avaliacao tematica integrada rondon

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PDM Plano Diretor Municipal

Avaliao Temtica Integrada

2 FaseAVALIAO TEMTICA INTEGRADA

____________________________________________________________________________________ RONDON PR Ano 2008 17

PDM Plano Diretor Municipal

Avaliao Temtica Integrada

NDICEAVALIAO TEMTICA INTEGRADA ....................................................................... 28 1. 1.1. 1.2. CARACTERSTICAS GERAIS DO TERRITRIO ............................................. 29 ANLISE GEOPOLTICA................................................................................... 29 HISTRICO DO MUNICPIO DE RONDON SEGUNDO A DOCUMENTAO

TERRITORIAL DO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA - IBGE ......... 30 1.3. ANLISE HISTRICA E GEOGRFICA DO ESTADO DO PARAN ............. 31 COMENTRIOS SOBRE A OCUPAO DA REGIO NORTE DO PARAN 37 RETRATO DA MESORREGIO NOROESTE PARANAENSE ......................... 43 EVOLUO DEMOGRFICA DO ESTADO COMPARADA EVOLUO

1.3.1. 1.3.2. 1.3.3.

DEMOGRFICA DA MESORREGIO NOROESTE.................................................................... 48 2. 2.1. 2.2. 2.3. 2.4. 2.5. 2.6. CARACTERSTICAS DO MEIO FSICO ............................................................ 51 CLIMA ................................................................................................................ 53 CARACTERIZAO GEOMORFOLGICA ...................................................... 62 ASPECTOS PEDOLGICOS............................................................................... 67 TOPOGRAFIA..................................................................................................... 71 CONDICIONANTE GEOTCNICO E EXPANSO URBANA ........................... 73 RECURSOS HDRICOS E QUALIDADE DA GUA .......................................... 73 POTENCIAL HDRICO DO ESTADO DO PARAN ....................................... 74 POTENCIAL HDRICO DA MESORREGIO NOROESTE ............................. 75 POTENCIAL HDRICO DO MUNICPIO DE RONDON ................................ 75

2.6.1. 2.6.2. 2.6.3. 2.7. 2.8.

PONTOS DE POLUIO .................................................................................... 84 COBERTURA FLORESTAL E VEGETAO .................................................... 85 ARBORIZAO URBANA .............................................................................. 86

2.8.1. 2.9.

REA DE CONSERVAO E REAS DE PROTEO AMBIENTAL E

PERMANENTE 92 2.10. 3. 3.1. E 2000 3.2. 3.3. 3.4. 1991 A 2006 REA PBLICA DE LAZER ........................................................................ 101

IDENTIFICAO DAS TENDNCIAS SCIO-ESPACIAIS DE RONDON ... 102 DISTRIBUIO DA POPULAO NO TERRITRIO MUNICIPAL ENTRE 1991 105 NDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO IDH DE RONDON ............... 108 EVOLUO DAS CONDIES DE EDUCAO / ESCOLARIDADE ............ 111 EVOLUO DAS CONDIES DE SADE DE RONDON ENTRE OS ANOS DE 115 3.4.1. ANLISE DOS INDICADORES NACIONAIS DA SITUAO MUNICIPAL DA 116 EVOLUO DA RENDA PER CAPITA MUNICIPAL NOS LTIMOS 10 ANOS 119

SADE 3.5.

____________________________________________________________________________________ RONDON PR Ano 2008 18

PDM Plano Diretor Municipal 3.6.

Avaliao Temtica Integrada

EVOLUO MUNICIPAL DO USO DA ENERGIA ELTRICA E

ABASTECIMENTO DE GUA .................................................................................................... 122 3.7. 4. 4.1. EVOLUO DAS CONDIES DE MORADIA .............................................. 126 IDENTIFICAO DA TENDNCIA ECONMICA DE RONDON ................ 127 CARACTERIZAO E TENDNCIA DA ESTRUTURA PRODUTIVA DO ESTRUTURA PRODUTIVA REGIONAL E MUNICIPAL EVOLUO

UNIVERSO REGIONAL............................................................................................................... 127 4.1.1.

LTIMOS 10 ANOS .................................................................................................................. 130 4.1.2. 4.1.3. 4.2. 4.3. CARACTERSTICAS ECONMICAS DE RONDON ..................................... 132 PRODUTO INTERNO BRUTO DE RONDON E PIB PER CAPITA ............... 133

OFERTA E DISTRIBUIO DO EMPREGO SEGUNDO A RENDA ................ 133 SETOR PRIMRIO ........................................................................................... 135 SETOR SECUNDRIO ................................................................................. 141 COMRCIO E SERVIOS ........................................................................... 143 POTENCIAL TURSTICO ............................................................................ 144

4.3.1. 4.3.2. 4.3.3. 4.4.

VOCAO E POTENCIAL ESTRATGICO DE RONDON NO UNIVERSO DA

MESORREGIO NOROESTE ...................................................................................................... 146 4.4.1. 4.4.2. 4.4.3. FATORES DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL ..................................... 148 PAPEL E FUNO DO MUNICPIO NA MESORREGIO .......................... 149 REDE URBANA, REA DE INFLUNCIA E RELAES COM OS

MUNICPIOS VIZINHOS .......................................................................................................... 150 5. 5.1. ASPECTOS INSTITUCIONAIS DO MUNICPIO DE RONDON ..................... 152 PODER EXECUTIVO MUNICIPAL .................................................................. 153 QUESTES VIGENTES NA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL ........... 157 DEMOCRACIA PARTICIPATIVA................................................................. 158

5.1.1. 5.1.2. 5.2. 5.3.

PODER LEGISLATIVO DE RONDON .............................................................. 159 LEGISLAO MUNICIPAL ............................................................................. 160 LEI ORGNICA MUNICIPAL CAPTULO DA POLTICA URBANA ......... 160 LEI 1.130/2002 - DISPE SOBRE A ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DA LEI 1.186/2003 INSTITUIO DO CDIGO TRIBUTRIO DE RONDON161 PLANO PLURIANUAL LEI 1.257/2005 ..................................................... 162 LEI DE DIRETRIZES ORAMENTRIAS (LDO) LEI 1.291/2006.............. 162 LEI ORAMENTRIA ANUAL (LOA) LEI 1.301/2006............................... 162 CDIGO DE OBRAS E POSTURAS LEI 764/2004 .................................... 162

5.3.1. 5.3.2.

PREFEITURA DE RONDON E D OUTRAS PROVIDNCIAS ................................................. 161 5.3.3. 5.3.4. 5.3.5. 5.3.6. 5.3.7. 5.4.

DESEMPENHO FISCAL DO MUNICPIO DE RONDON.................................. 163 INDICADORES DE RECEITA ...................................................................... 163 INDICADORES DE DESPESAS ................................................................... 164

5.4.1. 5.4.2. 6. FUNDIRIA

CARACTERIZAO E TENDNCIAS DO USO DO SOLO E DA ESTRUTURA 165

____________________________________________________________________________________ RONDON PR Ano 2008 19

PDM Plano Diretor Municipal 6.1. 6.2. 10 ANOS 6.3.

Avaliao Temtica Integrada

EVOLUO DO PARCELAMENTO E OCUPAO DO SOLO URBANO ...... 165 DINMICA DO MERCADO DE TERRAS E SUA EVOLUO NOS LTIMOS 168 USO E OCUPAO DO SOLO URBANO ......................................................... 170 USO DO SOLO RURAL................................................................................ 172 VILA RURAL INDEPENDNCIA ................................................................. 174

6.3.1. 6.3.2. 6.4. ANOS 6.5. 6.6.

DEMANDA POR SOLO URBANO NA ATUALIDADE E NOS PRXIMOS 10 179 REAS DE OCUPAO IRREGULAR ............................................................ 179 IDENTIFICAO DAS REAS SUBUTILIZADAS, OCUPAO DO SOLO E

REAS COM PRECARIEDADE DE INFRA-ESTRUTURA. ........................................................ 180 6.7. 7. PBLICOS 7.1. POLTICA DE HABITAO POPULAR .......................................................... 181 SITUAO DE INFRA-ESTRUTURA, EQUIPAMENTOS E SERVIOS 182 SANEAMENTO AMBIENTAL ......................................................................... 182 ABASTECIMENTO DE GUA SITUAO ATUAL E EVOLUO PARA OS

7.1.1.

PRXIMOS 10 ANOS ............................................................................................................... 183 7.1.2. ESGOTAMENTO SANITRIO - SITUAO ATUAL E EVOLUO PARA OS DRENAGEM URBANA SITUAO ATUAL E EVOLUO PARA OS RESDUOS SLIDOS SITUAO ATUAL E EVOLUO PARA OS

PRXIMOS 10 ANOS. .............................................................................................................. 186 7.1.3.

PRXIMOS 10 ANOS ............................................................................................................... 188 7.1.4.

PRXIMOS 10 ANOS ............................................................................................................... 190 7.2. SISTEMA VIRIO E TRANSPORTE ................................................................ 193 HIERARQUIA VIRIA - SITUAO ATUAL E EVOLUO PARA OS

7.2.1.

PRXIMOS 10 ANOS. .............................................................................................................. 196 7.2.2. 10 ANOS. 7.2.3. ANOS. 7.2.4. 7.2.5. 7.3. PAVIMENTAO - SITUAO ATUAL E EVOLUO PARA OS PRXIMOS 198 CALAMENTO - SITUAO ATUAL E EVOLUO PARA OS PRXIMOS 10 199 TRNSITO E TRFEGO .............................................................................. 200 TRANSPORTE COLETIVO .......................................................................... 203

ENERGIA ELTRICA E TELECOMUNICAES ........................................... 207 ENERGIA ELTRICA - SITUAO ATUAL E EVOLUO PARA OS

7.3.1.

PRXIMOS 10 ANOS. .............................................................................................................. 207 7.3.2. ILUMINAO PBLICA - SITUAO ATUAL E EVOLUO PARA OS

PRXIMOS 10 ANOS. .............................................................................................................. 210 7.3.3. TELECOMUNICAES SITUAO ATUAL E EVOLUO PARA OS

PRXIMOS 10 ANOS. .............................................................................................................. 210 7.4. EQUIPAMENTOS SOCIAIS E SERVIOS PBLICOS .................................... 213

____________________________________________________________________________________ RONDON PR Ano 2008 20

PDM Plano Diretor Municipal 7.4.1.

