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AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA E QUALIDADE DE ENSINO: ANÁLISE DA PRODUÇÃO EM PERIÓDICOS QUALIFICADOS (1995- 2012) MANFIO, Aline 1 - UNESP- Marília Grupo de Trabalho - Políticas Públicas, Avaliação e Gestão da Educação Agência Financiadora: Observatório de Educação edital nº. 038/2010/CAPES/INEP Resumo Esta pesquisa integra-se ao subprojeto Indicadores de desempenho dos sistemas de ensino e determinantes da qualidade de ensino: análise da gestão educacional de municípios no interior paulista coordenado pela professora Drª Graziela Zambão Abdian. O sub projeto vincula-se ao projeto Indicadores de qualidade e gestão democrática coordenado pela Drª Flávia Obino Corrêa Werle. A pesquisa teve como objetivo levantar, identificar, sistematizar e analisar artigos sobre qualidade de ensino e avaliação em larga escala em periódicos de grande relevância nacional que foram publicados pelo site scielo entre 1995 e 2012, período escolhido por focalizar os dois governos com propostas políticas diferentes, o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e o governo do presidente Luis Inácio Lula da Silva (2003-2010). As palavras-chave utilizadas na busca de artigo foram: avaliação em larga escala, avaliação externa, Prova Brasil, Saeb, Ideb, qualidade de educação e qualidade de ensino. Do levantamento realizado foram encontrados 69 artigos que foram revisados e analisados de acordo com a metodologia de análise de conteúdo, na qual foram realizados levantamento de categorias analíticas para estudo. A análise dos artigos indicou entre outras coisas que a qualidade de ensino nas escolas baseadas em avaliações em larga escala mostra-se como um instrumento importante, no entanto existem outras variáveis mais complexas que essas avaliações não podem quantificar para a identificação de uma escola de qualidade. A pesquisa integra-se ao observatório de educação com apoio financeiro do Observatório de Pesquisa CAPES/INEP. Palavras - chave: Avaliação em Larga escala. Políticas públicas. Qualidade de ensino. Introdução Esta pesquisa integra-se ao subprojeto Indicadores de desempenho dos sistemas de ensino e determinantes da qualidade de ensino: análise da gestão educacional de municípios 1 Mestre em Educação pela Unesp de Marília, Professora de educação básica, pesquisadora do Observatório de Educação – Marília-SP. E-mail: [email protected].

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AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA E QUALIDADE DE ENSINO:

ANÁLISE DA PRODUÇÃO EM PERIÓDICOS QUALIFICADOS (1995-

2012)

MANFIO, Aline1 - UNESP- Marília

Grupo de Trabalho - Políticas Públicas, Avaliação e Gestão da Educação

Agência Financiadora: Observatório de Educação edital nº. 038/2010/CAPES/INEP Resumo Esta pesquisa integra-se ao subprojeto Indicadores de desempenho dos sistemas de ensino e determinantes da qualidade de ensino: análise da gestão educacional de municípios no interior paulista coordenado pela professora Drª Graziela Zambão Abdian. O sub projeto vincula-se ao projeto Indicadores de qualidade e gestão democrática coordenado pela Drª Flávia Obino Corrêa Werle. A pesquisa teve como objetivo levantar, identificar, sistematizar e analisar artigos sobre qualidade de ensino e avaliação em larga escala em periódicos de grande relevância nacional que foram publicados pelo site scielo entre 1995 e 2012, período escolhido por focalizar os dois governos com propostas políticas diferentes, o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e o governo do presidente Luis Inácio Lula da Silva (2003-2010). As palavras-chave utilizadas na busca de artigo foram: avaliação em larga escala, avaliação externa, Prova Brasil, Saeb, Ideb, qualidade de educação e qualidade de ensino. Do levantamento realizado foram encontrados 69 artigos que foram revisados e analisados de acordo com a metodologia de análise de conteúdo, na qual foram realizados levantamento de categorias analíticas para estudo. A análise dos artigos indicou entre outras coisas que a qualidade de ensino nas escolas baseadas em avaliações em larga escala mostra-se como um instrumento importante, no entanto existem outras variáveis mais complexas que essas avaliações não podem quantificar para a identificação de uma escola de qualidade. A pesquisa integra-se ao observatório de educação com apoio financeiro do Observatório de Pesquisa CAPES/INEP. Palavras - chave: Avaliação em Larga escala. Políticas públicas. Qualidade de ensino.

Introdução

Esta pesquisa integra-se ao subprojeto Indicadores de desempenho dos sistemas de

ensino e determinantes da qualidade de ensino: análise da gestão educacional de municípios

1Mestre em Educação pela Unesp de Marília, Professora de educação básica, pesquisadora do Observatório de Educação – Marília-SP. E-mail: [email protected].

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no interior paulista coordenado pela professora Drª Graziela Zambão Abdian. O sub projeto

vincula-se ao projeto Indicadores de qualidade e gestão democrática coordenado pela Drª

Flávia Obino Corrêa Werle. O projeto esta sendo desenvolvido em quatro Universidades

brasileiras: Universidade Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS, Universidade de Passo Fundo

– UPF, Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE/ Foz do Iguaçu e

Universidade Estadual Paulista – UNESP/ Marília; com apoio financeiro do Observatório de

Pesquisa CAPES/INEP.

