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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA ENGENHARIA QUÍMICA Eduardo Benvenuto Pereira Avaliação dos impactos gerados após a implementação do sistema ERP GTM na gestão da cadeia de suprimentos em uma grande empresa nacional exportadora de açúcar Declaro que esta monografia foi revisada e encontra-se apta para avaliação e apresentação perante a banca avaliadora. Data:___/___/2014 ____________________________________________ Assinatura do Orientador LORENA 2014

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

ENGENHARIA QUÍMICA

Eduardo Benvenuto Pereira

Avaliação dos impactos gerados após a implementação do sistema ERP GTM na

gestão da cadeia de suprimentos em uma grande empresa nacional exportadora de

açúcar

Declaro que esta monografia foi revisada e encontra-se apta para avaliação e

apresentação perante a banca avaliadora.

Data:___/___/2014

____________________________________________

Assinatura do Orientador

LORENA

2014

Eduardo Benvenuto Pereira

Implantação do sistema ERP GTM e os impactos diretos causados na gestão da

cadeia de suprimentos em uma grande empresa exportadora de açúcar

Monografia apresentada à Escola de

Engenharia de Lorena – Universidade de São

Paulo como requisito para obtenção de título de

Engenheiro Químico

Orientador: Prof. Doutor Humberto Felipe da

Silva

LORENA

2014

2

Dedicatória

À minha família que acreditou em mim e me

apoiou em todos os momentos

3

Agradecimentos

Agradeço primeiramente à minha família que sempre me apoiou em todas as minhas decisões,

mesmo essas não sendo as mais convenientes.

Agradeço à minha namorada que sempre esteve ao meu lado e suportou um relacionamento à

distância de quatro anos para que eu pudesse ir em busca dos meus objetivos.

Agradeço aos meus amigos, que foram minha família em Lorena e me propiciaram momentos

incríveis durante esses cinco anos.

Agradeço ao meu orientador pelo suporte para que eu concluísse a minha monografia.

4

Resumo

PEREIRA, B.E Implantação do sistema ERP GTM e os impactos diretos causados na

gestão da cadeia de suprimentos em uma grande empresa exportadora de açúcar. 2013.

56 p. Monografia (Trabalho de conclusão de curso) – Escola de Engenharia de Lorena,

Universidade de São Paulo, Lorena, 2013.

Com o advento do século XX cada vez mais observou-se a velocidade no surgimento

de novas empresas e com elas o melhoramento da tecnologia e o aumento da competição por

uma fatia do mercado consumidor, isso fez com que surgissem novas habilidades que seriam

fundamentais para que se alcançasse a vantagem competitiva. Nesse contexto o mundo

corporativo assistiu a chegada de sistemas de informações que auxiliam na obtenção da

vantagem perante o mercado. Dentre os principais sistemas de informação se encontram os

sistemas ERP, muito utilizados em todo mundo. É a partir dessas informações que esse projeto

visa avaliar quantitativamente, através de estudo de caso, de que forma a utilização do módulo

GTM da SAP pode melhorar os fluxos de materiais/serviços, fluxos de informação e o fluxo

financeiro que atuam diretamente na gestão da cadeia de suprimentos de uma grande empresa

brasileira exportadora de açúcar.

5

Lista de figuras

FIGURA 1: REPRESENTAÇÃO DE UM DESFIBRADOR ................................................................... 12

FIGURA 2: TERNO DE UMA MOENDA .......................................................................................... 13

FIGURA 3: FLUXOGRAMA SULFITAÇÃO ..................................................................................... 15

FIGURA 4: ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DOS SISTEMAS ERP ................................................. 18

FIGURA 5: A EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS INTEGRADOS ............................................................... 19

FIGURA 6: FLUXO DE PROCESSOS DE NEGÓCIOS ........................................................................ 22

FIGURA 7: ELEMENTOS DE MUDANÇA ORGANIZACIONAL. ......................................................... 25

FIGURA 8: CADEIA DE SUPRIMENTOS INTEGRADA .................................................................... 28

FIGURA 9: FLUXO DO PROCESSO DE ORIGINAÇÃO .................................................................... 31

FIGURA 10: FLUXO DE PLANEJAMENTO ANO DE 2013 ............................................................... 34

6

LISTA DE TABELAS

TABELA 1: RELAÇÃO CLIENTE E FORNECEDOR (GRUPO1) ........................................................ 36

TABELA 2: RELAÇÃO CLIENTE E FORNECEDOR (GRUPO2) ........................................................ 37

TABELA 3: DIMINUIÇÃO DA INCERTEZA DO LEAD TIME (GRUPO1) ........................................... 37

TABELA 4: DIMINUIÇÃO DA INCERTEZA DO LEAD TIME (GRUPO2) ........................................... 37

TABELA 5: BUSCA POR NOVOS FORNECEDORES (GRUPO1) ....................................................... 37

TABELA 6: BUSCA POR NOVOS FORNECEDORES (GRUPO2) ....................................................... 38

TABELA 7: CONTROLE DO ESTOQUE (GRUPO1) ........................................................................ 38

TABELA 8: CONTROLE DO ESTOQUE (GRUPO2) ........................................................................ 38

TABELA 9: RELAÇÃO EMPRESA, CLIENTES E CONSUMIDORES (GRUPO1) ................................. 39

TABELA 10: RELAÇÃO EMPRESA, CLIENTES E CONSUMIDORES (GRUPO2) ............................... 39

TABELA 11: VANTAGEM COMPETITIVA (GRUPO1).................................................................... 40

TABELA 12: VANTAGEM COMPETITIVA (GRUPO2).................................................................... 40

TABELA 13: PREVISÃO DE TENDÊNCIAS DO MERCADO (GRUPO1) ............................................. 41

TABELA 14: PREVISÃO DE TENDÊNCIAS DO MERCADO (GRUPO2) ............................................. 41

TABELA 15: PREVISÃO E CONTROLE DE VENDAS (GRUPO1) ..................................................... 42

TABELA 16: PREVISÃO E CONTROLE DE VENDAS (GRUPO2) ..................................................... 42

TABELA 17: MERCADO EXTERNO (GRUPO1) ............................................................................ 42

TABELA 18: MERCADO EXTERNO (GRUPO2) ............................................................................ 43

TABELA 19: PRODUÇÃO E PRODUTIVIDADE (GRUPO1) ............................................................. 44

TABELA 20: PRODUÇÃO E PRODUTIVIDADE (GRUPO2) ............................................................. 44

TABELA 21: EFICÁCIA ORGANIZACIONAL (GRUPO1) ................................................................ 45

TABELA 22: EFICÁCIA ORGANIZACIONAL (GRUPO2) ................................................................ 45

TABELA 23: EFICÁCIA INTERORGANIZACIONAL (GRUPO1) ....................................................... 46

TABELA 24: EFICÁCIA INTERORGANIZACIONAL (GRUPO2) ....................................................... 46

7

Lista de Abreviaturas e Siglas

CODESP Companhia de Docas do Estado de São Paulo

DANFE Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica

EPN Engenharia de Processos de Negócios

ERP Enterprise Resource Planning

FCA Front Cash Anticipation

GCS Gestão da Cadeia de Suprimentos

GTM Global Trade Management

MRP Manufacturing Resource Planning

PVT Posto Veículo Terminal

PVU Posto Veículo Usina

RPN Reengenharia de Processos de Negócios

SAP Solution Application and Products

SCM Supply Chain Management

VHP Very High Polarization

VVHP Very Very High Polarization

8

Sumário 1 Introdução ............................................................................................................................................ 9

1.1 Objetivos ....................................................................................................................................... 9

1.2 Justificativa ................................................................................................................................. 10

2. Revisão Bibliográfica ......................................................................................................................... 11

2.1 Processo de fabricação do açúcar .............................................................................................. 11

2.2 Sistemas ERP ............................................................................................................................... 17

2.3 SAP Global Trade Management (GTM) ..................................................................................... 21

2.4 Reengenharia de processos de negócios ................................................................................... 23

2.5 Engenharia de processos de negócios ....................................................................................... 26

2.6 Gestão da cadeia de suprimentos (Supply chain management) .............................................. 27

3. Materiais e métodos ......................................................................................................................... 29

3.1 tipo e metodologia da pesquisa ................................................................................................ 29

3.2 Fluxo do Processo da empresa em estudo ................................................................................ 31

3.3 Plano de compra ........................................................................................................................ 34

4. Resultados e discussões .................................................................................................................... 35

4.1 RELAÇÕES COM FORNECEDORES .............................................................................. 36

4.2 Clientes e Consumidores ...................................................................................................... 38

4.3 Vantagem Competitiva ......................................................................................................... 39

4.4 Mercado ................................................................................................................................. 40

4.5 Produção e Produtividade .................................................................................................... 43

4.6 Eficácia Organizacional ........................................................................................................ 44

5. Conclusão .......................................................................................................................................... 47

Referências ............................................................................................................................................ 49

Apêndice A – Questionário para pesquisa ............................................................................................ 52

9

1 INTRODUÇÃO

Durante a década de 90 observou-se a adoção dos sistemas de gestão de negócios

conhecidos como ERP por grandes corporações com o objetivo de aumentar a

produtividade e como suporte tecnológico as operações da empresa. O aumento da

competitividade no mercado, através da melhoria dos processos e das tomadas de decisões,

aliada a maior fluidez das informações da companhia, tanto internamente quanto na

comunicação com seus clientes e fornecedores, fez surgir uma grande procura por sistemas

de gestão de negócios.

1.1 Objetivos

Este projeto tem como objetivo principal avaliar e mensurar os impactos, pós

implementação, do sistema ERP (enterprise resource planning), módulo GTM (Global

trade management), da empresa SAP, nos principais fluxos que compõe a cadeia de

suprimentos (fluxos de informação, materiais/serviços e financeiro), tendo como base para

essa avaliação sete variáveis estratégicas organizacionais (Fornecedores; Produção;

Mercado; Clientes e Consumidores; Rivalidade Competitiva; Eficiência e Eficácia

organizacional e Eficiência inter organizacional). Essa avaliação foi realizada em uma

empresa brasileira de grande porte exportadora de açúcar. Serão objetos secundários desse

trabalho a reengenharia dos processos da empresa através da tecnologia da informação e

suas implicações diretas nos setores relacionais a cadeia de suprimentos.

