00

EII

40

00

EII

16

00

0

EII

64

00

0

0

50

100

AI1

00

0

AI4

00

0

AI1

60

00

AI6

40

00

TI5

00

TI2

00

0

TI8

00

0

TI3

20

00

EI1

00

0

EI4

00

0

EI1

60

00

EI6

40

00

AV

I50

0

AV

I20

00

AV

I80

00

AV

I32

00

0

TV

I10

00

TV

I40

00

TV

I16

00

0

TV

I64

00

0

EV

I50

0

EV

I20

00

EV

I80

00

EV

I32

00

0

AII

10

00

AII

40

00

AII

16

00

0

AII

64

00

0

TII

50

0

TII

20

00

TII

80

00

TII

32

00

0

EII

10

00

EII

40

00

EII

16

00

0

EII

64

00

0

0

50

100

AI1

00

0

AI4

00

0

AI1

60

00

AI6

40

00

TI5

00

TI2

00

0

TI8

00

0

TI3

20

00

EI1

00

0

EI4

00

0

EI1

60

00

EI6

40

00

AV

I50

0

AV

I20

00

AV

I80

00

AV

I32

00

0

TV

I10

00

TV

I40

00

TV

I16

00

0

TV

I64

00

0

EV

I50

0

EV

I20

00

EV

I80

00

EV

I32

00

0

AII

10

00

AII

40

00

AII

16

00

0

AII

64

00

0

TII

50

0

TII

20

00

TII

80

00

TII

32

00

0

EII

10

00

EII

40

00

EII

16

00

0

EII

64

00

0

0

50

100

AI1

00

0

AI4

00

0

AI1

60

00

AI6

40

00

TI5

00

TI2

00

0

TI8

00

0

TI3

20

00

EI1

00

0

EI4

00

0

EI1

60

00

EI6

40

00

AV

I50

0

AV

I20

00

AV

I80

00

AV

I32

00

0

TV

I10

00

TV

I40

00

TV

I16

00

0

TV

I64

00

0

EV

I50

0

EV

I20

00

EV

I80

00

EV

I32

00

0

AII

10

00

AII

40

00

AII

16

00

0

AII

64

00

0

TII

50

0

TII

20

00

TII

80

00

TII

32

00

0

EII

10

00

EII

40

00

EII

16

00

0

EII

64

00

0

Perfil de Reatividade Genótipo-Específico da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a em Infecções Simples e Mistas AGUDAS com Distintos Genótipos do T. cruzi

Antígenos e Inverso da Diluição do Soro

Genótipo TcI do T. cruzi

PP

FP

B

AI5

00

AI6

40

00

TI5

00

TI6

40

00

EI5

00

EI6

40

00

AV

I50

0

AI6

40

00

TVI5

00

TIV

64

00

0EV

I50

0

EVI6

40

00

AII

50

0

AII

64

00

0TI

I50

0

TII6

40

00

EII5

00

EII6

40

00

AI5

00

AI6

4,0

00

TI5

00

TI6

4,0

00

EI5

00

EI6

4,0

00

AV

I50

0

AI6

4,0

00

TVI5

00

TIV

64

,000

EVI5

00

EVI6

4,0

00

AII

50

0

AII

64

,000

TII5

00

TII6

4,0

00EI

I50

0

EII6

4,0

00

Infecção AgudaA

a-AMA

a-TRIPO

a-EPI

*+

Antígenos Alvo

SIMPLES MISTA

TcII/YTcVI/CL TcVI/CL + TcII/Y

TcV

I/C

LTc

I/C

OL

TcI/

CO

L+

TcV

I/C

L

Genótipo TcVI do T. cruzi

Genótipo TcVI do T. cruzi Genótipo TcII do T. cruzi

Antígenos e Inverso da Diluição do Soro

Genótipo TcI do T. cruzi Genótipo TcVI do T. cruzi Genótipo TcII do T. cruzi

Page 99: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

80

Figura 12: Perfil de reatividade genótipo-específico da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a em

infecções recentes, simples e mistas, com distintos genótipos do T. cruzi. (A) Os gráficos de radares

foram construídos para obter uma visão panorâmica da reatividade das amostras de soros dos

camundongos com infecções recentes, simples (TcI/Colombiana-COL n=16, TcVI/CL n=15, TcII/Y

n=19) e mistas (TcI/COL + TcVI/CL n=16, TcVI/CL + TcII/Y n=24, e TcI/COL + TcII/Y n=20) do T.

cruzi, com os antígenos alvo de AMA = , TRIPO = e EPI = dos genótipos TcI, TcVI e TcII do T.

cruzi. Os dados foram expressos em percentual de parasitos fluorescentes positivos (PPFP). (B) Curvas de

titulação com a reatividade média em PPFP das amostras de soros dos camundongos infectados pelo T.

cruzi nas infecções recentes, com TcI/Colombiana-COL ( ), TcVI/CL ( ),TcII/Y ( ), TcI/COL +

TcVI/CL (+),TcVI/CL + TcII/Y (-) e TcI/COL + TcII/Y (*), com os antígenos de AMA = dos

genótipos TcI (AI), TcVI (AVI) e TcII (AII), TRIPO = dos genótipos TcI (TI), TcVI (TVI) e TcII (TII)

e EPI = dos genótipos TcI (EI), TcVI (EVI) e TcII (EII) do T. cruzi, nas oito diluições do soro testadas

(1:500 a 1:64000).

As curvas de titulação foram utilizadas para estabelecer possíveis pares de

atributos (―antígeno/diluição do soro‖) para diferenciar as infecções experimentais

genótipo-específicas simples pelo T. cruzi (Figura 13A) e para discriminar as infecções

experimentais genótipo-específicas mistas pelo T. cruzi (Figura 13B), nas infecções

recentes. Diante dos dados obtidos, foram realizadas análises pelo programa R a fim de

calcular a distância modular em cada ponto da curva, comparando as amostras de soros

com infecções recentes simples pelo T. cruzi e comparando as amostras de soros com

infecções recentes mistas pelo T. cruzi. Os resultados demonstraram que os seguintes

pares de atributos (―antígeno/diluição do soro‖) diferenciaram as amostras de soro com

infecções recentes simples pelo T. cruzi: AMA TcI 1:1000, TRIPO TcI 1:4000, EPI TcI

1:1000, AMA TcVI 1:500, TRIPO TcVI 1:500, EPI TcVI 1:500, AMA TcII 1:500,

TRIPO TcII 1:1000 e EPI TcII 1:500 (Figura 13A). Os pares de atributos que

discriminaram as amostras de soro com infecções recentes mistas pelo T. cruzi foram:

AMA TcI 1:500, TRIPO TcI 1:16000, EPI TcI 1:2000, AMA TcVI 1:1000, TRIPO

TcVI 1:500, EPI TcVI 1:2000, AMA TcII 1:2000, TRIPO TcII 1:8000 e EPI TcII

1:2000 (Figura 13B).

As análises estatísticas pelos testes de Kruskall-Wallis seguido por Dunn`s para

comparação entre os grupos, demonstraram que nas infecções recentes simples pelo T.

cruzi observou-se que: os pares de atributos AMA TcI 1:1000, TRIPO TcI 1:4000 e EPI

TcI 1:1000 segregaram a maior reatividade das amostras de soros dos camundongos

infectados com a cepa COL/TcI, da menor reatividade das amostras de soros dos

camundongos infectados com as cepas CL/TcVI e Y/TcII. O par de atributos AMA

TcVI 1:500 discriminou a menor reatividade das amostras dos camundongos infectados

com COL/TcI, da maior reatividade das amostras dos infectados com CL/TcVI. Os

Page 100: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

81

pares de atributos TRIPO TcVI 1:500 e EPI TcVI 1:500 segregaram a maior reatividade

das amostras de soros dos camundongos infectados com a cepa COL/TcI, da menor

reatividade das amostras de soros dos camundongos infectados com a cepa Y/TcII, além

da maior reatividade das amostras dos camundongos infectados com CL/TcVI, da

menor reatividade das amostras dos infectados com Y/TcII. O par de atributos AMA

TcII 1:500 discriminou a menor reatividade das amostras dos camundongos infectados

com COL/TcI, da maior reatividade das amostras dos infectados com as cepas CL/TcVI

e Y/TcII. O par de atributos TRIPO TcII 1:1000 segregou a menor reatividade das

amostras de soros dos camundongos infectados com a cepa COL/TcI, da maior

reatividade das amostras de soros dos camundongos infectados com a cepa Y/TcII. Já

par de atributos EPI TcII 1:500 segregou a maior reatividade das amostras de soros dos

camundongos infectados com a cepa COL/TcI, da menor reatividade das amostras de

soros dos camundongos infectados com a cepa Y/TcII (Figura 13A). Nas infecções

recentes mistas pelo T. cruzi observou-se que: o par de atributos AMA TcI 1:500,

segregou a maior reatividade das amostras de soros dos camundongos infectados com as

cepas COL/TcI + CL/TcVI, da menor reatividade das amostras de soros dos

camundongos infectados com as cepas COL/TcI + Y/TcII, além da menor reatividade

das amostras dos camundongos infectados com COL/TcI + CL/TcVI, da maior

reatividade das amostras dos infectados com CL/TcVI + Y/TcII, e a menor reatividade

das amostras de soros dos camundongos infectados com as cepas COL/TcI + Y/TcII, da

maior reatividade das amostras de soros dos camundongos infectados com as cepas

CL/TcVI + Y/TcII. O par de atributos TRIPO TcI 1:16000 discriminou a maior

reatividade das amostras de soros dos camundongos infectados com as cepas COL/TcI

+ CL/TcVI, da menor reatividade das amostras de soros dos camundongos infectados

com as cepas COL/TcI + Y/TcII e CL/TcVI + Y/TcII. Os pares de atributos EPI TcI

1:2000, AMA TcVI 1:1000, TRIPO TcVI 1:500 e EPI TcVI 1:2000, segregaram a

maior reatividade das amostras de soros dos camundongos infectados com as cepas

COL/TcI + CL/TcVI, da menor reatividade das amostras de soros dos camundongos

infectados com as cepas COL/TcI + Y/TcII, além da menor reatividade das amostras

dos camundongos infectados com COL/TcI + Y/TcII, da maior reatividade das amostras

dos infectados com CL/TcVI + Y/TcII. Os pares de atributos AMA TcII 1:2000 e EPI

TcII 1:2000 discriminaram a maior reatividade das amostras de soros dos camundongos

infectados com as cepas CL/TcVI + Y/TcII, da menor reatividade das amostras de soros

Page 101: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

82

dos camundongos infectados com as cepas COL/TcI + CL/TcVI e COL/TcI + Y/TcII. O

par de atributos TRIPO TcII 1:8000 segregou a menor reatividade das amostras de soros

dos camundongos infectados com as cepas COL/TcI + CL/TcVI, da maior reatividade

das amostras de soros dos camundongos infectados com as cepas COL/TcI + Y/TcII e

CL/TcVI + Y/TcII (Figura 13B).

Foram realizadas análises pela média global ou pela mediana global para

definição dos pontos de corte com cada um dos nove pares de atributos pré-

selecionados. Os pontos de corte selecionados para a discriminação das amostras de

soros dos camundongos com infecções genótipo-específicas simples pelo T. cruzi, nas

infecções recentes, foram definidos pela média global, sendo: 25% de PPFP para AMA

TcI 1:1000, 35% de PPFP para TRIPO TcI 1:4000, 40% de PPFP para EPI TcI 1:1000,

20% de PPFP para AMA TcVI 1:500, 45% de PPFP para TRIPO TcVI 1:500, 30% de

PPFP para EPI TcVI 1:500, 25% de PPFP para AMA TcII 1:500, 70% de PPFP para

TRIPO TcII 1:1000 e 30% de PPFP para EPI TcII 1:500. Os pontos de corte

selecionados para a discriminação das amostras de soros dos camundongos com

infecções genótipo-específicas mistas pelo T. cruzi, nas infecções recentes, foram

definidos pela mediana global, sendo: 15% de PPFP para AMA TcI 1:500, 30% de

PPFP para TRIPO TcI 1:16000, 35% de PPFP para EPI TcI 1:2000, 15% de PPFP para

AMA TcVI 1:1000, 60% de PPFP para TRIPO TcVI 1:500, 30% de PPFP para EPI

TcVI 1:2000, 25% de PPFP para AMA TcII 1:2000, 70% de PPFP para TRIPO TcII

1:8000 e 30% de PPFP para EPI TcII 1:2000.

Análises subsequentes considerando a maior distância modular entre os grupos,

ou seja, o maior somatório do delta, selecionaram os melhores conjuntos de atributos

(―antígeno/diluição do soro/ponto de corte‖) para diferenciar as amostras de soros dos

camundongos infectados pelo T. cruzi em infecções recentes simples e em infecções

recentes mistas. O conjunto de atributos selecionado em infecções recentes simples foi o

―antígeno de tripomastigota TcI na diluição 1:4000, com ponto de corte de 35%‖

(Figura 13A). Em infecções recentes mistas, o conjunto de atributos selecionado foi o

―antígeno de tripomastigota TcI na diluição 1:16000, com ponto de corte de 30%‖

(Figura 13B).

Com o intuito de avaliar o desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-

IgG2a no diagnóstico genótipo-específico das infecções experimentais recentes simples

e mistas pelo T. cruzi separadamente, foram contruídas árvores de decisão utilizando os

Page 102: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

83

nove conjuntos de atributos pré-selecionados (―antígeno/ diluição do soro/ ponto de

corte‖) (Figuras 13C e 13D). O algoritmo proposto pela árvore de decisão em infecções

genótipo-específicas recentes simples demonstrou o ―antígeno de TRIPO TcI na

diluição 1:4000 com ponto de corte de 35%‖ como o atributo raiz, assim como

observado na análise do maior somatório do delta, das distâncias modulares entre os

grupos. Em seguida, foi selecionado o ―antígeno de TRIPO TcVI na diluição 1:500 com

ponto de corte de 45%‖ como primeiro ramo e o ―antígeno de TRIPO TcII na diluição

1:1000 com ponto de corte de 70%‖ como segundo ramo, para classificar as amostras de

soros dos camundongos com infecções recentes simples pelo T. cruzi, com uma

acurácia global moderada (72%, LOOCV=60%) (Figura 13B). Quando as amostras de

soros dos camundongos infectados pelo T. cruzi forem positivas com TRIPO TcI 1:4000

PPFP = 35% elas serão classificadas como infecção pela cepa Colombiana/TcI. A

amostras que forem negativas com TRIPO TcI 1:4000 PPFP = 35% e negativas com

TRIPO TcVI 1:500 PPFP = 45% serão classificadas como infecção pela cepa Y/TcII.

As amostras que forem positivas com TRIPO TcVI 1:500 PPFP = 45% e negativas com

TRIPO TcII 1:1000 PPFP = 70% serão classificadas como infecção pela cepa CL/TcVI,

e as que forem positivas com TRIPO TcII 1:1000 PPFP = 70% serão classificadas como

infecção pela cepa Y/TcII (Figura 13B). No total, das 50 amostras avaliadas, 36 (72%)

foram classificadas corretamente como pertencentes aos seus respectivos grupos. Das

16 amostras de soros dos camundongos infectados com a cepa Colombiana/TcI, das 15

amostras de soros dos camundongos infectados com a cepa CL/TcVI e das 19 amostras

de soros dos camundongos infectados com a cepa Y/TcII foram classificados de

maneira correta: 14 (88%) amostras de COL/TcI, 6 (40%) de CL/TcVI e 16 (84%) de

Y/TcII.

O algoritmo proposto pela árvore de decisão em infecções genótipo-específicas

recentes mistas demonstrou o ―antígeno de TRIPO TcI na diluição 1:16000 com ponto

de corte de 30%‖ como o atributo raiz, assim como observado na análise do maior

somatório do delta, das distâncias modulares entre os grupos. Em seguida, foi

selecionado o ―antígeno de EPI TcI na diluição 1:2000 com ponto de corte de 35%‖ e o

―antígeno de EPI TcII na diluição 1:2000 com ponto de corte de 30%‖ como primeiros

ramos e o ―antígeno de AMA TcI na diluição 1:500 com ponto de corte de 15%‖ e o

―antígeno de TRIPO TcVI na diluição 1:500 com ponto de corte de 60%‖ como

segundos ramos, para classificar as amostras de soros dos camundongos com infecções

Page 103: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

84

recentes mistas pelo T. cruzi, com uma acurácia global moderada (80%, LOOCV=68%)

(Figura 13D). Quando as amostras de soros dos camundongos infectados pelo T. cruzi

forem negativas com TRIPO TcI 1:16000 PPFP = 30% e positivas com EPI TcI 1:2000

PPFP=35% elas serão classificadas como infecções pelas cepas CL/TcVI + Y/TcII. As

amostras que forem negativas com EPI TcI 1:2000 PPFP = 35% e negativas com AMA

TcI 1:500 PPFP = 15% serão classificadas como infecções pelas cepas COL/TcI +

Y/TcII, enquanto as positivas com AMA TcI 1:500 PPFP = 15% serão classificadas

como infecções pelas cepas CL/TcVI + Y/TcII. As amostras que forem positivas com

TRIPO TcI 1:16000 PPFP = 30% e negativas com EPI TcII 1:2000 PPFP = 30% serão

classificadas como infecções pelas cepas COL/TcI + CL/TcVI. As amostras que forem

positivas com EPI TcII 1:2000 PPFP = 30% e negativas com TRIPO TcVI 1:500 PPFP

= 60% serão classificadas como infecções pelas cepas COL/TcI + Y/TcII, e as que

forem positivas com TRIPO TcVI 1:500 PPFP = 60% serão classificadas como

infecções pelas cepas CL/TcVI + Y/TcII (Figura 13D). No total, das 60 amostras

avaliadas, 48 (80%) foram classificadas corretamente como pertencentes aos seus

respectivos grupos. Das 20 amostras de soros dos camundongos infectados com as

cepas COL/TcI + Y/TcII, das 24 amostras de soros dos camundongos infectados com as

cepas CL/TcVI + Y/TcII e das 16 amostras de soros dos camundongos infectados com

as cepas COL/TcI + CL/TcVI foram classificados de maneira correta: 15 (75%)

amostras de COL/TcI + Y/TcII, 20 (83%) de CL/TcVI + Y/TcII e 13 (81%) de COL/TcI

+ CL/TcVI.

Page 104: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

85

Grupos do Estudo

Infecção pelo T. cruzi

AI 1.000

AVI 500

AII 500

TI 4.000

TVI 500

TII 1.000

EI 1.000

EVI 500

EII 500

PP

FPP

PFP

PP

FP

MISTASIMPLES

Seleção dos Atributos para TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a para Discriminar Infecções Simples e Mistas AGUDAS com Distintos Genótipos do T. cruzi

AI 500

AVI 1000

AII 2.000

TI 16.000

TVI 500

TII 8.000

EI 2.000

EVI 2000

EII 2.000

PP

FPP

PFP

PP

FP

Acurácia Global = 72% (36/50)

LOOCV = 60% (30/50) Acurácia Global = 80% (48/60)

LOOCV = 68% (41/60)

Infecção pelo T. cruzi Infecção pelo T. cruziInfecção pelo T. cruzi Infecção pelo T. cruzi Infecção pelo T. cruzi

0

50

100

0

50

100

0

50

100

0

50

100

0

50

100

0

50

100C

OL

CL Y

0

50

100

CO

L

CL Y

0

50

100

CO

L

CL Y

0

50

100

0

50

100

0

50

100

0

50

100

0

50

100

0

50

100

0

50

100

CO

L+

CL

CO

L+

Y

CL

+Y

0

50

100

CO

L+

CL

CO

L+

Y

CL

+Y

0

50

100

CO

L+

CL

CO

L+

Y

CL

+Y

0

50

100

DC

Árv

ore

de D

ecis

ãoP

are

s d

e A

trib

uto

sP

ré-S

ele

cio

na

do

s

BA

Pa

res

de

Atr

ibu

tos

Pré

-Se

leci

on

ad

os

Árv

ore

de D

ecis

ão

TVI 500

TI 4,00

COL (19/5)

Y (14/4)

Y (10/4)CL (7/1)

≤ 35%

> 70%

≤ 45%

> 35%

≤ 70%

> 45%

TII 1000

EI 2000

TI 16000

Y + COL (14/2) Y + CL (10/4)Y + COL (4/1)

≤ 30%

> 30%≤ 35%

> 30%

≤ 60%

> 35%

TVI 500

Y + CL (5/1)

CL + COL (16/3)

≤ 30%

> 60%

Y+ CL (11/1)AI 500

≤ 15% > 15%

EII 2000

Grupos do Estudo

Page 105: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

86

Figura 13: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no diagnóstico

genótipo-específico das infecções recentes, simples e mistas pelo T. cruzi. Gráficos de box plot

construídos a partir das medianas de cada grupo: infecções recentes simples (A) (TcI/Colombiana-COL

n=16 - , TcVI/CL n=15, TcII/Y n=19) e infecções recentes mistas (B) (TcI/COL + TcVI/CL n=16,

TcVI/CL + TcII/Y n=24, e TcI/COL + TcII/Y n=20), para cada um dos pares de atributos pré-

selecionados, por meio das análises estatísticas no programa R, do cálculo da distância modular entre os

diferentes pontos das curvas de titulação. Os pares de atributos pré-selecionados para as infecções

recentes simples (A) foram: AMA TcI na diluição 1:1000 (AI 1000), AMA TcVI na diluição 1:500 (AVI

500), AMA TcII na diluição 1:500 (AII 500), TRIPO TcI na diluição 1:4000 (TI 4000), TRIPO TcVI na

diluição 1:500 (TVI 500), TRIPO TcII na diluição 1:1000 (TII 1000), EPI TcI na diluição 1:1000 (EI

1000), EPI TcVI na diluição 1:500 (EVI 500) e EPI TcII na diluição 1:500 (EII 500). Para as infecções

recentes mistas (B) os seguintes pares de atributos foram pré-selecionados: AMA TcI na diluição 1:500

(AI 500), AMA TcVI na diluição 1:1000 (AVI 1000), AMA TcII na diluição 1:2000 (AII 2000), TRIPO

TcI na diluição 1:16000 (TI 16000), TRIPO TcVI na diluição 1:500 (TVI 500), TRIPO TcII na diluição

1:8000 (TII 8000), EPI TcI na diluição 1:2000 (EI 2000), EPI TcVI na diluição 1:2000 (EVI 2000) e EPI

TcII na diluição 1:2000 (EII 2000). Os gráficos destacados em cinza representam os pares de atributos nas

quais as amostras de soros dos camundongos com infecções recentes simples (A) e recentes mistas (b) do

T. cruzi apresentaram as maiores distâncias modulares entre os grupos. Os resultados foram expressos

como a mediana dos valores de percentual de parasitos fluorescentes positivos (PPFP) em gráficos de box

plot, com os valores atípicos representados por pontos cinzas. Foram realizadas análises estatísticas pelos

testes Kruskal Wallis seguido por Dun’s para comparação entre os grupos. As diferenças foram

consideradas significativas com p<0,05, e as diferenças estatísticas entre os grupos estão representadas

pelas linhas conectoras dentro dos gráficos. As árvores de decisão foram construídas utilizando os

conjuntos de atributos pré-selecionados (―antigeno/diluição do soro/ ponto de corte‖) para criar

algoritmos (atributos raiz e ramos), a fim de classificar as amostras de soros dos camundongos infectados

pelo T. cruzi em infecções genótipo-específicas recentes simples (c) e mistas (D). A acurácia global e o

―leave-one-out-cross-validation-LOOCV‖ foram fornecidos na figura

Diante dos resultados obtidos, a TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a

apresentou um bom desempenho no diagnóstico genótipo-específico das infecções

experimentais recentes, simples e mistas pelo T. cruzi.

5.10- Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no

diagnóstico genótipo-específico das infecções experimentais tardias, simples e

mistas pelo T. cruzi

Os resultados apresentados correspondem ao objetivo específico número 6:

Avaliar o desempenho da técnica TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no

diagnóstico genótipo-específico da infecção experimental tardia pelo T. cruzi,

utilizando amostras de soros de camundongos com infecções simples por

TcI/Colombiana, TcVI/CL e TcII/Y e mistas por TcI/Colombiana + TcVI/CL,

TcVI/CL + TcII/Y e TcI/Colombiana + TcII/Y. Foram utilizados como antígeno as

Page 106: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

87

formas amastigotas (AMA), tripomastigotas (TRIPO) e epimastigotas (EPI) do T. cruzi

das cepas Colombiana/TcI, CL/TcVI e Y/TcII. Foi avaliada a reatividade das amostras

de soros dos seguintes grupos de camundongos infectados pelo T. cruzi:

Colombiana/TcI n=29; CL/TcVI n= 29; Y/TcII n=35; Colombiana/TcI + CL/TcVI

n=28; CL/TcVI + Y/TcII n =43 e Colombiana/TcI + Y/TcII n=36.

Foram construídos gráficos de radares e curvas de titulação (1:500 a 1:64000)

com a reatividade média das amostras de soros em PPFP, para obter uma visão

panorâmica da reatividade genótipo-específica dos soros dos camundongos com

infecções tardias simples pelo T. cruzi, e com infecções tardias mistas pelo T. cruzi

(Figura 14). De modo geral, observou-se por meio dos gráficos de radares que as

amostras de soros dos camundongos com infecções simples e mistas pelo T. cruzi

apresentaram alta reatividade com o antígeno de TRIPO TcII. As amostras de soros

oriundas de infecções simples e mistas que envolvam a cepa Colombiana/TcI

apresentam baixa reatividade com o antígeno de amastigota. As amostras de soros dos

camundongos infectados com a cepa Y/TcII apresentaram maior reatividade com AMA

TcII e TRIPO TcII (Figura 14A).

A partir das curvas de titulação observou-se que nas infecções tardias simples

pelo T. cruzi as amostras de soros dos camundongos infectados com a cepa Y/TcII

reagem menos com TRIPO TcI e EPI TcI do que as infecções com COL/TcI e CL/TcVI.

As amostras de soros dos camundongos infectados com a cepa CL/TcVI reagem mais

com AMA TcVI do que as infecções com COL/TcI e Y/TcII. As amostras de soros dos

camunondongos infectados com a cepa Y/TcII reagem menos com TRIPO TcVI e EPI

TcVI do que as infecções com as outras duas cepas. Soros de camundongos infectados

com COL/TcI reagem menos com AMA TcII. Além disso, todas as amostras de soros

de camundongos com infecções simples apresentaram alta reatividade com o antígeno

de TRIPO TcII e EPI TcII (Figura 14B).

Analisando ainda as curvas de titulação, os resultados demonstraram que nas

infecções tardias mistas soros de camundongos infectados com as cepas COL/TcI +

Y/TcII apresentaram maior reatividade com o antígeno de AMA TcI do que os soros

dos camundongos infectados com as cepas COL/TcI + CL/TcVI e CL/TcVI + Y/TcII.

Amostras de soros provenientes de infecções com COL/TcI + CL/TcVI reagiram mais

com TRIPO TcI do que as amostras de soros das outras duas infecções mistas. Os soros

dos camundongos infectados com COL/TcI + Y/TcII reagiram mais com AMA TcVI do

Page 107: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

88

que os soros dos camundongos com as outras infecções mistas. Amostras de soros

oriundas de infecções com CL/TcVI + Y/TcII reagiram menos com AMA TcVI, TRIPO

TcVI e AMA TcII do que as amostras das outras infecções mistas. Os soros dos

camundongos infectados com COL/TcI + Y/TcII reagiram mais com AMA TcII e EPI

TcII do que os soros dos camundongos com as outras duas infecções mistas. Além

disso, todas as amostras de soros de camundongos com infecções mistas apresentaram

alta reatividade com o antígeno de TRIPO TcII (Figura 14B).

Page 108: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

89

0

50

100

AI1

00

0

AI4

00

0

AI1

60

00

AI6

40

00

TI5

00

TI2

00

0

TI8

00

0

TI3

20

00

EI1

00

0

EI4

00

0

EI1

60

00

EI6

40

00

AV

I50

0

AV

I20

00

AV

I80

00

AV

I32

00

0

TV

I10

00

TV

I40

00

TV

I16

00

0

TV

I64

00

0

EV

I50

0

EV

I20

00

EV

I80

00

EV

I32

00

0

AII

10

00

AII

40

00

AII

16

00

0

AII

64

00

0

TII

50

0

TII

20

00

TII

80

00

TII

32

00

0

EII

10

00

EII

40

00

EII

16

00

0

EII

64

00

0

0

50

100

AI1

00

0

AI4

00

0

AI1

60

00

AI6

40

00

TI5

00

TI2

00

0

TI8

00

0

TI3

20

00

EI1

00

0

EI4

00

0

EI1

60

00

EI6

40

00

AV

I50

0

AV

I20

00

AV

I80

00

AV

I32

00

0

TV

I10

00

TV

I40

00

TV

I16

00

0

TV

I64

00

0

EV

I50

0

EV

I20

00

EV

I80

00

EV

I32

00

0

AII

10

00

AII

40

00

AII

16

00

0

AII

64

00

0

TII

50

0

TII

20

00

TII

80

00

TII

32

00

0

EII

10

00

EII

40

00

EII

16

00

0

EII

64

00

0

0

50

100

AI1

00

0

AI4

00

0

AI1

60

00

AI6

40

00

TI5

00

TI2

00

0

TI8

00

0

TI3

20

00

EI1

00

0

EI4

00

0

EI1

60

00

EI6

40

00

AV

I50

0

AV

I20

00

AV

I80

00

AV

I32

00

0

TV

I10

00

TV

I40

00

TV

I16

00

0

TV

I64

00

0

EV

I50

0

EV

I20

00

EV

I80

00

EV

I32

00

0

AII

10

00

AII

40

00

AII

16

00

0

AII

64

00

0

TII

50

0

TII

20

00

TII

80

00

TII

32

00

0

EII

10

00

EII

40

00

EII

16

00

0

EII

64

00

0

0

50

100

AI1

00

0

AI4

00

0

AI1

60

00

AI6

40

00

TI5

00

TI2

00

0

TI8

00

0

TI3

20

00

EI1

00

0

EI4

00

0

EI1

60

00

EI6

40

00

AV

I50

0

AV

I20

00

AV

I80

00

AV

I32

00

0

TV

I10

00

TV

I40

00

TV

I16

00

0

TV

I64

00

0

EV

I50

0

EV

I20

00

EV

I80

00

EV

I32

00

0

AII

10

00

AII

40

00

AII

16

00

0

AII

64

00

0

TII

50

0

TII

20

00

TII

80

00

TII

32

00

0

EII

10

00

EII

40

00

EII

16

00

0

EII

64

00

0

0

50

100

AI1

00

0

AI4

00

0

AI1

60

00

AI6

40

00

TI5

00

TI2

00

0

TI8

00

0

TI3

20

00

EI1

00

0

EI4

00

0

EI1

60

00

EI6

40

00

AV

I50

0

AV

I20

00

AV

I80

00

AV

I32

00

0

TV

I10

00

TV

I40

00

TV

I16

00

0

TV

I64

00

0

EV

I50

0

EV

I20

00

EV

I80

00

EV

I32

00

0

AII

10

00

AII

40

00

AII

16

00

0

AII

64

00

0

TII

50

0

TII

20

00

TII

80

00

TII

32

00

0

EII

10

00

EII

40

00

EII

16

00

0

EII

64

00

0

0

50

100

AI1

00

0

AI4

00

0

AI1

60

00

AI6

40

00

TI5

00

TI2

00

0

TI8

00

0

TI3

20

00

EI1

00

0

EI4

00

0

EI1

60

00

EI6

40

00

AV

I50

0

AV

I20

00

AV

I80

00

AV

I32

00

0

TV

I10

00

TV

I40

00

TV

I16

00

0

TV

I64

00

0

EV

I50

0

EV

I20

00

EV

I80

00

EV

I32

00

0

AII

10

00

AII

40

00

AII

16

00

0

AII

64

00

0

TII

50

0

TII

20

00

TII

80

00

TII

32

00

0

EII

10

00

EII

40

00

EII

16

00

0

EII

64

00

0

Perfil de Reatividade Genótipo-Específico da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a em Infecções Simples e Mistas CRÔNICAS com Distintos Genótipos do T. cruzi

PP

FP

B

A Infecção Crônica

SIMPLES MISTA

TcII/YTcVI/CL TcVI/CL + TcII/Y

TcV

I/C

LTc

I/C

OL

TcI/

CO

L+

TcV

I/C

L

*+

a-AMA

a-TRIPO

a-EPI

Antígenos Alvo

Genótipo TcVI do T. cruzi

Antígenos e Inverso da Diluição do Soro

Genótipo TcI do T. cruzi

AI5

00

AI6

40

00

TI5

00

TI6

40

00

EI5

00

EI6

40

00

AV

I50

0

AI6

40

00

TVI5

00

TIV

64

00

0EV

I50

0

EVI6

40

00

AII

50

0

AII

64

00

0TI

I50

0

TII6

40

00

EII5

00

EII6

40

00

AI5

00

AI6

4,0

00

TI5

00

TI6

4,0

00

EI5

00

EI6

4,0

00

AV

I50

0

AI6

4,0

00

TVI5

00

TIV

64

,000

EVI5

00

EVI6

4,0

00

AII

50

0

AII

64

,000

TII5

00

TII6

4,0

00EI

I50

0

EII6

4,0

00

Genótipo TcVI do T. cruzi Genótipo TcII do T. cruzi

Antígenos e Inverso da Diluição do Soro

Genótipo TcI do T. cruzi Genótipo TcVI do T. cruzi Genótipo TcII do T. cruzi

Page 109: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

90

Figura 14: Perfil de reatividade genótipo-específico da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a em

infecções tardias, simples e mistas, com distintos genótipos do T. cruzi. (A) Os gráficos de radares

foram construídos para obter uma visão panorâmica da reatividade das amostras de soros dos

camundongos com infecções tardias simples (TcI/Colombiana-COL n=29, TcVI/CL n=29, TcII/Y n=35)

e mistas (TcI/COL + TcVI/CL n=28, TcVI/CL + TcII/Y n=43 e TcI/COL + TcII/Y n=36) pelo T. cruzi,

com os antígenos de AMA = , TRIPO = e EPI = dos genótipos TcI, TcVI e TcII do T. cruzi. Os

dados foram expressos em percentual de parasitos fluorescentes positivos (PPFP). (B) Curvas de titulação

com a reatividade média em PPFP das amostras de soros dos camundongos infectados pelo T. cruzi nas

infecções tardias, com TcI/Colombiana-COL ( ), TcVI/CL ( ),TcII/Y ( ), TcI/COL + TcVI/CL

(+),TcVI/CL + TcII/Y (-) e TcI/COL + TcII/Y (*), com os antígenos alvo de AMA = dos genótipos

TcI (AI), TcVI (AVI) e TcII (AII), TRIPO = dos genótipos TcI (TI), TcVI (TVI) e TcII (TII) e EPI =

dos genótipos TcI (EI), TcVI (EVI) e TcII (EII) do T. cruzi, nas oito diluições do soro testadas (1:500 a

1:64000).

As curvas de titulação foram utilizadas para estabelecer possíveis pares de

atributos (―antígeno/diluição do soro‖) para diferenciar as infecções experimentais

genótipo-específicas tardias simples pelo T. cruzi (Figura 13A) e para discriminar as

infecções experimentais genótipo-específicas tardias mistas pelo T. cruzi (Figura 13B).

