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Avaliação dos Efeitos Biológicos de Compostos de
Tributil Estanho em Gastrópodes Marinhos e Sedimentos
Amadora
2010
Efeitos Biológicos de TBTs em Gastrópodes Marinhos e Sedimentos
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Ficha técnica:
Título: Avaliação dos Efeitos Biológicos dos Compostos de Tributil Estanho (TBTs) em Gastrópodes Marinhos e Sedimentos
Autoria: Laboratório de Referência do Ambiente/Agência Portuguesa do Ambiente Bela Wergikoski
Maria Ana Cunha Margarete Ferreira Paula Viana Pedro Antunes Teresa Gramacho Teresa Pinto
Edição: Agência Portuguesa do Ambiente Data de edição: Novembro de 2010 Local de edição: Amadora Tiragem: [1] exemplar
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Índice Geral
Índice Geral 4 Índice de Figuras 5 Índice de Tabelas 6 Lista de acrónimos e símbolos 7 Resumo 8 1 Introdução 9 2 Principiais fontes de TBTs 10 3 Metodologia de amostragem 10 3.1 Amostragem de Biota 10 3.2 Amostragem de Sedimento 11 4 Método analítico 12 4.1 Método de avaliação de efeitos biológicos em gastrópodes marinhos 16
4.2 Método para a determinação de compostos Orgânicos de Estanho em Matrizes Biológicas 15
4.3 Método para a determinação de compostos Orgânicos de Estanho em Sedimentos 16
5. Resultados 16 5.1 Impossexo 16 5.2 Compostos orgânicos de estanho em gastrópodes marinhos 18 5.3 Compostos orgânicos de estanho em Sedimentos 26
6. Conclusões 26
7. Bibliografia 26
Efeitos Biológicos de TBTs em Gastrópodes Marinhos e Sedimentos
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Índice de Figuras
Figura 1 – Recolha de gastrópodes 10
Figura 2 - Nucella lapillus em habitat natural 11
Figura 3 - Amostragem de sedimento 11
Figura 4 - Preparação de Nucella lapillus para observação – Medição dos Organismos 12
Figura 5 - Preparação de Nucella lapillus para observação – Esmagamento da concha com um torno 12
Figura 6 - Observação de Nucella lapillus à lupa 12
Figura 7 - Nucella lapillus – Evolução do IMPOSEX 14
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Índice de Tabelas
Tabela I Diferentes estádios do Impossexo 15
Tabela II Registo das observações de Nucella lapillus 1ª campanha de amostragem (Março/Abril 2008) 16
Tabela III Registo das observações de Nucella lapillus 2ª campanha de amostragem (Set./Out 2008) 17
Tabela IV Registo das observações de Nucella lapillus 3ª campanha de amostragem (Fev./Março 2009) 17
Tabela V Resultados da 1ª campanha de amostragem (Março/Abril 2008) -Compostos organo-
Estanosos em Nucella lappillus……………………………………………………………………………………………… 19
Tabela VI Resultados da 2ª campanha de amostragem (Set./Out. 2008) - Compostos organo-
estanosos em Nucella lappillus……………………………………………………………………………………………… 19
Tabela VII Resultados da 3ª campanha de amostragem (Fev./Mar. 2009) - Compostos organo-
estanosos em Nucella lappillus……………………………………………………………………………………………… 20
Tabela VIII Resultados da 1ª campanha de amostragem (Março/Abril 2008) -Compostos organo-
Estanosos em sedimentos……………………………………………………………………………………………… ………….. 20
Tabela IX Resultados da 2ª campanha de amostragem (Set./Out. 2008) - Compostos organo-
estanosos em sedimentos……………………………………………………………..……………………………………… 21
Tabela X Resultados da 3ª campanha de amostragem (Fev./Mar. 2009) - Compostos organo-
estanosos em sedimentos……..………………………………………………………………………………………… 21
Efeitos Biológicos de TBTs em Gastrópodes Marinhos e Sedimentos
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Lista de acrónimos e símbolos
DBT Dibutil Estanho
DPhT Difenil Estanho
JAMP Joint Assessment and Monitoring Programme
MBT Monobutil Estanho
MPhT Monofenil Estanho
GC-PFPD Cromatógrafo Gasoso com detector fotométrico de chama pulsado.