As etapas de implementação e os custos da implementação dos sistemas de gestão de

negócios serão abordados de forma superficial, não sendo estes os principais objetivos

desse trabalho, visando unicamente a ambientação do leitor no contexto dos softwares de

gestão de negócios (ERP’s).

10

1.2 Justificativa

O interesse pelo estudo dos sistemas ERP’s teve início quando o autor ingressou em

uma empresa de consultoria que trabalhava na área de implementação e suporte de soluções

ERP’s, até este momento não possuía o conhecimento do que era ou das capacidades de

um sistema tão utilizado em todo mundo. Outro fator que me levou a pesquisar as melhorias

proporcionadas pelos sistemas surgiu no fato de que a grande maioria de engenheiros que

buscavam estágio no mesmo período tinham contato com os ERP’s quando ingressavam

nas companhias, chegando a ocupar os cargos a que eram designados sem saber das

possibilidades e alcances oferecidos pelos sistemas integrados e de que forma esses

sistemas podem melhoras uma série de variáveis dentro de uma empresa (redução de

custos, aumento da eficiência, redução de estoques, redução do tempo de lead time, entre

outros diversos indicadores) e ao longo de toda a cadeia de suprimentos.

Outro fator que me levou a aprofundar o conhecimento em sistemas integrados diz

respeito a capacidade que os sistemas proporcionam na tomada de decisões, sendo

fundamental para a grande parte dos engenheiros formados que ocupam posições gerenciais

e necessitam do maior número de ferramentas possíveis para tomada de decisões e análise

dos indicadores a companhia.

A quantidade não significativa de trabalhos a respeito de um módulo específico de um

ERP faz acreditar que informações reais de uma grande empresa consolidada no mercado

sejam capazes de auxiliar na escolha do sistema integrado adequado a necessidade de uma

empresa específica, podendo-se avaliar essa necessidade levando-se em consideração a

relação do seu custo e dos benefícios proporcionados pós implementação.

11

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Processo de fabricação do açúcar

Considerada uma das principais commodities produzidas pelo Brasil, o açúcar tem sua

origem em períodos muito anteriores ao descobrimento do Brasil. São relatados como os

pioneiros na produção do açúcar os Persas por volta do século X. Desde então a produção

deste importante produto vem sendo aprimorada para que se obtenha o açúcar com maior

qualidade através de processos produtivos que atinjam a máxima eficiência possível. Nos

próximos tópicos serão abordadas as onze principais etapas do processo de produção do

açúcar tal como ocorre atualmente.

Recepção

Nesta etapa são realizados três procedimentos que serão listados abaixo:

1- Pesagem: Nesta etapa toda a cana colhida, seja ela picada ou inteira, será pesada

através de um procedimento que leva em consideração a diferença do peso do

caminhão sem carga e carregado, obtendo desta forma o peso da cana que chega a

usina.

2- Amostragem: Esta etapa busca identificar a qualidade da cana que chega a usina

através da concentração da sacarose contida na cana de açúcar. A seleção da cana

se faz por amostragem através de uma sonda.

3- Descarregamento: A cana colhida pesada e analisada é então descarregada nas

esteiras que podem ter como destino a moenda ou silos para estocagem da cana para

possíveis períodos de falta de suprimento. (PAYNE,1989)

Limpeza da cana

A limpeza da cana poderá ocorrer a seco ou com utilização de água (lavagem). A

limpeza a seco ocorre em uma etapa entre a mesa dosadora e a entrada da moenda, nesta

etapa serão retiradas impurezas sólidas como areia, minerais e palha proveniente da

colheita. Esta separação se faz por meio de ventiladores e câmaras inerciais. Os minerais

separados serão enviados novamente ao ambiente da colheita enquanto os componentes

12

orgânicos serão levados a caldeira onde haverá sua queima para produção de energia. Na

lavagem as impurezas são retiradas através da passagem de um fluxo turbulento de água

que remove as impurezas pelas ranhuras da esteira de alimentação.

Outro processo importante para um bom rendimento na extração do caldo da cana em

etapas posteriores é a abertura do feixe da cana realizada através de facas niveladoras que

proporcionarão o rompimento de algumas fibras da cana de açúcar auxiliando na próxima

etapa de preparo da cana. (PAYNE, 1989)

Preparo da cana

A etapa de preparo da cana tem papel fundamentação para que se atinja uma alta

eficiência na extração do caldo pelas moendas, sem esta preparação seria inviável a

extração do caldo em níveis superiores a 85%. Esta etapa consiste em romper as células

armazenadores de sacarose através de martelos desfibradores. A imagem a seguir

representa o funcionamento de um desfibrador. (VAN HENGEL, 1958).

Figura 1: Representação de um Desfibrador

Fonte: http://www.ebah.com.br

13

Extração do caldo

Após o preparo da cana esta segue para a etapa em que tem seu caldo extraído. A

extração do caldo de cana-de-açúcar ocorre segundo dois métodos principais a moagem e

a difusão. A difusão é um método utilizado para a extração do caldo a partir de beterraba,

sendo pouco utilizado no Brasil, neste processo realizados em equipamentos chamados de

dedifusores, ter-se-á a passagem de um fluxo contracorrente de água a alta temperatura que

promove o rompimento das células fazendo que se transporte, por osmose, a sacarose

contida nestas células para a solução. (MARQUES et al., 2006).

A extração do caldo, na maioria das usinas brasileiras, se faz por meio da moagem com

embebição, neste processo a cana passa pela a moenda composta por três rolos (ternos),

dispostos em forma triangular, fazendo com que a cana seja rompida duas vezes em uma

passagem pela moenda. Entretanto somente a passagem pelos ternos não faz com que a

extração atinja níveis superiores a 90% sendo necessário a embebição do bagaço em água

para que se recupere maior volume de caldo na saída dos ternos. (Tasso Júnior, 2001). Na

figura 2 tem-se a exemplificação do funcionamento de um terno de uma moenda.

Figura 2: Terno de uma moenda

Fonte: http://pimartins.weebly.com

14

Clarificação do caldo de Cana

Neste momento encontra-se a primeira etapa química do processo de produção de

açúcar, na literatura são abordados 4 métodos principais para a clarificação do caldo misto

proveniente das moendas, entretanto basicamente todos os métodos são realizados via

mecanismo de neutralização da mistura, no qual tem-se inicialmente a adição de um

composto químico que acidifica o meio e posteriormente é adicionado uma base para

neutralizar a mistura, nestes procedimentos são formados coloides e são precipitadas as

impurezas da mistura.

1-Calagem (uso de (CaO)): Através da calagem obtemos a formação do fosfato de

cálcio e sulfito de cálcio que precipitam por serem insolúveis em pH neutro carregando

consigo as impurezas da mistura. Essas impurezas são retiradas da mistura através de

decantadores que fazem a separação por diferença de densidade. (CASTRO et al. 2006)

2-Sulfitação: O processo de clarificação do caldo por sulfitação é um dos métodos mais

empregados pelas usinas brasileiras para a produção do açúcar cristal, tendo portanto uma

importância especial.

O processo de sulfitação inicia-se pela adição de dióxido de enxofre (𝑆𝑂2) ao caldo

misto a uma temperatura de aproximadamente 60°C levando a misturar a atingir um pH

que irá variar entre 3,8 e 4,2. Após esse procedimento será adicionada a mistura ácida

hidróxido de cálcio [𝐶𝑎(𝑂𝐻)2], conhecida popularmente como leite de cal, fazendo com

que a solução chegue ao pH neutro (7,0 e 7,2). Desta forma irá se formar na solução o

composto sulfito de cálcio que é insolúvel em pH neutro e portanto precipita carregando

consigo as impurezas da solução. Esse precipitado é retirado da mistura através de um

decantador. (HONIG, 1953; DELGADO; CESAR, 1977).

A figura 3 apresenta uma representação esquemática da etapa de clarificação da mistura

por sulfitação.

15

Figura 3: Fluxograma Sulfitação

Fonte: http://sistemas.eel.usp.br

3- Fosfatação: O processo de clarificação através da fosfatação ocorre de forma muito

semelhante ao processo de sulfitação, entretanto o composto utilizado para acidificar o

meio é outro. No processo de fosfatação são adicionadas quantidades que variam entre 50

e 200 ppm de pentóxido de fósforo (𝑃2𝑂5) que reagem com a mistura formando ácido

fosfórico (𝐻3𝑃𝑂4) que promoverá uma acidificação do meio. Após esta etapa será realizado

o procedimento de calagem, como na sulfitação, que irá neutralizar o meio e formar

precipitados que carregarão consigo as impurezas da mistura. Esse precipitado é separado

da mistura através do processo de decantação. (HUGOT, 1977)

4. Carbonatação [uso de anidrido carbônico (CO2)]: A carbonatação é um processo muito

utilizado para a clarificação do caldo de açúcar de beterraba, por isso será abordado de

forma mais superficial. A carbonatação consiste na formação do precipitado de carbonato

de cálcio (Ca𝐶𝑂3) que arrasta consigo os corantes e as gomas. (CASTRO et al. 2006)

16

Evaporação do caldo

De acordo com Andrade e Castro (2006) nesta etapa é onde temos a retirada de cerca

de 80% da água do caldo misto proveniente das etapas anteriores formando assim o xarope,

que deve possuir índice brix (índice que avalia a concentração de sólidos solúveis na

mistura) variando entre 60° e 70°, sendo o ideal 65°.