Diante dos dados obtidos, foram realizadas análises pelo programa R a fim de calcular a

distância modular em cada ponto da curva, comparando as amostras de soros com

infecções tardias simples pelo T. cruzi e comparando as amostras de soros com

infecções tardias mistas pelo T. cruzi. Os resultados demonstraram que os seguintes

pares de atributos (―antígeno/diluição do soro‖) diferenciaram as amostras de soro com

infecções tardias simples pelo T. cruzi: AMA TcI 1:2000, TRIPO TcI 1:4000, EPI TcI

1:2000, AMA TcVI 1:1000, TRIPO TcVI 1:1000, EPI TcVI 1:1000, AMA TcII 1:1000,

TRIPO TcII 1:16000 e EPI TcII 1:4000 (Figura 15A). Os pares de atributos que

discriminaram as amostras de soro com infecções tardias mistas pelo T. cruzi foram:

AMA TcI 1:2000, TRIPO TcI 1:64000, EPI TcI 1:4000, AMA TcVI 1:500, TRIPO

TcVI 1:16000, EPI TcVI 1:16000, AMA TcII 1:000, TRIPO TcII 1:64000 e EPI TcII

1:4000 (Figura 15B).

As análises estatísticas pelos testes de Kruskall-Wallis seguido por Dunn`s para

comparação entre os grupos, demonstraram que em infecções tardias simples pelo T.

cruzi observou-se que: o par de atributos TRIPO TcI 1:4000 segregaram a maior

reatividade das amostras de soros dos camundongos infectados com a cepa COL/TcI, da

menor reatividade das amostras de soros dos camundongos infectados com as cepas

CL/TcVI e Y/TcII, além da maior reatividade das amostras de soros dos camundongos

infectados com a cepa CL/TcVI, da menor reatividade da amostras de soros dos

camundongos infectados com a cepa Y/TcII. O par de atributos EPI TcI 1:2000

Page 110: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

91

discriminou a menor reatividade das amostras dos camundongos infectados com a cepa

Y/TcII, da maior reatividade das amostras dos infectados com as cepas COL/TcI e

CL/TcVI. Os pares de atributos AMA TcVI 1:1000 e AMA TcII 1:1000 segregaram a

menor reatividade das amostras de soros dos camundongos infectados com a cepa

COL/TcI, da maior reatividade das amostras de soros dos camundongos infectados com

as cepas CL/TcVI e Y/TcII. O par de atributos TRIPO TcVI 1:1000 discriminou a

menor reatividade das amostras dos camundongos infectados com COL/TcI, da maior

reatividade das amostras dos infectados com a cepa CL/TcVI, além da menor

reatividade dos infectados com a cepa Y/TcII, da maior reatividade dos infectados com

as cepas COL/TcI e CL/TcVI. Os pares de atributos EPI TcVI 1:1000 e TRIPO TcII

1:16000 segregaram a menor reatividade das amostras de soros dos camundongos

infectados com a cepa Y/TcII, da maior reatividade das amostras de soros dos

camundongos infectados com as cepas COL/TcI e CL/TcVI (Figura 15A). Nas

infecções tardias e mistas pelo T. cruzi observou-se que: o par de atributos AMA TcI

1:2000 segregou a menor reatividade das amostras dos camundongos infectados com

COL/TcI + Y/TcII, da maior reatividade das amostras dos infectados com CL/TcVI +

Y/TcII. O par de atributos TRIPO TcI 1:64000 discriminou a maior reatividade das

amostras de soros dos camundongos infectados com as cepas COL/TcI + CL/TcVI, da

menor reatividade das amostras de soros dos camundongos infectados com as cepas

COL/TcI + Y/TcII e CL/TcVI + Y/TcII, além da maior reatividade das amostras de

soros dos camundongos infectados com as cepas COL/TcI + Y/TcII, da menor

reatividade dos camundongos infectados com as cepas CL/TcVI + Y/TcII. O par de

atributos EPI TcI 1:4000 segregou a menor reatividade das amostras de soros dos

camundongos infectados com as cepas COL/TcI + CL/TcVI, da maior reatividade das

amostras de soros dos camundongos infectados com as cepas COL/TcI + Y/TcII e

CL/TcVI + Y/TcII. Os pares de atributos AMA TcVI 1:500 e AMA TcII 1:1000

discriminaram a maior reatividade das amostras de soros dos camundongos infectados

com as cepas COL/TcI + CL/TcVI, da menor reatividade das amostras de soros dos

camundongos infectados com as cepas COL/TcI + Y/TcII, além da maior reatividade

das amostras de soros dos camundongos infectados com as cepas CL/TcVI + Y/TcII, da

menor reatividade das amostras de soros dos camundongos infectados com as cepas

COL/TcI + CL/TcVI e COL/TcI + Y/TcII. O par de atributos TRIPO TcVI 1:16000

segregou a maior reatividade das amostras de soros dos camundongos infectados com as

Page 111: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

92

cepas COL/TcI + CL/TcVI, da menor reatividade das amostras de soros dos

camundongos infectados com as cepas COL/TcI + Y/TcII, além da menor reatividade

das amostras de soros dos camundongos infectados com as cepas COL/TcI + Y/TcII, da

maior reatividade das amostras de soros dos camundongos infectados com as cepas

CL/TcVI + Y/TcII. O par de atributos EPI TcVI 1:16000 discriminou a menor

reatividade das amostras de soros dos camundongos infectados com as cepas COL/TcI

+ Y/TcII, da maior reatividade das amostras de soros dos camundongos infectados com

as cepas CL/TcVI + Y/TcII. O par de atributos TRIPO TcII 1:64000 segregou a maior

reatividade das amostras dos camundongos infectados com as cepas COL/TcI +

CL/TcVI, da menor reatividade das amostras dos camundongos infectados com as cepas

COL/TcI + Y/TcII. O par de atributos EPI TcII 1:4000 discriminou a maior reatividade

das amostras de soros dos camundongos infectados com as cepas CL/TcVI + Y/TcII, da

menor reatividade das amostras de soros dos camundongos infectados com as cepas

COL/TcI + CL/TcVI e COL/TcI + Y/TcII (Figura 15B).

Foram realizadas análises pela média global ou pela mediana global para

definição dos pontos de corte com cada um dos nove pares de atributos pré-

selecionados. Os pontos de corte selecionados para a discriminação das amostras de

soros dos camundongos com infecções genótipo-específicas simples pelo T. cruzi, nas

infecções tardias, foram definidos pela mediana global, sendo: 25% de PPFP para AMA

TcI 1:2000, 50% de PPFP para TRIPO TcI 1:4000, 60% de PPFP para EPI TcI 1:2000,

30% de PPFP para AMA TcVI 1:1000, 60% de PPFP para TRIPO TcVI 1:1000, 45%

de PPFP para EPI TcVI 1:1000, 40% de PPFP para AMA TcII 1:1000, 40% de PPFP

para TRIPO TcII 1:16000 e 30% de PPFP para EPI TcII 1:4000. Os pontos de corte

selecionados para a discriminação das amostras de soros dos camundongos com

infecções genótipo-específicas mistas pelo T. cruzi, nas infecções tardias, foram

definidos pela média global, sendo: 30% de PPFP para AMA TcI 1:2000, 40% de PPFP

para TRIPO TcI 1:64000, 60% de PPFP para EPI TcI 1:4000, 40% de PPFP para AMA

TcVI 1:500, 30% de PPFP para TRIPO TcVI 1:16000, 30% de PPFP para EPI TcVI

1:16000, 50% de PPFP para AMA TcII 1:1000, 35% de PPFP para TRIPO TcII

1:64000 e 50% de PPFP para EPI TcII 1:4000.

Análises subsequentes considerando a maior distância modular entre os grupos,

ou seja, o maior somatório do delta, selecionaram os melhores conjuntos de atributos

(―antígeno/diluição do soro/ponto de corte‖) para diferenciar as amostras de soros dos

Page 112: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

93

camundongos infectados pelo T. cruzi em infecções tardias simples e em infecções

tardias mistas. O conjunto de atributos selecionado em infecções tardias simples foi o

―antígeno de tripomastigota TcI na diluição 1:4000, com ponto de corte de 50%‖

(Figura 15A). Em infecções tardias mistas, o conjunto de atributos selecionado foi o

―antígeno de tripomastigota TcI na diluição 1:64000, com ponto de corte de 40%‖

(Figura 15B).

Com o intuito de avaliar o desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-

IgG2a no diagnóstico genótipo-específico das infecções experimentais tardias simples e

mistas pelo T. cruzi separadamente, foram construídas árvores de decisão utilizando os

nove conjuntos de atributos pré-selecionados (―antígeno/ diluição do soro/ ponto de

corte‖) (Figuras 15C e 15D). O algoritmo proposto pela árvore de decisão em infecções

genótipo-específicas tardias simples demonstrou o ―antígeno de TRIPO TcI na diluição

1:4000 com ponto de corte de 50%‖ como o atributo raiz, assim como observado na

análise do maior somatório do delta, das distâncias modulares entre os grupos. Em

seguida, foi selecionado o ―antígeno de AMA TcII na diluição 1:1000 com ponto de

corte de 40%‖ como primeiro ramo e o ―antígeno de EPI TcVI na diluição 1:1000 com

ponto de corte de 45%‖ como segundo ramo, para classificar as amostras de soros dos

camundongos com infecções tardias simples pelo T. cruzi, com uma acurácia global

baixa (69%, LOOCV=58%) (Figura 15C). Quando as amostras de soros dos

camundongos infectados pelo T. cruzi forem negativas com TRIPO TcI 1:4000 PPFP =

50% e positivas com AMA TcII 1:1000 PPFP = 40% elas serão classificadas como

infecção pela cepa Y/TcII. As amostras que forem negativas com AMA TcII 1:1000

PPFP = 40% e negativas com EPI TcVI 1:500 PPFP = 45% serão classificadas como

infecção pela cepa Y/TcII, enquanto as positivas com EPI TcVI 1:500 PPFP = 45%

serão classificadas como infecção pela cepa COL/TcI. As amostras de soros que forem

positivas com TRIPO TcI 1:4000 PPFP = 50% e negativas com AMA TcII 1:1000

PPFP = 40% serão classificadas como infecção pela cepa COL/TcI, enquanto as

positivas com AMA TcII 1:1000 PPFP = 40% serão classificadas como infecção pela

cepa CL/TcVI (Figura 15C). No total, das 93 amostras avaliadas, 64 (69%) foram

classificadas corretamente como pertencentes aos seus respectivos grupos. Das 29

amostras de soros dos camundongos infectados com a cepa Colombiana/TcI, das 29

amostras de soros dos camundongos infectados com a cepa CL/TcVI e das 35 amostras

de soros dos camundongos infectados com a cepa Y/TcII foram classificados de

Page 113: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

94

maneira correta: 24 (83%) amostras de COL/TcI, 11 (38%) de CL/TcVI e 29 (83%) de

Y/TcII.

O algoritmo proposto pela árvore de decisão em infecções genótipo-específicas

tardias mistas demonstrou o ―antígeno de TRIPO TcI na diluição 1:64000 com ponto de

corte de 40%‖ como o atributo raiz, assim como observado na análise do maior

somatório do delta, das distâncias modulares entre os grupos. Em seguida, foram

selecionados o ―antígeno de AMA TcVI na diluição 1:500 com ponto de corte de 40%‖

e o ―antígeno de AMA TcI na diluição 1:2000 com ponto de corte de 30%‖ como

primeiros ramos e o ―antígeno de AMA TcII na diluição 1:1000 com ponto de corte de

50%‖ e o ―antígeno de EII TcII na diluição 1:4000 com ponto de corte de 50%‖ como

segundos ramos, para classificar as amostras de soros dos camundongos com infecções

tardias mistas pelo T. cruzi, com uma acurácia global moderada (76%, LOOCV=73%)

(Figura 15D). Quando as amostras de soros dos camundongos infectados pelo T. cruzi

forem negativas com TRIPO TcI 1:64000 PPFP = 40% e positivas com AMA TcVI

1:500 PPFP=40% elas serão classificadas como infecções pelas cepas CL/TcVI +

Y/TcII. As amostras que forem negativas com AMA TcVI 1:500 PPFP=40% e

negativas com AMA TcII 1:1000 PPFP = 50% serão classificadas como infecções pelas

cepas COL/TcI + Y/TcII, enquanto as positivas com AMA TcII 1:1000 PPFP = 50%

serão classificadas como infecções pelas cepas CL/TcVI + Y/TcII. As amostras que

forem positivas com TRIPO TcI 1:64000 PPFP = 40% e negativas com AMA TcI

1:2000 PPFP = 30% serão classificadas como infecções pelas cepas COL/TcI +

CL/TcVI. As amostras que forem positivas com AMA TcI 1:2000 PPFP = 30% e

negativas com EPI TcII 1:4000 PPFP = 50% serão classificadas como infecções pelas

cepas COL/TcI + CL/TcVI, e as que forem positivas com EPI TcII 1:4000 PPFP = 50%

serão classificadas como infecções pelas cepas CL/TcVI + Y/TcII (Figura 15D). No

total, das 107 amostras avaliadas, 82 (76%) foram classificadas corretamente como

pertencentes aos seus respectivos grupos. Das 36 amostras de soros dos camundongos

infectados com as cepas COL/TcI + Y/TcII, das 43 amostras de soros dos camundongos

infectados com as cepas CL/TcVI + Y/TcII e das 28 amostras de soros dos

camundongos infectados com as cepas COL/TcI + CL/TcVI foram classificados de

maneira correta: 21 (58%) amostras de COL/TcI + Y/TcII, 38 (88%) de CL/TcVI +

Y/TcII e 23 (82%) de COL/TcI + CL/TcVI.

Page 114: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

95

Seleção dos Atributos para TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a Discriminar Infecções Simples e Mistas CRÔNICAS com Distintos Genótipos do T. cruzi

Grupos do Estudo

Infecção pelo T. cruzi

AI 2.000

AVI 1.000

AII 1.000

TI 4.000

TVI 1.000

TII 16.000

EI 2.000

EVI 1.000

EII 4.000

PP

FPP

PFP

PP

FP

Árv

ore

sd

e D

ecis

ão

Pre

sd

e A

trib

uto

sP

ré-S

elec

ion

ad

os

MISTASIMPLES

AI 2.000

AVI 500

AII 1.000

TI 64.000

TVI 16.000

TII 64.000

EI 4.000

EVI 16.000

EII 4.000

PP

FPP

PFP

PP

FP

Infecção pelo T. cruzi Infecção pelo T. cruzi

Grupos do Estudo

Infecção pelo T. cruzi Infecção pelo T. cruzi Infecção pelo T. cruzi

0

50

100

0

50

100

0

50

100

0

50

100

0

50

100

0

50

100

CO

L

CL Y

0

50

100

CO

L

CL Y

0

50

100

CO

L

CL Y

0

50

100

0

50

100

0

50

100

0

50

100

0

50

100

0

50

100

0

50

100

CO

L+

CL

CO

L+

Y

CL+

Y

0

50

100

CO

L+

CL

CO

L+

Y

CL+

Y

0

50

100

CO

L+

CL

CO

L+

Y

CL+

Y

0

50

100

DC

BA

Pre

sd

e A

trib

uto

sP

ré-S

elec

ion

ad

os

Árv

ore

sd

e D

eci

são

AII 1000

TI 4000

Y (13/5)

CL (20/9)

≤ 50%

> 40%≤ 40%

> 50%

> 40%

AII 1000

COL (8/4)

COL (26/6)

≤ 40%

Y (26/5)EVI 1000

≤ 45% > 45%

AVI 500

TI 64000

Y + COL (27/6) Y + CL (9/2)CL + COL (4)

≤ 40%

> 30%≤ 40%

> 40%

≤ 50%

> 40%

Y + CL (13/5)

CL + COL (29/10)

≤ 30%

> 50%

Y+ CL (25/2)AII 1000

≤ 50% > 50%

AI 2000

EII 4000

Acurácia Global = 69% (64/93)

LOOCV = 58% (54/93) Acurácia Global = 76% (82/107)

LOOCV = 73% (79/107)

Page 115: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

96

Figura 15: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no diagnóstico

genótipo-específico das infecções tardias, simples e mistas pelo T. cruzi. Gráficos de box plot

construídos a partir das medianas de cada grupo: infecções tardias simples na fase crônica (A)

(TcI/Colombiana-COL n=29, TcVI/CL n=29, TcII/Y n=35) e infecções tardias mistas na fase crônica (B)

(TcI/COL + TcVI/CL n=28, TcVI/CL + TcII/Y n=43, e TcI/COL + TcII/Y n=36), para cada um dos pares

de atributos pré-selecionados, por meio das análises estatísticas no programa R, do cálculo da distância

modular entre os diferentes pontos das curvas de titulação. Os pares de atributos pré-selecionados para as

infecções tardias simples (A) foram: AMA TcI na diluição 1:2000 (AI 2000), AMA TcVI na diluição

1:1000 (AVI 1000), AMA TcII na diluição 1:1000 (AII 1000), TRIPO TcI na diluição 1:4000 (TI 4000),

TRIPO TcVI na diluição 1:1000 (TVI 1000), TRIPO TcII na diluição 1:16000 (TII 16000), EPI TcI na

diluição 1:2000 (EI 2000), EPI TcVI na diluição 1:1000 (EVI 1000) e EPI TcII na diluição 1:4000 (EII

4000). Para as infecções tardias mistas (B) os seguintes pares de atributos foram pré-selecionados: AMA

TcI na diluição 1:2000 (AI 2000), AMA TcVI na diluição 1:500 (AVI 500), AMA TcII na diluição

1:1000 (AII 1000), TRIPO TcI na diluição 1:64000 (TI 64000), TRIPO TcVI na diluição 1:16000 (TVI

16000), TRIPO TcII na diluição 1:64000 (TII 64000), EPI TcI na diluição 1:4000 (EI 4000), EPI TcVI na

diluição 1:16000 (EVI 16000) e EPI TcII na diluição 1:4000 (EII 4000). Os gráficos destacados em cinza

representam os pares de atributos nas quais as amostras de soros dos camundongos com infecções tardias

simples (A) e mistas (B) do T. cruzi apresentaram as maiores distâncias modulares entre os grupos. Os

resultados foram expressos como a mediana dos valores de percentual de parasitos fluorescentes positivos

(PPFP) em gráficos de box plot, com os valores atípicos representados por pontos cinzas. Foram

realizadas análises estatísticas pelos testes Kruskal Wallis seguido por Dun’s para comparação entre os

grupos. As diferenças foram consideradas significativas com p<0,05, e as diferenças estatísticas entre os

grupos estão representadas pelas linhas conectoras dentro dos gráficos. As árvores de decisão foram

construídas utilizando os conjuntos de atributos pré-selecionados (―antigeno/diluição do soro/ ponto de

corte‖) para criar algoritmos (atributos raiz e ramos), a fim de classificar as amostras de soros dos

camundongos infectados pelo T. cruzi em infecçõesgenótipo-específicas tardias simples (C) e mistas (D).

A acurácia global e o ―leave-one-out-cross-validation-LOOCV‖ foram fornecidos na figura.

Diante dos resultados obtidos, a TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a

apresentou um bom desempenho no diagnóstico genótipo-específico das infecções

experimentais tardias, simples e mistas pelo T. cruzi.

5.11- Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no

diagnóstico da infecção experimental pelo T. cruzi utilizando algoritmos

sequenciais estabelecidos pela análise das árvores de decisão

Os resultados apresentados correspondem ao objetivo específico número 7:

Avaliar o desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no diagnóstico

da infecção experimental pelo T. cruzi utilizando algoritmos sequenciais

estabelecidos pela análise das árvores de decisão.

Com o intuito de avaliar o desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-

IgG2a no diagnóstico da infecção experimental pelo T. cruzi, foram construídos

diagramas de reatividade com todos os conjuntos de atributos (―antígeno/diluição do

Page 116: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

97

soro/ponto de corte‖) selecionados pelos algoritmos das árvores de decisão, para as

infecções recentes (diagrama do lado esquerdo) e para as infecções tardias (diagrama do

lado direito) (Figura 16A). As letras acima dos diagramas de reatividade representam

os conjuntos de atributos dados por cada uma das sete árvores de decisão do estudo,

sendo: letra a (conjuntos de atributos para a discriminação das infecções recentes e

tardias Figura 9), letra b (conjuntos de atributos para a discriminação das infecções

simples e mistas pelo T. cruzi nas infecções recentes- Figura 11C), letra c (conjuntos de

atributos para a discriminação das infecções simples e mistas pelo T. cruzi nas infecções

tardias- Figura 11D), letra d (conjuntos de atributos para a discriminação das infecções

recentes simples com diferentes genótipos do T. cruzi - Figura 13C), letra e (conjuntos

de atributos para a discriminação das infecções recentes mistas com diferentes

genótipos do T. cruzi - Figura 13D), letra f (conjuntos de atributos para a discriminação

das infecções tardias simples com diferentes genótipos pelo T. cruzi - Figura 15C) e

letra g (conjuntos de atributos para a discriminação das infecções tardias mistas com

diferentes genótipos do T. cruzi - Figura 15D). As cores nas extremidades dos

diagramas de reatividade representam cada uma das diferentes infecções pelo T. cruzi:

amarelo (infecções recentes), marrom (infecções tardias), cinza claro (infecções

simples), cinza escuro (infecções mistas), vermelho (infecção pela cepa Colombiana),

verde (infecção pela cepa CL), azul escuro (infecção pela cepa Y), laranja (infecção

pelas cepas COL + CL), azul claro (infecção pelas cepas CL + Y) e rosa (infecção pelas

cepas COL + Y) (Figura 16B). Nos diagramas, os quadrados preenchidos em preto

demonstram quando as amostras de soros testadas pela TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

ATE-IgG2a foram positivas com cada um dos conjuntos de atributos selecionados pelas

árvores de decisão, em contraste, os quadrados que não foram preenchidos demonstram

a negatividade das amostras de soros com esses conjuntos de atributos. Tanto para as

infecções recentes quanto para as infecções tardias, a extremidade esquerda significa a

infecção verdadeira das amostras de soros, enquanto a extremidade direita representa a

classificação correspondente das infecções das amostras de soros avaliadas pela

TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a (Figura 16A).

Os resultados apresentados pelos diagramas demonstraram um maior número de

amostras de soros das infecções recentes classificadas incorretamente do que das

infecções tardias, o que demonstra que a TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a é

melhor para classificar amostras nas infecções tardias. Os dados demonstraram também

Page 117: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

98

que soros de camundongos com infecções simples pelo T. cruzi foram classificados

mais corretamente do que soros de camundongos com infecções mistas pelo T. cruzi,

nas infecções recentes. Em relação à categorização genótipo-específica das amostras,

soros de camundongos infectados com as cepas Y e COL + CL nas infecções recentes, e

com as cepas COL, Y, COL + CL e CL + Y nas infecções tardias, foram identificados

corretamente em maior número do que às outras infecções (Figura 16A).

Os gráficos da Figura 16C demonstraram por meio das linhas conectoras a

correspondência entre as infecções verdadeiras das amostras de soro, e a classificação

dessas mesmas amostras quando testadas pela TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a,

com cada um dos grupos separadamente, nas infecções recentes e nas infecções tardias.

No primeiro gráfico observa-se a correspêndencia das amostras de soros em relação ao

tempo de infecção (recente ou tardia), ao tipo de infecção (simples ou mista) e ao

genótipo. Os resultados demonstraram que das 310 amostras de soros testadas, 163

(53%) foram categorizadas corretamente quanto ao tempo de infecção, tipo e genótipo,

havendo uma grande correspondência de infecções verdadeiras e de infecções

classificadas nas infecções recentes com as cepas Y e COL + CL e nas infecções tardias

com as cepas COL, Y, COL + CL e CL + Y, representadas pelas linhas mais grossas. O

segundo gráfico demonstra a correspondência das amostras de soros verdadeiras e

classificadas quanto ao tipo de infecção e ao genótipo, sendo que das 310 amostras de

soros testadas, 22 (7%) foram definidas corretamente quanto a esses dois parâmetros,

porém foram categorizadas incorretamente em relação ao tempo de infecção. Os dados

evidenciaram uma grande correspondência de infecções verdadeiras e de infecções

classificadas com as cepas Y e COL + CL (linhas mais grossas). Já no terceiro gráfico

observa-se a correlação das amostras apenas quanto ao tipo de infecção, em que dos 310

soros testados, 66 (21%) foram classificados corretamente quanto a esse parâmetro e

incorretamente quanto ao tempo de infecção e ao genótipo. As infecções simples foram

categorizadas mais corretamente do que as mistas, nas infecções recentes, como

demonstrado pelas linhas. Avaliando a classificação em conjunto nessas três situações,

um total de 251 (81%) amostras de soros foram categorizadas corretamente, seja pela

tempo de infecção + tipo + genótipo (n=163), ou somente pelo tipo + genótipo (n=22),

ou ainda apenas pelo tipo (n=66), pela TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a. Além

do mais, avaliando essas três situações, o método classifica melhor nas infecções tardias

(85%), do que nas infecções recentes (75%) (Figura 16C).

Page 118: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

99

A tabela na Figura 16D evidencia as análises discriminantes das amostras de

soros testadas pela TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a. Considerando as amostras

de soros dos camundongos com infecções simples e mistas por diferentes genótipos do

T. cruzi: 71% das amostras dos infectados com a cepa COL, 27% das amostras dos

infectados com a cepa CL, 83% das amostas dos infectados com a cepa Y, 73% das

amostras dos infectados com as cepas COL + CL, 63% das amostras dos infectados com

as cepas CL + Y e 39% das amostras dos infectados com as cepas COL + Y, foram

classificadas corretamente como pertencentes aos seus respectivos grupos. A

TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a apresentou um grande potencial para

categorizar amostras de soros com infecções pelas cepas Y > COL + CL > COL >

CL+Y. Além do mais, das 310 amostras de soros testadas, essa técnica classificou

corretamente 125 (40%) infecções simples e 126 (41%) infecções mistas, num total de

acertos de 81% (Figura 16D).

Page 119: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

100

Proposta de Algoritmo Sequencial

163/310 – 53% 22/310 – 7% 66/310 – 21%(a) (b) (e)(c) (d) (f) (g)

16

9/2

00

85

%8

2/1

10

75

%

25

1/3

10

81

%

Diagramas de Reatividade – Conjuntos de Atributos Selecionados

Análises Discriminantes

Desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a na Avaliação da Reatividade de Infecções Experimentais Agudas e Crônicas com Diferentes Genótipos do T. cruzi

D

B

A

(a)

(b) (e)

(c) (d) (f) (g)

Aguda

Crônica

Simples

Mista

COL+Y

CL+Y

COL+CL

Y

CL

COL

Fases Tipos

Genótipos

Co

res

Ch

ave

s

Todas

Verdadeira Classificada

Concordância total – 251/310 Amostras–81%CInfecção AGUDA Infecção CRÔNICA

Fase

sTi

po

sG

enó

tip

os

EII5

00

55

%EI

20

00

55%

AII

50

0 6

0%TI

20

00

50%

AI1

00

0 2

5%EI

I10

00

40%

TI4

00

0 3

5%TV

I50

0 4

5%

TII1

00

0 7

0%TI

16

00

0 30

%EI

20

00

35%

AI5

00

15

%EI

I20

00

30%

TVI5

00

60

%TI

80

00

60%

AII

32

000

5%

TI4

00

0 5

0%A

II1

00

0 40

%EV

I10

00

45%

TI6

40

00

40%

AV

I50

0 4

0%A

I20

00

30%

AII

10

00

50%

EII4

00

0 5

0%G

enó

tip

os

Tip

os

Fase

s

(a) (b) (e)(c) (d) (f) (g)

Fase

sTi

po

sG

enó

tip

os

EII5

00

55

%EI

20

00

55%

AII

50

0 6

0%TI

20

00

50%

AI1

00

0 2

5%EI

I10

00

40%

TI4

00

0 3

5%TV

I50

0 4

5%

TII1

00

0 7

0%TI

16

00

0 30

%EI

20

00

35%

AI5

00

15

%EI

I20

00

30%

TVI5

00

60

%TI

80

00

60%

AII

32

000

5%

TI4

00

0 5

0%A

II1

00

0 40

%EV

I10

00

45%

TI6

40

00

40%

AV

I50

0 4

0%A

I20

00

30%

AII

10

00

50%

EII4

00

0 5

0%G

enó

tip

os

Tip

os

Fase

s

Fase & Tipo & Genótipo Tipo & Genótipo Tipo

Crô

nic

aA

gud

a

InfecçãoVerdadeira

InfecçãoClassificada

InfecçãoVerdadeira

InfecçãoClassificada

InfecçãoVerdadeira

InfecçãoClassificada

Verdadeira Classificada

Yn=54

4%(2)

7%(4)

83% (45)

0%(0)

4%(2)

2%(1)

Infecções Originais

GRUPOS

Sim

ple

s

Simples (n=143) Mista (n=167)

Mis

ta

COL

CL

Y

COL+CL

CL+Y

COL+Y

COLn=45

71% (32)

2%(1)

7%(3)

7%(3)

9%(4)

4%(2)

CLn=44

23%(10)

27% (12)

36%(16)

0%(0)

14%(6)

0%(0)

COL+CLn=44

9%(4)

0%(0)

0%(0)

73% (32)

11%(5)

7%(3)

CL+Yn=67

9%(6)

7%(5)

9%(6)

5%(3)

63% (42)

7%(5)

COL+Yn=56

23%(13)

7%(4)

5%(3)

13%(7)

13%(7)

39% (22)

Infe

cção

Cla

ssif

icad

a

Totaln=310

40%(125)

41%(126)

81%(251)

Page 120: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESULTADOS

101

Figura 16: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no diagnóstico da

infecção experimental pelo T. cruzi utilizando algoritmos sequenciais estabelecidos pela análise das

árvores de decisão. (A) Os diagramas de reatividade foram construídos para se obter uma visão

panorâmica da aplicabilidade da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no diagnóstico da infecção

experimental pelo T. cruzi. Foram utilizados os conjuntos de atributos (―antígeno/diluição do soro/ponto

de corte‖) definidos pelos algoritmos sequenciais das árvores de decisão para a construção dos diagramas

de reatividade para as infecções recentes (lado esquerdo) e para as infecções tardias (lado direito). As

letras representam cada conjunto de atributos fornecidos pelas as árvores de decisão: a- discriminação das

infecções recentes e tardias, b- discriminação das infecções recentes, simples e mistas, c- discriminação

das infecções tardias simples e mistas, d- discriminação das infecções recentes simples, e- discriminação

das infecções recentes mistas, f- discriminação das infecções tardias simples, g- discriminação das

infecções tardias mistas na fase crônica. (B) As cores representam cada uma das diferentes infecções pelo

T. cruzi: amarelo (infecções recentes), marrom (infecções tardias), cinza claro (infecções simples), cinza

escuro (infecções mistas), vermelho (infecção pela cepa Colombiana), verde (infecção pela cepa CL),

azul escuro (infecção pela cepa Y), laranja (infecção pelas cepas COL + CL), azul claro (infecção pelas

cepas CL + Y) e rosa (infecção pelas cepas COL + Y). Os quadrados preenchidos em preto demonstram

quando as amostras de soros testadas pela TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a foram positivas com

cada um dos conjuntos de atributos, e os quadrados que não foram preenchidos demonstram a

negatividade das amostras de soros com esses conjuntos de atributos. A extremidade esquerda representa

a infecção verdadeira das amostras de soros, e a extremidade direita à classificação correspondente dessas

infecções. (C) Gráficos de linhas demonstrando a correspondência entre as infecções verdadeiras das

amostras de soro, e a classificação dessas mesmas amostras, por meio das linhas conectoras, com cada um

dos grupos separadamente, nas infecções recentes e nas infecções tardias, para tempo de infecção + tipo +

genótipo, somente para tipo + genótipo e apenas para tipo. As cores dos grupos indicam: vermelho

(infecção pela cepa Colombiana), verde (infecção pela cepa CL), azul escuro (infecção pela cepa Y),

laranja (infecção pelas cepas COL + CL), azul claro (infecção pelas cepas CL + Y), rosa (infecção pelas

cepas COL + Y), cinza claro (infecções simples), cinza escuro (infecções mistas). (D) Análises

discriminantes das amostras de soros testadas pela TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a em infecções

simples e mistas, e em infecções genótipo específicas pelas cepas: Colombiana (COL), CL, Y, COL +

CL, CL + Y e COL + Y. Os números dentro das tabelas representam o percentual e o número de amostras

que foram classificadas dentro de cada grupo. Os percentuais e o número de amostras que foram

classificadas corretamente dentro dos seus respectivos grupos estão destacados em negrito.

Page 121: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

DISCUSSÃO

102

6. DISCUSSÃO

Page 122: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

DISCUSSÃO

103

Diversos estudos vêm associando a variabilidade genética do T. cruzi com as

características biológicas (ANDRADE & MAGALHÃES, 1997; LAURENT et al.,

1997; LANA et al., 1998; TOLEDO et al., 2002, 2003; TESTON et al., 2013;

OLIVEIRA-SILVA et al., 2015), epidemiológicas (MILES et al., 2009; ZINGALES et

al., 2012; TIBAYRENC & AYALA, 2015) e com as manifestações clínicas da doença

de Chagas (LAGES-SILVA et al., 2006; VIRREIRA et al., 2006; VALADARES et al.,

2007).

Trabalhos anteriores demonstraram que hospedeiros infectados com TcI (ou com

classificações equivalentes obtidas por outros marcadores) apresentaram resistência

total ou parcial, infectados com TcV ou TcVI (ou com classificações equivalentes)

resistência parcial e infectados com TcII (ou com classificações equivalentes)

susceptibilidade total ou parcial ao tratamento com benzonidazol (ANDRADE, 1974;

ANDRADE & MAGALHÃES, 1997; TOLEDO et al., 2003). Além do mais, foram

observadas mudanças no perfil de susceptibilidade ao tratamento com benzonidazol nas

infecções mistas experimentais, quando comparado às respectivas monoinfecções

(MARTINS et al., 2007). Diante destes estudos, a padronização da TcI/TcVI/TcII

Chagas-Flow ATE-IgG2a para o diagnóstico genótipo-específico da infecção pelo T.

cruzi torna-se de extrema importância em estudos futuros de monitoração pós-

terapêutica em pacientes chagásicos tratados.

Em relação às manifestações clínicas da doença de Chagas, ainda que não haja uma

correlação direta entre as diferentes formas clínicas e a genética do T. cruzi, estudos

demonstraram que os distintos genótipos do parasito estão associados com a doença de

Chagas mais ou menos grave clinicamente. A DTU TcI está associada com a doença de

Chagas menos grave, incluindo casos raros de cardiomiopatia chagásica, a DTU TcII

com as manifestações cardíacas, megacólon e megaesôfago e já a DTU TcVI com a

doença de Chagas aguda e crônica severa na região Cone Sul (LAGES-SILVA et al.,

2006; MILES et al., 2009; ZINGALES et al., 2012; MONJE-RUMI et al., 2015).

Assim, a padronização da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a para o diagnóstico

genótipo-específico da infecção pelo T. cruzi poderá auxiliar nesses estudos clínicos.

Além do mais, considerando a distinta distribuição geográfica das DTUs nas Américas

(ZINGALES et al., 2012; TIBAYRENC AND AYALA, 2015), a TcI/TcVI/TcII

Chagas-Flow ATE-IgG2a poderá ser uma nova ferramenta para genotipagem do T.

Page 123: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

DISCUSSÃO

104

cruzi, e assim auxiliar em estudos de implementação de vigilância epidemiológica e

controle da doença de Chagas em diferentes regiões.

As técnicas de biologia molecular utilizadas para a genotipagem do T. cruzi

apresentam algumas limitações metodológicas, tais como: complexidade, sensibilidade

(CONSENTINO AND AGUERO, 2012; ZINGALES et al., 2012; HIGUERA et al.,

2013; CURA et al., 2015), necessidade de uma combinação de vários marcadores

genéticos para detectar e distinguir os genótipos do T. cruzi (D´ÁVILLA et al., 2009;

LEWIS et al., 2009; OLIVEIRA et al., 2015), o isolamento do parasito do sangue por

métodos parasitológicos de baixa sensibilidade na fase crônica, a possibilidade da

genotipagem subestimar as cepas presentes nos tecidos e a possível seleção clonal

desses parasitos, devido ao crescimento in vitro (MACEDO et al., 1998; VAGO et al.,

2000; D´AVILLA et al., 2009; MACEDO et al., 2004; BURGOS et al., 2010;

MANTILLA et al., 2010; LO PRESTI et al., 2014; SALES-CAMPOS et al., 2014).

