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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ENG 312 – PROJETOS MECÃNICOS I AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE MÁQUINAS PELO ENFOQUE DA MANUTENIBILIDADE: O CASO DO SISTEMA DE TURBOCOMPRESSORES Autores: David Queiroz Luz Felipe Andrade Torres João Paulo Leite dos Santos Professor Orientador: MSc. Roberto César Fernandes Sacramento Salvador 2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

ENG 312 – PROJETOS MECÃNICOS I

AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE MÁQUINAS PELO

ENFOQUE DA MANUTENIBILIDADE: O CASO DO

SISTEMA DE TURBOCOMPRESSORES

Autores: David Queiroz Luz

Felipe Andrade Torres

João Paulo Leite dos Santos

Professor Orientador: MSc. Roberto César Fernandes Sacramento

Salvador

2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE MÁQUINAS PELO

ENFOQUE DA MANUTENIBILIDADE: O CASO DO

SISTEMA DE TURBOCOMPRESSORES

Autores: David Queiroz Luz

Felipe Andrade Torres

João Paulo Leite dos Santos

Trabalho apresentado ao Prof. Roberto Sacramento da

Disciplina ENG 312 - Projetos Mecânicos I do

Departamento de Engenharia Mecânica da Escola

Politécnica da Universidade Federal da Bahia, como pré-

requisito para aprovação na disciplina.

Curso: Engenharia Mecânica

Área de concentração: Pesquisa e avaliação da manutenibilidade dos

sistemas mecânicos.

Orientador: Prof. MSc. Roberto César Fernandes Sacramento

Salvador

2008

3

RESUMO

Este trabalho avalia, a partir da análise do nível de manutenibilidade de seus

componentes, o projeto de um turbocompressor.

Foi realizada uma breve descrição do sistema, da sua aplicação, funcionamento e

principais elementos integrantes. Em seguida foram avaliados os possíveis

defeitos e suas causas, a partir de visitas técnicas e entrevistas a profissionais da

área de manutenção desses equipamentos. Levando em consideração

criticidade, freqüência e custo, a manutenibilidade foi avaliada a partir da

comparação entre duas marcas de turbocompressor. Através da análise dos

resultados da avaliação de manutenibilidade, foi observado que dentre os dois

modelos avaliados, o da marca Masterpower teve melhor desempenho que o da

marca Garrett, além de ter sido levado em consideração o índice de falhas.

Palavras-chave: Projetos mecânicos, manutenibilidade, turbocompressores.

4

ABSTRACT

This work evaluates, from the analysis of the maintainability level of its

components, a turbocompressor project.

We performed a brief description of the system, its application, operation and

main integral components. Then were evaluated the possible damages and its

causes, from technical visits and interviews with professionals in the area of

maintenance of these equipments, linking them to the project of the system. Thus

it was possible to establish the criteria for analysis and comparison between the

machine manufacturers, identifying the criticality, the frequency and cost of

problems, comparing with other brands including, besides those used in this work.

By analyzing the results of the maintainability, we observed that among the two

models of turbocharger chosen, the brand Masterpower was better than the mark

Garrett, as well as take into account the rate of failures.

Keywords: Mechanical projects, maintainability, turbocompressors.

5

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Ilustração 1: Turbocompressor Garrett Gt15. (Fonte: Autor) .................................................................10 Ilustração 2: Turbocompressor Masterpower 802129. (Fonte: Autor) ..................................................10 Ilustração 3: Localização Do Turbocompressor. (Fonte: Howstuffworks) ............................................17 Ilustração 4: Carburador. (Fonte: Pandapedia) ........................................................................................18 Ilustração 5: Injeção Eletrônica. (Fonte: Wikipedia) ................................................................................18 Ilustração 6: Como Um Turbocompressor É Instalado Em Um Carro. (Fonte: Garrett) ....................19 Ilustração 7: Gráfico Da Energia Térmica Total. (Fonte: Garrett) .........................................................20 Ilustração 8: Vista Explodida De Um Turbocompressor. (Fonte: Masterpower) .................................21 Ilustração 9: Corte De Um Turbocompressor. (Fonte: Masterpower)...................................................23 Ilustração 10: Funcionamento Do Motor Com Turbocompressor. (Fonte: Garrett) ............................24 Ilustração 11: Funcionamento Em Corte De Um Turbocompressor. (Fonte: Garret).........................26 Ilustração 12: Aspiração Natural Em Veículo. (Fonte: Autor) ................................................................26 Ilustração 13: Compressor Mecânico Acionado Por Polia. (Fonte: Jackson Racing) ........................27 Ilustração 14: Turbocompressor Aplicado Ao Veículo. (Fonte: Autodynamics) ..................................28 Ilustração 15: Desenhos Técnicos De Turbocompressor (Fonte: Garret) ...........................................28 Ilustração 16: Diagnóstico De Manutenção (Fonte: Masterpower) .......................................................32 Ilustração 17: Efeitos Da Falta De Lubrificação. (Fonte: Autor) ............................................................33 Ilustração 18: Efeitos De Objeto Estranho. (Fonte: Autor) .....................................................................34 Ilustração 19: Eixo Normal X Eixo Superaquecido. (Fonte: Autor) .......................................................35 Ilustração 20: Ações Preventivas Em Turbocompressores (Fonte: Masterpower) ............................36 Ilustração 21: Reposições De Componentes Em Turbocompressores. (Fonte: Masterpower)........37 Ilustração 22: Mangueira De Lubrificação. (Fonte: Ancona) ..................................................................38 Ilustração 23: Filtro De Ar Esportivo. (Fonte: Ancona) ...........................................................................38 Ilustração 24: Mancal De Rolamento De Esferas Em Eixo De Turbocompressor (Fonte: Aps

Engineering) .........................................................................................................................................45 Ilustração 25: Torque Devido Ao Atrito Nos Diferentes Tipos De Mancais Dos Turbocompressor

(Fonte: Aps Engineering) ...................................................................................................................46 Ilustração 26: Variação De Temperatura Nos Mancais Do Turbo Compressor Após O

Desligamento Do Motor (Fonte: Aps Engineering) ........................................................................47

6

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Elementos de máquinas encontrados em Turbocompressores ........ 22

Tabela 2: Análise de falhas em turbocompressores ......................................... 40

7

ÍNDICE

LISTA DE ILUSTRAÇÕES .............................. ...................................................... 5

LISTA DE TABELAS .................................. ........................................................... 6

ÍNDICE ................................................................................................................... 7

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9

1.1 CONCEITOS ............................................................................................................................. 11

1.2 OBJETIVO ...................................... .......................................................................................... 15

1.3 METODOLOGIA ................................... .................................................................................... 16

2. CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA ...................... .......................................... 16

2.1 Turbocompressor ............................... ..................................................................................... 16

2.2 Energia para alimentar o turbocompressor ...... ................................................................... 19

2.3 Componentes de um turbocompressor ............. ................................................................... 20

2.4 Funcionamento de um turbocompressor ........... .................................................................. 23

2.5 Comparação entre diferentes métodos para aument o de potência .................................. 26

3. PROCESSO DE MANUTENÇÃO ......................... ........................................... 29

3.1 Etapas de manutenção .......................... ................................................................................. 29

3.2 Descrição dos defeitos ........................ ................................................................................... 32

3.3 Principais problemas encontrados .............. ......................................................................... 33

3.4 Problemas de maior criticidade ................ ............................................................................. 34

4. AVALIAÇÃO DA MANUTENIBILIDADE .................. ....................................... 36

4.1 Custos de manutenção .......................... ................................................................................. 36

4.2 Tempo necessário para manutenção .............. ...................................................................... 39

4.3 Análise de falhas ............................. ........................................................................................ 40

4.4 Avaliação dos indicadores de manutenibilidade . ................................................................ 41

4.5 Análise do defeito mais crítico ............... ............................................................................... 43

4.6 Soluções existentes e propostas de melhorias .. ................................................................. 45

8

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................... ........................................... 48

APÊNDICE A ........................................ ............................................................... 51

APÊNDICE B ........................................ ............................................................... 52

9

1. INTRODUÇÃO

“Atualmente cada vez mais são realizados estudos de análise de

manutenibilidade aplicada principalmente à engenharia” (SACRAMENTO, 2008),

isso se deve à crescente necessidade de se pesquisar possíveis melhorias de

projetos mecânicos.

O presente trabalho fez abordagens de conceitos básicos, seguido de um

detalhamento nos sobrealimentadores, com um enfoque em turbocompressores

automotivos de passeio, que são componentes dos motores de veículos. Por ser

um componente que opera a altas rotações, o sistema está sujeito a falhas, que

foram discutidas neste trabalho. Também foram discutidos os elementos

mecânicos presentes neste sistema. Por fim, foram discutidas propostas de

melhorias para os dois modelos de turbocompressores e foi apresentado o

comparativo de manutenibilidade dos turbocompressores.

Uma das maneiras de se obter mais potência de um motor é

aumentar a quantidade de ar e de combustível para a queima. Uma

forma de se fazer isso é adicionando cilindros ou tornando maiores os

cilindros existentes, mas, como essas alterações nem sempre não são

possíveis, na maioria dos carros de passeio, por questões de

inviabilidade econômica e maior consumo de combustível, um

turbocompressor pode ser uma forma mais simples e compacta de

adicionar potência, especialmente por ser um acessório vendido em

lojas ou oficinas de preparação de motores. (NICE, 2008)

Na elaboração deste trabalho, foram considerados dois modelos de

turbocompressores automotivos: Garrett® (Modelo: GT15) e Masterpower

(Modelo: 802129), mostrados nas ilustrações 1 e 2 da página seguinte.

10

Ilustração 1: Turbocompressor Garrett GT15. (Fonte: Autor)

Ilustração 2: Turbocompressor Masterpower 802129. ( Fonte: Autor)

O presente trabalho foi motivado pelo Prof. Msc. Roberto

Sacramento da disciplina Projetos Mecânicos I do Curso de Engenharia

Mecânica da Universidade Federal da Bahia, com o objetivo de fomentar o

pensamento crítico a respeito de um projeto mecânico sob o conceito da

manutenibilidade.

11

1.1 CONCEITOS

A partir de alguns conceitos que serão descritos a seguir, será possível

facilitar a compreensão dos questionamentos e assuntos abordados neste

trabalho.

� Manutenibilidade: “É a relativa facilidade e economia de tempo e

recursos com o qual um item pode ser mantido ou restaurado a uma

condição especificada quando a manutenção é realizada por pessoal com

determinadas habilidades técnicas, utilizando procedimentos prescritos e

recursos, para cada nível de reparo e manutenção. Neste contexto, a

manutenibilidade é uma função do projeto.” (UNITED STATES

DEPARTMENT OF DEFENSE HANDBOOK, 1997). “Pode ser conceituada

como uma característica de um equipamento ou instalação em permitir um

maior grau de facilidade na execução de serviços de manutenção.”

(KARDEC e NASCIF, 2001)

� Projeto: Conjunto de atividades que precede a execução de um produto,

sistema, processo ou serviço. Segundo Bazzo e Pereira (2000), projetar é

estabelecer um conjunto de procedimentos e especificações que, se

postos em prática, resultam em algo concreto ou um conjunto de

informações. De acordo com Shigley (2005), projeto consiste em formular

um plano para a satisfação de uma necessidade especifica quanto em

solucionar um problema. Se tal plano resultar na criação de algo tendo

uma realidade física, então o produto deverá ser funcional, seguro,

confiável, competitivo, utilizável, manufaturável e mercável.

� Confiabilidade: “A medida estatística da probabilidade de que uma

determinada componente mecânica não falhará durante seu uso é

denominada confiabilidade desse elemento.” (SHIGLEY, 2005) No método

de confiabilidade de projeto, a tarefa do projetista é fazer uma seleção

cuidadosa dos materiais, dos processos e da geometria (tamanho),

visando a atingir uma meta de confiabilidade. De acordo com Kardec e

12

Nascif (2002), é a probabilidade de que um item possa desempenhar sua

função requerida, por um intervalo de tempo estabelecido, sob condições

definidas de uso.

� Defeito: Segundo Houaiss (2007), é a falta de perfeição causando

funcionamento irregular ou falho de qualquer mecanismo.

� Engenharia Reversa: O termo “Engenharia Reversa” tem sua origem na

análise de hardware, pois é comum a prática de decifrar projetos de

produtos finalizados com intuito de duplicá-los. É definido por Vitali (2008)

como sendo o processo de descobrir os princípios tecnológicos de um

dispositivo/objeto ou de um sistema com a análise de suas estruturas,

função e operação.

� Manutenção: Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT, 1994), manutenção é definida como a combinação de todas as

ações técnicas e administrativas, incluindo as de supervisão, destinadas a

manter ou recolocar um item em um estado no qual possa desempenhar

uma função requerida. Kardec e Nascif (2001) definem manutenção como

sendo uma garantia a disponibilidade da função dos equipamentos e

instalações de modo a atender a um processo de produção e a

preservação do meio ambiente, com confiabilidade, segurança e custo

adequados.