A política de avaliação em larga escala ganhou espaço e discussão a partir da década

de 1990, isso porque está foi considerada como sendo um instrumento que possibilita aos

formuladores de políticas publicas investir e propor estratégias em escolas considerada

“frágeis” e/ou que não oferecem educação de qualidade.

Werle (2010) caracteriza a avaliação em larga escala como sendo um procedimento

amplo que visa obter resultados gerais dos sistemas de ensino, realizado por agências técnicas

a partir de testes e medidas, utilizando-se ou não de procedimentos amostrais que envolvem

diferentes tipos de avaliação.

Os resultados obtidos nas avaliações em larga escala, segundo Werle (2010) subsidiam

e possibilitam aos que vivenciam o cotidiano escolar e aos que constroem políticas publicas

para educação refletir sobre os “fracassos e avanços” obtidos nos testes padronizados.

Werle (2010) destaca, no entanto que as avaliações em larga escala não substituem,

colidem ou se sobrepõemas avaliações de aprendizagem na sala de aula ou avaliações

institucionais.

As avaliações em larga escala são caracterizadas por objetivarem alcançar de acordo

critérios postos pelo MEC a implementação de projetos à longo prazo que visem alcançar e

demonstrar que as escolas brasileiras são e oferecem educação de qualidade. Tais projetos

partem da necessidade das escolas trabalharem com aprendizagens de componentes

curriculares específicos e metodologia estatística com amostras e populações, sendo que os

resultados são organizados por tabelas e gráficos que possibilitam comparações entre estados,

cidades, escolas e demais modalidades, podendo inclusive ser rankiadas.(WERLE, 2010).

Werle (2010) delimita três planos de segmentação e superposição de avaliações em

larga escala com foco na educação básica: em âmbito federal com o SAEB e Prova Brasil,

Provinha Brasil que destina-se as séries iniciais para verificar o processo de alfabetização,

ENEM e SISU, que destinam ao ensino médio e ingresso nas universidades e ENCCCEJA

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que destina-se a Educação de Jovens e Adultos; em âmbito estadual, em que os estados

avaliam seus sistemas de ensino de acordo com o que objetivam, como exemplo o SARESP,

no estado de São Paulo; em âmbito municipal, em que os municípios promovem avaliações

para analisar seus sistemas de ensino, como exemplo SAREM, no município de Marília-SP.

Segundo Fischer (2010) a finalidade crucial da avaliação em larga escala é tomar

decisões pedagógicas e administrativas a cerca dos indicadores explicitados a partir das

avaliações, no entanto as novas inquietações estão vinculadas as políticas educacionais a

partir do projeto de globalização, que colocam ênfase nos resultados das avaliações em larga

escala, perdendo seu sentido inicial de reflexão sobre os processos de ensino e aprendizagem,

ou seja, escolas com bons resultados em avaliações em larga escala têm sido sinônimos de

escola de qualidade.

A preocupação com relação à importância dos resultados nas avaliações em larga

escala, de acordo com Fischer (2010) tem determinado o conteúdo a ser ensinado, o modo

como devem ser respondidas as questões e direcionado até mesmo o modo de pensar de aluno

e professores, focando mais nos resultados dos processos em detrimento do próprio processo

de ensino e aprendizagem.

Destarte, lanço a questão chave da pesquisa ora descrita: como a avaliação em larga

escala e a qualidade de ensino tem sido contemplada pelos autores em artigos científicos?

O objetivo do subprojeto a qual essa pesquisa está vinculada é analisar as concepções

de educação, gestão escolar e qualidade de ensino veiculadas nos âmbitos dos governos

(federal, estadual de São Paulo e dos municípios integrantes da pesquisa), após a Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional, da mídia (com prioridade à Revista Nova Escola) e

dos periódicos qualificados (2000-2010), e as concepções vivenciadas pelos integrantes das

escolas públicas do ensino fundamental (pais, alunos, funcionários, professores e equipe de

gestão).

Nesse sentido a pesquisa aqui apresentada contribui para o subprojeto no sentido de

analisar as concepções de qualidade de ensino e avaliação em larga escala em periódicos

nacionais qualificados desde 1995 até 2012, buscando identificar em que sentido os artigos

que contemplam a avaliação em larga escala compreendem a qualidade de ensino.

A pesquisa tem como objetivo levantar, identificar, sistematizar e analisar os artigos

em periódicos de grande relevância nacional que são publicados pelosite scieloentre 1995 e

2010, período escolhido por focalizar os dois governos com propostas políticas diferentes, o

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governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e o governo do presidente

Luis Inácio Lula da Silva (2003-2010). Como justificativa teórica, é preciso lembrar que, a

partir da trajetória do conhecimento em Administração da Educação, a escola passa a ser

focalizada como objeto de estudo por pesquisadores nacionais e internacionais,

principalmente, no período coincidente com os governos.

Caminhos percorridos

A pesquisa apresentou características de uma pesquisa qualitativa, trata-se de uma

análise crítica e interpretativa do material coletado, com elementos de historicidade e de

contextualização, ou seja, os conhecimentos são determinados pelo período, devendo ser

analisados no tempo e espaço que ocorrem. (MACHADO, 2007).