OSPAR OSPAR Commission “ Protecting and Conserving the North-East Atlantic and its Resources”
RPS Índice do tamanho relativo do pénis
TBT Tributil Estanho
TPhT Trifenil Estanho
VDS Incidência de Impossexo
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Resumo
No âmbito da Convenção para a Protecção do Meio Marinho do Atlântico Nordeste (OSPAR), as Partes
Contratantes obrigam-se a tomar todas as medidas para prevenir e combater a poluição tendo em vista a
preservação dos ecossistemas marinhos. Para dar resposta a esta Convenção foi implementado um
Programa de Monitorização para determinação do grau de contaminação por compostos orgânicos de
estanho de gastrópodes marinhos e sedimentos dos seus locais de origem.
Este programa de monitorização incluiu a recolha de amostras em 6 praias na costa Atlântica de Portugal
Continental durante os anos de 2008 e 2009 e envolveu a recolha de gastrópodes marinhos da espécie
Nucella lapillus e sedimentos dos mesmos locais.
O protocolo de recolha de gastrópodes seguiu o documento “JAMP Guidelines for Monitoring Contaminants
in Biota” – OSPAR Commission Ref. No 1999-2, revisão de 2008.
As amostras recolhidas foram analisadas pelo Laboratório de Referência do Ambiente (LRA) da Agência
Portuguesa do Ambiente (APA). Foi efectuada a avaliação dos efeitos biológicos dos compostos orgânicos
de estanho em Nucella lapillus (impossexo), bem como a análise das concentrações dos mesmos
compostos no biota e sedimentos.
As metodologias analíticas utilizadas foram desenvolvidas no LRA.
Os resultados obtidos revelaram níveis baixos de contaminação nos sedimentos, mas uma concentração de
TBT nas amostras de biota que varia entre os 0,4 e os 5,8 µg/kg (peso fresco).
Efeitos Biológicos de TBTs em Gastrópodes Marinhos e Sedimentos
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1. Introdução
A fim de dar resposta ao programa de monitorização da Convenção OSPAR, Portugal através do
Laboratório de Referência do Ambiente da Agência Portuguesa do Ambiente, como Parte
Contratante, tem vindo a proceder à avaliação dos efeitos biológicos de compostos de Tributil
Estanho (TBT) em Gastrópodes marinhos e à monitorização dos níveis de concentração destes
contaminantes em biota e sedimentos na zona da costa Atlântica portuguesa.
Em Portugal o uso de tintas anti-vegetativas contendo TBT, foi regulamentado em 1993 pelo
Decreto-Lei 54/93 de 26 de Fevereiro, que proíbe a sua utilização em embarcações com menos de
25 metros de comprimento, em equipamento destinado a aquacultura e em qualquer outro
equipamento total ou parcialmente imerso. Em 1989 a União Europeia publicou a Directiva
89/677/CEE banindo o uso de TBT em embarcações de comprimento inferior a 25 metros. Em 1990
o Comité de Protecção do Ambiente Marinho (MEPC) da Organização Marítima Internacional (IMO)
adoptou a resolução que recomendava a proibição do uso de TBT nessas embarcações - Resolução
MEPC 46 (30).
Em Outubro de 2001 foi adoptada pela IMO uma Convenção internacional que proíbe a aplicação de
tintas antivegetativas contendo organoestanosos em todos os navios a partir de 1 de Janeiro de
2003 e proíbe a completa presença destes compostos nos cascos de navios a partir de 1 de Janeiro
de 2008.
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2. Principiais fontes de TBTs
As principais fontes de TBTs são as tintas antivegetativas utilizadas na pintura dos cascos das
embarcações.
3. Metodologia de amostragem
3.1 Amostragem de Biota
O protocolo de amostragem de biota segue o documento OSPAR “Jamp Guidelines for Monitoring
Contaminants in Biota” Ref. 1999-2 (addition technical annexes 4 and 5 agreed 2008).