Tipos de manutenção:

De modo geral, atualmente são praticados quatro tipos de

manutenção. Essas procuram envolver: conservação, adequação,

restauração, substituição e prevenção dos equipamentos de forma

técnica e suficiente para alcançar os objetivos da função (BELMONTE e

SCANDELARI, 2005).

Conforme Kardec e Nascif (2001), os quatro tipos de manutenção são:

13

� Manutenção corretiva: De acordo com a Associação Brasileira de

Normas Técnicas (ABNT, 1994), é a manutenção efetuada após a

ocorrência de uma pane, destinada a recolocar um item em condições de

executar uma função requerida. Como é dita por Belmonte e Scandelari

(2005), é definida como sendo, a atuação para a correção da falha ou do

desempenho menor do que o esperado. Esta pode ser subdividida em

outras duas, são elas:

Manutenção corretiva não planejada: é a correção da falha de maneira

aleatória. Em Belmonte e Scandelari (2005) há uma complementação de

Kardec e Nascif (2001), onde ele diz que a manutenção ocorre no fato já

ocorrido ou no momento seguinte à identificação do defeito. Implicam na

paralisação do processo, perdas de produção, perdas de qualidade e

elevação de custos indiretos de produção. A manutenção objetiva colocar

o equipamento nas condições de voltar a exercer sua função.

Manutenção corretiva planejada: é a correção do desempenho menor do

que o esperado ou da falha, por decisão gerencial. Em Belmonte e

Scandelari (2005) há uma ênfase em que a manutenção é efetuada em um

período programado, com intervenção e acompanhamento do

equipamento, desde que o defeito não implique necessariamente na

ocorrência de uma falha. Caso a decisão seja deixar o equipamento

funcionando até quebrar, recomenda-se compartilhar com outros defeitos

já relatados e tomar ação preventiva e naturalmente econômica. O

planejamento é fundamental e deve considerar fatores diversos para o não

comprometimento do processo produtivo.

� Manutenção preventiva: Na norma ABNT NBR 5462/94, a manutenção

preventiva é definida como sendo a manutenção efetuada em intervalos

predeterminados, ou de acordo com critérios prescritos, destinada a

reduzir a probabilidade de falha ou a degradação do funcionamento de um

item. Segundo Belmonte e Scandelari (2005), manutenção preventiva é a

atuação realizada de forma a reduzir ou evitar a falha ou queda no

14

desempenho, obedecendo a um plano previamente elaborado, baseado

em intervalos definidos de tempo.

Belmonte e Scandelari (2005) subdividem a manutenção preventiva em:

Manutenção preventiva programada ou sistemática: É quando os

serviços de manutenção são efetuados de maneira periódica, através de

intervalos pré-estabelecidos, dias de calendários, ciclos de operações,

horas de operações e outros desprezando as condições dos componentes

envolvidos.

Manutenção preventiva de rotina: São as manutenções preventivas

feitas com intervalos pré-determinados e de tempos reduzidos, com

prioridades claramente definidas e curtas duração de execução, na maioria

das vezes apoiadas apenas nos sentidos humanos, sem causar a

indisponibilidade da instalação ou equipamento. Geralmente são

conhecidas como inspeções e verificações sistemáticas apoiadas pelo uso

de check list ou demais controles. Se houver bom treinamento, este tipo de

preventiva poderá ser realizado pela própria equipe de produção a partir

do uso do check list e programação desenvolvida pela própria equipe de

manutenção ou inspetores.

� Manutenção preditiva: De acordo com a ABNT NBR 5462/94, é a

manutenção que permite garantir uma qualidade de serviço desejada, com

base na aplicação sistemática de técnicas de análise, utilizando-se meios

de supervisão centralizados ou de amostragem, para reduzir ao mínimo a

manutenção preventiva e diminuir a manutenção corretiva. Para Belmonte

e Scandelari (2005), é a atuação realizada com base em modificação de

parâmetro de condição ou desempenho, cujo acompanhamento obedece a

uma sistemática. Também em Belmonte e Scandelari (2005) a

manutenção preditiva é definida como aquela que indica as condições

reais de funcionamento das máquinas com base em dados que informam o

seu desgaste ou processo de degradação. Trata-se de uma importante

ferramenta da manutenção, porém ainda pouco usada, pois visa

15

acompanhar o equipamento ou as peças, através de monitoramento, por

medições e por controle estatístico para “predizer” a ocorrência de uma

falha.

1.2 OBJETIVO

Este trabalho tem como principal objetivo analisar os projetos de

turbocompressores, através do conceito da manutenibilidade. Através da

engenharia reversa, propor melhorias para os projetos de turbocompressores

automotivos e uma possível redução de custos de manutenção. "O estudo dos

turbocompressores se justifica devido à crescente demanda por este

equipamento, largamente utilizado em motores de veículos utilitários de médio a

grande porte, embarcações e carros esportivos, sendo requerido para carros

familiares e urbanos como alternativa a motores de maior cilindrada, sendo um

solução viável para redução de peso, consumo de combustível e emissões de

poluentes. “O mercado crescente para os turbocompressores e veículos

turboalimentados, demanda projetos mais eficientes de turbocompressores, tanto

pelo aumento da eficiência nos motores, quanto pela manutenibilidade.”

(ANFAVEA, 2008)

16

1.3 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento do trabalho, primeiramente fizemos uma revisão

bibliográfica sobre o tema. Juntamente a essa primeira etapa foi elaborado pela

equipe um questionário de manutenibilidade que foi passado às assistências

técnicas especializadas (ver em APÊNDICE B), a fim de se obter maiores

informações sobre: maiores causas de problemas em turbocompressores, níveis

de criticidade dos problemas relacionados, custos de manutenção envolvidos,

tempo médio de manutenção, número de pessoas envolvidas no processo de

manutenção e comparar dois turbocompressores de mesma capacidade e

marcas diferentes, a fim de conhecer o melhor projeto em termos de

manutenibilidade.

A partir das informações obtidas nas assistências técnicas, foi dado início a

parte escrita do trabalho, envolvendo diversos aspectos, inclusive conceituação

de termos. Após isso, realizamos uma análise do projeto dos turbocompressores

e propomos melhorias para o mesmo, além de realizar uma análise dos custos

envolvidos na manutenção.

2. CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA

2.1 Turbocompressor

Embora hoje muito se fale a respeito dos motores

turboalimentados, eles não são produtos de uma tecnologia tão recente

quanto possa parecer. O processo de turboalimentação tem sua história

ligada à aviação. Com uma pressão maior do que a atmosférica nos

cilindros, compensava-se o problema da rarefação do ar em grandes

altitudes. Paralelamente, o motor também aumentava sua potência, o

que depois se tornou um recurso a mais para os carros de corrida da

década de 30. (MASTERPOWER, 2008)

17

De acordo com a Garrett® (2008), um turboalimentador é um componente

que torna o motor mais potente, sem aumentar seu tamanho e peso. A potência

do motor está limitada a quantidade de ar que ele pode aspirar. O

turboalimentador fornece maior quantidade de ar ao motor, fazendo com que o

combustível seja queimado de maneira mais eficiente, com melhor

aproveitamento e conseqüente aumento de potência.