Nessa pesquisa, como em outras anteriores, a técnica adotada foi análise de conteúdo,

com base em Bardin (1977). A análise de conteúdo está dividida em três fases, sendo elas: a

pré-análise, que se constitui na organização do material; a exploração e o tratamento dos

resultados; e a inferência, que significam a interpretação do material coletado e organizado.

(BARDIN, 1977).

No primeiro momento foi realizado levantamento bibliográfico de artigos no site

scielo que tinham como palavras chave: avaliação em larga escala, avaliação externa, Prova

Brasil, Saeb, Ideb, qualidade de educação e qualidade de ensino, tendo como delimitação

temporal:1995-2012.

O período foi delimitado a partir de dois movimentos: por um lado, o movimento da

política com a reorganização do Estado com a entrada de Fernando Henrique Cardoso (FHC)

na presidência que, em termos educacionais, proporcionou inúmeras alterações na política a

iniciar pela publicação da LDBEN/1996; por outro lado, o movimento teórico que privilegia a

escola como objeto de estudo.

É necessário destacar que por outros métodos de pesquisa no mesmo site poderão ser

encontrados artigos diversos aos que serão apresentados nessa pesquisa, no entanto os passos

seguidos permitiram encontrar esses artigos. Do exposto destaco que os passos seguidos

foram: na pagina inicial no site do scielo, foi escolhida a opção Português, em seguida a

opção pesquisa de artigos, direcionando para a pesquisa na categoria todos os índices, nesse

sentido foram digitadas todas as palavras-chaves já citadas.

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Do levantamento realizado foram encontrados 69 artigos; 13 na categoria qualidade de

ensino, 12 na categoria qualidade de educação, 5 na categoria avaliação externa, 1 na

categoria avaliação em larga escala, 32 na categoria SAEB, 6 na categoria IDEB e nenhum

artigo na categoria Prova Brasil.

Ao entrar em contato com as obras algumas se repetiam, ou seja, foram detectadas em

duas ou mais palavras chaves, ou ainda não tratavam do tema abordado nessa pesquisa, sendo

descartados 16 publicações, restando 53 artigos.

Observou-se que as revistas que mais tiveram artigos publicados detectados na

pesquisa foram: Educação e Sociedade de Campinas; Cadernos de Pesquisa; e Ensaio:

avaliação e políticas públicas em educação, com 11 publicações cada.

O ano que mais foi encontrado artigos foi 2007, com 09 artigos, seguida de 2011 com

7 artigos, no entanto é válido destacar que esse levantamento foi realizado em agosto de 2012,

ou seja, apesar do ano ainda não ter acabado foram encontrados 3 artigos.

Outro destaque é que não foram encontrados artigos nos anos 1995, 1996 e 1997,

sendo que a pesquisa estava delimitada a partir de 1995, e que a produção de artigos começa a

crescer a partir de 2002.

A categoria de busca que mais teve artigos foi SAEB com 26 publicações, seguida de

Qualidade de ensino com 10 e qualidade de educação 9, sendo que IDEB teve 5 artigos,

avaliação externa 3 e avaliação em larga escala apenas 1 artigo.

A seguir serão explicitadas as concepções de qualidade de ensino e avaliação em

largada escala presente nos artigos que estão dispostos em dois períodos, de acordo com os

mandatos dos presidentes do Brasil, nesse sentido anteriormente será realizada breve

contextualização histórica dos presidentes.

O primeiro período (1995-2002)

Nesse primeiro período que compreende os anos de 1995 a 2002, anos em que o

presidente Fernando Henrique Cardoso governava o Brasil, foram analisados 10 artigos, nesse

período Oliveira (2002) destaca que, puderam ser observadas mudanças mais profundas, entre

elas a Reforma do Estado, que enfatizou a eficiência e a eficácia na gestão. A Reforma do

Estado teve como primeira medida tomada no campo educacional a Lei n. 9.131/95 que

constituiu o Conselho Nacional de Educação, no qual os poderes delegados a este colegiado

são menores do que ao antigo Conselho Federal de Educação.

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Já no primeiro mandato o Ministro da Educação Paulo Renato de Souza, através de

uma Medida Provisória extinguiu o Conselho Federal de Educação e criou o Conselho

Nacional de Educação, vinculado ao Ministério da Educação e Cultura. Esta mudança tornou

o Conselho menos burocrático e mais político. Criou-se a partir disso o FUNDEF (Fundo de

Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério)

“feito proporcionalmente às redes públicas que mantém o ensino fundamental, esta Emenda

Constitucional mostrou-se fortemente indutora à municipalização” (OLIVEIRA, 2002, p.71).

Ainda nesse mandato foi aprovada a Lei de Diretrizes e Bases para a educação (LDBEN n.

9394/96), que alterou profundamente os rumos da educação no Brasil.

Nesse primeiro período foram encontrados apenas 10 artigos que utilizavam as

palavras chaves usadas da busca, sendo que o primeiro data de 1998 e as palavras chaves que

foram encontrados foram: SAEB, qualidade de ensino e qualidade de educação.

O conceito qualidade de ensino teve 2 artigos Tancredi (1998); Gurgel (2002) e

qualidade de educação também 2 artigos: Weber (2000,2002). Os artigos que contemplam

essas duas categorias partem da discussão sobre as avaliações externas e se dividem em dois

grupos: O primeiro grupo alia a qualidade de ensino á avaliação externa, aqui no caso o

SAEB, Já o segundo critica a qualidade de ensino evidenciada pela avaliação externa.

