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Avaliação do uso de medicamentos e plantas medicinais por gestantes assistidas no Centro de Desenvolvimento Familiar (CEDEFAM), UFC, Fortaleza, CE I.S. RICARDO 1 ; A.E.P. DE ARAÚJO 12 ; F.F. VALENTE 2 ; S.S.F.M. GIRÃO 2 ; M.M.F. FONTELES 1 ; P.S.D. ARRAES 1 ; L.K.A.M. LEAL 1 1 Centro de Estudos Farmacêuticos e Cosméticos, 2 CEDEFAM, Faculdade de Farmácia, Odontologia e enfermagem, Universidade Federal do Ceará. Introdução: Gestantes estão frequentemente expostas ao uso de medicamentos, embora as informações sobre a segurança do uso destes por gestantes e lactantes são muitas vezes insuficientes. O objetivo do presente estudo foi avaliar o perfil de utilização de medicamentos, assim como plantas medicinais (PM), por gestantes assistidas no CEDEFAM-UFC. Parte experimental: O modelo de investigação foi um estudo do tipo transversal no Centro de Parto Natural Lígia Barros Costa, CEDEFAM, 10/2010 a 05/2011. As variáveis investigadas incluíram dados demográficos, histórico médico-obstétrico, uso de medicamentos alopáticos, fitoterápicos e PM. Em relação às PM utilizadas foram investigadas a origem, forma de preparo, efeitos indesejados entre outras informações. Resultados/Discussão: As gestantes (18 a 25 anos; total= 80)possuíam ensino médio completo, renda familiar de um salário mínimo. Observou-se consumo de medicamentos por 91,3% (n=73) das entrevistadas, destacando-se o uso dos antianêmicos, sulfato ferroso e ácido fólico, com 45,0% (n=36) e 42,5% (n=34), respectivamente. Medicamentos classificados como pouco seguros (Food and Drug Administration FDA) durante a gestação foram utilizados por 20 (25,0%) gestantes. A maior parte das prescrições foram por enfermeiros (57,9 %) seguidos por médicos (20,3%). O índice de automedicação foi de 21,8%. O uso de plantas medicinais foi relatado por 17,5% das gestantes (n=14), sendo citadas dez espécies, incluindo cidreira (Lippia alba N. E. Brown), a hortelã-japonesa (Mentha arvensis L.) e erva-doce brasileira (Foeniculum vulgare Mill.) Seis das dez espécies mais citadas são contraindicadas para gestantes (RE nº1757; SESA/RJ,2002). Foram encontradas associações de PM com de medicamentos (13,8%). Conclusão: As gestantes mostraram o uso de medicamentos pouco seguros (FDA), prática de automedicação, além do uso concomitante de PM e medicamentos. Partes das PM citadas são contraindicadas para gestantes. Apoio Financeiro: UFC

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Page 1: Avaliação do uso de medicamentos e plantas medicinais por ... · Avaliação do uso de medicamentos e plantas medicinais por gestantes assistidas no Centro de Desenvolvimento Familiar

Avaliação do uso de medicamentos e plantas medicinais por gestantes assistidas no Centro de Desenvolvimento Familiar (CEDEFAM), UFC, Fortaleza, CE

I.S. RICARDO1; A.E.P. DE ARAÚJO12; F.F. VALENTE2; S.S.F.M. GIRÃO2;

M.M.F. FONTELES1; P.S.D. ARRAES1; L.K.A.M. LEAL1

1Centro de Estudos Farmacêuticos e Cosméticos, 2CEDEFAM, Faculdade de Farmácia, Odontologia e enfermagem, Universidade Federal do Ceará.

Introdução: Gestantes estão frequentemente expostas ao uso de medicamentos, embora as informações sobre a segurança do uso destes por gestantes e lactantes são muitas vezes insuficientes. O objetivo do presente estudo foi avaliar o perfil de utilização de medicamentos, assim como plantas medicinais (PM), por gestantes assistidas no CEDEFAM-UFC. Parte experimental: O modelo de investigação foi um estudo do tipo transversal no Centro de Parto Natural Lígia Barros Costa, CEDEFAM, 10/2010 a 05/2011. As variáveis investigadas incluíram dados demográficos, histórico médico-obstétrico, uso de medicamentos alopáticos, fitoterápicos e PM. Em relação às PM utilizadas foram investigadas a origem, forma de preparo, efeitos indesejados entre outras informações. Resultados/Discussão: As gestantes (18 a 25 anos; total= 80)possuíam ensino médio completo, renda familiar de um salário mínimo. Observou-se consumo de medicamentos por 91,3% (n=73) das entrevistadas, destacando-se o uso dos antianêmicos, sulfato ferroso e ácido fólico, com 45,0% (n=36) e 42,5% (n=34), respectivamente. Medicamentos classificados como pouco seguros (Food and Drug Administration – FDA) durante a gestação foram utilizados por 20 (25,0%) gestantes. A maior parte das prescrições foram por enfermeiros (57,9 %) seguidos por médicos (20,3%). O índice de automedicação foi de 21,8%. O uso de plantas medicinais foi relatado por 17,5% das gestantes (n=14), sendo citadas dez espécies, incluindo cidreira (Lippia alba N. E. Brown), a hortelã-japonesa (Mentha arvensis L.) e erva-doce brasileira (Foeniculum vulgare Mill.) Seis das dez espécies mais citadas são contraindicadas para gestantes (RE nº1757; SESA/RJ,2002). Foram encontradas associações de PM com de medicamentos (13,8%). Conclusão: As gestantes mostraram o uso de medicamentos pouco seguros (FDA), prática de automedicação, além do uso concomitante de PM e medicamentos. Partes das PM citadas são contraindicadas para gestantes. Apoio Financeiro: UFC