Cozimento

Na etapa de cozimento é onde começa-se a obter os cristais de açúcar. Esta etapa é

realizada em cozedores, que são vasos semelhante a evaporadores em simples efeito. Esta

etapa leva o xarope, efluente da etapa de evaporação, a supersaturação atingindo desta

forma a consistência de mel. Após este processo a massa cozida é transferida aos

cristalizadores para que se complete a cristalização. (CASTRO et al. 2006)

Cristalização

Na etapa de cristalização a mistura é agitada lentamente por pás que promovem o

contato dos cristais formados com os que estão em formação levando a completa

cristalização da mistura. Além de finalizar o procedimento de formação de cristais de

sacarose essa etapa também exerce a função de resfriar lentamente a mistura, levando-a

para a próxima etapa de centrifugação (ALCARDE 2007)

Centrifugação

A principal função da etapa de centrifugação é fazer com que o melaço seja separado

dos cristais obtidos nas etapas anteriores, esse processo é obtido através da utilização da

força centrífuga que faz com que o melaço saia do tanque através de orifícios nele presente.

(PAYNE, 1989)

As centrífugas nesta etapa podem estar dispostas de forma contínua ou podem operar

em batelada. Produção utilizando o método em batelada é muito comum para a produção

de açúcares dos tipos VHP, demerara e cristal, enquanto que o processo em meio contínuo

é mais bem aplicada para a produção de açúcares intermediários. (PAYNE, 1989)

17

Secagem do açúcar

A etapa de secagem do açúcar é fundamental para que se mantenha uma boa aparência

do açúcar produzido. Nesta etapa os secadores atuam na retirada da umidade dos cristais

através de etapas de evaporação e resfriamento até a temperatura de ensaque. É muito

importante a manutenção da temperatura de saída do processo em torno de 30°C e 40°C,

pois desta forma evita-se o amarelamento e empedramento do açúcar durante sua

estocagem. Os principais equipamentos utilizados nesta etapa são o secador de tambor

rotativo e o secador vertical de bandejas. (CASTRO at al., 2006)

Estocagem

Segundo PAYNE (1989) nesta etapa é fundamental a manutenção das condições de

umidade e temperatura para que se mantenham as principais características do produto.

Após a saída do açúcar dos evaporadores estes são conduzidos a uma moega, que despeja

o açúcar nos respectivos sacos de armazenamento (sacos de 50kg ou 1200 kg) que ficam

dispostos em cima de balanças.

2.2 Sistemas ERP

De forma ampla, os sistemas ERP (Enterprise Resource Planning) podem ser definidos

com um conjunto de sistemas que tem como objetivo agregar e estabelecer relações de

informação entre todas as áreas de uma empresa.

Segundo Souza e Zwicker (2003), os sistemas ERP’s podem ser caracterizados como

sistemas integrados os sistemas desenvolvidos e vendidos sob a forma de pacotes comercias

obtidos através da análise e estudo das melhores práticas adotadas pelo mercado (best

practices). Esses modelos de processos de negócios são integrados de forma online e

armazenadas em uma única base de dados.

Segundo Davenport (1998) os ERP’s possibilitam informação de forma rápida e

confiável para todos os níveis da empresa. Sua implementação resulta de uma modelagem

dos processos da organização e da cultura da empresa alvo, nos moldes do ERP. Os

sistemas integrados podem ainda ser considerados como uma solução genérica para

diversos tipos de companhias e procura atender todos os setores de atividades comerciais.

18

Campanário et al. (2005) afirmam que para um bom funcionamento dos ERP’s

deve-se total integração com as diversas áreas da empresa e sua parametrização deve ser

um ponto fundamental. Sendo assim quando os sistemas são bem implementados permitem

a democratização da informação além de auxiliar diversas áreas a reduzirem custos,

otimizar processos, melhorar a tomada de decisão, controlar melhor os estoques e

consequentemente aumentar a produtividade da empresa como um todo.

A figura 4 apresenta, de maneira esquemática, a forma de comunicação entre os

diversos setores de uma empresa que utiliza o ERP como forma de intermediar o fluxo de

informação bilateral de toda a companhia.

Figura 4: Estrutura organizacional dos sistemas ERP

Fonte: Adaptado de Thomas H. Davenport (1998)

O sistema ERP passou a ser largamente utilizado a partir da década de 90 no mercado

de soluções em informática. O ERP é considerado como uma evolução do sistema MRP II

(Manufacturing Resouces planning) que era uma evolução do MRP. Já na década de 1960

tornou-se clara a interdependência entre algumas atividades da cadeia de suprimentos, uma

das principais preocupações consistia na inter-relação da programação da produção com a

gestão de estoques e planejamento das aquisições. Em consequência dessas novas

necessidades criou-se o modelo de planejamento das necessidades de materiais (MRP).

Este modelo era uma integração entre produção, compras e gestão de estoques de produtos.

Devido à constatação de que as operações de produção-estocagem-aquisição necessitavam

19

também de recursos financeiros e de mão-de-obra levou ao desenvolvimento da versão

aprimorada do MRP que seria o MRP II, que acrescentou ao MRP recursos de trabalho e

planejamento financeiro. Essa evolução contínua levou ao conceito de ERP que pode ser

visto como uma evolução do MRP II, pois ele atende a área de manufatura e ainda

contempla áreas como tesouraria, logística, planejamento, controladoria, ou seja, um dos

principais atributos do sistema ERP é que são sistemas integrados capazes de interligar e

coordenar todas as atividades de uma empresa, em suas diversas áreas de atuação.

(TURBAN 2002).

Afigura 5 resume as principais características das evoluções dos sistemas integrados

desde a década de 1960.

Figura 5: A evolução dos sistemas integrados

Fonte: Adaptado de TURBAN, E; VETERBHE, J, C; MCLEAN, E (2002)

Apesar dos sistemas integrados já existirem desde o início do uso de computadores, nas

empresas a sua utilização era dificultada por diversos fatores. Sendo assim, Bancroft, Seip

e Sprengel (1998) afirmam os programas customizados eram a base de todos os processos

coorporativos, eles eram desenvolvidos pela equipe de TI e tinham como principal objetivo

20

a melhoria de algum processo específico da empresa, entretanto possuíam uma visão

departamental o que dificultava sua integração com as demais áreas da empresa, eles eram

produzidos com o objetivo de melhorar o processo de uma área esquecendo que para o

funcionamento pleno da empresa se faz necessário uma visão geral dos processos.

Ainda sobre a dificuldade de implementação, no início, devido a característica

departamental das empresas a visão de processos integrados ficava muito prejudicada isso

pode ser constatado através da afirmação de Davenport e Short (1990), cada departamento,

de forma individualizada acreditava estar otimizado a sua performance, mas o processo

como um continuava lento e com baixa produtividade, ou seja, um grande problema no

redesenho de processos é o fato de que muitos sistemas foram desenvolvidos para melhorar

áreas funcionais específicas. Poucos pacotes foram desenvolvidos com o objetivo de

integrar todo o processo de uma empresa.

Segundo Laudon e Laudon (1996) os sistemas de informação podem ser definidos como

componentes inter-relacionados que absorvem dados informados pelos usuários do sistema

e processam essas informações afim de obter melhores tomadas de decisões auxiliando

assim no controle de todos os setores operantes na companhia, além de fornecer uma

ferramenta de grande poder e alcance a gestores que podem ter uma visão macro da

produtividade da empresa.

Entre as explicações para o surgimento dos sistemas integrados estão as pressões

competitivas que obrigaram as empresas a reduzirem custos e melhorarem o tempo de

resposta na tomada de decisões. Assim para se manter no mercado de forma competitiva as

empresas necessitaram melhorar as atividades de suas cadeias de valores. E uma forma

muito inteligente de se fazer isso foi explorando as potencialidades da tecnologia da

informação. Segundo Porter e Millar (1985), “a TI está aumentando muito a habilidade das

empresas para explorar as interligações entre as suas atividades, tanto interna quanto

externamente à empresa.”.

Portanto os sistemas integrados surgiram como um apelo à integração dos

departamentos da empresa que até então funcionavam de forma individual e ineficiente

sobre o ponto de vista de processos. A pressão pela terceirização das atividades que não

correspondiam à atividade principal da empresa também foi decisiva para o sucesso dos

sistemas integrados, pois a empresa não necessitaria mais de uma equipe de analistas de

sistemas e programadores para a implementação do sistema, necessitando somente a

compra do sistema pronto. Desta forma no final dos anos 90 o sistema ERP já estava

consolidado no mercado tornando-se um produto de fácil acesso e sucesso no mercado

21

impedindo desta forma o desenvolvimento interno de sistemas. (CAMPANÁRIO et al..,

2005).

2.3 SAP Global Trade Management (GTM)

SAP GTM é uma solução baseada em ERP destinado a empresas que atuam

principalmente em operações globais (trading). As corporações que têm contratos de

comercialização com ampla rede de parceiros em todo o mundo, são potenciais clientes

para a utilização do SAP-GTM.

A funcionalidade da SAP, GTM, é uma vantagem nos cenários de negócios onde as

compras e as vendas são realizadas de forma paralela, no mesmo departamento comercial.

As empresas que atuam como comerciantes gerais, negociantes de commodities, aquisição

e distribuição de divisões, atacadistas, importadores e exportadores são os principais

clientes do SAP GTM.

No ambiente comercial, é necessário controlar e organizar o fluxo de materiais e

serviços de fornecedores para clientes. O princípio do negócio é equalizar a demanda do

cliente com os suprimentos do fornecedor. Este tipo de negócio é conhecido como negócio

triangular ou negócio back-to-back.

O objetivo da SAP GTM é aumentar a eficiência da cadeia de suprimentos através de

uma estreita integração de todos os seus elementos. Portanto trata-se de um software que

consolida todas as informações em um único banco de dados da área de logística,

contabilidade e fechamento que são igualmente importantes para os vendedores e

compradores.

O processo chave do GTM incluem:

As vendas para o mercado interno

As vendas no mercado interno, com o recebimento de armazém.

As vendas para o mercado externo

22

O processo de negociação consiste nas seguintes etapas:

Contrato de Negociação

Entrega

Liquidação

A figura 6 representa de forma ilustrativa o funcionamento do SAP-GTM no modelo

de processos de negócios em uma empresa exportadora, apresentando os fluxos de

informação, materiais e dinheiro entre os principais componentes da cadeia de suprimento.

