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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DEFERNANDÓPOLIS DANIELE NOGUEIRA POSSETI JULIANA MAYUMI KAWAMATA VEIGA AVALIAÇÃO DO USO DE ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO- ESTEROIDES, ANALGÉSICOS E ANTIPIRÉTICOS NA REDE PÚBLICA DE PALMEIRA D’OESTE FERNANDÓPOLIS 2011

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Page 1: Avaliação do uso de anti inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos na rede pública de palmeira d’oeste

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS

FACULDADES INTEGRADAS DEFERNANDÓPOLIS

DANIELE NOGUEIRA POSSETI

JULIANA MAYUMI KAWAMATA VEIGA

AVALIAÇÃO DO USO DE ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-

ESTEROIDES, ANALGÉSICOS E ANTIPIRÉTICOS NA REDE

PÚBLICA DE PALMEIRA D’OESTE

FERNANDÓPOLIS 2011

Page 2: Avaliação do uso de anti inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos na rede pública de palmeira d’oeste

DANIELE NOGUEIRA POSSETI JULIANA MAYUMI KAWAMATA VEIGA

AVALIAÇÃO DO USO DE ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDES,

ANALGÉSICOS E ANTIPIRÉTICOS NA REDE PÚBLICA DE PALMEIRA

D’OESTE

Trabalho de conclusão de curso apresentado à

Banca Examinadora do Curso de Graduação em

Farmácia da Fundação Educacional de

Fernandópolis como exigência parcial para obtenção

do título de bacharel em farmácia.

Orientador: Prof. MSc. Giovanni Carlos de Oliveira

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS

FERNANDÓPOLIS – SP

2011

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DANIELE NOGUEIRA POSSETI JULIANA MAYUMI KAWAMATA VEIGA

AVALIAÇÃO DO USO DE ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDES,

ANALGÉSICOS E ANTIPIRÉTICOS NA REDE PÚBLICA DE PALMEIRA

D’OESTE

Trabalho de conclusão de curso aprovado como

requisito parcial para obtenção do título de bacharel

em farmácia.

Aprovado em: 17 de novembro de 2011.

Banca examinadora Assinatura Conceito

Prof. MSc. Giovanni Carlos de

Oliveira

Prof. MSc. Roney Eduardo Zaparoli

Profa. MSc.

Vania Luiza Ferreira Lucatti Sato

Prof. MSc. Giovanni Carlos de Oliveira

Presidente da Banca Examinadora

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“Aos meus pais, pelo carinho, apoio e confiança que depositaram em mim. Á minha irmã por toda a paciência que me dedicou. À minha filha, que é a razão de toda a minha vida, motivo pelo qual eu cheguei ao fim de mais uma jornada”.

Daniele Nogueira Posseti

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“Dedico a Deus, razão de tudo o que somos e o que fazemos. À minha mãe, minha irmã, meus avôs e meus primos, pelo amor, carinho, compreensão e exemplo de vida. Ao meu super companheiro, pelo amor, incentivo, apoio incondicional e suporte emocional. Obrigada por fazerem parte do meu mundo”.

Juliana Mayumi Kawamata Veiga

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus, que sempre ilumina nosso caminho.

Aos nossos pais que nos ensinaram ser mulheres de garra, força e coragem e

que em todos os momentos estavam ao nosso lado, ansiosos e torcendo por nós.

Ao nosso orientador Prof. MSc. Giovanni Carlos de Oliveira, por todo seu

empenho e dedicação, nos mantendo firmes no propósito de realizar um trabalho de

qualidade. Gratas somos por sua ajuda, compreensão, paciência e amizade

despertada durante esta jornada.

À secretária da saúde Sra. Maria Lucia Servello, à farmacêutica responsável

pela farmácia municipal de Palmeira d’Oeste, Daniela Tineli Marques Mingati e aos

usuários da rede publica do município que colaboraram nos fornecendo dados

importantes para realização desse trabalho.

Page 7: Avaliação do uso de anti inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos na rede pública de palmeira d’oeste

“Mas nós vibramos em outra frequência. Sabemos que não é bem assim. Se fosse fácil achar o caminho das pedras. Tantas pedras no caminho, não seria ruim”.

Engenheiros do Hawaí

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RESUMO

A inflamação é uma resposta dos organismos vivos a uma agressão ou uma lesão tecidual. Os sintomas característicos de um processo inflamatório é a dor, calor, rubor, tumor e a perda de funções da área inflamada. Os anti-inflamatórios são capazes de minimizar os danos causados pela inflamação, diminuindo o processo de defesa do organismo sendo medicamentos sintomáticos que possuem como mecanismo de ação a inibição da síntese de prostaglandinas, mediador químico produzido pelo organismo, que participa dos processos da inflamação e febre. Este estudo teve por objetivo analisar o uso de anti-inflamatórios, analgésicos e antipiréticos na rede pública de Palmeira d’Oeste, através de um levantamento de dados direto realizado com 100 usuários de medicamentos da farmácia municipal. A unidade de análise é a relação municipal de medicamentos essenciais (Remume). Os medicamentos selecionados na rede pública do referido município são o ácido acetilsalicílico, diclofenaco sódico, dipirona sódica, dipirona + cloridrato de prometa-zina + cloridrato de adifenina, ibuprofeno, nimesulida e o paracetamol. Por meio dos estudos e pesquisas considerou-se que de 100 indivíduos entrevistados, todos estavam utilizando ou já haviam utilizado essa classe de medicamentos e que entre eles, os mais utilizados são a dipirona sódica, apontando 27,5% e o nimesulida com 23,4%. Entre os menos utilizados está o ibuprofeno com 4,1%, que segundo a relação nacional de medicamentos essenciais (Rename) 2010 é o anti-inflamatório de melhor escolha. Entre esses usuários, 26% faziam uso dos mesmos sem prescrição médica, afirmando que acreditam na eficácia dos mesmos, o que comprova o grande índice do uso irracional dessa classe farmacológica. O nimesulida é um fármaco que não consta na Rename 2010 por apresentar alto risco de hapatotoxicidade e reações adversas, principalmente em crianças. O diclofenaco sódico foi excluído da Rename desde a 3ª edição, optando-se pela inclusão do dipirona que possui eficácia igual ou superior ao diclofenaco se administrada por via parenteral. Tanto o diclofenaco quanto o nimesulida constam na Remume de Palmeira d’Oeste. Portando, seria viável ao município que selecionassem os medicamentos da Remume de acordo com a Rename, garantindo assim, uma melhor eficácia, além de um menor custo ao adquirirem esses medicamentos, já que o menor preço é um dos critérios de seleção da Rename.

Palavras-chave: Anti-inflamatório. Analgésico. Antipirético. Rede pública.