Avaliao Temtica Integrada

EDUCAO SITUAO ATUAL E EVOLUO DOS PRXIMOS 10 ANOS 213

7.4.2. 7.4.3. ANOS 7.4.4.

SADE - SITUAO ATUAL E EVOLUO DOS PRXIMOS 10 ANOS.... 220 AO SOCIAL - SITUAO ATUAL E EVOLUO DOS PRXIMOS 10 221 ATIVIDADES ESPORTIVAS E CULTURAIS - SITUAO ATUAL E

EVOLUO DOS PRXIMOS 10 ANOS .................................................................................. 223 7.4.5. 7.4.6. IGREJAS E TEMPLOS ................................................................................. 225 CEMITRIO E SERVIOS FUNERRIOS ................................................... 226

LISTA DE TABELASTABELA 1: Relao de Municpios integrantes da Mesorregio Noroeste ............................................. 44 TABELA 2: Evoluo da Populao Total, Urbana no Estado entre 1960 e 2000 ................................... 48 TABELA 3: Evoluo Populacional do Noroeste Paranaense entre as Dcadas de 1970 e 2000 .............. 49 TABELA 4: Populao da Mesorregio Noroeste e Estado do Paran .................................................... 49 TABELA 5: Comparativo entre as Microrregies no Noroeste do Paran por Populao Total entre 1980 e 2000 ......................................................................................................................................... 49 TABELA 6: rea, Localizao e mbito de Governo das Unidades de Conservao (UC) da Mesorregio Noroeste Paran - 2003 ............................................................................................................. 93 TABELA 7: rea de Proteo Ambiental da Mesorregio Noroeste ...................................................... 94 TABELA 8: Distribuio da Populao no Territrio Municipal das Dcadas de 1970, 1980, 1990 e 2000 ................................................................................................................................................. 104 TABELA 9: Distribuio da Populao Masculina e Feminina no Territrio Municipal nas Dcadas de 1970, 1980, 1990 e 2000............................................................................................................ 104 TABELA 10: Grau de Urbanizao do Municpio de Rondon da Dcada de 1970 a 2000..................... 104 TABELA 11: Populao Censitria segundo as Faixas Etrias e Sexo - 2000....................................... 104 TABELA 12: Taxa Geomtrica de Crescimento Anual de Rondon ...................................................... 107 TABELA 13: Projeo Populacional de Rondon ................................................................................. 107 TABELA 14: ndice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH -M) Para Rondon ..................... 109 TABELA 15: Comparativa entre os ndices de Desenvolvimento Humano - IDH de 1991 ................... 109 TABELA 16: Comparativa entre os ndices de Desenvolvimento Humano - IDH de 2000 ................... 109 TABELA 17: ndice de Desenvolvimento Municipal de 1991 e 2000 dos Municpios da Microrregio de Cianorte .................................................................................................................................... 110 TABELA 18: Indicadores de Excluso Social para o Municpio de Rondon - 2000 .............................. 110 TABELA 19: Indicadores de Pobreza para o Municpio de Rondon - 2000 .......................................... 111 TABELA 20: Nvel Educacional da Populao Crianas e Adolescentes 1991 e 2000 ....................... 112 TABELA 21: Nvel Educacional da Populao Adulta (25 anos ou mais), 1991 e 2000........................ 113 TABELA 22: Percentual de Pessoas de 25 anos ou mais Analfabetas, 2000 ......................................... 113 Tabela 23: Relao de alunos Que Estudam Fora de Rondon ............................................................... 114 TABELA 24: Equipamentos Pblicos de Sade .................................................................................. 115 ____________________________________________________________________________________ RONDON PR Ano 2008 21

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Avaliao Temtica Integrada

TABELA 25: Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade 1991- 2000 ......................... 118 TABELA 26: Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade 1991-2000 Ranking no Estado do Paran .................................................................................................................................. 118 TABELA 27: Esperana de vida ao Nascer 2000 dos Municpios da Microrregio de Cianorte ......... 118 TABELA 28: Indicador de Mortalidade Infantil at 01 Ano 2000 Municpios da Microrregio de Cianorte .................................................................................................................................... 118 TABELA 29: Nmero de bitos e Principais causas em Rondon - 2005 .............................................. 119 TABELA 30: Indicadores de Renda, Pobreza e Desigualdade, 1991 e 2000 ......................................... 120 TABELA 31: Porcentagem da Renda Apropriada por Extratos da Populao, 1991 e 2000 .................. 121 TABELA 32: Percentual de Populao em Domiclios atendida por Energia Eltrica e Utenslios ........ 122 TABELA 33: Percentual de Populao em Domiclios atendida por Servios Pblicos Bsicos Indicadores de Qualidade de Vida, 1991 e 2000 ......................................................................... 124 TABELA 34: Nmero de Domiclios segundo Uso e Zona - 2000 ....................................................... 126 TABELA 35: Moradores em Domiclios particulares e Permanentes por Situao de Domiclio, em Rondon, de 1991 e 2000 ............................................................................................................ 126 TABELA 36: Empreendimentos Administrados pela Cohapar no Municpio de Rondon ...................... 127 TABELA 37: Valor Adicionado Fiscal segundo os Ramos de Atividades - 2004 ................................. 132 TABELA 38: Participao de Rondon no Valor Adicionado Fiscal do Estado entre 1975 a 2000 ......... 132 TABELA 39: PIB a Preos Bsicos segundo os Ramos de Atividades - 2003 ...................................... 133 TABELA 40: Distribuio Setorial dos Ocupados no Municpio de Rondon - 2000 ............................. 134 TABELA 41: Domiclios segundo Renda do Chefe de Domiclio ........................................................ 134 TABELA 42: Porcentagem da Renda Apropriada por Extratos da Populao, 1991 e 2000 .................. 135 TABELA 43: Estrutura Fundiria, Nmero de Estabelecimentos por Classes de rea (HA), 1960-1995 ................................................................................................................................................. 136 TABELA 44: rea colhida, Produo, Rendimento Mdio e Valor da Produo Agrcola - 2005 ......... 136 TABELA 45: Produo de Bovinos de Rondon - 2006 ........................................................................ 140 TABELA 46: Nmero de Estabelecimentos e Empregos segundo as Atividades Econmicas - 2005 .... 143 TABELA 47: Bens e Servios Urbanos Disponveis, 2006 .................................................................. 144 TABELA 48: Composio do Quadro de Pessoal da Administrao Direta .......................................... 154 TABELA 49: Cadastro Imobilirio ..................................................................................................... 155 TABELA 50: Instrumentos de Planejamento Municipal ...................................................................... 156 TABELA 51: Instrumento de Gesto Urbana ...................................................................................... 156 TABELA 52: Situao da Agenda 21 Local no Municpio de Rondon ................................................. 157 TABELA 53: Convnios Municipais................................................................................................... 158 TABELA 54: Relao de Conselhos Municipais de Rondon ................................................................ 158 TABELA 55: Relao dos Vereadores Eleitos de Rondon para a Legislatura 2005-2008...................... 160 TABELA 56: Demonstrativo da Receita Municipal para o exerccio de 2006 ....................................... 164 TABELA 57: Despesas Municipais por Funo Relativo ao Ano de 2006 ............................................ 164 TABELA 58: Demanda Estimada de Lotes Urbanos ........................................................................... 179 TABELA 59: Situao de Regularizao Fundiria de Rondon............................................................ 180 TABELA 60: Relao entre Densidade Demogrfica e Suporte de Infra-estrutura................................ 181 TABELA 61: Programas Habitacionais de Rondon ............................................................................. 182 ____________________________________________________________________________________ RONDON PR Ano 2008 22

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TABELA 62: Abastecimentos de gua, pela SANEPAR, Segundo as Categorias - 2006 ..................... 184 TABELA 63: Atendimento do Esgoto, Pela SANEPAR, Segundo as Categorias 2006 ...................... 186 TABELA 64: Extenso da rede de Energia Eltrica - 2006 .................................................................. 207 TABELA 65: Nmero de Consumidores de Energia Eltrica ............................................................... 207 TABELA 66: Consumo de Energia Eltrica ........................................................................................ 208 TABELA 67: Evaso Escolar e Repetncia das Escolas de Rondon ..................................................... 219 TABELA 68:Cobertura Vacinal em rondon em 2004 .......................................................................... 221 TABELA 69: Equipamentos Culturais ................................................................................................ 225

LISTA DE PRANCHASPRANCHA 1: Histrico da Ocupao do Paran I................................................................................. 41 PRANCHA 2: Histrico da Ocupao do Paran II ............................................................................... 42 PRANCHA 3: Mesorregies do Estado do Paran ................................................................................. 46 PRANCHA 4: Microrregies Agrupadas na Mesorregio Noroeste do Paran ....................................... 47 PRANCHA 5: Clima Segundo Koppen ................................................................................................. 55 PRANCHA 6: Temperatura Mdia Anual ............................................................................................. 56 PRANCHA 7: Temperatura Mdia Mxima .......................................................................................... 57 PRANCHA 8: Temperatura Mdia Mnima........................................................................................... 58 PRANCHA 9: Precipitao Mdia Anual .............................................................................................. 59 PRANCHA 10: Umidade Relativa Anual .............................................................................................. 60 PRANCHA 11: Indicao da Direo dos Ventos ................................................................................. 61 PRANCHA 12: Geologia do Estado do Paran 2005 .......................................................................... 64 PRANCHA 13: Declividade Municipal ................................................................................................. 65 PRANCHA 14: Declividade Urbana ..................................................................................................... 66 PRANCHA 15: Solos do Municpio de Rondon .................................................................................... 70 PRANCHA 16: Hipsometria Municipal ................................................................................................ 72 PRANCHA 17: Localizao das Bacias Hidrogrficas Paranaenses ....................................................... 80 PRANCHA 18: Sub-bacias Hidrogrficas do Municpio........................................................................ 81 PRANCHA 19: Drenagem Municipal ................................................................................................... 82 PRANCHA 20: Exposio das Vertentes do Municpio ......................................................................... 83 PRANCHA 21: Cobertura Vegetal do Paran........................................................................................ 89 PRANCHA 22: Cobertura Vegetal Original do Municpio..................................................................... 90 PRANCHA 23: Arborizao Urbana ..................................................................................................... 91 PRANCHA 24: Remanescentes Florestais de Rondon ......................................................................... 100 PRANCHA 25: Evoluo urbana de Rondon....................................................................................... 166 PRANCHA 26: Diviso de Bairros ..................................................................................................... 167 PRANCHA 27: Mapa Referente ao Mercado de Terras ....................................................................... 169 PRANCHA 28: Uso do Solo Urbano .................................................................................................. 175 PRANCHA 29: Zoneamento Urbano .................................................................................................. 176 PRANCHA 30: Tipologia Construtiva ................................................................................................ 177 PRANCHA 31: Densidade Demogrfica na rea Urbana .................................................................... 178 PRANCHA 32: Rede de Abastecimento de gua ................................................................................ 185 ____________________________________________________________________________________ RONDON PR Ano 2008 23