Figura 6: Fluxo de processos de negócios

Fonte: SAP (2014)

23

2.4 Reengenharia de processos de negócios

Em um ambiente de constantes mudanças e exigências do mercado é fundamental que

se tenha a exata resiliência para que se responda as adequações de forma a manter a empresa

competitiva no mercado. É neste cenário que a reengenharia começou com a preocupação

de quebrar regras antigas e redefini-las de forma a obter resultados visíveis de melhoria nas

empresas.

A reengenharia de processos de negócios trata-se de um esforço organizacional que tem

como objetivo a reestruturação integral das formas de processos de negócios de uma

empresa, essas profundas modificações têm como objetivo proporcionar ganhos

significativos em indicadores de desempenho e consequentemente a obtenção as desejadas

vantagens competitivas. Dessa forma podemos dizer a reengenharia possui uma profunda

integração, que chega a ser interdependência, com a tecnologia da informação – TI. É a TI

que viabiliza, não apenas a análise e simulação de novas maneiras de realizar as operações

empresariais, mas, principalmente, a execução das novas maneiras de realizar o trabalho na

empresa. (DAVENPORT, 1994)

Ainda segundo Davenport (1994) a reengenharia é uma ferramenta de ambientação que

precisa ser aceita em sua forma brusca e drástica, pois ela quebra com regras e

procedimentos antigos em busca de resultados visíveis de desempenho da empresa, ou seja,

esta técnica proporciona uma alteração importante no fluxo de processo da empresa. Sendo

assim pode-se distinguir de forma clara a reengenharia de processos de negócios da

melhoria dos processos, sendo que a melhoria atua em um nível menos profundo de

alterações.

Desta forma a reengenharia de processos de negócio pode ser considerada uma

reestruturação de extremo impacto nos processos de negócios da empresa, almejando o

alcance de melhorias drásticas em indicadores de desempenho, estes indicadores podem ser

os mais diversos como custos, qualidade e atendimento ao cliente. Por se tratar de uma

tomada de decisão drástica dentro de uma companhia a reengenharia é caracterizada por

um processo top-down, ou seja, parte no nível mais alto da empresa e se dissemina por toda

a organização, sendo este o fator determinante para o sucesso desse tipo de reestruturação.

(HAMMER E CHAMPY, 1994; TURBAN et al., 2002).

24

O escopo da reestruturação por meio da reengenharia de processos de negócios pode

ser definido em termos de duas dimensões: A dimensão horizontal que é definida pelas

áreas envolvidas no processo de mudança, esta pode envolver apenas um setor da empresa

ou diversos setores em diferentes departamentos. Enquanto que a amplitude transversal da

reestruturação é definida como o nível de profundidade das mudanças, ou seja, a

intensidade das alterações dentro dos departamentos envolvidos. (JOIA, 1994)

Apesar de causar uma reestruturação integral na empresa a reengenharia se mostra

muito eficiente, quando aplicada de forma estruturada, como salienta Davenport (1994) a

RPN sustenta estratégias de: “satisfação do cliente – redução do tempo de processamento

do pedido, melhoria da qualidade do produto/serviço e agilidade da solução de

reclamações; redução de custos e do preço do produto/serviço – eliminação de atividades

que oneram os custos dos produtos e serviços e repasse dos ganhos ao cliente; inovação de

produtos – redução do tempo de ciclo de desenvolvimento e maior retorno sobre o

investimento em inovação; e aumento da receita, melhoria da lucratividade e aumento do

percentual de participação do mercado – como consequência das estratégias anteriores”.

Segundo Morris e Brandon (1994),

a RPN é adotada quando uma organização busca alcançar metas importantes para o

seu sucesso, tais como: redirecionar a operação – significa eliminar operações

redundantes, melhorar o fluxo do trabalho e das informações e aprimorar os sistemas

de apoio, proporcionando maior eficiência, flexibilidade e qualidade às operações;

reduzir os custos – através da medição e da avaliação da eficácia dos esforços da

reengenharia, podendo contemplar os custos de mão-de-obra (eliminação de

atividades desnecessárias), informação (relacionados a obtenção, guarda,

processamento e disseminação das informações para a tomada de decisões) e

materiais (melhor integração entre a empresa e seus fornecedores, resultando em

menores custos de aquisição); melhorar a qualidade – agrega valor aos

produtos/serviços e ao cliente, reduzindo desperdícios e custos e aumentando a

confiabilidade de atendimento do pedido do cliente e dos projetos de

desenvolvimento de novos produtos/serviços; aumentar a receita – mediante a

alteração de fatores como a elevação da quantidade produzida decorrente da

diminuição dos custos e consequente repasse ao preço do produto/serviço, redução

do tempo de ciclo de fabricação e aumento da velocidade de inovação nos

produtos/serviços; melhorar a orientação voltada para o cliente – a percepção que o

cliente tem da empresa e dos seus produtos está intimamente relacionada com o

diferencial dos serviços que ela oferece; e melhorar a lucratividade – a redução de

custos, o aumento da receita e a melhoria da satisfação do cliente levam ao

incremento da lucratividade.

Apesar de a reestruturação gerar uma série de benefícios para empresa, para que se

alcance as metas propostas no início do projeto de reestruturação deve-se ter em mente que

será necessário: comprometimento da alta administração – Neste ponto deve-se ter total

25

apoio da alta administração, assumindo as responsabilidades perante o projeto de

reestruturação; alinhamento com a estratégia – a RPN deve ser utilizada como apoio a

implementação das estratégias que possam agregar valor para o cliente; metodologia para

a reengenharia – sua implementação deve ser conduzida segundo uma abordagem bem

estabelecida e definida; gerenciamento da mudança – refere-se a um esforço coordenado

com o intuito de reduzir as resistências perante as mudanças propostas; e equipes de

engenharia – deve-se compor a equipe de reestruturação um agregado multidisciplinar de

engenheiros afim de melhor conduzir o projeto (HAMMER, 1994)

A figura 7 representa o fluxo de informações visando a mudança organizacional

proposta pela reengenharia de processos de negócios.

Figura 7: Elementos de mudança organizacional.

Analisando os

problemas de

implementação

Gerenciando a

política de

implementação

Aplicando as

técnicas de

implementação

Avaliando as

condições de

implementação

A dimensão

estrutural

A dimensão

gerencial

A dimensão

dos recursos

humanos

Promoção de

um ambiente de

inovação

Planejamento

da estratégia

corporativa

Planejamento

da estratégia de

TI

Motivação

organizacional

para a RPN

Analisando a

dinâmica da

mudança

Formulando a

estratégia de

mudança

Assegurando o

comprometiment

o dos

stakeholders

Estruturando o

processo de

mudança

Habilitadores

da estrutura

organizacional

Habilitadores

do sistema de

gerenciamento

Habilitadores

de recursos

humanos

Habilitadores

da tecnologia de

informação

Direções da

Mudança

Organizacional

Iniciando o

Processo de

Mudança

Selecionando os

Habilitadores

da Mudança

Gerenciando a

Implementação

da Mudança

Fonte: Extraído de Teng et al. (2006).

26

2.5 Engenharia de processos de negócios

A engenharia de processos de negócios (EPN) surge como um forte instrumento teórico

para analisar e propor soluções para processos organizacionais ineficientes e que

necessitem de alterações para seu pleno funcionamento, conseguindo, desta forma, um

aumento da qualidade e produtividade de processos produtivos.

A engenharia de processos de negócios surge como uma ferramenta que busca o

entendimento de como o trabalho é realizado dentro da companhia dando certa relevância

em como este trabalho se integra por todos as unidades organizacionais através de suas

interfaces. Essa análise busca uma melhoria das atividades organizacionais medidas em

índices de resultados. Os principais objetivos de uma estruturação via engenharia de

processos de negócios são o planejamento, o projeto e a avaliação dos processos das

empresas. (SANTOS, 2001)

Assumindo esta definição, e diante das tendências de: (1) processos cada vez mais

interfuncionais; (2) individualização do portfólio de clientes, que demandam

desenvolvimentos e tornam o processo mais complexo; (3) redução do tempo de

permanência do portfólio de produtos e serviços, em função do crescente aumento da taxa

de inovação nas organizações; (4) Globalização da produção, ou seja, mesmo o produto

produzido localmente pode alcançar mercados diferenciados; (5) integração das cadeias de

suprimentos, tornando todo o processo mais rentável, melhorando as relações com todos os

componentes da teia de suprimentos da companhia e obtenção melhores índices de

resultados;. É de acordo com as tendências citadas acima que a EPN deve atuar com o

objetivo de otimizar os processos levando à empresa a tão desejada vantagem competitiva

perante o mercado. (SANTOS, 2001)

Para que se obtenha sucesso na estruturação utilizando como ferramenta a EPN é de

fundamental importância a utilização de processos modelados. Esta modelagem possui,

como finalidade: representação, análise e melhoria da forma que o trabalho é realizado,

visando sempre produtos clientes e mercados. (SANTOS, 2001)

Segundo Vernadat (1996), a modelagem de processos tem como objetivo apresentar

dados palpáveis para as melhores tomadas de decisões, sendo assim são de extrema

importância: o entendimento da forma de se trabalhar do objeto estudo, analisar o fluxo de

27

informações de modo a poder propor melhorias e a democratização do conhecimento sobre

o fluxo do processo envolvido, a partir destas ferramentas poder-se-á tomar decisões

apontando para melhorias para todo o processo e gestão da organização em estudo.

2.6 Gestão da cadeia de suprimentos (Supply chain management)

Com as crescentes pressões por vantagens competitivas no mundo moderno se torna

cada vez mais importante a adoção de métodos de gestão que proporcionem maior

gerenciamento de toda a cadeia de processos de negócios das empresas, é em resposta às

essas crescentes pressões que nos anos noventa surgiu uma nova ferramenta de gestão de

processos o supply chain management, de acordo com Pedroso (2002), a gestão da cadeia

de suprimentos pode ser definida como o elemento que conecta os principais processos que

compõe os fluxos bidirecionais de materiais e informações tanto no âmbito intra-empresa

quanto no âmbito entre empresas que compõe toda a cadeia, até chegar ao nível de

consumidores finais, agregando assim valor a empresa e a seus consumidores ao longo do

processo. Segundo Pires (2010), a Gestão da Cadeia de Suprimentos (SCM – Supply Chain

Management), desde meados de 1990, vem crescendo dentro das empresas e ocupando

lugares cada vez mais importantes na gestão industrial das áreas de maior competição.