Figura 1 – Recolha de gastrópodes
Os locais de recolha do gastrópode marinho Nucella lapillus devem situar-se perto de zonas
portuárias, estaleiros navais e marinas, para permitir a avaliação da contaminação provocado pelos
TBT, compostos constituintes das tintas antivegetativas usadas na pintura dos cascos das
embarcações mas também em zonas mais afastadas destes locais (supostamente menos afectadas
por este tipo de poluição)
Efeitos Biológicos de TBTs em Gastrópodes Marinhos e Sedimentos
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Figura 2 – Nucella lapillus em habitat natural
A colheita de Nucella lapillus deve ser realizada durante a maré-baixa e número de organismos
recolhidos em cada ponto de amostragem deve ser, sempre que possível de, pelo menos, 40
exemplares. Estes exemplares devem ter um tamanho semelhante, preferencialmente pequeno
(correspondendo a uma idade não superior a dois anos). Durante a colheita deve ser verificada a
ausência ou presença de posturas de ovos. Sempre que possível devem manter-se os organismos
vivos até à sua observação.
Tendo por base estas especificações foram seleccionados seis pontos de amostragem, ao longo da
costa ocidental portuguesa – Moledo, Viana do Castelo, Cabo do Mundo, Aveiro, Buarcos e
Zambujeira do Mar.
3.2 Amostragem de Sedimento
Figura 3 – Acondicionamento de sedimentos para quantificação de compostos orgânicos
A fim de avaliar o impacto da carga poluente existente
nos sedimentos dos locais de recolha dos gastrópodes
efectua-se a quantificação de metais e compostos
orgânicos nos sedimentos destas zonas.
As amostras para determinação de compostos
orgânicos são acondicionadas em recipientes de vidro
de 500 ml cobertos com papel de alumínio. Para a
determinação de metais as amostras são
Posturas de Nucella lapillus
Nucella lapillus
Mexilhão (alimento)
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4. Métodos Analíticos
4.1 Método de avaliação dos efeitos biológicos de TBT em Nucella lapillus
No laboratório, o processo de análise deve iniciar-se o mais rapidamente possível. Para cada exemplar
mede-se, com a craveira, o comprimento da concha. Em seguida, a concha é partida com o auxílio de um
torno e o organismo é colocado (sem concha) numa caixa de Petri para posterior observação à lupa.
Preparação de exemplares de Nucella lapillus para observação
Esta observação vai permitir a determinação do sexo, confirmada após dissecação. Para
determinação do estádio de desenvolvimento do impossexo de acordo com a classificação de
Figura 4 – Medição dos organismos
Figura 5 – Esmagamento da concha com um torno
Figura 6 – Observação do organismo, à lupa
Efeitos Biológicos de TBTs em Gastrópodes Marinhos e Sedimentos
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estádios de impossexo de Gibbs et al (1987) (Tabela I), observa-se a presença/ausência de pénis e
vaso deferente, bem como de ovos.
Para cada amostra, são calculados os comprimentos médios das conchas das fêmeas e dos machos;
a percentagem de fêmeas; a incidência de impossexo e a frequência de fêmeas nos diferentes
estádios de impossexo, bem como os valores dos índices de impossexo (RPS e VDS).
Incidência de impossexo - é a percentagem de fêmeas, (em relação ao número total de fêmeas
da amostra), que se encontram em estádio de impossexo igual ou superior a 1.
Índice do tamanho relativo do pénis (RPS) - Gibbs et al, (1997) definem este índice como o
tamanho médio dos pénis das fêmeas, expresso em percentagem do tamanho médio dos pénis dos
machos, sendo o tamanho de um pénis calculado como o cubo do respectivo comprimento.
RPS = (comprimento médio dos pénis das fêmeas)3 x 100
(comprimento médio dos pénis dos machos)3
Índice de desenvolvimento (sequência) do vaso deferente (VDS) - Define-se como o valor
médio do impossexo numa população (Davies et al, 1997).