A sua localização no veículo pode ser observada através da ilustração a

seguir:

Ilustração 3: Localização do turbocompressor. (Font e: HOWSTUFFWORKS)

Carros mais velhos, com carburadores, aumentam automaticamente a

vazão de combustível para se ajustar ao maior fluxo de ar que entra nos cilindros.

O carburador é um aparelho ou dispositivo, que a partir de um combustível

líquido e do ar da atmosfera, prepara e fornece para todos os regimes de trabalho

do motor, uma mistura de fácil queima. “A função principal de um carburador é a

de fornecer ao motor a mistura ar/combustível finamente pulverizada em

proporção exata, de modo que se possa obter a mais perfeita combustão

possível.” (RENAULT CLUBE, 2008)

18

Ilustração 4: Carburador. (Fonte: PANDAPEDIA)

Carros modernos com injeção de combustível também fazem isso até certo

ponto. O sistema de injeção depende dos sensores de oxigênio no escapamento

para determinar se a relação ar-combustível está correta, de forma que esses

sistemas aumentarão a quantidade de fluxo de combustível automaticamente se

um turbo for adicionado. “A injeção eletrônica é um sistema de alimentação de

combustível e gerenciamento eletrônico de um motor de um automóvel. Esse

sistema permite um controle mais eficaz da mistura admitida pelo motor.”

(WIKIPEDIA, 2008)

Ilustração 5: Injeção eletrônica. (Fonte: WIKIPEDIA )

De acordo com SANTOS, VERAS e CARVALHO (2002), se um

turbocompressor com muita pressão é instalado num carro com injeção de

combustível, o sistema pode não fornecer combustível suficiente. Dessa maneira,

ou o software programado no controlador não permite que isso ocorra, ou a

19

bomba e os injetores não são capazes de fornecê-lo. Nesse caso, outras

modificações terão que ser feitas para se conseguir o máximo benefício do

turbocompressor.

A pressão de superalimentação típica fornecida por um turbocompressor é

de 6 a 8 libras por polegada quadrada ( 2pollb ). Como a pressão atmosférica

normal é de aproximadamente 27,14 pollb ao nível do mar, o turbo coloca 50%

mais ar no motor. Com isso, espera-se um ganho de 50% na potência do motor,

mas, por não haver eficiência na mesma proporção, é normal atingir um ganho de

30% a 40%.

Uma causa da ineficiência vem do fato de que a potência para

girar a turbina não é livre. Ter uma turbina no fluxo de escapamento

aumenta a restrição de saída dos gases queimados. Isso significa que,

no curso de escapamento, o motor tem que empurrar uma

contrapressão. Isso faz diminuir um pouco a potência.

(HOWSTUFFWORKS, 2008)

Ilustração 6: Como um turbocompressor é instalado e m um carro. (Fonte: GARRETT)

2.2 Energia para alimentar o turbocompressor

“De toda energia gerada por um motor de combustão interna, apenas um

terço é aproveitado para movimento do girabrequim, outro terço se dissipa

através do sistema de refrigeração e o terço restante se desperdiça como gases

de escape.” (SANTOS; VERAS; CARVALHO, 2002)

20

O turboalimentador aproveita-se da energia das fases de escape; o rotor da

turbina reage à pressão e velocidade destes gases girando e, por estar unido a

um eixo comum, faz girar o rotor do compressor, no outro extremo, à mesma

velocidade, comprimido assim o ar que entra no cilindro a uma pressão de até 3

vezes a atmosférica.

Ilustração 7: Gráfico da energia térmica total. (Fo nte: GARRETT)

2.3 Componentes de um turbocompressor

O turbocompressor é composto de um compressor de ar centrífugo,

diretamente ligado a uma turbina centrípeta. O rotor do compressor e o rotor da

turbina estão ligados por um eixo suportados por mancais flutuantes, alojados em

uma carcaça central. O compressor centrífugo consiste de uma carcaça de

alumínio e um rotor. A turbina centrípeta é formada por uma carcaça de ferro

fundido e pelo eixo rotor. A carcaça central incorpora o prato do compressor,

protetor térmico, anéis trava dos mancais, mancais radiais, mancal de encosto,

colar centrífugo, anéis de pistão e anel de vedação.

21

Podemos identificar os componentes de um turbocompressor e listá-los:

Ilustração 8: Vista explodida de um turbocompressor . (Fonte: MASTERPOWER)

Legenda:

A – Carcaça do compressor

B – Anel elástico do

compressor

C – Flange de fixação do

compressor

D – Parafuso da turbina

E – Rotor do compressor

F – Flange da carcaça da

turbina

G – Anel de vedação de óleo

H – Guia do eixo

I – Flange

J – Vedação do compressor

L – Anéis de vedação de óleo

M – Parafusos da carcaça central N – Porca do rotor do compressor

O – Flange anti-chama

P – Anel de vedação de óleo

Q – Rotor da turbina

R – Mancal de Deslizamento

S – Arruela

T – Carcaça/Suporte central

U – Flange de fixação da

turbina

V – Carcaça da turbina

22

Ainda sobre os componentes, podemos diferenciá-los através dos tipos de

elementos de máquinas:

Tabela 1: Elementos de máquinas encontrados nos turbocompressores (Fonte: Autor)

Tipo de

elemento Componente Fotos

Letra

correspondente

Fix

ação

Parafusos, porcas e

arruelas

D, M, N, S

Anéis Elásticos

B

Suporte de fixação

C, U

Ved

ação

Anéis de vedação

L, P

Junta de vedação

J

Apo

io

Mancais de

deslizamento

R

23

Podem-se identificar através da ilustração 9, seguinte, os principais

componentes de um turbocompressor e suas respectivas descrições:

Ilustração 9: Corte de um turbocompressor. (Fonte: MASTERPOWER)

Legenda para o corte do turbocompressor:

1 - Carcaça compressora e rotor do compressor: O compressor de ar centrífugo tem a

função de aspirar o ar atmosférico e comprimi-lo para o interior do cilindro, chegando a atingir

até três vezes a pressão atmosférica.

2 - Carcaça central: recebe óleo lubrificante do próprio motor e serve de sustentação ao

conjunto eixo da turbina e rotor do compressor que flutuam sob mancais radiais.