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PRANCHA 33: Rede de Esgoto .......................................................................................................... 187 PRANCHA 34: Rede de Drenagem Urbana ........................................................................................ 189 PRANCHA 35: Coleta de Lixo ........................................................................................................... 191 PRANCHA 36: Varrio Pblica ........................................................................................................ 192 PRANCHA 37: Sistema Virio Municipal .......................................................................................... 204 PRANCHA 38: Pavimentao Urbana ................................................................................................ 205 PRANCHA 39: Trfego e Transportes ................................................................................................ 206 PRANCHA 40: Rede de Energia Eltrica ............................................................................................ 209 PRANCHA 41: Telecomunicao ....................................................................................................... 212 PRANCHA 42: Equipamentos Urbanos I Educao ......................................................................... 228 PRANCHA 43: Equipamentos Urbanos II Sade, Esporte, e lazer .................................................... 229 PRANCHA 44: Equipamentos Urbanos III Prdios Pblicos ............................................................ 230 PRANCHA 45: Igrejas e Templos ...................................................................................................... 231

LISTA DE FIGURASFIGURA 1: Diviso Regional do Norte do Paran ................................................................................. 38 FIGURA 2: Plano de Colonizao do Paran 1947 ............................................................................. 40 FIGURA 3: Declividade do Municpio de Rondon ................................................................................ 63 FIGURA 4: Uso da Terra 2001/2002.................................................................................................. 68 FIGURA 5: reas Potenciais Degradao do Solo .............................................................................. 68 FIGURA 6: Caracterstica do Substrato Geolgico Arenito Caiu .......................................................... 69 FIGURA 7: Vista da Paisagem Municipal, Mostrando a cultura da Cana e da Pecuria .......................... 69 FIGURA 8: Nascente do Rio do Salto ................................................................................................... 76 FIGURA 9: Hidrografia, Bacias Hidrogrficas e IQA ............................................................................ 78 FIGURA 10: Arborizao da Zona Rural .............................................................................................. 86 FIGURA 11: Arborizao Urbana Aspecto da Avenida Espanha ........................................................ 87 FIGURA 12: Arborizao Urbana de Rondon ....................................................................................... 88 FIGURA 13: Mata Nativa do Municpio ............................................................................................... 95 FIGURA 14: rea de Preservao Permanente em Rondon ................................................................... 95 FIGURA 15: reas Prioritrias para Conservao da Biodiversidade..................................................... 96 FIGURA 16: Cobertura Vegetal e Reflorestamento -2001-2002 ............................................................ 97 FIGURA 17: Cobertura Vegetal Nativa Regies Fitogeogrficas ........................................................ 98 FIGURA 18: Unidades de Conservao, Corredores de Biodiversidade e Terras Indgenas Demarcadas. 99 FIGURA 19: Praa da Igreja Matriz .................................................................................................... 101 FIGURA 20: Praa ............................................................................................................................. 101 FIGURA 21: Grau de Urbanizao do Paran ..................................................................................... 106 FIGURA 22: Rede Hospitalar do SUS 2002 ..................................................................................... 116 FIGURA 23: Esperana de Vida ao Nascer ......................................................................................... 117 FIGURA 24: Ocupao Municipal Setores Predominantes ............................................................... 120 FIGURA 25: Estado do Paran ndice de Gini 2000 ......................................................................... 121 FIGURA 26: Mapa do Paran - Consumo de Energia Eltrica Residencial 2000 .................................. 123 FIGURA 27: Mapa Paran Consumo de Energia Eltrica Rural 2000 .................................................. 123 ____________________________________________________________________________________ RONDON PR Ano 2008 24

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Avaliao Temtica Integrada

FIGURA 28: Mapa Paran Domiclios Atendidos por Rede Geral de Abastecimento de gua 2000 ..... 125 FIGURA 29: Mapa Paran Domiclios Atendidos por Esgotamento Sanitrio por Rede Geral ou Pluvial 2000.......................................................................................................................................... 125 FIGURA 30: Participao do Municpio no Total do Emprego Formal 2003 ..................................... 135 FIGURA 31: Aspecto da Zona Rural de Rondon ................................................................................. 138 FIGURA 32: Produo de Cana-de-acar na Zona Rural de Rondon .................................................. 138 FIGURA 33: Paisagem Caracterstica da Pecuria Municipal .............................................................. 139 FIGURA 34: Estado do Paran Rede de Cidades 2000................................................................... 152 Figura 35: Organograma Geral Estrutura Administrativa .................................................................. 154 FIGURA 36: Cmara Municipal de Rondon ........................................................................................ 159 FIGURA 37: Tipologia de uma Residncia localizada no conjunto Alto Alegre ................................... 171 FIGURA 38: Tipologia de uma Residncia localizada no conjunto Sabi ............................................. 172 FIGURA 39: Agncia da SANEPAR em Rondon ................................................................................ 184 FIGURA 40: Bocas de Lobo no Permetro Urbano de Rondon ............................................................ 188 FIGURA 41: Rodovia PR 466 ............................................................................................................ 195 FIGURA 42: Estrada Rural ................................................................................................................. 195 FIGURA 43: Perfil da Avenida Mato Grosso (Parte) ........................................................................... 196 FIGURA 44: Perfil da Avenida Brasil ................................................................................................. 196 FIGURA 45: Perfil da Avenida Rio de Janeiro .................................................................................... 196 FIGURA 46: Perfil da Avenida Mato Grosso (Parte) ........................................................................... 197 FIGURA 47: Perfil da Avenida Gois ................................................................................................. 197 FIGURA 48: Perfil das Vias Locais .................................................................................................... 197 FIGURA 49: Perfil das Vias Locais nos Conjuntos ............................................................................. 197 FIGURA 50: Rede Viria ................................................................................................................... 198 FIGURA 51: Pavimentao de Rondon ............................................................................................... 199 FIGURA 52: Calamento de Rondon .................................................................................................. 200 FIGURA 53: Aspecto da Avenida Paris .............................................................................................. 200 FIGURA 54: Sub-estao da COPEL .................................................................................................. 207 FIGURA 55: Iluminao pblica de Rondon ....................................................................................... 210 FIGURA 56: Agncia dos correios...................................................................................................... 211 FIGURA 57: Escola Municipal Marechal Castelo Branco ................................................................... 214 FIGURA 58: Escola Rural Municipal Agrupada de Bernardelli ........................................................... 215 FIGURA 59: Colgio Estadual Castro Alves ....................................................................................... 217 FIGURA 60: Departamento de Ao Social de Rondon ....................................................................... 222 FIGURA 61: Rodoviria Municipal .................................................................................................... 224 FIGURA 62: Centro Cultural .............................................................................................................. 225 FIGURA 63: Igreja Congregao Crist no Brasil ............................................................................... 226 FIGURA 64: Parquia So pedro ........................................................................................................ 226 FIGURA 65: Cemitrio Municipal ...................................................................................................... 227 FIGURA 66: Cemitrio Municipal ...................................................................................................... 227

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SIGLASrea de Proteo Ambiental APA; rea de Proteo Permanente APP; Centro de Especialidades Odontolgicas CEO; Centro Municipal de Ensino Infantil CMEI; Centro de Referncia da Assistncia Social CRAS; Cdigo Brasileiro de Trnsito CBT; Companhia Melhoramentos Norte do Paran CMNP; Companhia Habitacional do Paran COHAPAR; Companhia Paranaense de Energia Eltrica COPEL; Companhia Saneamento Bsico do Paran SANEPAR; Confederao Nacional dos Municpios CNM; Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA; Comunidade dos Municpios da Regio de Campo Mouro COMCAM; Consrcio Intermunicipal de Sade da Comunidade dos Municpios da Regio de Campo Mouro COMCAM; Constituio Federal CF; Cooperativa Agropecuria de Goioer - COAGEL Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria EMBRAPA; Empresa de Correios e Telgrafos ECF; Empresa Paranaense de Equipe Tcnica e Extenso Rural EMATER; Faculdade de Cincias e Letras de Campo Mouro FECILCAM; Floresta Estacional Semidecidual - FES; Floresta Ombrfila Mista FOM; Fundao Nacional de Sade FUNASA; Imposto de Circulao de Mercadorias e Servios ICMS; Imposto Predial Territorial Urbano IPTU; ndice de Desenvolvimento Humano IDH; ndice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M); ndice de Qualidade das guas IQA; Instituto Ambiental do Paran IAP; Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais IBAMA; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE; Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econmico e Social - IPARDES; Instituto Tecnolgico de Desenvolvimento Educacional ITDE; Lei de Diretrizes Oramentria LDO; Lei Oramentria Anual LOA; Lei Orgnica Municipal LOM; Mercado Comum do Cone Sul MERCOSUL; Minerais do Paran MINEROPAR; Organizao das Naes Unidas ONU; Produto Interno Bruto PIB; ____________________________________________________________________________________ RONDON PR Ano 2008 26

PDM Plano Diretor Municipal Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento PNUD; Programa do Voluntariado Paranaense PROVOPAR; Programa Sade da Famlia PSF; Reserva Particular de Proteo Natural RPPN;

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Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano SEDU/PARANACIDADE; Secretaria Estadual do Meio Ambiente SEMA; Secretaria Estadual de Sade SESA; Sistema de Crdito Cooperativo - SICREDI Superintendncia de Controle da Eroso e Saneamento Ambiental do Paran SUCEAM; Superintendncia de Desenvolvimento de Recursos Hdricos e Saneamento Ambiental SUDHERSA; Unidade de Conservao UC; Universidade Estadual de Maring UEM; Universidade Federal do Paran UFPR; Universidade Federal Tecnolgica do Paran UFTPR; Valor Adicionado Fiscal VAF; Zoneamento Ecolgico Econmico do Paran ZEE.