VDS = Σ dos valores de impossexo das fêmeas amostradas
nº total de fêmeas na amostra
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Figura 7 - Nucella lapillus. Evolução do IMPOSEX (estádios 1-6); a: ânus; b: protuberâncias
vesiculares; gc: glândula capsular; gp: papila genital; n: nódulos; v: vulva; vd: vaso deferente, (in
Gibbs et al, 1987)
Efeitos Biológicos de TBTs em Gastrópodes Marinhos e Sedimentos
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Tabela I – Estádios de impossexo
4.2 Método para a determinação de compostos organoestanosos em Biota A amostra de Nucella lapillus para determinar monobutil estanho (MBT), dibutil estanho (DBT),
tributil estanho (TBT), monofenil estanho (PhT), difenil estanho (DPhT) e trifenil estanho (TPhT) é
preservada a 4 ºC em frascos de vidro escuro até à análise, sendo posteriormente liofilizada e
moída.
Por cada 1 g de amostra é efectuada a adição de 1 mL metanol + 5 mL de HCl 0,1 M em metanol. A
extracção é efectuada por ultra-sons, durante 1 hora e repetida 2 vezes.
O extracto obtido é derivatizado em solução tampão de acetato de sódio / ácido acético a pH 4.8.
Adiciona-se 0,3 mL de reagente de derivatização (NaBEt4) a 2% e 0,5 mL de isoctano. A mistura é
sujeita a agitação mecânica a 420 rpm durante 30 min.
Após separação da fase orgânica, a amostra é concentrada a 0,3 mL e analisada por cromatografia
gasosa capilar, com detector fotométrico de chama pulsado (GC-PFPD).
Impossexo Gastrópode marinho [Nucella lapillus] Estádio 0 Fêmea normal. Ausência de caracteres sexuais masculinos. O oviducto termina na vulva situada
no ápice de uma papila genital proeminente que se projecta para o interior da cavidade do
manto.
Estádio 1 Formação da secção proximal do vaso deferente junto à papila genital.
Estádio 2 Início do desenvolvimento do pénis atrás do tentáculo ocular direito.
Estádio 3 Presença de pénis de pequeno tamanho e formação da secção distal do vaso deferente a partir
da base do pénis.
Estádio 4 Pénis de comprimento próximo do pénis do macho. Vaso deferente contínuo desde o pénis até à
vulva.
Estádio 5 Proliferação do tecido do vaso deferente sobre a vulva, provocando a sua oclusão. Possibilidade
de formação de vesículas e de nódulos de tecido hiperplasmático em redor da papila genital.
Estádio 6 Lúmen da glândula capsular contendo o material proveniente das cápsulas abortadas. Este
material pode ser constituído por uma única cápsula ou por várias, formando uma massa
translúcida ou castanho-claro a escuro.
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4.3 Método para a determinação de compostos organoestanosos em Sedimentos
A amostra de Nucella lapillus para determinar monobutil estanho (MBT), dibutil estanho (DBT), tributil
estanho (TBT), monofenil estanho (PhT), difenil estanho (DPhT) e trifenil estanho (TPhT) é preservada a 4
ºC em frascos de vidro escuro até à análise, sendo posteriormente seca e, se necessário, peneirada.
A extracção de, aproximadamente, 2 g de amostra é efectuada pela adição de 20 mL de ácido acético
glaciar, seguida de agitação mecânica durante 12 horas.
O extracto obtido é derivatizado em solução tampão de acetato de sódio / ácido acético a pH 4.8. Adiciona-
se 0,3 mL de reagente de derivatização (NaBEt4) a 2% e 0,5 mL de isoctano. A mistura é sujeita a agitação
mecânica a 420 rpm durante 30 min.
Após separação da fase orgânica, a amostra é concentrada a 0,3 mL e analisada por cromatografia gasosa
no, com detector fotométrico de chama pulsado (GC-PFPD).
5. Resultados
5.1. Efeitos Biológicos no Gastrópode marinho Nucella lapillus
Os resultados obtidos encontram-se expressos nas Tabelas II, III e IV.