3 - Eixo e carcaça da turbina: a turbina centrípeta é acionada pela energia térmica dos gases

de escape e tem a função de impulsionar o compressor centrífugo.

2.4 Funcionamento de um turbocompressor

De acordo com Nakano e Pimenta (2007), existem diferenças entre o

funcionamento de um motor com turbocompressor adaptado e um

naturalmente aspirado. Na admissão do motor aspirado o ar é admitido pela

Legenda: 1 – Carcaça compressora e

rotor do compressor 2 – Carcaça central 3 – Eixo e carcaça da

turbina

24

depressão gerada pelo movimento descendente do pistão (no ciclo de

admissão) enquanto no motor turboalimentado a pressão positiva gerado pelo

compressor é responsável pelo preenchimento da câmara de admissão com

mistura ar-combustível, como em (1) na ilustração 10. Como existe uma

pressão positiva, o preenchimento da câmara de combustão é mais completo,

podendo haver até pressões acima da atmosférica no final do ciclo de

admissão de um motor turboalimentado.

Podemos visualizar o funcionamento na ilustração que se segue, onde são

enumerados os componentes envolvidos para o funcionamento de um motor

com turbocompressor.

Ilustração 10: Funcionamento do motor com turbocomp ressor. (Fonte: GARRETT)

Do compressor o ar comprimido atravessa um intercooler em (3) na

ilustração 10, caso este exista, para diminuir a temperatura do ar admitido e

25

melhorar a eficiência do sistema e ruma para o cabeçote e posteriormente a

câmara de combustão.

Na câmara de combustão, entre (4) e (5) na ilustração 10, a ocorre uma

queima mais limpa e homogênea devido à maior pressão e turbulência

existente na câmara, em relação ao motor aspirado, gerando economia de

combustível e maior potência. As solicitações na câmara são superiores e

existe uma PCP (pico de pressão na câmara) maior, gerando menor

durabilidade. É possível notar que Bell (1997) cita que em um motor com

turbocompressor adaptado com o dobro de potência do motor original o pico de

pressão na câmara é 30% maior que o PCP do motor aspirado, e não o dobro

como se supõe inicialmente. Porém devido à maior quantidade de mistura o

trabalho útil de expansão dos gases é maior e mais prolongado utilizando o

ângulo de virabrequim como referencial, proporcionando o dobro da potência

com apenas 30% a mais de PCP.

Com a mistura queimada após o ciclo de combustão, os gases passam

pela válvula de escape em (5) na ilustração 10, onde podem atingir até 1200ºC.

Assim devem-se evitar longos períodos com carga plena em motores com

turbocompressor adaptado, sob pena de fadigar termicamente este

componente.

Após sair do cabeçote a mistura entra na turbina, em (6) na ilustração

10, a temperaturas de até 1000ºC, liberando entalpia que se transformará em

energia mecânica e alimentará o compressor. Após a turbina, em (7) na

Ilustração 06 os gases queimados são liberados à atmosfera.

26

Ilustração 11: Funcionamento em corte de um turboco mpressor. (Fonte: GARRET)

2.5 Comparação entre diferentes métodos para aument o de

potência

Uma comparação definida por Nakano e Pimenta (2007) pode ser vista abaixo:

� Aspiração Natural: Aumentos de potência da ordem desejada

mantendo a aspiração natural são difíceis para motores já prontos, pois

necessitariam de grandes aumentos no deslocamento volumétrico do

motor e nas rotações (mantendo o torque constante), o que acaba tendo

alto custo e afetando a disponibilidade de torque, já que compromete a

linearidade da curva de torque do motor.

Ilustração 12: Aspiração natural em veículo. (Fonte : Autor)

Aspiração natural sem sobrealimentação de ar.

27

� Sobrealimentação por compressor mecânico: A utilização de um

compressor mecânico consegue atingir as metas de aumento de

potência, mas por utilizar a potência disponível no virabrequim, aumenta

muito o consumo de combustível. Os compressores mecânicos são

menos eficientes que os turbocompressores, gerando maiores perdas.

Porém a resposta do compressor mecânico é instantânea, eliminando o

lag existente no uso do turbocompressor.

Ilustração 13: Compressor mecânico acionado por pol ia. (Fonte: Jackson Racing)

� Sobrealimentação por turbocompressor: O turbocompressor depende

do fluxo de gases no coletor de escape para funcionar, e as partes

móveis do turbocompressor têm uma inércia não desprezível, o que

significa que nem sempre será possível comprimir o ar admitido pelo

motor, gerando respostas instantâneas de entrega de potência. Este é o

principal viés à utilização do turbocompressor e pode ser atenuada pela

correta escolha do turbocompressor para cada motor e desejo de

dirigibilidade do motorista. O turbocompressor tem a vantagem de

utilizar uma energia que seria desperdiçada, a energia dos gases de

escapamento, para comprimir o ar admitido pelo motor, sendo assim a

opção mais com menor consumo de combustível dentre as três. Com a

adaptação do turbocompressor o motor mantém-se original, assim como

no compressor mecânico, facilitando a manutenção. No Brasil é a

solução que tem maior disponibilidade no mercado para a faixa de

aumento de potência especificada. Por estes motivos, escolheu-se o

turbocompressor frente aos dois outros.

28

Ilustração 14: Turbocompressor aplicado ao veículo. (Fonte: AutoDynamics)

Ilustração 15: Desenhos técnicos de Turbocompressor (Fonte: GARRET)

Turbocompressor

29

3. Processo de manutenção

O processo de manutenção do sistema de turbocompressor automotivo

tem alta relevância, uma vez que este trabalho tem como foco a avaliação da

manutenibilidade. Com base nisso, foram descritas as etapas de manutenção,

além de serem citados e comentados os principais problemas nos sistema em

estudo.

3.1 Etapas de manutenção

Um exemplo de cronograma das etapas básicas de manutenção, a fim

de se obter resultados mais satisfatórios tendo como base um padrão pré-

estabelecido, pode ser visto a seguir, e é de suma importância não só no

processo de manutenção do sistema de turbocompressores, mas como

também em quaisquer outros casos de manutenção, como vemos:

30

A) Etapa de diagnóstico: Após o veículo apresentar alguma perda de

potência, ruído estranho, ou quaisquer outros problemas na sua operação

usual, o motorista costuma levar o veículo à assistência técnica ao verificar

este possível defeito. Esta etapa consiste basicamente na identificação do

problema através das informações levadas pelo motorista em conjunto com a

análise técnica especializada, e então é dado início às propostas de conserto.