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ABSTRACT

Inflammation is a response of living organisms to an injury or tissue damage. The characteristic symptoms of an inflammatory process is pain, heat, redness, and loss of tumor functions of the inflamed area. The anti-inflammatory drugs are able to minimize the damage caused by inflammation, reducing the process of defense being symptomatic medications that have as a mechanism of action to inhibition of prostaglandin synthesis, chemical mediator produced by the body, which participates in the processes of inflammation and fever. This study aimed to analyze the use of anti-inflammatory, analgesic and antipyretic in the public Palmeira d'Oeste, through a direct survey data conducted with 100 drug users from the local pharmacy. The unit of analysis is the relationship of local essential drugs (Remume). The selected drugs in the public of that city are acetylsalicylic acid, diclofenac sodium, sodium dipyrone, dipyrone + hydrochloride + zina promise adifenina hydrochloride, ibuprofen, nimesulide and paracetamol. Through studies and research it was found that 100 individuals interviewed, all were using or had used this class of drugs and that between them, the most commonly used are sodium dipyrone, pointing nimesulide and 27.5% with 23.4 %. Among the least used is 4.1% with ibuprofen, which according to the national list of essential medicines (Rename) 2010 and anti-inflammatory of choice. Among these users, 26% were using the same non-prescription drugs, saying they believe in the efficacy of the same, which proves the high rates of irrational use of this pharmacological class. The nimesulide is a drug that is not in the Rename 2010 to present hapatotoxicidade and high risk of adverse reactions, especially in children. Diclofenac sodium was excluded from the Rename from the 3rd edition, opting for inclusion of dipyrone that has equal or superior efficacy to diclofenac is administered parenterally. Both diclofenac and nimesulide listed on Remume the Palmeira d'Oeste. Porting would be viable to the municipality in selecting drugs Remume according to Rename, thereby ensuring a more effective, and a lower cost to acquire these drugs, since the lowest price is one of the criteria for selection of Rename. Key words: Anti-inflammatory. Analgesic. Antipyretic. Public network.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Relação de anti-inflamatórios não-esteroides, analgésicos e anti- piréticos inclusos na Rename 2010.

22

Tabela 2 - Medicamento de referência do ácido acetilsalicílico 23

Tabela 3 - Medicamentos de referência do diclofenaco de sódio 24

Tabela 4 - Medicamento de referência da dipirona sódica 25

Tabela 5 - Medicamentos de referência de dipirona + cloridrato de prometazi-na + cloridrato de adifenina

26

Tabela 6 - Medicamentos de referência do Ibuprofeno 27

Tabela 7 - Medicamento de referência da nimesulida 28

Tabela 8 - Medicamentos de referência do Paracetamol 29

Tabela 9 - Medicamentos disponibilizados na rede pública de Palmeira d’Oeste suas respectivas formas farmacêuticas e concentrações farmacológicas

31

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Faixa etária dos usuários que utilizam medicamentos anti-inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos na rede pública de Palmeira d’Oeste (n=100)

32

Figura 2 - Sexo das pessoas que buscam medicamentos anti-inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos na rede pública de Palmeira d’Oeste (n=100)

32

Figura 3 - Usuários que utilizam ou já utilizaram anti-inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos (n=100)

33

Figura 4 - Medicamentos anti-inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos utilizados na Rede Pública de Palmeira d’Oeste (n=100)

34

Figura 5 - Pessoas que utilizam o medicamento prescrito por um médico ou não (n=100)

35

Figura 6 - Pessoas que utilizam o medicamento nos horários prescritos por um médico ou não e que utilizam sem indicação (n=100)

35

Figura 7 - Pessoas que obtiveram o efeito esperado utilizando anti-inflamatórios não esteróides, analgésicos e antipiréticos (n=100)

36

Figura 8 - Pessoas que perceberam algum efeito inesperado ao fazer uso de anti-inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos (n=100)

36

Figura 9 - Pessoas que fazem uso de anti-inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos em combinação com outros medi-camentos (n=100)

37

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AINE – Anti-inflamátorio não-esteroide.

BMC – Musculoskeletal Disorders.

COX – Cicloxigenase.

ECA – Enzima Conversora de Angiotensina.

ESF – Estratégia de Saúde da Família.

FDA – Food and Drug Administration.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

OMS – Organização Mundial da Saúde.

Rename – Relação Nacional de Medicamentos Essenciais.

Remume – Relação Municipal de Medicamentos Essenciais.

SNC – Sistema Nervoso Central.

SUS – Sistema Único de Saúde.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO......................................................................................................

13

1 PROCESSO INFLAMATÓRIO..........................................................................

15

2 HISTÓRIA DOS ANTI-INFLAMATÓRIOS........................................................

17

3 ANTI-INFLAMATÓRIOS...................................................................................

19

3.1 Ácido Acetilsalicílico................................................................................

22

3.2 Diclofenaco Sódico..................................................................................

23

3.3 Dipirona Sódica.......................................................................................

24

3.4 Dipirona + cloridrato de prometazina + cloridrato de adifenina...............

25

3.5 Ibuprofeno................................................................................................

26

3.6 Nimesulida...............................................................................................

27

3.7 Paracetamol............................................................................................

28

4 MÉTODO...........................................................................................................

30

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................

31

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................

38

REFERÊNCIAS....................................................................................................

40

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INTRODUÇÃO

Anti-inflamatórios são medicamentos utilizados no tratamento da

sintomatologia da inflamação, tendo evidentes, além da ação anti-inflamatória, ação

analgésica e antipirética. Pode-se dividir essa classe de medicamentos em duas

partes: anti-inflamatórios esteroides, também conhecidos como hormonais ou

corticosteróides, que possuem ação mineralocorticóide (hormônios envolvidos no

equilíbrio da regulação de sódio e água corporal), e os anti-inflamatórios não-

esteroides ou não hormonais, que atuam inibindo a síntese das prostaglandinas,

inibindo a enzima cicloxigenase (COX) (FUCHS; WANMACHER; FERREIRA, 2006).

O ácido acetilsalicílico foi o primeiro anti-inflamatório a ser sintetizado em

1859, e posteriormente várias outras drogas com ação semelhante foram sendo

desenvolvidas (BRUNTON; LAZO; PARKER, 2006).

Anti-inflamatório não-esteroide (AINE) foi a classe terapêutica escolhida para

a realização deste trabalho. A ação anti-inflamatória dos AINEs deve-se à inibição da

enzima cicloxigenase (COX 1 e 2), que consequentemente inibirá a produção das

prostaglandinas. Novos AINEs, inibidores seletivos da COX-2, foram desenvolvidos

e têm ação preferencialmente no processo inflamatório, evitando efeitos colaterais

na secreção gástrica (SILVA, 2006).

Os AINEs são eficazes em dores de baixa a média intensidade, podendo ser

administrados no pós-operatório em algumas cirurgias. Além disso, atuam no

hipotálamo reduzindo a temperatura em processos febris e na inflamação, sendo

muito importantes no tratamento de distúrbios musculoesqueléticos. O efeito

colateral mais comum tende a induzir ulceração gástrica (SILVA, 2006).

O presente trabalho é um estudo transversal e descritivo que tem por objetivo

geral avaliar o uso de anti-inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos

disponibilizados na rede pública de Palmeira d’Oeste. Tem como objetivos

específicos verificar os tipos desses fármacos na Relação Municipal de

Medicamentos Essenciais (Remume); se esses medicamentos são dispensados com

prescrição médica além de observar as possíveis interações medicamentosas

existentes.

O referido município abriga 9.584 habitantes, segundo o censo demográfico

2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (BRASIL, 2010a).

Atualmente, este município conta com doze médicos que atendem na rede pública,

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distribuídos em um Centro de Saúde, dois postos de atendimento à família

“Estratégia de Saúde da Família” (ESF), um Pronto Atendimento e uma Santa Casa.

Parte dos medicamentos é adquirida pela prefeitura municipal, porém sua

grande maioria é cedida pelo governo estadual através do programa Dose Certa,

que é um programa de assistência farmacêutica básica da secretaria de saúde do

estado de São Paulo e consiste no fornecimento de medicamentos para os

municípios do estado (SÃO PAULO, 2010).