Tabela II – Registo das observações de Nucella lapillus da 1ª campanha de amostragem (Março/Abril) 2008
Locais
Número de
exemplares
L médio conchas
(mm)
Incidência de
impossexo (%)
Índices de impossexo
RPSI (%)
VDSI
Moledo
9/04/2008
Fêmeas 24 25,2 8 0 0,08
Machos 16 24,7
Viana do Castelo
09/04/2008
Fêmeas 16 22,9 94 1,25 3,06
Machos 8 22,3
Buarcos
25/03/2008
Fêmeas 7 22,1 14 5,74 0,29
Machos 9 19,7
Zamb. do Mar
24/03/2008
Fêmeas 23 21,6 0 0 0
Machos 17 20,0
Aveiro*
11/03/2008
Fêmeas 18 25,9 17 0,39 0,28
Machos 22 25,2
Cabo do Mundo
10/03/2008
Fêmeas 18 25,4 11 4,16 0,28
Machos 22 23,6
Efeitos Biológicos de TBTs em Gastrópodes Marinhos e Sedimentos
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Tabela III – Registo das observações de Nucella lapillus da 2ª campanha de amostragem
(Setembro/Outubro)
Locais
Número de
exemplares
L médio conchas
(mm)
Incidência de
impossexo (%)
Índices de impossexo
RPSI (%)
VDSI
Moledo
01/10/2008
Fêmeas 21 20,7 19 0,01 0,38
Machos 19 19,6
Viana do Castelo
01/10/2008
Fêmeas 20 20,4 5 0,0003 0,15
Machos 20 19,6
Buarcos
16/09/2008
Fêmeas 7 22,2 0 0 0
Machos 7 19,3
Zamb. do Mar
19/09/2008
Fêmeas 25 18,8 0 0 0
Machos 15 19,5
Aveiro
17/09/2008
Fêmeas 9 24,1 56 0,07 1,00
Machos 31 24,7
Cabo do Mundo
3/09/2008
Fêmeas 20 22,13 10 1,11 0,20
Machos 17 21,90
Tabela IV – Registo das observações de Nucella lapillus da 3ª campanha de amostragem
(Fevereiro/Março de 2009)
Locais
Número de
exemplares
L médio
conchas (mm)
Incidência de
impossexo
(%)
Índices de impossexo
RPSI (%)
VDSI
Moledo*
11/02/2009
Fêmeas 18 20,9 6 0,12 0,11
Machos 22 21,7
Viana do Castelo*
11/02/2009
Fêmeas 17 20,89 29 0,46 0,59
Machos 23 19,32
Buarcos
12/03/2009
Fêmeas 23 22,2 4 1,04 0,09
Machos 17 19,7
Zamb. do Mar
Não foram encontrados exemplares
- - -
Aveiro*
12/03/2009
Fêmeas 11 25,3 55 3,86 1,36
Machos 29 23,4
Cabo do Mundo*
10/02/2009
Fêmeas 20 20,62 5 0,20 0,10 Machos 20 19,46
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Gráfico 1- Nucella lapillus - Valores de VDSI
Gráfico 2- Nucella lapillus – Percentagem de RPSI
5.2. Determinação de compostos organoestanosos no Gastrópode marinho -
Nucella lapillus
Os resultados obtidos nas 3 campanhas de amostragem realizadas em 2008 (2) e 2009, encontram-se
nas Tabelas V, VI e VII.