Diante dessas limitações, é também necessário o desenvolvimento de métodos para o

diagnóstico e sorotipagem da doença de Chagas.

Com o intuito de desenvolver uma técnica sorológica inovadora para o diagnóstico

universal e genótipo-específico da infecção experimental pelo T. cruzi, o objetivo desse

trabalho foi otimizar a metodologia Chagas-Flow ATE, descrita originalmente por

ALESSIO et al. (2014). Essa técnica utiliza como antígenos um conjunto de cepas de

distintas DTUs do T. cruzi (Figura 1), representativas dos três mais importantes

genótipos do parasito associados com a infecção humana da doença de Chagas na

América Latina (TcI, TcVI, TcII) (LAGES-SILVA et al., 2006; RAMÍREZ et al., 2010;

ZINGALES et al., 2012), embora outras DTUs existam tais como TcIII (CARDINAL et

al., 2008; MARCILI et al., 2009; CÂMARA et al., 2010), TcIV recentemente descrita

como associada à transmissão oral (COURA et al., 2002; VALENTE et al., 2009) e

TcV relacionada com as formas clínicas clássicas da doença de Chagas (cardíaca e

digestiva) (VIRREIRA et al., 2006).

Trabalhos anteriores já demonstraram a influência do genótipo do parasito no

padrão do perfil de anticorpos em modelos experimentais (SANTOS et al., 2009). Além

do mais, foi descrito a cepa dependência do T. cruzi na detecção de anticorpos líticos no

teste de lise mediada pelo complemento, sugerindo que características genótipo-

específicas podem estar envolvidas na indução de anticorpos líticos (KRETTLI et al.,

1979; WALLACE et al., 1995; ZULANTAY et al., 1998). Assim, é necessário

Page 124: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

DISCUSSÃO

105

considerar a variabilidade genética do T. cruzi no desenvolvimento de testes de

diagnóstico da doença de Chagas, tendo em vista que pacientes de diferentes áreas

geográficas, infectados com distintos genótipos do parasito, apresentaram uma

reatividade diferencial das suas amostras no diagnóstico da doença de Chagas, quando

os mesmos antígenos foram empregados (UMEZAWA et al., 1999; UMEZAWA et al.,

2004; VERANI et al., 2009).

DISCUSSÃO – CAPÍTULO 1

Nesse estudo, foi avaliado o desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-

IgG2a no diagnóstico universal e genótipo-específico da infecção experimental pelo T.

cruzi, simulando dois protótipos populacionais, que podem representar a distribuição

geográfica da doença na América Latina. O primeiro protótipo populacional representa

regiões onde TcI, TcVI e TcII são co-endêmicos, como no Brasil (ZINGALES et al.,

2012). No segundo protótipo populacional foi avaliado o desempenho combinado da

TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a para discriminar infecções com as cepas

TcI/Colombiana x TcII/Y (Figura 6). Os resultados demonstraram que independente do

protótipo populacional, a TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a apresentou um

excelente desempenho no diagnóstico universal da infecção experimental pelo T. cruzi,

com uma área sob a curva de 1, o que significa uma excelente acurácia do teste, e

sensibilidade e especificidade de 100%, utilizando os conjuntos de atributos ―antígeno

de TRIPO TcII na diluição 1:500, com ponto de corte de 20%‖ (Figuras 2 e 3).

Embora a sensibilidade da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a varia de acordo

com o antígeno empregado, o antígeno de TRIPO TcII foi capaz de detectar a

sororeatividade em todas as amostras de soros dos camundongos infectados com

distintos genótipos do T. cruzi e a soronegatividade nas amostras de soros dos

camundongos não infectados pelo parasito (Figuras 2 e 3). Corroborando com esse

trabalho, BHATTACHARYYA et al. (2014) também observaram por meio de uma

sorotipagem, que todas as amostras de soros de hospedeiros infectados pelo T. cruzi

reconheceram o lisado antigênico TcII do parasito. Um dos antígenos mais utilizados no

diagnóstico da doença de Chagas é também originário da cepa Y, obtido por extração

alcalina (VITOR AND CHIARI, 1987) e usado nas técnicas de ELISA e IFI, sugerindo

a utilização dessa DTU para o diagnóstico universal da infecção pelo T. cruzi,

Page 125: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

DISCUSSÃO

106

corroborando assim com os resultados de BHATTACHARYYA et al. (2014). Uma

vantagem da utilização do antígeno TcII para o diagnóstico universal da doença de

Chagas no Brasil é o fato desta DTU estar mais relacionada ao ciclo doméstico da

infecção, além do mais ela apresenta uma alta prevalência no centro, sul e sudeste do

Brasil (ZINGALES et al., 2012; TIBAYRENC AND AYALA, 2015).

A TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a apresentou um bom desempenho para

segregar infecções tardias simples com as cepas TcI/Colombiana, TcVI/CL e TcII/Y

com os conjuntos de atributos: ―antígeno de amastigota TcII na diluição 1:1000, com

ponto de corte de 40%‖, ―antígeno de tripomastigota TcI na diluição 1:4000, com ponto

de corte de 50%‖ e ―antígeno de epimastigota TcVI na diluição 1:1000, com ponto de

corte de 45%‖ (Figuras 2, 4, 5 e 6). No geral, camundongos infectados com

TcI/Colombiana e TcII/Y apresentaram padrões opostos de reatividade das amostras de

soros nas infecções tardias, com os antígenos de tripomastigota TcI e amastigota TcII,

enquanto camundongos infectados com TcVI/CL apresentaram um padrão de

distribuição atípico (Figuras 4, 5 e 6). Esse fenômeno reflete a origem filogenética das

DTUs (ZINGALES et al., 2012), em que TcI e TcII são DTUs ancestrais e apresentam

localizações polares no dendograma, assim como são também polares as suas

características biológicas (LAURENT et al., 1997; REVOLLO et al., 1998; GUEDES et

al., 2002; TOLEDO et al., 2003; FREITAS et al., 2006; ANDRADE et al., 2011),

enquanto TcVI por ter uma origem híbrida, apresenta características de intensidade

intermediária em relação aos genótipos polares (REVOLLO et al., 1998; GUEDES et

al., 2002, FREITAS et al., 2006). As DTUs TcI e TcII apresentam características

opostas quanto à multiplicação e diferenciação ou metaciclogênese em culturas

(ANDRADE AND MAGALHÃES, 1997; LAURENT et al., 1997; ANDRADE et al.,

2011), infectividade e metaciclogênese no vetor (LANA et al., 1998), infectividade,

parasitemia, tropismo tecidual e patogenicidade em animais de experimentação

(ANDRADE, 1985; ANDRADE AND MAGALHÃES, 1997; TOLEDO et al., 2002),

susceptibilidade ou resistência ao tratamento (ANDRADE, 1974; FILARDI AND

BRENER, 1987, ANDRADE AND MAGALHÃES et al., 1997, TOLEDO et al.,

2003), bem como em relação as manifestações clínicas da doença (LAGES-SILVA et

al., 2006; ZINGALES et al., 2012; OLIVEIRA et al., 2017), embora esta associação

não tenha sido claramente demonstrada.

Page 126: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

DISCUSSÃO

107

O desempenho combinado da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no

diagnóstico genótipo-específico da infecção pelo T. cruzi nas infecções tardias, difere

dependendo do protótipo populacional utilizado para representar distintas regiões

geográficas de infecções pelo parasito na América Latina. No primeiro protótipo

populacional (TcI/TcVI/TcII), os dados demonstraram uma baixa acurácia global

(68,8%, LOOCV=58%) para discriminar infecções com as cepas TcI/Colombiana,

TcVI/CL e TcII/Y (Figura 6). Por outro lado, a TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2

foi capaz de discriminar infecções com as cepas TcI/Colombiana e TcII/Y, no segundo

protótipo populacional (TcI/TcII), com uma alta acurácia global (93,8%,

LOOCV=87.5%) (Figura 6). Outros estudos também vêm buscando padronizar

métodos sorológicos para a genotipagem do T. cruzi. No entanto, corroborando com

esse trabalho, essas metodologias também não foram capazes de discriminar todos os

genótipos do parasito, principalmente as DTUs híbridas (DI NOIA et al. 2002;

BHATTACHARYYA et al., 2010; MENDES et al., 2013, BHATTACHARYYA et al.,

2014, 2015).

DI NOIA et al., (2002) descreveram dois antígenos do T. cruzi, denominados

antígeno pequeno de superfície de tripomastigotas (TSSA), porém com habilidade

apenas para distinguir as linhagens T. cruzi I (TcI) e T. cruzi II (TcII a TcVI). Dando

continuidade a esses estudos, BHATTACHARYYA et al. (2010) identificou TSSA II

como um antígeno capaz de reconhecer infecções por TcII, TcV e TcVI, como distintas

de infecções por TcI, TcIII e TcIV. Os autores encontraram uma maior diversidade

linhagem-específica do que havia sido previamente descrito, porém esse antígeno não

foi capaz de identificar as DTUs individualmente. Nessa mesma proposta,

BHATTACHARYYA et al. (2014) avaliaram por ELISA a reatividade de amostras de

soros de camundongos infectados por diferentes genótipos do T. cruzi e amostras de

soros humanas de diferentes países das Américas, com o antígeno TSSA. Estes autores

observaram que os soros dos camundongos infectados com TcII, TcV e TcVI

reconheceram o peptídeo comum de TSSApep-II/V/VI, e as amostras dos camundongos

infectados com TcIII e TcIV reagiram com seus respectivos peptídeos TSSA. Em

relação às amostras de soros humanas, 79/83 soros que reconheceram o peptídeo

comum de TSSA-pepII/V/VI eram provenientes de países do Cone Sul e quatro do

Equador. Desses 83 soros, 13 também reconheceram o peptídeo TSSApep-V/VI, sendo

12 amostras dos países do Cone Sul e uma do Equador. Os soros da Venezuela,

Page 127: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

DISCUSSÃO

108

Argentina, Brasil e Colômbia que reconheceram TSSApep-III também reconheceram

TSSApep-IV. Nenhuma reação específica com o peptídeo TSSApep-I foi observada

dentre as amostras de soros provenientes dos países do Norte. Além do mais, esse

antígeno não foi capaz de detectar anticorpos independente da origem do soro

chagásico, com exceção de duas amostras.

Ainda que o peptídeo TSSA seja um marcador sorológico para identificar os

genótipos do T. cruzi em infecções humanas e experimentais, esse antígeno não foi

capaz de identificar as DTUs individualmente, e a reatividade das amostras de soros

com o antígeno TSSA-pepI. Em contraste a esse trabalho, a técnica TcI/TcVI/TcII

Chagas-Flow ATE-IgG2a foi capaz de reconhecer a alta reatividade da maioria das

amostras de soros dos camundongos infectados com a cepa Colombiana/TcI com o

antígeno da cepa Colombiana/TcI e a baixa reatividade com o antígeno da cepa Y/TcII;

e a alta reatividade da maioria das amostras de soros dos camundongos infectados com a

cepa Y/TcII com o antígeno da cepa Y/TcII e a baixa reatividade com o antígeno da

cepa Colombiana/TcI, com uma alta acurácia global de 94%, para infecções com TcI e

TcII (Figura 6), demonstrando o potencial dessa técnica para o diagnóstico genótipo-

específico da infecção experimental pelo T. cruzi.

Nas análises discriminantes da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a em

infecções tardias pelo T. cruzi, com as cepas Colombiana/TcI, CL/TcVI e Y/TcII,

apenas 11 (38%) das amostras de soros dos camundongos infectados com a cepa

CL/TcVI foram classificadas corretamente como pertencentes ao seu respectivo grupo,

em contraste a 24 (82,8%) e 29 (82,9%) amostras de soros dos camundongos infectados

com as cepas Colombiana/TcI e Y/TcII, respectivamente (Figura 7A). Os dados

demonstram novamente que o fato de TcVI ser híbrida, possuir TcI, TcII e TcIII como

grupos ancestrais (WESTENBERGER et al., 2005, FREITAS et al., 2006, STURM

AND CAMPBELL, 2010), seja natural que compartilhe características com TcI e TcII,

o que justifica a reatividade cruzada dessa DTU com antígenos de TcI e TcII e o fato de

apenas 38% das amostras serem classificadas corretamente como TcVI.

Trabalhos como o de MENDES et al. (2013) identificaram epitopos de células B

derivados do genoma da cepa CL Brener, conservados e polimórficos, para serem

utilizados no sorodiagnóstico e na sorotipagem da doença de Chagas por ELISA. A

reatividade de amostras de soros de camundongos na fase crônica infectados com as

cepas Colombiana (TcI), CL (TcVI) e Y (TcII) e de amostras de soros humanas de

Page 128: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

DISCUSSÃO

109

indivíduos infectados com TcI e TcII foram testadas com esses peptídeos. Os autores

demonstraram haver um peptídeo conservado com alta sensibilidade e especificidade

para a identificação do T. cruzi em pacientes infectados com diferentes cepas do

parasito e três peptídeos polimórficos para discriminar os genótipos TcI, TcVI e TcII do

T. cruzi. Em concordância com o presente trabalho, na qual os soros dos camundongos

infectados com a cepa CL/TcVI apresentou reatividade cruzada com os antígenos

testados na TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a, MENDES et al. (2013) também

observaram reatividade cruzada dos soros dos camundongos infectados com TcVI com

os peptídeos polimórficos utilizados para discriminar os genótipos TcI e TcII do T.

cruzi.

Uma vantagem desse atual trabalho é o grande número de amostras de soros de

camundongos nas infecções tardias pelo T. cruzi (n=93) que foram testadas pela

TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a, frente a apenas 18 amostras de soros testadas

por MENDES et al. (2013). Resultados contraditórios foram descritos posteriormente

por BHATTACHARYYA et al. (2014), ao demonstrar que o epitopo TcI descrito por

MENDES et al. (2013) foi observado como conservado em todas as linhagens do T.

cruzi. O desenvolvimento da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a para o

diagnóstico genótipo-específico da infecção experimental pelo T. cruzi reforça a

necessidade da melhoria da pesquisa antigênica e do desenvolvimento de painéis

robustos de epitopos cepa-específicos, a fim de desenvolver um método que possa ser

utilizado em estudos epidemiológicos de larga escala. Uma diferença desse trabalho em

relação aos de MENDES et al. (2013), BHATTACHARYYA et al. (2010, 2014, 2015),

é a utilização da citometria de fluxo, ao invés do teste de ELISA, que apresenta como

principal vantagem a possibilidade de uma análise multiparamétrica em plataforma

única (MARTINS-FILHO et al., 1995; CORDEIRO et al., 2001; VITELLI-AVELAR et

al., 2007; ALESSIO et al., 2014; TEIXEIRA-CARVALHO et al., 2015). Além do mais,

algumas técnicas que utilizam como ferramenta a citometria de fluxo, como a

TcI/TcVI/TcII Chagas Flow ATE-IgG2a, empregam a análise pelo algoritmo invertido

dessincronizado. Nesse algoritmo é possível avaliar a presença de anticorpos específicos

para diferentes espécies ou formas evolutivas de parasitos, padronizados com distintas

diluições, para avaliação da reatividade em uma única amostra de soro e em um único

teste. A utilização de tais técnicas, que utilizam esse algoritmo, possibilita a avaliação

Page 129: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

DISCUSSÃO

110

de maiores diluições das amostras de soros testadas do que as metodologias sorológicas

convencionais, sendo assim testes altamente sensíveis e específicos (LEMOS et al.,

2007; GARCÍA et al., 2009; ALESSIO et al., 2014; TEIXEIRA-CARVALHO et al.,

2015).

Na primeira parte do trabalho, foi avaliada a reatividade apenas das amostras de

soros dos camundongos com infecções tardias simples pelo T. cruzi pela TcI/TcVI/TcII

Chagas Flow ATE-IgG2a. Essa abordagem inicial foi essencial para verificar o

potencial dessa metodologia no diagnóstico genótipo-específico da infecção

experimental pelo T. cruzi.

Uma vez que em infecções recentes simples, o parasito é encontrado facilmente na

circulação (parasitemia patente), a genotipagem do T. cruzi pode ser realizada por

métodos moleculares que isolam o parasito diretamente do sangue (D´ÁVILLA et al.,

2009; LEWIS et al., 2009; OLIVEIRA et al., 2015), sem o viés de algumas populações

poderem estar presentes nos tecidos, como ocorre em infecções mistas (MACEDO

AND PENA, 1998; VAGO et al., 2000; MACEDO et al.,2002; MANTILLA et al.,

2010; LO PRESTI et al., 2014; SALES-CAMPOS et al., 2014), ou serem diluídas ou

até mesmo perdidas após o manuseio em cultivo celular e acelular (LAURIA-PIRES et

al., 1997; BOSSENO et al., 2000; SOLARI et al., 2001; ORTIZ et al., 2015).

As metodologias utilizadas na tipagem molecular do T. cruzi compreendem: o

critério de LEWIS et al. (2009), baseado na variabilidade da sequência do domínio

divergente D7 do gene ribossômico da subunidade 24SαrRNA (LSU-rDNA) (SOUTO

et al., 1996) e em duas tipagem do polimorfismo do comprimento do fragmento de

restrição do kDNA dos mincírculos (RFLP), por meio da PCR (PCR-RLFP), da

proteína de choque térmico 60 (HSP60) e da glicose-6-fosfato-isomerase (GPI). O

critério de D´ÁVILLA et al. (2009), baseado no polimorfismo do gene mitocondrial da

citocromo oxidase subunidade II pela RFLP-PCR (FREITAS et al., 2006), do espaçador

intergênico SL-IL do mini-exon (BURGOS et al., 2007) e na LSU-rDNA, também pode

ser utilizado para a genotipagem do T. cruzi em infecções simples. A PCR-RFLP

multilocus (MLP), o qual analisa o polimorfismo genético de distintos loci do T. cruzi

(ROZAS et al., 2007), a eletroforese isoenzimática multilocus-MLEE (BARNABÉ et

al., 2000) e a técnica de DNA polimórfico amplificado aleatoriamente-RAPD (BRISSE

et al., 2000) também tem sido utilizadas para a genotipagem do parasito, principalmente

em infecções simples do T. cruzi, ambos empregando diferentes marcadores e etapas.

Page 130: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

DISCUSSÃO

111

No entanto, essas estratégias necessitam da análise de um grande número de loci para

discriminar as linhagens do T. cruzi, além da análise de complexos padrões

eletroforéticos (TIBAYRENC et al., 1993). Esses métodos são capazes de discriminar

as linhagens do parasito, mas a interpretação dos resultados é frequentemente propícia a

erros, devido ao poder discriminatório de um teste que se baseia na inspeção visual de

pequenas diferenças nas bandas eletroforéticas ou mesmo na avaliação da intensidade

de alguns produtos de amplificação (BRISSE et al., 2001).

DISCUSSÃO – CAPÍTULO 2

Na segunda parte do trabalho foi avaliada a reatividade das 310 amostras de

soros do estudo, compreendendo: camundongos com infecções simples pelo T. cruzi nas

infecções recentes e tardias e camundongos com infecções mistas pelo T. cruzi nas

infecções recentes e tardias (Figuras 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15 e 16). Essa abordagem

mais ampla foi essencial para avaliar o desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas Flow

ATE-IgG2a no diagnóstico genótipo-específico da infecção experimental pelo T. cruzi.

Além de verificar o desempenho do método proposto para diferenciar infecções

experimentais pelo T. cruzi infecções recentes e tardias e em infecções simples e mistas

do parasito.

Na maioria das áreas endêmicas para a doença de Chagas, os indivíduos estão

expostos à várias reinfecções, e consequentemente apresentam diferentes populações do

T. cruzi ao longo do curso da doença (BOSSENO et al., 1996; BRENIÉRE et al., 1998;

SOLARI et al., 2001; LEHANE et al., 2000; MANTILLA et al., 2010; MONJE-RUMI

et al., 2015). Dessa maneira, essa segunda parte do estudo teve como objetivo avaliar

em modelo experimental o que ocorre na natureza em humanos. Além do mais, a

inclusão das infecções recentes nesse caso foi essencial, devido ao tropismo do parasito

por diferentes tecidos do hospedeiro em infecções mistas pelo T. cruzi (VAGO et al.,

2000; MANTILLA et al., 2010; LO PRESTI et al., 2014; SALES-CAMPOS et al.,

2014). De acordo com o ―Modelo Histiotrópico Clonal‖ para o T. cruzi, as linhagens do

parasito presentes no tecido podem ser distintas daquelas que são isoladas do sangue, e

consequentemente as populações disponíveis para análise podem diferir daquelas que

causam lesão tecidual (MACEDO AND PENA, 1998; MACEDO et al., 2002). Em

infecções mistas, distintos genótipos do parasito podem ser encontrados no sangue e nos

Page 131: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

DISCUSSÃO

112

órgãos, de acordo com a fase ou tempo de infecção. Paralelamente, o conhecimento que

se tem do polimorfismo sanguíneo (BRENER AND CHIARI, 1963) do T. cruzi e do

papel da resposta imune específica, que surgem ao longo da infecção na modulação da

presença de uma ou outra cepa na circulação sanguínea (KRETTLI et al., 1979), em

função da morfologia predominante na população deste parasito, já foram relatados.

VAGO et al. (2000) demonstraram que diferentes populações do T. cruzi estavam

associadas com o coração e esôfago dos pacientes. Parasitos de distintas DTUs,

infecções mistas por TcII + TcV e simples por TcI no sangue periférico, além de

infecções simples por TcI no fluido cerebroespinhal, foram encontrados no mesmo

hospedeiro (BURGOS et al., 2008). MANTILLA et al. (2010) observaram a presença

de T. cruzi II no coração e T. cruzi I no esôfago de um mesmo paciente na Colômbia,

em uma área endêmica onde supostamente T. cruzi I é o principal agente da doença de

Chagas. De fato, T. cruzi II foi detectado em 25% dos corações dos pacientes que

apresentavam cardiomiopatia, contrastando como apenas 9% no sangue do mesmo

paciente. SALES-CAMPOS et al. (2014) demonstraram que as populações sanguíneas

do T. cruzi foram associadas com TcII durante as fases aguda e crônica e na

imunossupressão. Nos tecidos, na fase aguda a DTU TcII foi mais prevalente do que a

TcI, já na fase crônica a DTU TcI foi mais prevalente do que a TcII. Outros estudos,

porém, observaram um predomínio de TcI no sangue sob TcII (TOLEDO et al., 2002;

ANEZ et al., 2004; BOTERO et al., 2007). TOLEDO et al. (2002) detectaram um

aumento do parasitismo no sangue e nos tecidos em camundongos infectados com os

clones dos genótipos 19 (TcI), 20 (TcI) e 39 (híbrido) do T. cruzi na fase aguda,

enquanto que na fase crônica apenas clones do genótipo 39 (híbrido) foram

correlacionados com o alto parasitismo tecidual. A sobrevivência de uma população

parasitária no sangue é provavelmente relacionada com o seu escape da resposta imune

do hospedeiro (KRETTLI et al., 1979; WALLACE et al., 1995). Geralmente cepas

largas do parasito são mais resistentes à lise mediada pelo complemento, permanecendo

assim mais tempo na circulação do que cepas com predomínio de formas mais delgadas.

Assim, a padronização da TcI/TcVI/TcII Chagas Flow ATE-IgG2a foi essencial para o

diagnóstico genótipo-específico de infecções experimentais mistas do T. cruzi nas

infecções recentes e tardias.

Alguns métodos moleculares são utilizados para a genotipagem do T. cruzi

diretamente de amostras biológicas, sem a necessidade de isolamento do parasito do

Page 132: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

DISCUSSÃO

113

sangue e cultivo in vitro, tais como pela PCR primer específico único de baixa

adstringência (LSSP-PCR) (VAGO et al., 2000; LAGES-SILVA et al., 2006), pela

análise do polimorfismo do rDNA (FREITAS et al., 2005; BURGOS et al., 2007) e

pelas análise do polimorfismo de microssatélites (BURGOS et al., 2008; VALADARES

et al., 2008), sendo importantes para o melhor entendimento da patogênese da doença

de Chagas. No entanto, essas técnicas apresentam uma alta complexidade, necessitam

de equipamentos e reagentes especializados com um custo elevado, e de operadores

bem treinados. Devido a este fato, a padronização de métodos sorológicos para o

diagnóstico genótipo-específico da infeção pelo T. cruzi, com um amplo repertório

antigênico é de grande importância para agregar esse processo e reduzir os custos

(BHATTACHARYYA et al., 2010, MENDES et al., 2013; BHATTACHARYYA et

al., 2014, 2015), como proposto nesse trabalho pela TcI/TcVI/TcII Chagas Flow ATE-

IgG2a.

Nesta segunda parte do trabalho repetiu-se o algoritmo proposto para a

TcI/TcVI/TcII Chagas Flow ATE-IgG2a no diagnóstico genótipo-específico de

camundongos com infecções recentes e simples (Figuras 6, 14 e 15). No entanto, foram

utilizadas análises estatísticas complementares, como as realizadas pelo programa R, do

cálculo da distância modular entre as médias dos grupos a serem segregados. Essas

análises selecionaram os mesmos conjuntos de atributos (―antígeno/diluição do

soro/ponto de corte‖) empregados no diagnóstico genótipo-específico de infecções

recentes simples pelo T. cruzi, já padronizados na primeira parte do trabalho,

confirmando assim a coerência e veracidade dos dados obtidos (Figuras 6, 14 e 15).

A TcI/TcVI/TcII Chagas Flow ATE-IgG2a apresentou um bom desempenho

para discriminar infecções recentes e tardias pelo T. cruzi, com uma acurácia global

moderada (81%). O conjunto de atributos: ―antígeno de EPI TcII na diluição 1:500, com

ponto de corte de 55%‖ foi o melhor para distinguir infecções pelo T. cruzi nas

infecções recentes e tardias, e por isso foi escolhido pela árvore de decisão como

atributo raiz (Figura 9). Esse dado é de extrema importância, uma vez que em

laboratórios de pesquisas, por diversas vezes não se sabe ao certo a procedência das

amostras que serão avaliadas. Além disso, trabalhos prévios demonstraram o

comportamento distinto dos diferentes genótipos do T. cruzi em hospedeiros de acordo

com o tempo de infecção (ANDRADE et al., 1992; TOLEDO et al., 2003, 2004), sendo

essencial distinguí-lo.

Page 133: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

DISCUSSÃO

114

ANDRADE et al. (1992) observaram que na fase aguda cepas do grupo genético

T. cruzi (híbridos) foram susceptíveis, do grupo genético T. cruzi II (TcII) parcialmente

a altamente susceptíveis e do grupo genético T. cruzi I (TcI) resistentes ao tratamento

com benzonidazol e nifurtimox. Já na fase crônica, as cepas do grupo T. cruzi I (TcI)

foram parcialmente susceptíveis ao tratamento com benzonidazol. TOLEDO et al.

(2003) também demonstram diferenças na resposta ao tratamento de acordo com o

genótipo do parasito e a fase da infecção. Clones do genótipo 39 (híbridos) foram

resistentes ao tratamento com itraconazol na fase aguda e parcialmente susceptíveis à

esse tratamento na fase crônica. Já clones do genótipo 32 (TcII) foram parcialmente

susceptíveis ao tratamento com itraconazol na fase aguda e susceptíveis à esse fármaco

na fase crônica. TOLEDO et al. (2004) observaram após o tratamento com

benzonidazol uma redução no parasitismo tecidual em camundongos infectados com

clones do genótipo 19 (TcI) e uma diminuição no processo inflamatório em clones dos

genótipos 20 (TcI) e 32 (TcII) do T. cruzi na fase aguda. Já na fase crônica foi

demonstrado após o tratamento com benzonidazol, uma redução no parasitismo tecidual

em camundongos infectados com clones do genótipo 39 (híbrido), enquanto que na fase

aguda esse grupo genético apresentou um maior parasitismo em relação ao grupo não

tratado. Diante disso, a TcI/TcVI/TcII Chagas Flow ATE-IgG2a surge como uma nova

ferramenta capaz de distinguir infecções pelo T. cruzi nas infecções recentes e tardias.

Um dado interessante desse trabalho foi a alta reatividade das amostras de soros

com o antígeno das formas tripomastigotas nas infecções recentes e tardias, elevando-se

nas infecções tardias, e a baixa reatividade dessas mesmas amostras de soros com o

antígeno das formas amastigotas e epimastigotas nas infecções recentes, porém

elevando-se nas infecções tardias (Figura 9). Esse resultado condiz exatamente com o

ciclo biológico do T. cruzi, em que na fase aguda predominam as formas

tripomastigotas, já na fase crônica essas formas desaparecem da circulação e

permanecem nos tecidos do hospedeiro, transformando-se em amastigotas que se

multiplicam por divisão binária simples longitudinal, diferenciando-se em

tripomastigotas sanguíneas, que com o rompimento da célula caem na corrente

sanguínea junto com algumas formas amastigotas que não se diferenciaram (BRENER,

1973; DIAS, 2000). No entanto, elas não serão mais facilmente detectáveis na

circulação devido a imunidade específica existente na fase crônica. As formas

epimastigotas, mesmo não estando presentes nos hospedeiros vertebrados,

Page 134: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

DISCUSSÃO

115

compartilham antígenos com outras formas evolutivas do T. cruzi, o que pode explicar o

sucesso de seu uso nas técnicas sorológicas empregadas no diagnóstico de rotina da

doença de Chagas. As amostras de soros dos camundongos infectados pelo T. cruzi

apresentaram alta reatividade tanto nas infecções recentes, quanto nas infecções tardias

com o antígeno de tripomastigota do genótipo TcII, demonstrando novamente ser um

bom antígeno para o diagnóstico universal da infecção experimental pelo T. cruzi, assim

como observado na primeira parte do estudo (Figura 9). Os resultados demonstraram

ainda uma maior reatividade das amostras de soros dos camundongos nas infecções

tardias em relação às infecções recentes com as três formas evolutivas do parasito

(AMA, TRIPO e EPI), dentro do conjunto dos nove pares de atributos pré-selecionados

(Figura 9). Esse fato pode estar relacionado com uma maior espeficidade da resposta

imune do hospedeiro, e consequentemente com uma maior reatividade dos anticorpos

adquiridos ao longo das infecções tardias (ROWLAND et al., 1992; BRENER AND

GAZZINELII, 1997; CORDEIRO et al., 2001; SANTOS et al., 2009).

A técnica TcI/TcVI/TcII Chagas Flow ATE-IgG2a apresentou um maior

potencial para discriminar infecções tardias pelo T. cruzi, uma vez que das 200 amostras

de soros provenientes das infecções tardias avaliadas, 187 (94%) foram classificadas

corretamente, em contraste a 63 (57%) das 110 amostras de soros das infecções

recentes.

Um grande diferencial da TcI/TcVI/TcII Chagas Flow ATE-IgG2a foi a

capacidade dessa metodologia de discriminar infecções pelo T. cruzi simples e mistas na

nas infecções recentes com uma acurácia global moderada (85%). O conjunto de

atributos ―antígeno de tripomastigota TcI na diluição 1:2000, com ponto de corte de

50%‖ foi o melhor para segregar infecções recentes, simples e mistas pelo T. cruzi,

sendo escolhido pela árvore de decisão como atributo raiz (Figura 11). Essa

metodologia também foi capaz de segregar infecções pelo T. cruzi tardias, simples e

mistas com uma acurácia global moderada (84%). O conjunto de atributos ―antígeno de

tripomastigota TcI na diluição 1:8000, com ponto de corte de 60%‖ foi o melhor para

segregar infecções tardias, simples e mistas pelo T. cruzi, sendo escolhido pela árvore

de decisão como atributo raiz (Figura 11). Esses dados são de extrema importância,

uma vez que o comportamento dos genótipos do parasito nos hospedeiros difere em

infecções simples e mistas pelo T. cruzi (MARTINS et al., 2006, 2007). Trabalhos

prévios demonstraram que em infecções mistas pelo T. cruzi ocorre uma interação entre

Page 135: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

DISCUSSÃO

116

os grupos genéticos do parasito e não apenas uma justaposição das suas características,

resultando assim em mudanças nas propriedades biológicas dos parasitos em associação

(DEANE et al., 1984; PINTO et al., 1998; DA SILVEIRA et al., 2000; MARTINS et

al., 2006, 2007; RAGONE et al., 2012). Trabalhos como os de MARTINS et al. (2006)

demonstraram diferenças significativas nos parâmetros relacionados à parasitemia:

período pré-patente, período patente, máximo de parasitemia e dia do pico máximo, em

camundongos infectados com clones do T. cruzi em infecções simples e mistas.

MARTINS et al. (2007) também observaram mudanças na resposta ao tratamento com

benzonidazol em camundongos com infecções simples e mistas com clones do T. cruzi,

sendo que nove das 24 infecções mistas modificaram o perfil de susceptibilidade ao

benzonidazol, quando comparado às respectivas infecções simples ou monoclonais. Nas

infecções simples a taxa de cura foi de: 70% para camundongos infectados com clones

do genótipo 19 (TcI), 70% para clones do genótipo 32 (TcII) e 50% para clones do

genótipo 39 (híbrido). Já nas infecções mistas, o percentual de cura foi de: 0% para

camundongos infectados com os clones 19 + 20 (TcI + TcI), 59,1% para a mistura dos

clones 39 + 32 (híbrido + TcII), 25,9% para a mistura dos clones 19 + 39 (TcI +

híbrido) e 22,7% para a mistura dos clones 19 + 32 (TcI + TcII). ARAÚJO et al. (2007)

demonstraram que isolados do T. cruzi I (TcI) apresentaram um longo tempo de

multiplicação em culturas in vitro (19,5h), quando comparado ao isolado T. cruzi II

(TcII) em que o tempo foi de 9,6h. Por outro lado, infecções mistas de T. cruzi I + T.

cruzi II (TcI + TcII) apresentaram um tempo de multiplicação intermediário de 13,9h.

Além do mais, esses autores demonstraram que a coinfecção resultou em um padrão de

colonização dos parasitos distinto no trato intestinal de Triatoma brasiliensis quando

comparado às infecções simples; em que T. cruzi I (TcI) e T. cruzi I + T. cruzi II (TcI +

TcII) colonizaram predominantemente a parede e o lúmen retal e T. cruzi II (TcII) o

intestino delgado dos triatomíneos.

Diante das mudanças do comportamento biológico e resposta ao tratamento das

distintas DTUs do T. cruzi em infecções simples e mistas, a TcI/TcVI/TcII Chagas Flow

ATE-IgG2a passa a ser de extrema importância para discriminar ambas as infecções.

Sendo assim, esse estudo foi pioneiro no desenvolvimento de um método sorológico por

citometria de fluxo capaz de distinguir infecções simples e mistas do T. cruzi, tanto em

infecções recentes quanto em infecções tardias. Os testes sorológicos que vem sendo

padronizados para a sorotipagem das distintas DTUs do parasito avaliaram apenas a

Page 136: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

DISCUSSÃO

117

reatividade dos soros de hospedeiros com infecções simples pelo T. cruzi, e não

consideraram os distintos tempos pós-infecção (BHATTACHARYYA et al., 2010,

MENDES et al., 2013; BHATTACHARYYA et al., 2014, 2015), como avaliado na

TcI/TcVI/TcII Chagas Flow ATE-IgG2a. Além do mais, quando amostras de humanos

de diferentes países foram testadas, esses métodos sorológicos não apresentaram a

capacidade de detectar infecções mistas (BHATTACHARYYA et al., 2014), sendo

assim a nova metodologia proposta nesse trabalho apresenta uma vantagem adicional.