Este trabalho foi dividido em três capítulos, sendo que o primeiro relata sobre

o processo inflamatório, caracterizado por danos teciduais, causados por agentes de

caráter nocivo, sendo de fundamental importância em casos de lesões e na resposta

inflamatória.

O segundo capítulo discorre a respeito da história dos anti-inflamatórios,

ressaltando a importância do ácido acetilsalicílico como precursor dos AINEs e sua

facilidade de acesso, apontando Hoffmann como responsável por seu

aprimoramento e lançamento no mercado.

O terceiro capítulo aponta para os anti-inflamatórios como sendo uma classe

de medicamentos utilizados após a aparição de sintomas, com comprovada eficácia.

São divididos em anti-inflamatórios esteroides ou não-esteroides. Ambos atuam na

regressão do processo inflamatório sendo que, os primeiros são conhecidos também

como corticosteróides ou hormonais.

Os anti-inflamatórios não-esteroides ou não hormonais são medicamentos

indicados no caso de dor associada á inflamação, tendo como principal mecanismo

de ação a inibição das prostaglandinas (mediador químico que participa

significativamente na patologia do processo inflamatório).

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1 PROCESSO INFLAMATÓRIO

O processo inflamatório é a resposta a um dano tecidual, que pode ser

provocado por uma infinidade de agentes nocivos, como infecções, lesões físicas ou

até mesmo anticorpos. A capacidade de responder a uma inflamação é fundamental

diante de lesões e patógenos do ambiente, sendo que em algumas situações a

resposta inflamatória pode prolongar-se, não trazendo benefício aparente e chega a

ter inúmeras reações adversas (BRUNTON; LAZO; PARKER, 2006).

Segundo Brasileiros Filho (2004), a inflamação é caracterizada pela reação

dos tecidos vascularizados a algum tipo de agressor, e define-se pela saída de

células do sangue e líquidos para o interstício.

É uma reação defensiva, vascular e celular, caracterizada pelo combate a

elementos agressores que venham a entrar em contato com o tecido conjuntivo,

como traumas, bactérias patogênicas ou substâncias químicas irritantes (CAMPOS;

PADILHA; BOER, 2007).

Guyton e Hall (1998) afirmam que a intensidade do processo inflamatório

depende da intensidade e do grau da lesão. Para exemplificar, pode-se citar a

invasão de estafilococos nos tecidos, que liberam toxinas que podem ser letais às

células, onde, em contrapartida, o processo inflamatório desenvolve-se rapidamente.

A capacidade de desenvolver uma reação inflamatória é fundamental para

manutenção da vida, diante de lesões e patógenos a que o ambiente nos submete.

Em algumas ocasiões, a resposta inflamatória pode acontecer de forma exagerada e

prolongada, não trazendo benefícios e, em certos casos, acarretam graves reações

adversas (BRUNTON; LAZO; PARKER, 2006).

Brasileiros Filho (2004), afirma que as causas da inflamação, apesar de

serem variadas, têm o mecanismo de aparecimento definido igualmente. O agente

inflamatório estimula a liberação de mediadores, que quando agem nos receptores

das células de microcirculação e nos leucócitos, geram o aumento da

permeabilidade vascular e exsudação do plasma e de células sanguíneas para o

interstício. Os estímulos que levam esses mediadores, levam também à liberação de

mediadores com efeitos anti-inflamatórios, que são responsáveis pela proteção à

possíveis efeitos nocivos dessas células e pela redução da exsudação.

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Como mecanismo de ação, citocinas são liberadas, espalhando-se pelo tecido

conjuntivo. Ao perceberem essas citocinas, os macrófagos migram para a área de

lesão, liberando outras citocinas, na intenção de atraírem mais macrófagos, ativando

também os mastócitos, que são células encarregadas da degranulação da histamina

e da heparina (BRASILEIROS FILHO, 2004).

Ao ser liberada a histamina provoca uma vasodilatação e consequente

aumento da permeabilidade, permitindo que os neutrófilos presentes na corrente

sanguínea migrem para a área lesionada, fagocitando os patógenos, restando para

os macrófagos à limpeza de toda a área comprometida pela lesão (BRASILEIROS

FILHO, 2004).

Entretanto, ainda existe a presença de antígenos no local, que fazem com

que os plasmócitos liberem anticorpos para promover a inativação desses antígenos.

Terminado esse processo, os neutrófilos morrem, as células restantes se

degeneram, acarretando na formação de pus. Após a liberação desse pus, o

mecanismo de reparação da área lesionada inicia-se através da cicatrização dos

tecidos (CAMPOS; PADILHA; BOER, 2007).

De acordo com Brunton; Lazo e Parker (2006), independentemente do

estímulo inicial, a resposta inflamatória vai incluir sempre o edema (aumento da

quantidade de líquido extracelular proveniente da vasodilatação), a dor, o calor

(devido ao aumento de suprimento sanguíneo na área lesionada), e rubor

(vermelhidão causada pela vasodilatação, já que os vãos sanguíneos se aproximam

da pele).

Estão diretamente envolvidos nos processos inflamatórios, os macrófagos,

que constituem a primeira linha de defesa contra infecções, estando presentes no

local da inflamação em minutos. Os neutrófilos são considerados a segunda linha de

defesa, surgindo ao longo da primeira hora após ter sido iniciado o processo de

inflamação, invadindo a área lesionada a partir do sangue (GUYTON; HALL, 1998).

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2 HISTÓRIA DOS ANTI-INFLAMATÓRIOS

O uso da casca do salgueiro para o alívio da febre, foi atribuído a Hipócrates,

porém foi em 1763 que o Reverendo Edmundo Stone documentou a descoberta em

uma carta enviada ao presidente da Royal Society. Em 1829, Reroux cristalizou a

salicina e em 1836, Pina isolou a ácido salicílico (BRUNTON; LAZO; PARKER,

2006).

Em 1859, o ácido salicílico foi sintetizado por Kolbe, porém só foi produzido

industrialmente em 1874, sendo utilizado para o tratamento de gota, febre reumática

e antipirético em geral. Por ter gosto desagradável e efeitos adversos acentuados,

começou a ser melhor estudado por Hoffmann, químico dos Laboratórios Bayer,

tendo descoberto nesse estudo os trabalhos do francês Gerhard, que havia acetilado

o ácido salicílico, diminuindo seus efeitos adversos, porém sem sucesso na melhora

da eficácia do medicamento. Foi só em 1899, com o retorno de Hoffmann à Bayer,

que o ácido acetilsalicílico começou a ser testado em humanos e posteriormente

comercializado (BRUNTON; LAZO; PARKER, 2006).

O ácido salicílico é um ácido orgânico simples com pKa de 3,0. Os salicilatos são rapidamente absorvidos no estômago e na porção superior do intestino delgado, produzindo níveis máximos de salicilato dentro de 1-2 horas (KATZUNG, 2006).

Mesmo com a descoberta de muitos medicamentos novos, o ácido

acetilsalicílico continua sendo o mais utilizado e servindo de padrão para a

comparação com outros fármacos. Por ser um fármaco de fácil acesso e ter

subestimados seus efeitos tóxicos, já provocou a morte por envenenamento em

crianças (BRUNTON; LAZO; PARKER, 2006).