Segundo Turban et al. (2002) dão corpo a cadeia de suprimentos os fluxos financeiros,

fluxos de materiais e fluxos de informações que partem do fornecedor de matéria-prima,

passando pelos setores de produção da empresa atingindo assim os consumidores finais.

Vale ressaltar que esse fluxo está compreendido internamente e externamente a empresa.

A cadeia de suprimentos concentra diversas atividades da empresa tais como: compras,

fluxo de pagamentos, disposição de materiais, planejamento e controle da produção,

controle logístico e de estoques, distribuição e despacho de mercadorias.

A GCS é um diferencial que atua tanto dentro da empresa como também no ambiente

externo à empresa se mostrando de importância significativa na relação com seus clientes

e fornecedores, como afirma Cooper et al. (1997), a GCS está presente em toda a integração

dos processos das empresas, e esse fato não se restringe somente internamente a uma

organização isolada, mas atua em todas as empresas que compões a cadeia de suprimentos.

28

A GCS se baseia na ideia de que todas as partes constituintes da cadeia devem trabalhar de

forma sinérgica em prol de um resultado comum.

Embora cada empresa possua seus clientes, elas devem ter em mente que atuando de

forma conjunta estarão agregando valor aos seus produtos e serviços e como consequência

conseguirão o maior objetivo que é a satisfação do cliente final. Para Alves filho et al.

(2001) o objetivo é tornar os processos de negócios mais eficientes e eficazes, para isso se

torna necessário a redução de custos, a manutenção em níveis mínimos de estoque, pois

desta forma obtém-se a vantagem competitiva exigida pelo mercado agregando-se valor a

cadeia de suprimentos.

A função da gestão da cadeia de suprimentos é planejar, organizar e coordenar todos os

fluxos que compões as atividades do processo de negócio da empresa e de seus

colaboradores. O conceito mais atual da GCS refere-se a sistemas integrados de gestão de

cadeia de suprimentos em todo seu conjunto.

A figura 8 representa um esquema linear formado pelas empresas integrantes da cadeia

de suprimentos integradas, formando uma unidade competitiva.

Figura 8: Cadeia de Suprimentos Integrada

Fonte: Extraído de Bowersox et al. (2014)

29

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 TIPO E METODOLOGIA DA PESQUISA

O objetivo principal deste trabalho foi documentar e analisar os impactos decorrentes

da implementação do módulo GTM, da empresa SAP, na gestão da cadeia de suprimentos de

uma grande empresa brasileira exportadora de açúcar. As informações para a elaboração desse

projeto foram obtidas através de uma pesquisa empírica na empresa em estudo.

Yin (1989) afirma que "o estudo de caso é uma inquirição empírica que investiga um

fenômeno contemporâneo dentro de um contexto da vida real, quando a fronteira entre o

fenômeno e o contexto não é claramente evidente e onde múltiplas fontes de evidência são

utilizadas". Esta definição, apresentada como uma "definição mais técnica" por YIN (1989),

auxilia, segundo ele, a compreender e distinguir o método do estudo de caso de outras

estratégias de pesquisa como o método histórico e a entrevista em profundidade, o método

experimental e o survey.

A pesquisa empírica realizada nesse trabalho é de natureza qualitativa e será conduzida

pelo método de estudo de caso único. Como qualquer pesquisa, o estudo de caso é geralmente

organizado em torno de um pequeno número de questões que se referem ao como e ao porquê

da investigação.

Segundo Strauss e Corbin (1990),

Pesquisas qualitativas são qualquer tipo de pesquisa que chega s suas conclusões por

meios distintos de procedimentos estatísticos ou outros meios de quantificação”,

podendo este tipo de pesquisa ser utilizado para “descobrir e entender o que está por

trás de fenômenos sobre os quais pouco ainda se conhece ou para se obter novos

pontos de vista sobra coisas das quais já se conhece bastante.

A coleta de dados foi realizada através da análise e interpretação das respostas de

questionários, enviados via e-mail, aos funcionários da empresa objeto de estudo que executam

suas funções nas áreas relevantes à pesquisa realizada. A população respondente dos

questionários é composta por três gerentes, dois coordenadores e seis usuários do sistema da

área de execução. Para a obtenção dos dados foram enviados onze e-mails obtendo-se um

30

índice de resposta de 100%. O questionário que compões os dados para a publicação foi

composto por quinze perguntas que deveriam ser respondidas com base na escala Likert, sendo

que as quinze perguntas visavam refletir os impactos pós implementação do sistema em sete

variáveis estratégicas organizacionais, que serão detalhas adiante. A escala Likert é composta

por perguntas que variam de um a cinco, sendo um discordo plenamente e cinco concordo

plenamente. O questionário utilizado na obtenção dos dados da pesquisa está disponível como

apêndice do trabalho.

Com o objetivo de apresentar os dados da maneira mais justa possível o público

respondente do questionário foi divido em dois grupos. O primeiro é composto pelos gerentes

e coordenares, pois estes possuem uma visão mais genérica e abrangente de todo o processo da

empresa e consequentemente os reflexos do sistema GTM em diversos componentes da cadeia

de suprimentos. O segundo grupo foi composto pelos usuários do sistema, isso se deve ao fato

de terem menor abrangência na visão geral do processo da empresa.

Os dados referentes a pesquisa foram divulgados através desse trabalho respeitando-se

a escala de suas proporções, porém não foi permitida a divulgação de dados reais da empresa

bem como os nomes da empresa e de seus funcionários. Por oito meses estive presente no

projeto trabalhando em sua implementação e melhoria obtendo os dados para a elaboração

deste trabalho. O fato de fazer parte de uma empresa terceirizada não me permitiu a divulgação

do nome da empresa nesse projeto

A natureza qualitativa da pesquisa proposta é justificável, uma vez que, objetivando a

ampliação dos conhecimentos de sistemas ERP, mais especificamente o SAP-GTM, pretende-

se observar as mudanças nos fluxos de informações, fluxos financeiros fluxos de materiais

dentro da empresa e consequentemente os impactos provenientes dessa nova condição na

gestão de cadeia de suprimento da empresa em análise, tendo-se como foco principal alguns

componentes dessa cadeia como: fornecedores, relação com cliente e gestão interna da cadeia

de suprimentos. Esse enfoque é justificável por se tratar de um fenômeno de estudo acadêmico

novo, existindo poucos trabalhos a ele relacionados.

Sobre o uso do estudo de caso em pesquisas relacionadas a sistemas de informação,

Benbasat, Goldstein e Mead (1987) afirmam que “o uso de estudo de caso é adequado para

capturar o conhecimento dos profissionais da área e construir teorias a partir deste.”. Desta

forma o processo de tentativa e erro no qual os profissionais da área estão envolvidos é

fundamental para que o conhecimento seja acumulado. É tarefa dos acadêmicos formalizar esse

31

conhecimento antes de seguir para a fase de testes. Antes que ocorra essa formalização, o

estudo de casos pode ser empregado para documentar as experiências na prática.

3.2 FLUXO DO PROCESSO DA EMPRESA EM ESTUDO

A empresa em estudo apresenta sua área de cadeia de suprimentos dividida em duas

partes. Uma das partes fica responsável pelo fluxo do mercado interno enquanto a outra

gerencia a venda do açúcar para o mercado externo, sendo o segundo denominado de

Originação. No presente trabalho será analisada a melhoria proporcionada pelo sistema de

gestão de negócios SAP-GTM apenas para o processo de Originação, visto que o processo

voltado ao mercado interno ainda está em processo de implementação e não possui os dados

necessários para a análise em questão.

Na figura nove tem-se uma representação do fluxo logístico da operação de Originação

da empresa em estudo.

Figura 9: Fluxo do Processo de Originação

Fonte: O Autor

Através das condições comerciais são definidas as operações de fornecimento, de

logística, a necessidade de proteção contra eventuais variações de preços (Hedge), aprovação

32

de crédito e a preparação do script de impostos. Também são definidos os termos de pagamento

e em qual índice de preço o contrato se baseará quando o negócio for fechado (Business

Confirmation). A área Comercial informa as Áreas de Planejamento, Logística, terminais,

Jurídico e Fiscal), processo denominado Business Confirmation. O Contrato é elaborado pelo

comerciante (Trader) de Originação, e o Jurídico efetua a conferência, carimba e rubrica. A

Área Jurídica gera o número do Contrato. Após a geração do número do contrato área de

execução irá cadastrar o contrato no sistema. Existem diversas formas de frete acordados pela

empresa (PVU, PVT e FCA) esses fretes implicam em diferentes percentuais de retenção no

mesmo contrato. Na compra PVT e FCA poderá ter a cláusula de entrega alterada criando-se

assim um novo Contrato de Logística (Sugar Express) que é alterado automaticamente pelo

sistema de gestão GTM.

Durante o processo de transporte do açúcar das usinas produtoras até os terminais

açucareiros de Santos e Paranaguá existem pontos relevantes, no que se refere a logística, que

merecem nossa atenção. A criação do contrato de venda pela área comercial gera, de forma

automática no sistema, o chamado business confirmation, esse documento quando gerado no

sistema sensibiliza de forma quase que instantânea as usinas responsáveis pelo fornecimento

do açúcar que iniciam o processo de transporte do produto. A escolha da usina que fornecerá o

açúcar dependerá de diversos fatores como estoque, capacidade produtiva, quantidade de

açúcar negociada e distância do porto de embarque.

De acordo com as condições do contrato o açúcar poderá seguir por via rodoviária da

usina até o terminal de embarque, ou poderá seguir por via rodoviária e posteriormente via

férrea até o terminal de embarque. Neste segundo caso ter-se-á um procedimento diferenciado

ao passar a carga do meio rodoviário para o meio ferroviário, esses pontos de transferência são

conhecidos como terminais de transbordo.