Efeitos Biológicos de TBTs em Gastrópodes Marinhos e Sedimentos
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Tabela V – Resultados obtidos na 1ª campanha de amostragem de gastrópodes (Março
/Abril 2008) para os compostos organoestanosos
Locais de recolha
Nucella lapillus
Concentração (µg/kg) - Peso fresco
MBT DBT TBT MPhT DPhT TPhT
Moledo <8,0
<2,5 3,6 <6,8 <9,3 <9,3
Viana Castelo - Praia Barra
<7,8 2,8 5,4 <6,5 <9,0 <9,0
Figueira Foz - Buarcos
<8,5 <2,7 2,2 <7,2 <9,8 <9,8
Zambujeira do Mar
<9,1 <2,9 <1,4 <7,7 <11 <11
Aveiro - Praia da Barra
<9,7 <3,1 4,7 <8,2 <11 <11
Cabo do Mundo <8,5
2,7 5,8 <7,2 <9,8 <9,8
Tabela VI - Resultados obtidos na 2ª campanha de amostragem de gastrópodes (Setembro 2008)
para os compostos organoestanosos
Locais de recolha Nucella lapillus
Concentração (µg/kg) - Peso fresco
MBT DBT TBT MPhT DPhT TPhT
Moledo <2 <2 <2 <2 <2 <2
Viana Castelo - Praia Barra <2 <2 <2 <2 <2 <2
Figueira Foz - Buarcos <1 <1 <1 <1 <1 <1
Zambujeira do Mar <2 <2 <2 <2 <2 <2
Aveiro - Praia da Barra <2 <2 <2 <2 <2 <2
Cabo do Mundo <2 <2 <2 <2 <2 <2
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Tabela VII - Resultados obtidos na 3ª campanha de amostragem de gastrópodes (Fevereiro/Março
2009) para os compostos organoestanosos
Locais de recolha
Nucella lapillus
Concentração (µg/kg) - Peso fresco
MBT DBT TBT MPhT DPhT TPhT
Moledo <0,3 <0,3 <0,3 <0,7 <0,7 <0,7 Viana Castelo - Praia Barra
<0,3 <0,3 0,7 <0,6 <0,6 <0,6
Figueira Foz - Buarcos
<0,4 <0,4 0,4 <0,7 <0,7 <0,7
Aveiro - Praia da Barra <0,3 <0,3 0,4 <0,7 <0,7 <0,7
Cabo do Mundo
<0,3 <0,3 1,5 <0,6 <0,6 <0,6
5.3. Determinação de compostos organoestanosos em sedimentos
Os resultados obtidos nas 3 campanhas de amostragem realizadas em 2008 (2) e 2009, encontram-se
nas Tabelas VIII, IX e X.
Tabela VIII - Resultados obtidos na 1ª campanha de amostragem de sedimentos (Março/Abril
2008) para os compostos organoestanosos
Locais de recolha Nucella lapillus
Concentração (µg/kg)
MBT DBT TBT MPhT DPhT TPhT
Moledo <5,7 <1,8 <0,9 <4,8 <6,6 <6,6
Viana Castelo - Praia Barra <6,1 <1,9 <1,0 <5,2 <7,1 <7,1
Figueira Foz - Buarcos <5,6 <1,8 <0,9 <4,7 <6,5 <6,5
Zambujeira do Mar <5,6 <1,8 <0,9 <4,7 <6,5 <6,5
Aveiro - Praia da Barra <5,5 <1,7 <0,9 <4,6 <6,4 <6,4
Cabo do Mundo <5,4 <1,7 <0,8 <4,6 <6,3 <6,3
Efeitos Biológicos de TBTs em Gastrópodes Marinhos e Sedimentos
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Tabela IX - Resultados obtidos na 2ª campanha de amostragem de sedimentos (Setembro/Outubro 2008) para os compostos organoestanosos
Locais de recolha Nucella lapillus
Concentração (µg/kg)
MBT DBT TBT MPhT DPhT TPhT
Moledo <1 <1 <1 <1 <1 <1
Viana Castelo - Praia Barra <1 <1 <1 <1 <1 <1
Figueira Foz - Buarcos 1 1 <1 <1 <1 <1
Zambujeira do Mar <1 <1 <1 <1 <1 <1
Aveiro - Praia da Barra <1 <1 <1 <1 <1 <1
Cabo do Mundo 2 3 <1 <1 <1 <1
Tabela X - Resultados obtidos na 3ª campanha de amostragem de sedimentos
(Fevereiro/Março 2009) para os compostos organoestanosos
Locais de recolha Nucella lapillus
Concentração (µg/kg) - Peso fresco
MBT DBT TBT MPhT DPhT TPhT
Moledo <0,3 <0,3 <0,3 <0,6 <0,6 <0,6
Viana Castelo - Praia Barra 0,6 <0,3 <0,3 <0,6 <0,6 <0,6
Figueira Foz - Buarcos <0,3 <0,3 <0,3 <0,6 <0,6 <0,6
Aveiro - Praia da Barra <0,3 <0,3 <0,3 <0,6 <0,6 <0,6
Cabo do Mundo <0,3 <0,3 <0,3 <0,6 <0,6 <0,6
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5.4. Relação entre a incidência de Imposexo na Nucella lapillus e os valores positivos
encontrados para os compostos organoestanosos.