No caso dos processos inflamatórios, quando ocorre uma resposta

exagerada, faz-se necessária a intervenção medicamentosa, entrando em ação o

uso dos anti-inflamatórios. Porém a inibição inespecifica das cicloxigenases, em

especial a COX-1, acarreta em inúmeros efeitos adverso, já que essa isoforma tem

ação protetora do estômago e mantém a homeostase renal (SILVA; PERASSOLO;

SUYENAGA, 2010).

Para minimizar esses efeitos indesejados, buscou-se fármacos inibidores

específicos da COX-2, que diminuíssem principalmente os efeitos adversos

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gastrintestinais. Com esse propósito, obteve-se uma segunda geração de AINEs,

chamada de coxibes, sendo o celecoxibe o primeiro AINE seletivo introduzido no

mercado em 1998, aprovado pela Food and Drug Administration (FDA). No ano

seguinte o rofecoxibe, seguido de vários outros inibidores específicos da COX-2

foram lançados no mercado (SILVA; PERASSOLO; SUYENAGA, 2010).

Page 20: Avaliação do uso de anti inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos na rede pública de palmeira d’oeste

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3 ANTI-INFLAMATÓRIOS

Os anti-inflamatórios são a classe de medicamentos mais vendida no mundo,

juntamente com os analgésicos e antipiréticos, correspondendo a mais ou menos

30% dos fármacos utilizados no mundo (HILÁRIO; TERRERI; LEN, 2006).

São medicamentos sintomáticos que não alteram a história natural da doença,

porém controlam a as manifestações da mesma de uma forma inespecífica. São

indicados no caso de desconfortos causados por processos inflamatórios, e podem

ser classificados em esteroides e não-esteroides (FUCHS; WANMACHER;

FERREIRA, 2006).

Os anti-inflamatórios não-esteroides (AINEs) tem seu uso empregado

principalmente em casos de dor associada à inflamação ou lesão tecidual. Sua

eficácia também foi comprovada no tratamento em casos de artrite reumatóide

(SILVA, 2006).

Os AINEs são um grupo de compostos químicos heterogêneos, que não

possuem relação entre si, embora a grande maioria derive de ácidos orgânicos. Seu

mecanismo de ação deriva da capacidade dessas substâncias de inibir a produção

de prostaglandina, mediador químico que participa na patogenia da inflamação e da

febre (BRUNTON; LAZO; PARKER, 2006).

A membrana celular é constituída principalmente por fosfolipídeos. Quando

essa membrana é lesionada a enzima fosfolipase é ativada por citocinas pós

inflamatórias que resultam na degradação dos fosfolipídeos, com consequente

produção de ácido araquidônico que ao ser metabolizado, forma os leucotrienos

através das lipoxigenases e as prostaglandinas pela cicloxigenase (HILÁRIO;

TERRERI; LEN, 2006).

As prostaglandinas são mediadores químicos envolvidos em vários

processos, tanto fisiológicos quanto patológicos, podendo ser citados como

exemplos a vasodilatação e vasoconstrição, relaxamento e contração da

musculatura uterina, hipotensão, metabolismo ósseo, ovulação, aumento do fluxo

sanguíneo renal, inibição da secreção gástrica do ácido, entre outros (HILÁRIO;

TERRERI; LEN, 2006).

São protetoras da mucosa gástrica, inibindo a secreção do ácido do estômago

e aumentando o fluxo sanguíneo local, além de promover a produção de muco.

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Quando aumentada a produção das prostaglandinas, a sensibilidade à dor e à febre

é aumentada, agindo como coadjuvante da resposta inflamatória (HILÁRIO;

TERRERI; LEN, 2006).

De acordo com Fuchs; Wanmacher e Ferreira (2006), a COX-1, também

chamada de constitutiva, está presente fisiologicamente, e é responsável pela

produção das prostaglandinas em sítios renais e gástricos. Por outro lado, a COX-2,

surge apenas em locais de inflamação, sendo também chamada de induzível.

A COX-1 está presente na maioria dos tecidos. Em quadros inflamatórios a

atividade desta isoforma não parece se alterar, ou tem apenas aumento de 2 a 4

vezes. A COX-2 encontra-se em pequenas quantidades em tecidos como cérebro,

rins, pâncreas, testículos, porém diante de um quadro inflamatório, aumenta em

cerca de 20 vezes ou mais (KUMMER; COELHO, 2002).

Com o intuito de potencializar os efeitos dos anti-inflamatórios e reduzir

efeitos adversos, pesquisas foram direcionadas na busca de medicamentos com

maior seletividade pela COX-2, tais como o celecoxib, rofecoxib, parecoxib e

valdecoxib. Sendo assim, tendo como sítio de ação, as enzimas da cicloxigenase, o

ácido acetilsalicílico e outros AINEs deixam de inibir a via das lipoxigenases, não

alterando por tanto, a formação dos leucotrienos que também interferem na

inflamação (KUMMER; COELHO, 2002).

O ácido acetilsalicílico acetila a COX-1 e COX-2, inativando-as de forma

irreversível. Quando acetilada a COX-2 produz um ecosanóide que origina uma

substância capaz de potencializar o efeito anti-inflamatório do ácido acetilsalicílico.

Os demais AINEs, em sua maioria têm efeito reversível (KUMMER; COELHO, 2002).

Todos os AINEs não-seletivos têm similar ação anti-inflamatória. O ácido

acetilsalicílico, por ser o mais antigo e mais estudado, serve como modelo para

comparações e investigações clínicas. Em estudos nos últimos 10 anos, não se teve

relato de nenhum outro medicamento com eficácia melhor que a do ácido

acetilsalicílico, porém há diferentes respostas terapêuticas para cada tipo de

paciente (FUCHS; WANMACHER; FERREIRA, 2006).

Os salicilatos são rapidamente absorvidos por via oral, em sua maioria pelo

intestino delgado, tendo seu pico de concentração plasmática em cerca de duas

horas após administração. São encontrados de forma livre ou ligados às proteínas

plasmáticas, em especial a albumina. A parte livre dos salicilatos distribui-se de

forma rápida, podendo atravessar as barreiras hematoencefálica e placentária. Sua

Page 22: Avaliação do uso de anti inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos na rede pública de palmeira d’oeste

21

biodisponibilidade é de 68% quando administrado por via oral. Embora sua

biotransformação ocorra em vários tecidos do corpo, o fígado é que tem maior

relevância nas reações bioquímicas desse fármaco (SILVA, 2006).

Com a descoberta de novas isoformas de cicloxigenase, e a conclusão de

que a COX-2 é induzida e só aparece em processos inflamatórios, buscou-se o

desenvolvimento de novas drogas mais específicas e mais seletivas, com reduzidos

efeitos adversos, dando origem então a uma segunda classe de anti-inflamatórios

inibidores da COX-2, chamada de Coxibes. A nimesulida, etodolaco e o meloxicam

fazem parte da primeira geração de inibidores seletivos da COX-2 (SILVA, 2006).

Os inibidores seletivos da COX-2 têm efeitos analgésicos, antipiréticos a anti-

inflamatórios parecidos com os efeitos dos AINEs não seletivos, porém seus efeitos

adversos são reduzidos sobre o aparelho gastrointestinal. Por outro lado, esses

fármacos têm demonstrado pouco impacto sobre a agregação plaquetária, que é

mediada pela COX-1, sendo assim, não oferece os efeitos cardioprotetores

observado com os inibidores não seletivos (SILVA, 2006).