Mesmo os autores que criticam as avaliações externas compartilham com ideais de

participação e democratização das atividades escolares.

Tancredi (1998), afirma que com a desigualdade cada vez mais latente, exposta pela

globalização a educação deve assumir um papel que é necessário, portanto, ampliar o papel da

educação escolar, em especial o da escola pública elementar, o que já vinha ocorrendo, ainda

que de forma bastante tímida. De uma preocupação de educar ora o homem, ora o cidadão e

ora o trabalhador, surge, inconstante, anecessidade de educar o homem, o cidadão e o

trabalhador que convivem na mesma pessoa. Retorna, assim, sob nova perspectiva, o foco

humanista na educação popular aliada à educação para o trabalho e para a cidadania.

A responsabilização do professor pela qualidade de ensino, principalmente por parte

dos autores que aliam a qualidade de ensino à avaliação externa, é um tema muito constante

nesse período, como vimos a seguir

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As mudanças vêm sem considerar que, em última instância, os responsáveis pelo sucesso das políticas educacionais são os professores e se eles não estiverem convencidos da sua necessidade e importância e dos seus objetivos reais, dificilmente se empenharão em assimilar e implementá-las. É preciso que as propostas venham acompanhadas por um debate interno em cada unidade escolar, promovendo um quadro de referências a ser negociado, compreendido e aceito, o que favoreceria a efetivação das medidas necessárias para concretizar um ensino e uma aprendizagem de melhor qualidade (TANCREDI, 1998, p.12)

Nesse sentido, Tancredi (1998) destaca que o Estado deveria atribuir mais foco na

formação dos professores, já que esses profissionais deveriam ser formados para essa nova

qualidade de educação que surge, ou seja, aliada a avaliação em larga escala.

Weber (2000) e Tancredi (1998) dão ênfase à luta da sociedade brasileira em favor da

reconstrução de uma educação democrática, em cujo âmbito se impôs a discussão sobre a

qualidade do ensino, resgatando a dimensão profissional da docência.

Sobre o SAEB aparece com 6 artigos, discutidos por Bonamino e Franco (1999);

Franco (2001); Altmann (2002); Santos (2002); Abicalil (2002) e Bonamino et al (2002)

partir da mesma perspectiva apresentada por Santos (2010) de emancipação e regulação.

Para Bonamino e Franco (1999) os objetivos do SAEB se deslocaram da criação de

uma cultura de avaliação no âmbito dos gestores das redes de ensino para a prioridade em

monitorar as políticas e a qualidade da educação.

Para Altimann (2002) a nova LDB estrutura-se em torno da flexibilidade e da

avaliação. Assim, os sistemas de avaliação da educação passam a estar associados aos

processos de descentralização e melhoria da qualidade de ensino. Ao tornarem-se

componentes políticos centrais, os sistemas de avaliação transformam-se numa atividade

profissional sistemática e de longo alcance, “legalmente chancelada e centralmente assumida

e institucionalizada, que passa a contar com órgãos profissionais e orçamentos próprios”p.

Os autores desse período em sua totalidade afirmam a melhoria da qualidade é medida

por resultados, por números. Assim, intervenções são feitas no sentido de aprimorar os

resultados e os índices de rendimento escolar. Todavia, há de se questionar até que ponto

qualidade educativa pode ser medida por índices de desempenho. Segundo eles o ensino em

sala de aula e todo o aprendizado dentro de uma escola vão além do que esses indicadores são

capazes de medir por meio do rendimento dos alunos.

Em uma análise bastante geral sob o ponto de vista dos seus resultados, o período FHC

caracterizou-se por conquista importante em relação à universalização do acesso ao ensino

fundamental, o que, parcialmente, se explica pela melhoria do fluxo operada desde o início da

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década de 1990, processo que, inegavelmente, foi fortalecido e catalisado pelo sistema de

incentivos proporcionado pelo esquema de financiamento engendrado pelo FUNDEF.

Já no que se refere ao desafio da qualidade, as políticas propostas não se mostraram

igualmente eficazes. O SAEB sinalizou para um moderado declínio da qualidade. Ainda que a

maior parte desse declínio tenha sido explicada pela chegada de novos contingentes de alunos

às séries avaliadas pelo SAEB, a melhor evidência de pesquisa disponível sinaliza pequena

diminuição da qualidade da educação, indicada por diminuição do desempenho médio dos

alunos, depois de filtrado o efeito da mudança na composição dos alunos (ALVES, 2007).

Destarte, o conceito de qualidade de ensino implicado nesse período diz respeito à

democratização e um ensino para a cidadania e preparo para o mercado de trabalho. Com as

alterações no sistema de ensino público vimos que por um lado foi atribuída autonomia para a

escola e por outro lado, foi atribuída avaliações para a regulação dessa autonomia, no entanto

essas avaliações segundo os autores não estão voltadas para a qualidade de ensino, mas sim

deflagram a escola em rankings e apenas números que nada tem haver com a qualidade de

ensino evidenciada pelos autores.

O segundo período 2002-2012 (dez anos de PT)

Nesse segundo período, como já citado, intensifica-se a produção de artigos, com as

exigências da CAPES e diminuem como já evidenciado por Machado (2007) os livros com

autor único, pois a demanda de produção não permite tempo disponível para a elaboração de

livros em pessoa única.