Um dado interessante desse trabalho foi que no geral observou-se uma maior

reatividade das amostras de soros com infecções mistas pelo T. cruzi, com os atributos

pré-selecionados, do que infecções simples pelo parasito, tanto nas infecções recentes

quanto nas tardias (Figuras 10 e 11). Isso pode estar relacionado ao fato de que

infecções mistas por apresentarem um maior repertório antigênico estimulam mais a

resposta imune humoral do hospedeiro, com anticorpos anti-T. cruzi ainda mais

específicos (ROWLAND et al., 1992; BRENER AND GAZZINELII, 1997;

CORDEIRO et al., 2001; SANTOS et al., 2009).

A técnica TcI/TcVI/TcII Chagas Flow ATE-IgG2a apresentou um maior

potencial para discriminar infecções mistas pelo T. cruzi nas infecções recentes, uma

vez que das 60 amostras de soros provenientes das infecções mistas, 54 (90%) foram

classificadas corretamente, em contraste a 40 (80%) das 50 amostras de soros oriundas

das infecções simples. De maneira distinta, nas infecções tardias essa metodologia

apresentou um maior desempenho para distinguir infecções simples pelo T. cruzi, uma

vez que das 93 amostras de soros provenientes das infecções simples, 82 (91%) foram

classificadas corretamente, em contraste a 86 (80%) das 107 amostras de soros oriundas

das infecções mistas.

A TcI/TcVI/TcII Chagas Flow ATE-IgG2a apresentou um bom desempenho no

diagnóstico genótipo-específico de infecções simples e mistas pelo T. cruzi, tanto nas

infecções recentes, quanto nas infecções tardias. Nas infecções recentes, essa

metodologia foi capaz de diferenciar infecções simples entre si, com uma acurácia

moderada (72%) (Figura 13). Considerando ainda as infecções recentes, a técnica de

TcI/TcVI/TcII Chagas Flow ATE-IgG2a foi capaz de discriminar infecções mistas entre

si, com uma acurácia moderada (80%) (Figuras 13). Os conjuntos de atributos

―antígeno de tripomastigota TcI na diluição 1:4000, com ponto de corte de 35%‖ e

―antígeno de tripomastigota TcI na diluição 1:16000, com ponto de corte de 30%‖

Page 137: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

DISCUSSÃO

118

foram os melhores para segregar para o diagnóstico genótipo-específico de infecções

simples e mistas pelo T. cruzi nas infecções recentes, sendo escolhidos pelas árvores de

decisão como atributos raízes (Figuras 13). Já nas infecções tardias, essa metodologia

também foi capaz de diferenciar infecções simples entre si, com uma baixa acurácia

(69%) (Figura 15). Os resultados obtidos para as infecções recentes simples foram os

mesmos encontrados na primeira parte do estudo, porém foram utilizadas análises

estatísticas complementares, confirmando assim os dados obtidos. Nas infecções tardias

ainda, a TcI/TcVI/TcII Chagas Flow ATE-IgG2a foi capaz de discriminar infecções

mistas entre si, com uma acurácia moderada (76%) (Figura 15). Os conjuntos de

atributos ―antígeno de tripomastigota TcI na diluição 1:4000, com ponto de corte de

50%‖ e ―antígeno de tripomastigota TcI na diluição 1:64000, com ponto de corte de

40%‖ foram os melhores para segregar para o diagnóstico genótipo-específico de

infecções simples e mistas pelo T. cruzi nas infecções tardias, sendo escolhidos pelas

árvores de decisão como atributos raízes (Figuras 15).

Essa abordagem dos dados, separação inicial das infecções recentes e tardias, e

posterior separação das infecções simples e mistas, foram de extrema importância, pois

além do comportamento distinto dos genótipos do T. cruzi nessas circunstâncias,

quando os dados foram analisados em conjunto, as árvores de decisão geradas foram

extremamente complexas e com uma baixa acurácia, em torno de 40% (dados não

mostrados). Em todas as situações abordadas: diagnóstico diferencial de infecções

recentes e tardias, diagnóstico para distinguir infecções simples e mistas dentro das

infecções recentes e tardias e diagnóstico genótipo-específico para infecções simples e

para infecções mistas dentro das infecções recentes e tardias, a acurácia do teste foi

determinada por meio da análise dos algoritmos por árvores de decisão. As árvores de

decisão estão entre os métodos mais utilizados em aprendizado de máquina. O passo

principal de um algoritmo que constrói uma árvore de decisão é a escolha de um

atributo que tenha o maior poder de discriminação entre as classes. Nesse sentido, a

árvore de decisão surge como uma nova ferramenta de análise com o intuito de

classificar, descobrir regras de associações e ―clusterizar‖ os dados (QUINLAN, 1993).

Um dado interessante desse trabalho foi que nos algoritmos das árvores de decisão,

discriminação das infecções simples e mistas nas infecções recentes e tardias, e

diagnóstico genótipo-específico de infecções simples e mistas nas infecções recentes e

tardias, o atributo raiz foi sempre o antígeno de tripomastigota do genótipo TcI. A alta

Page 138: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

DISCUSSÃO

119

reatividade das amostras de soros com TRIPO TcI pode estar relacionado com a

morfologia predominante dos parasitos deste genótipo (cepas muito largas), e portanto

com a maior resistência à lise mediada pelo complemento (KRETTLI AND

BRENER,1982), mecanismo da resposta imune humoral importante na manutenção da

parasitemia subpatente, presente ao longo de toda a fase crônica (KRETTLI et al., 1979;

WALLACE et al., 1995).

Os resultados apresentados pela TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a

demonstraram que o antígeno de tripomastigota TcII além de ser um bom antígeno para

o diagnóstico universal de infecções tardias simples (Figura 3-primeira parte do

trabalho), também desempenha um importante papel no diagnóstico universal de

infecções recentes simples e mistas (Figura 12) e de infecções tardias mistas (Figura

14). Além do mais, observou-se o mesmo comportamento das infecções tardias simples

para as infecções recentes simples: as amostras de soros dos camundongos infectados

com a cepa Colombiana/TcI apresentaram alta reatividade com o antígeno de TRIPO

TcI e baixa reatividade com o antígeno de AMA TcII e as amostras de soros dos

camundongos infectados com a cepa Y/TcII apresentaram alta reatividade com o

antígeno de AMA TcII e baixa reatividade com os antígenos de TRIPO TcI e EPI TcVI

(Figura 13). Nas infecções mistas tanto nas infecções recentes, quanto nas infecções

tardias, a reatividade das amostras de soros dos camundongos infectados com as cepas

CL/TcVI + COL/TcI (ambas cepas largas do parasito) é maior com o antígeno de

TRIPO TcI do que as infecções mistas por Y/TcII + CL/TcVI e Y/TcII + COL/TcI

(Figuras 13 e 15). Interessante notar que os soros dos camundongos infectados com a

cepa Colombiana/TcI reagem muito com TRIPO TcI, e os soros dos camundongos

infectados com a cepa Y/TcII reagem pouco com TRIPO TcI, nas infecções simples,

podendo haver alguma correlação nas infecções mistas. Da mesma maneira, nas

infecções mistas tanto nas infecções recentes, quanto nas infecções tardias, a reatividade

das amostras de soros dos camundongos infectados com as cepas Y/TcII + CL/TcVI é

maior com o antígeno de AMA TcII do que as infecções mistas por COL/TcI +

CL/TcVI e Y/TcII + COL/TcI (Figuras 13 e 15). Devido ao fato dos soros dos

camundongos infectados com a cepa Y/TcII reagirem muito com AMA TcII, e os soros

dos camundongos infectados com a cepa Colombiana/TcI reagirem pouco com AMA

TcII, nas infecções simples, pode haver alguma correlação nas infecções mistas.

Page 139: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

DISCUSSÃO

120

No diagnostico genótipo-específico de infecções recentes simples, a

TcI/TcVI/TcII Chagas Flow ATE-IgG2a apresentou maior capacidade de classificar

infecções pela cepa Colombiana/TcI, uma vez que das 16 amostras, 14 (88%) foram

categorizadas corretamente, em contraste a 6 (40%) das 16 amostras de soros dos

infectados com a cepa CL/TcVI e 16 (84%) das 19 amostras dos infectados com a cepa

Y/TcII (Figura 13). Nas infecções recentes mistas, o método apresentou maior

capacidade de classificar infecções pelas cepas Y/TcII + CL/TcVI, 20/24 (83%), do que

infecções pelas cepas CL/TcVI + COL/TcI, 13/16 (81%) e Y/TcII + COL/TcI, 15/20

(75%) (Figura 13). No diagnóstico genótipo-específico de infecções tardias simples, a

TcI/TcVI/TcII Chagas Flow ATE-IgG2a apresentou maior capacidade de classificar

infecções pelas cepas Colombiana/TcI, 24/29 (83%) e Y/TcII, 29/35 (83%) do que

infecções pela cepa CL/TcVI, 11/29 (38%) (Figura 15). Nas infecções tardias mistas, o

método apresentou maior capacidade de classificar infecções pelas cepas Y/TcII +

CL/TcVI, 38/43 (88%), do que infecções pelas cepas CL/TcVI + COL/TcI, 23/28 (82%)

e Y/TcII + COL/TcI, 21/36 (75%) (Figura 15). Esses dados também foram observados

nos diagramas de reatividade da TcI/TcVI/TcII Chagas Flow ATE-IgG2a (Figura 18).

Algumas técnicas de biologia molecular são capazes de detectar infecções mistas

pelo T. cruzi, tais como: as metodologias em conjunto utilizadas no método de

D´ÁVILLA et al. (2009) baseada na análise do polimorfismo do gene mitocondrial da

citocromo oxidase subunidade II pela RFLP-PCR (FREITAS et al., 2006), do

espaçador intergênico SL-IL do mini-exon (BURGOS et al., 2007) e do gene

ribossômico da subunidade 24Sα (24SαrRNA) (D´ÁVILLA et al., 2009; ANDRADE et

al., 2011; SÁ et al., 2016). ANDRADE et al. (2011) demonstraram a presença de

infecções mistas do T. cruzi das DTUs TcI + TcIII, TcII + TcVI em isolados do

parasito de pacientes com doença de Chagas aguda adquirida por transmissão oral, em

triatomíneos e reservatórios silvestres, por meio das técnicas de PCR-RFLP do gene da

citocromo oxidase subunidade II e do polimorfismo da região intergênica do gene mini-

exon e do gene 24SαrRNA. Alguns trabalhos identificaram infecções mistas por meio

amplificação do kDNA pela PCR e subsequente hibridização utilizando sondas DTU-

específicas (DTU-blot) (BOSSENO et al., 2000; SOLARI et al., 2001; DIEZ et al.,

2010; ORTIZ et al., 2015), por meio da PCR-Real Time utilizando sondas Taq-Man

(MTq-PCR) (CURA et al., 2015) e por meio da amplificação de outros alvos do

genoma no T. cruzi, como o gene cSC5D pela PCR-RFL (CONSENTINO AND

Page 140: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

DISCUSSÃO

121

AGUERO, 2012). No entanto, mesmo utilizando metodologias de alta complexidade

alguns desses estudos não foram capazes de detectar todas as infecções mistas presentes

nos hospedeiros, assim como observado pela técnica TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-

IgG2a. Trabalhos como os de SÁ et al. (2016) utilizaram a PCR-RFL e como alvos do

genoma a citocromo oxidase subunidade II e o gene da subunidade 24SαrRNA para

identificar infecções mistas do T. cruzi no conteúdo intestinal de Rhodinus prolixus.

Esses autores identificaram 79,4% das infecções mistas, no entanto, a PCR-RFLP da

citocromo oxidase subunidade II não foi capaz de identificar infecções mistas por TcV

+ TcVI, sendo necessário associar essa técnica com a análise do gene da 24SαrRNA

para tipagem dessas infecções mistas. CURA et al. (2015) utilizaram a PCR-Real Time

com sondas Taq-Man (MTq-PCR) para identificar infecções mistas de isolados do T.

cruzi provenientes de humanos, triatomíneos e reservatórios silvestres. Em amostras

clínicas, a infecção mista por TcI + TcII/TcV/TcVI encontrada em pacientes

sintomáticos, não foi detectada pela MTq-PCR, além do mais, essa metodologia revelou

apenas seis das 16 infecções mistas pelo T. cruzi provenientes de amostras de

triatomíneos, e confirmou apenas um caso de infeção por TcI + TcII, falhando na

identificação das outras 17 infecções mistas oriundas de amostras de reservatórios

silvestres. CONSENTINO et al. (2012) por meio da PCR-RFLP do gene cSC5D do T.

cruzi não conseguiram detectar infecções mistas pelas DTUs TcV + TcVI.

A TcI/TcVI/TcII Chagas Flow ATE-IgG2a é um método sorológico capaz de

identificar infecções simples e mistas pelo T. cruzi, e portanto não necessita isolar o

parasito do sangue por técnicas de baixa sensibilidade, como a hemocultura e o

xenodiagnóstico, e cultivar in vitro, como em alguns métodos moleculares, podendo

levar a erros na identificação dos genótipos que infectam os hospedeiros, por seleção de

populações decorrentes do manuseio do parasito nestas diferentes circunstâncias.

Trabalhos prévios demonstraram que as populações do parasito presentes no sangue dos

indivíduos foram distintas daquelas isoladas por xenodiagnóstico e cultivadas em meios

de cultura (BOSSENO et al., 2000; SOLARI et al., 2001; ORTIZ et al., 2015).

BOSSENO et al. (2000) demonstraram a presença de infecções mistas de clones dos

genótipos 20 (TcI) + 39 (híbrido) isolados do trato digestivo de triatomíneos e

identificados pela amplificação do kDNA pela PCR e subsequente hibridização

utilizando sondas específicas. No entanto, após o cultivo in vitro dos parasitos, apenas

6% das infecções mistas foram detectadas, com um grande predomínio de infecção

Page 141: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

DISCUSSÃO

122

simples por clones do genótipo 20 (81%), demonstrando assim que a etapa do cultivo

selecionou esses clones. SOLARI et al. (2001) observaram infecções mistas de clones

dos genótipos 19 (TcI) e 20 (TcI), isolados de pacientes chagásicos do México, por

hibridização utilizando sondas específicas. No entanto, quando foi realizado o

isolamento do parasito por xenodiagnóstico seguido pelo seu cultivo in vitro foram

identificados apenas clones do genótipo 39 (híbrido). ORTIZ et al. (2015)

demonstraram por meio da amplificação do kDNA pela PCR e subsequente hibridização

utilizando sondas específicas, a presença de infecções mistas do T. cruzi das DTUs TcI,

TcII, TcV e TcVI no sangue de indivíduos chagásicos. Porém, quando foi realizado o

xenodiagnóstico, seguido do cultivo in vitro dos parasitos, apenas a DTU TcV foi

identificada. Assim, diante disso, a TcI/TcVI/TcII Chagas Flow ATE-IgG2a é um

método sorológico por citometria de fluxo inovador com grande potencial para o

diagnóstico genótipo-específico de infecções experimentais simples e mistas pelo T.

cruzi. No geral, pela análise dos algoritmos sequenciais das árvores de decisão, essa

técnica apresentou uma acurácia de 81% como uma prova diagnóstica complementar

para a infecção experimental pelo T. cruzi, uma vez que das 310 amostras de soros

testadas 251 tiveram o diagnóstico correto, seja pela tempo de infecção + tipo de

infecção + genótipo (163/251- 65%), ou apenas pelo tipo de infecção + genótipo

(22/251 - 9%) ou ainda somente pelo tipo de infecção (66/251-26%) (Figura 18).

Em resumo e diante dos resultados obtidos nesse trabalho, a TcI/TcVI/TcII

Chagas Flow ATE-IgG2a surge como uma nova ferramenta para classificar as amostras

de soros dos camundongos como pertencentes aos seus respectivos grupos, infectados

com distintos genótipos do T. cruzi (Figuras 8 e 16), sugerindo sua aplicabilidade no

diagnóstico universal e genótipo-específico de infecções experimentais simples e mistas

do T. cruzi. A metodologia proposta inclui algumas vantagens como: alta sensibilidade

e especificidade, capacidade de diferenciar amostras de soros em infecções

experimentais recentes e tardia, em infecções simples e mistas e genótipo-específicas do

T. cruzi. Além do mais, por ser um método sorológico, ele apresenta uma simplificação

do processo de genotipagem e apresenta ainda, como vantagem, a utilização de um

amplo repertório antigênico em plataforma única por citometria de fluxo. Testes

adicionais de otimização da TcI/TcVI/TcII Chagas Flow ATE-IgG2a, como o

desenvolvimento de ensaios de ELISA ou de beads multiplex podem contribuir para

aplicações práticas em laboratórios de rotina.

Page 142: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

DISCUSSÃO

123

Uma extensão desse estudo pode ser aplicável a outros grupos genéticos do T.

cruzi não incluídos nesse trabalho (TcIII, TcIV, TcV). Estudos futuros, incluindo

amostras de soros de pacientes com diagnóstico genótipo-específico da doença de

Chagas, realizado por métodos moleculares, estão atualmente sob investigação a fim de

propor um protótipo para fins clínicos, estudos epidemiológicos e de resposta pós-

terapêutica.

Page 143: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

EVIDÊNCIAS

124

7. EVIDÊNCIAS

Page 144: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

EVIDÊNCIAS

125

A técnica TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a apresentou um bom

desempenho no diagnóstico universal de infecções simples pelas cepas Colombiana/TcI,

CL/TcVI e Y/TcII do T. cruzi, nas infecções tardias, utilizando o conjunto de atributos

―antígeno de TRIPO TcII na diluição 1:500, com ponto de corte de 20%‖, com 100% de

sensibilidade e especificidade. Na avaliação do diagnóstico genótipo-específico de

infecções tardias simples pelo T. cruzi, essa metodologia apresentou uma acurácia de

69% para distinguir infecções pelas cepas Colombiana/TcI, CL/TcVI e Y/TcII, e uma

alta acurácia para discriminar infecções pelas cepas Colombiana/TcI e Y/TcII, por meio

dos conjuntos de atributos: ―antígeno de AMA TcII na diluição 1:1000, com ponto de

corte de 40%‖, ―antígeno de TRIPO TcI na diluição 1:400, com ponto de corte de 50%‖

e ―antígeno de EPI TcVI na diluição 1:1000, com ponto de corte de 45%‖. No geral, os

soros dos camundongos infectados com as cepas Colombiana/TcI e Y/TcII

apresentaram padrões opostos de reatividade com os antígenos de AMA TcII e TRIPO

TcI. Soros provenientes de infecções pela cepa Colombiana/TcI apresentaram alta

reatividade com o antígeno de TRIPO TcI e baixa reatividade com o antígeno de AMA

TcII, em contraste, soros de infecções pela cepa Y/TcII apresentaram alta reatividade

com o antígeno de AMA TcII e baixa reatividade com o antígeno de TRIPO TcI. Esses

resultados demonstraram o potencial da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a para o

diagnóstico genótipo-específico de infecções experimentais tardias e simples pelo T.

cruzi.

A TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a apresentou um bom desempenho

para discriminar infecções recentes e tardias pelo T. cruzi, com uma acurácia de 81%. O

―antígeno de EPI TcII na diluição 1:500, com ponto de corte de 55%‖ foi o melhor para

distinguir esses dois grupos. No geral, o método apresentou uma melhor acurácia para

discriminar infecções tardias. Essa metodologia também foi capaz de segregar infecções

simples e mistas pelo T. cruzi, nas infecções recentes, com uma acurácia de 85%,

principalmente por meio do conjunto de atributos ―antígeno de TRIPO TcI na diluição

1:2000, com ponto de corte de 50%‖, e de distinguir infecções simples e mistas, nas

infecções tardias, com uma acurácia de 84%, principalmente por meio do conjunto de

atributos ―antígeno de TRIPO TcI na diluição 1:8000, com ponto de corte de 60%‖. A

TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a apresentou um bom desempenho no

diagnóstico genótipo-específico de infecções recentes simples pelo T. cruzi, , com uma

acurácia de 72%, principalmente por meio do conjunto de atributos ―antígeno de TRIPO

Page 145: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

EVIDÊNCIAS

126

TcI na diluição 1:4000, com ponto de corte de 35%‖ e de infecções recentes mistas,

com uma acurácia de 82%, principalmente por meio do conjunto de atributos ―antígeno

de TRIPO TcI na diluição 1:16000, com ponto de corte de 30%‖. Essa metodologia

ainda apresentou um bom desempenho no diagnóstico genótipo-específico de infecções

tardias simples pelo T. cruzi, com uma acurácia de 69%, principalmente por meio do

conjunto de atributos ―antígeno de TRIPO TcI na diluição 1:4000, com ponto de corte

de 50%‖ e de infecções tardias mistas, com uma acurácia de 76%, principalmente por

meio do conjunto de atributos ―antígeno de TRIPO TcI na diluição 1:64000, com ponto

de corte de 40%‖. No geral, pela análise dos algoritmos sequenciais das árvores de

decisão, a TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a demonstrou ser uma técnica

diagnóstica complementar para infecções experimentais pelo T. cruzi, com uma acurácia

de 81%, seja para identificar infecções pelo seu tempo de infecção, tipo e genótipo, ou

apenas pelo tipo de infecção e genótipo, ou ainda pelo tipo de infecção.

Os resultados em conjunto demonstraram o potencial da TcI/TcVI/TcII Chagas-

Flow ATE-IgG2a no diagnostico universal, no diagnóstico de infecções recentes e

tardias pelo T. cruzi, de infecções simples e mistas nas infecções recentes e tardias pelo

parasito e no diagnóstico genótipo-específico de infecções simples e mistas pelo T.

cruzi, nas infecções recentes e tardias.

Page 146: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

CONSIDERAÇÕES FINAIS

127

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Page 147: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

CONSIDERAÇÕES FINAIS

128

A TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a surge como uma nova

metodologia para o diagnóstico universal e genótipo-específico de infecções

experimentais pelo T. cruzi. A metodologia proposta inclui algumas vantagens como:

alta sensibilidade e especificidade, capacidade de diferenciar amostras de soros em

infecções experimentais recentes e tardias, em infecções simples e mistas e genótipo-

específicas do T. cruzi. Além do mais, por ser um método sorológico, ela apresenta uma

simplificação do processo de genotipagem, e ainda o diferencial da utilização de um

amplo repertório antigênico em plataforma única por citometria de fluxo. Os resultados

corroboram a hipótese do trabalho da existência de correlação entre a diversidade

genética do T. cruzi e a reatividade de seu hospedeiro à seus antígenos avaliada pelo

técnica TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a. Assim, os dados demonstraram que

as amostras de soros dos camundongos infectados com TcI e TcII apresentaram alta

reatividade com seus antígenos homólogos e baixa reatividade com seus antígenos

heterólogos, enquanto as amostras dos camundongos infectados com TcVI

apresentaram reatividade intermediária, o que condiz exatamente com a árvore

filogenética do T. cruzi. No geral, observou-se uma tendência para um maior

compartilhamento de características biológicas entre TcI e TcVI, uma vez que ambas

apresentaram alta reatividade com o antígeno TcVI, o que condiz com a morfologia dos

parasitos dessas DTUs e com o seu escape da resposta imune do hospedeiro.

Page 148: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

PERSPECTIVAS

129

9. PERSPECTIVAS

Page 149: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

PERSPECTIVAS

130

Testes adicionais de otimização da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-

IgG2a, como o desenvolvimento de ensaios multiplex podem contribuir para aplicações

práticas em laboratórios de rotina.

Além do mais, uma extensão desse estudo pode ser aplicável a outros

grupos genéticos do T. cruzi não incluídos nesse trabalho (TcIII, TcIV e TcV).

Estudos futuros visando a padronização da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

ATE-IgG2a para o diagnóstico genótipo-específico de infecções humanas pelo T. cruzi

serão de extrema importância para a proposta clínica, estudos epidemiológicos e de

monitoração pós-terapêutica.

Page 150: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

131

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Page 151: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

132

AGUILAR H.M, ABAD-FRANCH F, DIAS J.C, JUNQUEIRA A.C, COURA J.R. Chagas disease in the

Amazon region. Mem Inst Oswaldo Cruz. 102: Suppl 1:47-56, 2007.

ALESSIO G.D, CÔRTES D.F, MACHADO-DE-ASSIS G.F, SALES-JÚNIOR P.A, FERRO E.AV,

ANTONELLI L.R, TEIXEIRA-CARVALHO A, MARTINS-FILHO O.A, DE LANA M. Inovations in

diagnosis and post-therapeutic monitoring of Chagas disease: Simultaneous flow cytometric detection of

IgG1 antibodies anti-live amastigote, anti-live trypomastigote, and anti-fixed epimastigote forms of

Trypanosoma cruzi. Journal of Immunological Methods, 413:32-44, 2014.

AMATO NETO V, DE MARCHI C.R, FERREIRA C.S, FERREIRA AW. Observations on the use of

TESA blot for the serological diagnosis of Chagas' disease. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina

Tropical, 38(6):534 – 535, 2005.

ANDRADE LO, ANDREWS NW. Lysosomal fusion is essential for the retention of Trypanosoma cruzi

inside host cells. J Exp Med, 200(9):1135-43, 2004.

ANDRADE L.O, GALVÃO L.M, MEIRELLES M.N, CHIARI E, PENA S.D, MACEDO A.M.

Differential tissue tropism of Trypanosoma cruzi strains: an in vitro study? Mem. Inst. Oswaldo Cruz.

105 (6), 834–837, 2010.

ANDRADE SG. Caracterização de cepas de Trypanosoma cruzi isoladas no Recôncavo Baiano. Rev Pat

Trop. 65-121, 1974.

ANDRADE S.G. Morphological and behavioural characterization of Trypanosoma cruzi strains.

Rev.Soc.Bras.Med.Trop, 39-46, 1985.

ANDRADE S.G, RASSI A, MAGALHÃES J.B, FERRIOLLI F.F, LUQUETTI A.O. Specific

chemotherapy of Chagas disease: a comparison between the response in patients and experimental

animals inoculated with the same strains. Trans R Soc Trop Med Hyg 86: 624-626, 1992.

ANDRADE S.G, MAGALHÃES J. B. Biodemes and zimodemes of Trypanosoma cruzi strains:

correlations with clinical data and experimental pathology. Rev.Soc.Bras.Med.Trop, 27-35, 1997.

ANDRADE S.G, CAMPOS R.F, STEINDEL M, GUERREIRO M.L, MAGALHÃES J.B, ALMEIDA

M.C, REIS J.N, SANTOS V.C, VALADARES H.M, REIS M.G, MACEDO A.M. Biological,

biochemical and molecular features of Trypanosoma cruzi strains isolated from patients infected through

oral transmission during a 2005 outbreak in the state of Santa Catarina, Brazil: its correspondence with

the new T. cruzi Taxonomy Consensus (2009). Mem Inst Oswaldo Cruz,106(8):948-56, 2011.

ANEZ N, CRISANTE G, DA SILVA F.M, ROJAS A, CARRASCO H, UMEZAWA E.S, STOLF A.M,

RAMIREZ J.L, TEIXEIRA M.M. Predominance of lineage I among Trypanosoma cruzi isolates from

Venezuelan patients with different clinical profiles of acute Chagas' disease. Trop Med Int Health. 9 (12)

:1319–1326, 2004.

ANONYMOUS; Recommendations from a Satellite Meeting. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, 94:513 -517,

1999.

ARAÚJO C.A.C, CABELLO P.H, JANSEN A.M. Growth behaviour of two Trypanosoma cruzi strains in

single and mixed infections: In vitro and in the intestinal tract of the blood-sucking bug, Triatoma

brasiliensis. Acta Tropica. 101: 225-231, 2007.

BARNABÉ C, BRISSE S, TIBAYRENC M. Population structure and genetic typing of Trypanosoma

cruzi, the agent of Chagas disease: a multilocus enzyme electrophoresis approach. Parasitology.120 (Pt

5): 513-26, 2000.

Page 152: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

133

BENJAMIN R.J, STRAMER S.L, LEIBY D.A, DODD R.Y, FEARON M, et al. Trypanosoma cruzi

infection in North America and Spain: evidence in support of transfusion transmission. Transfusion

52:1913-1921; quis 1912, 2012.

BERTELLI M.S, GOLGHER R.R, BRENER Z. Intraspecific variation in Trypanosoma cruzi: effect of

temperature on the intracellular differentiation in tissue culture. Journal Parasitology, 63:434–437, 1977.

BHATTACHARYYA T, BROOKS J, YEO M, CARRASCO H.J, LEWIS M.D, LLEWELLYN M.S,

MILES M.A. Analysis of molecular diversity of the Trypanosoma cruzi trypomastigote small surface

antigen reveals novel epitopes, evidence of positive selection and potential implications for lineage-

specific serology. Int J Parasitol. 40(8): 921-8, 2010.

BHATTACHARYYA T, FALCONAR A.K, LUQUETTI A.O, COSTALES J.A, GRIJALVA M.J,

LEWIS M.D, MESSENGER L.A, TRAN T.T, RAMIREZ J.D, GUHL F, CARRASCO H.J, DIOSQUE

P, GARCIA L, LITVINOV S.V, MILES M.A. Development of peptide-based lineage-specific serology

for chronic Chagas disease: geographical and clinical distribution of epitope recognition. Plos Negl Trop

Dis. 8(5): e2892, 2014.

BHATTACHARYYA T, MILLS E.A, JANSEN A.M, MILES M.A. Prospects for T. cruzi lineage-

specific serological surveillance of wild mammals. Acta Trop. 151: 182-6, 2015.

BORGES-PEREIRA J, COURA J.R. Morbidade da doença de Chagas em populações urbanas do sertão

da Paraíba. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 20: 101-107, 1987.

BOSSENO M.F, TELLERIA J, VARGAS F, YAKSIC N, NOIREAU F, MORIN A, BRENIÈRE S.F.

Trypanosoma cruzi: study of the distribution of two widespread clonal genotypes in Bolivian Triatoma

infestans vectors shows a high frequency of mixed infections. Exp.Parasitol. 83: 275–282, 1996.

BOSSENO M.F, YACSIK N, VARGAS F, BRENIÈRE S.F. Selection of T. cruzi clonal genotypes

(clonet 20 and 39) isolated from Bolivian triatomines following subculture in liquid medium. Memórias

do Instituto Oswaldo Cruz. 95: 601–607, 2000.

BOTERO L.A, MEJIA A.M, TRIANA O. Biological and genetic characterization of two Colombian

clones of Trypanosoma cruzi groups I and II. Biomedica 27(Suppl 1):64–74, 2007.

BRASIL P.E, DE CASTRO L, HASSLOCHER-MORENO A.M, SANGENIS L.H, BRAGA J.U. ELISA

versus PCR for diagnosis of chronic Chagas disease: systematic review and meta-analysis. BMC Infect Dis,

10, 337, 2010.

BRENER Z, CHIARI E. Morphological variations observed in different strains of Trypanosoma cruzi.

Rev Inst Med Trop São Paulo. 5: 220-4, 1963.

BRENER Z. Biology of Trypanosoma cruzi. Annu. Rev. Microbiol, 27: 347-382, 1973.

BRENER Z, CANÇADO J.R, GALVÃO L.M, LUZ Z.P, FILARDI L.S, PEREIRA M.E, SANTOS L.M,

CANÇADO C.B. An experimental and clinical assay with ketoconazole in the treatment of Chagas

disease. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, 88: 149 – 153, 1993.

BRENER Z, GAZZINELLI R.T. 1997. Immunological control of Trypanosoma cruzi infection and

pathogenesis of Chagas’ disease. Int. Arch. Allergy Immunol. 114:103–110.

BRENIÈRE S.F, TIBAYRENC M, ANTEZANA G, PABON J, CARRASCO R, SELAES H, DEJEUX

P. Résultats préliminares en faveur d’une relation faible ou inexistante entre les formes cliniques de la

maladie de Chagas et le souches isoenzymatiques de Trypanosoma cruzi.. Comptes Rendus de

l’Academie des Sciences de Paris. 300: 555–558, 1985.

Page 153: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

134

BRENIÈRE S.F, BOSSENO M.F, TELLERIA J, BASTRENTA B, YACSIK N, NOIREAU F,

ALCAZAR J.L, BARNABÉ C, WINCKER P, TIBAYRENC M. Diferent behavior of two T. cruzi major

clones: transmission and circulation in young Bolivian patients. Experimental Parasitology. 89: 285–295,

1998.

BRISSE S, BARNABE C, TIBAYRENC, M. Identification of six Trypanosoma cruziphylogenetic

lineagens by random amplified polymorphic DNA and multilocus enzyme electrophoresis. Int. J.

Parasitol, 30:35-40, 2000.

BRISSE S, VERHOEF J, TIBAYRENC M. Characterisation of large and small subunit rRNA and mini-

exon genes further supports the distinction of six Trypanosoma cruzi lineages. Int J Parasitol 31: 1218–

1226, 2001.

BRITTO C, CARDOSO M.A, VANNI C.M, HASSLOCHER-MORENO A, XAVIER S.S, OELEMANN

W. Polymerase chain reaction detection of Trypanosoma cruzi in human blood samples as a tool for

diagnosis and treatment evaluation. Parasitology, 110: 241-247, 1995.

BRITTO C.C. Usefulness of PCR-based assays to assess drug efficacy in Chagas disease chemotherapy:

value and limitations. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, 104(I):122–135, 2009.

BRONFEN E, ALVARENGA N.J. O xenodiagnóstico e os critérios para avaliar o nível de parasitemia do

paciente chagásico crônico. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 24: 37-42, 1991.

BRUMPT E. Le xenodiagnostic. Application au diagnostic de quelques infections parasitaires et en

particulier à la Trypanosomose de Chagas. Bull Soc Pat Exot, 7:706-710, 1914.

BURGOS J.M, ALTCHEN J, BISIO M, DUFFY T, VALADARES H.M, SEIDENSTEIN M.E,

PICCINALI R, FREITAS J.M, LEVIN M.J, MACCHI L, MACEDO A.M, FREILIJ H, SCHIJMAN AG.

Direct molecular profiling of minicircle signatures and lineages of Trypanosoma cruzi bloodstream

populations causing congenital Chagas disease. Int J Parasitol, 37(12):1319-27, 2007.

BURGOS J.M, BEGHER S, SILVA H.M, BISIO M, DUFFY T, LEVIN M.J, et al. Molecular

identification of Trypanosoma cruzi I tropism for central nervous system in Chagas reactivation due to

AIDS. Am. J. Trop. Med. Hyg. 78: 294- 297, 2008.

BURGOS J.M, DIEZ M, VIGLIANO C, BISIO M, RISSO M, DUFFY T, CURA C, BRUSSES B,

FAVALORO L, LEGUIZAMON M.S, LUCERO R.H, LAGUENS R, LEVIN M.J, FAVALORO R,

SCHIJMAN A.G. Molecular identification of Trypanosoma cruzi discrete typing units in end-stage

chronic Chagas heart disease and reactivation after heart transplantation. Clin Infect Dis, 51(5):485-95,

2010.

BUSCAGLIA C.A, DI NOIA J.M. Trypanosoma cruzi clonal diversity and the epidemiology of

Chagas`disease. Micribes. Infect, 5:419-427, 2003.

CABALLERO Z.C, SOUSA O.E, MARQUES W.P, SAEZ-ALQUEZAR A, UMEZAWA E.S.Evaluation

of serological tests to identify Trypanosoma cruzi infection in humans and determine cross-reactivity with

Trypanosoma rangeli and Leishmania spp. Clin Vaccine Immunol. 14(8):1045-9, 2007.