Os AINEs costumam ser indicados como analgésicos suaves, sendo porém,

importante considerar o tipo e a intensidade da dor, para que seja possível avaliar a

eficácia analgésica. A dor que acompanha o processo inflamatório ou a lesão resulta

de um estímulo ao local das fibras da dor e de hiperalgesia (BRUNTON; LAZO;

PARKER, 2006).

Em artigo publicado pela BMC Musculoskeletal Disorders, afirma-se que os

analgésicos são mais eficazes em pacientes com histórico de dor crônica, que

administram regularmente e preventivamente o fármaco. Afirmou-se que em

condições crônicas, como por exemplo, a artrite, os analgésicos tendem a ser

prescritos para a administração conforme a necessidade, principalmente em casos

onde a intensidade da dor varia (BLAMEY et al., 2009).

Analgésicos são indicados em caso de dores leves a moderadas, que podem

ou não estar associadas a uma reação inflamatória. Por ter alívio rápido e eficaz,

tem um amplo consumo e em sua maioria sem prescrição médica. Entre os

fármacos de primeira escolha, estão o paracetamol e o ácido acetilsalicílico

(BLAMEY et al., 2009).

Com a utilização de doses apropriadas, o paracetamol raramente causa

efeitos adversos, porém em países europeus está relacionado a intoxicações

medicamentosas graves. Seu uso é indicado para crianças e idosos e pode ser

Page 23: Avaliação do uso de anti inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos na rede pública de palmeira d’oeste

22

utilizado por gestantes por não causar efeitos indesejados no lactente (FUCHS;

WANMACHER; FERREIRA, 2006).

Com a intenção de atualizar listas estaduais e municipais de medicamentos

fornecidos pelo governo, o Ministério da Saúde criou a Relação Nacional de

Medicamentos Essenciais (Rename), que orienta os prescritores, padroniza as

produções farmacêuticas e colabora no desenvolvimento de novas tecnologias na

área farmacológica. A Rename seve para padronizar e racionalizar as ações no

contexto da assistência farmacêutica, servindo como base para o uso racional de

fármacos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e a seleção dos medicamentos é feita

de acordo com as necessidades nacionais (BRASIL, 2010c).

A tabela abaixo mostra os anti-inflamatórios não-esteroides, analgésicos e

antipiréticos inclusos na Rename 2010.

Tabela 1 – Relação de anti-inflamatórios não-esteroides, analgésicos e anti- piréticos inclusos na Rename 2010.

Denominação genérica Apresentação

Ácido acetilsalicílico Comprimido 500mg

Dipirona sódica Solução injetável 500mg/mL

Ibuprofeno Comprimido 200mg e 300mg Solução oral 50mg/mL

Paracetamol Comprimido 500mg Solução oral 200mg/mL

Fonte: Brasil, 2010c

3.1 Ácido Acetilsalicílico

É um AINE não seletivo, com ação analgésica, anti-inflamatória e antipirética,

além de ser um antiagregante plaquetário. É Indicado em casos de dores leves a

moderadas, cefaléias, febre, processos inflamatórios, profilaxia e tratametno de

doenças tromboembolíticas. Seu pico de efeito é de 1 a 2 horas, tendo duração no

organismo de até 6 horas, sendo completamente biotransformado no fígado e

excretado pela urina (BRASIL, 2010b).

Interage com o ácido valpróico; pode potencializar os efeitos dos

anticoagulantes, já que é um antiagregante plaquetário; aumenta o risco de

sangramento gástrico de administrado concomitantemente ao celecoxibe; pode

resultar no aumento de efeitos adversos gastrintestinais quando administrado com

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23

cetorolaco; aumenta o risco de ulcerações com corticóides sistêmicos; pode diminuir

os efeitos diuréticos da furosemida; o ibuprofeno pode reduzir os efeitos

antiplaquetário do ácido acetilsalicílico; o metotrexato pode ter sua toxicidade

aumentada, entre outras interações (BRASIL, 2010b).

O medicamento de referência do ácido acetilsalicílico e suas respectivas

formas farmacêuticas e concentrações farmacológicas encontrados no mercado

pode ser verificado na Tabela 2.

Tabela 2 - Medicamento de referência do ácido acetilsalicílico

ÁCIDO ACETILSALICÍLICO

Nomes Comerciais Laboratório Formas farmacêuticas

Aspirina®

Bayer S.A.

Comprimidos efervescentes: 500mg

Comprimidos revestidos: 100mg, 300mg

Comprimidos: 100mg, 500mg

Fonte: Consulta remédios, 2011.

3.2 Diclofenaco Sódico

O diclofenaco sódico pode ser administrado por via oral, retal, intramuscular e

intravenosa. Possui administração rápida e completa num período de 10 minutos e

atinge seu pico de nível plasmático num tempo de 0,3 a 2 horas. É completamente

metabolizado no fígado e sua excreção é feita via renal e pelas fezes (ESTRADA et

al., 2006).

Possui ação anti-inflamatória, analgésica e antipirética, sendo um derivado do

ácido fenilacético. Tem indicação em inúmeros processos inflamatórios como artrite

reumatóide, osteoartrite, cólica renal, cirurgias e dismenorréia, já que esse fármaco é

um excelente inibidor da COX, levando, desta forma, a uma considerável redução da

prostaglandina (GARCIA FILHO et al., 2006).

Dentre as reações adversas mais comuns pode-se citar dor de cabeça,

tontura, vômitos, indigestão e dor abdominal. Pode causar interações

medicamentosas se administrando com inibidores seletivos de recaptação da

serotonina, digoxina, diuréticos, inibidores da ECA ou beta-bloqueadores, outros

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AINEs, corticóides, anticoagulantes, antidiabéticos, com exceção da insulina,

metotrexato, ciclosporinas e antibacterianos quinolônicos (BRASIL, 2009a).

Na Tabela 3 verificam-se alguns medicamentos de referência de diclofenaco

de sódio e suas respectivas formas farmacêuticas e concentrações farmacológicas

encontrados no mercado.

Tabela 3 - Medicamentos de referência do diclofenaco de sódio

DICLOFENACO SÓDICO

Nomes Comerciais Laboratórios Formas farmacêuticas

Artren® Merck S.A. Cápsulas: 100mg

Flodin Duo® Zodiac Produtos Farmacêuticos S.A.

Comp. de desintegração lenta: 150mg

Voltaren®

Novartis Biociências S.A.

Comprimidos revestidos de desintegração lenta: 100mg, 75mg, 50mg

Injetável: 75mg/ml

Sol. oftálmica: 1mg/ml

Supositório: 50mg

Emulgel: 1g/100g Fonte: Consulta remédios, 2011.

3.3 Dipirona Sódica

A dipirona foi introduzida no mercado mundial há mais de 100 anos e circula

no Brasil há mais de 70 anos gerando um consumo em torno de 10 mil toneladas por

ano em todo o mundo. É um fármaco derivado da pirazolona, e tem ação terapêutica

comprovada em casos de febre e dor. Também conhecida como metamizol, tem

efeito similar ao dos AINEs e opióides fracos (DANIELI; LEAL, 2003).

Interage com o cetorolaco, aumentando os efeitos adversos gastrintestinais,

com a ciclosporina, aumentando o risco de toxicidade da mesma; diuréticos, lítio e

metrotexato podem ter seus efeitos potencializados aumentando o risco de

toxicidade dos mesmos (BRASIL, 2010b).

A Tabela 4 apresenta o medicamento de referência de dipirona sódica e suas

respectivas formas farmacêuticas e concentrações farmacológicas encontrados no

mercado.