Luiz Inácio Lula da Silva, um dos fundadores do partido dos trabalhadores ingressou

no planalto em 2002, seus planos para educação eram segundo Davies (2004) rever os vetos

de FHC ao Plano Nacional de Educação" (Lei n. 10.172) aprovado em janeiro de 2001, o que,

de qualquer maneira, seria medida modesta (o principal veto foi o que previa a aplicação de

7% do PIB em educação ao final dos dez anos do Plano) e em desacordo com a proposta do

Plano elaborado por entidades de trabalhadores da educação no II Congresso Nacional de

Educação (CONED), em Belo Horizonte, em novembro de 1997, que previa 10% do PIB, o

que não ocorreu.

Entretanto, ficou evidente que houve uma melhora no acesso à educação, ainda que

aquém do potencial e das necessidades do País. Os dados apresentados demonstram, porém,

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que o País está muito distante do cumprimento das metas e diretrizes do PNE, segundo Araújo

(2006, p.31)

O principal entrave é o financiamento educacional, mais especificamente a manutenção da lógica econômica hegemônica no Brasil desde 1994. A manutenção do ajuste fiscal, do superávit primário e dos juros altos como mecanismos de estabilidade do país impossibilita o governo Lula de cumprir com o programa de melhorias sociais anunciado em seus documentos eleitorais, inclusive no que diz respeito às promessas educacionais.

Durante os quatro anos, do primeiro mandato o governo Lula decretou valores inferiores

aos ditados pela lei do FUNDEF. Isso se manteve mesmo quando ocorreu uma pequena

recuperação nos dois primeiros anos de governo. A motivação é clara:

[...] quanto mais próximo do legal for o custo-aluno, mais estados brasileiros não alcançam esse valor com seus próprios recursos vinculados ao Fundo. E mais necessidade tem a União de complementar esses fundos estaduais [...] ainda que estejamos próximos de vermos aprovado um novo Fundo, contemplando toda a educação básica, essas políticas não foram suficientes para imprimir uma dinâmica de acesso, permanência e eqüidade que viabilizasse o cumprimento das metas e diretrizes do Plano Nacional de Educação. Elas ficaram longe do cumprimento das propostas programáticas apresentadas à sociedade no processo eleitoral de 2002. (ARAÚJO, 2006, p.42)

Destacam-se, no governo Lula, segundo Oliveira (2009), o Plano de Desenvolvimento

da Educação (PDE), “constituindo-se na reunião de dezenas de programas que abarcam a

educação básica” (p.204) e o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB),

indicador da qualidade da educação, criado em 2007.

Fonseca e Oliveira (2009) estudam dois grandes programas implementados no

governo Lula, sendo eles: Projeto Melhoria da Qualidade na Educação Básica – PRÓ-

QUALIDADE, desenvolvido em Minas Gerais, e o Fundo de Desenvolvimento da Escola –

Fundescola, nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste, o primeiro já encerrado e o segundo

ainda em execução, com previsão de término em 2010.

Embora reconhecendo alguns benefícios na organização física e material da escola,

Fonseca e Oliveira (2009) consideram que o PDE falha ao impor instrumentos de controle aos

projetos como, “manuais para acompanhamento e planejamento de ações, alem de normas

para utilização de recursos e prestação de contas do dinheiro repassado diretamente à escola

para aquisição de matérias” (p.240) e melhoria da escola.

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Paralelamente ao PDE, vem sendo desenvolvido o PAR (Plano de Ações Articuladas),

proposta democrática que pressupõe a participação de toda a comunidade escolar para a sua

execução; programas diferentes, que convivem em ambientes iguais; tornando-se pertinente a

indagação

[...] como poderão conviver, dentro da mesma esfera escolar, diferentes propostas de organização da escola básica? Acresce, ainda, que a legislação educacional ainda privilegia o Projeto Político Pedagógico (inc, I do art.13 da LDB de 1996). A convivência de projetos oriundos de diferentes matrizes teóricas e metodológicas pode levar ao risco de se abarrotar a escola com micro-ações que não se complementam e que, portanto, fragmentam a prática escolar e diluem a sua qualidade (FONSECA e OLIVEIRA, 2009, p.244).

Já no Governo de Dilma que se iniciou em 2010, vimos uma continuidade dos

programas de Lula, sendo que em 2011 houve novas mobilizações para elaboração do PNE

2011-2020; das metas destaca-se a preocupação em diminuir as desigualdades educacionais

no país e ao mesmo tempo, em elevar a qualidade da Educação; a valorização do magistério; e

uma possibilidade de maior participação da sociedade para a garantia do direito ao ensino de

qualidade.

Do exposto é possível afirmar que a maior falha na presidência de Lula e também no

atual governo de Dilma foi não empreender aumentos nos recursos educacionais, de 7% do

PIB como determinava o PNE-2001-2010 vetado por FHC e com apenas um terço das metas

cumpridas no curso dos oito anos de Lula.

Entretanto a meta 5 determinava que o investimento em educação seja ampliado e bem

gerido. A questão foi contemplada no PNE, que estabelece que, até 2020, o investimento em

educação atinja 7% do PIB. Sendo que essa meta do investimento poderá ser revista ao longo

da década e aumentada se necessário.