Atualmente estão ativos 8 terminais de transbordo divididos nos estados de São Paulo

e Paraná sendo estes localizados em: Londrina, Rolândia, Ourinhos, Araraquara, Aguaí,

Fernandópolis, São José do Rio Preto e Ribeirão Preto. No processo atual os terminais emitem

um arquivo Excel integrado no sistema SAP com a quantidade de produto recebido, essa

quantidade servirá de controle para a checagem no terminal de destino. Além dessa finalidade

a integridade das informações enviadas pelos transbordos para a empresa auxilia na rapidez da

checagem dessas informações na entrada direta desses dados no transbordo aumentando a

capacidade de gestão da empresa sobre seus terminais.

33

Durante o procedimento no transbordo é gerado um arquivo CODESP (Companhia de

Docas do Estado de São Paulo) que tem por finalidade o agendamento da entrega no porto

destino, quando no caso de transporte unicamente rodoviário esse envio fica por conta da usina

de origem do açúcar.

Na chegada da carga ao terminal de açúcar nos portos de destino são conferidas as

informações da DANFE (Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica) com as informações

do arquivo Codesp. Após a entrada do açúcar no porto será apurada a qualidade do açúcar

através de uma análise conhecida como polarização.

A apuração da qualidade de polarização das Usinas Originadas é efetuada através de

Empresa de Supervisão Contratada por conta e ordem da compradora no Terminal de

recebimento do produto. A análise de polarização procede da seguinte maneira: a supervisora

faz a coleta das amostras na descarga do açúcar no terminal individual por Usina e por

caminhão, de acordo com as regras SAL – a cada 1.000 toneladas – compõe uma amostra

completa, efetuam-se as análises e o resultado é publicado através do site da Empresa de

Supervisão ou em relatórios enviados diariamente que alimentam o sistema. A identificação da

usina é feita através de um código e/ou pelo nome da usina. Na maioria dos contratos, o

adiantamento é pago com a polarização mínima de 99,00º, correspondente a 3,75% acrescidos

ao preço e, após a finalização da entrega, verifica-se o resultado apurado pela supervisora e

então é efetuado o pagamento da diferença. Esse pagamento é efetuado ao término da entrega

de cada tranche ou contrato ou então no momento do embarque do açúcar (para a quantidade

embarcada). Existem ainda Contratos em que no preço pago já está acrescido a polarização

máxima de 99,30º, correspondente a 4,05% (critério diferenciado de acordo com o ciente).

A última etapa do processo de embarque do açúcar é denominada de nomeação, esse

processo refere-se a compra do açúcar que está disponível no porto para ser embarcado no

navio. Dessa forma o GTM utilizará um processo chamado “Nomination” que iniciará o

processo de execução. A partir dessa etapa toda a informação relevante para a nomeação do

navio será relatada durante o processo e estará disponível no sistema SAP-GTM para consultas,

análises e acompanhamento da carga além de ter todas as informações referentes as

movimentações dos estoques da empresa.

34

3.3 PLANO DE COMPRA

O planejamento de compra da Originação, processo voltado ao mercado externo, é

elaborado levando-se em consideração alguns parâmetros, como: análise de mercado, volume

e retorno financeiro das operações (spreads). Também se faz necessário o levantamento das

características dos fornecedores, analisando os custos, taxas, restrições logísticas, estoques e

as especificações de qualidade. O fluxo do processo de planejamento para compra da empresa

apresenta-se representado de forma esquemática na figura dez.

A empresa em estudo comercializa os seguintes tipos de açúcar: VHP (Very High

Polarization), VVHP (Very Very High Polarization), Açúcar Cristal com especificação

máxima 150 / 180 / 200 / 250 / 300. Sendo que os açúcares VHP e VVHP são carregados em

sacos de 1.200 quilogramas (Big Bags) ou em sacos de 50 quilogramas.

Figura 10: Fluxo de Planejamento ano de 2013

Fonte: O Autor

35

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Existem diversos trabalhos que abordam a influência da tecnologia da informação em

grandes conglomerados, entretanto a maioria dessas pesquisas procura abordar o ciclo de vida

dos sistemas ERP com foco especial para a etapa de implantação do sistema. Através de uma

nova abordagem esse trabalho busca identificar os resultados nas variáveis da empresa em

estudo, com foco nas áreas de planejamento e logística.

Sendo assim o objetivo deste trabalho será de avaliar quantitativamente quais foram os

benefícios trazidos após a implementação do sistema ERP-GTM na melhoria dos fluxos de

informação, de materiais/serviços e financeiro que sustentam a cadeia de suprimentos, desta

forma trazendo informações para que se aperfeiçoe a estratégia coorporativa, ou seja, avaliar

através do estudo de caso os efeitos positivos e negativos do sistema nos níveis interno,

competitivo e de portfólio de negócios da empresa.

A análise do ambiente interno procura evidenciar quais as deficiências e qualidades

apresentadas pela empresa que está sendo analisada, assim determinando quais são os pontos

fortes e fracos da empresa perante ao mercado em que está inserida. Nesta análise compare-se

a posição da empresa com suas concorrentes atuantes na mesma área de atuação.

O nível competitivo de uma empresa não depende apenas das ações internas, descrita

anteriormente, desempenhadas pela organização em si, ou dos aspectos sistêmicos, mas,

também, da forma como ela se relaciona com as demais empresas e instituições atuantes na sua

cadeia produtiva e na sua região de abrangência.

Já o nível de Estratégia de Portfólio de Negócios atua nas escolhas pelas quais as

empresas competem para se posicionar na sua respectiva cadeia produtiva. Sendo assim essa

análise atuará nos níveis de indústria, de firma e de análise estratégica de mercado.

Para que se dê continuidade na análise proposta realizou-se uma subdivisão em sete

variáveis estratégicas organizacionais, são elas: Fornecedores; Produção; Mercado; Clientes e

Consumidores; Rivalidade Competitiva; Eficiência e Eficácia organizacional e Eficiência

interorganizacional, atentando-se em como essas variáveis se comunicam com os três

principais fluxos da cadeia de suprimentos (fluxo de informação, fluxo de materiais/serviços e

o fluxo financeiro) atuantes na organização em estudo.

36

4.1 RELAÇÕES COM FORNECEDORES

No que se refere a relação entre cliente e fornecedor a maioria dos profissionais que

responderam à pesquisa concordam que o SAP-GTM auxilia na relação entre cliente e

fornecedor, fato que pode ser observado nas tabelas 1, onde 60% dos respondentes do grupo

um concordam que sistema melhorou a relação da empresa com seus fornecedores contra a

totalidade dos respondentes do grupo dois (tabela 2). Esse resultado se deve principalmente à

diminuição da incerteza do lead time, onde tivemos 100% do grupo um (tabela 3) e 83,33% do

grupo dois (tabela 4) concordando com o fato do sistema diminuir o tempo de incerteza. O lead

time total, citado anteriormente, é composto pelo tempo dedicado ao processamento de

pedidos, à busca de fornecimento, a manufatura dos itens e ao transporte dos itens entre os

diversos estágios da cadeia de suprimentos. Grande parte dos respondentes também

concordaram que o sistema melhorou a busca por novos fornecedores apresentando percentuais

praticamente iguais nos dois grupos, 60% no grupo um (tabela 5) e 66,67% no grupo dois

(tabela 6), pois tomando-se como base os relatórios on-line, fornecidos no banco de dados,

consegue-se ter uma prévia do desempenho dos fornecedores junto a empresa e com isso

elencar os melhores parceiros. Outro tópico que favoreceu o alto índice de aprovação do

sistema na relação junto aos fornecedores foi o controle de estoques da empresa que permitiu

a tomada de decisão de compra ou produção de determinado insumo de forma mais assertiva,

nesse quesito obteve-se um índice de aprovação de 80% referente ao grupo um (tabela 7) e

66,66% de aprovação do sistema no grupo dois (tabela 8). O quadro abaixo resume os índices

da pesquisa quando perguntado se o sistema SAP-GTM auxiliou na melhoria das relações

cliente X fornecedores.

Tabela 1: Relação Cliente e Fornecedor (Grupo1)

Relação Cliente e Fornecedor Qt. Respondentes Frequência (%)

Discordo Totalmente 0 0

Discordo 1 20

Indiferente 1 20

Concordo 0 0

Concordo Totalmente 3 60

Total 5 100

Fonte: Autor

37

Tabela 2: Relação Cliente e Fornecedor (Grupo2)

Relação Cliente e Fornecedor Qt. Respondentes Frequência (%)

Discordo Totalmente 0 0

Discordo 0 0

Indiferente 0 0

Concordo 6 100

Concordo Totalmente 0 0

Total 6 100

Fonte: Autor

Tabela 3: Diminuição da incerteza do Lead time (Grupo1)

Diminuição da incerteza do

Lead time Qt. Respondentes Frequência (%)

Discordo Totalmente 0 0

Discordo 0 0

Indiferente 0 0

Concordo 2 40

Concordo Totalmente 3 60

Total 5 100

Fonte: Autor

Tabela 4: Diminuição da incerteza do Lead time (Grupo2)

Diminuição da incerteza do

Lead time Qt. Respondentes Frequência (%)

Discordo Totalmente 0 0

Discordo 0 0

Indiferente 1 16,67

Concordo 2 33,33

Concordo Totalmente 3 50

Total 6 100

Fonte: Autor

Tabela 5: Busca por novos Fornecedores (Grupo1)

Busca por novos

Fornecedores Qt. Respondentes Frequência (%)

Discordo Totalmente 0 0

Discordo 0 0

Indiferente 2 40

Concordo 2 40

Concordo Totalmente 1 20

Total 5 100

Fonte: Autor

38

Tabela 6: Busca por novos Fornecedores (Grupo2)

Busca por novos

Fornecedores Qt. Respondentes Frequência (%)

Discordo Totalmente 0 0

Discordo 0 0

Indiferente 2 33,33

Concordo 3 50

Concordo Totalmente 1 16,67

Total 6 100

Fonte: Autor

Tabela 7: Controle do Estoque (Grupo1)

Controle do Estoque Qt. Respondentes Frequência (%)

Discordo Totalmente 0 0

Discordo 0 0

Indiferente 1 20

Concordo 4 80

Concordo Totalmente 0 0

Total 5 100

Fonte: Autor

Tabela 8: Controle do Estoque (Grupo2)

Controle do Estoque Qt. Respondentes Frequência (%)

Discordo Totalmente 0 0

Discordo 0 0

Indiferente 2 33,33

Concordo 2 33,33

Concordo Totalmente 2 33,33

Total 6 100

Fonte: Autor

4.2 Clientes e Consumidores

No que se refere as relações entre clientes e consumidores, de acordo com a pesquisa

realizada, o SAP-GTM pouco contribuiu para que se alcançasse uma relação mais estreita com

clientes e consumidores, entretanto tivemos uma grande diferença entre os índices de

aprovação obtidos nos dois grupos em estudo, muito provável devido a grande diferença de

39

visão do processo que cada grupo possui, durante as entrevistas com o grupo dois foi apurado

que o sistema é visto como representativo na gestão interna da empresa e dessa forma não

disponibiliza informação para o consumidor final do produto. Segundo o questionário

respondido pelos participantes do estudo de caso temos que 40% dos respondentes do grupo

um acreditam que o sistema possa favorecer de alguma forma a relação entre a empresa, seus

clientes e consumidores, representado na tabela 9, enquanto que 83,33% do grupo dois acredita

que o sistema tenha sido indiferente no estreitamento da relação com os consumidores finais

do produto comercializado pela empresa (tabela 10).