B) Etapa de orçamento e autorização: Após o problema ser

diagnosticado, a assistência técnica realiza um orçamento do custo total de

manutenção envolvido para o determinado problema, onde são levados em

consideração custos como mão-de-obra e peças a serem substituídas. Sendo

assim, o cliente, no caso o motorista do veículo, autoriza ou não o serviço.

C) Etapa de desmontagem: Nessa etapa, o sistema é desmontado por

um técnico especializado com o objetivo de confirmar o diagnóstico

previamente realizado na primeira etapa.

D) Etapa de aquisição de peças e materiais: Quando não for possível

a recuperação, as peças a serem substituídas devem ser adquiridas para a

realização do serviço. Geralmente é necessário fazer o pedido da peça com o

fornecedor do equipamento, mas é possível que a própria assistência tenha a

peça em estoque. Se isto ocorrer, economiza-se tempo nesta etapa.

E) Etapa de intervenção: Ocorre a realização da manutenção

propriamente dita, ou recuperação do sistema, caso seja possível.

Normalmente o defeito do sistema já foi identificado na etapa de diagnóstico e

confirmado na desmontagem e só ficou restando a manutenção do mesmo,

que é realizada na própria assistência técnica, seja ela a troca ou a

recuperação de algum componente.

F) Etapa de montagem: Após o provável defeito ter sido sanado, o

conjunto do turbocompressor é então montado novamente para que seja dado

início à próxima etapa.

31

G) Etapa de testes e entrega: Nesta última etapa, é onde são

realizados os testes com os turbocompressores com o objetivo de verificar que

a manutenção foi realizada de forma correta e com isso, caso o problema

diagnosticado e trabalhado tenha sido resolvido, o turbocompressor é entregue

ao cliente e remontado no veículo.

32

3.2 Descrição dos defeitos

Um diagnóstico de manutenção foi elaborado pela Masterpower (2008),

e destacamos alguns dos itens mais importantes que foram analisados, são

eles:

Ilustração 16: Diagnóstico de manutenção (Fonte: MA STERPOWER)

Legenda para a ilustração acima:

A - Rotor do compressor totalmente danificado por ingestão de objeto estranho na carcaça

compressora.

B - Lubrificante contaminado.

C - Falha no sistema de lubrificação.

D - Palheta do rotor do compressor danificada por ingestão de objeto estranho na carcaça

compressora.

E - Depósito de impurezas nos canais de lubrificação do mancal de encosto.

F - Palheta do rotor da turbina danificada por ingestão de objeto estranho na carcaça da

33

turbina.

G - Carcaça da turbina azulada, com trincas internas e na base, causada pelo

superaquecimento.

H - Mancal de encosto e colar azulados por falha no sistema de lubrificação.

I - Mancais riscados devido à presença de impurezas no óleo lubrificante (contaminado).

J - Lubrificante carbonizado, excesso de temperatura ou má qualidade do óleo.

3.3 Principais problemas encontrados

Em turbocompressores são encontrados diversos problemas que foram

comentados nas assistências técnicas, principalmente relacionados à falta de

lubrificação e superaquecimento das palhetas, provocando uma série de

defeitos conseqüentes.

Os problemas mais sérios em turbocompressores serão listados a

seguir:

� Falta ou deficiência de lubrificação

Ilustração 17: Efeitos da falta de lubrificação. (F onte: Autor)

� Contaminação do sistema de lubrificação

� Objeto estranho no sistema de exaustão ou na entrada de ar

34

Ilustração 18: Efeitos de objeto estranho. (Fonte: Autor)

� Material e construção (possíveis falhas de fabricação ou projeto)

� Motor jogando compressão (anéis do pistão estão gastos, dando

passagem de óleo pelo retorno da turbina).

� Obstrução da entrada de óleo (mangote de óleo danificado) e retorno do

óleo obstruído.

3.4 Problemas de maior criticidade

O problema mais crítico apontado pelas assistências técnicas é a falta

ou deficiência de lubrificação, além de ser listada como o problema de maior

custo e maior freqüência de ocorrência, resultando em problemas graves de

quebra do turbocompressor, tais como:

� Desgaste do eixo

� Desbalanceamento do eixo do turbocompressor

� Superaquecimento e usinagem do eixo até a quebra

Desgaste das palhetas

35

Ilustração 19: Eixo normal x Eixo superaquecido. (F onte: Autor)

36

4. Avaliação da manutenibilidade

4.1 Custos de manutenção

Em relação aos custos de manutenção, alguns dos principais itens foram

analisados e tiveram seus preços pesquisados, e suas ações preventivas foram

analisadas pela Masterpower (2008) e estão listadas as mais críticas, são elas:

Ilustração 20: Ações preventivas em turbocompressor es (Fonte: MASTERPOWER)

Também de acordo com a Masterpower (2008), podem-se identificar

algumas das reposições de componentes de turbocompressores com maior

freqüência de defeitos, são eles:

37

Ilustração 21: Reposições de componentes em turboco mpressores. (Fonte:

MASTERPOWER)

Foram levantados alguns custos relacionados à manutenção de

turbocompressores nas próprias assistências técnicas, entre elas destacam-se:

38

� Recuperação do turbocompressor: ± R$ 400,00

� Aquisição de um turbocompressor novo (motores ciclo Diesel): entre

R$ 3.000,00 a R$ 3.500,00

� Aquisição de um turbocompressor novo (motores ciclo Otto): entre

R$ 1.500,00 a R$ 3.500,00

� Mangueira de lubrificação de óleo da turbina (carros esportivos): R$

42,00

Ilustração 22: Mangueira de lubrificação. (Fonte: A ncona)

� Filtro de ar (elemento de papel): R$15,00 a $50,00

� Filtro de ar esportivo: R$ 40,00 a R$ 150,00

Ilustração 23: Filtro de ar esportivo. (Fonte: Anco na)

Os custos dos componentes acima listados foram tomados com base na

média de preço que as assistências técnicas forneceram para a realização

deste trabalho.

39

4.2 Tempo necessário para manutenção

O tempo médio necessário para a manutenção de um turbocompressor

foi levantado nas próprias assistências técnicas durante o período de visita,

onde foi avaliada a média do tempo para reparo, sendo que:

� Para a recuperação da turbina do turbocompressor gastam-se em

média 3 horas.

� São necessários 3 profissionais para realizar a manutenção: 1

montador, 1 lavador e 1 retificador.

� Troca do filtro de ar: 1 profissional, 10 minutos

� Troca ou reparo da mangueira de lubrificação da turbina: 1

profissional, 40 minutos.

4.3 Análise de falhas

Tabela 1: Análise de falhas em turbocompressores (Fonte: GARRET)

Através desta análise de falhas em turbocompressores, podemos

observas as principais falhas relacionadas aos turbocompressores

automotivos, além das suas causas mais freqüentes e suas ações corretivas.