Nesse segundo período foram encontrados 43 artigos, sendo que só no ano de 2007

foram encontrados 10 artigos, uma justificativa plausível para esse aumento de produções é a

implementação do IDEB, lá mencionado anteriormente. Em 2011 também se encontra um

apogeu de artigos com 7 artigos só nesse ano, e como justificativa podemos destacar a

elaboração do PNE 2011-2020, que gerou muitas discussões a cerca das metas para a

qualidade de ensino.

Os artigos nesse período que tratam de qualidade de ensino e qualidade de educação

totalizaram 14; 7 sobre qualidade de ensino: Souza (2006); Klein (2006); Weber (2008); Sordi

(2009); Durham (2010); Arelaro et al (2011); Rezende et al (2011) e 7 sobre qualidade da

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educação Corrêa (2003); Weber (2003); Gorni (2004; 2007); Franco et al (2007); Alves

(2007); e Dourado e Oliveira (2009).

Parece claro na produção dos artigos nesse período sobre a qualidade na escola que a

qualidade de ensino não pode ser algo decretado sem a participação da comunidade. Obtido

seu engajamento no processo, os avanços são sobejamente ampliados. O descuido com o

envolvimento da comunidade intra e extraescolar acaba deslegitimando o processo de

produção de qualidade nas escolas e desperdiçando as evidências obtidas via avaliação.

Em relação à avaliação externa surge-nos a termo: “qualidade negociada” proposta por

Bondioli apud Franco como alternativa de contrarregulação e apoio a processos de mudança

complexos nas escolas. Por este conceito, a qualidade é produto de um processo de avaliação

institucional construído coletivamente, tendo como referência objeto político-pedagógico da

escola.

Outra questão também muito latente nesse período é a responsabilização, aparecendo

esse termo em quase todos os artigos, já que com os índices deflagrados nas avaliações

externas que medem a qualidade de ensino mostram-se insuficientes, então a

responsabilização ora do professor, ora do sistema aumenta.

A avaliação, mesmo continuamente criticada pelos autores como mecanismo não

propício para a averiguação da qualidade de ensino nacional foi muito debatida nesses artigos.

A avaliação nacional mesmo que não tenha importantes limitações para a investigação

de efeitos causais, é inegável que os dados da avaliação em larga escala oferecem

oportunidade ainda ímpar para que se investiguem empiricamente as consequências de

políticas e práticas educacionais. (Franco et al, 2007).

Frente aos processos de avaliação externa, cada vez mais presente no texto das

políticas educacionais, os autores propõem que os processos de formação de professores

incorporem a discussão sobre a avaliação institucional apresentando-a como instância

mediadora entre a avaliação da aprendizagem e a avaliação de sistemas.

Segundo Sordi (2009) o ensino da avaliação aos futuros professores não pode se

resolver apenas na descrição teórica, politicamente correta, sobre como deveria ser e/ou sobre

as razões porque não consegue ser diferentemente desenvolvida. Reclama por ação

intencional dos educadores de fazer experimentar aos futuros professores outros usos da

avaliação, levando-a a assistir a aprendizagem dos estudantes. Cuidados pedagógicos na

forma de ensinar a planejar e desenvolver a organização do trabalho escolar são importantes e

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devem crescer mais ainda quando a categoria avaliação emerge, dada a centralidade que ela

detém na realidade escolar e social, e que precisa ser contestada e problematizada, no

mínimo, pelos profissionais da educação.

Já o SAEB é a categoria com mais artigos encontrados foram 20 artigos Souza (2003);

Sztajn et al (2003); Fernandes (2005); Soares e Colares (2006); Andrade e Laros (2007);

Franco (2007); Soares (2007); Alves et al (2007); Dwyer et al (2007); Sobreira e Campos

(2008); Coelho(2008); Rocha e Perosa (2008); Curi e Menezes-Filho (2009); Souza e

Gouveia (2010); Sousa e Oliveira (2010); França e Gonçalves (2010); Rodrigues (2011);

Moraes e Alavarse (2011); e Franco e Menezes (2012).

O SAEB segundo Sousa (2003) assume-se como uma estratégia capaz de propiciar o

alcance dos objetivos de melhoria da eficiência e da qualidade da educação, os quais têm sido

declarados em planos e propostas governamentais, direcionadas às várias instâncias e

instituições dos sistemas de ensino.

A melhoria da eficiência destacada pelos autores refere-se ao fluxo escolar (taxas de

conclusão, de evasão, de repetência, estimulando-se, por exemplo, a implantação da

progressão continuada, classes de aceleração, organização curricular em ciclos), bem como a

racionalização orçamentária (programas de avaliação de desempenho, descentralização

administrativa).

Quanto à concepção de qualidade do ensino adotada, será possível sua explicitação a

partir de considerações sobre práticas de avaliação em curso, que são tomadas como principal

mecanismo propulsor da qualidade e conduzidas sob pressuposto de se dar visibilidade e

controle público aos produtos ou resultados educacionais, disponibilizando aos usuários

elementos para escolha dos serviços ou para pressão sobre as instituições ofertantes. (SOUSA,

2003).

Para Sousa (2003) o SAEB é um sistema de monitoramento contínuo, capaz de

subsidiar as políticas educacionais, tendo como finalidade reverter o quadro de baixa

qualidade e produtividade do ensino, caracterizado, essencialmente, pelos índices de

repetência e evasão escolar.