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AVALIAO TEMTICA INTEGRADAEsta primeira parte do trabalho consistiu no levantamento de informaes e avaliao geral das condies de desenvolvimento do Municpio de RONDON. Com o apoio em dados quantitativos e qualitativos relevantes foram levantados e avaliados os aspectos mais significativos no sentido de reproduzir o melhor perfil do que representa o municpio no momento presente. Entre esses aspectos destaca-se, o histrico do municpio e da regio na qual se insere RONDON, os aspectos regionais que interferem na dinmica socioeconmica e ambiental do municpio, os aspectos socioeconmicos prprios do municpio assim como sua caracterizao scio-espacial, de infra-estrutura e servios pblicos, e, por fim, seus aspectos administrativo-institucionais. As anlises que se seguem permitiram caracterizar o atual estgio de desenvolvimento de Rondon, com a identificao da natureza e extenso dos problemas que atualmente condicionam o seu crescimento e afligem sua populao, com o reconhecimento das deficincias e potencialidades do municpio, bem como a percepo de possveis solues para essas deficincias e para o aproveitamento dessas potencialidades.

____________________________________________________________________________________ RONDON PR Ano 2008 28

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1. 1.1.

CARACTERSTICAS GERAIS DO TERRITRIO ANLISE GEOPOLTICAO Municpio de Rondon parte integrante da Repblica Federativa do Brasil e

do Estado do Paran, exercendo a competncia e autonomia poltica, administrativa, financeira e legislativa, asseguradas pela Constituio Federal, pela Constituio Estadual e por sua Lei Orgnica. As coordenadas geogrficas que localizam o territrio so: Longitude de 52 45' 41 Oeste e Latitude de 23 24' 39'' Sul. Quanto s caractersticas gerais do territrio, Rondon est inteiramente compreendido na Zona Fisiogrfica do Rio Iva, com uma altitude mdia de 460 metros do nvel do mar. Fazem parte da paisagem municipal a sede do Municpio, de nome Rondon, portadora da categoria de cidade, as comunidades e propriedades rurais. Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE e o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econmico e Social - IPARDES,

reconhecido pelo cdigo 412260, localiza-se na mesorregio Noroeste Paranaense e est agrupado na Microrregio de Cianorte. Os limites poltico-institucionais do municpio so Indianpolis e So Manoel do Paran, com divisas a leste; Tapejara, com divisas a sul; Cidade Gacha, com divisas a oeste e Guaporema e Paraso do Norte, com divisas a norte. Rondon Distrito Judicirio pertencente Comarca de Cidade Gacha e compreendido na 127 Zona Eleitoral. O cdigo de Discagem Direta Distncia DDD o nmero 44 e o Cdigo de Endereamento Postal CEP 87.800-000. Os feriados municipais comemorados em Rondon so os dias 03 de dezembro, quando se comemora o aniversrio da cidade e o dia 29 de junho, quando se comemora o seu padroeiro, So Pedro. Atravs do ltimo censo demogrfico nacional realizado em 2000, com a publicao de dados em 2001, Rondon possui uma rea total de 556km2. Sua rea representa 0.279% do Estado do Paran, 0.0987% da Regio Sul e 0.0065% de todo o territrio brasileiro. A populao local estipulada em 8.527 habitantes, densidade demogrfica de 15,3 hab/km2 e taxa de urbanizao em 68,39%. Seu nativo denominado rondonense.

____________________________________________________________________________________ RONDON PR Ano 2008 29

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1.2.

HISTRICO DO MUNICPIO DE RONDON SEGUNDO A

DOCUMENTAO TERRITORIAL DO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA - IBGEO incio do povoamento efetivo do solo e da posse definitiva da regio fisiogrfica do norte do Paran e noroeste do Estado, foi quando alguns bandeirantes modernos fizeram as primeiras entradas, iniciando a formao de um Povoado, que seria, mais tarde, a Cidade de Campo Mouro. Produto da iniciativa particular, a colonizao da zona do noroeste paranaense, realizada ao sabor do aventureirismo nmade, marcou nova fase da histria do povoamento e civilizao do serto. Pouco tempo depois da criao do Municpio de Campo Mouro, realizavam-se desmembramentos do seu territrio, tendo em vista a formao de novas comunidades, que iam surgindo do dia para a noite. O Municpio de Rondon fruto desse pioneirismo, desbravador, colonizador e civilizador. Fundado por Lencio de Oliveira Cunha, proprietrio de uma gleba na regio, teve os seus primeiros alicerces lanados em 1945. Sua denominao constitui homenagem ao emrito Civilizador do Serto, Marechal Mariano da Silva Rondon, de quem Oliveira Cunha foi soldado e grande amigo. Sem chegar a ser distrito, o Povoado foi elevado diretamente a municpio, em 1954. Elevado categoria de municpio e distrito com a denominao de Rondon, pela lei estadual n. 3, de 26-11-1954, desmembrado de Peabiru. Sede no atual distrito de Rondon (ex-povoado). Constitudo de 2 distritos: Rondon e Cidade Gacha. Instalado em 03-12-1955. Pela lei municipal s/n, de 18-10-1955, criado o distrito de Guaporema (ex-povoado), desmembrado dos distritos de Rondon e Cidade Gacha e anexado ao municpio de Rondon. Em diviso territorial datada de 01/07/1960, o municpio constitudo de 3 distritos: Rondon, Cidade Gacha e Guaporema. Pela lei estadual n. 4245, de 25/07/1960, o Distrito de Cidade Gacha foi desmembrado do municpio de Rondon e Cruzeiro do Oeste, sendo elevado categoria de municpio. No ano de 1961, pela lei estadual n. 4338, de 25/01/61, o distrito de Guaporema foi desmembrado do municpio de Rondon e elevado categoria de municpio. Pela lei estadual n. 4785, de 29/11/1963, criado o distrito de Indianpolis e anexado ao municpio de Rondon. Em diviso territorial datada de 31/12/1963, o municpio constitudo de 2 distritos: Rondon e Indianpolis. Pela lei estadual n. 5496, de 02/02/1967, o distrito de Indianpolis foi desmembrado de Rondon e elevado ____________________________________________________________________________________ RONDON PR Ano 2008 30

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categoria de municpio. Em diviso territorial datada de 01/01/1979, o municpio constitudo do distrito sede, permanecendo em diviso territorial datada de 14/05/2001.

1.3.

ANLISE HISTRICA E GEOGRFICA DO ESTADO DO

PARAN O Estado do Paran uma organizao espacial ocorrida numa relao de tempo. Didaticamente, regio uma unidade bsica de organizao social, econmica e espacial ocorrida em certo espao de tempo. Portanto, o Paran uma regio, pois apresenta e conserva estas caractersticas. O territrio paranaense tem uma rea absoluta de 199.323 km, representando 2,34% do territrio nacional. Conforme suas posies astronmicas, o Estado se encontra na coordenada 22 30 58 ao norte e na coordenada 26 43 00 a sul, ambas coordenadas localizadas ao sul da Linha Imaginria do Equador. Tendo como referncia o meridiano de Greenwich, o Paran se encontra na coordenada 48 05 37 a leste e na coordenada 54 37 08 a oeste. Os limites institucionais so: o Estado do So Paulo a norte/nordeste; a noroeste apresenta-se o Estado do Mato Grosso do Sul; a sul/sudeste apresenta-se o Estado de Santa Catarina. O Estado do Paran tambm faz divisas com a Repblica del Paraguay a Oeste e a Repblica Argentina a sudoeste. A fronteira martima do Estado o Oceano Atlntico numa fronteira de 98 quilmetros. As cidades principais do Estado do Paran so a sua capital Curitiba mais Londrina, Maring, Ponta Grossa, Cascavel, Foz do Iguau, Guarapuava, So Jos dos Pinhais e Paranagu. A economia est pautada na agropecuria e industrializao. O Estado reconhecido pela potencialidade agrcola, principalmente dos gros e da miscigenao tnica. O Paran dividido geograficamente em 10 mesorregies e 39 microrregies. Mais informaes sobre o Paran ser introduzida no texto, principalmente sobre as matrizes produtivas. O territrio de Rondon localiza-se na Mesorregio Noroeste Paranaense e est agrupado na Microrregio de Cianorte, com ocupao e colonizao recente, se comparada aos primeiros ncleos e povoados. Com relao dialtica no territrio, a ocupao atravs do tempo se d pelos acontecimentos que se seguem. A pr-histria paranaense ainda um vasto campo a ser estudado pela Arqueologia. As pesquisas realizadas por Igor Chmyz (CARDOSO,____________________________________________________________________________________ RONDON PR Ano 2008 31