Page 26: Avaliação do uso de anti inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos na rede pública de palmeira d’oeste

25

Tabela 4 - Medicamento de referência da dipirona sódica

DIPIRONA SÓDICA

Nome Comercial Laboratório Formas Farmacêuticas

Novalgina®

Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda.

Comp.: 1000mg, 500mg

Solução oral: 500mg/ml, 50mg/ml

Sol. Injetável: 500mg/ml

Supositório: 300mg, 1000mg

Fonte: Consulta remédios, 2011.

3.4 Dipirona + cloridrato de prometazina + cloridrato de adifenina

Apresenta ação terapêutica analgésica, antiespasmódica e antipirética. É uma

associação utilizada para potencializar a ação terapêutica do fármaco (BRASIL,

2009b).

É indicado em casos de manifestação de dor em geral, em casos de febre,

cólicas do trato gastrointestinal, cólicas renais, cólicas hepáticas, cefaléia, mialgias e

dores pós-operatórios (BRASIL, 2009b).

Interage com bebidas alcoólicas, podendo ter seus efeitos potencializados.

Não é indicada a administração simultânea com depressores do SNC nem com

ciclosporina, podendo ocasionar a redução da mesma (BRASIL, 2009b).

Alguns medicamentos de referência da associação de dipirona + cloridrato de

prometazina + cloridrato de adifenina e suas respectivas formas farmacêuticas e

concentrações farmacológicas encontrados no mercado (Tabela 5).

Page 27: Avaliação do uso de anti inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos na rede pública de palmeira d’oeste

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Tabela 5 - Medicamentos de referência de dipirona + cloridrato de prometazina + cloridrato de adifenina

DIPIRONA SÓDICA + CLORIDRATO DE PROMETAZINA + CLORIDRATO DE ADIFENINA

Nomes Comerciais Laboratório Formas Farmacêuticas

Dorilen®

Legrand

Gotas: 500mg/1,5ml + 5mg/1,5 ml + 10mg/1,5ml

Lisador®

Farmasa Laboratório Americano de farmacoterapia S.A.

Comprimidos: 500mg + 10mg+ 5mg

Gotas: 500mg + 10mg + 5mg

Solução injetável: 750mg + 25mg + 25mg.

Fonte: Consulta remédios, 2011.

3.5 Ibuprofeno

O ibuprofeno é um inibidor da prostaglandina, prescrito para o tratamento de

febre recomendado a partir dos seis meses de idade. Esse fármaco faz parte da lista

de medicamentos essenciais da Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo

considerado o anti-inflamatório que menos provoca problemas gastrintestinais

(MAGNI; SCHEFFER; BRUNIERA, 2011).

Sua concentração máxima no organismo é atingida após 1-2 horas de

administração oral e sua meia vida varia de 2-3 horas. É excretado de forma rápida

pela urina como forma de metabólitos e seus conjugados (ROJAS et al., 2007).

Possui metabolização hepática e excreção renal, podendo interagir com o

ácido acetilsalicílico, reduzindo seus efeitos; aminoglicosídeos, aumentando suas

concentrações plasmáticas; anticoagulantes, potencializando seus efeitos;

bloqueadores de receptor da angiotensina, reduzindo os efeitos dos anti-

hipertensivos; cetorolaco, aumentando os efeitos adversos gastrintestinais, dentre

outras interações (BRASIL, 2010b).

A Tabela 6 apresenta alguns medicamentos de referência do ibuprofeno e

suas respectivas formas farmacêuticas e concentrações farmacológicas encontrados

no mercado.

Page 28: Avaliação do uso de anti inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos na rede pública de palmeira d’oeste

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Tabela 6 - Medicamentos de referência do Ibuprofeno

IBUPROFENO

Nomes Comerciais Laboratório Formas farmacêuticas

Buscofem®

Boeringer Ingelheim do Brasil Química e Farmacêutica Ltda

Cápsulas: 400mg

Advil®

Wyeth Indústria Farmacêutica Ltda

Cápsulas: 400mg

Comprimidos revestidos: 200mg

Dalsy®

Abbott Laboratório do Brasil Ltda.

Comprimidos revestidos: 200mg, 400mg, 600mg

Suspensão oral: 100mg/ml

Artril®

Farmasa Laboratório americano de farmacoterapia S.A.

Comprimidos: 300mg, 600mg

Motrin®

Pfizer Ltda Comprimidos revestidos: 600mg

Alivium®

Mantecorp Indústria Química e Farmacêutica Ltda

Solução oral: 100mg/ml

Suspensão oral: 50mg/ml

Fonte: Consulta remédios, 2011.

3.6 Nimesulida

A nimesulida é um AINE seletivo da COX-2 e está presente no grupo

terapêutico dos analgésicos e antipiréticos. É um medicamento relativamente

seguro, por não possuir efeitos colaterais significativos no sistema gastroduodenal, e

tem seu início de ação no caso de administração oral de 1,6 a 3,1 horas (AHMED;

UPADHYAYA; SETH, 2010).

Ocorrem interações medicamentosas se associada aos seguintes

medicamentos: fenofibrato, ácido salicílico, ácido valpróico, tolbumina, ácido

acetilsalicílico, metotrexato, varfarina, fenitoína, lítio e probenecida. Pode ser

administrada com alimentos, porém recomenda-se que não seja ingerida com

alimentos que provoquem irritação no estômago (BRASIL, 2009c).

A Tabela 7 apresenta o medicamento de referência da nimesulida e suas

respectivas formas farmacêuticas e concentrações farmacológicas encontrados no

mercado.

Page 29: Avaliação do uso de anti inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos na rede pública de palmeira d’oeste

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Tabela 7 - Medicamento de referência da nimesulida

NIMESULIDA

Nomes comerciais Laboratório Formas farmacêuticas

Nisulid®

Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A.

Comprimidos: 100mg

Comp. dispersível:100mg

Solução oral: 50mg/ml

Granulado: 100mg

Susp. oral: 10mg/ml

Supositório: 100mg

Gel: 20mg Fonte: Consulta remédios, 2011.

3.7 Paracetamol

O paracetamol é um fármaco utilizado em dores leves a moderadas, febre e

enxaqueca. Possui absorção rápida e incompleta, variando de acordo com a forma

farmacêutica. É metabolizado no fígado e excretado pela urina, tendo seu pico de

concentração plasmática de 10 a 60 minutos e seus efeitos têm início com menos de

1 hora após a administração (BRASIL, 2010b).

Anticoagulantes cumarínicos podem aumentar o risco de sangramento se

administrados juntamente com paracetamol; a carbamazepina pode ter aumentado o

risco de hepatotoxicidade, se administrados fora das doses usuais, assim como a

ingestão de etanol; a fenitoína pode diminuir a eficácia do paracetamol, dentre

outras possíveis interações (BRASIL, 2010b).

A Tabela 8 apresenta alguns medicamentos de referência do paracetamol e

suas respectivas formas farmacêuticas e concentrações farmacológicas encontrados

no mercado.

Page 30: Avaliação do uso de anti inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos na rede pública de palmeira d’oeste

29

Tabela 8 - Medicamentos de referência do Paracetamol

PARACETAMOL

Nomes Comerciais Laboratórios Forma Farmacêutica

Sonridor®

GlaxoSmithKline Comp. efervescente: 500mg

Tylenol®

Jansen- Cilag Farmacêutica Ltda

Comp. revestidos: 500mg, 650mg, 750mg

Sol. Oral: 200mg/ml

Suspensão oral: 100mg/ml, 32mg/ml

Vick Pyrena® Procter & Gamble Higiene e cosméticos Ltda.