4.4 Avaliação dos indicadores de manutenibilidade

Indicadores Peso

Freqüência 20

Complexidade 10

Acessibilidade 10

Facilidade do diagnóstico 10

Disponibilidade de peças 05

Durabilidade das peças 10

Custo de manutenção 15

Tempo de manutenção 15

Conteúdo do manual 05

TOTAL 100

Os indicadores primários são:

A) Tempo e custo de manutenção

Tempo e custo são indicadores primários que englobam todos os outros

indicadores, visto que índices secundários como complexidade, acessibilidade

e etc. estão ruins, implicam em um maior tempo gasto na manutenção, o que

por sua vez acarreta num maior custo para o consumidor. O peso atribuído foi

0,15.

Os indicadores secundários são:

B) Freqüência

É considerado um indicador de grande importância, pois implica no

intervalo de tempo em que ocorre a falha. Quanto mais freqüente a falha, indica

42

de forma mais evidente um erro de projeto ou uma falha no processo de

manutenção. Foi atribuído o peso 0,20, devido sua importância.

C) Complexidade

Este indicador corresponde à complexidade de manutenção e do

ferramental utilizado. Quanto mais simples a manutenção e o ferramental

necessário, maior a nota do indicador. Foi atribuído peso 0,10.

D) Acessibilidade

É um item considerado importante por interferir na cadeia da

manutenção, desde o diagnóstico até a execução e montagem do sistema.

Sistemas de difícil acesso implicam em maior tempo e custo de manutenção.

Foi dado a este item peso 0,10.

E) Facilidade de diagnóstico

Este indicador está diretamente ligado à acessibilidade, complexidade,

tempo e custo da manutenção, pois quanto mais rápido e fácil o diagnóstico da

falha, menores serão o tempo e o custo da manutenção e maior será a nota do

indicador. O peso deste item é 0,10.

F) Disponibilidade das peças

Este indicador está relacionado à facilidade de se encontrar a peças de

reposição necessárias. Quanto maior a disponibilidade, maior o indicador. O

peso deste item é 0,05.

G) Durabilidade das peças

É um indicador importante relacionado com a freqüência da falha e vida

útil, quanto maior a durabilidade das peças implica no maior cuidado do projeto

e da fabricação e numa menor freqüência de falhas. O peso atribuído a este

item é 0,10.

H) Conteúdo do manual

Este indicador está relacionado com a capacidade de instrução do

manual em facilitar o processo de operação e manutenção do equipamento,

43

aumentando a vida útil e evitando erros na manutenção. Quanto melhor o

conteúdo do manual, maior a nota do indicador. O peso é 0,05.

4.5 Análise do defeito mais crítico

Critério adotado para a definição das notas:

Nota Conceitos

0,0 a 3,0 Insuficiente

4,0 a 5,0 Regular

6,0 a 8,0 Bom

9,0 a 10,0 Ótimo

O defeito mais crítico e comum encontrado em ambas as marcas de

turbocompressores e bastante citado nas assistências técnicas é o desgaste do

eixo das palhetas. Este foi o defeito escolhido para ser avaliado neste trabalho,

onde foram inicialmente atribuídos pesos dos critérios escolhidos e então foram

dadas notas para as duas marcas de turbocompressores para que então fosse

realizada a comparação final e os comentários em cima dos resultados.

Indicadores Peso

Modelos

Masterpower

802129

Garrett GT15

Freqüência 0,20 9 7

Complexidade 0,10 8 8

Acessibilidade 0,10 8 8

Facilidade do diagnóstico 0,10 9,5 8

Disponibilidade de peças 0,05 9 6

Durabilidade das peças 0,10 9 6

Custo de manutenção 0,15 8 6

Tempo de manutenção 0,15 8 7

Conteúdo do manual 0,05 9 7,5

Nota final 1,0 8,55 7,025

44

Através das notas obtidas pelas duas marcas de turbocompressores,

podemos inferir que o modelo 802129 da Masterpower obteve melhor resultado

final quando comparado com o modelo GT15 da Garret. A variação das notas

ocorreu entre 6 a 9,5 que demonstra que o sistema de turbocompressores

automotivos apresenta uma boa manutenibilidade.

45

4.6 Soluções existentes e propostas de melhorias

A) Turbocompressores roletados: Este tipo de turbocompressor tem

no lugar dos mancais de deslizamento, mancais de rolamento, que reduzem o

torque necessário para girar os rotores e o calor gerado pelo atrito do eixo com

os mancais.

"Nos mancais de deslizamento, o óleo é fornecido através das buchas e

forma uma lâmina entre o eixo do turbocompressor e as buchas. Desta forma,

o eixo depende de um constante fornecimento de óleo novo e limpo sobre uma

larga área de contato para manter o afastamento adequado do mancal." (APS

ENGINEERING, 2008) Esta característica torna este tipo de mancal mais

susceptível à falha devido à deficiência na lubrificação ou sujeira no óleo

lubrificante.

Ilustração 244: Mancal de rolamento de esferas em e ixo de turbocompressor (Fonte: APS

Engineering)

Como se pode ver na figura acima, o eixo do turbocompressor é

suportado por dois rolamentos de esferas de fileira única. Estes também são

lubrificados pelo óleo do motor, mas não mais dependem de uma fina camada

de óleo sobre uma larga área para suportar o eixo.

No entanto ainda não é uma solução definitiva, pois com as altas

rotações do eixo e calor transmitido para o eixo através das paletas da turbina

os rolamentos metálicos sofrem dilatações térmicas, reduzindo sua vida útil

vindo até a travar.

46

B) Turbocompressores roletados cerâmicos: Assim como os

turbocompressores roletados, utilizam mancais de rolamento, feitos de material

cerâmico, mais apropriados para resistir a altas temperaturas com dilatação

térmica tolerável para o bom funcionamento do conjunto rotativo.

Ilustração 255: Torque devido ao atrito nos diferen tes tipos de mancais dos

turbocompressor (Fonte: APS Engineering)

O gráfico acima mostra o torque devido ao atrito vs. a velocidade do

turbocompressor para os mancais de deslizamento comuns e para os

modernos turbocompressores com mancais de rolamento. São claramente

evidentes os benefícios dos turbocompressores com mancais de rolamento de

esferas – especialmente na faixa abaixo de 60,000 RPM aonde as perdas

devido ao atrito são reduzidas em 40% a 50%. Isto se traduz diretamente em

uma resposta mais rápida do turbocompressor quando solicitado.