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1986) encontraram vestgios da ocupao mais antiga no Paran, datadas at 7500 a.C., denominada por ele como Fase Vinitu 1, a qual se concentrou na margem esquerda do Rio Paran, no trecho entre os rios Piquiri e Iguau. A Tradio Humait 2 foi encontrada em vrios stios, datados entre 5000 e 2500 a.C., localizados sobre a mesma regio da Fase Vinitu, e em outros stios em Porto Rico, ao longo do Mdio Iva e Alto Iva, prximo foz do Rio Corumbata e tambm na foz do Rio Pirap e do Rio Itarar com o Rio Paranapanema. Deste mesmo perodo so datados vrios stios da Fase Bituruna, encontrados ao longo do Mdio Iguau e em Guaratuba, alm de vrios sambaquis, na Baa de Paranagu. De 2500 a.C. at o ano 0, restam vestgios reduzidos da Tradio Humait apenas na foz do Rio Itarar, no Mdio Iva e no Rio Paran, prximo foz do Iguau. Entretanto, a Tradio Umbu floresce ao longo do Mdio Iguau, espalhando-se rio acima, at chegar Serra do Mar. Vrios sambaquis atestam a presena litornea destes povos durante este perodo. A Tradio Itarar substitui a Tradio Humait, porm, ocupando menor rea, principalmente ao longo do Mdio Iguau at 1000 d.C. Apenas um sambaqui deste perodo de 0 a 500 d.C. encontrado na Ilha dos Ratos, no litoral paranaense. A Tradio Tupi-Guarani surge nos mesmos locais ocupados, 3500 anos antes, pela Tradio Humait, mesclados com a Tradio Casa de Pedra e Itarar em poucos locais. A histria do Paran tem sido desde a chegada dos portugueses e espanhis, at o sculo XX, a histria da formao de uma unidade social sobre um territrio, cujo resultado se deve a trs grandes movimentos colonizadores, dividindo o estado no que se chamou de Paran Tradicional e Paran Moderno (CARDOSO, 1986). A partir da chegada dos portugueses e espanhis, inicia-se o primeiro movimento colonizador em meio disputa pela posse da terra entre Portugal e Espanha. O Tratado de Tordesilhas dispunha que as terras situadas at 370 lguas da mais ocidental das ilhas de Cabo Verde pertenceriam a Portugal, e as terras situadas alm de 370 lguas pertenceriam Espanha. Segundo a interpretao portuguesa, era legtima sua ocupao e conquista at a altura de Laguna, em Santa Catarina. Para os espanhis, todavia, o meridiano de Tordesilhas perdia-se no mar, na altura da barra de Paranagu. Assim, para eles era inexistente qualquer pretenso portuguesa, quer no Ocidente, como ao Sul de Paranagu.

1

Fase, segundo a terminologia de Chmyz, significa qualquer complexo cermico, ltico, padres de habitao, etc. relacionados no tempo e no espao, num ou mais stios. 2 Grupo de elementos ou tcnicas acumuladas durante vrias fases. ____________________________________________________________________________________ RONDON PR Ano 2008 32

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O portugus Aleixo Garcia, participando da expedio de Juan de Solis, em 1516, veio ter ao litoral catarinense. Em busca das faladas e prodigiosas riquezas que se diziam existir em imprio governado por um rei branco no interior do Continente, partiu Aleixo Garcia da ilha de Santa Catarina, varando terras e rios do territrio paranaense, descobrindo o Paraguai. Ele prprio jamais regressaria, havendo sido dizimado, com toda a sua expedio, por ndios bravios de regies paraguaias. Martim Afonso, ante as notcias de riquezas no Ocidente, envia tambm, por terra, rumo ao Paran, a expedio de Francisco Chaves e de Pero Lobo, a qual jamais regressaria, destroada que foi por tribos indgenas, em territrio paranaense. O rei Dom Joo III, atendendo a conselhos e compreendendo o perigo de ataques estrangeiros, adota no Brasil o sistema de Capitanias Hereditrias. Em 1536, duas foram criadas no litoral paranaense: a de So Vicente, na regio entre a barra de Paranagu e Bertioga, doada a Martim Afonso, e a de SantAna, desde a barra de Paranagu, descendo pelo litoral Sul, at onde fosse legtima, pelo Tratado de Tordesilhas, a conquista e ocupao portuguesa, doada a Pero Lopes de Souza. O alemo Hans Staden, naufragando na barra do Superagui, em 1549, publica no ano de 1557 a primeira notcia sobre a baa de Paranagu, bem como seu primeiro mapa. Considerada legtima a posse espanhola, no Ocidente, Dom lvaro Nues Cabeza de Vaca, em 1541, a partir da ilha de Santa Catarina, seguiu por terra, trilhando os passos de Aleixo Garcia, embrenhando-se na mata da orla atlntica, e vindo repontar nos Campos Gerais, de onde continuou pelos caminhos do Peabir, varando por duas vezes o Iguau, at o Rio Paran, atingindo seu objetivo, Assuno, atravs das terras do Paran. Os espanhis procuraram se estabelecer nas regies ocidentais do Paran, a fim de defender e efetivar sua posse, resguardando riquezas e ndios, alm de legitimar seus direitos segundo o Tratado de Tordesilhas. Desse modo, em 1554, sob o governo de Martinez Irala, Diego de Vergara fundou a povoao de Ontiveiros, margem oriental do rio Paran, pouco acima da foz do rio Iguau. Em virtude da sua precariedade, a nova povoao seria, em 1557, transferida por Ruy Dias Melgarejo para a foz do rio Piquiri sob o nome de Ciudad Real del Guair. Foi ainda Melgarejo que, em 1576 fundou, na confluncia do rio Corumbata com o rio Iva, a Villa Rica del Espiritu Santo, situada hoje no municpio de Fnix. O objetivo dessas povoaes era segurar os caminhos do Peabir ante uma avanada dos portugueses, rumo ao Ocidente.____________________________________________________________________________________ RONDON PR Ano 2008 33

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Muitos outros viajantes palmilharam os caminhos do Paran nessa conjuntura, sendo o mais conhecido o alemo Ulrich Schmidel, que deixou importante relato da viagem que realizou, em 1553, desde o Paraguai at o litoral paulista. Os moradores de So Vicente e Canania intensificaram sua presena na baa de Paranagu, procurando manter comrcio com os ndios do litoral. H referncias que alguns se estabeleceram na ilha de Cotinga, por volta de 1560-80. Nas ltimas dcadas do sculo, os paulistas abrem ofensiva contra os indgenas. Assim, devem ser registradas as entradas de Jernimo Leito em 1585, Jorge Correia em 1594, Manoel Soeiro em 1595 e Joo Pereira de Souza em 1596, no territrio paranaense. Os ndios guairenhos reagiram ao sistema de encomiendas adotado pelos espanhis na regio do Guair e, de modo geral, contra o seu domnio. Hernando Arias Saavedra, adelantado de Assuno, teria sido batido pelos indgenas. Ante as dificuldades de submisso dos ndios, Saavedra recomendou ao rei que a sua pacificao e converso fosse confiada aos jesutas espanhis. A sugesto foi aceita, criando-se, por Carta Rgia de 1608, a Provncia del Guair, abrangendo justamente as terras do Ocidente do rio Paran. Ali seriam estabelecidas as Redues Jesuticas do Guair, chegando, a Leste, at o rio Tibagi, ao Norte, ao rio Paranapanema, ao Sul, ao rio Iguau e, a Oeste, ao rio Paran. Redues, segundo o padre Antnio Ruiz de Montoya, eram povoadas de ndios que, vivendo a sua antiga usana, haviam sido reduzidos pela diligncia dos padres a povoaes grandes e vida poltica e humana. A terra era de uso comunal. As lavouras - mandioca e milho - eram coletivas. A criao de gado efetivada sob o regime comunitrio. Aos homens, em geral, cabiam os trabalhos mais pesados, da agricultura, da caa e da pesca, alm dos ofcios especializados, como carpinteiros, pedreiros e outros. As mulheres ocupavam-se das artes, tecendo ou fiando panos e fios de algodo. Em geral, as atividades econmicas das Redues estiveram ligadas coleta e produo da erva-mate, exportada para a regio do Prata. Foram estabelecidas as Redues de Nossa Senhora de Loreto, Santo Igncio Mini, So Francisco Xavier, Nossa Senhora da Encarnao, So Jos, Sete Arcanjos de Taioba, So Paulo de Inia, Santo Antnio, So Miguel, Jesus Maria, So Tom, So Pedro e Nossa Senhora da Conceio. Os jesutas tiveram pouco tempo para viver a experincia do Guair, ameaados pela oposio dos espanhis e pela guerra movida pelos paulistas. Estes____________________________________________________________________________________ RONDON PR Ano 2008 34

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preferiam buscar suas presas nas Redues, pois que os ndios ali reunidos, alm do grande nmero, estavam praticamente incorporados civilizao e habituados aos trabalhos agrcolas da mandioca e do milho. A bandeira que arrasou a empresa jesutica do Guair foi a de Antnio Raposo Tavares e Manoel Preto, organizada em So Paulo com 69 paulistas, 900 mamelucos e 3.000 ndios, no final de 1628. Depois dos primeiros choques desde Encarnao, em janeiro de 1629, os paulistas atacaram Santo Antnio, cujo diretor, Padre Mola, recusara-se a entregar o ndio Tataurana que ali se refugiara. Depois de continuados ataques, em maro de 1629 estava destruda a obra dos jesutas no Guair. As povoaes espanholas do Ocidente do rio Paran tambm foram atacadas, de modo que tanto Ciudad Real como Villa Rica foram abandonadas em 1632. Os bandeirantes contiveram assim a expanso espanhola rumo ao Atlntico, afirmando para o domnio portugus as terras at a margem esquerda do rio Paran. Todavia, com os ataques bandeirantes, a destruio das Redues e o abandono das vilas e cidades espanholas, o Ocidente do rio Paran ficou em abandono por mais de um sculo. Em 1750, Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Madri, com base no princpio do uti-possidetis. Assim, por esse Tratado, poderiam ser legitimadas as conquistas territoriais portuguesas, alm do meridiano de Tordesilhas. O Paran, a no ser em estreita faixa litornea era pertencente Espanha; porm, devido aos bandeirantes e, depois, pertincia dos Capites-generais e seus comandados, que realizaram as expedies militares de conquista, seria, em funo do tratado de Madri, todo ele incorporado Coroa portuguesa. Dentre as vrias expedies militares de conquista, ocorridas entre 1768 e 1774, a mando do Capito-general Dom Luiz Antnio, organizadas por Afonso Botelho e que exploraram, sobretudo os rios Tibagi, Iva, Piquir e Iguau, chegando at o Rio Paran, as mais longas, que mais adentraram pelo serto paranaense so destacadas a seguir. A expedio de Francisco Lopes da Silva e Estevam R. Baio que, em 1769, saindo do porto So Bento, no Tibagi, seguiu pela mata descobrindo o Rio Iva, e por ele desceu at as Sete Quedas no rio Paran. Na volta, a expedio desceu pelo rio Paran at o rio Iguau (Prancha 01). Francisco Nunes Pereira, tambm em 1769, seguindo o mesmo caminho de Francisco Lopes da Silva pelo Rio Iva, onde encontrou as runas da Villa Rica del