Pó: 500mg

Fonte: Consulta remédios, 2011.

Page 31: Avaliação do uso de anti inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos na rede pública de palmeira d’oeste

30

4 MÉTODO

Este trabalho é um estudo transversal, descritivo sobre os anti-inflamatórios

não-esteroides, analgésicos e antipiréticos realizado na rede pública do município de

Palmeira d’Oeste entre os dias 18 a 26 do mês de agosto de 2011.

O levantamento de dados foi realizado através de um questionário composto

por dez questões, direcionado a 100 usuários de medicamentos, onde as perguntas

foram feitas diretamente aos mesmos.

A unidade de análise é a Relação Municipal de Medicamentos Essenciais

(Remume) no que se refere a anti-inflamatórios não-esteroides, analgésicos e

antipiréticos disponibilizados na Farmácia Municipal.

Para que a pesquisa pudesse ser efetuada, contou-se com a autorização e a

colaboração da secretária da saúde do município e da farmacêutica responsável da

unidade de análise.

Fonte de dados:

Relação Nacional de Medicamentos Essenciais 2010 (Rename 2010):

forneceu o elenco de referência nacional de medicamentos essenciais, utilizada

como padrão ouro para a avaliação dos medicamentos selecionados pelos

municípios.

Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (Remume): forneceu o

elenco dos medicamentos selecionados pelo município.

Formulário Terapêutico Nacional 2010 (FTN): forneceu informações sobre as

indicações dos medicamentos selecionados na Rename 2010.

Page 32: Avaliação do uso de anti inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos na rede pública de palmeira d’oeste

31

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Verificou-se “in loco” e através da relação municipal de medicamentos

essenciais cedida pelo departamento de assistência farmacêutica da cidade de

Palmeira d’Oeste que, os medicamentos anti-inflamatórios não-esteroides,

analgésicos e antipiréticos selecionados foram: ácido acetilsalicílico, diclofenaco

sódico, dipirona sódica, ibuprofeno, nimesulida, paracetamol e um medicamento em

associação, composto por dipirona sódica + cloridrato prometazina + cloridrato de

adifenina conforme mostra a Tabela 9.

Tabela 9 - Medicamentos disponibilizados na rede pública de Palmeira d’Oeste e suas respectivas formas farmacêuticas e concentrações farmacológicas

Medicamento

Forma Farmacêutica Concentração Farmacológica

Ácido acetilsalicílico Comprimidos 100mg

Diclofenaco sódico Comprimidos 50mg

Dipirona sódica Gotas 500mg/mL

Dipirona + cloridrato de prometazina + cloridrato de adifenina

Gotas

500mg/1,5mL + 5mg/1,5mL + 10mg/1,5mL

Ibuprofeno Comprimidos 600mg

Gotas 50mg/mL

Nimesulida Comprimidos 100mg

Gotas 50mg/mL

Paracetamol Comprimidos 750mg

Gotas 200mg/mL Fonte: Relação municipal de medicamentos essenciais de Palmeira D’Oeste. Elaboração própria.

Considerando que a inflamação é uma resposta dos organismos vivos a uma

agressão ou uma lesão tecidual e seus sintomas característicos são: dor, calor,

rubor, tumor e a perda de funções da área inflamada, deve-se questionar até que

ponto risco/benefício é favorável ao paciente o uso de anti-inflamatórios não-

esteroides, analgésicos e antipiréticos de forma abusiva como comprovou-se em

estudos realizados, já que estas substâncias como qualquer outra também trazem

reações adversas, causando danos aos pacientes.

Neste estudo observou-se que a maioria dos usuários (26%) que buscam

medicamentos anti-inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos na rede

pública de Palmeira d’Oeste tem idade entre 15 a 25 anos e que pacientes do sexo

feminino apontaram com 61% dos que mais utilizam esses fármacos (Figuras 1 e 2).

Page 33: Avaliação do uso de anti inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos na rede pública de palmeira d’oeste

32

Segundo Garcia (2007) o sexo feminino sente mais dor e está mais

susceptível a essa sensação, por isso são mais comuns em mulheres dores nos

ombros, no abdômen, dores de cabeça entre outras. Portanto, este estudo está de

acordo com os estudos realizados que mostram a maior procura de fármacos que

reduzem as dores, pelo sexo feminino.

Figura 1 – Faixa etária dos usuários que utilizam medicamentos anti-inflamatórios, anal- gésicos e antipiréticos na rede pública de Palmeira d’Oeste (n=100)

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

15 - 25 anos

26 - 35 anos

36 - 45 anos

46 - 55 anos

56 - 65 anos

66 - 75 anos

Fonte: Elaboração própria

Figura 2 – Sexo das pessoas que buscam medicamentos anti-inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos na rede pública de Palmeira d’Oeste (n=100)

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

feminino

maculino

Fonte: Elaboração própria

Foi possível verificar que todos os entrevistados afirmaram que utilizam ou já

utilizaram esses tipos de medicamentos, em um tratamento de aproximadamente

cinco a sete dias (Figura 3).

Segundo Hawkey et al., (2000) e Avilés et al., (1998), os AINEs constituem

um grupo terapêutico de interesse, pois têm propriedades analgésicas, antipiréticas

Page 34: Avaliação do uso de anti inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos na rede pública de palmeira d’oeste

33

e anti-inflamatórias que os tornam muito atraentes, tanto para os médicos quanto

para os pacientes, portanto, são amplamente prescritos e consequentemente

amplamente utilizados.

Em estudos de Ribeiro; Sevalho e César (2007) 6,6% de 533 indivíduos

estudados relataram o uso de três ou mais anti-inflamatórios não-esteroides num

período de 30 dias. Nesse mesmo estudo evidenciou que a principal característica

de seus entrevistados foi de uso esporádico de AINEs e por período inferior a sete

dias (51,4%), o que comprova o grande índice de uso dessa classe farmacológica.

Figura 3 – Usuários que utilizam ou já utilizaram anti-inflamatórios não-esteroides, analgé- sicos e antipiréticos (n=100)

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

pessoas queutilizam ou jáutilizaram

pessoas quenunca utilizaram

Fonte: Elaboração própria

Dos medicamentos incluídos na pesquisa, todos eram utilizados por pacientes

da rede pública, exceto o cetoprofeno (anti-inflamatório e analgésico), que não é

disponibilizado na farmácia municipal. Os mais utilizados são dipirona sódica,

correspondendo a 27,5% e nimesulida a 23,4%. Entre os menos utilizados está o

ibuprofeno apontando somente 4,1%. O Ibuprofeno é o anti-inflamatório não-

esteróide de melhor escolha segundo a Rename 2010, Porém é um medicamento

ainda pouco conhecido por esses usuários, já que além de ser um fármaco de custo

mais elevado que outros AINEs, é adquirido com recursos próprios da prefeitura do

município (Figura 4).