C) Turbocompressores arrefecidos a água: Segundo a APS

Engineering (2008), desde o início da utilização de turbocompressores em

automóveis, o óleo do motor tem a função de promover a lubrificação e o

arrefecimento do equipamento. Em aplicações que exigem uma melhor

performance do sistema, a confiabilidade e durabilidade se tornaram

prejudicada devido às falhas ocorridas nos eixos e mancais devido às altas

temperaturas às quais a turbina e os mancais estão sujeitos.

Criando câmaras de passagens de água ao redor do turbocompressor, o

líquido de arrefecimento do motor é utilizado para diminuir significativamente as

47

temperaturas nos mancais. Desta forma, é possível eliminar os problemas de

superaquecimento do óleo (criação de borra) e do eixo do turbocompressor,

problemas recorrentes em turbocompressores comuns.

Ilustração 266: Variação de temperatura nos mancais do turbo compressor após o

desligamento do motor (Fonte: APS Engineering)

O gráfico acima mostra o aumento de temperatura que os mancais

sofrem desde o momento do desligamento do motor até 20 minutos depois

disto. A temperatura é mostrada também com relação à temperatura de

'cozimento' (superaquecimento) do óleo mineral de alta qualidade.

É possível perceber que turbocompressores não arrefecidos a água

operam acima da temperatura de superaquecimento do óleo quando estão

sujeitos a grandes solicitações e sofrem brusco aumento de temperatura

devido à parada de fluxo de ar no sistema ocasionada pelo desligamento do

motor. Os turbocompressores arrefecidos a água por sua vez, permanecem

abaixo da temperatura de superaquecimento do óleo, para toda a faixa de

tempo após o desligamento do motor, impedindo a formação de resíduos

sólidos e borras de óleo nos mancais de apoio do eixo do turbocompressor.

48

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5462:

Confiabilidade e mantenabilidade. Rio de Janeiro: ABNT, 1994

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http://www.airpowersystems.com >. Acesso em: 11 de Dezembro de 2008.

BAZZO, W. A.; PEREIRA, L. T. V.; Introdução à Engenharia Mecânica, 6ª Ed.,

Florianópolis: Ed. Da UFSC, 2000.

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2008.

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49

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Disponível em < http://www.turbobygarrett.com/ >. Acesso em: 15 de Outubro

de 2008.

GARRETT 10 Perguntas e 10 Maneiras de obter melhor proveito do seu Turbo

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HOUAISS. Dicionário online da língua portuguesa. Disponível em: <

http://www.uol.com.br/houaiss >. Acesso em: 20 de Outubro de 2008.

HOWSTUFFWORKS – Como Tudo Funciona. Como funcionam os

turbocompressores. Disponível em: <

http://carros.hsw.uol.com.br/turbocompressores.htm > Acesso em: 27 de

Setembro de 2008.

LAFRAIA, J. R. B. Manual de Confiabilidade, Manutenibilidade e

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KARDEC, Alan; NASCIF, Júlio. Manutenção: Função Estratégica, 2ª ed.

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NAKANO, Danillo Gabriel; PIMENTA, Marcos de Mattos; Estudo sobre

Instalação de um Turbocompressor em Automóvel Nacional. Dissertação

(Mestrado em Engenharia Mecânica) - Universidade de São Paulo, 2007.

MASTER POWER, São Marcos, RS. Disponível em: <

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50

PANDAPEDIA. Carburador. Disponível em: <

http://pt.pandapedia.com/wiki/Carburador >. Acesso em: 10 de Outubro de

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RENAULT CLUBE BRASIL; Curso de Carburador. Disponível em: <

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SACRAMENTO, Roberto C. F. Anotações de aula. Universidade Federal da

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SANTOS, F. A.; VERAS, C. A. G.; CARVALHO, M. O. M. Projeto e Estudo de

Desempenho da Câmara de Combustão de uma Microturbina. In: Congresso

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ANAIS do IX Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciências Térmicas ENCIT

2002.

SHIGLEY, J. E.; MISCHKE, C. R.; BUDYNAS, R. G. Projeto de Engenharia

Mecânica. Tradução João B. de Aguiar, José M. de Aguiar. Porto Alegre:

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TELECURSO 2000. Apostilas. Disponível em: <

http://apostilas.netsaber.com.br/ >. Acesso em: 20 de Outubro de 2008.

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Developing Maintainable Products and Systems, Volume 1. 1997.

VITALI, M. M. Introdução a Engenharia Reversa. Disponível em: <

http://outofbound.host.sk/ >. Acesso em: 12 de Novembro de 2008.

WIKIPEDIA, A Enciclopédia Livre. Injeção Eletrônica. Disponível em: <

http://pt.wikipedia.org/wiki/Injecção_electrónica >. Acesso em: 12 de Outubro

de 2008.

51

APÊNDICE A

Lista de contato das oficinas visitadas para a realização deste trabalho:

� ETMAN – Turbos Comércio e Serviços Ltda.

Endereço: Rua Fernandes Vieira, nº. 94 – Mares, CEP: 40.410-560

Tel.: (71) 3312-2053 / Fax: (71) 3312-0237

Contato: Almir Lopes

� Brás Turbinas

Endereço: Rua Fernandes Vieira, nº. 96 – Mares, CEP: 40.410-560

Tel.: (71) 3316-3393 / (71) 9963-6198

Contato: Eloísio

52

APÊNDICE B

Questionário de manutenibilidade que foi aplicado às assistências técnicas de

turbocompressores, a fim de se obter mais informações a respeito da

manutenibilidade e manutenção dos turbocompressores:

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

ENG 312 – PROJETOS MECÃNICOS I

PROF.: ROBERTO SACRAMENTO

QUESTIONÁRIO DE MANUTENIBILIDADE

Alunos : David Queiroz Luz - 200520213

Felipe Andrade Torres - 200320136

João Paulo Leite dos Santos - 200120132

Objetivo : Este questionário apenas caráter informativo quanto ao que se refere

à manutenção em geral de atuadores para cadeiras odontológicas com base na

manutenibilidade.

53

Este questionário foi solicitado pelo professor a fim de obtermos mais

informações sobre as questões de manutenibilidade que envolvem nosso

projeto.

Dados da empresa :

Nome:

Contato:

Questionário :

Qual o tipo de manutenção que esta empresa aplica?

( ) Preventiva

( ) Preditiva

( ) Corretiva Planejada

( ) Corretiva Não-Planejada

Quais são as maiores causas de problemas em cadeiras odontológicas?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Quais os níveis de criticidade desses problemas?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

54

Quais são os encargos financeiros relacionados a esses problemas?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Quanto tempo em média se leva para realizar a manutenção desses

problemas?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Quantos homem/hora trabalhada envolvem essas manutenções?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Qual a freqüência de defeitos relacionados a esses problemas?

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_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________