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Espiritu Santu, desceu o rio Paran, explorou as correntezas do Rio Piquir, subiu novamente o Rio Paran alcanando a foz do Rio Tiet, por onde seguiu at So Paulo. Tambm a expedio de Antnio Silveira Peixoto que, no mesmo ano, partindo de Caiacanga, prximo a Lapa, desceu o Rio Iguau e chegou s misses espanholas, onde foram presos e remetidos a Buenos Aires. O segundo movimento colonizador comea em 1829, com a vinda das primeiras famlias de imigrantes alemes que se estabeleceram na Lapa e em Rio Negro. Por volta de 1847, chegam novos colonos europeus, agora franceses, suos, ingleses, italianos, alemes e outros, fundam vrias colnias como a Colnia Thereza, e outras em Assungui e Superagui no litoral. O Paran passa de comarca de So Paulo, Provncia do Paran, emancipandose pela Lei 704 de 20 de agosto de 1853, em troca da resistncia Revoluo Farroupilha. De 1860 a 1880 se estabelecem 27 colnias nos arredores de Curitiba, Paranagu, Morretes, Araucria, So Jos dos Pinhais, Antonina, Lapa, Campo Largo, Palmeira e Ponta Grossa. Uma nova frente colonizadora comea em 1860, quando fazendeiros paulistas e mineiros iniciam a formao de fazendas de caf no Norte do Paran, utilizando mode-obra nacional, e fundam a Colnia Mineira em 1862, e Tomazina em 1865. Simultaneamente, no Sudeste do Paran, se abrem mais 34 colnias, com imigrantes italianos, poloneses e ucranianos. Inicia-se a entrada dos srios e libaneses. Ao cair do imprio, em 1889, o governo imperial concedeu Estrada de Ferro So Paulo Rio Grande, subsidiria da Brazilian Railways Company, uma imensa rea de terras devolutas, no Sudoeste, Oeste e Norte do Paran, assim como as terras compreendidas em at nove quilmetros para cada lado da ferrovia, por onde passasse. Na Primeira Repblica novas concesses, agora de apenas 50.000 ha, foram realizadas pelo governo paranaense, para o assentamento de colnias de imigrantes nacionais e estrangeiros. um perodo difcil devido ao agravamento das questes limtrofes com So Paulo, com a Provncia de Santa Catarina, com a Argentina e Paraguai. A questo de limites entre Santa Catarina e Paran foi definida somente pelo acordo de 1916, aps as guerrilhas do Contestado. Em 1927, o governo realiza vrias concesses de terra, mediante venda a preos baixos, em favor da Companhia de Terras Norte do Paran, hoje Companhia Melhoramentos Norte do Paran. Os povoadores recm chegados eram, sobretudo, paulistas, mineiros e nordestinos. Colonos estrangeiros, de vrias procedncias e____________________________________________________________________________________ RONDON PR Ano 2008 36

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origens, tambm a se estabeleceram, espontaneamente ou dirigidos pelas companhias colonizadoras, como o caso de Assa e Ura, fundadas pela Bratac - Brazil Tokushoku Kaisha, e pela Nambei Tochi Kabushiri Kaisha, com imigrantes japoneses e seus descendentes. Enquanto isso, o Sudoeste e o Sul do estado eram explorados pelas companhias concessionrias, que extraam a erva-mate e a madeira de modo depredatrio, deixando atrs de si apenas caboclos miserveis espalhados pelo mato arrasado. neste contexto que teve incio, em grande escala, a entrada da corrente povoadora vinda de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, constituda principalmente de agricultores de origem alem e italiana. Entraram por Pato Branco, infletindo depois pelos vales dos rios Chopim, Piquiri e Paran, ocupando principalmente o Sudoeste do Paran. O Governo prossegue com sua poltica de colonizao de terras devolutas e de antigas concesses retornadas ao seu patrimnio, no Oeste paranaense, fundando margem esquerda do Rio Piquiri, as colnias Piquiri, Cant, Goio-Bang e Goio-Er e, margem direita do Iva, as colnias de Manuel Ribas, Muquilo e Mouro. A Companhia Marip - Industrial Madeireira e Colonizadora Rio Paran S. A., com capitais rio-grandenses, adquirindo terras de companhias concessionrias, realiza a marcao e distribuio de terras na regio, fundando cidades e organizando as propriedades em lotes urbanos, chcaras de 1 alqueire e colnias de 10 alqueires, em mdia. Em pouco tempo, quase todas as colnias j estavam vendidas. Nesse perodo, a colonizao oficial estabelecera ao Norte do Estado as colnias de Iara, Jaguapit, Centenrio, Interventor e Pagu, e mais a Noroeste, a colnia de Paranava. No sem conflitos de proprietrios contra posseiros, intrusos e grileiros, at o final da dcada de 1960, estava finalizada a ocupao territorial do Estado do Paran.

1.3.1. COMENTRIOS SOBRE A OCUPAO DA REGIO NORTE DO PARAN 3 As regies Norte, Oeste e Sudoeste foram as ltimas reas do estado do Paran a serem integralmente ocupadas e colonizadas. Sobre o norte paranaense, verificou-se 03 (trs) fases de colonizao denominadas Norte Pioneiro, Norte Novo ou Central e

3

Texto resumido do Plano Diretor do Municpio de Cianorte de 1994. ____________________________________________________________________________________ RONDON PR Ano 2008 37

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Norte Novssimo ou Noroeste Paranaense, onde se destacou a inovao da colonizao e o uso e ocupao do solo agrcola.FIGURA 1: DIVISO REGIONAL DO NORTE DO PARAN

Fonte: IPARDES

O primeiro movimento de colonizao da regio norte do Paran conhecida como Norte Pioneiro e foi o resultado do fluxo inicial de fazendeiros de Minas Gerais e So Paulo que cruzaram o Rio Itarar procura de terras frteis para a cafeicultura, por causa do declnio desta cultura em seus respectivos Estados. A ocupao inicial se realizou em colnias e fazendas, reas hoje compreendidas pelos municpios de Jacarezinho, Tomazina, Siqueira Campos e Joaquim Tvora. Este movimento atravessou as margens do Rio das Cinzas procurando novas fronteiras agrcolas mais amplas e produtivas, estabelecendo-se margem ocidental do Rio Tibagi, onde, confrontados com as dificuldades de escoamento da produo. O Poder Pblico Estadual se associou com empresas colonizadoras privadas nacionais e estrangeiras - que a atuavam para fundar a Companhia Ferroviria So Paulo-Paran, com o objetivo de construir 29 km de trilhos entre Cambar e Ourinhos (SP) - j ligada a So Paulo e ao Porto de Santos pela Estrada de Ferro Sorocabana - objetivo que foi alcanado em 1925. A partir de ento, inicia-se o processo de colonizao do Norte Central por meio de concesses de terras devolutas s empresas de capital estrangeiro, com o objetivo de ocupar e expandir as fronteiras agrcolas e expandir as ligaes ferrovirias para o interior do estado. A principal empresa colonizadora, responsvel pela montagem da rede urbana do Norte Central do Paran foi a inglesa Companhia de Terras Norte do Paran (CTNP) e sua sucessora, Companhia Melhoramentos Norte do Paran (CMNP).

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Sobre uma rea de 544.017 alqueires paulistas, a empresa implantou um projeto de colonizao com as seguintes diretrizes: - ao longo do divisor de guas principal da regio seria estendido um grande eixo rodo-ferrovirio, do qual se ramificaria uma extensa rede de rodovias secundrias, tambm sobre os espiges; - a rea rural seria subdividida em stios com rea mdia de 12 alqueires, tendo frente para a estrada de acesso e fundos para um curso dgua; - na parte alta dos lotes seria desenvolvido o cultivo do caf e na parte baixa estariam localizadas a residncia, horta e criao de animais para consumo da famlia, sendo a gua obtida de poos ou do prprio rio; - sobre o eixo rodo-ferrovirio principal seriam fundados quatro grandes centros urbanos, distanciados de 100 km, em mdia, e destinados ao provimento de bens e servios para a regio, sendo contados, de leste para oeste: Londrina, Maring, Cianorte e Umuarama; - sobre o eixo principal e os secundrios, seriam criados ncleos urbanos menores, distanciados de 10 a 15 km, para o abastecimento da populao rural vizinha e para o desembarao da produo cafeeira. O Norte do Paran apresentava as condies ideais para satisfazer essa procura, basicamente em funo dos seguintes fatores: - grande fertilidade dos solos inexplorados de terra roxa; - disponibilidade de terra a preos atraentes nas vastas glebas da CMNP que, por serem devidamente legitimadas, ofereciam segurana aos compradores; - infra-estrutura viria adequada para acesso ao territrio e escoamento da produo; - existncia de uma ampla rede de assentamentos urbanos para atendimento s necessidades da populao e aos requisitos da principal atividade produtiva. Esses fatores, atuando do lado da oferta, sob a presso de uma demanda consistente pelo caf no mercado internacional, determinaram uma veloz apropriao territorial na Regio, com o extraordinrio crescimento da populao rural, que perdurou at o final dos anos de 1960. A alta densidade demogrfica, fruto do mdulo fundirio adotado e da intensiva ocupao de mo-de-obra pela cultura cafeeira, combinada com a grande fertilidade do solo e a elevada renda gerada pelo caf, criou um vasto mercado para o setor tercirio, ensejando o crescimento ainda mais rpido da populao urbana, possibilitaram a slida estruturao de uma densa rede de cidades na Regio. Foi nessa____________________________________________________________________________________ RONDON PR Ano 2008 39

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conjuntura de acelerada apropriao do espao produtivo e excepcional crescimento demogrfico que se completou a implantao do projeto de colonizao que a CMNP levou a cabo no Norte do Paran, e que resultou na venda de 41.741 propriedades rurais, alm de 70.000 lotes urbanos, distribudos pelas 62 vilas e cidades que fundou na regio norte (Prancha 02). Seguindo o modelo adotado pela companhia inglesa, o estado do Paran, durante o primeiro governo de Moyses Lupion (1947-1951), elabora o Plano de Colonizao que inclui glebas na regio de Paranava e Campo Mouro, o que resultaria na ultima fase de ocupao do norte paranaense. A regio noroeste do estado recebeu um plano de demarcao das propriedades agrcolas e a localizao dos ncleos urbanos a serem implantados.FIGURA 2: PLANO DE COLONIZAO DO PARAN 1947