Se o compromisso assumido é com a democratização do ensino, há que investir na

construção de propostas de avaliação que se pautem por outros princípios, tendo como

finalidade subsidiar as instituições educacionais na definição de prioridades e

encaminhamento de decisões que possibilitem o seu aprimoramento, com vistas ao

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desenvolvimento de todos os alunos. Também, os resultados da avaliação devem ser

analisados como indicadores para análise do papel e da função desempenhados pelas

instâncias governamentais, na construção de uma educação de qualidade para toda a

população.(SOUSA, 2003).

Alguns autores como Soares e Colares (2006); Andrade e Laros (2007); Franco et el

(2007); Alves e Franco (2007); Rocha e Perosa ( 2008); Curi et al (2009); Sousa e oliveira

(2010); Rodrigues et al (2011) vão tirar do Saeb evidências que comprovem que a renda

familiar, ou outros fatores intra e extra escolares relacionados a desigualdade de rendas,

contribuem com o agravamento da exclusão, os autores usam o jargão: “excluir os incluídos”,

já os números alertam que esses fatores contribuem com o sucesso ou a falta dele no processo

de ensino.

No entanto, de forma mais incisiva, as análises mostram que, naturalmente, as famílias

procuram colocar seus filhos em escolas que retratem os seus valores culturais. A

consequência disso é a formação de comunidades escolares completamente segregadas em

termos da facilidade de execução do processo de ensino-aprendizagem.

Tal divisão favorece os filhos de famílias com valores mais altos no indicador de

recursos culturais, que vão dividir o espaço de sua escola com colegas cujas famílias possuem

recursos semelhantes. Esse processo é restringido, para as famílias que matriculam seus filhos

na escola pública, pelas políticas de alocação de alunos por área residencial. As famílias que

usam as escolas particulares, por sua vez, não sofrem nenhuma restrição desse tipo e podem

se agrupar mais facilmente. Como o ambiente escolar é forte determinante, através do efeito

dos pares, do desempenho acadêmico, os alunos das famílias com recursos financeiros

limitados, mas com alto capital cultural, são prejudicados. e. De forma especial, deve-se

procurar verificar como a inclusão de outros itens no questionário contextual respondido

peloaluno para a construção da medida do fator “recursos culturais na residência” afeta os

resultados obtidos.

Todavia, os resultados mostram que no ensino médio uma maior participação de pais e

mestres e uma boa infraestrutura escolar contribuem na redução da necessidade de

complementaridade da família. Enquanto que no ensino básico a importância da família é

muito grande e sempre significativa, independentemente da escola, no ensino médio esta

relação é reduzida apesar de ainda se manter significativa. Dessa forma, uma política pública

que inicie melhorando a qualidade no ensino fundamental pode ser o passo inicial para o

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rompimento do círculo vicioso da desigualdade por meio do provimento de uma maior

igualdade de condições. (Gonçalvez e França 2008).

Usualmente, a idéia de qualidade que vem sendo forjada tem-se restringido à

apreciação do desempenho do aluno, sem que este seja interpretado à luz de condições

contextuais, intra e extraescolares.(Sousa e Oliveira, 2010).

A relação entre avaliação e melhoria da qualidade do ensino não constitui ainda uma

realidade. A dimensão de controle da qualidade de ensino parece que, nos casos estudados,

tende a não se concretizar seja por meio da gestão, da racionalização de recursos, seja por

meio de políticas específicas com base nos resultados da avaliação. Mesmo a competição que

parece ser estimulada com algumas medidas (premiação, gratificação) parece que não tem

tido poder indutor sobre o conjunto das escolas da rede. (Sousa e Oliveira, 2010).

Apenas cinco artigos foram encontrados pelo método de busca na categoria IDEB

Freitas (2007); Campos (2011) e Gramani e Duarte (2011) Masson (2012 e Diaz (2012) sendo

que os autores tratam o tema evidenciam o aparecimento de novas formas de exclusão que

estão sendo implementadas nos sistemas e sobre as quais temos pouco controle e

conhecimento.

Freitas (2007) destaca que continua-se raciocinando em termos de reprovação, forma

antiga de exclusão que coexiste, agora, com outras mais recentes desenvolvidas nos sistemas.

Em resumo, não somos contra a existência de avaliação externa. Não somos contra, igualmente, a existência de índices. Mas somos contra o uso da avaliação externa tendo como pano de fundo a “teoria da responsabilização” liberal. A responsabilização pressupõe uma linha direta de pressão sobre os municípios, o que poderá levar a toda sorte de armadilhas para se obter recursos. Prova Brasil, SAEB e IDEB devem ser instrumentos de monitoramento de tendências e não instrumentos de pressão. O verdadeiro limite à universalização da melhoria da qualidade da escola é a própria ideologia meritocrática liberal. Caso a avaliação se coloque a serviço dela, então ficará limitada à medição do mérito e à ocultação da desigualdade social sob a forma de indicadores “neutros” como o IDEB criado pelo MEC.(FREITAS, 2007, 971).