Gráfico 3- Nucella lapillus e sedimentos - Valores de MBT
Gráfico 4- Nucella lapillus e sedimentos - Valores de DBT
Efeitos Biológicos de TBTs em Gastrópodes Marinhos e Sedimentos
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Gráfico 5- Nucella lapillus e sedimentos - Valores de TBT
Gráfico 6 - 1ª Campanha de amostragem (Mar/Abr 2008) Nucella lapillus - Valores de RPSI , VDSI,
MBT, DBT e TBT Sedimentos - Valores de MBT, DBT e TBT
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Gráfico 7 - 2ª Campanha de amostragem (Set/Out 2008) Nucella lapillus - Valores de RPSI , VDSI,
MBT, DBT e TBT Sedimentos - Valores de MBT, DBT e TBT
Gráfico 8 - 3ª Campanha de amostragem (Fev/Mar 2009) Nucella lapillus - Valores de RPSI , VDSI,
MBT, DBT e TBT Sedimentos - Valores de MBT, DBT e TBT
Efeitos Biológicos de TBTs em Gastrópodes Marinhos e Sedimentos
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Gráfico 9 - Nucella lapillus - Valores de RPSI versus valores de TBT
Gráfico 10 - Nucella lapillus - Valores de VDSI versus valores de TBT
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6. Conclusões
A maioria dos compostos estanosos analisados apresentava concentrações inferiores aos limites de
quantificação dos métodos analíticos.
No entanto, o TBT apresenta-se em valores quantificáveis nas Nucellas, verificando-se uma relação entre a
presença deste composto e o índice de impossexo observado nestes organismos.
7. Bibliografia
Bela Wergikoski & Graça Noronha – Relatório “Efeitos Biológicos da Contaminação por Organoestanhos (TBT) em Gastrópodes
Marinhos da Zona Costeira Portuguesa, Instituto do Ambiente, 2002.
EPA Method 1668 Revision A - 1999. Chlorinated Biphenyl Congeners in Water, Soil, Sediments and Tissue by
HRGC/HRMS, U.S. Environmental Protection Agency Office of Water – Engineering and Analysis Division.
EPA Method 1613, October 1994. “Tetra-though Octa-Chlorinated Dioxins and Furans by Isotope Dilution HRGC/HRMS”,
U.S. Enviromental Protection Agency Office of Water – Engineering and Analysis Division.
JAMP Guidelines for Monitoring Contaminants in Biota , OSPAR Commission – Monitoring guidelines, Ref. No: 1999-2,
addition of Technical Annexes 4 and 5 agreed in 2008.
EPA Method 1613, October 1994. “Tetra-though Octa-Chlorinated Dioxins and Furans by Isotope Dilution HRGC/HRMS”,
U.S. Enviromental Protection Agency Office of Water – Engineering and Analysis Division.
U. Berger e M. Haukås (2005) “Validation of a screening method based on liquid chromatography coupled to high
resolution mass spectrometry for analysis of perfluoroalkylated substances in biota” Journal of Chromatography A 1081,
210-217
Paula Viana , Pedro Antunes “Ovos de Aves Marinhas (gaivotas) como bio-indicadores da Contaminação por POP’s”, edição
da Agência Portuguesa do Ambiente – Dezembro 2008, Amadora.
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