Fonte: IPARDES

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PRANCHA 1: HISTRICO DA OCUPAO DO PARAN I

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PRANCHA 2: HISTRICO DA OCUPAO DO PARAN II

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1.3.2. RETRATO DA MESORREGIO NOROESTE PARANAENSE O IBGE promove a diviso regional nos Estados Brasileiros, dividindo o territrio em reas diferenciadas, fazendo com que a regio tenha uma caracterstica uniforme procedente da natureza, de acontecimentos histricos, econmicos e polticos. De acordo com a doutrina especializada so caractersticas do processo de regionalizao: - diferenciao de reas (regio como paisagem geogrfica); - classificao lgica-formal neopositiva; - instrumento de ao (planejamento). O Brasil possui 137 mesorregies, sendo 10 localizadas em territrio paranaense. As mesorregies paranaenses so: Norte Pioneiro, Norte Central, Noroeste, Centro-Ocidental, Oeste, Sudoeste, Centro-Sul, Sudeste, Centro-Oriental, Metropolitana de Curitiba. A mesorregio Noroeste, objeto de estudo, possui uma rea constituda de 2.481.601, 5 ha, equivalente a 12,4% do territrio estadual. Suas fronteiras so ao norte com o Estado de So Paulo, tendo como divisa o rio Paranapanema; a oeste com o Estado do Mato Grosso do Sul, tendo como divisa o rio Paran ao sul com a mesorregio Oeste, tendo como divisa o rio Piquir; a sudeste com a mesorregio Centro-Ocidental e a leste com a mesorregio Norte Central, tendo como divisas critrios poltico-administrativos (Prancha 03). A mesorregio constituda por 61 municpios, o qual est includo o municpio de Rondon, se destacando as 03 maiores cidades: Umuarama, Paranava e Cianorte. A mesorregio agrupada em 03 microrregies sediadas nos municpios citados acima. O Caderno Leituras Regionais do Instituto Paranaense de

Desenvolvimento Econmico e Social - IPARDES conceitua de forma sucinta todo ocupao e expanso fronteiria (Prancha 04):

A mesorregio Noroeste integra a vasta regio Norte do Paran cuja histria de ocupao em larga escala, deflagrada essencialmente a partir de 1940, confunde-se com a da expanso acelerada e extensiva da fronteira agrcola estadual, capitaneada pela atividade cafeeira paulista. A expanso fronteiria paranaense alastrou-se rapidamente por sobre reas de terras da mais alta fertilidade, praticamente desabitadas, que passaram a constituir uma excelente vlvula de escape para inverses lucrativas de amplas parcelas do capital acumulado no ncleo mais dinmico do capitalismo nacional, localizado na regio____________________________________________________________________________________ RONDON PR Ano 2008 43

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sudeste do pas, centrado em So Paulo (Leituras Regionais IPARDES, 2004, p. 21). A tabela a seguir traz a relao de cidades localizadas na mesorregio noroeste:TABELA 1: RELAO DE MUNICPIOS INTEGRANTES DA MESORREGIO NOROESTE MUNICPIO Alto Paran Alto Piquiri Altnia Amadora Brasilndia do Sul Cafezal do Sul Cianorte Cidade Gacha Cruzeiro do Oeste Cruzeiro do Sul Diamante do Norte Douradina Esperana Nova Francisco Alves Guaira Guaporema Icarama Inaj Indianpolis Ipor Itana do Sul Ivat Japur Jardim Olinda Jussara Loanda Maria Helena Marilena Mariluz Mirador Nova Aliana do Iva Nova Londrina Nova Olmpia Paraso do Norte Paranacity Paranapoema Paranava Peroba Prola Planaltina do Paran Porto Rico Querncia do Norte Rondon Santa Cruz de Monte Castelo Santa Isabel do Iva Santa Mnica ____________________________________________________________________________________ RONDON PR Ano 2008 44

PDM Plano Diretor Municipal Santo Antnio do Caiu So Carlos do Iva So Joo do Caiu So Jorge do Patrocnio So Manoel do Paran So Pedro do Paran So Tom Tamboara Tapejara Tapira Terra Rica Tuneiras do Oeste Umuarama Vila Alta XambrFonte: IPARDES

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PRANCHA 3: MESORREGIES DO ESTADO DO PARAN

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PRANCHA 4: MICRORREGIES AGRUPADAS NA MESORREGIO NOROESTE DO PARAN

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1.3.3. EVOLUO

DEMOGRFICA

DO

ESTADO

COMPARADA

EVOLUO DEMOGRFICA DA MESORREGIO NOROESTE Entre o incio dos anos 1910 e 1960, o crescimento demogrfico no Paran refletiu o processo de colonizao de vastas regies at ento inexploradas de seu territrio, traduzido num extraordinrio aumento da populao rural, fruto das levas de migrantes que aqui chegavam para engajar-se nas frentes agrcolas que cruzavam o Estado, e no enorme crescimento da populao urbana em centenas de cidades e vilas que iam sendo criadas com o movimento de apropriao territorial. Este sistema agrrio brasileiro foi conhecido nacionalmente como Complexo Rural e no caso paranaense, denominado Complexo Cafeeiro. Moro & Endlich (2003) explicam que o Complexo Rural era regulado pelo mercado externo e a adequao da produo demanda do mercado contava com profunda interveno estatal. Na dcada de 1970, completada a colonizao do Estado, ocorreram profundas alteraes na estrutura produtiva da regio norte do Paran. As transformaes agrcolas (racionalizao da cafeicultura, assentada na erradicao dos cafeeiros antieconmicos e diversificao de culturas) e o xodo rural (fenmeno da urbanizao) fazem parte do conjunto de transformaes verificadas em mbito regional. Moro & Endlich (2003) contribuem com o tema citando as seguintes dinmicas na transformao do espao regional que est inserido a mesorregio Noroeste: - modernizao agrcola, substituio de culturas e diversificao agropecuria; - concentrao fundiria; - distribuio da populao para as cidades; - inovaes na articulao cidade/campo; - a constituio do meio tcnico-cientfico informacional.TABELA 2: EVOLUO DA POPULAO TOTAL, URBANA NO ESTADO ENTRE 1960 E 2000 Censo 1960 1970 Variao 1980 Variao 1991 Variao 2000 Variao Populao Total Habitantes % 4.268.239 100,0 6.929.868 100,0 2.661.629 62,4 7.629.392 100,0 699.524 10,1 8.448.713 100,0 819.321 10,7 9.563.458 100,0 1.114.745 13,2 Populao Urbana Habitantes % 1.305.927 30,6 2.504.378 36,1 1.198.451 91,8 4.472.561 58,6 1.968,183 78,6 6.197.953 73,4 1.725.392 38,6 7.786.084 81,4 1.588.131 25,6 Populao Rural Habitantes % 2.962.312 69,4 4.425.490 63,9 1.463.178 49,4 3.156.831 41,4 -1.268.659 -28,7 2.250.760 26,6 -906.071 -28,7 1.777.374 18,6 -473.386 -21,0

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica - IBGE.

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TABELA 3: EVOLUO POPULACIONAL DO NOROESTE PARANAENSE ENTRE AS DCADAS DE 1970 E 2000 1970 962.798 1980 746.472 1991 695.509 2000 641.048

Fonte: IBGE

TABELA 4: POPULAO DA MESORREGIO NOROESTE E ESTADO DO PARAN NOROESTE PARAN 1991 695.509 8.448.713Fonte: IBGE

2000 641.048 9.563.458

TABELA 5: COMPARATIVO ENTRE AS MICRORREGIES NO NOROESTE DO PARAN POR POPULAO TOTAL ENTRE 1980 E 2000 Municpio Microrregio Maring Total da Microrregio de Maring Campo Mouro Total da Microrregio de C. Mouro Umuarama Total da Microrregio de Umuarama Paranava Total da Microrregio de Paranava TOTAL MESORREGIO NOROESTE 1980 Pop. 168.239 405.408 75.427 425.050 100.545 469.551 65.290 243.380 712.931 1991 Pop. 240.292 511.353 82.318 395.576 100.249 390.608 71.052 230.800 621.408 Var (%) 42,8 26,1 9,1 -6,9 -0,3 -16,8 8,8 -5,2 -12,8 2000 Pop. Var. (%) 288.653 20,1 658.265 28,7 80.476 -2,2 346.648 -12,4 90.690 -9,5 383.203 -1,9 75.750 6,6 257.881 11,7 641.084 3,2

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica - IBGE.

Analisando especificamente a Mesorregio Noroeste Paranaense, entre os anos de 1970 e 1980 verificaram-se as mais altas taxas de decrscimo populacional ocorrido em comparao as demais mesorregies do estado. A taxa mdia geomtrica de crescimento anual para as ltimas trs dcadas foi de -2,51% para a dcada de 1970; 1,17% para a dcada de 1980; e -0,25% para a dcada de 1990, o que significou uma perda de 321.916 habitantes entre 1970 e 2000. Essa retrao populacional foi, portanto, o resultado do processo de modernizao agrcola aliado degradao do solo agricultvel. A Mesorregio Noroeste paranaense formada essencialmente por solos do tipo arenito Caiu, de caracterstica bastante erodvel, e frente ao desmatamento predatrio sofrido em prol da expanso da fronteira agrcola, passou a demonstrar sinais de esgotamento para o uso agrcola. Nesse contexto, a regio no conseguiu incorporar os vetores da modernizao tecnolgica que transformou de forma acelerada a agricultura das reas mais dinmicas do estado. A substituio dos cafezais deu lugar a reas extensivas de pastagens, desarticulando a estrutura fundiria baseada em pequenos____________________________________________________________________________________ RONDON PR Ano 2008 49