Tabela 9: Relação Empresa, Clientes e Consumidores (Grupo1)

Relação Empresa, Clientes e

Consumidores Qt. Respondentes Frequência (%)

Discordo Totalmente 0 0

Discordo 1 20

Indiferente 2 40

Concordo 2 40

Concordo Totalmente 0 0

Total 5 100

Fonte: Autor

Tabela 10: Relação Empresa, Clientes e Consumidores (Grupo2)

Relação Empresa, Clientes e

Consumidores Qt. Respondentes Frequência (%)

Discordo Totalmente 1 16,67

Discordo 0 0

Indiferente 5 83,33

Concordo 0 0

Concordo Totalmente 0 0

Total 6 100

Fonte: Autor

4.3 Vantagem Competitiva

Neste tópico buscou-se avaliar e mensurar de que forma o sistema da SAP, GTM, pode

influenciar em uma investida tomando-se como base a relação da empresa com seus

competidores. Essa vantagem está relacionada desde o diferencial da empresa, como oferecer

novo produto ou serviço no mercado, quanto ao fato de se igualar e torna-se competitivo no

mercado.

40

Desta forma a maior parte dos entrevistados concorda que o SAP-GTM tem uma grande

parcela de responsabilidade no tocante a vantagem competitiva. Como pode ser observado na

tabela onze 60% dos entrevistados concordam que o sistema coloca a empresa em posição de

vantagem frente a seus concorrentes, ou ao menos faz com que a empresa esteja em igualdade

competitiva no mercado em que atua, enquanto que no grupo dois 50% dos entrevistados

(tabela 12) concordam que o sistema auxiliou na obtenção da vantagem competitiva perante ao

mercado

Este fato pode ser devido, principalmente, ao fato de que grande parte das empresas

atuantes no ramo de commodities possuem algum tipo de sistema que coordene suas atividades

diárias.

Tabela 11: Vantagem Competitiva (Grupo1)

Vantagem Competitiva Qt. Respondentes Frequência (%)

Discordo Totalmente 0 0

Discordo 0 0

Indiferente 2 40

Concordo 3 60

Concordo Totalmente 0 0

Total 5 100

Fonte: Autor

Tabela 12: Vantagem Competitiva (Grupo2)

Vantagem Competitiva Qt. Respondentes Frequência (%)

Discordo Totalmente 0 0

Discordo 3 50

Indiferente 0 0

Concordo 2 33,33

Concordo Totalmente 1 16,67

Total 6 100

Fonte: Autor

4.4 Mercado

Neste bloco foi questionado aos respondentes quanto a eficácia do sistema em relação

a três pontos principais relativos ao mercado alvo da empresa em estudo.

41

Quando abordados em relação a previsão das tendências do mercado a maioria dos

entrevistados dos dois grupos pesquisados se posicionaram contra uma possível vantagem

oferecida pelo sistema, de acordo com a tabela 13, quase a metade (40%) dos entrevistados do

grupo um não concordam que o sistema tenha oferecido qualquer tipo de vantagem no que diz

respeito a previsão das tendências do mercado e de acordo com a tabela 14 a totalidade dos

entrevistados do grupo dois tiveram a mesma opinião.

Tabela 13: Previsão de tendências do Mercado (Grupo1)

Previsão de tendências do

Mercado Qt. Respondentes Frequência (%)

Discordo Totalmente 1 20

Discordo 1 20

Indiferente 3 60

Concordo 0 0

Concordo Totalmente 0 0

Total 5 100

Fonte: Autor

Tabela 14: Previsão de tendências do Mercado (Grupo2)

Previsão de tendências do

Mercado Qt. Respondentes Frequência (%)

Discordo Totalmente 2 33,33

Discordo 4 66,67

Indiferente 0 0

Concordo 0 0

Concordo Totalmente 0 0

Total 6 100

Fonte: Autor

Outro sub-tópico referente a mercado abordado neste trabalho está associado a previsão

e controle de vendas da empresa. Quando questionados quanto a capacidade do SAP-GTM de

melhorar a previsão e controle apenas 60%, ver tabela 15 dos respondentes do grupo um

concordam com o fato de que o sistema auxilia na previsão e controle de vendas da companhia,

contra 66,66% dos respondentes do grupo 2 (tabela 16).

42

Tabela 15: Previsão e Controle de vendas (Grupo1)

Previsão e Controle de

vendas Qt. Respondentes Frequência (%)

Discordo Totalmente 0 0

Discordo 0 0

Indiferente 3 60

Concordo 2 40

Concordo Totalmente 0 0

Total 5 100

Fonte: Autor

Tabela 16: Previsão e Controle de vendas (Grupo2)

Previsão e Controle de

vendas Qt. Respondentes Frequência (%)

Discordo Totalmente 0 0

Discordo 1 16,67

Indiferente 1 16,67

Concordo 2 33,33

Concordo Totalmente 2 33,33

Total 6 100

Fonte: Autor

Por fim foi perguntado aos entrevistados quanto a melhoria proporcionada pelo sistema

quando se trata das variáveis relacionadas a exportação do açúcar. Nesse sentido a grande

maioria dos entrevistados do grupo um (80%) concordam que o GTM proporciona maiores

facilidades e controle do açúcar que é embarcado e enviado ao mercado externo (Tabela

17), contra somente 50% dos respondentes do grupo 2 (Tabela 18). Grande parte do

resultado se deve ao fato de que o sistema, com seus desenvolvimentos, trata de forma

eficiente e automática as questões referentes as tarifas de embarcação nos portos e de

exportação para os países de destino do açúcar.

Tabela 17: Mercado Externo (Grupo1)

Mercado Externo Qt. Respondentes Frequência (%)

Discordo Totalmente 0 80

Discordo 0 0

Indiferente 1 20

Concordo 3 60

Concordo Totalmente 1 20

Total 5 100

Fonte: Autor

43

Tabela 18: Mercado Externo (Grupo2)

Mercado Externo Qt. Respondentes Frequência (%)

Discordo Totalmente 0 0

Discordo 2 33,33

Indiferente 1 16,67

Concordo 1 16,67

Concordo Totalmente 2 33,33

Total 6 100

Fonte: Autor

4.5 Produção e Produtividade

Este bloco será abordado no trabalho, pois é parte integrante de grande destaque em

qualquer empresa. Entretanto como está sendo abordado um módulo específico dos

produtos fornecidos pela empresa SAP dever-se-á abordar seu papel, como instrumento de

melhoria da produção da empresa.

Os sistemas ERP em geral tem um papel, comprovadamente, importante na manutenção

e melhoria do setor de produção das grandes empresas mundiais, todavia o SAP-GTM não

se propõe a tal aplicação dentro das empresas, sendo sua atuação sem dúvida muito evidente

nos setores pós e pré-produção, não sendo atuante no setor produtivo em propriamente dito.

No mercado existem diversos outros softwares de gestão de negócios com comprovada

eficiência no setor de produção, não aplicada ao SAP-GTM, sendo assim ao questionar os

respondentes quanto a participação na melhoria do setor de produção e produtividade da

empresa apenas 16,67% (tabela 20) dos entrevistados do grupo 2 concordam que o sistema

em análise tenha participação fundamental na melhoria do setor de produção, contra

83,33% que discordam ou consideram a atuação do sistema indiferente, enquanto que no

grupo 1 (Tabela 19) não há nenhum (0%) respondente que considera o SAP-GTM como

participante na melhoria da produção e produtividade da empresa.

44

Tabela 19: Produção e Produtividade (Grupo1)

Produção e Produtividade Qt. Respondentes Frequência (%)

Discordo Totalmente 4 80

Discordo 0 0

Indiferente 1 20

Concordo 0 0

Concordo Totalmente 0 0

Total 5 100

Fonte: Autor

Tabela 20: Produção e Produtividade (Grupo2)

Produção e Produtividade Qt. Respondentes Frequência (%)

Discordo Totalmente 1 16,67

Discordo 1 16,67

Indiferente 3 50

Concordo 1 16,67

Concordo Totalmente 0 0

Total 6 100

Fonte: Autor

4.6 Eficácia Organizacional

Para avaliação dos índices referentes a eficácia foram levantadas três questões

abordando diferentes aspectos que compões a eficácia organizacional, são elas: a melhoria

do fluxo do processo e tomada de decisões, a melhora no julgamento da empresa perante

ao mercado e a melhoria no planejamento da companhia em todos os níveis de negócio.