Os artigos que tratam das categorias avaliação externa (3), sendo André (2008); Sá

(2009); Werle (2011); e avaliação em larga (2), sendo Oliveira e Araújo (2005) e Freitas

(2007) abordam o tema com o mesmo enfoque, pois supõem que a avaliação em larga escala

serve para determinar a qualidade de ensino nas escolas, salvo Oliveira e Araújo (2005) que

tratam da avaliação interna da escola.

Pode-se levantar a hipótese de que as políticas de avaliação não estejam presentes no

cenário educacional brasileiro simplesmente para produzir comparações e emulação, mas para

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responder a estratégias gerencialistas de modernização e racionalização voltadas para

resultados.(WERLE, 2011).

A padronização de áreas, indicadores e critérios presente nos instrumentos de coleta de

dados retira a escola de um patamar de autoidentidade formulada a partir de seu próprio olhar

para lançá-la como organização caracterizada por uma linguagem padrão universalizante e

unificadora. (WERLE, 2011).

Do exposto podemos inferir que, nesse segundo período se intensificam as avaliações

em larga escala e as suas consequências. O SAEB utilizado até 2007 como mecanismo de

amostragem da qualidade de ensino não conseguia dar conta do fluxo e do desempenho

escolar ao mesmo tempo, e o IDEB, criado em 2007, conseguiu agregar fluxo e desempenho

escolar, no entanto seus resultados não conseguem dar conta das especificidades escolares.

Considerações finais

Sobre a repercussão histórica dos presidentes, é possível inferir que os projetos

educacionais demoram a obter resultados, as mudanças são lentas e difíceis, sendo que as

transformações político-educacionais dependem das idéias sócio-políticas do partido de quem

está no poder no Brasil e que apesar de grandes esforços, o tempo para viabilizar um plano é

curto e corre o risco de “naufragar” no meio do caminho, caso o próximo presidente eleito não

compartilhe com as mesmas idéias daquele que as implantou. As consequências desse fato são

facilmente observáveis no caos e nas muitas propostas desencontradas que pouco contribuiu

para o desenvolvimento da qualidade da educação oferecida.

Concluindo pode se considerar que a História da Educação é feita em rupturas

marcantes, onde em cada período determinado teve características próprias. E apesar de toda

essa evolução e rupturas inseridas no processo, a educação brasileira não evoluiu muito no

que se refere à questão da qualidade. As avaliações, de todos os níveis, estão priorizadas na

aprendizagem dos estudantes, embora existam outros critérios.

O objetivo dessa pesquisa foi detectar as mudanças e movimentos nas concepções de

qualidade de ensino e avaliação da educação em larga escala dos anos 1995-2012, tendo como

corte temporal os mandatos dos presidentes.

No primeiro período foram analisados apenas 10 artigos, distribuídos entre as

categorias qualidade de ensino, qualidade de educação e SAEB. A concepção de qualidade de

ensino para a totalidade dos autores refere-se à democracia e formação de cidadãos que

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decidem e fazem acontecer em rua realidade, tem haver com comunidade, com participação

da comunidade na escola, para que esta imponha seus objetivos, para que o ensino-

aprendizagem parta dos problemas reais dos alunos em seus cotidianos, nesse sentido a

avaliação externa não consegue dar conta das singularidades de cada comunidade, de cada

sala de aula com provas padronizadas em regiões tão diversas e com múltiplas culturas.

Entretanto podemos evidenciar que nesse período existem autores que mesmo

concebendo a qualidade de ensino aqui apontada, usam os dados das avaliações em larga

escala para explicitar o fracasso do ensino no Brasil.

No segundo período intensificam-se as publicações sendo analisados nessa pesquisa

43 artigos, sendo que a concepção sobre qualidade de ensino não se modifica, no entanto o

discurso é aliado à avaliação externa em todos os artigos, ora corroboram com a ideia de

demonstrar a qualidade em números dados pelas avaliações externas, ora criticam as

avaliações externas e demonstram que essas avaliações são insuficientes para medir a

qualidade de ensino nas escolas.

Nesse sentido é inegável por outro lado a importância dessas avaliações para as

políticas públicas em educação, pois possibilitam um mapeamento de habilidade básicas que

os alunos devem ter: como ler e escrever. Porém a redução da qualidade de ensino nas escolas

em meros números é injusta, visto que ranquear as escolas diferentes e com diferentes

culturas e diferentes condições tanto estruturais como de condições econômicas dos alunos é

desleal.

Nesse sentido vários artigos aqui demonstraram que a partir do SAEB podemos

constatar que escolas em melhores localidades com melhores condições financeiras da

comunidade obtém melhores resultados, do exposto cabe-nos perguntar em que resultado

estamos querendo chegar? Obviamente que em uma corrida na qual o corredor que tiver seu

ponto de partida mais próximo do final conseguirá alcançar a vitória.

O que estamos querendo evidenciar aqui a partir das leituras e considerações

realizadas durante o texto é que a qualidade de ensino nas escolas não deve ser demonstrada

em números, é algo muito mais complexo, destarte que essas avaliações servem apenas para

dados de políticas públicas em educação, no entanto há que se destacar os incentivos para as

escolas que alcançam índices bons, com bônus e menções tem despertado cada vez mais

interesse de professores e diretores, que estão cada vez mais preparando seus alunos para as

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avaliações em larga escala, tomando espaço na formação desse indivíduo para o ensino e

aprendizagem que parta segundo manda os PCNs da sua realidade.

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