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Page 1: AVALIAÇÃO ECOTOXICOLÓGICA DA QUALIDADE DA ÁGUA … · O estudo da toxicidade de um herbicida é um assunto bastante complexo e, de um modo geral, o que se pretende é prever os

Departamento de Química

AVALIAÇÃO ECOTOXICOLÓGICA DA QUALIDADE DA ÁGUA NA

RPPN BOA ESPERANÇA- TINGUÁ, RJ

Aluno: Larissa de Souza Pinto Nogueira

Orientador: Angela de Luca Rebello Wagener

Co-Orientadores: Adriana Haddad Nudi, Thaís Pedrete Massone e Richieri Sartori

Introdução:

O crescimento da população mundial estimula o aumento das atividades industriais,

comerciais e agropecuárias. O desenvolvimento dessas atividades, de forma não sustentável,

contribui para a contaminação dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos em

decorrência do lançamento de rejeitos contendo metais, matérias orgânicas, fertilizantes,

pesticidas, óleos, percolados tóxicos de lixões, entre outros. Consequentemente, além da

escassez, a sociedade mundial está se deparando com a queda da qualidade das águas em

taxas muito acentuadas. [1]

De acordo com a Resolução nº 357 de 2005 do CONAMA (Conselho Nacional Meio

Ambiente) quanto às diretrizes ambientais acerca dos corpos d’água, uma série de

considerações presentes nesta resolução são de suma importância para assegurarem a

qualidade da água, mesmo que para diferentes destinações. A exemplo, do que está previsto

pela Legislação: “CONSIDERANDO que a água integra as preocupações do desenvolvimento

sustentável, baseado nos princípios da função ecológica da propriedade, da prevenção, da

precaução, do poluidor-pagador, do usuário-pagador e da integração, bem como no

reconhecimento de valor intrínseco à natureza” [2].

A avaliação da qualidade da água pode ser realizada caracterizando determinados

parâmetros como: oxigênio dissolvido, coliformes termotolerantes, pH, demanda bioquímica

de oxigênio (DBO5,20), temperatura da água, turbidez, resíduo total, nitrogênio total e fósforo

total. [3] Sendo esses dois últimos, nutrientes de extrema importância para esta avaliação,

uma vez que, muitos compostos químicos presentes nos corpos d’água possuem estes

elementos em suas composições.

O estudo da toxicidade de um herbicida é um assunto bastante complexo e, de um modo

geral, o que se pretende é prever os efeitos do xenobiótico sobre o homem e as diferentes

cadeias alimentares e seu impacto sobre o ambiente. O surgimento de uma substância química

ou a manifestação de um efeito tóxico pode ocorrer em ponto distante daquele onde se

verificou a entrada no meio, pois, quando atinge um corpo d'água, por exemplo, o poluente

pode ser transportado preso a gotículas ou partículas em suspensão por longas distâncias.

Porém, os herbicidas complexados a estas partículas terão menor mobilidade quando

atingirem os sedimentos dos rios, pois ficarão presos a outras partículas do solo, ricas em

matéria orgânica [4].

Pesticidas são comumente utilizados no Brasil e muitas vezes em quantidades

exacerbadas. Dentre os pesticidas empregados na agricultura destacam-se os herbicidas, que

correspondem à maior parcela comercializada mundialmente [5].

O objetivo do presente estudo é avaliar ecotoxicologicamente um dos corpos d’água de

uma Reserva Particular do Patrimônio Natural no bairro de Tinguá no município de Nova

Iguaçu- Rio de Janeiro, quanto aos parâmetros pertinentes à avaliação da qualidade da água,

preconizados pelas agências reguladoras nacionais e mais especificamente, quanto à presença

de substâncias que dependendo da concentração podem vir a serem nocivas para os

organismos ali presentes e aos indivíduos que os consomem, como exemplifica o processo de

biomagnificação (HPA-hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e/ou pesticidas utilizados na

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Departamento de Química

região, por ex., 2,4-d). A aplicação de os ensaios de vermelho neutro e micronúcleo como

biomarcadores também será realizada, o primeiro avalia a viabilidade celular, que pode ser

evidenciada com auxilio de corantes vitais como o vermelho neutro, solúvel em água e que

passa através da membrana celular, concentrando-se nos lisossomos e o segundo pode

identificar danos no DNA e/ou nos cromossomos resultantes da exposição ocupacional.