Após apuração dos resultados dos questionários percebeu-se aqui um ponto relevante

do sistema, pois nos dois grupos pesquisados não obteve-se nenhum discordo ou discordo

totalmente. Como pode ser observado nas tabelas 21 e 22, todos os respondentes

pertencentes aos grupos um e dois concordam que o sistema auxiliou na melhoria da

eficácia organizacional,

45

Tabela 21: Eficácia Organizacional (Grupo1)

Eficácia Organizacional Qt. Respondentes Frequência (%)

Discordo Totalmente 0 0

Discordo 0 0

Indiferente 0 0

Concordo 1 20

Concordo Totalmente 4 80

Total 5 100

Fonte: Autor

Tabela 22: Eficácia Organizacional (Grupo2)

Eficácia Organizacional Qt. Respondentes Frequência (%)

Discordo Totalmente 0 0

Discordo 0 0

Indiferente 0 0

Concordo 2 33,33

Concordo Totalmente 4 66,67

Total 6 100

Fonte: Autor

Outro ponto relevante quando abordado o tema da eficiência de um sistema ERP, nesse

caso uma solução da SAP conhecida como GTM, é a integração interorganizacional. Nesse

ponto da pesquisa obtivemos um grande índice de aprovação do sistema, 100% dos

entrevistados do grupo um (tabela 23) concordam que o sistema em estudo foi capaz de

melhorar a relação da empresa com as demais companhias do mercado, contra 83,33% dos

respondentes pertencentes ao grupo dois apresentados na tabela 24. Esse sempre foi um dos

grandes apelos dos sistemas ERP em geral e não poderia ser diferente em um produto

específico, no sentido de integrar atividades realizadas entre unidades organizacionais de

diferentes regiões.

Sem dúvida no tópico de eficiência interorganizacional e organizacional foi onde

obtive-se o grande destaque do sistema ERP em estudo, resultado de certa forma esperado,

pois um dos grandes apelos do sistema é sua eficiência, confiabilidade e rapidez de

propagação de informação ao longo de toda a cadeia de suprimentos das empresas.

46

Tabela 23: Eficácia Interorganizacional (Grupo1)

Eficácia Interorganizacional Qt. Respondentes Frequência (%)

Discordo Totalmente 0 0

Discordo 0 0

Indiferente 0 0

Concordo 0 0

Concordo Totalmente 5 100

Total 5 100

Fonte: Autor

Tabela 24: Eficácia Interorganizacional (Grupo2)

Eficácia Interorganizacional Qt. Respondentes Frequência (%)

Discordo Totalmente 0 0

Discordo 0 0

Indiferente 1 16,67

Concordo 0 0

Concordo Totalmente 5 83,33

Total 6 100

Fonte: Autor

47

5. CONCLUSÃO

Após a análise e apuração dos dados pode-se concluir que o sistema de gestão de

negócios GTM, da empresa SAP, apresentou melhorias significativas quando abordados

segundo a ótica da relação da empresa com seus fornecedores, neste tópico o sistema

apresentou uma satisfatório contribuição a companhia, visto que a maioria dos

respondentes quando abordados sobre os tópicos de gestão de estoque, diminuição da

incerteza do lead time e busca por novos fornecedores notaram uma melhoria após a

implementação do sistema de gestão integrada em estudo, apresentando índice de

aprovação maior que 60%. Pode-se notar também que o desvio médio das respostas entre

o grupo um e o grupo dois foi de aproximadamente 20%, deixando claro a diferença entre

as visões dos gerentes e coordenadores quando comparadas as visões da equipe de

execução.

Outras variáveis estratégicas organizacionais com acentuada aceitação por ambos os

grupos respondentes ficam por conta da eficácia organizacional e a eficácia

interorganizacional, neste tópico, como já era de se esperar, o índice de aprovação quanto

a melhoria pós implementação do GTM foi bem próxima a 100%, fato já esperado pois este

é um dos maiores apelos dos sistemas integrados de forma geral.

Nas que se refere a obtenção da vantagem competitiva perante ao mercado tem-se um

índice mediano (em torno de 50%) de aceitação do sistema como sendo o responsável pela

melhoria dessas áreas, portanto pode-se concluir que o sistema auxiliou de forma pouco

eficaz na colocação da empresa perante ao mercado. Um ponto de atenção da pesquisa é a

disparidade entre os grupos um e dois no que se refere a melhoria da relação com clientes

e consumidores, onde temos uma aprovação de 40% no grupo composto por gerentes e

consumidores e temos a total rejeição do grupo composto pelos profissionais da área de

execução, este fato pode ter ocorrido devido ao pequeno espaço amostral da pesquisa, que

nos demais indicadores possuem percentuais próximos.

Quando pesquisada a melhoria apresentada em relação ao mercado, após a

implementação tem-se um bom desempenho do sistema nesse quesito, na previsão do

controle de vendas e na melhoria apresentada no processo de exportação da empresa a

aceitação apresentada pelos dois grupos é maior que 60%, entretanto quando abordados

sobre a melhor previsão das tendências do mercado, o sistema em nada contribuiu, segundo

os dois grupos respondentes.

48

Por último e já esperado se encontra a quase nula melhoria apresentada no setor de

produção da empresa, no caso as usinas, visto que esse módulo de ERP (GTM) não

apresenta como expectativa atuação significativa nesse setor da empresa.

Sendo assim pode-se constatar através do estudo de caso que a grande melhoria

apresentada pelo sistema está na gestão de informação da empresa, observada pelos altos

índices de aprovação nas eficácias organizacionais e Inter organizacionais, enquanto que

no setor produtivo e na melhoria com a ponta final da cadeia (clientes e consumidores)

tiveram pouca melhora após a implementação do SAP-GTM.

49

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YIN, Robert K. - Case Study Research - Design and Methods. Sage Publications Inc.,

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52

Apêndice A – Questionário para pesquisa

Questionário para pesquisa

O questionário a seguir tem como objetivo avaliar quais foram as melhorias

apresentadas na gestão da cadeia de suprimentos após a implementação do sistema

ERP, SAP, módulo GTM. As perguntas devem ser respondidas preenchendo-se os

quadrados que variam de discordo plenamente a concordo plenamente.

Nome:_____________________________________________________________

Cargo:_____________________________________________________________

Data:___/___/____

1. A utilização do sistema da empresa SAP conhecido como GTM auxiliou na melhoria

da relação entre a empresa e seus fornecedores?

Discordo Totalmente (1) Discordo (2)

Indiferente (3) Concordo (4)

Concordo Totalmente (5)

2. Sabendo que o lead time é o tempo total composto pelo processamento de pedidos, à

busca de fornecimento, a manufatura dos itens e ao transporte dos itens entre os

diversos estágios da cadeia de suprimentos, o sistema da empresa SAP conhecido

como GTM auxiliou na melhoria do tempo de lead time?

53

Discordo Totalmente (1) Discordo (2)

Indiferente (3) Concordo (4)

Concordo Totalmente (5)

3. A utilização do sistema da empresa SAP conhecido como GTM auxiliou na busca por

novos fornecedores?

Discordo Totalmente (1) Discordo (2)

Indiferente (3) Concordo (4)

Concordo Totalmente (5)

4. A utilização do sistema da empresa SAP conhecido como GTM auxiliou no controle

de estoques da empresa?

Discordo Totalmente (1) Discordo (2)

Indiferente (3) Concordo (4)

Concordo Totalmente (5)

5. A utilização do sistema da empresa SAP conhecido como GTM auxiliou na melhoria

da relação entre a empresa e seus clientes/consumidores?

Discordo Totalmente (1) Discordo (2)

Indiferente (3) Concordo (4)

Concordo Totalmente (5)

6. A utilização do sistema da empresa SAP conhecido como GTM auxiliou na melhoria

da vantagem competitiva da empresa perante ao mercado? (Essa vantagem pode ser

definida como o diferencial da empresa em oferecer novos produtos no mercado como

também em se igualar e tornar-se competitivo no mercado em que atua)

54

Discordo Totalmente (1) Discordo (2)

Indiferente (3) Concordo (4)

Concordo Totalmente (5)

7. A utilização do sistema da empresa SAP conhecido como GTM auxiliou na melhoria

das previsões de tendências de mercado?

Discordo Totalmente (1) Discordo (2)

Indiferente (3) Concordo (4)

Concordo Totalmente (5)

8. A utilização do sistema da empresa SAP conhecido como GTM auxiliou na melhoria

das previsões e controle de vendas da empresa?

Discordo Totalmente (1) Discordo (2)

Indiferente (3) Concordo (4)

Concordo Totalmente (5)

9. A utilização do sistema da empresa SAP conhecido como GTM auxiliou na melhoria

do processo de exportação, conhecido como Originação?

Discordo Totalmente (1) Discordo (2)

Indiferente (3) Concordo (4)

Concordo Totalmente (5)

55

10. A utilização do sistema da empresa SAP conhecido como GTM auxiliou na melhoria

do processo produtivo do açúcar (nas usinas), bem como sua produtividade?

Discordo Totalmente (1) Discordo (2)

Indiferente (3) Concordo (4)

Concordo Totalmente (5)

11. A utilização do sistema da empresa SAP conhecido como GTM auxiliou na melhoria

nas tomadas de decisões quanto ao fluxo do processo da empresa?

Discordo Totalmente (1) Discordo (2)

Indiferente (3) Concordo (4)

Concordo Totalmente (5)

12. A utilização do sistema da empresa SAP conhecido como GTM auxiliou na melhoria

de julgamento da condição da empresa perante ao mercado?

Discordo Totalmente (1) Discordo (2)

Indiferente (3) Concordo (4)

Concordo Totalmente (5)

13. A utilização do sistema da empresa SAP conhecido como GTM auxiliou em um

melhor planejamento das atividades da empresa?

Discordo Totalmente (1) Discordo (2)

Indiferente (3) Concordo (4)

Concordo Totalmente (5)

56

14. A utilização do sistema da empresa SAP conhecido como GTM auxiliou na melhoria

das relações da empresa com as demais empresas do mercado?

Discordo Totalmente (1) Discordo (2)

Indiferente (3) Concordo (4)

Concordo Totalmente (5)

15. A utilização do sistema da empresa SAP conhecido como GTM auxiliou na melhoria

do padrão de comunicação entre a empresa que você representa e as demais empresas

do mercado?

Discordo Totalmente (1) Discordo (2)

Indiferente (3) Concordo (4)

Concordo Totalmente (5)