CALDAS S, CALDAS I.S, DINIZ L.F, LIMA W.G, OLIVEIRA R.P, CECÍLIO A.B, RIBEIRO I,

TALVANI A, BAHIA M.T. Real-time PCR strategy for parasite quantification in blood and tissue samples

of experimental Trypanosoma cruzi infection. Acta Tropica, 123:170-177, 2012.

CALDAS S, CALDAS I.S, CECÍLIO A.B, DINIZ L.D, TALVANI A, RIBEIRO I, BAHIA M.T.

Therapeutic responses to different anti-Trypanosoma cruzi drugs in experimental infection by

benznidazole-resistant parasite stock. Parasitology. 21:1-10, 2014.

Page 154: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

135

CALDAS I.S, MATTA GUEDES P.M, DOS SANTOS F.M, DE FIGUEIREDO D.L, MARTINS T.A, DA

SILVA DO NASCIMENTO A.F, AZEVEDO M.A, DE LIMA W.G, NETO R.M, TORRES R.M,

TALVANI A, BAHIA M.T. Myocardial scars correlate with eletrocardiographic changes in chronic

Trypanosoma cruzi infection for dogs treated with Benznidazole? Trop. Med. Int. Health. 18 (1): 75–84,

2013.

CAMARGO, E.P. Growth and differentiation in Trypanosoma cruzi. I. Origin of metacyclic

trypanosomes in liquid media. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, 6: 6 – 93,1964.

CAMARGO ME. Fluorescent antibody test for the serodiagnosis of American trypanosomiasis. Technical

modification employing preserved culture forms of Trypanosoma cruzi in a slide test. Revista do Instituto

de Medicina Tropical de São Paulo, 8:227 – 234, 1966.

CAMARGO M.E, HOSHINO-SHIMIZU S, CORREA N.S, PERES B.A. Hemaglutination test for

Chagas disease with chromium chloride, formalin-treated erythocytes, sensitized with Trypanosoma cruzi

extracts. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, 13:45-50, 1971

CÂMARA A.C, VARELA-FREIRE A.A, VALADARES H.M, MACEDO A, D’ÁVILA D.A,

MACHADO C.R, et al. Genetic analyses of Trypanosoma cruzi isolates from naturally infected

triatomines and humans in northeastern Brazil. Acta Trop. 115: 205-211, 2010.

CANÇADO J.R. Tratamento específico da doença de Chagas. In: CANÇADO, J.R, CHUSTER, M.

(Eds). Cardiopatia chagásica. Belo Horizonte: Fundação Carlos Chagas, 327-355, 1985.

CANÇADO J.R. Criteria of Chagas disease cure. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, 94:331-335,

1999.

CARDINAL M.V, LAURICELLA M.A, CEBALLOS L.A, LANATI L, MARCET P.L, LEVIN M.J, et

al. Molecular epidemiology of domestic and sylvatic Trypanosoma cruzi infection in rural northwestern

Argentina. Int J Parasitol. 38: 1533-1543, 2008.

CARRASCO H.J, SEGOVIA M, LLEWELLYN M.S, MOROCOIMA A, URDANETA-MORALES S,

MARTÍNEZ C, MARTÍNEZ C.E, GARCIA C, RODRÍGUEZ M, ESPINOSA R, DE NOYA BA, DÍAZ-

BELLO, HERRERA L, FITZPATRICK S, YEO M, MILES MA, FELICIANGELI M.D. Geographical

distribution of Trypanosoma cruzi genotypes in Venezuela.Plos Negl Trop Dis. 6(6):e1707, 2012.

CARVALHO M.R, KRIEGER M.A, ALMEIDA E, OELEMANN W, SHIKANAI-YASSUDA M.A,

FERREIRA A.W, PEREIRA J.B, SÁEZ-ALQUÉZAR A, DORlLHIAC-LLACER P.E, CHAMONE D.F,

et al. Chagas' disease diagnosis: evaluation of several tests in blood bank screening. Transfusion, 33(10):

830–834, 1993.

CASTRO A.M, LUQUETTI A.O, RASSO A, RASSI G.G, CHIARI E, GALVÃO L.M.C. Blood culture

and polymerase chain reaction for the diagnosis of the chronic phase of human infection with

Trypanosoma cruzi. Parasitology Research, 88: 894 – 900, 2002.

CASTRO C.N, PRATA A, MACÊDO V. Influência da parasitemia na evolução da doença de Chagas

crônica. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 38(1): 1 – 6, 2005.

CASTRO-SESQUEN Y.E, GILMAN R.H, MEJIA C, CLARK DE, CHOI J, REIMER-MCATEE

M.J, CASTRO R, VALENCIA-AYALA E, FLORES J, BOWMAN N, CASTILLO-NEYRA

R, TORRICO F, LIOTTA L, BERN C, LUCHINI A; CHAGAS/HIV WORKING GROUP IN BOLIVIA

AND PERU. Use of a Chagas Urine Nanoparticle Test (Chunap) to Correlate with Parasitemia Levels in

T. cruzi/HIV Co-infected Patients. Plos Negl Trop Dis. 10(2):e0004407, 2016.

Page 155: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

136

CERISOLA J.A, CHABEN M.F, LAZZARI J.O. Test de hemaglutinación para el diagnostic de la

enfermedad de Chagas. Prensa Méd Argent, 49:1761-1767, 1962.

CERISOLA J.A, ROHWEDDWE R, SEGURA E.L, DEL PRADO C.E, ALVAREZ M, MARTINI

G.J.W. El xenodiagnóstico. Buenos Aires: Imp Inst Nac Invest Cardiovasc, 157p, 1974.

CERVANTES-LANDÍN A.Y, MARTÍNEZ-MARTÍNEZ I, REYES P.A, SHABIB M, ESPINOZA-

GUTIÉRREZ B. [Standardization of Dot-ELISA for detection of anti-Trypanosoma cruzi antibodies,

compared to ELISA and Western blot]. Enferm Infecc Microbiol Clin. 32(6):363-8, 2013.

CHAGAS C. Nova Tripanozomiase Humana. Estudo sobre a morfologia e o ciclo evolutivo do

Schizotrypanum cruzi. n. gen., n. sp. agente etiológico de nova entidade mórbida do homem. Memórias

do Instituto Oswaldo Cruz, 1: 159 – 218, 1909.

CHAGAS C. Nova entidade mórbida do homem. Resumo geral de estudos etiológicos e clínicos.

Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, 3(2): 219 – 275, 1911.

CHAPPUIS F, MAURIS A, HOLST M, ALBAJAR-VINAS P, JANNIN J, LUQUETTI A.O, JACKSON

Y. Validation of a rapid immunochromatographic assay for diagnosis of Trypanosoma cruzi infection

among Latin-American Migrants in Geneva, Switzerland. J Clin Microbiol. 48(8):2948-52, 2010.

CHIARI E, BRENER Z. Contribuição ao diagnóstico parasitológico da doença de Chagas na sua fase

crônica. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, 8: 134 - 138, 1966.

CHIARI E, DIAS J.C.P, LANA M, CHIARI C.A. Hemocultures for the parasitological diagnosis of

human chronic Chaga’s disease. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 22: 19 – 23, 1989.

CHIPPAUX J.P, SANTALLA J.A, POSTIGO J.R, ROMERO M, SALAS CLAVIJO N.A, SCHNEIDER

D, BRUTUS L. Sensitivity and specificity of Chagas Stat-Pak test in Bolivia. Trop Med Int Health.

14(7):732-5, 2009.

CONSENTINO RO, AGUERO F. A. Simple Strain Typing Assay for Trypanosoma cruzi: Discrimination

of Major Evolutionary Lineages from a Single Amplification Product. PLoS Negl Trop Dis. 6(7): 1777,

2012.

CORDEIRO F.D, MARTINS-FILHO A.O, ROCHA M.O.C, ADAD S.J, CORREA OLIVEIRA R,

ROMANHA A.J. Anti-Trypanosoma cruzi immunoglobulin G1 can be a useful tool for diagnosis and

prognosis of human Chagas disease. Clinical and Diagnostic Laboratory Immunology, 8:112–118, 2001.

COURA J.R, CASTRO S.L. A critical review on Chagas disease chemotherapy. Memórias do Instituto

Oswaldo Cruz, 97: 3 – 24, 2002.

COURA J.R, JUNQUEIRA A.C, FERNANDES O, VALENTE S.A, MILES M.A. Emerging Chagas

disease in Amazonian Brazil. Trends Parasitol, 18:171-176, 2002.

COURA J.R. Transmission of chagasic infection by oral route in the natural history of Chagas disease.

Rev. Soc. Bras. Med. Trop, 39(3):113-7, 2006.

COURA J.R. Chagas disease: what is known and what is needed a background article. Mem. Inst.

Oswaldo Cruz, 102(I):113-122, 2007.

COURA J.R, DIAS J.C. Epidemiology, control and surveillance of Chagas disease: 100 years after its

Discovery. Men. Inst. Oswaldo Cruz 104 Suppl, 1:31-40, 2009.

Page 156: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

137

COURA J.R, JUNQUEIRA A.C. Chagas disease. What is known and what should be improved: a

systemic review. Rev Soc Bras Med Trop 45: 286-96, 2012.

CURA CI, DUFFY T, LUCERO RH, BISIO M, PÉNEAU J, JIMENEZ-COELLO M, et al. Multiplex

real-time PCR assay using TaqMan probes for the identification of Trypanosoma cruzi DTUs in

biological and clinical samples. Plos Negl Trop Dis. 9(5): 1371-88, 2015.

DA SILVEIRA PINTO A, LANA M, BRITTO C, BASTRENTA B, TIBAYRENC M. Experimental

Trypanosoma cruzi biclonal infection in Triatoma infestans:detection of distinct clonal genotypes using

kinetoplast DNA probes.Int. J. Parasitol. 30: 843–848, 2000.

D’ÁVILA D.A, MACEDO A.D, VALADARES H.M.S, GONTIJO E.D, DE CASTRO A.M,

MACHADO C.R, CHIARI E, GALVÃO L.M.C. Probing Population Dynamics of Trypanosoma cruzi

during Progression of the Chronic Phase in Chagasic Patients. J. OF CLIN. MICRO, 1718–1725, 2009.

DEANE M.P, SOUZA M.A, PEREIRA N.M, GONÇALVES A.M, MOMEN H, MOREL C.M,

Trypanosoma cruzi: inoculation schedules and reisolation methods select individual strains from doubly

infected mice,as demonstrated by schyzodeme and zymodeme analyses. Memórias do Instituto Oswaldo

Cruz. 79: 513–515, 1984.

DE FREITAS V.L, DA SILVA S.C, SARTORI A.M, BEZERRA R.C, WESTPHALEN E.V, MOLINA

T.D, TEIXEIRA A.R, IBRAHIM K.Y, SHIKANAI-YASUDA M.A.Real-time PCR in HIV/Trypanosoma

cruzi coinfection with and without Chagas disease reactivation: association with HIV viral load and CD4

level. PLoS Negl Trop Dis. 5(8):e1277, 2011.

DIEZ C, LORENZ V, ORTIZ S, GONZALEZ V, RACCA A, BONTEMPI I, MANATTINI S, SOLARI

A, MARCIPAR I. Genotyping of Trypanosoma cruzi sublineage in human samples from a North-

East Argentinaarea by hybridization with DNA probes and specific polymerase chain reaction (PCR). Am

J Trop Med Hyg. 82(1):67-73, 2010.

DI NOIA J.M, BUSCAGLIA C.A, DE MARCHI C.R, ALMEIDA I.C, FRASCH A.C. A Trypanosoma

cruzi small surface molecule provides the first immunological evidence that Chagas´disease is due to a

single parasite lineage. J. Exp. Med, 195(4):401-413, 2002.

DIAS J.C.P. Epidemiology of Chagas disease. In S WENDEL, Z BRENER, MS CAMARGO, A

RASSI(eds), Chagas disease (American Trypanosomiasis): its Impact on Transfusion and Clinical

Medicine, ISBTBrazil, São Paulo, 49-80, 1992.

DIAS J.C.P. Natural history of Chagas’ disease. Arq Bras Cardiol, 65: 359–66, 1995.

DIAS J.C.P. Epidemiological surveillance of Chagas disease. Caderno de Saúde Pública, 16: 43 – 59,

2000.

DIAS J.C.P, SILVEIRA A.C, SCHOFIELD C.J. The impact of Chagas disease control in Latin America:

a review. Men. Inst. Oswaldo Cruz, 97:603-612, 2002.

DUFFY T, BISIO M, ALTCHEH J, BURGOS JM, DIEZ M, LEVIN MJ, FAVOLERO RR, FREILIJ H,

SCHIJMAN AG. Accurate real-time PCR strategy for monitoring bloodstream parasitic loads in Chagas

disease patients. Plos Neglected Tropical Diseases, 3 (4): e419, 2009.

DUFFY T, CURA C.I, RAMIREZ J.C, ABATE T, CAYO N.M, PARRADO R, BELLO

Z.D, VELAZQUEZ E, MUÑOZ-CALDERON A, JUIZ N.A, BASILE J, GARCIA L, RIARTE

Page 157: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

138

A, NASSER J.R, OCAMPO S.B, YADON Z.E, TORRICO F, DE NOYA B.A, RIBEIRO I, SCHIJMAN

A.G. Analytical performance of a multiplex Real-Time PCR assay using TaqMan probes for

quantification of Trypanosoma cruzi satellite DNA in blood samples. PLoS Negl Trop Dis. 7(1):e2000,

2013.

FEDERECI E.E, ALBEMANN W.H, NEVA F.A. Chronic and progressive myocarditis and myositis in

C3H mice infected with Trypanosoma cruzi. Am J Trop Med Hyg. 13: 272-80, 1964.

FERREIRA A.W, AVILA S.L.M. Diagnóstico laboratorial das principais doenças infecciosas e auto-

Imunes.2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 22: 24 -249, 2001.

FILARDI L.S, BRENER Z. Susceptibily and natural resistance os Trypanosoma cruzi strains to drugs

used clinically in Chagas disease. Trans. R. Soc. Trop. Med. Hyg, 81(5):755-759, 1987.

FREITAS JM, LAGES-SILVA E, CREMA E, PENA SD, MACEDO A.M. Real time PCR strategy for

the identification of major lineages of Trypanosoma cruzi directly in chronically infected human tissues.

Int. J. Parasitol. 35: 411-417, 2005.

FREITAS J. M, AUGUSTO-PINTO L, PIMENTA J. R, BASTOS-RODRIGUES L, GONÇALVES V. F,

TEIXEIRA S.M.R, CHIARI E, JUNQUEIRA A.C.V, FERNANDES O, MACEDO A.M, MACHADO,

C.R, PENA S.D.J. Ancestral genomes, sex, and the population struture of Trypanosoma cruzi. PLOS

Pathogens, 2:226-235, 2006.

GADELHA A.A, VERÇOSA A.F, LORENA V.M, NAKAZAWA M, CARVALHO A.B, SOUZA W.V,

FERREIRA A.G, SILVA E.D, KRIEGER M.A, GOLDENBERG S, GOMES Y.M. Chagas' disease

diagnosis: comparative analysis of recombinant ELISA with conventional ELISA and the

haemagglutination test. Vox Sang, 85(3):165 – 170, 2003.

GALVÃO L.M, CHIARI E, MACEDO A.M, LUQUETTI A.O, SILVA A.S, ANDRADE A.L.S.S. PCR

assay for monitoring Trypanosoma cruzi parasitemia in childhood after specific chemotherapy. Journal of

Clinical Microbiology, 41: 5066 – 5070, 2003.

GARCIA L.M, COELHO-DOS-REIS J.G, PERUHYPE-MAGALHÃES V, TEIXIERA-CARVALHO A,

ROCHA R.D, ARAÚJO M.S, GOMES I.T, CARVALHO S.F, DIETZE R, LEMOS E.M, ANDRADE

M.C, MARTINS-FILHO O.A. Anti-fixed Leishmania chagasi promastigotes IgG antibodies detected by

flow cytometry (FC-AFPA-IgG) as a tool for serodiagnosis and for post-therapeutic cure assessment in

American visceral leishmaniasis. Journal of Immunology Methods, 350(1-2):36–45, 2009.

GOMES M.L, MACEDO A.M, VAGO A.R, PENA S.D, GALVÃO L.M, CHIARI E. Trypanosoma

cruzi: optimization of polymerase chain reaction for detection in human blood. Experimental

Parasitology, 88:28-33, 1998.

GOMES Y.M, LORENA V.M, LUQUETTI A.O. Diagnosis of Chagas disease: what has been achieved?

What remains to be done with regard to diagnosis and follow up studies? Memórias do Instituto Oswaldo

Cruz, 104(1):115–121, 2009.

GUEDES P.M, VELOSO V.M, TAFURI W.L, GALVÃO L.M, CARNEIRO C.M, LANA M, CHIARI E,

ATAIDE SOARES K, BAHIA M.T. The dog as model for chemotherapy of the Chagas´s disease. Acta

Trop, 84(1):9-17, 2002.

GUHL F, RAMÍREZ J.D. Retrospective molecular integrated epidemiology of Chagas disease in

Colombia. Infect Genet Evol. 20: 148- 154, 2013.

Page 158: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

139

HIGUERA S.L, GUHL F, RAMÍREZ J.D. Identification of Trypanosoma cruzi Typing Units (DTUs)

through the implementation of a High-Resolution Melting (HRM) genotyping assay. Parasites & Vector.

6: 112-117, 2013.

JUNQUEIRA A.C.V, CHIARI E, WINCKER P. Comparison of the polymerase chain reaction with two

classical parasitological methods for the diagnosis of Chagas disease in an endemic region of north-

eastern Brazil. Transactions of the Royals Society of Tropical Medicine and Hygiene, 90: 129 – 132,

1996.

KRETTLI A.U, WEISZ-CARRINGTON P, NUSSENZWEIG R.S. Membrane-bound antibodies to

bloodstream Trypanosoma cruzi in mice: strain differences in susceptibility to complement-mediated

lysis. Clin Exp Immunol. 37(3): 416-23, 1979.

KRETTLI AU, BRENER Z. Resistance against Trypanosoma cruzi associated to anti-living

trypomastigote antibodies. Journal of Immunology, 128: 2009 – 2012, 1982.

LAGES-SILVA E, RAMÍREZ L.E, PEDROSA A.L, CREMA E, DA CUNHA GALVÃO L.M, JUNHO

PENA S.D, MACEDO A.M, CHIARI E. Variability of kinetoplast DNA gene signatures of Trypanosoma

cruzi II strains from patients with different clinical forms of Chagas' disease in Brazil. J Clin Microbiol,

44:2167-71, 2006.

LANA M, DA SILVEIRA P.A, BARNABE C, QUESNEY V, NOEL S, TIBAYRENC M. Trypanosoma

cruzi: compared vectorial transmissibility of three major clonal genotypes by Triatoma infestans. Exp.

Parasitol, 90:20-25, 1998.

LANA M, PINTO A.S, BASTRENTA B, BARNABÉ C, NOEL S, TIBAYRENC M. Trypanosoma cruzi:

infectivity of clonal genotypes infections in acute and chronic phases in mice. Experimental Parasitology.

96: 61–66, 2000.

LANA M, MARTINS-FILHO O.A. Revisiting the Posttherapeutic Cure Criterion in Chagas Disease:

Time for New Methods, More Questions, Doubts, and Polemics or Time to Change Old Concepts?

Biomed Res Int. 2015:652985, 2015.

LAURENT J.P, BARNABE C, QUESNEY V, NOEL S, TIBAYRENC M. Impact of clonal evolution on

the biological diversity of Trypanosoma cruzi. Parasitology 114:213-218, 1997.

LAURIA-PIRES L, TEIXEIRA A.R. Virulence and pathogenicity associated with diversity of

Trypanosoma cruzi stocks and clones derived from Chagas' disease patients. Am J Trop Med Hyg. 55(3):

304-310, 1996.

LAURIA-PIRES L, SANTANA, J.M, TEIXEIRA A.R.L. Diversity ofTrypanosoma cruzi stocks and

clones derived from Chagas disease patients: I—Behavior characterization ―in vitro‖. Revista da

Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. 30: 187–192, 1997.

LEHANE M.J, MSANGI A.R, WHITAKER C.J, LEHANE S.M. Grouping of trypanosome species in

mixed infections in Glossina pallidipes. Parasitology. 120: 583-592, 2000.

LEMOS E.M, GOMES I.T, CARVALHO S.F, ROCHA R.D, PISSINATE J.F, MARTINS-FILHO O.A,

et al. Detection of anti-Leishmania (Leishmania) chagasi immunoglobulin G by flow cytometry for cure

assessment following chemotherapeutic treatment of American visceral leishmaniasis. Clin Vaccine

Immunol. 14: 569–576, 2007.

LEWIS M.D, JONATHAN M.A, MATTHEW Y.E.O, HERNÁN J, CARRASCO, MARTIN S,

LLEWELLYN A.N.D, MICHAEL A, MILES. Genotyping of Trypanosoma cruzi: Systematic Selection

Page 159: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

140

of Assays Allowing Rapid and Accurate Discrimination of All Known Lineages. Am J Trop Med Hyg,

81(6):1041–1049, 2009.

LO PRESTI M.S, ESTEVES B.H, MOYA D, BANZÁN P.C, STRAUSS M, BÁEZ A.L, PIZZI R,

QUISPE RICALDE M.A, VALLADARES B, RIVAROLA H.W, PAGLINI-OLIVA P.A. Circulating

Trypanosoma cruzi populations differ from those found in the tissues of the same host during acute

experimental infection. Acta Trop. 133: 98-109, 2014.

LUQUETTI A.O, MILES M.A, RASSI A, DE REZENDE J.M, DE SOUZA A.A, POVOA M.M,

RODRIGUES I. Trypanosoma cruzi: zymodemes associated with acute and chronic Chagas´disease in

central Brazil. Trans. R. Soc. Trop. Med. Hyg 80:462-470, 1986.

LUQUETTI AO, RASSI A. Conferencia: Perspectiva del uso de la serología (Ag naturals y otros) em la

evaluación de la eficácia del tratamiento etiológico. Available:

www.fac.org.ar/fec/chagas2/llave/c003/luque.htm. 2002.

LUQUETTI A.O, PONCE C, PONCE E, ESFANDIARI J, SCHIJMAN A, REVOLLO S, AÑEZ

N, ZINGALES B, RAMGEL-ALDAO R, GONZALEZ A, LEVIN M.J, UMEZAWA E.S, FRANCO DA

SILVEIRA J. Chagas' disease diagnosis: a multicentric evaluation of Chagas Stat-Pak, a rapid

immunochromatographic assay with recombinant proteins of Trypanosoma cruzi. Diagn Microbiol Infect

Dis. 46(4):265-71, 2003.

LUZ Z.M.P, COUTINHO M.C, CANÇADO J.R, KRETTLI A.U. Hemocultura: técnica sensível na

detecção do Trypanosoma cruzi em pacientes chagásicos na fase crônica da doença de Chagas. Revista da

Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 27: 143-148, 1994.

MACEDO A.M, PENA S.D.J. Genetic variability of Trypanosoma cruzi: implications for the

pathogenesis of Chagas disease. Parasitol. Today, 14, 119-123, 1998.

MACEDO A.M, OLIVEIRA R.P, PENA S.D. Chagas disease: role of parasite genetic variation in

pathogenesis. Expert Rev Mol Med. 4(5): 1-16, 2002.

MACEDO A.M., MACHADO C.R., OLIVEIRA R.P, PENA S.D. Trypanosoma cruzi: genetic structure

of populations and relevance of genetic variability to the pathogenesis of chagas disease.

Mem.Inst.Oswaldo Cruz, 99, 1-12, 2004.

MANTILLA J.C, ZAFRA G.A, MACEDO A.M, GONZÁLEZ C.I. Mixed infection of Trypanosoma

cruzi I and II in a Colombian cardiomyopathic patient. Hum Pathol. 41(4): 610-3, 2010.

MARCILI A, LIMA L, VALENTE VC, VALENTE SA, BATISTA JS, JUNQUEIRA AC, et al.

Comparative phylogeography of Trypanosoma cruzi TcIIc: new hosts, association with terrestrial

ecotopes, and spatial clustering. Infect Genet Evol. 9: 1265-1274, 2009.

MARTINS H.R, TOLED M.J.O, VELOSO V.M, et al. Trypanosoma cruzi: Impact of dual-clone

infections on parasite biological properties in BALB/c mice. Exp Parasitol. 112: 237–46, 2006.

MARTINS H.R, SILVA R.M, VALADARES H.M, et al. Impact of dual infections on chemotherapeutic

efficacy in BALB/c mice infected with major genotypes of Trypanosoma cruzi. Antimicrob Agents

Chemother. 51: 3282–9, 2007.

MARTINS H.R, FIGUEIREDO L.M, VALAMIEL-SILVA J.C, CARNEIRO C.M, MACHADO-

COELHO G.L, VITELLI-AVELAR D.M, BAHIA M.T, MARTINS-FILHO A.O, MACEDO A.M,

LANA M. Persistence of PCR-positive tissue in benznidazole-treated mice with negative blood

Page 160: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

141

parasitological and serological tests in dual infections with Trypanosoma cruzi stocks from different

genotypes. Journal of Antimicrobial Chemotherapy, 61: 1319 – 1327, 2008.

MARTINS-FILHO O.A, PEREIRA M.E.S, CARVALHO J.A.C, CANÇADO J.R, BRENER Z. Flow

cytometry, a new approach to detect anti-live trypomastigote antibodies and monitor the efficacy of

specific treatment in human chagas disease. Clinical and Diagnostic Laboratory Immunology, 2: 569 –

573, 1995.

MARTINS-FILHO O.A, ELOI-SANTOS S.M, CARVALHO A.T, CÔRREA-OLIVEIRA R, RASSI A,

LUQUETTI A.O, RASSI G.G, BRENER Z. Double-Blind study to evaluate flow cytometry analysis of

anti-live trypomastigote antibodies for monitoring treatment efficacy in cases of human Chagas disease.

Clinical and Diagnostic Laboratory Immunology, 9:1107-1113, 2002.

MATOS C.S, COELHO-DOS-REIS J.G, RASSI A, LUQUETTI A.O, DIAS J.C.P, ELOI-SANTOS S.M,

GOMES I.T, VITELLI-AVELAR D.M, WENDLING A.P.B, ROCHA R.D.R, TEIXEIRA-CARVALHO

A, PERUHYPE-MAGALHÃES V, ANDRADE M.C, MARTINS-FILHO A.O. Applicability of an

optimized non-conventional flow cytometry method to detect anti-Trypanosoma cruzi immunoglobulin G

for the serological diagnosis and cure assessment following chemotherapeutic treatment of Chagas

disease. Journal of Immunological Methods, 369:22–32, 2011.

MATSUMOTO T.K, HOSHINO-SHIMIZU S, NAKAMURA P.M, ANDRADE JR H.F, UMEZAWA

ES. High resolution of Trypanosoma cruzi amastigote antigen in serodiagnosis of different clinical forms

of Chagas' disease. Journal of Clinical Microbiology, 31:1486–1492, 1993.

MAZZA S, FREIRE RS. Manifestaciones cutâneas de inoculacion, metastáticas y hematógenas em

enfermedad de Chagas. Chagomas de inoculación, chagomas metastáticos y chagomas hematógenos.

Public MEPRA, 46: 3 – 38, 1940.

MENDES T.A, REIS-CUNHA J.L, DE ALMEIDA L.R, RODRIGUES L.G, LEMOS L.D, DOS

SANTOS A.R, DA CÂMARA A.C, GALVÃO L.M, BERN C, GILMAN R.H, FUJIWARA R.T,

GAZZINELLI R.T, BARTHOLOMEU D.C. Identification of strain-specific B-cell epitopes in

Trypanosoma cruzi using genome-scale epitope prediction and high-throughput immunoscreening with

peptide arrays. Plos Negl Trop Dis.7(10): e2524, 2013.

MESSENGER L.A, MILES M.A, BERN C. Between a bug and a hard place: Trypanosoma cruzi genetic

diversity and the clinical outcomes of Chagas disease. Expert Rev Anti Infect Ther. 13(8):995-1029,

2015.

MILES M.A, CEDILLOS R.A, POVOA M.M, DE SOUZA A.A, PRATA A, MACEDO V. Do radically

Trypanosoma cruzi strains (zymodemes) cause Venezuelan and Brazilian forms of Chagas disease?

Lancet, 1:1338-1340, 1981.

MILES M.A, LLEWELLYN M.S, LEWIS M.D, YEO M, BALEELA R, FITZPATRICK S, GAUNT

M.W, MAURICIO I.L. The molecular epidemiology and phylogeography of Trypanosoma cruzi and

parallel research on Leishmania: looking back and to the future. Parasitology. 136(12):1509-28, 2009.

MINISTÉRIO DA SAÚDE, COORDENAÇÃO DE DST/AIDS e COSAH Telelab No.11. Doença de

Chagas - Triagem e diagnóstico sorológico em unidades hemoterápicas e laboratórios de saúde pública.

Brasília, Manual, 75 p, 1998.

MIYAMOTO C.T, GOMES M.L, MARANGON A.V, ARAUJO S.M, BAHIA M.T, MARTINS-FILHO

A.O, LANA M, TOLEDO M.J.O. Usefulness of the polymerase chain reaction for monitoring cure of

mice infected with different Trypanosoma cruzi clonal genotypes following treatment with benznidazole.

Experimental Parasitology 120: 45 – 49, 2008.

Page 161: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

142

MONJE-RUMI M.M, BRANDÁN C.P, RAGONE P.G, TOMASINI N, LAUTHIER J.J, ALBERTI D’

AMATO A.M, CIMINO R.O, ORELLANA V, BASOMBRÍO M.A, DIOSQUE P. Trypanosoma cruzi

diversity in the Gran Chaco: mixed infections and differential host distribution of TcV and TcVI. Infect.

Genet. Evol. 29: 53-9, 2015.

MONTEIRO W.M, MAGALHÃES L.K, DE SÁ A.R, GOMES M.L, TOLEDO M.J, BORGES L, PIRES

I, GUERRA JA, SILVEIRA H, BARBOSA M.D. Trypanosoma cruzi IV causing outbreaks of

acute Chagas disease and infections by different haplotypes in the Western Brazilian Amazonia. Plos

One. 7(7):e41284, 2012.

MOREIRA C.I.C, PERLOWAGORA-SZUMLEWICZ A. Attempts to improve xenodiagnosis:

comparative test of sensitivity using Rhodnius neglectus, Panstrongylus megistus, Triatoma vitticeps,

Triatoma infestans in endemic areas of Brazil. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, 92(1): 91-96, 1997.

MOREIRA O.C, Ramírez J.D, Velázquez E, Melo M.F, Lima-Ferreira C, Guhl F, Sosa-Estani S, Marin-

Neto J.A, Morillo C,A, Britto C. Towards the establishment of a consensus real-time qPCR to monitor

Trypanosoma cruzi parasitemia in patients with chronic Chagas disease cardiomyopathy: a substudy from

the BENEFIT trial. Acta Trop. 125(1):23-31, 2013.

MOTT K.E, FRANÇA J.T, BARRETT T.V, HOFF R, OLIVEIRA T.S, SHERLOCK I.A. Cutaneous

allergic reactions to Triatoma infestans after xenodiagnosis. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, 75: 3-

10,1980.

MURCIA L, CARRILERO B, MUÑOZ M.J, IBORRA M.A, SEGOVIA M. Usefulness of PCR for

monitoring benznidazole response in patients with chronic Chagas’ disease: a prospective study in a non-

disease-endemic country. Journal of Antimicrobial Chemotherapy, 65(8): 1759 – 1764, 2010.

NAGARKATTI R, BIST V, SUN S, FORTES DE ARAUJO F, NAKHASI H.L, DEBRABANT A.

Development of an aptamer-based concentration method for the detection of Trypanosoma cruzi in blood.

Plos One. 7(8):e43533, 2012.

NOGUEIRA-PAIVA N.C, VIEIRA P.M, OLIVERI L.M, FONSECA S, POUND-LANA G, DE

OLIVEIRA M.T, DE LANA M, VELOSO V.M, REIS A.B, TAFURI W.L, CARNEIRO C.M.Host-

Parasite Interactions in Chagas Disease: Genetically Unidentical Isolates of a Single Trypanosoma cruzi

Strain Identified In Vitro via LSSP-PCR. PLoS One 10 (9), e0137788, 2015.

OELEMANN W.M.R, TEIXEIRA M.G.M, VERÍSSIMO D.A, COSTA G.C,BORGES-PEREIRA J, DE

CASTRO J.A.F, COURA J.R, PERALTA J.M. Evaluation of three commercial enzyme-linked

immunosorbent assays for diagnosis of Chagas disease. Journal of Clinical and Microbiology, 36: 2423-

2427, 1998.

OLIVEIRA M.T, MACHADO-DE-ASSIS G.F, OLIVEIRA-SILVA J.C, MACHADO E.M, DA SILVA

G.N, VELOSO V.M, MACEDO A.M, MARTINS H.R, LANA M. Trypanosoma cruzi Discret Typing

Units (TcII and TcVI) in samples of patients from two municipalities of the Jequitinhonha Valley, MG,

Brazil, using two molecular typing strategies. Parasit Vectors. 8: 568, 2015.

OLIVEIRA M.T, BRANQUINHO R.T, ALESSIO G.D, MELLO C.G, NOGUEIRA-DE-PAIVA N.C,

CARNEIRO C.M, TOLEDO M.J, REIS A.B, MARTINS-FILHO O.A, LANA M. TcI, TcII and TcVI

Trypanosoma cruzi samples from Chagas disease patients with distinct clinical forms and critical analysis

of in vitro and in vivo behavior, response to treatment and infection evolution in murine model. Acta

Trop. 167: 108 – 120, 2017.

OLIVEIRA-SILVA J.C.V, MACHADO-DE-ASSIS G.F, OLIVEIRA M.T, PAIVA N.C.N, ARAÚJO

M.S.S, CARNEIRO C.M, MARTINS-FILHO O.A, MARTINS H.R, DE LANA M. Experimental

Page 162: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

143

benznidazole treatment of Trypanosoma cruzi II strains isolated from children of Jequitinhonha Valley,

Minas Gerais, Brazil, with Chagas disease. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, 110:86-94, 2015.

ORTIZ S, ZULANTAY I, APT W, SAAVEDRA M, SOLARI A. Transferability of Trypanosoma cruzi

from mixed human host infection to Triatoma infestans and from insects to axenic culture. Parasitol

Int. 64(1):33-6, 2015.

PEREIRA DA SILVA LH, NUSSENZWEIG. Sobre uma cepa de Trypanosoma cruzi altamente virulenta

para o camundongo branco. Folia Clin Biol. 20: 191-208, 1953.

PEREIRA J.B, JUNQUEIRA A.C.V, SANTOS L.C, CASTRO J.A.F, ARAUJO I.B, COURA J.R.

Xenodiagnóstico na doença de Chagas crônica. I. Sensibilidade de Panstrongylus megistus e Triatoma

infestans. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 29: 241 - 247, 1996.

PEREZ-MOLINA J.A, NORMAN F, LOPEZ-VELEZ R. Chagas disease in non-endemic countries:

epidemiology, clinical presentation and treatment. Curr. Infect. Dis. Rep, 14:263-274, 2012.

PIFANO C.F. El diagnostico parasitológico de laenfermidad de Chagas crônica. Estudio comparativo

entre la gota gruesa, el xenodiagnóstico, el hemocultivo y lãs inoculaciones experimentales em animales

sensibles. ArchVenez Patol Parasitol Med, 21: 20-55, 1954.

PINTO A.S, LANA M, BASTRENTA B, BARNABÉ C, QUESNEY V, NOEL S, TIBAYRENC M.

Compared vectorial transmissibility of pure and biclonal infections of Trypanosoma cruzi in Triatoma

infestans. Parasitology Research. 84: 348–353, 1998.