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estabelecimentos. Tal fato culminou com a expulso dos moradores da rea rural assim como dos ncleos urbanos, j que esses tinham suas bases econmicas calcadas na agricultura. Mesmo sendo observada uma tmida recuperao em municpios prximos a Paranava, o esvaziamento populacional se manteve na ltima dcada. Mais da metade dos municpios da mesorregio (62%) teve taxas de crescimento negativas, nem suplantando o prprio crescimento vegetativo. Outra importante caracterstica regional diz respeito ao processo de urbanizao. Este se fez acompanhar de uma forte concentrao da populao em alguns centros especficos. Aps 1970, somente Paranava e Umuarama superaram os 50.000 habitantes, e juntas somam 31% da populao da Mesorregio Noroeste. Os demais municpios se configuram com baixos nmeros de populao morando nas cidades. Em 2000, segundo dados do IBGE, dos 61 municpios, 58 municpios tinham menos de 20.000 moradores urbanos, chegando ao extremo de cidades como Esperana Nova que computou 753 habitantes em sua sede urbana. De modo geral, a mesorregio possui trs centros urbanos de mdio grau de centralidade distribudos ao longo do territrio Paranava, Umuarama e Cianorte que, porm, no geraram ao longo das dcadas grandes atrativos populacionais. Ao contrrio, nas ltimas duas dcadas, foi expressivo o fluxo populacional em direo ao Norte Central, onde esto situados os aglomerados urbanos de Maring e Londrina. A mesorregio se apresenta homognea, uma vez que no possuem um plo regional de expressividade dentro da rede urbana do Estado, gerador de desigualdades sociais e econmicas prprias da periferia de aglomeraes urbanas e grandes centros. Contraditoriamente, a prpria mesorregio noroeste do Paran a periferia regional da aglomerao urbana de Maring, que compartilha com Londrina um importante subsistema urbano paranaense, oferecendo uma gama de funes de alta complexidade, provocando um grau de dependncia da mesorregio em questo em relao aos servios sociais e econmicos prestados por essas aglomeraes.

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2.

CARACTERSTICAS DO MEIO FSICOA ao destruidora por parte do Homem universal e milenar e se agravou no

sculo XX em razo do desmedido crescimento das populaes e os avanos tecnolgico e cientfico. A dominao das guas, da terra, do espao areo por parte das naes civilizadas provocou a devastao das florestas, exaurimento do solo, da fauna e poluio da gua. Diante dessa realidade e o crescimento de uma conscincia ecolgica, os Estados Modernos se viram obrigados a preservar e tutelar o meio ambiente. MEIRELLES (2001) alega que esta preservao vital para assegurar a sobrevivncia das geraes futuras em condies satisfatrias de alimentao, sade e bem-estar social. Desde as conferncias das Naes Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Encontro de Estocolmo 1972 e ECO Rio 1992), os pases vm criando mecanismos e polticas prprias de sustentabilidade para o futuro do meio ambiente no Planeta Terra. A criao do Direito Ambiental, de rgo de administrao pblica e de instrumentos como a Agenda 21 Global e Agenda 21 Local, determinam que as polticas pblicas de desenvolvimento econmico e social se processem de forma sustentvel, durvel, permitindo a sobrevivncia tanto da espcie humana, como das demais espcies que habitam a terra, garantindo um futuro melhor para as prximas geraes. No Brasil o meio ambiente tornou-se pauta constitucional a partir da Constituio Federal (CF) de 1988, considerando bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes (artigo 225 CF). Aos Municpios compete proteger o meio ambiente e combater a poluio em qualquer das suas formas (CF, artigo 23 VI) e suplementar a legislao federal e estadual ambiental no que couber, conforme suas peculiaridades". A Lei Orgnica Municipal de Rondon, em seu artigo 213 contempla sobre o assunto. Diz o artigo que todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Municpio e comunidade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes. O aperfeioamento constante do Ministrio do Meio Ambiente, rgo planejador e supervisor da Poltica Nacional do Meio Ambiente, a execuo desta poltica pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais IBAMA e a____________________________________________________________________________________ RONDON PR Ano 2008 51

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manuteno do Conselho Municipal do Meio Ambiente CONAMA tem o objetivo de cumprir o mandamento constitucional. O processo de urbanizao acelerado nas ltimas dcadas no Brasil provocou alteraes nas caractersticas do meio ambiente urbano. Este fato comprovado pelas palavras de MOTA, 1999 as condies climticas de uma regio, o seu relevo, tipos e formaes de solos, os recursos hdricos, a cobertura vegetal, os ecossistemas, entre outras, so caractersticas de um ambiente que esto relacionadas com a urbanizao, influindo no processo ou sendo modificadas por ele. Mota (1999) ainda conclui que o meio urbano formado pelo sistema natural (solo, vegetao, animais, gua, etc.) e o sistema antrpico constitudo pelo homem e suas atividades, os quais esto intimamente inter-relacionados. A criao do Ministrio das Cidades, a retomada dos Planos Diretores Municipais e a aprovao da Lei Estadual 15.229/2006 contribui para a criao de indicadores com o intuito de padronizar as aes a nvel municipal e local, e despertar a conscincia para o quesito problemtica urbana x meio ambiente. Os bens naturais que esta ATI identificar so: - unidades de conservao institudas e a instituir; - as reas frgeis alagadas e alagveis; - as encostas de morros e elevaes com declividade superior a 30%; - as reas de preservao permanente APP; - as reas de amortecimento no entorno das unidades de conservao; - os morros, mangues e ilhas; - corpos d gua e suas matas ciliares. Para reconhecer as caractersticas fsicas da paisagem rondonense, se busca entender as hipteses de evoluo climtica, as caractersticas geomorfolgicas, litlicas, pedolgicas existentes, entre outros, capazes de testemunhar o processo evolutivo, apesar da flora, atravs do tempo, bem como o impacto antrpico sofrido pela ocupao e uso da terra. Todos os indicadores ambientais de Rondon esto embasados no Zoneamento Ecolgico Econmico ZEE do Estado do Paran, o Caderno Leituras Regionais mesorregio Noroeste e levantamentos no municpio.

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2.1.

CLIMAO clima o resultado de um processo complexo envolvendo atmosfera,

oceano, superfcies slidas (vegetadas ou no), apresentando enorme variabilidade no tempo e no espao. O Estado do Paran cortado em sua poro norte pela linha imaginria do Trpico de Capricrnio. Isto equivale dizer que do territrio est localizado em faixa de clima tropical e est localizado em faixa de clima subtropical. No clima tropical ocorre a alternncia de estao seca e chuvosa, sendo que no inverno atuam as massas de frias e secas e no vero atuam as massas de ar originadas nos mares quentes. A precipitao mdia chega a 1300 a 1500 mm/ano. A mdia das temperaturas dos meses mais quentes superior a 22 C e a dos meses mais frios inferior a 18 C. O clima subtropical uma transio do clima tropical, com veres quentes e inverno ameno, chuvas bem distribudas o ano inteiro e estaes bem definidas. As precipitaes tm uma mdia entre 1600 a 1900 mm/ano. A linha imaginria do Trpico de Capricrnio corta pela metade a mesorregio Noroeste paranaense, cruzando com o Rio Iva. No agrupamento da mesorregio nas 03 microrregies, v-se que a microrregio de Cianorte cortada pelo Trpico de Capricrnio. Vladimir Kppen entendia que clima o estado mdio e a evoluo habitual do tempo de um determinado lugar. Trewartha & Horn (1980) traduziram este conceito: o sistema de classificao climtica de Kppen, baseado na vegetao, temperatura e pluviosidade, apresenta um cdigo de letras que designam grandes grupos e subgrupos climticos, alm de subdivises para distinguir caractersticas estacionais de temperatura e pluviosidade. Pela posio geogrfica ocupada, o estado do Paran normalmente encontra-se sob domnio da circulao do atlntico, representada pelo Anticiclone Tropical Martimo semi-estacionrio que provoca a formao de ventos vindos de leste, geralmente fracos. Isto resulta na destacada dominncia, quase que durante todo o ano, de ventos daquela direo, os quais devido conformao de relevo, Serra do Mar Escarpa Devoniana Serra Geral e vales das principais bacias hidrogrficas, podem em algumas regies sofrer uma deflexo ora tendncia para o Quadrante Norte, ora para o Quadrante Sul.

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De acordo com a classificao climtica de Kppen, o IPARDES cita brilhantemente o trabalho do gegrafo Reinhard Maack, que conceituou os aspectos climticos da Mesorregio Noroeste: Na maior parte do territrio ocorre o clima Subtropical mido Mesotrmico (Cfb), com veres frescos, geadas severas e freqentes, sem estao seca, cujas principais mdias anuais de temperatura dos meses mais quentes so inferiores a 22C, e, dos meses mais frios, inferiores a 18C (...). Ao longo dos vales dos rios Iva, Piquiri, Paran e Paranapanema, ocorrem o clima Subtropical mido Mesotrmico (Cfa), com veres quentes, geadas pouco freqentes e chuvas com tendncia de concentrao nos meses de vero. Apresenta temperatura mdia anual dos meses mais quentes superior a 22C, e dos meses mais frios inferior a 18C, chuvas entre 1.600 e 1.900 mm, e umidade relativa do ar de 80%, sem deficincia hdrica (IPARDES, 2004, p. 12). Em sntese, de acordo com a classificao climtica de Kppen, o municpio de Rondon apresenta um clima do tipo cfa - subtropical mido mesotrmico, apresentando veres quentes e geadas pouco freqentes, com tendncia de concentrao das chuvas nos meses de vero, sem estao seca definida. A mdia das temperaturas dos meses mais quentes superior a 22 graus centgrados e a dos meses mais frios inferior a 18 graus centgrados. O ndice mdio de umidade relativa do ar de 60% e a pluviosidade mdia anual do municpio de 2400 milmetros e a quantidade de geadas chega a menos de 01 por ano (Prancha 05 a 11).

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PRANCHA 5: CLIMA SEGUNDO KOPPEN

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PRANCHA 6: TEMPERATURA MDIA ANUAL

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PRANCHA 7: TEMPERATURA MDIA MXIMA

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PRANCHA 8: TEMPERATURA MDIA MNIMA

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PRANCHA 9: PRECIPITAO MDIA ANUAL

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PRANCHA 10: UMIDADE RELATIVA ANUAL

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PRANCHA 11: INDICAO DA DIREO DOS VENTOS

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2.2.

CARACTERIZAO GEOMORFOLGICAO relevo do Estado do Paran caracteriza-se pela freqncia de terrenos de

baixada no litoral, onde predomina as plancies de aluvi