Metodologia:

Os peixes serão coletados através do método de coleta ativa com auxílio de redes de

mão, puçás e peneiras e se necessário, método passivo. No local serão realizadas medições de

temperatura, pH, oxigênio dissolvido (O.D).

Em laboratório será realizada a biometria dos animais, com auxílio de uma balança e

paquímetro. Serão aplicados os procedimentos de análise dos biomarcadores, conforme

protocolo padrão.

Para avaliação do Índice de Qualidade da Água (IQA), as análises seguirão os

protocolos estabelecidos pelo Standard Methods for the Examination of Water and

Wastewater (cada qual com sua respectiva ferramenta para medição).

A metodologia utilizada na determinação de hidrocarbonetos alifáticos e aromáticos é

baseada no método EPA 8015C [6] e EPA 8270C [7], respectivamente. As amostras de água,

sedimento e de tecido do peixe passarão por processos de extração, clean-up e fracionamento,

para a então análise dos compostos por cromatografia em fase gasosa, através da

quantificação baseada na padronização interna.

Conclusão:

Por conta de eventuais contratempos em relação à primeira coleta de dados, esta será

realizada do dia 08 ao dia 11 de Julho e, portanto não existem dados gerados quanto às

analises até o momento, mas algumas caracterizações da área de estudo já foram realizadas,

bem como outras atividades, as quais devem ser executadas antes da coleta. Até a geração do

relatório final, já teremos alguns dados importantes para apresentar mediante o que será

processado, sendo feita a elaboração de uma conclusão pertinente às respostas para os

objetivos da pesquisa em questão e para efeitos de comparação com outros resultados, que

serão gerados a posteriori. Espera-se que os biomarcadores analisados neste estudo possam

responder quanto a uma possível contaminação ambiental, assim como os resultados obtidos

com a primeira avaliação do Índice de Qualidade de Água no local.

Referências:

1. SARAIVA, V. K; NASCIMENTO, M. R. L; PALMIERI, H. E. L. (2009). “Avaliação da qualidade de sedimentos - estudo de caso: sub-bacia do Ribeirão Espírito Santo, afluente do Rio São

Francisco”. Quim. Nova, Vol. 32, No. 8, 1995-2002.

2. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA Nº. 357 de 17/03/2005. Dispõe

sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para seu enquadramento. Disponível

em: http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf Acessado em: 05 de Maio de 2014.

3. AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (Brasil) (ANA). Disponível em:

http://pnqa.ana.gov.br/IndicadoresQA/IndiceQA.aspx Acesso em: 05 de Maio de 2014.

4. CHASIN, A.A.M. & PEDROZO, M.F.M. O Estudo da Toxicologia. In: AZEVEDO, F.A. &

CHASIN, A.A.M. (Org.). As bases toxicológicas da ecotoxicologia. 2003. p. 1-25.

5. UETA, J., SHUHAMA, I.K. & CERDEIRA, A.L. Biodegradação de herbicidas e biorremediação:

microrganismos degradadores de atrazina provenientes de solos da Região do Aquífero Guarani.

Revista Plantio Direto. 2001.v. 24, p. 25-30.

6. EPA, 8015C: Nonhalogenated Organics by Gas Chromatography. Revision 3.Feb. 2007.

7. EPA, 8270C: Semivolatile Organic Compounds by Gas Chromatography/Mass Spectrometry

(GC/MS). Revision 4. Feb. 2007.