PINTO A.S, LANA M, BRITTO C, BASTRENTA B, TIBAYRENC M. Experimental Trypanosoma

cruzi biclonal infection in Triatoma infestans: detection of distinct clonal genotypes using kinetoplast

DNA probes. International Journal of Parasitology. 30: 843–848, 2000.

PIRON M, FISA R, CASAMITJANA N, LÓPEZ-CHEJADE P, PUIG L, VERGÉS M, GÁSCON J,

PRAT J.G, PORTÚS M, SAULEDA S. Developmentof a real-time PCR assay for Trypanosoma cruzi

detection in blood samples. ActaTropica, 103: 195 – 200, 2007.

PISSINATI J.F, GOMES I.T, PERUHYPE-MAGALHÃES V, DIETZE R, MARTINS-FILHO O.A,

LEMOS E.M. Upgrading the flow-cytometric analysis of anti-Leishmania immunoglobulins for the

diagnosis of American tegumentary leishmaniasis. J. of Immunology Methods, 336(2):193–2002, 2008.

PRATA A. Classification of Chagas' infection in humans.Revista da Sociedade Brasileira de Medicina

Tropical, 23:109 - 113, 1990.

PRIMAVERA K.S.C, UMEZAWA E.S, PERES B.A, CAMARGO M.E, HOSHINO-SHIMIZU S.

Chagas' disease: IgA, IgM and IgG antibodies to T. cruzi amastigote, tripomastigote and epimastigote

antigens in acute and in different chronic forms of the disease. Rev. Inst. Med. Trop. 32:172–180, 1990.

QUINLAN JR. C4.5: Programs for Machine Learning. Morgan Kaufmann Publishers Inc.; 1993 302.

RAGONE P.G, PÉREZ BRANDÁN C, PADILLA A.M, MONJE RUMI M, LAUTHIER J.J, ALBERTI

D’AMATO A.M, TOMASINI N, CIMINO R.O, ROMERO N.M, NASSER J.R, BASOMBRÍO M.A,

DIOSQUE P. Biological behavior of different Trypanosoma cruzi iso-lates circulating in an endemic area

for Chagas disease in the Gran Chaco regionof Argentina. Acta Tropica. 123: 196–220, 2012.

RAMIRÉZ J.D, GUHL F, UMEZAWA E.S, MORILLO C.A, ROSAS F, MARIN-NETO J.A,

RESTREPO S. Evaluation of adult chronic Chagas’ heart disease diagnosis by molecular and serological

methods. Journal Clinical Microbiology, 47: 3945 – 3951, 2009.

RASSI AJR, RASSI A, MARIN-NETO J. Chagas disease. Lancet, 375: 1388 – 1402, 2010.

Page 163: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

144

RASSI A.J.R, RASSI A. Letter by Rassi and Rassi regarding article, "Ten-year incidence of Chagas

cardiomyopathy among asymptomatic, Trypanosoma cruzi-seropositive former blood donors".

Circulation. 128:135, 2013.

REIS-CUNHA J.L, MENDES T.A, DE ALMEIDA LOURDES R, RIBEIRO D.R, MACHADO-DE-

AVILA R.A, DE OLIVEIRA TAVARES M, LEMOS D.S, CÂMARA A.C, OLÓRTEGUI C.C, DE

LANA M, DA CUNHA GALVÃO L.M, FUJIWARA R.T, BARTHOLOMEU D.C. Genome-wide

screening and identification of new Trypanosoma cruzi antigens with potential application of chronic

Chagas disease diagnosis. Plos One, 9(9), 2014.

REVOLLO S, OURY B, LAURENT J.P, BARNABE C, QUESNEY V, CARRIERE V, NOEL S. &

TIBAYRENC M. Trypanosoma cruzi: impact of clonal evolution of the parasite on its biological and

medical properties. Exp.Parasitol, 89:30-39, 1998.

RIMOLDI A, ALVES R.T, AMBRÓSIO D.L, FERNANDES M.Z.T, MARTINEZ I, ARAÚJO R.F.

Morphological, biological and molecular characterization of three strains of Trypanosoma cruzi Chagas,

1909 (Kinetoplastida, Trypanosomatidae) isolated from Triatoma sordida (Stal) 1859 (Hemiptera,

Reduviidae) and a domestic cat. Parasitology. 139, 37–44, 2012.

ROMAÑA C. Acerca de um sintoma inicial de valor para el diagnóstico de forma aguda de La

enfermedadde Chagas. La conjuntivitises quizotripanósica unilateral. (Hipótesissobre puerta de entrada

conjuntival de la enfermedad) Public MEPRA, 22: 16 – 28, 1935.

ROMANHA A.J. Heterogeneidade Isoenzimatica em Trypanosoma cruzi, PhD Tese, Universidade

Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 110 pp, 1982.

ROZAS M, DE DONCKER S, ADAUI V, CORONADO X, BARNABÉ C, TIBYARENC M, SOLARI

A, DUJARDIN J.C. Multilocus polymerase chain reaction restriction fragment--length polymorphism

genotyping of Trypanosoma cruzi (Chagas disease): taxonomic and clinical applications. J Infect

Dis.195(9):1381-8, 2007.

ROWLAND E.C, MIKHAIL K.S, MC CORMICK T.S. Isotype determination of anti-Trypanosoma cruzi

antibody in murine Chagas' disease. J Parasitol.78(3):557-61, 1992.

SÁ A.R, DIAS G.B, KIMOTO K.Y, STEINDEL M, GRISARD E.C, TOLEDO M.J, GOMES M.L.

Genotyping of Trypanosoma cruzi DTUs and Trypanosoma rangeli genetic groups in experimentally

infected Rhodnius prolixus by PCR-RFLP. Acta Trop.156:115-21, 2016.

SALES-CAMPOS H, KAPPEL H.B, ANDRADE C.P, LIMA T.P, MATTOS M.E JR, DE CASTILHO

A, CORREIA D, GIRALDO L.E, LAGES-SILVA E. A DTU-dependent blood parasitism and a DTU-

independent tissue parasitism during mixed infection of Trypanosoma cruzi in immunosuppressed mice.

Parasitol Res. 113(1): 375-85, 2014.

SALES-CAMPOS N.O, KAPPEL H.B, ANDRADE C.P, LIMA T.P, DE CASTILHO A, GIRALDO L.E,

LAGES-SILVA E. Trypanosoma cruzi DTU TcII presents higher blood parasitism than DTU TcI in an

experimental model of mixed infection. Acta Parasitol. 60 (3): 435–44, 2015.

SÁNCHEZ N.O, SÁNCHEZ V.F.J, LACUNZA C.D, GARCÍA B.M.F, MORA M.C, UNCOS A.D,

BASOMBRÍO M.A. Serological evaluation of specific-antibody levels in patients treated for chronic

Chagas' disease. Clin. Vaccine Immunol, 15, 297, 2008.

SANTOS D.M, TALVANI A, GUEDES P.M, MACHADO-COELHO G.L, DE LANA M, BAHIA M.T.

Trypanosma cruzi: Genetic diversity influences the profile of immunoglobulins during experimental

infection. Exp. Parasitol, 121(1):8-14, 2009.

Page 164: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

145

SCHENONE H, ALFARO E, REYES H, TAUCHER E. Valor Del xenodiagnóstico em la infección

chagásica crônica. Bolletin Chileno Parasitologia, 23: 149-154, 1968.

SCHENONE H, ALFARO E, ROJAS A. Bases y rendimento del xenodiagnóstico em la infección

chagásica humana. Bol Chil Parasitol, 29: 24-26, 1974.

SCHENONE H, ROJAS A, CASTILLO D. Comparative study of sensitivity and mortality of

Triatomainfestan nymphs III and IV used in the xenodiagnosis of chronic chagasic patients.Bol Chil

Parasitol, 55(1-2): 14 – 17, 2000.

SCHMUNIS GA. A Tripanossomíase Americana e seu Impacto na Saúde Pública das Américas.

Trypanosoma cruzi e Doença de Chagas. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1:1-12, 2000.

SCHMUNIS GA, YADON ZE. Chagas disease: a Latin American health problem becoming a world

health problem. Acta Trop115: 14-21, 2010.

SCHOFIELD C.J, DIAS J.C. The Southern Cone Initiative against Chagas disease. Adv. Parasitol, 42:1-

27, 1999.

SOLARI A, CAMPILLAY R, ORTIZ S, WALLACE A. Identification of Trypanosoma cruzi genotypes

circulating in Chilean chagasic patients. Experimental Parasitology, 97: 226 – 233, 2001.

SOUTO R.P, FERNANDES O, MACEDO A.M, CAMPBEL D. A, ZINGALES B. DNA markers define

two major phylogenetic lineages of Trypanosoma cruzi. Mol. Biochem. Parasitol, 83:141-152, 1996.

STURM N.R, CAMPBELL D.A. Alternative lifestyles: the population structure of Trypanosoma cruzi.

Acta Trop. 115:35–43, 2010.

SWETS J.A. Measuring the accuracy of diagnostic systems.Science. 240: 1285 – 1293, 1988.

TESTON A.P, MONTEIRO W.M, REIS D, BOSSOLANI G.D, GOMES M.L, DE ARAÚJO S.M,

BAHIA M.T, BARBOSA M.G, TOLEDO M.J. In vivo susceptibility to benznidazole of Trypanosoma

cruzi strains from the western Brazilian Amazon. Trop Med Int Health. 18(1): 85-95, 2013.

TEIXEIRA-CARVALHO A, CAMPOS F.M, GEIGER S.M, ROCHA R.D, DE ARAÚJO F.F, VITELLI-

AVELAR D.M, ANDRADE M.C, ARAÚJO M.S, LEMOS E.M, DE FREITAS CARNEIRO PROIETTI

A.B, SABINO E.C, CALDAS R.G, FREITAS C.R, CAMPI-AZEVEDO A.C, ELÓI-SANTOS S.M,

MARTINS-FILHO O.A. FC-TRIPLEX Chagas/Leish IgG1: a multiplexed flow-cytometry method for

differential serological diagnosis of Chagas disease and leishmaniasis. Plos One, 10(4), 2015.

TIBAYRENC M, CARIOU M.L, SOLIGNAC J.P, DEDET J.P, POCH O, DEJEUX P. New

electrophoretic evidence of genetic variation & diploidy in Trypanosoma cruzi, the causative agent of

Chagas disease. Genetic. 23: 223–225, 1985.

TIBAYRENC M, NEUBAUER K, BARNABE´ C, GUERRINI F, SKARECKY D, et al. Genetic

characterization of six parasitic protozoa: parity between randomprimer DNA typing and multilocus

enzyme electrophoresis. Proc Natl Acad Sci U S A. 90: 1335–1339, 1993.

TIBAYRENC M. Genetic epidemiology of parasitic protozoa and other infectious agents: the need for an

integrated approach. Int. J. Parasitol, 28:85–104, 1998.

TIBAYRENC M, AYALA F.J. The population genetics of Trypanosoma cruzi revisited in the light of the

predominant clonal evolution model. Acta Trop.151: 156-65, 2015.

Page 165: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

146

TYLER, K.M, ENGMAN D.M. The life cycle of Trypanosoma cruzi revisited. Int. J. Parasitol, 31:472-

481, 2001.

TOLEDO M.J, LANA M, CARNEIRO C.M, BAHIA M.T, MACHADO-COELHO G.L, VELOSO V.M,

BARNABÉ C, TIBAYRENC M, TAFURI W.L. Impact of Trypanosoma cruzi clonal evolution on its

biological properties in mice. Exp Parasitol. 100(3): 161-7, 2002.

TOLEDO M.J. BAHIA M.T, CARNEIRO C.M, MARTINS-FILHO O.A, TIBAYRENC M, BARNABE

C, TAFURI W.L, DE L.M. Chemotherapy with benznidazole and itraconazole for mice infected with

different Trypanosoma cruzi clonal genotypes. Antimicrob.Agents Chemother, 47:223-230, 2003.

TOLEDO M.J, BAHIA M.T, VELOSO V.M, CARNEIRO C.M, MACHADO-COELHO G.L, ALVES

C.F, MARTINS H.R, CRUZ R.E, TAFURI W.L, LANA M. Effects of specific treatment on

parasitological and histopathological parameters in mice infected with different Trypanosoma cruzi clonal

genotypes. J Antimicrob Chemother, 53(6):1045-53, 2004.

UMEZAWA E.S, NADCIMENTO M.S, KESPER N Jr, COURA J.R, BORGES-PEREIRA J,

JUNQUEIRA A.C, CAMARGO M.E. Immunoblot assay using excreted-secreted antigens of

Trypanosoma cruzi in serodiagnosis of congenital, acute, and chronic Chagas' disease. Journal Clinical

Microbiology, 34(9): 2143 – 2147, 1996.

UMEZAWA E.S, BASTOS S.F, CAMARGO M.E, YAMAUCHI L.M, SANTOS M.R, GONZALEZ A,

ZINGALES B, LEVIN M.J, SOUZA O, RANGEL-ALDAO R AND SILVEIRA J.F. Evaluation of

recombinant antigens for serodiagnosis of Chagas disease in South and Central America. Journal of

Clinical Microbiology, 37:1554-1560, 1999.

UMEZAWA E.S, LUQUETTI A, LEVITUS G, PONCE C, PONCE E, HENRIQUEZ D, REVOLLO S,

ESPINOZA B, SOUZA O, KHAN B AND SILVEIRA J.F. Serodiagnosis of chronic and acute Chagas

disease with Trypanosoma cruzi recombinant proteins: Results of a collaborative study in six Latin

American Countries. Journal of Clinical Microbiology, 42:449-452, 2004.

VAGO A.R, ANDRADE L.O, LEITE A.A, D'AVILA REIS D, MACEDO A.M, ADAD S.J, TOSTES S.

J.R, MOREIRA M.C, FILHO G.B, PENA S.D. Genetic characterization of Trypanosoma cruzi directly

from tissues of patients with chronic Chagas disease: differential distribution of genetic types into diverse

organs. Am J Pathol. May, 156(5):1805-9, 2000.

VALADARES H.M, PIMENTA J.R, DE FREITAS J.M, DUFFY T, BARTHOLOMEU D.C, OLIVEIRA

R.P, CHIARI E, MOREIRA M.C, FILHO G.B, SCHIJMAN A.G, FRANCO G.R, MACHADO C.R,

PENA S.D, MACEDO A.M. Genetic profiling of Trypanosoma cruzi directly in infected tissues using

nested PCR of polymorphic microsatellites. Int J Parasitol, 38(7):839-50, 2007.

VALADARES HM, PIMENTA JR, FREITAS JM, DUFFY T, BARTHOLOMEU DC, OLIVEIRA R.P,

et al. Genetic profiling of Trypanosoma cruzi directly in infected tissues using nested PCR of

polymorphic microsatellites. Int. J. Parasitol. 38: 839-850, 2008.

VALENTE S.A, VALENTE DA COSTA.V, PINTO D.N.A.Y, BARBOSA D.J.C.M, DOS SANTOS

M.P, MIRANDA C.O, CUERVO P, FERNANDES O. Analysis of an acute Chagas disease outbreak in

the Brazilian Amazon: human cases, triatomines, reservoir mammals and parasites. Trans R Soc Trop

Med Hyg, 103(3): 291-7, 2009.

VERANI J.R, SEITZ A, GILMAN R.H, LAFUENTE C, GALDOS-CARDENAS G, KAWAI V, DE

LAFUENTE E, FERRUFINO L, BOWMAN N.M, PINEDO-CANCINO V, LEVY M.Z, TODD C.W,

KIRCHHOFF L.V, CABRERA L, VERASTEGUI M, BERN C. Geographic variation in the sensitivity of

Page 166: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

147

recombinant antigen-based rapid tests chronic Trypanosoma cruzi infection. Am. J. Trop. Med. Hyg,

80(3):410-415, 2009.

VEXENAT A.C, SANTNA J.M, TEIXEIRA A.R. Cross-reactivity of antibodies in human infections by

the kinetoplastid protozoa Trypanosomacruzi, Leishmania chagasi and Leishmania (viannia) braziliensis.

Revista Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, 38(3): 177 – 185, 1996.

VIRREIRA M, SERRANO G, MALDONADO L, SVOBODA M. Trypanosoma cruzi: typing of

genotype (sub)lineages in megacolon samples from bolivian patients. Acta Trop, 100(3):252-5, 2006.

VITELLI-AVELAR D, SATHLER-AVELAR R, WENDLING A.P.B, ROCHA R.D.R, TEIXEIRA-

CARVALHO A, MARTINS N.E, DIAS J.C.P, RASSI A, LUQUETTI A.O, ELÓI-SANTOS S,

MARTINS-FILHO A.O. Non-conventional flow cytometry approaches to detect anti-Trypanosoma cruzi

immunoglobulin G in the clinical laboratory. Journal of Immunological Methods, 318:102-112, 2007.

VITOR R.W, CHIARI E. Evaluation of Trypanosoma cruzi antigens for the indirect hemaglutination

reaction. . II. Antigens of different samplings and evolutive forms. Rev. Inst. Med. Trop. São Paulo,

29(3):183-188, 1987.

VOLLER A, DRAPER C, BIDWELL D.E, BARTLETT A.A. Microplate enzyme-linked immunosorbent

assay (ELISA) for Chagas disease. Lancet, 305: 426 – 428, 1975.

WALLACE A, SANCHEZ G, VENEGAS J, SOLARI A. Lack of cross-reactivity of lytic antibodies with

bloodstream forms of Trypanosoma cruzi zymodemes generated in a mouse experimental model. Exp

Parasitol. 80(2): 176-85, 1995.

WESTENBERGER S.J, BARNABE C, CAMPBELL D.A, STURM N.R. Two hybridization events

define the population structure of Trypanosoma cruzi. Genetics, 171:527-43, 2005.

WHO -. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Tropical Disease Research, progress 1995-96, ed. WHO

Publications, Geneva, Switzerland, 1997.

WHO- WORLD HEALTH ORGANIZATION. Control of Chagas disease.WHO technical report series

905, World Health Organization, Geneva, 2002.

WHO -. WORLD HEALTH ORGANIZATION. First WHO report on neglected tropical diseases 2010:

working to overcome.the global impact of neglected tropical diseases.Genebra, 2010.

WHO- WORLD HEALTH ORGANIZATION. Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet

N°340, 2015.

YOSHIDA N. Molecular basis of mammalian cell invasion by Trypanosoma cruzi. Anais da Academia

Brasileira de Ciências, 78(1): 87-111, 2006.

ZINGALES B, ANDRADE S.G, BRIONES M.R.S, CAMPBELL D.A, CHIARI E, FERNANDES O,

GUHL F, LAGES-SILVA E, MACEDO A.M, MACHADO C.R, MILES M.A, ROMANHA A.J,

STURM N.R, TIBAYRENC M, SCHIJMAN A.G. A new consensus for Trypanosoma cruzi intraspecific

nomenclature: second revision meeting recommends TcI to TcVI. Mem Inst Oswaldo Cruz, Rio de

Janeiro, 104(7):1051-1054, 2009.

ZINGALES, B., MILES M.A., CAMPBELL D.A., TIBAYRENC M., MACEDO A.M., TEIXEIRA,

M.M.G., SCHIJMAN A.G., LLEWELLYN, M.S., LAGES-SILVA, E., MACHADO, C.R., ANDRADE,

S.G., STURM N.R. The revised Trypanosoma cruzi subspecific nomenclature: Rationale,

epidemiological relevance and research applications. Infect. Gene t. Evolut, 12: 240-253, 2012.

Page 167: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

148

ZULANTAY I, VENEGAS J, APT W, SOLARI A, SANCHEZ G. Lytic antibodies in Trypanosoma

cruzi-infected persons with low parasitemia. Am J Trop Med Hyg. 58(6): 775-9, 1998.

ZULANTAY I, HONORES P, SOLARI A, APT W, ORTIZ S, OSUNA A, ROJAS A, LÓPES B,

SÁNCHES G. Use of polymerase chain reaction (PCR) and hibridization assays to detect Trypanosoma

cruzi in chronic chagasic patients treated with itraconazole or allopurinol. Diagnostic Microbiology and

Infectious Disease, 48: 253-257, 2004.

Page 168: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

ANEXOS

149

11. ANEXO

Page 169: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

RESEARCH ARTICLE

Performance of TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

ATE-IgG2a for universal and genotype-specific

serodiagnosis of Trypanosoma cruzi infection

Glaucia Diniz Alessio1, Fernanda Fortes de Araujo2, Denise Fonseca Cortes1, Policarpo

Ademar Sales Junior3, Daniela Cristina Lima2, Matheus de Souza Gomes4, Laurence

Rodrigues do Amaral4, Marcelo Antonio Pascoal Xavier5, Andrea Teixeira-Carvalho2,

Olindo Assis Martins-Filho2*, Marta de Lana1

1 Laboratorio de Doenca de Chagas, Nucleo de Pesquisas em Ciências Biologicas (NUPEB), Instituto de

Ciências Exatas e Biologicas (ICEB), Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Ouro Preto, Minas

Gerais, Brazil, 2 Grupo Integrado de Pesquisas em Biomarcadores, Centro de Pesquisas Rene Rachou

(CPqRR-FIOCRUZ/ MG), Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil, 3 Grupo de Genomica Funcional e

Proteomica de Leishmania spp e Trypanosoma cruzi, Centro de Pesquisas Rene Rachou (CPqRR-

FIOCRUZ/ MG), Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil, 4 Laboratorio de Bioinformatica e Analises

Moleculares, Universidade Federal de Uberlandia, INGEB/FACOM, Campus Patos de Minas, Patos de

Minas, Minas Gerais, Brazil, 5 Grupo de Pesquisas Clınicas e Polıticas Publicas em Doencas Infecciosas e

Parasitarias, Centro de Pesquisas Rene Rachou (CPqRR-FIOCRUZ/ MG), Belo Horizonte, Minas Gerais,

Brazil

* [email protected]

Abstract

Distinct Trypanosoma cruzi genotypes have been considered relevant for patient manage-

ment and therapeutic response of Chagas disease. However, typing strategies for geno-

type-specific serodiagnosis of Chagas disease are still unavailable and requires

standardization for practical application. In this study, an innovative TcI/TcVI/TcII Chagas

Flow ATE-IgG2a technique was developed with applicability for universal and genotype-

specific diagnosis of T. cruzi infection. For this purpose, the reactivity of serum samples

(percentage of positive fluorescent parasites-PPFP) obtained from mice chronically infected

with TcI/Colombiana, TcVI/CL or TcII/Y strain as well as non-infected controls were deter-

mined using amastigote-AMA, trypomastigote-TRYPO and epimastigote-EPI in parallel

batches of TcI, TcVI and TcII target antigens. Data demonstrated that “α-TcII-TRYPO/

1:500, cut-off/PPFP = 20%” presented an excellent performance for universal diagnosis of

T. cruzi infection (AUC = 1.0, Se and Sp = 100%). The combined set of attributes “α-TcI-

TRYPO/1:4,000, cut-off/PPFP = 50%”, “α-TcII-AMA/1:1,000, cut-off/PPFP = 40%” and “α-

TcVI-EPI/1:1,000, cut-off/PPFP = 45%” showed good performance to segregate infections

with TcI/Colombiana, TcVI/CL or TcII/Y strain. Overall, hosts infected with TcI/Colombiana

and TcII/Y strains displayed opposite patterns of reactivity with “α-TcI TRYPO” and “α-TcII

AMA”. Hosts infected with TcVI/CL strain showed a typical interweaved distribution pattern.

The method presented a good performance for genotype-specific diagnosis, with global

accuracy of 69% when the population/prototype scenario include TcI, TcVI and TcII infec-

tions and 94% when comprise only TcI and TcII infections. This study also proposes a

receiver operating reactivity panel, providing a feasible tool to classify serum samples from

PLOS Neglected Tropical Diseases | https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444 March 23, 2017 1 / 24

a1111111111

a1111111111

a1111111111

a1111111111

a1111111111

OPENACCESS

Citation: Alessio GD, de Araujo FF, Cortes DF,

Sales Junior PA, Lima DC, Gomes MdS, et al.

(2017) Performance of TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

ATE-IgG2a for universal and genotype-specific

serodiagnosis of Trypanosoma cruzi infection.

PLoS Negl Trop Dis 11(3): e0005444. https://doi.

org/10.1371/journal.pntd.0005444

Editor: Carlos A. Buscaglia, Instituto de

Investigaciones Biotecnologicas, ARGENTINA

Received: December 6, 2016

Accepted: March 1, 2017

Published: March 23, 2017

Copyright: © 2017 Alessio et al. This is an open

access article distributed under the terms of the

Creative Commons Attribution License, which

permits unrestricted use, distribution, and

reproduction in any medium, provided the original

author and source are credited.

Data Availability Statement: All relevant data are

within the paper and its Supporting Information

files.

Funding: This work was supported by European

Community’s Seventh Framework Program No.

602773- Project KINDRED). Fundacão de Amparo

à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG),

Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientıfico e

Tecnologico (CNPq), Ciências sem Fronteiras

(CAPES), Centro de Pesquisas Rene Rachou—

Page 170: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

hosts infected with distinct T. cruzi genotypes, supporting the potential of this method for

universal and genotype-specific diagnosis of T. cruzi infection.

Author summary

Chagas disease remains a significant public health issue infecting 6–7 million people

worldwide. The factors influencing the clinical heterogeneity of Chagas disease have not

been elucidated, although it has been suggested that different clinical outcome may be

associated with the genetic diversity of T. cruzi isolates. Moreover, differences in therapeu-

tic response of distinct T. cruzi genotypes have been also reported. Typing strategies for

genotype-specific diagnosis of Chagas disease to identify the T. cruzi discrete typing units

(DTU) have already been developed, including biochemical and molecular methods, how-

ever the techniques have limitations. The majority of these methods can not directly be

performed in biological and clinical samples. In addition, it has been proposed that para-

site isolates from blood may not necessarily represent the full set of strains current in the

individual as some strains can be confined to tissues. The improvement of genotype-spe-

cific serology to identify the T. cruzi DTU(s) present in a given host may provide a useful

tool for clinical studies. In the present investigation, we developed an innovative TcI/

TcVI/TcII Chagas Flow ATE-IgG2a technique with applicability for universal and geno-

type-specific diagnosis of T. cruzi infection that may contribute to add future insights for

genotype-specific diagnosis of Chagas disease.

Introduction

Trypanosoma cruzi, the etiological agent of Chagas disease [1] infects 6–7 million people

worldwide, mainly in Latin America causing serious consequences for public health and

national economies [2]. Geographical variations in the prevalence of clinical forms and mor-

bidity of Chagas disease in different countries have been recorded [3]. Although the factors

underlying the clinical heterogeneity of Chagas disease are still not completely understood, it

has been suggested that different clinical outcome may be associated with the genetic diversity

of T. cruzi isolates observed in the Americas [4]. Moreover, differences in therapeutic response

of distinct T. cruzi genotypes have been also reported previously in mice infection [5–8].

Typing strategies for genotype-specific diagnosis of Chagas disease to identify the six T.

cruzi discrete typing units (DTU), named TcI, TcII, TcIII, TcIV, TcV and TcVI [9] have

already been developed, including biochemical and molecular methods [4]. However, none

of these methods allows a full resolution when used individually and a combinatory three-

marker sequential typing strategy is usually required to confirm the T. cruzi genotype [10–12].

Straightforward, genotyping methods to identify the T. cruzi DTUs are currently available, but

research is still required to optimize sensitivity and simplify methods so that they can be easily

applied in clinical laboratories. In fact, molecular methods require a measurable parasite load

to directly identify T. cruzi DTUs in samples. Because of this, the approaches used for T. cruzigenotyping requires parasite isolation by hemoculture/xenoculture followed by in vitro growth

that may lead to clonal selection [13–16].

A feasible solution to overcome these problems is the design and development of genotype-

specific serology to provide a current/historical profile of T. cruzi DTUs infecting an individual

Chagas-Flow ATE-IgG2a for serodiagnosis of Trypanosoma cruzi infection

PLOS Neglected Tropical Diseases | https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444 March 23, 2017 2 / 24

Fundacão Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) and

Universidade Federal de Ouro Preto. DCL received

fellowship from CNPq/PIBITI program. DFC

received a post-doc fellowship from FAPEMIG PDJ

program. GDA received PhD research fellowship

form CAPES. OAMF, ATC and MdL received

financial support from CNPq PQ Fellowship

program. FFdA received financial support from

CAPES BJT Fellowship program. The authors thank

the program for technological development in tools

for health- PDTIS-FIOCRUZ for the use of its

facilities. The funders had no role in study design,

data collection and analysis, decision to publish, or

preparation of the manuscript.

Competing interests: The authors have declared

that no competing interests exist.

Page 171: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

patient [17–20]. Moreover, genotypic-specific serodiagnosis has the potential to predict thera-

peutic response and provide insights upon re-activation episodes.

Recently, a flow cytometry-based assay, named Chagas-Flow ATE (Amastigote, Trypomas-

tigote and Epimastigote), has been developed for simultaneous measurement of anti-amasti-

gote, anti-trypomastigote and anti-epimastigote antibodies displaying high performance for

the diagnosis and post-therapeutic monitoring of Chagas disease [21]. Aiming at optimizing

the Chagas-Flow ATE for universal and genotypic-specific diagnosis of T. cruzi infection, the

present study proposed the development of modified Chagas-Flow ATE, using parallel batches

of distinct T. cruzi genotypes as target antigens. Standard T. cruzi strains, representative of

three major genotypes (TcI, TcII and TcVI) were used to setup the Chagas-Flow ATE-IgG2a

methodology.

High-dimensional data handling were applied to select the sets attributes (“target-antigen/

serum dilution/cut-off”) applicable for universal and genotypic-specific diagnosis of T. cruzi-infection. A receiver operating reactivity panel was proposed as a feasible tool to identify hosts

infected with distinct T. cruzi genotypes. The results demonstrated the high-quality perfor-

mance of TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a for universal and genotype-specific diagno-

sis of T. cruzi infection.

Methods

Ethics statement

All animals included in this study were maintained at the Animal Science Center of the Uni-

versidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, MG, Brazil, in strict accordance with the Brazil-

ian College of Animal Experimentation Guidelines for ethical conduct in use of animals in

research. Efforts were performed to reduce animal suffering. The study protocols were

approved by the Ethics Committee on Animal Experimentation of the Federal University of

Ouro Preto (Protocol approval numbers #2013/48 from December, 6th, 2013 for the experi-

mental infection and collected blood by ocular plexus puncture in mice).

Trypanosoma cruzi strains

Standard T. cruzi strains, representative of three major genotypes [9], involved in the domes-

tic cycle of Chagas disease in Brazil, were used to setup the TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

ATE-IgG2a methodology for the serodiagnosis of T. cruzi infection. The Colombiana, acro-

nyms “COL” (TcI) [22], CL (TcVI) [23] and Y (TcII) T. cruzi strains were used in this study

[24]. All isolates were obtained from the T. cruzi cryobank at Grupo de Genomica Funcional

e Proteomica de Leishmania spp e Trypanosoma cruzi, Centro de Pesquisas Rene Rachou

(CPqRR-FIOCRUZ/ MG). The T. cruzi strains were maintained by consecutive in vivopassages in Swiss female mice. Blood samples obtained from infected mice were used for

experimental infection as well as for preparation of target antigens (amastigote-AMA,

trypomastigote-TRYPO and epimastigote-EPI) used on each TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

ATE-IgG2a platform.

Experimental infection with TcI, TcVI and TcII T. cruzi genotypes

Female Swiss mice (n = 118, 28–30 days old), obtained from the Animal Science Centre at the

Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), MG, Brazil, were maintained in temperature-

controlled room with access to water and food ad libitum. Animals were subdivided into four

groups referred as T. cruzi-infected TcI/Colombiana/COL strain (n = 36), TcVI/CL strain

(n = 36) or TcII/Y strain (n = 36) as well as non-infected mice (NI, n = 10).

Chagas-Flow ATE-IgG2a for serodiagnosis of Trypanosoma cruzi infection

PLOS Neglected Tropical Diseases | https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444 March 23, 2017 3 / 24

Page 172: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

The infection was confirmed in all T. cruzi-infected mice, by positivity at fresh blood exami-

nation performed at day 7, 10 or 15 post-infection. The serum samples used for the TcI/TcVI/

TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a serology were prepared from whole blood samples collected

by ocular plexus puncture. Samples were collected from non-infected controls and T. cruzi-infected mice (day 90 and day180 post-infection) were inactivated at 56˚C for 30 min and

stored at -20˚C until use. Considering the animal mortality during the experimental timeline,

the final number of animals/group were (TcI/Colombiana strain, n = 29, TcVI/CL strain,

n = 29, TcII/Y strain, n = 35 and NI, n = 10).

Preparation of AMA, TRYPO, EPI (ATE) target antigens from TcI, TcVI

and TcII T. cruzi genotypes

The amastigote/trypomastigote/epimastigote forms of TcI, TcVI and TcII T. cruzi genotypes

were obtained as described previously by Alessio et al. (2014) [21]. Enriched trypomastigotes

(TRYPO) and amastigote (AMA) preparations were obtained from desynchronized in vitro tis-

sue cultures (L929 cell-line) harvested at day 4–6 and 8–15 post-inoculation, respectively. Epi-

mastigote forms were obtained at log-phase growth of axenic culture in liver infusion tryptose

medium [25]. Live amastigotes and trypomastigotes as well as fixed epimastigotes forms were

stained with fluorescein isothiocyanate (FITC) as described by Alessio et al. (2014) [21].

Briefly, AMA/TRYPO mix and EPI suspensions (1x107 parasites/mL) were stained with FITC

(100μg/mL for TcI/Colombiana strain and 200μg/mL for TcVI/CL strain and TcII/Y strain)

for 30 min at 37˚C. After staining, AMA/TRYPO mix were kept at 37˚C for 60min and EPI

preparation stored at 4˚C for 24h prior to use. The three FITC-labeled parasite preparations

were mixed accordingly to obtain an equivalent proportion of AMA (33%), TRYPO (33%) and

EPI (33%) in the final ATE-parasite Mix Platforms, monitored by flow cytometry checking

performed prior use. The FITC-labeling approach led to a differential staining phenomenon

previously described by Alessio et al., (2014) [21] that allowed the segregation of AMA,

TRYPO and EPI organisms in distinct clusters, based on the FITC (Fluorescence 1- FL1) vsForward Scatter (FSC) dot plot distribution (Fig 1).

TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a serodiagnosis of T. cruzi

infection

An outline of the TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a applied to the serodiagnosis of T.

cruzi infection is provided in the Fig 1. The method comprises two steps referred as: i) Experi-

mental Procedure (Fig 1A) and ii) Analysis of genotype-specific anti-T. cruzi IgG2a reactivity

(Fig 1B).