Page 35: Avaliação do uso de anti inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos na rede pública de palmeira d’oeste

34

Figura 4 – Medicamentos anti-inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos utili- zados na Rede Pública de Palmeira d’Oeste (n=100)

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

ácido acetilsalicílico

diclofenaco de sódio

dipirona

ibuprofeno

nimesulida

paracetamol

Fonte: Elaboração própria

Quanto ao uso do medicamento com prescrição médica, verificou-se que

entre os entrevistados, 74% fazem uso desses medicamentos com a prescrição,

porém 26% não têm a prescrição, mas os usuários afirmaram que da mesma forma

fazem o uso, pois acreditam na eficiência e eficácia dos mesmos, já que haviam

administrados anteriormente e conseguido alcançar os efeitos desejados. Dos

entrevistados, 66% afirmaram administrar os medicamentos sempre nos horários

indicados, seguindo as orientações do médico; 13%, mesmo possuindo a prescrição

médica, disseram não seguir a posologia corretamente e 21% faziam a

administração sem indicação médica. (Figuras 5 e 6).

Os AINEs integram o grupo dos fármacos mais comumente prescritos em

todo o mundo e estão entre os mais utilizados nas práticas de automedicação

(PORTEOUS et al., 2005).

Loyola Filho; Costa e Uchoa (2004) verificaram que a influencia de pessoas

próximas, a não percepção de gravidades futuras, a familiaridade e o fácil acesso a

alguns medicamentos, bem como a disponibilidade e a percepção do atendimento

médico recebido com pouca qualidade, são fatores determinantes da

automedicação.

Em estudos de Ribeiro; Sevalho e César (2007) ao avaliarem o motivo do uso

de AINEs de acordo com a fonte de indicação, observaram que o uso como

analgésico e antipirético ocorreram, na maioria das vezes, por automedicação. Os

resultados deste trabalho estão de acordo com esse estudo, afirmando o alto índice

de automedicação.

Page 36: Avaliação do uso de anti inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos na rede pública de palmeira d’oeste

35

Figura 5 – Pessoas que utilizam o medicamento prescrito por um médico ou não (n=100)

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

prescrito por um médico

não prescrito por ummédico

Fonte: Elaboração própria

Figura 6 - Pessoas que utilizam o medicamento nos horários prescritos por um médico ou não e que utilizam sem indicação(n=100)

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

utilizam o medicamentonos horários prescritos

não utilizam omedicamento noshorários prescritos

utilizam o medicamentosem prescrição médica

Fonte: Elaboração própria

Dos entrevistados, 94% não perceberam nenhum efeito inesperado fazendo o

uso desses medicamentos, enquanto 6% se queixaram de náuseas e desconfortos

gástricos. Quanto à obtenção do efeito esperado, 95% o obtiveram, por realizarem

administração correta, de acordo com orientações médicas, e 5% disseram que não

perceberam tanta eficácia ao utilizar os medicamentos, possivelmente provenientes

do uso excessivo e sem indicação médica (Figuras 7 e 8).

Entre os efeitos mais comuns estão os danos gastrointestinais, que podem ir

do desconforto abdominal até a erosão da mucosa, chegando ao sangramento e

perfuração. (LUZ et al., 2006).

Page 37: Avaliação do uso de anti inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos na rede pública de palmeira d’oeste

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Figura 7 - Pessoas que obtiveram o efeito esperado utilizando anti-inflamatórios não-este- roides, analgésicos e antipiréticos (n=100)

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

prescrito por um médico

não prescrito por ummédico

Figura 8 - Pessoas que perceberam algum efeito inesperado ao fazer uso de anti-inflamató- rios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos (n=100)

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

não perceberam nenhum

efeito inesperado

perceberam algum efeito

inesperado

Fonte: Elaboração própria

Entre os 100 indivíduos entrevistados, 72% fazem uso dessa classe

combinado a outros medicamentos, enquanto 28% não fazem uso de outros. Entre

esses 72% o mais utilizado segundo pesquisas, é o omeprazol, um antiulceroso,

para proteção da mucosa gástrica durante o uso dos anti-inflamatórios (Figura 9).

Kummer e Coelho (2002) relataram que lesões agudas gastrointestinais estão

entre os efeitos colaterais mais frequentes e graves associados com AINEs

convencionais e que o risco de perfuração e ulceração gástrica apresenta incidência

três a quatro vezes maiores em usuários destes compostos, o que comprova o alto

índice de uso de omeprazol, associado aos AINEs.

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Figura 9 - Pessoas que fazem uso de anti-inflamatórios não-esteróides, analgésicos e anti- piréticos em combinação com outros medicamentos (n=100)

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

fazem uso de outros

medicamentos

não fazem uso de outros

medicamentos

Fonte: Elaboração própria

Através dos dados obtidos, analisados e discutidos neste trabalho, fica claro

falta de informação e até mesmo a falta de um acompanhamento profissional para

orientar e conscientizar as pessoas de que medicamento deve ser utilizado com

cautela, pois as consequências podem ser sérias. Um trabalho muito importante é o

de atenção farmacêutica que tem por objetivo maior, a utilização adequada e

racional dos fármacos garantindo assim a qualidade de vida do paciente. O

profissional da saúde deve estar atento sempre, e, ser a peça fundamental para

levar a informação às pessoas que necessitam de intervenção quando for

necessário e ajudando a solucionar os problemas de saúde que atribulam o seu dia

a dia.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir deste estudo, verificou-se que há uso abusivo dessa classe

terapêutica, considerando a porcentagem de pacientes que utilizam os

medicamentos sem a prescrição médica. Sem possuírem conhecimento a respeito

da causa da inflamação, essas pessoas se automedicam, impedindo que o sistema

de defesa aja. Dessa maneira, pode ocorrer camuflagem dos sintomas, e doenças

mais graves.

O anti-inflamatório não-esteroide de melhor escolha, selecionado pela

REMUME, é o ibuprofeno por possuir menores riscos de provocar doenças

gastrointestinais, porém constatou-se que é o menos utilizado pelos usuários

entrevistados, por ser um medicamento de custo mais elevado que outros AINEs

que além de ser um fármaco ainda pouco conhecido pelos pacientes, é adquirido

com recursos próprios da prefeitura do município (BRASIL, 2010b).

O analgésico e antipirético de melhor escolha é o paracetamol por sua

eficácia e maior segurança nas doses recomendadas, que além de não demonstrar

contra-indicações a crianças, grávidas e idosos e não acarretar efeitos indesejáveis

ao lactente, também não possui efeitos adversos gástricos ou plaquetários (BRASIL,

2010b). É importante lembrar, que muitos profissionais da saúde, como médicos e

dentistas, entre outros, desconhecem os efeitos desses fármacos, sendo de

responsabilidade do profissional farmacêutico esclarecer esses pontos, inclusive aos

próprios usuários desses medicamentos, visando a melhoria da qualidade de vida e

promoção do uso racional dos mesmos.

Fármaco não aprovado pela FDA, a nimesulida não consta na Rename 2010

por apresentar alto risco de hapatotoxicidade e reações adversas, principalmente em

crianças (OLIVEIRA, 2011).

O diclofenaco sódico foi excluído da Rename desde a 3ª edição, optando-se

pela inclusão do dipirona já que possui eficácia igual ou superior ao diclofenaco se

administrada por via parenteral, além da análise de outros critérios como custo,

comodidade posológica e toxicidade (BRASIL, 2010d). Tanto o diclofenaco quanto a

nimesulida constam na Remume de Palmeira d’Oeste. Portando, seria viável ao

município que selecionassem os medicamentos da Remume de acordo com a

Rename, garantindo assim, uma melhor eficácia, além de um menor custo ao

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adquirirem esses medicamentos, já que o menor preço é um dos critérios de seleção

da Rename.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

APÊNDICE A – Questionário destinado aos 100 usuários entrevistados na Rede Pública de Palmeira d’Oeste