Experimental procedure. The TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a serodiagnosis was

performed as described previously by Alessio et al. (2014) [21] modified as follows: frozen

serum samples were thawed from -20˚C storage, filtered through 0.22μm syringe filter and

submitted to serial dilution (1:500 to 1:64,000) with phosphate-buffered-saline supplemented

with 10% fetal bovine serum (PBS-10%FBS) in a U-bottom 96-well plate. A final volume of

50μL of pre-diluted serum samples were incubated with 50μL of each ATE-parasite Mix prepa-

ration (TcI, TcVI and TcII genotype-specific platforms, in parallel batches) for 30 min at 37˚C

in a 5% CO2 humidified incubator. Following incubation, parasites were washed twice with

PBS-10%FBS and the supernatant discarded. The pellet of parasite mix was re-suspended and

incubated with 50μL biotin-conjugated anti-mouse IgG2a that is equivalent of human IgG1

(1:3,000 in PBS-10%FBS) plus 20μL of secondary reagents (phycoerytrin-conjugated streptavi-

din-SAPE, 1:800 in PBS-10%FBS) for 30 min at 37˚C in a 5% CO2 humidified incubator. Para-

sites were washed once with PBS-10%FBS and fixed with 200μL of FACS fixing solution

Chagas-Flow ATE-IgG2a for serodiagnosis of Trypanosoma cruzi infection

PLOS Neglected Tropical Diseases | https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444 March 23, 2017 4 / 24

Page 173: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

Fig 1. Outline of TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a for serodiagnosis of Trypanosoma cruzi

infection. (A) The experimental procedure display a schematic representation of genotype-specific T. cruzi ATE-

parasite Mix Platforms using TcI (Colombiana strain) = black bar, TcVI (CL strain) = light gray bar and TcII (Y

strain) = dark gray bar antigens in separate batches. (B) Representative gating strategies used to select the

target antigens (amastigote-AMA, trypomastigote-TRYPO and epimastigote-EPI) on each Chagas-Flow

Chagas-Flow ATE-IgG2a for serodiagnosis of Trypanosoma cruzi infection

PLOS Neglected Tropical Diseases | https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444 March 23, 2017 5 / 24

Page 174: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

(10g/L of paraformaldehyde, 10.2g/L of sodium cacodylate and 6.65g/L of sodium chloride,

pH 7.2), and store at 4˚C until flow cytometric data acquisition in a FACSCan flow cytometer

(Beckton Dickinson, USA). An internal control (“second step reagents control” = anti-mouse

IgG2a-biotin+SAPE) to monitor unspecific bindings was included in all experimental batches,

in which the ATE-parasite Mix preparations were incubated in the absence of mouse serum

but in the presence of secondary reagents. A total of 10,000 events were acquired for each

tested serum dilution. Acquisition was performed with appropriate instrument settings on log

scale (FSC = E00, Side Scatter -SSC = 427, threshold = 400; FL1 = 620 and FL2 = 500). Data

were stored for off-line analysis.

Analysis of genotype-specific anti-T. cruzi IgG2a reactivity. The FlowJo software ver-

sion 10.1 (TreeStar, San Diego, CA, USA) was used for off-line data analysis. The genotype-

specific reactivity of anti-T. cruzi IgG2a was performed for each ATE-parasite mix platform—

TcI (Colombiana strain), TcVI (CL strain) and TcII (Y strain). Appropriate gating strategies

were used to select the target antigens (amastigote-AMA, trypomastigote-TRYPO and epimas-

tigote-EPI) on each Chagas-Flow ATE-IgG2a platform, based on the differential FITC-labeling

features of AMA, TRYPO and EPI. Following the selection of target-antigens, one-dimen-

sional histograms were employed to quantify the genotype-specific anti-T. cruzi IgG2a reactiv-

ity, based on the positivity limit (PPFP<2%), set based on the internal control. The results

were expressed as percentage of positive fluorescent parasites (PPFP) for each tested sample

dilution (Fig 1B).

Data mining and analysis

Data mining for universal and genotype-specific diagnosis of T. cruzi infection was first per-

formed by non-parametric Kruskal—Wallis test followed by Dunns’ multiple comparison

post-test to compare the overall reactivity profile of TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-

IgG2a. Significant differences were considered at p� 0.05. The performance indices (global

accuracy defined by the area under the curve-AUC, sensitivity-Se and specificity-Sp) for the

pair of attributes (“target antigen/serum dilution”) selected for universal diagnosis purposes

were determined by the receiver operating characteristic (ROC) curve, scatter plot distribu-

tion and Two-Graph ROC curve (TG-ROC) analysis. Histogram plot distributions and non-

linear regression analysis was used for comparative analysis of pair of attributes (“target

antigen/serum dilution”) selected for genotypic-specific diagnosis purposes. The global

median was calculated for each pair of attributes (“target antigen/serum dilution”) to define

putative cut-off edges to segregate the reactivity amongst T. cruzi-infected hosts. Scatter plot

distribution was used for performance analysis of sets of selected attributes (“target-antigen/

serum dilution/cut-off”) applicable for genotypic-specific diagnosis of T. cruzi-infection.

The GraphPad Prism software, Version 5.0 (San Diego, CA, USA) was used for statistical

analysis and graphic arts.

Decision trees were built for the set of selected attributes (“target-antigen/serum dilution/

cut-off”) to create algorithms (root and branch attributes) to classify T. cruzi in distinct popu-

lation/prototype scenarios (TcI-infection/Colombiana vs TcVI/CL vs TcII/Y) and (TcI-infec-

tion/Colombiana vs TcII/Y). The WEKA software (Waikato Environment for Knowledge

Analysis, version 3.6.11, University of Waikato, New Zealand) was used for decision tree

construction.

ATE-IgG2a platform and the histograms employed to quantify the genotype-specific anti-T. cruzi IgG2a reactivity,

expressed by the percentage of positive fluorescent parasites (PPFP), based on the positivity limit (PPFP<2%),

set based on the internal control.

https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444.g001

Chagas-Flow ATE-IgG2a for serodiagnosis of Trypanosoma cruzi infection

PLOS Neglected Tropical Diseases | https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444 March 23, 2017 6 / 24

Page 175: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

Step-wise discriminant analysis was applied to determine the global accuracy and the leave-

one-out-cross-validation-LOOCV values. The R-project for statistical computing software,

Version 3.0.1 was used for discriminant analysis. The algorithm C4.5 was used to build the

decision tree using an implementation named J48. This method analyzed all characteristics to

select a minimum set of markers that could efficiently separate study groups.

Results

Overall reactivity profile of TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a for

universal and genotypic-specific diagnosis of T. cruzi infection

The overall profiles of TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a reactivity observed for T. cruziinfected mice (TcI/Colombiana strain, TcVI/CL strain and TcII/Y strain) and non-infected

controls are presented in the Fig 2. The reactivity of individual samples were assessed for dis-

tinct target-antigen (amastigote-AMA, trypomastigote-TRYPO and epimastigote-EPI) from

T. cruzi genotype I—Colombiana strain (Fig 2—left panels), genotype VI—CL strain (Fig 2—

middle panels) and genotype II—Y strain (Fig 2—right panels) along the titration curves

(serum dilutions ranging from 1:500 to 1:64,000).

Comparative analysis allowed the selection of pair of attributes (“target antigen/serum dilu-

tion”) with the most promising perspective to be used for universal and genotypic-specific

diagnosis of T. cruzi infection.

The pair of attributes “anti-TcII TRYPO reactivity at 1:500” presented the highest signifi-

cant difference between non-infected mice and all T. cruzi-infected hosts (TcI/Colombiana,

TcVI/CL and TcII/Y strains), and therefore was further evaluated for universal diagnosis pur-

pose (Fig 2—light gray continuous rectangle).

The pairs of attributes with putative applicability to genotype-specific diagnosis of T. cruziinfection comprise: (“anti-TcII AMA reactivity at 1:1,000”; “anti-TcI TRYPO reactivity at

1:4,000” and “anti-TcVI EPI reactivity at 1:1,000”). The pair of attributes “anti-TcII AMA

reactivity at 1:1,000” presented the highest ability to distinguish the lower reactivity of hosts

infected with TcI/Colombiana strain from the higher reactivity observed for hosts infected

with TcVI/CL or TcII/Y strains (Fig 2—right dark gray dotted frame). The pair of attributes

“anti-TcI TRYPO reactivity at 1:4,000” presented the highest ability to discriminate lower reac-

tivity of hosts infected with TcII/Y strain from the intermediate reactivity observed for hosts

infected with TcVI/CL strain and the higher reactivity observed for hosts infected with TcI/

Colombiana strain (Fig 2—left dark gray dotted frame). The pair of attributes “anti-TcVI EPI

reactivity at 1:1,000” presented the most relevant potential to distinguish the lower reactivity

of hosts infected with TcII/Y strain from the higher reactivity observed for hosts infected

with TcI/Colombiana or TcVI/CL T. cruzi strains (Fig 2—middle dark gray dotted frame).

Together, these pairs of attributes were selected for further performance assessment applicable

to the genotype-specific diagnosis of T. cruzi infection.

Performance of TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a for universal

diagnosis of T. cruzi infection

The performance of the pre-selected pair of attributes “anti-TcII TRYPO reactivity at 1:500”

applied to the universal diagnosis of T. cruzi infection is present in the Fig 3.

Comparative analysis demonstrated that the median value of “anti-TcII TRYPO reactivity

at 1:500” differ significantly between non-infected mice and all T. cruzi-infected hosts (TcI/

Colombiana, TcVI/CL and TcII/Y strains) (Fig 3A).

Chagas-Flow ATE-IgG2a for serodiagnosis of Trypanosoma cruzi infection

PLOS Neglected Tropical Diseases | https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444 March 23, 2017 7 / 24

Page 176: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

ROC curve analysis indicated the PPFP value of 20% as the cut-off edge with excellent per-

formance indices (area under the curve-AUC = 1.0 along with Sensitivity-Se and Specificity-

Sp of 100%) (Fig 3B). Scatter plot distribution of individual values illustrates the ability of this

set of attributes to completely segregate the serum samples of the NI and T. cruzi-infected

hosts (Fig 3C). Additional analysis by TG-ROC confirmed the selected PPFP value of 20% as

the best cut-off for universal diagnosis of T. cruzi infection using the selected set of attributes

(Fig 3D).

Fig 2. Overall reactivity profile of TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a for universal and genotypic-specific diagnosis of T. cruzi infection. The

Chagas-Flow ATE-IgG2a reactivity was determined for sera samples from T. cruzi-infected mice, including TcI/TcVI/TcII genotype-representative strains,

including: TcI/Colombiana strain (black dotted frame, n = 29), TcVI/CL strain (light gray dotted frame, n = 29) and TcII/Y strain (dark gray dotted frame, n = 35)

as well as non-infected mice (white dotted frame, n = 10). Genotype-specific IgG2a reactivity to each target-antigen (amastigote-AMA, trypomastigote-

TRYPO and epimastigote-EPI) from T. cruzi genotype I (left panels), genotype VI (middle panels) and genotype II (right panels) was assessed at eight serum

dilutions (1:500 to 1:64,000). The results are expressed as the percentage of positive fluorescent parasites (PPFP), using the box plot format, stretching from

min to max values with outliers represented by gray-shaded dots and the box defining the 25th and 75th percentile and the median value (line across the box).

Comparative analyses were performed by the Kruskal-Wallis followed by Dunn’s post test for multi-group comparisons. Significant differences were

considered at p<0.05. The light gray continuous rectangle selects the pair of attributes (“target antigen/serum dilution”) with the most consistent ability to

discriminate non-infected mice from all T. cruzi-infected hosts (Colombiana, CL and Y strains). Therefore, these features (anti-TcII TRYPO reactivity at 1:500)

were selected for universal diagnosis of T. cruzi infection. The dark gray dotted frame select the pair of attributes “target antigen/serum dilution” with the most

promising perspective to distinguish the reactivity of sera samples amongst host infected with Colombiana, CL or Y T. cruzi strains. Therefore, these features

(anti-TcII AMA reactivity at 1:1,000; anti-TcI TRYPO reactivity at 1:4,000 and anti-TcVI EPI reactivity at 1:1,000) were selected for genotype-specific

diagnosis of T. cruzi infection.

https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444.g002

Chagas-Flow ATE-IgG2a for serodiagnosis of Trypanosoma cruzi infection

PLOS Neglected Tropical Diseases | https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444 March 23, 2017 8 / 24

Page 177: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

Fig 3. Performance of TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a for universal diagnosis of T. cruzi infection. (A) The anti-TcII TRYPO reactivity at 1:500,

pre-selected as attributes pairs for universal T. cruzi infection diagnosis, were compared by Kruskal-Wallis followed by Dunn’s post test for multi-group

comparisons and significant differences at *p <0.05, **p<0,001 and ***p<0,0001, highlighted by connecting lines. Data are expressed as median PPFP

values for non-infected mice (white bar) and T. cruzi-infected hosts (TcI/Colombiana strain = black bar, TcVI/CL strain = light gray bar and TcII/Y strain = dark

gray bar). The similarity amongst the anti-TcII TRYPO IgG2a reactivity at 1:500 observed for the three T. cruzi infected groups (Colombiana + CL + Y strains)

allows the establishment of a single group referred to as T. cruzi infected hosts (n = 93) and the performance of the TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a in

the universal diagnosis of T. cruzi infection carried out as compared to a group of non-infected mice (NI, n = 10). (B) ROC-curve analysis was applied to define

the appropriated cut-off to discriminate the PPFP values from NI and T. cruzi-infected host (Colombiana + CL + Y strains). Additional performance indices

were also calculated and provided in the figure, including the area under the curve (AUC), defined as global accuracy, the sensitivity (Se) and the specificity

(Sp). (C) Representative scatter plot illustrates the ability of the selected set of attributes (“target-antigen/serum dilution/cut-off”) to discriminate the reactivity

of the sera from non-infected (NI) and T. cruzi-infected hosts (Colombiana+CL+Y). The dotted line represented the cut-off of PPFP = 20% defined by the

ROC-curve analysis. (D) TG-ROC analysis was also performed to confirm the cut-off selection at higher “Se” and “Sp”, highlighted by dark gray dotted frame.

https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444.g003

Chagas-Flow ATE-IgG2a for serodiagnosis of Trypanosoma cruzi infection

PLOS Neglected Tropical Diseases | https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444 March 23, 2017 9 / 24

Page 178: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

Overall reactivity of TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a applied for

genotype-specific diagnosis of T. cruzi infection

The overall reactivity profile of the pre-selected pairs of attributes (“anti-TcII AMA reactivity

at 1:1,000”; “anti-TcI TRYPO reactivity at 1:4,000” and “anti-TcVI EPI reactivity at 1:1,000”)

are shown in the Fig 4.

Data mining was carried out by histogram graph and trendlines drawn by non-linear

regression analysis. The results showed that the “anti-TcII AMA reactivity at 1:1,000” of serum

samples from hosts infected with TcI/Colombiana strain displayed a nearly unimodal distribu-

tion in the region of PPFP values = 10%, contrasting with the bimodal distribution of serum

samples from hosts infected with TcVI/CL and TcII/Y strains that shows a shift towards higher

PPFP values (Fig 4A).

The analysis of “anti-TcI TRYPO reactivity at 1:4,000” revealed a clear polarization of

serum samples from hosts infected with TcI/Colombiana strain with a unimodal distribution

in the region of PPFP values around 100%, contrasting with a unimodal distribution in the

region of PPFP values around 0% observed for serum samples from hosts infected with TcII/Y

strain. Again, a typical bimodal distribution was noticed for serum samples from hosts infected

with TcVI/CL strain (Fig 4B).

The histogram distribution of “anti-TcVI EPI reactivity at 1:1,000” revealed a clear Gauss-

ian unimodal distribution of serum samples from hosts infected with TcI/Colombiana and

TcVI/CL strains within the region of PPFP values around 50%. On the other hand, the unimo-

dal distribution observed for serum samples from hosts infected with TcII/Y strain showed a

clear shift towards PPFP values< 50% (Fig 4C).

Comparative analysis of median reactivity pattern of the selected pairs of attributes con-

firmed the trend observed by histogram and non-linear regression analysis, pointing out the

ability of “anti-TcII AMA reactivity at 1:1,000” to segregate hosts infected with TcII/Y strain

(and TcVI/CL strain) apart from those infected with TcI/Colombiana strain (Fig 4D). On the

other hand, the “anti-TcI TRYPO reactivity at 1:4,000” was able to segregate hosts infected

with TcI/Colombiana strain (and TcVI/CL strain) apart from those infected with TcII/Y strain

(Fig 4E). Moreover, the “anti-TcVI EPI reactivity at 1:1,000” was capable to discriminate the

hosts infected with TcVI/CL strain (and TcI/Colombiana strain) apart from those infected

with TcII/Y strain (Fig 4F).

Establishment of cut-off edges and performance of TcI/TcVI/TcII

Chagas-Flow ATE-IgG2a for genotype-specific diagnosis of T. cruzi

infection

Aiming at making the TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a applicable to the genotypic-

specific diagnosis of T. cruzi infection, the overlaid trendlines for the overall reactivity (S1A

Fig) along with the global median PPFP value of each pair of pre-selected attributes (S1B Fig)

were employed to establish potential cut-off edges to categorize individual samples as they

present negative (<cut-off) or positive (>cut-off) reactivity.

Using this approach, specific cut-off edges were defined for each pre-selected pairs of attri-

butes (“anti-TcII AMA reactivity at 1:1,000”; “anti-TcI TRYPO reactivity at 1:4,000” and

“anti-TcVI EPI reactivity at 1:1,000”), comprising PPFP = 40%, PPFP = 50% and PPFP = 45%,

respectively (S1B Fig).

Diagrams were used to compile the reactivity patterns and calculate the proportion of nega-

tive and positive results for each selected set of attributes (“target-antigen/serum dilution/cut-

off”). Data analysis showed that the set of attributes “anti-TcII AMA reactivity at 1:1,000, cut-

off = 40%” were able to show positive results in 74% of hosts infected with TcII/Y strain (and

Chagas-Flow ATE-IgG2a for serodiagnosis of Trypanosoma cruzi infection

PLOS Neglected Tropical Diseases | https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444 March 23, 2017 10 / 24

Page 179: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

Fig 4. Overall reactivity of TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a applied for genotype-specific diagnosis of T. cruzi-

infection. (A) The anti-TcII AMA reactivity at 1:1,000, (B) the anti-TcI TRYPO reactivity at 1:4,000 and (C) the anti-TcVI EPI reactivity

at 1:1,000, pre-selected as attributes for genotypic-specific diagnosis of T. cruzi-infection, were further evaluated by histogram plot

distributions and trendlines built by nonlinear regression. The results were expressed as the proportion of samples displaying a given

PPFP values amongst T. cruzi-infected hosts, including: TcI/Colombiana strain (red bar, n = 29), TcVI/CL strain (green bar, n = 29)

and TcII/Y strain (blue bar, n = 35). The reactivity amongst T. cruzi-infected groups was further compared for each pair of attributes,

Chagas-Flow ATE-IgG2a for serodiagnosis of Trypanosoma cruzi infection

PLOS Neglected Tropical Diseases | https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444 March 23, 2017 11 / 24

Page 180: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

55% of TcVI/CL strain) apart from 14% of those infected with TcI/Colombiana strain (S1C

Fig). Moreover, the set of attributes “anti-TcI TRYPO reactivity at 1:4,000, cut-off = 50%”

showed positive results in 83% of hosts infected with TcI/Colombiana strain (and 59% of

TcVI/CL strain) contrasting with 14% of those infected with TcII/Y strain (S1C Fig). Further-

more, the set of attributes “anti-TcVI EPI reactivity at 1:1,000, cut-off = 45%” showed positive

results in 72% of hosts infected with TcI/Colombiana strain (and 55% of TcVI/CL strain) dis-

tinct from 27% of those infected with TcII/Y strain (S1C Fig).

Scatter plot distribution further illustrated the pre-selected sets of attributes segregated the

reactivity of hosts infected with distinct T. cruzi genotypes, emphasizing the performance of

“anti-TcII AMA reactivity at 1:1,000, cut-off = 40%” to discriminate the majority of the hosts

infected with TcI/Colombiana strain and the ability of “anti-TcI TRYPO reactivity at 1:4,000,

cut-off = 50%” and “anti-TcVI EPI reactivity at 1:1,000, cut-off = 45%” to discriminate the

majority of the hosts infected with TcII/Y strain. In general, considerable proportion of hosts

infected with the hybrid TcVI/CL strain presented positive results using the pre-selected set of

attributes (S1D Fig).

Performance of combined TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a for

genotype-specific diagnosis of T. cruzi infection in two population/

prototype scenarios

The performance of combined TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a was evaluated in two

population/prototypes (TcI/Colombiana vs TcVI/CL vs TcII/Y strains and TcI/Colombiana vsTcII/Y strains) selected to exemplify the distribution of human T. cruzi infection in distinct

geographical regions around the world. Data analysis was carried out using the sets of pre-

selected attributes (“anti-TcII AMA reactivity at 1:1,000, cutoff = 40%”; “anti-TcI TRYPO reac-

tivity at 1:4,000, cut-off = 50%” and “anti-TcVI EPI reactivity at 1:1,000, cut-off = 45%”), as

presented in the Fig 5.

Three-dimensional plots were built to obtain a panoramic snapshot provided by the com-

bined reactivity of the three sets of pre-selected attributes (Fig 5A and 5D). Data analysis was

carried out in two population/prototypes (TcI/Colombiana vs TcVI/CL vs TcII/Y strains, Fig

5A) and (TcI/Colombiana vs TcII/Y strains, Fig 5D).

The results obtained for the first population/prototype (TcI/Colombiana vs TcVI/CL vsTcII/Y strains) demonstrated clearly that sera samples from hosts infected with TcI/Colombi-

ana strain was confined in a region of high “anti-TcI TRYPO reactivity at 1:4,000” (left lateral

axis) and low “anti-TcII AMA reactivity at 1:1,000” (vertical axis). In contrast, sera from hosts

infected with TcII/Y strain presented a shift towards lower “anti-TcI TRYPO reactivity at

1:4,000” (left lateral axis) and higher “anti-TcII AMA reactivity at 1:1,000” (vertical axis). A

slight translocation of samples from hosts infected with TcII/Y strain towards lower “anti-

TcVI EPI reactivity at 1:1,000” (right lateral axis) was also observed. A notable evidence was

that the sera samples from hosts infected with TcVI/CL strain displayed a typical interweaved

distribution pattern (Fig 5A).

The dichotomic reactivity pattern of the three sets of pre-selected attributes was more evi-

dent when data analysis was performed in the second population/prototype which included

only hosts infected with TcI/Colombiana vs TcII/Y strains (Fig 5D).

including: (D) anti-TcII AMA reactivity at 1:1,000, (E) the anti-TcI TRYPO reactivity at 1:4,000 and (F) the anti-TcVI EPI reactivity at

1:1,000. The results are expressed as median PPFP values in box plot format with the outliers underscored by gray-shaded dots.

Data analyses were carried out by Kruskal-Wallis followed by Dunn’s post test for multi-group comparisons The significant differences

were indicated by asterisk at *p <0.05, **p<0,001 and ***p<0,0001 and highlighted by connecting lines.

https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444.g004

Chagas-Flow ATE-IgG2a for serodiagnosis of Trypanosoma cruzi infection

PLOS Neglected Tropical Diseases | https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444 March 23, 2017 12 / 24

Page 181: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

Fig 5. Performance of combined TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a for genotype-specific diagnosis of T. cruzi

infection in two population/prototype scenarios. 3D plots were employed to identify clusters of TcI/TcVI/TcII Chagas-

Flow ATE-IgG2a reactivity amongst sera samples from T. cruzi-infected mice in two population/prototypes including (A) TcI/

Colombiana (red circle, n = 29) vs TcVI/CL (green circle, n = 29) vs TcII/Y (blue circle, n = 35) or (D) TcI/Colombiana (red

circle, n = 29) vs TcII/Y(blue circle, n = 35), using the three selected pair of attributes (“target-antigen/serum dilution”). Data

Chagas-Flow ATE-IgG2a for serodiagnosis of Trypanosoma cruzi infection

PLOS Neglected Tropical Diseases | https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444 March 23, 2017 13 / 24

Page 182: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

Decision tree analyses were built for the two population/prototypes (Fig 5B and 5E). The

algorithm proposed for the first population/prototype indicated the “anti-TcI TRYPO reactiv-

ity at 1:4,000, cut-off = 50%” as the root attribute, followed by “anti-TcII AMA reactivity at

1:1,000, cut-off = 40%” as the first branch and “anti-TcVI EPI reactivity at 1:1,000, cut-

off = 45%” as the second branch to classify sera samples from hosts infected with TcI/Colombi-

ana vs TcVI/CL vs TcII/Y strains with a moderate global accuracy (68.8%, LOOCV = 58.0%)

(Fig 5B). Data obtained for the second population/prototype indicated that the same decision

tree algorithm presented high global accuracy (93.8%, LOOCV = 87.5%) (Fig 5E).

Bar charts were constructed to illustrate the categorical classification proposed by the deci-

sion trees, demonstrating the number of animals that ranked within each branch amongst the

T. cruzi-infected hosts for the first population/prototype (TcI/Colombiana vs TcVI/CL vs TcII/

Y strains, Fig 5C) and the second population/prototype (TcI/Colombiana vs TcII/Y strains, Fig

5F). Data demonstrated that the algorithm applied to the first population/prototype was not

able to clusterize the serum samples from hosts infected with the TcVI/CL strain that display

a spread ranking within branches (Fig 5C). On the other hand, the algorithm applied to the

second population prototype yielded lower classification error with only four samples mis-

placed within branches (one sample from TcI/Colombiana strain and three from TcII/Y

strain) (Fig 5F).

Discriminant analysis of combined TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a for genotype-

specific diagnosis of T. cruzi infection groups performed for the two population/prototypes are

provided in the S2 Fig. Data analysis demonstrate that for the first population/prototype, the

combined TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a categorize 82.8% of serum samples from

hosts infected with TcI/Colombiana strain apart from 82.9% of those infected with TcII/Y

strain. However, only 38% of serum samples from hosts infected with TcVI/CL strain were

clusterized in a particular branch (S2A Fig). If we consider the scenario represented by the sec-

ond population/prototype, the data showed that 96.6% of serum samples from samples TcI/

Colombiana strain were correctly classified apart from 91.4% of those infected with TcII/Y

strain (S2B Fig).

Criteria to define universal and genotype-specific diagnosis of T. cruzi

infection by TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a in two population/

prototype scenarios

Reactivity boards were constructed using the pre-selected set attributes, including “anti-TcII

TRYPO reactivity at 1:500, cut-off = 20%” for universal diagnosis purpose and “anti-TcI

TRYPO reactivity at 1:4,000, cut-off = 50%”, “anti-TcII AMA reactivity at 1:1,000, cut-

off = 40%” and “anti-TcVI EPI reactivity at 1:1,000, cut-off = 45%” for genotype-specific diag-

nosis (Fig 6). The reactivity at selected serum dilutions (Fig 6—dashed frames) were used to

further create a receiver operating reactivity panel, applicable for universal diagnosis (NI

vs T. cruzi-infected hosts, Fig 6B) and for genotype-specific diagnosis applied to the first

are expressed as Log of PPFP values for anti-TcI TRYPO at 1:4,000 (left lateral axis), anti-TcII AMA at 1:1,000 (vertical axis)

and anti-TcVI EPI at 1:1,000 (right lateral axis). Decision trees were constructed using the set of attributes (“target-antigen/

serum dilution/cut-off”) to create algorithms (root and branch attributes) to classify T. cruzi infected mice in a population/

prototype including (B) TcI/Colombiana (red rectangle) vs TcVI/CL (green rectangle) vs TcII/Y (blue rectangle) or including

(E) TcI/Colombiana (red rectangle) vs TcII/Y(blue rectangle). Global accuracy and leave-one-out-cross-validation-LOOCV

are provided in the Figure. Bar charts representing the performance of the decision trees demonstrate the number of animals

that ranked within each branch amongst the T. cruzi-infected hosts for (C) (TcI/Colombiana = red bar vs TcVI/CL = green bar

vs TcII/Y = blue bar) and (F) (TcI/Colombiana = red bar vs TcII/Y = blue bar).

https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444.g005

Chagas-Flow ATE-IgG2a for serodiagnosis of Trypanosoma cruzi infection

PLOS Neglected Tropical Diseases | https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444 March 23, 2017 14 / 24

Page 183: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

Fig 6. Criteria to define universal and genotype-specific diagnosis of T. cruzi infection by TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

ATE-IgG2a in two population/prototype scenarios. (A) Reactivity boards were built to provide a panoramic snapshot of TcI/

TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a applied to the universal and genotype-specific diagnosis of T. cruzi infection. Data mining

approaches were used to pre-select the target-antigens and specific cut-off edges to define positive results for universal

diagnosis purpose (TcII TRYPO, PPFP>20%) and genotype-specific diagnosis criteria (TcI TRYPO, PPFP>50%; TcII AMA,

Chagas-Flow ATE-IgG2a for serodiagnosis of Trypanosoma cruzi infection

PLOS Neglected Tropical Diseases | https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444 March 23, 2017 15 / 24

Page 184: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

population/prototype (TcI/Colombiana vs TcVI/CL vs TcII/Y strains, Fig 6B) and the second

population/prototype (TcI/Colombiana vs TcII/Y strains, Fig 6C).

When using the TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a applied for the universal diagnosis

purpose, the attribute α-TII 500 (>20%) presenting a positive score (+) define the presence of

T. cruzi infection, while a negative score (-) ruled out the presence of T. cruzi infection.

The reactivity panel for TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a applied for the genotype-

specific diagnosis regardless the population/prototype scenario indicated scores sequences of

α-TI (trypomastigote TcI) 4,000(>50%)/α-AII (amastigote TcII) 1,000(>40%)/α-EVI (epi-

mastigote TcVI) 1,000(>45%) to define the T. cruzi infection with distinct genotypes defined

as: (+/-/not applicable (na) or -/-/+) for TcI/Colombiana and (-/+/na or -/-/-) for TcII/Y strain

infection. The extensions of the score (+/+) do not allow the proper identification the T. cruziinfection genotype, since in can belongs to hosts infected with TcI/Colombiana (+/+/+), TcVI/

CL (+/+/na) or even TcII/Y strain (+/+/-) (Fig 6B and 6C).

Together, the proposed receiver operating reactivity panels for TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

ATE-IgG2a provided a feasible tool to classify the serum samples as they belong to the true

respective groups, supporting the potential of this method for universal and genotype-specific

diagnosis of T. cruzi infection.

Discussion

The broad genetic variability of T. cruzi has been related to biological characteristics (infectiv-

ity, parasitemia, tissue tropism, mortality during the acute phase of infection [13,26–30] and

susceptibility/resistance to drugs [5,8,31–34] in murine model and infectivity, replication and

differentiation in vector o) [35], epidemiological characteristics [4,36,37] and clinical manifes-

tations [38–40] of Chagas disease. Therefore, the knowledge of parasite genetics may offer

insights about the biology of the parasite, patient’s treatment outcome, clinical aspects of

human disease, as well as how to establish epidemiological surveillance and control of Chagas

disease [41, 42]. So, the genetic diversity of T. cruzi infection may also influence the sensitivity

of the techniques used for Chagas disease diagnosis [43–45].

The currently available methods for genotype-specific diagnosis of T. cruzi infection, most

based on molecular biology approaches present distinct levels of complexity and in general dis-

play high specificity but moderate sensitivity [4, 10–12, 46–52]. Moreover, a combination of

several genetic markers is necessary to detect and distinguish the T. cruzi genotypes [10–12].

Furthermore, the majority of these methods can not directly be performed in biological and

clinical samples, requiring previous parasite isolation by hemoculture/xenoculture followed by

in vitro growth and maintenance that may lead to clonal selection [14,53–55]. Besides, it is

known that the parasitemia in patients and reservoirs of T. cruzi are variable and that the suc-

cess of parasite isolation is dependent on the host parasitemia. The full extent of lineage distri-

bution in nature using genetic markers it is not known due to the low levels of circulating

parasitemia and possible lineage-specific tissue sequestration [34,56–58]. In addition, it has

PPFP>40% and TcVI EPI, PPFP>45%) based on the differential positive reactivity of sera samples (TcI/Colombiana

strain = black rectangle, TcVI/CL strain = light gray rectangle and TcII/Y strain = dark gray rectangle) from negative reactivity

(white rectangle) observed for T. cruzi infected hosts and non-infected mice. The pre-selected sera dilutions defined by decision

tree analysis are underscored by dotted rectangles and include TcII TRYPO PPFP>20% at 1:500 for universal diagnosis and the

set of attributes (TcI-TRYPO/PPFP>50%/4,000 followed by TcII-AMA/PPFP>40%/1,000 and TcVI-EPI/PPFP>45%/1,000) for

genotype-specific diagnosis criteria. Reactivity panels were constructed to define the diagnosis conclusion when applying TcI/

TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a for (B) universal diagnosis of T. cruzi infection and genotype-specific diagnosis in a

population/prototype including TcI/Colombiana strain (COL), TcVI/CL strain (CL) or TcII/Y (Y) strain or (C) including TcI/

Colombiana strain (COL) or TcII/Y strain (Y).

https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444.g006

Chagas-Flow ATE-IgG2a for serodiagnosis of Trypanosoma cruzi infection

PLOS Neglected Tropical Diseases | https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444 March 23, 2017 16 / 24

Page 185: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

been proposed that parasite isolates from blood may not necessarily represent the full set of

strains current in the individual, hence some strains of T. cruzi can be confined to tissues

[11,13,16,15]. In general, PCR (polymerase chain reaction) based genotyping has limitations

that hamper the analysis of large numbers of samples. Therefore, the development of methods

for diagnosis and serotyping of Chagas disease are urgently required.

Attempting to address this matter, Mendes et al. (2013) [18] have described a set of B-cell

epitopes able to discriminate TcI and TcII infections, demonstrating the potential of these tar-

gets for Chagas disease serotyping. Later on, the putative TcI epitope reported by Mendes et al.(2013) [18] was found to be conserved across all T. cruzi lineages by studies developed by

Bhattacharyya et al. (2014) [19]. Moreover, samples from animals infected with TcVI pre-

sented cross-reactivity with a range of T. cruzi-derived peptides, suggesting the need of

improved antigen search and the development of a robust panel of strain-specific epitopes to

achieve a method applicable in large epidemiological studies [18].

Aiming at developing innovative serological approaches for universal and improved geno-

typic-specific diagnosis of T. cruzi experimental infection, our goal was optimize the Chagas-

Flow ATE methodology, proposed originally by Alessio et al. (2014) [21]. The present

approach is based on parallel batches of distinct T. cruzi genotypes as target antigens, employ-

ing parasites strains of three more important genotypes associated with human infection and

Chagas disease (TcI, TcVI and TcII) [4,38,59] although others genotypes exist such as TcIII

[60–62], TcIV recently described as associated to oral transmission [63, 64] and TcV associated

to the classical clinical forms of Chagas disease (cardiac and digestive) [39].

Previous studies have demonstrated that patients from distinct geographic areas, infected

with different genotypes of T. cruzi seem to display differential serological pattern upon sero-

diagnosis of Chagas disease, when employing distinct methodological approaches and differ-

ent T. cruzi target antigens [4,43,44,65]. Verani et al. (2009) [44] have demonstrated that the

performance of two serological tests, using serum samples from distinct geographical regions

(Bolivia and Peru) displayed distinct sensitivity, ranging from 26.6%-87.5%, corroborating the

hypothesis that intrinsic features of regional parasite strains may influence the serological

tests. Studies using six recombinant antigens of T. cruzi tested in samples from Argentina, Bra-

zil, Chile, Colombia, El Salvador, Guatemala, Honduras and Venezuela also reported discrep-

ancy in the serological reactivity ranging from 79% to 100% [43].

In this study, we have intended to evaluate the performance of combined TcI/TcVI/TcII

Chagas-Flow ATE-IgG2a for universal diagnosis of T. cruzi infection, simulating two popula-

tion prototypes that may represent the geographic distribution of T. cruzi infection in the

Latin America. The first population prototype, represent regions were TcI, TcVI and TcII

genotypes are co-endemic. In the second population setting, we intended to evaluate the per-

formance of combined TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a to discriminate the infections

with TcI/Colombiana vs TcII/Y strains. Our findings demonstrated that regardless the popula-

tion prototype, the TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a presented an outstanding perfor-

mance for universal diagnosis of T. cruzi infection using the set of attributes “anti-TcII

TRYPO reactivity at 1:500, cut-off = 20%” (Fig 3). In fact, although the sensitivity of TcI/TcVI/

TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a varies according to the target antigen employed, the TcII

TRYPO antigen was able to detect seroreactivity in all mice infected with distinct T. cruzigenotypes (Figs 2 and 3). Corroborating with our study, Bhattacharyya et al. (2014) [19] also

observed that all sera from patients with chronic Chagas disease recognized the T. cruzi TcII

lysate antigen preparation.

Previous studies have also demonstrated the influence of parasite genotype on the pattern

of antibody response in experimental models [66]. It has been described that the profile of lytic

antibodies varies when distinct T. cruzi strains are used as targets, suggesting that genotypic-

Chagas-Flow ATE-IgG2a for serodiagnosis of Trypanosoma cruzi infection

PLOS Neglected Tropical Diseases | https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444 March 23, 2017 17 / 24

Page 186: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

specific antigenic features may be involved in the induction of lytic antibodies [67–69]. More-

over, Di Noia et al. (2002) [70] have reported that two T. cruzi antigens, named small surface

antigen of trypomastigotes (TSSAI and TSSAII) presented the ability of genotypic-specific rec-

ognition of T. cruzi infection. These studies were expanded by Bhattacharyya et al. (2010, 2014

and 2015) [17,19,20] that reported that TSSA pepII/V/VI isoforms were able to distinguish

samples of hosts infected with distinct T. cruzi genotypes. Based on these findings, the authors

proposed that TSSA isoforms are feasible serological markers to identify a T. cruzi lineage in

human and experimental infection. However, the TSSA pepI did not yield significant reactiv-

ity, suggesting that novel targets for TcI is still required.

The innovative TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a methodology presented a high-

quality performance to segregate infections with TcI/Colombiana, TcVI/CL or TcII/Y strain.

The performance of combined TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a for genotype-specific

diagnosis of T. cruzi infection differs depending on the population prototypes used to repre-

sent distinct geographic regions of T. cruzi infection in the Latin America. In the first proto-

type (TcI/TcVI/TcII), our data demonstrated that the proposed method showed a moderate

global accuracy (68.8%, LOOCV = 58.0%) to discriminate the infections with TcI/Colombiana

vs TcVI/CL vs TcII/Y strains. On the other hand, the combined TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

ATE-IgG2 was capable to discriminate the infections with TcI/Colombiana vs TcII/Y

strains in the second population prototype (TcI/TcII) with high global accuracy (93.8%,

LOOCV = 87.5%) (Fig 5). Overall, hosts infected with TcI/Colombiana and TcII/Y strains dis-

played opposite patterns of reactivity with “anti-TcI TRYPO” and “anti-TcII AMA” and hosts

infected with TcVI/CL strain showed a typical interweaved distribution pattern (Figs 4 and

S1). This phenomenon may reflect the phylogenetic origin of DTUs [4] where TcI and TcII are

ancestral DTUs presenting polar characteristics [5,27,28,30,71–73], whereas the TcVI has a

hybrid origin, showing intermediate characteristics of both polar genotypes [73,74].

In conclusion, based on the receiver operating characteristic, the TcI/TcVI/TcII Chagas-

Flow ATE-IgG2a seems to be a feasible tool to classify the serum samples as they belong to the

true respective groups infected with distinct T. cruzi genotypes (Fig 6), suggesting its applica-

bility for both, universal and genotype-specific diagnosis of T. cruzi infection in clinical labora-

tories. The proposed methodology includes essential advantages such as high sensitivity and

specificity, ease to perform, using a wide range of antigenic preparation into a single flow cyto-

metric platform [21,75–79]. Future derivation of TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a as

the development of a suitable ELISA or multiplex beads assay would contribute to practical

applications in routine clinical laboratories, since the original version of this fluorescence-

based methodology is more reliable for applications in reference laboratories. Additional tests

are under investigation to establish accuracy of TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a to

identify mixed infections with distinct T. cruzi genotypes. An extension of this study may be

applicable to other genetic groups not included in this work (TcIII, TcIV and TcV). Further

studies including serum samples from patients with genotypic-specific diagnosis Chagas dis-

ease performed by molecular methods are currently under investigation as a proof-of-concept

to propose a prototype for clinical purposes, epidemiological studies and post-therapeutic

monitoring applications.

Supporting information

S1 Fig. Cut-off edges and performance of TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a for

genotype-specific diagnosis of T. cruzi infection. (A) The trendlines of anti-TcII AMA at

1:1,000, anti-TcI TRYPO at 1:4,000 and anti-TcVI EPI at 1:1,000 reactivity observed for T.

cruzi-infected hosts, (TcI/Colombiana strain = black dashed line, TcVI/CL strain = light gray

Chagas-Flow ATE-IgG2a for serodiagnosis of Trypanosoma cruzi infection

PLOS Neglected Tropical Diseases | https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444 March 23, 2017 18 / 24

Page 187: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

dashed line and TcII/Y strain = dark gray dashed line) were overlaid aiming to differentiate

the reactivity pattern. The results were expressed as the proportion of samples displaying a

given PPFP values amongst T. cruzi-infected hosts. (B) The whole set of reactivity data were

used to calculate the global median PPFP values applied as the cut-off edge to segregate the

individual samples as they present negative (white square) or positive (black square) reactivity

at the selected target-antigen/serum dilution. The results were expressed as the range of PPFP

values in scatter plots for individual serum samples (C) Diagrams were used to compile the

reactivity patterns and calculate the proportion of negative and positive results for each

selected set of attributes (“target-antigen/serum dilution/cut-off”). (D) Representative scatter

plots were also used to illustrate the ability of each set of attributes (“target-antigen/serum dilu-

tion/cut-off”) to discriminate the reactivity of serum samples amongst the T. cruzi-infected

mice (TcI-infection/Colombiana, n = 29; TcVI/CL, n = 29 and TcII/Y, n = 35). The results

were expressed as the range of PPFP values in scatter plots for individual serum samples. The

dotted line represents the cut-off for each target-antigen/serum dilution. Clusters of distinct

reactivity patterns are highlighted by light-gray doted frames whereas indiscriminate distribu-

tion pattern underscore by white-background frame.

(TIF)

S2 Fig. Discriminant analysis of combined TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a for

genotype-specific diagnosis of T. cruzi infection. (A) Discriminant analyses of combined

TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a were performed for genotype-specific diagnosis of T.

cruzi infection in a population/prototype including TcI/Colombiana strain, TcVI/CL strain or

TcII/Y strain. (B) Discriminant analyses of combined TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a

were performed for genotype-specific diagnosis of T. cruzi infection in a population/prototype

including TcI/Colombiana strain or TcII/Y strain. The global accuracy and leave-one-out-

cross-validation-LOOCV provided in the Figure.

(TIF)

Author Contributions

Conceptualization: GDA ATC OAMF MdL.

Data curation: GDA FFdA DFC PASJ DCL.

Formal analysis: GDA MdSG LRdA MAPX OAMF.

Funding acquisition: ATC OAMF MdL.

Investigation: GDA FFdA DFC PASJ DCL OAMF.

Methodology: GDA DFC PASJ DCL.

Project administration: ATC OAMF MdL.

Resources: GDA FFdA ATC OAMF MdL.

Software: MdSG LRdA MAPX.

Supervision: OAMF MdL.

Validation: GDA DFC DCL OAMF MdL.

Visualization: GDA FFdA ATC OAMF MdL.

Writing – original draft: GDA FFdA OAMF MdL.

Chagas-Flow ATE-IgG2a for serodiagnosis of Trypanosoma cruzi infection

PLOS Neglected Tropical Diseases | https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444 March 23, 2017 19 / 24

Page 188: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

Writing – review & editing: GDA FFdA PASJ ATC OAMF MdL.

References1. Chagas C. Nova Tripanozomiase Humana. Estudo sobre a morfologia e o ciclo evolutivo do Schizotry-

panum cruzi. n. gen., n. sp. agente etiologico de nova entidade morbida do homem. Memorias do Insti-

tuto Oswaldo Cruz. 1909; 1: 159–218.

2. WHO- World Health Organization- Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet N˚ 340;

2015.

3. Dias JC. Epidemiology of Chagas disease. In Wendel S, Brener Z, Camargo MS, Rassi A (eds), Chagas

disease (American Trypanosomiasis): its Impact on Transfusion and Clinical Medicine. ISBT Brazil,

São Paulo. 1992; 49–80.

4. Zingales B, Miles MA, Campbell DA, Tibayrenc M, Macedo AM, Teixeira MG, Schijman AG, Llewellyn

MS, Lages-Silva E, Machado CR, Andrade SG, Sturm NR. The revised Trypanosoma cruzi subspecific

nomenclature: Rationale, epidemiological relevance and research applications. Infect. Gene Evolut.

2012; 12: 240–253.

5. Toledo MJ, Bahia MT, Carneiro CM, Martins-Filho OA, Tibayrenc M, Barnabe C, Tafuri WL, Lana M.

Chemotherapy with benznidazole and itraconazole for mice infected with different Trypanosoma cruzi

clonal genotypes. Antimicrob Agents Chemother. 2003; 47: 223–230. https://doi.org/10.1128/AAC.47.

1.223-230.2003 PMID: 12499195

6. Toledo MJ, Bahia MT, Veloso VM, Carneiro CM, Machado-Coelho GL, Alves CF, Martins HR, Cruz RE,

Tafuri WL, Lana M. Effects of specific treatment on parasitological and histopathological parameters in

mice infected with different Trypanosoma cruzi clonal genotypes. J Antimicrob Chemother. 2004; 53(6):

1045–53. https://doi.org/10.1093/jac/dkh224 PMID: 15102747

7. Martins HR, Figueiredo LM, Valamiel JC, Carneiro CM, Machado-Coelho GL, Bahia MT, Macedo AM,

Lana M. Persistence of PCR-positive tissue in benznidazole-treated mice with negative blood parasito-

logical and serological tests in dual infections with Trypanosoma cruzi stocks from different genotypes.

J. Antimicrob Chemother. 2008; 61(6): 1319–27. https://doi.org/10.1093/jac/dkn092 PMID: 18343804

8. Oliveira-Silva JC, Machado-de-Assis GF, Oliveira MT, Paiva NC, Araujo MS, Carneiro CM, Martins-

Filho OA, Martins HR, Lana M. Experimental benznidazole treatment of Trypanosoma cruzi II strains

isolated from children of Jequitinhonha Valley, Minas Gerais, Brazil, with Chagas disease. Mem Inst

Oswaldo Cruz. 2015; 110: 86–94. https://doi.org/10.1590/0074-02760140260 PMID: 25742267

9. Zingales B, Andrade SG, Briones MR, Campbell DA, Chiari E, Fernandes O, Guhl F, Lages-Silva E,

Macedo AM, Machado CR, Miles MA, Romanha AJ, Sturm NR, Tibayrenc M, Schijman AG. A new con-

sensus for Trypanosoma cruzi intraspecific nomenclature: second revision meeting recommends TcI to

TcVI. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2009; 104(7): 1051–1054. PMID: 20027478

10. Lewis MD, Jonathan MA, Matthew YE, Hernan J, Carrasco MS, Llewellyn AN, Michael AM. Genotyping

of Trypanosoma cruzi: Systematic Selection of Assays Allowing Rapid and Accurate Discrimination of

All Known Lineages. Am J Trop Med Hyg. 2009; 81(6): 1041–1049. https://doi.org/10.4269/ajtmh.2009.

09-0305 PMID: 19996435

11. D’avilla DA, Macedo AD, Valadares HM, Gontijo ED, De Castro AM, Machado CR, Chiari E, Galvão

LM. Probing Population Dynamics of Trypanosoma cruzi during Progression of the Chronic Phase in

Chagasic Patients. J Clin Microbiol. 2009; 1718–1725. https://doi.org/10.1128/JCM.01658-08 PMID:

19357212

12. Oliveira MT, Machado-de-Assis GF, Oliveira-Silva JC, Machado EM, Da Silva GN, Veloso VM, Macedo

AM, Martins HR, Lana M. Trypanosoma cruzi Discret Typing Units (TcII and TcVI) in samples of

patients from two municipalities of the Jequitinhonha Valley, MG, Brazil, using two molecular typing

strategies. Parasit Vectors. 2015; 8: 568. https://doi.org/10.1186/s13071-015-1161-2 PMID: 26520576

13. Vago AR, Andrade LO, Leite AA, D’avilla RD, Macedo AM, Adad SJ, Tostes SJ, Moreira MC, Filho GB,

Pena SD. Genetic characterization of Trypanosoma cruzi directly from tissues of patients with chronic

Chagas disease: differential distribution of genetic types into diverse organs. Am J Pathol. 2000; 156

(5): 1805–9. PMID: 10793092

14. Macedo AM, Pena SD. Genetic variability of Trypanosoma cruzi: implications for the pathogenesis of

Chagas disease. Parasitol Today. 1998; 14: 119–123. PMID: 17040719

15. Macedo AM, Machado CR, Oliveira RP, Pena SD. Trypanosoma cruzi: genetic structure of populations

and relevance of genetic variability to the pathogenesis of Chagas disease. Mem Inst Oswaldo Cruz.

2004; 99: 1–12.

16. Burgos JM, Diez M, Vigliano C, Bisio M, Risso M, Duffy T, Cura C, Brusses B, Favaloro L, Leguizamon

MS, Lucero RH, Laguens R, Levin MJ, Favaloro R, Schijman AG. Molecular identification of Trypanosoma

Chagas-Flow ATE-IgG2a for serodiagnosis of Trypanosoma cruzi infection

PLOS Neglected Tropical Diseases | https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444 March 23, 2017 20 / 24

Page 189: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

cruzi discrete typing units in end-stage chronic Chagas heart disease and reactivation after heart trans-

plantation. Clin Infect Dis. 2010; 51(5): 485–95. https://doi.org/10.1086/655680 PMID: 20645859

17. Bhattacharyya T, Brooks J, Yeo M, Carrasco HJ, Lewis MD, Llewellyn MS, Miles MA. Analysis of molec-

ular diversity of the Trypanosoma cruzi trypomastigote small surface antigen reveals novel epitopes,

evidence of positive selection and potential implications for lineage-specific serology. Int J Parasitol.

2010; 40(8): 921–8. https://doi.org/10.1016/j.ijpara.2010.01.002 PMID: 20097201

18. Mendes TA, Reis-Cunha JL, de Almeida LR, Rodrigues LG, Lemos LD, dos Santos AR, da Camara

AC, Galvão LM, Bern C, Gilman RH, Fujiwara RT, Gazzinelli RT, Bartholomeu DC. Identification of

strain-specific B-cell epitopes in Trypanosoma cruzi using genome-scale epitope prediction and high-

throughput immunoscreening with peptide arrays. Plos Negl Trop Dis. 2013; 7(10): e2524. https://doi.

org/10.1371/journal.pntd.0002524 PMID: 24205430

19. Bhattacharyya T, Falconar AK, Luquetti AO, Costales JA, Grijalva MJ, Lewis MD, Messenger LA, Tran

TT, Ramirez JD, Guhl F, Carrasco HJ, Diosque P, Garcia L, Litvinov SV, Miles MA. Development of

peptide-based lineage-specific serology for chronic Chagas disease: geographical and clinical distribu-

tion of epitope recognition. Plos Negl Trop Dis. 2014; 8(5): e2892. https://doi.org/10.1371/journal.pntd.

0002892 PMID: 24852444

20. Bhattacharyya T, Mills EA, Jansen AM, Miles MA. Prospects for T. cruzi lineage-specific serological sur-

veillance of wild mammals. Acta Trop. 2015; 151: 182–6. https://doi.org/10.1016/j.actatropica.2015.06.

017 PMID: 26116784

21. Alessio GD, Cortes DF, Machado-de-Assis GF, Sales-Junior PA, Ferro EA, Antonelli LR, Teixeira-Car-

valho A, Martins-Filho OA, Lana M. Inovations in diagnosis and post-therapeutic monitoring of Chagas

disease: Simultaneous flow cytometric detection of IgG1 antibodies anti-live amastigote, anti-live trypo-

mastigote, and anti-fixed epimastigote forms of Trypanosoma cruzi. Journal of Immunological Methods.

2014; 413: 32–44. https://doi.org/10.1016/j.jim.2014.07.005 PMID: 25064148

22. Federeci EE, Albemann WH, Neva FA. Chronic and progressive myocarditis and myositis in C3H mice

infected with Trypanosoma cruzi. Am J Trop Med Hyg. 1964; 13: 272–80. PMID: 14125879

23. Brener Z, Chiari E. Morphological variations observed in different strains of Trypanosoma cruzi. Rev

Inst Med Trop São Paulo. 1963; 5: 220–4. PMID: 14110094

24. Pereira da Silva LH, Nussenzweig. Sobre uma cepa de Trypanosoma cruzi altamente virulenta para o

camundongo branco. Folia Clin Biol. 1953; 20: 191–208.

25. Camargo EP. Growth and differentiation in Trypanosoma cruzi. I. Origin of metacyclic trypanosomes in

liquid media. Rev Inst Med Trop São Paulo. 1964; 6: 93–100. PMID: 14177814

26. Andrade SG. Caracterizacão de cepas de Trypanosoma cruzi isoladas no Reconcavo Baiano. Rev Pat

Trop. 1974; 65–121.

27. Andrade SG, Magalhães JB. Biodemes and zimodemes of Trypanosoma cruzi strains: correlations with

clinical data and experimental pathology. Rev Soc Bras Med Trop. 1997; 27–35. PMID: 8993106

28. Laurent JP, Barnabe C, Quesney V, Noel S, Tibayrenc M. Impact of clonal evolution on the biological

diversity of Trypanosoma cruzi. Parasitology. 1997; 114: 213–218. PMID: 9075341

29. Toledo MJ, Lana M, Carneiro CM, Bahia MT, Machado-Coelho GL, Veloso VM, Barnabe C, Tibayrenc

M, Tafuri WL. Impact of Trypanosoma cruzi clonal evolution on its biological properties in mice. Exp

Parasitol. 2002; 100(3): 161–7. PMID: 12173401

30. Andrade SG, Campos RF, Steindel M, Guerreiro ML, Magalhães JB, Almeida MC, Reis JN, Santos VC,

Valadares HM, Reis MG, Macedo AM. Biological, biochemical and molecular features of Trypanosoma

cruzi strains isolated from patients infected through oral transmission during a 2005 outbreak in the

state of Santa Catarina, Brazil: its correspondence with the new T. cruzi Taxonomy Consensus (2009).

Mem Inst Oswaldo Cruz. 2011; 106(8): 948–56. PMID: 22241116

31. Andrade SG. Morphological and behavioural characterization of Trypanosoma cruzi strains. Rev Soc

Bras Med Trop. 1985; 39–4624.

32. Filardi LS, Brener Z. Susceptibily and natural resistance os Trypanosoma cruzi strains to drugs used

clinically in Chagas disease. Trans R Soc Trop Med Hyg. 1987; 81(5): 755–759. PMID: 3130683

33. Andrade SG, Rassi A, Magalhães JB, Ferriolli FF, Luquetti AO. Specific chemotherapy of Chagas dis-

ease: a comparison between the response in patients and experimental animals inoculated with the

same strains. Trans R Soc Trop Med Hyg. 1992; 86: 624–626. PMID: 1287919

34. Teston AP, Monteiro WM, Reis D, Bossolani GD, Gomes ML, de Araujo SM, Bahia MT, Barbosa MG,

Toledo MJ. In vivo susceptibility to benznidazole of Trypanosoma cruzi strains from the western Brazilian

Amazon. Trop Med Int Health. 2013; 18(1): 85–95. https://doi.org/10.1111/tmi.12014 PMID: 23130989

35. Lana M, da Silveira Pinto A, Barnabe C, Quesney V, Noel S, Tibayrenc M. Trypanosoma cruzi: com-

pared vectorial transmissibility of three major clonal genotypes by Triatoma infestans. Exp Parasitol.

1998; 90(1): 20–5. PMID: 9709026

Chagas-Flow ATE-IgG2a for serodiagnosis of Trypanosoma cruzi infection

PLOS Neglected Tropical Diseases | https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444 March 23, 2017 21 / 24

Page 190: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

36. Tibayrenc M, Ayala FJ. The population genetics of Trypanosoma cruzi revisited in the light of the pre-

dominant clonal evolution model. Acta Trop. 2015; 151: 156–65. https://doi.org/10.1016/j.actatropica.

2015.05.006 PMID: 26188332

37. Miles MA, Llewellyn MS, Lewis MD, Yeo M, Baleela R, Fitzpatrick S, Gaunt MW, Mauricio IL. The

molecular epidemiology and phylogeography of Trypanosoma cruzi and parallel research on Leish-

mania: looking back and to the future. Parasitology. 2009; 136(12): 1509–28. https://doi.org/10.1017/

S0031182009990977 PMID: 19691868

38. Lages-Silva E, Ramırez LE, Pedrosa AL, Crema E, Da Cunha GL, Junho PS, Macedo AM, Chiari E.

Variability of kinetoplast DNA gene signatures of Trypanosoma cruzi II strains from patients with differ-

ent clinical forms of Chagas’ disease in Brazil. J Clin Microbiol. 2006; 44: 2167–71. https://doi.org/10.

1128/JCM.02124-05 PMID: 16757616

39. Virreira M, Serrano G, Maldonado L, Svoboda M. Trypanosoma cruzi: typing of genotype (sub)lineages

in megacolon samples from bolivian patients. Acta Trop. 2006; 100(3): 252–5. https://doi.org/10.1016/j.

actatropica.2006.11.005 PMID: 17157796

40. Valadares HM, Pimenta JR, De Freitas JM, Duffy T, Bartholomeu DC, Oliveira RP, Chiari E, Moreira

MC, Filho GB, Schijman AG, Franco GR, Machado CR, Pena SD, Macedo AM. Genetic profiling of Try-

panosoma cruzi directly in infected tissues using nested PCR of polymorphic microsatellites. Int J Para-

sitol. 2007; 38(7): 839–50. https://doi.org/10.1016/j.ijpara.2007.10.017 PMID: 18154957

41. Coura JR, Junqueira AC. Surveillance, health promotion and control of Chagas disease in the Amazon

Region-Medical attention in the Brazilian Amazon Region: a proposal. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2015;

110(7): 825–30. https://doi.org/10.1590/0074-02760150153 PMID: 26560976

42. Martinez-Perez A, Poveda C, Ramırez JD, Norman F, Girones N, Guhl F, Monge-Maillo B, Fresno M,

Lopez-Velez R. Prevalence of Trypanosoma cruzi Discrete Typing Units in a cohort of Latin American

migrants in Spain. Acta Trop. 2016; 157: 145–50. https://doi.org/10.1016/j.actatropica.2016.01.032

PMID: 26851167

43. Umezawa ES, Bastos SF, Camargo ME, Yamauchi LM, Santos MR, Gonzalez A, Zingales B, Levin MJ,

Souza O, Rangel-Aldao R, Silveira JF. Evaluation of recombinant antigens for serodiagnosis of Chagas

disease in South and Central America. Journal of Clinical Microbiology. 1999; 37: 1554–1560. PMID:

10203520

44. Verani JR, Seitz A, Gilman RH, Lafuente C, Galdos-Cardenas G, Kawai V, De Lafuente E, Ferrufino L,

Bowman NM, Pinedo-Cancino V, Levy MZ, Todd CW, Kirchhoff LV, Cabrera L, Verastegui M, Bern C.

Geographic variation in the sensitivity of recombinant antigen-based rapid tests chronic Trypanosoma

cruzi infection. Am J Trop Med Hyg. 2009; 80(3): 410–415. PMID: 19270291

45. Reis-Cunha JL, Mendes TA, De Almeida LR, Ribeiro DR, Machado-De-Avila RA, Oliveira MT, Lemos

DS, Camara AC, Olortegui CC, Lana M, Da Cunha GLM, Fujiwara RT, Bartholomeu DC. Genome-wide

screening and identification of new Trypanosoma cruzi antigens with potential application of chronic

Chagas disease diagnosis. Plos One. 2014; 9(9).

46. Souto RP, Zingales B. Sensitive detection and strain classification of Trypanosoma cruzi by amplifica-

tion of a ribossomal RNA sequence. Mol Biochem Parasitol. 1993; 62: 45–52. PMID: 8114825

47. Clark CG, Pung OJ. Host specificity of ribosomal DNA variation in sylvatic Trypanosoma cruzi from

North America. Mol Biochem Parasitol. 1994; 66: 175–179. PMID: 7984184

48. Souto RP, Fernandes O, Macedo AM, Campbel DA, Zingales B. DNA markers define two major phylo-

genetic lineages of Trypanosoma cruzi. Mol Biochem Parasitol. 1996; 83: 141–152. PMID: 9027747

49. Brisse S, Barnabe C, Tibayrenc M. Identification of six Trypanosoma cruzi phylogenetic lineages by ran-

dom amplified polymorphic DNA and multilocus enzyme electrophoresis. Int J Parasitol. 2000; 30: 35–

40. PMID: 10675742

50. Consentino RO, Aguero F. A Simple Strain Typing Assay for Trypanosoma cruzi: Discrimination of Major

Evolutionary Lineages from a Single Amplification Product. PLoS Negl Trop Dis. 2012; 6(7): 1777.

51. Higuera SL, Guhl F, Ramırez JD. Identification of Trypanosoma cruzi Typing Units (DTUs) through the

implementation of a High-Resolution Melting (HRM) genotyping assay. Parasites & Vector. 2013; 6:

112–117.

52. Cura CI, Duffy T, Lucero RH, Bisio M, Peneau J, Jimenez-Coello M, et al. Multiplex real-time PCR

assay using TaqMan probes for the identification of Trypanosoma cruzi DTUs in biological and clinical

samples. Plos Negl Trop Dis. 2015; 9(5): 1371–88.

53. Brener Z, Cancado JR, Galvão LM, Luz ZP, Filardi LS, Pereira ME, Santos LM, Cancado CB. An exper-

imental and clinical assay with ketoconazole in the treatment of Chagas disease. Memorias do Instituto

Oswaldo Cruz. 1993; 88: 149–153. PMID: 8246750

54. Schenone H, Rojas A, Castillo D. Comparative study of sensitivity and mortality of Triatoma infestan

nymphs III and IV used in the xenodiagnosis of chronic chagasic patients. Bol Chil Parasitol. 2000; 55:

14–17. PMID: 11757411

Chagas-Flow ATE-IgG2a for serodiagnosis of Trypanosoma cruzi infection

PLOS Neglected Tropical Diseases | https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444 March 23, 2017 22 / 24

Page 191: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

55. Marcet PL, Duffy T, Cardinal MV, Burgos JM, Lauricella MA, Levin MJ, et al. PCR-based screening and

lineage identification of Trypanosoma cruzi directly from fecal samples of triatomine bugs from north-

western Argentina. Parasitology. 2006; 132(1): 57–65.

56. Abolis NG, Araujo SM, Toledo MJ, Fernandez MA, Gomes ML. Trypanosoma cruzi I-III in southern Bra-

zil causing individual and mixed infections in humans, sylvatic reservoirs and triatomines. Acta Trop.

2011; 120(3): 167–72. https://doi.org/10.1016/j.actatropica.2011.08.001 PMID: 21855523

57. Oliveira-Silva JC, Machado-de-Assis GF, Oliveira MT, Valadares HM, Valle IF, Paiva NC, Martins HR,

Lana M. Molecular and biology characterization of Trypanosoma cruzi strains isolated from children

from Jequitinhonha Valley of Minas Gerais, Brazil. Rev Soc Bras Med Trop. 2013; 46(4): 433–40.

https://doi.org/10.1590/0037-8682-0077-2013 PMID: 23982097

58. Sales-Campos H, Kappel HB, Andrade CP, Lima TP, de Castilho A, Giraldo LE, Lages-Silva E. Trypa-

nosoma cruzi DTU TcII presents higher blood parasitism than DTU TcI in an experimental model of

mixed infection. Acta Parasitol. 2015; 60(3): 435–41. https://doi.org/10.1515/ap-2015-0060 PMID:

26204180

59. Ramırez JD, Guhl F, Rendon LM, Rosas F, Marin-Neto JA, Morillo CA. Chagas cardiomyopathy mani-

festations and Trypanosoma cruzi genotypes circulating in chronic Chagasic patients. PLoS Negl Trop

Dis. 2010; 4(11): e899. https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0000899 PMID: 21152056

60. Cardinal MV, Lauricella MA, Ceballos LA, Lanati L, Marcet PL, Levin MJ, et al. Molecular epidemiology

of domestic and sylvatic Trypanosoma cruzi infection in rural northwestern Argentina. Int J Parasitol.

2008; 38: 1533–1543. https://doi.org/10.1016/j.ijpara.2008.04.010 PMID: 18585717

61. Marcili A, Lima L, Valente VC, Valente SA, Batista JS, Junqueira AC, et al. Comparative phylogeogra-

phy of Trypanosoma cruzi TcIIc: new hosts, association with terrestrial ecotopes, and spatial clustering.

Infect Genet Evol. 2009; 9: 1265–1274. https://doi.org/10.1016/j.meegid.2009.07.003 PMID: 19632356

62. Camara AC, Varela-Freire AA, Valadares HM, Macedo A, D’Avila DA, Machado CR, et al. Genetic anal-

yses of Trypanosoma cruzi isolates from naturally infected triatomines and humans in northeastern Bra-

zil. Acta Trop. 2010; 115: 205–211. https://doi.org/10.1016/j.actatropica.2010.03.003 PMID: 20303924

63. Coura JR, Junqueira AC, Fernandes O, Valente SA, Miles MA. Emerging Chagas disease in Amazo-

nian Brazil. Trends Parasitol. 2002; 18: 171–176. PMID: 11998705

64. Valente SA, da Costa V.V, das Neves P.A, de Jesus B.M, dos Santos MP, Miranda CO, et al. Analysis

of an acute Chagas disease outbreak in the Brazilian Amazon: human cases, triatomines, reservoir

mammals and parasites.Trans R Soc Trop. Med Hyg. 2009; 103: 291–297. https://doi.org/10.1016/j.

trstmh.2008.10.047 PMID: 19118852

65. Umezawa ES, Luquetti A, Levitus G, Ponce C, Ponce E, Henriquez D, Revollo S, Espinoza B, Souza O,

Khan B, Silveira JF. Serodiagnosis of chronic and acute Chagas disease with Trypanosoma cruzi

recombinant proteins: Results of a collaborative study in six Latin American Countries. Journal of Clini-

cal Microbiology. 2004; 42: 449–452. https://doi.org/10.1128/JCM.42.1.449-452.2004 PMID: 14715803

66. Dos Santos DM, Talvani A, Guedes PM, Machado-Coelho GL, Lana M, Bahia MT. Trypanosoma cruzi:

Genetic diversity influences the profile of immunoglobulins during experimental infection. Exp Parasitol.

2009; 121(1): 8–14. https://doi.org/10.1016/j.exppara.2008.09.012 PMID: 18848935

67. Krettli AU, Weisz-Carrington P, Nussenzweig RS. Membrane-bound antibodies to bloodstream Trypa-

nosoma cruzi in mice: strain differences in susceptibility to complement-mediated lysis. Clin Exp Immu-

nol. 1979; 37(3): 416–23. PMID: 116784

68. Wallace A, Sanchez G, Venegas J, Solari A. Lack of cross-reactivity of lytic antibodies with bloodstream

forms of Trypanosoma cruzi zymodemes generated in a mouse experimental model. Exp Parasitol.

1995; 80(2): 176–85. https://doi.org/10.1006/expr.1995.1022 PMID: 7895829

69. Zulantay I, Venegas J, Apt W, Solari A, Sanchez G. Lytic antibodies in Trypanosoma cruzi-infected per-

sons with low parasitemia. Am J Trop Med Hyg. 1998; 58(6): 775–9. PMID: 9660462

70. Di Noia JM, Buscaglia CA, De Marchi CR, Almeida IC, Frasch AC. A Trypanosoma cruzi small surface

molecule provides the first immunological evidence that Chagas0disease is due to a single parasite line-

age. J Exp Med. 2002; 195(4): 401–413. https://doi.org/10.1084/jem.20011433 PMID: 11854354

71. Revollo S, Oury B, Laurent JP, Barnabe C, Quesney V, Carriere V, Noel S, Tibayrenc M. Trypanosoma

cruzi: impact of clonal evolution of the parasite on its biological and medical properties. Exp.Parasitol.

1998; 89: 30–39. https://doi.org/10.1006/expr.1998.4216 PMID: 9603486

72. Guedes PM, Veloso VM, Tafuri WL, Galvão LM, Carneiro CM, Lana M, Chiari E, Ataide SK, Bahia. The

dog as model for chemotherapy of the Chagas0s disease. Acta Trop. 2002; 84(1): 9–17. PMID:

12387906

73. Freitas JM, Augusto PL, Pimenta JR, Bastos RL, Goncalves VF, Teixeira SM, Chiari E, Junqueira AC,

Fernandes O, Macedo AM, Machado CR, Pena SD. Ancestral genomes, sex, and the population struc-

ture of Trypanosoma cruzi. PLOS Pathogens. 2006; 2: 226–235.

Chagas-Flow ATE-IgG2a for serodiagnosis of Trypanosoma cruzi infection

PLOS Neglected Tropical Diseases | https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444 March 23, 2017 23 / 24

Page 192: Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE … · 2019. 4. 16. · Catalogação: A372a Alessio, Glaucia Diniz. Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow

74. Westenberger SJ, Barnabe C, Campbell DA, Sturm NR. Two hybridization events define the population

structure of Trypanosoma cruzi. Genetics. 2005; 171: 527–43. https://doi.org/10.1534/genetics.104.

038745 PMID: 15998728

75. Martins-Filho OA, Pereira ME, Carvalho JA, Cancado JR, Brener Z. Flow cytometry, a new approach to

detect anti-live trypomastigote antibodies and monitor the efficacy of specific treatment in human cha-

gas disease. Clin Diag Lab Immunol. 1995; 2: 569–573.

76. Martins-Filho OA, Eloi-Santos SM, Carvalho AT, Correa-Oliveira R, Rassi A, Luquetti AO, Rassi GG,

Brener Z. Double-Blind study to evaluate flow cytometry analysis of anti-live trypomastigote antibodies

for monitoring treatment efficacy in cases of human Chagas disease. Clinical and Diagnostic Laboratory

Immunology. 2002; 9: 1107–1113. https://doi.org/10.1128/CDLI.9.5.1107-1113.2002 PMID: 12204967

77. Vitelli-Avelar D, Sathler-Avelar R, Wendling AP, Rocha RD, Teixeira-Carvalho A, Martins NE, Dias JC,

Rassi A, Luquetti AO, Eloi-Santos SM, Martins-Filho OA. Non-conventional flow cytometry approaches

to detect anti-Trypanosoma cruzi immunoglobulin G in the clinical laboratory. J Immunol Met. 2007;

318: 102–112.

78. Matos CS, Coelho-Dos-Reis JG, Rassi A, Luquetti AO, Dias JC, Eloi-Santos SM, Gomes IT, Vitelli-Ave-

lar DM, Wendling AP, Rocha RD, Teixeira-Carvalho A, Peruhype-Magalhães V, Andrade MC, Martins-

Filho OA. Applicability of an optimized non-conventional flow cytometry method to detect anti-Trypano-

soma cruzi immunoglobulin G for the serological diagnosis and cure assessment following chemothera-

peutic treatment of Chagas disease. J Immunol Methods. 2010; 369: 22–32.

79. Teixeira-Carvalho A, Campos FM, Geiger SM, Rocha RD, De Araujo FF, Vitelli-Avelar DM, Andrade

MC, Araujo MS, Lemos EM, De Freitas CP, Sabino EC, Caldas RG, Freitas CR, Campi-Azevedo AC,

Elois-Santos SM, Martins-Filho OA. FC-TRIPLEX Chagas/Leish IgG1: a multiplexed flow-cytometry

method for differential serological diagnosis of Chagas disease and leishmaniasis. Plos One. 2015; 10

(4).

Chagas-Flow ATE-IgG2a for serodiagnosis of Trypanosoma cruzi infection

PLOS Neglected Tropical Diseases | https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005444 March 23, 2017 24 / 24